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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS Trabalho de Graduação Análise Litofaciológica e Paleodeposicional do “Leque de Itatiaia”, Membro Itatiaia da Formação Resende. Aluno Lucas Castro Belo 200904015-3 Orientador Prof. Dr. Renato Rodriguez Cabral Ramos Coorientador Prof. M.e Francisco José Corrêa Martins Fevereiro de 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIROr1.ufrrj.br/degeo/output.php?file=publicacao/90aaffc3ad.pdf&nome=... · Figura 30 Perfil estratigráfico de litofácies P-4 40 Figura 31

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

Trabalho de Graduação

Análise Litofaciológica e Paleodeposicional do “Leque de Itatiaia”, Membro Itatiaia da Formação Resende.

Aluno

Lucas Castro Belo

200904015-3

Orientador

Prof. Dr. Renato Rodriguez Cabral Ramos

Coorientador

Prof. M.e Francisco José Corrêa Martins

Fevereiro de 2014

Agradecimentos

Agradeço a Deus pelo seu amor, por suas bênçãos, pelas obras em

minha vida, por estar comigo todos os dias, por ser meu melhor amigo, meu

refugio e minha fortaleza.

Mt. 11:25 Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste

estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos.

Aos meus pais Marta e Huziel, por serem meus maiores exemplos, por

terem me apoiado em todos os momentos, gostaria de ser um dia, metade das

pessoas que vocês são. Amo muito vocês.

Aos meus irmãos Leonardo e Livio pela parceria incondicional, não

poderia ter irmãos mais velhos melhores que vocês.

A minha namorada Livia, que foi a pedra mais preciosa que eu encontrei

nesse meu caminho geológico, obrigado por ter divido todos esses momentos

comigo, você foi a melhor coisa que me aconteceu durante a faculdade.

A melhor turma de geologia da Rural de todos os tempos, Georural

2009, vocês fizeram esses cinco anos serem os melhores da minha vida.

A todos que passaram pela República Agrogeo, lá eu não fiz amigos, fiz

irmãos.

Ao meu orientador Prof. Renato Ramos por ter disponibilizado de tempo,

atenção e por ter acreditado em mim.

Meu coorientador Prof. Francisco Martins por ter dado condições que

este trabalho acontecesse na melhor maneira possível.

Ao geólogo Ramses Capilla por ter dividido do seu conhecimento comigo

e por ser um mestre nas geociências pra mim.

E por fim a Universidade Federal do Rio de Janeiro, pois esta me

ensinou a viver do jeito que só um ruralino sabe viver, obrigado por todos os

momentos maravilhosos. Não te trocaria nem por Harvard.

Resumo

A bacia de Resende, localizada no estado do Rio de Janeiro, constitui um

segmento do Rifte Continental do Sudeste do Brasil em que um dos principais

aspectos é o forte controle tectônico de sua borda norte, limitada por falhas de direção

ENE-WSW. Ao longo desta borda, depósitos de leques aluviais ocorrem adjacentes

aos maciços alcalinos, constituindo o Membro Itatiaia da Formação Resende,

conforme proposto por Ramos et al. (2006). O presente trabalho tem como objetivo

principal a caracterização litofaciológica e interpretação paleodeposicional do Leque

de Itatiaia, na região adjacente ao maciço do Itatiaia. Foram confeccionados perfis

estratigráficos e painéis arquiteturais, enfatizando-se a forma, espessura e estrutura

interna das camadas; tipos de contatos; cores; além de aspectos texturais e

composição litológica. Os afloramentos estudados apresentaram conglomerados,

brechas e arenitos, representativos de intercalações de fluxos trativos e gravitacionais.

Tais características nos remete à fácies proximais a médias de leques, sua

composição litológica é predominantemente lítica de rochas alcalinas oriundas do

maciço alcalino de Itatiaia.

ÍNDICE GERAL

Parte I - Introdução 1

I.1 - Objetivos principais 1

I.2 - Objetivos específicos 1

I.3 - Localização e acessos 2

Parte II – Metodologia 4

II.1 – Conteito de fácie sedimentar 4

II.2 - Métodos e Técnicas 4

Parte III - Bacia de Resende 6

III.1 – Embasamento 6

III.2- Evolução tectônica 8

III.3- Magmatismos 8

III.4- Geologia estrutural 9

III.5- Estratigrafia 9

Parte IV – Leques Aluviais 14

IV.1 Introdução 14

IV.2 Características gerais 15

IV.3 Condições para o desenvolvimento de um Leque 16

IV.4 Processos atuantes nos Leques 16

IV.4.1 Processos primários 17

IV.4.1.1 Processos gravitacionais de encostas rochosas fragmentadas 17

IV.4.1.2 Processos gravitacionais em encostas coluvionares 18

desagregadas

IV.4.4.3 Processos de fluxo gravitacional em encostas 18

coluvionares desagregadas

IV.4.2 Processos secundários 19

IV.5 Área do Leque aluvial X Área da Bacia 20

IV.6 Classificação de Leques 20

Parte V – Análises e resultados 21

V.1 Tabela de Litofácies 21

V.2 Descrição dos Afloramentos 22

V.3 Interpretação paleodeposicional 44

Parte VI – Conclusões 46

Bibliografia 47

Índice de Figuras

Figura Legenda Página

Figura 1 Mapa de vias de acesso ao Leque de Itatiaia 2

Figura 2 Foto de localização do Leque de Itatiaia com coordenadas geográficas

3

Figura 3 Posição espacial dos afloramentos estudados 5

Figura 4 Mapa de localização da Bacia de Resende 6

Figura 5 Mapa do embasamento da bacia de Resende 7

Figura 6 Evolução do conhecimento estratigráfico da bacia de Resende 10

Figura 7 Mapa geológico da bacia de Resende 13

Figura 8 Leque Aluvial na Península do Kenai no Alasca

14

Figura 9 Perfis topográficos em leques aluviais 15

Figura 10 Modelo esquemático de leque aluvial ideal 16

Figura 11 Afloramento L1 23

Figura 12 Painel arquitetural do afloramento L1 24

Figura 13 Perfil estratigráfico de litofácies P-1 25

Figura 14 Litofácies Am, arenito maciço 26

Figura 15 Contato erosivo no topo da camada de arenito maciço 27

Figura 16 Litofácies Am, arenito maciço de cor amarronzada 27

Figura 17 Litofácies Cmc, Conglomerado clastosuportado, maciço. 28

Figura 18 Seixo de rocha alcalina com esfoliação esferoidal. 29

Figura 19

A) Litofácies Ch, conglomerado com estratificação horizontal B) Linhas erosivas tamanho seixo médio.

30

Figura 20 Litofácies Ca, Conglomerado com estratificação cruzada 31

Figura 21 Litofácies Bgh, brecha com estratificação horizontal e gradação 32

Figura 22 Litofácies Cmm, conglomerado maciço matriz suportado. 32

Figura 23 Perfil estratigráfico de litofácies P-2.

33

Figura 24 Litofácies L, siltito arenoso e litofácies Ah, arenito com estratificação cruzada

34

Figura 25 Litofácies Cgh, conglomerado gradado com estratificação horizontal 35

Figura 26 Afloramento L2.

36

Figura 27 Painel arquitetural do afloramento L2 37

Figura 28 Perfil estratigráfico de litofácies P-3 38

Figura 29 Litofácies ALm, Arenito lamoso maciço, Ch, conglomerado com estratificação horizontal e Am, Arenito maciço

39

Figura 30 Perfil estratigráfico de litofácies P-4 40

Figura 31 Bloco de sienito. 41

Figura 32 A) Litofácies Ch, conglomerado com estratificação horizontal. B) Detalhe dos seixos embricados

42

Figura 33 Comportamento de desorganização da litofácies Ch.

42

Figura 34 Arenito maciço englobado pela litofácies Ch 43

Índice de Tabela

Tabela Legenda Página

Tabela 1 Tabela de litofácies 21

1

I - Introdução

A Formação Resende tem sido alvo de estudo de muitos geocientistas desde o início da

década de 1970, principalmente no que tange aos depósitos de leques aluviais no sopé do maciço

de Itatiaia. A sua posição hierárquica na coluna estratigráfica da bacia, juntamente com o seu

ambiente paleodeposicional, foram os principais focos dos diversos estudos aplicados a respeito

daquela sequência sedimentar.

O primeiro a defini-la foi AMADOR (1975) chamando sua porção basal de “membro

rudáceo da Formação Resende”, sendo modificado anos seguinte por Lima & Melo(1994) que

introduziram a técnica de estudos do conteúdo palinológico no local e propuseram a designação

“Formação Itatiaia” e finalmente RAMOS(2003), que observou o contato gradacional em posição

estratigráfica lateral da “Formação Itatiaia” com a “Formação Resende” e baseado no North

American Stratigraphic Code (NACSN, 1983) rebaixou a então chamada Formação Itatiaia para

“Membro Itatiaia da Formação Resende”.

Apesar dos diversos trabalhos que contribuíram para a evolução do conhecimento dos

depósitos aluviais da Bacia de Resende, os processos de deposição do depósito de leque

proximal mais expressivo da Formação Resende, o “Leque de Itatiaia” ainda carecem de um

melhor conhecimento. Este trabalho propõe uma analise detalhada do leque para uma melhor

interpretação de seus processos deposicionais.

I.1 Objetivo Principal

O objetivo principal deste trabalho é a análise litofaciológica e paleodeposicional do “Leque

de Itatiaia”. Considerando os aspectos sedimentológicos tais como: geometria interna e externa

das litofácies, natureza dos contatos, disposição dos clastos, maturidade textural e composicional

dos clastos e da matriz, textura interna e cor. Sempre visando o melhor entendimento do depósito

mais expressivos de fácies de leques aluviais da bacia de Resende

I.2 Objetivos Específicos

Dentro do objetivo principal, foram definidos objetivos específicos para a análise do leque

em questão, que são:

Descrição e caracterização das fácies sedimentares e de suas associações;

Confecção de perfis estratigráficos;

2

Confecção de painéis arquiteturais ;

Discussão dos processos de deposição.

I.3 Localização

A área alvo do estudo deste trabalho está localizada na Rua pinheiro em frente ao lote 17,

no bairro Vila Pinheiro, município de Itatiaia, como mostra a figura 1. O principal acesso à área é

pela Rodovia Presidente Dutra, no sentido Rio-São Paulo. No Município de Itatiaia, entra-se na

Rua Wandebilt Duarte de Barros, seguindo até o Ginásio Poliesportivo Vila Pinheiro, na esquina

com a Rua Pinheiro e, após aproximadamente 700 metros chegamos à área de trabalho.

Figura 1: Mapa de vias de acesso ao Leque de Itatiaia. Extraído e adaptado do Google maps

consultado no dia 25/01/2014.

3

Os afloramentos estudados estão situados no sopé do Morro da Veneranda em corte sub

vertical, de coordenadas 22°29’13”S; 44°34’30”W (figura 2)

Figura 2: Foto de localização do Leque de Itatiaia com coordenadas geográficas. Extraído e adaptado do

Google Earth consultado no dia 25/01/2014.

4

II - Metodologia

II . 1 Conceito de facie sedimentar

Segundo Selley (1985) apud Ramos (2003) uma fácies sedimentar é uma massa de rocha

sedimentar que pode ser definida e distinguida das demais por sua geometria, litologia, estruturas

sedimentares, paleocorrentes e fósseis.

Para Borghi (2000) a associação de fácies é uma relação tridimensional de fácies, ou seja,

uma relação espacial elaborada ou expressa por correlação de perfis ou por seções

sedimentológicas. Perfis estratigráficos detalhados são importantes para caracterizar uma

sucessão de fácies, que consiste numa relação de sequenciamento linear das fácies, contribuindo

com informações importantes que a fácies sedimentar isolada não é capaz de fornecer. A

litofácies enfatiza a litologia como característica principal na distinção de fácies, normalmente

acompanhado da definição das estruturas sedimentares, textura e geometria.

II . 2 Métodos e técnicas

A metodologia adotada para este trabalho foi definida em três etapas pricipais:

1ª etapa – pré campo: Esta etapa se baseou em levantamentos bibliográficos sobre os

sedimentos da bacia de Resende dando ênfase ao Membro Itatiaia da Formação Resende

definido por Ramos (2003).

2ª etapa – Campo: Esta parte foi dividida em dois momentos. Primeiramente foi feita uma visita

aos afloramentos chave da Bacia de Resende para o aperfeiçoamento da técnica de confecção de

perfis estratigráficos e painéis arquiteturais, juntamente com o reconhecimento da área do estudo.

O segundo momento teve como objetivo a confecção de quatro perfis em escala 1:20, confecção

de dois painéis arquiteturais e descrição detalhada das litofácies observadas encontradas nos

afloramentos estudados. (figura 3)

5

3ª etapa – Pós campo: Este momento teve como objetivo a digitalização dos perfis e painéis com

o Programa AutoCAD 2013, interpretação dos dados obtidos em capo e comparação com os

dados compilados na bibliografia pré-existente.

Figura 3: Posição espacial dos afloramentos estudados. Extraído e adaptado do Google Earth

consultado no dia 25/01/2014.

6

III - Bacia de Resende

A Bacia de Resende é uma depressão tectônica de idade terciária pertencente ao Sistema

de Rifte Continental do Sudeste do Brasil (RCSB). Localizada no Estado do Rio de Janeiro,

conforme mostra a figura 4, entre os municípios de Quatis a nordeste e o município de Engenheiro

Passos a Sudoeste. Ela possui uma superfície de aproximadamente 240 km² com comprimento de

47 km na direção N75°E e largura média de 4,5 km. sendo a máxima 7,3 km. e a mínima 1,2 km.

E sua espessura do pacote sedimentar pode alcançar 550 m. Escobar (1999).

III.1 Embasamento

A Bacia de Resende, juntamente com as demais bacias que compõe o RCSB, está

implantada sobre rochas proterozóicas deformadas e metamorfizadas durante o Ciclo Brasiliano,

pertencentes à Faixa Ribeira Schobbenhaus et al., 1984 apud Albuquerque (2004)

Ramos (2003), através da compilação de dados por Pereira (2001), Costa & Raposo

(1982,1983) e Heilbron et al.(2003) e dos dados obtidos das Folhas Geológicas 1:50.000 entre

São Paulo e o Rio de Janeiro (DRM/Petrobrás, 1992), definiu os grupos litológicos que compõe o

Figura 4: Mapa de localização da Bacia de Resende no contexto nacional e regional. (RAMOS 2003)

7

embasamento da bacia de Resende dividindo-o em porção sul e porção norte. O embasamento

esta representados pela figura 5.

Ao sul da Bacia, se fazem presentes migmatitos, biotita-granada gnaisse, xistos

feldspáticos com turmalinitos, rochas granitoides (granitos, Funil, São José do Barreiro, Rio

Turvo e Taquaral) e paragnaisses.

Ao norte da bacia, são encontrados, milonitos, biotita gnaisses porfiroblásticos,

ortogranulitos, rochas granitoides e hornblenda-biotita ortognaisses.

Figura 5: Mapa do embasamento da bacia de Resende e seu entorno. Adaptado de Ramos

(2003).

8

III.2 Evolução Tectônica

Desde o final da década de 1960, muitos trabalhos têm sido realizados afim de entender os

mecanismos de formação e deformação desta unidade geotectônica onde se instala as bacias

terciárias continentais do sudeste brasileiro. As principais hipóteses para o modelo evolutivo do

RCSB, podem se dividir em duas linhas gerais:

A primeira e mais aceita, introduzida por Almeida (1976) que posteriormente foi

complementada por Riccomini (1989) propõe a origem desta feição associada a uma

tectônica distensional gerando falhas normais e hemi-grábens que em um segundo

momento foram isolados por uma tectônica transcorrente.

Zalán (1986) foi pioneiro ao propor um modelo transtensional para as bacias continentais

do Sudeste do Brasil. Este utilizou a bacia de Taubaté como exemplo, devido o seu

formato romboidal e a presença de falhas em échelon, sendo assim, assumindo um

modelo de bacias do tipo pull-apart para as bacias adjacentes à margem sudeste do Brasil.

III.3 Magmatismo

No trabalho de Guedes et al (2001), onde foi feito um levantamento de diques básicos,

definiu-se três pulsos de magmatismos toleíticos: o primeiro datado entre 192 e 161 Ma e direção

NNW-SSE, relacionados a abertura do Oceno Atlântico Sul; o segundo com idade aproximada de

148 Ma alinhados na direção NNW-SSE e N-S, que estaria relacionado aos derrames da bacia do

Paraná e ao enxame de diques do Arco de Ponta Grossa e Rio de Janeiro; o pulso mais recente

ocorreu entre 137 e 133 Ma, seguindo direção N-S e NNE-SSW, associado aos derrames na

bacia de Campos, Espirito Santo e Pelotas.

Manifestações magmáticas de intrusões alcalinas são representadas pelos maciços do

Morro Redondo, que segundo Valença et al (1983) é constituído, predominantemente, por nefelina

sienitos e por brechas traquíticas e fonolíticas e os maciços de Itatiaia e Passa Quatro que

segundo Ribeiro Filho (1967), apresentam uma grande variabilidade dos tipos petrográficos de

rochas alcalinas, tais como, sienito, nefelina sienito, sodalita-nefelina sienitos, aergerina sienitos,

quartzo sienitos, foiaitos, brechas e granito alcalino.

Guedes et al (1999) observaram diques alcalinos próximo aos corpos maciços constituídos

por fonolitos, tefritos e micro-sienitos na direção preferencial NEN datados entre 80 e 60 Ma.

Riccomini et al.( 1983; 1991) descreveram diques ultrabásicos cortando o embasamento

da Bacia de Resente, constituídos por piroxênio-biotita lamprófiros e piroxênio-olivina lamprófiros.

9

Junto à borda norte da bacia, ocorre uma série de cristas alinhadas segundo a direção

NEN-WSE, constituídas por rochas silicificadas e brechadas que em geral são caracterizadas por

rochas de coloração esbranquiçada com fragmentos angulosos de rochas alcalinas geralmente

silicificadas, gnaisses porfiroblásticos, milonito gnaisses e blastomilonitos silicificados, todos

cimentados por calcedônia (Melo et al., 1983)

III.4 Geologia estrutural

Albuquerque (2001) reconheceu três conjuntos principais de falhas distribuídos ao longo da

bacia de Resende: falhas de direção ENE-WSW, controlando os limites de ocorrência dos

sedimentos terciários, principalmente na borda norte; falhas de direção NE-SW, que exercem um

forte controle sobre feições topográficas importantes, no interior da bacia; e falhas de direção NW-

SE, que promovem o escalonamento da borda norte da bacia, produzindo uma importante

segmentação transversal ao eixo maior da bacia.

Um dos principais aspectos da Bacia de Resende é o seu forte controle tectônico ao longo

da borda norte, limitada pela família de falhas de direção ENE-WSW citadas acima, a presença de

abundantes depósitos de fluxos gravitacionais adjacentes à borda norte da bacia, que serão

objeto de estudo deste trabalho, juntamente com as maiores espessuras do pacote sedimentar

registradas neste setor, que reforçam sua condição de borda ativa da bacia. Heilbron et. al (2007)

III.5 Estratigrafia

A evolução do conhecimento estratigráfico da Bacia de Resende, representado pela figura

6, foi iniciada por Amador (1975) e constantemente revisada por outros autores a exemplo de

Melo et al. (1983, 1985a), Riccomini (1989), Lima & Melo(1994) e Ramos (1997). Neste trabalho

adotaremos a carta estratigráfica proposta por Ramos(2003), junto com o mapa proposto no

mesmo trabalho visualizado na figura 7.

10

Formação Quatis

A denominação “Formação Quatis”, foi utilizada por Ramos (1997) para designar a unidade

cenozóica mais antiga da região da bacia de Resende. Essa sucessão sedimentar é caracterizada

por conglomerados formados por seixos arredondados de quartzo, intercalados em arenitos e

grânulo-arenitos de composição arcosiana e grãos angulosos da Formação Resende, sugerindo,

portanto, uma discordância erosiva entre essas duas unidades. Ramos (2003). Ela . foi

interpretada como um sistema fluvial entrelaçado anterior a reativação do sistema de falhas de

direção ENE-WSW, que gerou o hemi-gráben da bacia de Resende.

Formação Resende

Os estudos iniciais da Formação Resende foram feitos por Amador (1975), que a

subdividiu em uma porção basal arenosa a silto-arenosa interpretando-a como relacionada a um

ambiente fluvial anastomosado em clima árido a semi-árido e uma porção superior rudácea

Figura 6: Evolução do conhecimento estratigráfico da bacia de Resende. Modificado de Ramos (2003)

11

formada por corridas de lama ou corridas de areia sob clima mais úmido, ambas de idade

(miocênica-pliocênica).

Estudos realizados pelo IPT(1983) consideraram o membro rudáceo da Formação

Resende como depósitos de brechas sedimentares e conglomerados de leques aluvias e uma

porção fluvial, constituídos de bancos alternados ou gradacionais de conglomerados a silte

argilosos.

Lima & Amador (1985) através de estudos palinológicos de sedimentos contendo níveis de

linhito provenientes da porção fluvial da Formação Resende, admitiram idade eocena superior e

interpretaram o clima como quente ou temperado (provavelmente úmido) durante a sedimentação.

Riccomini (1989) descreveu a Formação Resende incluindo depósitos de leques aluviais

proximais, planície aluvial de rios entrelaçados e leques aluvias distais.

Lima & Melo (1994) estudaram o conteúdo palinológico das lentes silto-arenosas dos

depósitos rudáceos referentes ao “membro rudáceo da Formação Resende” e atribuíram idade

oligocena com vigência de clima tropical a subtropical húmido. Por relação genética, acharam

conveniente separar os depósitos rudáceos de leques aluviais proximais dos mais finos

representativos de planície aluvial, propondo o nome de Formação Itatiaia para os primeiros.

Melo (1997) através de estudos sedimentológicos (granulometria, mineralogia dos pesados

e dos argilominerais) constatou a presença constante de altas porcentagens de argilominerais do

grupo das esmectitas, tal observação tem sido interpretada como característica de clima seco

durante a sedimentação, incapaz de promover a transformação dos argilominerais em

caulinita(Brandt Neto et al.1991, Riccomini et al. 1996) in Melo (1997)

Ramos (2003) baseado no North American Stratigraphic Code (NACSN, 1983), onde em

seu Artigo 25, é mencionado que “algumas formações podem ser totalmente divididas em

membros; outras podem ter apenas certas partes definidas como membros; enquanto outras

podem não ter membros”. propôs uma revisão da conhecida Formação Resende, que engloba a

maior parte dos depósitos paleogênicos da Bacia de Resende, sugerindo para partes da

formação, a formalização de dois membros.

Sendo assim a seguinte proposta:

A) Designar como Formação Resende, especificamente os depósitos dos leques aluvias

formados na borda norte da bacia, os abundantes lamitos arenosos e arenitos lamosos

derivados dos fluxos gravitacionais que penetraram na bacia através de ambas as suas

bordas e os depósitos fluviais distais aos leques com maior ou menor contribuição de

fluxos gravitacionais, com exceção destes as sucessões aluviais ricas em detritos de

rochas alcalinas que serão abordadas mais a frente.

12

B) Membro Itatiaia

Foi proposto o rebaixamento da Formação Itatiaia de Lima & Melo (1994) para Membro

Itatiaia da Formação Resende, constituídas por depósitos de leques aluviais proximais e médios

adjacentes aos maciços do Itatiaia e do Morro Redondo, juntamente com suas partes distais onde

há predominância de fluxos trativos ( Sistema fluvial entrelaçado)

C) Membro Acácias

Foi proposta a designação Membro Acácias para os depósitos essencialmente fluviais,

caracterizados por camadas de lamitos verdes, gerados através da decantação de uma elevada

carga de materiais em suspensão durante os episódios de inundação da planície fluvial.

Formação Floriano

Sua denominação foi introduzida por Amador (1975), e corresponde aos depósitos

característicos de um sistema fluvial meandrante arenoso, que representa a fase de comaltação

da bacia, e que depositou sobre os depósitos lamosos e arenosos da Formação Resende e sobre

o embasameno cristalino da soleira de Resende, caracterizada por arenitos e pelitos com cerca de

20 m de espessura Ramos (2003).

13

Fig

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7: M

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2003)

14

IV – Leques Aluviais

Este capítulo foi baseado no estudo de obra Blair & McPherson (2009), onde foi feita uma

síntese da literatura sobre leques aluviais e um quadro sobre os processos, forma e evolução dos

leques juntamente com contribuições pontuais feitas apartir do trabalho de Assine (2008).

IV.1 Introdução

O termo leque aluvial (aluvial fan) tem sido usado para designar sistemas aluviais em que

o padrão dos canais é mais distributário que tributário (Miall, 1990 apud Assine 2008). Estes são

depósitos sedimentares agradacionais de forma geral, como um segmento em forma de cone

irradiando para baixo a partir de um ponto em que um canal emerge de uma área montanhosa,

bem representado pela figura 8. (Drew 1873, Touro 1977 apud Blair e McPherson 2009)

Os depósitos de leques aluviais são tipicamente de granulação grossa e mal selecionado

devido a curta distância da área fonte, movimentos de massa instigados por inundações

episódicas e perda rápida da capacidade de fluxo em zona de piedmont.

Figura 8: Leque Aluvial na Península do Kenai no Alasca

15

IV.2 Características gerais

Geometria

De forma geral, os leques se apresentam como um segmento em forma de cone irradiando

para baixo a partir de um ponto mais alto. A figura 9 mostra que em planta é visto de forma

semicircular sem constrição lateral. Através de seu perfil longitudinal, podemos observar uma

geometria plano-convexa, e pelo perfil transversal, uma forma semicircular de concavidade para

baixo.

Constituintes morfológicos

Os elementos chave em um leque aluvial são o canal alimentador, ápice, canal de incisão,

ponto de interseção, lobo deposicional ativo e superfícies abandonadas. Estes estão

representados pela figura 10.

Figura 9: Perfis topográficos em leques aluviais. Assine (2008)

16

IV.3 Condições para o desenvolvimento de um Leque Aluvial

Três condições são necessárias para o desenvolvimento ideal de um leque aluvial, estas

são as seguintes: (a) uma configuração topográfica elevada com drenos de captação para uma

bacia, (b) produção de sedimentos na área fonte para a construção do leque e (c) um mecanismo

de disparo tais como enxurradas ou terremotos, para incitar a transferência dos sedimentos para o

corpo do leque.

IV.4 Processos atuantes nos Leques Aluviais

A medida que os leques aluviais são depositados, sua compreensão requer um

conhecimento dos processos de transporte para dentro deste depósito, estes podem ser

chamados de dois tipos, primários e secundários. Os processos primários são aqueles que

transportam os sedimentos da área fonte para dentro do depósito que incluem, queda de rochas

(rockfalls), escorregamento de rocha (rockslide), avalanche de rocha (rock avalanches), fluxo de

terra (earth flow), deslizamento coluvial (colluvial slips), fluxo de detritos (debris flow), inundação

Figura 10: Modelo esquemático de leque aluvial ideal. Modificado de Blair e McPherson (2009)

17

de canais (Channel flood), fluxo gravitacional de sedimentos não coesivos (Noncohesive

Sediment-Gravity Flows) e inundações torrenciais (sheetfloods) e podem ser divididos pelo seu

material e o mecanismo de transporte em processos gravitacionais de encostas rochosas

fragmentadas, (rock-gravity processes from beddrock slope failures), processos gravitacionais em

encostas coluvionares desagregadas (sediment-gravity processes from colluvial slope failures) e

processos de fluxo gravitacional em encostas coluvionares desagregadas (fluid-gravity processes

from colluvial slope failures). Diferentemente dos processos primários, os processos secundários

são aqueles que modificam os sedimentos previamente depositados sobre o leque, estes são,

retrabalhamento superficial pela água, erosão eólica, bioturbação, neotectônica, intemperismo e

desenvolvimento de solo.

IV.4.1 Processos primários

IV.4.1.1 Processos gravitacionais de encostas rochosas fragmentadas

Há quarto tipos de processos instigados pela gravidade sobre o embasamento, área de

drenagem ou até mesmo sobre o leque, estes são:

Queda de rocha, escorregamento de rocha e avalanche de rocha - Estes são

processos que derivam da redução progressiva da força de fricção e de cisalhamento

interno da rocha exposta devido ao fraturamento e intemperismo, a inclinação da encosta

ou a movimentação a partir de terremotos. Ao contrário de outros processos primários,

estes não dependem da água para a sua movimentação, os clastos geralmente são

angulares devido à sua liberação de fraturas ou planos de foliações. Queda de rocha, o

mais simples dos processos é iniciado pela fragmentação da rocha nas encostas, sendo

transportadas por rolamento ou saltação sob a força da gravidade. Escorregamento de

rocha, são diferenciados pelo mecanismo de transporte deslizante em oposição ao

rolamento e saltação, estes geralmente estão localizados na base da encosta ou como

mega clasto do leque. Avalanche de rocha, este processo é devido ao desprendimento de

uma grande massa rochosa com queda rápida e catastrófica acompanhada de

desintegração e pulverização capaz de produzir brechas. Diferente do rolamento ou

deslizamento, o movimento é caracterizado por um fluxo granular seco, esse fluxo é

gerado quando a rocha se desintegra durante a fase de queda ou durante o impacto com o

pé da montanha.

Fluxo de terra - São o movimento descendente de uma volume de massa parcialmente

fluida. Estes são gerados especialmente onde a rocha de granulação fina contem argilo-

18

minerais expansíveis e sensíveis à água. Fluxos de terra geralmente ocorrem em

temporadas chuvosas, depois de um período seco.

IV.4.1.2 Processos gravitacionais em encostas coluvionares desagregadas

Processos atuantes sobre a camada coluvionar dos leques constituem-se em,

deslizamento coluvionar, fluxo de detritos e fluxos não coesivos.

Deslizamento coluvial - Este processo consiste em massas intactas ou parcialmente

desagregadas que se movem lenta ou rapidamente sobre um horizonte. O desprendimento

dessa massa pode se desenvolver em uma zona de fraqueza dentro do colúvio, mas

comumente acontece no contado do colúvio e a rocha subjacente, onde se infiltra água. A

presença de argila no colúvio promove o deslocamento redução da permeabilidade e

proporcionando um incremento da fase de fluido intersticial. O processo também pode ser

desencadeado em um estado seco ou não saturado como resposta a terremotos.

Fluxo de detritos - É o processo gravitacional sobre o sedimento mais importante no que

diz respeito ao volume de material depositado nos leques aluvias, Tal fluxo se constitui em

uma mistura de sedimentos que vão de argila a cascalho, juntamente com água e ar que

se movem através de um talude em estado viscoso sob a força da gravidade. Fluxo de

detritos são instigados por uma notável adição de água na área de captação. Taludes que

promovem o fluxo de detritos tem inclinação entre 27-56°, declives maiores que 56° são

íngremes demais para manter um manto coluvionar e declives menores que 27° não são

propensos ao fracasso. Um evento de fluxo de detritos pode ser causado por um único

pulso, mas comumente é causado por diversos picos episódicos de escorregamento.

Fluxo gravitacional de sedimentos não coesivos (NCSGF) - Este movimento de massa

acontece quando uma descarga de água catastrófica na área de captação entra em

contato com areias e cascalhos contendo pouca lama, esse material está solto pois a lama

é o principal agente de fornecimento de força coesiva do colúvio. NCSGF são similares

aos fluxos de detritos em muitos aspectos, mas o baixo teor de lama impede as forças

coesivas, gerando depósitos clasto suportados

IV.4.1.3 Processos de fluxo gravitacional em encostas coluvionares desagregadas

Fluxos gravitacionais são fluxos liquefeitos caracterizados por falta de resistência ao

cisalhamento e pela manutenção dos sedimentos e da água em fases distintas durante o

transporte. A concentração de sedimentos em fluidos de gravidade são normalmentede menores

19

que 20% em volume, mas podem alcançar até 47% em casos de fluidos hiperconcentrados.

Esses são divididos em dois:

Inundação de canais incisos - Constitui em uma contínua transferência de uma enchente

do canal alimentador através do leque, isto se houver paredes no canal inciso impedindo a

expansão da inundação, escavando o fundo do canal e aumentando a competência do

fluxo. Depósitos de inundações de canais incisos são portanto caracterizados por

sedimentos grosseiros, derivados da captação ou erosão das paredes ou chão do canal.

Inundações torrenciais - São eventos catastróficos de curta duração de água não

confinada, estes são instigados por chuvas torrenciais ou a partir de liberação repentina de

água retida em alguma represa natural.

IV.4.2 Processos secundários

Retrabalhamento superficial pela água - Este processo é o mais comum dos processos

secundários e são responsáveis pela produção de sulcos, ravinas e voçorocas

Retrabalhamento pelo vento - Os sedimentos mais finos como argila, silte e areias finas

são susceptíveis ao transporte eólico. Já os sedimentos mais grossos, são esculpidos por

abrasão a partir de areias carregadas pelo vento. Ao contrário dos outros processos

secundários, a ação eólica pode transportar sedimentos para dentro do leque, tanto de

ambientes de dentro da bacia, como ambientes de fora da bacia.

Bioturbação - Plantas e animais podem estar presentes nos leques aluviais, como as

raízes das plantas podem se aprofundar por metros dentro dos sedimentos, junta,ente com

a locomoção de incetos escavadores, estes podem alterar a estratificação primária dos

depósitos.

Neotectônica - A neotectônica é um processo comum em leques que são desenvolvidos

em zonas tectonicamente ativas. As falhas geradas podem movimentar os sedimentos os

leques, tanto verticalmente como horizontalmente. Movimentos com componentes

transcorrente podem causar inclinação ou dobras dos depósitos de leque aluvial, Ou

deslocamento do leque da sua área de captação por um processo chamado beheading.

Vale ressaltar que todos esses processos são influenciados por alguns fatores como,

litologia do embasamento, ambientes vizinhos, clima e o tectonismo.

20

IV.5 Área do Leque aluvial X Área da Bacia

Estudos vem tentando estabelecer uma relação matemática para a relação da área do

leque com sua área de captação, entretanto, o elevado número de variáveis dificulta uma relação

exata. O que podemos associar intuitivamente é uma relação direta como tamanho do leque com

o tamanho da sua área de captação.

IV.6 Classificação de Leques

Com base nos processos primários dominantes e textura dos sedimentos, treze

tipos de leques foram identificados e podem ser dividido em três classes (BR), (CC) e (NC)

Leque alluvial tipo BR BR-1: Leques dominados por quedas de rocha BR-2: Leques dominados por escorregamento de rochas BR-3: Leques dominados por avalanches de rocha BR-4: Leques dominados por fluxo de terra Leque alluvial tipo CC CC-1: Leques dominados por debris-flow lev´ees CC-2: Leques proximais dominados por debris-flow lev´ees

e distais por lobos CC-3: Leques dominados por clast-rich debris-flow lobes CC-4: Leques dominados por clast-poor debris-flow lobes CC-5: Leques dominados por escorregamento de coluvio

Leque alluvial tipo NC NC-1: Leques dominados por sandy clast-poor sheetflood deposits NC-2: Leques dominados por sand-poor but clast-poor sheetflood deposits NC-3: Leques dominados por gravel-poor but sandy sheetflood deposits NC-4 Fluxo gravitacional de sedimentos não coesivos

21

V – Análises e resultados.

Com os trabalhos de campo desenvolvidos nos depósitos do sopé do maciço alcalino de

Itatiaia, especificamente em dois cortes subverticais como mostra a figura 3, foram identificadas

dez litofácies distintas, sendo seis rudíticas (Ca, Cmc, Cgh, Ch, Cmm e Bgh), três areníticas( Am,

Ah e ALm) e uma lamítica (L). Estas foram descritas de acordo com a metodologia mencionada, e

resumidas abaixo na tabela 1

V.1 Tabela de litofácies

Os códigos aqui utilizados foram os mesmos adotados por Ramos (2003).

Tabela 1: Tabela mostrando código, diagnose, descrição e interpretação de cada litofácies

identificada nos perfis P1, P2, P3 e P4

CÓDIGO DIAGNOSE DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO

Cmc

Conglomerado fino a grosso,

sustentados pelos clastos, maciço

Coloração acinzentada, seixos

subarredondados, com matriz conglomerática

fina

Fluxo de detritos não coesos em regime de fluxo

superior

Ch

Conglomerado fino, sustentado pela matriz, com

estratificação horizontal

Coloração acinzentada, com seixos

subarredondados a subangulosos, com

matriz arenosa e linhas erosivas

Migração de barras de cascalho através

de correntes em fluxo trativo

Ca

Conglomerado fino, sustentado pela matriz, com

estratificação cruzada acanalada

de baixo ângulo

Coloração acinzentada, com seixos

subarredondados a subangulosos , com

matriz arenosa

Migração de barras de cascalho através

de correntes em fluxo trativo em

ambiente acanalado

Cgh

Conglomerado fino a médio,

sustentado pelos clastos, com

estratificação horizontal e

granodecrescência ascendente

Coloração acinzentada, com seixos

arredondados a subarredondados, com

matriz arenosa

Fluxo trativo com desaceleração

22

Cmm

Conglomerado fino a grosso,

sustentados pela matriz, maciço

Coloração acinzentada, seixos

subarredondados, com matriz conglomerática

fina

Fluxo de detritos

Bgh

Brecha fina a média, sustentado pelos clastos, com

estratificação horizontal e

granodecrescência ascendente

Coloração acinzentada, seixos angulosos, com matriz conglomerática

fina

Fluxo trativo com desaceleração

Am Arenito médio a grosso, maciço

Coloração cinza clara, grãos subangulosos a

angulosos, mal selecionado

Fluxo gravitacional

Ah Arenito fino, com

estratificação horizontal

Coloração cinza clara, grãos subarredondados

a subangulosos

Deposição de lençóis de areia

durante enxurradas (regime de fluxo

superior)

Alm Arenito lamoso

coloração cinza esbranquiçado, com

pouco seixos, mal selecionado

Fluxo gravitacional coeso

L Siltito arenoso,

laminar

Coloração preta e vestígio de matéria

orgânica

Decantação de carga suspensa em

corpo d’água efêmero

V.2 Descrição dos afloramentos

A seguir será apresentada a descrição dos afloramentos com o apoio dos painéis e perfis

produzidos.

Afloramento “L1” – Este afloramento representado pela figura 11, tem aproximadamente

seis metros de altura por dez metros de largura, apresenta direção SSW / NNE com camadas

levemente basculhadas para NNE. As camadas tem variações de centimétricas a métricas com

geometria lenticular a lenticular estendida. Sobre este afloramento foi produzido um painel, PA-1,

como mostra a figura 12, e dois perfis, P1 e P2. De modo a captar todas as camadas observadas.

23

Fig

ura

11:

Aflora

mento

.

L1.

24

Fig

ura

12:

Pain

el arq

uitetu

ral P

A-1

25

No perfil “P-1” demostrado pela figura 13, associam-se as fácies, Am, Cmc, Ch, Ca, Bgh e Cmm.

Figura 13: Perfil estratigráfico de litofácies P-1.

Figura 13: Perfil estratigráfico de litofácies P1

26

Na base do perfil P-1, encontramos a litofácies Am (Figura 14), que constitui uma camada

de 25 cm. de arenito maciço muito grosso com os grãos do arcabouço subangulosos a angulosos

de composição lítica. Sua cor é cinza clara e apresenta contato superior erosivo com a litofácies

Cmc (Figura 15). No mesmo perfil, encontramos esta litofácies no topo com 50 cm. de espessura,

esta se diferencia da cama da base do perfil por apresentar uma cor amarronzada, que

provavelmente é resultado de efeitos pedológicos locais.(Figura 16)

Figura 14: Litofácies Am, arenito maciço.

27

Figura 15: Contato erosivo no topo da camada de arenito maciço.

Figura 16: Litofácies Am, arenito maciço de cor amarronzada.

28

A litofácies Cmc (figura 17), caracteriza-se como uma camada de 80 cm. de conglomerado

maciço, clasto suportado com arcabouço médio tamanho calhau grosso contendo seixos

subarredondados apresentando muitas vezes esfoliação esferoidal (figura 18), sua composição é

predominantemente lítica de rochas alcalinas( sienitos, fonolitos e traquitos) oriundos do maciço

alcalino de Itatiaia. Sua matriz é composta por conglomerado fino com seixos subarredondados a

subangulosos. Sua cor é predominantemente cinza clara e seu contato basal contem geralmente

caráter erosivo. (figura 15)

Figura 17: Litofácie Cmc, Conglomerado clastosuportado, maciço.

29

Sobrepondo a camada Cmc, observamos a litofácies Ch (figura 19A) que é caracterizada

por um conglomerado fino com arcabouço tamanho seixo fino, subarredondados a subangulosos

de composição lítica e matriz composta de areia média. Esta apresenta estratificação horizontal e

linhas erosivas que variam de 1.5cm a 3cm de seixos médios (figura 19B). Possui contato erosivo

na base quando está sobreposta a litofácies Ca. Observamos esta mesma litofácies entre as

camadas Ca e Bgh, vale resaltar que esta apresenta arcabouço tamanho seixo médio, não

contém linhas erosivas e tem contato erosivo tanto na base, quanto no topo.

Figura 18: Seixo de rocha alcalina com esfoliação esferoidal.

30

Entre as litofácies Ch, observamos a litofácies Ca (figura 19), esta é caracterizada por um

conglomerado fino com arcabouço médio tamnho seixo fino, subarredondados a subangulosos de

composição lítica e matriz composta de areia média. Esta apresenta estratificação cruzada

acanalada de baixo ângulo e contato erosivo no topo.

Figura 19: A) Litofácies Ch, conglomerado com estratificação horizontal. B) Linhas erosivas

tamanho seixo médio.

A

A

B

31

A litofácies Bgh (figura 21), é representada por três ciclos de brechas clasto suportadas,

seixos subangulosos a angulosos de composição lítica e matriz de areia fina, apresenta

granodecrescência ascendente migrando de seixo grosso para seixo fino. Também é possível

observar estratificação horizontal e contato erosivo tanto na base quanto no topo.

Figura 20: Litofácies Ca, Conglomerado com estratificação cruzada.

32

Por fim, a litofácies Cmm (figura 22) que é composta por um conglomerado maciço, matriz

suportado com arcabouço tamanho calhau grosso. Este muito se assemelha com a litofácies Cmc

com exceção do excesso de matriz e dos tamanhos médios dos clastos.

Figura 21: Litofácies Bgh, brecha com estratificação horizontal e gradação.

Figura 22: Litofácie Cmm, conglomerado maciço matriz suportado.

33

O perfil P-2, como mostra a figura 23, apresenta as litofácies, Cmc, L, Ah, Bgh, Cmm e Ch.

Os primeiros 50cm é representado pela litofácies Cmc, descrita acima. Sendo esta, continuação

lateral da camada como mostra a figura 12.

Figura 23: Perfil estratigráfico de litofácies P-2.

34

Acima desta camada podemos observar uma camada de geometria lenticular marcante, de

composição silto arenosa com vestígios de matéria orgânica carbonizada (cor preta) e estrutura

laminar (figura 24).

Sobre esta camada silto arenosa, podemos observar uma Litofácies denominada Ah, esta

se apresenta como um arenito fino de matriz siltosa e cor cinza clara. Apresenta estratificação

horizontal e contato erosivo na base e no topo (figura 24).

Figura 24: Litofácies L, siltito arenoso e litofácies Ah, arenito com estratificação cruzada.

Logo acima observamos dois pulsos da litofácies Bgh (figura 21), descrita acima,

mostrando também uma continuidade lateral. O terceiro pulso foi erodido devido à capacidade

erosiva da camada superior caracterizada pela litofácies Cmm.

Acima da camada Cmm, constatamos a litofácies Cgh (figura 25), que é representada por

um conglomerado matriz suportado, seixos subarredondados a arredondados de composição lítica

e matriz areia média. Apresenta granodecrescência ascendente migrando de seixo grosso para

seixo fino. Esta apresenta também estratificação horizontal.

Ah

h

L

35

Sobre a camada deste conglomerado gradado, constatamos uma litofácies Ch, com

características idênticas da litofácies Ch descrita no perfil P-1, entretanto, está não representa

continuidade lateral da camada, estando em posição estratigráfica superior.

Por fim, no topo do perfil, apresenta-se a litofácies Cmm (figura 22), que caracteriza-se

como uma camada de conglomerado maciço, matriz suportado com arcabouço médio tamanho

matacão médio contendo seixos subarredondados, sua composição é predominantemente Lítica.

Sua matriz é composta por conglomerado fino com seixos subarredondados a subangulosos. Sua

cor é predominantemente marrom avermelhada e seu contato basal contem caráter erosivo.

Afloramento “L2” – Este afloramento representado pela figura 26 tem aproximadamente

25 metros de largura por 2,5 metros de altura. Apresenta direção NW/SE, com as camadas

variando de centimétricas à métricas com geometria lenticular a lenticular estendida. Sobre este

afloramento foi produzido um painel, PA-2 como mostra a figura 27, e dois perfis, P-3 e P-4, afim

de entender a disposição das camadas de acordo com suas características.

Figura 25: Litofácies Cgh, conglomerado gradado com estratificação horizontal.

36

Fig

ura

26:

Aflora

mento

L2

.

37

Fig

ura

27:

Pain

el arq

uitetu

ral do a

flora

mento

L2.

38

O perfil P-3, representado pela figura 28, Apresenta as litofácies, ALm, Cmm e Am.

Encontramos na base do perfil a litofácies ALm que é representada por um arenito lamoso

seixoso “Vaque”(figura 29), maciço. Os seixos são subarredondados a subangulosos com

tamanho médio seixo fino e composição lítica. Sua matriz apresenta caráter lamoso com possível

alteração, caulinização, e cor cinza esbranquiçada.

Como segunda camada constatamos a litofácies Ch (figura 29) esta se diferencia da

litofacies Ch descrita no primeiro afloramento por apresentar geometria lenticular bem marcante.

E por fim, no topo do perfil, encontramos a litofácies Am, (Figura 29) que caracteriza um

arenito maciço que se diferencia da descrita anteriormente por apresentar arcabouço tamanho

areia fina.

Figura 28: Perfil estratigráfico de litofácies P-3

39

Am

Ch

ALm

Figura 29: Litofácies ALm, Arenito lamoso maciço, Ch, conglomerado com estratificação horizontal e Am,

Arenito maciço.

40

Mais para o centro do afloramento L2, foi confeccionado o perfil P-4, como mostra a figura 30.

Figura 30: Perfil estratigráfico de litofácies P-4.

41

Na base deste, encontramos um matacão de sienito com aproximadamente 1,5 m de

diâmetro, subarredondado (Figura 31).

Acima deste matacão podemos observar a litofácies Ch descrita acima, representando sua

continuidade lateral. Podemos observar nitidamente o espessamento da camada com forme vai se

aproximando do centro do afloramento, vale ressaltar que os seixos aqui encontrados,

apresentam imbricação marcante como mostra a figura 32A,B, possibilitando a medição de

paleocorrentes (175º, 185º, 162º, 180º, 202º). Nesta camada, observamos também,

especificamente sobre o matacão da camada inferior, um comportamento de desorganização dos

clastos,(figura 33), com diminuição da matriz, e a sua direita, não captado pelo perfil P-4, um

corpo arenoso de arenito maciço (figura 34) típico da litofácies Am. que também aparece de forma

lenticular dentro do conglomerado.

Figura 31: Bloco de sienito.

1 m

42

A

B

Figura 32: A) Litofácies Ch, conglomerado com estratificação horizontal. B) Detalhe dos seixos embricados.

A

Figura 33: Comportamento de desorganização da litofácies Ch.

B

43

Figura 34: Arenito maciço englobado pela litofácies Ch

44

V.3 Interpretação paleodeposicional

A associação de fácies apresentadas pelos painéis e perfis produzidos, apresentam

características marcantes e sugere evidências quanto aos processos atuantes para a formação

deste depósito. Os perfis P1 (figura 13) e P2 (figura 23), apresentam na base e no topo, fluxos

gravitacionais (Am, Cmc e Cmm) e no meio fluxos trativos (Ch, Ca, Bgh, Cgh) sugerindo uma

alternância quanto aos processos dominantes. Tal alternância ajuda a entender as contradições

encontradas quanto ao clima atuante sobre este depósito, pois Melo 97, através de análises

sedimentológicas dos minerais pesados e argilominerais, constataram a presença de altas

porcentagens de argilominerais do grupo das esmectitas, esta características tem sido

interpretada como evidência de climas secos durante a sedimentação (Brandt Neto et al. 1991,

Ricoomini et al.1996), por outro lado Lima e Melo (1994) estudando o conteúdo palinológico,

apontaram vigência de clima tropical a subtropical úmido, sendo assim, esta alternância indicam

variações de climas mais úmidos e mais secos ao longo dos anos em que foram depositados os

leques aluviais do sopé do maciço alcalino do Itatiaia.

O Fluxo gravitacional representado pela litofácies Am, foi interpretada por Rust & Jones

(1987) como depósitos de fluxos de detritos arenosos subaquosos, causados pelo colapso de

barras arenosas ao longo de canais recém-formados ou do solapamento das margens elevadas

dos canais. Essa litofácies, muitas vezes, pode constituir arenitos cujas estruturas sedimentares

planares e lineares foram obliteradas devido à liquefação do sedimento ainda úmido durante os

processos secundários descritos no capítulo IV.

As litofácies Cmc e Cmm são característica de fluxos de detritos não coesos de alta

competência. O grau de arredondamento dos clastos juntamente com a esfoliação esferoidal

apresentada por alguns deles, sugere intemperismo na área fonte, pois a proximidade do maciço

alcalino de Itatiaia não permitiria tal maturação textural durante o transporte. Assine (2008)

interpretou conglomerados clasto-sustentados maciços ou estratificados, em ambiente de leque

aluvial, como característicos de canais alimentadores e distributários.

O ultimo fluxo gravitacional observado neste afloramento foi a litofácies Cmm, Na vasta

bibliografia existente sobre este tipo de depósito, os autores concordam ao expressar que esta

litofácie esta relacionada a processos gravitacionais de sedimentação, particularmente vinculados

a fluxos de detritos, (Ramos 2003). Este fluxo de detritos foi causado por um pico episódico de

escorregamento, podendo ser causado por chuvas torrenciais ou por terremotos oriundos da

borda ativa da bacia.

Compondo a sequência de fluxos trativos, temos litofácies Ch que foi interpretada como

Migração de barras de cascalho através de correntes em fluxo trativo, segundo Hein & Walker

(1977) e Rust (1978) in Ramos 2003, esta litofácies pode ser explicada pela superposição de

lençóis de cascalho, gerando formas lobadas que se movimentam durante o pico do fluxo

hidrodinâmico. Este conglomerado com estratificação horizontal em conjunto com a litofácies Ca,

45

constituem um sistema de movimentação lateral dessas barras de cascalho, hora em ambiente

acanalado, hora em ambiente não acanalado.

A litofácies que apresentam gradação normal, Bgh e Cgh, foram interpretadas como fluxo

trativos com desaceleração. Assine 2008 considera este depósito como fluxo fludificado, pois

apresentam comportamento de fluido viscoso, com movimentos internos laminares e turbulentos,

estes produzem conglomedados clasto-sustentados cujo o topo pode apresentar arenitos

estratificados.

Como destaque, observamos duas camadas de granulação fina, L e Ah, a litofácies L, foi

interpretada como decantação de carga suspensa em corpo d’água efêmero, sua estratificação

laminar intercalada de silte e areia muito fina, sugere o deslocamento lateral do canal alimentador

ou distributário, pois Assine 2008, descreve estes depósitos como oriundos do transbordamento

do canal, dando origem a Inundações torrenciais (shetflow).

O afloramento L2, apresenta características distintas do afloramento L1 quanto sua

geometria e sua posição.

Na base do afloramento encontramos a Litofácie ALm, Esta foi interpretada como fluxo

gravitacional coeso, Assine 2008, descreve este tipo de depósito Formam conglomerados matriz-

sustentados com seleção pobre e matriz lamosa (paraconglomerados). Clastos maiores de

dimensões anômalas podem ocorrer “flutuando” no interior do depósito ou projetar-se acima do

seu topo.

A litofácies Ch aqui apresentada se diferencia da citada anteriormente por apresentar

geometria de canal bem marcante, vale ressaltar que suas medidas de paleocorrentes, indicaram

fluxo de direção sul, diferenciando-se do trend normal da bacia que vai para leste.

46

VI- Conclusões

Com base nos dados obtidos em campo e comparação com os compilados na bibliografia,

alguma considerações podem ser realçadas quanto os processos paleodeposicionais do Leque de

Itatiaia.

O mapeamento de litofácies conglomeráticas com clastos subarredondados e esfoliação

esferoidal nos indica que o intemperismo ocorreu na área fonte, pois a distância da falha principal

WSW-ENE que é o limitante norte da área basinal não seria o suficiente para tal maturação

textural promovida pelo transporte. Este fato nos indica um clima mais úmido, por outro lado, a

presença da litofácie Bgh, nos remete a contradições quanto aos processo intempéricos na área

fonte, nos indicando variações sazonais durante a deposição dos sedimentos.

As litofácies encontradas nos remete as partes proximais e médias de leques, segundo

Reineck & Singh (1980), onde ocorrem, geralmente, canais fluviais escavados na superfície dos

depósitos de fluxos de detritos, produzindo depósitos lenticulares contendo conglomerados na

base, e arenitos e conglomerados mal selecionados, podendo mostrar estratificação cruzada.

As condições intempéricas regionais, não nos permite classificações detalhadas quanto

sua composição geométrica e morfológica, entretanto a presença abundante de litofácies grossas

e arenosas e a sua caracterização de sua área de ocorrência em relação a borda ativa da bacia,

sugere que este leque não apresentava área muito grande, com diâmetro em torno de 2-3 km,

outra contribuição para o entendimento morfológico, foi a caracterização da litofácie Ch com

seixos imbricados, a direção das paleocorrentes medidas em com direção sul, juntamente com

sua geometria em forma de canal, nos remete a um canal distributários, oriundo das variações

laterais dos fluxos dentro do corpo do leque.

Tais características das litofácies observadas, nos permite classificar o leque de Itatiaia,

pela classificação proposta por (Blair e McPherson 2009), como leque tipo CC, que é

caracterizado como leque dominado por processos gravitacionais sobre o manto coluvionar.

47

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Bibliografia digital

http://epod.usra.edu/blog/2012/09/alluvial-fan-kenai-peninsula-alaska.html dia 28/1 às 15:58

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