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I Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Instituto de Agronomia Departamento de Geociências Curso de Geologia Trabalho de Conclusão de Curso Mapeamento Geológico em Escala de Detalhe de Cacaria, Distrito de Piraí, Rio de Janeiro. Orientador Francisco José da Silva, UFRRJ-DEGEO(IA) Co-orientador Victor Muniz, mestrando UERJ Maio de 2014

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I

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Instituto de Agronomia

Departamento de Geociências

Curso de Geologia

Trabalho de Conclusão de Curso

Mapeamento Geológico em Escala de Detalhe de Cacaria, Distrito de

Piraí, Rio de Janeiro.

Orientador

Francisco José da Silva, UFRRJ-DEGEO(IA)

Co-orientador

Victor Muniz, mestrando UERJ

Maio de 2014

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II

Talitta Nunes Manoel

Mapeamento Geológico em Escala de Detalhe de Cacaria, Distrito de Piraí, Rio de Janeiro

Curso de Geologia / Departamento de Geociências

Instituto de Agronomia / Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

[Seropédica] Ano 2014

Trabalho de Graduação

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III

Agradecimentos

Agradeço a Deus, pela vida e pela sustentação nos momentos mais difíceis.

Agradeço a minha família, minha mãe, pai e irmãos pelos momentos de acolhimento, risos e

também críticas que só visavam meu bem.

Agradeço aos meus amigos Allan, Chris, Dani, Gabi, Thaize e Verônica por toda a paciência

nesses últimos momentos e por todos os outros momentos onde me estenderam a mão.

Agradeço a minha família Geologia Rural 2009 por terem feito desses 5 anos de luta os melhores

da minha vida.

Agradeço a minha família República das Ousadas, não se assustem com o nome, somos meninas

tranquilas. Agradeço por terem dividido mais do que um casa comigo: dividimos um lar e

construímos um laço eterno de amizade.

Agradeço a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, por ter me proporcionado o começo da

minha vida geológica.

Agradeço o meu orientador Francisco Silva por todo o tempo investido em mim e por sempre me

apoiar nas minhas decisões.

Agradeço ao Professor Rubem Porto pela oportunidade de concretização deste trabalho.

Agradeço aos meus amigos Victor Muniz e Frederico Tavares pela companhia nesses campos e

por toda a ajuda na realização deste sonho.

Obrigada a todos!

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IV

Resumo

Este trabalho tem como principal alvo a elaboração de mapa geológico em escala de detalhe 1:30.000 na região de Cacaria, Município de Piraí, Rio de Janeiro. Além de mapear as unidades geológicas, irá buscar um melhor enquadramento e compreensão das ocorrências litológicas que afloram na área de estudo que compreende a Megassequência Andrelândia, que é uma sequência metassedimentar pertencente ao Terreno Ocidental da Faixa Ribeira. Essa sequência sedimentar é de idade Neoproterozóica onde afloram rochas metamórficas de protólito sedimentar como gnaisses, anfibolitos, quartzitos e granulitos. Na área de estudo, essas associações de rochas compreendem a maior parte da área mapeada, porém, também ocorrem rochas ortoderivadas representantes do embasamento desta sequência sedimentar. Primeiramente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica robusta focando todo o contexto geológico da área, desde a Faixa Ribeira até a designação em unidades destas rochas. Com o conhecimento teórico estruturado o próximo passo foi a realização do mapeamento focando na área que se encontra na porção sudeste da Folha Piraí e para isto foram feitos dez dias de trabalho de campo recolhendo informações de coordenada, atitude e descrição de 91 pontos de interesse. Após a conclusão do trabalho de campo foi feita uma tabela agrupando todas as informações obtidas em campo que foram adicionadas ao software ArcGis 10.2 para a confecção dos produtos deste trabalho: o perfil geológico, mapa de pontos (caminhamento) e mapa geológico. Por se tratar de uma região com poucos estudos e pesquisas detalhadas, este trabalho visou a complementação do conhecimento da geologia presente em Cacaria. Para um melhor entendimento das associações rochosas é necessário um estudo minucioso envolvendo proveniência, assim como a realização de lâminas petrográficas que não foram contempladas neste trabalho.

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Sumário

AGRADECIMENTOS..................................................................................... III RESUMO....................................................................................................... IV LISTA DE FIGURAS, FOTOS e TABELAS ...................................................VI Capítulo 1: Introdução

1.1. Objetivo ...........................................................................................1 1.2. Localização e Vias de Acesso ........................................................1 1.3. Materiais e Métodos ........................................................................2

Capítulo 2: Aspectos Fisiográficos

2.1. Clima ...............................................................................................4 2.2. Vegetação e Atividades Socioeconômicas .....................................4 2.3. Hidrografia ...................................................................................... 5 2.4. Geomorfologia .................................................................................5

Capítulo 3: Geologia Regional

3.1. Província Mantiqueira......................................................................8 3.1.1. Terreno Ocidental.........................................................................9 3.1.2. Complexo Juiz de Fora ................................................................9 3.1.3. Megassequência Andrelândia.....................................................10

Capítulo 4: Classificação Informal das Unidades Estratigráficas...........11 Capítulo 5: Geologia da Área Mapeada

5.1. Estratigrafia....................................................................................13 5.1.1. Unidade Lorena ….............................................................13 5.1.2.Unidade Valadão …............................................................14 5.1.3. Unidade São Roque...........................................................15

5.2. Aspectos Macroscópicos e de Campo ..........................................17 5.3. Metamorfismo................................................................................19 5.4. Geologia Estrutural........................................................................20

CONCLUSÕES E DISCUSSÕES .................................................................23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................25 ANEXO

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VI

Lista de Figuras e Fotos Figura 1. Mapa Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

(Fonte DNIT) ......................................................................................................................................2

Figura 2. Modelo digital de terreno observa-se as características acidentadas da porção central da

área onde não foi possível acessar para observações geológicas .................................................…7

Figura 3. Estratigrafia da Megassequência Andrelândia (Modificada de Pacciullo, 1997) ...............9

Figura 4. Seção estrutural composta do Orógeno Ribeira com a relação entre os diferentes terrenos

e domínios estruturais (capítulo XIII -CPRM-Província Mantiqueira) ...............................................10

Foto 1. Colinas alinhadas e aplainadas. Ao fundo a vegetação nativa da Mata Atlântica da Serra do

Mazomba...........................................................................................................................................7

Foto 2. Feldspato-biotita-granada gnaisse intemperizado. .............................................................15

Foto 3. Feldspato-Biotita-gnaisse com um leve estiramento na porção mais escura da

rocha................................................................................................................................................16

Foto 4. Intercalação da rocha calciossilicática com o anfibolito......................................................17

Foto 5. Feldspato-biotita-gnaisse com um leve estiramento na porção mais escura

.........................................................................................................................................................17

Foto 6. Biotita-feldspato gnaisse interpretado como de origem ortoderivada

.........................................................................................................................................................20

Foto 7. Cataclasito com a parte superior brechada.........................................................................22 Foto 8. Migmatito onde o paleossoma é representado por rocha calciossilicática e o neossoma por rochas quartzo-feldspáticas.............................................................................................................22

Foto 9. Biotita-feldspato gnaisse milonitizado, próximo ao contato......................................23

Foto 10. Dique de diabásio (a direita) do Valão da Costaneira da Prata cortando rochas

calciossilicáticas...............................................................................................................................23

Lista de Tabelas Tabela 1. Descrição das Unidades Informais por Harte (1976) ....................................................12

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VII

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Objetivos

O trabalho realizado teve como principal objetivo a elaboração de mapa

geológico detalhado, na escala 1:30000, em parte da localidade de Cacaria, Distrito

de Piraí, Rio de janeiro (Anexo III).

Além de buscar a compreensão das ocorrências litológicas da área, este

trabalho irá agregar conhecimento por meio de mapeamento geológico numa região

de poucos estudos e com litologias variadas.

De modo geral a Folha Piraí, onde encontra-se inserida a região de estudo,

possui poucas referências de trabalhos de mapeamento em escala de detalhe. O

presente trabalho visa contribuir para colmatar esta deficiência em uma pequena

porção desta área.

1.2. Localização e Vias de Acesso

A área de estudo encontra-se inserida em Cacaria, localidade do distrito de

Piraí, Rio de Janeiro. A cidade de Piraí fica situada a cerca de 90 km de distância a

noroeste da capital do estado e tem como municípios limítrofes: Paracambi, Itaguaí,

Rio Claro e Pinheiral.

A cobertura topográfica da região estudada é feita por folha 1: 50.000

denominada Folha Piraí (SF23-Z-A-VI-1). O acesso à região a partir da cidade do Rio

de Janeiro pode ser feito principalmente de duas maneiras: o primeiro deles é feito

através da Rodovia Presidente Dutra (BR-116) até o município de Piraí e depois por

desvio para a estrada de Cacaria. Outro caminho, a partir da capital, é feito pela

Avenida Brasil com desvio para a BR-465, na altura de Campo Grande. Esta estrada

termina de encontro a Rodovia Presidente Dutra, já próximo ao município de Piraí, de

onde faz-se um desvio para a estrada de Cacaria (Figura 1).

Comentado [TN1]:

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Figura 1. Mapa Rodoviário da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Fonte: DNIT.

1.3. Materiais e Métodos

Inicialmente a metodologia usada para a confecção deste estudo foi o

levantamento bibliográfico da região mapeada, tendo como foco trabalhos feitos

anteriormente na área. Porém, não há muito material de pesquisa para a área de

Cacaria, conforme anteriormente mencionado. Desta forma as regiões mais próximas

como Lídice e Rio Claro serviram de base para a correlação geológica com a área

estudada por estarem inseridas no mesmo contexto geológico.

Tendo feito essa revisão bibliográfica, o próximo passo foi a delimitação da

área de estudo que contemplou uma porção a sudoeste da área mapeada por Mello

(2013), em contato com esta. Com a ajuda da imagem aérea de Monumento (Anexo

II), antigo nome de Cacaria, foram traçados os principais contatos geológicos da área

com o objetivo de facilitar o reconhecimento de campo e a delimitação dos mesmos.

Foram descritos 91 pontos (Anexo V), dez dias de campo, em área de 12 km X25 km

(Anexo I). Após os trabalhos de campo, foi elaborada uma planilha dos dados com

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todas as informações da área: coordenadas, atitudes e litologias. Para a introdução

no Software ArcGis 10.2 ®, estes itens foram colocados em modelo de uma planilha

Excel e em seguida iniciou-se a confecção do mapa da área. Os produtos obtidos

neste trabalho foram o mapa geológico na escala 1:30.000 e o perfil geológico na

escala 1:20.000 (Anexo IV).

Para a elaboração do trabalho foram utilizados os seguintes materiais e

métodos:

GPS (Garmin).

Bússola tipo Bruton.

Mapa Topográfico Folha Piraí (1:50000).

Imagem Aérea de Monumento, (IBGE).

Mapa Geológico do Estado do Rio de Janeiro (1:50000); produzido

pelo DRM (- Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro).

Mapa Geológico da Folha Volta Redonda (1:100000) produzido pelo

CPRM (- Serviço Geológico do Brasil).

Software ArcGis 10.2 ®.

Software Global Mapper 15.0 ®.

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2. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS

2.1. Clima

A região possui um clima tropical de altitude, tendo o verão principalmente

como o período de chuvas. A temperatura média anual fica na faixa de 20,5 °C e

varia de 16,6 °C em julho a 23,9 °C em fevereiro. A precipitação média acumulada no

ano de 2000 foi de 104,98 mm. A pluviosidade maior é ao sul e diminui

gradativamente em direção ao Vale do Paraíba (Dados da Prefeitura Municipal de

Piraí, Rj, 2001).

2.2. Vegetação e Atividades Socioeconômicas

A vegetação típica deste segmento da Serra do Mar é a floresta tropical,

pertencente a Mata Atlântica. Esta floresta se mantém sob um clima de intensas

chuvas no verão, com posteriores estiagens de até três meses. De maneira geral, é

constituída por plantas lenhosas com alturas que podem ultrapassar os 50 m, sendo

observadas também espécies de pequeno porte e de crescimento rápido como

arbustos e gramíneas. Esta variedade de espécimes vegetais confere a esse tipo de

floresta um aspecto denso e uniforme.

As atividades socioeconômicas que predominam na região estão

relacionadas com áreas voltadas para ocupação e atividades humanas diversas,

como atividades agrícolas, pecuárias, sítios, fazendas, haras, condomínios e

pequenos núcleos rurais. O reflorestamento é feito apenas com espécies exóticas e

voltado para fins econômicos. Em algumas áreas a vegetação nativa se encontra

mesclada a estas espécies exóticas (Dados da Prefeitura Municipal de Piraí, Rj,

2001).

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2.3. Hidrografia

O rio principal da área de estudo é o Cacaria, um dos afluentes do Rio

Guandu que possui 1.385 km² de extensão que encontra-se inserido na bacia da

baía de Sepetiba (Baylão Junior, 2011). A região apresenta várzeas inundáveis e de

moderada sensibilidade a erosão nas vertentes mais inclinadas. Estas várzeas são

formadas por colinas residuais isoladas pela sedimentação fluvial nos baixos cursos

dos principais rios.

Do ponto de vista geológico, os rios da região (Cacaria, Costaneira da Prata e

Onça) apresentam forte controle estrutural e tectônico, sendo identificado um padrão

de drenagem retangular. São rios subsequentes, acompanhando as linhas de

fraqueza e a estrutura das rochas (Baptista et al., 2001).

2.4. Geomorfologia

O atual regime de relevo no Sudeste brasileiro resultou de uma evolução

morfotectônica desencadeada a partir do processo de separação do continente sul-

americano, no Juro-Cretáceo, decorrente de um regime distensivo. O resultado

desse regime foi um soerguimento regional seguido de grandes desnivelamentos de

blocos através de falhas NE, em predomínio, que foram responsáveis pela

individualização das Serras do Mar e da Mantiqueira e também a geração de

grábens terciários (Hasui et al., 1998).

Os processos exogenéticos, que atuaram no Cenozóico, deixaram suas

marcas na paisagem através das feições erosivas e sedimentares segundo Coelho

Netto et al., (1994), e Coelho Netto (1999). Esses processos intempéricos afetaram o

Planalto Atlântico, que é o contexto geomorfológico da área de estudo, de modo que

fica evidenciada uma dissecação através das feições erosivas e sedimentares.

Estas são identificadas, essencialmente, na morfologia das colinas, desenhadas

por sucessivos eventos de erosão quaternários com retrabalhamento de

encostas, na colmatação de fundos de vales e nas cabeceiras de drenagem em

anfiteatro suspensas ou ajustadas à rede de drenagem.

Esta dissecação resultou na criação de planaltos suspensos (da Bocaina e

reversos da Mantiqueira, entre outros) com bordas escarpadas (Serra do Mar e da

Mantiqueira) e domínios com predominância de colinas ou de “mar de morros” das

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depressões interplanálticas, em destaque o vale do rio Paraíba do Sul. O

compartimento de colinas ou “mares de morro” possuem encostas com concavidade,

marcadas pela presença de concavidades estruturais suspensas ou acomodadas à

rede de drenagem (Coelho Netto, 1999). A morfologia dos vales fluviais, tanto no

domínio das colinas quanto na escarpa, alterna segmentos alveolares preenchidos

por terraços e planícies de inundação (Dantas & Coelho Netto, 1991).

Este conjunto morfológico individualiza-se como feições típicas do Planalto

Sudeste do Brasil, onde se desenvolveram os “complexos de rampas” e fundos

de vales com pacotes sedimentares robustos. Estes estão concentrados nos vales

dos rios Paraíba do Sul, Pomba e drenagens costeiras na baixada da Baía de

Guanabara, além do rio Grande e o alto curso do Tietê, que drenam para o interior,

rumo à bacia do Rio Paraná (Moura & Meis, 1986; Meis & Moura, 1984; Meis et

al., 1985; Coelho Netto, 1999; Eirado Silva et al., 1993; Dantas et al., 1994, 1995

e outros).

O centro da área de estudo, nas proximidades da Serra da Caieira, que é um

dos segmentos da Serra do Mar, é marcado por um relevo bastante acidentado, com

elevações que chegam até 500 m de altura e que se encontram alinhadas no sentido

NE-SW. Devido as características do terreno o mapeamento dessa área em

específico ficou prejudicado, pois tanto o relevo acidentado quanto a mata nativa

criaram obstáculos para a execução de pontos de observação geológica (Figura 2).

Para elucidar essa porção do mapa, foi feito um MDT (modelo digital de terreno) a

partir do software Global Mapper 15.0, onde a cor azul representa os relevos mais

planos e a cor verde representa as cotas mais altas.Essas elevações são

predominantemente esculpidas por processos exogenéticos, resultando no relevo de

facetas triangulares. Os vales também apresentam esse padrão de alinhamento

robusto, estando controlado por fraturas e a foliação das rochas (Foto 1).

A oeste da área estudo, as elevações do terreno caem vertiginosamente a

medida que se aproxima da Represa Ribeirão das Lajes. Quanto mais se percorre a

área no sentido leste, o terreno adquire um formato diferenciado, predominando

morrotes aplainados e alinhados.

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Foto 1. Colinas alinhadas e aplainadas. Ao fundo a vegetação nativa da Mata

Atlântica da Serra do Mazomba

.

Figura 2. Neste modelo digital de terreno observa-se as características acidentadas da

porção central da área onde não foi possível acessar para observações geológicas.

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3. GEOLOGIA REGIONAL

3.1. Província Mantiqueira

Situada ao sul do Cráton São Francisco, limitada pela Faixa Brasília a NW e

pela Bacia do Paraná, a Província Mantiqueira de idade Brasiliana, é resultado da

colagem dos continentes Sul-Americano e Africano. Essa interação de placas

implicou no fechamento do Oceano Adamastor e a posterior colisão de terrenos,

desencadeando expressivos processos orogênicos diacrônicos. Esta etapa da

colisão continental resultou no empilhamento de terrenos de leste para oeste-

noroeste. Em consequência deste movimento, o trend estrutural do Orógeno Ribeira

é NE-SW (Heilbron et al., 2007).

A Província Mantiqueira (Figura 3) se estende por mais de 3.000 km, de

Montevidéu (Uruguai) até ao sul da Bahia, ao longo do Atlântico Sul (Almeida et al.,

1977, 1981). O Orógeno Ribeira é um dos sistemas orogênicos inseridos em seus

domínios.

São quatro os terrenos tectono-estratigráficos nos quais se subdivide o

Orógeno Ribeira: Ocidental, Paraíba do Sul, Oriental e Cabo Frio ( Heilbron et al.,

2004 a, b). Os três primeiros foram amalgamados no Brasiliano II entre 605 Ma a 580

Ma (Machado et al., 1996; Heilbron & Machado, 2003), enquanto que o Terreno

Cabo Frio só colidiu com os demais no Brasiliano III (520 Ma), compondo, por fim, a

atual configuração da Plataforma Sul Americana. Estes terrenos são separados por

falhas de empurrão em alguns locais e por zonas de cisalhamento oblíquas

transpressivas em outros.

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Figura 3. Mapa tectônico do Segmento Central da Província Mantiqueira

(Heilbron et al., 2007).

3.1.1 Terreno Ocidental

Localizado no setor setentrional da Província Mantiqueira, o Terreno

Ocidental é constituído por três domínios: Domínio Autóctone, Domínio Andrelândia e

Domínio Juiz de Fora, sendo esses dois últimos alóctones.

3.1.2. Embasamento

O Domínio Juiz de Fora representa uma intercalação tectônica de rochas do

embasamento Paleoproterozóico, Complexo Juiz de Fora (pré-1,7 Ga), com a

sequência sedimentar Neoproterozóica denominada por Megassequência

Andrelândia. As rochas desse domínio encontram-se metamorfisadas na fácies

granulito, indicando um metamorfismo de alto grau.

O Complexo Juiz de Fora agrega granulitos gnaissificados de origem ígnea,

com composições variando entre gabros, dioritos, tonalitos e granodioritos. Os

granulitos deste complexo exibem texturas muito variadas, sendo mais comuns as

variedades granoblásticas a foliadas e, subordinadamente, miloníticas, (Heilbron et

al.,1998). Estes ocorrem em porção restrita do domínio, sendo representados na

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Folha Volta Redonda- 1:100000 (CPRM, 2007) como uma extensa escama que

ocorre nesta área de estudo, seguindo o trend das unidades mapeadas nesta folha.

3.1.3. Megassequência Andrelândia

Trata-se de uma sucessão metassedimentar intercalada com rochas

metaígneas máficas de idade neoproterozóica (Figura 4). Estas rochas recobrem o

embasamento e unidades pelíticas mesoproterozóicas, sendo representadas por

gnaisses de diferentes composições químicas interpostos por anfibolitos,

calciossilicáticas e quartzitos em porções mais locais. Pode apresentar texturas

migmatíticas robustas (Barbosa & Grossi Sad, 1983 a,b,c; Costa et al., 1978a,

1978b).

Figura 4. Estratigrafia da Megassequência Andrelândia (Modificada de

Pacciullo, 1997).

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4. Classificação Informal das Unidades Estratigráficas por Ben Harte

(1976)

O geólogo Ben Harte (1976), em relatório interno de consultoria efetuada para

o grupo Riofinex do Brasil- Geologia e Pesquisa LTDA, que realizou extensos

trabalhos de prospecção e pesquisa, propôs uma classificação informal para as

litologias encontradas nas proximidades de Rio Claro e Lídice seguindo uma

subdivisão em 10 unidades litoestratigráficas. Essas unidades seriam pertencentes a

Megassequência Andrelândia. A Tabela 1 a seguir indica, de maneira resumida, o

trabalho de campo realizado pelo geólogo.

Unidade Rio Claro

Quartzo-feldspato-biotita gnaisses, com ocorrências ocasionais de granada e

sillimanita. Porfiroblastos de granada são abundantes localmente.

Unidade Poço Azul

Trata-se de uma intercalação litológica de rochas calcissilicáticas, biotita xistos,

quartzitos impuros e quartzo-feldspato-biotita gnaisses com pórfiros de feldspatos.

Unidade Monte Alegre-Limeira

Esta unidade varia ao longo do strike. À sudoeste da região de Rio Claro-Lídice,

consiste em quartzo-feldspato-biotita gnaisses e biotita xistos com lentes de

quartzitos. Na parte central esta unidade é constituída por quartzitos xistosos que a nordeste gradam para gnaisses quartzo-

feldpáticos.

Unidade Pedra Branca

É uma unidade relativamente uniforme de quartzo-feldspato-biotita gnaisses

leucocráticos.

Unidade Passa-Dezoita

Esta unidade é caracterizada por uma intercalação de camadas com menos de

um metro de quartzitos impuros com calcários e, de forma subordinada, com rochas calcissilicáticas e biotita xistos.

Unidade Passa-Dezoito

Nesta unidade há uma variação entre quartzo-feldspato-biotita gnaisses

moderadamente leucocráticos e gnaisses mais ricos em micas e com ocasionais

ocorrências de sillimanita. Algumas lentes de calcário podem estar presentes nas

porções mais micáceas.

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Tabela 1. Descrição das Unidades Informais por Harte (1976).

Unidade Lídice

Consiste em uma intercalação de quartzitos impuros, calcários, rochas

calcissilicáticas, biotita xistos e quartzo-feldspato-biotita xistos.

Unidade São Roque

Trata-se de um feldspato-biotita gnaisse porfiroblástico, com granada sempre presente como mineral acessório ou

essencial – em locais onde se mostra mais abundante. Bandas de quartzito e

calcissilicáticas ocorrem com pouca frequência.

Unidade Valadão

Esta unidade é constituída essencialmente de feldspato gnaisses porfiroblásticos,

associados a largos corpos de quartzitos. São comuns ocorrências de camadas ricas em magnetita associadas aos gnaisses e

quartzitos.

Unidade Lorena

É uma unidade relativamente uniforme de quartzo-feldspato-biotita gnaisses

melanocrático, com porfiroblástos de feldspato e ocorrências locais de granada.

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5. GEOLOGIA DA ÁREA MAPEADA

5.1. Estratigrafia

Adotando uma abordagem petrográfica macroscópica, as rochas da região

são majoritariamente metamórficas e de grau elevado, atingindo fácies granulito. São

encontrados, por exemplo, gnaisses diversos, quartzitos, calciossilicáticas e

anfibolitos. Evidências de magmatismo são encontradas na porção mais leste da

área mapeada, como diques de basalto/diabásio e ortognaisses.

Harte (1976), propôs para as litologias encontradas nas proximidades de Rio

Claro e Lídice a subdivisão em 10 unidades litoestratigráficas, como já mencionado

no capítulo anterior (Tabela 1). Essas unidades representariam as variações das

rochas da Megassequência Andrelândia para a região de estudo, já que prolongando

os contatos dessas divisões, a região de Cacaria se encontraria inserida nesse

mesmo trend geológico.

Mello (2013) utilizou para delimitar as unidades estratigráficas da região a

classificação informal das unidades adotada por Harte (1976), identificando na sua

área de estudo duas unidades: São Roque e Valadão. Porém, esta classificação não

contemplou todas as litologias encontradas no presente trabalho, de modo que as

rochas ortoderivadas mapeadas foram integradas na unidade Lorena.

5.1.1. Unidade Lorena

No limite nordeste da área, foram encontradas rochas com características

distintas das demais, sendo acinzentadas, de granulometria fina à média e foliação

incipiente. Estas rochas, em termos macroscópicos e relações de campo foram

interpretadas como de origem ortoderivada e, portanto, classificadas como

ortognaisses. Em alguns afloramentos, onde ocorre textura milonítica, os

porfiroblastos de feldspato ficam salientados sendo possível observar a textura

facoidal ou “augen”. Não foram encontradas nesta unidade uma relação de contato

com a sequência metassedimentar que compreende a maior parte da área. Estas

rochas, dadas as suas características são integradas na Unidade Lorena.

Geomorfologicamente, estes afloramentos encontram-se associados aos morrotes

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aplainados. O principal corpo metaígneo encontrado tem cerca de 25 m de altura e

encontra-se coeso, com apenas uma leve camada escura provavelmente provocada

por ação de água da chuva (Foto 2).

São corpos pontuais, de maneira geral. Esta unidade também apresenta o

feldspato-biotita gnaisse como litologia predominante, que apresentam esta

característica porfiroblástica e migmatítica, típicas de embasamento.

Foto 2. Ortognaisse com pórfiros de k-feldspato.

5.1.2. Unidade Valadão

A Unidade Valadão, pela descrição Harte (1976), é composta por feldspato-

biotita gnaisse, sendo o diferencial a presença de significativos bancos de quartzito

e, em especial, com magnetita (BIF). Também tomando por base a dissertação de

mestrado de Dutra (2013), a Unidade Valadão adquire subdivisões que seriam as

fácies que se apresentam na região de Rio Claro: Unidade Valadão Inferior, Unidade

Valadão Média e Unidade Valadão Superior.

Na área de estudo, essa unidade tem correlação com a Unidade Valadão

Superior contendo feldspato-biotita-granada gnaisse, quartzitos e ocorrência de

formações ferríferas em blocos. Comparativamente, apresenta em menos

abundância de anfibolito que, comumente, encontra-se associado a rochas

calciossilicáticas, enquanto o quartzito ocorre de forma pontual. Os feldspato- biotita-

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granada gnaisses estão em sua maioria intemperizados. As granadas dessa unidade

são de modo geral avermelhadas e de tamanhos que variam de 1 cm a 3 cm,

adquirindo um caráter porfiroblástico que podem chegar a compor cerca de 40% da

matriz da rocha (Foto 3). Estas rochas estão na porção inferior da área de estudo e

quanto mais se percorre a sul mais os paragnaisses e as rochas calciossilicáticas

assumem texturas migmatíticas.

Esta unidade encontra-se sobreposta ao embasamento e ocorre em contato

gradual em direção à Unidade São Roque. Compõe um dos relevos mais baixos da

área.

Foto 3. Feldspato-biotita-granada gnaisse intemperizado mostrando

veios de quartzo.

5.1.3. Unidade São Roque

A unidade São Roque, pela classificação informal, é predominantemente

constituída por feldspato-biotita gnaisse, tendo a granada como mineral acessório ou

essencial. Porém, estudos posteriores puderam subdividir esta unidade em outras

três: São Roque I, São Roque II e São Roque III, (Dutra, 2013). Nos limites nordeste

e noroeste da área, esta rocha adquire um caráter mais feldspático associados com

as rochas calciossilicáticas e aos anfibolitos presentes na unidade. Essa associação

de rochas foram classificadas como pertencentes a Unidade São Roque II.

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O feldspato-biotita gnaisse constitui a principal litologia encontrada,

apresentando intercalações de rochas calciossilicáticas e anfibolitos (Fotos 4 e 5) e

os grãos de feldspato podem compor até cerca de 35% da matriz. Estas rochas

cyonstituem os maiores relevos da área mapeada.

Foto 4. Intercalação da rocha calciossilicática com o anfibolito

Foto 5. Feldspato-biotita-gnaisse com um leve estiramento na porção mais escura.

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5.2. Aspectos Macroscópicos e de Campo

De maneira geral, o biotita-feldspato gnaisse é a litologia dominante na área

mapeada, adquirindo singularidades de acordo com a intensidade do grau

metamórfico. Esta rocha oscila em variedades granadíferas, feldspáticas e, em um

grau mais avançado, migmatíticas.

Os gnaisses granadíferos, sendo classificados como biotita-granada gnaisses

estão presentes no centro da área. Apresentam porfiroblastos de granada de, no

máximo, 3 cm sendo que a granulometria dos demais minerais, como quartzo,

feldspato e biotita, varia de fina a média. A granada varia de cor, mostrando uma

variação composicional ora com mais ferro (alteração de cor ocre), ora com mais

manganês (alteração de cor preta). O intemperismo atua de forma intensa nesses

gnaisses, tornando-os mais acastanhados. Estes são cortados por veios de quartzo,

na maioria das vezes.

Um corpo granulítico, caracterizado pelo mapeamento de Mello (2013), foi

extendido, até a parte superior do mapa onde se encontra os gnaisses granadíferos.

Esse granulito é uma rocha compacta de coloração esverdeada composta por

piroxênios, quartzo e feldspato. Sua granulometria varia de média a grossa e no seu

local de afloramento é possível observar blocos rolados com esfoliação esferoidal.

A nordeste e noroeste da área, foi observada a predominância de um gnaisse

mais amarronzado, rico em feldspato potássico que também se apresenta textura

porfiroblástica, alcançando 4 cm de comprimento. Pode apresentar granada como

mineral acessório. A granulometria é, em sua predominância média, sendo possível

observar um leve estiramento de algumas fases minerais como quartzo, biotita e

possíveis minerais máficos que são reconhecidos pela análise macroscópica. São

afloramentos pouco alterados pela ação de água meteórica, mantendo suas

características mineralógicas e texturais resguardadas.

Já os gnaisses migmatíticos são encontrados na porção mais sul da área,

sendo em sua maioria de coloração clara, diferente dos demais litotipos

anteriormente citados. A sua granulometria varia de fina a média, sendo possível

observar porções mais claras (leucossomas) e porções mais escuras

(melanossomas).

Na região de Cacaria, os quartzitos podem ou não conter quantidades

variáveis de magnetita, porém na porção delimitada neste trabalho fora encontrados

poucos afloramentos destas rochas, apenas na forma de blocos rolados e

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assentados na drenagem do rio Cacaria. Produto de um intenso metamorfismo,

esses quartzitos apresentam granulometria variando de média a grossa, sendo

observadas poucas impurezas em sua composição, adotando uma classificação

macroscópica.

As rochas calciossilicáticas são encontradas em diversos pontos na área,

apresentando coloração acinzentada com pequenas incursões de minerais

esverdeados (diopsídio), fora outros minerias presentes em sua composição.

Apresentam de modo geral a granulometria variando de fina a média, pouca ação

intempérica e pouca deformação. Em alguns afloramentos a rocha calciossilicática

constitui o melanossoma de migmatitos onde o neossoma é constituído

principalmente por rochas quartzo-feldsático (Foto 8).

Os anfibolitos são encontrados localmente, tanto in situ como em blocos

rolados e arredondados, mostrando granulometria fina e por vezes estando

associados as rochas calciossilicáticas. Estas rochas são identificadas por uma

mudança brusca da cor do solo, transicionando de um acastanhado a um

avermelhado intenso. São rochas, em conjunto com as rochas calciossilicáticas,

comumente observadas na área porém, nunca com expressão superficial mapeáveis

na escala adotada.

Diques de diabásio são encontrados na região estando em sua maioria

fragmentadas e em blocos dispersos pelo solo. Nos afloramentos, alcançam

espessuras que variam de 10 cm a 1 metro. O dique de maior expressão foi

encontrado no limite nordeste da área, no Valão da Costaneira da Prata, onde corta

rochas calciossilicática (Foto 10).

Os ortognaisses se apresentam com foliação incipiente e de coloração

acinzentada, com granulometria variando de fina a média. Constituído por quartzo,

plagioclásio e biotita podem ser confundidos com rochas graníticas, mas a foliação

evidencia o seu caráter metamórfico.

Na margem do Valão da Costaneira da Prata foi encontrado uma rocha com

aspecto brechóide e de coloração castanho claro. Os grãos de quartzo e feldspato

presentes se apresentam estirados, configurando um ambiente de formação rúptil.

Quanto aos milonitos encontrados na área há evidências de um ambiente de

formação dúctil, marcado principalmente pelo estiramento dos minerais e estruturas

que mostram sombra de pressão.

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5.3. Metamorfismo

A região de estudo sofreu um intenso metamorfismo de idade Brasiliana.

Predomina em toda a área um metamorfismo classificado como regional de alto grau,

com litotipos como gnaisses aluminosos, rochas calciossilicáticas e quartzitos. Estas

variedades rochosas contêm minerais resultantes de uma recristalização provocada

por intenso metamorfismo, além de uma marcante orientação, vista principalmente

nos filossilicatos como a biotita. Estas rochas são interpretadas como provenientes

de protólitos sedimentares, de composição predominantemente pelítica e de

deposição química em ambiente marinho, mais provavelmente;

Evidências encontradas em campo como, por exemplo, a alternância entre

rochas calciossilicáticas e biotita-granada gnaisses (paragnaisses), em diferentes

escalas, apontam para que estas representem rochas sedimentares carbonático-

pelíticas, do tipo margas. Porém, com os sucessivos processos de acresção

continental sofridos no Brasiliano II terminou por gerar as rochas calciossilicáticas por

metamorfismo de caráter também regional.

Os ortognaisses que constituem a Unidade Lorena podem ser considerados

como produto do metamorfismo das rochas graníticas do embasamento. As

características destas rochas também apontam para um protólito de granulometria

fina e rico em feldspato (Foto 6).

Foto 6. Biotita-feldspato gnaisse interpretado como de origem ortoderivada.

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Em zonas de cisalhamento é comum observar-se rochas como cataclasitos e

milonitos. O grau de deformação associado ao metamorfismo cataclástico aumenta à

medida que se aproxima da zona de cisalhamento e de acordo com a reologia da

rocha. No caso dos cataclasitos, os minerais como quartzo e feldspato mostram-se

fragmentados, fornecendo o aspecto de brechóide à rocha (Foto 7). Quando o

metamorfismo assume um comportamento mais dúctil do que rúptil, os minerais mais

competentes tendem a rotacionar e os menos competentes acabam por sofrer

estiramento, a exemplo dos filossilicatos (Foto 9).

À sul da área de estudo, o aumento do grau metamórfico é perceptível pela

presença marcante de texturas migmatíticas, o que engloba rochas calciossilicáticas

e os paragnaisses. Pode-se assumir, partindo desta observação textural, que o

metamorfismo da área tende a aumentar no sentido sul.

5.4. Geologia Estrutural

As rochas por estarem submetidas a um metamorfismo regional intenso, não

apresentam estruturas primárias conservadas, restando as foliações como registro

principal do evento de deformação Brasiliano que atuou nas rochas intrusivas e

camadas sedimentares depositadas.

Através do reconhecimento dos componentes estruturais principais da área,

como foliação - coincidente com o acamamento sedimentar - e falhas, foi possível

delimitar os contatos e separar em 3 unidades os litotipos encontrados no

mapeamento. A principal direção estrutural dada pela foliação das rochas mostra

direção preferencial 340/45°, com algumas variações para 310/40°. O vale do rio

Cacaria coincide com um contato entre unidades, separando a Unidade São Roque

da Unidade Valadão.

Importante estrutura encontrada na área consiste em uma falha de empurrão

que atravessa a área de nordeste a sudoeste, estando localizada nas proximidades

do Valão da Costaneira da Prata, repercutindo em uma milonitização robusta. Este

cavalgamento de baixo ângulo gerou, nas rochas inseridas em sua zona de

influência, estruturas típicas de falhas profundas na crosta (estiramento mineral,

sombra de pressão e porfiroblastos de feldspato rotacionados). São encontradas

também na área e estruturas rúpteis como o cataclasitos (Foto 7). Na área foi

interpretada uma inversão estratigráfica na qual as rochas da Unidade Valadão

Superior estão colocadas acima das rochas da Unidade São Roque, (Mello 2013).

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A leste da área de estudo, separando a Unidade Valadão Superior e a

Unidade Lorena, foi inferido um contato com base na posição dos ortognaisses

encontrados, além da mudança brusca do padrão do relevo que assumiu,

caracteristicamente, a feição topográfica de morrotes aplainados.

Foto 7. Cataclasito com a parte superior brechada

.

Foto 8. Migmatito onde o paleossoma é representado por rocha calciossilicática e o neossoma por rochas quartzo-feldspáticas

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Foto 9. Biotita-feldspato gnaisse milonitizado, próximo ao contato.

Foto 10. Dique de diabásio (a direita) do Valão da Costaneira da Prata cortando

rochas calciossilicáticas.

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6. CONCLUSÃO E DISCUSSÕES

Através do mapeamento geológico da região foi possível delimitar numa parte

da região de Cacaria em três unidades geológicas distintas com base nas litologias

predominantes: Unidade São Roque , Unidade Valadão e Unidade Lorena.

A classificação proposta por Harte (1976), não comtempla de maneira geral,

todas as rochas encontradas neste mapeamento, sendo necessária a adição de

outras subdivisões não incluídas por Harte (1976). Apesar de Lídice e Rio Claro

estarem no mesmo trend geológico de Cacaria, as rochas desta região não

apresentam influências magmáticas como as da área de estudo.

As características marcantes das unidades informais de Harte (1976), como

por exemplo, o quartzito com magnetita, não foram encontrados em abundância na

área de mapeamento, apenas alguns blocos esparsos. Essas ocorrências ficaram

limitadas a área de estudo de Mello (2013).

Uma explicação para a existência de rochas bastante diversificadas na região

é a de que, preteritamente, a localidade de Cacaria e redondezas enquadrava-se no

contexto de uma bacia sedimentar que posteriormente fora fechada com a colisão do

evento Brasiliano II. Tal contexto fica evidenciado principalmente pela presença de

rochas calciossilicáticas e os mármores, presentes na região, que são típicas de

ambiente deposicional marinho.

Pode-se inferir, em contrapartida, que o magmatismo atuante em toda a Faixa

Ribeira durante o Brasiliano e a reativação de zonas de fraqueza foi responsável por

essa transformação litológica.

A norte de Cacaria, com o mapeamento anterior realizado por Mello (2013),

no seu trabalho de graduação, não foi detectada a presença de anfibolitos. Somente

à sul essas ocorrências ficam mais marcantes, podendo ter, algumas delas, relação

com a acresção de terrenos durante o Brasiliano. Seriam interpretados como diques

basálticos que em conjunto com as rochas sedimentares pré-existentes foram

metamorfisadas e resultaram nas litologias que configuram a área de estudo.

Suposições podem ser feitas sobre o que de fato ocorreu na área. Um

mapeamento não é o suficiente para o entendimento do contexto tectônico, ainda

mais concentrado numa porção restrita do terreno. Estudos mais detalhados e que

explorem os dados de maneira mais eficaz, como a realização de lâminas

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petrográficas e análise química das rochas irão agregar informações essenciais de

toda uma região ainda pouco estudada.

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Zalán, P. V. & Oliveira, J. A. B., 2005. Origem e Evolução do Sistema de

Riftes Cenozóicos do Sudeste do Brasil. Boletim de Geociências. Petrobras, Rio de

Janeiro, vol. 13, n.2, p. 269-300, maio/nov. 2005.

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30

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9

7

65

32

1

91

90

89

88

87

86

85

84

8382

8180

7978

77

76

75

74

73

72 7170

69

6867

66

6362

6160

5958

5756

5554

5352

51

5049

4847

46

45

4443

41

40

39

3837

3635

34

33

312927

26

25

2423

2221

20

19

18

1716

14

1312

11

616000,000000

616000,000000

617000,000000

617000,000000

618000,000000

618000,000000

619000,000000

619000,000000

620000,000000

620000,000000

621000,000000

621000,000000

622000,000000

622000,000000

623000,000000

623000,000000

624000,000000

624000,0000007484

000,00

0000

7484

000,00

0000

7485

000,00

0000

7485

000,00

0000

7486

000,00

0000

7486

000,00

0000

Mapa Pontos de

ANEXO I

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+

+

+

++

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+

+

+

+

+

+

+

40

45

40

45

50

40

616000,000000

616000,000000

617000,000000

617000,000000

618000,000000

618000,000000

619000,000000

619000,000000

620000,000000

620000,000000

621000,000000

621000,000000

622000,000000

622000,000000

623000,000000

623000,000000

624000,000000

624000,000000

7484

000,00

0000

7484

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7485

000,00

0000

7485

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7486

000,00

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7486

000,00

0000

7487

000,00

0000

7487

000,00

0000±

Escala 1:30.000Projeção Transversa de Mercator

Datum UTM Corrégo AlegreZona 23 S

Mapa Geológico da Região de Cacaria

0 0,85 1,7 2,55 3,40,425Kilometers

Legendaperfil ab

Unidade São Roque Biotita-Feldspato Gnaisse,Anfibolito eCalciossilicática

Unidade Valadão Biotita-Granada GnaisseQuartzito,Magnetita Quartzito.

Unidade LorenaBiotita-Feldspato Gnaisse,Porfirosblástico,Ortoderivado.GranulitoContato

+ + Falha de Empurrão InferidaContato Foto InterpretadoRioEstrada

Rio CacariaRio da Onça

Rio Costaneira da Prata

B

A

Faz. Conceição

Faz. Barrinha

ANEXO II

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&&

Projeção Transversa de MercatorDatum: Córrego Alegre

Zona: 23SEscala Horizontal: 1:20.000

Exagero na Escala Vertical de 3 x

A B

400

200

10050

Serra da Costaneira da Prata

0 340 680 1.020170Meters

NW SE

LegendaUnidade São RoqueUnidade ValadãoUnidade LorenaContato

& &Falha de Empurrão InferidaContato Fotointerpretado

Rio Cacaria

Perfil Cacaria de A-B Geológico

ANEXO III

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Pt CoordX CoordY Descrição

1 617705 7484620 Anfibolito

2 617274 7486300 Biotita-quartzo-gnaisse alterado, apresentando níveis de manganês e caulim em certos pontos do afloramento. Observa-se micas.

3 617226 7486300 Biotita-quartzo-gnaisse preservado, localizado na margem do rio cacaria. Granulometria variando de média a grossa.

4 616114 7485366 Basaltos rolados, apresentando esfoliação esferoidal

5 616096 7485268 Mudança de litologia: migmatito mais pobre em granadas

6 616120 7485380 Corpo de aproximadamente 2 m de largura e perpendicular a estrada de diabásio, cortando faixas gnáissicas. (Dique)

7 615886 7485081 Biotita-quartzo gnaisse

8 615524 7484928 Biotita-quartzo gnaisse.

9 617929 7486391 Biotita-quartzo gnaisse

10 617816 7486098 Feldspato-Biotita-Granada gnaisse

11 617772 7485976 Biotita-Quartzo gnaisse, apresenta uma falha normal e veios de quartzo cortando o afloramento.

12 617375 7486290 Contato granito/gnaisse

13 617367 7486355 Dique de diabásio com magnetita, apresentando esfoliação esferoidal

14 617346 7485805 Feldspato-biotita Gnaisse de granulometria fina, leucocrático com menos magnetita.

15 617512 7484363 Córrego com blocos de magnetita quartizito e blocos anfibolíticos "Amostra Sulfetada"

16 617590 7484251 Leucognaisse grosso grão arredondados. Migmatito competente, grão estirados

17 617620 7484336 Grande afloramento de rocha calciossilicática

18 617759 7484776 Biotita - granada gnaisse médio pra fino leucocrático

19 617577 7484285 Biotita- granada gnaisse médio pra fino leucocráticosilicática mais migmatizada

20 617780 7485135 Leucognaisse grosso grão arredondados

21 617848 7485373 Gnaisse cortado por um Pequeno Pegmatito (K-feldspato e turmalina) 1m de espessura (Amostra)

22 617810 7485513 Biotita- feldspato- granada gnaisse.

23 617849 7485699 Feldspato- biotita gnaisse migmatítico apresentando grãos orientados de granada.

24 618009 7485468 Blocos anfibolíticos

25 617778 7485754 Gnaisse migmatítico

26 617795 7486006 Dique cortando gnaisse

27 620962 7486924 Anfibolito acima da camada das rochas calciossilicáticas

28 623318 7486984 Feldspato Biotita gnaisse com mega cristais de feldspato aflorando na estrada

29 623198 7486943 Feldspato Biotita gnaisse alterado (Vermiculita)

30 624246 7478686 Morro antigo depósito de talus, blocos anfibolíticos e calciossilicáticos.

31 623487 7486681 Biotita-Feldspato Gnaisse Migmatítico com bolsão granitóide

32 620735 7486752 Cataclasito

33 620440 7486477 Dique de basalto

34 620743 7486688 Gnaisse milonitizado

35 620383 7486458 Gnaisse migmatítico

36 623583 7486632 Gnaisse migmatítico

37 623574 7486929 Quartzito granulometria fina a média, aflorando. Corpo que se estende por 20m de extensão.

38 623376 7486730 Quartzito

39 621818 7484018 Bloco de calciossilicática deformado

40 623717 7485266 Proto migmatito, gnaisse. Afloramento dentro do rio

41 616812 7486366 Anfibolito in situ, granulometria fina.

42 616539 7486486 Anfibolito

43 616310 7486512 Blocos rolados de anfibolito

44 616592 7486377 Blocos rolados de calciossilicática que perduram por mais 100m

45 615944 7486601 Blocos rolados de calciossilicática que limitavam a área.

46 617054 7486173 Feldspato gnaisse, afloramento, grãos arrendondados de feldspato.

47 616774 7485976 Gnaisse milonitizado, com feldspato e grãos estirados, foliados e rotacionados.

48 616908 7486084 Biotita- feldspato gnaisse com muita muscovita, granulometria fina .

ANEXO IV

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49 616508 7486446 Biotita- feldspato gnaisse com estiramento incipiente dos grãos, granulometria variando de fina a média com pórfiros de granada e feldspato.

50 616807 7486351 Feldspato gnaisse com granulometria grossa e com níveis ora mais granadíferos ora mais feldspáticos, afloramento de coloração acastanhada.

51 616051 7486611 Feldspato biotita gnaisse com grãos arredondados de feldspato, coloração acastanhada e de granulometria variando de fina à média

52 624253 7486936 Biotita-feldspato-gnaisse

53 623970 7486738 Feldspato- biotita gnaisse

54 623416 7485722 Biotita-feldspato-gnaisse

55 623480 7485728 Biotita-feldspato-gnaisse

56 623575 7485040 Biotita-feldspato-gnaisse

57 623575 7485020 Biotita-feldspato-gnaisse

58 623015 7484330 Biotita-feldspato-gnaisse

59 622817 7484204 Feldspato- biotita gnaisse

60 623664 7484621 Biotita-feldspato-gnaisse

61 623839 7484684 Feldspato- biotita gnaisse

62 624185 7484594 Feldspato- biotita gnaisse

63 624326 7484433 Feldspato- biotita gnaisse

64 624430 7484347 Feldspato- biotita gnaisse

65 624533 7484193 Feldspato- biotita gnaisse

66 618049 7486884 Quartzito

67 617365 7486374 Feldspato- biotita gnaisse

68 617176 7486228 Feldspato- biotita gnaisse

69 617531 7485610 Calcisilicática mais migmatizada

70 617209 7485787 Biotita-granada gnaisse

71 616695 7485647 gnaisse migmatítico

72 616545 7485647 Biotita granada gnaisse médio pra fino leucocrático

73 618139 7484297 Gnaisse migmatítico

74 618238 7485017 Feldspato- biotita gnaisse

75 619699 7486949 Biotita-feldspato-gnaisse

76 620375 7484127 Feldspato- biotita gnaisse

77 621458 7485438 Biotita-feldspato-gnaisse

78 621219 7485678 Biotita-feldspato-gnaisse

79 621745 7485761 Biotita- feldspato gnaisse porfiroblástico

80 621543 7485851 Biotita-feldspato-gnaisse

81 621054 7485769 Biotita-feldspato-gnaisse

82 622123 7484946 Biotita-feldspato-gnaisse

83 622045 7484850 Biotita- feldspato gnaisse porfiroblástico

84 622509 7485954 Biotita-feldspato-gnaisse

85 622334 7485610 Biotita-feldspato-gnaisse

86 622634 7485188 Biotita-feldspato-gnaisse

87 623052 7485478 Ortoderivada- rocha de foliação incipiente e muito compacta

88 623456 7486262 Ortoderivada- rocha de foliação incipiente e muito compacta

89 623031 7485733 Ortoderivada- rocha de foliação incipiente e muito compacta

90 618297 7486409 Biotita-feldspato-gnaisse

91 618603 7486844 Biotita-feldspato-gnaisse

ANEXO IV