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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA SOLANGE PETRAGLIA KOVALCZUK BACILLA A ARQUITETURA E 0 MERCADO DE TRABALHO Trabalho de Conclusao do Curso de Especializac;:ao apresentado ao Programa de Pas Graduayao em Pedagogia da Gestao Empresarial como requisito parcial a obtenc;:ao do titulo de Especialista da Universidade Tuiuti do Parana. Orientador : ProF Olga Maria Silva Mattos

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

SOLANGE PETRAGLIA KOVALCZUK BACILLA

A ARQUITETURA E 0 MERCADO DE TRABALHO

Trabalho de Conclusao do Curso deEspecializac;:ao apresentado ao Programa dePas Graduayao em Pedagogia da GestaoEmpresarial como requisito parcial a obtenc;:aodo titulo de Especialista da UniversidadeTuiuti do Parana.

Orientador : ProF Olga Maria Silva Mattos

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"Se desejar canseguir a que quer, naa epreciso somente saber 0 que quer mas enecessaria realmente querer a que querr

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Agradeyo a poderosa presenya divina do EUSOU, dos Mestres Ascencionados e de todaa Hierarquia C6smica, pela inspiray030 e pelaluz que me impulsiona avante aodesenvolvimento pessoal e ao cumprimentodo plano divino determinado para mim aqui naTerra.

III

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RESUMO

A arquitetura e a arte de saber organizar espa90s. Para ser arquiteto e preciso tersensibilidade artistica, habilidade para ° desenho, para a organiza9ao de espa90s,visualizac;:ao da forma, cor, textura e Iuz. Esses requisitos sao necessarios porque naconstruC;:8o de casas, edificios, planejamento de bairros e cidades, eles saoprimordiais. Nao S8 pode esquecer que a mercado globalizado e dinamico do mundocontemporaneo exige cada vez mais experiemcia, ou seja, 0 cidadao tern que cursara faculdade e conseguir minar 0 funil do quadro de estagios para atender aexigencia minima de concluir a curSD universitario com a bagagem pratica, muitoaquem das necessidades exigidas pelo mercado profissional.No setor daengenharia, centenas de profissionais deixam as universidades e buscam arealizac;ao do sonho do primeiro emprego. Nem sempre ele esta enquadrado com aque se estudou e em muitos casos, profissionais com 30 grau desenvolvematividades que nao condizem com a sua formac;ao. Ah§m disso, a mundo atual exigeum leque cada vez maior de experiencias em areas diversificadas, sem falar que asoportunidades estao em muitos casas, mais para a "01" do "Quem Indique" do queo "QI", Quociente de Inteligencia. Esta realidade torna ainda mais dificil a busca e aconquista pelo primeiro emprego. Se 0 mercado exige experiencia pratica como eque a profissional recem formado vai sair em busca do emprego? a resumido eseleto grupo que adentram no setor de estagios durante a periodo de aula, aumentaem pequenas frac;6es a possibilidade de atingir um emprego, mas isso nao esuficiente. Ate nas diversas agencias de emprego se pode observar a alto indice deprofissionais com 30 grau, que se inscrevem para vagas fora de sua areaprofissional. Par isso vemos a indiscutivel necessidade de um compromisso com aintegrac;ao entre a ensino, pesquisa, extensao e principalmente a pratica vinculadaa realidade profissional de cada profissao.

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SUMARIO

RESUMO.. IV

1 INTRODUCAo

2 ASPECTOS CONCEITUAIS 6

2.10 PAPEL DA UNIVERSIDADE.. 7

2.1.1 A Formagao da Universidade.. 8

2.1.2 Perspectivas.. 10

2.2INTERACAO UNIVERSIDADE-EMPRESA. 12

2.3 A AROUITETURA COMO PROFISsAO.. 14

2.3.1 Arquitetura em Face da Globalizagao.. 20

2.3.2 FormaC;8Ioe Exercicio Profissionais.. 23

2.3.3 Tecnologia.. 25

2.4 ANALISE CRiTICA ENTRE 0 CAMPO PROFISSIONAL DA

AROUITETURA E 0 AMBITO DE FORMACAO DO AROUITETO NO

BRASiL.... 29

2.4.1 Reflexos na Arquitetura.. 30

2.4.2 Reflexos No Ensino.. 32

2.4.3 Desdobramentos Recentes... 33

CONSIDERACOES GERAIS.. 34

REFERENCIAS.. 36

v

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1 INTRODUyAO

o Brasil e urn Pais jovem que, aos POUCQS,S8 pre para melhor para atender a

mercado de trabalho. NaG sao tao raras as escalas que durante a curso colegial

aplicam testes vocacionais em seus alunos. IS50 e de suma importancia porque

muitos jovens, que nao sabem 0 que querern, entram na universidade e depois de

urn DU dais anos desistem.

Pior ainda sao aqueles que nao desistem e I uma vez formados, passam a

trabalhar naquilo que nao gostam, sem expectativas ,entusiasmo e empenho. Ha

urn incalculfwel "custo Brasil" embutido neSS8S cases de carreiras interrompidas ou

de prafissianais insatisfeitas. E quem paga, cara, e tada a Nay"a.

Justifica-se este trabalho, pois ha urn crescente grupo de pessoas preparando

suas carreiras antecipadamente, desde 0 colegial. Muitos escolhem 0 curso a partir

de uma decisao sobre a area: exatas ou humanas termos estes, que sao muito

abrangentes.

Uma vez escolhida a area, resta escolher a universidade que, no Brasil, ha

para todos os gostos e bolsos. Vale destacar que muitas escolas de primeira linha,

nos anos regula res, cobram 0 equivalente a R$ 1 mil por mes, ou R$ 12 mil por ano.

No curso de arquitetura 0 investimento e muito grande, nao s6 pelos 9astos

materiais mas como a grande necessidade de aprendizado extra curricular.Para ser

arquiteta e precisa ter sensibilidade artistica, habilidade para a desenha, habilidade

na organizac;:ao de espac;:os, visualizac;:ao da forma, cor, textura e luz. Esses

requisitos sao necessarios porque na construC;:8o de casas, ediflcios, planejamento

de bairros e cidades, eles sao primordiais.

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o mercado de trabalho para 0 Arquiteto esta sempre em constantes

modifical,(6es. 0 profissional de arquitetura era considerado elitista pelos altos

custos de honorarios e de acesso somente pela alta sociedade. Com a

globalizal,(ao e a velocidade em que a tecnologia processa todos os tipos de

informal,(Elo, as pessoas tem uma renovada ideia do arquiteto e sua importancia na

hara de construir. Ha conscientizal,(ao das pessoas de todos os niveis e poder

aquisitivo quanto a sua necessidade, expectativa e do papel importante do arquiteto

nestas horas. Ele pode fazer toda a diferenc;a nas quest6es de funcionalidade,

economia e beleza.

A problematizac;ao implica que 0 mercado de trabalho tem exigido algo mais

que a formal,(ao universitaria e, par isso, sao muitos tambem os que escolhem fazer

um "up-grade" na carreira. Os que ficam no Brasil geralmente terao de desembolsar

outros R$ 1 mil por mes para completar os estudos na pos-gradual,(ao. Tendo em

vista que as universidades estaduais e federais oferecem pos-gradual,(ao gratuita,

nao se pode ignorar que 0 curso pretendido nem sempre e ministrado numa escola

proxima do candidato e os custos indiretos como aluguel, comida, deslocamento,

etc. acabam levando os R$ 1 mil par mes dificultando este percurso. Ha tambem os

que S8 candidatam a vagas de pos-gradual,(ao no exterior. Nesses casos, a atenl,(ao

tem de ser redobrada porque os custos sao bem mais altos. Segundo levantamento

da Revista Epoca, uma estadia no exterior em padr6es modestos nao sai por menos

de R$ 75 mil par ana.

Num caso extremo estao as universidades inglesas - as mais procuradas -

que chegam a custar R$ 120 mil par ana, au 20 mil libras esterlinas. Nos Estados

Unidos, as escolas mais disputadas chegam a cobrar R$ 180 mil par ana, au US$ 60

mil. Embora ten ham custos elevados, as universidades american as sao as mais

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disputadas e chegam a receber 550 mil estrangeiros por ano. Claro que todos os

estudantes - e os brasileiros naD fegem a regra - pleiteiam balsas de estudo para

reduzir a impacto financeiro da estadia de estudos no Exterior. Essas balsas, porem,

estao cada vez rna is raras porque e da atual administrayao a filosofia de que 0 Brasil

deve reter seus talentos e eles devem S8 formar no proprio Pais.

Atualmente, dos 1.500 candidatos que pedem bolsa, s6 800 conseguem a

mandar documenta,ao completa. Desses 800, 400 pedidos sao descartados por

motivQs diversos, enquanto os outros 400 vao para analise. Destes, 300 candidates

sao recomendados, 250 entrevistados e 200 efetivamente recebem a bolsa. Estes

sao privilegiados e chegam ao topa par causa de itens como excelencia na

graduayao; pelo menDS dais anos de experiencia profissional nas areas; sao autores

de propostas bern fundamentadas para a linha de pesquisa, escolheram temas

originais e, junto com 0 pedido, encaminharam relat6rio mostrando a impossibilidade

de fazer tal trabalho no Brasil.

Alem do exposto, nao se pode esquecer que 0 mercado globalizado e

dinamico do mundo contemporaneo exige cada vez mais experiemcia, aquela real do

dia-a-dia; 0 cidadao tem que cursar a faculdade e conseguir minar 0 funil do quadro

de estagios para atender a exigEmcia minima de concluir 0 curso universitario com a

bagagem pratica exigida pelo mercado profissional. Isso sem falar que este minima

exigido pela universidade e quase nada, perta do que e exigido, pOis a discrepimcia

ante 0 que a estudante aprende nos bancas escolares e 0 que a empresa e a

mercado de trabalho 0 acolhe exige, e multo grande.

No setor da eng en haria, 0 quadro nao e diferente. Anualmente, centenas de

profissionais deixam as unlversidades e buscam a realizar;ao sonho do primeiro

emprego. Nem sempre, ele esta enquadrado com 0 que se estudau e em muitos

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casos, profissionais com 3° grau desenvolvem atividades que nao condizem com

sua formayao. Ah3m disso, 0 mundo atual exige urn leque cada vez maior de

experiemcias em areas diversificadas, mas em muitos casas, 0 rna is importante e 0

"QI". Nao 0 Quociente de Inteligencia, mas sim, 0 "Quem Indique"(grifos meus).

Esta realidade toma ainda mais dificil a busca pelo primeiro emprego.

Se 0 mercado exige experiencia pratica como e que 0 profissional recem

formado vai sair em busca do emprego. 0 resumido e seleto grupo que adentram no

setor de estagios durante 0 periodo de aula, aumenta em pequenas fray6es a

possibilidade de atingir 0 emprego, mas isso nao e suficiente. Ate nas diversas

agencias de emprego se pode observar 0 alto indice de profissionais com 30 grau,

que se inscrevem para vagas fora de sua area profissiona1.

Muitos acreditam que as dificuldades em breve serao minimizadas e que a

mercado profissional sera alargado. Mas a economia brasileira nao esta crescendo a

ponto de oferecer mercado para todos os que estao sa indo das salas de aula.

As pessoas estao cada vez mais competitivas e alem da formayao

profissional academica 0 aluno deve se empenhar a estudar e conhecer de perto as

exigencias procurando antever as perspectivas, a fim de poder ser inserido no

contexto profissional e ganhar seu espayo no mercado de trabalho.

Tendo como hip6tese a questao que 0 academico sai da universidade muitas

vezes com dificuldade, e apos despendido uma grande soma de dinheiro e esforyo,

mesmo assim nao encontra a devida colocayao no mercado de trabalho e tern sua

expectativa frustrada.

Objetiva-se de modo geral analisar as principais expectativas do Arquiteto

diante das difieuldades que ofereee 0 mereado de trabalho brasileiro; e

especificamente, enfocar a dimensao do preparo que a universidade oferece de fata

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ao academico; estudar os principais obstaculos a preparayao para 0 mercado de

trabalha; analisar iniciativas de sanar a problema da defasagem entre a formayao

para 0 mundo de trabalho e a empregabilidade.

Finalmente a metodolagia deste estuda, enfatiza 0 referencial te6rica atraves

do metoda de fichamento de obras e seleyao dos temas mais pertinentes a escolha

do tema, ou seja, e uma metodologia que utiliza a pesquisa bibliografica.

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2 ASPECTOS CONCEITUAIS - SEGUNDO DIFERENTES AUTORES

Segundo Drucker (1993) esta e a Era do Conhecimento e a sua organiza980

e aquela que aprende atraves das pessoas, que aplica 0 conhecimento ao

conhecimento jil: existente com a finalidade de evoluir, buscando assim, uma maior

produtividade voltada para as interesses das pessoas e da sociedade.

Guimaraes e Pinel (1999) dizem que a informa~ao, 0 conhecimento cientifico

e 0 dominic de tecnologia sao as ferramentas essenciais para enfrentar as

modificac;:6es continuas desta era.

Para Edvinsson e Malone (1998) esse e um mundo de mudan9as rapidas,

onde acontecem "transformayoes categ6ricas repentinas" e inspiradas na tecnologia.

E para conviver com estas mudan<;as as pessoas devem aprender a aprender, a

compreender e a agir por si mesmas, num fluxo continuo (SILVA, FREITAS e

GONTIJO, 1999).

Caires (1995) relata que, para obter os resultados desejados nesta nova era,

as empresas precisam investir em seus profissionais, desenvolvendo suas

potencialidades e mostrando-Ihes qual 0 seu papel no neg6cio 0 qual ela

desenvolve.

Como as empresas nao possuem todas as competencias necessarias para

trabalhar lodos as niveis, elas buscam apoio nas universidades e nas consultorias e

institui90es de capacita9ao (ZAINAGHI e BREMER, 2000). Boog (1999), ao abordar

as tendemcias em eduCalfaO nas empresas, diz que as organizalfoes precisarao Ter

"novos instrumentos e instituilfoes que se responsabilizarao pelo desenvolvimento de

seus seres humanos".

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Rotta e Ribeiro (1998) contam que as mudanyas sempre

processo historica, porem, nunca aconteceram tao rapidamente como hoje em dia, e

que a causa e a grande evolUl;:ao do conhecimento. Dizem tambem que estas

mudanc;:as fazem com que "as empresas se tornem mais flexlveis, dinamicas e

inovadoras, buscando, portanto profissionais com urn perfil mais adequado a esta

nova realidade".

2.10 PAPEL DA UNIVERSIDADE

Girardi (1999) diz que e papel da Universidade a formayao de profissionais: e

a universidade que tern a competencia necessaria para gerar e transmitir 0

conhecimento, capacitando seus estudantes para 0 mercado de trabalho. Andrade e

Ribeiro (1998) sugerem que "0 futuro engenheiro necessita estar preparado e

familiarizado com a tratamento multidisciplinar utilizado na soluc;:ao dos complexes

problemas da pratica profissional. Sugere ainda que "esta preparac;:ao deve ser

objeto da formayao dos alunos numa escola de engenharia".

Ishikawa (1998), reafirmando os dizeres de Andrade e Ribeiro (1998), aborda

a importancia dos programas extracurriculares e diz que mesmo eles sendo

essen cia is na formaC;ao do universitario, por serem decisivos no processo seletivo do

mercado de trabalho, sao poucos realcyados na maioria das instituicyoes de ensino.

Ele diz, ainda, que e esta a formayao que realmente prepara 0 estudante para 0

mercado de trabalho e que deveria ser estruturada e acompanhada pela

universidade, com atividades que informem e/ou trabalhem as caracteristicas que 0

jovem recem formado deve adquirir para ingressar no mercado de trabalho. Estas

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caracteristicas vao desde a confecyao do curriculum vitae ate urn acornpanharnento

rna is especifico, feito por psicologos (contratados pela universidade).

Para Colenci et al. (1999) a Universidade possui urn ambiente de

aprendizagern continua e de desenvolvimento do trabalho em equipe, propiciando a

troca de conhecimentos e 0 aprirnorarnento da capacitayao para a soluyao de

problemas.

Nestas circunstancias Guimaraes e Pinel (1999) demonstrarn que e

necessiuio urn empenho maior, atraves de uma ayao conjunta entre universidades e

empresas para garantir a formayao dos prafissionais.

2.1.1 A Forma,ao da Universidade

De acordo com Teixeira (1968), para os Pioneiros da Educa,ao Nova, que,

nos anos 30, lanyaram as bases para a constituiyao do atual sistema educacional

brasileira, nao havia muitas duvidas. 0 pais tinha que se modernizar e se

democratizar, e a educayao universal era urn instrumento fundamental para ambos

os fins. A escola comum para todos, publica, gratuita e de tempo integral, seria 0

grande cadinho em que as diferenyas de classe se atenuariam, e todos se

preparariam para uma sociedade moderna, justa e igualitaria Caberia ao Estado,

como poder publico, promover e estimular este processo, garantindo a qualidade de

direitos e oportunidades. No entanto, quase meio seculo depois, parece que

estamos ainda muito longe dos ideais de Anisio Teixeira e seus companheiros de

vi sao. Aonde erramos? Muitos dos erras eles proprios ja anteviam. A manuteny80 de

uma escola primaria publica e uma escola secundaria paga significava a adoy80 de

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um sistema dual de educag80, um para os pobres, outra para os ricos e as classes

medias. A centralizagao do sistema educacional em secretarias e ministerios

impedia que as proprias comunidades assumissem a responsabilidade pela

educagao fundamental. Faltou uma vontade poHtica de colocar, no sistema universal

de educa9ao, todos os recursos que faziam falta.

o mesmo Teixeira (1968) cita que, havia outras dificuldades que eles nao

anteviam. Olhando 0 sistema educacional norte-americano, com suas desigualdades

insanaveis, com uma capacidade inusitada de absorver recursos sem melhorar, 0

iconoclasta dos sistemas educacionais contemporfmeos que e Ivan lIIich decide que

o erro esta em sua propria existencia. Nao se pode confundir educagao com

escolariza98o, que sao coisas totalmente diferentes. Para ele, existem dois tipos de

educagao; uma e de treinamento, de aprendizado de "pacotes" de conhecimento -

no estudo de linguas, de aritmetica, de geografia descritiva, de mecanica ou de

programag80 para computadores e a outra e de formagao basica e essencial do

pensar.

A escola faz isto. mas existem meios mais eficazes e diretos, fora do sistema escolarconvenciona1.A outra funcao e de formacao, de ajudar a pensar, a desenvolver problemas.Aqui, e necessaria a relacianamento pessaal, a trabalho em equipe, a motivacao dosestudantes e asa escolas, em geral, falham. Alem de falharem do ponto de vista pedagOgico,elas teriam uma serie de conseqO~ncias negativas mais amplas, Elas acentuam aestratificac;:Aosocial criando novas categorias de marginais, que nao conseguem passar, os"drop outs" que no Brasil sao a grande malaria. Depois tendem a crescer sempre, e todo 0

dinheiro e pouco, inclusive nos Estados Unidos, onde as desigualdades de qualidade deeducar;;aoproporcionadas pelas escolas sao enormes e estao correlacionadas com a riquezae a ratya dos alunos. Antes de serem centres de ensine, se censtituem em ag~ncias decredenciamento para 0 mercado de trabalho, que seleciona as pessoas por um ritual depassagem que tom aver mais com asa caracterfsticas sociais e cufturais do que com ashabilidades profissionais especlficas que adquirem. E assim por diante. (TEIXEIRA, 1966, p.123)

Mas e possivel reter, segundo Paim (1974), de qualquer forma, a perceP9ao

de que 0 crescimento continuo da educa9ao, universidade para todos, e uns fins

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inatingiveis, desnecessarios e extremamente caro para todos. E, a partir dai,

comel(ar a pensar em novas caminhos. Receita para uma revolu((ao da EduC8r;80

Trata-s8 de uma recelta ainda nao experimentada, e par isto, de resultados incertos.

Coloca-Ia em pratica naD seria facH, ja que mexeria com interesses estabelecidos,

perspectivas de futuro e percep90es do mundo de milhoes de pessoas.

Teixeira (1968) lembra que, em 1960, havia 96 mil estudantes universitarios

no pais. Em 1965, 156 mil. Nesta epoca, 0 sistema universitario cresci a a paveD

mais de 7% ao ano. Projec;6es de crescimento "natural", a partir destes dad as,

fariam prever no maximo 300 mil estudantes para 1971. No entanto, nesse ana ja

havia quase 600 mil. Em 1977, 0 numero de estudantes nas escolas superiores

brasileiras seria superior a urn milhao e meio. Cresceram as turmas, cresceram as

escolas. Grande parte deste aumento foi absorvida por faculdades isoladas, de

filosofia, de direito, administrayao, comunicayao. A maioria, escolas privadas, que

cobram caro, investe 0 minima, e batem a porta do erario publico pedindo auxilia.

2.1.2 Perspectivas

Lima (2000) chama aten,ao para 0 fato que os exames vestibula res em

mass a apresentam resultados com uma correlayao totalmente desconhecida tanto

cam qualidade da formayaa anterior do candidato quanto, principalmente com suas

possibilidades de fazer um bom curso e ser um bom profissianal. A qualidade dos

cursos superiores caiu, ja que nao houve possibilidade de formar professores e criar

instalayoes no ritmo correspondente a explosao de matriculas. 0 crescimento das

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vagas naD obedeceu a nenhum planejamento que levasse em conta, par exempl0,

as possibilidades do mereado de trabalho.

a c~ntrale da qualidade dos cursos que surgem par tode 0 pals tornoU-5e tarefa impassive!para as orgaos de gal/erne que tern tal atribuiy.3o. Tentando melhorar as coisas, 0 gavernepassou a exigir nlvel de p6s·gradua~o para professores universitarios, e tratou. logo aseguir. de criar urn sistema de cursas para atender a esla exig~ncia. Em menor eseala, 0fenOmeno do vestibular passou a se repelir na pos-graduayao, inclusive com 0 surgimento de"cursinhos" especializados. Pressionados pela exigencia de titulo, au em busca de umaqualificayao mais profissional do que a proporcionada pela universidade, cria-5e umademanda sabre estes cursos, muito superior a capacidade que tem de atende-Ia; porque,afinal, e necessario, ter doutores para ensinar nos cursos de mestrado ... (LIMA, 2000, p. 23)

Em outras palavras, cad a urn destes problemas tern soJugoes que parecem

razoaveis. E possivel controlar mais 0 credenciamento de cursos, meJhorar

tecnicamente os vestibulares, formar doutores no exterior, informar melhor os

eandidatos sobre as demandas do mereado de trabalho, ir melhorando a qualidade

do ensino secundario, reciclar os professores, melhorar as bibliotecas e

laboratorios ..

Lima (2000) expliea que as solu90es buseadas ate agora para 0 problema

universitario se parecem as "solugoes" das grandes cidades aos problemas de

transito: mais avenidas, mais pontes, mais tuneis, rna is demoligOes - e 0 resultado

tem side sempre mais carros, mais congestionamento, rna is poluigc3.o, e as reformas

interminaveis. A crise do petr61eo e os Indices criticos de poluigc3.o ja mostraram que

chegou 0 momento de parar para pensar sobre 0 crescimento de nossas cidades.

Para 0 autor citado, a fungc3.o social da Universidade fica prejudicada pela

massificagc3.o do ensino, tanto, quanto pelas exigencias descabidas de alguns

professores em exigir dos alunos conhecimentos acima dos necessarios para 0

exercicio digno da profissao.

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Alem dista, ainda na 6tica do autor mencionado, ao abrir urna perspectiva de

mobilidade social, ela permite desafogar, au pelo menDS adiar par urn born tempo as

problemas e tensoes criados pela incapacidade do mercado de trabalho em

absorver as jovens que nele buscam ingressar. E claro que estudantes, como

corpora<;oes, muitas vezes apresentam veleidades de participa<;Elo polltica e social

que amea<;am a ordem das eoisas. Mas 0 estudante que vern de baixo, lutando pelo

seu lugar ao sol pela via educacional, geralmente nao S8 interessa muito por estas

eoisas.

2.2 INTERAC;AO UNIVERSIDADE-EMPRESA

Girardi (1999) revela a importEmcia da integra<;8.o universidade-empresa e

demonstra que na medida em que a empresa utiliza a infra-estrutura universitaria ela

"dinamiza suas atividades e se transforma em empresa que aprende", ganhando

"recursos humanos melhor qualificados, com conhecimentos e vontade de

desenvolver novos trabalhos que envolvem desafios, agugam a criatividade e

estimulam as inovac;6es tecnol6gicas"

Freitas et al. (2000) relata que com a necessidade do mercado de trabalho em

se atualizar constantemente, seja atraves de cursos de especializac;ao,

aperfeic;oamento, presencias ou a distElncia, as empresas (servigos e industrias) vem

procurando as IES, para capacitac;ao/desenvolvimento de seus funcionarios.

Senge (1999) comenta que ha uma tendencia mundial em se desejar que

novos conhecimentos estejam disponiveis e que, para a capacitac;ao ate 0 nivel de

especialista, sao necessarios programas de desenvolvimento profissional de longo

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desenvolvimento de um pequeno quadro de pessoas inlernas e que, por sua vez,

treinarao outras pessoas da organizac;ao"; e que esse desenvolvimento poderia ser

realizado atraves da parceria com consultorias e universidades.

Segundo a Zainaghi e Bremer (2000), para desenvolver as pessoas, as

empresas criam program as (internos) de desenvolvimento organizacional. No

entanto, estes programas de desenvolvimento organizacional nao possuem todas as

ferramentas necessarias para atingirem seus objetivos, ou seja, eles precisam

buscar apoio externo. Em geral, esse apeio vem dos centros de treinarnentos ou das

universidades. Na maioria das vezes, os centros de treinamento oferecem cursos

especificos voltados para a area do comportamento, tais como: cursos de lideranc;:a,

de comunicac;:ao; tecnicas de trabalho em grupo; motivac;:ao pessoal e profissional.

Ja as universidades possuem competencias para a gerac;:ao e transmissao do

conhecimento e para a formac;:clo de profissionais capazes de atuarem com a

eficacia solicitada pelas empresas. E nesse momento, no qual ha a necessidade de

desenvolver profissionais, que surgem algumas das parcerias entre empresas e

universidades.

Uma contribuic;:ao essencial que as universidades vern oferecendo sao os

cursos de MBA's, tais como este, aqui discutido. Tais curses, ah~m de transmitir 0

conhecimento especifico, sejam eles tecnico ou gerencial, para qualificar os

profissionais do meio empresarial, tambem trazem urn ganho enorme as

universidades que recebem 0 conhecimento e a visao do mercado exposto par estes

profissionais durante 0 curso.

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2.3 A ARQUITETURA COMO PROFISsAo

'A arquitetura e um fato de arte, um fen6meno de emoCao,fora das questOes de construc;ao. A constrUf~ao e parasuslenlar; a arquitetura e para emocionar",Le Corbusier

o texto abaixo S8 baseou nos autores Melo de Almeida e Haute Coeur.

Segundo Melo de Almeida (2005), 0 arquiteto dedica quase toda sua vida a estudar

o espa~o que sera ocupado par outro ser humano. Sendo que, com 0 avan<;o da

tecnologia, 0 computador, com programas especificos de desenho, tambem se

tornou urn instrumento imprescind;vel na vida de urn arquiteto. Sao riscos e mais

risGos ate se chegar ao projeto final, que podercfl vir a ser uma casa, urn parque, urn

hospital au ate mesma uma cidade.

De fato, quando S8 tala em arquiteto, pensa-se logo em urn profissional cujas

atribui.y6es resumem-se, apenas, no seu conhecimento da estetica, na concep98o

de um "projeto", entendido muitas vezes como "desenho" au "planta". Mas, com

origem do grego architekt6n, a palavra arquiteto significa mestre dos operarios, a

principal construtor.

Segundo Haute Coeur citado por Melo de Almeida (2005), 0 arquiteto sabe

ser ao mesmo tempo engenheiro, higienista, economista, psic61ogo e artista; aquele

que e capaz de submeter sua multiplicidade a a9ao unificadora do seu pr6prio genio;

aquele que merece pela supremacia da sua inteligencia, 0 bela nome que Ihe

reserva a Idade Media: a senhor da obra. Ou seja, a tarefa do arquiteto nao termina

no projeto. Nao existe arquitetura no papel, s6 existe arquitetura construida. Sem

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isso e projeto, e nao arquitetura. Portanto, arquitetura e obra feita, se possivel, com

as pr6prias maos do arquiteto.

o trabalho do arquiteto e saber questionar e interpretar os desejos e as reais

necessidades do cliente, sem se afastar da sua realidade, seus vinculos s6cio-

culturais, sua disponibilidade financeira e influencias ambientais locais.

De acordo com Melo de Almeida (2005), a profissao exige muita

responsabilidade e sensibilidade, ja que para realizar um projeto e necessario captar

a ideia do cliente e projeta-Ia da melhor maneira possivel, par mais que a obra naD

seja esteticamente de seu gosto; porem, a proposta deve ser viavel, tanto em sua

execugao quanta na sua utilizag80, buscando a harmonia entre beleza, tecnica e

funcionalidade.

Par conseguinte, 0 projeto de arquitetura nao e um ato isolado, nele esta

envolvida uma infinidade de considera90es, como a rapidez com que surgem as

novas necessidades da sociedade, 0 desenvolvimento tecnico e cientifico, alem do

restrito mercado de trabalho; consideray6es essas, que exigem cada vez mais um

arquiteto "clinico geral" Pois, a arquitetura nao se resume na criay80 ou modificayao

de um espayo diverso, outros fatares e projetos ditos complementares sao tao

impartantes quanto 0 de arquitetura.

Assim, e de obrigayao do arquiteto, ja na fase de criayaa, conhecer e se

preocupar com todos as elementos que 0 irao com par, e mesmo que ele nao elabare

tambem os projetos complementares, no minimo, devera saber gerencia-Ios,

orientando e discutindo com as profissionais responsaveis par eles. Alias, 0

profissional mais indicado para assumir a responsabilidade pela execuy80 da obra, e

a pr6prio autor do projeto, ja que conhece a fundo todas as suas particularidades. 0

arquiteto e 0 pai-criador, pois e 0 unico que passui a visaa geral de sua criayao,

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podendo resolver 0 que naD era previs[vel na fase inicial do projeto, enquanto as

Qutros profissionais envolvidos possuem a vis8a especifica de sua area.

Segundo Melo de Almeida (2005), para alguns jovens estudantes,

especial mente as que se interessam OU estudam arquitetura, e interessante saber

que foi no passado que a arquitetura rna is destacou os que a realizavam. Ela e tida

como a rnais antiga das artes, uma das profiss6es rna is antigas da hist6ria da

humanidade, uma arte essencialmente tradicional e que, naD obstante, sempre

evoluiu.

No Velho Egito, 0 seu canceito era enorme, as arquitetos tin ham 0 mesmo

prestigio dos grandes sacerdotes, e somente a eles e aos medicos era dado 0

privih~gio de casarem com as filhas dos Fara6s.

Dentro da arquitetura existe uma gama de ramifica90es de trabalho, entre

elas, a arquitetura em macro escala, ou seja, 0 planejamento urbano - a

organizaC;ao do espac;o da cidade junto a populaC;ao, e a arquitetura em micro

escala, que inclui projetos de constrUl;6es residenciais, de centros comerciais,

hospitais, postos de gasolina, entre outros. Porem, e valido ressaltar que, a

arquitetura nao se restringe apenas ao objeto isolado, seja em macro ou micro

escala, 0 projeto deve ser elaborado e executado levando-se em consideraC;ao

varios itens, como: 0 local onde sera implantado, verificando as condic;6es fisicas e

topograficas da area, assim como seu entorno; a tecnica construtiva, segundo os

recursos locais, tanto humanos, como materiais disponiveis; 0 clima; 0 programa de

necessidades, segundo os usos e costumes do cliente; alem da legisla9ao vigente

para a construc;ao e funcionalidade do projeto.

Nota-se que esses fatores e condicionantes para 0 projeto, mantE:!m relac;oes

entre si e, julgando a questao da defini9ao arquitetonica no tempo e no espa90,

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percebe-se que as diversas condic;oes culturais determinam arquiteturas diferentes,

naa haven do possibilidades de repetic;oes. Queira-se ou naD, cada pav~, em cada

regiao, terc~ a sua propria arquitetura. Pois, a arquitetura desenha a realidade urbana

que acomoda os seres humanos no presente.

No decorrer da hist6ria, encontramos a figura do arquiteto em quase todos os

mementos. Edificios au cidades que necessitavam de projetos, loa estava eles. Eram

sacerdotes, padres, mestres construtores, em cad a momento e regiao urn titulo, mas

o titulo de arquiteto sera conhecido a partir do period a maderna.

Hi! muitos personagens que assumem este papel na urbaniz8c;ao das

cidades, construC;80 de igrejas e palacios. Urn born exemplo foi de Leonardo Da

Vinci que, alem de inventor, pintor, escultor, foi urn grande projetista de edificios e,

sua influencia, quando temos conhecimento de sua obra, pode ser percebida ate

hoje.

Melo de Almeida (2005) lembra que a atribui9ao da profissao foi mudando

com 0 tempo. Ha alguns anos, era associada ao construtor, nao havendo separalYao

entre as atividades. Em muitos casos, 0 projetista tambem era responsavel pelas

construlYoes. No Brasil, Arquitetura e uma profissao recente. Em 1933, a atividade foi

regulamentada, porem em conjunto com Engenharia e Agrimensura e, somente em

1958, foi reconhecida como uma profissao independente. Ate entao, existiam os

"Arquitetos Construtores", sempre com uma visao muito associada a forma de

pensar da engenharia.

DificH separc::t-Ias, principalmente porque os cursos eram parte do curriculo

das faculdades de engenharia. Com a influencia da Bauhaus -- movimento alemao

precursor do modernismo (1919 a 1933)-- e da reconstru9ao europeia do pas-guerra,

alem do trabalho de alguns mestres modernistas atuantes no Brasil, como Gregori

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Warchavchik, Lucio Costa, Vila nova Artigas e Oscar Niemeyer entre Qutros, uma

nova estetica foi estabelecida, mudando os valores de maneira irreversivel.

Sendo urn ser critica, 0 arquiteto comec;:a a avaliar as relayoes estabelecidas

entre 0 homem e a espayo - tanto faz a escala-, criando novas relayoes. A partir

deste fato, a profissao tornou-se algo parecido com 0 que conhecemos hoje, cnde 0

arquiteto adquire a atribuic;:ao de ser responsavel pelo desenho urbano e dos

edificios das cidades.

Com 0 golpe militar de 1964, a cultura nacional foi tolhida, as "seres

pensantes" e criticos perseguidos. Houve uma pasteurizal):ao da Gultura influenciada

par padr6es norte-americanos, cnde a imagem, a ilusao e a hipocrisia eram valid as e

tid as como chavao de Pirandelo "assim e, se Ihe parece ser". (MELO DE ALMEIDA,

2005)

Entramos na era estetica, onde tude era considerado, principal mente se represemasse umarealidade que nao fosse nossa e sim, alga que gostarfamos de ser, a ilusao. Comeyamos apermitir que 0 peder do consume imperasse sobre a capacidade criativa e critica de nassesarquitetos. Oessa maneira, na arquitetura, passamos a ser europeus americanos, tailandeses,enfim 0 que fosse "bonitinho" mesmo que nao tenha nada a ver com nossa cultura, hist6ria erelac.3o urbana. A arquitetura tende a deixar de ler partido, passando em muitos casos, a serpuramente aplicac.3o de eslil05. (MELD DE ALMEIDA, 2005)

Melo de Almeida (iden) explica que em Sao Paulo, como em Qutras

metr6poles brasileiras, sao encontrados muitos edificios com tremenda tecnologia

embarcada, porem com cara de Neoclassico, digo cara, porque onde encontraremos

neoclassico com essa escala e proporc;5es? Nao existe.

Isso serve para atender aos interesses comerciais dos envolvidos nos

processos, criando uma Arquitetura Transgenica. Devido a esta politica consumista,

a atribuiC;ao do arquiteto infelizmente mudou, tornando-o projetista de fachadas, um

colador de estilos. Muitas vezes, abrindo mao de soluc;5es que agreguem qualidade

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estetica e espacial, para atender aos programas de marketing para facilitar as

vendas dos empreendimentos.

Melo de Almeida (2005) cita que se esta passando por um momento critico

em relac;:ao a atribuic;:ao profissional do arquiteto. Seguindo as ensinamentos dos

grandes mestres e tendencias mundiais da arquitetura, 0 profissional tern, au deveria

ter, como atribuityao 0 "projetar" e "influenciar" de forma didatica a sociedade.

levando em conta as quest6es ambientais, tecnol6gicas e sociais. Ter consciencia

da relac;:ao do projeto com os individuos, tanto na escata da cidade, do edificlo assim

como em pequenos espac;os.

Diante desta visao, cada trabalho tern sua forma individual. ~ necessaria uma

interpretac;ao das necessidades de cada implantaC;:3o,procurando sempre agregar

valores e urn estudo profundo de cada situa9ao nova. Assim, temos a oporlunidade

de aplicar conceitos, funcionalidade e tecnicas, valorizando a cidade e a qualidade

de vida dos usuarios, sem desprezar os valores eticos referentes a estetica e aos

relacionamentos entre os envolvidos nos processos.

Para desenvolver bons trabalhos, 0 profissional necessita estar sempre em

busca de informa90es atualizadas. Hoje ha diversas fontes que podem assistir 0

arquiteto em seus projetos. E muito facil encontrar bons artigos, textos, imagens,

profissionais, enfim, referencias para qualquer tipo de busca. Basta ter disposi9ao.

Para a revaloriza9ao da importancia do profissional, segundo Melo de

Almeida (iden), e fundamental que este tipo de consciencia tenha seu nascimento

nas escolas de arquitetura, seja explicitada nas entidades de classe, alem de ser

divulgado nas midias de abrangencia e em todos os segmentos relacionados aos

processos que envolvam 0 trabalho dos arquitetos.

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Sem este tipo de atitude a populayao est,; fadada em ter cidades totalmente

descaracterizadas e sem valoriza9ao do individua, seus valores e hist6ria. Tudo sera

como urn grande cenar;o e os usuarios estarao representancto algo que nao sao,

sem identidade.

2.3.1 Arquitetura em Face da Globalizayao

Texto produzido pela consulta da literatura de Girardi.

De acordo com Girardi (1999). a crise da modernidade colocou em xeque 0

proprio conceito de utopia, tao caro aos arquitetos. Durante seculos 0 arquiteto vern

se consolidando como aquele profissional habilitado a transformar 0 esp8yo de

modo a torna-Io mais adequado a responder as necessidades humanas, mais

confortaveis para elevar a qualidade de vida e mais bela para contemplar urn

imaginario desejoso de prazer e transcendemci8. A realidade que predomina, par sua

vez, mostra que ainda e longo a caminho a ser percorrido pelo arquiteto. Mais do

que isso, ao inves da humanidade avanyar no sentido do aprimaramento de seu

habitat, 0 que muitas vezes se constata e a deteriarayao, quando nao degradayao,

do ambiente construido. A globalizavao, longe de mitigar tais problemas, vern

contribuindo para acirra-Ios na medida em que amplia 0 contingente de pessoas sem

acesso a bens basicos. Nao bastasse a dimensao meramente material, a

globalizayao tambem tem implicado na tentativa de padronizayao de determinados

aspectos culturais de diferentes povos que, se cumprem a funyao de criar demand as

para 0 consumo de determinadas mercadorias internacionalizadas, acabam par

agredir elementos importantes na constituivao de identidades culturais. Tal processo

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fen6meno se processa, ancorado na tecnologia do "tempo rea is" e em estrategias

mais sutis de gestac;ao de simbolos de progresso, ou nada sutis quando ha uma

reac;ao significativa ao padrao hegem6nico. Enquanto uma parcela diminuta de

pessoas e empresas movimenta seus bilhoes, indiferente a quebra de bancos,

fabricas ou paises, mais da metade da humanidade nunca efetuou uma chamada

telef6nica.

Nas cidades, ainda na 6tica de Girardi (1999), a Brasil e urn born exemplo,

este processo se traduz na expansao da chamada "cidade informal", apenas uma

outra forma, precaria, de pertencer ao aglomerado urbano. Com a propagac;ao da

ideia de esvaziamento dos Estados nacionais, conforme 0 enunciado do Consenso

de Washington, as cidades acabaram adquirindo proeminemcia na cena politica.

Entidades privadas, empresas e belsas de valores (sediadas em pouquissimas

cidades) vem assuminde cad a vez mais 0 controle das ac;oes mundiais e os

mercados urbanos em particular, excluindo cada vez mais pessoas e coletividades,

especialmente no Terceiro Mundo. Constata-se 0 recrudescimento de conflitos

etnicos e/ou religiosos silenciando as lutas de classe e as caracteristicas regionais e

nacionais dos povos da terra, aumentando 0 fossa que separa 0 Primeiro Mundo dos

demais.

Imersas neste caldeirao, a Arquitetura e a Urbanismo mantem-se como

disciplinas extremamente dinamicas, reproduzindo de forma intensa as contradic;6es

e impasses que afetam a sociedade. Ao longo da hist6ria, inicialmente a arquitetura

e posteriormente 0 urbanismo tern se alimentado muitas vezes de utopias relativas

ao bern estar de pessoas, grupos e sociedades, concretizando no espaC;o ideias e

objetivos de qualidade, tornando perenes os sonhos de uma vida melhor, buscando

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realizar a utopia par meio de projetos e obras. No entanto, outras vezes, tern a

arquitetura e 0 urbanismo servido tambem como freios conservadores na

manutenC;80 de situary6es de constrangimento au discriminaryBo espac;o-temporal de

classes socia is, etnias etc. em verdadeiros guetos. (GIRARDI, 1999)

A distinryBo entre metropoles e colonias, au entre paises desenvolvidos e

subdesenvolvidos, hoje S8 dissipa no processo de globalizary8o, emergindo per meio

da presenry8 da contraposiyao incluidos/excluidos na esfera de regi6es globais,

paises, regi6es nacionais e cidades. A capacidade da arquitetura e do urbanismo de

realizarem transformaryoes fisieas e s6cio-econ6micas pareee cada vez mais limitada

ao campo utopico em alguns cases, au a fiascos em casas men os felizes, estando

muitas vezes essas disciplinas a serviyo das "utopias realizaveis" do capital

dominante, em detrimento de necessidades e desejos dos grupamentos humanos.

as capita is hegemonicos tentam globalizar 0 gosto, as materiais, 0 modo de

construir e mesmo os pregramas, a ponto das maiores tentativas de modernidade

arquitetonica atual estarem concentradas nos programas de hoteis, centres

empresariais, museus, enfim, as palacios, a versao moderna de circo romano, sem a

pao. Abdicou-se da utopia da arquitetura de massas em prol da arquitetura do

espetaculo, muitas vezes destituida de sentido, muitas vezes subutilizada pela

populay80. Em cidades pr6speras, a rnaravilha dos palacios coabita com os guetos

degradados e com a crescente populay8o de rua. Em cidades menos pr6speras, a

construy80 de urn palacio se da simultaneamente a construy8o de urn grande

numero de moradias sem urn minima de condiyoes de habitabilidade. a

esvaziamento das funy6es sociais do Estado, conforme propugnado pelo ideario

neoliberal que alicerya a globalizay80, remeteu ao jogo do mercado 0 acesso aos

bens urbanos. Ora, num pais como 0 Brasil, com 50 milh6es de indigentes, isto nao

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e uma utopia. E urn eng ado. 0 urbanismo, par sua vez, S8 ressente da ausemcia de

seu carater eminentemente massivD. Melhoramentos localizados e intervenyoes

pontuais naa tern logrado 0 suceSSD esperado dianle do conjunto do tecido urbano.

(MELO ALMEIDA, 2005)

Muitos sao as desafios que S8 colocam para a categoria dos arquitetos. E

oportuno que 0 Congresso Brasileiro de Arquitetos aponte para 0 seculo XXI

evidenciando as conflitos e can3ncias herd ados do seculo XX, distinguindo as

potencialidades e perspectivas que novas instrumentos e tecnologias nos prometem.

E importante reafirmar a capacidade de equacionamento de problemas par meio do

conhecimento jil adquirido, atualizando-o de forma a habilita-lo a responder ao novo

contexte s6cia-politico. E urgente que S8 resgate 0 papel solidario do arquiteto, e

que a arquitetura e 0 urbanismo sejam bens acessiveis a todos os brasileiros, como

o devem ser tambem emprego, renda, saude, educayao, seguranya, ou seja, as

desejaveis benesses da urbaniza9ao. (iden-2005)

2.3.2 Farmayao e Exercicio Profissionais

Texto elaborado tendo como referencia Girardi(1999).

iden (1999) explica que a farmac;:ao e exercfcio profissionais encontram-se em

intenso questionamento sobre a adequayao aos novos tempos, determinando

diferentes graus de aprofundamento de conhecimento e a polemica entre academia

e mercado. Alem disto, a desregulamentac;ao de atividades econ6micas inteiras vern

sendo reclamada par setores que advogam 0 aumento de competitividade local

como soluyao e a necessidade de aceitar as quebras de monopolios nacionais ou

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corporativQs. Simultaneamente, constata-se a inexist€mcia de acesso aos

profissionais de arquitetura pela grande maiaria da populagao brasileira, sendo ela

propria responsavel por boa parte da produ9ao arquitetonica em nossa pais.

Se a forma98o naD for adequada ao exercicio que a pais, a sociedade e 0

mercado esperam ou necessitam, 0 exercfcio pode resvalar tanto para 0 visioniuio

quanta para a copismo, au seja, uma a9;;0 projetual descolada da realidade. Se, ao

contriuio, a forma9ao profissional for s61ida, ampla e apropriada ao pais, seu

territ6ria, sua cultura, suas necessidades e aspiragoes e conduzida para 0

aproveitamento de seus recursos e potencialidades, as possibilidades de exercicio

profissional S8 ampliam e com elas tambem 0 mercado em suas diversas facetas e

estratos socia is. Saber 0 que e mais importante -essencial - e a que e complementar

au acess6rio na formac;ao, visa a bam exercicio profissional em cada tempo e regiao

e e tarefa da Universidade e tambem dos 6rgaos de classe e dos profissionais

experientes, pais um curricula bam em uma decada podera nao ser adequado na

pr6xima, devido as transformac;6es ocorridas na sociedade, no mercado, nas

necessidades, na tecnologia etc.

a exercicio profissional, na 6tica de Girardi (1999), por sua vez, necessita de

normas, disciplina e organizac;ao tanto do profissional quanto de suas entidades de

classe e do organismo fiscalizador, no sentido de reconhecer as necessidades e

potencialidades de usa da profissao, promover a ampliac;ao do mercado nas suas

diversas facetas - clientela, regioes e tipos de servic;o -, com as diferentes formas de

contratac;ao, mas protegendo as interesses da categoria sem prejuizo da atuac;ao

representativas e participativas, justas e eficazes, que se espelham na legislac;ao e

nas oportunidades oferecidas.

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Portanto, cita, Girardi (1999) que 0 acompanhamento constante da formal'ao

de urn lado e do mercado e tecnologia de Dutro, para 0 adequado exercicio

profissional, e uma tarefa que S9 coloca como urgente para as profissionais, para a

Universidade, para as entidades de classe e para 0 organismo fiscalizador. Assim,

naD samente 0 exercicio profissional se etetua com base na legi518980 da profissao,

como a formac;:ao S9 da tambern para aquele exercicio profissional baseado na

legislay2lo que deve caracterizar a profissao e que a diferencia das Qutras. Contudo,

existem interfaces entre a nossa profissao de arquiteto-urbanista e Dutras "afins" au

complementares, alem de existirem aspectos, campos e setores em que as

profiss5es S9 expandem e/au S9 entrelac;am, como par exemplo, os casas da

constrUl;:ao, do paisagismo, do meio ambiente e do design.

Tambem registra que a formayao e a exercicio devem se inter-relacionar com

o mercado, suas perspectivas e interferencias, para 0 profissional poder atuar

adequadamente devendo-se propor as mudanl'as adequadas da legislal'ao que os

regem e espelhando a essencia de cada profissao. Assim sendo, a processo de

globalizayao deve ser estudado com detalhe para verificar suas interfaces com a

profissao, especialmente no que diz respeito ao mercado interno para as

profissionais estrangeiros e ao mercado externo para atuayao de nossos

profissionais.

2.3.3 Tecnologia

Texto produzido pela consulta da literatura de Melo Almeida e Girardi.

Melo Almeida (2005) cila que ao longo do seculo XX tanto a importal'ao de

produtos componentes, e sua substituil'ao com 0 desenvolvimento da industria

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cimenteira, quimica, siderurgica e ceramica vao ser diferenciadas regionalmente,

como a demanda provocada pela urbanizac;ao e par novas tipologias arquitet6nicas

concentradas nas capitais e cidades medias vao provocar urn desequilibrio do

quadro da quaiidade da tecnoiogia apiicada na area de sistemas de infra-estrutura e

na area de edificac;5es, gerando a convivencia, lado a lado, de sistemas construtivos

de ponta com sistemas tradicionais de construc;ao DU de sistemas de construc;ao por

aproveitamento de sucata.

Ainda segundo a mesma autor, a concentrac;ao de renda econ6mica na

sociedade brasileira e seu rebatimento sabre a espac;o urbano refletem-se em

sistemas tecnol6gicos baseados em regras de mercado: nos lugares cnde ha maior

possibilidades de retorno sao feitos os maiores investimentos. A discus sao de

prioridades de tecnologia de sistemas de transporte, abastecimento, saneamento,

energia etc, isto e, da politica tecnol6gica aplicada a cidade, tem diretamente aver

com os caminhos da tecnologia da arquitetura da edificayae publica e privada nas

suas diversas tipologias, pois ela participa da renova9ao e amplia980 da malha

urbana de um determinado modo e nao de outro.

Hoje, a industria brasileira de produtos e materias basicas para a edifica980

produz uma enorme diversidade de conjuntos de componentes dirigidos para todes

os segmentos do mercado de constru9ao e autoconstru980. A organiza9aO do

trabalho nesses mercados e bastante diferenciada, indo da empresa que tern

programa de gestao de qualidade ao empreiteiro que "contrata" mao de obra na sua

vizinhan9a. Portanto, os processos de eXeCU9aO sao variados, observando-se uma

maior a9re9a9ao de tecnologia onde ha. maior a9re9a9ao de valor e estrutura

organizacional da empresa. A forma como esses fatores se cruzam e expressa pelo

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conjunto de projetos (e ate pela sua nao existEmcia) que comp6e 0

produyao do editicia.

Na decada de 70 surgem as primeiras empresas voltadas para a

racionalizaC;80 da tecnologia de construc;ao. A discussao no meio academico e

profissional S8 abre para a industrializaC;8o e pre-fabricay8o da constrU(;ao como

meiDs de alcanc;ar maior produtividade, diminuir a desperdicio de materiais e

recursos humanos do sistema tradicional e tambem, para alguns, cumprir metas

socia is de produC;8o de habitaC;2Io e equipamentos como creches, escolas, hospitais

etc. Nesta (ase, 0 papel dos programas habitacionais no desenvolvimento de

alternativas tecnol6gicas deve ser salientado, pois deram a oportunidade de revelar

varias tecnologias construtivas de born desempenho, com custo I beneficio suficiente

para atender aos tetos orc;amentarios restritos, alem de propiciarem 0 financiamento

da pesquisa da tecnologia de sistemas construtivos atraves de empresas privadas

em cooperac;ao com instituic;oes governamentais e academicas. Dessas pesquisas

resultaram uma enorme diversidade de sistemas aplicados em pequenas series e

apropriadas a condic;oes locais diferenciadas dos estados brasileiros de norte a sui,

talvez 0 melhor exemplo do conceito de "tecnologia apropriada", nao somente a

materia is e recursos locais, como tambem a pequena e media empresa construtora.

Em todas as propostas esta presente a conceito de montagem de elementos leves,

sem ajuda de equipamentos, com soluc;ao de integrac;ao de sistemas de instalac;a.o e

componentes com materiais tradicionais. (MELO ALMEIDA, 2005)

Na decada de 80 assistimos a mudanc;a do paradigma da racionalizac;ao para

o da qualidade, que chegava ao nosso pais com uns 20 anos de atraso. Na decada

de 90 surge 0 Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade na Habitac;ao. Mais

uma vez 0 setor habitacional se destina a ser experimental dada a necessidade de

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maior custo Ibeneficia no investimento. As empresas foram lentamente S8 voltando

para a competiyao pela qualidade.(GIRARDI, 1999)

A contribuiC;80 do projeto de arquitetura e fundamental para uma SOIUC;80

tecnica integrada entre as demais projetos dos sistemas da edificaC;8o,

compatibilizando produtos, dando rastreabilidade tecnica e administrativa it obra, e,

sobretudo, dando qualidade ao desenho. A tecnologia deixa de ser algo material ou

estritamente operacional para S8 tarnar uma composic;ao entre conhecimento,

informa9ao e comunic8C;c3o com urn determinado objetivo de custo Ibeneficia ao

longo da vida uti I da edific8C;80. Como problemas da pesquisa, inovac;ao tecnol6gica,

e implantac;ao de tecnologias na construC;80 devem ser destacados:

a) A internacionalizac;ao da industria de produtos e sistemas componentes da

edifica~ao;

b) Dissemina9ao da utiliza~ao do concreto a partir da tradi9ao modernista;

c) Paradigmas do desenvolvimento da construyao - de racionalizayao a

qualidade total.

Segundo Girardi (1999) 0 tema tecnologia tambem devera ser abardado no

campo da informa~ao e da comunica~ao, enquanto ferramenta capaz de melhorar a

intera~ao entre os cidadaos e a cidade.

Varios dispositivos estao hoje disponiveis para facilitar 0 acesso a bens e

servi~os urbanos par parte de portadores de deficiencia, analfabetos etc, permitindo

a amplia9ao do efetivo usa dos bens e servi~os urbanos.

Soma-se a isso 0 aprimoramento de sistemas individuais ou coletivos de

comunica~ao, informatizados, que acabam por influenciar a modo de vida urbano.

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2.4 ANALISE CRiTICA ENTRE 0 CAMPO PROFISSIONAL DA AROUITETURA E 0

AMBITO DE FORMAyAO DO AROUITETO NO BRASIL

2.4.1 Transforma90es Socia is E Desenvolvimento Do Campo Dos Anos 60 Aos 80

Para Duran (1989) 0 desenvolvimento do campo da Arquitetura brasileira, dos

anos 60 aos 80, esta diretamente relacionado as transformac;oes socia is do apos-

Guerra, ou seja, expansa.o das classes dominantes, incorporatyao da mulher ao

mercado de trabalho, amplial):ao do sistema educacional e introduyao de contelldos

de iniciay80 artistica na educac;ao secundaria.

o mesma autor lembra que 0 padrao de desenvolvimento do perfedo anterior,

atraves de capital estrangeiro no setor industrial e intervenC;8o econ6mica 85tatal,

prossegue nos governos militares de depois de 1964. Isso propicia a amplia9ao das

classes medias e altas, naD 56 pela criac;ao de novas instfmcias de poder,

executivas e tecnocratas, mas tambem pela ascensao de amplos setores de

pequenos e medias empresarios. Os novos grupos modificam a estrutura de

consumo, estimulando uma oferta bastante complexa de bens duraveis e de bens e

servigos de luxo. Por outro lado, ha um incremento da educag80 como causa lefeito

deste padr80 de desenvolvimento, que promove uma notavel amplia980 do ensino

medio e superior.

Pertencer a uma classe culla, par sua vez faz com que se amplie a di5posig80

estetica e 0 consumo de bens culturais. iden (1989) demonstra como se desenvolve

a profissionaliza98o do mercado de arte no Brasil, ao mesmo tempo em que declina

a hegemonia de g05tO, atraves da aparig80 de novos intermediarios culturais, como

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as revistas de decoray8o. Ou seja, S8 antes a 905to "superior" S8 pautava pelo 905tO

da alta burguesia, numa sitU8g8o de informay8o generalizada surgem Qutros

parametres, que passam a ser considerados tao bons ou melhores que aqueles.

2.4.2 Reflexos na Arquitetura

Este texto foi elaborado tendo como referendal te6rico Duran, Segawa, Ferro

e Sieca.

Duran (1989) afirma que a esperan~a de um futuro de grandes feitos para as

arquitetos brasileiros p6s Brasilia, safre duros golpes, prirneiramente pelo Golpe

Militar que afasta do processo de desenvolvimento e do ensina alguns dos seus

lideres. Depois, pelas mudanry8s socia is que amearyam a percep.y8o que as

arquitetos tern de si, do trabalho que podem oferecer e de suas rela90es com as

demais categorias profissionais. Par Qutro lado, a SitU8ry8o de mise ria em que vive

ainda uma parte da populac;ao, as sujeita a uma crise de identidade pior que a de

seus colegas de paises mais desenvolvidos. Para Duran (1989), e tambem para

Segawa (1999), a persegui~ao politica fez com que a categoria se fechasse em

solidariedade com as perseguidos, mantendo a hierarquia de prestigio interno e

evitando a critica - 0 que explicaria a persistencia da' ortodoxia moderna no Brasil

muito depois da sua desaparic;ao em ambito internacional.

A suposta carga etica do trabalho do arquiteto leva a uma busca de

transcendencia da Arquitetura como realizac;ao plastica e cultural, e tambem a

apariyao de te6ricos nao s6 preocupados em denunciar as relac;oes de produc;ao

capitalistas na construc;ao, mas em recusar a arquitetura mesmo como produto de

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tais rela~6es - como Ferro (1982) e Bicca (1984). Desenvolve-se 0 chamado

Brutalismo Paulista, cujas caracteristicas sao a utilizayao de materiais sem

revestimento, a valorizac;ao de tubulac;6es e estrutura a vista, a redu9ao dos espal):Ds

privados nas residencias e a utilizac;ao de grandes vaos - que foram justificados

pelos principios de exaltac;ao da "verdade" arquitetonica, de salientar au "denunciar"

a presen<;a do opera rio atraves das marcas de seu trabalho, da importancia do

coletivo frente a "privacidade tipicamente burguesa" Para Durand (1989), a ado~ao

desta estetica de fundo politico - que teve grande disseminayao pelo territ6rio

nacional - esta destinada "a conciliar a autoimagem do arquiteto como intelectual

comprometido com as classes populares com uma inserc;ao profissional pratica a

servic;o do segmento cultivado e bem remunerado das classes dominantes".

(DURAND, 1989, p. 261)

As condi~6es resultantes da nova "razao tecnocnitica fortalecida no clima do

autoritarismo militar" levam a expansao do Planejamento e estimulam, par outro

lado, a apari~ao de urn grande mercado de elabora~ao de pianos e projetos, e

constru~ao de obras de vulto, fazendo surgir muitas empresas de consultoria e

prestadoras de servi~os tecnicos especializados. Por isso, depois da construyao de

Brasilia, muitos arquitetos vao ocupar postos importantes no sistema administrativo,

em todos as niveis. A expansao das especializayOes em Urbanismo compromete

varias areas de conhecimento universitarias, aproximando-as das instancias

governamentais. 0 movimento de concentra~ao dos grandes projetos em grandes

equipes tecnicas e respectiva redu~ao da liberdade de invenyao de formas

distanciam as condiyOes de produ~ao da Arquitetura daquelas em que os arquitetos

brasileiros obtiveram seu prestigio publico. Alguns se referem aquela como a epoca

dos arquitetos "homens de cultura" e, esta, dos arquitetos "tecnicos" (FERRO, 1982)

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2.4.3 Reflexos No Ensino

Para Ferro (1982) 0 en sino reflete, entM, a posi9ao ambigua do campo

profissional, cnde 0 desgaste dos postulados modernistas S8 aculta na ret6rica

politica, enquanto grandes e conhecidos arquitetos desfrutavam discretamente das

novas oportunidades de trabalho. As circunstancias do sistema universitario

determinam, ainda, novas dificuldades para a manuten9ao da posiyao profissional e

do nivel de qualidade plastica e tecnica dos projetos. A grande expansao de escolas

de Arquitetura nos anos 70, incentivadas pera politica educacional e aumento da

demanda de alunos, muda a base social de recrutamento de estudantes. A altera9ao

rna is notavel e a composiyao par sexo: entre 1970 e 1980, as efetivQs totais de

arquitetos no Pais crescern a uma razao de 1,5; ao mesma tempo, as contingentes

femininos internos crescem quase sete vezes. Par outro lado, a percepc;ao da

Arquitetura como mais proxima da Arte e da decorac;ao que a Engenharia, muda a

modo de ve-Ia na fase anterior de dominio masculino, e atrai uma clientela

sensibilizada pelas artes, mas em busca de profissionalizac;ao reconhecida

socialmente.

2.4.4 Desdobramentos Recentes

Para alguns arquitetos, segundo Iden (1982), alem da presen9a de

profissionais nao tao bons desenhistas como antes, a alteraC;80 da base tecnol6gica

de produC;ao de projetos colaboraria para a desfiguraC;80 da auto-imagem da

categoria profissional. A incorporaC;ao de tecnicas de informatica na pratica dos

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escrit6rios, segundo a percepC;8o de arquitetos mais antig05, traria a adoc;ao de

detalhes construtivos padronizados. Samaria-s8 a ista a imposiy80 de urn 8stilo

internacional pelas empresas multinacionais, que S8 complementa pela importaC;80

de equipamentos, instalac;oes e sistemas construtivos que pauec tern a ver com a

realidade clirnatica do pais.

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CONSIDERACOES GERAIS

Sao inumeras as transformayoes mais amplas pelas quais passam 0 mundo e

o Brasil, dentre elas, destacam-se: a globalizac;ao, a reestruturalf80 produtiva, a

relevancia que a informay8o e 0 conhecimento assumem, as inovayoes tecnol6gicas

e 0 aprofundamento das desigualdades economicas e socia is entre paises e

re9i6e5, que alteram 0 sentido e a consciencia da vida.

Esse quadrat em delineamento, S8 constitui em grande desafio para 0

profissional que tern par atribui980 pensar, planejar, projetar e intervir no espac;o

habitado.

Demandas novas e complexas S8 impoem para 0 Curso de Arquitetura e

Urbanismo.

Isto vale dizer, que enquanto naD S8 efetiva a reformulay8o curricular, a

qualidade da forma9ao do profissional, a luz do atual curriculo, deve ser buscada

com a ampliac;ao, diversifica,!(ao e aprimoramento da capacidade e meios de

transmissao de informac;6es e da constru,!(<3o /produ'!(ao de conhecimento.

Para tanto, assinala-se 0 indispensavel compromisso com a integrac;ao entre

o ensino, pesquisa, extensao e princlpalmente a urn trabalho pratico em empresas

atuantes, que sao vinculadas a uma realidade especifica dentro do contexto da sua

area de atuac;ao, da cidade e do pais.

Para suprir 0 mercado saturado de profissionais da area de Arquitetura, a

dispersao do gosto faz com que 0 mercado determine segmentos mais sensiveis aac;ao do arquiteto, geralmente os setores burgueses mais cultivados, identificados

com 0 estilo despojado proposto por ele; seu estilo teria uma "riqueza cultural

incorporada", que nao necessitaria astenta,!(<3o. Ao mesma tempo, ha uma demanda

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especifica de outros segmentos dominantes pela arquitetura dos engenheiros e dos

decoradores, mais dispostos a fazer concess6es a urna clientela apegada a

apan§ncia e ao luxo. Grande parte deste mercado de residemcias para as altas

classes medias esta em maDS de construtoras, desenvolvidas dentro de um

ecletismo arquitetonico mais aD 90sto corrente.

A tentativa de captar esta demanda faz com que aparec;:a a chamada

Arquitetura de Interiores, em que 0 conforta, a racionalidade e a economia tentarn

substituir 0 que seria a anacronismo da decorac;:c3o, feita par profissionais diletantes,

numa atividade reputada como perdularia. Para Durand (1989), 0 estigma que recai

sabre 0 decorador seria funcional para a categoria dos arquitetos, em funyc30 de

manter sua ilusao com respeito a autonomia do campo. Esta relacionada com a

crenc;:a de seu compromisso social e com a expressaa criativa, que nao seriam

contaminadas par sua expressaa comercial.

A partir de rneados dos an os 80, camec;a-se a encontrar tentativas de

reformar esta visao, principal mente par parte de arquitetos mais jovens, que

admitem nao manter 0 protagonista na cadeia produtiva, que reconhecem sua

condic;aa de artesaos de luxe e que nao querem sentir-se culpados por perseguir 0

modela de exito neoliberal. Certamente a verdade encontra-se em algum ponto entre

estes extremos, e 0 mal-estar proveniente das contradic;5es em que S8 desenvolve 0

trabalho do arquiteto se diluiria se atuassemos em um ambiente social mais

igualitario e justo.

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