48
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Andréia Seniski Silva TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO Curitiba 2015

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Andréia Seniski Silvatcconline.utp.br/media/tcc/2016/09/TRAUMA-CRANIO-ENCEFALICO.pdf · vida do animal. Palavras-chave: TCE, Edema cerebral, Trauma

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Andréia Seniski Silva

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO

Curitiba

2015

ANDRÉIA SENISKI SILVA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO

Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado

ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade

de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade

Tuiuti do Paraná, como requisito Parcial Para

obtenção do titulo de Médica Veterinária.

Professor Orientador: Prof. Diogo da Motta Ferreira

Orientadora Profissional: Médica Veterinária

Adriana Mylla Pavone Galeb

Curitiba

2015

Dedico este trabalho a minha família que sempre me apoiou, aos meus colegas da

SAVE que me ajudaram nesse trabalho e no aprendizado profissional, e ao meu

orientador Professor Diogo por me indicar a clinica SAVE e me ajudar nesse trabalho.

AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus e a São Francisco de Assis por me ajudarem a construir meu sonho de

ajudar os nossos amiguinhos de quatro patas.

Agradeço ao meu querido e inesquecível Bingo, pois sem ele eu nunca teria entrado na

faculdade de medicina veterinária, graças a ele eu percebi como é importante nossa

profissão e sempre buscar conhecimento é a melhor forma de ajudarmos nossos amigos

peludos para não cometermos erros irreparáveis para nossos amigos.

Agradeço a minha família, pois sem eles eu nunca chegaria tão longe, sempre me

incentivando a correr atrás do meu sonho mesmo quando outras pessoas me

desencorajavam dizendo que ia ser difícil, pois fácil nunca foi, mas se fosse fácil não

seria uma profissão tão especial.

Aos meus colegas de faculdade que entre trabalhos e provas difíceis sempre estavam lá

ajudando uns aos outros com as dificuldades do dia a dia.

RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso foi realizado na Clinica Veterinária SAVE Serviço

de Atendimento Veterinário Especializado, situado no município de Curitiba-PR,

totalizando 416 horas, no período de 3 de Agosto a 14 de Outubro de 2015, com a

supervisão da Médica Veterinária Adriana Mylla Pavone Galeb (CRMV - PR 8168) e

Médica Veterinária Adrieli Gomes Antunes (CRMV- PR 10976), sob a orientação

acadêmica do Professor Diogo da Motta Ferreira (CRMV – PR 9149). Neste período foi

possível acompanhar a rotina de uma clínica mais focada para a medicina intensiva,

podendo participar de todos os procedimentos ligados ao internamento, bem como ao

recebimento e a conduta a pacientes críticos. Consultas, cirurgias, profilaxias dentárias,

exames radiológicos, ultrassonográficos e ecocardiográficas, também foram

acompanhadas nesse período. O presente trabalho relata um caso clinico de trauma

crânio-encefálico e acompanha revisão bibliográfica. Ao concluir o estágio, pode-se ter

a certeza que o Médico Veterinário não depende somente do seu próprio conhecimento,

mais sim, na associação de conhecimentos da clinica médica, clinica cirúrgica e de

exames complementares, com o objetivo de concluir um diagnóstico, prognóstico e

tratamento correto para cada paciente.

O trauma crânio-encefálico pode ser causado por qualquer tipo de trauma,

atropelamento, mordida, chute, entre outras causas e devemos abordar esse paciente

com o devido cuidado e atenção para não cometer erros no diagnostico e prejudicar a

vida do animal.

Palavras-chave: TCE, Edema cerebral, Trauma Cranioencefálico, Traumatismo

Craniano.

LISTAS DE FIGURAS

FIGURA 1 - FACHADA DA CLÍNICA VETERINÁRIA SAVE................................ 11

FIGURA 2 E 3 – RECEPÇÃO DA CLÍNICA .............................................................. 11

FIGURA 4 – SALA DE ESPERA DA CLÍNICA 1 .................................................... 12

FIGURA 5 – SALA DE ESPERA DA CLÍNICA 2 ...................................................... 12

FIGURA 6 – SALA DE ESPERA DA CLÍNICA 3 ...................................................... 13

FIGURA 7 – CONSULTÓRIO 1 .................................................................................. 13

FIGURA 8 – CONSULTÓRIO 2 .................................................................................. 14

FIGURA 9 E 10 – SALA DE PROCEDIMENTO EMERGÊNCIAL .......................... 14

FIGURA 11 E 12 – UTI .................................................................................................15

FIGURA 13 – PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS E INTERNAMENTO DE

GRANDES .................................................................................................................... 16

FIGURA 14 – PREPARAÇAO DE MEDICAMENTOS E INTERNAMENTO DE

GRANDES 2 ................................................................................................................. 16

FIGURA 15 – PREPARAÇAO DE MEDICAMENTOS E INTERNAMENTO DE

GRANDES 2 ................................................................................................................. 17

FIGURA 16 – INTERNAMENTO 1 ............................................................................. 17

FIGURA 17 – INTERNAMENTO DE FELINOS E INFECTO CONTAGIOSOS ..... 18

FIGURA 18 – CENTRO CIRÚRGICO ........................................................................ 18

FIGURA 19 – SALA DE EXAME ULTRASSONOGRAFICO .................................. 19

FIGURA 20 – SALA DE ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAL .................................. 19

FIGURA 21 E 22 – LOCAL EXTERNO PARA PASSEIO DE ANIMAIS

INTERNADOS .............................................................................................................. 20

FIGURA 23 – LOCAL EXTERNO PARA PASSEIO DE ANIMAIS

INTERNADOS 2 ........................................................................................................... 20

FIGURA 24 – CANIL ................................................................................................... 21

FIGURA 25 – SALA DOS PLANTONISTAS ............................................................. 21

FIGURA 26 - PACIENTE CHARLOTE .......................................................................32

FIGURA 27 - PACIENTE CHARLOTE (ANISOCORIA) .......................................... 33

LISTA DE GRÁFICOS

GRAFICO 1 – CASUÍSTICA DA CLÍNICA VETERINÁRIA SAVE NO PERIODO

DE 3 DE AGOSTO A 14 DE OUTUBRO .................................................................... 23

GRAFICO 2 – CASUÍSTICA DE MACHOS E FÊMEAS ATENDIDOS NO

PERIODO DE 3 DE AGOSTO A 14 DE OUTUBRO NA CLÍNICA VETERINÁRIA

SAVE ..............................................................................................................................24

LISTAS DE QUADROS

QUADRO 1 –

ESCALA DE GLASGOW PEDIATRICA MODIFICADA PARA CÃES .................. 26

QUADRO 2- PARAMETROS DA CHARLOTE APÓS CHEGAR NA EMERGÊNCIA

DA CLÍNICA SAVE NO DIA 14/08 ............................................................................ 34

QUADRO 3 –

ALTERAÇÕES DO HEMOGRAMA DA CHARLOTE NO DIA 15/08 ..................... 34

QUADRO 4 –

ALTERAÇÕES DO HEMOGRAMA DA CHARLOTE NO DIA 17/08 ..................... 35

QUADRO 5 – LESÕES SECUNDARIAS CAUSAS INTRACRANIANAS E

EXTRACRANIANAS ................................................................................................... 26

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SAVE – Serviço de Atendimento Veterinário Especializado

TCE – Trauma crânio encefálico

PIC – Pressão Intracraniana

FC – Frequência Cardíaca

FR – Frequência Respiratória

Bpm – Batimentos por minuto

Mpm – Movimentos por minuto

PAS – Pressão Arterial Sistêmica

PAM – Pressão Arterial Média

mmHg – milímetros de mercúrio

Cm – Centímetros

mg/kg – Miligramas por quilo

UI – Unidades Internacionais

Mg/dl – Miligramas por decilitro

ul – Microlitro

SID – Uma vez ao dia

BID – Duas vezes ao dia

TID – Três vezes ao dia

QID – Quatro vezes ao dia

ml – Mililitros

VO – Via oral

SC – Subcutâneo

IM – Intramuscular

IV – intravenoso

ml/kg – Mililitros por quilo

OSH – Ováriosalpingohisterectomia

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................09

2. LOCAL DE ESTÁGIO ............................................................................................10

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ........................................................................22

3.1 CASUÍSTICA .......................................................................................................23

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................25

4.1 DEFINIÇÃO .........................................................................................................25

4.1.1 TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO ......................................................... 25

4.1.2 FISIOPATOLOGIA DO TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO ...............25

4.1.3 AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA ............................................................... 29

4.1.4 GLICEMIA ................................................................................................. 31

4.1.5 TRATAMENTO ......................................................................................... 32

4.1.6 HIPERVENTILAÇÃO ............................................................................... 33

4.1.7 CRANIOTOMIA DESCOMPRESSIVA ................................................... 34

4.1.8 ANESTÉSICOS .......................................................................................... 34

4.1.9 CONTROLE DA PRESSÃO INTRACRANIANA – PIC ......................... 35

4.1.10 EXAMES COMPLEMENTARES ........................................................... 36

5. CASO CLINICO ...................................................................................................... 37

5.1 DISCUSSÃO DO CASO ..................................................................................... 41

6. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 43

7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 44

9

1. INTRODUÇÃO

Este relatório tem por objetivo descrever as atividades desenvolvidas durante Estágio

Curricular Supervisionado para conclusão do curso de Medicina Veterinária da Universidade

Tuiuti do Paraná. O estágio foi realizado na Clinica SAVE (Serviço de Atendimento

Veterinário Especializado), Estado do Paraná, no período de 03/08/15 a 14/10/15, totalizando

carga horária de 416 horas, sendo direcionado para a área de pequenos animais, abrangendo

as áreas de clínica, Emergência e intensivismo de pequenos animais. O que motivou a

realização deste estágio na SAVE foi a oportunidade de adquirir conhecimento na área de

emergência e intensivismo, vivenciando e aprendendo a rotina completa de um Medico

Veterinário.

10

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

A clinica SAVE (Figura 1) se encontra no estado do Paraná, tendo como sede a cidade

de Curitiba, situada na Rua Lauro Wolf Valente Nº 176, Bairro Portão, é constituída por

recepção (Figura 2 e 3) que também é utilizada como sala de espera (Figura 4, 5 e 6), dois

consultórios (Figura 7 e 8), sala de atendimento emergencial (Figura 9 e 10), UTI (Figura 11 e

12), sala de preparação de medicações e internamento de animais grandes (Figura 13, 14 e

15), internamento 1 para cães (Figura 16), internamento 2 para felinos e infectocontagiosos

(Figura 17), centro cirúrgico (Figura 18), sala para exames ultrassonográficos e radiográficos

(Figura 19), sala para esterilização de materiais (Figura 20), área externa para o passeio de

animais internados (Figura 21, 22 e 23), Canil para animais grandes tomarem sol (Figura 24),

área de alimentação para funcionários (Figura 25).

A SAVE conta com diversos profissionais nas áreas de clinica, emergência,

intensivismo, anestesia, cirurgia, felinos, neurologia, diagnostico por imagem, além de um

laboratório terceirizado para exames, Conta também com duas auxiliares de limpeza. Também

têm veterinários 24 horas por dia para atendimentos de urgência e emergência. O horário de

estagiários é das 10 horas da manhã às 18 da noite. Eventualmente esse período era extendido

devido a ocorrência de atendimentos emergenciais. O horário dos veterinários é das 10 horas

às 20 horas, e a noite das 20 horas às 10 horas. No período de estagio acompanhei

emergências, internamento de felinos e caninos, diagnostico por imagem, consultas e

cirurgias.

11

Figura 1- FACHADA CLÍNICA SAVE

Figura 2 – RECEPÇÃO CLÍNICA SAVE

Figura 3 – RECEPÇAO CLÍNICA SAVE

12

Figura 4 – SALA DE ESPERA CLÍNICA SAVE

Figura 5- SALA DE ESPERA CLÍNICA SAVE

13

Figura 6- SALA DE ESPERA CLÍNICA SAVE

A recepção da clinica SAVE também é utilizada como sala de espera para que os

proprietários aguardem o atendimento ou quando vão visitar seus animais internados eles

podem utilizar a sala de espera para ficar junto de seus animais. O horário de visita é das

16:00 as 19:30 horas.

Figura 7- CONSULTORIO 1 CLÍNICA SAVE

14

Figura 8 – CONSULTORIO 2 CLÍNICA SAVE

Figura 9- SALA DE EMERGENCIA CLÍNICA SAVE

Figura 10 – SALA DE EMERGENCIA CLÍNICA SAVE

15

Figura 11- UTI CLÍNICA SAVE

Figura 12- UTI CLÍNICA SAVE

16

Figura 13 – SALA DE PREPARAÇAO DE MEDICAÇOES CLÍNICA SAVE

Figura 14 – INTERNAMENTO DE GRANDES CLÍNICA SAVE

17

Figura 15- INTERNAMENTO DE GRANDES CLÍNICA SAVE

Figura 16- INTERNAMENTO 1 CLÍNICA SAVE

18

Figura 17- INTERNAMENTO 2 FELINOS E INFECTOCONTAGIOSOS CLÍNICA SAVE

No internamento, gatos e cães ficam separados. Há gaiolas maiores e adequadas para

acomodar cães de grande porte. Os animais que apresentam doença infecto contagiosa ficam

isolados para evitar a contaminação dos outros animais internados, porem caninos infecto

contagiosos ficam no mesmo internamento que os felinos e isso pode ocasionar em estres para

os felinos.

Figura 18 – CENTRO CIRURGICO CLÍNICA SAVE

19

Figura 19 – SALA DE ULTRASSON CLÍNICA SAVE

A sala de ultrassonografia também é utilizada como consultório para atendimento de

felinos. Pois a pessoa que realiza as ultrassonografias é a mesma pessoa que é especialista em

felinos. Porem não é uma situação adequada pois o consultório de felinos deveria ser isolada

devido ao cheiro de cães que pode causar estres nos felinos, porem não há espaço para isso na

clinica SAVE.

Figura 20- SALA DE ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS CLÍNICA SAVE

20

Figura 21 – LOCAL PARA PASSEIO DOS ANIMAIS CLÍNICA SAVE

Figura 22 – LOCAL PARA PASSEIO DOS ANIMAIS CLÍNICA SAVE

Figura 23 – LOCAL PARA PASSEIO DOS ANIMAIS CLÍNICA SAVE

21

Figura 24 – CANIL CLÍNICA SAVE

O local de passeio com os animais internados para que possam aliviar o estresse de

ficarem presos nas gaiolas, defecarem e urinarem em um local apropriado que não seja dentro

de suas gaiolas e para proprietários que desejam passear com seus animais. O canil é

destinado a animais grandes para tomarem sol durante o dia.

Figura 25 – SALA DOS PLANTONISTAS CLÍNICA SAVE

22

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de estágio pôde-se desenvolver a capacidade de identificação,

avaliação e resolução de diversos casos clínicos por meio da realização de diagnósticos,

interpretação de exames complementares, indicação de terapias, cuidados de enfermagem e

orientação aos responsáveis pelos pacientes.

Pôde-se ainda acompanhar as consultas e procedimentos cirúrgicos, desde a

medicação pré-anestésica (MPA), indução, como também no auxilio de alguns procedimentos

cirúrgicos e cuidados no pós-operatório. Vivenciando também a abordagem ao paciente

crítico em emergência que é o ponto forte da Clínica Veterinária SAVE, da conduta no

internamento bem como a abordagem ao responsável pelo paciente.

A SAVE trabalha na grande maioria das vezes com pacientes encaminhados de outras

clínicas e pet shops. As consultas são conduzidas de acordo com a queixa dos responsáveis

pelo paciente, e a situação em que o animal se encontra. Tendo em vista o diagnóstico

diferencial ou conclusivo, eram realizadas as prescrições de medicamentos, e se necessário,

solicitação de exames complementares e internação. Os exames laboratoriais, bem como

radiográficos são realizados por profissionais terceirizados. Exames de ultrassonografia são

feitos na própria clínica, com uma preparação prévia do paciente como jejum alimentar de 4

horas, administração de dimeticona para diminuir os gases e facilitar o exame.

Uma vez por semana acompanhamos treinamentos para atendimentos emergenciais,

seguindo o “ABC do trauma”, que visa garantir vias aéreas, boa oxigenação e circulação, e

também elaboração de protocolos e discussões de casos clínicos.

23

3.1 CASUÍSTICA

Foram acompanhados ao longo desses dois meses 453 procedimentos entre Consultas,

imunoprofilaxias e exames complementares (ultrassonografia, ecocardiográficas e

radiografias), citadas no gráfico um e gráfico dois.

GRAFICO 1 – CASUISTICA DE DOENÇAS ACOMPANHADAS NO

PERIODO DE 3 DE AGOSTO A 14 DE OUTUBRO NA CLINICA VETERINÁRIA SAVE

*OSH = ovariosalpingohisterectomia

0

20

40

60

80

100

120

140

Título do Gráfico

Felinos Cães Total

24

GRAFICO 2 – CASUISTICA DE MACHOS E FÊMEAS ATENDIDOS NO PERIODO DE 3 DE

AGOSTO A 14 DE OUTUBRO NA CLINICA VETERINARIA SAVE

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Machos Fêmeas Total

Cães

Gatos

Total

25

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 DEFINIÇÃO

4.1.1 TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO OU TRAUMATISMO CRANIANO

4.1.2. FISIOPATOLOGIA DO TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO

O traumatismo craniano ou trauma crânio encefálico (TCE) é qualquer lesão ou

trauma causado por forças mecânicas externas (MORAES, 2014).

A avaliação inicial de um paciente com histórico de trauma sempre se deve preconizar

a utilização do ABC do trauma, pois esse animal pode apresentar qualquer tipo de lesão.

O dano neurológico do TCE não ocorre apenas no impacto, mas também dias após o

trauma, por isso se preconiza a observação por no mínimo 48 horas. O TCE é a principal

causa de óbito no trauma. Pode ser causado por atropelamento, mordida, queda, chute, entre

outras causas. Qualquer animal pode ser acometido, pois é uma lesão comum até em animais

silvestres.

As lesões associadas ao TCE podem ser definidas como primarias e secundarias onde

as lesões primarias são decorrentes da lesão inicial do impacto que é dividida em golpe e

contragolpe que é decorrente do descolamento do cérebro dentro da caixa craniana, causando

danos a estrutura cerebral e rompimento de estruturas. Causa também diversas alterações

bioquímicas no organismo gerando a lesão secundaria. A extensão da lesão varia conforme a

intensidade do impacto. As lesões primarias causam dano ao parênquima encefálico, fraturas,

hematomas, lacerações, e lesão axonal difusa (LAD). A lesão vascular direta pode resultar em

hemorragia intracraniana e edema vasogênico. As lacerações são a forma mais grave de lesão

encefálica primaria.(BARROS,2014)

A lesão secundaria é causada imediatamente após a primaria e se da por alterações

bioquímicas que exacerbam as lesões primarias no organismo. Podem ter causas

intracranianas ou extracranianas. O resultado do processo secundário é o aumento da PIC.

26

QUADRO 5 – LESÕES SECUNDARIAS CAUSAS INTRACRANIANAS E

EXTRACRANIANAS.

CAUSAS EXTRACRANIANAS CAUSAS INTRACRANIANAS

- HIPOTENSÃO - HEMATOMA

- HIPOXIA - EDEMA ENCEFÁLICO

- HIPERTERMIA - INFECÇÕES

- HIPERCAPNIA/HIPOCAPNIA - HIPERTENSÃO INTRACRANIANA

- COAGULOPATIAS - CRISES EPILÉPTICAS

- INFECÇÕES - EFEITO COMPRESSIVO POR MASSA

- ANEMIA

- HIPERGLICEMIA/HIPOGLICEMIA

- VASOESPASMO

(BRANCO,2011)

A pressão intracraniana (PIC) é a pressão exercida pelos tecidos e pelo liquido

cefalorraquidiano dentro da caixa craniana. Causam grande impacto na perfusão encefálica

por comprimir estruturas importantes como vasos sanguíneos podendo fazer hipóxia

encefálica.

O edema citotóxico é resultado do acumulo de liquido nos neurônios secundário a

hipóxia celular que altera a função da membrana celular, enquanto o edema vasogenico é o

resultado do dano a barreira hematoencefalica com acumulo extracelular de liquido. Qualquer

que seja o edema pode aumentar a PIC consideravelmente levando a hipóxia encefálica.

(BISTNER,2007)

O trauma tem que ser tratado por um padrão chamado ABC da emergência que

segundo vários autores aumentam a taxa de sobrevida dos animais em emergência que

seguem um padrão de atendimento. Esse padrão é o ABC que significa:

A- airway – procurar por obstruções em vias aéreas

B- breathing – preconizar ventilação e oxigenação

C- circulation – manter a perfusão sanguínea adequada

Após estabilizar o paciente com esse protocolo podemos avaliar a parte neurológica do

paciente com a escala de Glasgow pediátrica modificada.

27

A abordagem do paciente com TCE requer manobras básicas como: fazer medicações

em veias dos membros pélvicos para evitar aumentar a PIC, elevar a cabeça em 30º, sem

hiperestender o pescoço nem comprimir veias jugulares, manter um nível de pressão arterial

normal e aumentar o aporte de oxigênio dentro das primeiras duas horas, visando facilitar a

drenagem do liquido cefalorraquidiano dentro da caixa craniana. (RABELO, 2012)

Segundo (SIMON, 2004) o tratamento de animais afetados deve ser imediato para

aumentar as chances de recuperação para um nível funcional aceitável para o proprietário.

Se a injuria for identificada precocemente o animal tem grandes chances de

sobreviver.

O trauma craniano é responsável pelo edema cerebral ou hemorragias e isso faz os

tecidos cerebrais aumentarem aumentando a PIC ativando os mecanismos compensatórios do

organismo, que faz o liquido cefalorraquidiano se acumular na região da medula e reduz a sua

produção. Quando o mecanismo compensatório falha temos aumento da PIC novamente

apresentando os sinais clínicos que são anisocoria, miose, midríase, atividade mental alterada

e perda de função motora. (SIMON, 2004).

O Conteúdo Intracraniano consiste em Tecido Nervoso (70%), Líquido intersticial

(10%), Líquido cefalorraquidiano (10%), e Sangue (10%). Este conteúdo deve manter-se

constante para uma estável pressão intracraniana: Doutrina de Monro-Kellie-Burrow.

PIC = 15-20mmHg. Afere-se a PIC por sensores extradurais, subaracnóideos,

intraparenquimatosos ou intraventriculares.

Auto Regulação da Circulação Sanguínea Cerebral é também conhecida como Complacência

cerebral que é a capacidade do cérebro em adequar-se às alterações do conteúdo presente no

interior do crânio.

Na HIC (Hipertensão Intracraniana) o líquido cefalorraquidiano e a drenagem venosa são os

primeiros mecanismos, respectivamente, a serem mobilizados, Secundária a HIC haverá

herniação.

O processo de hipóxia leva a aumento do gás carbônico levando a uma vasodilatação. Haverá

hipertensão reflexa para compensar a PPC (pressão de perfusão craniana). (BARROS,2014)

28

PPC = PAM - PIC. (Pressão de Perfusão Craniana igual Pressão Arterial Media menos

Pressão Intracraniana). Porem a PPC poderá ser medida apenas com aparelhos específicos

para essa finalidade. Na ausência desse aparelho deve-se tratar o animal conforme

conhecimento sobre TCE e sintomatologia e pelos exames neurológicos. A PPC normal

deverá ficar em torno de 70mmHg. (FRAGATA,2012)

A HIC poderá levar a uma tríade compensatória denominada Tríade de Cushing que faz

alterações sistêmicas como: Hipertensão, Bradicardia e Alteração do ritmo respiratório.

O Quadro clínico da HIC é assintomático devido aos mecanismos compensatórios do

organismo. Os sinais de que está ocorrendo hipertensão intracraniana se baseia no

aparecimento da tríade de Cushing; ondas em platô da PIC; tríade da HIC que se baseia em

cefaléia, papiledema bilateral e vômito em jato. O aumento da PIC faz queda do nível de

consciência, aumento da PA e diminuição da FC. Já a diminuição da PA pode fazer coma,

midríase paralítica, parada cardiorrespiratória e levar o animal a óbito. (BARROS,2014)

Lesão Axonal Difusa (LAD) causa dano à substância branca do encéfalo, mesencéfalo e

tronco cerebral. E faz hemorragia meníngea traumática. é causada pela aceleração-

desaceleração causando compressão, tensão e cisalhamento fazendo danos ao SNC.

LAD é provocada por uma aceleração longa: a cabeça é impulsionada ou impactada contra

objetos macios. O quadro clínico da LAD é caracterizada por coma maior que 6 horas, pode

ocorrer intervalo lúcido após o trauma. Perda da consciência prolongada após intervalo lúcido

é indicador de lesão difusa. Na tomografia mostra apagamento das cisternas e dos sulcos, e

apresenta-se como múltiplos pontos hemorrágicos. acometem a substância branca,

mesencéfalo e corpo caloso.

Edema Cerebral: O aumento do volume pós lesão traumática cranioencefálica é comum.

Haverá aumento de volume extravascular cerebral. Como no cérebro não há vascularização

linfática, há grande gravidade nesta situação. O edema cerebral pode ser classificado como de

origem citotóxica, intersticial ou vasogênica. O aumento de volume pode ser difuso ou focal,

havendo efeito de massa com compressão ventricular. O edema cerebral de origem traumática

imagina-se ocorrer decorrente de uma dilatação anormal dos vasos, hiperperfusão e aumento

da permeabilidade vascular, ocorrendo extravasamento de plasma e edema cerebral

vasogênico.

Contusões Cerebrais: As contusões cerebrais decorrem de lacerações do próprio parênquima

cerebral, são freqüentes em regiões onde há contato do cérebro com o osso. (HOPPER,2015)

29

As contusões, na maioria das vezes são pequenas e múltiplas. Elas podem se apresentar no

local da pancada – “lesão por golpe” – ou ainda no pólo oposto à pancada, pelo impacto do

cérebro com a tábua interna do crânio – “lesões por contragolpe” – geralmente estas lesões

aumentam de tamanho.

Hematomas Cerebrais: São coleções de coágulos que se encontram no interior do crânio

(localizações focais), que acabam por deslocar o parênquima cerebral. Muitos se localizam na

substância branca profunda, diferentemente das contusões onde a maior prevalência se dá no

córtex. (BARROS,2014)

4.1.3 AVALIAÇÃO NEUROLOGICA

Um paciente traumatizado não se pode focar apenas na lesão neurológica, pois pode

haver hipovolemia e hipoxemia que precisam ser revertidos imediatamente com fluidoterapia

e oxigenioterapia. (FINNIE, 2002).

A avaliação neurológica deve ser realizada de hora em hora para acompanhar se o

tratamento que está sendo realizado é adequado ou se o paciente está evoluindo para um

prognostico ruim. Fazendo medições de parâmetros como temperatura, pressão, frequência

cardíaca, frequência respiratória e sempre fazer a escala Glasgow para saber se o animal está

evoluindo. (MORAES, 2014).

Essa escala serve para avaliar o nível de consciência do animal para saber qual

protocolo utilizar. Serve de guia para avalição neurológica e não diagnostico. Deve ser

utilizada sempre após a estabilização do animal traumatizado para avaliar se há algum dano

neurológico. Deve ser realizada de hora em hora e se cair mais de 2 pontos é sinal clássico de

TCE. (FRAGATA,2012)

QUADRO 1: A ESCALA GLASGOW MODIFICADA.

ATIVIDADE MOTORA Pontuação

Deambulação normal, reflexos espinhais normais 6

Hemiparesia, tetraparesia ou rigidez descerebrada 5

Decúbito, rigidez extensora intermitente 4

Decúbito, rigidez extensora constante 3

Decúbito, rigidez extensora constante com opistótono 2

30

Decúbito, hipotonia muscular, diminuição ou ausência dos reflexos espinhais 1

REFLEXOS TRONCO ENCEFALICO

Reflexo pupilar á luz e reflexo oculo-cefalico normais 6

Reflexo pupilar a luz reduzido e reflexo oculo-cefalico normal e reduzido 5

Miose irresponsiva bilateral com reflexo oculo-cefalico normal e reduzido 4

Pupilas pontuais com reflexo oculo-cefalico reduzido a ausente 3

Midríase irresponsiva unilateral com reflexo oculo-cefalico reduzido a

ausente 2

Midríase irresponsiva bilateral com reflexo oculo-cefalico reduzido a ausente 1

NIVEL DE CONSCIENCIA

Períodos ocasionais de alerta e responsivo ao ambiente 6

Depressão ou delírio; capacidade de responder, porem resposta é inapropriada 5

Semicomatoso; responsivo a estimulo visual 4

Semicomatoso; responsivo a estimulo auditivo 3

Semicomatoso; responsivo somente a repetidos estímulos nocivos 2

Comatoso, irresponsivo a repetidos estímulos nocivos 1

(BRANCO, 2011)

O prognostico do TCE depende da escala Glasgow modificada sendo que de 15 a 18 o

prognostico é bom, de 1 a 14 o prognostico é reservado e de 3 a 8 o prognostico é ruim. No

TCE avaliam-se as pupilas, pois um aumento da PIC pode fazer compressão dos nervos

cranianos reduzindo o tônus parassimpático responsável pela contração pupilar. (BRANCO,

2011)

Monitorar a PIC é difícil em medicina veterinária devido aos preços dos aparelhos,

porem podemos monitorar sinais clínicos que indicam o aumento da PIC. Quando a PIC

aumenta a pressão arterial diminui então monitorar a pressão arterial e manter constante

abaixo de 120 mmhg ajuda a reduzir a PIC. (DONATI, 2015). O estado de consciência do

animal e o exame do fundo de olho são ideais para monitorar o aumento da PIC. O exame do

olho consiste em jogar a luz e verificar a dilatação das pupilas. Monitorar a temperatura

também é ideal, pois aumento de temperatura pode induzir um estado de isquemia encefálica,

por isso tem alguns autores que afirmam que fazer hipotermia nas primeiras 48 horas pós-

trauma aumenta a sobrevida. (SIQUEIRA, 2013).

31

A coleta de liquido cefalorraquidiano é contraindicada, pois pode prejudicar o animal

fazendo a elevação da PIC.

O exame oftálmico consiste em avaliar as pupilas quando se incide uma luz sobre elas.

Quando as pupilas estão adequadamente responsivas a luz indicam função adequada do tronco

encefálico rostral, quiasma ótico, nervos óticos e retina. O aumento da PIC faz pressão sobre

o nervo oculomotor fazendo as alterações pupilares. O retorno das pupilas ao ramanho

normal, ou seja responsivas a luz é um sinal clinico de prognostico favorável pois indica que o

animal está respondendo bem ao trauma. Pupilas irresponsivas a luz indicam prognostico

ruim pois pode indicar hemorragia, edema avançado ou herniação. (BRANCO,2012)

Herniação pode incapacitar o animal ou leva-lo a morte se não for identificado

imediatamente e tratado. Após a lesão as pupilas e a escala Glasgow devem ser avaliadas de

hora em hora pois podem apresentar alterações significativas dentro desse período de tempo,

também serve para avaliar se a lesão está progredindo e se o tratamento está sendo efetivo.

A ocorrência de sinais neurológicos permanentes e sequelas somente poderão ser

avaliadas após no mínimo seis meses. Nesse tempo ainda é possível o animal apresentar

epilepsia chamada de tardia que aparece após 7 dias do trauma. (BARROS,2014)

4.1.4 GLICEMIA

A hiperglicemia aumenta a produção de radicais livres, a liberação de aminoácidos

excitatórios, o edema e a acidose encefálica, além de alterar a vasculatura encefálica, há

relatos na literatura de que a hiperglicemia ajuda a aumentar o edema cerebral, causa

infecções, faz hipóxia e leva o animal a um prognostico reservado, por isso é importante

controlar a glicemia em animais traumatizados. Sistemicamente, a hiperglicemia influencia

diretamente a resposta ao stress, por aumentar o nível de citocinas pró-inflamatórias precoces

(TNF-alfa, IL-1, IL-6), comprometer a quimiotaxia e fagocitose de neutrófilos e reduzir a

responsividade da microvasculatura. Ainda segundo Rabelo o nível de glicemia aceitável para

cães é de 140 mg/dl e em gatos de 182 mg/dl. (RABELO, 2011).

A hiperglicemia está associada ao com o aumento do metabolismo encefálico e como

o fluxo sanguíneo encefálico (FSE) está reduzido isso pode favorecer o metabolismo

anaeróbico como tentativa de manter a produção energética cerebral, o que pode resultar em

acidose encefálica que é descrita como um mecanismo que aumenta a lesão neurológica em

32

pacientes com TCE. O acumulo de lactato e ions hidrogênio causam acidose intracelular e

extracelular que é citotóxica para os neurônios e células da glia. (BRANCO,2011)

4.1.5 TRATAMENTO

O tratamento deve-se iniciar com fluidoterapia visando a normovolemia para que a

volemia não prejudique a PIC, há porem controversas sobre qual tipo de Fluidos utilizar se

coloides ou cristaloides, segundo (SIMON, 2004) os cristaloides são moléculas muito

pequenas e podem extravasar facilmente para o interstício exigindo assim um volume maior

de fluidos e podendo extravasar na caixa craniana ajudando a aumentar a PIC. Segundo

(RABELO, 2012) a utilização de solução salina hipertônica (7,5%), pela via intravenosa, em

cães e gatos hipotensos, demonstrou aumentar a contratilidade do miocárdio e do debito

cardíaco, seu emprego melhora a pressão sistêmica, tem ação anti-inflamatória, reduz edema,

promove diurese e reduz consideravelmente a PIC de forma rápida, com maior beneficio do

que soluções salinas isotônicas para a redução do teor hídrico cerebral e restauração da

pressão arterial sistêmica.

Porem as soluções de cristaloides também devem ser administradas, pois somente a

solução salina ou coloides podem fazer uma desidratação sistêmica então se inicia o uso de

cristaloides aproximadamente 1 hora após a administração de solução hipertônica. (NEVES,

2010)

O medicamento de escolha para reduzir a PIC e reduzir o edema cerebral é o manitol

que é um diurético osmótico que passa facilmente a barreira hematoencefalica. A dose

segundo (VIANA, 2010) é de 5 a 10 ml/kg/EV a solução de 20%, pode ser repetido a cada

seis horas se necessário.

O manitol reduz a PIC através da vasoconstrição reflexa da vasculatura encefálica

secundária à redução na viscosidade sanguínea, inativação de radicais livres, redução na

produção de LCR, e atração osmótica do líquido do edema extravascular para o espaço

intravascular. A ação do manitol na redução do edema dura de duas a cinco horas. (ELISE,

2011).

33

Na pratica clinica o manitol é muito utilizado em casos de TCE e na maioria das vezes

o paciente tem resposta boa e rápida principalmente em pacientes que estão conscientes. Há

relatos em literatura da associação de furosemida com o manitol que potencializa o efeito do

manitol porem há vários estudos que dizem que o efeito da furosemida prejudica a volemia do

animal então ela seria contraindicada no TCE. (HUKKELHOVEN, 2010).

Corticoides também são contraindicados em pacientes com TCE, pois aumenta a

glicemia, retarda a cicatrização levando o paciente a uma acidose encefálica. (NEVES, 2010).

Seu uso tem se mostrado como potenciador do dano neuronal, pois pode tornar os

neurônios mais vulneráveis a alterações metabólicas como hipóxia e isquemia. A mortalidade

em pacientes tratados com corticoides aumenta mesmo depois de dias após a internação do

animal. (BRANCO,2011)

Crises epiléticas podem ocorrer devido ao dano cerebral, e ajudam a aumentar a PIC,

pois fazem aumentar a oxigenação do cérebro fazendo aumento de hipertensão craniana por

isso deve ser controlada. (MYERS, 2002). O Diazepan é um medicamento usado para

controlar uma crise em andamento na dose de 0,5 a 2,0 mg/kg/EV para estado epilético e 2

mg/kg/retal se o animal não estiver com acesso venoso. Para controlar crises posteriores em

dose continua deve-se utilizar fenobarbital 2 a 4 mg/kg a cada 12 horas por via oral, ou 6 a 12

mg/kg a cada 6 ou 12 horas endovenoso ou intramuscular. Porem não se recomenda o uso de

anticonvulsivante profilático em TCE, somente quando o animal possui crises derivadas do

TCE. (VIANA, 2010).

4.1.6 HIPERVENTILAÇÃO

A hiperventilaçao consiste em reduzir a pressão de gás carbônico com o aumento da

frequência respiratória, promove vasoconstrição e reduz o volume de sangue intracraniano o

que reduz a PIC porem vários autores só indicam essa técnica quando há herniação cerebral

para reduzir a PIC tentando reduzir o edema para retardar a herniação e fazer uma craniotomia

descompressiva. Porem há um estudo que diz ser benéfico, pois o oxigênio se liga não

somente a hemoglobina e também ao plasma o que aumenta a disponibilidade de oxigênio

cerebral e evita a hipóxia e a vasoconstrição não terá malefícios graves, pois minimiza o

extravasamento de líquidos intracranianos e reduz a PIC, porem nesse estudo só tem

34

resultados positivos animais com TCE grave. Leve e moderado não surtiu efeito significativo.

(HUANG, 2011).

Porem essa pratica foi desconsiderada pois pode reduzir o fluxo sanguíneo encefálico

causando redução da PIC por vasoconstrição encefálica causando isquemia tecidual, por isso

não se deve fazer hiperventilação mas sim oxigenioterapia para evitar hipóxia encefálica por

falha em algum mecanismo.

A decisão de intubar um paciente é clinica e varia conforme o estado de consciência

do animal e de seu estado geral, animais muito agitados por exemplo devem ser intubados e

anestesiados para reduzir a excitação e assim reduzir o fluxo sanguíneo encefálico. Animais

inconscientes devem ser intubados assim que adentram a clinica. (BARROS,2014)

4.1.7 CRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA

A craniectomia descompressiva só deve ser utilizada como segunda opção no

tratamento, somente quando a terapia clinica não surte efeito. As indicações seriam quando há

uma possível herniação pelo aumento da PIC ou quando há fratura de crânio. A craniectomia

consiste em abrir um segmento da calota craniana e a dura-máter visando prevenir herniações

e redução da PIC. Segundo alguns trabalhos essa técnica só é indicada para um cirurgião

neurológico competente e tendo um exame de imagem como tomografia computadorizada ou

ressonância magnética para auxiliar. (BYERS, 2013). Porem segundo (RABELO, 2012) essa

técnica pode ser utilizada independente se tenha ou não um exame de imagem e mensuração

da PIC, porem ele indica para pacientes com escala Glasgow igual ou menos a 8 pontos ou

que a pontuação caia rapidamente e se existir fraturas de crânio a descompressão está

indicada.

4.1.8 ANESTÉSICOS

Anestésicos voláteis tem efeito hipotensivo por isso não são indicados, pois podem

causar aumento da PIC. Os barbitúricos são os anestésicos mais indicados, pois ajudam a

reduzir a PIC, pois reduz atividade epilética e atua como neuroprotetor, reduz o recrutamento

encefálico de oxigênio e faz vasoconstrição encefálica. Barbitúricos são pentobarbital,

fenobarbital e tiopental são Utilizados para indução e manutenção anestésica por muito

tempo, Não produzem dor à aplicação, Promovem indução rápida, Efeito de inconsciência

35

longo, são os anestésicos de escolha para produção de coma induzido, pois ele se acumula no

tecido adiposo e faz liberação aos poucos dificultando o despertar. O anestésico pode ser

utilizado tanto para indução em uma craniotomia quanto em indução visando reduzir a PIC.

(NEVES, 2010).

A dose de Tiopental é de 3 a 15 mg/kg endovenoso. Pentobarbital 2 a 4 mg/kg

endovenoso para sedação e 10 a 30 mg/kg endovenoso para anestesia. Fenobarbital 2 a 4

mg/kg a cada 12 horas por via oral, ou 6 a 12 mg/kg a cada 6 ou 12 horas endovenoso ou

intramuscular. (PEDROSA, 2006).

Propofol também pode ser utilizado sem medo na dose de 6 mg/kg/EV para indução

anestésica e 0,2 a 0,8 mg/kg/minuto/EV para manutenção.

A anestesia peridural é contraindicada, pois pode alterar a PIC. (BATISTA, 2010)

4.1.9 CONTROLE DA PRESSÃO INTRACRANIANA – PIC

Esta avaliação, ao ser analisada em conjunto com parâmetros clínicos,

hemodinâmicos, respiratórios e metabólicos, veio possibilitar uma melhor compreensão e

controle do paciente neurológico. (BRANCO,2011)

A sua realização está indicada em todo paciente com suspeita de PIC elevada aguda ou

subaguda com risco de descompensação; pacientes com TCE com Glasgow menor ou igual a

8 também possuem indicação. O desenvolvimento de sistemas de fibras ópticas veio permitir

maior facilidade da instalação, menos erros nas medições, menos complicações infecciosas.

A ventriculostomia possui vantagens sobre um monitor parenquimatoso de fibra óptica por

possibilitar a drenagem do LCR para redução da PIC, mas o risco de infecção é maior. A

pressão de perfusão cerebral (PPC) é monitorada, conjugada à PIC por ser um determinante

do fluxo sangüíneo cerebral. A PPC é definida como a subtração da pressão arterial média

(PAM) e a pressão intracraniana (PIC). A PPC deve-se manter acima dos 60mmHg. Alguns

cuidados na monitorização da PIC devem ser tomados: ventilação excessiva, levando a uma

alcalose respiratória causa vasocontrição reflexa e isquemia cerebral. Um aumento da PIC é

sempre sugestivo para nova TC. Em casos de agitação do paciente devem-se administrar

drogas sedativas intravenosas como propofol ou fentanil. Se a PPC estiver abaixo de

70mmHg, drogas vasopressoras como dopamina e fenilefrina podem ocasionar queda da PIC.

36

De forma oposta, se a PPC estiver acima de 120mmHg, administrar bloqueadores de canais de

cálcio como nimodipina, nicardipina ou labetalol por via intravenosa.(BARROS,2014)

Manitol e hiperventilação só são utilizados no caso de não se conseguir o controle da PIC via

PPC. Usa-se manitol a 20% (dose inicial 1-1,5g/Kg) com o propósito de causar diurese e

desidratação cerebral. Outra opção terapêutica é o uso do pentobarbital, causando uma

hipotensão acentuada sendo necessário um controle inverso (drogas vasopressoras) para

estabilização da PPC em 70mmHg ou mais.(BRANCO,2011)

4.1.10 EXAMES COMPLEMENTARES

Exames de imagem são indicados para avaliar fraturas ou danos dentro da caixa

craniana. Porem radiografias não revelam muito além de fraturas, ressonância magnética

identifica possíveis lesões cerebrais como hemorragias, edemas, lesões, etc. tomografia

computadorizada revela varias alterações devido sua possibilidade de reconstrução 3D (três

dimensões), é um ótimo exame para esse tipo de trauma. Pode ser usado para conduzir o

cirurgião no caso de necessidade de descompressão craniana. Porem o acesso a esse exame é

dificultado devido ao transporte de animais críticos sem ambulância especializada e pela

pouca quantidade de maquinas veterinária para realizar o exame o custo fica inacessível para

a maioria dos proprietários. (INAMASSU, 2010).

5. CASO CLINICO

37

Figura 26 PACIENTE CHARLOTE

Paciente: Charlote, Canino, Pinscher, 8 Anos, Fêmea, Peso: 2,4 kg,

Anamnese: Paciente foi recebida na clinica veterinária SAVE no dia 14/08 às

20h15min horas com histórico de trauma. Animal foi atropelado na rua de casa, a proprietária

presenciou. Relata que o carro bateu no animal e ela rolou por baixo do carro e após o carro

passar ela ficou sentada imóvel, a proprietária teve que pegar ela e levou direto na clinica,

nega desmaio, nega vomito e nega convulsão, nega demais alterações. Ao exame clinico

apresentou edema periocular direito e anisocoria. A Frequência Cardíaca era de 120

batimentos por minuto, Frequência Respiratória: 24 movimentos por minuto, Temperatura de

38,0º Celsius, Pressão Arterial Sistêmica era de 120 mmhg, Ausculta pulmonar estava normal,

mucosas também normais, pulso normal e não apresentava êmese e diarreia.

Foi realizado ABC do trauma na charlote porem não foi realizado escala Glasgow do

animal somente foi realizado o exame pupilar para saber se a pupila estava responsiva a luz

ou não e foi constatada que a pupila direita era responsiva a luz e a esquerda era irresponsiva

por isso o animal ficou internado para observação, porem nas horas seguintes foi avaliado

somente os parâmetros do animal sem ser feito escala Glasgow somente exame pupilar e o

animal não ficou na fluidoterapia de inicio então o animal apresentou desidratação pelo

medicamento manitol que é diurético e o animal também não fez oxigenioterapia para ajudar

com a hipóxia encefálica.

38

Figura 27 CHARLOTE (ANISOCORIA)

Foi instituído o tratamento com as medicações a seguir:

Manitol na dose de 5ml/kg/EV/Bid; 11hs e às 23hs.

Tramal na dose de 0,05ml/kg/EV/Tid; 15hs, 23hs e às 7hs.

Dipirona na dose de 0,04ml/kg/EV/Tid; 15hs, 23hs e às 7hs.

Ranitidina na dose de 0,04ml/kg/SC/Bid; 11hs e às 23hs.

Still ® (Diclofenaco sódico Colírio) 1gota no olho direito Tid; 15hs, 23hs e às 7hs.

Dia 14/08 parâmetros se manteram estáveis.

QUADRO 2- PARÂMETROS DA CHARLOTE APÓS CHEGAR NA EMERGÊNCIA DA CLÍNICA

SAVE NO DIA 14/08.

21:00 22:00 23:00 0:00 1:00 3:00 5:00 7:00 9:00

FC 120 100 104 100 100 100 120 112 120

FR 24 28 28 28 28 32 32 28 24

39

ACP OK OK OK OK OK OK OK OK OK

Mucosas Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok

Pulso Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok Ok

Tº C 38,0 38,1 38,0 37,8 38,0 38,0 38,1 38,2 37,7

Defecação/

Micção

Não/

Não

Não/

Não

Não/

Não

Não/

Não

Não/

Não

Não/

Não

Não/

Não

Não/

Sim

Não/

Não

Êmese Não Não Não Não Não Não Não Não Não

Palpação

Abdominal

Tenso Tenso Tenso Tenso Tenso Tenso Tenso Tenso Tenso

PAS 120 120 120 120 120 120 120 120 120

Os Parâmetros da Charlote na clinica SAVE no dia 15/08 se manteram estáveis e o

animal não apresentou nenhuma alteração significativa.

As 23:00hs foi observado que o animal não possuía mais anisocoria e estava na fase de

Estro.

Foi coletado sangue para fazer exame de hemograma e bioquímico. Não foi coletado

no dia da chegada do animal, pois era 20 horas da noite e o laboratório não estava aberto por

isso os exames foram coletados no dia seguinte.

QUADRO 3 – ALTERAÇÕES DO HEMOGRAMA DA CHARLOTE NO DIA 15/08

ERITROGRAMA Valores de Referência

Eritrócitos 7,89 5.7 a 7.4 milhões/uL

Hematócrito 55 38.0 a 47.0 %

LEUCOGRAMA

Leucócitos 16.500 6.000 a 16.000

N. Segmentados 12.870 4.500 a 9.500

Eosinófilos 825 100 a 750

Alterações do hemograma são devido à desidratação que o animal apresentava. Nos

exames bioquímicos não teve alterações significativas.

Os Parâmetros da Charlote na clinica SAVE no dia 16/08 se manteram estáveis porem

o animal apresentava uma desidratação leve então foi conversado com a proprietária para

liberar mais um dia. O animal ficou na fluidoterapia com a intenção de reverter o quadro de

desidratação leve. Neste dia o animal iria receber alta da observação de 48 horas porem a

desidratação nos fez manter o animal internado.

Os Parâmetros da Charlote na clinica SAVE no dia 17/08 se manteram estáveis.

40

Foi coletado outro sangue para repetir hemograma. Foi constatado que o animal ainda

apresentava desidratação. Porem a proprietária retirou o animal alegando restrições de custo.

QUADRO 4 – ALTERAÇÕES DO HEMOGRAMA DA CHARLOTE NO DIA 17/08

ERITROGRAMA Valores de Referência

Hematócrito 59 38.0 a 47.0 %

Hemoglobina 19,3 12.0 a 18.0 g/dl

5.1 DISCUSSÃO DO CASO

A paciente charlote foi um caso típico de TCE com rápida resposta a medicação.

41

Durante 4 dias a paciente foi tratada com Manitol devido a anisocoria que é um sinal

típico de edema cerebral, pois faz compressão dos nervos cranianos reduzindo o tônus pupilar.

(BRANCO, 2011).

Foi entrada com medicação para dor que seria Tramadol por causa do trauma. E por

ser um medicamento indicado como analgésico. (VIANA, 2010).

Foi feito Dipirona para não haver aumento de temperatura, pois isso seria

contraindicado em TCE, pois a hipertermia ajuda a aumentar o edema. (SIQUEIRA, 2011).

Foi feito Ranitidina por ser protetor gástrico para que as medicações não

prejudicassem o estomago do animal causando gastrite. (VIANA, 2010).

Foi feito também o colírio Still (diclofenaco Sódico colírio) por causa do edema na

região periocular direita, pois esse colírio tem efeito anti-inflamatório e analgésico com a

intenção de redução do edema.

No segundo dia o animal já apresentava melhora do quadro neurológico, mas foi

mantido internado, pois TCE exige no mínimo 48 horas de observação (RABELO, 2012)

então o animal ficou em observação até o dia 17/08, pois no dia 16/08 era domingo e o

laboratório não realiza exames nesse dia, mas no dia 17/08 foi realizado outro hemograma

para avaliar alterações e foi constatado hematócrito alto que pode ser desidratação ou stress,

por isso ela ficou mais tempo, pois estava desidratada então deveria ficar na fluidoterapia para

reverter a desidratação porem no dia 17/08 a proprietária retirou, pois alegou restrição de

custos. Animal foi para casa com receita do colírio Still, pois ainda tinha edema na região

periocular, foi marcado retorno para avaliação em 3 dias. O animal apresentou melhora no

retorno, estava comendo bem, urinando normal e defecando. Não apresentava mais o edema

periocular e não tinha sinais neurológicos, foi repetido o hemograma novamente e o animal

apresentou melhora da desidratação, por isso ela teve alta medica no dia 20/08.

A escala Glasgow da paciente charlote não foi realizada, pois ela chegou bem, estava

andando, estava consciente por isso não chegou a ser realizado, porem foi realizado o exame

pupilar e constatou anisocoria que seria um dos sinais típicos de TCE por isso foi realizado o

tratamento para trauma crânio encefálico. O animal ficou em observação e não apresentou

42

nenhuma alteração. A escala Glasgow do animal deveria ter sido realizada pois um animal

com TCE pode piorar em questão de horas então é uma avaliação que deveria ser realizada de

hora em hora para saber se o animal está responsivo ao tratamento ou não e para avaliar se é

necessário a realização de outros procedimentos adequados. O animal deveria estar na

fluidoterapia desde o momento em que foi estabelecido manitol como um medicamento para o

tratamento para evitar que o animal desidratasse. A oxigenioterapia deveria ser feita desde o

momento da chagada do animal na emergência para aumentar a demanda de oxigênio

encefálico e evitar isquemia.(BARROS,2014)

6. CONCLUSÃO:

O estágio curricular obrigatório, realizado na Clínica Veterinária SAVE, proporcionou

a oportunidade de aprendizado e amadurecimento, onde tudo que foi vivenciado durante toda

43

a graduação foi colocada em prática. Foi possível perceber o quanto essa profissão nos exige,

e a busca pelo conhecimento deve ser constante, para mostrar um trabalho diferencial.

O estágio foi uma preparação para o que nos espera após a conclusão do curso. A

rotina acompanhada, a relação de confiança entre médicos veterinários e proprietários, o

diagnóstico correto, instituições de protocolos terapêuticos adequados bem como a relação

com os animais e as dificuldades enfrentadas diariamente na clínica médica a melhor conduta

deve ser seguida e acima de tudo a ética profissional são de extrema importância, e devemos

estar preparados.

Tive a oportunidade através desse estágio de conhecer o melhor lado dos seres

humanos através de seus animais de estimação, a busca por tratamentos, a dedicação e a

confiança dos profissionais, são um diferencial. O que nos estimula ainda mais a exercer sem

medo, e com disposição para nunca deixar de estudar, e buscar assim novas motivações e

novos objetivos para sempre fazer o melhor trabalho possível.

O TCE requer uma assistência imediata e sistematizada para não ocorrer falhas e para

aumentar a chance de sobrevivência do animal, o TCE é a lesão pós-traumática com maior

risco de óbito tanto em Medicina Veterinária quanto em Medicina Humana. deve ser

abordado com bom senso e evitar medicações e procedimentos que prejudiquem o animal

para um melhor prognostico e visando sempre a recuperação do paciente. Foi visto que existe

protocolo para TCE mas nem sempre é utilizado.

7. REFERÊNCIAS:

Batista, Priscila A. Costa dos Santos. “Efeitos cardiorrespiratórios da infusão contínua de

propofol em coelhos.” LAVECCS, 2010: 53-55.

44

Branco S. E. M. T., “Trauma Cranio-Encefalico Em Cães: Revisão De Literatura.” Belo

Horizonte,2011.

Byers, C., “Traumatic Brain Injury.” JLAVECC ISSN 1688-6100 5(4) 2013, pp 376-383

C. W. P. M. HUKKELHOVEN, et al., “Patient age and outcome following severe traumatic

brain injury: an analysis of 5600 patients.“ J Neurosurg 99:666–673, 2003

Damiani D, Damiani D.“Epilepsia decorrente do traumatismo cranioencefálico”. Rev Bras

Clin Med. São Paulo, 2010 set-out;8(5):440-3

Donati, P; Guillemi, E; Pineyro, J; Guevara, J; Moretti, J; Gargiulo, N; Zayas, M; Lavalle, M;

Jensen; M; Scorza; P, Mouly, J; Belerenian, G; Otero, P. “Monitoreo de presión intracraneana

(PIC) en un canino craniectomizado.” LAVECCS ISSN 1688-6100 7(2) 2015, pp 3 – 15

Filho J. C. K., Rabelo R. C. “Controle glicêmico no paciente critico.” LAVECC ISSN 1688-

6100 3(1) 2011, pp 51-72

Huang L., Obenaus A. “Hyperbaric oxygen therapy for traumatic brain injury.” Huang and

Obenaus Medical Gas Research 2011

Inamassu R. L., Babicsak V. R., Vulcano L. C., Machado V. M. V. “Contribuição da

tomografia computadorizada e da reconstrução tridimensional em casos emergenciais – relato

de caso: trauma craniano por projétil balístico em Brachyteles arachnoides.”LAVECCS,

2010: 89-91.

J. W. FINNIE ; P. C. BLUMBERGS, “Traumatic Brain Injury.”, Vet Pathol 39:679–689

(2002)

KIRK & BISTNER., “Manual de procedimentos veterinários e tratamento emergencial.”

Editora Roca, 2007

MAYER S. A.; CLAASSEN J.; LOKIN J.; MENDELSOHN F.; DENNIS L. J.;

FITZSIMMONS B. F., “Refractory Status Epilepticus.”, ARCH NEUROL/VOL 59, FEB

2002

MORAES R. B., BONIATTI M. M., CARDOSO P. R. C., LISBOA T., BARROS E.,

“Medicina Intensiva: Consulta Rápida.” Editora Artmed, 2014

Neves I. V., Tudury E. A., Costa R. C., “Fármacos utilizados no tratamento das afecções

neurológicas de cães e gatos.” Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 3, p. 745-766,

jul./set. 2010

Pedroza J. R., “Conduta Anestésica no Trauma Encefálico: O que é atual?.” Medicina

Perioperatória , 2006, Cap. 60 Pag. 505-518

RABELO, R . Emergências de pequenos animais. Rio de Janeiro: Elsevier,2012.

SANTOS M. M., FRAGATA F. S., “Emergencia e terapia intensiva veterinária em pequenos

animais.” Editora Roca, 2012

45

SILVERSTEIN D. C.; HOPPER K., “Critical Care Medicine.” Editora Elsevier, 2015

SIMON R. PLATT, NATASHA J. OLBY “BSAVA manual of Canine and Feline Neurology”

editora BSAVA, 2004

Siqueira EGM. et al. Trauma cranioencefálico em pequenos animais. Vet. e Zootec. 2013; 20

(Edição Comemorativa): 112-123.

THERESA WELCH FOSSUM, “Small Animal Surgery.” Editora Elsevier, 2013

Viana, Fernando A. Bretas. Guia Terapêutico Veterinário. editora cem, 2010.

WILLIAM O. REECE, “Functional Anatomy and Physiology of Domestic Animals.” Editora

Lippincott Williams & Wilkins, 2005