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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA Trabalho de Graduação ESTUDO DO COMPORTAMENTO DO Ni EM ROCHAS ULTRAMÁFICAS DE CORPOS PORTADORES DE GARNIERITA, LIBERDADE, MG VITOR FULANETE CORRÊA 200704035-0 Orientador: Soraya Almeida Dezembro/2010 Obra para Consulta

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE AGRONOMIA

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOLOGIA

Trabalho de Graduação

ESTUDO DO COMPORTAMENTO DO Ni EM ROCHAS ULTRAMÁFICAS

DE CORPOS PORTADORES DE GARNIERITA, LIBERDADE, MG

VITOR FULANETE CORRÊA

200704035-0

Orientador: Soraya Almeida

Dezembro/2010

Obra para Consulta

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por todas as conquistas e vitórias obtidas até esse ponto em

minha vida.

Agradeço ao meu pai Ernâne Vieira Correa, minha mãe Mêrci Maria Fulanete Corrêa, e meus

irmãos Vinícius Fulanete Corrêa e Marcela Fulanete Corrêa, sem eles eu não estaria onde estou.

Sou muito grato por essa maravilhosa família.

Agradeço aos meus amigos Flávia, Helder, Alex, Marcelo (Muriaé), Jéssica, Juliana, Renato e

companheiros de quarto do alojamento (M2-234) por sempre estar ao meu lado e pela convivência

nesses anos de universidade.

Agradeço à minha orientadora Soraya Almeida pelo ensino, paciência, dedicação, apoio e

compreensão.

Agradeço aos funcionários e professores do Departamento de Geociências da UFRRJ que

estiveram comigo durante os últimos quatro anos. Obrigado!

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RESUMO

Este trabalho trata do estudo de rochas ultramáficas presentes dos corpos mineralizados em

níquel supergênico (Fazenda da Roseta e Morro do Corisco) na região de Liberdade, MG.

O corpo da Fazenda da Roseta é constituído por rochas websteríticas como litologia

predominante aflorante, serpentinitos, hornblenditos e clorita xistos. O corpo ultramáfico do Morro

do Corisco é formado por serpentinitos como tipo litológico predominante, preservados de (meta)

harzburgito, (meta) dunito e (meta) espinélio hornblendito ao intemperismo.

Foi analisada a composição química de 13 amostras de rochas de ambos os corpos incluindo

serpentinitos, meta-websteritos e meta-hazburgitos para elemento maiores e traços, visando o

estudo do comportamento do Ni em relação aos demais elementos e em relação à composição

modal e normativa dessas rochas.

Os resultados demonstraram que estas rochas consideradas progenitoras dos solos

niquelíferos apresentam concentrações aproximadamente equivalente de Ni, independente de sua

composição modal no que diz respeito às razões entre olivina e piroxênio, e independente do grau

de hidratação destas rochas, pois litotipos formados por minerais de alta temperatura contém

conteúdos de níquel equivalentes aos tipos super-hidratados representados pelos serpentinitos.

Desta forma, sugere-se que estudos envolvendo a geração e prospecção de solos niquelíferos

considera a formação do minério a partir do intemperismo direto de rochas de alto grau, além dos

serpentinitos.

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Localização da Cidade de Liberdade, MG 2

Figura 2: Principais vias de acesso de Liberdade, MG 2

Figura 3: Bacia hidrográfica do Rio Grande 3

Figura 4: Seção estrutural do Orógeno Ribeira, destacando seus respectivos domínios

estruturais 6

Figura 5: Mapa Tectônico do Orógeno Brasília Meridional 9

Figura 6: Principais aplicações do Níquel 10

Figura 7: Contexto geológico dos corpos ultramáficos do Morro do Corisco e da

Fazenda da Roseta, região de Liberdade, Sul de Minas Gerais 14

Figura 8: Composição normativa para os serpentinitos analisados 17

Figura 9: a) Diagrama binário Ni ppm versus %SiO2. b) Diagrama binário %SiO2 versus

clinopiroxênio. c) Diagrama binário %SiO2 versus olivina. d) Diagrama binário %SiO2

versus ortopiroxênio

22

Figura 10: a) Diagrama binário Ni ppm versus Ti ppm. b) Diagrama binário Ti ppm

versus clinopiroxênio. c) Diagrama binário Ti ppm versus olivina. d) Diagrama binárioTi

ppm versus ortopiroxênio

23

Figura 11: a) Diagrama binário Ni ppm versus %MnO. b) Diagrama binário %MnO

versus clinopiroxênio. c) Diagrama binário %MnO versus olivina. d) Diagrama binário

%MnO versus ortopiroxênio

23

Figura 12: a) Diagrama binário Ni ppm versus %Al2O3. b) Diagrama binário %Al2O3

versus clinopiroxênio. c) Diagrama binário %Al2O3 versus olivina. d) Diagrama binário

%Al2O3 versus ortopiroxênio

24

Figura 13: a) Diagrama binário Ni ppm versus %MgO. b) Diagrama binário %MgO

versus clinopiroxênio. c) Diagrama binário %MgO versus olivina. d) Diagrama binário

%MgO versus ortopiroxênio

25

Figura 14: a) Diagrama binário Ni ppm versus %CaO. b) Diagrama binário %CaO

versus clinopiroxênio. c) Diagrama binário %CaO versus olivina. d) Diagrama binário

%CaO versus ortopiroxênio

26

Figura 15: a) Diagrama binário Ni ppm versus %Fetotal. b) Diagrama binário %Fetotal

versus clinopiroxênio. c) Diagrama binário %Fetotal versus olivina. d) Diagrama binário

%Ferrototal versus ortopiroxênio

27

Figura 16: a) Diagrama binário Ni ppm versus clinopiroxênio. b) Diagrama binário Ni

ppm versus ortopiroxênio. c) Diagrama binário Ni ppm versus olivina 27

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Reservas e Produções Mundiais de Níquel em 2008/2009 12

Tabela 2: Total das Reservas de Níquel – 1999 12

Tabela 3: Amostras Analisadas para Rocha Total 18

Tabela 4: Análises Químicas de Rochas 19

Tabela 5: Composição Normativa das Rochas Analisadas 20

Tabela 6: Fórmulas Estruturais dos Minerais Formadores das Rochas Analisadas 21

Tabela 7: Coeficientes de partição 21

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS i

RESUMO/ABSTRACT ii

ÍNDICE DE TABELAS iii

ÍNDICE DE TABELAS iv

SUMÁRIO v

1. INTRODUÇÃO 1

1.1 Objetivo 1

1.2 Metodologia 1

1.3 Localização 2

1.4 Aspectos Fisiográficos 3

1.5 Geomorfologia 4

2. CONTEXTO GEOLÓGICO 5

2.1 Conteúdo Geológico Regional 5

2.1.1 Unidades Metassedimentares Neoproterozóicas 6

2.1.1.1 Megassequência Andrelândia 6

3. A PRODUÇÃO DE NÍQUEL NO BRASIL: SÍNTESE SOBRE AS SUAS

PROPRIEDADES E APLICAÇÕES 10

4. AS MINAS DE NÍQUEL NA REGIÃO DE LIBERDADE 14

4.1 Corpo Ultramáfico Morro do Corisco 14

4.2 Corpo Ultramáfico Fazenda da Roseta 15

5. ANÁLISES QUÍMICAS DE ROCHA TOTAL 16

6. CONCLUSÃO 28

BIBLIOGRAFIA 29

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1. Introdução

O trabalho aqui apresentado foi desenvolvido como parte da disciplina “Trabalho de

Graduação (IA243)”, sob a forma de monografia, necessária a obtenção do grau de bacharel no

curso de geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRRJ). O tema de estudo versa sobre as características químicas de rochas fontes das jazidas

niquelíferas da região de Liberdade, sul de Minas Gerais e inserido na linha de pesquisa

“Petrologia de Rochas Máficas e Ultramáficas Pré-Cambrianas”, desenvolvido no Departamento

de Geociências.

A jazida de níquel do Morro do Corisco, localizada próximo da cidade de Liberdade, é um

depósito do tipo laterítico, explorado originalmente pela Companhia de Níquel Do Brasil S.A.,

constituindo o primeiro relato de concentrações a níveis exploratórios desse minério no Brasil, no

ano de 1916. A segunda ocorrência mineralizada em níquel supergênico ocorre a N-NW de

Liberdade, na região da Fazenda da Roseta, e apresenta características semelhantes às do Morro

do Corisco.

1.1 Objetivos

O objetivo desta monografia é a análise do comportamento do Ni nas rochas progenitoras do

minério supergênico nos corpos ultramáficos do Morro do Corisco e da Fazenda da Roseta em

Liberdade, MG.

Pretende-se com estas análises avaliar a potencialidade dos diferentes tipos de rochas na

formação de solos niquelíferos.

1.2 Metodologia

A etapa inicial deste trabalho consistiu em levantamentos bibliográficos da geologia da região

estudada e consulta de trabalhos anteriores referentes aos corpos ultramáficos estudados.

Nesta monografia, foram utilizadas análises químicas de rochas e de minerais disponíveis em

Almeida (1998). Os espécimes litológicos foram escolhidos de forma a obter-se a maior

representatividade dos corpos ultramáficos, tendo sido observadas as características adequadas

de preservação do intemperismo. Após o processo de moagem, realizado no Departamento de

Mineralogia e Petrologia (DRM) / USP, o material foi enviado para a Universidade de Módena,

Itália, onde foram realizadas as análises para elementos maiores e traços através de

Espectrometria de Fluorescência de Raios-X.

O tratamento dos dados foi realizado com o apoio do software Petrograph 1.0.2 (Petrelli,

2005), através do qual foram elaborados os diagramas descritos neste trabalho.

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1.3 Localização e Acesso

A cidade de Liberdade localiza-se no sul do estado de Minas Gerais, nas coordenadas

geográficas 22º01'44"S de latitude e 44º19'11"W de longitude (Figura 1).

A cidade está a uma distância de 367 km de Belo Horizonte e possui como rodovias de

acesso: BR-040, BR-050, SP-330, SP-351, BR-491, BR-381, BR-267 (Figura 2).

Figura 1: Localização da Cidade de Liberdade, MG.

Figura 2: Principais vias de acesso de Liberdade, MG.

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1.4- Aspectos Fisiográficos

O clima da região, de acordo com a classificação de Köppen, é típico de tropical de altitude, do

tipo Cwb (mesotérmico, com verões brandos e estação seca de outono-inverno), com a dinâmica

atmosférica controlada pela célula de alta pressão subtropical do Atlântico Sul (Mota & Agendes

2006).

A pluviosidade anual na região de Liberdade é de aproximadamente 2000 mm, variando de 50

mm mensais na estação de seca e de cerca de 350 mm na estação chuvosa. As temperaturas

diárias variam de 15°C durante o inverno a 30°C no verão. A umidade relativa do ar varia

geralmente de 40 a 60% (Esson et al. 1978).

O entorno de Liberdade possui vegetação típica de Mata Atlântica, apresentando a Floresta

Ombrófila (ou de Araucária) Densa Montana, além de capões de Araucária angustifólia (Ferreira,

2006).

A região de Liberdade está inserida na Bacia do Rio Grande, tendo como principais rios o Rio

Grande e o Ribeirão Jacuí. A bacia do Rio Grande, por sua vez, pertence à bacia do rio Paraná,

que possui uma área total de 143.000 km2, dos quais 86.500 km2 localizam-se em território

mineiro, o que equivale a 17,8% da área do estado (Figura 3). Nessa bacia, é gerada cerca de

67% de toda energia hidrelétrica produzida em Minas Gerais (Santos et al., 2002).

Figura 3: Bacia hidrográfica do Rio Grande (Fonte: FURNAS, 2003).

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1.5 Geomorfologia

A região em destaque é abrangida pelo compartimento dos Planaltos Cristalinos que

compreende o Planalto do Sul de Minas Gerais (Ponçano & Almeida, 1993).

O planalto do Sul de Minas ou Planalto do Rio Grande distribui-se a noroeste da Serra da

Mantiqueira, alonga-se até as cabeceiras do Rio São Francisco e para oeste até ser recoberto

pelos sedimentos da Bacia do Paraná. É caracterizado por uma ampla superfície ondulada,

talhada essencialmente em rochas do complexo gnáissico-migmatítico, com altitudes em torno de

900 m, sendo interrompida por uma série de cristas adaptadas às orientações gerais dos

gnaisses, atingindo cotas superiores a 1.000 m. Ao norte do Planalto Sul de Minas, desenvolveu-

se a Serra de Canastra, formada por uma série de espigões quartzíticos seccionados por uma

superfície aplainada residual de cerca de 1.300 m. Trata-se de um importante divisor de águas

que separa as bacias dos rios São Francisco e Grande (Torrado et al. 2006).

A paisagem de Liberdade é marcada por um relevo montanhoso com escarpas íngremes e

vales encaixados, apresentando cristas e picos elevados que ultrapassam 1.400 m de altitude.

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2. Contexto Geológico

2.1 Conteúdo Geológico Regional

A região abrangida neste trabalho está inserida nas proximidades da borda Sul do Cráton do

São Francisco, no segmento central do Orógeno Ribeira, os quais registram episódios de

subducção e colisão neoproterozóicos, ocorrida há cerca de 580 Ma, resultando num

empilhamento tectônico de terrenos de leste para oeste-noroeste, com colisão oblíqua entre eles

(Heilbron et al., 2007; Campos Neto, 2007). A deformação exibe visíveis repartições entre zonas

com predominância de encurtamento frontal e zonas com componente transpressivo destral. Com

isso, os limites entre os compartimentos tectônicos são caracterizados por empurrões de

mergulhos mais íngremes (>30º) ou por zonas de cisalhamento oblíquas.

O Orógeno Ribeira foi subdividido em cinco terrenos tectono-estratigráficos segundo Heilbron

et al. (2007): Ocidental, Paraíba do Sul, Embu, Oriental e Cabo Frio (Figura 4). A área discutida

neste trabalho está contida no Terreno Ocidental. Este terreno é subdividido em Domínio

Andrelândia, Klippe de Carvalhos e Domínio Juiz de Fora. Nos dois primeiros encontram-se

vestígios da evolução neoproterozóica, atribuída a sul da Faixa Brasília, cujo ápice colisional

ocorreu há cerca de 630 Ma. A subdivisão tectono-estratigráfica adotada neste trabalho é:

• O embasamento arqueano e/ou paleoproterozóico mais velho que 1,8 Ga;

• Sequências metavulcano-sedimentares neoproterozóicas subdivididas em associações de

margem passiva, bacias de ante-arco e retro-arco, e bacias sin-colisionais;

• Granitóides neoproterozóicos pré-colisionais, gerados em arco magmático intra-oceânico

ou de margem continental ativa;

• Granitóides neoproterozóicos sin-colisionais;

• Magmatismo pós-colisional.

As sequências metassedimentares proterozóicas expostas na área de Liberdade são

caracterizadas por rochas do Grupo Andrelândia (Ebert, 1968) e que integram a Megassequência

Andrelândia (Paciullo et al., 2003), descrita a seguir.

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Figura 4: Seção estrutural do Orógeno Ribeira, destacando seus respectivos domínios

estruturais.

Legenda: Terreno Ocidental (1-6): 1 a 3- Megassequência Andrelândia nos domínios

Autóctone, Andrelândia e Juiz de Fora, Terreno Ocidental; 4 a 6- Associações do

embasamento (Complexos Barbacena, Mantiqueira e Juiz de Fora); Terreno Paraíba do Sul (7-

8): 7- Grupo Paraíba do Sul; 8- Complexo Quirino; Terreno Oriental (9- 13): 9- Sequência

Cambuci; 10- Sequência Italva; 11- Sequência Costeiro; 12-arco magmático Rio Negro; 13-

Granitos colisionais; 14- Sequências Búzios e Palmital; 15- Complexo Região dos Lagos.

2.1.1 Unidades Metassedimentares Neoproterozóicas

2.1.1.1 Megassequência Andrelândia

A Megassequência Andrelândia engloba todos os domínios do Terreno Ocidental do Orógeno

Ribeira, a sul e a sudeste do Cráton do São Francisco, bem como nos terrenos alóctones

(nappes) que ocorrem no sul da Faixa Brasília. Na base de algumas nappes do Orógeno Brasília,

sempre próximo às falhas de empurrão basais, ocorrem corpos de rochas meta-ultramáficas e

retro-eclogitos (Heilbron et al., 2007). Esta subdivide-se em duas grandes sequências que gradam

lateralmente para sucessões distais semelhantes, com intercalações de fácies pelágicas. A

sequência basal corresponde à Sequência Carrancas, caracterizada por gnaisses de composição

variada, sempre contendo plagioclásio e biotita, e subordinadamente granada. Intercalações

(decamétricas a centimétricas) de quartzitos puros a feldspáticos, filitos a xistos cinzentos, biotita

filitos a xistos, rochas calcissilicáticas, também constituem esta unidade. A unidade superior

corresponde à Sequência Rio Turvo, constituída por granada-biotita gnaisses bandados, de

derivação pelítica, ricos em biotita, granada e sillimanita, com abundantes intercalações métricas a

centimétricas de rochas manganesíferas, biotita gnaisses bandados, rochas calcissilicáticas,

sillimanita quartzitos, quartzitos puros e granada-plagioclásio gnaisse. Corpos irregulares

concordantes e diques deformados de orto-anfibolitos cortam as unidades supracitadas da

Megassequência Andrelândia (Heilbron et al., 2007).

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A unidade superior na Klippe de Carvalhos é composta principalmente de K-feldspato-cianita

gnaisse com proporções variadas de biotita e granada. Intercaladas a esses gnaisses

leucocráticos, ocorrem lentes micáceas (cianita-granada-mica xistos e cianita-granada-biotita

gnaisses) e quartzíticas (granada-cianita quartzitos). As rochas metabásicas que ocorrem

intercaladas com os K-feldspato-cianita gnaisses e xistos, também em função da inversão

metamórfica da Klippe de Carvalhos, são granulitos máficos com paragêneses características

para a fácies granulito de alta pressão. Granada-clinopiroxênio anfibolitos granoblásticos

representam os anfibolitos nesta escama tectônica (Heilbron et al., 2007).

Há presença de anfibolitos em todas as unidades da Megassequência Andrelândia. Eles

ocorrem na forma de lentes irregulares, e boudins centimétricos. Rochas meta-ultramáficas

ocorrem como lentes, de dimensões decamétricas, intercaladas nos gnaisses e xistos pelíticos da

Unidade Superior da Megassequência Andrelândia. Dois corpos destacam-se na área de estudo

desta monografia, apresentando núcleos preservados com textura isotrópica e bordos xistosos e

serpentinizados.

O corpo do Morro do Corisco, encaixado na Klippe de Carvalhos, é o melhor estudado (Silva,

1990; Almeida, 1998). O corpo ultramáfico da Fazenda da Roseta é o de maior área, e ocorrência

ao longo da Serra da Garça. Segundo Almeida (1992, 1998), estas ocorrências exibem identidade

química entre si, constituindo porções de uma suíte intrusiva de caráter toleítico, posicionadas

tectonicamente no Grupo Andrelândia. Estes corpos ultramáficos serão discutidos mais adiante,

relacionados com mineralizações niquelíferas do tipo laterítico.

De acordo com Campos Neto et al. (2007) o Sistema Orogênico Tocantins, localizado na

borda sul do Cráton São Francisco, é caracterizado por uma pilha de nappes relacionados à

colisão neoproterozóica da Placa do São Francisco (margem passiva) com a Placa do

Paranapanema (margem ativa). Essas nappes são estruturas dúcteis sin-metamórficas, com

removimentação rúptil pós-metamórfica, apresentando um padrão metamórfico regional invertido,

formado por alóctonos com distintos campos de gradientes metamórficos, delimitados pelos

contatos rúpteis de empurrão ou pelas rampas laterais, resultando em segmentos de distintos

ambientes tectônicos.

Os diferentes ambientes tectônicos desse empilhamento alóctone organizam-se nas estruturas

(Figura 6): i- Nappe Socorro Guaxupé, lasca de crosta continental profunda e espessa

(aproximadamente 15 km), representada por unidades granulito-granito-migmatíticas provenientes

da raiz de arco magmático; ii- Sistema de Nappes Andrelândia, domínio continental subductado é

caracterizado por nappes de metassedimentos em fácies anfibolito e granulito de alta pressão,

engajados em zona de subducção (Campos Neto & Caby 1999, 2000); iii- domínio de provável

margem continental passiva constituída pelo Sistema de Nappes Carrancas (Trow et al. 2000) e

pela Nappe Lima Duarte (Campos Neto et al. 2004a). Os sistemas alóctones maiores que

compõem o setor oriental do Sistema de Nappes Andrelândia são: a Nappe Pouso Alto, superior

(e klippen Aiuruoca, Carvalhos e Serra da Natureza), a Nappe Liberdade e a Nappe Andrelândia,

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inferior constituindo uma pilha metamórfica com espessura de 4.500 m e configuração geral sub-

horizontal. Eles Registram metamorfismo de alta pressão, tanto em fácies anfibolito, com retro-

eclogitos, quanto em fácies granulito. Segundo Campos Neto et al. (2007), é difícil uma proposta

litoestratigráfica única desse sistema da nappes, devido ao distinto campo metamórfico entre eles,

refletindo ambientes tectônicos diferentes.

Trouw et al. (2000) define a nappe Liberdade como uma sequência metapelítica, com

metapsamitos e gnaisses calcissilicáticos subordinados, metamorfisados em fácies anfibolito de

alta pressão, contendo lascas de rochas metabásicas retroeclogíticas, associadas a rochas

ultramáficas. É o registro metamórfico de crosta continental soterrada, em zona de subducção, a

profundidades mínimas de 60 km (Campos Neto & Caby, 1999). Sua infra-estrutura

paleoproterozóica é constituída por ortognaisses, em domínio de intensa anatexia

neoproterozóica.

A cinemática da Nappe Liberdade indica transporte do topo para E-SE na retaguarda, e para

NE em direção ao front. Zonas de cisalhamento normais e sin-metamórficas, orientadas em torno

de E-W, promoveram um abatimento da retaguarda. Dessas, a principal estrutura é a zona de

cisalhamento Alagoa, normal e com lineações minerais a sillimanita orientadas segundo o

mergulho. Essas zonas de cisalhamento normais representam, no sistema convergente sin-

metamórfico, a alternância com regimes extensionais de deformação. Eles acentuam o

adelgaçamento da nappe e facilitam, na sua retaguarda, a entrada do pacote rochoso na zona da

sillimanita, por descompressão isotérmica (Santos et al. 2004); enquanto que o front permanece

na zona de cianita.

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Figura 5: Mapa Tectônico do Orógeno Brasília Meridional retirado de Campos Neto et al. 2007

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3. A produção de Níquel no Brasil: síntese sobre suas propriedades

e aplicações

O níquel (Ni) é um elemento químico, metálico, cuja concentração na superfície terrestre é da

ordem de 0,008%. Tem coloração branco-prateado, é dúctil, maleável e possui peso específico

igual a 8,5 g/cm3, elevado ponto de fusão (cerca de 1453ºC), peso atômico 58,68 e grande

resistência mecânica à corrosão e a oxidação, atribuindo-lhe uma grande diversidade de usos

(Magalhães, 2004).

A utilização do níquel no processo industrial verifica-se somente após a obtenção da primeira

amostra de metal puro por Richter em 1804, e do desenvolvimento da liga sintética de ferro-níquel

por Michael Faraday e associados em 1820. Em 1870, Fleitman descobre que a adição de uma

pequena quantidade de magnésio torna o níquel maleável, e em 1881 é cunhada a primeira

moeda de níquel puro. O Ni é utilizado em diversas ligas, como o aço inoxidável, em

galvanização, fundições, catalisadores, baterias, eletrodos e moedas (Figura 6).

Figura 6: Principais aplicações do Níquel.

O níquel, por ser um elemento de transição, apresenta uma mistura de propriedades de metais

ferrosos e não-ferrosos, sendo siderófilo (possui afinidade química em fases metálicas com o

ferro, assim como Co,Pt e Au) e também calcófilo (possui afinidade com fases sulfetadas, assim

como Cu,As, Pb,Zn e Ag). (Oliveira, 2008).

A maior quantidade de níquel lavrado no mundo provém de dois tipos de depósitos minerais:

depósitos magmáticos sulfetados, cujo principal mineral de minério é a pentlandita [(Ni,Fe)9S8] e

depósitos lateríticos, onde os principais minerais de minério são a limonita niquelífera

[(Fe,Ni)O(OH)] e a garnierita (silicato de níquel hidratado).(Oliveira, 2008).

Os depósitos de níquel sulfetado formam-se por segregação de líquidos sulfetados imiscíveis

na base da câmara magmática, a partir do resfriamento de magmas de natureza máfica a

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ultramáfica, principalmente de idade proterozóica (Oliveira, 1990). Os minerais acessórios de Ni,

Cu e EGP (sulfetos), Cr, Ti, V e Fe (óxidos) formam-se em estágios iniciais de cristalização do

magma. São os depósitos de maior preferência a exploração, pelo fato desse tipo minério ser

facilmente concentrado através de técnicas bem estabelecidas.

Os depósitos de níquel laterítico ocorrem mais superficialmente, principalmente na região

saprolítica (Escalzzer et al. 2007). Sua formação ocorre por mobilização do minério pelo

intemperismo sob a forma de silicato hidratado, e o concentra em fissuras da rocha em processo

de alteração, trazendo-o para a superfície. Nas jazidas deste tipo encontra-se na parte superior

uma camada de laterita niquelífera e mais abaixo, geralmente, há uma zona enriquecida à custa

da rocha subjacente que vai depois empobrecendo à medida que o níquel se desloca para a

superfície. Nas jazidas são encontradas calcedônias que indicam ações hidrotermais

provavelmente relacionadas com os pegmatitos também freqüentes. Uma pesquisa realizada pela

Preston Resources Ltda em 1999 mostrou que os teores do metal nos minérios de origem

laterítica são, em geral, superiores aos dos minérios sulfetados, e que o custo de extração do

metal a partir do minério sulfetado, devido à exploração em profundidade, torna a fonte laterítica

competitiva (Silva & Andrade, 2007).

Segundo Oliveira (2008), é conhecida ocorrências de níquel contido em nódulos de manganês

no fundo oceânico, embora sejam necessárias pesquisas tecnológicas para sua extração em

condições econômicas favoráveis.

As reservas mundiais de níquel em 2009 foram definidas por depósitos minerais que ocorrem

em vários países. Os depósitos terrestres possuem recursos na ordem de 1% Ni @ 130 Mt. Cerca

de 60% dos depósitos mundiais são de origem laterítica e 40% são sulfetados. Neste contexto,

Austrália, Cuba, Nova Caledônia e Rússia detém cerca de 63% das reservas mundiais (Tabela 1).

As jazidas de níquel descobertos no Brasil são representados por minérios silicatados, que

provêm da alteração de rochas muito básicas como peridotitos (depósitos lateríticos). O primeiro

relato à ocorrência de minério de níquel data de 1989, referente ao município de Jacupiranga, São

Paulo. Posteriormente, foram mencionadas as ocorrências Niquelândia (1906) em Goiás,

Liberdade (1916) e Morro do Níquel (1922) em Minas Gerais, e Barro Alto (1934) em Goiás.

As reservas medidas brasileiras de níquel aprovadas pelo DNPM totalizam, em 1999,

301.016.980 t de minério, com teor médio de 1,61 % e com 4.631.842 t de níquel contido,

concentradas nos Estados de Goiás (75,9%), Pará (14,5%), Piauí (6,7%) e Minas Gerais (3,0%).

(Tabela 2)

Analisando pelo total de reservas de níquel, o percentual de participação dos Estados em

relação às respectivas reservas coloca, em primeiro lugar, o Estado de Goiás, representando

74,78% das reservas de níquel do país, localizadas nos municípios de Niquelândia, Americano do

Brasil, Barro Alto, Diorama, Goianésia, Iporá, Jussara, Montes Claros de Goiás; em segundo

lugar, o Estado do Pará, que atinge 16,84 %, distribuídas entre os municípios de Marabá e São

Félix; em terceiro, o Estado de Minas Gerais (4,20%) onde as reservas de níquel estão situadas

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no município de Fortaleza de Minas, Ipanema, Liberdade e Pratápolis; em quarta classificação

está o Estado do Piauí (4,18%), em São João do Piauí.

Tabela 1: Reservas e Produções Mundiais de Níquel em 2008/2009.

Produção Mineral Países

2008 2009 Reservas

Austrália 200.000 167.000 26.000.000

Botswana 38.000 36.000 490.000

Brasil 58.500 56.700 4.500.000

Canadá 260.000 181.000 4.100.000

China 68.400 84.300 1.100.000

Colômbia 76.400 93.000 1.700.000

Cuba 67.300 65.000 5.500.000

República Dominicana 31.300 - 840.000

Grécia 18.600 14.000 490.000

Indonésia 193.000 189.000 3.200.000

Nova Caledônia 103.000 107.000 7.100.000

Filipinas 83.900 85.000 940.000

Rússia 277.000 266.000 6.600.000

África Do Sul 31.700 34.000 3.700.000

Espanha 8.140 7.800 57.000

Venezuela 13.000 12.000 490.000

Outros Países 46.000 28.600 3.800.000

Total 1.570.000 1.430.000 71.000.000

Fonte: Mineral commodity Summaries – Janeiro, 2010.

Tabela 2: Total das Reservas de Níquel – 1999.

Medidas UF

Minério Contido Teor (%) Indicada(¹) Inferida(²) Total

GO 228.415.454 3.380.549 1,48 63.448.488 66.575.712 291.863.942

PA 43.560.000 797.148 1,83 22.365.000 14.800.000 65.925.000

PI 20.007.510 314.118 1,57 20.007.510

MG 9.034.016 140.027 1,55 7.580.867 3.543.338 16.614.883

Total 301.016.980 4.631.842 1,61 93.394.355 84.919.050 394.411.335

Unidade: t / Fonte: DNPM/DIRIN.

1- Parte de um recurso mineral cujas estimativas de teor e tonelagem são de baixa confiança.

2- Parte de um recurso mineral onde a tonelagem, forma, características físicas e teor possuem

razoável nível de segurança. (Pereira, 2003 & Licht et al., 2007).

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4. As Minas de Níquel em Liberdade

Os corpos ultramáficos da região de Liberdade foram identificados segundo Almeida (1998),

como corpos ultramáficos alóctones, encaixados em sequências metassedimentares

proterozóicas (Megassequência Andrelândia). Algumas dessas ocorrências possuem grande

potencial niquelífero, apresentando formas ovóides e, parecem ter importante controle estrutural

com fortes indícios de unidades alóctones (Esson 1978; Almeida, 1998). De acordo com a

subdivisão em domínios tectônicos estabelecida por Ribeiro et al. (1990), tais ocorrências

estariam inseridas em um domínio alóctone, denominado Domínio III.

As unidades da Megassequência Andrelândia expostas nesta área são representadas por um

conjunto de metassedimentos transicionais (quartzitos, granada-sillimanita/cianita quartzo xistos,

biotita e sillimanita/ cianita-granada gnaisses), contendo lentes isoladas de anfibolitos e corpos de

ultramáficas. Corpos graníticos de composição tonalítica a granodioríticas, de contornos

alongados com direção principal paralela à de foliação da região, são considerados produtos da

fusão parcial destes gnaisses. Junho et al. (1989a,1989b), descreve esse conjunto litológico

disposto de forma a constituir uma estrutura sinforme aberta, com direção de eixo SW/NE e

mergulho para SW, correlato com a terceira fase deformacional definida originalmente por Trouw

et al. (1986). Trouw & Castro (1996) definem uma falha de empurrão (nappe de Liberdade)

delineada ao longo deste sinforme.

Bebert et al. (1981) utiliza o termo “tipo alpino”, para designar a ocorrência ultramáfica Morro

do Corisco, sugerindo uma origem relacionada á uma sequência ofiolítica. Segundo Almeida

(1998), os contatos dos corpos ultramáficos com as rochas encaixantes são de difícil observação,

devido ao alto grau de intemperismo destas. Contudo, os corpos ultramáficos desta região fazem

contato com xistos ou gnaisses ricos em granada e cianita, de granulação grossa.

Estas rochas foram consideradas por Almeida (1992) de caráter original intrusivo, geradas a

partir de processos de diferenciação magmática de magmas toleíticos. As associações minerais

atuais indicam metamorfismo na fácies anfibolito, com alguns espécimes tendo preservado

paragêneses representativas de reequilíbrio na fácies granulito.

Dois corpos mineralizados em Ni ocorrem na área: o corpo ultramáfico da Fazenda da Roseta

e corpo ultramáfico do Morro do Corisco (Figura 7).

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Figura 7: Contexto geológico dos corpos ultramáficos do Morro do Corisco e da Fazenda da Roseta,

região de Liberdade, Sul de Minas Gerais. Extraído de Paciullo (2003).

4.1 Corpo Ultramáfico do Morro do Corisco

O corpo ultramáfico do Morro do Corisco abriga a mais antiga mina de níquel garnierítico do

Brasil, foi explorado inicialmente em 1915, pela Companhia de Nickel do Brasil (Moraes, 1935). A

retirada do material portador de níquel deu lugar a uma área aplainada onde antes existia uma

elevação que deu origem ao topônimo. A intrusão ultrabásica possui forma elíptica e área de

cerca de 1 km², tendo o eixo de maior direção aproximadamente N50E. Esta direção é coincidente

com a direção regional da xistosidade e também com uma falha de empurrão (Villas, 1969) com a

qual está associado o corpo ultrabásico.

Sua posição encontra-se situada, segundo Magalhães (1985) entre cianita/sillimanita-granada

xistos e biotita gnaisses. A dimensão do corpo varia na ordem de 0,4 km², com serpentinito como

tipo litológico predominante, sob a forma de núcleos de dimensões métricas, preservados de

(meta) hazburgito, (meta) dunito e (meta) espinélio hornblendito ao intemperismo. Exibem aspecto

poroso, coloração verde azulada à cinza esverdeado e granulometria fina (Almeida, 1998).

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Estes serpentinitos possuem pseudomorfos de olivina e/ou ortopiroxênio orientados

primariamente, sem correlação com as principais estruturas regionais, sugerindo a existência de

bandamentos composicionais primários e preservados da deformação regional.

O corpo ultramáfico é cortado por fraturas com direções variadas, preenchidas por

concentrados de sílica + minerais argilosos formados a partir de precipitação coloidal, durante

processos intempéricos. Estes concentrados constituem a principal fonte de níquel deste corpo,

discutido por Santos (1972). De acordo com o autor, durante o processo de formação do solo

laterítico, a sílica é lixiviada, precipitando-se sob forma coloidal, o Fe permanece como constituinte

principal do solo, sob a forma de Fe+³, enquanto o Mg é removido para os níveis mais inferiores. O

Ni+² é liberado durante o intemperismo da serpentina, ficando retido nos retículos cristalinos dos

minerais neoformados (vermiculita, montmorilonita, clorita e serpentina). Os concentrados

constituídos por uma mistura de serpentina e demais silicatos hidratados de Ni-Mg são

designados por garnierita. A extração deste material nas porções mais intemperizadas restringiu

os concentrados maciços serpentiníticos, o que torna sua exploração pouco viável do ponto de

vista econômico (Almeida, 1998).

Rochas compostas, essencialmente, por hornblenda + epidoto + quartzo são observadas

cortando as rochas serpentiníticas, tendo sua origem associada à intrusão de veios pegmatíticos

que atravessam as encaixantes e algumas porções dos corpos.

4.2 Corpo Ultramáfico da Fazenda da Roseta

O corpo ultramáfico da Fazenda da Roseta possui uma área de 4 Km², sendo o de maior

dimensão encontrado em Liberdade. Sua mineralização em níquel é de caráter supergênico, com

características semelhantes aos minérios do Morro do Corisco, descrito anteriormente. Segundo

Almeida (1998) há reservas de concentrados de níquel, no corpo da Fazenda da Roseta,

totalmente intemperizados sendo de fácil extração.

Ainda segundo Almeida (1998), rochas websteríticas predominam como litologia aflorante.

Possuem granulação grossa, constituídas por matriz granoblásticas de anfibólios, de cor verde

escura, no qual se destacam megacristais prismáticos de piroxênios castanhos e olivinas.

Possuem dimensões métricas, sendo encontrados túneis e poços prospectores de níquel. Exibe,

muitas vezes, espécie de bandamento, milimétrico a centimétrico, com intercalações

predominantes de faixas piroxeníticas e faixas ricas em anfibólio, gerando intercalações do tipo

modal. Espinélio harburgitos ocorrem na forma de bloco centimétricos dispersos nas proximidades

das rochas websteríticas,com relações estratigráficas incerta entre elas. Estas rochas apresentem

complexidade textural, granulação grossa e coloração predominante cinza esverdeada.

Serpentinitos ocorrem como rochas maciças, de cor verde escura a verde acinzentada, de

granulação fina, semelhante aos serpentinitos predominantes no corpo ultramáfico do Morro do

Corisco. Há ocorrências de hornblenditos de granulação média e cor negra, na borda sudoeste do

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corpo ultramáfico da Fazenda da Roseta, na região de contato com suas encaixantes. Almeida

(1992) caracterizou essas ocorrências como quimicamente anômalas, “gerada sob fortes

influências metassomáticas, envolvendo troca de elementos, em grande escala, entre o corpo

ultramáfico e sua encaixante ácida (cianita-granada-quartzo xisto)”.

Clorita xistos são identificados na borda NE entre o corpo ultramáfico e as rochas encaixantes.

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5. Análises Químicas de Rocha Total

As análises químicas de rochas foram realizadas para amostras dos corpos ultramáficos da

Fazenda da Roseta e do Morro do Corisco. Ao todo, foram analisadas 13 amostras de rochas

selecionadas de ambos os corpos. São meta–websteritos, espinélio meta–harzburgitos e

serpentinitos. Os resultados, sob a forma de óxidos para SiO2, TiO2, Al2O3, FeO, Fe2O3, MnO,

MgO, CaO, K2O e Na2O, são exibidos na Tabela 4, e sua composição química normativa,

representada na tabela 5. A Figura 8 mostra a composição normativa para os serpentinitos,

sugerindo um protólito harzburgítico para estas rochas, à exceção da amostra Rt_FR3A que se

situa no campo dos lherzolitos, próximo ao limite com os harzburgitos.

Figura 8: Composição normativa para os serpentinitos analisados.

As análises para detecção de níquel (Ni) e cromo (Cr) foram calculadas a porcentagem por

milhão (ppm). Apenas uma amostra de espinélio meta–harzburgito foi analisada. Esta aparece,

contudo, nos diagramas analisados para efeito de comparação com as demais rochas presentes

nos corpos mineralizados em Ni. Além do mais, a composição normativa dos serpentinitos indica

protólitos harzburgíticos para estas rochas. Desta forma, a amostra de harzburgito pode ser

considerada um representante não hidratado dos serpentinitos.

A Tabela 3 demonstra as diferentes rochas as quais as análises foram feitas:

A metodologia aplicada na obtenção e tratamento dos dados químicos é sintetizada no

capítulo 1 deste trabalho, no sub-tópico “Metodologia”.

A Tabela 6 mostra a fórmulas estruturais gerais dos principais minerais presentes nas rochas

analisadas.

A Tabela 7 indica os coeficientes de partição do níquel para minerais de magmas fracionados

segundo Irving (1978).

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Para a análise do comportamento do Ni em relação aos demais elementos nestas rochas,

foram construídos diagramas binários tendo o elemento como referência (Figuras 9, 10, 11, 12,

13, 14 e 15).

Nota-se pela tabela de análises químicas que a amostra RT_MCN3, única representante do

corpo ultramáfico Morro do Corisco, possui o segundo maior teor de Ni (3218 ppm), ou seja, o

conteúdo deste elemento em ambos os corpos é equivalente. As demais rochas analisadas foram

retiradas do corpo ultramáfico da Fazenda da Roseta. Estes mostram variações nos teores de Ni

entre 1012 ppm e 4605 ppm, sendo que esta última, que possui a maior (amostra Rt_FR1D) é um

meta-websteritos

O teor médio de Ni entre os meta-websteritos é de, aproximadamente, 2175 ppm Ni. Para

os serpentinitos, o teor médio calculado equivale a 2405 ppm Ni, correspondendo à rocha de

maior teor médio do elemento em questão. Assim, embora os piroxenitos contenham as amostras

mais enriquecidas em Ni, o conjunto de serpentinitos apresenta valores médio superiores.

Tabela 3: Amostras Analisadas para Rocha Total

Meta-Websteritos Rt_FR1A, Rt_FR1B, Rt_FR1C, Rt_FR1D,Rt_FR4, Rt_FR5Aa,

Rt_FR5B, Rt_SO11G

Serpentinitos Rt_FR3A, Rt_FR3Aa, Rt_FR3Ac, Rt_MCN3

Espinélio Meta-

Harzburgito

Rt_SO11F

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Tabela 4: Análises Químicas de Rochas

Amostra SiO2 TiO2 Al2O3 Fe2O3 FeO MnO MgO CaO K2O Na2O H2Op H2Om Total Ni

Rt_FR1A 50.58 0.04 3.77 1.81 3.96 0.12 30.65 6.87 0.04 0.14 1.56 0.10 99.64 2797

Rt_FR1B 53.01 0.05 2.83 0.78 5.31 0.14 31.26 5.62 0.03 0.14 0.27 0.08 99.52 1786

Rt_FR1C 51.89 0.03 2.99 1.62 5.37 0.14 33.30 4.59 0.03 0.07 0.32 0.06 100.41 1852

Rt_FR1D 50.46 0.04 4.00 2.39 3.45 0.12 30.45 6.73 0.05 0.18 1.77 0.32 99.96 4605

Rt_FR3A 36.54 0.00 0.66 4.29 1.43 0.10 40.30 2.12 0.00 0.00 14.40 0.91 100.75 2010

Rt_FR3Aa 36.54 0.00 0.66 4.52 1.43 0.10 40.30 2.12 0.00 0.00 14.52 0.79 100.60 2010

Rt_FR3Ac 37.34 0.00 0.66 4.46 1.52 0.11 40.49 1.08 0.00 0.00 14.16 1.15 100.97 2196

Rt_FR4 52.67 0.06 3.48 1.69 3.88 0.12 28.53 8.89 0.03 0.09 0.14 0.32 99.90 1829

Rt_FR5Aa 52.02 0.07 4.59 1.76 4.24 0.13 28.95 7.17 0.09 0.39 0.08 0.36 99.85 1790

Rt_FR5B 53.65 0.08 3.00 1.92 4.66 0.14 29.41 6.30 0.05 0.17 0.00 0.00 99.38 1734

Rt_MCN3 39.29 0.05 1.28 5.94 1.09 0.09 35.33 0.37 0.43 0.83 13.00 2.84 101.08 3218

Rt_SO11F 39.12 0.70 9.25 2.89 6.25 0.12 37.25 1.24 0.02 0.00 2.37 0.50 99.71 1153

Rt_SO11G 52.74 0.07 3.77 2.63 3.20 0.12 27.37 9.34 0.04 0.11 0.25 0.34 99.98 1012

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Tabela 5: Composição Normativa das Rochas Analisadas

Amostra Or Ab An C Di(wo) Di(en) Di(fs) Cpx Hy(en) Hy(fs) Opx Ol(fo) Ol(fa) Oli Mt He II Ap

Rt_FR4 0.18 0.76 9.04 0 14.57 11.97 0.98 27.52 44.34 3.63 47.97 10.59 0.98 11.57 2.46 0 0.11 0

Rt_FR1A 0.24 1.21 9.73 0 10.47 8.52 0.66 19.65 42.46 3.28 45.74 19.06 1.63 20.69 2.68 0 0.08 0

Rt_FR1B 0.18 1.19 7.06 0 8.79 6.96 0.83 16.58 51.64 6.12 57.76 14.15 1.85 16.00 1.14 0 0.10 0

Rt_FR1C 0.18 0.59 7.74 0 6.27 5.01 0.52 11.8 50.01 5.24 55.25 19.74 2.28 22.02 2.35 0 0.06 0

Rt_FR1D 0.3 1.55 10.16 0 10.00 8.25 0.49 18.74 43.91 2.6 46.51 17.93 1.17 19.1 3.54 0 0.08 0

Rt_FR3A 0 0 2.11 0 4.26 3.67 0 7.93 10.59 0 10.59 72.56 0 72.56 5.78 1.04 0 0

Rt_FR3Aa 0 0 2.24 0 1.93 1.67 0 3.6 16.15 0 16.15 70.71 0 70.71 6.47 0.84 0 0

Rt_FR3Ac 0 0 2.1 0 1.74 1.5 0 3.24 16.92 0 16.92 67.94 0 67.94 6.14 0.97 0 0

Rt_FR5Aa 0.54 3.32 10.56 0 10.54 8.51 0.76 19.81 42.65 3.8 46.65 15.15 1.49 16.64 2.57 0 0.13 0

Rt_FR5B 0.3 1.45 7.31 0 10.08 8.1 0.78 18.96 55.93 5.39 61.32 6.97 0.74 7.71 2.8 0 0.15 0

Rt_MCN3 3.02 7.30 0 0 0.91 0.79 0 1.7 28.84 0 28.84 52.25 0 52.25 4.34 1.49 0.11 0

Rt_SO11F 0.12 0 6.36 7.2 0 0 0 0 21.30 1.86 23.16 52.4 5.06 57.46 4.33 0 1.37 0

Rt_SO11G 0.24 0.94 9.72 0 15.41 12.75 0.71 28.87 46.67 2.6 49.27 6.60 0.40 7 3.84 0 0.13 0

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Tabela 6: Fórmulas Estruturais dos Minerais Formadores das Rochas Analisadas.

Tabela 7: Coeficientes de partição. Fonte: Irving (1978).

Os diagramas das Figuras 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15 mostram a variação do conteúdo de Ni

em relação aos demais elementos. Como pode ser observado, neste conjunto de imagens

serpentinitos e meta-websteritos exibem rochas com conteúdos de Ni equivalente. A composição

normativa sugere conteúdos originais de olivina de 7% até 22% para os meta-websteritos e de

52,25% até 72,56% para os serpentinitos. Não há, portanto, uma correlação direta entre o teor de

Ni e a porcentagem de olivinas nestas rochas, apesar dos altos valores do coeficiente de partição

do níquel em olivina (KdNi olivina).

A Figura 9a mostra a variação do teor de Ni em relação a SiO2 para estas rochas. Dois grupos

se destacam um formado por meta-websteritos, com conteúdos de sílica maiores que 49.40% e

outro com conteúdos de sílica menores que 38.63% formado por serpentinitos. As Figuras 9b, 9c

e 9d mostram, respectivamente as relações entre o conteúdo modal de clinopiroxênio, olivina e

ortopiroxênio em relação à sílica nestas rochas. A porcentagem mais elevada em SiO2 entre os

meta-websteritos é conseqüente da maior porcentagem de piroxênios nas rochas originais. Os

Mineral Fórmula Estrutural

Clinopiroxênio

(Si2O6)XY

X= Ca, Na, Fe+2, MG, Zn, Mn, Li

Y= Cr, Al, Fe+3, MG, Mn, Ti, Va

Ortopiroxênio

(Si2O6)XY

X= Ca, Na, Fe+2, MG, Zn, Mn, Li

Y= Cr, Al, Fe+3, MG, Mn, Ti, Va

Olivina SiO4(Mg,Fe)2

Espinélio Al2O4Mg

Serpentina (Si4O10)Mg3(OH)2

Magnetita Fe3O4

Ilmenita FeTiO3

Hornblenda (AlSi)8O22Ca2Na(Mg,Fe+3, Ti)(O,OH)2

Plagioclásio Albita: (AlSi3O8)Na

Anortita: (Al2Si2O8)Ca

Magmas Fracionados Olivina Ortopiroxênio Clinopiroxênio Anfibólio Plagioclásio Espinélio

Ni 20,0 2,5 8,0 2,0 0,04 0,04 Ti 0,04 0,1 0,6 2,0 0,05 7,0 K 0 0,01 0,002 0,5 0,2 0 Cr 1,4 8,0 1,6 2,0 0,05 500,00

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dois grupos que se desenham nestes diagramas mostram um agrupamento compatível com a

composição modal estimada para as rochas originais, ou seja, de composições

predominantemente piroxenítica, no caso dos meta-websteritos e peridotíticas, no caso dos

serpentinitos e meta-harzburgito. Nota-se, contudo uma maior dispersão interna entre os meta-

websteritos no diagrama envolvendo o clinopiroxênio.

Figura 9: a) Diagrama binário Ni ppm versus %SiO2. b) Diagrama binário %SiO2 versus clinopiroxênio. c)

Diagrama binário %SiO2 versus olivina. d) Diagrama binário %SiO2 versus ortopiroxênio.

A Figura 10a mostra a variação do teor de Ni (ppm) em relação à Ti (ppm). O padrão geral é

horizontal para o conjunto de amostras. A amostra de harzburgito é aquela que apresenta os

menores teores de Ni e o maior teor de Ti. Isto se deve a abundância de espinélio nestas rochas.

Os diagramas das Figuras 10b, 10c e 10d revelam que o conteúdo de Ti não é controlado

pelas porcentagens relativas de clinopiroxênio ou ortopiroxênio, mas existe uma relação inversa

entre o conteúdo de olivina e de Ti para o conjunto de meta-websteritos, o que é compatível com

o KdNi deste mineral.

A Figura 11a mostra a variação do teor de Ni em relação à MnO. O padrão geral é horizontal,

semelhante aos resultados obtidos para o Ti.

As Figuras 11b, 11c, e 11d mostram as relações entre as porcentagens de MnO e o conteúdo

normativo de clinopiroxênio, olivina e ortopiroxênio. Observa-se que o conteúdo de MnO não é

correlacionado com o conteúdo normativo dos piroxênios e olivina.

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Figura 10: a) Diagrama binário Ni ppm versus Ti ppm. b) Diagrama binário Ti ppm versus clinopiroxênio. c)

Diagrama binário Ti ppm versus olivina. d) Diagrama binárioTi ppm versus ortopiroxênio.

Figura 11: a) Diagrama binário Ni ppm versus %MnO. b) Diagrama binário %MnO versus clinopiroxênio. c)

Diagrama binário %MnO versus olivina. d) Diagrama binário %MnO versus ortopiroxênio.

A Figura 12a mostra a variação do teor de Ni em relação à Al2O3. Nota-se que os meta-

websteritos possuem teores elevados de Al2O3 em relação aos serpentinitos, porém ambos não

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mostram correlação entre alumina e o Ni, mantendo padrões horizontalizados. A seção do

harzburgito é que apresenta os maiores valores para esse elemento. Isso se deve ao fato dessas

rochas serem abundantes em espinélio. Como pode ser observado nas Figuras 12b, 12c e 12d, o

conteúdo em Al2O3 é controlado pelas porcentagens relativas dos piroxênios tanto nos meta-

websteritos quanto nos serpentinitos. Nota-se que os ortopiroxênios são, nestas rochas, os

principais controladores do conteúdo de Al2O3, constituindo trends melhores delineados em

relação ao diagrama envolvendo clinopiroxênio. Esta relação indica maior mobilidade do alumínio

no piroxênio cálcico ao longo do metamorfismo.

Figura 12: a) Diagrama binário Ni ppm versus %Al2O3. b) Diagrama binário %Al2O3 versus clinopiroxênio. c)

Diagrama binário %Al2O3 versus olivina. d) Diagrama binário %Al2O3 versus ortopiroxênio.

A Figura 13a mostra a variação do teor de Ni em relação à MgO. Os serpentinitos possuem

maiores teores de MgO do que os meta-websteritos, o que justifica-se pela maior riqueza de

olivinas primárias nestas rochas. Entretanto, não há correlações diretas entre o conteúdo de MgO

e Ni nos tipos analisados. As Figuras 13b, 13c e 13d, explicam essa relação, mostrando que na

composição normativa os serpentinitos apresentam maiores concentrações olivina, compatível

com a fórmula estrutural deste mineral.

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Figura 13: a) Diagrama binário Ni ppm versus %MgO. b) Diagrama binário %MgO versus clinopiroxênio. c)

Diagrama binário %MgO versus olivina. d) Diagrama binário %MgO versus ortopiroxênio.

A Figura 14a mostra a variação do teor de Ni em relação à CaO. Os diagramas das Figuras

14b, 14c, e 14d apresentam trend geral de enriquecimento de CaO paralelo ao enriquecimento de

clinopiroxênio, embora haja uma grande dispersão no conteúdo de CaO entre os meta-

websteritos. Isto é explicado devido à variação na porcentagem de clinopiroxênios nestas rochas.

Não há correlação direta entre o conteúdo de olivina e ortopiroxênio e a porcentagem de CaO

(Figura 14c). A dispersão observada nestes diagramas está diretamente relacionada à razão

olivina/clinopiroxênio nestas rochas.

A Figura 15a mostra a variação do teor de Ni em relação ao Fetotal. Entre os meta-websteritos,

notamos que mesmos valores de Ni para diferentes conteúdos de Fetotal. Os serpentinitos, por

outro lado, apresentam relação diretamente proporcional ao Ni.

As Figuras 15b, 15c e 15d, demonstram que o ortopiroxênio é o mineral que controla a

distribuição de FeTotal, havendo grande dispersão deste óxido nos demais minerais.

O diagrama Ni x Clinopiroxênio (Figura 16a), demonstra haver, de uma forma geral, uma

relação inversa entre a porcentagem de clinopiroxênio e o conteúdo de Ni nas rochas estudadas,

havendo apenas dois pontos dispersos do trend.

O diagrama Ni x Ortopiroxênio (Figura 16b), demonstra não haver correlação entre o conteúdo

de ortopiroxênio e Ni entre os meta-piroxenitos. Esta relação é, contudo, coerente entre os

serpentinitos, onde o conteúdo de Ni aumenta proporcionalmente ao incremento de ortopiroxênio.

De particular interesse é o diagrama da Figura 16c (Ni x Olivina), onde delineia-se um trend

inverso entre os teores de Ni e a porcentagem normativa de olivina, e que acompanha o trend

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observado no diagrama Ni x Fetotal e Ni x MgO. Ou seja, o aumento do Ni, Fetotal e MgO não é

acompanhado pelo aumento de olivina normativa, mas sim por ortopiroxênio.

Não foi possível explicar esta anomalia. Uma possibilidade é a da existência de uma fase

mineral, rica em Ni, além dos silicatos considerados. Outra possibilidade estaria associada à

existência de condições físico-químicas específicas que determina uma maior concentração de Ni

em fases distintas da olivina.

Análises de microssondas são, contudo, necessárias a avaliação destas hipóteses.

Figura 14: a) Diagrama binário Ni ppm versus %CaO. b) Diagrama binário %CaO versus clinopiroxênio. c)

Diagrama binário %CaO versus olivina. d) Diagrama binário %CaO versus ortopiroxênio.

.

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Figura 15: a) Diagrama binário Ni ppm versus %Fetotal. b) Diagrama binário %Fetotal versus clinopiroxênio. c)

Diagrama binário %Fetotal versus olivina. d) Diagrama binário %Ferrototal versus ortopiroxênio.

Figura 16: a) Diagrama binário Ni ppm versus clinopiroxênio. b) Diagrama binário Ni ppm versus

ortopiroxênio. c) Diagrama binário Ni ppm versus olivina.

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6. Conclusão

Neste trabalho, foi feita uma avaliação do comportamento do Ni em rochas consideradas

progenitoras do solo enriquecido neste elemento, por meio de processos supergênicos que

envolvem a alteração da rocha e o transporte de íons ao longo do perfil laterítico.

Em ambos os corpos estudados foi constatada uma grande variedade de rochas, com

predomínio de serpentinitos, no caso do Morro do Corisco, e de meta-websteritos na Fazenda da

Roseta.

Os estudos envolvendo a formação de solo laterítico disponíveis na literatura (Esson & Surcan

dos Santos, 1978b; Santos, 1972) discutem a transformação da rocha em solo mineralizado a

partir da análise dos serpentinitos, do solo, propriamente dito, e do minério contido em garnieritas.

Não há, contudo, estudos que envolvam o processo de alteração das rochas com baixo grau de

hidratação presente nestes corpos, como é o caso dos meta-websteritos, onde a presença de H2O

restringe-se aos anfibólios acessórios. Estas rochas, assim como os serpentinitos, ocupam grande

volume do corpo ultramáfico e são, portanto, responsáveis pela formação de espessos solos

niquelíferos, particularmente no corpo da Fazenda da Roseta.

Neste trabalho, foi possível constatar que os teores médios de Ni entre os meta-websteritos e

os serpentinitos são aproximadamente equivalentes (em torno de 2175 ppm para as rochas

websteríticas e em torno 2405 ppm para os serpentinitos). Também foi constatado que, apesar do

conjunto de serpentinitos apresentar valores médios superiores em relação aos websteritos, o

maior conteúdo de Ni por amostra foi encontrado em rocha piroxenítica. Não há, portanto, uma

correlação direta entre o teor de Ni e a porcentagem de olivinas normativas nestas rochas, apesar

dos altos valores do coeficiente de partição do níquel em olivina (KdNi olivina).

Com base nestes dados, sugere-se que, ao longo de um estudo de prospecção de solos

niquelíferos:

- Sejam também considerados os processos que envolvam o intemperismo de rochas de alta

temperatura, contendo piroxênios e olivinas e não apenas a passagem de rochas intensamente

hidratadas, de baixo grau metamórfico, como os serpentinitos. A grande maioria dos trabalhos

envolvendo a formação de solos niquelíferos envolve estudos de serpentinitos, normalmente

usando técnicas de difratometria de raios-X. Estes trabalhos não consideram a transformação

direta dos tipos de alto grau, não hidratados, que é bastante favorecida pelas características do

clima tropical brasileiro.

- Seja considerada a relevância dos tipos piroxeníticos como hospedeiros de Ni e não apenas

as rochas mais enriquecidas em Ni, pois como visto, o conteúdo de Ni pode ser até mesmo

superior em rochas menos ricas em olivina.

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