Upload
others
View
3
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE MEDICINA
MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE MATERNO- INFANTIL ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
FLAVIO FERREIRA DE ANDRADE
AVALIAÇÃO DA DOR ÓSSEA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TUMORES ÓSSEOS TRATADOS NA ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA – RIO DE JANEIRO: UMA COORTE RETROSPECTIVA.
NITERÓI/RJ Julho / 2019
Flavio Ferreira de Andrade
AVALIAÇÃO DA DOR ÓSSEA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM TUMORES ÓSSEOS TRATADOS NA ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA –
RIO DE JANEIRO: UMA COORTE RETROSPECTIVA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal Fluminense. Área de Concentração: Saúde da Criança e do Adolescente, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Saúde Materno Infantil.
Orientador: Prof. Dr. André Ricardo Araújo da Silva Coorientadores: Prof. Dr. Cristina Ortiz Sobrinho Valete Prof. Dr. Sima Esther Ferman
Niterói/RJ
Julho/2019
Flavio Ferreira de Andrade
AVALIAÇÃO DA DOR ÓSSEA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
COM TUMORES ÓSSEOS TRATADOS NA ONCOLOGIA
PEDIÁTRICA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA –
RIO DE JANEIRO: UMA COORTE RETROSPECTIVA
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal Fluminense. Área de Concentração: Saúde da Criança e do Adolescente, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Saúde Materno Infantil.
BANCA EXAMINADORA
.............................................................................................................
Prof. Dr. Heber de Souza Maia Filho
Universidade Federal Fluminense
.............................................................................................................
Prof. Dr. Jeane Pereira da Silva Juver
Universidade Federal Fluminense
.............................................................................................................
Prof. Dr. Marília Fornaciari Grabois
Instituto Nacional de Câncer - INCA
Dedico este estudo a todos os pacientes
portadores de tumores ósseos e seus
familiares, que com seus sofrimentos e suas
lutas diárias me levaram a procurar formas de
amenizar estes sofrimentos. Obrigado por
deixarem eu fazer parte de suas histórias!
AGRADECIMENTOS
À minha esposa, que há quinze anos vem me dando apoio e amor para
enfrentar as adversidades encontradas e muitas vezes sendo forte para que eu
possa chorar.
À minha mãe, pelo amor que me transmitiu, me ensinando a ser o homem
que sou e seu exemplo como mestre, me fez ver que ensinar é mais que
transmitir conhecimentos e sim mudar vidas.
Aos meus colegas de trabalho do INCA, pelo acolhimento no meu retorno,
como o filho pródigo. Em especial, às amigas Arissa, Lícia e Bianca, por serem
minhas irmãs de alma e à Enf. Fernanda, pela sua disponibilidade a ajudar.
Aos meus mestres do IPPMG, Dr. Marcelo Land, Dra. Alice, Dra. Ana
Paula Bueno e a saudosa Dra. Maria Célia. Tudo iniciou ali!
Ao grupo de oncologia pediátrica e da pediatria do Hospital Federal dos
Servidores do Estado, por terem me incentivado a estudar dor e cuidados
paliativos, despertando assim o meu amor por estas duas áreas.
Aos pacientes e seus familiares.
Aos meus orientadores:
Dra. Cristina Ortiz, pela orientação e incentivo durante todo este projeto;
Dr. André Ricardo, pelo acolhimento no momento mais atordoante desta
pós-graduação;
E Dra. Sima Ferman, minha referência desde 2001. Pelo aprendizado e
amor pela oncologia pediátrica.
Obrigado!
“Há em cada um de nós um potencial para a bondade que é maior do que imaginamos; para dar sem buscar recompensa; para escutar sem julgar; para amar sem impor condições.”
Elisabeth Kübler-Ross
i
RESUMO
INTRODUÇÃO: A dor ainda é muito prevalente em todas as fases do tratamento e é considerada um problema de saúde pública mundial na população pediátrica. OBJETIVO: Avaliar a dor nos pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários matriculados na Oncologia Pediátrica do Instituto Nacional de Câncer (INCA), sua frequência, controle, evolução temporal e drogas utilizadas. PACIENTES E MÉTODOS: Coorte retrospectiva de pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários matriculados na Oncologia Pediátrica do INCA, no período entre 01 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2016. Foram incluídos os pacientes com diagnóstico de cânceres ósseos primários, até 19 anos incompletos. Os dados foram coletados dos prontuários e analisados em 4 momentos: matrícula, primeira consulta com o oncologista pediátrico, terceiro mês pós matrícula e na última avaliação anterior à data limite do estudo. RESULTADOS: Foram avaliados 142 pacientes com média de idade de 11,5 anos, sendo 51,4% masculinos, e com seguimento médio de 27,7 meses. Os tipos de cânceres mais encontrados foram: osteossarcoma 99/142 (69,7%) e Sarcoma de Ewing ósseo 43/142 (30,3%). O intervalo entre a matrícula e o início do tratamento antineoplásico foi de 22,5 dias; sendo 72/142 (50,7%) metastáticos ao diagnóstico. A dor estava presente em: 61,3% dos pacientes na matrícula; 45,1% na primeira consulta; 18,3% na avaliação do 3º mês; e 23,9% na última avaliação. A frequência de avaliação foi realizada por escalas validadas para população pediátrica em: 76/142 (53,4%); 100/142 (70,4%), 97/142 (68,3%) e 111/142 (78,2%) respectivamente a cada momento do estudo, com queda no número de pacientes com dor. O osteossarcoma foi o que mais apresentou dor (p-valor: 0.01). A presença de metástase no momento 4 não influenciou quanto à presença de dor (p-valor: 0.23 – OR: 1.69); a presença de progressão da doença foi associada a dor (p-valor: <0.01 – OR: 6.63). A dor foi considerada importante estatisticamente nos pacientes que faleceram (p-valor <0.01 – OR: 15.39). Houve aumento no uso de opioides fortes, anticonvulsivantes e ansiolíticos ao longo do estudo. CONCLUSÃO: A dor foi um sintoma comum em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários, sendo verificada redução da frequência de dor relatada, ao longo dos momentos de avaliação. O uso de escalas para mensurar a dor foi irregular, com percentual considerável de pacientes não avaliados. Nos pacientes em progressão de doença a dor esteve mais evidente. Nos pacientes que evoluíram para óbito, os níveis de dor no momento da última avaliação se encontravam acima dos níveis aceitáveis.
Palavras Chaves: Neoplasias ósseas; Osteossarcoma; Sarcoma de Ewing; Dor; Dor do câncer; Criança
ii
ABSTRACT
INTRODUCTION: Pain is still the most prevalent symptom in all treatment stages, and it is considered a worldwide public health problem in the pediatric population. OBJECTIVE: To assess pain in pediatric patients with primary bone cancers enrolled in the National Cancer Institute’s (INCA) pediatric oncology, its frequency, control, temporal evolution and drugs used. PATIENTS AND METHODS: A cohort retrospective study of pediatric patients with primary bone cancer enrolled in INCA’s pediatric oncology, from January 1st, 2011 to December 31st, 2016. Patients diagnosed with primary bone cancer, up to 19 years old, were included. Data were collected from medical records and analyzed at 4 different times: enrollment, first consultation with pediatric oncologist, third month after enrollment and the last assessment prior the study deadline. RESULTS: A total of 142 patients with mean age of 11.5 years-old, 51.4% males, and mean follow-up of 27.7 months. The most common types of cancers were osteosarcoma 99/142 (69.7%) and bone Ewing's sarcoma 43/142 (30.3%). The interval between enrollment and the start of antineoplastic treatment was 22.5 days; 72/142 (50.7%) metastatic at diagnosis. Pain was present in 61.3% of enrollment; 45.1% at the first consultation; 18.3% in the 3rd month evaluation; and 23.9% in the last assessment. The frequency of evaluation was performed by scales validated for pediatric population in 76/142 (53.4%); 100/142 (70.4%), 97/142 (68.3%) and 111/142 (78.2%) respectively at each time of the study, with a decrease in the number of patients with pain. Osteosarcoma presented the most pain (p-value: 0.01). The presence of metastasis at time 4 did not influence the presence of pain (p-value: 0.23 - OR: 1.69), but the presence of disease progression was associated with pain (p-value: <0.01 - OR: 6.63). Pain was considered statistically significant in patients who died (p-value: <0.01 - OR: 15.39). There was an increase in the use of strong opioids, anticonvulsants and anxiolytics throughout the study. CONCLUSION: Pain was a common symptom in pediatric patients with primary bone cancers, and the frequency of reported pain was observed throughout the evaluation. The use of scales to measure pain was irregular, with a considerable percentage of patients not evaluated. In patients with disease progression pain was more evident. In patients who died, pain levels at the last assessment were above acceptable levels.
Keywords: Bone neoplasm; Osteosarcoma; Sarcoma, Ewing; Pain; Cancer pain;
Bone Cancer Pain; Child.
iii
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Pág.
Tabela 1: OS estratificação de risco segundo a MSTS...... 4
Figura 1: Equivalência da escala de dor validadas................................ 38
Figura 2: Fluxograma do estudo ........................................................... 42
Tabela 2: Dados sociodemográficos de pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários (INCA,2011-2016) ..................................... 43
Tabela 3: Dados oncológicos de pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários (INCA,2011-2016) .................................................... 44
Tabela 4: Intensidade da dor, nos 4 momentos, nos pacientes que tiveram a dor mensurada (INCA, 2011-2016) ....................................... 46
Tabela 5: Relato de dor pré-matrícula, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários, avaliados dos dados pré-matrícula (INCA, 2011-2016) ........................................................................................... 52
Tabela 6: Relato de dor no momento matrícula, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários, na matrícula (INCA, 2011-2016) ........................................................................................... 53
Tabela 7: Introdução de terapias antineoplásicas conforme os momentos 2, 3 e 4 do estudo. (INCA, 2011-2016) ................................ 55
Tabela 8: Avaliação dos óbitos, no momento 4 em relação a doença de base e a presença de dor (n=56) (INCA, 2011-2016) ....................... 56
Tabela 9: Regressão logística multivariada do desfecho dor, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários, nos momentos 3 e 4 (INCA 2011-2016) ........................................................................ 57
iv
LISTA DE GRÁFICOS
Pág.
Gráfico 1: Frequência da queixa de dor versus frequência da mensuração da dor em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários, avaliados em 4 momentos distintos (INCA, 2011-2016) ....... 46
Gráfico 2: Frequência de utilização de classes de drogas disponíveis para o controle da dor, conforme o momento de análise, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários, avaliados em 4 momentos distintos em porcentagens (INCA, 2011-2016) ................... 49
Gráfico 3: Opioides utilizados para o controle da dor, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários (INCA, 2011-2016) .......... 50
Gráfico 4: Curva de utilização de opioides fortes com relação a curva de pacientes que apresentavam dor e pacientes que apresentavam dor com ENV > 4, em número absoluto, nos 4 momentos do estudo (INCA 2011-2016) ................................................................................ 51
v
ABREVIATURAS
k ..................... Receptor kappa
d ...................... Receptor lambda
µ ...................... Receptores mu
ACTD .............. Actinomicina-D
AINE ............... Anti-inflamatório não esteroide
ASIC-3 ............ Canais iônicos ácido-sensível-3
ATC ................ Antidepressivos tricíclicos
ATF ................. Fator de transcrição dependente de AMP cíclico
ATF-3 .............. Fator 3 de atividade transcripcional
ATP.................. Adenosina Trifosfato
AZ ................... Ácido zoledrônico
BP ................... “Breakthrough Pain”
CBC ................ Canabidiol
CDDP ............. Cisplatina
CEMO ............. Centro de Transplante de Medula Óssea
CEP ................ Comissão de Ética em Pesquisa
CESS .............. Grupo Cooperativo de Estudo do Sarcoma de Ewing
COG ............... Children’s Oncology Group
COX ................ Ciclooxigenase
COX 1 ............. Ciclooxigenase 1
COX 2 ............. Ciclooxigenase 2
CTC ................ Corticóides
vi
CTX ................ Ciclofosfamida
CY ................... Citocromo
DNC ................ Doenças não-comunicáveis
DOXO ............. Adriamicina
EA ................... Efeitos adversos
ECG ................ Eletrocardiograma
EUA ................ Estados Unidos da América
EURAMOS ..... Grupo de Estudo do Osteossarcoma Americano e Europeu
EVA ................ Escala visual analógica
EVN ................ Escala visual numérica
FA ................... Fosfatase alcalina
FDA ................ Agência Americana de Controle de Alimentos e Drogas
GABA .............. Ácido gama-amino-butírico
GCBTO ........... Grupo Cooperativo Brasileiro de Tumores Ósseos
GLATO ........... Grupo Latino Americano de Tratamento de Osteossarcoma
Gy ................... Grays
IASP ............... Associação Internacional de Estudo da Dor
IBGE ............... Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICE .................. Ifosfamida, Carboplatina e Etoposide
IFO .................. Ifosfamida
IGF-1 .............. Inibidores dos receptores do fator de crescimento insulino-like
IL-1 ................. Interleucina – 1
INCA ............... Instituto Nacional de Câncer
IRINO + TMZ .. Irinotecano e Temozolamida
vii
LDH ................ Desidrogenase lática
LHP ................. Laudo histopatológico
M0 ................... Doença não metastática (Metástase 0)
M1 ................... O-desmetiltramadol
M3G ................ Morfina-3 glucuronide
M5 ................... N-disdesmetiltramadol
M6G ................ morfina-6 glucuronide
MEGX ............. monoetilglicinaxilidida
MMII ................ Membros inferiores
MMSS ............. Membros Superiores
MSTS .............. Sociedade de Tumores Musculoesqueléticos
MTX ................ Metotrexate
NB ................... Neuroblastoma
NMDA ............. N-metil-D-aspartato
OMS ............... Organização Mundial de Saúde
OS .................. Osteossarcoma
PCA ................ Analgesia controlada pelo paciente
PNET .............. Tumor Neuroectodérmico Primitivo
QdV ................ Qualidade de vida
QT ................... Quimioterapia
RCBP .............. Registro de Câncer de Base Populacional
RDT ................ Radioterapia
RNM ............... Ressonância Nuclear Magnética
SAP ................ Serviço de Anatomia Patológica
SE ................... Sarcomas de Ewing
viii
SEO ................ Sarcoma de Ewing ósseo ou esquelético
SLD ................. Sobrevida Livre de Doença
SNC ................ Sistema nervoso central
SNE ................ Sonda naso-enteral
SNP ................ Sistema nervoso periférico
TD ................... Transdérmica
THC ................ Tetrahidrocanabidiol
TK ................... Tirosina Kinase
TNM ................ Tumor, Nódulo e Metástase
TOC ................ Tecido ósseo conjuntivo
TRPV1 ............ Receptores transitórios potenciais 1
VCR ................ Vincristina
VDC ................ Vincristina, Doxorubicina e Ciclofosfamida
VEGF .............. Fator de Crescimento do Endotélio Vascular
VO .................. Via oral
VP-16 .............. Etoposide
ix
SUMÁRIO
Pág.
Resumo i
Abstract ii
Lista de tabelas e figuras iii
Lista de gráficos iv
Abreviaturas v
1) Introdução 1
1.1) Epidemiologia dos cânceres pediátricos 1
1.2) Cânceres ósseos mais comuns na infância 2
1.2.1) Osteossarcoma 2
1.2.2) Sarcoma de Ewing 6
1.3) Dor nos pacientes com câncer 10
1.3.1) Fisiopatologia da dor nos pacientes com tumores ósseos 11
1.3.2) Manejo da dor óssea no paciente com câncer ósseo primário 13
1.3.2.1) Medidas farmacológicas 14
1.3.2.1.1) AINE e analgésicos comuns 14
1.3.2.1.2) Opioides 15
1.3.2.1.3) Drogas adjuvantes 21
1.3.2.1.4) Novas drogas adjuvantes 24
1.3.2.1.5) Medidas invasivas 27
1.3.2.2) Medidas não-farmacológica 28
1.3.2.2.1) Psicoterapia e terapias corporais 28
x
1.3.2.2.2) Radioterapia e Cirurgias 29
2) Justificativa 30
3) Objetivos 31
3.1) Objetivo geral 31
3.2) Objetivos específicos 31
4) Pacientes e métodos 32
4.1) Tipo de estudo 32
4.2) Local de realização do estudo 32
4.3) Critérios de inclusão 33
4.4) Critérios de exclusão 33
4.5) Instrumento utilizado 34
4.6) Fluxograma de análise dos pacientes 34
4.7) Variáveis analisadas no estudo 34
4.8) Critérios e avaliação da dor 37
4.9) Critério de avaliação e controle da dor 38
4.10) Condições oncológicas 39
4.11) Avaliação estatística 40
4.12) Aspectos éticos 41
4.13) Amostra 41
5) Resultados 43
5.1) Dados sociodemográficos 43
5.2) Dados relacionados à doença oncológica 44
5.3) Dados da avaliação da dor 45
5.4) Análise das variáveis relacionadas ao controle de dor 53
xi
5.5) Avaliação do seguimento dos pacientes em relação a doença de base e presença de dor 55
6) Discussão 58
6.1) Condições sociodemográficas 58
6.2) Condições da doença oncológica 60
6.3) Condições do controle de dor 62
6.4) Condições dos óbitos 67
7) Conclusão 70
8) Referências 71
Apêndice 108
Apêndice 1 – Ficha clínica para coletas de dados 109
Apêndice 2 – Carta de aprovação do CEP 115
1
1) INTRODUÇÃO
1.1) Epidemiologia dos cânceres pediátricos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) registrou em 2016 que 71% dos
óbitos, na população adulta, tiveram como causas doenças classificadas como
Doenças Não-Comunicáveis (DNC), dentre elas estão doenças cardiovasculares
(44%), cânceres (22%), doença respiratória crônica (9%) e diabetes (4%).(1)
Na população pediátrica, a OMS calculou que a taxa de mortalidade foi de
41 óbitos em 1000 nascidos vivos, tendo sua variação conforme as diferentes
faixas etárias. Observou-se que a prematuridade e sepses neonatal foram as
causas mais prevalentes nos pacientes recém-nascidos, nas crianças de 1 mês
a 59 meses as doenças infectocontagiosas tiveram um papel de destaque,
enquanto as DNC foram as mais prevalentes nos pacientes de 5 a 14 anos (1).
No período de 2009 a 2013, a taxa média de mortalidade na população pediátrica
foi de 44,25 por milhão. Com isso, o câncer representou a segunda causa de
morte na faixa etária de 1 a 19 anos na maioria das regiões do país, exceto
região norte. (2,3)
O Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimou que no biênio de 2018-
2019 haverá 600 mil casos novos de câncer por ano no Brasil. Câncer de
próstata e de mama terão as maiores incidências entre homens e mulheres. Os
casos de câncer na população infanto-juvenil (0 a 19 anos) correspondem de 0,5
a 3% da população com câncer. Segundo publicação do INCA em 2016, no
Brasil, através de dados do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP),
na faixa etária de 0 a 19 anos a mediana das taxas médias de incidência
ajustadas por idade foi 139,99 por milhão. (2)
Os cânceres mais prevalentes na população pediátrica são as leucemias
(25% a 35%) seguido dos linfomas (14%) e os de sistema nervoso central (SNC)
(13%), com um índice de mortalidade geral de 4 a 5% nos países em
desenvolvimento. Os tumores ósseos equivalem a cerca de 5% dos cânceres
infanto-juvenis, sendo o osteossarcoma (OS) o mais comum nesta população
(2,4).
2
A taxa de sobrevida em pacientes com câncer infanto-juvenil vem
aumentando nas últimas décadas, ultrapassando os 80% de sobrevida livre de
doenças (SLD) em 5 anos. Isso ocorreu devido a influência de vários fatores,
incluindo diagnóstico precoce, o desenvolvimento de novas estratégias
terapêuticas, o que mais impactou na curva de sobrevida, o tratamento em
centros especializados e a pesquisa clínica colaborativa. (3,5)
Dentre os sintomas apresentados pelos pacientes com câncer,
independentemente de sua faixa etária e de sua etiologia, a dor é a queixa mais
prevalente, sendo muitas vezes um sinal que leva a investigação. (6–8)
1.2) Cânceres ósseos mais comuns na infância
1.2.1) Osteossarcoma
O OS é o câncer ósseo primário mais comum na população infanto-juvenil,
tendo uma incidência mundial de 4,8 casos/ milhão, correspondendo a 1% dos
cânceres diagnosticados nos Estados Unidos da América (EUA) e dentro da
população pediátrica equivale a 3% dos casos de cânceres infanto-juvenil (9,10).
O OS tem como característica a formação de tecidos ósseos imaturos pelas
células tumorais e acometem principalmente as regiões de metáfise dos ossos
longos, tendo maior incidência nos membros inferiores (MMII), na extremidade
distal do fêmur e proximal da tíbia, e nos membros superiores (MMSS), na
extremidade proximal do úmero. (8,9,11,12)
A SLD dos pacientes com OS vem aumentando, e passou de 20% no
início do século XX para 70% nas últimas duas décadas nos pacientes com
doença não-metastática (M0), devido à introdução de drogas neoadjuvantes
antineoplásicas como os derivados de platinas, antracíclicos e o metotrexate
(MTX), impactando também na redução do número de amputações. Apesar
disto, o número de amputações na população em menores de 5 anos de idade
ainda é elevado, independentemente da terapêutica empregada (11,13–24).
Entretanto, os pacientes com OS metastático, mesmo com a introdução
de novas drogas e com doses mais elevadas de quimioterápicos, apresentam
uma sobrevida que varia entre 10% a 40%, com uma mortalidade maior que
70%, que vem se mantendo estável nas últimas 3 décadas. Nos estudos do
3
Grupo Cooperativo Brasileiro de Tumor Ósseos (GCBTO), a SLD em 10 anos
foi de 12% (11,24–31)
A maior parte dos pacientes com OS tem doença localizada no
diagnóstico. Cerca de 15% dos casos apresentam metástase ao diagnóstico,
sendo os pulmões o principal sítio de metástase, seguido de metástases em
ossos distantes do sítio inicial, o que não é muito comum na fase do diagnóstico.
O OS multifocal, é uma apresentação extremamente rara. O GCBTO apresenta
um índice maior comparado com os dados mundiais de pacientes com doença
metastática ao diagnóstico, atingindo a marca dos 30% na análise dos três
últimos estudos brasileiros. (5,9,29,32,33)
No diagnóstico, na grande maioria dos casos de OS, o principal sintoma
é a dor, podendo ser associado a presença de massa tumoral ou não. O quadro
de dor geralmente é progressivo e incapacitante (9) e a abertura do quadro de
OS muitas vezes é associado a traumas prévios, mesmo não havendo
comprovação estatística que sustente esta relação. Este fator de confundimento
ocorre devido a presença de fraturas patológicas na abertura do quadro de OS
em alguns pacientes. (5,34,35)
Devido ao OS apresentar seu epicentro em topografias de metáfises
ósseas, com acometimento próximo as articulações, há a possibilidade de perda
de função do membro afetado. (5,34,35)
Constituem fatores prognósticos nos pacientes com OS: o sítio primário,
o tamanho tumoral, subtipo histológico, sexo e idade do paciente, valores de
fosfatase alcalina (FA) e desidrogenase lática (LDH). Resistência a drogas e
variações genéticas, têm também influência direta no prognóstico (11,26)
A etnia negra é a mais acometida mundialmente, havendo dois picos de
incidência, o primeiro na fase de 5 a 15 anos de idade; na menina de 13 a 15
anos e no menino de 15 a 17 anos, períodos onde se dão os estirões de
crescimento; e o segundo na sexta e sétima década de vida. Quanto ao sexo, o
OS é mais comum na população masculina. Os casos de OS em menores de 5
anos de idade são raros, correspondendo entre 1 e 2,8% dos casos (21–24) e
quando presentes estão associados a alterações genéticas como na síndrome
4
de Li-Fraumeni e em pacientes que apresentaram retinoblastoma bilateral,
devido alteração do cromossomo RB1. (9,36–42)
A associação de OS após a radioterapia (RDT) é bem conhecida,
correspondendo a 1% dos pacientes com OS, geralmente associado a pacientes
que receberam doses de radiação de 50 grays (Gy) ou mais. (9)
A resposta tumoral ao tratamento com quimioterápicos é um importante
fator prognóstico. Quando na avaliação do índice de necrose tumoral estiver
acima de 90% de necrose, com menos de 10% de tumor viável no momento
cirúrgico é considerado como um fator de bom prognóstico (11,43,44). Porém,
estudos cooperativos internacionais, como os do Grupo de Estudos do
Osteossarcoma Americano e Europeu (EURAMOS-1), não consideram o índice
de necrose tumoral após o tratamento como um marcador de prognóstico, sendo
consideradas a biologia, vias metabólicas e a genética como preditores de
prognóstico da doença. (28,45–48)
A identificação de novos biomarcadores também vem influenciando na
resposta destes pacientes com OS, ajudando a identificar não só prognóstico
como também a predizer progressão de doença, além de poderem auxiliar na
orientação de possíveis terapias-alvos a serem utilizadas. (49)
A Sociedade de Tumores Musculoesqueléticos (MSTS) classificou os OS
conforme o tamanho tumoral, presença de linfonodos acometidos e de
metástase à distância, correlacionando ao risco de recaída dos pacientes,
demonstrado na tabela 1. (5,49–51)
Tabela 1: OS estratificação de risco segundo a MSTS
Musculoskeletal Tumor Society (MSTS) Classificação e Estadio TNM* Estadio T N M Risco
IA T1 N0 M0 Baixo risco
IB T2 N0 M0 Baixo risco
IIA T1 N0 M0 Alto risco
IIB T2 N0 M0 Alto risco
III T3 N0 M0 Todos os risco
IVA Todos os T N0 M1a Todos os risco
IVB Todos os T N1 Qualquer M Todos os risco
(Tabela modificada (5,49–51))* Tumor, Nódulos e Metástase
5
Pela OMS, os OS são divididos conforme a anatomia patológica em
grupos. O OS convencional é dividido em 3 subgrupos: osteoblástico,
condroblástico e fibroblástico, com base no predomínio do tipo celular presente
na matriz deste tumor. A origem do tumor ocorre na medula dos ossos
acometidos. (5,52–56)
O OS osteoblástico é o mais comum, apresenta áreas de necrose, mitoses
atípicas e tecido osteóide maligno. O OS condroblástico tem a matriz
cartilaginosa, com produção limitada de tecido osteóide. Pode ser difícil a
diferenciação com condrosarcomas, sendo esta diferenciação possível através
da imuno-histoquímica, a qual detecta a presença de marcadores CD99 nos
pacientes com OS. O OS fibroblástico é composto de células fusiformes de alto
grau de malignidade com escasso tecido osteóide, caracterizado nos exames de
imagem por apresentar acentuada lesão lítica, podendo ser confundido com
fibrosarcoma. (5,52,56)
O OS telangectásico é uma forma variante do OS, em que comumente
são visualizadas áreas líticas com destruição óssea sem esclerose periférica,
podendo ter aspecto cístico, com presença de septos que são formados por
células tumorais anaplásicas e células gigantes multinucleadas. (5,52,56–58)
Compondo ainda os OS medulares, são descritos o OS Intraósseo bem-
diferenciado, ou de baixo grau e os OS de pequenas células. (5,52,56)
Os OS de lesão superficial, são divididas em três tipos. A parosteal, com
características de baixo grau, por ser bem-diferenciado. Comumente surge na
porção posterior distal do fêmur, na terceira década de vida e a cura pode ser
alcançada somente com a ressecção tumoral.(5,59–61). Os Periosteais, tem
uma predileção pelas regiões diafisárias e metadiafisárias dos ossos longos,
com predomínio de células de grau de diferenciação intermediária, com uma
sobrevida elevada e baixo índice de metástase ao diagnóstico como também OS
de alto grau superficial. (5,52,59,62–64). E o terceiro tipo de OS são os de lesão
superficial de alto grau, sua localização é diafisária e apresenta reação periosteal
com uma mudança de sinal anormal da medula óssea na ressonância nuclear
6
magnética (RNM), com características radiológicas muito agressivas. Na
histologia apresenta um elevado índice mitótico com envolvimento da medula
óssea, sendo este achado uma característica marcante neste tipo de OS.(5,65)
O tratamento dos OS se baseia em quimioterapia (QT) sistêmica
neoadjuvante, com uso de doses mais altas de antineoplásicos e tratamento
cirúrgico, que pode ser conservador através de ressecção tumoral com
colocação de próteses ou radical, com amputação do segmento afetado; e em
casos de pacientes com metástases, a metastéctomia. Esta associação vem
aumentando a SLD nestes pacientes nas últimas décadas. (9,66)
Novas propostas para o tratamento do OS vêm sendo estudadas com
terapia alvo através de anticorpos monoclonais, como os anti-GD2 e inibidores
do RANKL, em quais o Children’s Oncology Group (COG) vem propondo sua
utilização associados a terapêuticas já utilizadas em pacientes vítimas de
recaídas e/ou refratários. (9,67–75)
O Grupo Latino Americano para o Tratamento de Osteossarcoma
(GLATO) adotou como terapia a utilização para os pacientes de alto-risco o
conjunto de drogas utilizando metotrexato (MTX) em altas doses associado a
adriamicina (DOXO) e cisplatina (CDDP). (76)
Neste estudo, somente 39,7% dos pacientes apresentaram após QT um
índice de necrose grau 3 e 4, sendo maus respondedores 60,3% de um total
estudado de 272 pacientes entre maio de 2006 a setembro de 2013. Por outro
lado, não houve observação de ganhos com a utilização de terapia metronômica
com ciclofosfamida (CTX) associado com MTX neste grupo de pacientes.(76)
1.2.2) Sarcoma de Ewing
O SE foi descrito pela primeira vez por James Ewing em 1921 como um
endotelioma ósseo com características anátomo-patológica de pequenas células
arredondadas e azuis, sendo uma neoplasia muito agressiva. Com o advento da
imunologia oncológica e da genética observou-se a presença em grande
7
quantidade da expressão de CD99 (MIC2) na superfície da célula e a presença
de alterações cromossômicas, principalmente translocações, sendo a mais
comum a t(11;22)(q24;q12), que está presente em 85% dos casos de SE. (5,77–
85)
A OMS agrupa nos tumores da Família Ewing, o SE esquelético ou ósseo
(SEO), o SE extra-esquelético, Tumor de Askin ou SE de parede torácica e os
tumores neuroectodérmicos primitivos (PNET) periférico (5,56,81,86,87). O
SEO, isto é, cujo epicentro acontece nos ossos, representa cerca de 70% dos
casos de tumores da família Ewing, envolvendo as regiões diafisárias e
metadiafisárias dos ossos longos, porém acomete comumente outros sítios
como: região pélvica, costelas e coluna vertebral. (85,88,89)
O SE é o segundo câncer ósseo mais comum na população infanto-
juvenil, só sendo superado pelo OS, com uma incidência de 2,9
casos/milhão/ano, sendo mais comum na segunda década de vida onde atinge
o índice de 9 a 10 casos/milhões/ano. Ao contrário do OS, é muito comum nos
pacientes com menos de 5 anos de idade e em maiores de 30 anos de idade.
(5,77,88,90)
Quanto à etnia, o SE é mais comum na população caucasiana, com uma
relação de 6:1 quando comparada a população negra. Alguns autores acreditam
na relação da incidência aumentada neste grupo étnico é devido a presença de
alterações genéticas relacionada ao gene EWSR (5,77,91–99). Quanto ao sexo,
há uma pequena superioridade em relação à frequência de acometimento na
população masculina à feminina, com uma relação média 1,5:1. (5,77,88,90)
No momento do diagnóstico, cerca de 20% a 25% dos casos de SE se
apresentam como metastáticos sendo os sítios mais comuns os pulmões
seguidos dos ossos. Nestes casos, a SLD após tratamento se mantém abaixo
dos 35% em 5 anos, mesmo com novas terapias. E mesmo nos pacientes com
doença não metastática (M0) ao diagnóstico, acredita-se que 40% dos casos
apresentam recaída local ou a distância, com uma SLD em 5 anos após este
evento entre 15% e 25%, principalmente nos pacientes mais novos.
(5,77,85,95,99–106)
8
A apresentação clínica do SE não difere muito do OS, sendo que na
maioria das vezes há queixa de dor loco-regional, que pode ser intermitente com
características mais brandas ou associado a sintomas neuropáticos, como
parestesia e sensação de choque. Esta dor pode estar associada ou não ao
aparecimento de massa palpável. (5,9,107,108)
O tratamento do SEO se baseia nos princípios do tratamento dos
cânceres infanto-juvenis, usando o tripé: QT sistêmica, cirurgia para tratamento
local do tumor e metástases e RDT. Este conjunto de medidas terapêuticas
proporcionou um aumento do índice de curabilidade nos pacientes com doença
localizada em mais de 60% dos casos.(5,85,109–118)
Os protocolos para SE são semelhantes e baseados em terapias
multimodais, podendo haver variações no momento do tratamento local,
podendo ser cirurgia para ressecção tumoral ou RDT, ou mesmo ambas as
terapias no local do tumor primário ou nos locais onde há metástases. A decisão
do melhor tratamento local depende da avaliação da equipe multidisciplinar para
cada caso. As principais drogas utilizadas no tratamento são: a vincristina (VCR),
actinomicina-D (ACTD), CTX e DOXO podendo haver alternância ou não com
ifosfamida (IFO) e etoposide (VP-16), além da utilização dos inibidores da
topoisomerase como alternativa. (5,9,81,82,109,110,119–122)
No Brasil, o Grupo Colaborativo Brasileiro para Estudo dos Tumores da
Família Ewing desenvolveu um estudo multicêntrico em 2003 onde alternavam
IFO, carboplatina e VP-16 (ICE) com VCR, DOXO e CTX (VDC) como primeira
linha, conhecido como estudo EWING1. Este protocolo era dividido em 3 fases:
QT de indução, tratamento local e QT adjuvante, sendo a terapia de
consolidação dependeria de qual a estratificação de risco que o paciente estaria
enquadrado. (123)
No momento do tratamento local, o estudo EWING1 determinava a
realização de cirurgias para exérese tumoral ou RDT local ou ambas as
terapêuticas, conforme as condições de abordagem neste paciente no momento
de reavaliação da resposta a QT de indução. Sendo observado uma SLD em 5
anos na ordem de 64,1% nos pacientes que foram submetidos a ressecção
9
cirúrgica com RDT e 71% nos pacientes que sofreram somente exérese tumoral
completa com margens livres. (124)
No estudo EWING 1, 39% dos pacientes apresentaram metástases ao
diagnóstico, sendo a dor o sintoma mais prevalente e presente em 87% dos
casos. A incidência foi maior entre os pacientes categorizados como alto risco
(125).
Em terapia de resgate, no caso de recaída de doença, há a associação
da CTX com o topotecano vem sendo utilizada como uma alternativa, uma vez
que, poderia ser administrada por via venosa ou oral (VO), apresentando uma
melhora da qualidade de vida (QdV). Entretanto, a associação de irinotecano
com temozolamida (IRINO + TMZ) vem apresentando uma resposta mais eficaz,
com boa tolerabilidade e menor toxicidade para o paciente. (9,81,125–129)
No SEO é preconizado o tratamento local, com a utilização de técnicas
cirúrgicas, sendo priorizada a ressecção tumoral com reconstrução, dando
preferência para a ressecção completa com margens de segurança e não a
terapia de “debulking” (9). As técnicas cirúrgicas são as mais variadas, porém
trabalhos mostram que não há diferença na SLD em 5 anos entre os pacientes
que foram submetidos a amputação e aqueles que foram submetidos a
procedimentos com preservação do membro. (5,130)
A indicação cirúrgica no SE pélvico ainda é controversa. Há autores que
defendem a realização do tratamento cirúrgico em pacientes com SE pélvico,
mesmo com dificuldade de obtenção de margens negativas para a doença,
aumentando a SLD em 5 anos entre 72% e 82%(5,131,132). Porém outros
autores não detectaram benefício na SLD em 5 anos. (5,92,122)
A RDT para o tratamento do SEO está muito associada à recaída local,
sendo que nos protocolos atuais a sua utilização é reservada a pacientes que
não obtiveram, margens negativas na cirurgia ou quando o tumor for considerado
irressecável. (9,133)
Em relação aos locais de metástases, como pulmões e ossos, a utilização
da RDT como terapia adjuvante está presente em vários protocolos, associada
a QT sistêmica. Contudo, deve-se sempre ficar atento às complicações advindas
desta terapia, como por exemplo, mielossupresão. (5,109,134,135)
10
Devido ao avanço do conhecimento na área molecular do SE, terapias
alvo baseadas na genética do tumor, e imunoterapias estão sendo discutidas em
todo o mundo. O uso de inibidores do fator de crescimento do endotélio vascular
(VEGF), inibidores da tirosina kinase (TK) e inibidores dos receptores do fator de
crescimento insulino-like (IGF-1) estão sendo estudados como alternativas para
o tratamento do SE associado ou não às terapias convencionais. (9,81,127,136–
140).
1.3) Dor nos pacientes com câncer
Segundo a Associação Internacional de Estudo da Dor (IASP) (1986), dor
é uma experiência emocional adversa ao prazer, associada a lesões teciduais
presentes, potenciais ou vivenciadas pelo paciente, mesmo sem substrato
anatômico, tendo a interferência tanto de fatores clínicos como também de
fatores culturais deste indivíduo. (7)
É o sintoma mais prevalente no paciente com câncer, tanto na população
adulta quanto na pediátrica, sendo esta dor não somente física, mas também de
natureza psíquica, social e espiritual. (141,142)
A OMS considerou a dor na população pediátrica como o maior problema
de saúde pública em todas as partes do mundo, sendo o seu manejo adequado
ainda muitas vezes desconhecido, a despeito de sua prevalência. (143–145)
A dor do câncer se enquadra em todos os tipos de dores, sendo
considerada como dor mista, se observando componentes da dor nociceptiva e
neuropática. A dor tem a influência de substâncias imunomediadoras produzidas
tanto pelas células inflamatórias como pelas células cancerígenas. Além disso,
a presenças de tumoração em pacientes com câncer pode causar diretamente
lesões nervosas, assim como o seu tratamento pode ser um gatilho para o
surgimento da dor. (141,146–149)
A dor pode estar presente em muitas etapas no curso da doença
neoplásica, desde o diagnóstico, durante o tratamento, no fim de vida ou até no
controle da doença. (6,150–154). Acredita-se que cerca de 30% a 50% dos
pacientes com câncer apresentam dor moderada a severa. Nos pacientes com
11
doença avançada estima-se cerca de 75% a 90% apresentam o relato de dor,
gerando desta forma uma pior QdV.(155–161)
Nos pacientes pediátricos a forma de avaliar este sintoma dependerá da
faixa etária do paciente, e a família tem um papel importante na percepção e
tolerância da dor pela criança. Os familiares interagem diretamente com a
criança e podem ajudar no controle da dor ou por outro lado, ter um papel
piorando o seu controle, podendo levar a catastrofização da dor. Por isso, a
abordagem destes pacientes não pode se restringir somente ao indivíduo doente
devendo ser estendido aos seus cuidadores, familiares ou não, através de
tratamentos interdisciplinares que deverão ser instituídos desde o início da
abordagem terapêutica.(162,163)
As neoplasias ósseas primárias, como o OS e nos SE, constituem os
tumores ósseos mais comuns na infância e na adolescência e podem cursar com
importante dor óssea. Os pacientes com tumores sólidos em geral podem
também apresentar dor óssea, devido à presença de metástases ósseas, como
é o caso do neuroblastoma (NB). A dor óssea é classificada, por muitos
pacientes, como a pior das dores no paciente com câncer (164,165) e se
caracteriza por ser contínua e aumentar de intensidade com o tempo. Mesmo
controlada com medicações, a dor pode ainda se apresentar de forma irruptiva
– “Breakthrough Pain” (BP) – sendo mais importante que a dor habitual (166–
168).
1.3.1) Fisiopatologia da dor nos pacientes com tumores ósseos
Para haver a percepção de dor, é necessária uma sincronização de
processos complexos que incluem a detecção do estímulo no meio, convertendo
em sinal eletroquímico que se transmite pelo sistema nervoso periférico (SNP)
até o SNC, onde se percebe a sensação de dor. Esta transmissão necessita de
fibras nervosas A e deltas, fibras grossas e mielinizadas que auxiliam na
velocidade de transmissão, e das fibras nervosas C, não-mielinizadas, finas e
com velocidade mais lenta. (149,169–171)
12
As células ósseas têm grande importância na perpetuação da dor óssea
induzida pelo câncer, já que há a desregulação entre os osteoclastos e
osteoblastos, formando lesões que podem ser tanto líticas ou com neoformação
óssea acometendo a inervação óssea (171,172). A inervação do osso
mineralizado, medula óssea e periósteo é feita por fibras aferentes sensoriais e
simpáticas que geralmente estão associados aos vasos sanguíneos, tendo um
número muito grande por área. Entretanto, a sensação dolorosa se dá
predominantemente, mas não exclusivamente, no periósteo, onde há um maior
número de fibras nervosas (173–176). Vários autores têm como modelo ratos
murinos, sendo observadas suas alterações através de estudos com a formação
de tumoração óssea, ocasionada pela aplicação de células de sarcomas,
mimetizando o comportamento doloroso (173,177–180).
Estes estímulos dependerão de que tipo de destruição óssea que o tumor
ocasionará. Nos casos de lesão osteolítica, há a liberação de fator 3 de atividade
transcripcional (ATF-3), que é encontrado no núcleo dos neurônios sensoriais,
levando a sensação dolorosa pela destruição das fibras sensoriais aferentes
normais. Enquanto, nas lesões osteoblásticas, há a alteração do pH local
causada pela morte celular e pela migração de células inflamatórias. Isto é, com
a redução do pH, há um aumento da atividade osteoclástica (absorção óssea),
o que leva a um estímulo dos receptores transitórios potenciais 1 (TRPV1)
acarretando o aumento do influxo de cálcio; estas alterações levam a ativação
dos canais iônicos ácido-sensível-3 (ASIC-3), tendo a sensibilização dos canais
de sódio. (180)
A abertura de canais iônicos pela adenosina trifosfato (ATP), liberada por
estímulos mecânicos e por mediadores inflamatórios, como: prótons, endotelinas,
prostaglandinas, bradicinina, fatores de crescimento nervoso, fator de
crescimento epidérmico, fator beta de crescimento transformador e fator de
crescimento derivado plaquetário (169,170,177–186). Estas alterações levam a
liberação de imunomoduladores de forma exacerbada, aumentando, assim, a
cliclooxigenase 2 (COX2). Por isso, a utilização de anti-inflamatório não
esteróide (AINE) é uma boa opção de controle da dor nestes pacientes (187–
192).
13
O componente neuropático também está associado na dor oncológica,
devido à destruição das fibras sensoriais que inervam a medula óssea, da parte
mineralizada dos ossos e pela disposição descontínua e fragmentada presente
na região estromal do tumor, com a associação com disfunção sensitiva, motora
e autonômica. (34,35)
A estimulação destes receptores leva a sensibilização neuronal, causando
hiperalgesia e alodínia, devido à liberação da substância P nas fibras primárias
aferentes por estímulos que anteriormente não levariam a esta liberação. Na
sequência, são ativados os receptores de neuroquinas-1 que estão expressos
no cordão neuronal espinhal (34,35), ou seja, utilizando nociceptores
adormecidos (193), levando a um aumento da forma extracelular de glutamato,
exacerbando ainda mais o estímulo (141,173,194,195).
Com a liberação de mediadores neuroquímicos ocasionados pela
presença de substâncias nociceptoras há a transmissão dos estímulos pelos
neurônios aferentes primários e gânglios da raiz dorsal, através da fosforilação
da proteína-quinase, e também para o cordão espinhal (neurônio aferente
secundário) e para o SNC (192). Este estímulo leva a uma sensibilização central
através do aumento do número de astrócitos estimulados, elevação da
expressão c-Fos (marcador de atividade neuronal), aumento da proteína glial
fibrilar ácida, internalização dos receptores de substância P no cordão espinhal
e a indução na produção de peptídeos pro-hiperalgésicos de dinorfina (192,195–
197).
1.3.2) Manejo da dor óssea no paciente com câncer ósseo primário
Como em todos os tipos de câncer, nos tumores ósseos, a dor pode estar
presente em todas as fases da doença. Na literatura, podemos encontrar várias
formas de abordagem terapêutica para a dor óssea nestes pacientes. A base do
tratamento é a redução do tamanho tumoral, com a instituição do tratamento
quimioterápico adequado para o controle da doença, associado ao tratamento
local com intervenção cirúrgica e/ou RDT. Com isso há diminuição das chances
destes pacientes desenvolverem complicações como fraturas patológicas e
compressão medular, preservando assim, a capacidade funcional. (6,195)
14
De acordo com cada caso, o tratamento local cirúrgico pode ser efetuado
antes ou após protocolos de QT de altas doses, utilizando cirurgias que
preservam os membros, amputações e desarticulações. Estes procedimentos
podem levar o paciente a iniciar um processo de dor crônica com característica
neuropática. Um exemplo, é a dor do membro fantasma, que necessita de
abordagens farmacológicas precoces. (198,199)
Aliado ao tratamento oncológico, as dores ósseas do câncer causadas por
metástase ou mesmo pelo sítio primário, são controladas através de medidas
farmacológicas e não-farmacológicas (200).
1.3.2.1) Medidas Farmacológicas
1.3.2.1.1) AINE e analgésicos comuns:
Entre as medidas farmacológicas, os AINE preconizados na população
adulta, também são utilizados na população infanto-juvenil (143). Os principais
AINE são os inibidores inespecíficos da ciclo-oxigenase (COX), COX-1 e COX-
2, alguns destes não são utilizados na população pediátrica. (201)
Protocolos em crianças usualmente incluem ibuprofeno, cetorolaco e os
diclofenacos, associado ou não aos opioides (195,202), que também inibem a
COX de forma inespecífica, sendo recomendado a utilização de doses menores
por um menor tempo, para que se evitem complicações descritas à utilização
dos AINE, como alterações renais e gastrointestinais. (143,145)
O paracetamol (acetoaminofeno) é utilizado como primeira linha no
tratamento analgésico na população pediátrica com câncer em todo o mundo e
em alguns trabalhos em associação com opioides, como codeína e tramadol.
(203)
O mecanismo de ação do paracetamol não é de todo compreendido,
porém já se sabe que ele tem ação COX-2 (155,204). Há uma recomendação da
Agência Americana de Controle de Alimentos e Drogas (FDA) que a associação
de paracetamol com opioides fracos se restrinjam a dose de 325 mg de
paracetamol pelo risco de que se alcancem doses tóxicas (141,155,205,206),
uma vez que a apresentação mas encontrada da associação de codeína com
15
paracetamol é com 500 mg, além de que o uso da codeína como monoterapia é
questionado em vários trabalhos que mostraram ter uma eficácia no alívio da dor
entre 25% a 100%, sugerindo que muitos pacientes possam estar sendo sub
tratados. (155,207–211)
Assim como o paracetamol, a dipirona (metamizol) também tem seu uso
difundido para controle de dor e como antipirético na população pediátrica. Seu
mecanismo de ação também não é totalmente conhecido, porém se sabe que o
medicamento age tanto como inibidor da COX-1 quanto da COX-2, mas a sua
ação anti-inflamatória é pobre quando comparado com sua capacidade
antipirética (212–217).
A dipirona é considerada como uma pró-droga e seus metabólicos se
ligam a diferentes receptores, como de opioides e canabinóides (214), porém
muitos estudos que compararam dipirona com paracetamol ou com AINE não
demonstram diferenças significativas no controle de dor a não ser na ação
antiespasmódica (212,218–220). Seu uso é recomendado no controle da dor em
pacientes oncológicos com dor leve, e na dor moderada a severa, como
adjuvante combinados aos opioides. (215)
1.3.2.1.2) Opioides:
Mundialmente o uso de opioides é preconizado no tratamento da dor
relacionada ao câncer, tendo como droga padrão a morfina (203). Os opioides
tem como vantagens: a variedade de drogas existentes, diferentes vias de
administração, diferentes limites de doses e rapidez de resposta (203,221). Eles
agem ligando-se aos receptores opioides encontrados no SNC e no SNP, agindo
na modulação da dor, no sistema imunológico e no controle hormonal (203).
Apesar dos benefícios dos opioides para o controle da dor nos pacientes
com câncer, observa-se que nos pacientes que apresentam dor óssea
relacionada ao câncer esta classe de drogas é menos eficaz. Nestes casos, os
opioides têm a função de ajustar o comportamento doloroso nos pacientes com
dor moderada, porém com dor severa, quando há necessidade de doses mais
elevadas de opioides, não se observa um ganho da analgesia e sim um aumento
dos EA. (222–227)
16
A morfina é a principal droga utilizada, tanto em crianças como em adultos.
É um agonista dos receptores mu (µ) presentes no SNC, principalmente em
tronco cerebral e tálamo. Pode ser usada por todas as vias de administração,
porém, por VO seu pico plasmático se faz lentificado com uma biodisponibilidade
de 30% a 40%, enquanto por via intravenosa ou subcutânea pode apresentar
biodisponibilidade de até 75% e independente da via, apresenta meia-vida de 2
a 4 horas (141,158,195,202,228–231). Sua metabolização é realizada a nível
hepático, produzindo dois metabólitos: morfina-3 glucuronide (M3G) que tem
uma ação mais sedativa, sendo a causa dos efeitos adversos (EA) mais
preocupantes, como a depressão respiratória; e a morfina-6 glucuronide (M6G)
que possui efeito analgésico. Ambos os metabólitos são excretados por via renal,
devendo-se ter cuidado nos pacientes com insuficiência renal (195,232–234).
A morfina é recomendada para os casos de dores classificadas como de
intensidades moderadas a severas, conforme a recomendação da OMS, e como
droga padrão-ouro ela é a base para a rotação de opioides (158,235,236). Há
estudos que já recomendam a utilização dos opioides fortes já no segundo
degrau da escada analgésica da OMS, isto é, na dor moderada, em baixas
dosagens, ao invés de utilizar os opioides fracos (codeína e tramadol), havendo
boa tolerância e, com isso, tendo um impacto positivo na qualidade de vida do
paciente (222,237).
Estudos relatam que cerca de 10 a 30% dos pacientes não respondem a
morfina (238). Várias teorias são aventadas mas acredita-se que a constituição
genética do paciente possa interferir na metabolização da morfina (235,238–241).
Em modelos animais o uso de morfina também pode ser considerado como um
causador importante de dor ou da sua perpetuação, levando assim a hiperalgesia
(25,242).
A morfina também pode ser a causa de fraturas espontâneas, pelo
aumento dos níveis do fator de transcrição dependente de AMP cíclico (ATF),
pela capacidade de acelerar a destruição óssea induzida pelo sarcoma elevando
a atividade dos osteoclastos e a regulação da interleucina-1 (IL-1).(25,242)
A morfina induz a tolerância, que pode interferir na própria analgesia, isto
é, não sendo eficaz com uma dose habitualmente analgésica, por alterações da
17
farmacodinâmica ou farmacocinética do opioide; tolerância devido a efeitos
depressivos do SNC e náuseas; ou tolerância devido ao efeito constipante
(25,235).
Mesmo com estas complicações, a morfina ainda é a droga de escolha,
principalmente nos casos de BP, quando é dado um opioide de ação rápida,
como a morfina, de forma suplementar. (222,243,244).
Outro opioide forte muito usado em oncologia pediátrica é a metadona.
Sua ação em dor de característica neuropática já é bem conhecida como nos
modelos de dores nociceptivas, o que é um dos grandes benefícios quando é
utilizada nas dores induzidas pelo câncer, principalmente nos pacientes que já
estão usando altas doses de opioides (245–248). Mesmo apresentando uma
absorção pelo trato gastrointestinal rápida, um pico plasmático também rápido e
por VO elevada, com cerca de 80%, a metadona apresenta meia-vida muito
desigual devido ao seu perfil lipofílico, podendo variar de 9 horas a 87 horas,
sendo isso um risco para o paciente (195,245,248–250). Sua metabolização é
feita a nível hepático por ação da N-demetilação através do citocromo (CY) P450,
que devido a isto, possibilita a interação com outros medicamentos que utilizem
esta via metabólica. A eliminação ocorre por via renal e fecal
(231,245,248,251,252).
Estudos vêm descrevendo um prolongamento Q.T. no eletrocardiograma
(ECG) em paciente em uso de metadona, porém não se provou uma relação
dose dependente ou que o seu uso prolongado possa interferir no aparecimento
deste distúrbio de condução elétrica no miocárdico. Porém muitas outras drogas
de uso concomitante no paciente oncológico, como ondansetrona, granisetrona
e fluoxetina, também apresentam este para-efeito (248,253,254).
A metadona , assim como a morfina, é um agonista dos receptores µ, com
ação nos receptores de opioides lambda (d) e kappa (k), além de ação inibitória
da recaptação da serotonina e noradrenalina no SNC e inibição da ação no N-
metil-D-aspartato (NMDA), respondendo bem as dores com componentes
neuropáticos presentes (248,255–257). Apresenta comodidade de
administração, duas ou três vezes ao dia, podendo ser administrada por VO ou
por sonda nasoenteral (SNE), e pode ser também uma opção no caso de
18
pacientes que apresentam tolerância a opioides ou mesmo hiperalgesia induzida
por opioides. Devido a estes benefícios, muitos pesquisadores recomendam que
a metadona deva estar no arsenal terapêutico para os pacientes pediátricos com
dor relacionada ao câncer (248,258–260).
O fentanil já é bem definido como uma opção no controle de dor
relacionada ao câncer nestes pacientes. Em comparação a morfina, o fentanil
apresenta o poder analgésico de 100 vezes maior. Na apresentação em
adesivos transdérmicos (TD) ocorre a liberação da droga lentamente para a
corrente sanguínea através da pele, durante as 24 horas do dia. A
metabolização ocorre a nível hepático pelo CYP450, o transformando em
norfentanil que se acopla fortemente aos receptores µ, tendo ação também nos
receptores d e k. Porém, diferente de outros opioides fortes, ele pode ser usado
em pacientes com insuficiência renal (261,262).
Na apresentação TD, se faz necessário a troca do adesivo a cada 72h
(263–265) sendo uma apresentação muito utilizada nos pacientes em que a VO
não está disponível. É uma medicação muito utilizada nos pacientes em
cuidados paliativos, possibilitando uma melhor QdV (202,266,267). Uma das
desvantagens de sua utilização é o seu elevado custo (266).
Entre os opioides fortes, a oxicodona vem mostrando resultados
satisfatórios no controle da dor com menos EA em adultos com dor crônica não-
oncológica moderada a severa e em casos de dor induzida pelo câncer. Porém
na população pediátrica a FDA só aprovou seu uso em agosto de 2015, em
decisão muito controversa, para pacientes acima de 11 anos de idade em
pacientes em que o controle da dor com outros opioides não foi suficiente, tendo
o paciente previamente usado algum opioide de forma regular e na apresentação
de liberação controlada (LC). (268)
Com isso, a oxicodona LC vem se mostrado segura, não só pelo melhor
controle de dor, mas também, pela administração mais cômoda a cada 12 horas,
ao contrário de outros opioides cuja administração se faz necessária a cada 4 ou
6 horas (268,269)
Pela escala analgésica da OMS é preconizada a utilização de opioides
fracos no segundo degrau, isto é, nos acasos de dor moderada (Escala Verbal
19
Numérica (EVN) 4 a 6) sendo o tramadol um dos mais usados (203,261,270,271).
Ele tem ação como agonista dos receptores opiáceos µ como também são
inibidores da captação da serotonina e da noradrenalina, porém quando
comparado a morfina e a metadona, apresenta pior ação nesta via dolorosa.
(25,203,270).
A metabolização do tramadol também se faz a nível hepático, produzindo
dois metabólitos principais: o O-desmetiltramadol (M1), uma afinidade maior
pelos receptores µ, e N-didesmetiltramadol (M5), uma ação analgésica ruim
(261,272). Em virtude de seu local de metabolização, pode sofrer interferência
de várias drogas que também tem o fígado como órgão responsável pelo seu
metabolismo. Sua excreção se faz 90% a nível renal e 10% pelas fezes,
apresentando uma meia-vida de 5 a 6 horas.
O risco de o paciente com dor relacionada ao câncer desenvolver a
síndrome serotoninérgica, devido a utilização concomitantes de várias
medicações que interferem na recaptação da serotonina é grande, uma vez que
drogas como antieméticos, ansiolíticos e anticonvulsivantes são usadas em larga
escala nesta população (261,273).
Mesmo havendo boa tolerância ao tramadol, que raramente leva a
quadros de depressão respiratória nos pacientes pediátricos com câncer, a FDA,
desde abril de 2017, não recomenda o seu uso em pacientes em menores de 12
anos de idade, em mulheres que estejam amamentando e em adolescentes que
tenham uma história de obesidade, apneia do sono, incluindo os pacientes em
pós-operatório de amigdalectomia e adenoidectomia ou doenças pulmonares
graves. (271)
A codeína, assim como tramadol, é classificada como opioide fraco e
utilizado no segundo degrau da escada analgésica (dores moderadas). Essa
medicação é muito utilizada na população pediátrica, não só como controle da
dor, mas também por ter uma ação antitussígena importante. Encontrada em
apresentações como droga única ou associada a paracetamol (261).
A codeína é classificada como uma pró-droga, isto é, necessita ser
metabolizada no fígado para se tornar ativa, se transformando em morfina, além
de M3G e M6G. Sua biodisponibilidade por via oral é de 30% a 40% com pico
20
plasmático de 1 a 2 horas após a ingestão e meia-vida de 2,5 horas a 3,5 horas
(261,274).
Seu poder analgésico tem uma equivalência de 1:10 quando comparado
a morfina, porém assim como no caso de uso de morfina, há pacientes que
apresentam alteração em sua metabolização por alterações genéticas do
CYP450, levando EA indesejáveis. (261,275–277)
A FDA não recomenda o seu uso em pacientes menores de 12 anos de
idade, em mulheres que estejam amamentando e em adolescentes que tenham
uma história de obesidade, apneia do sono, incluindo os pacientes em pós-
operatório de amigdalectomia e adenoidectomia ou doenças pulmonares graves,
assim como o tramadol. (271)
Dentre os opiáceos, uma droga que vem retomando seu uso neste cenário
é a buprenorfina. A buprenorfina está entre os opioides fortes, porém seu uso
tem sido mais frequente nos pacientes com dor crônica não-oncológica, não
sendo utilizado como primeira linha em pacientes com câncer. (278,279)
A buprenorfina é uma agonista parcial dos receptores opioides, isto é , é
um agonista dos receptores µ e antagonista dos receptores k e d (279–281), com
uma forte ligação a estes receptores, levando a uma analgesia mais prolongada
podendo chegar de 6 a 8 horas. Seu poder analgésico, na apresentação TD,
quando comparado a morfina, é de 1:10 mais potente. Sua metabolização faz-
se a nível hepático como os demais opioides, usando o CYP450 e
transformando-a em norbuprenorfina, que é um metabólito inativo. Sua excreção
se faz uma parte pelos rins mas a sua forma ativa tem excreção biliar, sendo
assim seguro na utilização em pacientes com insuficiência renal.(279)
No Brasil, a buprenorfina só é encontrada na forma de adesivos TD, bem
tolerado por pacientes em que a VO não é possível, havendo analgesia
satisfatória quando comparado com pacientes em uso de opioides por VO,
principalmente os opioides orais de LC. A intervenção nos casos de BP tem visto
menos necessidades de morfina de ação rápida, tendo um impacto positivo
quando analisada a QdV. Entretanto, quando comparado os EA, os mesmos são
iguais para todos os opioides (282,283).
21
1.3.2.1.3) Drogas adjuvantes:
Além dos analgésicos, há drogas que inicialmente não foram
desenvolvidas para o tratamento da dor, mas que vários estudos comprovaram
sua utilização em pacientes com dor crônica. Elas interferem na modulação da
dor e com isso auxiliam o controle deste sintoma. São os adjuvantes, como os
anticonvulsivantes, antidepressivos e anestésicos, entre outros (236). A terapia
multimodal para o controle da dor tem o objetivo de melhor controle da dor com
menores EA que as drogas isoladas poderiam causar (284). A dor em pacientes
com todos os tipos de câncer apresenta componentes neuropáticos importantes,
independente da faixa etária. Estas alterações podem ocorrer pela própria
característica infiltrativa dos cânceres acometendo componentes nervosos
adjacentes a eles; por drogas que podem levar a neuropatia periférica; doenças
concomitantes; ou infecções oportunistas, como nos casos de herpes
zoster.(285)
A utilização e eficácia de antidepressivos como adjuvantes no tratamento
da dor em adultos já está bem comprovada desde os anos 1970. Estas
medicações são muito utilizadas no manejo de dor, mas em doses muito mais
baixas do que as doses para o tratamento da depressão, e são uma arma
importante no tratamento da dor óssea induzida pelo câncer. (286–288). Os mais
usados são os antidepressivos tricíclicos (ATC) (amitriptilina, imipramina),
inibidores da recaptação da serotonina-noradrenalina (duloxetina, venlafaxina),
inibidores da recaptação seletivos da serotonina (fluoxetina, sertralina,
citalopram) e os inibidores da recaptação da dopamina-noradrenalina
(bupropiona) (286)
Na população infanto-juvenil, os ATC são os mais utilizados, sendo a
amitriptilina a mais utilizada. Este fármaco age como inibidor da recaptação pré-
sináptica da noradrenalina e serotonina e inibe a ação dos canais de sódio, além
de agir nos canais de cálcio e nos receptores de NMDA, levando a uma analgesia
endógena (285,286,289). Devido a esta ação dos ATC, muitos autores têm
recomendado a introdução precoce desta classe farmacológica nos pacientes
com cânceres ósseos, cujo tratamento local será a amputação do membro
acometido, visando a prevenção da dor do membro fantasma, que ainda afeta
22
cerca de 50% a 90% dos pacientes amputados e que pode perdurar entre 6
meses e muito anos (25,152,290–296).
Os anticonvulsivantes constituem também um importante instrumento no
arsenal terapêutico destes pacientes, tendo papel adjuvante no tratamento da
dor neuropática. Eles atuam de várias formas, como: na modulação dos canais
de cálcio (gabapentina, pregabalina); na inativação prolongada dos canais de
sódio (carbamazepina, topiramato, fenitoína, ácido valpróico); ativação
prolongada dos receptores dos ácido gama-amino-butírico (GABA) (vigabatrina,
topiramato, valproato); ativação prolongada dos canais de cloro (barbitúricos,
benzodiazepínicos). (25,285,296–298)
A gabapentina e a pregabalina já eram usadas para o tratamento da dor
neuropática do adulto e nos pacientes pediátricos, havendo poucos dados sobre
neste último grupo. No entanto, novos estudos mostraram uma eficácia na
população pediátrica de 86% quando introduzida a gabapentina ou a pregabalina
na terapêutica já preconizada, voltando ao conceito de tratamento multimodal
em especial para pacientes com hiperalgesia e alodínea. (284,285,299–305)
Como a amitriptilina, a gabapentina também tem ação na dor do membro
fantasma, sendo usada associada à amitriptilina e morfina, evitando assim doses
mais altas do opioide e com isso, diminuindo consideravelmente a gravidade dos
EA, passando a ser recomendado o seu uso preventivo nos pacientes que
possam necessitar de amputação. (290,306,307)
Em estudo comparando a gabapentina com tramadol no tratamento de
dor moderada a severa com características neuropáticas e mista, observou-se
que o controle de dor se fez na forma de não-inferioridade, porém com melhor
controle dos EA (308). Em estudo avaliando a gabapentina associado à morfina,
verificou-se queda de no mínimo de 50%, quando utilizados instrumentos de
mensuração de dor pediátrica. (309)
A carbamazepina também é muito utilizada no controle da dor causada
pela nevralgia do trigêmeo, porém vários estudos não demonstram esta eficácia
na dor neuropática com acometimento de outros grupos de nervos e, quando
comparada ao aparecimento EA não é recomendada de rotina. (285,310–313)
23
A S-quetamina, que é um antagonista do receptor de NMDA, que promove
um melhor controle da dor nestes pacientes (25,314). Com a utilização de baixas
doses de S-quetamina já se obtém uma resposta satisfatória no controle da dor,
permitindo a diminuição das doses de opiáceos, sem prejuízo de seu efeito
analgésico e com menos EA.
A S-quetamina também pode ser usada como droga única, e por isso,
vem sendo usada nos casos de dor no câncer refratário ao tratamento
convencional (199,200,202,315,316). Sua ação se dá pela inibição da proteína-
quinase e o bloqueio do influxo intracelular de cálcio, não ocorrendo à liberação
de óxido nítrico (NO). Por esta razão, é recomendada dose de S-quetamina
intermitente e não em infusão contínua, o que levaria a maior saturação dos
receptores e formação de tolerância, necessitando-se assim de doses mais
elevadas tanto de S-quetamina como de opioides.(317,318).
O uso de anestésicos é uma proposta para tentar prevenir a formação de
tolerância dos opioides assim como a hiperalgesia presente em muitos desta
classe de drogas. (25,314)
A lidocaína é uma opção no manejo da dor induzida pelo câncer quando
a mesma é refratária às medicações convencionais, podendo ser usada em
forma de infusão contínua como também na apresentação de adesivos TD (319–
321). Habitualmente a lidocaína é muito utilizada para anestesia local, por ser
um anestésico reversível. Sua ação acontece através bloqueio dos canais de
sódio e consequentemente atuação na estabilização da membrana neuronal,
agindo na inibição da condução do impulso pelo neurônio, porém sem interferir
com os neurônios sensitivos e motores. (195,321)
Sua metabolização é feita a nível hepático, através do CYP450, produzido
principalmente a monoetilglicinaxilidida (MEGX), que como anestésico possui
fraca ação, mas que atravessa rapidamente a barreira hematoencefálica
podendo levar a complicações, como crises convulsivas, especialmente nos
pacientes neonatais, havendo registro deste EA independente da dose utilizada.
Sua excreção se faz a nível renal, sendo 90% na forma metabolizada e somente
10% na forma inalterada, devendo-se ter cuidado em pacientes com algum grau
de insuficiência renal. (195,320,322,323)
24
No tratamento adjuvante da dor, a lidocaína pode ser administrada
através de infusão contínua, intravenosa ou mesmo subcutânea, pela técnica de
hipodermóclise, em doses mais baixas, devendo-se ter todos os cuidados para
que se evitem os EA (195,320). A lidocaína pode ser administrada também
através da utilização de adesivos TD, inicialmente usados em pacientes com dor
nociceptiva, com a mesma função dos adesivos utilizados para aplicação de
anestesia local. Atualmente recomenda-se utilizar a forma TD nos casos de
nevralgia pós-herpética e dor neuropática, havendo trabalhos que evidenciaram
resposta satisfatória dos adesivos TD de lidocaína em casos de pacientes com
dor relacionada ao câncer, dor mista, principalmente no controle de alodínea.
(324–328)
Os corticoides (CTC) têm uma ação adjuvante eficaz no tratamento da dor
neuropática. Com uma farmacocinética ainda incerta, acredita-se que os CTC
atuam na inibição da colagenase e no bloqueio da síntese das citoquinas pró-
inflamatórias e por isso, há a ação nos casos de dor óssea relacionada com
câncer, podendo ser utilizados em pacientes com metástases ósseas (285,329–
332)
Os CTC de escolha são os que ocasionam uma retenção de sal menor,
havendo preferência pela prednisona e a dexametasona, que é a mais
comumente usada na população pediátrica e possui uma potência 25 vezes
maior que a cortisona endógena. (285)
Os CTC já estão inclusos em muitos protocolos terapêuticos, fazendo
parte efetiva no tratamento ou como uma alternativa no controle de sintomas,
como a anorexia, hiperêmese, fadiga e letargia entre outros. Deve-se considerar
seu uso no tratamento da dor, principalmente quando há uma resposta
inadequada ao opioide, preconizando doses mais baixas e em pulsoterapia, isto
é, durante 3 a 5 dias de infusão por curso de tratamento com CTC, para que se
atenuem os EA já muito conhecidos. (25,141,202,285,333).
1.3.2.1.4) Novas drogas adjuvantes:
Os bifosfonados fazem parte de vários protocolos terapêuticos
antineoplásicos em pacientes adultos, principalmente nos tumores em que há
25
uma grande incidência de metástase óssea, como nos casos de câncer de
próstata, câncer de mama e no tratamento do mieloma múltiplo. Sendo um
análogo do pirofosfato, faz a promoção da adesão na hidroxiapatita na superfície
óssea causando a internalização pelos osteoclastos e com isso, inibe a via
bioquímica responsável pela reabsorção de cálcio para a matriz óssea, levando
a uma diminuição na incidência de manifestações ósseas entre 30 a 40% nestes
pacientes. (195,334–339)
Estudos vêm demostrando que os bifosfonatos apresentam um efeito
antineoplásico, principalmente nos casos refratários à terapêutica convencional,
com pouca toxicidade. Isto ocorre, devido a propriedade desta classe em reduzir
a proliferação tumoral e induzir a apoptose das linhagens de células tumorais,
principalmente no caso de pamidronato e do ácido zoledrônico (AZ).
O AZ age na inibição das células tumorais aderindo e invadindo a matriz
óssea, porém mais estudos são necessários para melhor compreensão dessa
propriedade. (340–345)
Em pediatria, os maiores exemplos do uso de bifosfonados são os
pacientes com osteogênese imperfecta, distrofia muscular de Duchenne,
necrose avascular, osteoporose, doença de Perthes e na doença de Paget e em
outras patologias que levam a osteopenia severa, sendo o pamidronato o mais
utilizado. Porém o uso de bifosfonados vem aumentando nesta população,
principalmente nos pacientes em tratamento de neoplasias malignas primárias
ou metastática para osso, pela ação antineoplásica, estando indicados em vários
protocolos pediátricos de OS e SE, como também no suporte ao controle de dor.
(25,285,336–338,340,341,346–360)
O AZ vem tendo destaque em muitos protocolos antineoplásicos, já que é
100 vezes mais potente que o pamidronato, com a vantagem de ser bem tolerado,
conveniente e com efeitos mais duradouros. Disfunção renal, hipocalcemia e
osteonecrose de mandíbula são EA observados (349)
Como fármacos adjuvantes no controle da dor, muitos autores vêm
defendendo seu uso, a despeito que, em muitos estudos, o AZ é utilizado com
doses mais elevadas de opioides, sendo um fator de confundimento para a sua
real eficácia. (338,344,361,362)
26
O uso de calcitonina é defendido por alguns autores em casos de
metástases ósseas em pacientes adultos, atuando na restauração da densidade
óssea, evitando fraturas e uma ação adjuvante na analgesia, pela redução da
atividade dos osteoclastos, porém seu emprego para esta finalidade ainda não
possui evidências suficientes. (141,363,364)
Na população pediátrica, o emprego da calcitonina ainda não é bem
discutido. É usada como tratamento da hipercalcemia maligna, com ou sem a
associação de bifosfonato, acreditando-se que a controle da dor seja um efeito
da melhora da matriz óssea. (365)
Novas drogas estão sendo avaliadas para o controle da dor nos pacientes
pediátricos com câncer, sendo os canabinoides uma classe de fármacos que
apresenta um impacto importante nestes pacientes. Devido à sua ação na dor
crônica neuropática, os canabinoides já estão presentes em alguns protocolos
de tratamento onde se usam drogas que historicamente levam à neuropatia
como é o caso dos inibidores de proteassoma. (366).
O sistema endógeno de canabinoides é constituído por dois receptores: o
CB1, localizado a nível do SNC e nocireceptores aferentes (ação
neuromodulatória), e o CB2, localizado nos tecidos do sistema imunológico
(ação imunomodulatória) (367–373). Os canabinoides disponíveis são o
tetrahidrocanabidiol (THC) e o canabidiol (CBD). THC é o agonista direto do
receptor CB1, responsável pelo efeito psicoativo dos canabinoides, porém agem
também nos receptores CB2. O CBD não tem ação no CB2, mas é potente
antagonista dos receptores CB1, além de agir em outros receptores não-
canabinóides como 5-HT1A, receptores de serotonina e noradrenalina e nos
receptores vaniloides. (374–376)
Devido a esta propriedade de se conectar em outros receptores que
interferem na modulação da dor, os canabinoides, principalmente os seletivos,
são recomendados como adjuvantes associados a um opioide, em dor
neuropática refratária. (374,377)
27
1.3.2.1.5) Medidas invasivas:
Terapias mais invasivas podem ser adicionadas na lista de medidas
antálgicas nos pacientes pediátricos com câncer em qualquer momento. A
utilização do método de Analgesia Controlada pelo Paciente (PCA) vem tendo
seu espaço em várias situações, muitas vezes em dores mais agudas, como é o
caso de pós cirúrgico, transplante de medula óssea e anemia falciforme. Pode
ser utilizada nos casos mais crônicos quando a VO de administração de
medicamentos não é possível como por exemplo nos casos de mucosites graves.
Muitos serviços já utilizam esta técnica em pacientes em processo de final-de-
vida. (378–384)
O conceito do PCA faz com que o paciente ou seu familiar tenham
autonomia de sua analgesia, que acontece através de uma instalação de bomba
de infusão já previamente ajustada na velocidade de infusão, com a possibilidade
de infusão de doses extras quando o dispositivo for acionado, porém com a
segurança de limitar o intervalo das infusões extras de medicamentos (243). A
morfina é a droga mais utilizada na técnica de PCA, porém drogas como s-
quetamina e anestésicos como a dexmedetomidina também podem ser usados.
(378,385,386)
Para esta técnica se faz necessária uma via para a infusão, através da via
intravenosa ou através de cateteres implantados no cordão espinhal,
necessitando-se da hospitalização do paciente para melhor manuseio e controle
de suas complicações, ou um esquema de hospitalização domiciliar, limitando
assim seu uso (243).
Bloqueios anestésicos também podem ser uma alternativa interessante
nestes pacientes, principalmente quando o seu controle convencional da dor se
faz ineficaz. As abordagens não farmacológicas também são extremamente
importantes no controle da dor nestes pacientes, devendo a abordagem
interdisciplinar ser empregada desde o primeiro contato com o paciente, como
preconizam as normativas dos cuidados paliativos (195).
A utilização de radionucleotídeos, como o: fósforo-32, estrôncio-89, ítrio-
90, samário-153 e rênio-186, também são descritos pelos seus efeitos
analgésicos, não só pela destruição tumoral que eles ocasionam, mas também
28
como inibidores dos mediadores da dor, agindo assim diretamente nas lesões
osteoblásticas, sendo mais utilizados em pacientes com metástase óssea devido
câncer de próstata, mama e de pequenas células pulmonares. Porém o uso
destas novas medicações em pacientes pediátricos necessita de mais
evidências (25).
1.3.2.2) Medidas não-farmacológicas
1.3.2.2.1) Psicoterapia e terapias corporais
Medidas não-farmacológicas também fazem parte no tratamento no
paciente com dor relacionada ao câncer, como abordagem física e psicológica,
auxiliando na condução do paciente e tratando a dor e o sofrimento de uma forma
integrativa. (285)
A psicoterapia já tem seu papel muito bem documentado não só no
tratamento de pacientes com dor crônica, não-oncológica como também
oncológica. Trabalhos mostram que pacientes que estão em psicoterapias tem
uma redução significativa da dor, como também uma melhora do quadro de
depressão.(387,388) Técnicas de relaxamento, “biofeedback” e controle da
ansiedade devem ser empregadas, sendo também a participação dos pais e
cuidadores de primordial importância para o sucesso do tratamento, devendo ser
incentivada. (387,389–392).
Terapias corporais como acupuntura, meditação, hipnose, yoga, entre
outras são muito bem toleradas pela população pediátrica. A associação destas
terapias corporais com as condutas farmacológicas para o controle da dor vem
mostrando ser muito eficaz, com estudos demonstrando que pacientes que
utilizam estas terapias apresentam uma menor necessidade de opioides,
podendo chegar a uma redução de até 60% da dose de medicamentos
antálgicas. (393–398)
Dentre as terapias corporais, a acupuntura vem sendo empregada e com
boa resposta no tratamento da dor em pacientes pediátricos. Esta técnica
milenar da medicina chinesa já é muito bem conhecida e empregada em várias
29
partes do mundo. Apesar de que, para a medicina chinesa, as crianças ainda
não possuem seus pontos energéticos bem desenvolvidos, elas respondem
muito bem a esta técnica para dor, sendo o medo de agulhas, um elemento
dificultador para instituição desta técnica em crianças. (395,399)
Os benefícios da acupuntura não se restringem as dores miofasciais onde
o componente musculoesquelético tem um grande papel (395,400), mas também
em quadros de enxaqueca, contribuindo para a diminuição dos episódios
(395,401). Nos pacientes com dor relacionada ao câncer, a acupuntura tem ação
direta na dor neuropática, sendo a acupuntura tradicional ou mesmo a utilização
da acupuntura auricular com sementes melhor tolerada pela população
pediátrica, alcançando diminuição de cerca 36% da intensidade da dor em 2
meses de tratamento (395,402). Mesmo sendo muito promissora, esta terapia
necessita de mais estudos na população pediátrica.
1.3.2.2.2) Radioterapia e cirurgias:
Os métodos de controle da dor por intervenção ou através de RDT,
medidas cirúrgicas e através de procedimentos neurocirúrgicos também podem
ser empregados nos pacientes com dor relacionada ao câncer. A RDT antálgica
é uma medida muito utilizada nos pacientes com tumores metastáticos para
ossos, porém cerca de 40% dos casos mais avançados não respondem à RDT
para o controle da dor (141,403,404). Geralmente se usam doses de radiação
mais baixas, em dose única ou em poucas frações (405).
As medidas cirúrgicas e neurocirúrgicas podem ser alternativas em
pacientes com dores que não apresentem melhoras com as medidas
farmacológicas. Em virtude de serem consideradas muito invasivas e definitivas,
devem ser reavaliadas com cuidado, como é o caso das neuroablações,
cordotomias e manipulações das vias da dor, sendo desta forma, pouco
utilizadas na população pediátrica (141)
30
2) JUSTIFICATIVA
Apesar da melhora da curabilidade das neoplasias ósseas com as novas
abordagens terapêuticas desenvolvidas para os pacientes com OS e SEO, a dor
ainda continua sendo muito prevalente em todas as fases do tratamento. O seu
manejo ainda é pouco explorado, sendo muitas vezes ainda utilizadas
abordagens terapêuticas não mais aceitáveis. (271)
Mesmo com guias de tratamentos e com melhores estudos na área de
medicina paliativa (406), sentimos a necessidade de avaliar como os pacientes
com tumores ósseos se apresentam em relação a dor ao diagnóstico e durante
o tratamento, assim como se as medidas implementadas no serviço foram
capazes de efetivamente controlar este sintoma.
A hipótese seria que a dor em pacientes com tumores ósseos é um
sintoma importante na doença, a avaliação e manejo não são homogêneos e
mesmo com o arsenal terapêutico disponível para o tratamento da dor, ainda não
é possível o controle em todos os pacientes.
Nos propomos com os resultados deste estudo a conscientizar e
sensibilizar os profissionais que trabalham com pacientes portadores de
cânceres ósseos primários que o controle da dor deve ser considerado uma das
prioridades da assistência a estes pacientes, levando assim, a melhoria do
cuidado global aos pacientes pediátricos.
31
3) OBJETIVOS
3.1) Objetivo geral
Avaliar a dor nos pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários
que foram matriculados na seção de Oncologia Pediátrica do INCA.
3.2) Objetivos específicos
a. Descrever as características sociodemográficas e da doença em
pacientes com câncer ósseo primário;
b. Determinar a frequência de dor em pacientes com tumores ósseos ao
diagnóstico e durante o tratamento;
c. Avaliar o controle da dor em relação ao controle da doença neoplásica;
d. Avaliar a evolução temporal da dor de acordo com a etapa do tratamento
até a data limite do trabalho ou no momento do óbito, caso tenha ocorrido
antes;
e. Identificar as drogas mais comumente usadas com a finalidade de
controle da dor;
f. Identificar se o tratamento efetuado com as drogas antálgicas disponíveis
foi eficaz no controle da dor
32
4. PACIENTES E MÉTODOS
4.1) Tipo de Estudo
Estudo retrospectivo de uma coorte de pacientes pediátricos com
cânceres ósseos primários matriculados na seção de Oncologia Pediátrica do
Instituto Nacional de Câncer (INCA) José de Alencar Gomes da Silva, no período
entre janeiro de 2011 e dezembro de 2016, pelo critério de conveniência, com
coleta de dados disponíveis nos prontuários.
4.2) Local de realização do estudo
O INCA é uma instituição de referência nacional para o tratamento do
câncer, com quatro unidades além do Centro de Transplante de Medula Óssea
(CEMO), localizadas no município do Rio de Janeiro, Brasil.
Dentro do complexo do INCA, a Seção de Oncologia Pediátrica é
responsável pelo atendimento das crianças e adolescentes com tumores sólidos
e representa uma evolução na assistência médico-hospitalar oferecida aos
pacientes nessa faixa etária (de 0 a 18 anos); contando com: o setor
ambulatorial; as enfermarias; unidade de tratamento intensivo pediátrico;
hospital-dia; e pronto atendimento pediátrico.
Os pacientes chegam ao INCA através de encaminhamentos feitos por
unidades de saúde de todo estado do Rio de Janeiro, sendo avaliados pelo setor
de Triagem e encaminhados para o ambulatório de pediatria onde são
reavaliados quanto à abertura de matrícula e seguimento na unidade ou retorno
às unidades de origem.
Caso seja realizada a matrícula do paciente, o paciente passa por
avaliação multiprofissional: enfermagem, psicologia, serviço social, odontologia
e fisioterapia, além da avaliação médica. Neste momento, o paciente é
33
designado para um dos oncologistas pediátricos, que ficará responsável por ele.
A primeira consulta com o oncologista pode ser feita no mesmo dia ou em outra
data previamente agendada. Todo este fluxo acontece no ambulatório de
pediatria e caso necessite, em primeiro momento ser internado, o fluxo é
realizado na enfermaria.
Os pacientes com OS e SE são incluídos em protocolos de pesquisa
clínica e tem o acompanhamento de enfermeiras especializadas em pesquisa,
seguindo protocolo de tratamento com QT sistêmica, com altas doses de MTX,
associado a DOXO e CDDP, nos casos de OS e os SE seguem o protocolo
GALOP, com VDC alternando do IFO associado a VP-16, tendo ambos o
momento de tratamento local com cirurgia, conservadora ou amputação, ou a
RDT.
O ambulatório de clínica da dor pediátrico, iniciado em 1999, tem a função
de dar o suporte ao controle da dor para todos os segmentos da seção de
pediatria do INCA, sendo vinculado ao grupo de dor do INCA que abrange as 4
unidades hospitalares do INCA (HC I, HC II, HC III e HC IV).
4.3) Critérios de Inclusão
Foram considerados elegíveis para inclusão no estudo, todos os
pacientes matriculados na Seção de Oncologia Pediátrica do INCA, no período
entre 01 de janeiro 2011 e 31 de dezembro de 2016, com idade entre 0 e 18
anos e 11 meses, com o diagnóstico de câncer ósseo primário com ou sem dor.
4.4) Critérios de Exclusão
Foram excluídos do estudo todos os pacientes matriculados no INCA,
exclusivamente para o tratamento de radioterapia, provenientes de hospitais
parceiros.
34
4.5) Instrumento utilizado
O período para a coleta de dados ocorreu com os pacientes matriculados
na Seção de Oncologia Pediátrica entre 01 de janeiro 2011 a 31 de dezembro
de 2016. Os dados foram coletados de forma sistematizada diretamente dos
prontuários dos pacientes pelo pesquisador responsável e registrados em
formulários padronizados (Apêndice 1).
4.6) Fluxograma de análise dos pacientes
Os pacientes foram analisados em relação às variáveis de interesse em 4
momentos distintos: na matrícula (primeira avaliação feita na instituição com
realização da primeira anamnese e abertura de matrícula, geralmente realizado
pelo médico residente de oncologia pediátrica sob supervisão), na primeira
consulta com o oncologista pediátrico (primeira consulta com o oncologista
designado para cuidar do caso), no terceiro ou quarto mês pós matrícula e na
última avaliação anterior à data limite desse estudo, 31 de dezembro de 2016.
4.7) Variáveis analisadas no estudo
Foram usadas como variáveis: idade, cor de pele, sexo, naturalidade,
moradia, principal cuidador, tipo de câncer, ausência ou presença de metástase,
tempo de evolução da dor, tratamentos recebidos (farmacológico e não
farmacológico), medicamentos recebidos, associação de medicamentos; e como
variável desfecho a dor (controle e intensidade).
Foi usado como critério de idade, aquela do dia da matrícula no INCA e
feita a categorização em faixas etárias, sendo considerado: 0 a ≤5 anos; > 5 a
≤10 anos; >10 a ≤15 anos; e acima 15 anos.
As informações sobre a cor da pele foram oriundas da informação no
prontuário na matrícula podendo ter sido usados o método de auto atribuição ou
hetero atribuição, ambos reconhecidos como métodos elegíveis de identificação
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (407). Os pacientes
foram divididos nas seguintes cores: branco, negro, pardo, amarelo e indígena.
35
Foi considerado o sexo segundo as anotações realizadas na abertura da
matrícula no INCA; baseadas no documento de certidão de nascimento
apresentado, classificados em feminino e masculino.
As informações de naturalidade, também foram coletadas do documento
fonte com os dados oriundos da certidão de nascimento dos pacientes. Quanto
ao local de nascimento, foram utilizadas as Unidades da Federação Brasileira
conforme a lei 6015/1973 modificado pela Medida Provisória 776/2017, e foram
denominados estrangeiros os pacientes nascidos fora de pais e não tendo,
conforme a lei, não sendo atrelado seu registro a nenhuma Unidade Federativa
Brasileira.
O dado de município de moradia, foram classificados conforme a divisão
oficial através de mesorregiões em: Noroeste Fluminense, Norte Fluminense,
Centro Fluminense, Baixadas Litorâneas, Sul Fluminense, Metropolitana do Rio
de Janeiro através de fontes do IBGE. (408).
Foi identificado como principal cuidador, o responsável pelo paciente que
teria maior vínculo com este, não tendo necessariamente ligação consanguínea.
Este dado foi extraído do documento fonte, levando em consideração as
anotações de toda a equipe multidisciplinar, principalmente as anotações
oriundas da ficha da equipe de serviço social.
No diagnóstico do tipo de tumor foi considerado como câncer ósseo
primário, os cânceres cujo epicentro foram os ossos, sendo eles os OS e SEO.
(8,9,11,12,85,88,89).
Todos os pacientes tiveram os diagnósticos confirmados pelo Serviço de
Anatomia Patológica (SAP) do INCA para que houvesse autorização do início do
tratamento antineoplásico e seu acompanhamento. Nos pacientes que tiveram a
primeira intervenção fora do INCA, a confirmação do laudo histopatológico (LHP)
foi realizada pelo SAP através de revisão de lâminas e blocos de parafinas de
materiais coletados por ressecção cirúrgica e/ou por biópsia tumoral. Nos
pacientes que tiveram sua primeira intervenção dentro do INCA, o SAP ficou
responsável por todo o processo. Pacientes que foram impossibilitados de ter o
36
LHP revisado pelo SAP, devido a não ter material suficiente e/ou o centro de
saúde de origem não conseguiu enviar, foi considerado o LHP inicial.
Foi considerado como paciente com doença metastática, aqueles que na
investigação para estadiamento, através de exames de imagens (tomografia
computadorizada de tórax, ressonância nuclear magnética do local tumoral
primário e de abdome e cintilografias ósseas de corpo inteiro), apresentassem a
presença de nódulos e/ou massa caracterizando implante a distância.
Em relação aos locais do tumor primário e a localização da dor, foram
seguidas as determinações como: Crânio: compreendendo ossos do crânio e
ossos da face; esqueleto axial: coluna cervical, torácica, lombo-sacra; tórax:
compreendendo gradil costal; extremidades: MMSS, incluindo ombro, e MMII; e
pelve: compreendendo ossos da cintura pélvica. Esta separação de membros
inferiores e pelve se fez necessária devido aos SE apresentarem a subdivisão
de local com avaliação de prognóstico em separado. (5,9).
Foram avaliados os sinais e sintomas clínicos e laboratoriais
concomitantes a dor, como náuseas e/ou vômitos; alterações de marcha,
claudicação, marcha ceifante e outras; febre, caraterizado como temperatura
axilar acima de 37,8ºC; alterações hematológicas, como anemia,
trombocitopenia e neutropenia; deformidades ósseas, com aparecimentos de
nódulos em MMSS e MMII, assim como em outras localizações; e outras,
caracterizando qualquer outro sinal e sintoma relatado pelo paciente ou seu
responsável no momento da matrícula. Estes conjuntos de sintomas foram
registrados no momento da matrícula.
O tempo de diagnóstico foi considerado como o intervalo de tempo (em
meses) entre o aparecimento dos sintomas e o momento em que foi aberta a
matrícula.
Foram avaliados nos quatro momentos se houve a introdução de
terapêutica antineoplásica, classificadas como cirurgia, RDT e QT, podendo ser
terapia única ou a associação destas. Foi considerado também como mudança
de terapêutica antineoplásica os procedimentos cirúrgicos que já estavam
37
previstos no protocolo de tratamento que o paciente estivesse utilizando
inicialmente.
Nas avaliações realizadas nos momentos 3 e 4, ou seja, terceiro ou quarto
mês da matrícula e última avaliação antes de 31 de dezembro de 2016, foi
pesquisado se houve progressão de doença neoplásica, sendo classificado
como sim, pacientes em que apresentaram progressão e/ou de recaída de
doença neoplásica; e não, para pacientes que não apresentaram progressão
e/ou recaída da doença neoplásica, permanecendo na linha de tratamento inicial
ou em controle da doença neoplásica.
4.8) Critérios e avaliação da dor:
Foi considerada a presença de dor, sempre que havia menção no
prontuário nos 4 momentos de avaliação.
A avaliação da intensidade da dor foi realizada através de escalas já
validadas no Brasil para a população infanto-juvenil, sendo as utilizadas:
- Escala Verbal Numérica ou Escala Visual Numérica (EVN): classifica a
dor em números de 0 (zero) a 10 (dez), tendo a intensidade da dor equivalente
de forma crescente, isto é 0 para não ter dor e 10 classificado como uma dor
insuportável, sendo feito pelo próprio paciente que relata a intensidade de dor
por ele sentida. (409)
- Escala Visual Analógica (EVA): Mesmo princípio da EVN, porém ao invés
de relatar uma intensidade numérica para a dor sentida, o paciente marca numa
linha reta onde as extremidades opostas são descritas como sem dor e máxima
dor. (410,411)
- Escala Descritiva: uso os descritores verbais como: sem dor, dor leve,
dor modera, dor intensa e dor insuportável (411)
- Escala de Faces Wong Baker: usado onde o paciente pode, pelas
mímicas faciais, mostrar a dor deste através das 6 faces que equivalem de 0 a
10 na EVN. Esta escala permite a utilização em pacientes que não tenham
condições de verbalização. (412)
38
Devido a multiplicidade da forma de expressar o registro do sintoma dor
nos prontuários analisados, foi necessário a utilização da padronização das
escalas descrita por Carvalho et al, que mostra as escalas de uma forma
comparativa. Isso permitiu a realização das equivalências de forma mais
objetiva, sendo considerado: 0: sem dor; 1 a 3: dor leve; 4 a 6: dor moderada; 7
a 9: dor severa; e 10: dor insuportável, conforme visualizada na figura 1.
(413,414)
Figura 1: Equivalência da escala de dor validadas. (410,415)
4.9) Critério de avaliação e controle da dor
Foi realizado uma avaliação do controle da dor nos quatro momentos,
sendo feita a comparação entre eles, considerado melhora da dor caso houvesse
diminuição da escala de dor em pelo menos um decréscimo de categoria da
intensidade da dor ou permanecendo em controle e se estabilizando no mesmo
nível abaixo de dor moderada (EVN de 3 a 6).
Nos pacientes que evoluíram para óbitos, foi considerada a avaliação de
dor da última avaliação deste paciente. Foram considerados como aceitáveis
níveis abaixo de ENV 3 (dor leve), e inaceitáveis ENV > 4 (dor moderada a
insuportável).
Migrâneas cefaléias, v.9, n.4, p.164-168, out./nov/dez. 2006 165
AVALIAÇÃO DA INTENSIDADE DE DOR
faces de adulto,6 ou de criança,5 tem-se a ausência da dorrepresentada pela face alegre, dor leve como aquela emque a face do sofredor está séria, a dor moderada, com aface pouco triste e triste, a dor forte com a face bem tristee a dor insuportável, com face de choro. Quando a escalavisual utiliza a imagem do copo,4 "sem dor" o copo estávazio, a dor "leve" é exemplificada pelo copo enchido abai-xo da sua metade, "moderada" enchido até a metade e for-te, muito "forte e insuportável" com o copo enchido acimada metade de sua capacidade, até totalmente cheio. Essasescalas, bem como de cores, frutas etc., podem apresen-tar pontos intermediários imprecisos. Na escala numérica,zero é ausência de dor e dez é a dor insuportável e, supos-tamente, a dor leve é de 1 a 3, a moderada de 4 a 6, a forte
Figura 2. Escalas numéricas e analógicas visuais da intensidadeda dor.4,5,6
Figura 1. Escalas numéricas e analógicas visuais da intensidadeda dor.4,5,6
a) Escala Associada: de 10 cm, graduada, horizontal, em que o zero corresponde à ausência de dor e o dez, à dor máxima, insuportávele abaixo a suposta área categórica e a desabilitação funcional.
Zero é ausência da dor; de 1 a 3 é dor leve que não atrapalha as atividades; de 4 a 6 é dor moderada que atrapalha as atividades,mas não as impede; de 7 a 9 é dor forte ou incapacitante que impede que se realize qualquer atividade e 10 é dor muito forte einsuportável ou "excruciante" que além de impedir atividades, causa descontrole.
b) Escala analógica visual numérica de 0 a 10.
c) Escala Categórica de Avaliação (ECA) da intensidade da dor em 5 pontos de 0 a 4.
Figura 3. Escala associada (a) para avaliação da intensidade da dor: analógica visual (EAV) numérica de 0 a 10 (b), desabilitante funcional (EDF)em não atrapalha, atrapalha, impede e descontrola, e categórica de avaliação (ECA) em ausente, leve, moderada, forte e insuportável (c).
ausência de dor ou sem dor, dor fraca ou leve, dor mo-derada ou média, dor forte ou intensa e muito forte ouinsuportável. De longa data, escalas analógicas visuaissão referidas na literatura e parecem ser as mais sensí-veis.11 Nos protocolos de pesquisa em adultos, crianças eadolescentes, encontram-se também escalas analógicasvisuais de faces,5 copos,4 bem como de cores,12 linhas,frutas etc., escalas visuais analógicas numéricas de 0 a10 (Figura 3, b) categóricas em 5 pontos de 0 a 4 (Figura3, c), desabilitantes funcionais em graus, também, de 0 a4, entre as terminologias principais. Em lactentes, a preca-riedade de verbalização, leva a escalas comportamentais ede parâmetros clínicos (Tabela 2).13
Pela escala analógica visual, utilizando-se figuras de
Escalas de Intensidade de DorEscala numérica de 0 a 10
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Sem dor Dor
insuportável
Escala de descritores verbaisSem dor Dor leve Dor moderada Dor intensa Dor insuportável
Escala visual analógica
Sem dor Dorinsuportável
Escala de faces Wong Baker
39
Foram estudados os fármacos utilizados no tratamento da dor nos quatro
momentos do estudo, sendo avaliados: uso prévio de medicações, classes de
drogas, necessidade de troca de medicação e motivo da troca.
As classes de fármacos utilizadas para o controle da dor foram analisadas
e classificadas da seguinte maneira: analgésicos comuns; AINE;
anticonvulsivantes; ansiolíticos; CTC; opioides fracos, como a codeína e
tramadol; e opioides fortes, como morfina, fentanil, metadona e oxicodona.
Foram analisados o uso de opioides durante todo o período de estudo,
sendo discriminado quais opioides foram usados, tanto de forma isolada como
em associação.
No momento final do estudo, foi avaliado o controle da dor em:
- Dor controlada com uso de medicações adjuvantes, sendo as
medicações que não são opioides, como anticonvulsivantes, ansiolíticos, AINE,
CTC e analgésicos comuns;
- Dor controlada com uso de medicações adjuvantes associado a
opioides, fraco ou forte;
- Dor controlada com uso de opioides;
- Dor controlada com uso de outros tipos de medicações, como os
anestésicos;
- Dor controlada sem medicações de dor;
- Não apresenta controle da dor, mantendo-se com dor sem alívio com as
medicações habituais.
4.10) Condições oncológica
Quanto a condição ao tratamento antineoplásico, foi analisada a situação
oncológica que o paciente se encontrava no último dia do estudo, 31 de
dezembro de 2016. Foi classificado em:
- Em primeira linha de tratamento antineoplásico;
40
- Em segunda ou mais linhas de tratamento antineoplásico;
- Apresentava-se em recaída, isto é, retorno do câncer em fase de
reestadiamento;
- Em fase de controle clínico, isto é, em fase sem medicações
antineoplásicas e sem evidência de doença ativa;
- Em cuidados paliativos exclusivos, isto é, com doença ativa, porém
considerado fora de possibilidade de cura, estando em controle de sintomas
exclusivos;
- Em cuidados paliativos com quimioterapia paliativa, estando o paciente
em doença ativa em uso de quimioterapia sem finalidade de cura e sim para
controle de sintomas;
- Ter apresentando óbito; e
- Perda acompanhamento, sendo considerado como perda de
acompanhamento o não seguimento por mais de seis meses.
4.11) Avaliação estatística
Inicialmente, foi realizada uma análise exploratória visando identificar
valores discrepantes e inconsistências no banco de dados. Em seguida, realizou-
se uma análise descritiva dos dados. Na análise descritiva, foram apresentados
os valores médios e desvios padrões para as variáveis contínuas com
distribuição normal. Para variáveis contínuas sem distribuição normal foram
apresentados os valores medianos, mínimos e máximos. A normalidade das
variáveis contínuas foi verificada através do teste de Kolmogorov-Smirnov. As
variáveis categóricas foram descritas através de frequências absolutas e
percentuais. Para medir a associação entre variáveis categóricas, foi utilizado o
teste Qui-quadrado de Pearson. O teste exato de Fisher foi aplicado nos casos
em que se observou pelo menos uma frequência esperada menor do que 5. Para
comparar medidas contínuas entre grupos, utilizou-se o teste t de Student para
variáveis com distribuição normal ou o teste de Mann-Whitney, quando a
normalidade não foi verificada.
41
Com o objetivo de identificar possíveis associações entre as variáveis
explicativas e o desfecho, foram construídos modelos de regressão logística
univariados contendo cada uma das variáveis independentes, tendo como
referência um nível de 20% de significância para inclusão no modelo. Foi
considerado desfecho a variável dor, aferida nos quatro momentos.
Posteriormente, tendo como base os modelos de regressão logística múltiplos,
foram calculadas as razões de chance de dor para as variáveis do modelo final,
selecionadas através do método stepwise.
O nível de significância adotado foi 5%. As análises foram conduzidas
utilizando os programas SPSS versão 22 e R versão 3.4.3.
A análise dos dados foi realizada em fevereiro de 2019.
4.12) Aspectos éticos
Essa pesquisa foi desenvolvida de acordo com os princípios éticos de
respeito pela pessoa, beneficência e justiça, seguindo as diretrizes e normas
regulamentadas da Resolução CNS n° 466 - 12 de dezembro de 2012, do
Conselho Nacional de Saúde. Foram garantidos o anonimato e o sigilo dos dados
coletados. O projeto: AVALIAÇÃO DA DOR ÓSSEA EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES COM TUMORES SÓLIDOS PEDIÁTRICOS TRATADOS NA
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA –
RIO DE JANEIRO: UM ESTUDO TIPO COORTE RETROSPECTIVO foi
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto Nacional de
Câncer (INCA), sendo aprovado em 12/06/2017 – CAAE:
67729317.5.0000.5274. (Apêndice: 2)
4.13) Amostra
No período do estudo, de 01 de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de
2016, 1.625 pacientes com idade entre 0 a 18 anos e 11 meses foram
matriculados na Seção de Oncologia Pediátrica do INCA, sendo 917 pacientes
42
com diagnóstico de algum tipo de neoplasia. Dentre esses, 157 apresentaram o
diagnóstico de cânceres ósseos primário: OS e SEO.
Entre os pacientes com diagnóstico de cânceres ósseos primários, foram
excluídos 15 pacientes, em virtude da não localização dos prontuários sendo,
portanto, incluídos na análise final 142 pacientes. (Figura 2)
Avaliando os 15 (9,6%) pacientes que foram perdas, 13 tiveram
diagnóstico de OS e 2 pacientes o diagnóstico de SEO
Figura 2: Fluxograma do estudo:
760 excluídos: outros cânceres
1625 matriculados
917
Câncer
708 excluídos
(Tumores benignos/sem laudo ou os matriculados para radioterapia
exclusiva)
157
Câncer ósseo primário
15 perdas
142 estudados
43
5) RESULTADOS
5.1) Dados sóciodemográficos:
Os pacientes estudados tinham a média de idade de 11,5 anos de idade,
sendo entre os pacientes com OS apresentavam a média de idade de 12,3 anos
enquanto os pacientes com SE de 9,7 anos, variando de 0 a 17 anos e sem
predomínio quanto ao sexo (51,4% masculino).
Estes pacientes foram acompanhados em média por 27,7 meses (0 a 68 meses)
de acompanhamento e desvio padrão de 18,7 meses, e o intervalo entre a
matrícula e o início do tratamento antineoplásico foi em média 22,5 dias (1 a 188
dias) (Tabela: 2).
Tabela 2: Dados sociodemográficos de pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários
(INCA,2011-2016)
Dados Sociodemográficos
Variáveis N %
Sexo Feminino
Masculino
69
73
48,6
51,4
Idade
Média: 11,5 anos
Mediana:13 anos
< 5 anos
5 – 10 anos
11 – 15 anos
> 15 anos
8
39
85
10
5,6
27,5
59,9
7,0
Cor
Branco
Negro
Pardo
61
13
68
43
9,1
47,9
Moradia
Baixada Litorânea
Centro Fluminense
Metropolitana
Norte Fluminense
Sul Fluminense
Fora do estado RJ
4
7
110
10
9
2
2,8
4,9
77,5
7,0
6,3
1,4
Naturalidade Rio de Janeiro
Outros
135
7
95,1
4,9
Principal Cuidador Mãe
Outros
129
13
90,8
9,2
44
5.2) Dados relacionados à doença oncológica
Foram encontradas as seguintes localizações dos tumores primários:
extremidades 118 (83,1%), esqueleto axial 10 (7,0%), tórax 4 (2,8%), pelve 4
(2,8%) e crânio 3 (2,1%). No total de pacientes estudados, 72/142 (50,7%)
apresentavam metástase ao diagnóstico, sendo que, nos pacientes com OS
estavam presentes na ordem de 46/99 pacientes (46,5%) enquanto nos
pacientes com SEO era de 26/43 (60,5%), como é demostrado na tabela 3.
Tabela 3: Dados oncológicos de pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários
(INCA,2011-2016)
Dados Oncológicos
Variáveis N %
Laudo Histopatológico
OS* 99 69,7
SEO** 43 30,3
Sítio Primário
Extremidades 118 83,1
Esqueleto Axial 10 7,0
Tórax 4 2,8
Pelve 4 2,8
Crânio 3 2,1
Metástase ao diagnóstico
Sim 72/142 50,7
OS* 46/99 46,5
SEO** 26/43 60,5
Sítios de Metástases
Pulmão 61 84,7
Ossos a distância 6 8,3
Outros locais 5 7,0
* OS- Osteossarcoma; ** SEO- Sarcoma de Ewing ósseo
45
5.3) Dados da avaliação da dor:
No momento da matrícula, o sintoma dor esteve presente em 87 (61,3%)
pacientes inclusos no estudo, com um média de tempo entre inicio do sintoma e
a matrícula de 4,8 meses (0 a 84 meses).
Conforme gráfico 1, foi evidenciada a presença de dor nos pacientes em
cada momento do estudo. Observou-se que 87 (61,3%) dos pacientes relatavam
ter dor na matrícula; 64 (45,1%) na primeira consulta; 26 (18,3%) na avaliação
entre 3º e 4º mês pós matrícula; e 34 (23,9%) na última avaliação deste estudo.
(Gráfico 1)
Quando avaliado se houve a mensuração da dor ao diagnóstico por algum
método em todos os momentos do estudo, 76/142 (53,4%) pacientes tiveram a
dor mensurada por alguma escala válida no momento da matrícula. Nos demais
momentos foram 100/142 (70,4%), 97/142 (68,3%) e 111/142 (78,2%),
representando momentos 2, 3 e 4 respectivamente.
Dentre as escalas utilizadas foram: Escala descritiva 43 (30,3%), ENV 25
(17,6%), Escala de faces de Wong 2 (1,4%), outras formas, como escala de
toxicidade 6 (4,2%).
O Gráfico 1 a presença de dor nos pacientes em cada momento do
estudo.
46
Gráfico 1: Frequência da queixa de dor versus frequência da mensuração da dor em pacientes
pediátricos com cânceres ósseos primários, avaliados em 4 momentos distintos (INCA, 2011-
2016)
Avaliando as pessoas que tiveram a utilização de uma das escalas de
mensuração de dor válida, nos quatro momentos, sendo demonstrado na tabela
4.
Tabela 4: Intensidade da dor nos 4 momentos nos pacientes que tiveram a dor mensurada (INCA,
2011-2016)
Momento 1 Momento 2 Momento 3 Momento 4
Mensuração da dor N % N % N % N % 76 53,4 100 70,4 97 68,3 111 78,2
0 (sem dor) 1-3 (dor leve) 4-6 (dor moderada) 7-9 (dor severa) 10 (dor insuportável)
29 12 11 21 3
38,2 15,8 14,5 27,6 3,9
50 13 20 13 4
50,0 13,0 20,0 13,0 4,0
75 9 6 6 1
77,3 9,3 6,2 6,2 1,0
80 5 13 13 0
72,1 4,5
11,7 11,7
0
Foi avaliada também a tentativa de controle da dor previamente à
matrícula. Nesse momento, 99 pacientes (69,7%) estavam em uso de alguma
medicação com intuito antálgico. Entre os 99 pacientes em uso prévio de
medicação , a frequência de uso, conforme a classe foi de: 68 (68,7%) usavam
analgésicos comuns, como dipirona e paracetamol; 21 (21,2%) opioides fracos;
16 (16,1%) AINE; 5 (5,1%) ansiolíticos como adjuvantes para o controle da dor;
61,345,1
18,3 23,9
53,470,4 68,3
78,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Matrícula 1ª consulta 3º ou 4º mês Última avaliação
Pacientes com dor (%) Pacientes mesurados quanto a dor (%)
47
3 (3,0%) opioides fortes; 3 (3,0%) anticonvulsivantes; e 1 (1,0%) CTC. Estas
medicações poderiam estar em uso concomitantemente.
Na matrícula, 60 pacientes (42,3%) tiveram alguma modificação na
conduta antálgica, sendo acrescentado neste momento: 49 (81,7%) analgésicos
comuns; 43 (71,7%) opioides fracos; 21 (35%) ansiolíticos; 18 (30%) opioides
fortes; 11 (18,3%) anticonvulsivantes; 10 (16,7%) AINE; e 3 (5%) CTC. Podendo
ter associação entre as drogas.
No momento 2, primeira consulta com o oncologista, a troca de conduta
antálgica foi necessária em 48 (33,8%) dos pacientes do estudo. O motivo de
troca do medicamento foi em 42 casos (87,5%) pela dificuldade de controle da
dor; 1 (2,1%) devido a comorbidades, como quadro asmático e 5 (10,4%) por
outras causas como por exemplo em caso de uso de ansiolíticos como
adjuvantes na prevenção de dor neuropática pré-cirúrgica.
As drogas utilizadas neste momento foram: 44 pacientes (31,0%) opioides
fracos; 38 (26,8%) de analgésicos comuns; 35 (24,6%) de opioides fortes; 30
(21,1%) de ansiolíticos; 15 (10,6%) de anticonvulsivantes e 3 (2,1%) de CTC.
Como em todos os momentos poderiam estar sendo usados
concomitantemente.
No terceiro momento, na avaliação 3 a 4 meses após a abertura da
matrícula do INCA, quando avaliado a necessidade de troca de terapia antálgica,
viu-se que 70 (49,3%) dos pacientes fizeram troca para outro esquema de
tratamento. A necessidade de troca foi devido ao não controle do sintoma em 50
pacientes (71,4%), presença de comorbidades em 3 pacientes (4,3%), EA em 1
(1,4%) e por outros motivos, como descalonamento de medicações e uso
profilático, em 16 pacientes (22,9%).
Com a avaliação das medicações utilizadas neste terceiro momento, viu-
se que, com a otimização da terapêutica antálgica, houve modificação da
utilização dos medicamentos, sendo: 60 (42,3%) passaram a usar os ansiolíticos
como adjuvantes; 59 (41,5%) opioides fortes; 36 (25,4%) anticonvulsivantes; 35
(24,5%) opioides fracos; 23 (16,2%) analgésicos comuns; 6 (4,2%) AINE; e 4
48
(2,8%) mantendo o uso de CTC. O uso de várias drogas concomitantemente
poderia ser utilizado.
No quarto momento, na última avaliação dos pacientes, a avaliação de
troca de medicamentos com intuito antálgico nesse período, foi mostrado que 73
(51,4%) pacientes necessitaram de mudanças na terapêutica para melhor
controle da dor. Desses, 54 (73,9%) houve a modificação por não controle da
dor de forma eficaz; 17 (23,2%) a troca se fez por outros motivos, como
descalonamento do tratamento ou mesmo utilização de drogas na prevenção de
dores devido procedimentos; e 2 (2,7%) necessitaram de trocas devido a
presença de EA.
Entre as drogas utilizadas, observou-se que foram utilizados: em 66
(46,5%) pacientes os opioides fortes; 57 (40,1%) os ansiolíticos; 55 (38,7%) os
anticonvulsivantes; 24 (16,9%) os opioides fracos; 19 (13,4%) analgésicos
comuns; 8 (5,6%) AINE; e 6 (4,2%) pacientes os CTC. Observou-se também o
aparecimento de novas drogas como os inibidores de NMDA e os anestésicos,
que no estudo foram classificados como outros e presente em 7 (4,9%)
pacientes. (Gráfico 2)
49
Gráfico 2: Frequência de utilização de classes de drogas disponíveis para o controle da dor,
conforme o momento de análise, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários,
avaliados em 4 momentos distintos em porcentagens (INCA, 2011-2016)
O uso de opioides foi avaliado ao final do estudo. Dos 142 pacientes
arrolados, 110 (77,5%) fizeram uso de alguma classe destes medicamentos.
Estes opioides poderiam ser usados associados ou serem utilizados sob a forma
de rodízio e escalonados para opioides de maior ou menor potência. Com isso,
foi feito uso de: morfina em 91 (64,1%), tramadol em 91 (64,1%), fentanil
(apresentação TD) em 9 (6,3%), metadona em 9 (6,3%) e codeína em 3 (2,1%).
Não houve registro do uso da oxicodona na população estudada. (Gráfico 3)
47,9
0
34,5
0
26,8
0
16,2
0
13,4
0
11,3
0
7,00
5,60
4,20
5,60
2,10
7,70
10,6
0
25,4
0
38,7
0
3,50
14,8
0
21,1
0
42,3
0
40,1
0
0,70
2,10
2,10
2,80
4,20
14,8
0
30,3
0
31,0
0
24,6
0
16,9
0
2,10
12,7
0
24,6
0
41,5
0 46,5
0
- - - -
4,90
P R É M A T R Í C U L A M O M E N T O 1 M O M E N T O 2 M O M E N T O 3 M O M E N T O 4
Analgésicos comuns AINS Anticonvulsivantes Ansiolíticos
CTC Opioides Fracos Opioides Fortes Outros
50
Gráfico 3: Opioides utilizados para o controle da dor, em pacientes pediátricos com cânceres
ósseos primários (INCA, 2011-2016)
Em 3 pacientes (2,1%), não foi possível avaliar o status de controle da dor
da última avaliação proposta pelo estudo, até a data limite de 31 de dezembro
de 2016, em virtude de perda de seguimento, sendo estes pacientes todos com
o diagnóstico inicial de OS.
Avaliando a presença de dor e o uso de opioide forte podemos ver a
queda da curva de dor comparando com o elevação do uso desta classe de
droga antálgica, sendo que no momento 4 o uso de opioide forte teve influência
no controle da dor com p-valor: 0.04 (OR: 3,13 – IC 95% 1,06 – 9,22). Podemos
ver isso no gráfico 4.
82,7
82,7
8,1
8,1
2,7
0
0 20 40 60 80 100
Opi
oide
s (%
de
uso)
Oxicodona Codeína Fentanil Metadona Tramadol Morfina
51
Gráfico 4: Curva de utilização de opioides fortes com relação a curva de pacientes que
apresentavam dor e pacientes que apresentavam dor com ENV > 4, em número absoluto, nos 4
momentos do estudo (INCA 2011-2016)
Os demais pacientes se encontravam, quanto ao controle da dor: 55
(39,7%) em controle da dor, porém utilizando opioides associados a drogas
adjuvantes; 33 (23,7%) em controle da dor somente com uso de drogas
adjuvantes; 21 (15,2%) em controle da dor sem uso de medicações antálgicas;
5 (3,6%) controlado somente com uso de opioides exclusivos; e 5 (3,6%)
controlados porém em uso de outros medicamentos ou medidas. Os pacientes
que não apresentaram controle da dor e mantiveram seguimento, foram na
ordem de 20 pacientes (14,2%) da população estudada.
Foi avaliado o relato de dor pelo paciente ou seu responsável previamente
a matrícula na seção de pediatria do INCA, tendo uma média de tempo de
aparecimento de sintomas prévios de 5 meses (0 a 84 meses). Foi avaliado a
associação com as variáveis como sexo, faixa de idade, LHP e presença de
metástase. Foi observado, com significância estatística (p<0,05), relato de dor
prévia na matrícula: nos pacientes com idade entre 11 e 15 anos, nos pacientes
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Matricula 1 consulta 3m última consulta
Dor Dor ≧ 4 Opioide Forte
Num
ero
abso
luto
de
paci
ente
s
52
que tiveram LHP de OS e nos pacientes metastáticos, como podemos ver na
tabela 5.
Tabela 5: Relato de dor pré-matrícula, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos primários,
avaliados dos dados pré-matrícula (INCA, 2011-2016)
Relato de dor prévia a matrícula
Variáveis Com Dor Sem Dor
p-valor N % N %
Sexo Feminino
Masculino
58
57
40,8
40,2
11
16
7,8
11,2 0.399
Idade < 5 anos
5 – 10 anos
11 – 15 anos
> 15 anos
2
30
73
10
1,4
21,1
51,4
7,4
6
9
12
0
4,2
6,3
8,4
0,0
0.001
LHP* Osteossarcoma
SEO**
86
29
86,9
67,4
13
14
13,1
32,6 0.01
Metástase Não
Sim
62
53
88,6
73,6
8
19
11,4
26,4 0.032
*Laudo histopatológico;** Sarcoma de Ewing ósseo
Entretanto, o mesmo não foi observado quando perguntado se apresentava dor
no momento da matrícula, já que não houve significância estatística para
nenhuma das variáveis, como mostra tabela 6.
53
Tabela 6: Relato de dor no momento matrícula, em pacientes pediátricos com cânceres ósseos
primários, na matrícula (INCA, 2011-2016)
Relato de dor na matrícula
Variáveis
Com Dor Sem Dor
p-valor N % N %
Sexo Feminino
Masculino
40
47
28,2
33,1
29
26
20,4
18,3 0.492
Idade < 5 anos
5 – 10 anos
11 – 15 anos
> 15 anos
3
24
52
8
2,1
16,9
36,6
5,6
5
15
33
2
3,5
10,6
23,2
1,5
0.349
LHP* Osteossarcoma
SEO**
63
24
63,6
55,8
36
19
36,4
44,2 0.454
Metástase Não
Sim
43
44
61,3
61,1
27
28
38,6
38,9 1.000
*Laudo histopatológico; ** Sarcoma de Ewing ósseo
5.4) Análise das variáveis relacionadas ao controle de dor
Muitos fatores podem interferir no controle da dor, tanto de forma direta
como indireta. Essas variáveis foram avaliadas em cada um dos momentos
analisados neste estudo, com exceção da matrícula. E quando presentes, foi
calculada a razão de chance de sua influência no controle da dor.
Com relação ao tratamento da doença neoplásica de base, foram
analisados os momentos: primeira avaliação do oncologista pediátrico, após o
terceiro ou quarto mês da matrícula e na última avaliação antes da data limite
deste estudo.
Após a primeira visita ao oncologista pediátrico, foi identificada a
introdução de algum tratamento antineoplásico: 21 (14,8%) pacientes iniciaram
tratamento imediato, sendo: 3 (2,1%) foram submetidos a algum tipo de cirurgia;
16 (11,3%) iniciaram algum protocolo de QT; e 2 (1,4%) iniciaram terapias
54
multimodais, 1 paciente (0,7%) realizou cirurgia associada a QT e outro (0,7%)
realizou RDT associado a QT, como pode ser visto na tabela 6.
Na avaliação do terceiro momento, 100% dos casos iniciaram algum tipo
de tratamento antineoplásicos. Desses, 93 (65,5%) pacientes iniciaram
protocolos de QT sistêmica, 31 (21,8%) foram submetidos a procedimentos
cirúrgicos e 1 (0,7%) a RDT. Entretanto 17 (12,0%) deles foram submetidos a
mais de uma modalidade terapêutica, sendo 14 (9,9%) a QT associada a cirurgia
local e 3 (2,1%) em protocolos de QT associado a RDT.
Os pacientes foram avaliados quanto a associação a processos
infecciosos, sendo verificada a frequência de quadros de infecção aguda em 17
(12%) crianças no segundo momento, 75 (52,8%) no terceiro momento e 101
(71,1%) no quarto momento.
Foi encontrada a presença de progressão de doença, no momento 3, em
8/142 (5,6%) pacientes. Em todos os casos, foram adotadas novas medidas
antineoplásicas.
No quarto momento, visando o tratamento oncológico: 77 (54,2%)
pacientes apresentavam-se com doença estável e 65 (45,8%) com progressão
de doença. Em todos os pacientes, foi iniciado algum dos tratamentos
antineoplásicos, por continuação do protocolo utilizado ou por troca de
protocolos. Com isso: 68 (47,9%) dos pacientes adotaram uma conduta
cirúrgica; 20 (14,1%) protocolos de QT; 6 (4,2%) de RDT. Entretanto, alguns
pacientes fizeram utilização de terapias multimodais, sendo: 23 (16,2%) a
associação de QT com cirurgia; 11 (7,7%) a QT com RDT; 6 (4,2%) a cirurgia
com RDT; e 8 (5,6%) fizeram uso das três modalidades.
Na tabela 7 está descrita a introdução das terapias antineoplásicas nos
momentos 2, 3 e 4. O tipo de tratamento incluído estava relacionado ao curso
normal do protocolo terapêutico do paciente ou mesmo à introdução de novas
linhas de tratamento devido à recaídas ou progressão da doença de base.
55
Tabela 7: Introdução de terapias antineoplásicas conforme os momentos 2, 3 e 4 do estudo.
(INCA, 2011-2016)
Início de tratamentos antineoplásicos em cada momento Tratamento Momento 2 Momento 3 Momento 4
N % N % N % Cirurgia 3 2,1 31 21,8 68 47,9
Quimioterapia 16 11,3 93 65,5 20 14,1 Radioterapia -- -- 1 0,7 6 4,2
Cir + QT* 1 0,7 14 9,9 23 16,2 Cir + RDT** -- -- -- -- 6 4,2 RDT + QT*** 1 0,7 3 2,1 11 7,7
Cir + RDT + QT**** -- -- -- -- 8 5,6 Sem tratamento 121 85,2 -- -- -- --
TOTAL 142 100 142 100 142 100
*Cirurgia com quimioterapia; **Cirurgia com radioterapia; ***Radioterapia com quimioterapia;
****Cirurgia com radioterapia e quimioterapia
5.5) Avaliação do seguimento dos pacientes em relação a doença de base
e presença de dor
O “status” oncológico do paciente foi avaliado no momento da data limite
deste estudo, em 31 de dezembro de 2016, 6 pacientes (4,2%) tiveram perda de
segmento. Dos que mantiveram segmento: 59 (43,4%) pacientes em controle,
ou seja, sem doença em atividade; 11 (8,1%) em primeira linha de tratamento
antineoplásico; 7 (5,1%) em segunda ou mais linhas de tratamentos
antineoplásicos; 2 (1,5%) recaído; 1 (0,7%) em quimioterapia paliativa e óbitos
em 56 (41,2%) pacientes, sendo 40/56 (71,4%) OS e 16/56 (28,6%) SEO.
Porém analisado por patologias em separado, observou-se que os
pacientes de OS que foram a óbito representaram 40/99 (40,4%) e os pacientes
com SEO 16/43 (37,2%).
Analisando o desfecho óbito, observou-se significância para as variáveis
metástase, progressão da doença e dor na última avaliação, como vemos na
tabela 8.
56
Tabela 8: Avaliação dos óbitos, no momento 4 em relação a doença de base e a presença de
dor (INCA, 2011-2016)
Desfecho óbito (n=56)
Variáveis OR (IC 95%) p-Valor
Laudo Histopatológico
SE* 1,00
OS** 1,28 (0,51 – 3,23) 0.60
Metástase ao diagnóstico
Não 1,00
Sim 6,80 (2,74–16,85) < 0.01
Dor na última avaliação
Não 1,00
Sim 15,39(4,86–48,72) < 0.01
Laudo Histopatológico
SE* 1,00
OS** 1,08 (0,42 – 2,81) 0.87
Progressão de doença
Não 1,00
Sim 10,08(4,11-24,72) < 0.01
Dor na última avaliação
Não 1,00
Sim 8,29 (2,59 – 26,51) < 0.01
*Sarcoma de Ewing ósseo; ** Osteossarcoma
57
Quanto ao desfecho dor, foi realizada a análise nos momentos 3 e 4
(Tabela 9).
Tabela 9: Regressão logística multivariada do desfecho dor, em pacientes pediátricos com
cânceres ósseos primários, nos momentos 3 e 4 (INCA 2011-2016)
Variáveis Momento 3 Momento 4
OR IC 95% p-Valor OR IC 95% p-valor
LHP*
SEO** 1,00 1,00
OS*** 3,11 0,96 - 10,06 0.06 1,59 0,61 – 4,13 0.34
Progressão de Doença
Não 1,00 1,00
Sim 6,00 1,30 – 27,67 0.02 7,14 2,84 – 17,96 <0.01
Metástase
Não 1,00 1,00
Sim 1,35 0,56 – 3,83 0.51 1,69 0,72 – 4,00 0.23
Progressão de Doença
Não 1,00 1,00
Sim 4,94 1,14 – 21,37 0.03 6,63 2,62 – 16,77 <0.01
*Laudo histopatológico; **Sarcoma de Ewing ósseo; ***Osteossarcoma
Quando analisados os dados nos momentos 3 e 4, comparando a
presença de dor nos pacientes que apresentaram progressão de doença com a
terapêutica antineoplásica adotada, não houve significância estatística. No
momento 3, houve comparação com os tratamentos: cirurgia (p: 0.55) e QT
(p:0.25). E, no momento 4, houve comparação com os tratamentos: cirurgia
(p:0.20), RDT (p:0.39) e QT (p:0.58).
58
6) DISCUSSÃO
Com todos os avanços no tratamento oncológico para os cânceres ósseos
primários que vêm sendo discutidos em todo o mundo, as terapias de suporte
estão sendo reavaliadas. E principalmente com a redescoberta da medicina
paliativa, o controle de sintomas está sendo rediscutido e alguns deles já foram
inseridos nos protocolos de tratamento oncológico de vários grupos, brasileiros
e internacionais. Entretanto, a dor ainda se faz presente em muitos dos casos de
câncer infantil, prejudicando assim o cuidado deste paciente ocasionando o
detrimento da QdV (154,416).
Apesar da importância do controle da dor no paciente oncológico, poucos
são os trabalhos focados na dor óssea ocasionada pelo câncer em pacientes
pediátricos. Muitos autores recomendam a utilização do consenso da OMS,
sendo que a última versão é de 1998 (154,417,418). Visto isso, esse trabalho
objetivou ajudar a direcionar a abordagem destes pacientes.
6.1) Condições sociodemográficas
Nesse estudo, o total de pacientes matriculados na Seção de Oncologia
Pediátrica do INCA correspondeu a 26 casos/ano, o que equivale a cerca de 3%
dos casos de tumores ósseos primários na população pediátrica estimada no
Brasil, segundo os dados do INCA (2). O GCBTO em 2013, onde o INCA é o
segundo centro que mais incluíram neste estudo, conseguiram ter uma
casuística que correspondeu 10% da estimativa do INCA para este tipo de
câncer pediátricos. (33)
Comparando os dados demográficos, os resultados são semelhantes aos
encontrados pelo do Grupo Latino Americano. Quanto ao sexo, encontrou-se
uma frequência discretamente maior do sexo masculino (51,4%) com uma
relação masculino-feminino de 1,05:1,0, muito próxima aos resultados
encontrados na literatura dos casos de OS (13,23,31,76,419). Porém, tanto nos
59
trabalhos nacionais e internacionais com SE (9,123,124), houve um predomínio
maior do sexo masculino, não se observando nesse estudo.
Quanto a etnia, os resultados se mostraram compatíveis com a literatura
mundial, apresentando o predomínio nos pacientes de etnia negra (57,0%),
contudo sem um predomínio da etnia branca nos pacientes com SE, dado este
encontrado na literatura de SE mundialmente (5,123). Esse resultado diferente
da literatura mundial podendo ser o reflexo a miscigenação da população
brasileira.
Observou-se que a média de idade os pacientes desse estudo foi de 11,5
anos (OS média de 12,3 anos e SE média de 9,7 anos), com a presença de 93%
dos casos em menores de 15 anos de idade, valores inferiores aos descritos
pelo GCBTO de média de 14,1 anos, para os pacientes com OS e pelo grupo
EWING1 de média de 12,6 anos (33,123), para os com LHP de SE. Nos grupos
internacionais, com intervalos de faixas etárias diferentes dos grupos brasileiros,
o COG tem como dado para OS um predomínio de pacientes entre a idade de
10 a 17 anos, enquanto o Grupo Cooperativo de Estudo do Sarcoma de Ewing
(CESS) o predomínio se deu em maiores de 15 anos de idade (420,421). Este
achado pode demonstrar que os pacientes estudados nesse trabalho, de idades
menores, possam ser biologicamente mais graves quanto a sua patologia de
base, repercutindo também no controle da dor e na QdV. No entanto, mais
estudos são necessários para confirmar essa afirmação.
Observou-se também a presença de 8 casos de cânceres ósseos
primários em menores de 5 anos de vida, sendo 100% com diagnóstico de SEO.
Esses dados somados aos dados de etnia, já descritos acima, vão de encontro
aos reportados pela literatura mundial que mostra que o SE com seu epicentro
em osso tem uma relação direta com pacientes de etnia negra e com idades
mais jovens, havendo desta maneira uma baixa SLD, assim como os SE de
maior volume tumoral. (9,90,422)
A figura materna foi descrita como a principal cuidadora dos pacientes
elegíveis nesse estudo. E muitas das vezes, assume um duplo papel: cuidadora
e provedora dessa unidade familiar. Nessa condição, os dados superam os
60
estudos internacionais, independentemente do tipo de câncer (423,424), e
apresentam uma realidade de brasileira, também vista por outros autores
nacionais (425,426). Uma limitação encontrada em no estudo foi a ausência de
dados que pudessem determinar a relação matrimonial, escolaridades destes
pais e renda per capta, dados estes, presentes nos estudos mencionados.
Cento e dez pacientes de 142 pacientes estudados (77,4%) tinham sua
moradia na região metropolitana do Rio de Janeiro. Esta região administrativa
engloba os municípios da Baixada Fluminense, e conhecendo a população do
INCA, onde um grande número destas famílias vivem em condição de baixa
renda, mesmo não havendo dados neste estudo que possibilitem a afirmação.
Especulou-se que isso leve a um acesso mais restrito aos serviços de saúde,
refletindo assim um possível retardo do diagnóstico e, concomitantemente, no
maior número de pacientes com doença mais avançada.
6.2) Condições da doença oncológica
Observou-se um predomínio dos casos de OS, equivalendo uma relação
de 2,3:1 entre OS e SEO, tendo como principal sítio primário as extremidades,
principalmente os MMII, estando de acordo com dados mundiais e nacionais.
(9,33,76)
A presença de metástase em toda a literatura é um fator importante para
determinar o prognóstico destes pacientes. Nesse estudo viu-se que ao
diagnóstico, isto é, no momento 1 (matrícula), os pacientes apresentavam-se já
metastáticos em 50,7% dos casos. Porém, separando as patologias observou-
se que os SEO corresponderam aos cânceres primários com mais metástase ao
diagnóstico, equivalendo a 26 pacientes de 43 pacientes estudados (60,5%). Os
resultados apresentaram percentual de doença metastática muito acima dos que
são relatados nos estudos nacionais e internacionais. Em 2013 o GCBTO,
publicou um compilado dos três estudos fechados para pacientes com OS,
reportando que 30,6% dos pacientes eram metastáticos ao diagnóstico. No
estudo EWING1, os pacientes metastáticos correspondiam a 39% dos casos
apresentados. (33,123)
61
Comparando com dados dos grupos internacionais, a frequência
encontrada de metástase foi quase o dobro. No estudo de Spraker-Perlman et
al, onde houve a junção de 3 estudos norte-americanos para o tratamento de OS
do COG, a incidência de metástase ao diagnóstico foi de 27%, enquanto Kreyer
et al descreveu a frequência de 30% nos resultados do Grupo Cooperativo de
Estudo do Sarcoma de Ewing (CESS). (420,421)
Quanto aos sítios mais prevalentes de metástases, tanto para OS quanto
para SEO, os estudos internacionais e nacionais mostram os pulmões como os
mais prevalentes, seguidos das metástases ósseas à distância. Isso também foi
demostrado nesse estudo, que apresentou a prevalência dos sítios pulmonares
dentre os pacientes metastáticos. (9,31,33,76,123,124,420,421)
Pode-se supor que o número maior de pacientes com doenças
metastáticas na chegada ao INCA, pode ser o resultado do retardo do
diagnóstico nos serviços de saúde de origem, falta de acesso ou a precariedade
dos diagnósticos estabelecidos.
Nos vários momentos desse estudo avaliou-se a introdução do tratamento
antineoplásico, que por si só, pode ser uma causa de exacerbação da dor como
também um fator de melhora desta. Foi observado que, independente da
patologia de base, a introdução da QT foi o tratamento que mais ocorreu em
todos os momentos, como terapia exclusiva ou associada a RDT e/ou cirurgias.
Este início mais precoce pode ter relação com o fato de que os pacientes, uma
vez matriculados no INCA, serem incluídos em protocolos de pesquisa clínica,
proporcionando maior agilidade no início dos tratamentos.
Foram avaliados no decorrer desse estudo se os pacientes apresentaram
recaída ou progressão da doença de base, nos momentos 3 e 4, correlacionando
com a presença de metástase ao diagnóstico, avaliando se houve influência
desta variável interferindo na presença de recaída ou progressão de doença.
Observou-se que no último momento da análise (momento 4) houve subida nas
porcentagens comparada com o momento 3 (45,8% versus 5,6%).
Comparando com os estudos do GCBTO, nosso estudo está muito
próximo em relação a progressão de doença, já que nossos pacientes
62
apresentaram 50,8% de recaída ou progressão de doença. Petrilli et al, mostra
que 22% dos pacientes metastáticos apresentaram sobrevida global maior que
5 anos (33,419). Nos estudos para SEO internacionais, Heinemann et al,
evidenciaram recaída ou progressão de doença em 48% dos pacientes
estudados, muito próximo aos nossos resultados. (427)
No término desse estudo (31 de dezembro de 2016), com um período
médio de acompanhamento de 27,7 meses, 58,8% dos pacientes se
encontravam em acompanhamento ativo (em tratamento, recaídos ou em
controle da doença de base) e os demais 41,2% evoluíram para óbito. Petrilli et
al descreveu, em 2013, na compilação de estudos do GCBTO uma sobrevida
global em 5 anos de 49%, com SLD de 39% (33). Enquanto Brunetto et al em
2017, na análise do estudo EWING 1 verificou uma sobrevida global em 5 anos
de 63,3% com uma SLD de 73,1% (123).
6.3) Condições do controle da dor
Vários fatores contribuem para o controle da dor na população infanto-
juvenil. Este controle é influenciado pela idade, devido à variedade metabólica
pertinente a cada faixa etária, alterando assim a farmacodinâmica e
farmacocinética das drogas para o controle da dor; pela doença de base e em
que momento do tratamento este paciente se encontra, influenciando no manejo
destes medicamentos, podendo haver interferências de vias metabólicas; das
questões sociais, culturais e religiosas, as quais a criança está inserida; além da
percepção familiar a respeito da tolerância da dor. (150,153,163,428,429)
Em relação ao sexo e idade, não houve diferença entre o sexo masculino
e o feminino ao relato de dor prévia a matrícula ou mesmo no momento da
matrícula, tendo uma relação entre masculino e feminino próxima de 1:1. Porém
quanto a faixa etária, observou-se que os pacientes entre 11 e 15 anos de idade
foram os que mais apresentavam dor antes da matrícula. No momento da
matrícula, com a mesma predominância, não houve relevância estatística com
as demais faixas etárias. Em estudos de outros autores a relação entre os sexos
eram próximas, entretanto, quanto analisados as faixas etárias observaram a
63
predominância de pacientes acima de 15 anos de idade para as duas patologias.
(272,285,430)
Observou-se uma queda na frequência do relato de dor, conforme os
momentos sequenciais de avaliação e acompanhamento especializado no INCA,
com um pequeno aumento no momento 4. Esta ocorrência pode ter sido
ocasionada em virtude de maior número de pacientes que apresentaram
progressão ou recaída da doença de base, voltando a dor ser evidente.
Em todos os momentos do estudo foi avaliado se houve a mensuração da
dor por algum método e/ou modelo de avaliação da dor já validada para crianças
e adolescentes no Brasil. A dor é classificada como o 5º sinal vital, recomendada
pela Sociedade Americana de Medicina de Emergência desde 2001 e instituída
nos serviços do INCA desde 2005, sendo um dos dados importantes para as
Comissões de Acreditação Internacionais para o melhor cuidar e segurança do
paciente (431–433). Entretanto, não estava na sua grande maioria bem
documentada no momento 1, sendo que durante o curso de tratamento houve
aumento percentual da mensuração de dor.
Em relação a qual método deve ser utilizado, sentiu-se a necessidade de
utilizar um guia de correlação (Figura 2) uma vez que não houve padronização
na forma a abordar o paciente. A diferente compreensão da dor, de acordo com
a faixa etária da criança, impede a utilização de um mesmo questionário de dor,
sendo recomendada a utilização de escalas para avaliação e classificação da
dor, sendo recomendada a padronização dentro do serviço. (410,415,430)
A dor pode estar presente em qualquer fase no tratamento do paciente
com câncer, desde o diagnóstico ao momento de final-de-vida, assim como
também pode estar presente como sequela tardia nos pacientes em controle da
doença neoplásica (6,150–154,156–161,203). Nesse estudo conseguiu-se
retratar todas as fases da doença em relação a presença de dor nos pacientes
estudados.
Foi analisado a presença de dor em todos os momentos. No momento 1,
o relato de dor estava presente na história colhida na matrícula, quase que
universalmente em todos os pacientes. Entretanto, quando avaliada a dor no
64
momento da matrícula, a porcentagem caiu de 80,9% para 61,3% da população
estudas (63 OS e 24 SEO). Porém quando comparados os grupos de pacientes
com OS e SEO, observou-se que os primeiros apresentavam uma maior
frequência de dor quando comparados com os outros, porém sem relevância
estatística. Na literatura mundial, também há a predominância de dor entre os
pacientes com OS (153,430). Isso é explicado pela biologia desta neoplasia que
apresenta várias formas de invasão óssea, podendo ocasionar a dor por vários
mecanismos.
A influência da presença de metástase na dor foi observada antes da
matrícula, com muitos pacientes já em uso de alguma medida antálgica
ministrada pela unidade de saúde de origem, no entanto, sem diferença
estatística significante, conforme a comparação da doença de base.
Este dado não encontrou correspondência com os dados relatados pela
da literatura mundial, já que muitos apresentam a associação dor e metástase
muito forte. (31,33,198). Possivelmente duas explicações podem ser possíveis
para este fato: já que boa parte dos pacientes foi referida em uso de alguma
terapia antálgica para o INCA ou devido pela presença de metástase pulmonar,
que no início costuma cursar de forma silenciosa sendo somente detectada pelos
métodos de imagens, não havendo, necessariamente, um quadro de dor
evidenciada no momento da matrícula.
Entretanto, fazendo a relação de dor e progressão de doença ou recaída,
observamos em nosso estudo uma relação muito forte, nos momentos 3 e 4,
ambos com significância estatística. A relação de progressão da doença ou
recaída e retorno da dor, também foi verificada por diversos trabalhos da
literatura mundial. (9,23,31,33,76,123,124,419–421,427,434)
A dor no paciente com câncer tem muitos mecanismos de aparecimento
e exacerbação e as terapias antineoplásicas fazem parte destes mecanismos.
Zernikow et al, considerou a QT como maior causa de dor, seguida de processo
inflamatório, cirurgias e RDT (430). Em nosso estudo não observamos esta
associação tão evidente, principalmente na avaliação no momento 4, quando as
65
maiores relações com dor foram atribuídas à progressão da doença de base,
cirurgia, RDT e finalmente QT.
O percentual considerável de pacientes cujo sintoma dor não foi
mensurado por escalas padronizadas, nos leva a rever a necessidade de
reabordagem de toda a equipe assistencial em relação à importância desta
mensuração, uma vez que implica diretamente na decisão da melhor terapêutica
a ser empregada.
Quanto as medicações utilizadas para o controle da dor, vimos a
frequência da utilização das classes de drogas em vários momentos deste
estudo. Observamos que ao momento da matrícula no INCA a maioria dos
pacientes já estavam usando algum medicamento para o controle da dor, sendo
a principal medicação os analgésicos comuns (dipirona e paracetamol). Porém,
nossos pacientes ainda apresentavam dor classificada com moderada a
insuportável, isto é, com ENV > 4.
Segundo as orientações da OMS, a qual recomenda a utilização da
escada analgésica como ponto de partida na terapêutica a ser usada,
poderíamos afirmar que estes pacientes já estariam inclusos no segundo degrau,
onde se preconiza a utilização de opioides fracos e drogas adjuvantes
associadas (230,231,270,430). Entretanto, Lucchesi et al e Bandieri et al, já
recomendam a abolição do segundo degrau da escala analgésica da OMS,
utilizando os opioides fortes em baixas doses, associado aos demais
medicamentos adjuvantes.(222,237). A recomendação destes autores ainda é
corroborada pelas orientações de restrição no uso de tramadol e codeína em
pediatria pela FDA. (271,435)
Considerando estas recomendações, ainda há entraves para o controle
deste sintoma tão prevalente, possivelmente pela questão do desconhecimento
do melhor manejo da dor por muitos profissionais ou mesmo uma questão ainda
presente em todo o mundo, que é a “opioidefobia”, em virtude do medo dos seus
EA. (436,437)
66
Observamos ao longo dos momentos de análise dos pacientes, alterações
no consumo de medicamentos, especialmente os opioides, com melhora no
controle da dor.
Pela literatura, os opioides não são as drogas de escolha para o controle
da dor óssea ocasionada pelo câncer, sendo os AINE a primeira opção
aconselhado seu uso concomitante aos opioides (25,141,202,285,333). Porém
durante todo o estudo não houve uma grande mudança em sua utilização,
atingindo o máximo de 11,3% na matrícula e 5,6% no último momento de análise.
A sua baixa utilização provavelmente pode ser atribuída ao receio da presença
de algum grau de nefropatia pela utilização de QT sistêmica concomitante,
limitando assim o uso de AINE. Entretanto, neste estudo não obtivemos dados
que possam confirmar esta afirmação.
Uma observação interessante do estudo foi o consumo semelhante de
tramadol e morfina. Mesmo contradizendo as recomendações do FDA (271),
observamos uma prevalência baixa dos EA e uma segurança maior na utilização
deste fármaco, como também mostra Rodieux et al. (438)
Mesmo com todas recomendações das agências reguladoras quanto à
utilização do tramadol, esse opioide foi um forte aliado no controle da dor em
nossa população, uma vez que, não foram verificados nenhum relato interno de
EA ao tramadol considerados graves. Adicione-se a isto, a comodidade de
apresentações mais adaptáveis à população pediátrica e ainda, mesmo em uma
instituição como o INCA, o receio e desconhecimento em relação ao uso da
morfina estar presente.
No nosso estudo vimos a pouca utilização da metadona e do fentanil TD,
presente em cerca de 8% dos pacientes. Drogas que têm suas utilizações já bem
reconhecidas no tratamento das dores relacionadas ao câncer, com comodidade
na utilização, considerando a troca do fentanil TD a cada 72h. A própria
metadona, devido a sua biodisponibilidade, poderia ser utilizada com intervalos
mais amplos, diferente da morfina que, por regra, seria utilizada a cada 4 horas.
(245,248,260,263,264,266,270). A pouca utilização destes medicamentos,
ocorre pelo fato destes fármacos ser habitualmente prescritos por profissionais
67
capacitados, atuantes na clínica da dor, que possuam experiência no controle e
manejo dos EA, muito comuns na utilização destas drogas.
Não observamos a utilização da oxicodona em nossos estudos.
Acreditamos que a não utilização se deu em virtude de sua aprovação pelo FDA
para a população pediátrica somente em 2014, com limite de 20 mg por dia e
acima de 11 anos de idade. (268,439). Entendemos que estudos ainda se fazem
necessários para avaliar a segurança na população pediátrica.
Quanto às medicações adjuvantes, no intuito de otimizar o tratamento da
dor nestes pacientes, houve um aumento progressivo da utilização à medida das
avaliações dos pacientes. Os ansiolíticos e anticonvulsivantes cresceram seu
consumo exponencialmente, passando de 5 pacientes que já chegaram no INCA
em uso de ansiolíticos, para 57 pacientes na última avaliação, um aumento de
cerca de 12 vezes. O mesmo foi verificado para os anticonvulsivantes com intuito
antálgico, que tiveram seu aumento verificado em 18 vezes, em relação à análise
inicial. Os fármacos desta classe mais utilizados foram a amitriptina e a
gabapentina.
Esta curva ascendente do uso dessas duas classes de medicamentos
para o controle da dor em nosso estudo vai a favor das recomendações de
estudos mundiais, as quais aconselham a utilização como profilaxia de dor do
membro fantasma e modulador da dor, possibilitando a utilização de doses mais
baixas de opioides em todo o momento do tratamento. (152,245,290,430)
Considerando todos os momentos, podemos afirmar que houve melhor
controle da dor, considerando os momentos avaliados, equivalendo uma queda
de mais da metade dos pacientes com dor. Pelos padrões determinados neste
estudo, esta queda representa uma efetividade no tratamento antálgico que
também pode ter sido influenciada pelo controle da doença de base
6.4) Óbitos
Os trabalhos internacionais e nacionais, que estudaram OS, encontraram
uma relação de óbitos principalmente com o dado presença de progressão de
68
doença. O GCBTO em 2006, apresentou uma incidência de 52,6% de óbitos na
sua população de estudo, em um seguimento dos pacientes por 61 meses. Em
2013, já com uma média de 92 meses de acompanhamento, o percentual de
óbitos foi de 51,3%. O GLATO encontrou uma incidência de óbito de 19%, de
maio de 2006 a julho de 2013, sendo a causa principal a progressão da doença.
(31,33,76)
Em 2015, o estudo EWING 1, analisando os pacientes com SE, em um
período de acompanhamento de 52,2 meses, verificou uma taxa de óbitos de
46,3% e sobrevida global de 54,4%. Entretanto, em 2017 este mesmo grupo,
com média de acompanhamento mais longo, de 4,5 anos, apresentou uma
sobrevida global de 63,3%. (123,124)
Em nosso estudo observamos que 39,4% (56/142) de nossa população
evoluiu para óbito antes da data limite do estudo, sendo os pacientes de OS que
mais evoluíram para esta condição. Houve correlação desses óbitos, com a
presença de metástase ao diagnóstico e com a progressão de doença
neoplásica detectada no momento 4. Este achado é comparável com todos os
dados da literatura, mostrando um prognóstico muito reservado desta neoplasia.
(9,23,31,33,76,123,124,419–421,427,434)
Quando feita a análise dos dados entre óbito e dor, o nosso estudo
mostrou uma informação muito desconfortável. Os óbitos foram associados, em
ordem decrescente de importância, à dor no momento 4 (última avaliação), à
progressão da doença no momento 4 e à presença de metástases.
Os índices de qualidade de morte e de cuidado em final-de-vida são
marcadores importantes para avaliação econômica e de desenvolvimento de um
país, conforme a revista “The Economist” de 2015 (440,441). Em uma listagem
com 80 países, o Brasil ocupou a posição 42 na qualidade de morte, somatórios
de vários requisitos sendo um deles o consumo de opioide per capita, e posição
52 no quesito qualidade de cuidados de fim-de-vida. Nossos dados podem ser o
reflexo dessa realidade brasileira, que mesmo com o aumento do consumo de
opioides fortes mostrado em nosso estudo, ainda apresentamos um número alto
de óbitos com dor ENV > 4 (dor moderada a insuportável). Isso mostra, que ainda
69
estamos aquém dos padrões ideais, comparando com os primeiros colocados
desta listagem como Reino Unido, Canadá e EUA.
Estes resultados inferem a necessidade de que sejam pensadas novas
medidas para o controle da dor, proporcionando uma melhor qualidade do
cuidado nestes pacientes, através de informações e treinamento aos
profissionais e cuidadores como o resgate do conceito que a dor é o 5º sinal vital.
70
7) CONCLUSÕES
Os pacientes não apresentaram diferença entre os sexos, porém quanto
a idade, observou-se que a maior parte dos pacientes eram menores que 15
anos de idade, sendo a maioria com diagnóstico de osteossarcoma. Entretanto
os pacientes com sarcoma de Ewing com um maior percentual de metástase ao
diagnóstico.
A dor foi o sintoma mais comum encontrado nos pacientes com cânceres
ósseos primários, estando presente em todos os momentos da avaliação. O
percentual de pacientes não avaliados quanto a dor ao diagnóstico, através de
escalas específicas foi considerável. Entretanto, durante o tratamento um
percentual maior de pacientes foi avaliado quanto a dor.
Houve redução progressiva da frequência de relato de dor pelos
pacientes, nos momentos sequenciais de avaliação e, concomitantemente, o
aumento do uso de medicações antálgicas mais adequadas. Notou-se um
aumento progressivo da utilização de opioides fortes além dos medicamentos
adjuvantes, como ansiolíticos (amitriptilina) e anticonvulsivantes (gabapentina),
com otimização do controle da dor.
Dentre os opioides, vimos que a morfina e o tramadol foram os mais
utilizados. Porém, analgésicos mais potentes foram utilizados em quantidades
pouco expressivas, da mesma forma que outras medicações adjuvantes, como
AINE, anestésicos e inibidores de NMDA.
O controle da dor foi melhor, conforme a introdução da terapia
antineoplásica eficaz, sendo a quimioterapia o tratamento mais comumente
realizado. Porém, os pacientes metastáticos ou com progressão da doença,
principalmente no momento 4, apresentaram um prognóstico reservado. A
presença de dor esteve bem evidente naqueles com progressão de doença.
Nos pacientes que evoluíram para óbito, os níveis de dor no momento da
última avaliação se encontravam ainda além dos níveis aceitáveis (ENV >4).
71
8) REFERÊNCIAS
1. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WORLD HEALTH STATISTICS 2018: monitoring health for the sdgs, sustainable development goals. S.l.: WORLD HEALTH ORGANIZATION; 2018.
2. Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva, editor. Incidência, mortalidade e morbidade hospitalar por câncer em crianças, adolescentes e adultos jovens no Brasil: informações dos registros de câncer e do sistema de mortalidade. Rio de Janeiro, RJ: INCA; 2016. 410 p.
3. Instituto Nacional de Câncer (Brazil), Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, editors. Câncer na criança e no adolescente no Brasil: dados dos registros de base populacional e de mortalidade. Rio de Janeiro, RJ: Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer - INCA : Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica - SOBOPE; 2008. 220 p.
4. Desandes E, Clavel J, Berger C, Bernard J-L, Blouin P, de Lumley L, et al. Cancer incidence among children in France, 1990-1999. Pediatr Blood Cancer. 2004 Dec;43(7):749–57.
5. Pizzo PA, Poplack DG, Adamson PC, Blaney SM, Helman L, editors. Principles and practice of pediatric oncology. Seventh edition. Philadelphia: Wolters Kluwer; 2016. 1296 p.
6. Marec-Bérard P, Delafosse C, Foussat C. [Cancer-related bone pain in children]. Arch Pediatr Organe Off Soc Francaise Pediatr. 2005 Feb;12(2):191–8.
7. Caraceni A, Portenoy RK. An international survey of cancer pain characteristics and syndromes. IASP Task Force on Cancer Pain. International Association for the Study of Pain. Pain. 1999 Sep;82(3):263–74.
8. Widhe B, Widhe T. Initial symptoms and clinical features in osteosarcoma and Ewing sarcoma. J Bone Joint Surg Am. 2000 May;82(5):667–74.
9. Jackson TM, Bittman M, Granowetter L. Pediatric Malignant Bone Tumors: A Review and Update on Current Challenges, and Emerging Drug Targets. Curr Probl Pediatr Adolesc Health Care. 2016 Jul;46(7):213–28.
10. Bielack SS, Tabone M-D. To the Editor. Radiother Oncol. 2003 Jul;68(1):89.
11. Friebele JC, Peck J, Pan X, Abdel-Rasoul M, Mayerson JL. Osteosarcoma: A Meta-Analysis and Review of the Literature. Am J Orthop Belle
72
Mead NJ. 2015 Dec;44(12):547–53.
12. Cho WH, Song WS, Jeon D-G, Kong C-B, Kim MS, Lee JA, et al. Differential presentations, clinical courses, and survivals of osteosarcomas of the proximal humerus over other extremity locations. Ann Surg Oncol. 2010 Mar;17(3):702–8.
13. Pakos EE, Nearchou AD, Grimer RJ, Koumoullis HD, Abudu A, Bramer JAM, et al. Prognostic factors and outcomes for osteosarcoma: an international collaboration. Eur J Cancer Oxf Engl 1990. 2009 Sep;45(13):2367–75.
14. Harvei S, Solheim O. The prognosis in osteosarcoma: Norwegian National Data. Cancer. 1981 Oct 15;48(8):1719–23.
15. Sutow WW, Sullivan MP, Fernbach DJ, Cangir A, George SL. Adjuvant chemotherapy in primary treatment of osteogenic sarcoma. A Southwest Oncology Group study. Cancer. 1975 Nov;36(5):1598–602.
16. Eilber F, Giuliano A, Eckardt J, Patterson K, Moseley S, Goodnight J. Adjuvant chemotherapy for osteosarcoma: a randomized prospective trial. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 1987 Jan;5(1):21–6.
17. Hsieh M-Y, Hung G-Y, Yen H-J, Chen W-M, Chen T-H. Osteosarcoma in preadolescent patients: experience in a single institute in Taiwan. J Chin Med Assoc JCMA. 2009 Sep;72(9):455–61.
18. Longhi A, Pasini E, Bertoni F, Pignotti E, Ferrari C, Bacci G. Twenty-year follow-up of osteosarcoma of the extremity treated with adjuvant chemotherapy. J Chemother Florence Italy. 2004 Dec;16(6):582–8.
19. Bacci G, Ferrari S, Lari S, Mercuri M, Donati D, Longhi A, et al. Osteosarcoma of the limb. Amputation or limb salvage in patients treated by neoadjuvant chemotherapy. J Bone Joint Surg Br. 2002 Jan;84(1):88–92.
20. Bacci G, Ferrari S, Bertoni F, Ruggieri P, Picci P, Longhi A, et al. Long-term outcome for patients with nonmetastatic osteosarcoma of the extremity treated at the istituto ortopedico rizzoli according to the istituto ortopedico rizzoli/osteosarcoma-2 protocol: an updated report. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2000 Dec 15;18(24):4016–27.
21. Guillon MAM, Mary PMJ, Brugière L, Marec-Bérard P, Pacquement HD, Schmitt C, et al. Clinical characteristics and prognosis of osteosarcoma in young children: a retrospective series of 15 cases. BMC Cancer. 2011 Sep 24;11:407.
22. Abate ME, Longhi A, Galletti S, Ferrari S, Bacci G. Non-metastatic osteosarcoma of the extremities in children aged 5 years or younger. Pediatr Blood Cancer. 2010 Oct;55(4):652–4.
23. Worch J, Matthay KK, Neuhaus J, Goldsby R, DuBois SG. Osteosarcoma
73
in children 5 years of age or younger at initial diagnosis. Pediatr Blood Cancer. 2010 Aug;55(2):285–9.
24. Kager L, Zoubek A, Dominkus M, Lang S, Bodmer N, Jundt G, et al. Osteosarcoma in very young children: experience of the Cooperative Osteosarcoma Study Group. Cancer. 2010 Nov 15;116(22):5316–24.
25. Meyers PA, Heller G, Healey JH, Huvos A, Applewhite A, Sun M, et al. Osteogenic sarcoma with clinically detectable metastasis at initial presentation. J Clin Oncol. 1993 Mar;11(3):449-53.
26. Bacci G, Longhi A, Versari M, Mercuri M, Briccoli A, Picci P. Prognostic factors for osteosarcoma of the extremity treated with neoadjuvant chemotherapy: 15-year experience in 789 patients treated at a single institution. Cancer. 2006 Mar 1;106(5):1154–61.
27. Szendroi M, Pápai Z, Koós R, Illés T. Limb-saving surgery, survival, and prognostic factors for osteosarcoma: the Hungarian experience. J Surg Oncol. 2000 Feb;73(2):87–94.
28. Bishop MW, Janeway KA, Gorlick R. Future directions in the treatment of osteosarcoma. Curr Opin Pediatr. 2016 Feb;28(1):26–33.
29. Kager L, Zoubek A, Pötschger U, Kastner U, Flege S, Kempf-Bielack B, et al. Primary metastatic osteosarcoma: presentation and outcome of patients treated on neoadjuvant Cooperative Osteosarcoma Study Group protocols. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2003 May 15;21(10):2011–8.
30. Salinas-Souza C, De Oliveira R, Alves MTDS, Garcia Filho RJ, Petrilli AS, Toledo SRC. The metastatic behavior of osteosarcoma by gene expression and cytogenetic analyses. Hum Pathol. 2013 Oct;44(10):2188–98.
31. Petrilli AS, de Camargo B, Filho VO, Bruniera P, Brunetto AL, Jesus-Garcia R, et al. Results of the Brazilian Osteosarcoma Treatment Group Studies III and IV: prognostic factors and impact on survival. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2006 Mar 1;24(7):1161–8.
32. Kempf-Bielack B, Bielack SS, Jürgens H, Branscheid D, Berdel WE, Exner GU, et al. Osteosarcoma relapse after combined modality therapy: an analysis of unselected patients in the Cooperative Osteosarcoma Study Group (COSS). J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2005 Jan 20;23(3):559–68.
33. Petrilli AS, Brunetto AL, Cypriano MDS, Ferraro AA, Donato Macedo CRP, Senerchia AA, et al. Fifteen Years’ Experience of the Brazilian Osteosarcoma Treatment Group (BOTG): A Contribution from an Emerging Country. J Adolesc Young Adult Oncol. 2013 Dec;2(4):145–52.
34. Bielack S, Carrle D, Jost L, ESMO Guidelines Working Group. Osteosarcoma: ESMO clinical recommendations for diagnosis, treatment and
74
follow-up. Ann Oncol Off J Eur Soc Med Oncol. 2008 May;19 Suppl 2:ii94-96.
35. Altaf S, Enders F, Krailo M, Barkauskas D, Meyers P, Arndt C. Response to “High BMI at diagnosis is associated with inferior survival in patients with osteosarcoma.” Pediatr Blood Cancer. 2014 May;61(5):951.
36. Mirabello L, Troisi RJ, Savage SA. Osteosarcoma incidence and survival rates from 1973 to 2004: data from the Surveillance, Epidemiology, and End Results Program. Cancer. 2009 Apr 1;115(7):1531–43.
37. Mirabello L, Troisi RJ, Savage SA. International osteosarcoma incidence patterns in children and adolescents, middle ages and elderly persons. Int J Cancer. 2009 Jul 1;125(1):229–34.
38. Bacci G, Forni C, Longhi A, Ferrari S, Mercuri M, Bertoni F, et al. Local recurrence and local control of non-metastatic osteosarcoma of the extremities: a 27-year experience in a single institution. J Surg Oncol. 2007 Aug 1;96(2):118–23.
39. Kozakewich H, Perez-Atayde AR, Goorin AM, Wilkinson RH, Gebhardt MC, Vawter GF. Osteosarcoma in young children. Cancer. 1991 Feb 1;67(3):638–42.
40. Ren W, Gu G. Prognostic implications of RB1 tumour suppressor gene alterations in the clinical outcome of human osteosarcoma: a meta-analysis. Eur J Cancer Care (Engl). 2017 Jan;26(1).
41. Wong JR, Morton LM, Tucker MA, Abramson DH, Seddon JM, Sampson JN, et al. Risk of subsequent malignant neoplasms in long-term hereditary retinoblastoma survivors after chemotherapy and radiotherapy. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2014 Oct 10;32(29):3284–90.
42. Hawkins MM, Wilson LM, Burton HS, Potok MH, Winter DL, Marsden HB, et al. Radiotherapy, alkylating agents, and risk of bone cancer after childhood cancer. J Natl Cancer Inst. 1996 Mar 6;88(5):270–8.
43. Marina N, Gebhardt M, Teot L, Gorlick R. Biology and therapeutic advances for pediatric osteosarcoma. The Oncologist. 2004;9(4):422–41.
44. Hendershot E, Pappo A, Malkin D, Sung L. Tumor necrosis in pediatric osteosarcoma: impact of modern therapies. J Pediatr Oncol Nurs Off J Assoc Pediatr Oncol Nurses. 2006 Aug;23(4):176–81.
45. Mirabello L, Koster R, Moriarity BS, Spector LG, Meltzer PS, Gary J, et al. A Genome-Wide Scan Identifies Variants in NFIB Associated with Metastasis in Patients with Osteosarcoma. Cancer Discov. 2015 Sep;5(9):920–31.
46. Kelly AD, Haibe-Kains B, Janeway KA, Hill KE, Howe E, Goldsmith J, et al. MicroRNA paraffin-based studies in osteosarcoma reveal reproducible
75
independent prognostic profiles at 14q32. Genome Med. 2013;5(1):2.
47. Sarver AL, Thayanithy V, Scott MC, Cleton-Jansen A-M, Hogendoorn PC, Modiano JF, et al. MicroRNAs at the human 14q32 locus have prognostic significance in osteosarcoma. Orphanet J Rare Dis. 2013 Jan 11;8:7.
48. Rosenblum JM, Wijetunga NA, Fazzari MJ, Krailo M, Barkauskas DA, Gorlick R, et al. Predictive properties of DNA methylation patterns in primary tumor samples for osteosarcoma relapse status. Epigenetics. 2015;10(1):31–9.
49. Zamborsky R, Kokavec M, Harsanyi S, Danisovic L. Identification of Prognostic and Predictive Osteosarcoma Biomarkers. Med Sci Basel Switz. 2019 Feb 11;7(2).
50. Enneking WF, Spanier SS, Goodman MA. A system for the surgical staging of musculoskeletal sarcoma. Clin Orthop. 1980 Dec;(153):106–20.
51. Sobin LH, Gospodarowicz MK, Wittekind C, International Union against Cancer, editors. TNM classification of malignant tumours. 7th ed. Chichester, West Sussex, UK ; Hoboken, NJ: Wiley-Blackwell; 2010. 309 p.
52. PDQ Pediatric Treatment Editorial Board. Osteosarcoma and Malignant Fibrous Histiocytoma of Bone Treatment (PDQ®): Health Professional Version. In: PDQ Cancer Information Summaries. Bethesda (MD): National Cancer Institute (US); 2002.
53. Schajowicz F, Sissons HA, Sobin LH. The World Health Organization’s histologic classification of bone tumors. A commentary on the second edition. Cancer. 1995 Mar 1;75(5):1208–14.
54. Antonescu CR, Huvos AG. Low-grade osteogenic sarcoma arising in medullary and surface osseous locations. Am J Clin Pathol. 2000 Nov;114 Suppl:S90-103.
55. Kaste SC, Fuller CE, Saharia A, Neel MD, Rao BN, Daw NC. Pediatric surface osteosarcoma: clinical, pathologic, and radiologic features. Pediatr Blood Cancer. 2006 Aug;47(2):152–62.
56. Fletcher CDM, World Health Organization, International Agency for Research on Cancer, editors. WHO classification of tumours of soft tissue and bone. 4th ed. Lyon: IARC Press; 2013. 468 p. (World Health Organization classification of tumours).
57. Bacci G, Ferrari S, Ruggieri P, Biagini R, Fabbri N, Campanacci L, et al. Telangiectatic osteosarcoma of the extremity: neoadjuvant chemotherapy in 24 cases. Acta Orthop Scand. 2001 Apr;72(2):167–72.
58. Weiss A, Khoury JD, Hoffer FA, Wu J, Billups CA, Heck RK, et al. Telangiectatic osteosarcoma: the St. Jude Children’s Research Hospital’s
76
experience. Cancer. 2007 Apr 15;109(8):1627–37.
59. Schwab JH, Antonescu CR, Athanasian EA, Boland PJ, Healey JH, Morris CD. A comparison of intramedullary and juxtacortical low-grade osteogenic sarcoma. Clin Orthop. 2008 Jun;466(6):1318–22.
60. Hoshi M, Matsumoto S, Manabe J, Tanizawa T, Shigemitsu T, Izawa N, et al. Oncologic outcome of parosteal osteosarcoma. Int J Clin Oncol. 2006 Apr;11(2):120–6.
61. Kumar VS, Barwar N, Khan SA. Surface osteosarcomas: Diagnosis, treatment and outcome. Indian J Orthop. 2014 May;48(3):255–61.
62. Grimer RJ, Bielack S, Flege S, Cannon SR, Foleras G, Andreeff I, et al. Periosteal osteosarcoma - a European review of outcome. Eur J Cancer Oxf Engl 1990. 2005 Dec;41(18):2806–11.
63. Cesari M, Alberghini M, Vanel D, Palmerini E, Staals EL, Longhi A, et al. Periosteal osteosarcoma: a single-institution experience. Cancer. 2011 Apr 15;117(8):1731–5.
64. Okada K, Unni KK, Swee RG, Sim FH. High grade surface osteosarcoma: a clinicopathologic study of 46 cases. Cancer. 1999 Mar 1;85(5):1044–54.
65. Nouri H, Ben Maitigue M, Abid L, Nouri N, Abdelkader A, Bouaziz M, et al. Surface osteosarcoma: Clinical features and therapeutic implications. J Bone Oncol. 2015 Dec;4(4):115–23.
66. Link MP, Goorin AM, Horowitz M, Meyer WH, Belasco J, Baker A, et al. Adjuvant chemotherapy of high-grade osteosarcoma of the extremity. Updated results of the Multi-Institutional Osteosarcoma Study. Clin Orthop. 1991 Sep;(270):8–14.
67. Rivera-Valentin RK, Zhu L, Hughes DPM. Bone Sarcomas in Pediatrics: Progress in Our Understanding of Tumor Biology and Implications for Therapy. Paediatr Drugs. 2015 Aug;17(4):257–71.
68. Meyers PA, Schwartz CL, Krailo MD, Healey JH, Bernstein ML, Betcher D, et al. Osteosarcoma: the addition of muramyl tripeptide to chemotherapy improves overall survival--a report from the Children’s Oncology Group. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2008 Feb 1;26(4):633–8.
69. Anderson PM, Meyers P, Kleinerman E, Venkatakrishnan K, Hughes DP, Herzog C, et al. Mifamurtide in metastatic and recurrent osteosarcoma: a patient access study with pharmacokinetic, pharmacodynamic, and safety assessments. Pediatr Blood Cancer. 2014 Feb;61(2):238–44.
70. van Dam LS, de Zwart VM, Meyer-Wentrup FAG. The role of programmed cell death-1 (PD-1) and its ligands in pediatric cancer. Pediatr Blood Cancer.
77
2015;62(2):190–7.
71. Kansara M, Teng MW, Smyth MJ, Thomas DM. Translational biology of osteosarcoma. Nat Rev Cancer. 2014 Nov;14(11):722–35.
72. Janeway KA, Maki RG. New strategies in sarcoma therapy: linking biology and novel agents. Clin Cancer Res Off J Am Assoc Cancer Res. 2012 Nov 1;18(21):5837–44.
73. Marley K, Bracha S, Seguin B. Osteoprotegerin activates osteosarcoma cells that co-express RANK and RANKL. Exp Cell Res. 2015 Oct 15;338(1):32–8.
74. Bago-Horvath Z, Schmid K, Rössler F, Nagy-Bojarszky K, Funovics P, Sulzbacher I. Impact of RANK signalling on survival and chemotherapy response in osteosarcoma. Pathology (Phila). 2014 Aug;46(5):411–5.
75. Castellano D, Sepulveda JM, García-Escobar I, Rodriguez-Antolín A, Sundlöv A, Cortes-Funes H. The role of RANK-ligand inhibition in cancer: the story of denosumab. The Oncologist. 2011;16(2):136–45.
76. Senerchia AA, Macedo CR, Ferman S, Scopinaro M, Cacciavillano W, Boldrini E, et al. Results of a randomized, prospective clinical trial evaluating metronomic chemotherapy in nonmetastatic patients with high-grade, operable osteosarcomas of the extremities: A report from the Latin American Group of Osteosarcoma Treatment: Metronomic Therapy in Osteosarcoma Patients. Cancer. 2017 May 15;123(6):1003–10.
77. Esiashvili N, Goodman M, Marcus RB. Changes in incidence and survival of Ewing sarcoma patients over the past 3 decades: Surveillance Epidemiology and End Results data. J Pediatr Hematol Oncol. 2008 Jun;30(6):425–30.
78. Hattinger CM, Zoubek A, Ambros PF. Molecular Cytogenetics in Ewing Tumors: Diagnostic and Prognostic Information. Onkologie. 2000 Oct;23(5):416–22.
79. Tavakkoli M, Mueller L. Cutaneous Ewing Sarcoma and Ewing Sarcoma of the Bone: Distinct Diseases. Case Rep Oncol. 2018 Dec;11(3):729–34.
80. Delaplace M, Lhommet C, de Pinieux G, Vergier B, de Muret A, Machet L. Primary cutaneous Ewing sarcoma: a systematic review focused on treatment and outcome. Br J Dermatol. 2012 Apr;166(4):721–6.
81. Karosas AO. Ewing’s sarcoma. Am J Health-Syst Pharm AJHP Off J Am Soc Health-Syst Pharm. 2010 Oct 1;67(19):1599–605.
82. Iwamoto Y. Diagnosis and treatment of Ewing’s sarcoma. Jpn J Clin Oncol. 2007 Feb;37(2):79–89.
83. Thiel U, Wawer A, von Luettichau I, Bender H-U, Blaeschke F, Grunewald
78
TGP, et al. Bone marrow involvement identifies a subgroup of advanced Ewing sarcoma patients with fatal outcome irrespective of therapy in contrast to curable patients with multiple bone metastases but unaffected marrow. Oncotarget. 2016 Oct 25;7(43):70959–68.
84. Delattre O, Zucman J, Plougastel B, Desmaze C, Melot T, Peter M, et al. Gene fusion with an ETS DNA-binding domain caused by chromosome translocation in human tumours. Nature. 1992 Sep 10;359(6391):162–5.
85. Cotterill SJ, Ahrens S, Paulussen M, Jürgens HF, Voûte PA, Gadner H, et al. Prognostic factors in Ewing’s tumor of bone: analysis of 975 patients from the European Intergroup Cooperative Ewing’s Sarcoma Study Group. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2000 Sep;18(17):3108–14.
86. Delattre O, Zucman J, Melot T, Garau XS, Zucker JM, Lenoir GM, et al. The Ewing family of tumors--a subgroup of small-round-cell tumors defined by specific chimeric transcripts. N Engl J Med. 1994 Aug 4;331(5):294–9.
87. Carvajal R, Meyers P. Ewing’s sarcoma and primitive neuroectodermal family of tumors. Hematol Oncol Clin North Am. 2005 Jun;19(3):501–25, vi–vii.
88. Choi E-YK, Gardner JM, Lucas DR, McHugh JB, Patel RM. Ewing sarcoma. Semin Diagn Pathol. 2014 Jan;31(1):39–47.
89. Applebaum MA, Worch J, Matthay KK, Goldsby R, Neuhaus J, West DC, et al. Clinical features and outcomes in patients with extraskeletal Ewing sarcoma. Cancer. 2011 Jul 1;117(13):3027–32.
90. Jawad MU, Cheung MC, Min ES, Schneiderbauer MM, Koniaris LG, Scully SP. Ewing sarcoma demonstrates racial disparities in incidence-related and sex-related differences in outcome: an analysis of 1631 cases from the SEER database, 1973-2005. Cancer. 2009 Aug 1;115(15):3526–36.
91. Worch J, Cyrus J, Goldsby R, Matthay KK, Neuhaus J, DuBois SG. Racial differences in the incidence of mesenchymal tumors associated with EWSR1 translocation. Cancer Epidemiol Biomark Prev Publ Am Assoc Cancer Res Cosponsored Am Soc Prev Oncol. 2011 Mar;20(3):449–53.
92. DuBois SG, Goldsby R, Segal M, Woo J, Copren K, Kane JP, et al. Evaluation of polymorphisms in EWSR1 and risk of Ewing sarcoma: a report from the Childhood Cancer Survivor Study. Pediatr Blood Cancer. 2012 Jul 15;59(1):52–6.
93. Silva DSBS, Sawitzki FR, De Toni EC, Graebin P, Picanco JB, Abujamra AL, et al. Ewing’s sarcoma: analysis of single nucleotide polymorphism in the EWS gene. Gene. 2012 Nov 10;509(2):263–6.
94. Zucman-Rossi J, Batzer MA, Stoneking M, Delattre O, Thomas G. Interethnic polymorphism of EWS intron 6: genome plasticity mediated by Alu
79
retroposition and recombination. Hum Genet. 1997 Mar;99(3):357–63.
95. Bosma SE, Ayu O, Fiocco M, Gelderblom H, Dijkstra PDS. Prognostic factors for survival in Ewing sarcoma: A systematic review. Surg Oncol. 2018 Dec;27(4):603–10.
96. Arora RS, Alston RD, Eden TOB, Geraci M, Birch JM. The contrasting age-incidence patterns of bone tumours in teenagers and young adults: Implications for aetiology. Int J Cancer. 2012 Oct 1;131(7):1678–85.
97. Duchman KR, Gao Y, Miller BJ. Prognostic factors for survival in patients with Ewing’s sarcoma using the surveillance, epidemiology, and end results (SEER) program database. Cancer Epidemiol. 2015 Apr;39(2):189–95.
98. van den Berg H, Kroon HM, Slaar A, Hogendoorn P. Incidence of biopsy-proven bone tumors in children: a report based on the Dutch pathology registration “PALGA.” J Pediatr Orthop. 2008 Feb;28(1):29–35.
99. Damron TA, Ward WG, Stewart A. Osteosarcoma, chondrosarcoma, and Ewing’s sarcoma: National Cancer Data Base Report. Clin Orthop. 2007 Jun;459:40–7.
100. Ahrens S, Hoffmann C, Jabar S, Braun-Munzinger G, Paulussen M, Dunst J, et al. Evaluation of prognostic factors in a tumor volume-adapted treatment strategy for localized Ewing sarcoma of bone: the CESS 86 experience. Cooperative Ewing Sarcoma Study. Med Pediatr Oncol. 1999 Mar;32(3):186–95.
101. Gaspar N, Hawkins DS, Dirksen U, Lewis IJ, Ferrari S, Le Deley M-C, et al. Ewing Sarcoma: Current Management and Future Approaches Through Collaboration. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2015 Sep 20;33(27):3036–46.
102. Werier J, Yao X, Caudrelier J-M, Di Primio G, Ghert M, Gupta AA, et al. A systematic review of optimal treatment strategies for localized Ewing’s sarcoma of bone after neo-adjuvant chemotherapy. Surg Oncol. 2016 Mar;25(1):16–23.
103. Marina N, Meyers PA. High-dose therapy and stem-cell rescue for Ewing’s family of tumors in second remission. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2005 Jul 1;23(19):4262–4.
104. Rodríguez-Galindo C, Liu T, Krasin MJ, Wu J, Billups CA, Daw NC, et al. Analysis of prognostic factors in ewing sarcoma family of tumors: review of St. Jude Children’s Research Hospital studies. Cancer. 2007 Jul 15;110(2):375–84.
105. Stahl M, Ranft A, Paulussen M, Bölling T, Vieth V, Bielack S, et al. Risk of recurrence and survival after relapse in patients with Ewing sarcoma. Pediatr Blood Cancer. 2011 Oct;57(4):549–53.
106. Bacci G, Ferrari S, Longhi A, Donati D, De Paolis M, Forni C, et al. Therapy
80
and survival after recurrence of Ewing’s tumors: the Rizzoli experience in 195 patients treated with adjuvant and neoadjuvant chemotherapy from 1979 to 1997. Ann Oncol Off J Eur Soc Med Oncol. 2003 Nov;14(11):1654–9.
107. Brasme J-F, Chalumeau M, Oberlin O, Valteau-Couanet D, Gaspar N. Time to diagnosis of Ewing tumors in children and adolescents is not associated with metastasis or survival: a prospective multicenter study of 436 patients. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2014 Jun 20;32(18):1935–40.
108. Bedetti B, Wiebe K, Ranft A, Aebert H, Schmidt J, Jürgens H, et al. Local control in Ewing sarcoma of the chest wall: results of the EURO-EWING 99 trial. Ann Surg Oncol. 2015 Sep;22(9):2853–9.
109. Nesbit ME, Gehan EA, Burgert EO, Vietti TJ, Cangir A, Tefft M, et al. Multimodal therapy for the management of primary, nonmetastatic Ewing’s sarcoma of bone: a long-term follow-up of the First Intergroup study. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 1990 Oct;8(10):1664–74.
110. Granowetter L, Womer R, Devidas M, Krailo M, Wang C, Bernstein M, et al. Dose-intensified compared with standard chemotherapy for nonmetastatic Ewing sarcoma family of tumors: a Children’s Oncology Group Study. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2009 May 20;27(15):2536–41.
111. Jürgens H, Exner U, Gadner H, Harms D, Michaelis J, Sauer R, et al. Multidisciplinary treatment of primary Ewing’s sarcoma of bone. A 6-year experience of a European Cooperative Trial. Cancer. 1988 Jan 1;61(1):23–32.
112. Burgert EO, Nesbit ME, Garnsey LA, Gehan EA, Herrmann J, Vietti TJ, et al. Multimodal therapy for the management of nonpelvic, localized Ewing’s sarcoma of bone: intergroup study IESS-II. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 1990 Sep;8(9):1514–24.
113. Craft A, Cotterill S, Malcolm A, Spooner D, Grimer R, Souhami R, et al. Ifosfamide-containing chemotherapy in Ewing’s sarcoma: The Second United Kingdom Children’s Cancer Study Group and the Medical Research Council Ewing’s Tumor Study. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 1998 Nov;16(11):3628–33.
114. Paulussen M, Ahrens S, Dunst J, Winkelmann W, Exner GU, Kotz R, et al. Localized Ewing tumor of bone: final results of the cooperative Ewing’s Sarcoma Study CESS 86. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2001 Mar 15;19(6):1818–29.
115. Grier HE, Krailo MD, Tarbell NJ, Link MP, Fryer CJH, Pritchard DJ, et al. Addition of ifosfamide and etoposide to standard chemotherapy for Ewing’s sarcoma and primitive neuroectodermal tumor of bone. N Engl J Med. 2003 Feb 20;348(8):694–701.
81
116. Bacci G, Forni C, Longhi A, Ferrari S, Donati D, De Paolis M, et al. Long-term outcome for patients with non-metastatic Ewing’s sarcoma treated with adjuvant and neoadjuvant chemotherapies. 402 patients treated at Rizzoli between 1972 and 1992. Eur J Cancer Oxf Engl 1990. 2004 Jan;40(1):73–83.
117. Paulussen M, Craft AW, Lewis I, Hackshaw A, Douglas C, Dunst J, et al. Results of the EICESS-92 Study: two randomized trials of Ewing’s sarcoma treatment--cyclophosphamide compared with ifosfamide in standard-risk patients and assessment of benefit of etoposide added to standard treatment in high-risk patients. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2008 Sep 20;26(27):4385–93.
118. Womer RB, West DC, Krailo MD, Dickman PS, Pawel BR, Grier HE, et al. Randomized controlled trial of interval-compressed chemotherapy for the treatment of localized Ewing sarcoma: a report from the Children’s Oncology Group. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2012 Nov 20;30(33):4148–54.
119. Jaffe N, Paed D, Traggis D, Salian S, Cassady JR. Improved outlook for Ewing’s sarcoma with combination chemotherapy (vincristine, actinomycin D and cyclophosphamide) and radiation therapy. Cancer. 1976 Nov;38(5):1925–30.
120. Rosen G, Wollner N, Tan C, Wu SJ, Hajdu SI, Cham W, et al. Proceedings: Disease-free survival in children with Ewing’s sarcoma treated with radiation therapy and adjuvant four-drug sequential chemotherapy. Cancer. 1974 Feb;33(2):384–93.
121. Mascarenhas L, Felgenhauer JL, Bond MC, Villaluna D, Femino JD, Laack NN, et al. Pilot Study of Adding Vincristine, Topotecan, and Cyclophosphamide to Interval-Compressed Chemotherapy in Newly Diagnosed Patients With Localized Ewing Sarcoma: A Report From the Children’s Oncology Group. Pediatr Blood Cancer. 2016 Mar;63(3):493–8.
122. Yock TI, Krailo M, Fryer CJ, Donaldson SS, Miser JS, Chen Z, et al. Local control in pelvic Ewing sarcoma: analysis from INT-0091--a report from the Children’s Oncology Group. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2006 Aug 20;24(24):3838–43.
123. Brunetto AL, Castillo LA, Petrilli AS, Macedo CD, Boldrini E, Costa C, et al. Carboplatin in the treatment of Ewing sarcoma: Results of the first Brazilian Collaborative Study Group for Ewing Sarcoma Family Tumors-EWING1: Carboplatin in the Treatment of Ewing Sarcoma. Pediatr Blood Cancer. 2015 Oct;62(10):1747–53.
124. On behalf of the Brazilian Collaborative Study Group of Ewing Family of Tumors – EWING1 and the Brazilian Society of Pediatric Oncology – SOBOPE, Becker RG, Gregianin LJ, Galia CR, Jesus-Garcia Filho R, Toller EA, et al. What is the impact of local control in Ewing sarcoma: analysis of the first Brazilian collaborative study group – EWING1. BMC Cancer. 2017 Dec;17(1).
82
125. Hunold A, Weddeling N, Paulussen M, Ranft A, Liebscher C, Jürgens H. Topotecan and cyclophosphamide in patients with refractory or relapsed Ewing tumors. Pediatr Blood Cancer. 2006 Nov;47(6):795–800.
126. Wagner LM, McAllister N, Goldsby RE, Rausen AR, McNall-Knapp RY, McCarville MB, et al. Temozolomide and intravenous irinotecan for treatment of advanced Ewing sarcoma. Pediatr Blood Cancer. 2007 Feb;48(2):132–9.
127. Anderson P, Kopp L, Anderson N, Cornelius K, Herzog C, Hughes D, et al. Novel bone cancer drugs: investigational agents and control paradigms for primary bone sarcomas (Ewing’s sarcoma and osteosarcoma). Expert Opin Investig Drugs. 2008 Nov;17(11):1703–15.
128. Raciborska A, Bilska K, Drabko K, Chaber R, Pogorzala M, Wyrobek E, et al. Vincristine, irinotecan, and temozolomide in patients with relapsed and refractory Ewing sarcoma. Pediatr Blood Cancer. 2013 Oct;60(10):1621–5.
129. Casey DA, Wexler LH, Merchant MS, Chou AJ, Merola PR, Price AP, et al. Irinotecan and temozolomide for Ewing sarcoma: the Memorial Sloan-Kettering experience. Pediatr Blood Cancer. 2009 Dec;53(6):1029–34.
130. Schrager J, Patzer RE, Mink PJ, Ward KC, Goodman M. Survival outcomes of pediatric osteosarcoma and Ewing’s sarcoma: a comparison of surgery type within the SEER database, 1988-2007. J Regist Manag. 2011;38(3):153–61.
131. Donati D, Yin J, Di Bella C, Colangeli M, Bacci G, Ferrari S, et al. Local and distant control in non-metastatic pelvic Ewing’s sarcoma patients. J Surg Oncol. 2007 Jul 1;96(1):19–25.
132. Puri A, Gulia A, Jambhekar NA, Laskar S. Results of surgical resection in pelvic Ewing’s sarcoma. J Surg Oncol. 2012 Sep 15;106(4):417–22.
133. Ning MS, Perkins SM, Borinstein SC, Holt GE, Stavas MJ, Shinohara ET. Role of radiation in the treatment of non-metastatic osseous Ewing sarcoma. J Med Imaging Radiat Oncol. 2016 Feb;60(1):119–28.
134. Bölling T, Schuck A, Paulussen M, Dirksen U, Ranft A, Könemann S, et al. Whole lung irradiation in patients with exclusively pulmonary metastases of Ewing tumors. Toxicity analysis and treatment results of the EICESS-92 trial. Strahlenther Onkol Organ Dtsch Rontgengesellschaft Al. 2008 Apr;184(4):193–7.
135. Haeusler J, Ranft A, Boelling T, Gosheger G, Braun-Munzinger G, Vieth V, et al. The value of local treatment in patients with primary, disseminated, multifocal Ewing sarcoma (PDMES). Cancer. 2010 Jan 15;116(2):443–50.
136. Shor AC, Agresta SV, D’Amato GZ, Sondak VK. Therapeutic potential of directed tyrosine kinase inhibitor therapy in sarcomas. Cancer Control J Moffitt
83
Cancer Cent. 2008 Jan;15(1):47–54.
137. Arora A, Scholar EM. Role of tyrosine kinase inhibitors in cancer therapy. J Pharmacol Exp Ther. 2005 Dec;315(3):971–9.
138. Ahlén J, Wejde J, Brosjö O, von Rosen A, Weng W-H, Girnita L, et al. Insulin-like growth factor type 1 receptor expression correlates to good prognosis in highly malignant soft tissue sarcoma. Clin Cancer Res Off J Am Assoc Cancer Res. 2005 Jan 1;11(1):206–16.
139. Scotlandi K, Manara MC, Nicoletti G, Lollini P-L, Lukas S, Benini S, et al. Antitumor activity of the insulin-like growth factor-I receptor kinase inhibitor NVP-AEW541 in musculoskeletal tumors. Cancer Res. 2005 May 1;65(9):3868–76.
140. Subbiah V, Naing A, Brown RE, Chen H, Doyle L, LoRusso P, et al. Targeted morphoproteomic profiling of Ewing’s sarcoma treated with insulin-like growth factor 1 receptor (IGF1R) inhibitors: response/resistance signatures. PloS One. 2011 Apr 6;6(4):e18424.
141. Fitzgibbon DR, Loeser JD. Cancer pain: assessment, diagnosis, and management. Philadelphia: Wolters Kluwer Health/Lippincott Williams & Wilkins; 2010. 378 p.
142. Classification of chronic pain. Descriptions of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. Prepared by the International Association for the Study of Pain, Subcommittee on Taxonomy. Pain Suppl. 1986;3:S1-226.
143. Cooper TE, Heathcote LC, Anderson B, Grégoire M-C, Ljungman G, Eccleston C. Non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) for cancer-related pain in children and adolescents. Cochrane Pain, Palliative and Supportive Care Group, editor. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jul 24;
144. Caes L, Boerner KE, Chambers CT, Campbell-Yeo M, Stinson J, Birnie KA, et al. A comprehensive categorical and bibliometric analysis of published research articles on pediatric pain from 1975 to 2010: PAIN. 2016 Feb;157(2):302–13.
145. Weltgesundheitsorganisation, editor. WHO guidelines on the pharmacological treatment of persisting pain in children with medical illnesses. Geneva: World Health Organization; 2012. 166 p.
146. Pomonis JD, Rogers SD, Peters CM, Ghilardi JR, Mantyh PW. Expression and localization of endothelin receptors: implications for the involvement of peripheral glia in nociception. J Neurosci Off J Soc Neurosci. 2001 Feb 1;21(3):999–1006.
147. Asham EH, Loizidou M, Taylor I. Endothelin-1 and tumour development. Eur J Surg Oncol J Eur Soc Surg Oncol Br Assoc Surg Oncol. 1998 Feb;24(1):57–60.
84
148. Mantyh PW, Clohisy DR, Koltzenburg M, Hunt SP. Molecular mechanisms of cancer pain. Nat Rev Cancer. 2002 Mar;2(3):201–9.
149. Julius D, Basbaum AI. Molecular mechanisms of nociception. Nature. 2001 Sep 13;413(6852):203–10.
150. Torritesi P, Vendrúsculo DM. [Pain in children with cancer: models of evaluation]. Rev Lat Am Enfermagem. 1998 Oct;6(4):49–55.
151. Kato Y, Maeda M, Aoki Y, Ishii E, Ishida Y, Kiyotani C, et al. Pain management during bone marrow aspiration and biopsy in pediatric cancer patients. Pediatr Int Off J Jpn Pediatr Soc. 2014 Jun;56(3):354–9.
152. Barbin J, Seetha V, Casillas JM, Paysant J, Pérennou D. The effects of mirror therapy on pain and motor control of phantom limb in amputees: A systematic review. Ann Phys Rehabil Med. 2016 Sep;59(4):270–5.
153. Stone AL, Karlson CW, Heathcote LC, Rosenberg AR, Palermo TM. Topical Review: Pain in Survivors of Pediatric Cancer: Applying a Prevention Framework. J Pediatr Psychol. 2018 Apr 1;43(3):237–42.
154. Zernikow B, Szybalski K, Hübner-Möhler B, Wager J, Paulussen M, Lassay L, et al. Specialized pediatric palliative care services for children dying from cancer: A repeated cohort study on the developments of symptom management and quality of care over a 10-year period. Palliat Med. 2019 Mar;33(3):381–91.
155. Wiffen PJ, Derry S, Moore RA, McNicol ED, Bell RF, Carr DB, et al. Oral paracetamol (acetaminophen) for cancer pain. Cochrane Pain, Palliative and Supportive Care Group, editor. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Jul 12.
156. Portenoy RK, Lesage P. Management of cancer pain. The Lancet. 1999 May;353(9165):1695–700.
157. van den Beuken-van Everdingen MHJ, Hochstenbach LMJ, Joosten EAJ, Tjan-Heijnen VCG, Janssen DJA. Update on Prevalence of Pain in Patients With Cancer: Systematic Review and Meta-Analysis. J Pain Symptom Manage. 2016 Jun ;51(6):1070-1090.e9.
158. Wiffen PJ, Wee B, Moore RA. Oral morphine for cancer pain. Cochrane Pain, Palliative and Supportive Care Group, editor. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Apr 22
159. Deng D, Fu L, Zhao YX, Wu X, Zhang G, Liang C, et al. The Relationship Between Cancer Pain and Quality of Life in Patients Newly Admitted to Wuhan Hospice Center of China. Am J Hosp Palliat Med. 2012 Feb;29(1):53–9.
160. Dreidi MM, Hamdan-Mansour AM. Pain, Sleep Disturbance, and Quality of Life Among Palestinian Patients Diagnosed with Cancer. J Cancer Educ. 2016
85
Dec;31(4):796–803.
161. Mikan F, Wada M, Yamada M, Takahashi A, Onishi H, Ishida M, et al. The Association Between Pain and Quality of Life for Patients With Cancer in an Outpatient Clinic, an Inpatient Oncology Ward, and Inpatient Palliative Care Units. Am J Hosp Palliat Med. 2016 Sep;33(8):782–90.
162. Poppert Cordts KM, Stone AL, Beveridge JK, Wilson AC, Noel M. The (Parental) Whole Is Greater Than the Sum of Its Parts: A Multifactorial Model of Parent Factors in Pediatric Chronic Pain. J Pain. 2019 Jul;20(7):786-795.
163. Beltramini A, Milojevic K, Pateron D. Pain Assessment in Newborns, Infants, and Children. Pediatr Ann. 2017 Oct 1;46(10):e387–95.
164. Tubiana-Hulin M. Incidence, prevalence and distribution of bone metastases. Bone. 1991;12 Suppl 1:S9-10.
165. Wagner G. Frequency of pain in patients with cancer. Recent Results Cancer Res Fortschritte Krebsforsch Progres Dans Rech Sur Cancer. 1984;89:64–71.
166. Jimenez-Andrade JM, Mantyh WG, Bloom AP, Ferng AS, Geffre CP, Mantyh PW. Bone cancer pain. Ann N Y Acad Sci. 2010 Jun;1198:173–81.
167. Dy SM, Asch SM, Naeim A, Sanati H, Walling A, Lorenz KA. Evidence-based standards for cancer pain management. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2008 Aug 10;26(23):3879–85.
168. Simões ÂSL. A dor irruptiva na doença oncológica avançada. Rev Dor. 2011 Jun;12(2):166–71.
169. Kirschstein T, Greffrath W, Büsselberg D, Treede RD. Inhibition of rapid heat responses in nociceptive primary sensory neurons of rats by vanilloid receptor antagonists. J Neurophysiol. 1999 Dec;82(6):2853–60.
170. Bevan S, Geppetti P. Protons: small stimulants of capsaicin-sensitive sensory nerves. Trends Neurosci. 1994 Dec;17(12):509–12.
171. Figura N, Smith J, Yu H-HM. Mechanisms of, and Adjuvants for, Bone Pain. Hematol Oncol Clin North Am. 2018 Jun;32(3):447–58.
172. Peng X, Guo W, Ren T, Lou Z, Lu X, Zhang S, et al. Differential expression of the RANKL/RANK/OPG system is associated with bone metastasis in human non-small cell lung cancer. PloS One. 2013;8(3):e58361.
173. Sabino MAC, Mantyh PW. Pathophysiology of bone cancer pain. J Support Oncol. 2005 Feb;3(1):15–24.
174. Bjurholm A, Kreicbergs A, Brodin E, Schultzberg M. Substance P- and CGRP-immunoreactive nerves in bone. Peptides. 1988 Feb;9(1):165–71.
86
175. Bjurholm A, Kreicbergs A, Terenius L, Goldstein M, Schultzberg M. Neuropeptide Y-, tyrosine hydroxylase- and vasoactive intestinal polypeptide-immunoreactive nerves in bone and surrounding tissues. J Auton Nerv Syst. 1988 Dec;25(2–3):119–25.
176. Tabarowski Z, Gibson-Berry K, Felten SY. Noradrenergic and peptidergic innervation of the mouse femur bone marrow. Acta Histochem. 1996 Nov;98(4):453–7.
177. Caterina MJ, Leffler A, Malmberg AB, Martin WJ, Trafton J, Petersen-Zeitz KR, et al. Impaired nociception and pain sensation in mice lacking the capsaicin receptor. Science. 2000 Apr 14;288(5464):306–13.
178. Nagy I, Rang H. Noxious heat activates all capsaicin-sensitive and also a sub-population of capsaicin-insensitive dorsal root ganglion neurons. Neuroscience. 1999;88(4):995–7.
179. Tominaga M, Caterina MJ, Malmberg AB, Rosen TA, Gilbert H, Skinner K, et al. The cloned capsaicin receptor integrates multiple pain-producing stimuli. Neuron. 1998 Sep;21(3):531–43.
180. Price MP, McIlwrath SL, Xie J, Cheng C, Qiao J, Tarr DE, et al. The DRASIC cation channel contributes to the detection of cutaneous touch and acid stimuli in mice. Neuron. 2001 Dec 20;32(6):1071–83.
181. Welch JM, Simon SA, Reinhart PH. The activation mechanism of rat vanilloid receptor 1 by capsaicin involves the pore domain and differs from the activation by either acid or heat. Proc Natl Acad Sci U S A. 2000 Dec 5;97(25):13889–94.
182. Krishtal OA, Marchenko SM, Obukhov AG. Cationic channels activated by extracellular ATP in rat sensory neurons. Neuroscience. 1988 Dec;27(3):995–1000.
183. Xu G-Y, Huang L-YM. Peripheral inflammation sensitizes P2X receptor-mediated responses in rat dorsal root ganglion neurons. J Neurosci Off J Soc Neurosci. 2002 Jan 1;22(1):93–102.
184. Nelson JB, Carducci MA. The role of endothelin-1 and endothelin receptor antagonists in prostate cancer. BJU Int. 2000 Apr;85 Suppl 2:45–8.
185. Alvarez FJ, Fyffe RE. Nociceptors for the 21st century. Curr Rev Pain. 2000;4(6):451–8.
186. McMahon SB. NGF as a mediator of inflammatory pain. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. 1996 Mar 29;351(1338):431–40.
187. Shappell SB, Manning S, Boeglin WE, Guan YF, Roberts RL, Davis L, et al. Alterations in lipoxygenase and cyclooxygenase-2 catalytic activity and mRNA
87
expression in prostate carcinoma. Neoplasia N Y N. 2001 Aug;3(4):287–303.
188. Kundu N, Yang Q, Dorsey R, Fulton AM. Increased cyclooxygenase-2 (cox-2) expression and activity in a murine model of metastatic breast cancer. Int J Cancer. 2001 Sep 1;93(5):681–6.
189. Ohno R, Yoshinaga K, Fujita T, Hasegawa K, Iseki H, Tsunozaki H, et al. Depth of invasion parallels increased cyclooxygenase-2 levels in patients with gastric carcinoma. Cancer. 2001 May 15;91(10):1876–81.
190. Molina MA, Sitja-Arnau M, Lemoine MG, Frazier ML, Sinicrope FA. Increased cyclooxygenase-2 expression in human pancreatic carcinomas and cell lines: growth inhibition by nonsteroidal anti-inflammatory drugs. Cancer Res. 1999 Sep 1;59(17):4356–62.
191. DuBois RN, Radhika A, Reddy BS, Entingh AJ. Increased cyclooxygenase-2 levels in carcinogen-induced rat colonic tumors. Gastroenterology. 1996 Apr;110(4):1259–62.
192. Yoneda T, Hata K, Nakanishi M, Nagae M, Nagayama T, Wakabayashi H, et al. Involvement of acidic microenvironment in the pathophysiology of cancer-associated bone pain. Bone. 2011 Jan;48(1):100–5.
193. Schmidt R, Schmelz M, Forster C, Ringkamp M, Torebjork E, Handwerker H. Novel classes of responsive and unresponsive C nociceptors in human skin. J Neurosci. 1995 Jan1;15(1):333–41.
194. Kerba M, Wu JSY, Duan Q, Hagen NA, Bennett MI. Neuropathic pain features in patients with bone metastases referred for palliative radiotherapy. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2010 Nov 20;28(33):4892–7.
195. Fishman S, Ballantyne J, Rathmell JP, Bonica JJ, editors. Bonica’s management of pain. 4th ed. Baltimore, MD: Lippincott, Williams & Wilkins; 2010. 1661 p.
196. Clohisy DR, Mantyh PW. Bone cancer pain. Clin Orthop. 2003 Oct;(415 Suppl):S279-288.
197. Hunt SP, Pini A, Evan G. Induction of c-fos-like protein in spinal cord neurons following sensory stimulation. Nature. 1987 Aug 13;328(6131):632–4.
198. Anghelescu DL, Steen BD, Wu H, Wu J, Daw NC, Rao BN, et al. Prospective study of neuropathic pain after definitive surgery for extremity osteosarcoma in a pediatric population. Pediatr Blood Cancer. 2017 Mar;64(3).
199. Gil S, Fernandez-Pineda I, Rao B, Neel MD, Baker JN, Wu H, et al. Role of Amputation in Improving Mobility, Pain Outcomes, and Emotional and Psychological Well-Being in Children With Metastatic Osteosarcoma. Am J Hosp Palliat Med. 2019 Feb;36(2):105–10.
88
200. Gerrand C, Athanasou N, Brennan B, Grimer R, Judson I, Morland B, et al. UK guidelines for the management of bone sarcomas. Clin Sarcoma Res. 2016;6:7.
201. Hilário MOE, Terreri MT, Len CA. Antiinflamatórios não-hormonais: inibidores da ciclooxigenase 2. J Pediatr (Rio J). 2006 Nov;82(5):S206–12.
202. Watson MS, editor. Oxford handbook of palliative care. 2nd ed. Oxford: Oxford University Press; 2009. 1035 p. (Oxford handbooks).
203. Wiffen PJ, Cooper TE, Anderson A-K, Gray AL, Grégoire M-C, Ljungman G, et al. Opioids for cancer-related pain in children and adolescents. Cochrane Database Syst Rev. 2017 19;7:CD012564.
204. Hinz B, Cheremina O, Brune K. Acetaminophen (paracetamol) is a selective cyclooxygenase-2 inhibitor in man. FASEB J Off Publ Fed Am Soc Exp Biol. 2008 Feb;22(2):383–90.
205. Abu-Amer Y. Inflammation, cancer, and bone loss. Curr Opin Pharmacol. 2009 Aug;9(4):427–33.
206. Mercadante S, Fulfaro F. Management of painful bone metastases. Curr Opin Oncol. 2007 Jul;19(4):308–14.
207. Mercadante S, Giarratano A. The long and winding road of non steroidal antinflammatory drugs and paracetamol in cancer pain management: a critical review. Crit Rev Oncol Hematol. 2013 Aug;87(2):140–5.
208. Jadad AR, Browman GP. The WHO analgesic ladder for cancer pain management. Stepping up the quality of its evaluation. JAMA. 1995 Dec 20;274(23):1870–3.
209. Carlson CL. Effectiveness of the World Health Organization cancer pain relief guidelines: an integrative review. J Pain Res. 2016;9:515–34.
210. Azevedo São Leão Ferreira K, Kimura M, Jacobsen Teixeira M. The WHO analgesic ladder for cancer pain control, twenty years of use. How much pain relief does one get from using it? Support Care Cancer Off J Multinatl Assoc Support Care Cancer. 2006 Nov;14(11):1086–93.
211. Deandrea S, Montanari M, Moja L, Apolone G. Prevalence of undertreatment in cancer pain. A review of published literature. Ann Oncol Off J Eur Soc Med Oncol. 2008 Dec;19(12):1985–91.
212. de Leeuw TG, Dirckx M, Gonzalez Candel A, Scoones GP, Huygen FJPM, de Wildt SN. The use of dipyrone (metamizol) as an analgesic in children: What is the evidence? A review. Paediatr Anaesth. 2017 Dec;27(12):1193–201.
213. Brogden RN. Pyrazolone derivatives. Drugs. 1986;32 Suppl 4:60–70.
214. Rogosch T, Sinning C, Podlewski A, Watzer B, Schlosburg J, Lichtman
89
AH, et al. Novel bioactive metabolites of dipyrone (metamizol). Bioorg Med Chem. 2012 Jan 1;20(1):101–7.
215. Gaertner J, Stamer UM, Remi C, Voltz R, Bausewein C, Sabatowski R, et al. Metamizole/dipyrone for the relief of cancer pain: A systematic review and evidence-based recommendations for clinical practice. Palliat Med. 2017 Jan;31(1):26–34.
216. Ertin IH, Gunduz O, Ulugol A. Contribution of nociceptin/orphanin FQ receptors to the anti-nociceptive and hypothermic effects of dipyrone. Acta Neuropsychiatr. 2015 Feb;27(1):48–52.
217. Hinz B, Brune K. Paracetamol and cyclooxygenase inhibition: is there a cause for concern? Ann Rheum Dis. 2012 Jan;71(1):20–5.
218. Schärli AF, Brülhart K, Monti T. Pharmacokinetics and therapeutic study with nimesulide suppositories in children with post-operative pain and inflammation. J Int Med Res. 1990 Aug;18(4):315–21.
219. Peñuelas-Acuña J, Oriol-López SA, Hernández-Bernal CE, Castelazo Arredondo JA. [Ketorolac vs metamizol preemptive analgesia in children]. Cir Cir. 2003 Feb;71(1):50–4.
220. Konijnenbelt-Peters J, van der Heijden C, Ekhart C, Bos J, Bruhn J, Kramers C. Metamizole (Dipyrone) as an Alternative Agent in Postoperative Analgesia in Patients with Contraindications for Nonsteroidal Anti-Inflammatory Drugs. Pain Pract Off J World Inst Pain. 2017;17(3):402–8.
221. Verghese ST, Hannallah RS. Acute pain management in children. J Pain Res. 2010 Jul 15;3:105–23.
222. Lucchesi M, Lanzetta G, Antonuzzo A, Rozzi A, Sardi I, Favre C, et al. Developing drugs in cancer-related bone pain. Crit Rev Oncol Hematol. 2017 Nov;119:66–74.
223. Menéndez L, Lastra A, Hidalgo A, Meana A, García E, Baamonde A. Peripheral opioids act as analgesics in bone cancer pain in mice. Neuroreport. 2003 May 6;14(6):867–9.
224. Luger NM, Sabino MAC, Schwei MJ, Mach DB, Pomonis JD, Keyser CP, et al. Efficacy of systemic morphine suggests a fundamental difference in the mechanisms that generate bone cancer vs inflammatory pain. Pain. 2002 Oct;99(3):397–406.
225. Vermeirsch H, Nuydens RM, Salmon PL, Meert TF. Bone cancer pain model in mice: evaluation of pain behavior, bone destruction and morphine sensitivity. Pharmacol Biochem Behav. 2004 Oct;79(2):243–51.
226. El Mouedden M, Meert TF. The impact of the opioids fentanyl and
90
morphine on nociception and bone destruction in a murine model of bone cancer pain. Pharmacol Biochem Behav. 2007 May;87(1):30–40.
227. El Mouedden M, Meert TF. Evaluation of pain-related behavior, bone destruction and effectiveness of fentanyl, sufentanil, and morphine in a murine model of cancer pain. Pharmacol Biochem Behav. 2005 Sep;82(1):109–19.
228. Hoskin PJ, Hanks GW, Aherne GW, Chapman D, Littleton P, Filshie J. The bioavailability and pharmacokinetics of morphine after intravenous, oral and buccal administration in healthy volunteers. Br J Clin Pharmacol. 1989 Apr;27(4):499–505.
229. Osborne R, Joel S, Trew D, Slevin M. Morphine and metabolite behavior after different routes of morphine administration: demonstration of the importance of the active metabolite morphine-6-glucuronide. Clin Pharmacol Ther. 1990 Jan;47(1):12–9.
230. Säwe J, Dahlström B, Rane A. Steady-state kinetics and analgesic effect of oral morphine in cancer patients. Eur J Clin Pharmacol. 1983;24(4):537–42.
231. Säwe J. High-dose morphine and methadone in cancer patients. Clinical pharmacokinetic considerations of oral treatment. Clin Pharmacokinet. 1986 Apr;11(2):87–106.
232. Portenoy RK, Thaler HT, Inturrisi CE, Friedlander-Klar H, Foley KM. The metabolite morphine-6-glucuronide contributes to the analgesia produced by morphine infusion in patients with pain and normal renal function. Clin Pharmacol Ther. 1992 Apr;51(4):422–31.
233. Lötsch J. Opioid metabolites. J Pain Symptom Manage. 2005 May;29(5 Suppl):S10-24.
234. Tiseo PJ, Thaler HT, Lapin J, Inturrisi CE, Portenoy RK, Foley KM. Morphine-6-glucuronide concentrations and opioid-related side effects: a survey in cancer patients. Pain. 1995 Apr;61(1):47–54.
235. Riley J, Ross JR, Rutter D, Wells AU, Goller K, du Bois R, et al. No pain relief from morphine?: Individual variation in sensitivity to morphine and the need to switch to an alternative opioid in cancer patients. Support Care Cancer. 2006 Jan;14(1):56–64.
236. Weltgesundheitsorganisation, editor. Cancer pain relief: with a guide to opioid availability. 2. ed. Geneva; 1996. 63 p.
237. Bandieri E, Romero M, Ripamonti CI, Artioli F, Sichetti D, Fanizza C, et al. Randomized Trial of Low-Dose Morphine Versus Weak Opioids in Moderate Cancer Pain. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2016 Feb 10;34(5):436–42.
238. Ladebo L, Olesen AE. Do genes affect morphine response?
91
Pharmacogenomics. 2017;18(17):1553–5.
239. Baber M, Bapat P, Nichol G, Koren G. The pharmacogenetics of opioid therapy in the management of postpartum pain: a systematic review. Pharmacogenomics. 2016;17(1):75–93.
240. Bastami S, Gupta A, Zackrisson A-L, Ahlner J, Osman A, Uppugunduri S. Influence of UGT2B7, OPRM1 and ABCB1 gene polymorphisms on postoperative morphine consumption. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2014 Nov;115(5):423–31.
241. Diatchenko L, Slade GD, Nackley AG, Bhalang K, Sigurdsson A, Belfer I, et al. Genetic basis for individual variations in pain perception and the development of a chronic pain condition. Hum Mol Genet. 2005 Jan 1;14(1):135–43.
242. King T, Vardanyan A, Majuta L, Melemedjian O, Nagle R, Cress AE, et al. Morphine treatment accelerates sarcoma-induced bone pain, bone loss, and spontaneous fracture in a murine model of bone cancer. Pain. 2007 Nov;132(1–2):154–68.
243. Friedrichsdorf SJ, Finney D, Bergin M, Stevens M, Collins JJ. Breakthrough pain in children with cancer. J Pain Symptom Manage. 2007 Aug;34(2):209–16.
244. Caraceni A, Hanks G, Kaasa S, Bennett MI, Brunelli C, Cherny N, et al. Use of opioid analgesics in the treatment of cancer pain: evidence-based recommendations from the EAPC. Lancet Oncol. 2012 Feb;13(2):e58-68.
245. Anghelescu DL, Faughnan LG, Hankins GM, Ward DA, Oakes LL. Methadone use in children and young adults at a cancer center: a retrospective study. J Opioid Manag. 2011 Oct;7(5):353–61.
246. Jacob E. Neuropathic pain in children with cancer. J Pediatr Oncol Nurs Off J Assoc Pediatr Oncol Nurses. 2004 Dec;21(6):350–7.
247. Davies D, DeVlaming D, Haines C. Methadone analgesia for children with advanced cancer. Pediatr Blood Cancer. 2008 Sep;51(3):393–7.
248. Habashy C, Springer E, Hall EA, Anghelescu DL. Methadone for Pain Management in Children with Cancer. Pediatr Drugs. 2018 Oct;20(5):409–16.
249. Gourlay GK, Cherry DA, Cousins MJ. A comparative study of the efficacy and pharmacokinetics of oral methadone and morphine in the treatment of severe pain in patients with cancer. Pain. 1986 Jun;25(3):297–312.
250. Gourlay GK, Wilson PR, Glynn CJ. Pharmacodynamics and pharmacokinetics of methadone during the perioperative period. Anesthesiology. 1982 Dec;57(6):458–67.
92
251. Ferrari A, Coccia CPR, Bertolini A, Sternieri E. Methadone--metabolism, pharmacokinetics and interactions. Pharmacol Res. 2004 Dec;50(6):551–9.
252. Kharasch ED, Regina KJ, Blood J, Friedel C. Methadone Pharmacogenetics: CYP2B6 Polymorphisms Determine Plasma Concentrations, Clearance, and Metabolism. Anesthesiology. 2015 Nov;123(5):1142–53.
253. Anghelescu DL, Patel RM, Mahoney DP, Trujillo L, Faughnan LG, Steen BD, et al. Methadone prolongs cardiac conduction in young patients with cancer-related pain. J Opioid Manag. 2016 Jun;12(2):131–8.
254. Madden K, Park M, Liu D, Bruera E. The frequency of QTc prolongation among pediatric and young adult patients receiving methadone for cancer pain. Pediatr Blood Cancer. 2017 Nov;64(11).
255. Kristensen K, Christensen CB, Christrup LL. The mu1, mu2, delta, kappa opioid receptor binding profiles of methadone stereoisomers and morphine. Life Sci. 1994 Dec;56(2):45–50.
256. Gorman AL, Elliott KJ, Inturrisi CE. The d- and l-isomers of methadone bind to the non-competitive site on the N-methyl-D-aspartate (NMDA) receptor in rat forebrain and spinal cord. Neurosci Lett. 1997 Feb 14;223(1):5–8.
257. Codd EE, Shank RP, Schupsky JJ, Raffa RB. Serotonin and norepinephrine uptake inhibiting activity of centrally acting analgesics: structural determinants and role in antinociception. J Pharmacol Exp Ther. 1995 Sep;274(3):1263–70.
258. Davis AM, Inturrisi CE. d-Methadone blocks morphine tolerance and N-methyl-D-aspartate-induced hyperalgesia. J Pharmacol Exp Ther. 1999 May;289(2):1048–53.
259. Mancini IL, Hanson J, Neumann CM, Bruera ED. Opioid type and other clinical predictors of laxative dose in advanced cancer patients: a retrospective study. J Palliat Med. 2000;3(1):49–56.
260. Leppert W. The role of methadone in cancer pain treatment--a review. Int J Clin Pract. 2009 Jul;63(7):1095–109.
261. Leppert W. Pain management in patients with cancer: focus on opioid analgesics. Curr Pain Headache Rep. 2011 Aug;15(4):271–9.
262. Ahmedzai S, Brooks D. Transdermal fentanyl versus sustained-release oral morphine in cancer pain: preference, efficacy, and quality of life. The TTS-Fentanyl Comparative Trial Group. J Pain Symptom Manage. 1997 May;13(5):254–61.
263. Schug SA, Ting S. Fentanyl Formulations in the Management of Pain: An Update. Drugs. 2017 May;77(7):747–63.
93
264. Hadley G, Derry S, Moore RA, Wiffen PJ. Transdermal fentanyl for cancer pain. Cochrane Database Syst Rev. 2013 Oct 5;(10):CD010270.
265. Freynhagen R, Geisslinger G, Schug SA. Opioids for chronic non-cancer pain. BMJ. 2013 May 29;346:f2937.
266. Tassinari D, Sartori S, Tamburini E, Scarpi E, Raffaeli W, Tombesi P, et al. Adverse effects of transdermal opiates treating moderate-severe cancer pain in comparison to long-acting morphine: a meta-analysis and systematic review of the literature. J Palliat Med. 2008 Apr;11(3):492–501.
267. Hanks GW, Conno F, Cherny N, Hanna M, Kalso E, McQuay HJ, et al. Morphine and alternative opioids in cancer pain: the EAPC recommendations. Br J Cancer. 2001 Mar 2;84(5):587–93.
268. Yang YT, Chen B, Bennett CL. FDA Approval of Extended-Release Oxycodone for Children With Severe Pain. Pediatrics. 2016;137(5).
269. Sloan P, Babul N. Extended-release opioids for the management of chronic non-malignant pain. Expert Opin Drug Deliv. 2006 Jul;3(4):489–97.
270. WHO Guidelines for the Pharmacological and Radiotherapeutic Management of Cancer Pain in Adults and Adolescents. Geneva: World Health Organization; 2018. (WHO Guidelines Approved by the Guidelines Review Committee).
271. Jin J. Risks of Codeine and Tramadol in Children. JAMA. 2017 17;318(15):1514.
272. Leppert W, Mikolajczak P. Analgesic Effects and Assays of Controlled-Release Tramadol and O-Desmethyltramadol in Cancer Patients with Pain. Curr Pharm Biotechnol. 2011 Feb 1;12(2):306–12.
273. Leppert W. Tramadol as an analgesic for mild to moderate cancer pain. Pharmacol Rep PR. 2009 Dec;61(6):978–92.
274. Lötsch J, Skarke C, Schmidt H, Rohrbacher M, Hofmann U, Schwab M, et al. Evidence for morphine-independent central nervous opioid effects after administration of codeine: contribution of other codeine metabolites. Clin Pharmacol Ther. 2006 Jan;79(1):35–48.
275. Vree TB, van Dongen RT, Koopman-Kimenai PM. Codeine analgesia is due to codeine-6-glucuronide, not morphine. Int J Clin Pract. 2000 Aug;54(6):395–8.
276. Vree TB, Verwey-van Wissen CP. Pharmacokinetics and metabolism of codeine in humans. Biopharm Drug Dispos. 1992 Aug;13(6):445–60.
277. Madadi P, Ross CJD, Hayden MR, Carleton BC, Gaedigk A, Leeder JS, et al. Pharmacogenetics of neonatal opioid toxicity following maternal use of
94
codeine during breastfeeding: a case-control study. Clin Pharmacol Ther. 2009 Jan;85(1):31–5.
278. Cooper TE, Fisher E, Gray AL, Krane E, Sethna N, van Tilburg MA, et al. Opioids for chronic non-cancer pain in children and adolescents. Cochrane Database Syst Rev. 2017 26;7:CD012538.
279. Schmidt-Hansen M, Bromham N, Taubert M, Arnold S, Hilgart JS. Buprenorphine for treating cancer pain. Cochrane Database Syst Rev. 2015 Mar 31;(3):CD009596.
280. Lewis JW, Husbands SM. The orvinols and related opioids--high affinity ligands with diverse efficacy profiles. Curr Pharm Des. 2004;10(7):717–32.
281. Zaki PA, Keith DE, Brine GA, Carroll FI, Evans CJ. Ligand-induced changes in surface mu-opioid receptor number: relationship to G protein activation? J Pharmacol Exp Ther. 2000 Mar;292(3):1127–34.
282. Corli O, Montanari M, Deandrea S, Greco MT, Villani W, Apolone G. An exploratory analysis on the effectiveness of four strong opioids in patients with cancer pain. Pain Med Malden Mass. 2012 Jul;13(7):897–907.
283. Nosek K, Leppert W, Nosek H, Wordliczek J, Onichimowski D. A comparison of oral controlled-release morphine and oxycodone with transdermal formulations of buprenorphine and fentanyl in the treatment of severe pain in cancer patients. Drug Des Devel Ther. 2017;11:2409–19.
284. Kehlet H, Dahl JB. The value of “multimodal” or “balanced analgesia” in postoperative pain treatment. Anesth Analg. 1993 Nov;77(5):1048–56.
285. Goldman A, Hain R, Liben S, editors. Oxford textbook of palliative care for children. 2nd ed. Oxford ; New York: Oxford University Press; 2012. 500 p.
286. Cooper TE, Heathcote LC, Clinch J, Gold JI, Howard R, Lord SM, et al. Antidepressants for chronic non-cancer pain in children and adolescents. Cochrane Pain, Palliative and Supportive Care Group, editor. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Aug 5.
287. Watson CP, Evans RJ, Reed K, Merskey H, Goldsmith L, Warsh J. Amitriptyline versus placebo in postherpetic neuralgia. Neurology. 1982 Jun;32(6):671–3.
288. Walsh TD. Antidepressants in chronic pain. Clin Neuropharmacol. 1983;6(4):271–95.
289. Sindrup SH, Otto M, Finnerup NB, Jensen TS. Antidepressants in the treatment of neuropathic pain. Basic Clin Pharmacol Toxicol. 2005 Jun;96(6):399–409.
290. Wang X, Yi Y, Tang D, Chen Y, Jiang Y, Peng J, et al. Gabapentin as an
95
Adjuvant Therapy for Prevention of Acute Phantom-Limb Pain in Pediatric Patients Undergoing Amputation for Malignant Bone Tumors: A Prospective Double-Blind Randomized Controlled Trial. J Pain Symptom Manage. 2018;55(3):721–7.
291. Wilkins KL, McGrath PJ, Finley GA, Katz J. Phantom limb sensations and phantom limb pain in child and adolescent amputees. Pain. 1998 Oct;78(1):7–12.
292. Flor H. Phantom-limb pain: characteristics, causes, and treatment. Lancet Neurol. 2002 Jul;1(3):182–9.
293. André JM, Paysant J, Martinet N, Beis JM. [Classification and mechanisms of body perceptions in the amputees]. Ann Readaptation Med Phys Rev Sci Soc Francaise Reeducation Fonct Readaptation Med Phys. 2001 Feb;44(1):13–8.
294. Weeks SR, Anderson-Barnes VC, Tsao JW. Phantom limb pain: theories and therapies. The Neurologist. 2010 Sep;16(5):277–86.
295. Hsu E, Cohen SP. Postamputation pain: epidemiology, mechanisms, and treatment. J Pain Res. 2013;6:121–36.
296. Taketomo CK, Hodding JH, Kraus DM, American Pharmacists Association. Lexicomp pediatric & neonatal dosage handbook: an extensive resource for clinicians treating pediatric and neonatal patients. 2018.
297. Caraceni A, Zecca E, Martini C, Pigni A, Bracchi P. Gabapentin for breakthrough pain due to bone metastases. Palliat Med. 2008;22(4):392–3.
298. Dickenson AH, Matthews EA, Suzuki R. Neurobiology of neuropathic pain: mode of action of anticonvulsants. Eur J Pain Lond Engl. 2002;6 Suppl A:51–60.
299. Jensen MP, Chodroff MJ, Dworkin RH. The impact of neuropathic pain on health-related quality of life: review and implications. Neurology. 2007 Apr 10;68(15):1178–82.
300. Rao RD, Michalak JC, Sloan JA, Loprinzi CL, Soori GS, Nikcevich DA, et al. Efficacy of gabapentin in the management of chemotherapy-induced peripheral neuropathy: a phase 3 randomized, double-blind, placebo-controlled, crossover trial (N00C3). Cancer. 2007 Nov 1;110(9):2110–8.
301. Agrawal RP, Goswami J, Jain S, Kochar DK. Management of diabetic neuropathy by sodium valproate and glyceryl trinitrate spray: a prospective double-blind randomized placebo-controlled study. Diabetes Res Clin Pract. 2009 Mar;83(3):371–8.
302. Drewes AM, Andreasen A, Poulsen LH. Valproate for treatment of chronic central pain after spinal cord injury. A double-blind cross-over study. Paraplegia. 1994 Aug;32(8):565–9.
303. Otto M, Bach FW, Jensen TS, Sindrup SH. Valproic acid has no effect on
96
pain in polyneuropathy: a randomized, controlled trial. Neurology. 2004 Jan 27;62(2):285–8.
304. Behm MO, Kearns GL. Treatment of pain with gabapentin in a neonate. Pediatrics. 2001 Aug;108(2):482–4.
305. Vondracek P, Oslejskova H, Kepak T, Mazanek P, Sterba J, Rysava M, et al. Efficacy of pregabalin in neuropathic pain in paediatric oncological patients. Eur J Paediatr Neurol EJPN Off J Eur Paediatr Neurol Soc. 2009 Jul;13(4):332–6.
306. Wu CL, Agarwal S, Tella PK, Klick B, Clark MR, Haythornthwaite JA, et al. Morphine versus mexiletine for treatment of postamputation pain: a randomized, placebo-controlled, crossover trial. Anesthesiology. 2008 Aug;109(2):289–96.
307. Nikolajsen L, Jensen TS. Phantom limb pain. Br J Anaesth. 2001 Jul;87(1):107–16.
308. Kaguelidou F, Le Roux E, Mangiarini L, Lundin R, de Leeuw TG, Della Pasqua O, et al. Non-inferiority double-blind randomised controlled trial comparing gabapentin versus tramadol for the treatment of chronic neuropathic or mixed pain in children and adolescents: the GABA-1 trial-a study protocol. BMJ Open. 2019 Feb 20;9(2):e023296.
309. de Leeuw TG, Mangiarini L, Lundin R, Kaguelidou F, van der Zanden T, Pasqua OD, et al. Gabapentin as add-on to morphine for severe neuropathic or mixed pain in children from age 3 months to 18 years - evaluation of the safety, pharmacokinetics, and efficacy of a new gabapentin liquid formulation: study protocol for a randomized controlled trial. Trials. 2019 Jan 15;20(1):49.
310. Sindrup SH, Jensen TS. Pharmacotherapy of trigeminal neuralgia. Clin J Pain. 2002 Feb;18(1):22–7.
311. Beydoun A, Shaibani A, Hopwood M, Wan Y. Oxcarbazepine in painful diabetic neuropathy: results of a dose-ranging study. Acta Neurol Scand. 2006 Jun;113(6):395–404.
312. Dogra S, Beydoun S, Mazzola J, Hopwood M, Wan Y. Oxcarbazepine in painful diabetic neuropathy: a randomized, placebo-controlled study. Eur J Pain Lond Engl. 2005 Oct;9(5):543–54.
313. Grosskopf J, Mazzola J, Wan Y, Hopwood M. A randomized, placebo-controlled study of oxcarbazepine in painful diabetic neuropathy. Acta Neurol Scand. 2006 Sep;114(3):177–80.
314. Finkel JC, Pestieau SR, Quezado ZMN. Ketamine as an adjuvant for treatment of cancer pain in children and adolescents. J Pain Off J Am Pain Soc. 2007 Jun;8(6):515–21.
97
315. Bell RF, Eccleston C, Kalso E. Ketamine as adjuvant to opioids for cancer pain. a qualitative systematic review. J Pain Symptom Manage. 2003 Sep;26(3):867–75.
316. Oshima E, Tei K, Kayazawa H, Urabe N. Continuous subcutaneous injection of ketamine for cancer pain. Can J Anaesth J Can Anesth. 1990 Apr;37(3):385–6.
317. Mercadante S, Villari P, Ferrera P. Burst ketamine to reverse opioid tolerance in cancer pain. J Pain Symptom Manage. 2003 Apr;25(4):302–5.
318. Jackson K, Ashby M, Martin P, Pisasale M, Brumley D, Hayes B. “Burst” ketamine for refractory cancer pain: an open-label audit of 39 patients. J Pain Symptom Manage. 2001 Oct;22(4):834–42.
319. Berde C, Koka A, Donado-Rincon C. Lidocaine Infusions and Other Options for Opioid-Resistant Pain Due to Pediatric Advanced Cancer: Lidocaine Infusions for Opioid-Resistant Pain. Pediatr Blood Cancer. 2016 Jul;63(7):1141–3.
320. Gibbons K, DeMonbrun A, Beckman EJ, Keefer P, Wagner D, Stewart M, et al. Continuous Lidocaine Infusions to Manage Opioid-Refractory Pain in a Series of Cancer Patients in a Pediatric Hospital. Pediatr Blood Cancer. 2016;63(7):1168–74.
321. Nayak S, Cunliffe M. Lidocaine 5% patch for localized chronic neuropathic pain in adolescents: report of five cases. Paediatr Anaesth. 2008 Jun;18(6):554–8.
322. Henderson K, Sethna NF, Berde CB. Continuous caudal anesthesia for inguinal hernia repair in former preterm infants. J Clin Anesth. 1993 Apr;5(2):129–33.
323. Tei Y, Morita T, Shishido H, Inoue S. Lidocaine intoxication at very small doses in terminally ill cancer patients. J Pain Symptom Manage. 2005 Jul;30(1):6–7.
324. Garzón-Rodríguez C, Casals Merchan M, Calsina-Berna A, López-Rómboli E, Porta-Sales J. Lidocaine 5 % patches as an effective short-term co-analgesic in cancer pain. Preliminary results. Support Care Cancer Off J Multinatl Assoc Support Care Cancer. 2013 Nov;21(11):3153–8.
325. Meier T, Wasner G, Faust M, Kuntzer T, Ochsner F, Hueppe M, et al. Efficacy of lidocaine patch 5% in the treatment of focal peripheral neuropathic pain syndromes: a randomized, double-blind, placebo-controlled study. Pain. 2003 Nov;106(1–2):151–8.
326. Galer BS, Rowbotham MC, Perander J, Friedman E. Topical lidocaine patch relieves postherpetic neuralgia more effectively than a vehicle topical
98
patch: results of an enriched enrollment study. Pain. 1999 Apr;80(3):533–8.
327. Rowbotham MC, Davies PS, Verkempinck C, Galer BS. Lidocaine patch: double-blind controlled study of a new treatment method for post-herpetic neuralgia. Pain. 1996 Apr;65(1):39–44.
328. Fleming JA, O’Connor BD. Use of lidocaine patches for neuropathic pain in a comprehensive cancer centre. Pain Res Manag. 2009 Oct;14(5):381–8.
329. Lussier D, Huskey AG, Portenoy RK. Adjuvant analgesics in cancer pain management. The Oncologist. 2004;9(5):571–91.
330. Mensah-Nyagan AG, Meyer L, Schaeffer V, Kibaly C, Patte-Mensah C. Evidence for a key role of steroids in the modulation of pain. Psychoneuroendocrinology. 2009 Dec;34 Suppl 1:S169-177.
331. Barnes PJ. Anti-inflammatory actions of glucocorticoids: molecular mechanisms. Clin Sci Lond Engl 1979. 1998 Jun;94(6):557–72.
332. Melcangi RC, Garcia-Segura LM, Mensah-Nyagan AG. Neuroactive steroids: state of the art and new perspectives. Cell Mol Life Sci CMLS. 2008 Mar;65(5):777–97.
333. Weinstein E, Arnold RM. Steroids in the treatment of bone pain #129. J Palliat Med. 2010 Jul;13(7):894–5.
334. Vitté C, Fleisch H, Guenther HL. Bisphosphonates induce osteoblasts to secrete an inhibitor of osteoclast-mediated resorption. Endocrinology. 1996 Jun;137(6):2324–33.
335. Body JJ, Mancini I. Bisphosphonates for cancer patients: why, how, and when? Support Care Cancer Off J Multinatl Assoc Support Care Cancer. 2002 Jul;10(5):399–407.
336. Costa L. Bisphosphonates: reducing the risk of skeletal complications from bone metastasis. Breast Edinb Scotl. 2007 Dec;16 Suppl 3:S16-20.
337. Coleman RE. Optimising treatment of bone metastases by Aredia(TM) and Zometa(TM). Breast Cancer Tokyo Jpn. 2000;7(4):361–9.
338. Anghelescu DL, Pankayatselvan V, Nguyen R, Ward D, Wu J, Wu H, et al. Bisphosphonate Use in Pediatric Oncology for Pain Management. Am J Hosp Palliat Care. 2019 Feb;36(2):138–42.
339. Battaglia S, Dumoucel S, Chesneau J, Heymann M-F, Picarda G, Gouin F, et al. Impact of oncopediatric dosing regimen of zoledronic acid on bone growth: Preclinical studies and case report of an osteosarcoma pediatric patient. J Bone Miner Res. 2011 Oct;26(10):2439–51.
340. August KJ, Dalton A, Katzenstein HM, George B, Olson TA, Wasilewski-Masker K, et al. The use of zoledronic acid in pediatric cancer patients. Pediatr
99
Blood Cancer. 2011 Apr;56(4):610–4.
341. Weinstein E, Arnold RM. Bisphosphonates for Bone Pain #113. J Palliat Med. 2010 Jul;13(7):893–4.
342. Russell HV, Groshen SG, Ara T, DeClerck YA, Hawkins R, Jackson HA, et al. A phase I study of zoledronic acid and low-dose cyclophosphamide in recurrent/refractory neuroblastoma: a new approaches to neuroblastoma therapy (NANT) study. Pediatr Blood Cancer. 2011 Aug;57(2):275–82.
343. Cornelis F, Truchetet ME, Amoretti N, Verdier D, Fournier C, Pillet O, et al. Bisphosphonate therapy for unresectable symptomatic benign bone tumors: a long-term prospective study of tolerance and efficacy. Bone. 2014 Jan;58:11–6.
344. Green JR. Antitumor effects of bisphosphonates. Cancer. 2003 Feb 1;97(3 Suppl):840–7.
345. Clézardin P. The antitumor potential of bisphosphonates. Semin Oncol. 2002 Dec;29(6 Suppl 21):33–42.
346. Santini D, Fratto ME, Vincenzi B, Galluzzo S, Tonini G. Zoledronic acid in the management of metastatic bone disease. Expert Opin Biol Ther. 2006 Dec;6(12):1333–48.
347. Rosen LS, Gordon D, Kaminski M, Howell A, Belch A, Mackey J, et al. Zoledronic acid versus pamidronate in the treatment of skeletal metastases in patients with breast cancer or osteolytic lesions of multiple myeloma: a phase III, double-blind, comparative trial. Cancer J Sudbury Mass. 2001 Oct;7(5):377–87.
348. Pavlakis N, Stockler M. Bisphosphonates for breast cancer. Cochrane Database Syst Rev. 2002;(1):CD003474.
349. Conry RM, Rodriguez MG, Pressey JG. Zoledronic acid in metastatic osteosarcoma: encouraging progression free survival in four consecutive patients. Clin Sarcoma Res. 2016;6:6.
350. Mierau GW, Weeks DA, Hicks MJ. Role of electron microscopy and other special techniques in the diagnosis of childhood round cell tumors. Hum Pathol. 1998 Dec;29(12):1347–55.
351. Dass CR, Choong PFM. Zoledronic acid inhibits osteosarcoma growth in an orthotopic model. Mol Cancer Ther. 2007 Dec;6(12 Pt 1):3263–70.
352. Labrinidis A, Hay S, Liapis V, Ponomarev V, Findlay DM, Evdokiou A. Zoledronic acid inhibits both the osteolytic and osteoblastic components of osteosarcoma lesions in a mouse model. Clin Cancer Res Off J Am Assoc Cancer Res. 2009 May 15;15(10):3451–61.
353. Ory B, Heymann M-F, Kamijo A, Gouin F, Heymann D, Redini F. Zoledronic acid suppresses lung metastases and prolongs overall survival of
100
osteosarcoma-bearing mice. Cancer. 2005 Dec 1;104(11):2522–9.
354. Moriceau G, Ory B, Mitrofan L, Riganti C, Blanchard F, Brion R, et al. Zoledronic acid potentiates mTOR inhibition and abolishes the resistance of osteosarcoma cells to RAD001 (Everolimus): pivotal role of the prenylation process. Cancer Res. 2010 Dec 15;70(24):10329–39.
355. Odri G, Kim P-P, Lamoureux F, Charrier C, Battaglia S, Amiaud J, et al. Zoledronic acid inhibits pulmonary metastasis dissemination in a preclinical model of Ewing’s sarcoma via inhibition of cell migration. BMC Cancer. 2014 Mar 10;14:169.
356. Bachrach LK, Ward LM. Clinical review 1: Bisphosphonate use in childhood osteoporosis. J Clin Endocrinol Metab. 2009 Feb;94(2):400–9.
357. Castillo H, Samson-Fang L, American Academy for Cerebral Palsy and Developmental Medicine Treatment Outcomes Committee Review Panel. Effects of bisphosphonates in children with osteogenesis imperfecta: an AACPDM systematic review. Dev Med Child Neurol. 2009 Jan;51(1):17–29.
358. Bryant ML, Worthington MA, Parsons K. Treatment of osteoporosis/osteopenia in pediatric leukemia and lymphoma. Ann Pharmacother. 2009 Apr;43(4):714–20.
359. Gleeson H, Wiltshire E, Briody J, Hall J, Chaitow J, Sillence D, et al. Childhood chronic recurrent multifocal osteomyelitis: pamidronate therapy decreases pain and improves vertebral shape. J Rheumatol. 2008 Apr;35(4):707–12.
360. Goldbloom EB, Cummings EA, Yhap M. Osteoporosis at presentation of childhood ALL: management with pamidronate. Pediatr Hematol Oncol. 2005 Nov;22(7):543–50.
361. Green JR, Clézardin P. Mechanisms of bisphosphonate effects on osteoclasts, tumor cell growth, and metastasis. Am J Clin Oncol. 2002 Dec;25(6 Suppl 1):S3-9.
362. Dickson PV, Hamner JB, Cauthen LA, Ng CYC, McCarville MB, Davidoff AM. Efficacy of zoledronate against neuroblastoma. Surgery. 2006 Aug;140(2):227–35.
363. Gennari C. Analgesic effect of calcitonin in osteoporosis. Bone. 2002 May;30(5 Suppl):67S-70S.
364. Visser EJ. A review of calcitonin and its use in the treatment of acute pain. Acute Pain. 2005 Dec;7(4):185–9.
365. Tagiyev A, Demirbilek H, Tavil B, Buyukyilmaz G, Gumruk F, Cetin M. Severe Hypercalcemia in a Child With Acute Lymphoblastic Leukemia Relapse:
101
Successful Management With Combination of Calcitonin and Bisphosphonate. J Pediatr Hematol Oncol. 2016 Apr;38(3):232–4.
366. Punzo F, Tortora C, Di Pinto D, Pota E, Argenziano M, Di Paola A, et al. Bortezomib and endocannabinoid/endovanilloid system: a synergism in osteosarcoma. Pharmacol Res. 2018 Nov;137:25–33.
367. Maida V, Daeninck PJ. A user’s guide to cannabinoid therapies in oncology. Curr Oncol Tor Ont. 2016 Dec;23(6):398–406.
368. Pertwee RG, editor. Handbook of cannabis. 1st ed. Oxford, United Kingdom ; New York, NY: Oxford University Press; 2014. 747 p. (Handbooks in psychopharmacology).
369. Grotenhermen F, Russo E, editors. Cannabis and cannabinoids: pharmacology, toxicology, and therapeutic potential. New York: Haworth Integrative Healing Press; 2002. 439 p.
370. Devinsky O, Cohen LR, Selig R. WEED: marijuana, medicine and neuroscience: history of the Alfred I. duPont-Columbia University Award. Neurosurgery. 2015 Apr;76(4):357–61.
371. Maccarrone M, Guzmán M, Mackie K, Doherty P, Harkany T. Programming of neural cells by (endo)cannabinoids: from physiological rules to emerging therapies. Nat Rev Neurosci. 2014 Dec;15(12):786–801.
372. Maccarrone M, Bab I, Bíró T, Cabral GA, Dey SK, Di Marzo V, et al. Endocannabinoid signaling at the periphery: 50 years after THC. Trends Pharmacol Sci. 2015 May;36(5):277–96.
373. Pertwee RG, Howlett AC, Abood ME, Alexander SPH, Di Marzo V, Elphick MR, et al. International Union of Basic and Clinical Pharmacology. LXXIX. Cannabinoid receptors and their ligands: beyond CB₁ and CB₂. Pharmacol Rev. 2010 Dec;62(4):588–631.
374. Meng H, Johnston B, Englesakis M, Moulin DE, Bhatia A. Selective Cannabinoids for Chronic Neuropathic Pain: A Systematic Review and Meta-analysis. Anesth Analg. 2017;125(5):1638–52.
375. Kelly S, Jhaveri MD, Sagar DR, Kendall DA, Chapman V. Activation of peripheral cannabinoid CB1 receptors inhibits mechanically evoked responses of spinal neurons in noninflamed rats and rats with hindpaw inflammation. Eur J Neurosci. 2003 Oct;18(8):2239–43.
376. Ibrahim MM, Rude ML, Stagg NJ, Mata HP, Lai J, Vanderah TW, et al. CB2 cannabinoid receptor mediation of antinociception. Pain. 2006 May;122(1–2):36–42.
377. Frank B, Serpell MG, Hughes J, Matthews JNS, Kapur D. Comparison of
102
analgesic effects and patient tolerability of nabilone and dihydrocodeine for chronic neuropathic pain: randomised, crossover, double blind study. BMJ. 2008 Jan 26;336(7637):199–201.
378. Schiessl C, Gravou C, Zernikow B, Sittl R, Griessinger N. Use of patient-controlled analgesia for pain control in dying children. Support Care Cancer Off J Multinatl Assoc Support Care Cancer. 2008 May;16(5):531–6.
379. Dunbar PJ, Buckley P, Gavrin JR, Sanders JE, Chapman CR. Use of patient-controlled analgesia for pain control for children receiving bone marrow transplant. J Pain Symptom Manage. 1995 Nov;10(8):604–11.
380. Gaukroger PB, Chapman MJ, Davey RB. Pain control in paediatric burns--the use of patient-controlled analgesia. Burns J Int Soc Burn Inj. 1991 Oct;17(5):396–9.
381. Mackie AM, Coda BC, Hill HF. Adolescents use patient-controlled analgesia effectively for relief from prolonged oropharyngeal mucositis pain. Pain. 1991 Sep;46(3):265–9.
382. Melzer-Lange MD, Walsh-Kelly CM, Lea G, Hillery CA, Scott JP. Patient-controlled analgesia for sickle cell pain crisis in a pediatric emergency department. Pediatr Emerg Care. 2004 Jan;20(1):2–4.
383. Rodgers BM, Webb CJ, Stergios D, Newman BM. Patient-controlled analgesia in pediatric surgery. J Pediatr Surg. 1988 Mar;23(3):259–62.
384. Trentadue NO, Kachoyeanos MK, Lea G. A comparison of two regimens of patient-controlled analgesia for children with sickle cell disease. J Pediatr Nurs. 1998 Feb;13(1):15–9.
385. Lopez MM, Zech D, Linton JL, Blackwell SJ. Dexmedetomidine Decreases Postoperative Pain and Narcotic Use in Children Undergoing Alveolar Bone Graft Surgery. Cleft Palate-Craniofacial J Off Publ Am Cleft Palate-Craniofacial Assoc. 2018 May;55(5):688–91.
386. Taylor M, Jakacki R, May C, Howrie D, Maurer S. Ketamine PCA for treatment of end-of-life neuropathic pain in pediatrics. Am J Hosp Palliat Care. 2015 Dec;32(8):841–8.
387. Landry BW, Fischer PR, Driscoll SW, Koch KM, Harbeck-Weber C, Mack KJ, et al. Managing Chronic Pain in Children and Adolescents: A Clinical Review. PM&R. 2015 Nov;7:S295–315.
388. Fisher E, Heathcote L, Palermo TM, de C Williams AC, Lau J, Eccleston C. Systematic review and meta-analysis of psychological therapies for children with chronic pain. J Pediatr Psychol. 2014 Sep;39(8):763–82.
389. Claar RL, Simons LE, Logan DE. Parental response to children’s pain: the
103
moderating impact of children’s emotional distress on symptoms and disability. Pain. 2008 Aug 15;138(1):172–9.
390. Caes L, Vervoort T, Eccleston C, Vandenhende M, Goubert L. Parental catastrophizing about child’s pain and its relationship with activity restriction: the mediating role of parental distress. Pain. 2011 Jan;152(1):212–22.
391. Sieberg CB, Williams S, Simons LE. Do parent protective responses mediate the relation between parent distress and child functional disability among children with chronic pain? J Pediatr Psychol. 2011 Oct;36(9):1043–51.
392. Simons LE, Claar RL, Logan DL. Chronic pain in adolescence: parental responses, adolescent coping, and their impact on adolescent’s pain behaviors. J Pediatr Psychol. 2008 Sep;33(8):894–904.
393. Brown M, Rojas E, Gouda S. A Mind–Body Approach to Pediatric Pain Management. Children. 2017 Jun 20;4(6):50.
394. Molassiotis A, Cubbin D. ‘Thinking outside the box’: Eur J Oncol Nurs. 2004 Mar;8(1):50–60.
395. Jindal V, Ge A, Mansky PJ. Safety and Efficacy of Acupuncture in Children: A Review of the Evidence. J Pediatr Hematol Oncol. 2008 Jun;30(6):431–42.
396. Lin J-G, Lo M-W, Wen Y-R, Hsieh C-L, Tsai S-K, Sun W-Z. The effect of high and low frequency electroacupuncture in pain after lower abdominal surgery. Pain. 2002 Oct;99(3):509–14.
397. Wang B, Tang J, White PF, Naruse R, Sloninsky A, Kariger R, et al. Effect of the intensity of transcutaneous acupoint electrical stimulation on the postoperative analgesic requirement. Anesth Analg. 1997 Aug;85(2):406–13.
398. Zheng Z, Guo RJ, Helme RD, Muir A, Da Costa C, Xue CCL. The effect of electroacupuncture on opioid-like medication consumption by chronic pain patients: a pilot randomized controlled clinical trial. Eur J Pain Lond Engl. 2008 Jul;12(5):671–6.
399. Kemper KJ, Sarah R, Silver-Highfield E, Xiarhos E, Barnes L, Berde C. On pins and needles? Pediatric pain patients’ experience with acupuncture. Pediatrics. 2000 Apr;105(4 Pt 2):941–7.
400. Burke A, Upchurch DM, Dye C, Chyu L. Acupuncture use in the United States: findings from the National Health Interview Survey. J Altern Complement Med N Y N. 2006 Sep;12(7):639–48.
401. Allais G, De Lorenzo C, Quirico PE, Airola G, Tolardo G, Mana O, et al. Acupuncture in the prophylactic treatment of migraine without aura: a comparison with flunarizine. Headache. 2002 Oct;42(9):855–61.
402. Alimi D, Rubino C, Pichard-Léandri E, Fermand-Brulé S, Dubreuil-Lemaire
104
M-L, Hill C. Analgesic effect of auricular acupuncture for cancer pain: a randomized, blinded, controlled trial. J Clin Oncol Off J Am Soc Clin Oncol. 2003 Nov 15;21(22):4120–6.
403. Hoegler D. Radiotherapy for palliation of symptoms in incurable cancer. Curr Probl Cancer. 1997 Jun;21(3):129–83.
404. Rutten EH, Crul BJ, van der Toorn PP, Otten AW, Dirksen R. Pain characteristics help to predict the analgesic efficacy of radiotherapy for the treatment of cancer pain. Pain. 1997 Jan;69(1–2):131–5.
405. Gerszten PC, Ozhasoglu C, Burton SA, Vogel WJ, Atkins BA, Kalnicki S, et al. CyberKnife frameless stereotactic radiosurgery for spinal lesions: clinical experience in 125 cases. Neurosurgery. 2004 Jul;55(1):89–98; discussion 98-99.
406. on behalf of the Dutch Paediatric Palliative Care Guideline Group for Symptoms, Knops RRG, Kremer LCM, Verhagen AAE. Paediatric palliative care: recommendations for treatment of symptoms in the Netherlands. BMC Palliat Care. 2015 Dec;14(1).
407. Osorio RG, Aplicada I de PE. O sistema classificatório de “cor ou raça” do IBGE. Ipea; 2003. (Texto para discussão).
408. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, editor. Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias, 2017. Rio de Janeiro: IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; 2017. 80 p.
409. Drummond JP. Dor aguda: fisiopatologia, clínica, e terapêutica. São Paulo: Atheneu; 2000.
410. Araujo LC de, Romero B. Pain: evaluation of the fifth vital sign. A theoretical reflection. Rev Dor. 2015;16(4).
411. Pereira LV, Sousa FA. [Measurement and assessment of postoperative pain: a short review]. Rev Lat Am Enfermagem. 1998 Jul;6(3):77–84.
412. Oliveira A, Batalha L, Fernandes A, Gonçalves J, Viegas R. A functional analysis of the Wong-Baker Faces Pain Rating Scale: linearity, discriminability and amplitude. Rev Enferm Referência. 2014 Dec 12;IV Série(3):121–30.
413. Wong DL, Baker CM. Pain in children: comparison of assessment scales. Pediatr Nurs. 1988 Feb;14(1):9–17.
414. Bieri D, Reeve RA, Champion GD, Addicoat L, Ziegler JB. The Faces Pain Scale for the self-assessment of the severity of pain experienced by children: development, initial validation, and preliminary investigation for ratio scale properties. Pain. 1990 May;41(2):139–50.
415. Carvalho D de S, Kowacs, Pedro André. Avaliação da Intensidade de dor.
105
2006;9(4):164–8.
416. Madden K, Magno Charone M, Mills S, Dibaj S, Williams JL, Liu D, et al. Systematic Symptom Reporting by Pediatric Palliative Care Patients with Cancer: A Preliminary Report. J Palliat Med. 2019 Feb 13.
417. Ljungman G, Gordh T, Sörensen S, Kreuger A. Pain variations during cancer treatment in children: a descriptive survey. Pediatr Hematol Oncol. 2000 May;17(3):211–21.
418. World Health Organization, editor. Cancer pain relief and palliative care in children. Geneva: World Health Organization; 1998. 76 p.
419. Eleutério SJP, Senerchia AA, Almeida MT, Costa CMD, Lustosa D, Calheiros LM, et al. Osteosarcoma in patients younger than 12 years old without metastases have similar prognosis as adolescent and young adults: Osteosarcoma in Children and AYA. Pediatr Blood Cancer. 2015 Jul;62(7):1209–13.
420. Kreyer J, Ranft A, Timmermann B, Juergens H, Jung S, Wiebe K, et al. Impact of the Interdisciplinary Tumor Board of the Cooperative Ewing Sarcoma Study Group on local therapy and overall survival of Ewing sarcoma patients after induction therapy. Pediatr Blood Cancer. 2018 Dec 65(12):e27384.
421. Spraker-Perlman HL, Barkauskas DA, Krailo MD, Meyers PA, Schwartz CL, Doski J, et al. Factors influencing survival after recurrence in osteosarcoma: A report from the Children’s Oncology Group. Pediatr Blood Cancer. 2019 Jan;66(1):e27444.
422. Worch J, Matthay KK, Neuhaus J, Goldsby R, DuBois SG. Ethnic and racial differences in patients with Ewing sarcoma. Cancer. 2010 Feb 15;116(4):983–8.
423. Arruda-Colli MNF de, Bedoya SZ, Muriel A, Pelletier W, Wiener L. In good times and in bad: what strengthens or challenges a parental relationship during a child’s cancer trajectory? J Psychosoc Oncol. 2018 Sep 3;36(5):635–48.
424. Labrell F, Câmara-Costa H, Dufour C, Grill J, Chevignard M. Maternal stress and pediatric brain cancer: A French study. J Psychosoc Oncol. 2019 Feb;37(1):96–109.
425. Neves ET, Cabral IE. Cuidar de crianças com necessidades especiais de saúde: desafios para as famílias e enfermagem pediátrica. Rev Eletrônica Enferm. 2009 Sep 30;11(3).
426. Bueno PC, Neves ET, Rigon AG. O manejo da dor em crianças com câncer: contribuições para a enfermagem. Cogitare Enferm. 2011 Jun 30;16(2).
427. Heinemann M, Ranft A, Langer T, Jürgens H, Kreyer J, Vieth V, et al.
106
Recurrence of Ewing sarcoma: Is detection by imaging follow-up protocol associated with survival advantage? Pediatr Blood Cancer. 2018;65(7):e27011.
428. Splinter W. Novel Approaches for Treating Pain in Children. Curr Oncol Rep. 2019 Feb;21(2).
429. Weaver MS, Heinze KE, Kelly KP, Wiener L, Casey RL, Bell CJ, et al. Palliative Care as a Standard of Care in Pediatric Oncology: Palliative Care as a Standard of Care. Pediatr Blood Cancer. 2015 Dec;62(S5):S829–33.
430. Zernikow B, Smale H, Michel E, Hasan C, Jorch N, Andler W. Paediatric cancer pain management using the WHO analgesic ladder - results of a prospective analysis from 2265 treatment days during a quality improvement study. Eur J Pain. 2006 Oct;10(7):587–587.
431. Sousa FAEF. Dor: o quinto sinal vital. Rev Lat Am Enfermagem. 2002 Jun;10(3):446–7.
432. Nelson KL, Yaster M, Kost-Byerly S, Monitto CL. A national survey of American Pediatric Anesthesiologists: patient-controlled analgesia and other intravenous opioid therapies in pediatric acute pain management. Anesth Analg. 2010 Mar 1;110(3):754–60.
433. Frasco PE, Sprung J, Trentman TL. The impact of the joint commission for accreditation of healthcare organizations pain initiative on perioperative opiate consumption and recovery room length of stay. Anesth Analg. 2005 Jan;100(1):162–8.
434. Reed DR, Hayashi M, Wagner L, Binitie O, Steppan DA, Brohl AS, et al. Treatment pathway of bone sarcoma in children, adolescents, and young adults. Cancer. 2017 Jun 15;123(12):2206–18.
435. Fortenberry M, Crowder J, So T-Y. The Use of Codeine and Tramadol in the Pediatric Population—What is the Verdict Now? J Pediatr Health Care. 2019 Jan;33(1):117–23.
436. Gallagher RM. Outcomes and moral hazards in the medical culture of opioid phobia. Clin J Pain. 1998 Sep;14(3):185–6.
437. Bashayreh A. Opioidphobia and cancer pain management. J Pediatr Hematol Oncol. 2011 Apr;33 Suppl 1:S60-61.
438. Rodieux F, Vutskits L, Posfay-Barbe KM, Habre W, Piguet V, Desmeules JA, et al. When the Safe Alternative Is Not That Safe: Tramadol Prescribing in Children. Front Pharmacol. 2018 Mar 5;9:148.
439. Xu J, Gill R, Cruz M, Staffa J, Lurie P. Effect of US Food and Drug Administration-Approved Pediatric Labeling on Dispensing of Extended-Release Oxycodone in the Outpatient Retail Setting. JAMA Pediatr. 2016
107
01;170(11):1103–4.
440. Victor, Germana Hunes Grassi Gomes. Cuidados paliativos no mundo. Cuid Paliat No Mundo. 2016;62(3):267–70.
441. Platt M. Pain Challenges at the End of Life - Pain and Palliative Care Collaboration. Rev Pain. 2010 Oct;4(2):18–23.
108
Apêndices
109
Apêndice 1: Ficha clínica para coletas dos dados
110
AVALIAÇÃODADORÓSSEAEMCRIANÇASEADOLESCENTESCOMTUMORESSÓLIDOSPEDIÁTRICOS
TRATADOSNAONCOLOGIAPEDIÁTRICADOINSTITUTONACIONALDECÂNCER–INCA–RIODEJANEIRO:
UMESTUDOTIPOCOORTERETROSPECTIVO
PesquisadorResponsável:FLAVIOFERREIRADEANDRADE
Dados demográficos
Nome: _________________________________________________________________________________________
Nº: ____________________ Matrícula: ____________________ DN: __________________ Cor: ______________
Idade na matrícula: ____________ Data na matrícula: _____________ Sexo: M F
Naturalidade (estado): _______________ Município de moradia: _________________________ Estado: ___________
Mãe: Idade: ___________ Profissão: ___________________________ ( ) Não informado
Pai: Idade: ____________ Profissão: ___________________________ ( ) Não informado
Principal cuidador: Mãe Pai Avó Avô Outros: _____________________________________________
Diagnóstico
Laudo Histopatológico:
Osteossarcoma Sarcoma de Ewing PNET Neuroblastoma Hepatocarcinoma
Rabdomiossarcoma. Histologia? __________________________________________________________________
Neoplasia de SNC. Qual? _______________________________________________________________________
Sarcomas não rabdomio. Qual? ___________________________________________________________________
Outros. Qual? _________________________________________________________________________________
Laudo confirmado pelo INCA: S N Data: __________ Estadio: _________________________________________
Volume tumoral primário: _______________________ (cm³) CID 10: _____________________________
Tumor ósseo primário ( ) S ( ) N Focal ( ) Múltiplas
Tumor metastático para osso S ( ) N
Outros sítios de metástase: S N - Se sim: Onde? ___________________________________________________
Data do início do tratamento antineoplásico: ___________________________________________________________
Qual o tratamento? Cirurgia Radioterapia QT. Qual protocolo:_______________________________________
Outros. Qual? ________________________________________________________________
Presença de Sintomas antes da Matrícula
Inícios dos sintomas até antes da matrícula no INCA: _____________________________________________ (meses)
Sintomas ao diagnóstico: Dor. Localização: __________________________________________________________
Náuseas e vômitos Alteração de Marcha Febre
111
Anemia e outras alterações hematológicas Deformidade óssea
Outras. Quais? ___________________________________________________________
Avaliação da Dor na Matrícula
Tinha dor na matrícula: S N Foi mensurada? S N ( ) Não Informado
Qual o método usado: Qual profissional?
EVA Equipe médica
Escala de Faces Wong Baker Equipe de enfermagem
Escala descritiva Equipe de fisioterapia
Outros métodos. Qual? ___________ Residentes Outros: ________________________
Dor: 0 (sem dor) 1 – 3 (dor leve) 4 – 6 (dor moderada) 7 – 9 (dor severa) 10 (dor insurpotável) ( ) Não informado
Fazia uso de medicações para dor previamente a matrícula: S N Se sim, qual?
Analgésicos comuns (dipirona, paracetamol) AINE
Anti-convulsivantes Ansiolíticos Corticóide
Opioides fracos (codeína, tramadol) Opioides fortes (morfina, fentanil, oxicodona)
Outros. Qual? _________________________________________________________________________________
Foi prescrito ou modificado medicações para dor na matrícula: S N Se sim, qual?
Analgésicos comuns (dipirona, paracetamol) AINE
Anti-convulsivantes Ansiolíticos Corticóide
Opioides fracos (codeína, tramadol) Opioides fortes (morfina, fentanil, oxicodona)
Outros. Qual? _________________________________________________________________________________
Dor na 1ª Avaliação com a Oncologia
Data da primeira avaliação: _____________ Tempo: _________(meses) Ambulatório Internação
Apresentava dor: S N
Dor: 0 (sem dor) 1 – 3 (dor leve) 4 – 6 (dor moderada) 7 – 9 (dor severa) 10 (dor insurpotável)
Percepção do paciente/família quanto a dor após a introdução da terapêutica de dor:
Melhorou Piorou Sem modificação Não estava em uso de medicações para dor
Houve modificação ou início de medicações para o tratamento da dor: S N
Se sim qual foi o motivo que levou a troca:
Não controle da dor Reação anafilática
112
Intolerância dos efeitos adversos. Qual? ____________________________________________________________
Aparecimentos de comorbidades. Qual? ____________________________________________________________
Outras. Qual? _________________________________________________________________________________
Se sim, qual?
Analgésicos comuns (dipirona, paracetamol) AINE
Anti-convulsivantes Ansiolíticos Corticóide
Opioides fracos (codeína, tramadol) Opioides fortes (morfina, fentanil, oxicodona)
Outros. Qual? _________________________________________________________________________________
Apresentava algum quadro infeccioso? S N
Iniciou algum tratamento anti-neoplásico? S N
Se sim: Cirurgia Radioterapia QT de 1ª linha Outros?__________________________________________
Dor na avaliação no 3º a 4º Mês de Acompanhamento
Data da avaliação: ___________ Tempo: _________(meses) Ambulatório Internação Apresentava dor: S N
Dor: 0 (sem dor) 1 – 3 (dor leve) 4 – 6 (dor moderada) 7 – 9 (dor severa) 10 (dor insurpotável) ( ) Não informado
Percepção do paciente/família quanto a dor após a introdução da terapêutica de dor:
Melhorou Piorou Sem modificação Não estava em uso de medicações para dor
Apresentava algum quadro infeccioso? S N
Houve internações hospitalares? S N. Se sim quantas? _____________________________________________
Houve progressão de doença neste período? S N
Iniciou novo tratamento anti-neoplásico? S N
Se sim: Cirurgia Radioterapia QT de 1ª linha Outros?__________________________________________
Quanto a adesão ao tratamento para Dor:
Aderiu Aderiu parcialmente (Usando só quando havia dor) Não aderiu (não usou)
Relata necessidade de medicação de resgate para dor? S N
Houve acompanhamento multidisciplinar com objetivo de dor? S N
Houve modificação ou início de medicações para o tratamento da dor: S N
Se sim qual foi o motivo que levou a troca:
Não controle da dor Reação anafilática
Intolerância dos efeitos adversos. Qual? ____________________________________________________________
Aparecimentos de comorbidades. Qual? ____________________________________________________________
Outras. Qual? _________________________________________________________________________________
Se sim, qual?
Analgésicos comuns (dipirona, paracetamol) AINE
113
Anti-convulsivantes Ansiolíticos Corticóide
Opioides fracos (codeína, tramadol) Opioides fortes (morfina, fentanil, oxicodona)
Outros. Qual? _________________________________________________________________________________
Dor na avaliação na última data de Acompanhamento ( até 31/12/2016)
Data da avaliação: ____________________ Tempo: _________(meses) Ambulatório Internação Apresentava dor: S N
Dor: 0 (sem dor) 1 – 3 (dor leve) 4 – 6 (dor moderada) 7 – 9 (dor severa) 10 (dor insurpotável) ( ) Não informado
Percepção do paciente/família quanto a dor após a introdução da terapêutica de dor:
Melhorou Piorou Sem modificação Não estava em uso de medicações para dor
Apresentava algum quadro infeccioso? S N
Houve internações hospitalares? S N. Se sim quantas? _____________________________________________
Houve progressão de doença neste período? S N
Iniciou novo tratamento anti-neoplásico? S N
Se sim: Cirurgia Radioterapia QT de 1ª linha Outros?__________________________________________
Quanto a adesão ao tratamento para Dor:
Aderiu Aderiu parcialmente (Usando só quando havia dor) Não aderiu (não usou)
Relata necessidade de medicação de resgate para dor? S N
Houve acompanhamento multidisciplinar com objetivo de dor? S N
Houve modificação ou início de medicações para o tratamento da dor: S N
Se sim qual foi o motivo que levou a troca:
Não controle da dor Reação anafilática
Intolerância dos efeitos adversos. Qual? ____________________________________________________________
Aparecimentos de comorbidades. Qual? ____________________________________________________________
Outras. Qual? _________________________________________________________________________________
Se sim, qual?
Analgésicos comuns (dipirona, paracetamol) AINE
Anti-convulsivantes Ansiolíticos Corticóide
Opioides fracos (codeína, tramadol) Opioides fortes (morfina, fentanil, oxicodona)
Outros. Qual? _________________________________________________________________________________
Desfecho
Fez uso de opioide? S N Qual? Codeína Tramadol Morfina Fentanil Oxicodona ( ) Metadona
114
Houve rotação de Opioides? S N se sim, quantas vezes? ________________
Na última consulta, quanto ao controle da dor?
Controlado com medicações adjuvantes
Controlado com associação de adjuvantes + opioide
Controlado com outas medicações
( ) Controlado só com opioide
Controlado sem medicações para dor
Sem controle da dor
Sem informação
Desfecho do paciente em 31/12/2016:
Em tratamento antineoplásico ativo – 1ª linha
Em tratamento antineoplásico ativo – 2ª ou mais linhas
Recaído
Em controle
Em cuidados paliativos com QT
Em cuidados paliativos exclusivos
Óbito: Data: _____________________________________________________________________
Perda de acompanhamento
Migrâneas cefaléias, v.9, n.4, p.164-168, out./nov/dez. 2006
115
Apêndice 2: Carta de aprovação do CEP