33
Importância da Estatística para o Processo de Conhecimento e Tomada de Decisão Sérgio Aparecido Ignácio Curitiba 2010

NT 06 Importancia Estatistica Tomada Decisao

Embed Size (px)

DESCRIPTION

ESTATÍSTICAS

Citation preview

Importncia da Estatstica para o Processo de Conhecimentoe Tomada de Deciso

Srgio Aparecido Igncio

Curitiba2010

N 6

GOVERNO DO ESTADO DO PARAN Orlando Pessutti - Governador

SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAO GERAL Allan Jones dos Santos - Secretrio

INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO E SOCIAL - IPARDES Maria Lcia de Paula Urban - Diretora-PresidenteNei Celso Fatuch - Diretor Administrativo-Financeiro

Gracia Maria Viecelli Besen - Diretora do Centro de Pesquisa

Deborah Ribeiro de Carvalho - Diretora do Centro Estadual de Estatstica

Thas Kornin - Diretora do Centro de Treinamento para o Desenvolvimento

EDITORAO

Maria Laura Zocolotti - Coordenao

Ana Batista Martins, Ana Rita Barzick Nogueira, Lia Rachel Castellar - Editorao Eletrnica

Estelita Sandra de Matias - Reviso

As notas tcnicas do Ipardes constituem breves abordagens sobre temas relevantes para a agenda de pesquisa e planejamento do Estado.

1

IMPORTNCIA DA ESTATSTICA PARA O PROCESSO DE CONHECIMENTO E TOMADA DE DECISO

Srgio Aparecido Igncio *

1 INTRODUO

Durante o sculo XX, segundo Salsburg (2009), a Estatstica revolucionou a cincia atravs do fornecimento de modelos teis que sofisticaram o processo de pesquisa na direo de melhores parmetros de investigao, permitindo orientar a tomada de decises nas polticas socioeconmicas. Para Stigler (1986), os mtodos estatsticos foram desenvolvidos como uma mistura de cincia, tecnologia e lgica para a soluo e investigao de problemas em vrias reas do conhecimento humano.A chegada de computadores pessoais cada vez mais poderosos foi decisiva e fez com que a Estatstica se tornasse mais acessvel aos pesquisadores dos diferentes campos de atuao. Atualmente, os equipamentos e softwares permitem a manipulao de grande quantidade de dados, o que veio a dinamizar o emprego dos mtodos estatsticos.Hoje, a utilizao da estatstica est disseminada nas universidades, nas empresas privadas e pblicas. Grficos e tabelas so apresentados na exposio de resultados das empresas. Dados numricos so usados para aprimorar e aumentar a produo. Censos demogrficos auxiliam o governo a entender melhor sua populao e a organizar seus gastos com sade, educao, saneamento bsico, infraestrutura etc. Com a velocidade da informao, a estatstica passou a ser uma ferramenta essencial na produo e dissemi- nao do conhecimento. O grau de importncia atribudo estatstica to grande que praticamente todos os governos possuem organismos oficiais destinados realizao de estudos estatsticos.

* Estatstico, pesquisador do IPARDES.Agradeo, pela leitura atenta e sugestes, aos pesquisadores do IPARDES Arion Csar Foerster, Eliane MariaDolata Mandu, Hudson Prestes dos Santos, Paulo Roberto Delgado e Sachiko Araki Lira.

| Nota Tcnica Ipardes, Curitiba, n.6, out. 2010

No Brasil, segundo o IBGE,

durante o perodo imperial, o nico rgo com atividades exclusivamente estatsticas era a Diretoria Geral de Estatstica, criada em 1871. No ano de1872, houve o primeiro censo da populao brasileira, feito por Jos Maria da Silva Paranhos, conhecido como Visconde do Rio Branco. Durante o perodo da Repblica, o governo brasileiro sentiu necessidade de ampliar essas atividades, principalmente depois da implantao do registro civil de nascimentos, casamentos e bitos. Alm disso, a carncia de um rgo capacitado a articular e coordenar as pesquisas estatsticas, unificando a ao dos servios especializados em funcionamento no Pas, favoreceu a criao, em 1934, do Instituto Nacional de Estatstica (INE), que iniciou suas atividades em 29 de maio de 1936, ano em que foi institudo o Conselho Brasileiro de Geografia, incorporado ao INE, que passou a se chamar, ento, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).

Desde ento, o IBGE cumpre a sua misso: identificar e analisar o territrio, contar a populao, mostrar como a economia evolui atravs do trabalho e da produo da sociedade, revelando como as sociedades vivem. O IBGE o principal provedor de dados e informaes do Pas, atendendo s necessidades dos mais diversos segmentos da sociedade civil bem como dos rgos das esferas governamentais federal, estadual e municipal, oferecendo uma viso completa e atual do Pas, atravs do desempenho de suas principais funes, a saber: coordenao, produo, anlise e consolidao de informaes estatsticas; produo, anlise e consolidao de informaes geogrficas; estruturao e implantao de um sistema de informaes ambientais; documentao e disseminao de informaes; coordenao dos sistemas estatsticos e cartogrficos nacionais.

Assim, o IBGE, ao qual a Escola Nacional de Cincias Estatsticas est vinculada, passou a ser o rgo responsvel pela produo das estatsticas oficiais que subsidiam estudos e planejamentos governamentais no Pas. uma instituio da administrao pblica federal, subordinada ao Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, que possui quatro diretorias e dois outros rgos centrais.

Para que suas atividades possam cobrir todo o territrio nacional, o IBGE possui a rede nacional de pesquisa e disseminao, composta por: 27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados e 1 no Distrito Federal); 27 Setores de Documentao e Disseminao de Informaes (26 nas capitais e 1 no Distrito Federal); 533 Agncias de Coleta de dados nos principais municpios; 1 Reserva Ecolgica (Roncador), situada a 35 quilmetros ao sul de Braslia (IBGE, 2010).Na viso de Ferreira (2003),

10o IBGE tem sido cada vez mais alvo de distintas e crescentes demandas por informaes, tanto em nvel privado quanto pblico, envolvendo as esferas federal, estadual e municipal. No regime democrtico, espera-se que as autoridades eleitas pelo povo implementem as polticas pblicas com base em informaes estatsticas confiveis, uma vez que necessitam,

permanentemente, prestar contas de suas aes sociedade. Tambm tendem a ampliar os rgos de controle e avaliao dessas aes, pois a transparncia e a correo da ao governamental constituem a base da democracia. Alm disso, as polticas governamentais vm se ampliando, sobretudo no campo social. Da mesma forma, novos atores entram em cena, como os vrios segmentos sociais e suas organizaes, como sindicatos, partidos polticos e organizaes no-governamentais, que tambm passam a utilizar, crescentemente, informaes estatsticas, seja para definir seus focos de atuao, seja para acompanhar a ao governamental.

De acordo com Ferreira e Negreiros (2008, p.3),

Outra mudana, mais recente, da forma de atuao governamental que tem implicado novas demandas por informaes foi a chamada focalizao das polticas sociais. Vrias das aes governamentais passaram a eleger segmentos especficos da populao como seu pblico-alvo, requerendo para tanto informaes detalhadas das caractersticas da populao, de modo a permitir a identificao do segmento prioritrio, incluindo, em muitos casos, sua localizao espacial e a construo de cadastros das famlias ou pessoas beneficirias.

Ferreira (2003) argumenta ainda:

Para que os gestores pblicos possam subsidiar de forma eficiente a elaborao, o acompanhamento e a avaliao das aes governamentais, as informaes estatsticas, alm de cobrir amplo escopo temtico e territorial, necessitam ser atualizadas permanentemente. Isso significa que no bastam informaes censitrias, atualizadas a cada dez anos, nem as originrias de pesquisas amostrais, mais frequentes, porm sem a possibilidade de desagregaes espaciais especficas. Assim, as instituies pblicas federais, estaduais, municipais e mesmo organizaes privadas, no-governamentais e acadmicas produtoras de informaes tm de valer-se ou de levantamentos primrios especficos s necessidades de seus usurios ou da utilizao de registros administrativos que, originalmente, foram construdos para outros fins. Isso implica maior quantidade de esforos dos gestores pblicos visando coleta, organizao, avaliao, validao e disponibilizao de dados de diferentes origens, ampliando cada vez mais a importncia dos mtodos e tcnicas estatsticas para a realizao de tais atividades.

No Paran, foi criado o Departamento Estadual de Estatstica (DEE), em dezembro de 1936, cuja funo bsica era coordenar os servios de Estatstica do Estado. Todas as reparties de servios, pelos seus respectivos diretores, chefes ou encarregados, deveriam, a bem do interesse pblico, secundar, apoiar e corroborar os esforos do Departamento Estadual de Estatstica no propsito de oferecer ao Estado do Paran um servio de estatstica atual, completo e eficiente.O Sistema Estadual de Processamento de Dados, institudo em fevereiro de 1976, passa a se denominar Sistema Paranaense de Informtica, a partir de novembro de 1984, tendo sido composto pelos seguintes rgos:

Conselho Superior de Informtica e Processamento de Dados do Paran;

Companhia de Processamento de Dados (CELEPAR);

Departamento Estadual de Estatstica (DEE);

Unidades Setoriais de Processamento de Dados;

Unidades usurias.

O DEE foi extinto em junho de 1987, passando as suas atribuies, pessoal e patrimnio para o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social (IPARDES).

2 A ESTATSTICA: SNTESE HISTRICA

Para Matsushita (2010),

o que se entende, modernamente, por Estatstica ou Cincia Estatstica muito mais do que um conjunto de tcnicas teis para algumas reas isoladas ou restritas da cincia. Por exemplo, ao contrrio do que alguns imaginam, a estatstica no um ramo da matemtica onde se investigam os processos de obteno, organizao e anlise de dados sobre uma determinada populao. Tambm no se limita a um conjunto de elementos numricos relativos a um fato social, nem a tabelas e grficos usados para o resumo, a organizao e apresentao dos dados de uma pesquisa, embora este seja um aspecto da estatstica que pode ser facilmente percebido no cotidiano.

A estatstica definida como um conjunto de mtodos e tcnicas que envolve todas as etapas de uma pesquisa, desde o planejamento, coordenao, levantamento de dados por meio de amostragem ou censo, aplicao de questionrios, entrevistas e medies com a mxima quantidade de informao possvel para um dado custo, a consistncia, o processamento, a organizao, a anlise e interpretao dos dados para explicar fenmenos socioeconmicos, a inferncia, o clculo do nvel de confiana e do erro existente na resposta para uma determinada varivel e a disseminao das informaes.Segundo Rao (1997), um dos mais importantes estatsticos do sculo, a estatstica pode ser definida de uma forma simples e objetiva. Ele define a estatstica pela equao: Conhecimento incerto + Conhecimento sobre a incerteza = Conhecimento til. Neste sentido, o objetivo da Estatstica analisar os dados disponveis e que esto sujeitos a um certo grau de incerteza no planejamento e obteno de resultados.Para Inesul (2007), citado por Costa (2010), "a utilizao da estatstica j remonta h quatro mil anos antes de Cristo, quando era utilizada por povos guerreiros na conquista de territrios". Na prpria Bblia, no novo testamento, observa-se o interesse dos governantes pela contagem da populao:

Naquele tempo o imperador Csar Augusto mandou uma ordem para todos os povos do Imprio. Todas as pessoas deviam se registrar a fim de ser feita uma contagem da populao. Quando foi feito esse primeiro recenseamento, Cirnio era governador da Sria. Ento todos foram se registrar, cada um na sua prpria cidade. Por isso Jos foi de Nazar, na Galilia, para a regio da Judia, a uma cidade chamada Belm, onde tinha nascido o rei Davi. Jos foi registrar-se l porque era descendente de Davi. Levou consigo Maria, com quem tinha casamento contratado. Ela estava grvida, e aconteceu que, enquanto se achavam em Belm, chegou o tempo de a criana nascer. Ento Maria deu luz o seu primeiro filho. Enrolou o menino em panos e o deitou numa manjedoura, pois no havia lugar para eles na penso (BBLIA, N.T. Lucas, 2:1-7).

Um acontecimento ao acaso, mas, se o desfecho fosse diferente, se no fosse a estatstica relacionada contagem da populao, a histria da religio catlica poderia ser outra.Tendo em vista principalmente interesses militares e tributrios,

desde o incio das civilizaes, os governos tm interesse nas informaes sobre a populao e sobre as riquezas, principalmente as do Estado. H indcios de que 3.000 a.C. j eram realizados Censos na Babilnia. Confcio relatou dados coletados na China h mais de 2.000 a.C., onde o imperador da China Yao ordenou que fosse feito o primeiro recenseamento com fins agrcolas e comerciais. Em 600 a.C., os faras, no Egito Antigo, utilizavam informaes de carter estatstico, relacionadas profisso e fontes de rendimento das pessoas, para fins de arrecadao de tributos. Tambm o fizeram as civilizaes pr-colombianas, os imperadores romanos, macednios, reis absolutistas ingleses, entre muitos outros. Porm, foi no Renascimento, impulsionada pelo mercantilismo, que a aplicao dos mtodos estatsticos visando coleta de dados comeou a ser utilizada na administrao pblica. Os maiores exemplos dessa poca so: a obra pioneira do italiano Francisco Sansovini, de 1561, que orientava descritivamente a estatstica italiana, e o reconhecimento da compulsoriedade dos registros de batismos, casamentos e bitos por parte da Igreja Catlica, no Conclio de Trento (1545-1563) (ESTATSTICAS, ATUAO PROFISSIONAL..., 2010).

Entre os sculos XVI e XVIII, as naes comearam a buscar o poder econmico como forma de poder poltico. Os governantes, por sua vez, viram a necessidade de coletar informaes estatsticas referentes a variveis econmicas e sociais tais como: populao, produo de bens e servios, produo de alimentos, comrcio exterior, sade, educao etc. (ENCE, 2010).Os estudos pioneiros mais importantes,

que criaram um vocabulrio estatstico, foram feitos pelo alemo Gottfried Achenwall em 1746, de onde surge a palavra estatstica, que deriva da palavra latina STATU, que significa estado. Ele foi um dos intelectuais que mais significativamente contriburam para o desenvolvimento da Estatstica moderna, pois tratava da descrio abrangente das caractersticas scio-

poltico-econmicas dos diferentes Estados. No sculo XVII ocorreu na Inglaterra a primeira tentativa de tirar concluses a partir de dados numricos, que foi chamada de Aritmtica Poltica, atualmente chamada de demografia (ESTATSTICAS, ATUAO PROFISSIONAL..., 2010)..

Inesul (2010) destaca que foi somente no sculo XIX que a estatstica comeou a ganhar importncia nas diversas reas do conhecimento. A partir do sculo XX comeou a ser aplicada nas grandes organizaes, quando os japoneses comearam a falar em qualidade total, surgindo a estatstica moderna, considerada uma disciplina. A partir da, a estatstica evoluiu de forma significativa, passando a ser utilizada nos diferentes setores da sociedade como forma de obteno de informaes a partir do levantamento de dados com base em mtodos de amostragem complexos.Os avanos no campo da Tecnologia da Informao, envolvendo todas as atividades e solues providas por recursos de computao (hardwares e softwares), a partir da metade do sculo XX e atualmente, tendo como consequncias o aumento significativo da capacidade de produzir, armazenar e transmitir informaes, associados ao crescimento acentuado da demanda por informaes num mundo globalizado, vm exigindo da estatstica avanos paralelos no desenvolvimento de metodologias e novos indicadores cada vez mais complexos e que exigem equipamentos modernos, softwares estatsticos e tcnicos capacitados. A gerao cada vez mais sofisticada de indicadores sintticos ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), ndice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), ndice Firjam de desenvolvimento Municipal (IFDM), ndice Paranaense de Desempenho Municipal (IPDM), juntamente com a anlise de dados a partir de estatsticas espaciais, bem como o georreferenciamento das informaes, so alguns exemplos do que j vem ocorrendo.Cabe destacar ainda que a evoluo constante e acelerada no poder de processamento dos computadores, aliada ao desenvolvimento de softwares cada vez mais poderosos, causaram um aumento do interesse pelos mtodos estatsticos computacionalmente intensivos, como os modelos lineares generalizados, modelos no-lineares (como redes neurais, rvores de deciso, modelos multinvel, modelos dinmicos espaciais), modelos bayesianos, alm dos mtodos baseados em reamostragem, como testes de permutao e bootstrap.A utilidade da estatstica se expressa no seu uso, uma vez que grande parte das hipteses cientficas, independentemente da rea, precisa passar por um estudo estatstico para ser aceita ou rejeitada, como o caso do teste de novos medicamentos, dos ajustes de modelos de regresso, sobre a opinio popular de novos produtos etc. Na rea mdica, por exemplo, nenhum medicamento pode ser disponibilizado para o mercado se no tiver sua eficcia estatisticamente comprovada. O grande volume de informaes produzidas pelo mundo moderno (pesquisas por amostragem, censos, internet, mercado financeiro) precisa ser analisado adequadamente. Essas anlises utilizam as mais variadas tcnicas estatsticas. A rigor, onde houver incerteza esta cincia pode ser empregada. Desse modo, todas as reas do conhecimento humano a requerem como instrumento de anlise de dados (ANDRADE, 2009).

A estatstica pode ser considerada como uma cincia quando, baseando-se em suas teorias, estuda grandes conjuntos de dados, independentemente da natureza destes, sendo autnoma e universal. considerada um mtodo quando serve de instrumento particular a uma determinada cincia (como na Agronomia, na Biologia, na Fsica, na Medicina ou na Psicologia). Finalmente, considerada arte quando aplicada visando construo de modelos para representar a realidade (LOPES, 2010).Segundo Morettin (1981), o cidado comum pensa que a estatstica se resume a apresentar tabelas e grficos em colunas esportivas ou econmicas de jornais e revistas ou, ainda, associam-na previso de resultados eleitorais. Porm, ressalta que a estatstica moderna no responsvel apenas pela criao de tabelas e grficos, mas trabalha tambm com metodologias cientficas muito mais complexas.Assim, dentre essas tarefas a estatstica responsvel pelo planejamento de experimentos, interpretao dos dados obtidos atravs de pesquisas de campo e apresentao dos resultados de maneira a facilitar a tomada de decises por parte do pesquisador/gestor.Instituies governamentais, tanto em nvel federal quanto estadual e municipal, deparam-se com questes que necessitam de anlise estatstica para a tomada de deciso. Citem-se, como exemplos: Qual a quantidade de recursos necessria para o financiamento da safra de cereal a ser produzida no prximo ano? O acusado culpado ou inocente? O fumante passivo pode vir a desenvolver um cncer? Qual a localizao exata de um certo tumor cerebral? Pode determinado medicamento reduzir o risco de ataque cardaco? A cotao do dlar deve aumentar na prxima semana? Qual ser o preo do ouro no final deste ano? O uso do cinto de segurana realmente protege o motorista em caso de acidente? As variaes na produo industrial tm influncia no aumento ou reduo dos preos? A introduo de uma nova tecnologia diminui o custo de fabricao de certo produto? Qual a forma mais justa de se cobrar determinado imposto? Qual a melhor estratgia de investimento a ser feita nas universidades pblicas? Qual ser o ndice de custo de vida no prximo ms? (UFPE, 2010).A resoluo e, consequentemente, a tomada de deciso referente s respostas das perguntas acima estaro sujeitas a erro, significando, com isto, que se deve tentar respond-las de forma a minimizar o risco envolvido. A estatstica a cincia que permite extrair dos dados a informao necessria para que seja possvel tomar decises acertadas com base em um determinado nvel de confiana e margem de erro (UFPE, 2010).Em 2025,

O Brasil ter a quinta maior concentrao de pessoas idosas do mundo, segundo o IBGE. Dez por cento da populao mundial dependente de lcool, assegura a Organizao Mundial de Sade. Nos Estados Unidos,34,8% da populao j consumiu psicotrpicos, garante o governo norte- americano. Dados como esses, imprescindveis para nortear planos de ao em vrios setores da sociedade, so coletados, consistidos e analisados atravs de tcnicas estatsticas cada vez mais sofisticadas, envolvendo mtodos de amostragem complexos e inferncias estatsticas a partir dos dados primrios (ESTATSTICAS, ATUAO PROFISSIONAL..., 2010)..

3 APLICAES NAS ORGANIZAES PRIVADAS E NO GOVERNO

A estatstica tem sido utilizada na pesquisa cientfica nas mais variadas reas do conhecimento, visando otimizao de recursos econmicos e de processos de produo, bem como ao aumento da qualidade e produtividade, nas questes judiciais, na medicina, em pesquisas envolvendo levantamentos por amostragem, em previses de safras e em muitos outros contextos. Trata-se de uma cincia multidisciplinar, que vem sendo empregada nos diferentes ramos do conhecimento, dentre eles a agronomia, biologia, direito, economia, engenharia, farmcia, fsica, geologia, hidrologia, matemtica, medicina, nutrio, odontologia, psicologia, qumica e sociologia).Atualmente os dados estatsticos so obtidos, classificados e armazenados em meios magnticos e disponibilizados em diversos sistemas de informaes acessveis a pesquisadores/gestores, cidados e organizaes da sociedade, que, por sua vez, podem utiliz-los para o desenvolvimento de suas atividades. A expanso no processo de obteno, armazenamento e disseminao de informaes estatsticas tem sido acompanhada pelo rpido desenvolvimento de novas tcnicas e metodologias de anlise de dados estatsticos (RODRIGUES et al., 2003).Praticamente todas as informaes divulgadas pelos meios de comunicao provm de alguma forma de pesquisas e estudos estatsticos. O crescimento populacional, os ndices de inflao, emprego e desemprego, o custo da cesta bsica, os ndices de desenvolvimento humano so alguns exemplos de pesquisas divulgadas pelos meios de comunicao e que se utilizam dos mtodos estatsticos.Na rea tecnolgica, a corrida espacial criou diversos problemas relacionados ao clculo da posio de uma nave espacial, cujos clculos dependem de teorias estatsticas mais avanadas, considerando que estas informaes, como sinais de satlite, so recebidas de forma aleatria e incerta (ENCE, 2010).Na engenharia agronmica a estatstica tem sido utilizada de forma constante em diferentes aplicaes. A Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecurias (EMBRAPA) utiliza mtodos estatsticos visando ao aprimoramento de produtos agrcolas, para definir quais os modos mais eficientes de produzir alimentos.Na pesquisa cientfica, a estatstica empregada desde a definio do tipo de experimento, na obteno dos dados de forma eficiente, em testes de hipteses, estimao de parmetros e interpretao dos resultados. Permite, assim, ao pesquisador, testar diferentes hipteses a partir dos dados empricos obtidos.No setor da indstria, os engenheiros utilizam tcnicas estatsticas com o objetivo de acompanhar o controle da qualidade dos produtos dentro de um determinado nvel de aceitao. A importncia desta aplicao realada por Rao (19991, apud ESTATSTICAS, ATUAO profissional ..., 2010):

1 RAO, C. R. Statistics: a technology for the millennium Internal. J. Math. & Statist. Sci., v.8, n.1, p.5-25, June 1999.

experincia comum no mundo inteiro que, nas indstrias onde os mtodos estatsticos so explorados, a produo aumentou em cerca de dez a cem por cento, sem nenhum investimento adicional nem expanso industrial. Neste sentido, o conhecimento estatstico considerado um recurso nacional. No surpreendente que um livro recente sobre invenes modernas liste o controle estatstico de qualidade como uma das grandes invenes tecnolgicas do sculo XX. De fato, raramente houve uma inveno tecnolgica como o controle estatstico de qualidade, que to amplo em aplicaes, mas to simples em teoria, que to efetivo em resultados, mas to fcil de adotar e que gera um retorno to alto, mas requer um investimento to pequeno.

Na indstria, o Controle Estatstico de Processos (CEP) uma ferramenta que utiliza a estatstica com o objetivo de fornecer informaes para um diagnstico mais eficaz na preveno e deteco de falhas/defeitos, identificando suas causas em tempo real, o que, consequentemente, auxilia no aumento da produtividade/resultados da empresa, evitando desperdcios de matria-prima, insumos, produtos etc.Segundo a PUCRS, Edwards Deming conhecido como o pai do renascimento industrial no Japo.

Durante a segunda guerra mundial, com a sua formao na rea de esta- tstica, especificamente em controle estatstico de qualidade, foi chamado para ajudar os Estados Unidos na melhoria dos seus materiais blicos. Aps a segunda guerra, foi convidado pelo Japo para ajudar na reconstruo da indstria japonesa. A inteno era mudar a percepo de que o Japo somente produzia imitaes baratas para uma nao que poderia produzir produtos inovativos e de qualidade. Segundo Deming, se os japoneses seguissem as suas instrues, eles poderiam conseguir os seus objetivos em cinco anos. Poucos acreditaram, mas decidiram aceitar o desafio e, para a surpresa do prprio Deming, conseguiram sucesso em menos de quatro anos. Deming foi convidado a voltar ao Japo vrias vezes, sendo reverenciado de tal forma que, pelos seus esforos, foi agraciado, pelo Imperador Hiroito, com a Ordem Segunda do Tesouro Sagrado. Os cientistas e engenheiros japoneses criaram o Prmio Deming, concedido a organi- zaes que aplicavam os instrumentos de controle estatstico de qualidade na melhoria contnua dos processos de produo (PUCRS, 2010).

No mercado financeiro e instituies bancrias, os mtodos estatsticos so empregados para modelagem financeira e econmica, visando modelar o comportamento do crdito, da inadimplncia, a movimentao de aes e previses de taxas de juros, possibilitando estabelecer estratgias para a concesso de emprstimos que maximizem os lucros.Em empresas de pesquisa de mercado e opinio pblica, a estatstica de fundamental importncia na realizao de estudos cientficos sobre comportamento e perfil dos consumidores de determinada regio, segundo gnero, classe social ou idade, com o fim de identificar as necessidades e oportunidades de produtos e servios gerados para um determinado segmento da populao. Por meio de pesquisas de opinio avalia-se a aceitao de pacotes tursticos para viagens e entretenimentos, hbitos de consumo, avaliao da imagem de instituies e pesquisas eleitorais, estimando a tendncia de voto para fazer a previso dos resultados de uma eleio.

Na Administrao, os mtodos estatsticos podem ser empregados para o planejamento e controle da produo, visando implantao de tcnicas administrativas eficientes que garantam menores custos e maiores lucros, na estimao de receitas, previso de estoques e de demandas, e, principalmente, ao conhecimento do mercado e de seu cliente.Na indstria farmacutica, qumica, siderrgica, txtil, alimentcia e de bens manufaturados, os mtodos e tcnicas estatsticos so utilizados desde a fase de definio dos produtos at a produo final, atravs de pesquisas de mercado, controle de qualidade, custos e previso de vendas.Na Medicina, os mtodos estatsticos de planejamento de experimentos so empregados em anlises de drogas e em ensaios clnicos, permitindo testar hipteses que possibilitam decidir sobre a eficcia de um novo medicamento no combate a determinada doena. As informaes fornecidas pelos testes bioqumicos so analisadas por mtodos estatsticos visando estabelecer diagnsticos e previses de possveis causas de doenas. A aplicao de tcnicas estatsticas tornou o diagnstico mdico mais objetivo e preciso, o que permite identificar situaes crticas e, consequentemente, atuar em seu controle, desempenhando papel crucial no estudo da evoluo e incidncia de uma doena, como, por exemplo, a AIDS (ENCE, 2010).Em estudos arqueolgicos, tcnicas estatsticas de comparao entre diferentes objetos encontrados tm representado um eficiente mtodo para determinar a cultura a que pertenciam antigos artefatos, bem como para estabelecer uma ordenao cronolgica (UFPE, 2010).Na rea jurdica, a estatstica utilizada por uma das partes do tribunal com o intuito de fornecer evidncia sobre a ocorrncia de determinado evento. Nesse sentido, pode fornecer a chance de um ru ser considerado culpado ou inocente de crime, baseando-se na coleta de informaes sobre o local onde ocorreu o crime. Alm disso, pode-se utilizar a estatstica como ferramenta para controlar de forma mais eficiente o gerenciamento dos tribunais no que diz respeito ao acompanhamento das aes, processos, causas etc. (COELHO, 2010).Nas companhias de seguros e previdncia privada, os mtodos estatsticos so empregados para estabelecer avaliao de riscos, a partir do clculo de estatsticas securitrias, permitindo a criao de diferentes modalidades de seguro, mais sofisticadas, complexas e economicamente viveis, de forma que a empresa tenha solidez no mercado.Nas organizaes no-governamentais a estatstica tem sido aplicada com o objetivo de auxiliar na gerao e avaliao de indicadores, tanto para definir seus focos de atuao quanto para o acompanhamento e avaliao da eficcia dos projetos sociais implementados nas diferentes esferas de governo.Na economia, a estatstica, a partir de um modelo terico econmico estabelecido, tem a finalidade de investigar, com base em dados empricos, a capacidade de explicao das equaes econmicas ajustadas, avaliando a significncia dos parmetros de cada regresso, os testes de hipteses globais, os testes dos coeficientes individuais da regresso, o teste dos resduos de Durbin-Watson, bem como o coeficiente de determinao do modelo.

A modelagem economtrica tem sido amplamente utilizada na estimao das funes de oferta e demanda, permitindo a obteno das elasticidades preo, renda e cruzadas, no curto e longo prazos. usada tambm no clculo e anlise dos nmeros ndices, visando medir o custo de vida de um pas, estado ou municpio e o nvel de emprego e desemprego. Desta forma, a estatstica desempenha relevante papel desde a concepo das pesquisas de campo at a gerao dos ndices finais (SOUZA, 2010).Ainda segundo Souza (2010), atualmente as cincias econmicas tm buscado caminhos alternativos para explicar os fatos econmicos, utilizando mtodos estatsticos multivariados, atravs das tcnicas de anlise fatorial, anlise discriminante e correlao cannica, como uma alternativa eficiente para a escolha de variveis necessrias ao bom desempenho da economia, dependendo do problema a ser estudado. Atravs dos mtodos de anlise estatstica multivariada tornou-se possvel selecionar/excluir as variveis que no servem e analisar aquelas que esto explicando as inter-relaes entre as demais variveis. Estes mtodos vm sendo muito utilizados na economia quando esto envolvidas muitas variveis e preciso selecionar as mais relevantes para uma anlise mais apurada da atividade econmica.Em qualquer pas, a estatstica ferramenta fundamental para que se possa traar planos sociais e econmicos e projetar metas para o futuro. Tcnicas estatsticas avanadas permitem estimar com um bom grau de preciso variveis como tamanho da populao, taxa de emprego e desemprego, ndices de inflao, evaso escolar, demanda por determinados bens e servios, assim como formular planos para atingir as metas programadas de avano no bem-estar social. Em face da imensa quantidade de dados e indicadores socioeconmicos e demogrficos atualmente coletados e analisados pelos diferentes institutos de pesquisa (pblicos ou privados), tornou-se inquestionvel a importncia da cincia estatstica nos ltimos dois sculos.Segundo Paris (2007),

11Estratgias para a reduo da pobreza e o desenvolvimento mundial apoiam-se na Estatstica. Sua utilizao engloba desde a elaborao at a implementao de polticas e programas nacionais, tais como programas de Estratgias de Reduo da Pobreza, cumprimento dos objetivos de Desenvolvimento do Milnio (ODM), definidos em nvel internacional, servindo para avaliar o desempenho destas polticas junto sociedade. Estatsticas confiveis descrevem a realidade quotidiana das pessoas; revelam, por exemplo, onde se encontram os pobres, por que razo so pobres e de que maneira vivem. Por sua vez, estas informaes fornecem as evidncias necessrias implementao e ao controle de polticas de desenvolvimento efetivas. Indicam onde os recursos so mais necessrios e fornecem meios para avaliar o progresso e medir o impacto de diferentes polticas. Estatsticas de boa qualidade tambm aprimoram a transparncia e a responsabilidade quanto prestao de contas na elaborao de polticas, dois elementos essenciais para uma gesto pblica eficiente e eficaz, pois permitem que os cidados avaliem o sucesso de polticas governamentais e desafiem as autoridades a responder por essas polticas.

Em institutos de pesquisa como o IBGE, Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Socioeconmicos (DIEESE), Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados (SEADE), IPARDES, Instituto Agronmico do Paran (IAPAR), Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA), a cincia estatstica responsvel pela operacionalizao de pesquisas socioeconmicas, agropecurias ou demogrficas sobre a realidade brasileira, permitindo a construo de indicadores estatsticos sintticos para a utilizao na esfera federal, estadual e municipal, possibilitando o estudo, planejamento, acompanhamento e avaliao de programas e polticas pblicas.Os maiores exemplos da importncia da estatstica para o gestor pblico a realizao, pelo IBGE (2010) do levantamento de Informaes Sociais, Demogrficas e Econmicas, envolvendo:

Estatsticas de mbito Social e Demogrfico

Podem ser destacados alguns levantamentos que tm como base a coleta de informaes junto aos domiclios. Realizado decenalmente, o Censo Demogrfico se constitui como ncleo das estatsticas sociodemo- grficas, auxiliando os gestores pblicos a entender melhor a dinmica da populao e a organizar seus gastos com sade e assistncia social. No intervalo entre dois Censos realizada a Contagem da Populao, operao censitria fundamental para aprimorar as estimativas anuais de populao. De carter amostral, destaca-se a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (PNAD), que levanta anualmente informaes sobre habitao, rendimento e mo de obra, associadas a algumas caracte- rsticas demogrficas e de educao. Como mais uma fonte de informaes sobre o mercado de trabalho, destaca-se a Pesquisa de Economia Informal Urbana, de periodicidade quinquenal, e, para acompanhamento conjuntural, cabe mencionar a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A Pesquisa de Oramentos Familiares (POF), de periodicidade quinquenal, permite conhecer a estrutura de rendimentos e da despesa das famlias. Ainda como fonte de informaes sociodemogrficas encontram-se as pesquisas fundamentadas em registros administrativos, como o Registro Civil, a Pesquisa de Assistncia Mdico-Sanitria e a Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico.

Estatsticas da Agropecuria

Tm como ncleo o Censo Agropecurio, que investiga, a partir dos estabelecimentos agropecurios, a organizao fundiria (propriedade e utilizao das terras), o perfil de ocupao da mo de obra e o nvel tecnolgico incorporado ao processo produtivo, entre outros temas estruturais de relevncia. Para o acompanhamento anual do setor, destacam-se a Pesquisa Agrcola Municipal e a Pesquisa da Pecuria Municipal, entre outras.

Estatsticas Econmicas

12Trazem informaes sobre os principais setores da economia: comrcio, indstria, construo civil e servios, a partir do levantamento, por amostra, em estabelecimentos de cada setor. A Pesquisa Anual do Comrcio, a Pesquisa Industrial Anual, a Pesquisa Anual da Indstria da Construo e a Pesquisa Anual de Servios so exemplos dos trabalhos mais relevantes nessa rea. Cabe mencionar que o acompanhamento conjuntural da

economia possvel atravs do conjunto de pesquisas mensais do comrcio, da indstria e da agricultura.

ndices de Preos

Produzidos contnua e sistematicamente, os ndices de preos ao consu- midor permitem acompanhar, mensalmente, o comportamento dos preos dos principais produtos e servios consumidos pela populao. Esta rea engloba o ndice Nacional de Preos ao Consumidor (INPC) e o ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo (IPCA), baseado em cesta de consumo de famlias de renda mais alta. Alm deste, pode-se acompanhar, pelo Sistema Nacional de Custos e ndices da Construo Civil, a evoluo de preos, a mo de obra e os materiais empregados no setor.

Sistema de Contas NacionaisOferece uma viso de conjunto da economia e descreve os fenmenos essenciais que constituem a vida econmica: produo, consumo, acumulao e riqueza, oferecendo tambm uma representao compreen- svel e simplificada, porm completa, deste conjunto de fenmenos e das suas inter-relaes. O Sistema de Contas Nacionais do IBGE segue as mais recentes recomendaes das Naes Unidas expressas no Manual de Contas Nacionais - System of National Accounts 1993 - SNA, incluindo o clculo do Produto Interno Bruto (PIB) e a Matriz de Insumo-Produto.

CONCLUSO

evidente que estatsticas confiveis so cada vez mais indispensveis para o sistema de informao de um sociedade democrtica, servindo s diferentes esferas de governo, s empresas privadas e populao em geral com dados sobre a economia, a demografia e as condies sociais e ambientais do Pas. Isto significa que estatsticas confiveis devem estar disponveis para a sociedade, processadas de maneira imparcial, livres de interferncia poltica e acessveis para toda a populao sob condies de igualdade.A importncia da estatstica para o gestor pblico pode ser vista atravs da sua utilizao ao nvel do Estado, de organizaes sociais e profissionais, do cidado comum e ao nvel acadmico. No restam dvidas de que uma base de informaes qualificada fundamental para a adequada gesto das polticas pblicas.O crescente uso da estatstica vem ao encontro da necessidade de realizar anlises e avaliaes objetivas, fundamentadas em conhecimentos cientficos. Os gestores pblicos esto se tornando cada vez mais dependentes de dados estatsticos para obter informaes essenciais que auxiliem suas anlises sobre a conjuntura econmica e social.As informaes estatsticas devem ser concisas, especficas e eficazes, fornecendo, assim, subsdios imprescindveis para a tomada de deciso. Neste sentido, a estatstica fornece ferramentas importantes para que os governos possam definir melhor suas metas, avaliar sua performance, identificar seus pontos fortes e fracos e atuar na melhoria contnua das polticas pblicas.

A estatstica responsvel pelo desenvolvimento cientfico em geral. Alm da sua aplicabilidade nas cincias biolgicas, exatas e econmicas, tem sido utilizada como ferramenta indispensvel para as cincias humanas e sociais. assim que as cincias jurdicas, a histria, a pedagogia, a psicologia e a sociologia tm se beneficiado de considerveis desenvolvimentos e do aumento de credibilidade junto populao com a sua utilizao.Como se comentou nesta nota, a estatstica est presente na vida do homem desde a antiguidade, sendo demonstrada a sua capacidade de auxiliar na anlise de dados, nos mbitos pessoal ou profissional, pblico ou privado. Para o gestor pblico, contribui nas tomadas de deciso, permitindo empregar de forma eficiente os recursos arrecadados em benefcio da populao mais necessitada.Assim, a estatstica teve e continuar tendo um grande papel na transformao dos mtodos de pesquisa nas diferentes reas do conhecimento, aumentando o nvel de confiana das informaes divulgadas pelas pesquisas e favorecendo a tomada de decises acertadas, em face das incertezas, na implementao e avaliao de polticas socioeconmicas.

REFERNCIAS

ACHENWALL, G. Biografia de Gottfried Achenwall. Disponvel em: . Acesso em: 16 jun. 2010.

ANDRADE, A. Estatstica base para previses meteorolgicas. Disponvel em:. Acesso em: 17 jun. 2010.

BAYER, A. et al. A estatstica e sua histria. Disponvel em:. Acesso em: 18 jun. 2010.

BBLIA, Portugus. Bblia Sagrada. Nova trad. na linguagem de hoje. So Paulo: PaulinasEditora, 2005. 1.472p.CASTANHEIRA, L. B.; PIZARRO, M. L. P. Estatstica e probabilidade. So Paulo: GSP, 2003. COELHO, H. F. C. Sobre o profissional em estatstica. Disponvel em: . Acesso em: 24 jun. 2010.

COSTA, C. E. A estatstica no mundo moderno. Disponvel em: http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/a-estatistica-no-mundo- moderno/518/. Acesso em: 15 jun. 2010.

CROSSEN, C. O fundo falso das pesquisas: a cincia das verdades torcidas. Rio de Janeiro: Revan, 1996. 278p.DOWNING, Douglas; CLARK, Jeffrey. Estatstica aplicada. So Paulo: Saraiva, 2000. ENCE. Aplicaes de estatstica. Disponvel em: . Acesso em: 23 jul. 2010.

ESTATSTICAS, atuao profissional, formao, mercado de trabalho. Disponvel em:. Acesso em: 23 jul. 2010.

FARHAT, C. A. V. Introduo estatstica aplicada. So Paulo: FTD, 1998.

FERREIRA, S. P. Produo e disponibilizao de estatsticas: uma abordagem institucional. SoPaulo Perspectiva, So Paulo, v.17, n.3-4, July/Dec. 2003. Disponvel em:. Acesso em: 23 jul. 2010.

FERREIRA, S. P.; NEGREIROS, R. M. C. Indicadores, avaliao e instrumentos de gesto:a necessidade de coordenao. Braslia: Centro de Gesto e Estudos Estratgicos/Ministrio daCincia e Tecnologia. 2008. 14p.

IBGE. Informaes sociais, demogrficas e econmicas. Disponvel em: . Acesso em: 24 jun. 2010.

INESUL. Inesul destaca a importncia da estatstica no mundo contemporneo. Disponvel em: . Acesso em: 10 jun. 2010.

LOPES, P. A. Entendendo a importncia da estatstica sem ser gnio, matemtico ou bruxo. Disponvel em: . Acesso em: 25 jun. 2010.

MANN, N. R. Biografia de William Edward Deming. Disponvel em:. Acesso em:14 jun. 2010.

MATSUSHITA, R. Y. O que estatstica? Disponvel em: . Acesso em: 14 jul. 2010.

MOREIRA, J. S. Elementos de estatstica. So Paulo: Atlas, 1996.MORETTIN, P. A. Introduo estatstica para cincias exatas. So Paulo: Atual, 1981. PARIS21. Avaliar a reduo da pobreza: a importncia da estatstica no desenvolvimentomundial. Disponvel em: . Acesso em: 20 jul. 2010.

PUCRS. Disponvel em: . Acesso em: 15 jul. 2010.

RAMOS, E. M. L. S. Estatstica: poderosa cincia ao alcance de todos. Disponvel em:. Acesso em: 14 jul. 2010.

RAO, C. R. Statistics and truth: putting chance to work. 2ed. Singapura: World Scientific, 1997.

. Statistics: a technology for the millennium Internal. J. Math. & Statist. Sci., v.8, n.1, p.5-25, June 1999.

RODRIGUES, J. P. et al. Documento de viso geral do Mdulo de Apoio Estatstico aProjectos. Universidade do Porto. Faculdade de Engenharia FEUP, 2003. 26p.

SALSBURG, D. UMA SENHORA TOMA CH...: como a estatstica revolucionou a cincia no sculo XX. Trad. de Jos Maurcio Gradel, reviso tcnica Suzana Herculano-Houzel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2009. 286p.

SOUZA, L. G. A estatstica na economia. Disponvel em:. Acesso em: 15 jul. 2010.

STIGLER, S. M. The history of statistics: the measurement of uncertainty before 1900. Cambridge, USA: The Belknap Press of Harvard University Press, 1986.

UFPE. Graduao em estatstica. Disponvel em: . Acesso em: 12 jul. 2010.