8
ANNO XVII ' RIO DE JANEIRO, 30 DE MAIO DE 1914 NUM. 1597 sijiíriiv->i ¦,."'^«w.•!l1Kr!<!^^c-z,t<,'^-^51^^ ^ss® Ml u^ vM^Aj; ===== tfM SEMANÁRIO HUMORÍSTICO ILLUSTRADO NUMEltO AVULSO - 300 réis Wvg? Redacçâo, escriptorio e officinas - Rua do Hospício N. 218 - Telephone N. 3515 ELLA— Um beijo no meio da rua ?! O senhor está doido, com certeza! ELLE —Engana-se. Não é «no meio da rua», é na sua boquinha... ELIXIR D Do pharmaceutico e chimico JOÍO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis" Vanda-aa ana toi.a»« o.» Ph«r«i»cl«« Dc-ooaran». i v-r^-^kriãtiãy

ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

ANNO XVII ' RIO DE JANEIRO, 30 DE MAIO DE 1914 NUM. 1597

sijiíriiv->i ¦,."'^«w.•!l1Kr!<!^^c-z,t<,'^-^51^^ ^ss®

Ml u^vM^Aj; =====

tfMSEMANÁRIO HUMORÍSTICO ILLUSTRADO

NUMEltO AVULSO - 300 réis Wvg?Redacçâo, escriptorio e officinas - Rua do Hospício N. 218 - Telephone N. 3515

ELLA— Um beijo no meio da rua ?! O senhor está doido, com certeza!ELLE —Engana-se. Não é «no meio da rua», é na sua boquinha...

ELIXIR D Do pharmaceutico e chimico JOÍO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilis"Vanda-aa ana toi.a»« o.» Ph«r«i»cl«« • Dc-ooaran».

i v-r^-^kriãtiãy

Page 2: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

)-( O RIO NU )-(

tE2^IFIElT5ülEPI¥tEL

ASSIGNATURASAnno . . . 12*000 | Semestre. . 7*000

Exterior: Anno 20*000Numero avulso, 200 réis

Nos Estados e no interior, 300 réisFUNDADO EM 1S9S

Toda a correspondência, seja deque espécie for,, deve ser dirigida aogerente desta folha.

íütoiinra §aifeffefifo-i

OUANDO o Sr. Feliciano Cabrito se

inteirou da sua infelicidade con-jugal, por pouco que não ficou

doido varrido. Ao ter a prova da infidelidadede sua esposa, acommetteu-o uni tão vigorosoataque de ferocidade, que o juizo fugiu-lhe,é certo, por alguns minutos.

Um homem serio e moral ver-se en-ganado I... — pensava elle —Um homem comum nome tão limpo na sociedade!... Oh IE' demais ! Decididamente, neste mundo oc-correm coisas bastante reprováveis I. ..

Pensou e tomou uma resolução. Não ma-taria os culpados. Ver sangue era para ellehorroroso e si os matasse, além de ser pre-so^indajior azar as leis poderiam condem-nal-o a fazer as despezas do enterro de am-bos. Mas trataria immediatamente do divorcioe.. .exigiria do seduetor algumas centenasde francos para indemnisação da honra queelle prejudicara.

Feliciano assentou firmemente esse pro-posito.

A esposa adultera, que havia sahido,entrou naquelle momento. Feliciano caiu so-bre ella :

Sei de tudo, desgraçada ! Prepara-tepara soffrer, porque será terrível a minhavingança !

E como a esposa se quedasse aterrada,desfechou :

A senhora engana-me !Ella não teve animo para negar; caiu-

lhe aos pés implorando:Perdão, Feliciano !Cala-te, mulher funesta ! Sella os teus

lábios impuros e procura fugir para bem lon-ge do mundo em que habitas !.. .(Isto tinha-oelle lido naquelle dia no folhetim de umjornal). Perdão, Feliciano !— tornou a esposa.— Eu sou culpada, é verdade, mas o que fizfoi em proveito teu.

Com mil raios!E' verdade —juro-te!Mas como em proveito meu ? !Calcula que elle me perseguia com

insistência todos os dias e tinha ameaçadomatar-te si eu não desse ouvidos ás suas sup-plicas. Demônio I

—Sempre me dizia : «Não quero que essevelho imbecil desfruete sozinho os encantosdesse teu corpo, que para mim desejo. E heide matal-o, si não me attendes :» Ai, Felici-ano, da minha alma !... Tive pena de ti e...fui. Si não fosse, elle te teria matado.

E quem é esse valente ?E' o campeão de box que trabalha no

Circo Americano.Feliciano sentiu uma impressão dolorosa,

como si tivesse levado um soeco nas cos-tellas.

Um campeão de box!... pensou.—Que terrivel!.. .E eu que nada li uo folhetimque se relacione com uma situação destas !...

Depois de uma pausa perguntou á mu-Iher:

Disséste que o boxeur trabalha noCirco, não é verdade ?

¦—Justamente.Quanto tempo lhe faltará para acabar

o contraeto ?Dezoito dias.

E depois desse tempo o que fará elle ?Embarca para New York, sua terra

natal.E' serio'!Juro-te.Então está bem. Perdôo-tc por esta

vez... mas—vê lá !— não tornes a cahir nou-tia, sinão não sei o que será de ti !

Traducção livre deZEANTONE.

% Galeria Artística.%Avisamos aos leitor*,-**. que tenhamia.l.a «Ir í.I'|iii.i.in estampas «Ia nossa<-aleria Ai-tislie». c qi.eirait. eoni|»Ie-(;.-• a eollreeiio. «pir em nosso c**-.«i"i|>>-torio existem exemplarei «le Iodosos miiucros rio ItlO W ricstle o ini-vio ria pEil>li«-av:io dessa (àaleria. po-<len«Io ser adquiridos sem auqmcitto

«le i>r«*eo.

¦ — Preciso parar com essas orgias ánoite, pois a tosse voltou-me e eu. tenhomedo de entisicar.

— Um frasco de Peitoral de Angico Pelo-tense tirar-te-á a scisma.

Aqui ha coisa...«Uma moça gratifica com

50* a quem lhe arranjar logarde bilheteira de cinema res-ponder por favor para o escri-ptorio deste jornal paraAlzira.»

(Do Jornal do Brasil)

O' D. Alzira, porque razãoTanto se bate por esse emprego,Que nem ao menos ú profissãoE serve apenas como um achego ?

Si não me engano na deducção,Ha nesse annuncio grande mandinga :Ella do emprego não faz questão,Mas a vantagem que delle pinga. . .

X.

30 de Maio de 1914 ggr^^J^

MaMÍte ai CtBimoiiPs©Para o MOTTE n. 6 da 3» serie

Mio deixes ninguém metterA mão no teu cofrezinho

recebemos as seguintes glosas :Um cuidado deves ter,Minha Julinlia adorada;Embora por caçoadaNão deixes ninguém metterMesmo com gosto ou prazer,Com cuidado e com carinho,Neste teu lindo... csctminhoA ponta siquér de um dedo.Mas eu porei, em segredoA mão no teu cofrezinho...

MAS D'AZIL.

Embora te dê prazer,Banana bem grossa ou finaNa tua mão pequeninaMio deixes ninguém metter.O intuito pôde bem serDe algum effeito damnlnho,Pois o gajo, de caminho,lia de querer apalpar,Metter, mesmo a teu pezar,A mão no teu cofrezinho...

MAR SAL.

Nunca te deixes vencerPor juras de namorado,A mão no cofre sagradoNão deixes ninguém metter.Traze-o fechado a valer,Abre o olho, meu benizinlio,Pois não ha ninguém santinhoE os teus vinténs... eram um dia...Si um cabra escovado enfiaA mão no leu cofrezinho.

NICOCLES,—

Si alguém te pedir p'ra verO teu cofre de segredo...Deves mostrar, mas o dedo...Mio deixes ninguém metter.Si por acaso quizerDar na linguêta... um beijinhoAbre-o mui devagarinho,Para não o machucai-;E não consintas tocarA mão no teu cofrezinho...

CAXANÜA-

E's nova para fumar,Minha gracil Marietta !O charuto na boquinhaNão deixes ninguém metter...Si acaso alguém se atreverE tentar abrir caminho,Deves, muito de mansinho,Repellir o desalmado,Pondo logo com cuidadoA mão no teu cofrezinho !

ELMANO II.

Não deixes ninguém metterA mão no teu cofrezinho...Toma cuidado, amoizinho,A'iio deixes amiguem metter...Bem podes depois perderO cubiçado dotiuhoQue nelle tens guardadinho.Sentido, pois, deves ter:Não deixes ninguém metter,4 mão no teu cofrezinho...

NOSTRADAMUS.

3» SerieMOTTE N. 8

Ergue as saias, Miquelina,Mostra essas pernas bem feitas.

Glosas até o dia 6 de Junho.

Page 3: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

30 de Maio de 1914 )-( O RIO NU )-(

ffiKi

ç^*~ wS> ^n

CD

Participou-nos o Tobias que já descobriuquem é o marmanjo, o tal novo admiradorda Aurora, que o ameaçou de morte.

Agora o gajo que se acautele,....«ar Ao despedir-se.da Sílvina, a bordo,

o Ângelo recoiiimendou-Ihc :—«Vê lá 1 Não vás desembarcar sinão em

Lisboa ! Vê lá 1»O rapaz já conhece a bisca e tem medo

deque ella fique em meio do caminho...com algum admirador de oceasiao.

— Eis aqui uma nota interessante, querecebemos em carta c que publicamos na iei—tegra, deixando os commentarios á vontadedos leitores:

«O Tavares do S. Pedro escreveu umaRevista para a companhia do Rio Branco,que segundo nos consta, sobe á scena bre-vemente 1 Agora é que a Albertina sobe aEstrela, pois certamente o amoroso auetordistinguil-a-ha na sua nova peça!!...»

(Os gryphos são de quem fez a nota.)«W Está apaixonada pelo João de Deus

a Leonor, e até mesmo já lhe confessou essapaixão ; porém o João não liga... porque aidéa delle é outra.

Pois não é mesmo, ó Dores ?«ar Foi uma excellente medida ler subido

á scena no S. Pedro a revista O Gabirit INem de propósito 1E' justamente na caixa daquelle theatro

que sempre se encontram gabirtis... a prin-cipiar pelo autor da peça, que é um dosmaiores.

its- Por causa da Sra. Judith Saldanha,levou um trambolhào e foi cahir em cheiono olho da rua o infeliz D. Jiian ÁlvaroMarta.

Quem nos trouxe a noticia foi o JoãoCarvalho, que nos disse também ter muitapena do rapaz.

*»- A Dolores do S. José, apezar de todoo desespero do Isidro, continua a ter grandeinfluencia na brigada policial.

Quem está se rindo muito com o caso éo Mello.

-S-O tal senhor casado já não é mais dasPcpas ; esse insaciável atira-se agora a umaconhecida mulatinha, que não nomeamospara que não nos sueceda caso idêntico aoda celebre Suzaima Castera do... cala-teboca 1

•ta- Anda muito descontente o AlbertoFerreira, porque a sua pombinha bateu asazas para o Club dos Fenianos.

E é por isso que o galante menino naopisa mais naquelle club.

~w Eque tal aquella historia dos gabirus,que estão conquistando agora abertamente aAlbertina Rodrigues ?

Dois e bem tenazes conhecemos nos.Desta vez o doutor Mario avaccalha-se,

com toda a certeza.

CORRESPONDÊNCIA

Álvaro Marta — Não podemos publicaros seus versos, porque não estão nos moldesdo programma do nosso jornal. Aconselha-mol-o, todavia, a que os leve a um qualquerdos nossos semanários theatraes. Ou entãoenvie-os directamente, mesmo em nianus-cripto, á actriz D. Judith.

O Rio civiliza-se. Nunca exprimiram tantoa verdade, como agora, estas quatro palavras,das quaes se usa e abusa nesta Capital.

Na verdade, já contamos com estabeleci-mentos de primeira ordem, como a Alfaiata-ria Guanabara, o colossal empório deroupas feitas e por fazer, para homem.

As mais finas casemiras dos mais variadospadrões constituem o grande attractivo da po-pular alfaiataria da rua da Carioca 34,

Os preços módicos e a amabilidade do pes-soai, completam o renome desta casa.

MARCA REGISTRADAEnviam-se instrucções e acceitam-se pedidos

do interior, dando-se agencia.

Fabiana e Mano — Queiram dizer ao ecl-bre Tavares que, para seu desespero, a Al-bertina deixou o Rio Branco e foi para Jaca-répaguá crear novas forças. Elle que chore.

JOÃO RATÃO.

Au Bijou de Ia Mode ¦ Grande depositode calçados, por

atacado e a varejo. Calçado nacional e estran-geiro para homens, senhoras e crianças. Pre-ços baratissimos, tua da Carioca n. 80 — Te-lephone .1.660.

@ (§)Loção Danzi

Os Srs. Bittencourt iS Muniz,negociantesdesta praça,offertarain-nos um frasco de LoçãoDanzi, especifico infallivel contra a caspa-e-a-queda dos cabellos.

Esse preparado, que honra a industrianacional, é de fabricação paulista e foi oúnico premiado na Exposição Agrícola eIndustrial de Roma em 1912.

Um dos nossos companheiros de traba-lho, que está ameaçado de ver a cabeçatransformada em luzidio queijo do reino,vai experimentar os effeitos da Loção Danzie certamente poderá em breve confirmar asua efficacia.

«Aluga-se uni bom quartoem casa de familia, a moçoscom luz electrica; na rua etc.»

(Do Correio da Manhã)

Vá procurar no infernoOs moços que quer com luz,Eu nunca a vista lhes puzF. na sciencia me interno;Isso é por demais moderno,Somente ú Light compete,Ninguém mais nisso se mette,Por achar que ó imprudência.Ha moços, mas com potênciaDe velas de espennacete!

ELMANO II.

Pomada Seccativa de São LázaroA única que cura toda e qualquer ferida

sem prejudicar o sangue; allivia qualquerdor, como a erysipela e o rheiiniatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradas, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

CcOJHCten^irosVinda das longínquas paragens da rua

da Harmonia-, chegou com o ultimo paquetea Exina. Sra. D. Clarineta Sustenido, eximiatocadora de flautim e tymbales, que vemexecutar vários concertos entre nós.

Por um extraordinário esforço de repor-tagem, conseguimos saber daquella artísticasenhora que entre outros concertos ella faráos seguintes :

Meias solas num par de botas de Na-poleão.

üáspeas novas nos sapatos de MariaCachucha.

Tacões novos nas botas que o Diaboperdeu naquelle logar muito longe que nin-guem sabe onde é.

Mme. Clarineta, durante o tempo em queestiver aqui na Capital, isto é, emquanto acoisa render, dará particularmente lições deflautim de Kapa, instrumento antiquissimo,aos moços amadores, ejarjí. também particu-larmente exercido de tymbales para os cãvã^~lheiros já entrados cm annos que a pro-curarem.

Prevenimos em tempo ás nossas elegan-tes que Mine. Clarineta não dá lições aalumiias, só toma rapazes.

Tutuco -B._poiic-.

Para perfumar o cabello e destruir asparasitas, evitando com seu uso diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Ruas : Andra-das, »| * ri _| 7 e Hospicio, 164 e 166.

ÍP.reE._9!©E[W¥K

Esteve em nossa redacção o cidadãoMeueláo Cornelio Pacifico Manso, que veiucommunicar-nos o seu próximo casamento, ámeia noite, com a senhorita Bertha Larguras.

O previdente homem disse que não davafesta por emquanto,e por isso não convidavaos amigos porque não queria que lhe acon-tecesse como das outras duas vezes em que,depois da festa, verificou que as noivasvinham desfalcadas em alguns vinténs.

Achamos toda a razão 110 Sr. MeneláoCornelio, tanto mais que desta vez a noiva éa Bertha.

Leiamccm psuM-****.9'

N. 7 dos Contos Rápidos — SOO réis

Page 4: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

)-( O RIO NU )-(

f|||| 1 |í &í>ara

CDMas sempre é muilo «indecente» o

«amondrongario» Manoel da venda .'Não é que o «csbrogue» ousou aflirmar a

um velho sério e respeitável que já linha go-sado «prazeres» nos braços da'.boneca» de

• biscuit!Já é ser «pulha» e «indecoroso», mas em

breve receberá o «castigo», pois o querido damorena viuvinha contar-lhe-á a historia dumjarro dágua e depois de derramar a r/í/n,mandal-o-á juntal-a novamente ao som de...«musica de pancadaria» ! I !

.'-'Já sabemos a razão da «ousadia» dahistoria acima.

E' que o .mondrongo» Manoel, querendofazer-se amado da «bonequi.iha»,teve o des-plante de fazer-lhe propostas e a formosa epequenina viuva, mandou-o fazer A...samire 1! t

Bem merecida lição, ó «avaccalhado mon-drongo»!

.ruT A celebre Leonor do Engenho Novodiz que odeia o magistral pirata Arv.

Será porque o Ary não tem o habito dechupar romã, como os outros zinhos a quemella adora?...

ti'' O Fausto «cem noivas» rufou um «es-brogue» na rua Pernambuco.

Seriam ciúmes da Duchinha ?itíT O Engenho de Dentro já possue um

novo pirata, do qual contaremos, brevementeas façanhas.

Poderemos, seu Gualberto Castro ?.rs- A ex-corista Roxo disse que iria go-

sar novos amores no Rio das Pedras ou Ma-dureira.

Tambem é familia?íf3" Na rua Dr. Bulhões, final do pavão,

existem umas donzellinhas que vivem aosbeijos com os «noivos» até ás tantas.

Assim já é pouca vergonha !irar O «águia» Ignacio Miranda é roxo

numa conquista.Olha, ó Ignacio, não vás te espetar em

alguma «espada» 1na" O «guarda maluco» Annibal deu para

chorar p'ra burro por causa da Ercia.Parece que o Annibal tomou água de eu...

ração lavado!•rs." Como iremos de novas conquistas nos

Pepinos, ó «ajaponezado» Samuel ?,ts- Porque será que o zinho da Leonor

anda com os lábios todos rebentados?Será por causa do «veneno da romã»?....rs" Que celebres passeios andará dando

pela zona Bocca do Matto o menino da Iza ?Quererá cantar a Carmen de Bizet?Só si for na formosa e agradável «pe-

tropolitana» plaga I13' Seu Sainha da arrecadação, a sua for-

mosa Maria Adriana tornou-se uma... ran-zlnza I

Até já se deixa seduzir por africanos,além de pensar que a cascata do Campo deSanfAnna é casa de modas\

t& Um jogador celebre de bilhar, doPortuense, nos affirmou que no Meyer, sãocoisas impossíveis :

.. .o Madeira deixar de ser conquistador.

.. .o Izidoro de ser tétêa,

.. .o Ferraz dar suite nos beijos da we-sugth.

.. .o «abaixadinho» chapeleiro da rua Lu-cidio Lago não viver entre «rosas» e «silvas».

...arosea «rosa» não fazer «caretas»

quando vê o seu ex-pequeno dr) tempo domarido.

.. .o Barroso deixar de ficar «impressio-nado» com o francez do Maison, por causado «descanço».

...a Rosalina não ser ««negrolra».

.. .a Viuva Alegre do Tenente França nãoconversar no bond com os co.iduclorcs.

.. .o cor'nel H. Pilo não andar com bonspequenos.

...o João Maison Moderno, quando clie-ga o momento solemne, não ter jantado.

.. .a formosa C. não andar sempre num«idylio» roxo.

...o Guilherme não ser sempre a diíie-rença do Pedro.

...a morena V. do Lisboa não virar acara quando vê um... tenente.

.. .o «mondrongo» Manoel perder a «es-perança» falai.

.. .o Armênio Flores não desovar alguém.

...o tinor Tálá deixar de cantar.

...o Arantes deixar de conduzir crioulasá meia noite para o Campo do CachambyFoot Bali Club.

...o «pequenino» Germano conseguirperder o medo.

.. .o «Zéca Mingáo» não servir de cor-reio.

...o acarteirado Paulo beber só arespela Alzira.

...o barbeirinho Manoel não baptisarcrianças, para ter... comadres.

...a Alzira deixar de adorar São Luiz.

CORRESPONDÊNCIA

Pirata-rei do Engenho dc Dentro — ÁlvaroCunha é o nome de um rapaz que habita aszonas de São Francisco Xavier. Dahi a suaqueimação, mas vê-se que não se trata doamigo.

Agora, se fosse mocinho, ainda poderiahaver «encrenca».

Madeira — Deixe criar cabello e depoisnos falle.

Caruso — Leia, todas as sextas-feiras,com attenção.

Mocinho — Ficar mudo ? Pois a zona édas melhores.

Sabetuclo de Cachamby — Mande comurgência o tal mysterio.

Ferraz — E' muito bom, mas o logar éexquisito !

¦ .'¦, Pompéo — Até hoje, nada. Será prohibi-ção da «viuvinha doschiliques» ?

Samuel — Garantimos que é certo. Ces-teiro que faz «dez» cestos poderá fazer «onze»,não acha?

C. M. A.— Está satisfeito ? Não sahiu hamais tempo por deficiência de espaço.

PIRATA MÓR.

de Maio de 1914 E§=

WSM 81CONTOS RÁPIDOS

Linda collecção de contos rápidos a3(10 réis cuia exemplar com ...na bellae suggestivA gravura impressa em papelcolidia.

Os dez primeiros desses contos .titi-lulam-se: O tio empata, A mulher dcfogo, D. Engracia, Faz tudo..., A ViuvaAlegre, O menino do Gouveia, A Pulga,O Correio do Amor, Dolores c FamiliaModerna, constituindo uma preciosabibliotheca de leitura rápida e... esti-mulante.

Cada exemplar custa, pelo Correio,500 réis; mas quem quizer obterá col-lecção completa dos dez enviará ape-nas a importância de 3Í500.

Pedidos, acompanhados das respe-ctivas importâncias a

, ALFREDO VELLOSOí" 218, Rua do Hospicio - Rio de JaneiroRimi

«Um senhor discreto, pro-cura um commodo modesto,mas asseiado, em casa dcsenhora edosa, para descan-

çar tres vezes por semana.Cartas neste jornal etc.»

(Do Correio da Manhã)

Seu grandíssimo sa nipaio '.—Não-faea-sc-ena-e-e-iMre-mezes-;—

Quer commodo para tres vezesDescansar numa semana ?Você, seu velho canalha,|á deve estar a br incar IO quarto é p'ra trabalhar,Pois só tres vezes trabalha.Deixe dessas maroteiras,Pelas quaes merece tosa ;Você, da senhora idosaSó quer quartos c cadeiras;Ou então (isto peora),E' esta a melhor de todas,Da casa da tal senhoraQuer fazer casa de. . . modas!

ELMANO IL

\\ ^OM, I «c°^s '^ i vllilliftftV ali B- .J~j^t=~~-W ' / ! HtÊÊlj,^.^^|í^PEL.OT7r5j£ /j ''ffl

PEITORAL DE ANGICO PELOTENSE

Não ha em todo o mundo medica-mento mais efficaz contra tosses, resinados,influenza, coqueluches, bronchites, etc, àoque o Peitoral de Angico Pelotense, verda-deiro especifico contra a tuberculose nosprimeiros grãos. E' o melhor peitoral domundo. O Peitoral de Angico Pelotensenão exige resguardo. Vende-se em todas aspharmacias e drogarias.

Depósitos; Pelotas, Ed. C. Sequeira;Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel &C; Santos, Drog. Colombo.

COMO ESTAVA COMO ESTOU

Page 5: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

30 ife Maio de 1.14 )—( O RIO NU )-(

Regras de civilidade

i—i

Estamos em inicio da nova temporada decorso e por isso mister c lembrar ás senhoraschies e aos cavalheiros elegantes algumasregrinhas de civilidade a observar nesse logar.

CDSó mesmo quem é burro é que pede a

Deus que o mate e gasta dinheiro cm auto-movei para fazer o corso.

O plano c este : um cidadão enfarpela-secorrectamente c vai para o principio da Ave-nida Botafogo ; mal avista um auto de umconhecido,faz um signal imperioso ao chauf-jeur e aboleta-se ao lado do camarada, quevem dentro, dizendo:

— Só até o Pavilhão, meu caro amigo.Um contratempo imprevisto; tive que cedero meu a Mme. X. P. T. O. que teve o deliadesarranjado.

Assim faz-se o bonito durante toda atemporada do corso sem gaslar uma de Xpois lia muitas madames X. P. T. O. par;pretexto.

CDE' bom não se esquecerem de levarem

luvas; e que na falta destas um par de meias,desde que tenha buracos para os dedos, serveperfeitamente.

CDQuando por todos os modos não possam

conseguir um auto ou um carro, façam ocorso de carrinho de mão, o que é a super-

—eleganciana Rússia e ainda lia de ser aquiporque já ha muita senhora que no mysteriodos seus aposentos particulares faz exercíciosde carrinho de mão.

CDNo chá do Pavilhão Mourisco é que

ha o verdadeiro perigo de perder os foros'de elegante.

Nunca se deve mexer o chá com a colhe-rinha e sim com um biscoito ou mesmo como dedo, si fòr possível agüentar o calor dabebida. Depois de bem mexido chupa-se odedo.

CDO chá deve ser sorvido com bastante

estrepito e os bigodes ou a boca limpam-secom as costas da mão. Depois dc cada goleé ultra-chlc dar um estalo com a lingua.

Deve-se encher tanto a boca de biscoitosque as bochechas fiquem arredondadas evermelhas. Igualmente se mastigará fazendobastante ruido.

Pôde acontecer que se tome um golequente de mais, então deve-se gritar :

— Vá queimar a raiz da grã.. .Serra doMar 1

PETRONIO.

Não ha outra que torne a pelle maiamacia. Dá ao cabello a côr que se desejs.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpaa caspa. — Ruas : Andradas, 43 a 47 e

para Hospicio, 164 e 166.

PERFIS SUBURBANOS

J. 11. B.E' o «xlrente» do salão de cima, pois nos

baixos o .manda-chuva» é o Barroso.Moreno, bigodes e cabellos pretos, bas-

tanfe sympathico, traja-se como um verda-deiro dantiy.

No Meyer, onde habita, 6 um verdadeiroleão na arte de conquistar.

Arranja pequenas a dar com um pao,mas quando já as tem rendidas ás suas lábiase promptas para o «sacrifício», o João lein-bra-se sempre que... acabou de jantar 1

Ila pouco tempo, teve a ventura de seramado por uma das mais formosas morenasdos subúrbios, que gostosamente, e semremorsos, queria fazer-lhe presente de tresmoedinhas muito cobiçadas e que eram todoo seu thesouro, mas escapou porque o nossoheróe... tinha jantado!

Este celebre jantar vem sempre a propo-sito, antes duma conquista, o que nos fazscismar que o nosso photographado tem faltade... razão \

Tirando-se os «celebres jantares», o|oão é um bellissimo camarada, um coraçãode ouro e um... conquistador terrível!

MAS D'AZ1L.

«Precisa-se de sócia paramontar um negocio lucrativoe de pouca despesa, á vistase dão as explicaç,5tès. Cartapara a redacção deste jornala M. B.»

(Do Correio da Manhã)

Sei do negocio que tratasPor annuncios de jornaes ;Vi pelas iniciaes : —— li' fazer meias baratas!

ELMANO II.

Folhetim do "Rio Nu"

FLAVIO DUVAL

CASADA E VIRGEMjÜf Historia realista de um homem

como ha muitos

111

—Ora, que tolice ! Tu já não és hojeuma menina de quatorze annos, precisar co-nhecer a vida. Que dirá de ti a sociedade .

—E o peccado ? O demônio...—Minha queridinha, isso tudo nao passa

de uma invenção, de uma tolice. O amor não¦é uma cousa vã e sim uma emoção do ceo.Os animaes amam, procuram-se uns aos ou-tros O amor é a verdadeira vida. Si teu ma-rido fosse um homem, si exercesse os seusmysteres, outro gallo te cantaria. Nao erasa figura melancólica que és, essa estatuaambulante que atravessa annos inteiros semsaber porque e que irá um dia para o seioda terra sem que houvesse gosado. Anda,mette-te na cama commigo, antes que o dia-bo te agarre. ,

Os olhos da moça pousaram uo vastocrystal do penteador e nelle ficaram gravadoscomo duas estrellinhas no céo.

Lúcia, desembaraçada também da camisade cambraia que encobria as suas formas,abraçada á companheira de tantos annos, tor-

mava com ella um grupo divinal, digno doburil de Phidias. Eram lindas assim, com-pletamente nuas, reflectidas naquelle espelhocomo clarões de luar boiando á flor daságuas !

Insensivelmente, ambas as bocas se uni-ram num demorado beijo. Regina fechou osolhos e deixou-se conduzir sem saber a queestranha força obedecia...

IVO Theatro Municipal regorgitava. Os

collos nús, faiscantes de jóias, surgiam doscamarotes como essas constellaçoes que diyi-samos através das noites silenciosas. Oshomens, solemnes e graves, em traje de rigor,de pé por trás das senhoras, esperavam omomento de começar o espectaculo. Osmúsicos da orchestra afinavam os intrumentos.

De repente, em um dos camarotes surgiuo perfil encantador de uma mulher. Regina,no auge da belleza, acabava de apparecer,tornando-se alvo de todos os olhares.

Leoncio, da frisa em que se achava,poude vel-a demoradamente, cheio de enthu-siasmo e de oaixão.

— Que bonita que ella era ITodo o seu pensamento estava agora

voltado para aquella obra prima da natureza,mimo de graça de candura I Fora, sem duvida,aquella a sua musa inspiradora, a Magdalenameiga que delineara, nas noites ardentes emune escrevera os doces idylios daquelle Cal-vario prestes a ser atirado aos ouvidos ávidosde uma população inteira!

Regina, estava escripto.sena o seu ideal,

c_o>st© s§A Margarida RabonaSempre os homens satisfaz;A alguns ella dá a... mãoA outros a parte de... E'isso!

PONTO.

Já está á venda"A BBÍJL,«A"

N. 7 dos Contos Rápidos — 300 réis

a sua amantesinha querida. Por ella daria,em holocausto, a própria existência.

Os tympanos soaram, a orchestra come-çou a tocar uma ouvettura melodiosa quefazia enlevar os corações. Leoncio oceul-tou-se do publico, abrigando-se mais nointerior da frisa, afim de que pudesse, semser visto, ler as emoções que o seu dramaproduziria no semblante de Regina.

O panno subiu lentamente e o primeiroacto correu animado. Era a apresentação dospersonagens, os primeiros olhares trocadosentre um poeta e uma princeza, aos primei-ros clarões da lua cheia. Havia nas ultimasscenas a melancolia que adormece e encantaas almas sonhadoras.

«Amar-nos-hemos sempre, Djalma, eque a cruz que brilha nó céo seja a eternatestemunha do nosso amor.

Ou o meu eterno supplicio...Por toda a platéa, em movimento, fervi-

lliavam os commentarios. As senhoras acha-vam lindos o primeiro encontro e os primei-ros juramentos.

Si os demais actos fossem assim...Regina estava pensativa, scismadora; tinha

os olhos presos no velario. A orchestra veiudespertal-a. Ia começar o segundo acto. Ascena representava o pateo de um castello,ile onde se descortinava o bosque distante.Magdalena principia a sentir as primeirascontrariedades. Onerem casai-a com umhomem a quem detesta. A luta desenvolve-see, no momento em que o velho castel!ao_ aexprobra, ella vê um papel cahir a seus pes.

(Continua) .

Page 6: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

e = ggj )-( O RIO NU )-(

_WíJi '' S f tO.,L N U %

, ¦ ¦¦

C9 30 dc Maio dc 1914 &

CD.. .na zona Mem dc Sá a Angela Falia-

bosta contractando o seu bibelot por cincofachos. . .

. . .na zona Cattete a Julieta B.Quadrada...

...na zona Praia da Lapa a Luizinhaacompanhada do menino Arthur...

...no ..Rio Branco» a Mathilde e o seuvelho marchante. ¦ ¦

...o conhecido Pé Espalhado levando oscontras da Santinha, em certa pretençâo...

...na zona praça Tiradentes, o NhonhôManteiga atrás de uma polaca da zona Lapa...

...a Helena Olho Grande dando o de-sespero com as notas das zonas...

.. .o menino Mario contando a um grupode gurys as vantagens que leva de uma func-cionaria da zona estragada...

...aPaulina da zona Avenida Passos12, inconsolavel com o desprezo que lhe votao tenor do S. Pedro...

...o barbeirinho Lambe Lasca querendoembrulhai- os camaradas, dizendo que a mar-ca do rosto foi machucadella...

.. .na zona Ouvidor a Rosa Caolha e oseu rufia...

...na zona Cattetedado com um agaloado«Zttavos» diariamente.

a Martha de braçoque freqüenta os

TUDO VE.

fe&

Leiam o N. 10 dos Contos Rápidos— Fa-milia Moderna e verá o resultado !...

Ançiedade I

linda e pallida Esther anda triste;si lhe perguntássemos quaes ascausas de sua tristeza,por certo

„__ não nol-as saberia dizer. Nadalhe falta, todos os seus caprichos, por maisextravagantes ou dispendiosos que sejam,são logo satisfeitos pelos pais extremosos.A sua infância decorrera fácil e ridente numafelicidade perpetua, entre o amor carinhosodos pais e a sympathia dos que a conheciam.

Mimosa como filha unica, tão rica dedinheiro como de belleza moral e physica,certo era uma das de que se costuma dizerque foram abençoadas por alguma boa fadaao nascer.

Porque aquella tristeza arreliante, que aconsome dia a dia?

Ella acordara um dia, não alegre comode costume mas commovida e pensativa. Nanoite anterior seus pais tinham dado umgrande baile em honra das suas dezeseisprimaveras attingidas. Esther dansára, rira,cantara, sempre alegre e satisfeita, recebendode todos parabéns sinceros, effusivos. E —lembrava-se—o ultimo com quem dansárafora o Júlio, seu companheiro de infan-cia, pouco mais velho que ella; e já tarde,quasi de madrugada, ella recolheu aos seusaposentos. Mas, apezar do cansaço da noitetão movimentada, e contra o costume, osomno fôra-lhe rebelde, demasiadamente re-belde mesmo. _

A imagem do primo nao lhe salura damente- e não era a imagem do companheirode brinquedos.passeiosecorrerias através do

jardim, das gargalhadas francas e esponta-neas. Parecia-lhe que lhe notara uni ar pen-sativo que cila não conhecia, sentia palpitardocemente o seu coração até ahi adormecidono somno suave da innocencia, e seus lábiostremiam quando pronunciavam o seu nome.

Mas porque ?—perguntava-se surprchcn-dida...

E tal era a impressão nova que sentia,que sonhara com elle.

Lembrava-se vagamente de ter gozadomuito durante o sonho; algo de desconhe-cido se passara nella,porque tinha a intuiçãodtins estremecimentos langorosos, muitovivos, qne a agitaram toda a noite.

E logo de manhã, quando acordara maiscansada do que esperava, qual não foi o seuespanto ao encontrar uma mancha creme quese destacava na alvura de seus lençóes finos;e porque eslava assim agarrada ao traves-seirâo de pennas, tão macio como a suacarne virgem ? Para que aquella força comque o esmagava de encontro aos seus seiospequeninos, mas muito lindos?

Donde provinha aquella mancha? Por-que se sentia mais feliz hoje que dos outrosdias? Porque não saltava, ligeira e alegrecomo das outras manhãs, ao acordar, sau-dando a aurora com um canto alegre comoas avesinhas que tanto amava ?

E sentia-se mal com esse mysterio quenão podia aprofundar, e perguntava a si pro-pria, cada vez com mais insistência:

—Mas porque, porque ?...PORTHOS.

No requerimento em que D. AquellaPinto commtinicava para os devidos effeitosque, tendo se casado com o cidadão FuãoGallo, deixava de ser Pinto para passar aGallo, o Snr. ministro da Caixa d'Agua domorro da Favella exharou o seguinte des-pacho: «Indeferido; mulher de gallo semprefoi gallinha».

craiHBH.Bf m de lEsi-ratosGabirúA — Ora deixe-se dc coxamblan-

cias 1 Quem melhor que você saberá remédiopara essas defluxeiras? Quantas c quantasvocê tem tido e passado adiante muito hon-radamente! Não amole não, filhinha, vá indopTa diante.

MAROCAS — O que é que tem isso? Paraque vai cahir na patetice de contar tudo aonoivo antes do casório ? Não seja arara, caleo bico, case, durante o banquete nupcial cas-que bastante champagne no bruto e quandose recolherem ao quarto faça fita, bem estu-dada, que lhe garantimos que o bicho nãodará pelo pequeno desfalque no dote.

Hoje isto já é chie, já é moda.Novata— Existiu, existe e existirá sem-

pre essa tal imitação do natural feita em bor-racha, porém nâo creia que o resultado sejacompleto e igual ao verdadeiro. Não sabe-mos onde sc vende, mas nem tem necessidadede comprar um artificial quando aqui naredacção ficam tantos á sua inteira disposição.E olhe que não ia mal servida !

Curioso — E' para nós impossível comsegurança poder informal-o a quantos deMaio aconteceu a tal coisa a Porto-Alegre;entretanto você pôde saber isso perfeita-mente perguntando a sua mãi, que foi aparteira.

Leitor assíduo — Sim senhor, vai terem breve mais um saboroso pratinho daCollecçâo Amorosa para restaurar-lhe asforças.

Caia no «Sandwich» e lamberá os beiços.JOÃO DURO.

Bibliotheca d'0 RIO NU

A CABEÇA DO CARVALHO - Pyrami-dal trabalho do bestunto do incomparavel Va-gabando, 2#000; pelo Correio, 2J500.

SCENAS DE ALCOVA — Inleressantis-simos episódios da vida de um pobre copei-ro que acaba como patrão da patroa, 1J500;pelo Correio, 2Í000.

AMORES DE UM FRADE — (2- edição,n. 1 da «Collecçâo Amorosa») — Escândalo-sns peripécias de amor prohibido, acompa-rihado de interessantes gravuras. Verdadei-ras scenas dignas da antiga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO — (ri. 2 da «Col-lecção Amorosa») — Episódios picantes entreum casal recem-unido pelos laços do matri-monio, contados por Mathiisalém, 500 réis;pelo Correio, 800 réis.

MADAME A1INET —(n. 3 da «CollecçâoAmorosa») — Historia de unia linda viuvinhapatusca, que para comer exige appcrilivos es-peciaes... Custa 500 rs.; pelo Correio, 800 réis-

CASTA SUZANNA — (n, 4 da «Collec-ção Amorosa»)— Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zella e Lúcio d'Aniour, que afinal consegueentrar em Barcelona depois de varias invés-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

ÁLBUNS DE VISTAS — Collecçâode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-chi de l-> qualidade e acompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Estão publicados os ns. 1, 2, 3, 4 e5. Preço de cada um, lfOOO; pelo Correio1#500.

CONTOS RÁPIDOS —Estão pu-bliçados os seguintes : N. 1, Tio Empa-ta — N. 2, A Mulher de Fogo —N. 3, D. Engracia — N. 4, Faz tudo...

N. 5, A Viuva Alegre—N. 6, OMenino do Gouveia — N. 7, APulga — N. 8, O Correio do Amor

N. 9, Dolores e N. 10, FamiliaModerna.

Todos esses contos, que são escriptosem linguagem ultra livre, contendo uma gra-vura cada um, narram as mais pittorescasscenas de amor para todos os paladares.

Cada um custa unicamente 300 rs., peloCorreio : 500 rs.

Todos os livros acima citados sãoíll listrados com gravuras tiradas donatural.

UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissimaparodia á «Ceia dos Cardeaes», cm versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contamsuas aventuras amorosas, numa linguagemde alcova, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis.

CD

Os pedidos dirigidos ao nosso escripto-rio devem vir acompanhados da respe-ctiva importância, em vales postaes, ordenscommerciaes ou dinheiro e endereçados aALFREDO VELLOSO, Rua do Hospicio, 218..

Licor TibainaO melhor purifica-

— dor do sangue «~

GRANADO & C. - Rua Io de Março, U

Page 7: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

30 dc Maio de 1914 )-( O RIO NU )-(

^_5lMé^___lCD

Veiu á nossa redacção o Sr. Ramiro cha-peleiro, que, defendendo-se das accusaçõesque lhe foram feilas neste mesmo logar, nonosso numero passado, disse-nos que nuncase incillcoti repórter do Rio Nu e que, si fossetido nas zonas como tal, isso o prejudicariajunto ás mulheres, pois todas teriam receioda sua approxiniaçáo.

Não podendo atlribuir á simples mávontade do encarregado desta secção accusa-ções tão positivas, pedimos provas e elle nosticu algumas, entre as quaes o testemunho deum dos sócios da Casa Pastora, á praça dosArcos n. 12, que aflirmoii ter ouvido o Sr.Ramiro dizer á Irmã, ex-Norma, na presençade mais duas mulheres, que elle era repórterdo Rio Nu e que por isso podia garantir queella não sahiria mais nesta secção.

Ahi está o valor da defesa do Sr. Ramiro...Outra coisa: promettcmos ao Sr. Ramiro,

como medida de conciliação, evitar que con-firmasse o ataque pessoal que lhe era dirigidopelo nosso companheiro LlNOUA DE PRATA ;entretanto, elle foi gabar-se ao gerente dobotequim do Paranhos de que viera á nossaredacção e conseguira a promessa de nãosahir mais o seu nome no Rio Nu.

Isso é falso.A Redacção.

CDAVISO. — O «Rio Nu»

não tem repórter ai-qum nas zonas para

dar ou não dar notasnesta secção; todoaquelle que se apre-sentar como tal é umintrujão e deve sertratado como me-rece.

Na zona chieA Altiva da zona Mem de Sá 34, com

toda a sua altivez de cocoílc chie, acaba dedar uma prova de que nem tudo que luz eouro, pois ua noite de quinta-feira 21, andoude farra na Mèrc-Louise com o Manoel Mon-drongo, caixeiro da casa de pasto da zonaLapa 23, e o melhor freguez do becco doMosqueira, logar onde se acceita esse pes-soai que tem horror á agua. .

Uni conselho, menina: si pretende decalurassim tão depressa, mude-se para uma zonamais estragada. ,

Quando o marchante da zona S. Clementesouber... , .

ft:."As coisas andam pretas para o lado doloão da rua dos Arcos, filho do velho Lisboa,"porque a Lina da zona Arcos já soube dosseus amores com a Esmeralda.

Agüente firme, seu rara!tar Depois que certa nortista mudou-se

para a casa da Izolina, zona Mem de Sá 68,a Santinha anda enciumada pelas festas dis-pensadas á nortista, pelo Pé Espalhado.

Si você soubesse, Santinha, o que essekagado diz de você, não ligaria tanta impor-taiícia e acceitaria os conselhos da Maioral.

•ta" A Julieta B. Quadrada, da zona Lat-tete 106, vai acabar com a tal pinçüo chie,porque os quartos andam sempre vasios eella não arranjou outro paca igual ao coronel.

Que azar, hein, dona Dondon ?/t_ A Paulina da zona Avenida Passos U

pretendia fazer uma viagem á Bahia ou aBello Horizonte, afim de endireitar a vida quelhe corre mal aqui, mas a rogos do r-itinha,que alta noite na calçada dessa Avenida, de

joelhos quasi, lhe pedira que desistisse disso,porque assim elle faria triste figura entreseus companheiros, promettendo-lhe ajudal-ano que pudesse, deliberou desistir da viagem,mesmo porque o tenor do S. Pedro quando avê foge como o diabo da cruz.

0' Paulina, tome juizo ; olhe que vocêjá é uma funecionaria velha '.. ¦.

&r A Chica Trem anda furiosa com oJoão Burro, por andar o mesmo propalandocertas falsidades commcttidas por ella.

Não ligue, dona Chica. O homenizinho éburro até nisso.

«T Continua a Helena Olho Grande, dazona Mem de Sá 54, a fazer escândalos na«Garage Carioca» por ciumadas do Felix.

Serão essas coisas feitas sob a acção dacocaína que ingere diariamente essa fune-cionaria ?

tscs A Lola da zona Avenida Passos 12andava a duas amarras. Uma proporcionava-lhe vantagens, outra dava-lhe bordoada. Nessasituação, resolveu dar um passeio para sever livre do zinho que a amava á valentona.Voltando pouco tempo depois, abarracoudefinitivamente com o que lhe proporcionavantagens, mas o outro, sabedor disso, feztal encrenca que desbancou o Chico do bote-quim da zona Visconde do Rio Branco.

Dias depois certa funecionaria da zonaGeneral Câmara, sabendo que o seu zinhotinha voltado aos braços da Lola, foi á casadesta e a coisa foi preta, ficando o zinho semos amores de ambas.

Livra ! Quanta encrenca, Lola !/tar Queira desculpar-nos, dona Esme-

ralda; não era preciso ficar tão zangadinhaassim por termos descoberto os seus novosamores com o filho do Lisboa.

O que é bom toca a todos, não acha ?itcT A Sebastiana Paulista anda ranzinza

com um burrissimo caixeirinho, por nãopoder o mesmo continuar a marchar como

- no-principio do seu abarracamento.Pudera, si o menino sabe que as vanta-

cens quem as leva é o chauffeur !...í-:T Participou-nos a Sinházinha que ja

encontrou quem substitua o Bambu.Já vê, sua funecionaria, que não nos

enganamos quando dissemos que procurasseuma do Pará para lhe satisfazer melhor.

m Garantiu-nos a Maria Urubu, da zonaGomes Freire 35. que vai mandar para aoSapucaia» o já celebre vestido preto.

Estão satisfeitas, suas reclamistas?«ar Disse-nos a Olympia Jagunça, da

zona Rezende 74, que é verdade ter empe-nhado o seu guarda-sol de cabo de ouro paradar os quarenta fachos pedidos pela constado «Rio Branco», mas que não tem que darsatisfações porque o guarda-sol foi presenteda franceza da zona Cattete.

E o que temos nós com essa coisa toda,sua crioula „.'",'"", ,n

.13' Mudou-se da zona Riachuelense 10para a de Mem de Sá 99 a funecionaria Lalá,que ali pretende ter o seu bom suecesso.

Quem será o padrinho do pimpolho?M' Então, seu Pé-pé Lambe Lasca, você

consente que a wesugth da zona Cattete lhedê soecos a ponto de lhe marcar orosto ?

Ora, seu barbeiro, dê-se ao respeito Imr Encontramos á porta da casa da

zona Cattete 106, o seguinte soneto :

«Além dos vícios que possue Julieta,Tem mais ainda o de fumar charuto ;Não para de fumar um só minuto,Mesmo até quando toca clarineta.

Prefere o preto aos outros — que a cor pretaE' signal que o trabuco é forte e enxuto.Pode ser grande, enorme, ou mesmo brutoEngole-o todo sem fazer careta.

Dêem-lhe marca Deiró, ou qualquer marca,Que ella tem resistência e pede mais;Pois, em passeio por uma comarca,

Alguém que a viu fumar disse: E' capazDe fumar qualquer cano de uma barca.Ou mesmo até d'algum Mmns Geraes 1»

¦ O que nos diz a isto a Julieta B.Quadrada ?

LINGUA DE PRATA.

Licor TibainaO melhor purifica-— dor do sangue —

GRANADO & C. - Rua Io de Março, 14

BOLSA DE OURO

CHAPA SEMANAL

y_ã_^

766_63_168 346-47-245 758-57-950

719_20-817 142-41-243 527-26-328DEZENAS

05-63-12-79-21 -82—37—29-51 -92—22

CENTENAS495-501-169—534-786-853

DON FELICIO.

LOTERIAS DA CAPITAL FEDERAL

Grande e Extraordinária Loteria de São JoãoEM TRES SORTEIOS

l°_em 20 de Junho, ás 3 horas .-.-^<&-,,-„-•.Prêmio maior: 1oo:ooo$ooo

2°— em 22 de Junho, ás 11 horas

Prêmio maior: -1oo:ooo$ooo3°- em 22 de Junho, á 1 hora ,^^^<tt^^r>

Prêmio maior: 200:000^000Total dos tres prêmios maiores 4oo:000$000

Preço dos bilhetes inteiros 16*000 em vigésimos de 800 réis

Bilhetes ã vencia em todas as casas loterleas

Page 8: ELIXIR D - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/706736/per706736_1914_01597.pdf · )-( O RIO NU )-(tE2^IFIElT5ülEPI¥tE L ASSIGNATURAS Anno . 12*000 | Semestre. . 7*000 Exterior: Anno

^Hü )-(° R1° NU)-( s_s= 30 de Maio de 1914

D direita do filho

: I

— Menino, tenha modos, sinão eu digo á patroa que você quer metter a mãona minha panella.

— Então papai pôde metter e eu não posso?...

^_l@@_re, |*^_ ___^_. N

N. -I - O TIO EMPATA III N. 7 — A PULGA. 2 — A MULHER DE FOGO N. S — O Correio do Amor3 — D. ENGRACIA N. 3 — DOLORES.A— FAZ TUDO... N.-IO - Família Moderna. S — A VIUVA ALEGRE N. -1 -1 - NA ZONA... (Em preparo). 6 — O Menino do Gouveia \\\

Contos RápidosA' venda _m nosso eseript