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m .*' Armo 1 ASSIGNATURAS (Recife) Semestre 5 $000 Anno 10f>000 (Interior e Pròyinciaé)' .; Semestre'.': 6$.00p f Anno 12§ÓU0 As assignaturas come- çam em qualquer tempo e terminam no ultimo de Fe- vereiro e Agosto. Paga- mento adiantado.—Publi- ca-se nas terças e sextas- feiras. Recife,—Sexta-feira 22 de Novembro de 1872 0RGÃ0 DO PARTIDO LIBERAL *#''¦'' '''.'¦'=' ; * ,.; '"'."¦ V. :' Vejo por toda a pai-te um symptoirta, que me assusta pela Überdado das nações e da Igreja: a centralísação. Um dia os povos despertarão clamando-.--Onde as nos- sãs liberdades ? v. ]?E-.iX"Di«c. no Congr. de ••.,,,. Matinê», 1864. m ESn _____ -___¦ _____ -tu _________ __>__- «7_____J__n^_________ _______ __!uf ¦_¦ _____________¦____¦ -;;_s _# N." 23 'COEEESPONDENeiA A Eedacção acceita e agradece a collaboracão. m, A correspondência e as reclamações serão dirigidas ao gerente _-j_ii__._t.ti_- Q/b. o- _7. -iseôx*-, á rua Duque de Caxias n* 50 1- andar, ou árua Larga do Eosario n. 24, 2- andar. r: A PROVÍNCIA ¦& •,-í-Q úfoiiilm .Recife, 22 de 'Novembro de 1872 Ainda reclamamos, e iremos recla- mando, a benevóla attenção dos nos- sos amigos do interior. Nelles está quasi toda a força; e en- tretanto hão vivido a esperar tudo nós da capital, que muito pouco somos sem elles. Não lhes atiramos a pedra, porém, nem o poderíamos. Esse erro dos nossos amigos do interior é consequen- cia do nosso erro, é conseqüência do deplorável estado, a que levou todo o paiz o funesto governo pessoal do Sr. D. Pedro II. A provincia acabou por ignorar de todo os seus direitos e a sua força, avassallando-se ineptamente á capital do imperio, e o municipio fez o mesmo, avassallando-se á capital da provin- cia.',.-.: Força irresistível da lógica / No entanto, assim como a província pode viver com dignidade e honra, sem quebrar os laços de união com o impe- rio, antes apertando-os, pois a amisa- de estreita-se tanto mais, quo/nto maior «-_~-W»dlio reciproco da dignidade dos amigos, assim os. municípios do inte- rior podem, hão de viver n'um co- ração comnosco da capital, erguendo- 'se, fazendo valer a sua força, trocando comnosco, de igual para igual, todos ob auxilios para a dignidade do parti- do, para o triumpho das suas santas idéas. ¦ E temos fé, que assim será, que o nosso Pernambuco muitos signaes de regeneração. Nada, porém, será solido e duradouro, attendam os nossos amigos do interior, se elles não vie- rem em nosso auxilio, se não tornarem a ser o que foram, se continuarem nesta vida passiva, que nos deshonra a todos. —-Mas, osjneios ? —O que podem os homens do inte- rior ? Eis as interrogações das almas fra- cas, das cabeças estragadas, dos ani- mos corrompidos pelo commodo syste- ma de* subir e descer ao sabor do Sr. D. Pedi-o' II, recolhendo pastas, presi- dencias, fitas, delegacias^ ^stos da- guarda nacion^l,/pa_.a depor n'unibom dia tudo isso finemos as fitas), e espe- rar com aífrontosa humildade um novo momento de spken do rei. Eis as interrogações dos que estão avezados a circumscrever o imperio á corte e as provincias ás capitães, levaii- do-nos a um estado muito mais vergo- nhosoque o da França de Napoleão III; pois em paiz algum, que se diga . civilisado, a eleição, primeiro negocio d'um povo livre, é farça tão ridícula como entre nós. E'' corrente o seguinte :—Desde que nacapital d'uma provincia hamon- tada um., imprensa, publica-se uma folha redigida por alguns interpretes xntelligentes das aspirações do partido, diz-tse que nessa provincia o partido está representado, e galhardamente militando. Os amigos do interior que vejam e admirem; e esperem o dia, em que a nuvem regia queira volver para seus chefes da capital a face lumi- nosa. Então irão delegacias, fitas, postos da guarda nacional, e as ordens para a eleição. Ora, isto assim é uma deshonra pa- ra todos: é uma traição ao futuro do partido liberal; é um crime, pelo qual :i posteridade ha de responsabilisar-nos a nós das capitães, que tão mal corres- pondemos á magnânima confiança dos nossos amigos do interior, que não sa- bemos aproveitar a generosidade, com que elles nos attendem. '.'.<.'¦'J*^, Se o partido liberal continua a viw esta vida de capitães, jamais cumprirá os seus altos destinos no Brazil. O que fazemos nas capitães é algu- ma còusa; mas, é muito menos de me- tade. Os municípios do interior /podem muito, podem quasi tudo, com;f èlação á propaganda e a acção, como iremos pausadamente procurando demonstrar. O poder pessoal recuará, o parti- do liberal será grande e forte, quan- do por toda a parte se accepderem^as forjas, quando os malhos bat_rem por todos os recantos do paiz, quando não ficar um braço desoccupaJo, de todos os que amam a liberdade. E' fácil, é simples; porque é a lo- gica, porque é o dever, porque é o die- tame da natureza das cousas. Tentaremos as demonstrações. ¦¦ lado 1 ssrsrv .- , ii * . iW2____2*f Uma licção dia li-Sf o riu Não entrou nunca nos cálculos da nação ingleza a sentença de morte, que soffreo Carlos I. ! Ainda mesmo depois, que este rei conser- vara amordaçado o povo inglez durante onze annos, exercendo sobre elle pesada tyran- nia; depois de dissolvido o parlamento, que apóz tão longo espaço se reunira; na primei- ra sessão do outro que a este se seguio, e que a historia denomina o Longo, não pretendiam os ingleze3 condemnar Carlos I. O longo parlamento em sua quasi unam- midade, formando um corpo, oppuüha-se, é verdade, ao despotismo; com vistas, po- rem, obter de Carlos a concessão de um governo constitucional. Tal preito de afiei- ção e de respeito votava aquelle povo á rea- lezi.;-.,-— x - Os instrumentos mais od*mia foram supprimidos; porémva. Ó parlamento manifestava W*n- quistar a supremacia no governo. Caracter pérfido e traiçoeiro Carlos pouaè illudir por algrm teinjio aquella assembléa memorável. A insurreição da Irlanda, po- rem, ainda que com caracter religioso, veio definir na politica as posições. Os meios empregados pelo governo por occàsião deste incidente motivaram na as- sembléa uma moção t censurando todo o rei- nado de Carlos em linguagem precisa e vio- lenta. Essa corporação, que, até então, se conservara unida, vio-se dividida em dous partidos bem distinetos; nesses mesmos, que ainda hoje com diverso nome, disputam o governo da nação ingleza. O elemento liberal aspirando a suprema- cia completa do parlamento impellio o ele- mento conservador ao seu extremo fazendo-o aceitar, como programma de partido,,, o go- verno absoluto do rei. A luta travou-se en- tão renhida, e, tal foi a exaltação, que fora do parlamento ella empenhou-se em campos 'de batalha.'*Jl'u'wi Ainda assim o pUrtido liberal não tinha condemnado o principio da monarchia; pre- tendia arrancar do rei as prerogativas reaes, ficando sempre o rei. Alma religiosa, que n'aqueiles tempos se confundia coma luta politica, tinha enviado ao parlamento representantes de uma seita chamada—Independente—; e o pensamento religioso desta seita conduzia-a pelas conse- quencias lógicas a aspirar em politiaa uma reforma radical, * desde o tronco até aos ra- mos»na phrase da epocha. Se bem que a republica fosso o alvo das vistas independentes, esse norie não era pro- nunciado no começo da luta; a nação o re- pellia; e para o próprio partido liberal era um phantasma, que atemori. ava. Ainda depois, que o estandarte da republi- ca ousou ostenter-se, o partido liberal ferio batalhas sangui-dentas sempre na doce il- lüsão de conquistar o governo da nação sem dosthronar-a realeza. Era uma visão phan- tastica que, tante mais lhe fuijia, quanto elle j ulgava, aproximar- se. A linha recta,que caracter isava a politica dos independentes, a rigidez dos scub costu- mes, amoral sã, que emanava da religião, que professavam, tornaram a seita- saliente aos olhos, itio paiz. E os espiritos liberaes cançados de perseguir a sua visão,—a, supre- macia do parlamento sein desthronar o rei—-, engrossavam cada dia a fileira independente, pois ahi encontravam a solução mais lógica das appiraçõeis U-V-Bs.;1; j:-_¦;_¦¦ A^orça "dos5"independentes cresceo no par- lamento e muito mais no exercito liberal. Crom.rell, que era delles o chefe natural, tornou-se em breve o general de facto. Para elles a victoria não importava somente a li- berdade do cidadão, mas também a da con- sciencia como crentes, que eram, d'uma sei- ta opprimida. Lembremo-nos da escande- cencia, que presidia naquelles tempos á luta religiosa, para bem avaliarmos do ardor do soldado independente no combate, onde se empenhava a sorte de sua própria crença. O exercito do parlamento, que se acha- va acabrunhado de desastres, foi então reha- bilitado pela bravura desses rígidos solda- dos. Cromwell de victoria em victoria con- quistou pela espada a chefança de toda a op- posição. E os realistas derrotados abando- naram Carlos ao seu destino. Vinganças atroses se tinham de parte a parte commettido; os ódios tinham tocado ao seu extremo, a luta era bastante encarni- cada para exigir, que uma scena de sangue viesse feichar o quadro de tantos horrores. Em frente ao salão dos banquetes no pro- prio paço real foi Carlos I decapitado ! Em tão poucos annos como ostava a scena mudada, que transformação se tinha opera- do nos partidos! Ante o cadáver do rei estava de um lado o partido realista vencido e humilhado^ con- templando emmudecido a conseqüência dos seus próprios actos; e do. outro a republica victoriosa,[aquella mesma, que, pouco tempo antes, era um phantasma, que a nação con- demnava. E o partido liberal era uma sombra, que se havia dissipado; suprimido pela força dos acontecimen-os não chegou V_om mesmo á assistir _ scena que encerrava 'a luta, que elle próprio provocara. ->-Assim estava escripto no livro do destino— terão exclamado os contemporâneos sorpre- hendidos pdr essa tragédia soiemne. _ . ^ Porém hoje, que está feita a historia, nós collocados ante o cadafalso onde expirou Carlos I diriamo*. ao partido realista—assin vós o nuisestes!— Fraqueza do homem, que descança em uma entidade vã, a que chamam —fado ou sorte—todo o'peso da responsabilidade de si mesmo! O destino do homem ao homem está èn- tregue; o futuro de cada povo do próprio povo depende.' Se as leis cia fatalidade pre- sidissem o governo do& homens nós poderia- mos então bem dispensar esse dom sublime da rasão e liberdade. No governo dos homens tudo o que nos -orprehende deveria -ser por nós previsto; pois para tanto tem orça a nossa natureza Ahi impera a lógica.dos acontecimentos, e se estes existiram, fo1 porquo nós os prclti- simos. Melhoramento-., màteriaes A provincia de Pernambuco tem progre- dido, creando e desenvolvendo alguns me- lhoramentos màteriaes de subida importan- cia..•¦•£ E' esta a impressão que recebe o visitan- te, que pode comparar o estado áctual desta cidade com o de ha dez annos passados. Esse progresso é patente; mas não expri- me o máximo resultado do nosso esforço de iniciativa, nem está em relação com a ri- queza da provincia.. Ha alguma cousa de apparente, e na au- sencia de alguns dos mais essenciaes elemen- tos desta ordem para o progresso da provin- cia, revelamo-nos descuidosos. Começando por estes, o mais deplorável "testemunho que damos da nossa desidia é a conservação de um porto dos mais detesta- veis da America, quando á vista de todos estam os meios de melhoral-o. E' triste dizel-o, mas é a verdade: em dia de borrasca, quem tiver por sorte demandar a nossa barra, acreditará, antes de conhe- cer-nos, que vem pisar as plagas de uma na- cão inhospita. Entretanto a posição.desta terra, guarda avançada do nosso continente, constituio- nos a mais segura guarida da navegação de longo curso, que vae em procura de longin- quas paragens. •¦ . Por mais tratos que se dê ao espirito, dif- ficilmente se comprehenderá, que esse pro- blema de facilima execução é objecto de es- tudos ha mais de meio século; e que por um anno de demora o commercio e as rendas publicas perdem um terço ao menos do seu áctual movimento! A situação peculiar da provincia de Per- nambuco faz depender a prosperidade da sua lavoura da construcçao de estradas. estas, na ausência completa da navegação fluvial, poderão promover a industria dos transpostes, poderoso auxiliar da agricul- tura. Podemos dizer que neste ponto mal te- mos lançado os primeiros traços da nossa viação.-^.';¦-¦»-.-.-¦'' Ás poucas centenas' de kilometros de es- tradas de ferro e de rodagem que conta a provincia, utilisam a uma zona ainda muito limitada dos centros produetores. Beneficio real, o temos da estrada de ferro do Ee- cife a S. Francisco, onde o transporte se faz a preço reduzido. Quanto ao mais, a falta de organisação e estimulo em uma industria, ainda pouco procurada como é a'dos trans- portes, torna estes dispendiosos e difficeis. E' um mal, que pôde trazer como conse- quencia perdaB incalculáveis á lavoura, e a ruina dos produetores. E com effeito, quem ignora os embaraços quotidianos que privam o cultivador de enviar seus productos ao mercado por ausência completa de trans- Na própria zona percorrida pelas estra- das de rodagem, essa co^trariedade é fre- quente. Vemos assim que não basta construir es- tradas de rodagem: estas minoram o mal, mas não o removem. Para isto, teríamos ne- cessidade de organisar o serviço dos trans- portes sob nova forma. Esta, qualquer que ella fosse, ou por companhias que a seu dis- por tivessem numerosos vehiculos e cresci- do pessoal, ou por ira pas, á semelhança do que praticam os paulistas e mineiros, traria o grande inconveniente de desviar numero, •sos braços e animaes da lavoura, o que para nós seria um mal, que se aggravana u me- dida que mais se desenvolvesse a industria. Construir canaes, seria remédio efficaz, **« i - . > ¦¦ ¦ ¦ - ¦ ' ¦ t' ¦ -m v i Pm ¦ _¦_•V á__J_-^_____k æ *?,^n\ se. % .< "". '••_._ ' wg"y*iVT". «_._-_3__«E_S_^í_S3a_3 mawBZSzZZZmB&ZtSm^F^&li ^^^*^***«X__ ' ¦"¦:. .*•"'

V. :' sãs liberdades ?memoria.bn.br/pdf/128066/per128066_1872_00023.pdf · m .*' Armo 1 ASSIGNATURAS (Recife) • Semestre 5 $000 Anno 10f>000 (Interior e Pròyinciaé)' .; Semestre'.':

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    Armo 1

    ASSIGNATURAS(Recife) •

    Semestre 5 $000Anno 10f>000

    (Interior e Pròyinciaé)' .;Semestre '.': 6$.00p fAnno 12§ÓU0

    As assignaturas come-çam em qualquer tempo eterminam no ultimo de Fe-vereiro e Agosto. Paga-mento adiantado.—Publi-ca-se nas terças e sextas-feiras.

    Recife,—Sexta-feira 22 de Novembro de 1872

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    Vejo por toda a pai-te um symptoirta, que me assustapela Überdado das nações e da Igreja: a centralísação.Um dia os povos despertarão clamando-.--Onde as nos-sãs liberdades ?

    v. ]?E-.iX"Di«c. no Congr. de••.,,, . Matinê», 1864.

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    N." 23

    'COEEESPONDENeiA

    A Eedacção acceita eagradece a collaboracão.

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    A correspondência e asreclamações serão dirigidasao gerente

    _-j_ii__._t.ti_- Q/b. o- _7. -iseôx*-,

    á rua Duque de Caxias n*50 1- andar, ou árua Largado Eosario n. 24, 2- andar.

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    A PROVÍNCIA

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    •,-í-Q

    úfoiiilm .Recife, 22 de 'Novembro de 1872

    Ainda reclamamos, e iremos recla-mando, a benevóla attenção dos nos-sos amigos do interior.

    Nelles está quasi toda a força; e en-tretanto hão vivido a esperar tudo dénós da capital, que muito pouco somossem elles.

    Não lhes atiramos a pedra, porém,nem o poderíamos. Esse erro dosnossos amigos do interior é consequen-cia do nosso erro, é conseqüência dodeplorável estado, a que levou todo opaiz o funesto governo pessoal do Sr.D. Pedro II.

    A provincia acabou por ignorar detodo os seus direitos e a sua força,avassallando-se ineptamente á capitaldo imperio, e o municipio fez o mesmo,avassallando-se á capital da provin-cia. ',.-.:

    Força irresistível da lógica /No entanto, assim como a província

    pode viver com dignidade e honra, semquebrar os laços de união com o impe-rio, antes apertando-os, pois a amisa-de estreita-se tanto mais, quo/nto maior

    >é «-_~-W»dlio reciproco da dignidade dosamigos, assim os. municípios do inte-rior podem, hão de viver n'um só co-ração comnosco da capital, erguendo-'se, fazendo valer a sua força, trocandocomnosco, de igual para igual, todosob auxilios para a dignidade do parti-do, para o triumpho das suas santasidéas.¦ E temos fé, que assim será, que onosso Pernambuco dá muitos signaesde regeneração. Nada, porém, serásolido e duradouro, attendam os nossosamigos do interior, se elles não vie-rem em nosso auxilio, se não tornarema ser o que já foram, se continuaremnesta vida passiva, que nos deshonraa todos.

    —-Mas, osjneios ?—O que podem os homens do inte-

    rior ?Eis as interrogações das almas fra-

    cas, das cabeças estragadas, dos ani-mos corrompidos pelo commodo syste-ma de* subir e descer ao sabor do Sr.D. Pedi-o' II, recolhendo pastas, presi-dencias, fitas, delegacias^ ^stos da-guarda nacion^l,/pa_.a depor n'unibomdia tudo isso finemos as fitas), e espe-rar com aífrontosa humildade um novomomento de spken do rei.

    Eis as interrogações dos que estãoavezados a circumscrever o imperio ácorte e as provincias ás capitães, levaii-do-nos a um estado muito mais vergo-nhosoque o da França de NapoleãoIII; pois em paiz algum, que se diga

    . civilisado, a eleição, primeiro negociod'um povo livre, é farça tão ridículacomo entre nós.

    E'' corrente o seguinte :—Desdeque nacapital d'uma provincia hamon-tada um., imprensa, publica-se umafolha redigida por alguns interpretesxntelligentes das aspirações do partido,

    diz-tse que nessa provincia o partidoestá representado, e galhardamentemilitando. Os amigos do interior quevejam e admirem; e esperem o dia,em que a nuvem regia queira volverpara seus chefes da capital a face lumi-nosa. Então lá irão delegacias, fitas,postos da guarda nacional, e as ordenspara a eleição.

    Ora, isto assim é uma deshonra pa-ra todos: é uma traição ao futuro dopartido liberal; é um crime, pelo qual:i posteridade ha de responsabilisar-nosa nós das capitães, que tão mal corres-pondemos á magnânima confiança dosnossos amigos do interior, que não sa-bemos aproveitar a generosidade, comque elles nos attendem.

    '.'.-Assim estava escripto no livro do destino—terão exclamado os contemporâneos sorpre-hendidos pdr essa tragédia soiemne. _ . ^

    Porém hoje, que está feita a historia, nóscollocados ante o cadafalso onde expirouCarlos I diriamo*. ao partido realista—assinvós o nuisestes!—

    Fraqueza do homem, que descança emuma entidade vã, a que chamam —fado ousorte—todo o'peso da responsabilidade de simesmo!

    O destino do homem ao homem está èn-tregue; o futuro de cada povo do própriopovo depende.' Se as leis cia fatalidade pre-sidissem o governo do& homens nós poderia-

    mos então bem dispensar esse dom sublimeda rasão e liberdade.

    No governo dos homens tudo o que nos-orprehende deveria -ser por nós previsto;pois para tanto tem orça a nossa naturezaAhi impera a lógica.dos acontecimentos, ese estes existiram, fo1 porquo nós os prclti-simos.

    Melhoramento-., màteriaesA provincia de Pernambuco tem progre-

    dido, creando e desenvolvendo alguns me-lhoramentos màteriaes de subida importan-cia. .•¦•£

    E' esta a impressão que recebe o visitan-te, que pode comparar o estado áctual destacidade com o de ha dez annos passados.

    Esse progresso é patente; mas não expri-me o máximo resultado do nosso esforço deiniciativa, nem está em relação com a ri-queza da provincia. .

    Ha alguma cousa de apparente, e na au-sencia de alguns dos mais essenciaes elemen-tos desta ordem para o progresso da provin-cia, revelamo-nos descuidosos.

    Começando por estes, o mais deplorável"testemunho que damos da nossa desidia é a

    conservação de um porto dos mais detesta-veis da America, quando á vista de todosestam os meios de melhoral-o.

    E' triste dizel-o, mas é a verdade: em diade borrasca, quem tiver por sorte demandara nossa barra, acreditará, antes de conhe-cer-nos, que vem pisar as plagas de uma na-cão inhospita.

    Entretanto a posição.desta terra, guardaavançada do nosso continente, constituio-nos a mais segura guarida da navegação delongo curso, que vae em procura de longin-quas paragens. •¦

    . Por mais tratos que se dê ao espirito, dif-ficilmente se comprehenderá, que esse pro-blema de facilima execução é objecto de es-tudos ha mais de meio século; e que por umanno de demora o commercio e as rendaspublicas perdem um terço ao menos do seuáctual movimento!

    A situação peculiar da provincia de Per-nambuco faz depender a prosperidade dasua lavoura da construcçao de estradas. Sóestas, na ausência completa da navegaçãofluvial, poderão promover a industria dostranspostes, poderoso auxiliar da agricul-tura.

    Podemos dizer que neste ponto mal te-mos lançado os primeiros traços da nossaviação. -^.';¦-¦»-.- .-¦''

    Ás poucas centenas' de kilometros de es-tradas de ferro e de rodagem que conta aprovincia, utilisam a uma zona ainda muitolimitada dos centros produetores. Beneficioreal, só o temos da estrada de ferro do Ee-cife a S. Francisco, onde o transporte se faza preço reduzido. Quanto ao mais, a faltade organisação e estimulo em uma industria,ainda pouco procurada como é a'dos trans-portes, torna estes dispendiosos e difficeis.

    E' um mal, que pôde trazer como conse-quencia perdaB incalculáveis á lavoura, e aruina dos produetores. E com effeito, quemignora os embaraços quotidianos que privamo cultivador de enviar seus productos aomercado por ausência completa de trans-

    Na própria zona percorrida pelas estra-das de rodagem, essa co^trariedade é fre-quente.

    Vemos assim que não basta construir es-tradas de rodagem: estas minoram o mal,mas não o removem. Para isto, teríamos ne-cessidade de organisar o serviço dos trans-portes sob nova forma. Esta, qualquer queella fosse, ou por companhias que a seu dis-

    por tivessem numerosos vehiculos e cresci-do pessoal, ou por ira pas, á semelhança doque praticam os paulistas e mineiros, trariao grande inconveniente de desviar numero,•sos braços e animaes da lavoura, o que paranós seria um mal, que se aggravana u me-dida que mais se desenvolvesse a industria.

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    A Provincia

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    2

    fosse istopraticavel; mas as condições daprovincia affastam completamente o re-curso.

    Temos finalmente os caminhos de_ ferro.E' portanto para estes que devemos dirigir anossa attençao.

    Mas não tíasta decretal-os, concedendo pri-vilegios de toda a espécie a quem nenhumelemento, nenhuma probabilidade possue delevar por diante melhoramento tão dispen-dioso. •¦-•~~

    JSeria, a seguirmos tão tortuosa condueta,crear futuras difficuldades para a provincia.

    E' uma questilo complexa, de difficil so-lução,, e que em presença dos embaraçosque cada dia surgem pela elevação de preçoda matéria prima, exige profundo estudo.

    Nesta provincia ha um verdadeiro pre-conceito, que, quanto a nós, convém apagar.

    Acredita-se que basta decretar uma estra-da de ferro, confial-a a um ou mais indiyi-duos que se suppõem aptos para leval-a aeffeito, desamparal-os de todos os favores eauxilios, para esperar a realisação do me-Ihoramento. E' assim que vemos longa ca-terva de leis mandando contractar linhasférreas ató de uma extensão de seiscentoskillometros, como a de Pejeú de Flores !

    Entretanto a experiência já nos tem de-monstrado o absurdo de taes concessões.Quando os factos de todo o império não de-nunciassem, que uma só das estradas de fer-ro autorisadas em semelhantes condições

    , não deu resultado algum, ahi vemos na pro-vincia exemplos eloqüentes que deveriamconvencer-pos do nosso erro.

    Na própria capital, temos, entre outras, asduas linhas de Apipucos e Olinda, ambas quese desenharam de risonho futuro, e que estãoás portas de uma bancarrota. Arica estradade ferro do Limoeiro, apesar de confiada ágrandes capitalistas, e de todas as modifica-ções que do seu contracto se tem conseguido,pouca esperança ou nenhuma temos de a verrealisada. E se esta luta com embaraços,o que devemos pensar das que tem duvidosofuturo ?

    As provincias de S. Paulo, Minas, Para-hyba e outras, apesar de todas as censurasque provocaram, comprehenderam melhoros seus verdadeiros interesses. E' possivel,que a febre industrial tivesse excedido umpouco o limite da prudência em umou outrocaso; mas a verdade ó que seguiu-se alli ocaminho real; não tentou-se vereda falsa,que não daria sahida nem proveito aos inteiresse que se procurava)servir ou acaütelíar.

    E' isto que devemos fazer; e abandonaresses palliativos, que / tristíssima idéa dãoda nossa maneira de íjetivar o progresso daprovincia. I

    Nenhum outro meie» temos de dar fáceistransportes aos produc/fcos da lavoura do, in-terior senão em estradas de ferro. E' precisoque estas se construam, quaesquer que.se-jam os nossos sacrifícios.

    No dispendio destes, tenhamos a devidaprudência e cautella.

    Não nos empenhemos em melhoramentossupérfluos, ou mal estudados.

    Preparemo-nos antes de tudo, tenhamostodos os elementos que nos habilitem a aqui-latar dos nossos sacrifícios e da importânciados commettimentos em que nos lançarmos;mas feito isto, não recuemos.

    Construamos caminhos econômicos, sacri-fiquemos o luxo e a perfeição por amor desua extensão, comtanto que avancemos,ató que desses confins da provincia possa-mos arrancar esses immensos produetos,que por ausência de transporte não aprovei-tam á humanidade.

    E' questão vital para nós e a que nenhumpernambucano deve ser indifferente.

    Varramos esse prejuízo insensato de que ocapitalista, quem quer que elle seja, empre-gará na construcção das-nossas estradas deferro o frueto do seu trabalho, sem que emauxilio dessas estradas, de duvidoso futuropara elle, corra a mão protectora do Estado.

    E' a sorte dos paizes novos: sem semear,tarde ou nunca colheremos.

    Calote «lo governo. —Algumaspessoas de Fazenda Grande, e entre ellasFrancisco Antônio de Souza,. tenente coro-nel Antônio. Seraphim de Souza Ferraz, eD. Martinha Rodrigues de Moraes, teem si-do fornecedores forçados das tropas do gover-no que por alli andam. Os commandantesdessas tropas mandam matar, as rezes dasfazendas, a pretexto de que serão indemni-sadas mais tarde.

    Foi assim que o ex-delegado d'aquella lo-calidade, capitão Fernando Pacifico de AguiarMontarroyos, estando em diligencia, lançoumão de um touro de propriedade alheia emSerra Negra, e até hoje está o seu dono nodesembolso da promettida indemnisação.

    O governo deve ser o primeiro a zelar osseus créditos, e não consentir em semelhan-te abuso, sob pena de passar por máo paga-dor, ou antes caloteiro. Convém que quan-to antes mande o Sr. Faria Lemos liquidareste negocio. ¦. f

    E*ta\ ou nilo, abolida a boapratica?—Aoreferirmo-nos, em rms-so numero 20, de 12 do corrente, ás in-formações q"ue nos haviam dado sobre asirregularidades que se iam suecedendo nasdiligencias preliminares ao contracto para opese ofjicial do argodão, lamentámos noB queentre taes irregularidades se tornasse salien-te a da substituição de propostas em cartas fe-chadas por propostas em fôrma de petições, eu-ja leitura era facultada a alguém, que habi^litar-se-hia, sem duvida, a regular sua of-ferta pelas de todos os concurrentes de ma-neira a tornal-a fatal e necessariamente pre-ferivel.

    Sôb o pseudonymo Ego sum se nos obser-vou no Diário de Pernambuco, n. 261, de 13d'este mez, que estava abolida a pratica eu-ja preterição censurámos, e se nos estranhouque, ignorantes da salutar reforma, abalan-çassemo-nos a criticar o administrador daprovincia por proceder de accordo com a no-ua usança.

    Mais cedo do que suppunhamos, o colle-ga do Jornal do Recife encarregou-se de tor-tar patente quen'aquellacoaretada,domes-mo modo que nas demais, o Ec/o sum affastá-ra-se grosseiramente da verdade.

    De feito, em sua Oazetilha de ante-hon-tem, o contemporâneo declara que, ..tendoterminado o prazo para o recebimento daapropostas relativas á illuminação a gaz paraa cidade de Goianna, houveram-no por en-cerrado, e designaram o dia de hontem,, ás.12 horas da manhàa, para > a

    'abertura "iíàs

    propostas, até então offerecidas, perante S.Exc. o Sr. presidente da provincia.

    Se estivesse condemnado o et^io, que o¦Ego sum, assegurou não mais vigorar, a re-dacção do Jornal, em vez de annunciar queiam ser abertas as propostas, a que reporta-mo-nos por ultimo, dissera que deyiam serlidas.

    E não venham allegar que podéra ter-seaquella redacção enganado: escrupulosacomo ella é, não se equivocara certamenteem noticia, que tanto interessa aos preten-dentes da arrematação, de que agora se tra-ta, e que, segundo nos consta, não são pou-co numerosos. *•

    E', portanto, evidente que, no ponto em

    dividuo bem trajado, e que, ao ser inquiridopelo motivo que o levara a penetrar em ha-bitação alheia contra a vontade de seu dono,desembainhou formidável faca de ponta, e,com esta em punho, abrio-se espaço pararetirar-se muito commodamente com o nu-merario e as jóias de que se havia após-sado ;

    Ao Sr. Juvino Epiphaneo da Cunha rou-baram pela segunda vez, lévando-lhe ape-nas uma salya de prata, que, não será paraadmirar, venha a apparecer em mãos de al-gum inspectòr de quarteirão, se é exacto,come aliás nos affirmam, que foi em poderde um de taes agentes policiaes que S. S.encontrou as jóias que anteriormente sub-,trahiram-lhe, e que, com a maior sem-cere-nionia, declarou-lhe elle ter comprado apessoa, cujo nome não declinou ;

    Moço dé nosso conhocimento, estando a

    partir para a Villa da Independência, pro-vincia da Parahyba do Norte, vio-se forçadoa adiar a viagem, por terem-lhe furtado,n'uma das ruas da freguezia de Santo An-tonio, completamente ajaesado, o cavalloque devia conduzil-o, e com o qual, após re-

    petidas diligencias individuaes, veio a de-

    parar na Várzea, graças á informação queobtivera á custa de uma gratificação de50$000 rs., que quasi fica despendida em

    pura perda, porque o respectivo subdelega-do, apezar de ordem por escripto do br.chefe de policia, pretendeu que não entras-se elle a casa em que sabia achar-se o ani-mal, e onde effectivamente o encontrou, cui-dadosamente agasalhado n'um quarto, semque lhe apresentasse queixa, ou denuncia,em fôrma ; pretenção, contra a qual feliz-mente soube reagir o nosso conhecido, que,sem a sua energia habitual, fôra porventuraèondemnado a ver burlar-se todo o seu es-forço; ''*

    Na estrada de João de Barros apresen-tou-se á porta da casa de vivenda de umadas chácaras, que alli assentam, um homemde côr preta, acompanhado de um matuto ede um menino, que conduziam dous cavai-los ; e, dizendo, em altas vozes, que lhe pre-parassem o jantar, certos de que mais tardevoltaria, mandou que o pobre roceiro entras-se, e fosse receber da dona da mesma casa20$000 rs.,.por que lhe comprara elle duascargas dé farinha em taberna sita em rua,cujo nome não soube indicar a innocentevictima da esperteza de tal homem, que, se-:gundo depois õféclarou a senhora a quemaí A2^ c cr" caminhara, era-lhe inteiramen-te1

    "desconhecido, não recebera d'ella in-

    cumbencia para effectuar uma semelhantecompra, nem, a respeito desta, levára-lhebilhete, ou recado, de seu marido.

    Convencido, em vista de tão terminantedeclaração, de ter sido enganado por astutolarapio, retirou-se o matuto com os seus ca-vallos, antes que ató estes lhe fossem tira-dos.

    CHRONICA

    l-allecillieilto — O partido liberald'esta provincia perdeu mais um_ dos seusprestimòsos membros com o fallecimanto donosso amigo capitão Cândido Manuel deSouza e Oliveira, residente no termo de Se-rinhãem. . .

    Era um cidadão que se distmguia prmci-palmente pelo seu caracter nobre e severo.Contava apenas 31 annos de idade, e deixasua viuva e sete filhos inconsolaveis. _

    Dirigimos nossos pêsames á sua illustrefamiiia.1

    t. '-.'-,

    questão, como nos outros de què se oceu-pou, o Ego sum trucou de falso.

    Eleição «lo Bonito—Em artigoque, na secção Publicações solicitadas, inseri-mos n'este numero da Provincia, o Sr. Fe-lix Fernandes Portella demonstra ató a evi-dencia que no Bonito não se procedeu á elei-cão para eleitores no corrente anno, e queaquillo que assim denominam nada^mais enada menos foi do que designação, a bico depenna, de nomes de indivíduos em quem sereconhecera disposição para subscreveremcegamente á nomeação das pessoas que d'a-qui se lhes indicassem para virem a figurarna câmara temporária como representantesdo 4- districto d'este misero e infeliz Per-nambuco.

    Chamamos a attençao dos leitores para otrabalho do Sr. Fernandes Portella, o qualvem em apoio de quantos, como nós, crêem,e propalam, que foi por uma comedia demáo gosto que effectuou-se o appello á na-ção para pronunciar-se sobre o conflicto ti;a-vado entre uma parte do parjamento.e o mi-nisterio que ainda desgoverna o páíz.

    Salve-§e quem poder.—Recru-decem os attentados contra a propriedadede maneira a nem ao menos restar-lhe a sa-tisfação de ver punidos os miseráveis queatacam-na:

    Na rua Larga do Rosário, um cidadão es-timavel, ao approximar-se de certo aparta-mento da casa em que reside, e que por em-1 quanto não está habitada, por se achar ellecom a famiiia n'um dos arrabaldes da cidade,verificou que lá estava, ás voltas com al-gum dinheiro e diversas peças de ouro, in-

    '

    IÍOMl»€ònselllO. — Dirigiram-nosd'alli as duas cartas, que se seguem:

    „ 30 de Outubro de 1872.« A desmoralisação da policia d'este mal-

    fadado termo vai convencendo aos seus ha-bitantes de que não ha segurança de vida,nem de propriedade para o cidadão honestoe laborioso; e os poucos, mas estupendos,factos que venho trazer á publicidade, am-da d'eata vez demonstrarão ao paiz, que osagentes policiaes, a serviço do Sr. desem-bargador Faria Lemos, excedem era horrore canibalismo aos gladiadores romanos.

    « No dia 28 do corrente, ao encaminhar-se o Sr. Luiz Francisco da Rocha desta vil-la para o sitio Santiago, onde reside, foi.notrajecto, assassinado barbaramente a tirode pistola por Vitalino José do Rosário eMarianno de tal, de Piancó; sendo mandan-te deste crime atroz o alferes Eustorgio Go-mes Patriota, actualmente morador nos ser-toes de Pajeu de Flores, para onde segui-ram n° '•o '^a, aquelles'assassinos,»./?-j)0[s \] rido algumas ruas desta vil-ja ,., •' no dominio publico o factocyw Ji tratado, excedendo-sc emow. -ut o primeiro, a quem sobrou tempo para/.ornar aguardente ríuma taberna coniigua

    ácasa de Antbuio Gonçalves de Mello, que des-gracadamente é delegado de policia aqui.

    «'Ia demasiado escândalo no procedimen-to de taes autoridades policiaes.as quaesconsentiram que se retirassem livrementeos mais ousados sicarios que Papacaça temvisto, apezar de terem á sua disposição umdestacamento sob o commando do celebreMar colmo.

    « Esta condescendência para com o cn-me excitou sobremaneira a indignação pii-blica, que manifestou-se a geito de coagiraquellas autoridades a sahirem, á meia noi-te, com umas novo praças do destacamento, eos paizanos Manoel Telóo, Manoel Geraldo,Nemezio Carlos Soares Vüella, e Joso Gon-

    çalves de Mello, filho do predito delegado,simulando que iam no encalso dos assassi-nos, entretanto que tomaram caminho dia-metralmente opposto ao da estrada, por on-de estes seguiram. .< ;.'' Al-,

    « Em a noite de 29 foram ter a fazendaS. João, termo de Águas Bellas; e, tendo odelegado Gonçalves encontrado ahi o infelizLeodegario Gomes Patriota, morador nestafreguezia, e irmão do mencionado alteresEustorgio, sem que lhe houvesse intimado ordemde prisão, sem qüe lhe tivesse elle opposto ammima resistência, gritou com voz cavernosa :morra o cabra, materno cabra I! ,

    « Immediatamente o policial Joaquim J o-sé de Oliveira, praticando mais uma de suasfaçanhas, disparou a granadeira, e com um'tiro

    certeiro matou incontinente aLeodega-rio, contra quem não havia requisição algu-ma de competente autoridade judiciaria, ecuja viuva, do mesmo modo que mve filhi-nhos, ahi está a carpir a irreparável perdade seu único e legitimo protector.

    « Consta-me que, informado de quantoacabo M expor, o Sv. juiz de direito vai co-,nhecer do facto.

    « Se assim sueceder, e o processo correrregularmente, os assassinos não escaparão a

    pronuncia, e irão responder pòr seu crimeante o tribunal do jury, que, permitta Deus,iulaue-os devidamente." - . .

    « 12 de Novembro de 1872,-Depois daminha missiva de 30 do passado, esta villatem-se transformado em theatro de tristis-simas scenas, cujos principaes, senão uni-cos, actores são os agentes da policia.

    « O juiz municipal, que e conservador,v,em-se visto em apuros com os correhgio-narios. . .

    « O promotor . publico, que lhe participaas crenças e as idéas, está ameaçado em suaexistência pelos próprios de quem, deviaesperar concurso e apoio. .

    « Gracindo, delegado em exercício, limi-ta-se a soltar urros, sò iguaes aos de Poly-phemo, quando arrancaram-lhe o únicoolho. '¦'.

    t Seu irmão Augusto, esquecido do pro-cesso a que o mandou submetter o Sr. Dio-go Velho pela despronuncia de Jatobá, ex-cede-se em ameaças contra céos e terra, ap-pellando para o auxilio de seus numerososparentes. ..."

    « O juiz municipal e o promotor publicoparecem dispostos a desenvolver energia eactividade com relação ao assassinato deLeodegario; mas a policia reage oonfcrajBjr ^les; e, como que para desmoralisal-os, man-da, ou ao menos permitte, que os assassinospasseiem, armados, pelas ruas, desta villa.

    « No momento em que lhes escrevo estaslinhas noticiam-me que o paço da câmaramunicipal foi tumultuariamente invadidopor um grupo, de que fazem p'árte todos osréos que figuraram no homicídio, a que aca- !bo de alludir, e o predito delegado Gra-cindo. . .

    « Nestas circumstancias o juiz municipal,ou ha de ficar a baixo de sua posição, con-demnando-se ao misero papel de mero espe-ctador de tantos e tão reflectidos escândalos,ou expôr-se-ha a conflagar o termo.

    « De desatino em desatino, os que assimestão a anarchisar estas paragens, ousamassoalhar que o Sr. Dr. João Vieira de Arau-jo, juiz de direito desta comarca, retirara-se para essa cidade, já porque não era es-tranho aos torpes manejos, já porque qui-zera, com a sua ausência, proporcionar en-sejo aos discolos para uada vez mais se ex-cederem em tropelias, sem nenhuma res-ponsabilidade para si.

    « E' tamanho o propósito, em que estáoos anarchistas, de neutralisarem a acção dojuiz municipal em bem da causa do direitoe da justiça, que dispozeram as cousas ageito de sêr-lhe negado o destacamento deguardas nacionaes, que requisitara para re-forcar o do corpo de policia, que, nas cir-cunistancii& actuaes,. é, dexerto, insufficien-te para as necessidades do serviço."

    Sem que assumamos a responsabilidadede quanto se contém nas cartas, que ahi íi-cam estampadas.nada hesitámos em dar-lhespublicidade, para que, despertados pelas re-velações do nosso informante, busquem co-nhecer da verdadeira situação do lugar aque aquellas referem-se, e providenciar so-bre esta, os funecionarios públicos, maisimmediatamente responsáveis pela tranquil-lidade desta provincia, e pelo bem-estar detodos os seus habitantes.

    Iluiqiie—Desta comarca dirigiram-nos a seguinte missiva :

    « Em a noite de 24 do passado foi pre&opor um piquete de policia, no lugar deuominado Rapadura, o escravo Horacio, pr"nunciado em diversos crimes, e que se contituira o, terror dos pacíficos e inoffensivojhabitantes das localidades, que costumainvadir.

    "¦A- %V"\ -

    rsi MUTILADO

    ¦1--K -

    . -Aa. ife-4fe:

    1 :

  • \ .. . .

    A Província

    i Ao effectuarem semelhante prisão, raa-taram, com um tiro desfechado sobre a ca-beca, e a pretexto de resistência, a Blandi-no, co-réo. de Horacio, e seu inseparávelcompanheiro de correrias.

    « Ainda quando se queira suppôr que ef-fectivamente déra-se a allegada resistência,parece-me qu6 fora fácil v_ncel-a sem desceraté ao assassinato; visto que está averigua-do que os

    'dous réos, cujos nomes ficam ci-tados, apenas traziam facas na oceasião emque procuraram captural-os.

    « E este meu parecer tem tanto melhorfundamento, quanto é aqui publico e noto-rio que o delegado ameaçou eom cadeia etronco as pessoas que manifestaram inten-ção de averiguar as circumstancias que pre-cederem a morte de Blandino.¦-"¦'« Consta-me que João Gonçalves da Sil-va, pronunciado por crime de ameaças aomajor Antônio Marques, e de quem Hora-cio fora co-réo, vae recolher-se afim de sersubmettido a julgamento na próxima sessãodo jury deste termo, que, afnrma-se, .bsol-vel-o-ha em compensação dos bons serviçosque prestara na captura de seu complice.

    « Em minha opinião, haverá séria diffi-culdade para a absolvição de Gonçalves daSilva; principalmente porque, sendo as mes-mas as provas de criminalidade de ambos, asorte de um ha de ser infallivelmente a dooutro, a menos que o tribunal queira osten-tar-se nimiamente parcial."

    Eleição municipal «le Fio-resta —Apezar das tropelias dos agentesdo governo, venceram os nosso, amigos aeleição municipal do termo de Floresta, emTacaratú. Entretanto fomos informados doque se trama contra a regularidade dessaeleição, que se pretende a todo custo annul-

    E' singular que até hoje se tenha guar-dado o maior silencio sobre essa eleição,cujo resultado o governo ainda não se di-

    gnou mandar publicar.Aguardemos o resultado da trama.Ylce-presitteiàCia — Consta-nos

    que o Sr. Faria Lemos tem procurado des-cartar-se da presidência desta provincia de-

    pois que se annunciou a nomeação do seusuecessor, e què para isto tem convidado al-

    guns dos actuaes vice-presidentes afim deencontrar um que tome a si o seu pesadofardo. S. Exc. tem sido infeliz nos seus ro-

    gos ; por isso que quasi todos se teem recu-sado, e. nomeadamente os Srs. Dr. ManoelPori*."^' e Baj£ão do Eio Formoso.

    Tal é'o legado, que ninguém o quer !Quanto ao Sr. Portella, a sua recusa só

    sò explica por justo resentimento,. Eealmen-te parece zombaria escolherem S. Exc, paratudo, e até para primeiro vice-presidente,mas não para nosso governador.

    E* que o Sr. João Alfredo vê de travéz oSr. Portella, que, sendo proposto para pre-sidente desta província, e apezar dasla,mu-„;_,. ,__ G*. -TU.onrlm.T.lm n nobre ministro

    trazer sobro as costas uma farda, ostá autorisa-do a menoscabar dos transeuntes.

    Ia ahi um simples desforço; mas este pro-vocou altamente contra quem o tomara asiras do provocador e as de seus subalternos,que todos á uma gruparam-se em derredordo pobre homem, moeram-no a coices de gra-nadeiras, descarregaram-lhe algumas baio-netadas, e espantaram o cavallo, que pucha-va a carroça, ao ponto de fazerem-no dispa-rar, e pisar um dos indicados presos, já comas patas, já com as rodas do vehiculo.

    Foi tremenda a algazarra que então le-vantou-se; e, despertados por ella, os Srs.tenente coronel Manoel Joaquim do EegoAlbuquerque e professor João Luiz da SilvaLeiria, coadjuvados por pessoas do povo,prenderam a escolta e o mal-aventu^ido car-roceiro, a quem aliás apenas coubera o pa-pel de paciente. J ^

    lato, porém, não obstante, está « reco-lhido á casa de detenção, para ^b ,fôraconduzido algemado, ao passo que seus of-fensores voltaram sãos e a salvo para esta ci-dade, onde, affirnia-nos o amigo, a quem al-ludimos em principio, ainda não receberamo mais ligeiro castigo pelo crime que com-metteram.

    Bom será que, terminadas as averigua-ções a que o Sr. chefe de policia asseguraestar-se a proceder, publique. S. S. o resulta-do dellas, para que venha o publico a saber,se a verdade milita por seu agente, ou pornosso informante.

    LITTERATURA

    Instrucção republicanaPOR A. GUILLEMIN

    VERSÃO LIVREpoe A. G.

    gral d'uma Encyclopedia dos conhecimentoshumanos.

    Não irei, porém, até lá; ficarei no terre-no da pratica, procurarei a solução particu-lar, que interessa n'este momento á Françae á republica.

    III

    lillOTIA praga «los emprega«los pa-Micos na França.

    CAPITULO PRIM-SIBO

    A instrucção universal

    II

    rias do Sr. Theodorinho, o nobre ministrodo Império, desculpando-se com o Sr. Pa-ranhos, tratou de repellir.

    Entretanto corre que o Sr. Lemos parti-rá para a côrte no primeiro paquete doNorte ; e, se não estiver aqui o Sr. Lucena,

    quem tomará as rédeas da administração ?

    Neste caso, como é para bem de todos, éde esperar que o Sr. Dr. Portella não con-sinta que a provincia fique sem presidente,ou que este seja algum dos illustrados verea-dores da nossa municipalidade. E' o casoem que também juntaremos nossos rogosaos do Sr. F. Lemos, para dizer ao illustrevice-presidente: acceite, Exm. Sr.; acceite,por quem é.

    Como se conta alitstoria.—Na parte diária de 20 do corrente o Sr. dou-tor chefe de policia communica ao Exm. Sr.

    presidente da provincia que, a 18, scientifi-cára-o officialmente o subdelegado doVeresde haver-se, ás i horas da tarde de 17, dadoalli, entre força, que conduzia dous presospara a villa de Cimbres, e o carroceiro

    Eo-mão José Nogueira um conflicto, do qual ha-via resultado o ferimento do mesmo carro-ceiro e o de um daquelles presos; bem como

    que acerca de semelhante facto sepro.seguianos termos da lei. .

    Entretanto a' becurrencia ó reíenda demodo diverso por pessoa que temos em con-ta de fidedigna, e que sobre o incidente nosremetteú apontamentos, dos quaes extraiu-mos o seguinte:

    Na precitada tarde, recollm-se EomaoJosé Nogueira para o Peres, onde reside,conduzindo a carroça, com a qual dá-se aotrabalho que lhe proporciona meios de vida,

    quando, ao passar por uma escolta do corpo

    de policia que conduzia os indicados presos,e insultado pelo respectivo commandantepor estas palavras: Como vai bêbado

    aquellocabra! ' #

    Assim provocado, redarguio .Nogueira :Bêbado vai elle: não se persuada de que, por

    Ao lado d'esta seiencia primitiva desen-volveu-se lentamente, no correr de séculosde reflexões, d'ensaios, d'apalpade*las, umaseiencia d'outra ordem, emergida das pro-fundezas da nossa intelligencia, ou antesnascida, pois não ha n'isto mysteriò algum,da necessidade irresistivel do comparar econhecer a razão das cousas, que é o fundoda natureza do homem. A' serie das desço-bertas feitas e realisadas sob uma fôrmaconcreta, por assim dizer—materialisadas, ecujos progressos foram devidos á observaçãoe á experiência, juntou-se uma outra serieparalella á primeira, dando por peso, nume-ro o medida a lei dos phenomenos observa-dos, e de^suas applicações.

    E' esta a seiencia propriamente dita, aseiencia pura, que ficando por muito tempoisolada em sua dignidade soberba, por fimdeu a razão dos conhecimentos práticos, oporque dos processos das artes e officios, etornou-se fonte dos mais inesperados pro-gressos: a, industria moderna sahio d'estafecunda alliança. (*)

    Em resumo : o estudo, ao mesmo tempotheorico e pratico d'estas duas series para-lellas, tal é a matéria do ensino universal,condição essencial para que nada se perca,d'uma geração para outra, dos conhecimen-tos adquiridos ; pelo contrario, tendendo aaugmentar incessantemente o theseuro com-mum, este ensino constitue em summa oprogresso.^Acha-se hoje organisado em França esteensino integral ? Estará de modo corres-'pondente ás necessidades da sociedade fran-ceza ? |Já respondi pela negativa, e logo da-rei as provas. Sendo assim, na organisaçãodo ensino universal consistiria o problema aresolver.

    Assim posto, é elle do dominio da philo-sophia: 6 ò problema do programma inte-

    Vejamos como, d'esta concepção do ensi-no universal, tal como no-la infundem ahis-toria da civilisacão e do espirito humano, ve-jamos como é possivel tirar d'ella as re-gras para a solução do problema, que vaioecupar-nos.

    Em primeiro lugar os factos, como no-losdá a estatistica e a observação geral.

    Depois, o quanto a instrucção, no senti-do dos conhecimentos da segunda serie, istoé, das sciencias propriamente ditas, está abaixo do nivel, que se pode dizer normal.

    Feito isto, o detalhe, a instrucção nos di-versos gráos: programmas, methodos, pes-soai do ensino, etc.

    Depois, collocar-nos-hemos, já no pontode vista do interesse social, já no do inte-resse individual, a fim de vermos se o favo-recer a um importa o risco de prejudicar aooutro.

    O indivíduo e o Estado ou a sociedadetêm em tudo os seus direitos e os seus de-veres, e por conseguinte as suas responsa-bilidadcB reciprocas.

    D'aqui o principio: em matéria d'instruc-ção e educação, tudo se deve dispor de talmodo, que todo o mal recaia sobre o culpa-do ou negligente, que todo o bem seja re-compensado na pessoa do seu autor. AFrança não poderá queixar-se da ignorânciade uma parte da população, se de sua partenão .tiver tudo fei.to para remove-la.

    E d'aqui a seguinte conseqüência, que se-rá para nós um ideal a realisar, sem duvidaainda longinquo: desde a mais humilde es-cola d'aldeia ati os mais elevados cursosdas altas sciencias, deve-se abrir o accessoa todos; a todo aquelle que por seu traba-lho, por sua intelligencia, por seu proceder,tenha merecido subir os degráos da escadade luz. A nenhum menino, á nenhum man-cebo de boa vontade, seja absolutamenteimpedido o caminho, em razão de privilegio,nascimento ou fortuna.

    Não é uma utopia. Atravessem os incre-dulos o oceano, e com o dedo tocarão isso

    quepareoe uma insensatez, que dá calafriosaos nossos prelados : a instrucção em todosos gráos, acceBsivel para todos, gratuitapara todos.

    Como homens práticos devemos roconhe-cer, que assim não pode ser hoje em Fran-

    ça, em nosso pobre paiz mal ferido, meio ar-ruinado. Falta o dinheiro; e, o que é faltamais grave, os espíritos não estão maduros

    para esta grande innovação.Deixemos por momentos o sonho de hoje,

    que será realidade amanhã, se a republicafundar-se. Entremos no triste e árido do-minio dos factos, taes como nos foram lega-dos pelos acontecimentos d'estes últimostrinta annos. E partamos d'aqui, levandoem conta as necessidades do momento, paraexaminar até que ponto as reformas, quepor toda a parte a opinião começa a

    recla-mar, podem ser realisadas; e quanto nosapproximarão á completa solução do pro-blema.'

    Um brado de afilicção prorompeu da almado presidente da republica franceza, quandouma vez, no calor do debate, surgio-lhe ámente o numero inestimável de empregadospúblicos. Foi apenas transitória allusâo, epouco impressionou a assemblea; mas bemno claro mostrou qual é a corda sensivel.

    '

    0 Sr. Thiers denunciou a verdadeira ori-gem do mal, attribuindo-o ás numerosas erepetidas revoluções que têm conflagrado opaiz. Essas incessantes mudanças, insinuouelle, têm suscitado tantos candidatos a cadaum dos empregos de nomeação do governo,quantos pretendentes ao throno vacante,com' a differença porém, de que a cadeirareal, offerece lugar para um somente, aopasso que nenhum limite se ha posto á mui-tiplicação de arranjos para accommodaçãodos funecionarios. Toda a arte do governo,parece entender o Sr. Thiers, consiste emprocurar «trabalho para os homens á catade empregos.»

    Semelhante tarefa, que converte as re-partições publicas em officinas nacionaes, ésuperior aos meios de que disponham osmais generosos governos. A praga dos em-pregados, que têm xn*ovocado sempre cia-mores em França, aggravou-se agora maisque nunca, sob a administração republi-cana.

    (*) O ensino, a instrucção, como quizérem, éo aprendizado da seiencia, como o aprendizadona industria ó o ensino dos processos, mão(.'obra, etc, que constituem as artes e os officio..Por muito tempo estes dous modos d'ensinoigualmente indispensáveis, igualmente precio-sos, subsistiam separados, sem se conhecerem,sem se apreciarem. Hoje, om alguns pontos (es-colas professionaes, especiaes, d'artes e officios,etc.) elles se tèm confundido, com grande van-tagem d'um e (Voutro. Ató ondo este movimen-to de penetração reciproca deve ser ajudado ? E'uma das questões interessantes da instrucçãopublica em França e em toda a parte.

    $_t lH.lMte»dHtttOVtíttoUtuttov

    ^tttO_Í*$»»0*t _t rtif^»EPICEDIO

    Que vejo ! No Parnaso as doutas Musas,Melancólicas jazem, abatidas;Ê o Nume intonso easa á Lyra de ouro

    Este culto epicedio.

    —Morreste, illustre Alumno. As boas lettrasTe acolherão risonhas; da PoesiaOlanro te depus na fronte grave,

    Sempre votada, a t/lona.

    Opdmo Filho, Eiposo eJremeeiâo,Da liberdade intrépido soldado,E desvelado Pai, que mais quisera

    De ti a sociedade í

    Colhei Flores, Mancebos, Veteranos,Pelas margens for-mosas ãe Hypoerene,Tecei coroas, adornai com ellas,

    Seu túmulo modesto.—

    Disse o Deus ; e com a setta adamantinaGrava uo Bronze rijo o caro NomeDe Bandeira, que aos Evos sobreviva,

    Sempre saudoso á Pátria.

    E vós, que não subis ao sacro MonteDai lagrimas ao Custo, sobre a campaQueimai-lhe o pio aroma ; pobre feudo,Mas sincero, á virtude.

    Antônio Joaquim de Mello

    A perda de duas provincias, que deverater diminuido as despezas publicas, oceasio-nou o effeito contrario, augmentou-as. Asomma dos funecionarios engrossa progres-sivamente; e na mesma proporção a dos ven-cimentos. Sabemos que o Sr. Pouyer-Quer-tier, quando ministro da fazenda, se ufana-va*de «commandar t_jn exercito de 80,000empregados. »

    Cada um de seus collegas tem ás_ suas or-dens legiões cujo algarismo é quasi incaleu-lavei.

    O da justiça dirige não menos de «11,000juizes assalariados.»

    Os funecionarios civis de todas as cathe-gorias andam por 500,000, e seus ordena-dos, que custam £ 10,000,000, sujeitam opaiz a ônus apenas inferir ao dos seus «exa-gerados armamentos.»

    O inconveniente não deve ser lançado áconta somente dos que ora se acham á fren-te dos negócios públicos e dos quens prece-deram nas varias phrases no periodo reyo-lucionario, mas também á das tendênciasda raça.

    Tem raiz em uma condição da sociedade,que mil differentes causas tem feito brotar.Francezes, Hespanhóes e Italianos não sesatisfazem com as circumstancias em quenasceram, habituaram-se a considerar o go-verno qual Providencia, boa ou má, de quemno entanto, como de um inimigo, devemporfiar para extorquir quanto possam. Con-seguirá um ministro defender-se das solici-tações de requerentes individuaes, mas cer-tamenteha de ceder a uma nação depedintes.

    A faculdade de distribuhv.empregados pu-blicos foi de difficil exerciefo nos tempos dodespotismo antigo, quando se concentravaem poucos o poder, quando o ministro irres-ponsavel era accessivel somente pelo canalde algumas pessoas de sua intimidade; pre-sentemente, porém, quanto o não será, tendoem frente a si o governo 750 representantesda nação, e quando a sua jeonservação no

    poder depende menos da sua aptidão do queda presteza com que serve aos seus alliadose capta a benevolência dos seus adversários ?Feliz delle se tivesse de dar somente o quepossue! '.-,-, i t •

    As mais das vezes e obrigado a cletenraquelles que exigem cousas fóra da sua pos-sibilidade. E' ministro de pouca valia o queobsequeia um de seus honrados amigos coma concessão de emprego já existente; esta-dista digno deste nome é o que sabe crearlugares para attender aos desejos dos seusalliados. '..'

    A multiplicação dos cargos públicos devereger-se pela lei da procura. O pessoal nãoseconforma.com as necessidades da admi-nistração; é justamente o contrario : a ad-ministração amolda-se ás exigências do pes-soai. «'Ha mais pretendentes a empregos,disse o Sr. Thiers, do que lugares em que seencartem.»

    E' exacta a observação, mas supérflua :a necessidade consiste somente nos venci-mentos. ínventa-se oecupação ; ainda quefalte, dão-se os vencimentos. O problemaresolve-se creando novos empregos, novasrepartições. Onde um funcionário não tom

    que fazer, nomeam-se dous, três, quatro pa ¦_. ¦

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    ra ajudal-o. Abre-se espaço não para osque trabalham, mas para cs que estorvam.

    Por meio desta complicada e confusa or-ganisacão a machina desempenhará o fim aque se destina : manter, segundo combina-ções que também estão em voga na inglater-ra, a maior somma possivel de operáriospara executar a menor quantidade possivelde trabalho.

    Assim hão praticado na França, Itália eHespanha todos os governos, qualquer queseja o partido de que procedam, quaesquerqüe sejam os princípios econômicos que pro-lessem. O governo do Sr. Thiers começoupossuido das mais louváveis resoluções. Ahiestavtim pedindo emenda todos os abusos daadministração imperial, todas as demasiascommefctidas pela dictadura republicana.

    No orçamento de 1871 e também no doanno subsequente procedeu-se çom a maiorpressa, e portanto os abusos permanecerão,as reformas foram adiadas e a solução dasquestões de economia guardadas para outroanno. Cabia ao de 1873 levar o machado araiz, mas « em vez de propgr reducções nasdespezas, o governo propôz o seu augmento.»Nem uma palavra clisse acerca da suppres-são dos cargos de subprefeitos, de conselhei-ros de prefeitura e mil outros lugares super-fluos da administração departamental, des-sas cohortes de recebedores e collectores qüeabsorvem por um ou por outro modo tantosmilhões ao thesouro publico.

    Assevera-se, com sobeja razão, que teria* bastado ao Sr. Thiers cercear as demasiasda administração para preencher o déficit de$- 8,000,000, que remediou com impostosnovos, e dest'arte não recorreria aos _ direi-tos sobre matérias primas, princip«al difficul-dade com que teve de arcar.

    E' certo, porém, que reformas taes sãomais fáceis de articular do que de executar.E' incontroverso que melhor seráaadmUnistração da justiça em França, estando acargo

    'de 3,000 juizes, em vez de 11,000, co*

    mo ao presente.Sem duvida pode o exercito de 500,000

    empregados francezes ser reduzido á quintaparte, alcançando-se assim obra mais bemacabada, convenientemente retribuida.

    Mas que destino se daria a 8,000 juizes e400,000 empregados, que serião despedidos?Quando, para contenta-los, se lhes concedes-sem aposentações, de que maneira se atten-deria a esses centenares de milhares de in-dividuos que considerão os lugares ora pre-enchidos como herança que de direito lhescompete'?

    Em vão tem descido abaixo das proporçõesmais módicas os vencimentos dos funecio-narios francezes. A multidão dos aspirantesnão desanima á vista da insignificancia doscréditos qué colherão dos cobiçados empre-gos, nem sente-se, por isso, estimulada aprocurar outra oecupação mais lucrativa" eindependente. O salário que paga o gover-no é, ao parecer de muitos Francezes, a uni-ca renda que não corre o risco de sêcca ouinundação. Pretender empregos é de todosos commettimentos o que não expõe a peri-gos, não exige esforços nem capitaos, nãoobriga a mais trabalho que importunar comsolicitações.

    A desmedida subdivisão da propriedade,e escassez do capital, a aversão para emigrar'são causas que igualmente concorrem paraproduzir esse elegante proletariado que in-vade o Estado, qual praga de gafanhotos of-ficiaes. A barateza da construcção superiorconverte a universidade em viveiro de advo-gados que, ou são aquinhoados com empre-gos publicos, ou, mettendo-se em revoluções,perdem a vida, são encarcerados, vão parao desterro. Emquanto um certo numerodesses pretendentes conta com o pão certo,emquanto os outros nutrem a esperança dealcançal-o, o Estado está pouco mais oumenos seguro. E' verdade que poucos sãoos que facilmente se dão por satisfeitos, queas suas necessidades e os seus appetites sãoinsaciáveis, e raro é o que se sujeita ao cum-primento de seus deveres. Mas, por muitoque se lhes dè, o nome desses aspirantes éLegião; ai do governo que não tem boascousas para offerecer-lhes!

    Em França todos gritam por economianas despezas publicas. Os estadistas emdisponibilidade compromettem-se a faze-lacom affectado enthusiasmo, e talvez comsinceridade; mas, apenas galgam as alturasdo poder, fogem, como do maior dos perigos,de toda a reforma econômica. (Do Times)

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    PUBLICAÇÕES SOLICITAISInstrucção publica

    VIAntes de tratarmos detalhadamente dos

    meios coercitivos de que deve ser secunda-

    da a grande instituição do ensino obrigato-rio, porque, como já o dissemos, repetimoshoje, e não cessaremos de declaral-o nunca,para que o helleboro salutar, que encerra tãoimportante instituição, se não venha a cor-romper e tornar-se era violento narcótico dasliberdades sociaes, exporemos ainda algu-mas considerações geraes sobre este graveassumpto, qué encerra questões da maiortranscendência, tendentes a abalar para sem-pre os rijos alicerces do amurado castelloem que dorme apavonada a soberba aristo-cracia brazileira, de mãos dadas com ofallazjesúitismo, ou, quando não attendidas as le-gitimas aspirações populares, a perpetuar ofeudal senhorio, do clero e da nobreza, quenos opprime, envilece e deturpa, e que seráo flagello interminável das gerações por vir.

    A França republicana de • 1793, pela suamemorável convenção, ou antes, para nãofaltarmos com o acatamento devido á razãohistórica, a convenção republicana, em no-me da França-deslumbrada pelas chammasda revolução, conturbada pelos horrores inau-ditos da guilhotina, desvairada pela cóleraque lhe refervia no peito, comprimida pelafidalguia, pelo supplicio retemperado pelosséculos, e insuflada pelo rancor tradicional,que surgia por entre o fumo de antigas he-catonibes; rancor que era o notável carac-teristico da própria convenção, lançando porterra o baluarte da monarchia, que, comoem toda a Europa, ó o futuro mysterioso dasoligarchias constituídas, levantou sobre osdegráos do throno derrocado o altar da li-berdade ensangüentada.

    Deste modo a centralisação adininistrati-va, creada e fortalecida pela monarchia, cir-culo de ferro dentro do qual estorceu-se porlongos séculos a democracia, converteu-se,de improviso, em centro radiante de libera-lismo, que, de Pariz, cimeiro e altivo, semconsultar a vontade das províncias, domina-va absoluto a França emancipada, e obser-vava sobranceiro o resto da Europa ame-drontada.

    A centralisação egoísta, este leito de Pro-custo em que os reformadores revoluciona-rios mediram as novas instituições da Fran-ça revoltada, porém nunca livre, foi o maispoderoso auxiliar que encontraram os res-tauradores da realeza, que a restabeleceramfacilmente sobre os alicerces não

    "destruídos

    das instituições antigas.O ensino obrigatório instituído pelo feu-

    dalismo nos Estados de Orleans, intacto esem alteração alguma, foi o mesmo adopta-do em maior escala, pela convenção em 25 deDezembro de 1793, e disseminado por todaa superfície da França.

    Foi o mesmo dedalo administrativo, ape-nas dilatado pelo patriotismo delirante.

    Verdade é, porém, que, desde então, nãosabemos si porastucia ou* por escarneo, en-tendem unisonos todos os liberaes pacificos,bem definidos, progressistas e moderados,de acordo com os conservadores de todas asmesclas, que a centralisação administrativaé o salvaterio dos povos livres e a ultima pa-lavra da civilisação moderna, mormente emmatéria de instrucção primaria, por amor daindispensável uniformidade de methodo...

    Nós, porém, que somos democríitas, por-que acceitamos de convicção o„ princípiosdemocráticos, até as suas derradeiras con-seqüências, e não porque tenhamos em mirasubir ao poder illaqueando a bôa fe e ascrenças sinceras do povo ignorante, comba-temos de frente a centralisação administra-tiva, principalmente nesta grave questão doensino obrigatório, em que as sugestões cap-ciosas do governo,emissário da corrupção queimpera no alto, podem facilmente infeccionaros sãos preceitos da lei e nullificar comple-tamente as legitimas aspirações populares.

    E tanto mais nos devemos esforçar pelototal aniquillamento das doutrinas centrali-sadoras, relativamente a este objecto, quan-to é certo que a regulamentação das leis, emnosso paiz, por um abuso grosseiro, antigo,inveterado e altamente illegal, está confiadaao poder executivo, por criminosa delegaçãodas assembléas omissas, que forram-se es-candalosamente ao mais sagrado dever, quepressurosas foram solicitar á porta da caba-na rústica dó agricultor e do artista.

    E' vergonhoso, é degradante, é triste dedizer-se, porém forçoso não occultal-o, emface da verdade que nos observa: as nossa,assembléas têem sido o patibulo das grandes.Ilustrações. Os seus annaes volumosos de-param á vista dos leitores curiosos—empola-das prekcções do guindada rhetorica em pa-lavrões campanudos, e..-' uma legislação ir-risoria, que supprem as cç^llecçõ.s de ber-nardices, Confeccionadas por selecjtos júris-consultos. ' Tudo o mais é obra dja adminis-tração omnipotente, de quem são os deputa-dos creados graves, curvados pelo interesseepela lisonja, ou inimigos acerrimos pormotivos ignóbeis, quando não torpes.

    Nos paizes livres em que, como no Bra-zil, se diz, porque a lei o consagra,—que to-dos os poderes politicos são delegações da na-ção, a'centralisação administrativa óum at-tentado imminente; attentado permanente,que se estende ameaçador do norte ao sul doimpério pela reproducção de violações conse-cutivas, que ferem pelos fundamentos as in-stituições liberaes.

    A direcção do ensino deve ser entregue ásmunicipalidades, corporações administrati-vas constituidas por eleição popular, e que,unidas ás Assembléas Provinciaes, podem edevem coaretar, senão impedir poderosa-mente as invasões perigosas do poder execu-tivo, resistindo ás suas imposições illegaes,e mantendo illesb o elemento democrático.

    No BvsbLi, onde o governo, a despeito dastendências populares e das rigorosas pres-cripções l *, ..'.ireito escripto, ostenta com or-gulho inf(j1^urbavel, e com affronta do de-coro naeivl..-, a sua predilecção pelo jesui-tismo astuto e devasso, ao ponto de solicitarpublica e officialmente a sua immigraçãopara o império, pela mediação dos nossosagentes diplomáticos, á custa dos cofres doEstado; onde os padres assoldados pe^o po-der são empregados publicos subordinadosás autoridades administrativas e judiciarias;onde os bispos, representantes da humildadee do ebionismo professados sinceramentepelo carpinteiro de Nazareth, têem honrasde príncipes, vestem-se á guiza de manda-rins da China ou de Grãos-Pachás da Tur-quia; onde a constituição politica deixou deser o livro de leitura das escolas primarias efoi substituida sorrateiramente pelos com-pendios inintelligiveis de inútil Ll.eologia,que nem os próprios padres entendem; nes-te paiz o ensino publico, começando peloprimário, não deve estar ao cargo de um go-verno, cujas vistas politicas são manifesta-mente contrarias aos principios democrati-cos e aos vitaes interesses e independênciados cidadãos.

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    Bonito', 6 de Novembro de 1872

    Lendo o Diário de Pernambuco de 22 dopassado mez de Outubro, deparei com umareclamação, que pelo dito Diário fizera q Sr.Joaquim de Mello Rego com referencia a umprotesto, que mandei publicar na Provin-cia, por cujo protesto levei ao conhecimentodo respeitável publico o modo irregular e ar-bitrario, porque foram feitas nesta fregueziae nas outras do 4.* districto as eleições deAgosto.

    Agradeço muito o modo „grave e cortezpelo qual me tratou o Sr. Mello Rego emsua defesa, e ainda mais agradeço a ingenui-dade que teve S. S. de não pôr em duvida asverdades dos factos, que denunciei; conteu7tando-se apenas de arredar de sobre si aresponsabilidade d'elles.

    Procurando porém S. S. de algum modosantificar a eleição desta freguezia, que lhefora tam propicia, não duvidou mesmo, deaventurar, principios taes, eme a toda. a luzsão perigosos para a sociedade, quando dis-se e disse de pura convicção, que era licito,muito licito fazer-se eleitores sem pleito e porsimples acclamarfio do povo !! E quando écerto, que até hoje ninguém se tinha lembra-do de tam inconveniente e perigosa theoria,que fere de morte a constituição do Estadona parte, eme lhe é mais sensível, ii'aquellaque diz respeito a soberania do povo. Di-zendo isto nem de leve pretendo offender aoSr. M. Rego : com verdades não se offende aninguém: proseguirei pois.

    Que é um eleitor ?Um eleitor é o funecionario ao qual a so-

    ciedade conferio o direito de eleger os repre-sentantes da nação segundo as nprmas que amesma sociedade lhe prescroveo.¦ O eleitor não exerce por conseguinte umdireito próprio, exerce sim um direito dele-gado; não é mandante, é mandatário, nãoexerce em seu nome exerce em nome da so-ciedade.

    E' pois claro como a luz do dia, que aquel-les que não tivere::, recebido o mau.! :to ex-presso do povo, segundo os preceitos da lei,não teem nem podem ter autoridade paraelegerem os representantes da nação : a leinão conhece meios termos nem meias for-malidades, e muito menos a inteira suppres-são d'ellas.

    Que o eleger de que trata o nosso pactofundamental, art. 90, não é o mesma que ac-clamar, sabe-o bem o Sr. M. Rego; assimcomo deve saber, que já temos uma lei re-ginamental, que estabeleceo o modo praticoele nomear eleitores de parochias.

    O Sr. M. Rego, vendo-se talvez ernbara-çado sem poder atinar com uma bôa deseul-pa, que justificasse a razão porque votaram(em sua presença) 5,000 votantes em quatro

    •• -M

    horas, ou mesmo (segundo as actas) em tros .dias, lembrou-se d'um meio assaz engenho-so para supprir a lacuna; lembrou-se d'uma—unanime acclamação do povo}!!

    Se uma tão perniciosa theoria podesso.seraceita pelos altos poderes do Estado, entãopodia-se também desde já affirinar que anossa degeneração já toca ao infinito.

    Por acclamação do povo ?! Qual foi o po- ,vo ? 50 praças do corpo cie policia, e maisalguns agentes do governo compunham ogrande congresso dos acclamantes, cujoechoninguém ouvio ?!

    O Sr. M. Rego, honrado como é, não modeixe mentir: 50 homens de policia disseeu, 50 homens, que tinham vindo de propo-posito para embargar os passos aos liberaes,que ousavam querer disputar com o governouma eleição, qtie elle destinava para os seusagradecidos ?! São factos estes, meu caroSr., aqui tão conhecidos, que ninguém doboa fé os pôde contestar.

    Já vê, pois, o Sr. M. Rego, que os liberaesnão se retiraram da eleição por falta de nu-mero, nem de vontade, seria antes por co-vardia, por não quererem pleitear eleiçãocom a força publica, são adversários muitoseveros: não sabe ? E' facto já bem averi-guado, que o partido, que disputa umu. elei-ção acobertado com a força publica, tem sópor isso provado a sua fraqueza.

    Nem foram somente os liberaes, que nes-ta freguezia se dispunham a votarem em op-posição ao actual governo, foram tambémmuitos conservadores amigos da verdadeiraordem, que se tinham unido aos liberaes,para assim salvarem o paiz d'anarchia go-vernamental: o povo, Sr. M. Rego, sabe dis-cernir para distinguir o bem e o mal; não' f.e precisa de telescópio para descobrir a cor-rupção quando ella é patente.

    Os governistas fizeram bem de^rranjaremsua eleição nas trevas e de urnas trancadas:elles bem sabiam, qual o resultado que osaguardava se por ventura j>, povo fosse quemlavrasse a sentença; mas que não foi, comodesgraçadamente se pode affirmar.

    Dirá o Sr. M. Rego, que não me encom-mendou o sermão, é verdade, mas attendaS. S., que a minha insistência provém tam-bem cTuma atroz calumnia, que me irroga-ram, incluindo-se a minha humilde indivi-dualidade no numero dos 5,000acclamantes,quando tenho inteira consciência, de que lánão estive; mas, consultando o livro de qua-lificação que servio na eleição de agosto, vicom meus próprios-olhos, que c_4a,-rsí7*.«.íifti-'jnha 4,560 qualificados; ora, dizendo-se naacta da eleição, que votaram 5,000, é claro,que votei eu, votaram todos os liberaes, dan-do-se ainda de lavagem 440 votos para com-pletar os 5,000: quanta fertilidade nos trous-se o anno de 1872 ?! A digníssima eommis-são de poderes que examine isso, vamos vero que se passa no 2.* acto da tristíssima co-media, que o Brazil assiste.

    Ae-ora só me resta declarar ao Sr. M. Re-go, que estive, ainda estou na maior cordia-lidade com os Srs. Pontual e coronel Pedro-sa: são dous conservadores mui distinetose honestos, que melhor, que o Sr. M. Rego,conhecem e respeitam as minhas convicçõespoliticas ; nunca me inquiriram a razão porque sou liberal, para que, em retribuição,não lhes pergunte eu também porque sãoconservadores.

    Meus respeitos ao Sr. Mello Rego.- Felix Fernandes Portella.

    A viuva, mãi, irmãos e mais parentes dofallecido Capitão.Cândido Manoel de SouzaOliveira agradecem do intimo d'alma a to-das as pessoas que se dignaram assistir aosúltimos suffragios prestados ao mesmo nodia 16 do corrente, nò Convento de S. Fran-cisco em Serinhãem, e de novo lhes rogam opiedoso obséquio de assistirem a missa dosétimo dia que se tem de celebrar, no raes-mo Convento hoje, 22 do corrente, pelas 9horas da manhã. »¦ .

    Igualmente agradecem, com a mais per-feita gratidão, a todos que durante os quatrodias da moléstia do mesmo finado se digna-ram visital-o no seu engenho Cachoeira-Nova.

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