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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento Deyse Laura Alves Prato EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL E DE ESTIMULAÇÃO DE HABILIDADES ATENCIONAIS SOBRE O DESEMPENHO ACADÊMICO E FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO DE ESCOLARES SÃO PAULO 2016

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento

Deyse Laura Alves Prato

EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL E DE ESTIMULAÇÃO DE

HABILIDADES ATENCIONAIS SOBRE O DESEMPENHO ACADÊMICO E

FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO DE ESCOLARES

SÃO PAULO

2016

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DEYSE LAURA ALVES PRATO

EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL E DE ESTIMULAÇÃO DE

HABILIDADES ATENCIONAIS SOBRE O DESEMPENHO ACADÊMICO E

FUNCIONAMENTO ADAPTATIVO DE ESCOLARES

Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie para obtenção do título de Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Cristina Trigueiro Veloz Teixeira

SÃO PAULO

2016

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P912e Prato, Deyse Laura Alves

Efeitos de uma intervenção comportamental e de estimulação de

habilidades atencionais sobre o desempenho acadêmico e funcionamento

adaptativo de escolares. / Deyse Laura Alves Prato. – 2016.

96 f. : il. ; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Distúrbio do Desenvolvimento) – Universidade

Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2016.

Orientadora: Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira

Bibliografia: f. 75-82

1. Manejo comportamental. 2. Sala de aula. 3. Desempenho acadêmico. 4.

Funcionamento adaptativo. I. Título

CDD 371.3

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à Deus, pois foi por intermédio dEle que este sonho se

tornou possível. A Ele seja toda honra, toda glória e todo o meu louvor, pois até aqui

nos ajudou o Senhor.

A meus pais Adail e Eliane que são grandes referências em minha jornada, pelo

exemplo de força de vontade, de luta, de um caráter intrépido que sempre superou os

desafios da vida com honradez e dignidade e que sempre nos motivou a seguir a

diante. Agradeço pelo apoio, incentivo e por acreditarem que esse sonho poderia se

tornar realidade. A minha mãe que de forma especial me incentivou a cada ligação

com palavras de ânimo e fée que mesmo à distância sempre esteve tão presente

nessa jornada. A minha irmã Daiane pelos momentos de alegria, de sonhos, de

desabafo, de discussão e reflexão sobre os desafios vivenciados em nossos cursos

de mestrado.

A meu esposo pelo amor, carinho, afeto, compreensão e por sempre pacientemente

compreender minhas ausências, minhas angústias e por ser um ombro amigo em

quem posso contar com a ajuda e colaboração.

A minha professora e orientadora Maria Cristina, agradeço por tantos ensinamentos,

pela disposição em ajudar, pelas horas de dedicação, pelo exemplo de profissional,

pelo comprometimento com tudo que faz, pela competência, pelas palavras sempre

amáveis e incentivadoras, pelo acolhimento nas orientações, e por sacrificar muitas

vezes o convívio com a família e momento de lazer para honrar com seus

compromissos e ajudar os outros.

Ao caro colega Alisson Siqueira precursor desse estudo que permitiu-me dar

continuidade a sua pesquisa de mestrado e com isso colaborar com a ampliação do

conhecimento adquirido.

Aos professores componentes da banca Cláudia Lemos Vóvio e Luiz Renato Carreiro

pelas considerações tão importantes para prosseguimento da pesquisa.

As amigas Maria Fernanda, Leilany, Ana, Camila, Nádia, Regina e Priscila que

compartilharam comigo vários momentos nessa jornada.

Aos participantes desta pesquisa, sem os quais este estudo não ocorreria.

A todos, meus sinceros agradecimentos.

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Obrigada!

"Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais

penetrou em coração humano o que Deus tem

preparado para aqueles que o amam."

1 Coríntios 2:9

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RESUMO

A escola é um espaço destinado para a o desenvolvimento de habilidades de

aprendizagem e repertórios de socialização de crianças e adolescentes de forma que

eles desenvolvam competências necessárias para lidar com experiências futuras. No

Brasil os documentos que parametrizam a educação deixam implícito como essas

habilidades devem ser desenvolvidas em conjunto com os conteúdos currículares. Um

dos desafios do professor em sala de aula é o desenvolvimento de estratégias

adequadas de estimulação de habilidades cognitivas e comportamentais em seu

alunado. Estudos tem mostrado que intervenções aplicadas ao contexto de sala de

aula podem estimular habilidades cognitivas e repertórios comportamentais

adequados para a aprendizagem. O objetivo do estudo foi verificar efeitos de uma

intervenção comportamental e de estimulação de habilidades atencionais sobre o

desempenho acadêmico, competências sociais e funcionamento adaptativo de

escolares. A amostra foi composta por 64 crianças de 6 a 12 anos de idade, cursando

o 2º e o 4º ano do Ensino Fundamental I de um Centro de Educação Integral (CEI) da

Prefeitura de Curitiba/PR e os respectivos professores das salas. As turmas foram

divididas por meio de sorteio em grupos experimental (GE) e grupos controle (GC).

Os instrumentos de coleta de dados foram o Inventário dos comportamentos de

crianças e adolescentes de 06 a 18 anos (CBCL/ 6-18), e o Inventário de

comportamentos para crianças e adolescentes entre 06 a 18 anos, formulário para

professores (TRF/6-18), Guia de orientação para manejo comportamental de crianças

e adolescentes com sinais de desatenção e hiperatividade, checklist para controle de

aplicação do guia e registro de desempenho acadêmico dos alunos mediante nota em

provas trimestrais (boletim). Os resultados apontaram que a intervenção para manejo

do comportamento no contexto de sala de aula trouxe benefícios para ambos grupos

experimentais, o grupo do 2º ano com melhores resultados que o grupo do 4º ano,

verificados a partir da melhora apresentada nas escalas do TRF de Desempenho

Acadêmico, Capacidade de Trabalho, Comportamento, Aprendizagem e Felicidade, e

do aumento nos percentuais de nota “A” e redução nos percentuais de notas B e C

nas disciplinas avaliadas. No ambiente familiar o relato dos pais não confirmou o

mesmo nível de melhora nos indicadores de funcionamento adaptativo. Conclui-se

que a intervenção foi eficaz para o aumento de comportamentos adaptativos e

desempenho acadêmico dos escolares, principalmente de acordo com relato de

professores.

Palavras chave: manejo comportamental; sala de aula; desempenho acadêmico;

funcionamento adaptativo.

PREPARAR OS EDUCANDOS PARA LIDAR COM

EXPERIÊNCIAS FUTURAS

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ABSTRACT

The school is a space dedicated to the development of learning skills and socialization repertoires of children and adolescents in order to support them in the development of skills to deal with future experiences. In Brazil, the documents that parameterize education leave implicit how these skills should be developed together with curricular contents. One of teacher's challenges in the classroom is the development of appropriate strategies for stimulating cognitive and behavioral skills in the students. Studies have shown that interventions applied in the classroom context can stimulate cognitive and behavioral repertoire suitable for learning. The aim of the study was to investigate the effects of the behavioral stimulation and attentional skills intervention, as well social skills and adaptive functioning in the academic performance. The sample consisted of 64 children aged 6 to 12 years old, attending the 2nd and 4th year of elementary school of Integral Education Center (CIS) in Curitiba/PR and the respective professors. The classes were divided by drawing in experimental groups (GE) and control group (CG). The data collection instruments were Child Behavior Checklist for ages 6-18 (CBCL / 6-18), Teacher's Report Form for ages 06 - 18 (FRR / 6-18), Guidance Behavioral Management for Children and Adolescents with signs of inattention and hyperactivity, a checklist to control the application of the student’s guide and academic performance registration on quarterly tests (bulletin). The results pointed out that the intervention for behavior management in the context of the classroom brought benefits to both experimental groups, given that the 2nd year group had better results than the group of 4th year, considering the improvement shown on the scales of the TRF Academic Performance, Working capacity, Behavior, Learning and Happiness, and the increase in the percentage of note "A" and reduction in the percentage of notes B and C in the subjects evaluated. In the home environment the parents report not confirmed the same level of improvement in adaptive functioning indicators. It is concluded that the intervention was effective in the increase of adaptive behavior and academic performance of students, especially according with teacher reports. Keywords: behavioral management; classroom; academic performance; adaptive operation.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição da amostra............................................................................. 35 Tabela 2: Resultados do teste paramétrico de igualdade de duas proporções ANOVA para comparação dos grupos em função da idade................................................... 41 Tabela 3: Resultados do teste paramétrico de igualdade de duas proporções ANOVA para comparação dos grupos em função de sexo........................................................ 41 Tabela 4: Resultados do teste ANOVA para desempenho escolar entre os grupos de acordo com relato do professor....................................................................................... 42 Tabela 5: Resultados do teste ANOVA para capacidade de trabalho entre os grupos de acordo com relato do professor.................................................................................. 43 Tabela 6: Resultados do teste ANOVA para indicadores de comportamento entre os grupos de acordo com relato do professor..................................................................... 44 Tabela 7: Resultados do teste ANOVA para indicadores de aprendizagem entre os grupos de acordo com relato do professor..................................................................... 45 Tabela 8: Resultados do teste ANOVA para indicadores de felicidade entre os grupos de acordo com relato do professor.................................................................................. 46 Tabela 9: Resultados do teste ANOVA para os itens ‘Desempenho escolar, Capacidade de trabalho, comportamento, Aprendizagem entre os grupos de acordo com relato do professor.....................................................................................................47 Tabela 10: Resultados do teste ANOVA para indicadores de realização de Atividades(jogos favoritos, brincadeiras, esportes, passatempos e tarefas cotidianas que a criança realiza)entre os grupos de acordo com relato dos pais.............................................................................................................................. 48 Tabela 11: Resultados do teste ANOVA para indicadores de socialização entre os grupos de acordo com relato dos pais.............................................................................49 Tabela 12: Resultados do teste ANOVA para indicadores de desempenho escolar entre os grupos de acordo com relato dos pais..............................................................50 Tabela 13: Resultados do teste ANOVA para indicadores de desempenho escolar de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo............................... 51 Tabela 14: Resultados do teste ANOVA para indicadores de capacidade de trabalho de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo......................... 51 Tabela 15: Resultados do teste ANOVA para indicadores de comportamento de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo. ............................. 52 Tabela 16: Resultados do teste ANOVA para indicadores de aprendizagem de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo............................................ 53

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Tabela 17: Resultados do teste ANOVA para indicadores de felicidade de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo..................................................... 53 Tabela 18: Resultados do teste ANOVA para indicadores de realização de atividades de acordo com relato do pai, entre anos escolares por grupo..................................... 54 Tabela 19: Resultados do teste ANOVA para indicadores de socialização de acordo com relato do pai, entre anos escolares por grupo....................................................... 55 Tabela 20: Resultados do teste ANOVA para indicadores de Desempenho Escolar de acordo com relato do pai, entre anos escolares por grupo........................................55 Tabela 21: Resultados comparativos da classificação do TRF e CBCL do grupo experimental de 2º ano entre as fases pré e pós do estudo........................................ 57 Tabela 22: Resultados comparativos da classificação do TRF e CBCL do grupo experimental de 4º ano entre as fases pré e pós do estudo........................................ 58 Tabela 23: Checklist da implementação do Guia de Manejo comportamental pelo professor 1, do 2º ano (Extraído de SIQUEIRA)............................................................ 60 Tabela 24: Checklist da implementação do Guia de Manejo comportamental pelo professor 2, do 4º ano (Extraído de SIQUEIRA, 2015).................................................61 Tabela 25: Porcentagem da implementação do Guia de Manejo comportamental entre os professores do GE sendo o professor 1, do 2º ano e o professor 2, do 4º ano (Extraído de SIQUEIRA, 2015)........................................................................................ 62 Tabela 26: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Língua Portuguesa no 2º Ano nas fases pré e pós................................................. 64 Tabela 27: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Matemática no 2º Ano nas fases pré e pós.............................................................. 64 Tabela 28: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Língua Portuguesa no 4º Ano nas fases pré e pós................................................. 65 Tabela 29: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Matemática no 4º Ano nas fases pré e pós.............................................................. 66

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LISTA DE SIGLAS

ASEBA Sistema de Avaliação Baseado em Evidência do Achenbach

CBCL/6-18 Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes

entre 06 e 18 anos/Child Behavior Checklist For Ages 6-18.

GC Grupo Controle

GE Grupo Experimental

PPG-DD Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento

TRF/6-18 Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes

entre 06 e 18anos /Teacher´s Report Form for Ages 6-18.

UPM Universidade Presbiteriana Mackenzie

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12

2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................................15

2.1Desempenho escolar e sua associação com problemas emocionais,

sociais e de comportamento Objetivo Geral..........................................................15

2.1.1 Dificuldades emocionais e comportamentais na infância Objetivos

Específicos.............................................................................................................20

2.2 Intervenções para desenvolvimento de habilidades sociais, comportamentais e

atencionais no ambiente escolar............................................................................23

2.3 Bases conceituais da análise aplicada do comportamento e suas contribuições

para manejo de problemas de comportamento.....................................................29

3 OBJETIVOS ...........................................................................................................33

3.1 Objetivo Geral..................................................................................................34

3.2 Objetivos Específicos.......................................................................................34

4 MÉTODO.................................................................................................................34

4.1 Participantes....................................................................................................34

4.2 Aspectos Éticos................................................................................................35

4.3 Caracterização do local de pesquisa...............................................................35

4.4 Instrumentos....................................................................................................36

4.5 Procedimentos de coleta de dados..................................................................39

4.6 Procedimentos de análise de dados................................................................40

5 RESULTADOS........................................................................................................40

6 DISCUSSÃO...........................................................................................................66 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 72 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 75 9 ANEXOS ................................................................................................................ 83

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Anexo I - Guia de Orientação para Manejo Comportamental de Crianças e Adolescentes com sinais de Desatenção e Hiperatividade ...................................... 84 Anexo II – Checklist .................................................................................................. 95

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Introdução

A escola é um espaço destinado para a o desenvolvimento de habilidades de

aprendizagem e repertórios de socialização de crianças e adolescentes mediante as

relações professor- aluno e entre os alunos (BRASIL, 1996).

O papel da escola é preparar os educandos para lidar com experiências futuras,

isso vai além do ensino de conhecimentos historicamente acumulados, envolve

ensinar repertórios necessários para seu desenvolvimento individual e em grupo

(HENKLAIN; DOS SANTOS CARMO, 2013; SZTAMFATER, 2010).

No contexto nacional, professores no exercício de suas funções enfrentam

diversos fatores relativos a infraestrutura escolar, outros relativos a formação deles

próprios, assim como fatores intrínsecos ao aluno relativos a estrutura familiar,

necessidades especiais da criança, fatores culturais, nível socioeconômico familiar,

fatores relacionados ao processo de aprendizagem, dentre outros que podem afetar

indicadores de desenvolvimento psicossocial e educacional (ABRAMOWICZ;

OLIVEIRA, 2006; BOLSONI-SILVA; DEL PRETTE, 2003; CORREA,2011).

Um dos desafios do professor em sala de aula é o desenvolvimento de

estratégias adequadas de estimulação de habilidades de aprendizagem de seu

alunado, bem como a estimulação de repertórios cognitivos e comportamentais

compatíveis ao contexto de sala de aula que oportunizem o desenvolvimento dessas

habilidades. A presença de dificuldades de desempenho escolar geralmente está

associada a fatores como problemas de comportamento, dificuldades de seguimentos

de regras, déficits atencionais e de concentração nas tarefas, dificuldades de

aprendizagem, alterações de comportamento como agressividade, desafio,

transtornos específicos de aprendizagem, déficit nas habilidades sociais, entre

outros(TEIXEIRA; ALLIPRANDINI, 2013; DOS SANTOS; GRAMINHA, 2006;

LEONARDO; LEAL; ROSSATO, 2015; BORLIDO; MARTINS, 2011;SANTOS;

BARTHOLOMEU; SISTO; RUEDA, 2006).

No conjunto desses fatores, as habilidades atencionais ocupam um papel

essencial como condição que favorece o desempenho escolar de alunos. São essas

habilidades que possibilitam a seleção e manutenção de um foco, estímulo ou

informação e que permitirão, entre as diversas informações e estimulações que

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obtemos através de nossos sentidos, armazenar informações e utilizá-las

adequadamente nas demandas do dia-a-dia (STEMBERG; OSÓRIO, 2000). Quando

estimuladas adequadamente, essas habilidades atencionais podem favorecer

condições de assimilação de conteúdos acadêmicos (BARKLEY, 2008).

Intervenções preventivas para estimulação de padrões comportamentais

atencionais em sala de aula são importantes para que haja ganhos cognitivos e

comportamentais nos alunos. É essencial que as equipes educacionais possam ser

orientadas quanto aos possíveis benefícios dessas intervenções, não apenas em

habilidades atencionais, mas também em outros indicadores comportamentais de

funcionamento adaptativo e social bem como no desempenho acadêmico (ARAÚJO,

2012; LEONARDI; RUBANO, 2012).

Nesse sentido, estudos mostram a importância de intervenções preventivas

que estimulem habilidades cognitivas e comportamentais, necessárias para o

desenvolvimento de habilidades de aprendizagem. Também é ressaltado a

necessidade de conduzir essas intervenções no ambiente de sala aula. Evidenciando

a necessidade de capacitar e formar professores aptos para implantar medidas

preventivas para o controle comportamental e atencional (ARAÚJO, 2012; CASALI-

ROBALINHO; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2015; LIMA; SERACENI; BRAGA;

HAYASHIUCHI; CARREIRO; TEIXEIRA, 2012).

As intervenções realizadas em ambiente escolar, quando conduzidas de

forma sistemática e regular, têm se mostrado efetivas para melhorar o desempenho

escolar dos educandos, bem como repertórios de comportamento indesejável do

aluno que impactam no aproveitamento escolar. Muitos estudos pautam intervenções

desse tipo utilizando contribuições da Análise Aplicada do Comportamento, sendo

algumas das estratégias para promoção de competências em sala de aula a

estimulação de comportamentos compatíveis com a aprendizagem, modificação de

instruções, uso de reforçamento positivo, controle de estímulos, estimulação do

engajamento em tarefas e diminuição de comportamentos incompatíveis com a

aprendizagem escolar, dentre outros(ABRAMOWITZ; O’LEARY, 1991; ARAUJO,

2012; BARKLEY, 2008; MARTIN; PEAR, 2009).

O professor pode estimular no aluno padrões de comportamento que sejam

compatíveis com o contexto escolar, sobretudo aqueles envolvidos na aprendizagem

acadêmica. Estudos anteriores têm contribuído para o avanço das estratégias de

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manejo comportamental para direcionamento da prática docente em sala de aula

(ARAÚJO, 2012). Essas técnicas aplicadas em sala de aula, por professores

devidamente qualificados, produzem efeitos redutores nos índices de

comportamentos inadequados para o contexto de sala de aula e falta de atenção

(SIQUEIRA, 2015).

O Programa de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento tem

desenvolvido estudos atrelados a uma das linhas de pesquisa do programa com

ênfase no desenvolvimento de instrumentos de avaliação e intervenção

neuropsicológica, comportamental e orientação psicoeducativa. Estes têm trazido

contribuições para os avanços de diversas áreas, inclusive educacional beneficiando

a prática docente (ARAÚJO, 2012; CANTIERE, 2014; DIAS, 2013; SIQUEIRA, 2015).

Considerando a relação criança e escola e diante dos pressupostos

apresentados, o presente estudo terá como alvo a verificação do efeito de uma

intervenção preventiva para estimulação de repertórios comportamentais compatíveis

com o aprendizado e de habilidades atencionais sobre o desempenho escolar e

funcionamento adaptativo de alunos. Este trabalho será uma continuidade do estudo

desenvolvido por Siqueira (2015), cujo objetivo geral foi analisar os efeitos da

implementação de um guia de intervenção de manejo comportamental pelo professor,

em ambiente de sala de aula, para redução de comportamentos de desatenção e

hiperatividade. Nosso estudo prevê realizar novas análises aos dados verificados por

Siqueira (2015). Na sequência apresentamos o referencial teórico da dissertação.

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2- Referencial teórico

2.1 Desempenho escolar e sua associação com problemas emocionais,

sociais e de comportamento.

A educação escolar é entendida na legislação brasileira como um processo

de formação abrangente que tem por finalidade o pleno desenvolvimento do

educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho (BRASIL, 1996). Conforme previsto em Lei, o ensino para formação do

cidadão deve contemplar o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem para

aquisição de conhecimentos e habilidades, e a formação de atitudes e valores (Lei

9.394/96, art. 32, III).

Além do desenvolvimento de habilidades de aprendizagem, compete a escola

a tarefa de preparar os educandos para lidar com experiências futuras, isso

compreende ensinar os conhecimentos historicamente acumulados e o ensino de

repertórios comportamentais que ajudem na adaptação do aprendiz ao meio

(sociedade).Essa dupla função da escola inclui o ensino de atitudes, valores e

comportamentos de autocontrole, resolução de problemas e tomada de decisão,

habilidades sociais, entre outros, os quais proporcionarão ao indivíduo a oportunidade

de contribuir para a sobrevivência e desenvolvimento de sua cultura (HENKLAIN; DOS

SANTOS CARMO, 2013; SZTAMFATER, 2010).

No ambiente escolar, principalmente no contexto de sala de aula, é esperado

que a criança apresente um conjunto de padrões comportamentais como disciplina,

responsabilidade, autocontrole, comprometimento com os estudos, entre outros, e

também habilidades cognitivas preservadas como atenção, percepção, memória,

abstração, raciocínio, planejamento e execução, entre outros, que lhe possibilitem um

aproveitamento acadêmico satisfatório (MOLINA; DEL PRETTE, 2006).

Contudo, se faz necessário compreender que a criança vai adquirindo

comportamentos que são determinados pelos fatores ambientais. Por exemplo, no

ambiente escolar, sabe-se que as demandas acabam recrutando da criança diferentes

formas de ação e interação dos educandos. Isso não significa que a criança terá seus

comportamentos adquiridos em outros ambientes (familiar, por exemplo) anulados ou

substituídos, mas sim terá que ampliar seu repertório comportamental para a

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construção do conhecimento formal. Dessa forma, devem ser constituídos

comportamentos específicos para esse contexto de aprendizagem (LIMA, 2015).

A correlação entre problemas de comportamento e repertórios deficitários

de habilidades sociais, dificuldades emocionais e desempenho escolar é evidenciada

em vários estudos (DE ANDRADE; LAROS, 2007; D'AVILA-BACARJI, MARTURANO,

ELIAS, 2005; ELIAS; AMARAL, 2016; FERREIRA; MARTURANO, 2002; TURNEY;

MCLANAHAN, 2015). Há pelo menos três grupos de fatores que intermedeiam essas

associações.

Fatores relativos à criança, devido a presença de transtornos de

aprendizagem, problemas emocionais, habilidades sociais, alterações de

comportamento, déficits atencionais, transtornos do neurodesenvolvimento, dentre

outros (NIX; BIERMAN; DOMITROVICH; GILL, 2013).

Existem também os fatores relacionados ao professor e/ou a aspectos do

ambiente escolar, por exemplo, infraestruturas deficitárias, problemas de formação e

de capacitação do professor, currículos pedagógicos deficitários sem o planejamento

adequado de ações pedagógicas que promovam habilidades de aprendizagem, ações

pedagógicas que não contemplam plenamente necessidades as individuais dos

alunos, desmotivação do professor, salários baixos, dentre outros (ABRAMOWICZ;

OLIVEIRA, 2006; GOMES et al., 2007; CORREA, 2011;PICADO, 2009).

Outros fatores são relativos ao ambiente familiar e social do qual a criança

participa (FERREIRA; MARTURANO, 2002). O distanciamento entre as práticas

socializadoras aprendidas na família daquelas esperadas para o contexto escolar

podem ser fatores intervenientes na associação entre problemas de comportamento

e desempenho escolar. Como coloca Thin (2006), poderão revelar uma dissonância

de lógicas socializadoras.

Dentre os fatores relativos à criança, um conjunto importante destes que

influenciam o desempenho escolar são os repertórios sociais deficitários. Estudos

anteriores e discussões foram gerados nas últimas décadas a partir desse tema, após

o Comitê Nacional Conjunto sobre Dificuldades de Aprendizagem (National Joint

Committee of Learning Disabilities) incluir às deficiências em habilidades sociais e sua

relação com as dificuldades de aprendizagem. O que impulsionou a investigação da

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relação dos problemas emocionais, sociais e comportamentais com a aprendizagem

(LÓPEZ, 2004).

Estudos revelam que déficits de habilidades sociais e dificuldades de

interação social podem se associar a dificuldades no desempenho escolar (BOLSONI-

SILVA; LOUREIRO; BONACCORSI, 2013; CHEN et al. 2010, CIA; BARHAM, 2009;

ELIAS; AMARAL, 2016). De acordo com Molina e Del Prette (2006), as interações

sociais são entendidas como educativas na medida em que representam condições

para a aquisição de conceitos, habilidades e estratégias cognitivas que podem afetar

o desenvolvimento social e a aprendizagem.

Portanto, as habilidades sociais referem-se a um conjunto de repertórios

comportamentais, que contribuem para a competência social (DEL PRETTE; DEL

PRETTE, 2005). Alguns desses repertórios comportamentais são habilidades de

solução de problemas interpessoais, habilidade de afirmação e defesa dos próprios

direitos, através da expressão de pensamentos, sentimentos e crenças, de forma

direta sem desrespeitar o direito dos outros, com interações sociais produtivas e

satisfatórias com os pares, adultos, dentre outros (BANDEIRA, 2000; BANDEIRA et

al., 2006a; BANDEIRA et al., 2006b). Diferente de uma habilidade social, a

competência social diz respeito à capacidade de articular pensamentos, sentimentos

e ações em função de objetivos e de demandas da situação e da cultura, gerando

consequências positivas para o indivíduo e para a sua relação com as pessoas (DEL

PRETTE; DEL PRETTE, 2005; MOLINA; DEL PRETTE, 2006).

Crianças com déficits de habilidades sociais tendem a apresentar com maior

frequência problemas de comportamento, bem como repertórios comportamentais

menos variados e elaborados que oportunizam conflitos nas interações sociais e nas

habilidades de aprendizagem (MOLINA; DEL PRETTE, 2006). Muitos desses

problemas funcionam como desafio para a prática educativa e pedagógica do

professor, pois demanda dele estratégias diversificadas para conduzir esse aluno em

sala de aula. As dificuldades comportamentais frequentemente percebidas pelo

professor em sala de aula são dificuldades no seguimento de regras, interações

sociais deficitárias entre os alunos e entre o professor, desafio, agressividade,

irritabilidade, esquiva de tarefas escolares, dentre outros (DEL PRETE; DEL PRETE,

2001; FONTANA, 2007; HENKLAIN; DOS SANTOS CARMO, 2013; LÓPES, 2004;

PICADO, 2009).

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A falta de repertório em habilidades sociais, pode comprometer importantes

comportamentos orientados para a aprendizagem escolar e as relações de amizade.

A competência social da criança implica necessariamente no ajuste às exigências dos

diferentes contextos de interação social nos quais está inserida. Um relacionamento

deficitário com os pares pode prejudicar o desenvolvimento social dos escolares, pois

a rejeição por parte dos colegas pode levar a um rebaixamento da autoestima,

desmotivação e comportamentos desajustados. Trata-se de um fator externo e

interpessoal capaz de interferir tanto no processo de aquisição do conhecimento

quanto na qualidade das relações mantidas dentro de sala de aula, imprescindível

para avançar na aprendizagem escolar (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2012; CIASCA,

2003; ELIAS; AMARAL, 2016; TONELOTTO, 2002; DOS SANTOS; GRAMINHA,

2006).

Um pobre desempenho de competências sociais e emocionais como

autocontrole; civilidade; empatia; assertividade; fazer amizades; solução de

problemas interpessoais; habilidades sociais acadêmicas como seguir regras ou

instruções orais pode levar a um atraso na aquisição de habilidades acadêmicas

(BARRETO; FREITAS; DEL PRETTE, 2011; CASALI-ROBALINHO; DEL PRETTE;

DEL PRETTE, 2015; FEITOSA et al. 2011). Esse atraso ou interferência poderá

ocorrer porque se trata de um conjunto de competências necessárias para a aquisição

de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades de aprendizagem no contexto

das atividades de sala de aula, em situações de lazer durante o recreio na escola, e

inclusive para o desenvolvimento bem-sucedido de trabalhos escolares em grupo.

Estudos baseados em relato de professores, constataram que crianças com

mais dificuldades de aprendizagem apresentam mais problemas de comportamento e

dificuldades de interação social agindo de forma conflituosa e inadequada ao

esperado para o contexto de sala de aula. A associação entre os problemas de

comportamento, déficits em padrões de interação social e de aprendizagem são uma

via de mão dupla, em que um problema se apresenta como condição de risco para

desencadeamento do outro, contudo é difícil identificar qual a ordem de ocorrência

desses fatores, se a dificuldade de aprendizagem leva à criança a apresentar

problemas de comportamento e déficits na interação social, ou o contrário (DOS

SANTOS; GRAMINHA, 2006).

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Os problemas comportamentais na infância são identificados por déficits ou

excessos, o primeiro é considerado por uma classe de respostas que deixam de

ocorrer, tidas por impróprias para determinadas situações, e o último considera-se o

excesso de suas ocorrências (BOLSONI-SILVA; DEL PRETTE, 2003).

Os comportamentos esperados da criança para o ambiente escolar são

autocontrole, disciplina, comprometimento, prestar atenção a instruções e seguimento

destas para realização de tarefas, seguimento de regras, execução de atividades,

realização de atividades em tempo adequado (geralmente previsto pelo professor),

manter-se concentrado em atividades, manter socialização adequada em sala de aula

e fora de sala de aula, tais comportamentos são abordados nos temas transversais

dos Parâmetros Curriculares Nacionais, porém ficam implícitos nos currículos e

sistemáticas do ambiente escolar. Já os comportamentos incompatíveis com a

aprendizagem são esquiva e/ou fuga das atividades, déficits de concentração nas

tarefas, deixar de concluir as atividades propostas, sair do lugar a todo momento,

quebrar regras, entrar constantemente em conflito com os colegas e professores,

entre outros. Muitos desses comportamentos são intrínsecos a um processo

adequado de aprendizagem com sucesso escolar. É desejável que equipes

educacionais se preocupem com a estimulação desses repertórios comportamentais

que são esperados do aluno para o ambiente escolar.

Em observações sistemáticas no ambiente escolar Pereira, Marinotti e Luna

(2004), verificaram que os objetivos que o professor coloca para seu curso geralmente

não especificam os comportamentos esperados dos alunos e que os objetivos

traçados são para seu próprio comportamento, quando aparecem os objetivos para

os comportamentos dos alunos estão de forma muito geral e sem ter clareza do que

se espera do aluno para demonstrar que atingiu os objetivos propostos. Assim, o plano

é levado adiante independentemente do comportamento dos alunos, dessa forma o

professor não oferece oportunidades para os alunos se comportem de acordo os

objetivos propostos e, portanto, não sabe o que os alunos aprenderam em relação

aos conteúdos e aos comportamentos.

Estudos mostram que os déficits ou excessos comportamentais podem

prejudicar o acesso a aquisição de novos repertórios relevantes para a aprendizagem

e desenvolvimento, o que gera consequentemente um baixo desempenho dos

escolares, podendo ocasionar problemas nas suas interações sociais (BOLSONI-

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SILVA; DEL PRETTE, 2003; CIASCA, 2003; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005).

Sobre esses aspectos comportamentais trata o seguinte tópico.

2.1.1 Dificuldades emocionais e comportamentais na infância

O termo problema de comportamento é classificado por diversas abordagens.

De um lado no modelo médico ou biológico aparecem importantes descritores de

sintomas que caracterizam clinicamente diferentes transtornos do

neurodesenvolvimento de acordo com os critérios diagnósticos destes, por exemplo,

o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana

de Psiquiatria (APA, 2014). Por outro lado, na vertente da psicologia, os problemas de

comportamento são compreendidos funcionalmente. Nesta perspectiva considera-se

importante a análise dos déficits de comportamento e dos excessos comportamentais

(BOLSONI-SILVA; DEL PRETTE, 2003).

Achenbach e Edelbrock (1978) pesquisadores da análise do comportamento

classificaram os problemas de comportamento em duas categorias, uma de

problemas internalizantes e outra de problemas externalizantes. Essas categorias

foram aceitas em diferentes culturas e atualmente têm sido muito utilizadas para

identificação e intervenção desses problemas (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2005;

FERREIRA; MARTURANO, 2002; GAUY; GUIMARÃES, 2006; OLIVEIRA et. al.,

2002).

Os problemas de comportamento externalizantes se manifestam no meio

social da criança e/ ou do adolescente e são percebidos pelas pessoas do convívio

social com maior facilidade. Dentre eles estão incluídos comportamentos de

agressividade, agitação, impulsividade, hiperatividade, desobediência, teimosia,

impaciência/irriquietação, destrutividade, bem como, provocações, acesso de raiva e

brigas (ACHENBACH; EDELBROCK, 1978). Muitos deles podem ser observados nos

critérios clínicos de transtornos psiquiátricos como Transtorno do Déficit de

Atenção/Hiperatividade, Transtorno Desafiador Opositor e Transtorno de Conduta

(APA, 2014).

No contexto escolar os comportamentos externalizantes são observados na

resistência da criança em frequentar a escola, agressividade de forma física ou verbal

à outras crianças, rejeição ao professor, condutas que prejudicam a aprendizagem

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como distrair-se e aos colegas, fala em demasia, oposição às tarefas e trabalhos

coletivos, atitudes explosivas, entre outros. Tais condutas prejudicam a organização

e andamento das atividades escolares e geram grande preocupação aos professores,

pois prejudicam o processo de ensino e aprendizagem individual do aluno e da turma

em geral (COLL, MARCHESI, PALACIOS, 2016).

Já os comportamentos internalizantes são vivenciados predominantemente

pelo próprio indivíduo que os apresenta e nem sempre afetam as pessoas do convívio

social, são caracterizados por sentimentos de solidão, choro, tristeza, retraimento,

timidez, apego excessivo aos adultos, preocupação excessiva e insegurança, medos

e inibição excessiva (ACHENBACH; EDELBROCK, 1978).Da mesma forma que os

problemas externalizantes, estes podem ser observados nos critérios clínicos de

transtornos psiquiátricos como Transtornos Afetivos, Fobias e Transtornos Ansiosos

(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014; BOLSONI-SILVA, 2006;

BOLSONI-SILVA; DEL PRETTE, 2003).

As manifestações dos comportamentos internalizantes no ambiente escolar

revelam-se em forma de ansiedade e angústia, acompanhadas por sentimentos de

tristeza, retraimento, choro, dificuldades de estabelecer relações com os colegas e

professores, dificuldade de concentração, falta de interesse nas atividades, mudança

de rendimento acadêmico, entre outros. Alguns sintomas escolares são percebidos

na criança e apresentam-se de diversas formas, como angústia pela separação,

insistência para não ir à escola, insegurança excessiva perante pessoas

desconhecidas, ou também preocupação elevada com à execução correta das

tarefas, tensão, medo de errar, esquiva de atividades mais complexas, entre outros.

Outros sintomas das dificuldades emocionais podem ser observados pelos

responsáveis como tiques, enurese, ecoprese, terrores noturnos, sucção do polegar,

gagueira, etc (COLL, MARCHESI, PALACIOS, 2016).

A identificação dos problemas comportamentais internalizantes ou

externalizantes é de suma importância, pois conforme visto podem afetar o

funcionamento adaptativo do indivíduo e também gerar dificuldades no convívio do

grupo. Para detectar esses problemas a observação dos pais e professores e o

diálogo entre família e escola são necessários, como também o uso de instrumentos

de avaliação adequados para analisar os diferentes problemas que podem ser

verificáveis no ambiente escolar.

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Achenbach e Rescorla (2001) elaboraram um Sistema de Avaliação

Empiricamente baseado1 (ASEBA) com diferentes versões possibilita verificar

mediante múltiplos informantes, os comportamentos apresentados por crianças ou

adolescentes, nos últimos seis meses, com intuito de tipificar padrões de dificuldades

emocionais e problemas comportamentais dos indivíduos em diferentes faixas etárias,

uma das quais é a infância e adolescência. O ASEBA possibilita a verificação das

medidas padronizadas e normatizadas desses indicadores de problemas de

comportamento permitindo também a avaliação de indicadores de competências

sociais e de desempenho escolar da criança ou adolescente avaliado.

Nos instrumentos de avaliação comportamental do ASEBA, adota-se uma

classificação de problemas de comportamento na infância e adolescência

categorizados em oito tipos: Ansiedade/Depressão, Retraimento/ Depressão,

Queixas Somáticas, Problemas de Sociabilidade, Problemas com o Pensamento,

Problemas de Atenção, Violação de Regras e Comportamento Agressivo. E esses

problemas são agrupados em problemas internalizantes, externalizantes e totais. A

outra categorização, alvo do presente estudo categoriza as competências em três

tipos: social, realização de atividades e desempenho escolar. Os instrumentos do

sistema ASEBA possibilitam o uso de múltiplos informantes e suas pontuações

normatizadas permitem comparar às pessoas em função de sexo e idade e gerar

faixas de classificação dos problemas e competências que oscilam entre ‘normal’,

‘limítrofe’ e ‘clínico’ (ACHENBACH; RESCORLA, 2001; ROCHA, 2012). Essas

classificações são um valioso recurso para tomadas de decisão quanto a intervenções

e manejos da criança, seja no ambiente familiar, escolar ou social. Sobre algumas

dessas intervenções para o desenvolvimento de repertórios comportamentais e outras

habilidades no ambiente escolar trata o seguinte tópico.

1O termo empírico vem do grego empeiria que significa experiência (JAPIASSÚ;

MARCONDES, 2006).

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2.2. Intervenções para desenvolvimento de habilidades sociais,

comportamentais e atencionais no ambiente escolar

No Brasil são escassos estudos com proposta de intervenções preventivas no

contexto de sala de aula para manejo de problemas de comportamento de desatenção

(dificuldades para se concentrar, deixar de prestar atenção nas atividades escolares,

distrair-se por estímulos alheios às tarefas, dentre outros), hiperatividade (agitação,

inquietação, sair do lugar em sala de aula, falar em demasia em sala de aula, etc) que

avaliem não apenas os indicadores desses problemas como também o impacto

dessas intervenções em funcionamento adaptativo e competências sociais,

acadêmicas e de realização de atividade (ARAÚJO, 2012; ARAÚJO et al., 2015;

LEONARDI; RUBANO, 2012; SIQUEIRA, 2015).

Os documentos norteadores da educação básica brasileira que parametrizam

a organização do ensino por meio de áreas de estudo, tais como, língua portuguesa,

matemática, ciências, história, geografia, artes e educação física e estabelecem os

conteúdos e métodos a serem adotados mediante uma base nacional comum,

também preveem os componentes que devem ser trabalhados de modo transversal,

no interior das disciplinas.

Os temas transversais abordam saúde, ecologia, orientação sexual, ética e

convívio social, pluralidade étnica, trabalho e economia, porém sem caráter

obrigatório. Vamos nos ater ao tema ética e convívio social, que tem seu enfoque em

procedimentos, valores, atitudes, adoção de comportamentos responsáveis e

solidários em relação aos outros e ao meio ambiente, orientações de conduta por meio

de rotinas e normas de convívio social através das vivências proporcionadas pela

escola, etc (BRASIL, 2013).Tais temas são de grande relevância para a aprendizagem

dos alunos e não devem fazer parte apenas do currículo oculto2, pois se incorporados

aos currículos de forma sistemática podem contribuir para melhor desenvolvimento

social e acadêmico dos alunos.

2Currículo oculto é o que está implícito no cotidiano escolar, ou seja, tudo aquilo que não é

dito, mas que é valorizado ou desvalorizado pela escola em termos de comportamento,

atitudes e valores (Brasil, 2013).

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Apesar da abrangência dos temas transversais e sua grande relevância para

a aprendizagem dos alunos, acreditamos que outros assuntos que não estão previstos

nos documentos que parametrizam a educação possam ser agregadas à prática

escolar, pois descobertas científicas atuais têm mostrado que a adoção de

intervenções para a promoção de habilidades sociais, habilidades de atenção,

promoção de comportamentos de estudar quando aplicadas ao contexto de sala de

aula podem estimular habilidades cognitivas e repertórios comportamentais

adequados (ARAÚJO, 2012; CASALI-ROBALINHO; DEL PRETTE; DEL PRETTE,

2005; LIMA; TEIXEIRA; CARREIRO; SERACENI; KIM; SEGIN; ARAÚJO, 2013). E,

quando aplicadas de forma coerente e regular, têm se mostrado eficazes para

melhorar o desempenho escolar dos educandos (ABRAMOWITZ; O’LEARY, 1991;

BARKLEY, 2002). Abordaremos alguns estudos a seguir e sua relevância para o

ensino.

Leonardi e Rubano (2012) em um estudo de revisão analisaram as produções

científicas publicadas nos últimos 40 anos pela revista de Análise Aplicada do

Comportamento ‘Journal of Applied Behavior Analysis’ - JABA a respeito dos

procedimentos de intervenção comportamental, baseados na análise do

comportamento aplicada, como ferramenta de intervenção para comportamentos de

desatenção e hiperatividade. As pesquisas objetivaram a instalação e manutenção de

comportamentos academicamente relevantes (exemplo: engajamento em tarefas e

desempenho acadêmico) e a diminuição de comportamentos incompatíveis com

esses como (sair do lugar, atrapalhar os colegas, interromper o professor)

comportamentos considerados inadequados no ambiente escolar. Os autores

consultaram o total de fascículos publicados no JABA entre 1968 e 2008. A amostra

do estudo foi composta por vinte e seis artigos que avaliaram os efeitos de

intervenções para os comportamentos de desatenção e hiperatividade com drogas

estimulantes (4 estudos), drogas mais intervenção comportamental (10 estudos) ou

somente intervenção comportamental (12 estudos).Foi observado pelos autores que

os procedimentos de manejo comportamental para manutenção e instalação de

comportamentos relevantes obtiveram melhores resultados para a diminuição dos

comportamentos incompatíveis ao ambiente escolar em relação aos resultados das

intervenções farmacológicas (LEONARDI; RUBANO, 2012).

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As estratégias para manejo comportamental no contexto escolar, utilizam-se

de determinadas contingências de reforçamento para induzir modificações

comportamentais. Duarte e De Rose (2006) constataram que o ensino baseado em

treinos bem estruturados, sequenciados em pequenos passos, com a apresentação

de poucos estímulos e consistência de esquemas de reforçamentos diferenciais para

a resposta atencional podem diminuir ou anular os prejuízos do comportamento de

desatenção nas crianças.

Del Prette e Del Prette (2001), pesquisadores brasileiros sobre intervenções

para promoção das habilidades sociais, defendem que desenvolver habilidades

sociais é importante para prevenir problemas de comportamento. Dados de pesquisa

mostram que a promoção das habilidades sociais como autocontrole, resolução de

problemas interpessoais, regulação das emoções, empatia, manejo de raiva e controle

de impulsos, contribuem para redução de comportamentos inadequados e

fortalecimento dos comportamentos esperados no contexto escolar como aceitar

limites, seguir regras, cooperar, compartilhar e colaborar com o professor (SÁNCHEZ-

PÉREZ, FUENTES, et al., 2015;MOLINA; DEL PRETTE, 2006; PINHEIRO, et al.,

2006; TURNEY; MCLANAHAN, 2015).

Elias e Amaral (2016) verificaram a eficácia de um programa de intervenção

para o desenvolvimento de habilidades sociais em ambiente escolar em relação aos

problemas de comportamento e desempenho acadêmico antes e após o programa de

intervenção. Participaram do estudo 54 crianças matriculadas no 5° ano do ensino

fundamental da rede municipal de ensino de uma cidade do interior paulista, sendo 27

crianças do grupo de intervenção e 27 crianças do grupo de comparação.

O programa para desenvolver as habilidades sociais teve como foco as

habilidades de solução de problemas interpessoais. Composto por 40 lições com

temas diferentes e complexidade crescente. As lições foram contextualizadas e

introduzidas com histórias, seguidas com propostas de atividades lúdicas e com

atividades de reforço para serem aplicadas no dia posterior. O tempo de aplicação de

cada lição variou entre 30 e 40 minutos. O objetivo das lições foi trabalhar as

habilidades prévias para resolução de problemas e habilidades para resolução de

problemas; em ambas as categorias foram trabalhadas habilidades sociais como

empatia, assertividade, autocontrole e cooperação que são necessárias para o

desenvolvimento das habilidades de solução de problemas, foco do programa. Os

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resultados evidenciaram que os participantes do grupo de intervenção apresentaram

melhoras significativas referente aos problemas de comportamento e desempenho

acadêmico quando comparados ao grupo controle. A partir dos dados Elias e Amaral

(2016) constataram que o programa de intervenção foi eficaz para promoção de

habilidades sociais, competências acadêmicas e atenuar problemas de

comportamento.

Correia-Zanini e Rodrigues (2010) ao investigarem o efeito de uma

capacitação de professores para manejo comportamental em sala de aula sobre o

comportamento e desempenho acadêmico dos alunos, constataram que a intervenção

foi eficaz. O estudo foi realizado com quarenta crianças com média de 9,2 anos de

idade e quatro docentes das séries iniciais do ensino fundamental de uma escola

estadual do interior de São Paulo.

Os participantes foram indicados pelos professores, sendo cinco alunos que

apresentavam problemas de comportamento, totalizando uma amostra de vinte alunos

para o grupo indicado (GI) e foram sorteados cinco alunos que não apresentavam

problemas de comportamento de cada professora, totalizando vinte alunos do grupo

sorteado (GS).

Os alunos passaram por testes de desempenho escolar - TDE (leitura, escrita

e aritmética) e Avaliação de repertório comportamental (Escala de Comportamental

Infantil B. Rutter - para professores, e Questionário de Comportamentos Socialmente

Adequados - para Professores) antes e após o programa de intervenção.

Os professores participaram de um curso de manejo comportamental em sala

de aula com duração de dez sessões presenciais de duas horas cada, e dez horas de

atividades práticas complementares, totalizando trinta horas de curso. O curso teve

como base os pressupostos da análise do comportamento e seus principais conceitos

aplicáveis na relação professor-aluno-ambiente. Os resultados pré intervenção

evidenciaram pior desempenho no TDE para o grupo indicado pelos docentes em

relação ao grupo sorteado. Após a intervenção houve melhora no desempenho dos

dois grupos no TDE, porém, o grupo indicado apresentou rendimento inferior ao grupo

sorteado. Em relação a avaliação dos problemas de comportamento, os resultados

revelaram que após a intervenção houve diminuição na presença e frequência de

comportamentos problemáticos nos dois grupos avaliados. A conclusão do estudo de

Correia-Zanini e Rodrigues (2010) revelou que as técnicas de manejo comportamental

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proporcionaram às professoras repertório para melhor planejamento e condução dos

comportamentos problemas e oportunizou melhores condições para o avanço dos

alunos.

Araújo (2012) elaborou um programa de treinamento direcionado a

professores a partir dos conceitos da análise aplicada do comportamento para manejo

comportamental de desatenção e hiperatividade com orientações práticas sob a foram

de uma proposta de intervenção em sala de aula. O guia baseou-se na utilização de

estratégias de controle de estímulos e de reforçadores. As estratégias para controle

de estímulos foram: 1. Estabelecer regras; 2. Comunicar o tempo no decorrer da aula

e das atividades; 3.Ressaltar informações importantes, por meio de lembretes na

lousa ou de forma oral; 4. Sentar o aluno perto do professor; 5. Desenvolver auto-

organização e autonomia, por exemplo mostrar como se espera que seja feito, e por

meio de orientações verbais; 6. Fracionar a carga de trabalho total, por exemplo

revelar os exercícios que devem ser realizados aos poucos, não tudo de uma só vez;

7. Utilizar atividades e textos com destaque; 8. Diversificar o material utilizado;

9.Intercalar atividades de baixa atratividade com as de alta, por exemplo tarefas de

leitura que demandam do aluno grande concentração com atividades de expressão

artística; 10. Comunicação entre professor e pais, manter o bom humor e não se

desgastar por pouco, e estimular o autocontrole e a autopercepção.

As propostas baseadas no reforçamentos foram: evidenciar aspectos

positivos do comportamento do aluno, usar o retorno imediato após comportamentos,

aumentar a frequência das consequências após comportamentos.

A aplicação do guia se deu em um grupo experimental com oito crianças com

desatenção e hiperatividade, comparado com grupo controle. Os resultados revelaram

a diminuição da frequência de comportamentos relacionados à desatenção e à

hiperatividade, considerados incompatíveis com o processo de aprendizagem na

escola. Tais resultados indicam a eficácia de intervenções baseadas na análise

aplicada do comportamento, mediante procedimentos em sala de aula, conforme

direcionou o guia (ARAÚJO, 2012).

Esse mesmo programa também foi testado em alunos com necessidades

educacionais especiais, no caso deficiência intelectual, mostrando também resultados

de eficácia. Trata-se do estudo de Lima e colaboradores (2012). Neste foi conduzido

o mesmo programa de intervenção focado no treino de professores para uso de

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estratégias de manejo de comportamentos de desatenção e hiperatividade em alunos

com Síndrome de Willians (10 participantes, sendo 5 crianças com SW e seus

respectivos professores). Os resultados mostraram que quatro das cinco crianças se

beneficiaram consideravelmente com o programa e houve diminuição nos

comportamentos de desatenção e hiperatividade.

Os efeitos dos procedimentos de manejo comportamental em sala de aula

para redução de comportamentos de desatenção e hiperatividade propostos pelo guia

de Araújo (2012) foram replicados por Siqueira (2015). Participaram desse estudo 64

crianças matriculadas no 2º e no 4º ano do ensino fundamental I de um centro de

Educação Integral localizado em uma região periférica da cidade de Curitiba/PR. A

implementação do guia teve duração de 28 semanas, tendo início no primeiro

trimestre letivo. As professoras receberam treinamento e preencheram o questionário

ASEBA para professores (TRF/6-18) para todos os alunos em que os pais aceitaram

participar da pesquisa. As professoras dos grupos de intervenção com o guia

receberam acompanhamento semanal e posteriormente quinzenal para suporte e

verificação da utilização das estratégias contidas no guia de manejo comportamental,

esses encontros tinham duração de aproximadamente 45min. Foram preenchidos

pelas professoras um protocolo de observação dos alunos em quatro momentos,

sendo eles na 1ª, na 12ª, na 14ª e na 28ª semana.

Os resultados evidenciaram que as técnicas aplicadas em sala de aula, por

professores devidamente instruídos, produziram efeitos redutores nos índices de falta

de atenção e comportamentos considerados inadequados para o contexto de sala de

aula (SIQUEIRA, 2015).

Os estudos anteriores (ARAÚJO, 2012; SIQUEIRA, 2015; LIMA, 2015), além

de outros trabalhos (BARKLEY, 2008; CARREIRO et al., 2010) mostram que os

professores demonstram ter dificuldade em lidar com alunos que apresentam

problemas de comportamento e dificuldade de aprendizagem, revelando falta de

estratégia particular ou institucional para intervenção. Tais evidências apontam para

um déficit no conhecimento dos professores sobre as abordagens teóricas que

contribuem com estratégias de manejo comportamental. Sobre umas das principais

abordagens teóricas que mais tem contribuído com o desenvolvimento de estratégias

para o manejo do comportamento versa o seguinte tópico do referencial.

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2.3 Bases conceituais da análise aplicada do comportamento e suas

contribuições para manejo de problemas de comportamento

A análise do comportamento é uma ciência do comportamento fundamentada

na filosofia do Behaviorismo Radical3e que tem como objeto de estudo a interação do

indivíduo com o ambiente. B. F. Skinner na década de 30 e 40, no século XX, foi um

dos precursores na construção dos conceitos sobre o comportamento, desenvolveu

teorias sobre os processos básicos da aprendizagem e elaborou métodos para

mensurar e observar o comportamento.

Tourinho (1999) descreve a análise do comportamento como uma área ampla

baseada nos constructos do Behaviorismo Radical (a partir dos seus pressupostos

teóricos, filosóficos e históricos); da Análise Experimental do Comportamento, (a partir

do método de investigação científica do comportamento através de dados empíricos);

e da Análise Aplicada do Comportamento (com na criação e administração de

recursos de intervenção social).

A análise do comportamento aplicada é apresentada sob duas vertentes:

como ciência e como tecnologia. No âmbito da ciência prima-se pelo desenvolvimento

de princípios comportamentais básicos de aprendizagem aplicados a seres vivos.

Como tecnologia4 utiliza dos pressupostos teóricos para adaptação e aplicação da

ciência para resolver problemas práticos da vida cotidiana e aprimoramento dos

métodos de mensuração e observação do comportamento (CARVALHO NETO, 2002;

HENKLAIN; DOS SANTOS CARMO, 2013).

Os analistas do comportamento estudam basicamente dois tipos de relações

comportamentais: respondentes e operantes. O comportamento respondente ajuda a

compreender parte do comportamento e da aprendizagem humana, que se dá através

da relação entre ambiente (estímulo) e o organismo (resposta), ou seja, o estímulo

3O Termo radical advém de base ou raiz, aquilo que é essencial e básico. O “behaviorismo”

é a filosofia da ciência do comportamento e remete ao comportamento como objeto de estudo

por excelência do psicólogo comportamental. Também indica que todos os fenômenos e

processos são interpretados como comportamentos (LATTAL, 2007).

4A análise do comportamento aplicada no sentido Tecnológico denota que deve ser

operacionalizada e descrita de forma clara e detalhada para possível implementação e

replicação por qualquer pesquisador da área (MOREIRA; MEDEIROS, 2007).

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provoca uma resposta nos organismos, por exemplo a tristeza e o choro podem ser

causados por uma separação. Embora o estudo do comportamento respondente seja

importante em muitos aspectos teóricos e práticos, ele não consegue abranger toda a

complexidade do repertório comportamental humano. O comportamento operante

abrange a maioria dos comportamentos complexos que são exibidos e produz algum

efeito no mundo ao redor, por exemplo pegar um objeto de lugar e colocar em outro,

ou solicitar que alguém o faça. Esse comportamento produz consequências

(modificações no ambiente) e é afetado por elas (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). No

ambiente de sala de aula os comportamentos do professor e do aluno se influenciam

mutuamente.

O controle de comportamento por estímulos consequentes, parte do

pressuposto de que as consequências produzidas pelo comportamento influenciam

as futuras ocorrências deste comportamento voltar a ocorrer. A consequência é

portanto reforçadora ou punitiva, termos que significam a função que exerceram sobre

dada classe de respostas (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). Abordaremos esses

conceitos a seguir.

As consequências reforçadoras podem ser divididas em dois grupos a)

positiva e b) negativa. No reforço positivo o comportamento produz a apresentação

ou acréscimo de algo no ambiente. Na extinção a ausência de reforço positivo faz com

que o comportamento deixe de ocorrer.Já no reforço negativo o comportamento

produz a remoção ou retirada de algo no ambiente. Os reforços são utilizados para

fortalecer o comportamento que produz seja a remoção ou acréscimo de estímulos no

ambiente. O reforço intermitente gera maior manutenção do comportamento do que o

reforçamento contínuo que pode produzir saturação (HUBNER; MOREIRA, 2012;

ANDERY; SÉRIO, 2007).

Há consequências do comportamento que diminuem a probabilidade de um

comportamento voltar a ocorrer, são denominadas de aversivas e se associam ao

controle mediante uso da punição.A punição pode ser positiva ou negativa, mas os

termos não representam seu significado usual de positivo para bom e negativo para

ruim, indicam apenas apresentação (positivo) ou retirada (negativo) de estímulos. Na

punição positiva apresenta-se um estímulo aversivo (punitivo) do ambiente e na

punição negativa há a retirada de um estímulo consequente reforçador positivo que

não tem relação com o comportamento a ser punido, por exemplo privar uma criança

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de uma festa de amigos por ter emitido um comportamento de desobediência

(MOREIRA; MEDEIROS, 2007).

A punição positiva e negativa são compreendidas como controle aversivo,

pois diminuem a frequência de um comportamento específico. É utilizada com

frequência e garante um resultado imediato na relação entre indivíduo punido e agente

punidor. Seus efeitos são ofensivos e pode gerar consequências não eficazes para o

desenvolvimento emocional da crinça. No contexto escolar de sala de aula, isso pode

ocorrer quando uma criança tem dúvidas e ao perguntar para o professor o mesmo

reage de forma ofensiva a ela. Essa criança por medo pode não mais questinar o

professor e ficar com suas dúvidas, não compreendendo o conteúdo proposto.

O comportamento é gerenciado pelo seu contexto, isto é, pelos estímulos e

está relacionado aos eventos que o antecedem e o seguem.O vínculo entre os eventos

ambientais e os eventos comportamentais é compreendido como contingência.

Todorov (1985) descreve contingência como um conceito utilizado na análise de

interações organismo-ambiente. As contingências podem ser compreendidas em uma

relação tríplice, isto é, em três eventos: a) a situação que a resposta ocorre, b) a

própria resposta e c) e as consequências que esta resposta produz nesta situação.

Portanto, para compreender uma determinada situação de forma a poder intervir nela,

é necessário compreender as diferentes contingências de reforçamento envolvidas

entre: situação antecedente, respostas e consequências que afetam os organismos

(ANDERY;SERIO, 2007).

No contexto escolar os reforçadores utilizados para a manutenção do

comportamento são nota escolar, aprovação, elogio, prêmios, adesivos e estrelinhas,

mas o reforço não se resume à essas ações (HENKLAIN; DOS SANTOS CARMO,

2013). De acordo com Skinner (2003), essas consequências são artificiais, pois são

extrínsecas a situação de aprendizagem, e devem ser utilizadas com cautela para que

o aluno não estude somente para ser aprovado ou alcançar prêmios. É necessário

desenvolver um procedimento de ensino que estimule nos alunos comportamentos

por reforçadores naturais, com os benefícios que a aprendizagem proporciona como

compreender o que está escrito em um bilhete, conseguir resolver situações com

cálculo, adquirir repertório para solucionarsituaçõescotidianas, entre outros

(HENKLAIN; DOS SANTOS CARMO, 2013). Reforçar é de suma importância,

portanto, o professor precisa tomar cuidado com o tipo de reforço e quais

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comportamentos estão sendo reforçados. O estabelecimento de critérios claros de

reforçamento visa fortalecer apenas demonstrações reais de evolução e

aprendizagem (HENKLAIN; DOS SANTOS CARMO, 2013).

Para a manutenção de comportamentos compatíveis com o ambiente escolar

devem ser feitas intervenções que manejem os eventos antecedentes do

comportamento, como modificar instruções de tarefas em sala de aula, e os eventos

consequentes com o reforço positivo como abordamos acima. As regras fazem parte

das instruções antecedentes e são aprendidas na interação do indivíduo com uma

comunidade verbal (CARVALHO, 2001). A regra é eficaz como parte de um conjunto

de contingências de reforço. Estabelecer e formular regras é um comportamento útil

para a instalação e manutenção de comportamentos desejados. O comportamento

controlado por regras como qualquer comportamento é modelado por contingências e

suas consequências. A regra contém a descrição das contingências, que para uma

comunidade, deve controlar o comportamento dos seus indivíduos. Os reforços

contingentes e a estimulação anterior as regras são as vezes os mesmos que

modelam diretamente o comportamento (BAUM, 2006; CATANIA, 1999).

Compreender os conceitos da análise aplicada do comportamento nos habilita

a lidar com o comportamento de modo mais eficiente (BAUM, 2006; CATANIA, 1999).

Skinner (1968) ressalta que a Análise do Comportamento oferece subsídios teóricos

consistentes acerca do comportamento humano, o que possibilita sua aplicação ao

contexto educacional em prol da estimulação de comportamentos compatíveis com a

aprendizagem, no contexto de sala de aula. O ensino engloba arranjo de

contingências de reforço que aceleram a aprendizagem (SKINNER, 1989). Nesse

âmbito, os professores podem em sala de aula manejar estímulos pedagógicos e

ambientais para modificação comportamental para o ensino.

Ensinar é um processo comportamental complexo, cabe ao professor o papel

de criar condições que produza o efeito de aprendizagem no aluno. Andery e Sério

(2002) explicitam que os ambientes escolares que não estabelecem procedimentos

adequados de controle de estímulos antecedentes e consequentes em relação às

respostas do aluno contribuem para processos de aprendizagem deficitários. O uso

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da análise funcional5 do comportamento em contexto (natural) de sala de aula é

defendido por Myers e Holand (2000), pois possibilita o planejamento de intervenções

comportamentais através da identificação dos eventos ambientais que estão ligados

ao comportamento considerado inadequado. Através dessa identificação torna-se

possível levantar hipóteses sobre a ocorrência e manutenção do comportamento para

traçar um plano de ação com estratégias de intervenção para manejo

comportamental.

Intervenções para promoção de competências em sala de aula a partir da

manipulação de eventos antecedentes como modificar instruções e da implementação

de consequências por reforçamento positivo têm contribuído para instalação e

manutenção de comportamentos academicamente relevantes, como engajamento em

tarefas e desempenho acadêmico, e diminuição de comportamentos incompatíveis

com a aprendizagem acadêmica (MARTIN; PEAR, 2009).

Como evidenciado nos estudos as diversas estratégias/intervenções podem

ajudar o professor a prevenir e/ou remediar os problemas de comportamento em sala

de aula, à medida que tornam o ambiente mais motivador e favorecem

comportamentos adequados nos alunos. A partir desta contextualização foram

definidos os objetivos do presente projeto que fazem parte do estudo desenvolvido

por Siqueira (2015). No presente projeto serão conduzidas análises de dados

provenientes deste estudo.

3. OBJETIVOS

5Análise Funcional é a identificação das relações funcionais entre os comportamentos dos

indivíduos e suas consequências. Para elucidar tal conceito duas perguntas se fazem

necessárias: a) o que o indivíduo fez? b) o que aconteceu então? (MOREIRA;MEDEIROS,

2007).

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3.1 Objetivo Geral

Verificar efeitos de uma intervenção comportamental e de estimulação de

habilidades atencionais sobre o desempenho acadêmico, competências sociais e

funcionamento adaptativo de escolares.

3.2 Objetivos Específicos

a) Verificar o efeito da intervenção sobre o perfil de competências nos

domínios social, de realização de atividades e de desempenho escolar dos

alunos conforme relato de pais e professores.

b) Verificar o efeito da intervenção sobre as notas dos alunos.

c) Verificar se há diferenças nos efeitos da intervenção em função do ano

escolar dos grupos.

d) Verificar se há diferenças nos efeitos da intervenção em função do

cumprimento das ações da intervenção por parte do professor.

4. MÉTODO

A amostra deste trabalho pertence ao estudo anterior desenvolvido por

Siqueira (2015), cujo desenho foi quase-experimental com seleção amostral sob

critérios de conveniência com medidas pré e pós intervenção. Nosso estudo prevê

realizar outras análises dos dados verificados por Siqueira (2015).

4.1 Participantes

Seguidamente uma descrição dos grupos de participantes, extraído de

Siqueira (2015). A amostra foi composta por 64 crianças de 6 a 12 anos de idade, do

sexo masculino e feminino, cursando o 2º e o 4º ano do Ensino Fundamental I de um

Centro de Educação Integral (CEI) da Prefeitura de Curitiba/PRe os quatro

professores respectivos das salas. As turmas de alunos foram divididas por meio de

sorteio entre dois grupos: grupo experimental (GE) para implementação do guia de

intervenção e um grupo controle (GC). O grupo experimental foi composto por uma

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turma de 2º ano, com 30 alunos, e uma turma de 4º ano, com 35 alunos. O grupo

controle foi composto por uma turma de 2º ano, com 30 alunos, e uma turma de 4º

ano, com 29 alunos (SIQUEIRA, 2015). Conforme mostra a Tabela 1:

Tabela 1. Distribuição da amostra (SIQUEIRA, 2015).

Turma Alunos Total Participantes Total

Experimental 2º ano 30

65

13

4º ano 35 20 33

Controle 2º ano 30 16

4º ano 29 59 15 31

Total 124 64 64

Os quatro professores foram distribuídos igualmente, sendo 2 professores de

salas de aula de 2º ano e 2 professores de salas de aula de 4º ano do Ensino

Fundamental I de um Centro de Educação Integral (CEI) da Prefeitura de Curitiba/PR

(SIQUEIRA, 2015).

Os critérios de Exclusão da amostra, conforme Siqueira (2015) foram alunos com

relato de deficiência intelectual ou com diagnóstico de outros transtornos do

neurodesenvolvimento compatíveis com necessidades educacionais especiais de

acordo com os prontuários da escola.

4.2 Aspectos éticos

Todos os procedimentos metodológicos descritos foram submetidos no

projeto de Siqueira (2015) e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo

Seres Humanos da Universidade Presbiteriana Mackenzie – UPM sob o nº

1169/09/2009CAAE0067.0.272.000-09.

4.3 Caracterização do local da pesquisa

A pesquisa foi realizada na cidade de Curitiba, um dos municípios de maior

destaque no Brasil pelo expressivo dinamismo econômico, populacional e social. A

cidade em 2005 contava com 438 unidades educacionais e mais 76 unidades

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conveniadas, sendo 168 escolas de Ensino Fundamental. Das 168 escolas, 36 são

Centros de Educação Integral e 31 contam com o Programa de Educação Integral

Alternativo e 33 Espaços de contra turno socioambiental que atendem crianças de 1º

ao 5º ano do Ensino Fundamental (CURITIBA, 2016).

Os números expressivos de escolas em tempo integral ou com atividades em

contra turno, na cidade de Curitiba, representam a valorização da educação e da

cultura para o desenvolvimento e formação das crianças. Tal comprometimento é

representado pelo crescente desempenho no IDEB, o principal indicador da qualidade

da educação no Brasil, que do período de 2005 para 2015 teve um aumento de 34%

em sua pontuação. Em 2005 a pontuação obtida foi 4,7 e em 2015 alcançou nota6,3,

superior à meta de 6.0 pontos estabelecida para o ano (INEP, 2016).

Os Centros de Educação Integral, ficam localizados nas regiões periféricas da

cidade com maior vulnerabilidade social e baixo nível socioeconômico, as matrículas

são preferencialmente para famílias cujos responsáveis trabalham período integral.

Em 33 Centros de Educação Integral parte dos estudantes permanece por um período

de 09 horas diárias. Já a unidade onde a pesquisa foi realizada faz parte de um grupo

de 08 unidades escolares que atendem sua totalidade de estudantes em período

integral, das 8h às 17h.

As atividades oferecidas no contra turno são extracurriculares, como reforço

escolar, atividades lúdicas, artes, lazer, cultura, educação física e musical

desenvolvidas por profissionais da educação. As crianças recebem três refeições

diárias, desfrutam de uma estrutura com quadra poliesportiva e biblioteca com livre

acesso.

4.4 Instrumentos

Os instrumentos para verificação dos padrões de competências sociais, de

realização de atividades e competências escolares de acordo com múltiplos

informantes foram os seguintes.

a) Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes de 6 a 18

anos- Child Behavior Checklist (CBCL/6-18): o instrumento avalia as competências e

padrões comportamentais da criança ou adolescente referente aos últimos seis meses

(ACHENBACH; RESCORLA, 2001). A tradução e adaptação cultural para o português

do Brasil foi realizada por Bordin e colaboradores (2013). O inventário é respondido

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pelo cuidador responsável pela criança. No presente estudo todos os informantes

foram as mães das crianças. As escalas do CBCL/6-18 se distribuem da seguinte

forma: Perfil das escalas de Competências, composto por 20 questões e dividido em

três escalas: a) Competência social (verifica número de amigos da criança, frequência

semanal dos encontros com amigos e relacionamento com irmãos, outras crianças e

pais, entre outros); b) Competência escolar (verifica, de acordo com a percepção do

informante indicadores de desempenho escolar, realização de reforço escolar,

repetência, problemas no desempenho escolar); c) Competência para realização de

atividades (verifica número de esportes, passatempos, organizações que frequenta e

tarefas cotidianas que a criança realiza). As pontuações ponderadas (escores T) são

distribuídas da seguinte maneira: - faixa normal (escores acima de 35); -faixa limítrofe

(escores entre30 a 35) e - faixa clínica (escores abaixo de 30).Também fazem parte

do inventário o Perfil das escalas das síndromes de problemas de comportamento

composto pelas escalas Ansiedade/Depressão, Isolamento/Depressão, Queixas

Somáticas, Problemas de sociabilidade, Problemas com o Pensamento, Problemas

de Atenção, Comportamento de Violação de Regras, Comportamento Agressivo; o

Perfil das escalas orientadas pelo DSM que é composto pelas escalas de Problemas

Afetivos, Problemas de Ansiedade, Problemas Somáticos, Problemas de Déficit de

Atenção e Hiperatividade, Problemas de Oposição e Desafio e Problemas de Conduta.

Por último gera-se também um Perfil dos problemas internalizantes, externalizantes e

Problemas emocionais e comportamentais totais. As escalas são normatizadas de

acordo com a idade e gênero. Nas escalas de problemas comportamentais, o

informante circula o número zero caso a afirmativa “não seja verdadeira em relação

ao comportamento da criança”, circula o número 1 caso a afirmativa seja “um pouco

verdadeira ou algumas vezes verdadeira” e o número 2 quando for “muito verdadeira

ou frequentemente verdadeira”. Tanto nas escalas das síndromes de problemas de

comportamento como nas escalas orientadas pelo DSM e escalas de problemas

internalizantes, externalizantes e totais.Os dados das escalas síndromes e do DSM

não foram considerados para o estudo.

b) Inventário de comportamentos para crianças e adolescentes entre 06 e 18

anos. Formulário para professores (TRF/6-18): o inventário é respondido pelo

professor da criança e avalia competências escolares e problemas de comportamento

que são agrupados nas mesmas escalas referentes ao CBCL/6-18. A diferença entre

o CBCL e TRF é que este último permite avaliar outras competências escolares que

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podem ser observadas no contexto escolar incluindo itens que avaliam desempenho

acadêmico na percepção do professor, capacidade para trabalhar, comportamento,

aprendizagem, avaliação de quão feliz percebe que a criança é. As faixas de

classificação e normatização são as mesmas do CBCL/6-18 (ACHENBACH;

RESCORLA, 2001; 2004).

c) Guia de Orientação para Manejo Comportamental de Crianças e

Adolescentes com sinais de Desatenção e Hiperatividade (ARAÚJO, 2012): o Guia de

orientação para manejo comportamental de crianças e adolescentes com sinais de

desatenção e hiperatividade foi produzido por Araújo (2012). E têm por objetivo

desenvolver, implementar e avaliar o efeito de procedimentos de manejo

comportamental no processo de aprendizagem de alunos caracterizados com

desatenção e hiperatividade. A elaboração do guia teve sua base teórica na Análise

do Comportamento com estratégias de controle de estímulos e reforçadores. No guia

são estabelecidas 16 ações agrupadas em quatro estratégias: Controle de Estímulos

(CE) - Predomínio do controle do comportamento pelos estímulos antecedentes;

Reforço (Rf) - Predomínio do controle do comportamento pelo uso de reforçadores

positivos para comportamentos adequados e Controle de estímulos por reforçamento

(CERf) – Predomínio do controle do comportamento mediante manejo de

antecedentes e reforçadores positivos para comportamento adequados. A testagem

desse guia foi realizada com um grupo de oito crianças com diagnóstico de TDAH,

divididos em grupo experimental e grupo controle. O resultado apresentou que a

aplicação do Guia se mostrou viável e eficaz no manejo de diversos comportamentos

relacionados à desatenção e à hiperatividade, assim como de outros problemas de

comportamento comumente associados ao TDAH (ARAÙJO, 2015).

d) Checklist para controle de aplicação das orientações dos programas de

treinamento: baseado em Araújo (2012) o checklist foi composto por itens cujos

conteúdos foram aspectos abordados no guia descrito anteriormente (‘c’ do

instrumento). Foi preenchido semanalmente para o controle da implantação das

orientações por parte do professor. O objetivo foi verificar o cumprimento das

orientações numa escala de frequência de aplicação com as seguintes classificações:

- ‘muitas vezes’ (pontuação =2) para a estratégia que foi incorporada diariamente em

sala de aula; - ‘algumas vezes’ (pontuação =1) para a estratégia utilizada apenas em

algumas aulas ou dias da semana, - ‘a estratégia não foi implantada’ (pontuação =0).

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e) Registro de desempenho acadêmico dos alunos mediante nota em provas

trimestrais e média final: esse dado foi extraído do prontuário do aluno. As notas

utilizadas para avaliar o desempenho dos alunos, são em forma de conceito A (atingiu

o esperado), B (atingiu parcialmente, necessitando avançar) e C (não atingiu). Para

cada conteúdo trabalhado em sala de aula durante o trimestre é dado um conceito,

podendo o boletim possuir variadas notas em uma mesma disciplina. Por exemplo, se

foram trabalhados 12 conteúdos, a nota será composta com a mesma quantidade de

conceitos (podendo ser A, B ou C) para cada item avaliado dentro da disciplina.

4.5 Procedimentos de coleta de dados

O estudo de Siqueira (2015) foi desenvolvido em três fases, perfazendo um

total de sete meses (fases de pré-intervenção, intervenção, pós-intervenção). Como

colocado acima o estudo de Siqueira (2015) já foi desenvolvido e o presente trabalho

dará continuidade às análises para verificação da eficácia dessa intervenção em

padrões de competência social e funcionamento adaptativo, bem como no

desempenho escolar dos alunos.

Na fase pré e pós-intervenção foram aplicados com instrumentos CBCL e

TRF, bem como registradas as notas escolares. Posteriormente foi conduzida a

capacitação dos professores participantes mediante treinamento e orientação para

uso do guia e preenchimento dos checklist. A capacitação foi baseada nos princípios

da análise aplicada do comportamento, especialmente baseadas nas técnicas de

reforço e modelagem. Foram realizados acompanhamentos semanais das

professoras por meio de conversas para esclarecimentos de dúvidas, para

compartilhamento entre as professoras das ações de implementação do guia em sala

de aula e por vezes, um apoio psicológico ao professor. Esses encontros tinham

duração de 45 minutos. No primeiro mês a conversa foi semanal e posteriormente

quinzenalmente (SIQUEIRA, 2015).

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4.6 Procedimentos de análise de dados

Foram conduzidas análises em função dos objetivos deste estudo, a partir dos

dados coletados no estudo de Siqueira (2015). Análises descritivas mediante uso de

tabelas simples que possibilitaram comparar os dados referentes ao efeito da

intervenção sobre os perfis de competências sociais, de realização de atividades e de

desempenho escolar dos alunos do grupo experimental e grupo controle entre as

fases do estudo. Os dados provenientes da aplicação dos instrumentos de avaliação

comportamental foram analisados por meio das padronizações específicas destes.

Para a geração dos perfis comportamentais do CBCL/6-18 e TRF/6-18 foi utilizado o

programa Assessment Data Manager (ADM) 7.2 (ACHENBACH; RESCORLA, 2001).

Os dados comportamentais referentes a padrões de competências sociais, de

realização de atividades e de desempenho escolar foram analisados em função dos

escores T e da classificação nas faixas clínica, limítrofe e normal conforme o manual

(ACHENBACH; RESCORLA, 2001). As análises quantitativas dos dados foram

realizadas com auxílio do SPSS, versão 19.0.

Foram realizadas análises quantitativas descritivas e análises estatísticas

inferenciais para verificar possíveis diferenças estatisticamente significativas de

indicadores de competências sociais, de realização de atividades e de desempenho

escolar entre as fases do estudo em função do fator tempo. Para verificar diferenças

estatisticamente significantes em relação a diferentes variáveis de funcionamento

adaptativo do CBCL e TRF para comparar os grupos GE, GC e ambos juntos nas

fases do estudo foi usado o teste ANOVA. Foi assumido como nível de significância

valores de p ≤0,05 (5% de margem de erro).

5. Resultados

Para verificar se no grupo de participantes havia diferenças estatisticamente

significantes em relação ao fator idade ou sexo, foi usado o teste paramétrico de

igualdade de duas proporções ANOVA. A tabela 2 mostra que não houve diferenças

em função da idade, sendo a menor idade 6 anos e a maior 10 anos, representando

uma média de idade de 7 anos e cinco meses. Constatou-se que o grupo é

homogêneo a partir da testagem feita com ANOVA, com valor de p=0,79 e coeficiente

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de variação (CV) de 16% e 15% para os grupos controle e experimental,

respectivamente.

Tabela 2: Resultados do teste paramétrico de igualdade de duas proporções ANOVA

para comparação dos grupos em função da idade

Idade Controle Experimental

Média 7,5 7,4

Mediana 8 8

Desvio Padrão 1,2 1,1

CV 16% 15%

Min 6 6

Max 10 9

P-valor 0,79

Averiguamos que também não existe diferença estatística entre os grupos para

a distribuição do sexo em função do teste de Igualdade de Duas Proporções (p=0,14).

Portanto, observa-se equilíbrio na composição das duas amostras, conforme ilustrado

na tabela 3.

Tabela 3: Resultados do teste paramétrico de igualdade de duas proporções ANOVA para comparação dos grupos em função de sexo.

Sexo Controle Experimental

P-valor N % N %

Feminino 16 57,1% 14 38,9% 0,14

Masculino 12 42,9% 22 61,1%

Nas tabelas 4, 5, 6, 7, 8 e9 são apresentados os resultados do teste de ANOVA

que comparou os grupos (GE e GC) para cada ano escolar, e ambos juntos, em cada

uma das fases do estudo. Os dados são referentes aos itens de funcionamento

adaptativo (desempenho escolar, capacidade de trabalho, comportamento,

aprendizagem, avaliação de quão feliz percebe que a criança é e outros) relativos ao

formulário para professores TRF/6-18.

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Tabela 4: Resultados do teste ANOVA para desempenho escolar entre os grupos de acordo com relato do professor

Desempenho escolar TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 42,7 5,7 13% 13 3,1 0,72

Experimental 43,7 8,6 20% 16 4,2

4º ano

Controle 47,5 0,5 1% 15 0,3 0,15

Experimental 46,0 4,0 9% 20 1,7

Todos Controle 45,3 4,5 10% 28 1,7

0,83 Experimental 44,9 6,4 14% 36 2,1

Fase Pós

2º ano

Controle 44,9 6,4 14% 13 3,5 0,00

Experimental 56,7 5,2 9% 16 2,5

4º ano

Controle 47,5 0,5 1% 15 0,3 0,12

Experimental 45,6 4,6 10% 20 2,0

Todos Controle 46,3 4,5 10% 28 1,7

0,00 Experimental 50,5 7,4 15% 36 2,4

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Os dados da tabela 4 indicam que na fase pré-intervenção os grupos não

apresentaram diferenças entre si em relação ao desempenho escolar, tanto por ano

escolar como por grupo. No entanto, na fase pós intervenção o GE do 2º ano

apresentou melhor desempenho acadêmico se comparado ao GC com diferenças

estatisticamente significativas. Já no 4º ano não houve diferenças entre os grupos.

Quando comparados os GE e GC de ambos os anos foi verificado também diferenças

estatisticamente significativas entre ambos, de acordo com o relato do professor no

TRF.

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Tabela 5: Resultados do teste ANOVA para “capacidade de trabalho” entre os grupos de acordo com relato do professor.

Capacidade de trabalho TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 44,5 6,0 13% 13 3,2 0,27

Experimental 47,1 6,2 13% 16 3,0

4º ano

Controle 48,3 4,2 9% 15 2,1 0,06

Experimental 45,7 3,9 9% 20 1,7

Todos Controle 46,6 5,4 12% 28 2,0

0,82 Experimental 46,3 5,0 11% 36 1,6

Fase Pós

2º ano

Controle 45,9 4,8 10% 13 2,6 0,00

Experimental 54,3 4,8 9% 16 2,3

4º ano

Controle 47,0 1,9 4% 15 0,9 0,42

Experimental 46,0 4,5 10% 20 2,0

Todos Controle 46,5 3,5 7% 28 1,3

0,01 Experimental 49,7 6,2 12% 36 2,0

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

De acordo com a tabela 5, observa-se que entre os GC e GE do 2º e 4º ano não houve

diferenças estatisticamente significantes para a escala de capacidade de trabalho

quando comparadas as médias de escore T na fase pré. E, já na fase pós essas

diferenças estatisticamente significantes sim foram constatadas entre esses grupos

do 2º ano. Na fase pré intervenção, os alunos do GC do 4º ano obtiveram melhores

índices em relação aos do GE com diferenças indicativas de tendência à significância

(valor de p=0,06). Entretanto, na fase pós, as diferenças de média dos escores T não

mostraram diferenças estatisticamente significantes nos alunos do GE e GC do 4º

ano. Quando comparados os GE e GC de ambos os anos foi verificado também

diferença estatisticamente significativa entre as médias, de acordo com o relato do

professor no TRF para a capacidade de trabalho dos alunos.

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44

Tabela 6: Resultados do teste ANOVA para indicadores de comportamento entre os grupos de acordo com relato do professor.

Comportamento TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 43,9 4,6 10% 13 2,5 0,37

Experimental 45,9 6,9 15% 16 3,4

4º ano

Controle 46,6 4,7 10% 15 2,4 0,24

Experimental 45,1 2,7 6% 20 1,2

Todos Controle 45,4 4,8 10% 28 1,8

0,92 Experimental 45,5 5,0 11% 36 1,6

Fase Pós

2º ano

Controle 44,8 4,7 10% 13 2,5 0,00

Experimental 51,1 4,7 9% 16 2,3

4º ano

Controle 45,4 2,7 6% 15 1,4 0,66

Experimental 45,9 3,2 7% 20 1,4

Todos Controle 45,1 3,7 8% 28 1,4

0,00 Experimental 48,2 4,7 10% 36 1,5

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 6 observam-se os resultados da ANOVA em relação ao item

comportamento do aluno relatado pelo professor que se refere a quão apropriado é o

comportamento do aluno no contexto de sala de aula. As médias de escores T na fase

pré intervenção os comportamentos dos grupos experimental e controle em ambas as

turmas são similares, de acordo com as médias, os coeficientes de variação de 10%

e 11% e valores de p acima de 0,05. Já na fase pós intervenção ao comparar os

grupos é possível verificar que o grupo experimental do 2º ano apresentou melhor

média atribuída a comportamento, conforme constatado pelo professor, com

diferenças estatisticamente significantes (p=0,00). Quando comparados os GE e GC

de ambos os anos foi verificado também diferença estatisticamente significativa entre

as médias, de acordo com o relato do professor no TRF para quão apropriado é o

comportamento do aluno no contexto de sala de aula.

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Tabela 7: Resultados do teste ANOVA para indicadores de aprendizagem entre os grupos de acordo com relato do professor.

Aprendizagem TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 43,7 5,7 13% 13 3,1 0,71

Experimental 44,7 8,2 18% 16 4,0

4º ano

Controle 46,5 2,1 4% 15 1,0 0,18

Experimental 44,5 5,3 12% 20 2,3

Todos Controle 45,2 4,3 10% 28 1,6

0,68 Experimental 44,6 6,7 15% 36 2,2

Fase Pós

2º ano

Controle 43,8 5,6 13% 13 3,0 0,00

Experimental 54,1 4,8 9% 16 2,3

4º ano

Controle 45,9 1,0 2% 15 0,5 0,30

Experimental 44,9 3,9 9% 20 1,7

Todos Controle 44,9 4,0 9% 28 1,5

0,00 Experimental 48,9 6,3 13% 36 2,1

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 7 observa-se que na comparação dos grupos quanto ao grau de

aprendizagem conforme o relato dos professores sobre o quanto o aluno está

aprendendo, na fase pós intervenção os alunos do grupo experimental do 2º ano

atingiram grau superior no item aprendizagem (p=0,00) com diferenças

estatisticamente significativas entre as médias dos GC e GE. Quando comparados os

GE e GC de ambos os anos foi verificado também diferença estatisticamente

significativa entre as médias, de acordo com o relato do professor no TRF para

aprendizagem do aluno no contexto de sala de aula.

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Tabela 8: Resultados do teste ANOVA para indicadores de felicidade entre os grupos de acordo com relato do professor.

Felicidade TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 43,8 2,2 5% 13 1,2 0,22

Experimental 46,2 6,8 15% 16 3,3

4º ano

Controle 45,3 1,6 4% 15 0,8 0,90

Experimental 45,5 5,0 11% 20 2,2

Todos Controle 44,6 2,0 5% 28 0,7

0,30 Experimental 45,8 5,8 13% 36 1,9

Fase Pós

2º ano

Controle 44,2 4,6 10% 13 2,5 0,00

Experimental 53,5 5,1 9% 16 2,5

4º ano

Controle 44,9 1,0 2% 15 0,5 0,52

Experimental 44,4 3,4 8% 20 1,5

Todos Controle 44,6 3,2 7% 28 1,2

0,00 Experimental 48,4 6,2 13% 36 2,0

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 8 observa-se que na comparação dos grupos sobre quanto o

professor percebe que o aluno é feliz no cotidiano escolar, na fase pós intervenção os

alunos do grupo experimental do 2º ano atingiram médias superiores de escores T

com diferenças estatisticamente significativas entre as médias deste grupo

comparado ao grupo controle (p=0,00). Quando comparados os GE e GC de ambos

os anos na fase pós foi verificado, também, diferença estatisticamente significativa

entre as médias de acordo com o relato do professor no TRF para a percepção de

felicidade no aluno no contexto de sala de aula.

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Tabela 9: Resultados do teste ANOVA para os itens ‘Desempenho escolar, Capacidade de trabalho, Comportamento, Aprendizagem, Felicidade’ entre os grupos de acordo com relato do professor.

Outros/ TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 42,5 5,2 12% 13 2,8 0,42

Experimental 44,3 6,8 15% 16 3,3

4º ano

Controle 45,9 3,7 8% 15 1,9 0,12

Experimental 43,7 4,4 10% 20 2,0

Todos Controle 44,3 4,7 11% 28 1,8

0,79 Experimental 44,0 5,5 13% 36 1,8

Fase Pós

2º ano

Controle 43,1 5,4 13% 13 2,9 0,00

Experimental 53,9 4,8 9% 16 2,4

4º ano

Controle 42,5 7,8 18% 15 4,0 0,41

Experimental 44,2 4,0 9% 20 1,7

Todos Controle 42,8 6,7 16% 28 2,5

0,00 Experimental 48,5 6,5 13% 36 2,1

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 9 observa-se que na comparação dos grupos sobre quanto aos itens

Desempenho escolar, Capacidade de trabalho, Comportamento e Aprendizagem na

fase pós intervenção os alunos do grupo experimental do 2º ano atingiram médias

superiores de escores T com diferenças estatisticamente significativas entre as

médias deste grupo comparado ao GC (p=0,00). Quando comparados os GE e GC de

ambos os anos nesta mesma fase foi verificado, também, diferença estatisticamente

significativa entre as médias de acordo com o relato do professor no TRF.

Nas tabelas 10, 11 e 12 podem ser observados os resultados do teste ANOVA

referente às comparações entre os grupos (GE e GC) para cada ano escolar, e ambos

juntos, em cada uma das fases do estudo. Os dados são referentes aos itens de

funcionamento adaptativo (realização de atividades, social e desempenho escolar)

relativos ao CBCL/6-18, preenchido pelos pais ou responsáveis. Na tabela 10 são

apresentados os resultados sobre a escala de competências de atividades que avalia

as atividades que a criança realiza como jogos favoritos, brincadeiras, esportes,

passatempos, organizações que a criança frequenta e tarefas cotidianas que a criança

realiza. Na tabela 11 são apresentados os resultados sobre a escala de competência

social que verifica o número de amigos próximo da criança, frequência em que

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encontra os amigos, relacionamento com os irmãos, com pares da mesma idade ou

mais velhos, com os pais, se a criança costuma brincar sozinho, entre outros.

Tabela 10: Resultados do teste ANOVA para indicadores de realização de Atividades(jogos favoritos, brincadeiras, esportes, passatempos e tarefas cotidianas que a criança realiza)entre os grupos de acordo com relato dos pais.

Atividades CBCL/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 38,5 4,6 12% 13 2,5 0,74

Experimental 39,7 12,8 32% 16 6,3

4º ano

Controle 40,4 10,7 26% 15 5,4 0,70

Experimental 41,8 9,9 24% 20 4,3

Todos Controle 39,5 8,3 21% 28 3,1

0,60 Experimental 40,8 11,2 27% 36 3,6

Fase Pós

2º ano

Controle 37,5 6,7 18% 13 3,7 0,53

Experimental 39,6 9,9 25% 15 5,0

4º ano

Controle 37,6 9,3 25% 15 4,7 0,47

Experimental 40,2 11,1 28% 20 4,8

Todos Controle 37,6 8,0 21% 28 3,0

0,33 Experimental 39,9 10,4 26% 35 3,5

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Observa-se nas tabelas 10 e 11 que os grupos não apresentam diferenças

estatisticamente significantes. Isso indica que não há diferenças nas fases pré e pós

entre grupos, tampouco há diferenças quando comparadas as médias de escores T

dos GE e GC de ambos os anos de acordo com o relato dos pais no CBCL.

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Tabela 11: Resultados do teste ANOVA para indicadores de socialização entre os grupos de acordo com relato dos pais.

Social CBCL/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

2º ano

Controle 38,1 5,4 14% 13 2,9 0,89

Experimental 38,5 10,3 27% 16 5,0

4º ano

Controle 40,5 9,3 23% 15 4,7 0,97

Experimental 40,5 8,0 20% 20 3,5

Todos Controle 39,4 7,7 20% 28 2,9

0,92 Experimental 39,6 9,0 23% 36 2,9

Fase Pós

2º ano

Controle 37,8 5,0 13% 13 2,7 0,71

Experimental 38,5 5,5 14% 16 2,7

4º ano

Controle 38,4 8,5 22% 15 4,3 0,93

Experimental 38,2 9,0 24% 20 3,9

Todos Controle 38,1 7,0 18% 28 2,6

0,91 Experimental 38,3 7,6 20% 36 2,5

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 12 podem ser observados os resultados do teste ANOVA referente

às comparações entre os grupos (GE e GC) para cada ano escolar, e ambos juntos,

em cada uma das fases do estudo na escala de desempenho escolar do CBCL. Nessa

escala investiga-se o desempenho escolar da criança nas disciplinas escolares

mediante a percepção do pais, se a criança passa por reforço escolar, repetência,

problemas no desempenho escolar, entre outros. Os dados da Tabela 12 nos

permitem inferir que na fase pré intervenção os grupos não apresentaram diferenças

significativamente relevantes. Na fase pós o grupo controle do 4º ano obteve melhor

desempenho escolar em relação ao GE, com diferença estatisticamente significante

(p=0,04).

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Tabela 12: Resultados do teste ANOVA para indicadores de desempenho escolar entre os grupos de acordo com relato dos pais.

Desempenho Escolar CBCL/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-valor

Fase Pré

2º ano

Controle 46,3 5,5 12% 13 3,0 0,85

Experimental 45,9 5,3 12% 16 2,6

4º ano

Controle 48,3 7,3 15% 15 3,7 0,10

Experimental 43,8 8,2 19% 20 3,6

Todos Controle 47,4 6,5 14% 28 2,4

0,13 Experimental 44,8 7,0 16% 36 2,3

Fase Pós

2º ano

Controle 44,5 7,1 16% 13 3,9 0,11

Experimental 48,5 6,2 13% 16 3,0

4º ano

Controle 47,4 6,2 13% 15 3,1 0,04

Experimental 42,3 8,0 19% 20 3,5

Todos Controle 46,1 6,7 14% 28 2,5

0,58 Experimental 45,1 7,8 17% 36 2,6

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Em suma conforme os resultados apresentados nas Tabelas 4 até 12

concluímos que existe diferença média entre os grupos para: desempenho escolar,

capacidade de trabalho, comportamento, aprendizagem, felicidade, outros/soma de

itens (escalas do TRF) e desempenho escolar (escala do CBCL), sendo as principais

diferenças na fase pós intervenção no grupo de escolares de 2º ano a partir de dados

do TRF. A única exceção ocorreu na escala de desempenho escolar do CBCL (Tabela

12), na qual foi verificada diferença estatisticamente significantes entre GE e GC na

fase pós intervenção do 4º ano, entretanto, o grupo controle teve média maior (47,4)

que o GE (42,3).

Foram conduzidos novos testes ANOVA para comparar os participantes em

função do ano escolar e grupo nas escalas de funcionamento adaptativo do TRF. Na

Tabela 13 apresentam-se os resultados relativos a desempenho escolar segundo o

relato de professores no TRF. Houve diferença significativa nas médias dos controles

do 4º ano de 47,5 contra aos controles do 2º ano com média de 42,7 na fase pré-

intervenção, (p=0,00). Já na fase pós intervenção não houve diferença entre os GC,

entretanto entre os GE observa-se diferença com significância estatística (p=0,00). O

grupo experimental do 2º ano aumentou a média de escore T de desempenho escolar

em aproximadamente 14 pontos na fase pós se comparada à fase pré, diferente do

GE do 4º ano que mostra uma diminuição na média de escore T.

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Tabela 13: Resultados do teste ANOVA para indicadores de desempenho escolar de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo.

Desempenho escolar TRF/6-18

Média de Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

Controle 2º ano 42,7 5,7 13% 13 3,1

0,00 4º ano 47,5 0,5 1% 15 0,3

Experimental 2º ano 43,7 8,6 20% 16 4,2

0,30 4º ano 46,0 4,0 9% 20 1,7

Fase Pós

Controle 2º ano 44,9 6,4 14% 13 3,5

0,13 4º ano 47,5 0,5 1% 15 0,3

Experimental 2º ano 56,7 5,2 9% 16 2,5

0,00 4º ano 45,6 4,6 10% 20 2,0

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 14 apresentam-se os resultados relativos a capacidade de trabalho

dos alunos segundo o relato de professores no TRF. Na fase pós intervenção não

houve diferença entre os GC, mas se verificou diferença significativa entre as médias

dos GE do 2º e 4º anos (p=0,00). O grupo experimental do 2º ano obteve os maiores

aumentos (média de escore T) de comportamento, aumentou em aproximadamente

10 pontos, diferente do GE do 4º ano que diminuiu. Na fase pré as diferenças entre

os GC do 2º e 4º anos apresentaram diferenças estatisticamente significativas

marginalmente (p=0,06).

Tabela 14: Resultados do teste ANOVA para indicadores de capacidade de trabalho de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo.

Capacidade de trabalho TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

Controle 2º ano 44,5 6,0 13% 13 3,2

0,06 4º ano 48,3 4,2 9% 15 2,1

Experimental 2º ano 47,1 6,2 13% 16 3,0

0,40 4º ano 45,7 3,9 9% 20 1,7

Fase Pós

Controle 2º ano 45,9 4,8 10% 13 2,6

0,42 4º ano 47,0 1,9 4% 15 0,9

Experimental 2º ano 54,3 4,8 9% 16 2,3

0,00 4º ano 46,0 4,5 10% 20 2,0

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

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Na tabela 15 apresentam-se os resultados relativos a comportamento dos

alunos segundo o relato de professores no TRF. Na fase pós intervenção não houve

diferença entre os GC, mas se verificou diferença significativa entre as médias dos

GE do 2º e 4º anos (p=0,00). O grupo experimental do 2º ano obteve os maiores

aumentos (média de escore T) de comportamento, aumentou em aproximadamente 7

pontos, diferente do GE do 4º ano que diminuiu.

Tabela 15: Resultados do teste ANOVA para indicadores de comportamento de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo.

Comportamento TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

Controle 2º ano 43,9 4,6 10% 13 2,5

0,14 4º ano 46,6 4,7 10% 15 2,4

Experimental 2º ano 45,9 6,9 15% 16 3,4

0,62 4º ano 45,1 2,7 6% 20 1,2

Fase Pós

Controle 2º ano 44,8 4,7 10% 13 2,5

0,70 4º ano 45,4 2,7 6% 15 1,4

Experimental 2º ano 51,1 4,7 9% 16 2,3

0,00 4º ano 45,9 3,2 7% 20 1,4

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 16 apresentam-se os resultados relativos a aprendizagem dos alunos

segundo o relato de professores no TRF. Na fase pós intervenção não houve diferença

entre os GC, mas se verificou diferença significativa entre as médias dos GE do 2º e

4º anos (p=0,00). O grupo experimental do 2º ano teve os maiores aumentos (média

de escore T) de comportamento, que aumentou para aproximadamente 10 pontos,

diferente do GE do 4º ano que diminuiu. Na fase pré as diferenças entre os GC do 2º

e 4º anos apresentaram diferenças estatisticamente significativas marginalmente

(p=0,09).

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Tabela 16: Resultados do teste ANOVA para indicadores de aprendizagem de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo.

Aprendizagem TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

Controle 2º ano 43,7 5,7 13% 13 3,1

0,09 4º ano 46,5 2,1 4% 15 1,0

Experimental 2º ano 44,7 8,2 18% 16 4,0

0,93 4º ano 44,5 5,3 12% 20 2,3

Fase Pós

Controle 2º ano 43,8 5,6 13% 13 3,0

0,15 4º ano 45,9 1,0 2% 15 0,5

Experimental 2º ano 54,1 4,8 9% 16 2,3

0,00 4º ano 44,9 3,9 9% 20 1,7

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 17 apresentam-se os resultados relativos a felicidade dos alunos

segundo o relato de professores no TRF. Na fase pós intervenção não houve diferença

entre os GC, mas se verificou diferença significativa entre as médias dos GE do 2º e

4º anos (p=0,00). O grupo experimental do 2º ano teve os maiores aumentos (média

de escore T) de comportamento, aumentou em aproximadamente 10 pontos, diferente

do GE do 4º ano que diminuiu. Na fase pré as diferenças entre os GC do 2º e 4º anos

apresentaram diferenças estatisticamente significativas (p=0,03).

Tabela 17: Resultados do teste ANOVA para indicadores de felicidade de acordo com relato do professor, entre anos escolares por grupo.

Felicidade TRF/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

Controle 2º ano 43,8 2,2 5% 13 1,2

0,03 4º ano 45,3 1,6 4% 15 0,8

Experimental 2º ano 46,2 6,8 15% 16 3,3

0,72 4º ano 45,5 5,0 11% 20 2,2

Fase Pós

Controle 2º ano 44,2 4,6 10% 13 2,5

0,56 4º ano 44,9 1,0 2% 15 0,5

Experimental 2º ano 53,5 5,1 9% 16 2,5

0,00 4º ano 44,4 3,4 8% 20 1,5

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

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54

Conclui-se que nas escalas de funcionamento adaptativo do TRF existem

algumas diferenças significantes entre escolares de 2º e 4º ano, basicamente no grupo

experimental na fase pós intervenção, mas também encontramos diferenças no

Controle pré. Nota-se que a intervenção trouxe impactos positivos maiores para o

grupo do 2º ano experimental.

Foram realizados também testes ANOVA para comparar os participantes em

função do ano escolar e grupo nas escalas de funcionamento adaptativo do CBCL.

Na tabela 18 apresentam-se os resultados relativos a realização de atividades dos

escolares, no que se observa não houve diferença significativa entre as médias em

função do ano escolar e do grupo.

Tabela 18: Resultados do teste ANOVA para indicadores de realização de atividades de acordo com relato do pai, entre anos escolares por grupo.

Atividades CBCL/6-18

Média de Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-valor

Fase Pré

Controle 2º ano 38,5 4,6 12% 13 2,5

0,55 4º ano 40,4 10,7 26% 15 5,4

Experimental 2º ano 39,7 12,8 32% 16 6,3

0,58 4º ano 41,8 9,9 24% 20 4,3

Fase Pós

Controle 2º ano 37,5 6,7 18% 13 3,7

0,98 4º ano 37,6 9,3 25% 15 4,7

Experimental 2º ano 39,6 9,9 25% 15 5,0

0,88 4º ano 40,2 11,1 28% 20 4,8

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 19 apresentam-se os resultados relativos a socialização, observa-se

que não houve diferença significativa entre as médias em função do ano escolar e do

grupo.

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55

Tabela 19: Resultados do teste ANOVA para indicadores de socialização de acordo com relato do pai, entre anos escolares por grupo.

Social CBCL/6-18

Média de Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-valor

Fase Pré

Controle 2º ano 38,1 5,4 14% 13 2,9

0,41 4º ano 40,5 9,3 23% 15 4,7

Experimental 2º ano 38,5 10,3 27% 16 5,0

0,52 4º ano 40,5 8,0 20% 20 3,5

Fase Pós

Controle 2º ano 37,8 5,0 13% 13 2,7

0,81 4º ano 38,4 8,5 22% 15 4,3

Experimental 2º ano 38,5 5,5 14% 16 2,7

0,89 4º ano 38,2 9,0 24% 20 3,9

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Na tabela 20 apresentam-se os resultados relativos a desempenho escolar do

CBCL. Os dados permitem aferir que houve diferença basicamente no grupo

experimental do 2º ano com média de 48,5 em relação ao grupo do 4º ano com 42,3

para o 4º ano (p=0,01).

Tabela 20: Resultados do teste ANOVA para indicadores de Desempenho Escolar de acordo com relato do pai, entre anos escolares por grupo.

Desempenho Escolar CBCL/6-18

Média de

Escore T

Desvio Padrão

CV N IC P-

valor

Fase Pré

Controle 2º ano 46,3 5,5 12% 13 3,0

0,43 4º ano 48,3 7,3 15% 15 3,7

Experimental 2º ano 45,9 5,3 12% 16 2,6

0,37 4º ano 43,8 8,2 19% 20 3,6

Fase Pós

Controle 2º ano 44,5 7,1 16% 13 3,9

0,26 4º ano 47,4 6,2 13% 15 3,1

Experimental 2º ano 48,5 6,2 13% 16 3,0

0,01 4º ano 42,3 8,0 19% 20 3,5

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Nas tabelas a seguir, foram comparadas as fases pré e pós para a distribuição

dos escores. Para ter uma análise mais fidedigna os casos que pontuaram clínicos e

limítrofes foram analisados conjuntamente, classificando todos esses casos como

‘Clínico’. Na análise foi utilizado o teste de Igualdade de Duas Proporções e os

percentuais calculados sempre para o total de respostas validas em cada situação.

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56

As tabelas 21 e 22 apresentam os dados referentes a identificação dos

escolares na faixa clínica ou normal das escalas de competências do TRF e CBCL

dos grupos experimentais do 2º e 4º ano na fase pré e pós intervenção. Mediante as

pontuações obtidas nas escalas de competências dos instrumentos CBCL e TRF os

sujeitos são classificados por meio de pontuações ponderadas (escores T)

distribuídas da seguinte forma: faixa normal (escores acima de 35), faixa clínica

(escores abaixo de 30) e faixa limítrofe (entre 30 a 35).

Observa-se na Tabela 21, que na fase pós intervenção houve diminuição do

número de escolares do GE do 2º ano da faixa clínica em todos os itens do TRF e do

CBCL. Destaca-se maior significância para as escalas ‘Aprendizagem’ do TRF e

‘Desempenho escolar’ do CBCL. Na escala ‘Aprendizagem’ do TRF houve diminuição

do número de escolares de 4 casos clínicos para 0 (p=0,03). Os dados indicam que

os escolares da faixa clínica apresentaram avanços na aprendizagem, segundo a

percepção do professor. Na escala ‘Desempenho escolar’ do CBCL o número de

escolares na faixa clínica diminuiu de 5 para 0 (p=0,01), revelando a percepção dos

pais quanto uma melhora no desempenho da criança na fase pós intervenção.

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57

Tabela 21: Resultados comparativos da classificação do TRF e CBCL do grupo experimental de 2º ano entre as fases pré e pós do estudo.

Escalas Experimental 2º Ano

Pré Pós P-valor

N % N %

TRF- Aprendizagem Clínico 4 25,0% 0 0,0%

0,03 Normal 12 75,0% 16 100%

TRF- Capacidade de trabalho

Clínico 8 50,0% 7 43,8% 0,72

Normal 8 50,0% 9 56,3%

TRF-Comportamento Clínico 3 18,8% 0 0,0%

0,06 Normal 13 81,3% 16 100%

TRF- Desempenho escolar

Clínico 0 0,0% 0 0,0% - x -

Normal 16 100% 16 100%

TRF-Felicidade Clínico 1 6,3% 0 0,0%

0,31 Normal 15 93,8% 16 100%

TRF-Outros Clínico 1 6,3% 0 0,0%

0,31 Normal 15 93,8% 16 100%

CBCL- Desempenho escolar

Clínico 5 31,3% 0 0,0% 0,01

Normal 11 68,8% 16 100%

CBCL-Social Clínico 7 43,8% 5 31,3%

0,46 Normal 9 56,3% 11 68,8%

CBCL- Atividades Clínico 1 6,3% 0 0,0%

0,31 Normal 15 93,8% 16 100%

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

Os dados da tabela 22 evidenciam que o grupo experimental do 4ºano não

apresentou diferenças significativas na redução dos escolares considerados clínicos

em relação a fase pré e pós intervenção nas escalas de competências do TRF e do

CBCL. Observa-se que os casos clínicos se mantiveram nas escalas do TRF

“aprendizagem”, “comportamento” e “outros”, e aumentaram nas demais

competências.

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58

Tabela 22: Resultados comparativos da classificação do TRF e CBCL do grupo experimental de 4º ano entre as fases pré e pós do estudo.

Escalas Experimental 4º Ano

Pré Pós P-valor

N % N %

TRF- Aprendizagem Clínico 2 10,0% 2 10,0%

1,00 Normal 18 90,0% 18 90,0%

TRF- Capacidade Trabalho

Clínico 6 30,0% 9 45,0% 0,32

Normal 14 70,0% 11 55,0%

TRF-Comportamento Clínico 0 0,0% 0 0,0%

- x - Normal 20 100% 20 100%

TRF- Desempenho escolar

Clínico 3 15,0% 4 20,0% 0,67

Normal 17 85,0% 16 80,0%

TRF-Felicidade Clínico 0 0,0% 1 5,0%

0,31 Normal 20 100% 19 95,0%

TRF-Outros Clínico 2 10,0% 2 10,0%

1,00 Normal 18 90,0% 18 90,0%

CBCL- Desempenho escolar

Clínico 2 10,0% 3 15,0% 0,63

Normal 18 90,0% 17 85,0%

CBCL-Social Clínico 7 35,0% 12 60,0%

0,11 Normal 13 65,0% 8 40,0%

CBCL- Atividades Clínico 1 5,0% 2 10,0%

0,54 Normal 19 95,0% 18 90,0%

Legenda: CV=Coeficiente de variação IC=Intervalo de confiança

As tabelas 23, 24 e 25 apresentam os dados referentes ao checklist da

implementação do guia de manejo comportamental pelo professor. O checklist é um

elemento que compôs o protocolo de manejo comportamental e, por meio dele, o

professor fez registros semanais das ações implementadas, o que possibilita verificar

o quanto o professor aplicou o guia. Os professores do grupo experimental

preencheram durante 28 semanas o checklist. O período da implementação no

primeiro semestre foi até a semana 13, com o intervalo de 4 semanas de recesso entre

férias e não expediente das escolas por conta da copa do mundo. No segundo

semestre a implementação iniciou-se a partir da semana 14 e prosseguiu até a

semana 28, momento em que as atividades do estudo foram encerradas. O checklist

foi composto por três grupos de ações direcionadas ao manejo do comportamento,

sendo grupo de controle de estímulos (CE), com 12 estratégias de intervenção; grupo

de reforçamento (Rf) com 3 estratégias e o grupo de controle de estímulos por

reforçamento (CERf) com 1 estratégia, totalizando 16 estratégias de manejo

comportamental.

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59

As implementações das estratégias eram mensuradas com números, sendo 0

(zero) para não foi implementado, 1(um) para implementado algumas vezes e 2 (dois)

para implementado muitas vezes. A verificação semanal de implementação produzia

uma média de implementação.

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60

Tabela 23: Checklist da implementação do Guia de Manejo comportamental pelo professor 1, do 2º ano (Extraído de SIQUEIRA, 2015).

Semana Estratégias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Média

CE

1 – Estabelecer regras 2 1 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9

1,8

2- Comunicar o tempo no decorrer da aula.

2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9

3- Ressaltar informações importantes.

1 1 1 1 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,8

4- Sentar o aluno perto do professor.

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0

5- Desenvolver autononia.

1 2 2 2 2 2 1 2 2 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9

6- Fracionar a carga de trabalho total.

2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0

7- Utilizar atividades e textos com destaque

0 1 1 0 2 2 2 2 2 2 1 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7

8- Diversificar o material utilizado.

1 2 0 1 2 0 2 2 2 2 1 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7

9- Mesclar de atividades de baixa e alta atratividade.

1 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9

10- Comunicar-se com os pais

1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,3

11- Manter o bom humor e não se desgastar por pouco.

1 2 2 2 1 1 1 2 2 2 1 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,8

12- Estimular o autocontrole e percepção.

0 1 2 1 1 1 1 2 2 1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7

Rf

13- Evidenciar aspectos positivos do comportamento do aluno.

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0

2,0 14- Usar retorno imediato.

2 2 2 2 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0

15- Aumentar freqüência das conseqüências.

1 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9

CER

F 16- Aproximar-se mais ao comunicar-se 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2,0 2,00

MÉDIA 1,3 1,7 1,6 1,6 1,9 1,7 1,6 1,9 1,9 1,8 1,6 1,8 2,0 1,7 2,0 2,0 2,0 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9 1,9

Legenda: (CE) Predomíno do controle do comportamento pelos estímulos antecedentes; (Rf) Predomínio do controle do comportamento pelo uso de reforçadores positivos para

comportamentos adequados e (CERf): Predomínio do controle do comportamento mediante manejo de antecedentes e reforçadores positivos para comportamentos adequados.

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61

Semana Estratégias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Média

CE

1 – Estabelecer regras 0 2 2 2 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,0

1,2

2- Comunicar o tempo no decorrer da aula.

2 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0,9

3- Ressaltar informações importantes.

1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,4

4- Sentar o aluno perto do professor.

2 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,4

5- Desenvolver autononia. 2 2 2 2 2 2 0 0 0 2 2 2 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,3

6- Fracionar a carga de trabalho total.

1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,2

7- Utilizar atividades e textos com destaque

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,5

8- Diversificar o material utilizado.

1 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,0

9- Mesclar de atividades de baixa e alta atratividade.

1 2 2 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,2

10- Comunicar-se com os pais

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,0

11- Manter o bom humor e não se desgastar por pouco.

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,1

12- Estimular o autocontrole e percepção.

2 2 2 2 2 2 1 1 0 1 1 1 2 2 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,7

Rf

13- Evidenciar aspectos positivos do comportamento do aluno.

2 2 2 2 2 2 2 2 0 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9

1,6 14- Usar retorno imediato. 1 1 1 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1,3

15- Aumentar freqüência das conseqüências.

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

CER

F 16- Aproximar-se mais ao comunicar-se 2 2 2 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1,9

MÉDIA 1,4 1,6 1,6 1,6 1,5 1,4 1,0 1,0 0,8 1,3 1,3 1,4 1,3 1,3 1,6 1,6 1,6 1,7 1,3 1,3 1, 3

1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3 1,3

Tabela 24: Checklist da implementação do Guia de Manejo comportamental pelo professor 2, do 4º ano (Extraído de SIQUEIRA, 2015).

Legenda: (CE) Predomíno do controle do comportamento pelos estímulos antecedentes; (Rf) Predomínio do controle do comportamento pelo uso de reforçadores positivos para

comportamentos adequados e (CERf): Predomínio do controle do comportamento mediante manejo de antecedentes e reforçadores positivos para comportamentos adequados.

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62

Tabela 25: Porcentagem da implementação do Guia de Manejo comportamental entre os professores do GE sendo o professor 1, do

2º anoe o professor 2, do 4º ano (Extraído de SIQUEIRA, 2015).

Semana Estratégias

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 Média

CE

Prof 1

58 79 79 71 92 79 79 96 96 83 75 88 100 79 100 100 100 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 96 90

Prof 2

71 83 83 83 67 67 42 42 33 63 63 63 54 54 75 75 75 79 54 54 54 54 54 54 54 54 54 54 61

Rf

Prof 1

83 100 83 100 100 100 83 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 98

Prof 2

67 67 67 67 100 83 83 83 50 67 67 83 83 83 100 100 100 100 83 83 83 83 83 83 83 83 83 83 82

CERf

Prof 1

100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Prof 2

100 100 100 100 100 100 50 50 50 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100

Total

Prof 1

66 84 81 78 84 84 81 97 97 88 81 91 100 84 100 100 100 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 97 92

Prof 2

72 81 81 81 72 72 50 50 38 66 66 69 63 63 81 81 81 84 63 63 63 63 63 63 63 63 63 63 67

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63

A partir dos dados apresentados nas Tabelas 22, 23 e 24 podemos aferir que

a professor do GE do 2º ano manteve a maior média de aplicação do guia de manejo

comportamental durantes as semanas avaliadas. O uso do controle de estímulos (CE)

teve um percentual médio de 90% contra 61% em relação ao professor do 4º ano.

Para o uso de Reforçadores positivos foi de 98% contra 82% em relação ao professor

do 4º ano. Já para o manejo de antecedentes e reforçadores positivos para

comportamentos adequados as médias foram iguais com uso de 100%, como

pequena variação não significante para o grupo do 4º ano na semana 7, 8 e 9 (Tabela

24) com uso de apenas 50%. O total dos índices demonstra que o grupo do 2º ano

obteve uma média de 92% de implementação do manejo comportamental contra 67%

em relação ao grupo do 4º ano.

Por fim, será comparado o desempenho dos escolares por meio das notas nas

disciplinas de Língua Portuguesa e matemática. No Centro de Educação Integral de

Curitiba, onde foi realizada a pesquisa são utilizados os conceitos A, B e C para avaliar

o desempenho dos alunos, sendo que para cada conteúdo trabalhado em sala de aula

durante o trimestre é atribuída uma nota, por exemplo, se foram trabalhados 12

conteúdos a nota será composta com a mesma quantidade de conceitos para cada

item avaliado dentro da disciplina.

A Tabela 26 mostra a comparação de notas do 2° ano, dos grupos experimental

e controle na disciplina de Língua Portuguesa, foram encontradas algumas diferenças

estatisticamente significantes nas fases pré e pós intervenção. Para compor as notas

da disciplina de Língua Portuguesa na fase pré intervenção foram utilizadas 12 notas

e na fase pós intervenção foram utilizadas 13 notas. Observa-se que os escolares do

2º ano do grupo controle e experimental na fase pós intervenção obtiveram aumento

de notas “A”, contudo o grupo experimental obteve um aumento de 3,5% em relação

ao grupo controle.

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Tabela 26: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Língua Portuguesa no 2º Ano nas fases pré e pós.

2º Ano Controle Experimental

P-valor N % n %

Língua Portuguesa Fase Pré

Nota A 99 75,0% 117 88,6% 0,00

Nota B 30 22,7% 15 11,4% 0,01

Nota C 3 2,3% 0 0,0% 0,08

Língua Portuguesa Fase Pós

Nota A 131 91,6% 136 95,1% 0,23

Nota B 12 8,4% 7 4,9% 0,23

Nota C 0 0,0% 0 0,0% - x -

Na Tabela 27 observa-se a comparação de notas do 2° ano dos grupos

experimental e controle na disciplina de matemática, foram encontradas algumas

diferenças estatisticamente significantes nas fases pré e pós intervenção. Para

compor as notas da disciplina de Matemática na fase pré intervenção foram utilizadas

11 notas e na fase pós intervenção foram utilizadas 18 notas. Os escolares do 2º ano,

dos grupos experimental e controle, também obtiveram aumento de notas “A”, na fase

pós intervenção. Contudo o grupo experimental obteve aumento significativo de 6,6%

em relação ao grupo controle (p=0,04).

Tabela 27: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Matemática no 2º Ano nas fases pré e pós.

2º Ano Controle Experimental

P-valor N % N %

Matemática Fase pré

Nota A 67 55,4% 94 71,2% 0,00

Nota B 50 41,3% 38 28,8% 0,03

Nota C 4 3,3% 0 0,0% 0,03

Matemática Fase pós

Nota A 167 84,3% 180 90,9% 0,04

Nota B 31 15,7% 18 9,1% 0,04

Nota C 0 0,0% 0 0,0% - x -

Com base nas notas apresentadas pelos GE e GC do2º ano concluímos que

tanto nas disciplinas de português quanto matemática o percentual de nota “A”

aumentou e que os percentuais de notas B e C reduziram em ambas as matérias.

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Portanto, o grupo experimental apresentou porcentagem elevada nas notas em

relação ao grupo controle.

Na Tabela 28 apresentam-se os dados relativos a comparação de notas do GC

e GE do 4 º ano na disciplina de Língua Portuguesa, foram encontradas algumas

diferenças estatisticamente significantes nos momentos pré e pós intervenção. Para

compor as notas da disciplina de Língua Portuguesa na fase pré intervenção foram

utilizadas 3 notas e na fase pós intervenção foram utilizadas 5 notas. Observa-se na

fase pré intervenção que os escolares do 4º ano do GC obtiveram melhores notas em

relação ao GE, com diferenças estatisticamente significantes para nota “A” (p=0,00).

Na fase pós intervenção, apesar do GC manter-se com melhores notas em relação ao

GE, houve diminuição das notas “A” do GC e um aumento significativo das notas “A”

do GE. Sendo o aumento de16,7% na fase pré intervenção para 52,9% na fase pós

intervenção, também houve diminuição das notas “C” de 5,6% para 2,4%.

Tabela 28: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Língua Portuguesa no 4º Ano nas fases pré e pós.

4º Ano Controle Experimental

P-valor N % N %

Língua Portuguesa Fase pré

Nota A 37 94,9% 9 16,7% 0,00

Nota B 2 5,1% 42 77,8% 0,00

Nota C 0 0,0% 3 5,6% 0,13

Língua Portuguesa Fase pós

Nota A 38 58,5% 45 52,9% 0,50

Nota B 27 41,5% 38 44,7% 0,69

Nota C 0 0,0% 2 2,4% 0,21

A Tabela 29mostra a comparação de notas do 4° ano dos grupos experimental

e controle na disciplina de Matemática, foram encontradas algumas diferenças

estatisticamente significantes nos momentos pré e pós intervenção. Para compor as

notas da disciplina de Matemática na fase pré intervenção foram utilizadas 4 notas e

na fase pós intervenção foram utilizadas 6 notas. Observa-se na fase pré intervenção

que os escolares do 4º ano do GC obtiveram melhores notas em relação ao GE, com

diferenças estatisticamente significantes para nota “A” (p=0,00). Na fase pós

intervenção, apesar do GC manter-se com melhores notas em relação ao GE, houve

um aumento significativo das notas “A” do GE. Sendo o aumento de 26,4% na fase

pré intervenção para 86,3% na fase pós intervenção, também houve diminuição das

notas “C” de 9,7% para 0,0%.

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Tabela 29: Comparação dos grupos controle e experimental na distribuição das notas de Matemática no 4º Ano nas fases pré e pós.

4º Ano Controle Experimental

P-valor N % N %

Matemática Fase pré

Nota A 47 90,4% 19 26,4% 0,00

Nota B 5 9,6% 46 63,9% 0,00

Nota C 0 0,0% 7 9,7% 0,02

Matemática Fase pós

Nota A 77 98,7% 88 86,3% 0,00

Nota B 1 1,3% 14 13,7% 0,00

Nota C 0 0,0% 0 0,0% - x -

De acordo com as notas apresentadas pelo GC e GE do 4º ano podemos inferir

que na fase pré e pós intervenção o GC apresentou mais notas “A” tanto nas

disciplinas de Língua Portuguesa quanto matemática. Contudo o GE na fase pós

intervenção apresentou aumento no percentual de nota “A” e redução nos percentuais

de notas B e C em ambas as matérias.

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O objetivo desse estudo foi verificar efeitos de uma intervenção comportamental

e de estimulação de habilidades atencionais sobre o perfil de competências sociais,

realização de atividade, desempenho escolar, mediante o relato de pais (CBCL) e

professores (TRF), bem como sobre indicadores de desempenho acadêmico

registrado nas notas dos alunos. Para isso procedeu-se com a comparação de grupos

experimental e controle em função da intervenção realizada pelo professor, no

contexto de sala de aula. O instrumento que mediu a intervenção desenvolvida no

estudo de Siqueira (2015) foi um guia de manejo comportamental baseado nos

conceitos da Análise Aplicada do comportamento, que utilizou de estratégias de

controle de estímulos e de reforçadores (ARAÚJO, 2012).

O dado do teste ANOVA nas escalas do TRF de competências e funcionamento

adaptativo (Desempenho Acadêmico, Capacidade de Trabalho, Comportamento,

Aprendizagem, Felicidade e Outros), mostraram diferenças estatisticamente

significantes entre as fases pré e pós com predomínio do GE 2º ano. Já nos grupos

do 4º ano não foram encontradas essas diferenças. A eficácia da implementação do

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guia de manejo comportamental em turmas de escolares pode ser observada no grupo

experimental do 2º ano pelo aumento da média de escore T, de aproximadamente 14

pontos na escala de Desempenho Acadêmico, aumento aproximado de 10 pontos na

escala de Capacidade de trabalho, Aprendizagem e Felicidade, e aumento de

aproximadamente 7 pontos na escala de Comportamentos.

Tais dados corroboram com os achados de estudos anteriores sobre a adoção

de intervenções para a promoção de habilidades de atenção, promoção de

comportamentos de estudar e habilidades sociais quando aplicadas ao contexto de

sala de aula podem estimular habilidades cognitivas e repertórios comportamentais

adequados (ARAÚJO, 2012; CASALI-ROBALINHO; DEL PRETTE; DEL PRETTE,

2005; DUARTE; DE ROSE, 2006; LIMA; TEIXEIRA; CARREIRO; SERACENI; KIM;

SEGIN; ARAÚJO, 2013; SIQUEIRA, 2015).

O guia aplicado no formato de intervenção em sala de aula possibilitou ao

professor desenvolver ações de manejo do comportamento do aluno. Os principais

objetivos dessas intervenções foram: a) disponibilizar reforçadores ou recompensas

verbais para comportamentos adequados do aluno após emissão destes, por

exemplo, elogios; b) o professor passou a dar instruções mais precisas ao aluno que

esperava-se, funcionasse como antecedentes adequados para aumentar a

probabilidade de comportamentos de estudar, fazer as atividades, envolver-se e

interessar-se pelas tarefas escolares, etc.; c) organização de estímulos do ambiente

escolar para também aumentar a probabilidade de ocorrência de comportamentos de

estudar e diminuir comportamentos que concorrem com estes como distrair-se por

estímulos alheios a tarefas, conversas entre colegas, dentre outros (ARAÚJO, 2012).

Os resultados relativos ao relato de professores no TRF do GE do 2º ano se

comparados ao relato dos professores do GE do 4º ano possibilitam levantar a

seguinte hipótese para explicar essa melhora com diferenças estatisticamente

significantes entre os grupos. É provável que os alunos do 2º ano tenham adquirido

um maior número de comportamentos adequados como ser organizado nas tarefas

escolares, padrões de respostas mais claras, acompanhar o ritmo da classe, trabalhar

de maneira mais independentemente, prestar atenção e finalizar tarefas, dentre

outros. E, na opinião do professor, estes parecem ter influenciado positivamente o

desempenho acadêmico, a capacidade de trabalho, a aprendizagem e os indicadores

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de felicidade desse grupo se comparado ao grupo experimental do 4º ano. De um

lado, um fator teve destaque no 2º ano que foi o percentual de utilização das atividades

do guia. De acordo com a tabela 24, os professores do 2º ano do GE relataram um

percentual maior de uso das atividades do guia (tanto as ações do controle de

estímulos, bem como as de uso de reforçadores para comportamentos adequados).

E isso pode ter contribuído com melhoras mais significativas no 2º ano. De outro lado,

outra hipótese explicativa é a idade. Sabe-se que as intervenções em sala de aula

mediadas pelo professor que estimulam funcionamento adaptativo e competências de

desempenho escolar são mais eficazes se utilizadas nos anos iniciais de

escolarização (KIRKHAUG, DRUGLI, HANDEGARD et al., 2016), inclusive quando

são implementadas em idade pré-escolares, estudo de Bierman e colaboradores

(2015), mostra benefícios nos primeiros anos de escolarização.

Em conformidade com as diferenças relatadas pelos professores no TRF, os

pais dos escolares do grupo experimental do 2º ano observaram melhora no

Desempenho Escolar de seus filhos, como evidenciado na Tabela 19. Contudo, não

foram constatadas diferenças entre os grupos em relação as escalas de Competência

em Atividades (participação e habilidade na execução de atividades esportivas, lazer

e outras) e nas escalas de Competência Social (participação em organizações como

clubes e igrejas; número de amigos frequência de contato). É provável que para

aumentar essas competências seja necessário o planejamento de um ambiente

familiar que oportunize a essas crianças aumentar os repertórios comportamentais de

realização de tarefas neste ambiente (organizar pertences pessoais, ajudar em tarefas

domésticas, por exemplo). E como o estudo não previu a capacitação e/ou

treinamento de pais no uso do guia, a probabilidade de uma criança poder ser envolver

por si só nessas tarefas diminui caso não haja um controle de estímulos antecedentes

e consequentes adequado nesse ambiente familiar, bem como estímulos parentais

para que os padrões comportamentais sejam incorporados pela criança. Estudos

futuros no contexto brasileiro podem contemplar o treinamento, tanto de professores

como de pais, tendo em consideração os efeitos positivos que os treinamentos

parentais têm sobre competências sociais e acadêmicas dos filhos, bem como sobre

problemas de comportamento, como mostra estudo de revisão sistemática de Furlong

e colaboradores (2013).

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Estudo de Veenman e colaboradores (2016) foi conduzido com desenho

semelhante a este trabalho, contudo ele envolveu no treinamento tanto professores

como pais. Consistiu em um programa de treinamento de professores e pais para

aumentar eficácia de manejo comportamental de crianças para aumento de

repertórios comportamentais compatíveis com o ambiente escolar e funcionamento

adaptativo. O mesmo envolveu crianças com média de idade de 8,48 anos para o GE

e 8,25 anos para o GC. Ambos os grupos de crianças mostraram em testes

padronizados níveis elevados de indicadores de comportamentos compatíveis com

TDAH. E nesse trabalho foi mostrado que o programa de intervenção reduziu

significativamente vários indicadores de comportamentos desatenção, hiperatividade

e impulsividade, bem como melhorou indicadores de habilidades sociais nos alunos

do GE. Esses dados foram constatados em ambos os relatos dos pais e dos

professores.

Os resultados dos instrumentos TRF e do CBCL fornecem medidas

padronizadas que permite identificar nos participantes problemas nas competências

de funcionamento adaptativo e desempenho escolar. Os escores acima de 35 são

considerados normais, escores abaixo de 30 são considerados clínicos e escores

entre 30 e 35 são considerados limítrofes (ACHENBACH; RESCORLA, 2001). Após

intervenção observa-se que houve redução significativa dos escolares classificados

como clínicos no grupo experimental do 2º ano. Destaca-se maior significância para

as escalas ‘Aprendizagem’ do TRF, relatadas pelo professor e ‘Desempenho escolar’

do CBCL, revelando a percepção dos pais quanto uma melhora no desempenho da

criança. Já os pais do grupo do 4º ano não observaram diferenças.

Podemos relacionar as melhoras relatadas pelos pais e professores de crianças

do grupo do 2º ano nas escalas do TRF e do CBCL com o número de vezes que guia

era aplicado, conforme mostra as tabelas 22, 23 e 24 em que a porcentagem de

implementação do manejo comportamental entre os professores foi superior no grupo

do 2º ano. Em consonância com esse dado outros estudos evidenciam que a adoção

de intervenções para a promoção de comportamentos de estudar quando aplicadas

ao contexto de sala de aula de forma coerente e regular, têm se mostrado eficazes

para melhorar o desempenho escolar dos educandos (ABRAMOWITZ; O’LEARY,

1991; BARKLEY, 2002). Já a persistência e/ou aumento dos problemas de

comportamento do grupo experimental do 4º ano podem ser decorrentes de uma série

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de fatores, por exemplo, baixa frequência na implementação do manejo

comportamental nesse grupo. Gomide (2003) explica que os comportamentos tidos

como inadequados podem acontecer ou se manterem por falta de monitoria, práticas

concisas e de práticas efetivas.

Sobre as notas dos escolares do 2º e 4º ano nos grupos controle e

experimental, nas análises foram verificadas diferenças estatisticamente significantes,

tanto na comparação de grupos, anos escolares e fases do estudo. As notas do

boletim apresentadas pelos GE e GC do 2º ano revelam que houve aumento no

percentual de notas “A” para o grupo experimental, em relação ao grupo controle,

tanto na disciplina de Língua Portuguesa, quanto na disciplina de Matemática e

redução das notas B e C em ambas as matérias (Tabelas 26 e 27).

Nos grupos do 4º ano nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática

constatamos que GC obteve melhores índices de notas na fase pré e pós intervenção

em relação ao grupo experimental. Contudo na fase pós intervenção houve diminuição

das notas “A” do GC e aumento das notas “A” do GE. Sendo o aumento do GE na

disciplina de Língua Portuguesa.de 16,7% na fase pré intervenção para 52,9% na fase

pós intervenção, e diminuição das notas “C” de 5,6% para 2,4%. Na disciplina de

matemática o GC apresentou melhores notas em relação ao GE em ambos

momentos, no entanto vale destacar a melhora do GE na fase pós intervenção de

26,4% para 86,3% no aumento das notas “A” e diminuição das notas “C” de 9,7% para

0,0%. A baixa significância dos resultados evidenciados no boletim se relacionam com

os dados anteriormente apresentados nas escalas de Desempenho Acadêmico,

Comportamento, Aprendizagem, Felicidade e Outros relatados pelo professor.

Conferindo com as constatações de que os problemas comportamentais estão

associados ao baixo rendimento acadêmico (DOS SANTOS; GRAMINHA, 2005,

MARINHO; LOPES, 2010; MARTURANO; PARREIRA, 1993).

Os resultados das notas dos boletins nos permitem aferir que a intervenção

para manejo do comportamento no contexto de sala de aula trouxe benefícios para

ambos grupos experimentais que podem ser verificados a partir do aumento nos

percentuais de nota “A” e redução nos percentuais de notas B e C nas disciplinas

avaliadas, porém de forma mais significativa para o grupo do 2º ano. Tais dados

corroboram com os achados de Correia-Zanini e Rodrigues (2010) que por intermédio

de uma capacitação para professores para manejo comportamental em sala de aula

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obtiveram resultados positivos na melhora dos resultados em testes de desempenho

acadêmico.

Cabe aqui considerar que a baixa significância dos índices apresentados pelos

grupos nas médias de notas do boletim, podem estar relacionados à baixa

sensibilidade ou talvez pouca precisão do sistema de notas utilizado pela escola, pelo

uso de conceitos A, B e C, não sendo tão mensurável quanto números ou testes

específicos de desempenho em leitura, escrita e raciocínio lógico matemático.

Outro ponto a ser destacado a partir dos dados deste estudo é que a

intervenção comportamental por intermédio do guia de manejo comportamental, com

base na análise aplicada do comportamento, provavelmente proporcionou às

professoras repertório para melhor planejamento e condução dos comportamentos,

problemas de sala de aula, oportunizou aumento dos comportamentos adaptativos e

melhores condições para o desempenho escolar dos alunos.

Os resultados do estudo, embora restritos a um número amostral pequeno,

revelam a importância da formação continuada do professor na compreensão do

comportamento. Em conformidade, Andery & Sério (2007) reconhecem que os

ambientes escolares que não estabelecem procedimentos adequados de controle de

estímulos antecedentes e consequentes em relação às respostas do aluno contribuem

para processos de aprendizagem deficitários.

Ainda sobre como lidar com os comportamentos dos alunos no ambiente

escolar Picado (2009), explicita que a as bases da psicologia cognitiva e

comportamental oferecem subsídios ao educador para lidar com as situações de

indisciplina, contudo afirma que os professores devem buscar subsídios teóricos para

fundamentar sua prática, pois não existem receitas que determine quais técnicas

devem ser usadas em diferentes situações, cabe ao professor conhecer as técnicas e

usá-las de forma conveniente. Evidências científicas continuam mostrando que a

Análise Aplicada do Comportamento tem servido de base para estratégias de manejo

comportamental, e os resultados tem mostrado que estas estratégias são eficazes

para manutenção e instalação de comportamentos academicamente relevantes

(DUARTE; DE ROSE, 2006; LEONARDI e RUBANO, 2012).

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A respeito da formação do professor para as situações que encontrará em sua

prática Zanotto (2004) concorda com Skinner em sua declaração de que o professor

não pode esperar que o aluno se comporte de dado modo, mas deve levá-lo a se

comportar. Sobre os cursos de formação o autor salienta que os mesmos não dão

conta de tantos fatores relativos a aprendizagem, por isso, cabe ao professor buscar

adquirir em sua formação conhecimentos científicos atualizados e relevantes que os

habilitem a planejar as contingências adequadas para ensinar tanto o autogoverno

quanto o conhecimento científico aos alunos. Ele conclui que a formação adequada

de um professor deve contemplar a compreensão do comportamento humano e os

processos de ensino e aprendizagem, que o habilite a planejar, executar e avaliar um

plano eficiente de ensino.

7. Considerações Finais

Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos de uma intervenção

comportamental e de estimulação de habilidades atencionais sobre o desempenho

acadêmico e funcionamento adaptativo de escolares.

Os dados revelaram um impacto positivo da aplicação do guia nos indicadores

de funcionamento adaptativo de acordo com o relato do professor em função da

intervenção. As escalas do TRF relacionadas a desempenho acadêmico, capacidade

de trabalho, comportamento, aprendizagem e felicidade mostraram uma melhora

significativa no GE do 2º ano ao comparar as fases pré e pós, bem como para os

grupos conjuntamente (GC e GE). De acordo com o relato do professor, os alunos do

2º ano parecem ter adquirido maiores números de comportamentos adequados se

comparados aos do GE do 4º ano. Um dado possível para esta melhora pode ter sido

a frequência de uso do guia pelos professores de 2º ano que foi maior que as do GE

do 4º ano.

Se comparado com resultados do TRF, os resultados de funcionamento

adaptativo, de acordo com o relato dos pais, no CBCL foram inferiores nas escalas de

Competência em Atividades (participação e habilidade na execução de atividades

esportivas, lazer e outras) e nas escalas de Competência Social (participação em

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organizações como clubes e igrejas; número de amigos frequência de contato). O fato

de os pais não terem participado de treinamento parental deve ter influenciado no

resultado, pois para aumentar essas competências geralmente é necessário o

planejamento de um ambiente familiar que oportunize a criança aumentar os

repertórios comportamentais de realização de tarefas neste ambiente.

Além da melhora constatada em relação ao funcionamento adaptativo verificou-

se que houve diminuição do número de crianças do GE do 2º ano, antes identificadas

na faixa clínica dos itens avaliados do TRF e do CBCL, com melhora significativa nos

itens de ‘aprendizagem’ do TRF e ‘Desempenho escolar’ do CBCL. Fica evidente que

a intervenção influenciou de forma positiva na aprendizagem e desempenho dos

escolares mediante a percepção dos pais e dos professores.

Outro resultado positivo do estudo em relação as notas escolares foi a

verificação de diversas diferenças estatisticamente significantes, tanto na comparação

de grupos como entre as fases do estudo. Os percentuais de notas A aumentaram e

os percentuais de notas B e C reduziram em ambos os grupos.

A partir dos resultados desse estudo ficou evidente a função chave do professor

em direcionar os comportamentos em sala de aula e quando bem direcionado pode

contribuir de forma mais eficiente para a aprendizagem e sucesso de seus alunos.

Portanto, torna-se de grande relevância a continuidade de estudos como este que

instrumentalizem o professor para aumentar o funcionamento adaptativo e

desempenho escolar dos alunos. Dessa forma, as evidências científicas poderão

provocar a inserção dessas habilidades de forma mais aprofundada nos documentos

que parametrizam a educação, especificamente dentro dos currículos escolares.

Estudos futuros podem ser conduzidos de modo a contemplar o treinamento,

tanto de professores como de pais, tendo em consideração os efeitos positivos que

os treinamentos parentais têm sobre competências sociais e acadêmicas dos filhos,

bem como sobre problemas de comportamento, aumentar o número amostral, realizar

observações em sala de aula para verificação mais precisa da aplicação das tarefas

do guia e utilização de testes padronizados de desempenho acadêmico para

quantificar os avanços de forma mais precisa.

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Conclui-se que a intervenção para manejo do comportamento no contexto de

sala de aula trouxe foi eficaz para os grupos experimentais no aumento de

comportamentos adaptativos e desempenho acadêmico dos escolares.

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ANEXOS

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Anexo I - Guia de Orientação para Manejo Comportamental de Crianças e Adolescentes com sinais de Desatenção e Hiperatividade(ARAÚJO, 2012). Manejo Comportamental pelo professor no contexto de sala de aula de alunos identificados com TDAH: Desenvolvimento, implementação e avaliaçao de guia de intervençao. Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie) São Paulo: 2012.

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Guia de Orientações para Manejo Comportamental de

Crianças e Adolescentes com Sinais de Desatenção e

Hiperatividade

Apresentação

Este Guia de orientações é fruto da Tese de Doutorado de Marcos Vinícius de Araújo,

sob a orientação do Professor Dr. Luiz Renato Rodrigues Carreiro e da Professora Dra.

Maria Cristina Triguero Veloz Teixeira. Esse Projeto tem por objetivo desenvolver,

implementar e avaliar o efeito de procedimentos de manejo comportamental no

processo de aprendizagem de alunos caracterizados com TDAH. Para isso, tornou-se

necessário, a partir do contato com as escolas e de observações sistemáticas em sala de

aula, propor um conjunto de orientações que permitam ao professor manejar o

comportamento dessas crianças e adolescentes a partir da atuação docente.

As orientações contidas neste Guia visam sugerir estratégias de manejo

comportamental que possibilitem ao professor experimentar procedimentos que

busquem adequar o comportamento da criança a condições que possibilitem a melhora

de sua aprendizagem em longo prazo.

Estas orientações não têm por objetivo ensinar rigidamente aquilo que o professor

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deve fazer em sala de aula. O que se pretende com este Guia é fornecer ao professor

possibilidades de atuação em relação ao aluno em sala de aula, visando contribuir com

a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.

O que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

é definido de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico

de Transtornos Mentais - DSM-IV TR (APA, 2002) como um

padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade, mais

frequente e grave do que o normalmente observado em

indivíduos da mesma faixa etária. Deve haver claras

evidências de um comprometimento importante no

funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

Cerca de 3 a 5% de crianças em idade escolar podem ter

TDAH, gerando grande preocupação entre os professores e

pais. São crianças que necessitam de maior apoio no processo

de aprendizagem.

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Quais são as características de crianças com TDAH?

As crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar um

conjunto de diferentes sinais que caracterizam seu

comportamento, tendo formas distintas de acordo com o

predomínio de cada um deles (com predomínio de

desatenção ou de hiperatividade/ impulsividade ou tipo

combinado). Como exemplos essas pessoas podem ser

caracterizadas com desatenção quando:

Frequentemente deixam de prestar atenção a detalhes ou cometem erros por descuido

em, por exemplo, atividades escolares;

Com frequência tem dificuldades para manter a atenção em tarefas ou atividades

lúdicas;

Com frequência parecem não escutar quando lhe dirigem a palavra;

Com frequência não seguem instruções e não terminam seus deveres escolares ou

tarefas domésticas;

Com frequência têm dificuldade para organizar tarefas e atividades;

Com frequência evitam ou relutam em envolver-se em tarefas que exijam esforço

mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa);

Com frequência perdem coisas necessárias para tarefas ou atividades (por ex. tarefas

escolares, lápis ou livros);

São facilmente distraídos por estímulos alheios à tarefa;

Com frequência apresentam esquecimento em atividades diárias.

Já em relação à hiperatividade e impulsividade podem ser caracterizadas quando:

Frequentemente agitam as mãos ou os pés ou se remexem na cadeira;

Frequentemente abandonam sua cadeira em sala de aula quando se espera que

permaneçam sentados;

Frequentemente correm ou escalam em demasia, em situações nas quais isto é

inapropriado;

Com frequência têm dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em

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atividades de lazer;

Estão frequentemente “a mil” ou muitas vezes agem como se estivesse “a todo vapor”;

Frequentemente falam em demasia;

Frequentemente dão respostas precipitadas antes das perguntas terem sido

concluídas;

Com frequência têm dificuldade de aguardar sua vez;

Frequentemente interrompem ou se metem em assuntos de outros sem serem

solicitados.

Quais são as preocupações da escola em relação ao TDAH?

A maior queixa dos professores é de que as crianças com

TDAH não conseguem ficar sentadas quietas, prestar atenção,

terminar os trabalhos ou escutar com atenção. Esses

comportamentos associam-se, muitas vezes, a uma

diminuição no desempenho escolar. Muitas dessas crianças,

também podem ser excluídas socialmente, já que em muitos

casos apresentam, por exemplo, dificuldade de aprender as

regras de um jogo ou esperar a sua vez. Algumas são

impulsivas verbalmente e não consideram os efeitos de suas

palavras. Essa rejeição social, associada a um baixo

desempenho escolar, podem ocasionar uma baixa autoestima.

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O TDAH não necessariamente prejudica a capacidade

intelectual das crianças, mas torna difícil a atenção

prolongada para que se conclua determinada tarefa. Como

resultado desse conjunto de fatores, de modo geral, muitas

crianças com TDAH podem apresentar um desempenho

escolar desfavorável que, se não detectado a tempo, pode

causar grandes lacunas acadêmicas que prejudicarão as séries

posteriores.

Ao se pensar em dificuldade de aprendizagem é necessário pensar em termos de

multicausalidade. Isso significa que se devem levar em conta características específicas

da própria pessoa, questões familiares como incentivo, participação dos pais,

características específicas da escola, práticas pedagógicas, espaço físico, projeto

político pedagógico, formação do professor, equipe técnica de apoio, entre outros.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO DE MANEJO COMPORTAMENTAL DE

CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SINAIS DE DESATENÇÃO E

HIPERATIVIDADE

1- Estabelecer regras com os alunos.

Ao estabelecer regras, certificar-se de que elas sejam aceitas coletivamente, pois elas

devem ser utilizadas como estabelecedoras de limites e relembradas constantemente.

2- Comunicar o tempo no decorrer da aula e das atividades solicitadas.

Deixar claro o tempo que será disponibilizado e informar sistematicamente o seu

decorrer.

3- Ressaltar informações importantes.

Colocar lembretes, dicas, sugestões em locais acessíveis ao aluno. Utilizar cartazes,

lousa, recados no caderno ou agenda, lista de atividades diárias, etc.

4- Sentar a criança perto do professor.

Trazer o aluno para localizações mais próximas do professor dentro da sala de aula.

Requisitar a atenção do aluno constantemente (trazê-lo todo o tempo para atividade).

5- Desenvolver auto-organização e autonomia.

Auxiliar o aluno a organizar suas atividades de estudo em sala e em casa, através de

orientações verbais e escritas, exemplificando como ele poderá fazer o solicitado.

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6- Fracionar a carga de trabalho total.

Solicitar atividades de modo direto, objetivo, dividindo as tarefas em execuções mais

curtas. Fracionar os exercícios e atividades com reforço de instruções entre eles.

7- Utilizar atividades e texto com destaque.

Destacar as partes mais importantes de uma atividade, ou questão de prova, texto,

para que o aluno possa direcionar a atenção para elas.

8- Diversificar o material utilizado.

Utilizar materiais diferentes, reciclados, papel colorido, revistas, jornais.

9- Mesclar atividades de baixa e alta atratividade.

Intercalar atividades necessárias que sejam potencialmente menos atrativas com

atividades mais atrativas, visando manter o nível de interesse do aluno no decorrer do

período de aulas.

10- Estimular o autocontrole e autopercepção.

Atribuir atividades para as quais o próprio aluno possa ser responsável e que o auxilie

a perceber como foi o seu desempenho e as relações de dependência entre atividades

diferentes.

11- Comunicar-se com os pais.

Estabelecer parcerias eficazes com a família, fornecendo informações a ela de seu

trabalho, buscando ações sinérgicas de comunicação constante.

12- Manter o bom humor e não se desgastar por pouco.

Concentrar seus esforços nas atividades ou tarefas importantes em longo prazo, como

aprendizado escolar, relação com os outros alunos e professores.Defina o que é

relevante para o processo educacional e foque seus esforços nessas atividades.

13- Evidenciar aspectos positivos do seu comportamento.

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Utilizar atividades motivadoras que renovem constantemente o interesse do aluno.

Aumentar os elogios, aprovação e apreciação de modo mais curto quando algo for

realizado adequadamente.

14- Usar o retorno imediato após comportamentos.

Agir rapidamente após um comportamento, propiciando imediato retorno positivo ou

negativo. Mantenha a calma e não altere o tom de voz.

15- Aumentar a frequência das consequências após comportamentos.

Proporcionar mais retorno e consequências mais frequentes para comportamentos

realizados pelos alunos.

16- Aproximar-se mais ao se comunicar com a criança.

Ir até o aluno, tocá-lo na mão, braço ou ombro, olhá-lo nos olhos, dizer brevemente o

que quer comunicar e encorajá-lo a repetir o que acabou de dizer.

Desse modo, o professor ao por em prática as ações sugeridas poderá levar à diminuição na

frequência de comportamentos de desatenção e hiperatividade e assim ocasionará melhor

aproveitamento do aluno em sala de aula.

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Atenção/Hiperatividade. Exercícios Clínicos. 3ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

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Atenção e Hiperatividade entre professores de escolas públicas e privadas da cidade

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CARREIRO, L. R. R.; CERDEIRA, M. E.; PALARIA, A. C. Z.; ARAÚJO, M. V. Sinais

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Anexo II – Checklist(ARAÚJO, 2012) Manejo Comportamental pelo professor no

contexto de sala de aula de alunos identificados com TDAH: Desenvolvimento,

implementação e avaliaçao de guia de intervençao. Tese (Doutorado em Distúrbios do

Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie) São Paulo: 2012.

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Checklist utilizado pelo professor

Nunca ou raramente: Estratégia nunca ou raramente utilizada nas aulas. Algumas vezes: Estratégia utilizada apenas em algumas aulas ou dias. Muitas vezes: Estratégia utilizada diariamente nas aulas.

ESTRATÉGIAS Utilização

Frequência Justificativa

Estabelecer regras com os alunos. Ao estabelecer regras, certificar-se de que elas sejam aceitas coletivamente, pois elas devem ser utilizadas como estabelecedoras de limites e relembradas constantemente.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Comunicar o tempo no decorrer da aula e das atividades solicitadas. Deixar claro o tempo que será disponibilizado e informar sistematicamente o seu decorrer.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Ressaltar informações importantes. Colocar lembretes, dicas e sugestões em locais acessíveis à criança ou adolescente, através de cartazes, lembretes na lousa, recados no caderno ou agenda, etc.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Sentar o aluno perto do professor. Trazer o aluno para localizações mais próximas do professor dentro da sala de aula, isto é, sentá-lo em uma carteira próxima à mesa do professor.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Desenvolver auto-organização e autonomia. Auxiliar o aluno a organizar suas atividades de estudo em sala e em casa, através de orientações verbais e escritas, exemplificando como ele poderá fazer o solicitado.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Fracionar a carga de trabalho total. Solicitar atividades de modo direto, objetivo, dividindo as tarefas em execuções mais curtas. Fracionar os exercícios e atividades com reforço de instruções entre eles.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Utilizar atividades e texto com destaque. Destacar as partes mais importantes de uma atividade, ou questão de prova, texto, para que o aluno possa direcionar a atenção para elas.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Diversificar o material utilizado. Utilizar materiais diferentes, reciclados, papel colorido, revistas, jornais.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Mesclar atividades de baixa atratividade com as de alta. Intercalar atividades necessárias que sejam potencialmente menos atrativas com atividades mais atrativas, visando manter o nível de interesse do aluno no decorrer do período de aulas.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Comunicar-se com os pais. Estabelecer parcerias eficazes com a família, fornecendo informações a ela de seu trabalho buscando ações sinérgicas de comunicação constante.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Manter o bom humor e não se desgastar por pouco. Concentrar seus esforços nas atividades ou tarefas importantes em longo prazo, como aprendizado escolar, relação com os outros alunos e professores. Defina o que é relevante para o processo educacional e foque seus esforços nessas atividades.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Estimular o autocontrole e autopercepção. Atribuir atividades para as quais o próprio aluno possa ser responsável e que o auxilie a perceber como foi o seu desempenho e as relações de dependência entre atividades diferentes.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Evidenciar aspectos positivos do comportamento do aluno. Utilizar atividades motivadoras que renovem constantemente o interesse do aluno. Aumentar os elogios, aprovação e apreciação de modo mais curto quando algo for realizado adequadamente.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Usar o retorno imediato após comportamentos. Agir rapidamente após um comportamento, propiciando imediato retorno positivo ou negativo.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Aumentar a frequência das consequências após comportamentos. Proporcionar mais retorno e consequências mais frequentes para comportamentos realizados pelos alunos.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes

Aproximar-se mais ao se comunicar com a criança. Ir até o aluno, tocá-la na mão, braço ou ombro, olhá-la nos olhos, dizer brevemente o que quer comunicar e encorajar a criança a repetir o que acabou de dizer.

( ) Nunca ou raramente ( ) Algumas vezes ( ) Muitas vezes