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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO
FERNANDA BEATRIZ BATISTA LIMA E SILVA
VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TRAUMA VASCULAR EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS SUBMETIDOS À TERAPIA ANTINEOPLÁSICA
NATAL/RN
2018
1
FERNANDA BEATRIZ BATISTA LIMA E SILVA
VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TRAUMA VASCULAR EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS SUBMETIDOS À TERAPIA ANTINEOPLÁSICA
Tese apresentada à banca examinadora, como requisito
parcial para obtenção do título de Doutora em
Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
Área de Concentração: Enfermagem na atenção à
saúde.
Linha de Pesquisa: Desenvolvimento tecnológico em
saúde e enfermagem.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Luisa Brandão de
Carvalho Lira
NATAL/RN
2018
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Bertha Cruz Enders - Escola de Saúde da
UFRN – ESUFRN
Silva, Fernanda Beatriz Batista Lima e.
Validação do diagnóstico de enfermagem trauma vascular em
pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica /
Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva. - 2018.
144f.: il.
Tese (Doutorado em Enfermagem)-Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-
graduação em Enfermagem. Natal, RN, 2018.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Luísa Brandão de Carvalho Lira.
1. Trauma Vascular - Tese. 2. Estudos de validação - Tese. 3.
Enfermagem - Tese. I. Lira, Ana Luísa Brandão de Carvalho. II.
Título.
RN/UF/BS-Escola de Saúde CDU 616.13/.14-001
Elaborado por MAGALI ARAUJO DAMASCENO DE OLIVEIRA - CRB-15/519
3
FERNANDA BEATRIZ BATISTA LIMA E SILVA
VALIDAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TRAUMA VASCULAR EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS SUBMETIDOS À TERAPIA ANTINEOPLÁSICA
Tese apresentada à banca examinadora, como requisito
parcial para obtenção do título de Doutora em
Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte.
Aprovada em 31 de agosto de 2018
BANCA EXAMINADORA:
Profa. Dra. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Profa. Dra. Bertha Cruz Enders
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Profa. Dra. Maria Alzete de Lima
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. Marcos Venícios de Oliveira Lopes
Universidade Federal do Ceará
Dra. Weruska Alcorofado Costa
EBSERH/Hospital Universitário Onofre Lopes
4
Agradeço a Deus pelo dom da vida, pela minha
saúde, por me fortalecer na fé a cada dia e pelas
pessoas de luz que coloca em meu caminho.
Dedico esta tese aos meus pais, meus anjos, por
todos os ensinamentos, por serem minha inspiração
e força a seguir em busca dos meus sonhos.
5
AGRADECIMENTOS
À minha família por todo o cuidado, amor, suporte, incentivo, confiança e compreensão
durante as conquistas, ausências e dúvidas.
Aos meus amigos, minha segunda família, que estão presentes em todos os momentos da
minha vida. Em especial às amigas Dândara, Marcela e Livinha, por terem me ajudado tanto
durante toda esta caminhada.
À professora Ana Luisa, minha orientadora, que me acompanha desde a iniciação científica,
pelos ensinamentos e amizade construída além da vida acadêmica.
Ao professor Marcos e às professoras Bertha, Alzete e Weruska, pelas valiosas contribuições
para o aprimoramento deste trabalho.
Aos especialistas que contribuíram durante a etapa de validação do conteúdo do diagnóstico.
Às meninas do grupo de pesquisa pelos momentos vividos e crescimento em parceria.
Aos bolsistas que ajudaram na coleta de dados.
Aos colegas de turma, em especial às amigas Rhayssa e Bebel, com quem dividi os dias de
aula, trabalhos, tensões e que caminharam comigo.
Aos amigos do trabalho que vivenciaram comigo esta trajetória.
Aos meus pacientes que se dispuseram a contribuir com o trabalho.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, aos docentes e aos funcionários.
6
RESUMO
O trauma venoso em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica é frequente,
estando relacionado à redução na visibilidade, palpação e diminuição do calibre na rede
venosa durante o tratamento. Entretanto, embora exista um quantitativo expressivo de
diagnósticos de enfermagem, o trauma vascular não está contemplado na Nanda Internacional.
Nesse contexto, estudos de validação de diagnósticos de enfermagem são de grande valia para
legitimá-los em populações específicas, bem como para a construção de diagnósticos ainda
não existentes. Assim, objetivou-se validar o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular
em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica. Estudo metodológico,
desenvolvido em três etapas: análise de conceito, operacionalizada pela revisão integrativa da
literatura; análise de conteúdo, realizada com nove especialistas por meio de grupo focal; e
análise da acurácia dos indicadores clínicos, desenvolvida com 200 pacientes em um serviço
de referência em oncologia do Nordeste do Brasil. A análise da acurácia dos indicadores
clínicos foi realizada a partir de três diferentes modelos ajustados de classes latentes. O
projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição responsável, sob o Parecer número
1.717.695 e CAAE número 57967816.3.0000.5293. Os resultados mostram que foram
analisados 56 artigos na primeira etapa do estudo, sendo identificados quatro atributos, 13
antecedentes e 13 consequentes. Na segunda etapa, como resultado da análise de conteúdo dos
especialistas, permaneceram três atributos, 13 antecedentes e 11 consequentes. Na última
etapa, a prevalência do trauma vascular na clientela investigada foi de 11,17%. Os indicadores
clínicos diminuição da elasticidade vascular, dor e sinais de infecção no sítio de inserção do
cateter apresentaram elevados valores para especificidade. Conclui-se que o diagnóstico de
enfermagem Trauma Vascular é válido para pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica. Dessa forma, o estudo contribuiu para ampliar o corpo de conhecimentos
próprio de enfermagem e melhorar o raciocínio diagnóstico do enfermeiro na prática clínica.
Palavras-chave: Estudos de validação. Trauma Vascular. Quimioterapia. Enfermagem.
7
ABSTRACT
The venous trauma is frequent in patients submitted to antineoplastic therapy, and is mainly
related to the reduction in visibility, palpation and reduction in network venous caliber during
the treatment. Although an expressive amount of existing diagnoses in Nanda International is
identified, "vascular trauma" is not contemplated. Studies of validation of nursing diagnoses
are of great value for legitimizing the specific events, as well as for the construction of
diagnoses that are not yet contemplated by the taxonomy. The present study aimed to validate
the diagnosis of vascular trauma in patients submitted to antineoplastic therapy. It was a
methodological study, developed in three stages: concept analysis, content analysis with 9
experts through focal group and analysis of the accuracy of clinical indicators was performed
with 200 subjects from the referral oncology hospital in northeast Brazil. The analysis of the
accuracy of clinical indicators was performed based on three different adjusted models from
analysis of latent classes. The project was forwarded to the Ethics Committee of the Liga
Norte Riograndense Contra Câncer, respecting the ethical aspects in human related research,
according to Resolution no. 466/12 of the Conselho Nacional de Saúde. The project was
approved by the Ethics Committee from the responsible institution under the advice number
1.717.695 and CAAE number 57967816.3.0000.5293. The results presented were analyzed 56
articles, being possible to analyze the concept with the mark of four attributes, 13 antecedents
and 13 consequents. The second phase, as result from content expert analysis, remained three
attributes, 13 related factors and 11 defined characteristics after some adjustments. The last
model presented 11,17% of the patients with vascular Trauma, showing the best result.
Analyzing the clinical indicators, "Decreased vascular elasticity", "Pain" and "Signs of
infection at the site of catheter insertion" presented high specificity values. Thus, the study
supported the nursing “Vascular trauma” diagnosis is valid in patients with cancer submitted
to antineoplastic therapy. Thus, the study contributed to expand of own nursing knowledge
and to improve the nurses diagnostic reasoning in clinical practice.
Keywords: Validation studies; Vascular trauma; Chemotherapy; Nursing.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema de estudo de validação de construto clínico de um diagnóstico de
enfermagem. ............................................................................................................................. 29
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Processo de seleção dos estudos a partir do primeiro cruzamento: Lesões
Vasculares AND Vasos Sanguíneos AND Quimioterapia em cada base de dados. Natal, 2018
.................................................................................................................................................. 32
Quadro 2 - Processo de seleção dos estudos a partir do terceiro cruzamento: Lesões
Vasculares AND Quimioterapia em cada base de dados. Natal, 2018 ..................................... 33
Quadro 3 - Processo de seleção dos estudos a partir do quarto cruzamento: Vasos sanguíneos
AND Quimioterapia em cada base de dados. Natal, 2018 ....................................................... 33
Quadro 4- Resultado final do processo de seleção dos estudos após aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão em todas as bases de dados e cruzamentos. Natal, 2018 .......................... 33
Quadro 5 - Proposta do diagnóstico Trauma Vascular com seus componentes e definições a
partir da análise conceitual. Natal, 2018................................................................................... 42
Quadro 6 - Proposta do diagnóstico Trauma Vascular com seus componentes e definições
conceituais e operacionais. Natal, 2018 ................................................................................... 56
Quadro 7 - Proposta diagnóstica do Trauma Vascular para pacientes oncológicos submetidos
à terapia antineoplásica, com seus respectivos elementos: características definidoras e fatores
relacionados. Natal, 2018..........................................................................................................73
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização dos estudos que compuseram a amostra da revisão integrativa de
acordo com o continente onde foi desenvolvida a pesquisa, ano de publicação, idioma, cenário
e o método. Natal, 2018 ............................................................................................................ 41
Tabela 2 - Caracterização sociodemográfica dos pacientes oncológicos em terapia
antineoplásica. Natal, 2018 ....................................................................................................... 70
Tabela 3 - Caracterização clínica dos pacientes oncológicos em terapia antineoplásica. Natal,
2018 .......................................................................................................................................... 71
Tabela 4 - Modelos de classe latente para o diagnóstico Trauma Vascular. Natal, 2018 ....... 72
Tabela 5 - Probabilidades posteriores do diagnóstico Trauma Vascular a partir dos três
modelos de classe latente ajustados. Natal, 2018 ..................................................................... 74
11
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A – Protocolo da revisão integrativa da literatura...............................................96
APÊNDICE B – Instrumento para a extração dos dados da revisão integrativa.....................98
APÊNDICE C – Carta-convite aos especialistas para participação no estudo (2ª etapa)........99
APÊNDICE D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – Especialistas (2ª
etapa).......................................................................................................................................100
APÊNDICE E – Termo de autorização de voz (2ª etapa).....................................................103
APÊNDICE F – Instrumento de coleta de dados (especialistas)...........................................104
APÊNDICE G – Instrumento de coleta de dados (pacientes – 3ª etapa)...............................126
APÊNDICE H – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – pacientes (3ª
etapa).......................................................................................................................................129
APÊNDICE I – Termo de autorização institucional para uso dos documentos dos
pacientes..................................................................................................................................132
12
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A – Declaração institucional....................................................................................135
ANEXO B – Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa..............................136
13
LISTA DE SIGLAS
CAAE – Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
CACON – Centro de Alta Complexidade em Oncologia
CD – Características definidoras
CECAN – Centro Avançado de Oncologia
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
CINAHL – Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature
DE – Diagnóstico de enfermagem
FR – Fatores relacionados
HLA – Hospital Luiz Antônio
LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE – National Library of Medicine and Nattional Institutes of Health
NANDA- I – North American Nursing Diagnosis Association
NIC – Nursing Interventions Classification
NOC – Nursing outcomes Classification
PE – Processo de Enfermagem
RN – Rio Grande do Norte
SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem
SE – Sensibilidade
SP – Especificidade
SUS – Sistema Único de Saúde
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
VPN – Valor preditivo negativo
VPP – Valor preditivo positivo
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 22
2.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................. 22
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO .............................................................................. 23
3.1 ANÁLISE DE CONCEITO (WALKER; AVANT, 2010) ................................................. 23
3.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO POR ESPECIALISTAS ..................................................... 26
3.3 ANÁLISE DA ACURÁCIA DOS INDICADORES ......................................................... 27
4 MATERIAIS E MÉTODO ................................................................................................. 30
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ................................................................................ 30
4.2 PRIMEIRA ETAPA: ANÁLISE DE CONCEITO ............................................................ 30
4.2.1 Revisão integrativa ........................................................................................................ 31
4.3 SEGUNDA ETAPA: ANÁLISE DE CONTEÚDO POR ESPECIALISTAS ................... 34
4.3.1 Seleção dos especialistas ................................................................................................ 34
4.3.2 Realização do grupo focal ............................................................................................. 35
4.3.3 Análise e organização dos dados .................................................................................. 36
4.4 TERCEIRA ETAPA: ANÁLISE DA ACURÁCIA DOS INDICADORES CLÍNICOS .. 36
4.4.1 Tipo de estudo ................................................................................................................ 37
4.4.2 Local do estudo .............................................................................................................. 37
4.4.3 População e amostra ...................................................................................................... 37
4.4.4 Procedimentos para coleta dos dados .......................................................................... 38
4.4.5 Análise e organização dos dados .................................................................................. 39
4.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ............................................................................................ 40
5 RESULTADOS ..................................................................................................................... 41
5.1 CONSTRUÇÃO DOS COMPONENTES E DEFINIÇÕES DO DIAGNÓSTICO
TRAUMA VASCULAR .......................................................................................................... 41
5.2 CONSENSO DOS ESPECIALISTAS ACERCA DOS COMPONENTES E
DEFINIÇÕES DO DIAGNÓSTICO TRAUMA VASCULAR ............................................... 55
5.3 VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TRAUMA
VASCULAR ............................................................................................................................. 69
6 PRODUTO FINAL: PROPOSIÇÃO DIAGNÓSTICA ................................................... 75
7 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 77
15
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 86
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 88
APÊNDICES ........................................................................................................................... 98
ANEXOS ............................................................................................................................... 138
16
1 INTRODUÇÃO
A ação de conhecer é inerente ao ser humano e essencial à existência, pois torna
possível a atribuição de significados aos fenômenos que circundam a sua existência. No que
tange à ciência, essa atividade produz saberes particulares de cada área e possibilita a
construção de conceitos próprios representativos dos fenômenos de interesse (GARCIA;
NÓBREGA, 2004).
Na área da Enfermagem, é perceptível a construção, evolução e comunicação de um
corpo de conhecimentos específico e aplicável à prática profissional. Destaca-se que os
conceitos são dinâmicos, fato que impulsiona ainda mais a constante busca por
aprimoramento. Tais conceitos se inter-relacionam para a representação dos fenômenos e a
partir dessas relações são geradas proposições teóricas que embasam a ciência da
Enfermagem (GARCIA; NÓBREGA, 2004).
A prática de Enfermagem tem sua fundamentação oriunda das teorias, e estas, por sua
vez, são baseadas na prática clínica. Enfermeiros são capazes de tomar decisões a partir do
embasamento científico e teórico, bem como do senso crítico que adquirem com a
experiência. Assim, percebe-se a importância das teorias de enfermagem, na medida em que
auxiliam no processo de tomada de decisão clínica, desenvolvendo o pensamento crítico do
profissional (MCEWEN; WILLS, 2009).
Dentre os modelos teóricos utilizados na Enfermagem, evidencia-se neste trabalho o
modelo de adaptação de Callista Roy, que orienta o trabalho do enfermeiro na promoção da
adaptação dos indivíduos a fim de contribuir para a saúde com qualidade. Este modelo divide-
se em quatro domínios ou modos adaptativos, a saber: físico-fisiológico, autoconceito,
interdependência e desemprenho de papel. O modo adaptativo de interesse é o físico-
fisiológico, que reflete o modo como o indivíduo responde a estímulos externos por meio de
manifestações fisiológicas (COELHO; MENDES, 2011).
Assim, ganham evidência os diagnósticos de enfermagem, pois se configuram como
representação das necessidades humanas e possibilitam a prestação de um cuidado focado em
intervenções específicas (GARCIA; NÓBREGA, 2009).
O diagnóstico de enfermagem é uma das cinco etapas do Processo de Enfermagem
(PE). Por sua vez, o PE caracteriza-se como uma ferramenta necessária para a Sistematização
da Assistência de Enfermagem (SAE) no cuidado aos pacientes, família ou comunidade. Tal
ferramenta tem como objetivo a promoção de uma assistência integralizada e direcionada às
17
necessidades do indivíduo. Além disso, instiga o profissional à avaliação rotineira da sua
prática (ALFARO-LEFEVRE, 2005).
Nesse contexto, têm sido desenvolvidos os sistemas de classificação, a fim de ordenar
e organizar o conhecimento produzido na Enfermagem, possibilitando uma linguagem
padronizada e facilitando a descrição de comportamentos na prática (SOUZA, 2002).
Assim, a presente pesquisa teve como objeto de estudo a validação do diagnóstico de
enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica.
Para a operacionalização do estudo, foram seguidos alguns preceitos do modelo proposto por
Lopes, Silva e Araújo (2013).
Para a implementação do PE, faz-se necessária uma padronização da linguagem,
favorecendo a comunicação entre enfermeiros e os demais membros da equipe de
enfermagem. Isso se torna possível por meio do uso das principais taxonomias da área, a
saber: Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da NANDA-Internacional (NANDA-I),
das Intervenções de Enfermagem (NIC) e dos Resultados de Enfermagem (NOC) (VARGAS;
FRANÇA, 2007).
Essas taxonomias fornecerem a padronização da linguagem, bem como facilitam,
organizam e orientam as ações de enfermagem a partir das necessidades identificadas em cada
indivíduo (VARGAS; FRANÇA, 2007). Além disso, a utilização desses sistemas é um dos
elementos-chave para o crescimento da Enfermagem como disciplina e profissão
(CARVALHO; CRUZ; HERDMAN, 2013).
Nesse contexto, destaca-se a NANDA-Internacional, a qual é utilizada pelos
enfermeiros na classificação das respostas humanas aos problemas e/ou processos de vida.
Nesse sentido, enfermeiros identificam diagnósticos de enfermagem com foco no problema,
no risco ou para a promoção da saúde (HERDMAN; KAMITSURU, 2018).
A última edição da NANDA-I, publicada em 2018, conta com 249 diagnósticos, os
quais estão distribuídos em 13 domínios relativos à promoção da saúde, nutrição, eliminação
e troca, atividade/repouso, percepção/cognição, autopercepção, papéis e relacionamentos,
sexualidade, enfrentamento/tolerância ao estresse, princípios da vida, segurança/proteção,
conforto e crescimento/desenvolvimento, e estes domínios estão subdivididos em 47 classes
(HERDMAN; KAMITSURU, 2018).
Embora se identifique um quantitativo expressivo de diagnósticos já existentes na
NANDA-I envolvendo as diversas áreas de necessidades do indivíduo, nem todos foram
submetidos a estudos de validação. Além disso, entende-se que eles foram definidos em
realidades diferentes das quais estão sendo aplicados (HERDMAN; KAMITSURU, 2018).
18
Nesse contexto, estudos de validação de diagnósticos de enfermagem são ferramentas
úteis para que enfermeiros possam identificar a acurácia dos indicadores clínicos e,
consequentemente, julgá-los com excelência. Ademais, compõem a base para o
aperfeiçoamento de diagnósticos já aprovados e para o desenvolvimento de novos
(HERDMAN; KAMITSURU, 2018).
Nesse sentido, destaca-se que os conceitos contidos nos sistemas de classificação
carecem, ainda, de maiores análises, podendo ser submetidos a processos de validação. E,
assim, esses conceitos serão aperfeiçoados e legitimados, formulando um conhecimento
aplicável ao cotidiano dos profissionais e dos pacientes (GARCIA; NÓBREGA, 2004).
Dessa forma, a validação consiste no processo pelo qual certo elemento torna-se
verdadeiro para uma dada condição clínica e para os profissionais de enfermagem, sendo
fundamental para a mensuração de fenômenos da prática (CHAVES; CARVALHO; ROSSI,
2008).
O grau de representatividade da real condição do paciente, indivíduo, família ou
comunidade é indicado pela validade do DE; e isso irá indicar a demanda de intervenção de
enfermagem. Por meio da validação são colhidas evidências capazes de estabelecer a exatidão
e a autenticidade dos fatos (CHAVES; CARVALHO; ROSSI, 2008; CARVALHO et al.,
2008).
Em relação aos modelos de validação, destaca-se o proposto por Lopes, Silva e Araújo
(2013), no qual os autores integram conceitos para a acurácia diagnóstica. Neste modelo são
descritas três etapas metodológicas, a saber: análise de conceito, análise de conteúdo por
especialistas e a análise de acurácia dos indicadores clínicos. O referido modelo está
detalhado no método do presente estudo.
Assim, percebe-se a importância dos estudos de validação de diagnósticos de
enfermagem, para legitimá-los em populações específicas, bem como para elaborar
diagnósticos que ainda não sejam contemplados pela taxonomia. E, assim, contribuir para a
operacionalização de uma assistência de enfermagem mais segura (HERDMAN;
KAMITSURU, 2018).
No contexto do paciente submetido à quimioterapia, percebeu-se que existe uma lacuna
na NANDA-I referente ao diagnóstico Trauma Vascular. Embora se identifique a proposta
desse diagnóstico em algumas publicações (ARREGUY-SENA, 2002; KREMPSER;
ARREGUY-SENA; BARBOSA, 2013; RODRIGUES, 2010; KREMPSER, 2014), a
taxonomia da NANDA-I não contempla o mesmo e os referidos estudos não foram realizados
com pacientes oncológicos.
19
Sabe-se que o paciente com câncer submetido à quimioterapia enfrenta uma diversidade
de problemas, tais como: dor, náuseas, vômitos, queda de cabelo, anorexia, constipação,
disfagia, alterações de peso, dispneia, fadiga e ansiedade. Estes interferem na qualidade de
vida, humor, mobilidade, sono, alimentação e atividades de vida diária desses pacientes
(BATISTA; MATTOS; SAMARA, 2015; BONASSA; GATO, 2012).
Dentre as formas de tratamento para o câncer, a quimioterapia tornou-se a mais
frequentemente utilizada, devido à sua abrangência tanto nas doenças hematológicas, quanto
nos tumores sólidos. A quimioterapia é uma importante aliada no tratamento precoce de
metástases a distância. Todavia, devido à sua ação sistêmica, os efeitos colaterais são
abrangentes, tais como leucopenia, náuseas, toxicidade venosa, toxicidade gastrointestinal. E,
devido a isso, ela é bastante temida pelos pacientes, necessitando de treino e habilidade da
equipe de saúde (BONASSA; GATO, 2012).
A quimioterapia consiste numa terapia de fármacos isolados ou combinados, que afetam
o metabolismo celular, diminuindo o seu processo proliferativo ou levando à morte celular
(apoptose). Para a administração do quimioterápico, pode-se utilizar diversas vias, a saber:
oral, subcutânea, intravenosa, intramuscular, intra-vesical, intra-tecal, peritoneal. A via
intravenosa tem sido a mais frequentemente utilizada, dada a sua segurança na absorção e
manutenção de níveis séricos da droga (BONASSA; GATO, 2012).
A administração de quimioterápicos venosos requer do enfermeiro e da equipe treino e
habilidade técnica de punção venosa e administração, principalmente quando a droga é
vesicante, além de conhecimento sobre manuseio de diferentes tipos de acessos vasculares e
bombas de infusão (BONASSA; GATO, 2012).
Além disso, é importante a utilização de protocolos institucionais que padronizem o
procedimento, abrangendo desde ações aparentemente mais simples, como a escolha do local,
materiais a serem utilizados na punção e fixação, até os mais complexos, como identificação e
manejo de intercorrências. Bem como é imprescindível que enfermeiros tenham competência
científica e técnica para atuar na minimização dos efeitos do tratamento quimioterápico,
especialmente quanto ao trauma vascular (SOARES; ALMEIDA; GOZZO, 2012).
Nesse contexto, observa-se com frequência o trauma vascular nos pacientes oncológicos
submetidos à terapia antineoplásica. Embora se identifique a utilização de medidas preventivas
(RODRIGUES, 2010; SOARES; ALMEIDA; GOZZO, 2012). Também se constata um risco
de trauma vascular elevado nessa clientela (RODRIGUES et al., 2012; ARREGUY-SENA;
CARVALHO, 2009).
20
Soares, Almeida e Gozzo (2012) identificaram nas pacientes com câncer de mama
submetidas à quimioterapia alterações na rede venosa, destacando a redução na visibilidade,
palpação e diminuição do calibre. Além disso, o mesmo estudo identificou como
intercorrências mais comuns: hematoma, hiperemia e dor no local da punção venosa.
Corroborando com o apresentado, outro estudo identificou a ocorrência do trauma
vascular em 55% dos entrevistados em uma unidade de emergência. As características dessa
lesão foram: dor, alteração da capacidade funcional, edema, enduração, alteração na
coloração, solução de continuidade, presença de secreção/pústula e modificação na
temperatura local (KREMPSER; ARREGUY-SENA; BARBOSA, 2013).
Assim, o enfermeiro deve reunir esforços para estabelecer um plano de cuidados para
pacientes com trauma vascular. Entretanto, não pode esquecer-se do planejamento de medidas
preventivas para o diagnóstico “Risco para trauma vascular” (KREMPSER; ARREGUY-
SENA; BARBOSA, 2013).
Destaca-se que a punção venosa é um cuidado essencialmente da enfermagem, e requer
habilidade técnica, científica e decisória para sua realização, visto que esse procedimento
implica em tratamentos que podem ocasionar lesões, dor, edema, capacidade funcional
alterada, equimoses, eritemas, hematomas, pápulas, placas, nódulos, infiltrações, escleroses,
vesículas, bolhas, pústulas, espasmos vasculares e flebites (ARREGUY-SENA et al., 2013).
Devido a isso, é necessário treinamento da equipe de enfermagem para a administração
dos quimioterápicos (BONASSA; GATO, 2012) e para a identificação precoce dos
indicadores clínicos característicos do trauma vascular. Assim, destaca-se a necessidade de
aprofundar os conhecimentos na referida temática, para identificar as medidas de acurácia dos
indicadores clínicos do trauma venoso. E, dessa forma, poder traçar o diagnóstico de forma
precoce nessa clientela, sendo capaz de estabelecer um planejamento eficiente para o seu
tratamento.
Destarte, devido à ausência do diagnóstico Trauma Vascular na taxonomia da NANDA-
I e a ocorrência desse problema nos pacientes submetidos à quimioterapia, reforça-se a
importância da validação do mesmo, a fim de legitimar seus componentes, podendo aplicá-lo
de forma mais segura. Assim, o objetivo da presente pesquisa é validar o diagnóstico Trauma
Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica.
Acredita-se que a identificação dos componentes do diagnóstico Trauma Vascular
nesses pacientes – definição, características definidoras e fatores relacionados – poderá
contribuir para o planejamento de estratégias factíveis para o tratamento do dano causado ao
vaso. E, também, o conhecimento dos fatores relacionados possibilitará o planejamento de
21
estratégias que possam minimizar a ocorrência do evento. Nesse sentido, será possível a
elaboração de um protocolo de cuidados focado nas intervenções para o trauma vascular em
pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica.
O interesse por essa temática surgiu a partir da experiência como enfermeira em uma
unidade de oncologia, onde se vivencia a dificuldade de acesso vascular dos pacientes, assim
como sinais de desgaste e trauma da rede venosa. Percebe-se, ainda, que esses achados se
intensificam à medida que as sessões de terapia antineoplásica se estendem e episódios de
internações ocorrem. E essa condição, além de interferir no tratamento do paciente, acarreta
uma piora na qualidade de vida.
Nesse contexto, o estudo baseia-se na seguinte tese: o diagnóstico de enfermagem
Trauma Vascular é válido para pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica.
Para isso, responder-se-á as seguintes questões do estudo: O diagnóstico de enfermagem
Trauma Vascular é válido para pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica?
Existe um conjunto de características definidoras responsáveis pela presença do trauma
vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica?
22
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Validar o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos
submetidos à terapia antineoplásica.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar o conceito Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica, a partir da literatura pertinente;
Analisar o conteúdo do diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes
oncológicos submetidos à terapia antineoplásica;
Validar clinicamente o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes
oncológicos submetidos à terapia antineoplásica.
23
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO
Para o presente estudo, tomou-se como base o referencial metodológico proposto pelo
modelo de Lopes, Silva e Araújo (2013), dada a sua eficiência e acurácia. Os autores
desenvolveram um modelo de validação baseado em modelos já utilizados, diante da
necessidade de adotar uma estrutura capaz de integrar etapas de referências distintas para
validação de diagnósticos de enfermagem.
Nesse modelo, os autores propõem três etapas para a validação diagnóstica, a saber:
análise de conceito, análise do conteúdo por especialistas e análise da acurácia dos
indicadores clínicos (LOPES; SILVA; ARAÚJO, 2013).
3.1 ANÁLISE DE CONCEITO
A primeira etapa, análise de conceito, consiste na identificação dos atributos,
antecedentes (fatores etiológicos) e consequentes (indicadores clínicos) do diagnóstico de
enfermagem. Além de construir as definições operacionais de cada componente do
diagnóstico de enfermagem (LOPES; SILVA; ARAÚJO, 2013).
A análise de conceito é o artifício utilizado para identificar os atributos de um conceito.
É indicado o modelo de análise de Walker e Avant (2010), que propõem uma análise
simplificada e modificada, com base num modelo clássico que, segundo as autoras, tem forte
relação com a enfermagem e, mais especificamente, com os sistemas de classificação de
linguagem da profissão.
O modelo proposto por Walker e Avant (2010) possui uma abordagem que considera o
conceito como uma abstração, expresso de alguma forma. Através da identificação de
componentes comuns a uma classe de objetos ou fenômenos e pela abstração ou junção desses
componentes, o conceito é formado. Os conceitos são constantemente reconstruídos através
das experiências cotidianas e dos conhecimentos apreendidos.
Para a realização da análise conceitual devem ser seguidos oito passos, a saber: 1-
seleção do conceito; 2- determinação dos objetivos da análise conceitual; 3- identificação dos
possíveis usos do conceito; 4- determinação dos atributos críticos ou essenciais; 5- construção
de um caso modelo; 6- construção de casos adicionais; 7- identificação dos antecedentes e
consequentes do conceito; e 8- definição das referências empíricas (WALKER; AVANT,
2010).
24
A seleção do conceito é feita cuidadosamente, pois aponta o tópico ou área de maior
interesse da pesquisa, sendo recomendável a escolha de um conceito baseada no interesse e
prática do pesquisador ou problema de pesquisa. Além disso, a seleção desse conceito deve se
apoiar na criticidade para as necessidades da pesquisa, devendo ser selecionado o conceito
mais crítico (WALKER; AVANT, 2010).
A determinação dos objetivos da análise conceitual deve ser feita pelo próprio
pesquisador, com antecedência, indicando a motivação para a realização da análise.
A identificação dos possíveis usos do conceito se realiza a partir da busca ampliada na
literatura, onde são elencadas as formas mais frequentes de como o conceito é utilizado
cotidianamente e que estejam descritas na literatura. Destaca-se aqui a importância de não
limitar a busca da literatura para a enfermagem ou medicina, mas buscar de forma ampla, pois
assim será possível compreender a verdadeira essência do conceito (WALKER; AVANT,
2010).
A determinação dos atributos críticos ou essenciais permite a identificação dos atributos
que representam o conceito pesquisado, possibilitando uma visão ampliada e que mostra a
essência do conceito. Ainda, esses atributos contribuem para a compreensão do conceito e
identificação do termo pesquisado. Assim, ao serem apresentadas todas as definições
divulgadas pela literatura para esse conceito, são extraídas as ideias-chave que definem a
essência do conceito (WALKER; AVANT, 2010).
Na identificação dos antecedentes e consequentes, as definições dos atributos são ainda
mais refinadas. Isto porque são identificados os antecedentes à ocorrência do conceito. Os
antecedentes são os acontecimentos ou incidentes que precedem a ocorrência do fenômeno.
Por outro lado, os consequentes são os acontecimentos ou eventos que resultam dessa
ocorrência. Por meio desta etapa, é possível a identificação de itens que antecedem fatores
relacionados (FRs) ou sucedem características definidoras (CDs) a ocorrência do conceito,
elementos essenciais para a identificação deste (WALKER; AVANT, 2010).
A etapa seguinte é a construção de um caso modelo: nesta fase é criado um caso clínico
fictício, com o intuito de exemplificar o conceito. Nesse caso são utilizados todos os atributos
definidores do mesmo conceito definido na etapa anterior, com o intuito de compreender e
visualizar o conceito numa situação da prática. Ainda pode ser construído um caso adicional,
isto é, contrário ao modelo. Nesse caso, os atributos definidores do conceito serão opostos ou
contrários. Destaca-se aqui que a utilização desta etapa apenas se faz necessária se o conceito
não estiver claro no caso modelo, conforme recomendação das autoras. Ressalta-se, ainda,
que a construção do caso modelo e do caso modelo contrário, com base nas definições
25
encontradas na literatura, possibilita o encontro de uma definição única e clara do DE
(WALKER; AVANT, 2010).
Por fim, são definidas as referências empíricas, que consistem em classes ou categorias
de fenômenos reais que, por sua presença ou existência, demonstram a ocorrência do conceito
em si. O seguinte questionamento deve ser respondido: Como esse conceito pode ser medido
na prática clínica? A definição das referências empíricas é de suma importância na medida em
que auxilia os profissionais de saúde na observação do acontecimento na prática assistencial.
Mediante essas definições, torna-se possível o estabelecimento de padrões de avaliação
diagnóstica, de modo que a identificação dos atributos seja realizada de maneira uniforme
(WALKER; AVANT, 2010).
Lopes, Silva e Herdman (2015) identificam três elementos essenciais da análise
conceitual para o estudo de validação diagnóstica, são eles: os atributos essenciais,
antecedentes e consequentes clínicos. Nesse sentido, destaca-se que a análise de conceito para
o presente estudo teve como alvo esses elementos, além da definição das referências
empíricas, tendo em vista a sua importância para a definição precisa dos indicadores.
Para operacionalizar a análise, é necessária uma revisão integrativa da literatura, que
resulta na construção do conhecimento. E como estratégia realização desta revisão é sugerido
o método proposto por Whittemore e Knafl (2005).
A revisão integrativa é um método de pesquisa amplo, na medida em que permite
incluir literatura teórica, empírica e estudos com diferentes abordagens metodológicas. Tem
como finalidade básica a síntese dos estudos realizados sobre determinado assunto,
construindo uma conclusão, com base nos resultados evidenciados. Este método possibilita a
geração de uma fonte de conhecimento atualizada sobre o problema e determina se o mesmo é
válido o suficiente para ser transferido para a prática (WHITTEMORE; KNAFL, 2005).
Para a elaboração de uma revisão integrativa, devem ser seguidas etapas metodológicas,
que possibilitam a identificação das características dos estudos analisados e oferecem
subsídios para o avanço da enfermagem (WHITTEMORE; KNAFL, 2005). O método de
revisão pode contribuir para o aprimoramento das taxonomias, a exemplo da classificação de
diagnósticos de enfermagem, na medida em que possibilita o avanço no conhecimento de
determinado conceito, no caso o diagnóstico, sendo útil e prática para a profissão (POMPEO;
ROSSI; GALVÃO, 2009).
Com base no método sugerido por Whittemore e Knafl (2005), são propostas cinco
fases distintas para a revisão, a saber: identificação do problema de pesquisa, realização da
26
pesquisa bibliográfica, avaliação dos dados, análise dos dados e apresentação dos resultados
identificados na revisão.
3.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO POR ESPECIALISTAS
Nesta etapa, ocorre a análise por especialistas do conteúdo produzido na etapa anterior,
por meio da análise do conceito. Isto é, neste momento os especialistas irão julgar a
adequação dos elementos identificados na revisão, podendo fazer considerações relevantes
para a etapa posterior (LOPES; SILVA; ARAÚJO, 2013).
Tem se identificado na prática dos estudos de validação uma dificuldade nesta etapa
para atingir o nível de expertise ideal entre os especialistas, visto que grupos com alta
expertise em cada temática são difíceis de atingir e esses experts, em geral, têm problemas
relativos à disponibilidade (LOPES; SILVA, 2017).
Diante disso, a estratégia encontrada foi a busca por profissionais com proficiência na
temática em estudo, de modo que um quantitativo maior de experts fosse selecionado. Nesse
sentido, o conteúdo é validado pela sabedora coletiva (LOPES; SILVA, 2017).
Tal estratégia é denominada Teorema da sabedoria coletiva é fundamentada no
raciocínio de que, ao se tomar um grande número de respostas, os possíveis erros inerentes a
cada julgamento individual serão anulados. Assim, para compor os grupos podem ser
indicadas coletividades de um conjunto de pesquisadores, sejam da prática clínica ou
acadêmica da área de interesse na pesquisa (LOPES; SILVA, 2017).
A diversidade da experiência dos integrantes do grupo de Sabedoria Coletiva irá refletir
menores erros associados às estimativas de validade de conteúdo diagnóstico. Assim, para
compor a amostra de experts neste estudo, foram selecionados enfermeiros com experiência
clínica e/ou que tivessem experiência acadêmica em diagnósticos de enfermagem, conforme
recomendam Lopes, Silva e Araújo (2013).
Nesta etapa, para o presente estudo, foi realizada uma adaptação do modelo
metodológico utilizado, sendo aplicado um grupo focal a fim de se obter as considerações dos
especialistas acerca dos elementos construídos na etapa anterior.
O grupo focal consiste numa metodologia para coleta e análise de dados em grupo de
indivíduos que possuem um objetivo comum, o qual pode ser estabelecido pelo pesquisador.
Nesse contexto, existe um intenso diálogo a cada encontro do grupo, onde se torna possível o
aprofundamento acerca da temática estudada (BACKES et al., 2011).
27
O quantitativo de especialistas que se define para um grupo focal direciona o nível de
profundidade das discussões e das análises a que se chega. Grupos menores tendem a alcançar
discussões mais aprofundadas, ao passo que grupos maiores conseguem contemplar diálogos
mais abrangentes e menos aprofundados. Os grupos focais variam de seis a 15 pessoas
(BECKES et al., 2011).
Diante do proposto, acredita-se que uma amostra não extensa de especialistas venha a
contribuir com o estudo, no sentido de que se possa alcançar de modo mais aprofundado a
análise dos achados da revisão.
Neste momento é realizado o consenso pelos especialistas quanto aos elementos do
diagnóstico de enfermagem construídos na etapa anterior; podendo ser alterados o título, a
definição conceitual ou operacional ou, ainda, excluído algum item mediante o consenso do
grupo.
3.3 ANÁLISE DA ACURÁCIA DOS INDICADORES
Por fim, é realizada a análise da acurácia dos indicadores clínicos. Para tanto, busca-se
identificar a representatividade destes indicadores na prática clínica (LOPES; SILVA;
ARAÚJO, 2013).
A etapa de validação clínica é essencial para garantir a adequação da estrutura do
diagnóstico, ou seja, neste momento os indicadores clínicos serão validados de acordo com o
diagnóstico específico. É quando se torna possível o estabelecimento da relação de
presença/ausência das características definidoras com o respectivo diagnóstico em sujeitos
(LOPES; SILVA, 2017).
Estudos de validação de constructos clínicos baseiam-se em testes diagnósticos a fim de
validar as características definidoras de um determinado diagnóstico. Nesse sentido, cada
característica é entendida como um teste diagnóstico e a sua presença/ausência é relacionada
com a presença/ausência do diagnóstico em determinado sujeito. A partir destes testes é
possível calcular as medidas de acurácia de cada característica definidora, estabelecer sua
importância sobre o DE e ainda identificar a sua influência na modificação da inferência
diagnóstica (LOPES; SILVA, 2017).
Existem duas formas utilizadas para a validação clínica, são elas: o painel de
avaliadores e a análise de classe latente.
28
No painel de avaliadores, após a coleta dos dados das características definidoras, estes
são compilados em planilhas junto com histórias clínicas e enviados aos avaliadores, que
devem definir o status do diagnóstico. Após isso, em caso de discordância, quando existe um
número ímpar de avaliadores opta-se pela regra da maioria ou é estabelecido um consenso.
Por fim, baseado na inferência dos avaliadores, as medidas de acurácia são calculadas
(LOPES; SILVA, 2017).
Outra possibilidade para a validação diagnóstica é a análise de classe latente, que foi
utilizada no presente estudo. Nesse método, o banco de dados contendo os indicadores
clínicos indica o status das características definidoras (presente ou ausente) em cada sujeito e
um algoritmo eletrônico é capaz de mensurar a acurácia diagnóstica a partir do diagnóstico
avaliado e ainda estabelecer relações entre ele e os indicadores/características definidoras
(LOPES; SILVA, 2017).
O método de classe latente consiste em uma análise das variáveis relativas ao
diagnóstico de enfermagem. É um modelo estatístico fundamentado no seguinte princípio:
uma variável de observação indireta (diagnóstico de enfermagem) é capaz de explicar
relações existentes entre as demais variáveis de observação direta (características definidoras).
Para tanto, são utilizadas três técnicas estatísticas: análise de classe latente com efeitos
randômicos (LOPES; SILVA, 2017).
Para diferenciação do tamanho amostral em investigações de padrão de referência de
acurácia com base na análise de classe latente, deve-se tomar como base a relação entre o
número de características definidoras. Recomenda-se de cinco a 30 sujeitos para cada
característica definidora avaliada (SWANSON et al, 2012).
As principais medidas de acurácia são a sensibilidade, especificidade e valores
preditivos. A proporção de sujeitos com o diagnóstico de enfermagem para os quais o
indicador está presente representa a sensibilidade (SE). A especificidade (SP) corresponde aos
sujeitos sem o diagnóstico para os quais o indicador está ausente. E o valor preditivo de um
indicador clínico, se positivo (VPP), representa as pessoas que apresentam o indicador clínico,
que realmente têm o diagnóstico de interesse. E, se negativo (VPN), representará a
porcentagem de pessoas sem o indicador clínico que não apresentam o diagnóstico de
interesse (FLETCHER; FLETCHER, 2006). Essas relações estão apresentadas na figura a
seguir:
29
Figura 1 - Esquema de estudo de validação de construto clínico de um diagnóstico de
enfermagem
Fonte: Lopes e Silva (2017).
São utilizadas ainda as medidas de eficiência, razão de verossimilhança e Odds Ratio
diagnóstica para a análise da acurácia dos indicadores clínicos. Destacam-se as medidas de
precisão para a análise de sensibilidade, especificidade e valores preditivos. A partir destas
análises é possível estabelecer relações entre os indicadores e o diagnóstico, no sentido de
observar se, na presença de um indicador, será aumentada a probabilidade de ocorrência do
diagnóstico. E se na ausência de determinado indicador estará ausente o diagnóstico (LOPES;
SILVA; ARAÚJO, 2013; LOPES; SILVA, 2017).
30
4 MATERIAIS E MÉTODO
4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo metodológico. Esse delineamento de pesquisa é sugerido como
artifício para construir, validar e avaliar instrumentos e técnicas, por meio da verificação de
métodos, organização e análise de dados (POLIT; BECK, 2011).
O estudo foi realizado em três etapas – análise de conceito, análise do conteúdo por
especialistas e análise da acurácia dos indicadores clínicos – conforme indicado pelo
referencial metodológico utilizado (LOPES; SILVA; ARAÚJO, 2013).
4.2 PRIMEIRA ETAPA: ANÁLISE DE CONCEITO
Nesta etapa, foi realizada uma análise de conceito seguindo o modelo de Walker e
Avant 2010. A partir da análise foram identificados atributos, antecedentes e consequentes do
diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular. Os atributos serviram como elementos
fundamentais para a construção da definição do conceito. Além disso, neste momento foram
construídas as definições conceituais e operacionais dos indicadores clínicos (LOPES;
SILVA; ARAÚJO, 2013).
Primeiro foi realizada a seleção do conceito, criteriosamente, com o intuito de abranger
o interesse da pesquisa, sendo eleito o conceito “trauma vascular”. Destaca-se que esse
conceito foi analisado anteriormente em estudo com adolescentes, adultos e idosos
(ARREGUY-SENA, 2002), todavia, entende-se a necessidade da compreensão de fenômenos
específicos relacionados à população de pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica. Assim, se propôs a validação do conceito nesta clientela.
Como objetivo da análise conceitual, foi estabelecido: identificar qual é o conhecimento
existente na literatura acerca do conceito trauma vascular em pacientes oncológicos
submetidos à terapia antineoplásica, seus componentes, bem como suas definições conceituais
e operacionais.
A seguir, foram identificados os atributos críticos ou essenciais, ou seja, os elementos
que representam o conceito pesquisado e possibilitam a sua compreensão clara. Nesse sentido,
a partir do agrupamento de atributos do conceito, foi possível estabelecer a sua definição.
Simultaneamente, foram identificados os antecedentes (fatores relacionados) e consequentes
(características definidoras) do conceito.
31
Por fim, foram estabelecidas as definições conceituais e operacionais. Esta etapa é de
suma importância, na medida em que estabelece padrões de avaliação diagnóstica para que a
identificação dos indicadores clínicos do diagnóstico ocorra de maneira acurada.
4.2.1 Revisão integrativa
Para viabilizar a análise conceitual foi realizada uma revisão integrativa, a fim de reunir
o conhecimento já descrito na literatura acerca do conceito explorado. A revisão foi executada
em cinco fases distintas com base no modelo supracitado: identificação do problema de
pesquisa, realização da pesquisa bibliográfica, avaliação dos dados, análise dos dados e
apresentação dos resultados identificados na revisão.
A fim de nortear a revisão, elaborou-se um protocolo contendo os seguintes itens: tema
da revisão, objetivo, questões norteadoras, estratégias para buscar as pesquisas, descritores e
sinonímias em inglês, cruzamentos, critérios de inclusão e exclusão, estratégia para a coleta
de dados e avaliação metodológica do estudo, estratégia para a avaliação crítica dos estudos,
interpretação e síntese dos dados (APÊNDICE A).
As questões norteadoras da pesquisa foram: Qual o conceito de trauma vascular em
pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica? Quais são os atributos do
conceito? Quais são os antecedentes/fatores relacionados do conceito? Quais são os
consequentes/características definidoras do conceito? Quais são as definições conceituais e
operacionais para os antecedentes/fatores relacionados e consequentes/características
definidoras do conceito Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica?
Foram consultadas as bases de dados eletrônicas: Science Direct; Web of Science;
LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde); PUBMED
(National Library of Medicine and Nattional Institutes of Health)/MEDLINE; CINAHL
(Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature); SCOPUS e COCHRANE.
Para a busca, foram utilizados os descritores 1#Lesões Vasculares, 2#Vasos sanguíneos
e 3#Quimioterapia, e suas respectivas sinonímias em inglês 1#Vascular injuries, 2#Blood vessels
e 3#Antineoplastic agentes. Sendo realizados os seguintes cruzamentos: 1# AND 2# AND 3#, 1#
AND 3#, 2# AND 3#, utilizando o operador booliano AND. O cruzamento 1# AND 2# foi
excluído da busca por não delimitar a população e tornar a seleção muito abrangente.
Como critérios de elegibilidade para os estudos foram determinados critérios de
inclusão e exclusão.
32
Critérios de inclusão:
artigos completos disponíveis gratuitamente nas bases de dados selecionadas;
artigos disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol;
estudos que abordem o conceito Trauma Vascular.
Critérios de exclusão:
editoriais;
cartas ao editor;
resumos;
opinião de especialistas;
artigos de revisão integrativa.
A busca nas bases de dados ocorreu entre abril e junho de 2017. Para a seleção dos
estudos, cada base de dados foi acessada e esgotada pela pesquisadora num único dia.
Entretanto, quando não foi possível finalizar a busca no mesmo dia, a página foi gravada, e
era dada continuidade no dia seguinte.
Para a seleção dos estudos foi realizada primeiramente uma triagem por meio da leitura
do título e resumo. Após aplicados os critérios de inclusão e exclusão e, consequentemente,
eliminados os achados impertinentes, ao final da busca nas bases de dados foram gravados os
resultados. Cada estudo identificado foi avaliado quanto à sua relevância para o conceito
buscado, objetivando responder às questões norteadoras da revisão e atender aos critérios de
inclusão.
O processo de seleção dos estudos por base de dados e cruzamentos está apresentado
seguir em quatro quadros. Os três primeiros apresentam o processo de seleção nas bases de
dados por cruzamento realizado e o último descreve os achados da busca completa.
Quadro 1 - Processo de seleção dos estudos a partir do primeiro cruzamento: Lesões
Vasculares AND Vasos Sanguíneos AND Quimioterapia em cada base de dados. Natal, 2018
CRUZAMENTO 01
Lesões
Vasculares AND
Vasos
Sanguíneos AND
Quimioterapia
Base de dados Artigos
disponíveis
Amostra após
critérios de
exclusão
Amostra
seleção
inicial
Amostra
final
Science direct 1754 188 2 1
Web of Science 4 3 1 1
PUBMED 314 109 0 0
CINAHL 3 3 0 0
SCOPUS 99 60 1 1
TOTAL DE ESTUDOS 2171 363 4 3
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
33
Quadro 2 - Processo de seleção dos estudos a partir do terceiro cruzamento: Lesões
Vasculares AND Quimioterapia em cada base de dados. Natal, 2018
CRUZAMENTO 03
Lesões
Vasculares AND
Quimioterapia
Base de dados Artigos
disponíveis
Amostra após
critérios de
exclusão
Amostra
seleção
inicial
Amostra
final
Science direct 3649 324 3 2
Web of scienc 23 17 2 1
PUBMED 598 181 6 2
CINAHL 20 20 0 0
SCOPUS 406 239 6 4
TOTAL DE ESTUDOS 4696 779 17 9
Fonte: Dados da pesquisa (2018)
Quadro 3 - Processo de seleção dos estudos a partir do quarto cruzamento: Vasos sanguíneos
AND Quimioterapia em cada base de dados. Natal, 2018
CRUZAMENTO 04
Vasos
sanguíneos
AND
Quimioterapia
Base de dados Artigos
disponíveis
Amostra após
critérios de
exclusão
Amostra
seleção
inicial
Amostra
final
Science direct 4262 502 4 1
Web of scienc 54 48 2 0
PUBMED 7306 3275 33 24
CINAHL 260 244 3 2
SCOPUS 2183 1385 21 17
TOTAL DE ESTUDOS 14065 5454 63 44
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Quadro 4- Resultado final do processo de seleção dos estudos após aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão em todas as bases de dados e cruzamentos. Natal, 2018
RESULTADO BUSCA NAS BASES DE DADOS
Base de dados Amostra
inicial
Estudos avaliados
após critérios de
inclusão e exclusão
Amostra final
SCIENCE DIRECT 9665 1014 4
WEB OF SCIENCE 81 68 2
PUBMED 8218 3565 26
CINAHL 283 267 2
SCOPUS 2688 1674 22
TOTAL DE ESTUDOS
INCLUÍDOS
20935 6588 56
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
Após esta etapa, realizou-se a leitura detalhada de cada artigo com o intuito de extrair as
informações que contemplassem o conceito. Um instrumento de coleta de dados (APÊNDICE
34
B), contendo itens sobre a caracterização dos estudos e do conceito, foi utilizado para orientar
a extração das informações.
A partir da revisão foi possível a identificação dos atributos, antecedentes e
consequentes do conceito trauma vascular, bem como a construção da definição do conceito.
Para agregar a construção das definições conceituais e operacionais foram também utilizados
livros-texto e dicionários como referências complementares.
Para a apresentação dos resultados foram elaborados quadros e tabelas síntese contendo
a caracterização dos estudos selecionados, definições do conceito Trauma Vascular, os fatores
relacionados e características definidoras extraídos da literatura e suas definições conceituais
e empíricas, conforme apresentado a seguir.
4.3 SEGUNDA ETAPA: ANÁLISE DE CONTEÚDO POR ESPECIALISTAS
Na segunda etapa, análise de conteúdo por especialistas, foi realizada a validação do
conteúdo construído na etapa anterior por meio do consenso de especialistas quanto aos
elementos do diagnóstico de enfermagem.
4.3.1 Seleção dos especialistas
Para compor a amostra de experts neste estudo foram selecionados enfermeiros com
experiência clínica superior a 2 anos com pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia
e/ou que tivessem experiência acadêmica em diagnósticos de enfermagem, a qual era indicada
a partir da realização de artigo científico envolvendo diagnóstico de enfermagem.
Beckes et al. (2011) indicam que o número de membros de um grupo focal pode variar
de seis a 15 especialistas. Essa variação indicará o nível profundidade do grupo.
Foram convidados 15 enfermeiros com o perfil supracitado, sendo aceito o convite por
nove deles. Enviou-se uma carta-convite via correio eletrônico (APÊNDICE C), contendo a
identificação da pesquisadora e esclarecendo os objetivos da pesquisa. Mediante a
confirmação da participação, foram agendados os encontros para o grupo.
Os especialistas que compuseram a amostra eram integrantes de grupo de pesquisa
sobre diagnósticos de enfermagem e enfermeiros assistenciais. A amostra foi composta por
nove enfermeiras, com idades entre 23 e 49 anos. Sendo quatro com experiência clínica
assistencial e cinco com experiência acadêmica em diagnósticos de enfermagem. Embora
todas tivessem conhecimento com o uso de diagnósticos de enfermagem. Uma era doutora em
35
enfermagem, quatro eram mestres em enfermagem, duas eram especialistas em oncologia e
uma tinha residência em oncologia e estava cursando mestrado em enfermagem e outra estava
cursando mestrado em enfermagem.
4.3.2 Realização do grupo focal
O grupo focal ocorreu durante quatro encontros no mês de março de 2018, no
Laboratório de Informática do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, com duração máxima de 3 horas cada encontro.
No primeiro momento, os especialistas assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE (APÊNDICE D), em duas vias, junto com a pesquisadora, em
concordância com a participação no estudo, bem como o Termo de Gravação de Voz
(APÊNDICE E).
Cada especialista recebeu um instrumento contendo a identificação do estudo, a
explanação sobre o grupo focal e orientação das atividades composta por duas partes: a
primeira parte contemplada com questões relativas ao perfil, para caracterização dos
enfermeiros; e a segunda parte com itens referentes à análise do conceito Trauma Vascular e
seus componentes (definição, antecedentes, consequentes e referentes empíricos) em
pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica (APÊNDICE F).
Durante o grupo focal cabe ao moderador, que deve ter conhecimento do tópico em
discussão, conduzir os participantes adequadamente. Assim, é possível manejar as discussões
e alcançar o melhor resultado. Ele precisa de sensibilidade e senso crítico na condução do
grupo a fim de manter o foco, sem negar a possibilidade de expressão espontânea a nenhum
participante. O moderador deve atuar como mediador do processo, agindo de forma indireta,
de modo que todos estejam centrados no diálogo desenvolvido em conjunto (GONDIM,
2002).
A própria pesquisadora foi mediadora do grupo, responsável por conduzir os
especialistas diante dos itens para discussão com base nos aspectos éticos que permeiam a
técnica, suscitar e mediar a discussão, concluir e compilar os resultados do diálogo (BACKES
et al., 2011).
No primeiro encontro foi feita uma breve apresentação sobre o cenário em que ocorre o
trauma vascular no presente estudo. A seguir, foram apresentados os componentes do
diagnóstico individualmente para o grupo, de modo a suscitar a discussão e avaliar a
adequação de cada item. Primeiro atributos, definição do diagnóstico e, posteriormente, os
36
fatores relacionados e características definidoras, com suas respectivas definições conceituais
e referentes empíricos.
Além do julgamento dos componentes presentes no instrumento, identificados a partir
da análise conceitual, foi papel dos especialistas avaliarem a necessidade de inclusão de
algum outro fator relacionado ou característica definidora. Quando a sugestão foi relacionada
à inclusão de algum item, modificação de algum conceito e/ou definição, isso foi realizado
depois, a fim de buscar embasamento científico adicional para justificar tais mudanças.
E, por fim, para a composição da definição do diagnóstico com todos os seus elementos,
foi feita a análise da adequação do domínio e classe nos quais o diagnóstico poderia estar
inserido na NANDA-I. As considerações feitas pelo grupo de especialistas foram registradas à
medida que o consenso era estabelecido. Além disso, em todos os encontros ocorreu gravação
de voz, a fim de garantir maior segurança nas informações fornecidas, visto que possibilita ao
pesquisador retomar as falas do grupo.
4.3.3 Análise e organização dos dados
Para a análise dos dados foram analisadas as opiniões expressas por cada especialista,
mas o consenso do grupo foi considerado para o julgamento final, ou seja, cada membro do
grupo expressava sua opinião durante a discussão sobre os itens e a decisão sobre alteração
era realizada mediante o consenso do grupo. Registros durante o grupo focal auxiliaram na
análise dos dados junto com a análise das gravações de voz.
Os dados obtidos mediante o julgamento do diagnóstico pelos peritos foram
sintetizados em um quadro, contemplando o rótulo do diagnóstico de enfermagem Trauma
Vascular, a definição, classe e domínio ao qual o DE pertence, seguido das características
definidoras e fatores relacionados, com suas respectivas definições conceituais e operacionais.
4.4 TERCEIRA ETAPA: ANÁLISE DA ACURÁCIA DOS INDICADORES CLÍNICOS
Por fim, realizou-se a etapa de análise da acurácia dos indicadores clínicos do conteúdo
previamente verificado quanto ao conteúdo junto à literatura e julgado pelos especialistas. Isto
é, foi analisada a acurácia dos indicadores clínicos (características definidoras) do diagnóstico
Trauma Vascular, a partir da análise de sensibilidade e especificidade. Para tanto, utilizou-se
como norte o seguinte questionamento: pacientes com certos indicadores são mais propensos
a apresentar o diagnóstico Trauma Vascular do que pacientes sem o indicador?
37
4.4.1 Tipo de estudo
Realizou-se um estudo transversal. Este tipo de estudo caracteriza-se pela utilização de
dados colhidos num dado momento, de forma pontual. Possibilita a análise do fenômeno no
tempo da coleta de dados (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011).
4.4.2 Local do estudo
O estudo foi realizado em um serviço de referência em Oncologia do Estado do Rio
Grande do Norte (RN). Este serviço representa uma unidade filantrópica conveniada ao
Sistema Único de Saúde (SUS), que presta atendimentos, desde o diagnóstico até o
tratamento, aos pacientes com câncer, incluindo quimioterapia.
Solicitou-se autorização prévia para a realização da pesquisa no local, mediante uma
declaração institucional (ANEXO A).
A Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer é uma instituição reconhecida pelo
Ministério da Saúde como CACON (Centro de Alta Complexidade em Oncologia), prestando
serviços de consultas médicas, exames diagnósticos de vários tipos, além de realizar
procedimentos de tratamento em oncologia, dentre os quais se destacam cirurgias,
quimioterapia e radioterapia.
É uma instituição especializada não somente no diagnóstico e tratamento, mas também
na prevenção, reabilitação e cuidados paliativos para pacientes oncológicos. Conta com três
unidades em Natal – Hospital Luiz Antônio (HLA), Policlínica e Centro Avançado de
Oncologia (CECAN) – e outra no interior do estado, Caicó/RN.
O CECAN é uma unidade ambulatorial de diagnóstico e tratamento onde existem
setores de radioterapia, quimioterapia e medicina nuclear, além de ambulatórios para
consultas de várias especialidades, como mastologia, urologia, oncologia clínica,
gastroenterologia, proctologia e cardiologia.
Nessa unidade são concentradas as infusões de quimioterapia ambulatorial, e funciona
como central de manipulação e distribuição de quimioterapia para as demais unidades de
Natal. A pesquisa foi realizada com os pacientes em tratamento no ambulatório de
quimioterapia da unidade CECAN.
4.4.3 População e amostra
Lopes, Silva e Araújo (2013) sugerem a determinação de uma amostra representativa de
indivíduos suspeitos quanto à presença do diagnóstico. Já que a meta nesta fase é estabelecer
38
os melhores indicadores para identificar o diagnóstico nas situações de dúvidas entre os
avaliadores, isto é, os indicadores mais acurados.
Nesse sentido, a população compôs-se de pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica no referido hospital em Natal/RN. Para a determinação da amostra utilizou-se o
cálculo recomendado por Swanson et al. (2012), que propõe a utilização de números pré-
definidos de indivíduos por indicador clínico investigado.
Definiu-se um total de 18 indivíduos para cada indicador clínico, sendo esses num total
de 11 para o diagnóstico Trauma Vascular em questão. Assim, o tamanho amostral estimado
para o presente estudo foi de 198 indivíduos. Entretanto, 200 indivíduos oncológicos
submetidos à terapia antineoplásica comtemplaram a amostra final do presente estudo.
O procedimento de amostragem foi por conveniência do tipo consecutivo. Este é um
processo de amostragem não probabilístico, no qual o pesquisador seleciona os sujeitos a que
tem acesso através dos critérios de inclusão, admitindo que estes possam, de alguma forma,
representar o universo (GIL, 2008).
Os seguintes critérios de inclusão adotados foram: pacientes oncológicos submetidos à
terapia antineoplásica durante a coleta de dados; com idade igual ou superior a 18 anos;
paciente oncológicos submetidos à terapia antineoplásica por acesso venoso periférico.
E como critérios de exclusão consideraram-se: pacientes com dificuldade de
comunicação verbal, que impossibilitasse a coleta de dados; pacientes desorientados em
relação ao tempo, espaço e autopsíquico.
4.4.4 Procedimentos para coleta dos dados
O período de coleta de dados com os pacientes na etapa 3 do estudos ocorreu entre abril
a junho de 2018. Primeiro o instrumento foi aplicado a 10% (20 pacientes) da amostra para
verificar sua aplicabilidade prática e pequenos ajustes que não influenciaram no conteúdo
coletado, foram realizados. Assim sendo, os pacientes que participaram do pré-teste fizeram
parte da amostra final.
A coleta foi realizada pela pesquisadora, junto com duas enfermeiras e quatro alunos de
iniciação científica do grupo de pesquisa Práticas Assistenciais Epidemiológicas em Pesquisa
e Enfermagem que receberam treinamento para a coleta.
Antes do início da coleta, a equipe recebeu um treinamento que ocorreu por meio de
encontros no Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, no mês de março de 2018, com discussões sobre o paciente oncológico, o trauma
39
vascular, o cenário de coleta de dados. A seguir foi realizada uma exposição dialogada sobre o
instrumento, com explicações sobre as definições e os referentes empíricos dos componentes,
bem como os procedimentos de coleta, a fim de padronizar a coleta e evitar erros na aplicação
do instrumento.
Após a exposição dialogada, os coletadores treinaram a identificação dos indicadores
junto com a pesquisadora, sanando qualquer dúvida. Ainda assim, destaca-se que a
pesquisadora responsável esteve presente em todos os momentos de coleta.
Para a coleta de dados, foi utilizado um instrumento (APÊNDICE G), construído após a
etapa de validação dos componentes do diagnóstico pelos especialistas. O instrumento
contempla itens com base nas definições operacionais dos indicadores clínicos e fatores
relacionados, de modo que seja possível inferir a presença/ausência de cada item, assim como
itens de caracterização dos sujeitos.
Antes de iniciar a coleta com cada paciente, foi feito o convite e explicado o objetivo do
estudo e apresentado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE H),
somente após o consentimento dos pacientes a coleta teve início.
Além da coleta dos dados com os pacientes, algumas informações complementares
foram consultadas a partir de registros clínicos do prontuário. Solicitou-se previamente à
instituição a autorização para uso de documentos dos pacientes, conforme o Apêndice I.
4.4.5 Análise e organização dos dados
Os achados da coleta de dados foram codificados e inseridos numa planilha eletrônica
no Microsoft Excel. Este banco continha informações referentes aos indicadores do trauma
vascular, aspectos sociodemográficos e clínicos dos pacientes. Cada indicador clínico foi
identificado quanto à presença ou ausência. Posteriormente, verificaram-se a relação
estatística entre os indicadores e a presença do diagnóstico em cada paciente.
Para a aplicação dos testes estatísticos, foi utilizado o programa estatístico IBM SPSS
Statistic versão 20.0 for Windows. Para a análise dos dados sociodemográficos empregou-se a
estatística descritiva. Para as variáveis categóricas foram calculadas frequências absolutas e
relativas, e para numéricas foram avaliadas as medidas de tendência central e dispersão. A
normalidade dos dados foi avaliada por meio do teste Kolmogorov-Smirnov (p<0,05).
Verificou-se a prevalência da proposição diagnóstica Trauma Vascular diante da
ocorrência dos indicadores clínicos. Cada indicador foi analisado como um teste diagnóstico e
40
sua presença ou ausência foi comparada ao status do diagnóstico. A partir desta avaliação foi
possível calcular as medidas de acurácia de cada indicador clínico, estabelecer sua
importância sobre o diagnóstico e ainda identificar a sua influência na modificação da
inferência diagnóstica.
No modelo de classe latente, entende-se que uma variável de observação indireta ou
latente, neste caso o diagnóstico proposto Trauma Vascular, é capaz de explicar relações com
outras variáveis diretamente observáveis, as características definidoras (LOPES; SILVA,
2017). Foram aplicados três modelos clássicos de análise de classes latentes com base no
quantitativo de características definidoras presentes nos sujeitos avaliados.
Destarte, foram aplicadas as medidas de acurácia sensibilidade, especificidade e valores
preditivos considerando-se o intervalo de confiança de 95%. Cada indicador foi avaliado
quanto à sua acurácia a partir da análise da sensibilidade e especificidade, sendo isto indicado
pelo grau de significância estatística expresso pelo intervalo de confiança (COLLINS;
LANZA, 2010). Para a apresentação dos resultados, tabelas foram elaboradas e os resultados
discutidos conforme a literatura pertinente.
4.5 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Liga Norte-
Riograndense Contra o Câncer, respeitando-se os aspectos éticos da pesquisa envolvendo
seres humanos, conforme a Resolução nº. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL,
2012). Obteve-se a aprovação, sob o Parecer número 1.717.695 e Certificado de Apresentação
para Apreciação Ética (CAAE) número 57967816.3.0000.5293.
Solicitou-se o consentimento prévio dos enfermeiros especialistas e dos pacientes
participantes da pesquisa, o qual foi firmado mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, após a compreensão dos objetivos da pesquisa. Mesmo
para os pacientes que não sabiam ou por outra razão não podiam ler o TCLE, foi feita a leitura
do Termo, bem como esclarecidas as dúvidas antes de qualquer procedimento.
Ademais, asseguraram-se a privacidade e sigilo sobre qualquer informação fornecida,
bem como o direito a qualquer participante de rejeitar ou retirar-se da pesquisa a qualquer
momento que julgasse necessário.
41
5 RESULTADOS
Os resultados oriundos do desenvolvimento das três etapas da pesquisa serão
apresentados nos seguintes tópicos: Construção dos componentes e definições do diagnóstico
Trauma Vascular; Consenso dos especialistas acerca dos componentes e definições do
diagnóstico Trauma Vascular; e Validação clínica do diagnóstico de enfermagem Trauma
Vascular.
5.1 CONSTRUÇÃO DOS COMPONENTES E DEFINIÇÕES DO DIAGNÓSTICO
TRAUMA VASCULAR
Para a construção dos componentes do diagnóstico foi realizada uma análise do
conceito Trauma Vascular, a partir de uma revisão integrativa. Esta resultou em 56 artigos. A
seguir, está apresentada na Tabela 1 a caracterização dos estudos conforme local de
desenvolvimento, ano de publicação, idioma, cenário de pesquisa e método.
Tabela 1 - Caracterização dos estudos que compuseram a amostra da revisão integrativa de
acordo com o continente onde foi desenvolvida a pesquisa, ano de publicação, idioma, cenário
e o método. Natal, 2018
Variável n %
Continente
Europa 23 41,07
América 19 33,93
Ásia 12 21,43
Oceania 2 3,57
Ano de publicação
1987
1991 ‖-----‖ 1995
1996 ‖-----‖ 2000
2001 ‖-----‖ 2005
2006 ‖-----‖ 2010
2011 ‖-----‖ 2015
2016
1
4
2
6
13
28
1
1,8
7,1
3,6
10,7
23,2
50,0
1,8
2017 1 1,8
Idioma
Inglês
Português
55
1
98,2
1,8
Cenário
Laboratório
Ambulatório
Hospital
32
14
10
57,2
25,0
17,8
Método
Experimental
Ensaio Clínico
Coorte
Estudo de Caso
Caso-controle
Transversal
Descritivo
31
8
7
5
2
2
1
55,3
14,3
12,5
8,9
3,6
3,6
1,8
Fonte: Dados da pesquisa (2018)
42
A partir dos dados identificados, percebeu-se a predominância de publicações na
Europa (41,07%), seguida pela América (33,93%). Sendo a maioria dos estudos publicados
entre 2011 e 2015 (50%), quase todos no idioma inglês (98,2%). Quanto ao método utilizado,
predominaram os experimentos (55,3%), sendo o laboratório (57,2%) o principal cenário para
desenvolvimento. Tal fato reflete um alto nível de qualidade entre os estudos analisados.
Com a realização da análise de conceito, foi possível identificar os componentes do
diagnóstico e construir as definições conceituais e operacionais de cada um. Ao final da
análise foram identificados quatro atributos, 13 antecedentes e 13 consequentes.
O Quadro 5 apresenta os componentes do diagnóstico de enfermagem Trauma
Vascular identificados a partir da análise de conceito. Nele, estão expostos: rótulo, atributos,
definição do diagnóstico, antecedentes (fatores relacionados) e consequentes (características
definidoras) e suas respectivas definições conceituais e operacionais.
Quadro 5 - Proposta do diagnóstico Trauma Vascular com seus componentes e definições a
partir da análise conceitual. Natal, 2018
Trauma Vascular
Atributos:
Dano
Lesão vascular
Disfunção
Necrose tissular
Definição
Dano ou lesão vascular, caracterizado tissular por disfunção endotelial capaz de atingir
estruturas adjacentes e até ocasionar necrose.
ANTECEDENTES
Infusão de agente quimioterápico
Definição conceitual
Infusão de quimioterápicos. São agentes administrados aos pacientes oncológicos como parte de
sua terapia que agem no ciclo celular.
Definição operacional
Investigar sobre o uso de algum agente antineoplásico de infusão: quimioteápico. Se o paciente
fizer uso, o fator estará presente.
Continua
43
Referências
CHOW, A.Y.; et al. Anthracyclines cause endothelial injury in pediatric cancer patients: a pilot
study. Journal of clinical oncology, v. 24, n. 6, p. 925-928, 2006.
Hipóxia
Definição conceitual
É a diminuição de oxigênio no sangue.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o paciente, após pelo menos 5 minutos de repouso, com auxílio
de um oxímetro, e avaliar o nível de oxigenação sanguínea a partir do valor de SpO2. Se o valor
estiver inferior a 90%, o fator estará presente.
Referências
SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem medico
cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
POTTER, P.A.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2013.
Infusão de agente de interrupção vascular
Definição conceitual
Infusão de agentes de interrupção vascular. São agentes administrados aos pacientes
oncológicos como parte de sua terapia que interferem em estruturas vasculares.
Definição operacional
Investigar sobre o uso de algum agente antineoplásico de interrupção vascular. Se o paciente
fizer uso, o fator estará presente.
Referências
IBRAHIM, M.A.; et al. Vascular disrupting agent for neovascular age related macular
degeneration: a pilot study of the safety and efficacy of intravenous combretastatin a-4
phosphate. BMC Pharmacology and Toxicology, v. 14, n. 1, p. 7, 2013.
Continua
44
Infusão de agente antiangiogênico
Definição conceitual
Infusão de antiangiogênicos. São agentes administrados aos pacientes oncológicos como parte
de sua terapia que agem impedindo a formação de novos vasos.
Definição operacional
Investigar sobre o uso de algum agente antineoplásico antiangiogênico. Se o paciente fizer uso,
o fator estará presente.
Referências
BORJAN, B.; et al. The Aplidin analogs PM01215 and PM02781 inhibit angiogenesis in vitro
and in vivo. BMC cancer, v. 15, n. 1, p. 738, 2015.
Presença de um dispositivo de acesso venoso e tempo de permanência
Definição conceitual
É um cateter venoso implantado em veia central ou periférica de um paciente por um tempo pré-
determinado de permanência.
Definição operacional
O investigador deverá identificar, por meio da inspeção, a presença do cateter venoso, e em
registros de prontuário avaliar o tempo de permanência do cateter. Um cateter periférico deve
permanecer pelo tempo máximo de 3 dias e o cateter central deve permanecer pelo tempo
máximo necessário ou até que se tenha sinais de infecção. Se o tempo for superior, o fator estará
presente.
Referências
CARDIM, N.; et al. Playing games with a thrombus: a dangerous match. Paradoxical embolism
from a huge central venous cathether thrombus: a case report. Cardiovascular ultrasound, v.
8, n. 1, p. 6, 2010.
MYERS, S. I.; et al. Vascular trauma as a result of therapeutic procedures for the treatment of
malignancy. Journal of vascular surgery, v. 14, n. 3, p. 314-319, 1991.
CAPUCHO, R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
PHILLIPS, L.D.; GORSKI, L. Manual of IV therapeutics: evidence-based practice for
Continua
45
infusion therapy. Philadelphia: Davis, 2014.
Exposição à radioterapia
Definição conceitual
É a exposição ao tratamento local ou locorregional para o câncer que utiliza equipamentos e
técnicas para irradiar áreas demarcadas do organismo humano.
Definição operacional
O investigador deverá interrogar o paciente e confirmar em prontuário se o mesmo realizou ou
está em tratamento de radioterapia. Se a resposta for sim, o fator estará presente.
Referências
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. ABC do câncer: Abordagens básicas para o controle do
câncer. Rio de Janeiro: Inca, 2011.
Procedimento cirúrgico recente
Definição conceitual
É a realização de um procedimento cirúrgico dentro dos últimos 30 dias.
Definição operacional
O investigador deverá interrogar o paciente sobre a realização de algum procedimento cirúrgico
dentro dos últimos 30 dias. Se a resposta for sim, o fator estará presente.
Referências
BRANDES, A.A.; et al. Incidence and risk of thromboembolism during treatment of high-grade
gliomas: a prospective study. European Journal of Cancer, v. 33, n. 10, p. 1592-1596, 1997.
Técnica inadequada de punção venosa e manipulação do local da punção
Definição conceitual
É uma ação ou um conjunto de ações inadequados para inserção de um dispositivo dentro do
vaso sanguíneo, que requer cuidados e controle durante todo o período de permanência do
dispositivo.
Definição operacional
Continua
46
O investigador deverá identificar se a veia puncionada é adequada (locais que não são
indicados: o dorso da mão, o pulso, dedos, fossa antecubital ou outras áreas de flexão; calibre do
dispositivo: a recomendação é de dispositivos de menor calibre), observar o uso de técnica
asséptica durante a punção e em qualquer manipulação do dispositivo e local da punção. Além
disso, é fundamental o cuidado com a manutenção do curativo limpo e com troca diária, se for
usado curativo com gaze, podendo permanecer até 7 dias o curativo de filme transparente, desde
que a cobertura esteja adequada e não tenha nenhum sinal de infecção. Se a punção estiver
inadequada, e for identificado o uso de técnicas não assépticas ou de curativo não adequado, o
fator estará presente.
Referências
HADAWAY, L. C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
PHILLIPS, L, D.; GORSKI, L. Manual of IV therapeutics: evidence-based practice for
infusion therapy. FA Davis, 2014.
TORRES, M.M,; ANDRADE, D.; SANTOS, C.B. Punção venosa periférica: avaliação de
desempenho dos profissionais de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v.
13, n. 3, p. 299-304, 2005.
Tipo do cateter venoso: material, calibre
Definição conceitual
É o tipo do material do cateter (compatibilidade com o indivíduo, soluções de infusão e
flexibilidade) e a dimensão do dispositivo inadequada para a punção.
Definição operacional
O investigador deverá identificar qual o tipo de material do dispositivo (não deve ser de material
inflexível), a presença de incompatibilidade do indivíduo com o material ou do material com a
solução de infusão. Se o cateter for de material inflexível, estiver incompatível com o sujeito ou
com a solução, o fator estará presente. Bem como identificar se o calibre do dispositivo é
adequado para a veia puncionada; o indicado são cateteres de menor calibre, 22G ou 24G. Se o
calibre estiver superior ao indicado, o fator estará presente.
Referências
CAPUCHO, R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
HADAWAY, L.C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
Continua
47
PHILLIPS, L.D.; GORSKI, L. Manual of IV therapeutics: evidence-based practice for
infusion therapy. Philadelphia: Davis, 2014.
Câncer
Definição conceitual
É a definição para o conjunto de mais de 100 doenças caracterizadas pelo crescimento
desordenado de células, podendo invadir tecidos e órgãos vizinhos.
Definição operacional
O investigador deverá questionar o paciente e confirmar no prontuário sobre o diagnóstico de
algum câncer. Se a resposta for sim, o fator estará presente.
Referências
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. ABC do câncer: Abordagens básicas para o controle do
câncer. Rio de Janeiro: Inca, 2011.
Uso de bomba infusora
Definição conceitual
É a utilização de um equipamento para controlar o fluxo de infusão (volume/tempo).
Definição operacional
O investigador deverá identificar se existe alguma solução infundida por bomba. Embora se
considere a importância do controle do fluxo da infusão com o uso deste dispositivo,
especialmente em quimioterapia antineoplásica, destaca-se que o mesmo gera pressão positiva,
podendo interferir na ocorrência de traumas vasculares. Se houver a infusão por bomba de
infusão, o fator estará presente.
Referências
CAPUCHO, R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
Tempo prolongado de infusão
Definição conceitual
É o tempo prolongado de administração de quimioterapia, pois a superfície de contato com a
veia ficará exposta por mais tempo.
Continua
48
Definição operacional
O investigador deverá identificar em prontuário o tempo de infusão de cada droga. As drogas
vesicantes não devem exceder 30 min. para a infusão completa; para as demais drogas, deve ser
buscada a indicação do fabricante. Se o tempo de infusão for superior ao recomendado, o fator
estará presente.
Referências
CAPUCHO, R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
CONSEQUENTES
Disfunção endotelial
Definição conceitual
É a perda da integridade anatômica e funcional do vaso.
Definição operacional
A disfunção torna o vaso incapaz de manter a sua capacidade normal, fato que causa dor, edema
e fadiga ao esforço. O investigador deverá examinar e interrogar o paciente quanto à presença
desses sinais. Se algum desses sinais estiver presente, a característica estará presente.
Referências
LOPES, A. C. Tratado de clínica médica. São Paulo: Roca, 2006.
ALENCAR, T.A.M.; MATIAS, K. F.S.; AGUIAR, B.C. Disfunções vasculares em membros
inferiores de ciclistas. Jornal Vascular Brasileiro, v. 12, n. 2, 2013.
Diminuição do fluxo sanguíneo vascular
Definição conceitual
É a redução do fluxo sanguíneo em vasos sanguíneos periféricos, como reflexo de doença
vascular.
Definição operacional
O investigador deverá posicionar o paciente deitado para examinar as pulsações venosas
jugulares. A ocorrência de turgência de jugular em posição deitada que desaparece ao levantar
indica fluxo sanguíneo normal. Se não ocorrer turgência jugular, a característica estará presente.
Continua
49
Referências
SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem medico
cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
PORTO, C. C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Formação de trombo
Definição conceitual
Caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas, que resulta em obstrução
parcial ou oclusão total do vaso.
Definição operacional
O investigador deverá aplicar com o paciente a Escore de Wells, que estratifica o risco de
trombose venosa em: baixo, moderado e alto, de acordo com a pontuação obtida. Se o paciente
obtiver um escore igual ou maior que 2, isso indica um risco moderado ou alto, e a característica
estará presente.
Referências
SBACV. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Projeto Diretrizes
SBACV. Trombose venosa profunda diagnóstico e tratamento. Planejamento e Elaboração -
Gestões 2012/2015. Brasília: SBAVC, 2015.
Trombocitopenia
Definição conceitual
É a diminuição do número de plaquetas em consequência do tratamento quimioterápico e da
doença de base.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o paciente quanto à presença de petéquias, equimoses e
sangramento em mucosas ou secreções, e ainda verificar o exame de contagem de plaquetas (se
inferior a 150.000/mm³). Se algum dos sinais estiver presente, o fator estará presente.
Referências
Continua
50
BONASSA, E.M.A.; GATO, M.I.R. Terapêutica oncológica para enfermeiros e
farmacêuticos. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
FISCHBACH, F.T. DUNNING, M.B. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e
diagnósticos. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
Sinais de infecção no local sítio de inserção do cateter
Definição conceitual
É a presença de sinais e sintomas que indicam a presença de infecção relacionada ao cateter
venoso periférico ou central. Devido à resposta inflamatória desencadeada pela infecção,
podem ser observados sinais de eritema, edema, presença de exudato próximo ao cateter e febre,
que pode ser em decorrência do cateter ou por outra causa.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o local de inserção do cateter e identificar possíveis sinais de
eritema, edema, presença de exudato próximo ao cateter, e ainda questionar o paciente sobre a
ocorrência de febre (temperatura corporal acima de 37,8º C). Se a febre for um sinal isolado, é
necessário avaliar o paciente quanto à relação com outro possível evento. Se o paciente tiver
evidência de qualquer um dos sinais, com ou sem febre, a característica estará presente,
entretanto a febre isolada não evidencia a característica.
Referências
BONASSA, E.M.A.; GATO, M.I.R. Terapêutica oncológica para enfermeiros e
farmacêuticos. 4 ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
HARROLD, K.; GOULD, D.; DREY, N. The efficacy of saline washout technique in the
management of exfoliant and vesicant chemotherapy extravasation: a historical case series
report. European journal of cancer care, v. 22, n. 2, p. 169-178, 2013.
HADAWAY, L. C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
PORTO, C. C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Atraso no tratamento infusional
Definição conceitual
É o adiamento do tratamento além do tempo planejado.
Continua
51
Definição operacional
O investigador deverá checar no prontuário do paciente qual o esquema de tratamento e qual a
rotina de infusão. Se o planejamento estiver adiado, a característica estará presente.
Referências
PASSOS, P.; CRESPO, S. Enfermagem oncológica antineoplásica. 1 ed. São Paulo: Lemar,
2011.
Necrose tissular
Definição conceitual
É a degeneração de um tecido por morte de suas células, que apresenta aspecto amarelado ou
enegrecido.
Definição operacional
O investigador deverá examinar a pele do paciente e identificar qualquer área com presença de
baixa temperatura, umidade e tecido desvitalizado. Se esses fatores estiveram presentes, a
característica estará presente.
Referências
HESS, C.T. Tratamento de feridas e úlceras. 4. ed, Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso
Editores, 2002.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
YOUNG, J.; et al. Risk factors associated with pressure ulcer development at a major western
Australian teaching hospital from 1998 to 2000: secondary data analysis. Journal of Wound
Ostomy & Continence Nursing, v. 29, n. 5, p. 234-241, 2002.
Alteração da pressão sanguínea
Definição conceitual
É quando a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos está alterada acima ou abaixo
(somente se sintomática) dos limites considerados normais.
Definição operacional
O investigador deverá aferir a pressão arterial do paciente. Se o resultado estiver acima
Continua
52
(sintomático ou assintomático) de: PA sistólica 139 mmHg, PA diastólica 89 mmHg; ou inferior
e sintomático: PA sistólica 120 mmHg, PA diastólica 80 mmHg, a característica estará presente.
Referências
MALACHIAS, M.V.B.; et al. 7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol,
v. 107, n. 3, p. 1-103, 2016.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Diminuição da vasculatura viável e da formação de novos vasos
Definição conceitual
É a redução da vasculatura tecidual funcionante e da reconstrução da vasculatura tecidual.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o paciente quanto à rede venosa (trajeto, calibre, estado da
parede, estado da pele adjacente, direção do fluxo sanguíneo, sensibilidade). Se ocorrer
alteração em um desses itens, a característica estará presente.
Referências
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Diminuição da elasticidade vascular/ Induração
Definição conceitual
É a diminuição da capacidade de distensão do vaso.
Definição operacional
O vaso tem sua capacidade de distensão diminuída, observando-se induração. O investigador
deverá examinar a rede vascular do paciente por meio da palpação, em busca de qualquer vaso
endurecido. Se algum vaso endurecido estiver presente, a característica estará presente.
Continua
53
Referências
GUYTON, A.C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
PASSOS, P.; CRESPO, S. Enfermagem oncológica antineoplásica. 1. ed. São Paulo: Lemar,
2011.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem medico
cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
Função do membro prejudicada
Definição conceitual
É quando a função do membro em que ocorreu a punção venosa fica prejudicada.
Definição operacional
O investigador deverá realizar com o paciente o exame completo de membros superiores
(considerando que a punção é neste local). Ombros: Abdução (110º a 120º), rotação externa
(90º), rotação interna (180º); Cotovelos: extensão (0º ou 180º), flexão (45º ou 150 a 160º),
pronação (90º), supinação (90º), pronossupinação (90-180º para cada movimento); punhos:
flexão palmar (90º), extensão dorsal ou dorsiflexão (70º), desvio radial ou medial ou adução
(20º), desvio cubital ou lateral ou adução (30º). Se o exame estiver com algum desvio de
normalidade e não existir outro motivo (doença preexistente) para a alteração, a característica
estará presente.
Referências
ANDERSSON, A.P.; DAHLSTRØM, K.K. Clinical results after doxorubicin extravasation
treated with excision guided by fluorescence microscopy. European Journal of Cancer, v. 29,
n. 12, p. 1712-1714, 1993.
HADAWAY, L.C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Dor
Definição conceitual
É uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ao dano tecidual real ou
potencial, ou descrita em termos de tais danos.
Continua
54
Definição operacional
O investigador deverá interrogar o paciente sobre a sensação de dor e pedir que indique o local e
descreva o tipo da dor. Se a resposta for positiva e a dor ocorrer no local ou trajeto venoso da
punção, a característica está presente.
Referências
PORTO, C. C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
MERSKEY, H. Description of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. In:
MERSKEY, H.; BOGDUK, N. Classification of chronic pain. 2 ed. Seattle: IASP Press, 1994.
Extravasamento
Definição conceitual
É o escape de solução quimioterápica para fora do leito vascular, independente da localização
do dispositivo no momento da punção, com propagação para tecidos circundantes capaz de
causar danos teciduais como necrose, e até ocasionar sequelas limitantes.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o paciente questionando sobre a ocorrência de dor, observar a
presença de eritema, diminuição ou interrupção do fluxo de infusão, diminuição ou interrupção
do retorno venoso, edema no local da infusão. Se ocorrer eritema, associado ou não a um ou
mais desses sinais, o fator estará presente.
Referências
ANDERSSON, A. P.; DAHLSTROM, K. K. Clinical results after doxorubicin extravasation
treated with excision guided by fluorescence microscopy. European Journal of Cancer, v. 29,
n. 12, p. 1712-1714, 1993.
HARROLD, K.; GOULD, Dinah; DREY, N. The efficacy of saline washout technique in the
management of exfoliant and vesicant chemotherapy extravasation: a historical case series
report. European journal of cancer care, v. 22, n. 2, p. 169-178, 2013.
SHIMADA, C.S. Efeitos adversos no tratamento quimioterápico: uma visão para
enfermeiros e farmacêuticos. São Paulo: Planmark, 2009.
DHHS. Department of Health and Human Services. National Institutes of Health. National
Cancer Institute. Common Terminology Criteria for Adverse Events, 2009.
PASSOS, P.; CRESPO, S. Enfermagem oncológica antineoplásica. 1 ed. São Paulo: Lemar,
Continua
55
2011.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
5.2 CONSENSO DOS ESPECIALISTAS ACERCA DOS COMPONENTES E
DEFINIÇÕES DO DIAGNÓSTICO TRAUMA VASCULAR
Após a realização do grupo focal e consenso entre os especialistas diante do
julgamento de cada item identificado na análise conceitual, alguns componentes foram
ajustados quanto ao rótulo e/ou definição, e houve a divisão de componentes devido à
abrangência e/ou alteração de local. Quanto aos atributos, foi sugerido compilar dano e lesão,
visto que são entendidos como sinônimos, ficando com um único termo: lesão vascular, além
de disfunção e necrose tissular.
Sobre os antecedentes, foram excluídos três itens – infusão de agente de interrupção
vascular (esse tipo de agente ainda não é utilizado clinicamente), procedimento cirúrgico
recente (os especialistas julgaram muito abrangente) e tipo de cateter venoso (este item foi
inserido em “técnica inadequada de punção venosa”).
E quatro foram acrescentados/ajustados, a saber: dispositivo de acesso venoso (indica
a presença de um dispositivo de acesso venoso), manipulação inadequada do local de punção
e das conexões (resultado da divisão do fator técnica inadequada de punção venosa e
manipulação do local da punção), trombocitopenia (transferido dos consequentes) e elevação
da pressão sanguínea (transferido dos consequentes). Destarte, mesmo com as alterações, o
quantitativo final de antecedentes (fatores relacionados) foi mantido, a saber: 13 itens.
No que tange aos consequentes, houve a transferência de dois itens para fatores
relacionados (trombocitopenia e elevação da pressão sanguínea) e um foi excluído
(diminuição da formação de novos vasos). E um item foi construído por sugestão dos
especialistas: hematoma. Ao final da análise pelos especialistas, o total de consequentes
(características definidoras) foi de 11 itens.
O resultado final dos componentes do diagnóstico após a validação pelos especialistas
está apresentado a seguir. O Quadro 6 descreve o rótulo, atributos, definição do diagnóstico,
fatores relacionados e características definidoras com suas respectivas definições conceituais
e definições operacionais.
56
Quadro 6 - Proposta do diagnóstico Trauma Vascular com seus componentes e definições
conceituais e operacionais a partir da análise dos especialistas. Natal, 2018
Trauma Vascular
Atributos:
Lesão vascular
Disfunção
Necrose tissular
Definição
Lesão vascular que pode atingir estruturas adjacentes ao vaso, podendo ocasionar necrose
tissular e até disfunção.
FATORES RELACIONADOS
Infusão venosa de agente quimioterápico
Definição conceitual
Administração venosa de quimioterápicos, drogas que atuam no ciclo celular, aos pacientes
oncológicos como parte de sua terapia.
Definição operacional
Investigar sobre o uso de algum agente quimioterápico de infusão venosa. Se o paciente fizer
uso, o fator estará presente.
Referências
CHOW, A.Y.; et al. Anthracyclines cause endothelial injury in pediatric cancer patients: a pilot
study. Journal of clinical oncology, v. 24, n. 6, p. 925-928, 2006.
Infusão venosa de agente antiangiogênico
Definição conceitual
Administração venosa de antiangiogênicos, agentes que atuam impedindo a formação de novos
vasos, aos pacientes oncológicos como parte de sua terapia.
Definição operacional
Investigar sobre o uso de algum agente antiangiogênico. Se o paciente fizer uso, o fator estará
presente.
Continua
57
Referências
BORJAN, B.; et al. The Aplidin analogs PM01215 and PM02781 inhibit angiogenesis in vitro
and in vivo. BMC cancer, v. 15, n. 1, p. 738, 2015.
Hipóxia
Definição conceitual
Oxigenação inadequada do tecido no nível celular com SpO2 inferior a 95%.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o paciente, após pelo menos 5 minutos de repouso, com auxílio
de um oxímetro de pulso, e avaliar o nível de oxigenação sanguínea a partir do valor de SpO2.
Se o valor estiver inferior a 95%, o fator estará presente.
Referências
SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem medico
cirúrgica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
POTTER, P.A.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2013.
Tempo de permanência prolongado de um dispositivo de acesso venoso
Definição conceitual
Permanência de dispositivo de acesso venoso periférico acima de 96 horas quando utilizado
curativo de filme transparente, ou acima de 48 horas quando utilizado curativo de gaze e fita
adesiva.
Definição operacional
O investigador deverá identificar por meio da inspeção a presença e as condições do cateter
venoso e em registros de prontuário avaliar o tempo de permanência do cateter. Se um cateter
periférico permanecer tempo superior a 96 horas quando utilizado curativo de filme
transparente, e superior a 48 horas quando utilizado curativo de gaze e fita adesiva, mesmo
respeitando as condições adequadas de manutenção: realização de flushing com solução de
cloreto de sódio 0,9% e aspiração para verificar o retorno de sangue antes de cada administração
para prevenir mistura de medicamentos incompatíveis e o acesso sem sinais flogísticos, o fator
estará presente.
Continua
58
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.
CARDIM, N.; et al. Playing games with a thrombus: a dangerous match. Paradoxical embolism
from a huge central venous cathether thrombus: a case report. Cardiovascular ultrasound, v.
8, n. 1, p. 6, 2010.
MYERS, S.I.; et al. Vascular trauma as a result of therapeutic procedures for the treatment of
malignancy. Journal of vascular surgery, v. 14, n. 3, p. 314-319, 1991.
Dispositivo de acesso venoso
Definição conceitual
Cateter venoso implantado em veia periférica ou central de um paciente.
Definição operacional
O investigador deverá identificar por meio da inspeção a presença do cateter venoso central ou
periférico. Se o paciente tiver algum cateter implantado, o fator estará presente.
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Medidas de Prevenção de Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.
CARDIM, N.; et al. Playing games with a thrombus: a dangerous match. Paradoxical embolism
from a huge central venous cathether thrombus: a case report. Cardiovascular ultrasound, v.
8, n. 1, p. 6, 2010.
MYERS, S.I.; et al. Vascular trauma as a result of therapeutic procedures for the treatment of
malignancy. Journal of vascular surgery, v. 14, n. 3, p. 314-319, 1991.
Exposição a radioterapia
Definição conceitual
Exposição ao tratamento local ou locorregional para o câncer que utiliza equipamentos e
técnicas para irradiar áreas demarcadas do organismo humano.
Definição operacional
O investigador deverá interrogar o paciente e confirmar em prontuário se o mesmo realizou ou
Continua
59
está em tratamento de radioterapia. Se a resposta for sim, o fator estará presente.
Referências
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. ABC do câncer: Abordagens básicas para o controle do
câncer. Rio de Janeiro: Inca, 2011.
DINARDI, A.U.; et al. Enfermagem em Radioterapia. São Paulo: Lemar, 2008.
Técnica inadequada de punção venosa
Definição conceitual
Ações inadequadas relacionadas à inserção de um dispositivo dentro do vaso sanguíneo.
Definição operacional
O investigador deverá avaliar o local da punção do paciente e o registro da punção para
identificar se a técnica de punção foi inadequada. Ações adequadas de punção devem considerar
os seguintes itens: escolha do dispositivo de punção (o material deve ser flexível e ter
propriedades compatíveis com o indivíduo e com a solução de infusão); calibre, onde a
recomendação é de dispositivos de menores calibres 22G ou 24G adequado para a veia; local de
punção (os locais indicados são: 1º antebraço, 2º dorso da mão, 3º pulso, 4a fossa antecubital);
uso de técnica asséptica durante a punção e em qualquer manipulação do dispositivo. Se pelo
menos um item da técnica de punção não estiver adequado, o fator estará presente.
Referências
CAPUCHO, R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
HADAWAY, L.C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
PHILLIPS, L. D.; GORSKI, L. Manual of IV therapeutics: evidence-based practice for
infusion therapy. Philadelphia: Davis, 2014.
TORRES, M. M.; ANDRADE, D.; SANTOS, C. B. Punção venosa periférica: avaliação de
desempenho dos profissionais de enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v.
13, n. 3, p. 299-304, 2005.
Manipulação inadequada do local da punção e das conexões
Definição conceitual
Continua
60
Ausência de técnicas assépticas, de cuidados na administração de medicamentos e com a
manutenção da permeabilidade do cateter.
Definição operacional
O investigador deverá a avaliar a equipe da unidade em que o paciente está em atendimento a
fim de identificar como ocorre a manipulação do local de punção e das conexões. Qualquer
manipulação do cateter ou conexões deve ocorrer com as mãos higienizadas e com luvas;
assepsia das conexões antes da administração de cada medicação; devem ser realizados flushing
com solução de cloreto de sódio 0,9% e aspiração para verificar o retorno de sangue antes de
cada administração, para prevenir a mistura de medicamentos incompatíveis. Se algum dos itens
recomendados estiver inadequado durante a manipulação do cateter e conexões, o fator estará
presente.
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Medidas de Prevenção de Infecção
Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017.
CAPUCHO R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
HADAWAY, L.C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
PHILLIPS, L.D.; GORSKI, L. Manual of IV therapeutics: evidence-based practice for
infusion therapy. FA Davis, 2014.
Câncer
Definição conceitual
Conjunto de mais de 100 doenças caracterizadas pelo crescimento desordenado de células,
podendo invadir tecidos e órgãos vizinhos.
Definição operacional
O investigador deverá questionar o paciente e confirmar no prontuário sobre o diagnóstico de
algum câncer. Se a resposta for positiva, o fator estará presente.
Referências
BRASIL. Instituto Nacional de Câncer. ABC do câncer: Abordagens básicas para o controle do
Continua
61
câncer. Rio de Janeiro: Inca, 2011.
Uso de bomba infusora
Definição conceitual
Utilização de um equipamento para controlar o fluxo de infusão.
Definição operacional
O investigador deverá identificar se existe alguma solução infundida por bomba. Este
dispositivo gera pressão positiva no vaso, podendo interferir na ocorrência de traumas
vasculares. Se houver a infusão por bomba de infusão, o fator estará presente.
Referências
CAPUCHO, R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
Tempo prolongado de infusão
Definição conceitual
Tempo de administração de quimioterapia superior ao recomendado.
Definição operacional
O investigador deverá identificar em prontuário o tempo de infusão de cada droga. As drogas
vesicantes não devem exceder 30 min. para a infusão completa (se a infusão for em acesso
venoso periférico); para as demais drogas, deve ser buscada a indicação do fabricante. Se o
tempo de infusão for superior ao recomendado, o fator estará presente.
Referências
CAPUCHO, R.C.; et al. Fatores de risco para trauma vascular durante a quimioterapia
antineoplásica: contribuições do emprego do risco relativo. Acta Paulista de Enfermagem, v.
25, n. 3, 2012.
Trombocitopenia
Definição conceitual
Diminuição do número de plaquetas na corrente sanguínea.
Continua
62
Definição operacional
O investigador deverá avaliar o exame de contagem de plaquetas do paciente. Se o resultado do
exame estiver inferior a 150.000/mm³, o fator estará presente.
Referências
BONASSA, E.M.A.; GATO, M.I.R. Terapêutica oncológica para enfermeiros e
farmacêuticos. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
FISCHBACH, F.T. DUNNING, M.B. Manual de enfermagem: exames laboratoriais e
diagnósticos. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
Elevação da pressão sanguínea
Definição conceitual
Força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos alterada acima dos limites considerados
normais.
Definição operacional
O investigador deverá aferir a pressão arterial (PA) do paciente. Se o resultado estiver acima de:
PA sistólica 139 mmHg e/ou PA diastólica 89 mmHg, a característica estará presente.
Referências
MALACHIAS, M.V.B.; et al. 7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol,
v. 107, n. 3, p. 1-103, 2016.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
CARACTERÍSTICAS DEFINIDORAS
Disfunção vascular
Definição conceitual
Perda da integridade funcional do vaso.
Definição operacional
O investigador deverá verificar o resultado de exame de ultrassonografia com Doppler. Se o
Continua
63
paciente tiver evidência de disfunção venosa pelo Doppler, a característica estará presente.
Referências
ALENCAR, T.A.M.; MATIAS, K.F.S.; AGUIAR, B.C. Disfunções vasculares em membros
inferiores de ciclistas. Jornal Vascular Brasileiro, v. 12, n. 2, 2013.
LOPES, A.C. Tratado de clínica médica. São Paulo: Roca, 2006.
SBACV. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Projeto Diretrizes
SBACV. Trombose venosa profunda diagnóstico e tratamento. Planejamento e Elaboração -
Gestões 2012/2015. Brasília: SBAVC, 2015.
Diminuição do fluxo sanguíneo vascular
Definição conceitual
Redução do fluxo nos vasos sanguíneos.
Definição operacional
O investigador deverá verificar resultado de exame de ultrassonografia com Doppler. Se o
Doppler indicar fluxo venoso diminuído, a característica estará presente.
Referências
SMELTZER, S.C.; BARE, B. G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem medico
cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
SBACV. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Projeto Diretrizes
SBACV. Trombose venosa profunda diagnóstico e tratamento. Planejamento e Elaboração -
Gestões 2012/2015. Brasília: SBAVC, 2015.
Formação de trombo
Definição conceitual
Formação de trombos dentro de veias que resulta em obstrução parcial ou total do vaso.
Definição operacional
O investigador deverá verificar resultado de exame de imagem: ultrassonografia com Doppler,
ou Ressonância Magnética (este é indicado quando o Doppler é inconclusivo). Se o paciente
tiver exame de imagem positivo, a característica estará presente.
Continua
64
Referências
SBACV. Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Projeto Diretrizes
SBACV. Trombose venosa profunda diagnóstico e tratamento. Planejamento e Elaboração -
Gestões 2012/2015. Brasília: SBAVC, 2015.
Hematoma
Definição conceitual
Extravasamento de sangue que resulta em coleção do conteúdo abaixo da superfície cutânea.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o paciente quanto à presença de algum local com alteração de
cor (coloração azulada) e que à palpação leve apresenta-se elevado em relação ao restante da
pele. Se esses sinais estiverem presentes, a característica estará presente.
Referências
CRAVEN, R.F.; HIRNLE, C.J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Sinais de infecção no sítio de inserção do cateter
Definição conceitual
Sinais e sintomas que indicam infecção relacionada ao cateter venoso periférico ou central tais
como: eritema, edema, presença de exudato próximo ao cateter, febre e dor.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o local de inserção do cateter e identificar possíveis sinais e
sintomas de eritema (pele avermelhada próximo ao local de infusão), edema (realizar palpação
digital em local plano e observar a ocorrência do sinal de Godet, a região comprimida não
retornará ao mesmo nível da pele imediatamente); presença de exudato próximo ao cateter
(observar a drenagem de secreção purulenta ao redor da pele no local da inserção do cateter);
verificar a presença de febre (temperatura corporal superior a 37,8º C) e dor relacionada ao
cateter (em caso positivo, deve ser aplicada a escala de fácies ou analógica de dor, o examinador
irá mostrar a escala para o paciente e solicitar que ele marque com um “x” na face ou no número
que melhor representa o nível mais elevado da dor atual). Se o paciente tiver evidência de
qualquer um dos sinais/sintomas, com ou sem febre, a característica estará presente, entretanto a
Continua
65
febre isolada não evidencia a característica.
Referências
BONASSA, E.M.A.; GATO, M.I.R. Terapêutica oncológica para enfermeiros e
farmacêuticos. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2012.
HARROLD, K.; GOULD, D.; DREY, N. The efficacy of saline washout technique in the
management of exfoliant and vesicant chemotherapy extravasation: a historical case series
report. European journal of cancer care, v. 22, n. 2, p. 169-178, 2013.
HADAWAY, L.C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Atraso no tratamento infusional
Definição conceitual
Adiamento do tratamento além do tempo planejado devido à rede venosa do paciente
impossibilitada de receber o tratamento.
Definição operacional
O investigador deverá checar no prontuário do paciente qual o Protocolo de tratamento e qual a
rotina de infusão. Se o planejamento estiver adiado devido à impossibilidade de rede venosa, a
característica estará presente.
Referências
PASSOS, P.; CRESPO, S. Enfermagem oncológica antineoplásica. 1. ed. São Paulo: Lemar,
2011.
Necrose tissular
Definição conceitual
Continua
66
Degeneração de um tecido por morte de suas células que apresenta aspecto amarelado ou
enegrecido.
Definição operacional
O investigador deverá inspecionar a pele do paciente e identificar qualquer área com presença
de lesão com tecido amarelado ou enegrecido. Se esses fatores estiveram presentes, a
característica estará presente.
Referências
HESS, C.T. Tratamento de feridas e úlceras. 4. ed, Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso
Editores, 2002.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
YOUNG, J. et al. Risk factors associated with pressure ulcer development at a major western
Australian teaching hospital from 1998 to 2000: secondary data analysis. Journal of Wound
Ostomy & Continence Nursing, v. 29, n. 5, p. 234-241, 2002.
Diminuição da elasticidade vascular
Definição conceitual
Diminuição da capacidade de distensão do vaso.
Definição operacional
O investigador deverá examinar a rede vascular do paciente por meio da palpação em busca de
qualquer vaso endurecido. Deve-se palpar cada veia por completo e identificar alguma área
endurecida. Se algum vaso estiver endurecido, a característica estará presente.
Referências
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2002.
PASSOS, P.; CRESPO, S. Enfermagem oncológica antineoplásica. 1. ed. São Paulo: Lemar,
2011.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Continua
67
SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem medico
cirúrgica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
Função do membro prejudicada
Definição conceitual
A função do membro em que ocorreu a lesão vascular fica prejudicada.
Definição operacional
O investigador deverá realizar com o paciente o exame completo de membros superiores
(considerando que a lesão é neste local). Ombros: Abdução (110º a 120º), rotação externa (90º),
rotação interna (180º); Cotovelos: extensão (0º ou 180º), flexão (45º ou 150 a 160º), pronação
(90º), supinação (90º), pronossupinação (90-180º para cada movimento); punhos: flexão palmar
(90º), extensão dorsal ou dorsiflexão (70º), desvio radial ou medial ou adução (20º), desvio
cubital ou lateral ou adução (30º). Se o exame estiver com algum desvio de normalidade e não
existir outro motivo (doença preexistente) para a alteração, a característica estará presente.
Referências
ANDERSSON, A.P.; DAHLSTROM, K.K. Clinical results after doxorubicin extravasation
treated with excision guided by fluorescence microscopy. European Journal of Cancer, v. 29,
n. 12, p. 1712-1714, 1993.
HADAWAY, L.C. Preventing and managing peripheral extravasation. Nursing, v. 34, n. 5, p.
66, 2004.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Dor
Definição conceitual
Experiência sensorial e emocional desagradável associada ao dano tecidual real ou potencial, ou
descrita em termos de tais danos.
Definição operacional
O investigador deverá interrogar o paciente sobre a sensação de dor e pedir que indique o local e
descreva o tipo da dor. Além disso, deverá aplicar a escala de fácies ou analógica de dor,
solicitando que o paciente marque com um “x” na face ou no número que melhor representa o
nível mais elevado da dor atual. Se a resposta for positiva e a dor estiver relacionada ao local ou
trajeto venoso da punção, a característica está presente.
Continua
68
Referências
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
MERSKEY, H. Description of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. In:
MERSKEY, H.; BOGDUK, N. Classification of chronic pain. 2 ed. Seattle: IASP Press, 1994.
Extravasamento
Definição conceitual
Escape de solução intravenosa para fora do leito vascular, independente da localização do
dispositivo no momento da punção, com propagação para tecidos circundantes que pode de
causar danos teciduais como necrose, e até ocasionar sequelas limitantes.
Definição operacional
O investigador deverá examinar o paciente questionando sobre a ocorrência de dor relacionada à
infusão (em caso positivo, deve ser aplicada a escala de fácies ou analógica de dor, o
examinador irá mostrar a escala para o paciente e solicitar que ele marque com um “x” na face
ou no número que melhor representa o nível mais elevado da dor atual); observar a presença de
edema (realizar palpação digital em local plano e observar a ocorrência do sinal de Godet, a
região comprimida não retornará ao mesmo nível da pele imediatamente); diminuição ou
interrupção do fluxo de infusão (observa-se um retardo do fluxo de infusão em relação ao
programado ou parada completa no gotejamento da solução em infusão); diminuição ou
interrupção do retorno venoso (ao testar o retorno venoso com auxílio de uma seringa conectada
à uma das vias do cateter, percebe-se o refluxo diminuído ou ausente); eritema no local da
infusão (pele avermelhada próximo ao local de infusão). Se ocorrer dor e/ou edema associados
ou não a um dos demais sintomas, a característica estará presente.
Referências
ANDERSSON, A.P.; DAHLSTROM, K.K. Clinical results after doxorubicin extravasation
treated with excision guided by fluorescence microscopy. European Journal of Cancer, v. 29,
n. 12, p. 1712-1714, 1993.
HARROLD, K.; GOULD, D.; DREY, N. The efficacy of saline washout technique in the
management of exfoliant and vesicant chemotherapy extravasation: a historical case series
Continua
69
report. European journal of cancer care, v. 22, n. 2, p. 169-178, 2013.
SHIMADA, C.S. Efeitos adversos no tratamento quimioterápico: uma visão para
enfermeiros e farmacêuticos. São Paulo: Planmark, 2009.
DHHS. Department of Health and Human Services. National Institutes of Health. National
Cancer Institute. Common Terminology Criteria for Adverse Events, 2009.
PASSOS, P.; CRESPO, S. Enfermagem oncológica antineoplásica. 1. ed. São Paulo: Lemar,
2011.
PORTO, C.C. Exame clínico: bases para a prática médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
5.3 VALIDAÇÃO CLÍNICA DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TRAUMA
VASCULAR
Para a avaliação das medidas de acurácia dos indicadores clínicos (características
definidoras) do diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular, este estudo avaliou pacientes
submetidos à terapia antineoplásica. Serão apresentados a caracterização sociodemográfica e
clínica dos pacientes, os modelos de classe latente para o diagnóstico Trauma Vascular e a
probabilidade de ocorrência do diagnóstico Trauma Vascular a partir do modelo de classe
latente ajustado.
A Tabela 2 descreve a caracterização sociodemográfica dos participantes da pesquisa,
com base na estatística descritiva, indicando a frequência relativa e absoluta e medidas de
tendência central e dispersão.
70
Tabela 2 - Caracterização sociodemográfica dos pacientes oncológicos em terapia
antineoplásica. Natal, 2018
Variáveis sociodemográficos n %
Sexo
Feminino 141 70,5
Masculino 59 29,5
Estado Civil
Com companheiro 137 68,5
Sem companheiro 63 31,5
Procedência
Interior 117 58,5
Capital 83 41,5
Religião
Praticante 174 87,0
Não Praticante 26 13,0
Ocupação
Beneficiado/Aposentado 144 72,0
Desempregado 43 21,5
Trabalha 7 3,5
Outro 6 3,0
Fonte: Dados da pesquisa.
Legenda: Teste de Kolmogorov-Smirnov1; DP: Desvio padrão; Idade em anos*; Renda familiar em salários
mínimos (um salário equivale a R$ 954,00)§.
Os achados apontaram que a maioria dos participantes era do sexo feminino (70,5%),
com companheiro (68,5%), provenientes do interior do Estado do Rio Grande do Norte
(58,5%), praticantes de alguma religião (87%) e aposentados ou que recebiam algum
benefício (72%). Quanto à idade, a mediana foi 58 anos, sendo 6,50 a mediana referente aos
anos de estudo. O número de membros da família que residiam na mesma casa teve mediana
de 3,00 e a mediana da renda familiar foi igual a 1 salário mínimo, equivalente a R$ 954,00
no momento da coleta.
A Tabela 3 expõe a caracterização dos dados clínicos dos pacientes que participaram
da pesquisa, com base na estatística descritiva, indicando a frequência relativa e absoluta e
medidas de tendência central e dispersão.
Média Mediana DP* Mínimo Máximo Valor P1
Anos de estudo 7,18 6,50 6,48 0,00 18,00 0,000
Idade* 56,66 58,00 13,68 19,00 83,00 0,001
Membros da
família
3,48 3,00 1,57 1,00 8,00 0,000
Renda
familiar§
1,90 1,00 1,85 0,00 16,50 0,000
71
Tabela 3 - Caracterização clínica dos pacientes oncológicos em terapia antineoplásica. Natal,
2018
Média Mediana DP Mínimo Máximo Valor P1
Tempo de início
do tratamento*
7,97 4,00 14,74 0,00 113,00 0,000
Nº de exposições
à quimioterapia
7,04 5,00 7,16 1,00 52,00 0,000
Legenda: Teste de Kolmogorov-Smirnov1; DP: Desvio padrão; Tempo em meses*.
Fonte: Dados da pesquisa (2018).
A avaliação clínica dos pacientes apontou uma maioria de pacientes com tumores
sólidos (89,5%), estando somente 11,5% fazendo também tratamento de radioterapia,
concomitante ao da quimioterapia. No que se refere ao adiamento do tratamento
quimioterápico, 33% relataram já ter adiado, e os motivos mais comuns foram neutropenia e
anemia.
Variáveis clínicas n %
Diagnóstico
Tumor sólido 179 89,5
Tumor não sólido 21 10,5
Radioterapia Atual
Não 177 88,5
Sim 23 11,5
Quimioterapia Adiada
Não 134 67,0
Sim 66 33,0
Intercorrência na Quimioterapia
Não 137 68,5
Sim 63 31,5
Intercorrência com o acesso venoso
Não 128 64,0
Sim 72 36,0
Hipertensão arterial
Não 122 61,0
Sim 78 39,0
Diabetes Mellitus
Não 165 82,5
Sim 35 17,5
Medicações em uso
Sim 134 67,0
Não 66 33,0
Etilismo
Não 174 87,0
Parou 23 11,5
Sim 3 1,5
Tabagismo
Não 127 63,5
Parou 66 33,0
Sim 7 3,5
72
Quanto à intercorrência durante a quimioterapia, 31,5% já haviam vivenciado algum
episódio. Dentre os eventos, destacam-se: náusea, vômito, dor, hipotensão, hipertensão e
anafilaxia. Além disso, 36% relataram algum tipo de intercorrência relacionada ao cateter
venoso, dentre as quais salientam-se: edema, dor no local do acesso, hiperemia,
extravasamento, formação de trombo e hematoma.
No tocante às comorbidades, hipertensão arterial (39%) e diabetes (17,5%) foram as
mais frequentes. Quanto ao uso de medicações, 67% faziam uso de algum tipo de medicação,
dentre as quais estavam anti-hipertensivos, hipoglicemiantes, antieméticos, protetores
gástricos e analgésicos. Em relação aos hábitos de vida, a maioria não era etilista (87%) nem
tabagista (63,5%). No que se refere ao tempo de início de tratamento (em meses), a mediana
foi igual a 4,00. Sendo a mediana do número de exposições à quimioterapia 5,00.
A Tabela 4 apresenta a análise da acurácia dos indicadores clínicos do diagnóstico de
enfermagem Trauma Vascular, a partir do modelo de classe latente. Destaca-se que, embora o
diagnóstico tivesse 11 indicadores clínicos, cinco deles não estiveram presentes em nenhum
sujeito da amostra avaliada. Com isso, foram identificados três diferentes modelos ajustados
com base na análise de classes latentes clássica, incluindo em cada modelo três indicadores
clínicos.
Tabela 4 - Modelos de classe latente para o diagnóstico Trauma Vascular. Natal, 2018
Características Se IC95% Sp IC95%
Modelo 1
Hematoma 0,9988* 0,9796 1,0000 0,9808 0,2853 0,9998
Diminuição da elasticidade vascular 0,5129 0,0017 0,9693 0,8981¶ 0,8106 0,9385
Formação de trombo 0,0399 0,0008 0,8361 1,0000¶ 1,0000 1,0000
Prevalência: 25,09% AIC: 432,67 BIC: 455.76
Modelo 2 Se IC95% Sp IC95%
Hematoma 0,6726 0,1542 0,9437 0,7725¶ 0,6857 0,8255
Dor 0,7074 0,0417 0,9789 0,9505¶ 0,7967 0,9831
Sinais de infecção no sítio de inserção
do cateter 0,9917* 0,5521 1,0000 0,9821 0,2059 0,9993
Prevalência: 8,43% AIC: 461,95 BIC: 485,05
Modelo 3 Se IC95% Sp IC95%
Diminuição da elasticidade vascular 0,5503 0,1254 0,8549 0,8384¶ 0,7677 0,8852
Dor 0,6005 0,0562 0,9332 0,9573¶ 0,6076 0,9933
Sinais de infecção no sítio de inserção
do cateter 0,8944 0,0082 0,9973 0,9999¶ 0,9981 1,0000
Prevalência: 11,17% AIC: 431,96§ BIC: 455,04**
Legenda: AIC: Critério de Informação de Akaike; BIC: Critério de Informação Bayesiano. Se: Sensibilidade. Sp:
Especificidade. IC: Índice de confiabilidade. *Características definidoras que apresentaram sensibilidade para a
proposição diagnóstica. ¶Características definidoras que apresentaram especificidade para a proposição
diagnóstica. §Modelo selecionado com base no AIC. ** Modelo considerado com melhor ajuste pelo BIC.
Fonte: Dados da pesquisa.
73
Na Tabela 4, observa-se a presença de três modelos ajustados da análise de classes
latentes, identificados a partir da combinação de três indicadores clínicos em cada. Para o
modelo 1, observa-se o valor de sensibilidade elevado do indicador “hematoma” e, quanto à
especificidade, os valores estiveram mais elevados para os indicadores: “Diminuição da
elasticidade vascular” e “Formação de trombo”.
No modelo 2, o indicador “Sinais de infecção no sítio de inserção do cateter”
apresentou valor de sensibilidade mais elevado. E os valores elevados de especificidade foram
para “Hematoma” e “Dor”.
E, quanto ao modelo 3, todos indicadores clínicos analisados apresentaram valores
elevados de especificidade: “Diminuição da elasticidade vascular”, “Dor” e “Sinais de
infecção no sítio de inserção do cateter”.
Analisando-se todos os modelos construídos, o melhor modelo para a inferência
diagnóstica neste estudo foi o terceiro. Assim sendo, tem-se os indicados “Diminuição da
elasticidade vascular”, “Dor” e “Sinais de infecção no sítio de inserção do cateter” com
elevados valores para especificidade.
A Tabela 5 apresenta a probabilidade de ocorrência do diagnóstico de enfermagem
Trauma Vascular, a partir dos três modelos de classe latente analisados.
74
Tabela 5 - Probabilidades do diagnóstico Trauma Vascular a partir dos três modelos de classe
latente ajustados. Natal, 2018
Conj. Indicadores Clínicos n
Prob. Trauma
vascular
Aus. Pres.
Modelo 1 Hematoma
Diminuição da
elasticidade
vascular
Formação de trombo
1 0 0 0 132 1,00 0,00
2 0 1 0 15 1,00 0,00
3 1 0 0 26 0,10 0,90*
4 1 0 1 1 0,00 1,00*
5 1 1 0 25 0,01 0,99*
6 1 1 1 1 0,00 1,00*
Modelo 2 Hematoma Dor
Sinais de infecção no
sítio de inserção do
cateter
1 0 0 0 132 1,00 0,00
2 0 0 1 4 0,60 0,40
3 0 1 0 7 1,00 0,00
4 0 1 1 4 0,03 0,97*
5 1 0 0 39 1,00 0,00
6 1 0 1 4 0,18 0,82*
7 1 1 0 2 0,97 0,03
8 1 1 1 8 0,00 1,00*
Modelo 3
Diminuição da
elasticidade
vascular
Dor
Sinais de infecção no
sítio de inserção do
cateter
1 0 0 0 143 1,00 0,00
2 0 0 1 3 0,01 0,99*
3 0 1 0 7 0,91 0,09
4 0 1 1 6 0,00 1,00*
5 1 0 0 28 0,98 0,02
6 1 0 1 5 0,00 1,00*
7 1 1 0 2 0,61 0,39
8 1 1 1 6 0,00 1,00* *Conjuntos que apresentaram a proposição diagnóstica Trauma Vascular.
Fonte: Dados da pesquisa.
A partir dos 22 conjuntos construídos com as combinações dos indicadores clínicos,
foi possível identificar a proposição diagnóstica em 11 conjuntos. Considera-se o diagnóstico
como presente ou ausente quando sua probabilidade é superior a 0,5 em cada caso.
75
6 PRODUTO FINAL: PROPOSIÇÃO DIAGNÓSTICA
Esta seção apresenta o produto final da presente pesquisa, a saber, a proposição do
diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular, validado quanto ao conteúdo e clinicamente,
conforme o Quadro 7.
Quadro 7 - Proposta diagnóstica do Trauma Vascular para pacientes oncológicos submetidos
à terapia antineoplásica, com seus respectivos elementos: características definidoras e fatores
relacionados. Natal, 2018 Trauma Vascular
Domínio 11: Segurança e Proteção
Classe 2: Lesão física
Definição: Lesão vascular que pode atingir estruturas adjacentes ao vaso, podendo ocasionar
necrose tissular e até disfunção.
Características definidoras
Disfunção vascular
Diminuição do fluxo sanguíneo
vascular
Formação de trombo
Hematoma
Sinais de infecção no sítio de inserção
do catete
Atraso no tratamento infusional
Necrose tissular
Diminuição da elasticidade vascular
Função do membro prejudicada
Dor
Extravasamento
Fatores relacionados
Infusão venosa de agente
quimioterápico*
Infusão venosa de agente
antiangiogênico*
Hipóxia*
Tempo de permanência prolongado de
um dispositivo de acesso venoso
Dispositivo de acesso venoso*
Exposição à radioterapia*
Manipulação inadequada do local da
punção e das conexões
Câncer§
Uso de bomba infusora
Tempo prolongado de infusão
Trombocitopenia*
Elevação da pressão sanguínea
Legenda: *Condições associadas; §População de risco.
Fonte: Dados da pesquisa.
76
A proposição aqui apresentada baseia-se no modelo da NANDA-Internacional 2015-
2017, visto que durante todo o desenvolvimento do estudo esta era a versão disponível. Nesse
sentido, os componentes do diagnóstico identificados na análise conceitual e validados por
especialistas e na clínica corroboram com esta versão.
A nova versão publicada da NANDA-Internacional (2018-2020) apresentou algumas
modificações relacionadas aos componentes do diagnóstico, dentre as quais se destaca o
acréscimo dos componentes “população de risco” e “condições associadas” (HERDMAN;
KAMITSURU, 2018).
Entende-se por população de risco um grupo de indivíduos com características
semelhantes que indicam maior grau de susceptibilidade a determinado evento, por exemplo,
características demográficas, hereditariedade, faixa etária, exposição a certos fatores. E
condições associadas são descritas como diagnósticos médicos, lesões, procedimentos,
dispositivos médicos ou agentes farmacêuticos. São condições não independentemente
modificadas pelos enfermeiros, mas que podem interferir na acurácia dos diagnósticos de
enfermagem (HERDMAN; KAMITSURU, 2018).
Fazendo uma análise do diagnóstico construído no presente estudo com a nova
estrutura da taxonomia, pode-se inferir como população de risco “pacientes submetidos à
terapia antineoplásica” e “pacientes com câncer”, e como condições associadas: “Infusão
venosa de agente quimioterápico”, “Infusão venosa de agente antiangiogênico”, “hipóxia”,
“Dispositivo de acesso venoso” e “trombocitopenia”.
77
7 DISCUSSÃO
O câncer representa a doença da Modernidade, caracterizada como um fenômeno
multifatorial e multifacetado, que está além dos aspectos biológicos e pessoais do indivíduo,
incorporando um considerável aspecto social. Este fato influencia a tomada de decisões em
nível de saúde pública com o objetivo de prevenção, combate e cuidados paliativos da doença
(SAITO et al., 2015).
Dentre as modalidades de tratamento estão incluídas as terapias de controle
locorregional, cirurgia e radioterapia, e o tratamento sistêmico. As primeiras terapias
sistêmicas, a quimioterapia citotóxica clássica, tiveram início nos anos de 1940 e ainda são
usadas hoje, apesar dos eventos adversos (SAITO et al., 2015; BONASSA; GATO, 2012).
Com o advento das terapias-alvo direcionadas às alterações genéticas relacionadas ao
câncer do paciente, as reações adversas são menores e a qualidade de vida do paciente é
melhor, além do tempo de sobrevida que se prolonga (SAITO et al., 2015). Mas esta ainda é
uma realidade um pouco distante para pacientes do Brasil, especialmente aqueles atendidos
pelo Sistema Único de Saúde.
Para a administração da terapia sistêmica, os acessos venosos são grandes aliados. A
via intravenosa é mais utilizada devido à segurança quanto ao nível sérico da droga e
absorção, quando comparada a outras vias de administração. Sendo a rede venosa periférica
utilizada mais frequentemente para a infusão dos antineoplásicos (BONASSA; GATO, 2012;
SCHNEIDER; PEDROLO, 2011).
Os enfermeiros têm papel essencial na atenção ao paciente oncológico submetido à
terapia sistêmica. Isso, pois eles são os profissionais responsáveis pela administração da
terapia e devem manejar os possíveis eventos das drogas. Destaca-se a toxicidade decorrente
do risco de extravasamento, como um dos principais efeitos adversos (FERREIRA; REIS;
GOMES, 2008; SCHNEIDER; PEDROLO, 2011).
A ciência da Enfermagem utiliza uma linguagem padronizada para a comunicação dos
diagnósticos. Dessa maneira, os enfermeiros conseguem comunicar-se entre si e com a equipe
de forma singular, além possibilitar cuidados específicos e com base nos diagnósticos
(HERDMAN; KAMITSURU, 2015).
Nesse contexto, o presente estudo validou o diagnóstico de enfermagem “Trauma
Vascular” em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica. Sabe-se que a
infusão de agente quimioterápico, agente antiangiogênico e outros agentes pela via
78
intravenosa faz parte do tratamento dos pacientes oncológicos, entretanto representa fatores
capazes de predispor à ocorrência do trauma vascular.
Estudos corroboram no que tange aos quimioterápicos, pois drogas vesicantes ou
irritantes, se entram em contato com a camada íntima do vaso ou espaço extravascular, podem
causar lesões (CHOW et al., 2006; IBRAHIM et al., 2013; SAITO et al., 2015; ARREGUY-
SENA et al., 2009). Quanto aos agentes antiangiogênicos, existe uma interferência na
formação de novos vasos, especialmente tumoral, mas estudos relatam que esse efeito pode
atingir células sadias (TERME; TARTOUR; TAIEB, 2013; BERTELSEN et al., 2014).
Nesse contexto, a reação ocasionada pelo câncer no ambiente vascular tumoral gera
reações com a liberação de radicais livres de oxigênio, resultando na diminuição de oxigênio
ou isquemia e morte celular (GUTMAN et al., 1996). Estudo apresenta que algumas células
tumorais sofrem mutações adaptativas em decorrência da hipóxia. Este fato caracteriza maior
agressividade da doença e resistência à terapia sistêmica (BRITO; SCHIAVON; MARANA,
2011).
A presença de um dispositivo de acesso venoso e tempo de permanência foi outro
antecedente do conceito. Estudos apontam que a presença do cateter é uma porta aberta para a
entrada de microrganismos na corrente sanguínea e esse risco se eleva junto com o tempo
prolongado de permanência do cateter (SOARES et al., 2012; BRASIL, 2017). A Anvisa, na
última revisão de medidas de prevenção de infeção, prevê um tempo máximo de manutenção
de cateter periférico de 96 horas, desde que com curativo estéril impermeável e sem sinais
flogísticos (BRASIL, 2017).
A análise do conceito apontou ainda a exposição à radioterapia como antecedente, pois
relatos apresentaram que, em pacientes submetidos à quimioterapia e radioterapia, não é
possível mensurar seguramente o que ocasiona o dano vascular (CHOW et al., 2006).
O procedimento cirúrgico recente foi identificado como antecedente ao conceito
dentro de uma visão ampliada do trauma vascular. Tendo em vista a cirurgia com uma das
modalidades de tratamento do paciente oncológico e a trombose venosa profunda como um
possível consequente do conceito neste complexo. Corroborando, a Sociedade Brasileira de
Angiologia e de Cirurgia Vascular (2015) apresentou os seguintes fatores de risco desse
evento: idade avançada, câncer, procedimentos cirúrgicos e imobilização.
Sabe-se que a técnica de punção, a escolha do dispositivo de punção compatível com a
veia do paciente e a manipulação do local de punção são fatores que podem influenciar para a
ocorrência do trauma. Assim, a técnica inadequada de punção venosa e manipulação do local
da punção e tipo do cateter venoso: material, calibre inadequados foram identificados com
79
antecedentes do conceito. Autores apontam que a escolha do calibre requer atenção do
profissional e que dispositivos menores são preferíveis para a infusão de quimioterapia, por
diminuírem o risco de trauma durante a inserção e possibilitarem a recirculação de sangue ao
redor do dispositivo (RODRIGUES et al., 2012; BONASSA; GATO, 2012).
O próprio câncer é uma condição de vulnerabilidade para o paciente. Corroborando,
estudo sobre fatores de risco para o trauma vascular identificou que condições de saúde e
tratamento em curso são questões que desencadeiam direta ou indiretamente o trauma
(ARREGUY-SENA et al., 2009).
Além disso, o tempo prolongado de infusão e uso de bomba infusora são fatores que
podem anteceder o trauma. Estudos relataram que o fluxo de infusão pode predispor ao
trauma, sendo infusões com volume superior a 90 ml/h, com maior risco. Ainda, drogas
vesicantes e irritantes devem ser infundidas em menor tempo, não excedendo 30 minutos, no
caso de infusões por acesso venoso periférico (ARREGUY-SENA et al., 2009; RODRIGUES
et al., 2012). Destaca-se ainda que alguns volumes não possíveis de infundir num tempo tão
curto, porém o risco se eleva com o tempo de contato entre a parede do vaso com a droga.
Como consequentes do conceito, identificaram-se a disfunção vascular e a diminuição
do fluxo sanguíneo vascular como resultados do efeito das drogas antineoplásicas. Estudos
apontam que pacientes avaliados após tratamento de câncer têm evidência de disfunção
vascular em comparação com pessoas saudáveis. Relacionado a isto, ocorre um aumento da
permeabilidade vascular, que resulta na diminuição do fluxo sanguíneo (MULROONEY et
al., 2013; JACOBETZ et al., 2012).
Nesse contexto, percebeu-se a alteração da pressão sanguínea que pode ser expressa
como hipotensão ou hipertensão. Estudo apresentou que o dano endotelial era frequente em
pacientes e nestes havia ocorrência de hipotensão (ESKENS et al., 2014). A hipertensão foi
apontada por estudo como influenciada por estruturas vasculares anormais em pacientes com
câncer pós-terapia e o mesmo estudo ainda destacou o risco de doença cardiovascular
aumentado nesses pacientes (IBRAHIM et al., 2013).
Outro consequente extraído da análise foi formação de trombo. Autores relataram que
indivíduos com câncer, somente pela doença, já têm uma predisposição maior ao
tromboembolismo e, somado a isso, os dispositivos de acesso venoso representam um risco
mais elevado para essa clientela (BATRA; DAVIES; WHEATLEY, 2009; CARDIM et al.,
2010; SBACV, 2015).
A trombocitopenia é um evento comum nos pacientes oncológicos, sendo apresentado
pela análise como um possível consequente do trauma vascular. Corroborando, estudos
80
apontam que a trombocitopenia é a segunda alteração hematológica mais frequente entre
pacientes em tratamento quimioterápico (FERREIRA et al., 2013; ANDRADE; SAWADA;
BARICHELLO, 2013). Além disso, em revisão realizada para avaliar complicações
relacionadas ao uso de cateter totalmente implantado, identificou-se a ocorrência de
trombocitopenia evidenciada por hematomas (SILVA; CAMPOS, 2009).
A diminuição da vasculatura viável e da formação de novos vasos também foi extraída
como consequente do trauma, pois, à medida que o trauma se configura, a rede vascular dos
sujeitos torna-se menos viável, e observou-se a interferência na formação de novos vasos.
Algumas terapias intravenosas utilizadas para o tratamento do câncer influenciam
diretamente na formação de novos vasos, as drogas antiangiogênicas, sendo esse efeito
predominantemente nos vasos tumorais, embora se perceba a influência nos vasos normais.
Nesse sentido, o trauma resulta em dano a determinados vasos e ainda inibição da formação
de novos (SIEMANN; SHI, 2004; BORJAN et al., 2015).
A diminuição da elasticidade vascular emergiu como outro consequente da análise.
Observa-se que pacientes submetidos à quimioterapia, ao longo do tempo, apresentam
enrijecimento das veias. Tal fato resulta em paredes vasculares com fibras elásticas mais
frágeis ao estresse e com maior risco de escape de conteúdo vascular para o espaço
extravascular (GUTMAN et al., 1996; KREMPSER; ARREGUY-SENA; BARBOSA, 2013;
RODRIGUES, 2010).
A dor é uma consequência frequente do trauma vascular. Pacientes em tratamento
quimioterápico referem dor em ardência ou queimação no local de inserção do cateter,
durante a punção e durante a infusão (KREMPSER; ARREGUY-SENA; BARBOSA, 2013;
RODRIGUES, 2010; BRITO; LIMA, 2012).
Observou-se também a ocorrência de “sinais de infecção no sítio de inserção do
cateter” como consequente. Destacam-se os sinais flogísticos eritema, edema, dor, presença
de exudato próximo ao cateter e febre. Esses achados podem ocorrer devido a uma ação física,
química ou mecânica da terapia intravenosa (BARBOSA et al, 2015). Pesquisas reafirmam a
importância de manter um cuidado seguro com o cateter venoso, a fim de prevenir a
ocorrência de infecções (REIS et al., 2008; BARBOSA et al., 2015).
Os itens extravasamento, necrose tissular e função do membro prejudicada foram
descritos em consequência do trauma. Embora, no presente estudo, o extravasamento não
tenha sido evidenciado. Provavelmente devido às medidas preventivas aplicadas pela equipe
de enfermagem na unidade de pesquisa. Esta ainda representa uma toxicidade dermatológica
81
grave em pacientes submetidos à quimioterapia. Sendo assim, enfermeiros precisam ser
capacitados para a assistência com esses pacientes (REIS et al., 2008; BRITO; LIMA, 2012).
As reações cutâneas mais severas decorrentes do extravasamento ocorrem com drogas
vesicantes, devido ao escape para o tecido vizinho à veia puncionada, com irritação severa,
destruição tecidual e até necrose tissular. Em casos mais graves, a lesão pode ocasionar
prejuízo ao membro comprometido com a lesão (ANDERSSON; DAHLSTROM, 1993;
FERREIRA; REIS, 2008).
Como consequente do trauma vascular, emergiu ainda o atraso no tratamento
infusional. Estudo realizado com pacientes em tratamento quimioterápico para câncer de
mama apontou que o uso de acesso venoso periférico para o tratamento quimioterápico é
restrito ao longo do tempo, visto que a rede venosa das pacientes não tem tempo hábil para se
recuperar, podendo gerar um atraso no tratamento em decorrência da falta de acesso venoso
viável (CUSTÓDIO, 2016).
Nove especialistas validaram o conteúdo construído na análise de conceito em um
grupo focal. A estratégia de grupo focal permitiu aos especialistas um encontro com o
conceito e a análise profunda de cada componente e definição. Ao decorrer dos encontros a
fala de cada integrante foi sempre valorizada e todos eram incentivados a se expressar.
Levando-se em conta o consenso do grupo para qualquer mudança.
Alguns itens foram ajustados quanto ao rótulo e/ou definição, houve a divisão de
componentes devido à abrangência, transposição de local, ou seja, componentes identificados
na análise como consequentes foram alterados para antecedentes e alguns componentes foram
construídos nesta etapa.
Considerando que dano e lesão são sinônimos, o grupo sugeriu manter um único termo
dentre os atributos e a opção foi “lesão vascular”, obtendo-se um total de três atributos. E, a
partir desses, o Trauma Vascular foi definido como: “Lesão vascular que pode atingir
estruturas adjacentes ao vaso, podendo ocasionar necrose tissular e até disfunção”.
O antecedente “Infusão de agente de interrupção vascular” foi excluído pelo consenso
do grupo focal, visto que essa classe terapêutica ainda não existe em fase clínica, somente em
fase pré-clínica.
O fator relacionado “Presença de um dispositivo de acesso venoso e tempo de
permanência” o grupo sugeriu dividir em dois fatores: “Tempo de permanência” e “Presença
de um dispositivo de acesso venoso”, tendo em vista a abrangência do termo para ser avaliado
em um único item.
82
O grupo focal indicou a exclusão do fator relacionado “Procedimento cirúrgico
recente”, pois entendeu tratar-se de um item amplo no campo do paciente oncológico e com
pouca influência direta para a ocorrência do DE.
O FR “Técnica inadequada de punção venosa e manipulação do local da punção” foi
divido em dois fatores: “Técnica inadequada de punção venosa” e “Manipulação do local da
punção”, por se entender que a punção e a manipulação do cateter são processos diferentes,
apesar de durante a punção também ocorrer a manipulação do cateter. Além disso, o item
“Tipo do cateter venoso: material, calibre” foi compilado junto ao fator “Técnica inadequada
de punção venosa”.
Quanto aos consequentes, os especialistas julgaram mais adequada a transferência do
item “Trombocitopenia” para os antecedentes, pois em consenso justificaram que os pacientes
com níveis menores de plaquetas terão uma predisposição maior para a ocorrência de trauma.
Foi sugerida a elaboração da CD “hematoma” pelo grupo, pois entenderam se tratar de
um item frequente nos pacientes submetidos à terapia por via intravenosa e que reflete o
trauma venoso. Assim, essa característica foi construída após a análise pelos especialistas.
Os especialistas sugeriram a alteração da CD “Alteração da pressão sanguínea”, pois
em consenso entenderam que a elevação da pressão tem efeito mais notório para o trauma
vascular. Nesse contexto, a decisão foi a alteração do termo para “elevação da pressão
arterial” e a transferência do item para fator relacionado.
Para a análise da acurácia dos indicadores clínicos foram avaliados 200 pacientes. O
perfil sociodemográfico dos pacientes oncológicos nas entrevistas foi semelhante ao presente
em outro estudo (SOUZA; SIMÃO; LIMA, 2012; PEREIRA et al., 2013). Considerando que,
no Estado do RN, a Liga Contra o Câncer é referência no tratamento em oncologia, é natural
que se tenha um quantitativo expressivo de pacientes do interior do estado.
A maioria dos pacientes entrevistados tinha tumores sólidos, conforme apresentado
pelo Instituto Nacional do Câncer (2018), sendo a prevalência de câncer de mama em
mulheres e de próstata em homens. Quanto ao quantitativo de pacientes que também fizeram
radioterapia durante a quimioterapia, isso se deve ao protocolo previsto. Dois estudos relaram
que, embora cada modalidade de tratamento tenha suas complicações potenciais, a
concomitância hoje não é considerada fator capaz de aumentar toxicidades, porém traz uma
melhora na sobrevida do paciente, devendo cada caso ser avaliado com sua indicação
(BUENO; MAGALHÃES; MOREIRA, 2012; FARIA et al., 2001).
No que se refere ao adiamento do tratamento quimioterápico, os pacientes relataram já
ter adiado, e os motivos mais comuns foram neutropenia e anemia. Esses resultados
83
corroboram com estudo experimental, em que as principais toxicidades hematológicas foram
neutropenia e anemia (CUNHA, 2014). Outro estudo avaliou 116 pacientes em quimioterapia
e identificou 63,3% de casos de neutropenia, fato que resultou em suspensão do tratamento
até a melhora do quadro (NASCIMENTO et al., 2014).
Durante a quimioterapia, os pacientes apresentaram: náusea, vômito, dor, hipotensão,
hipertensão e anafilaxia. Estudos que analisaram a ocorrência de eventos adversos em
pacientes submetidos à quimioterapia apresentam resultados semelhantes, ademais, enfatizam
que, embora os casos de anafilaxia não sejam muitos, é de suma importância manter a
vigilância constante (SOARES et al., 2009; REIS et al., 2008; BERTOLAZZI et al., 2015).
Além disso, os pacientes relataram algum tipo de intercorrência relacionada ao cateter
venoso, a saber: edema, dor no local do acesso, hiperemia, extravasamento, formação de
trombo e hematoma. Resultados anteriores apoiam esses achados, sendo ocorrências
registradas em pacientes submetidos à terapia antineoplásica. Destaca-se o extravasamento
como evento de atenção constante para enfermeiros, visto que pode causar danos graves ao
paciente (REIS et al., 2008; SCHNEIDER; PEDROLO, 2011).
No tocante às comorbidades, a hipertensão arterial e diabetes foram mais frequentes.
E, sobre hábitos de vida, a maioria não era etilista nem tabagista. Esses achados são opostos
aos apresentados em outro estudo, em que a maioria dos pacientes oncológicos apresentava
outra comorbidade, e tinha hábito de fumar e/ou beber (FEITOSA; PONTES, 2011).
O diagnóstico avaliou 11 indicadores clínicos nos pacientes, entretanto cinco não
estiveram presentes em nenhum sujeito da amostra avaliada, foram eles: “Disfunção
vascular”, “Atraso no tratamento infusional”, “Necrose tissular”, “Função do membro
prejudicada” e “Extravasamento”.
Acredita-se que, devido à prática institucional com medidas de prevenção de
extravasamento, esse evento não foi evidenciado na presente pesquisa. Em consequência, não
houve presença de necrose e de prejuízo ao membro. Entende-se isso como um achado
positivo, pois afirma a qualidade do cuidado da equipe de enfermagem.
Quanto ao atraso no tratamento infusional, embora alguns pacientes tenham relatado
essa experiência, o motivo não estava relacionado à dificuldade ou falta de condições de
acesso venoso para a infusão de terapia. Sendo assim, nenhum paciente da amostra apresentou
atraso, apesar da existir uma piora da rede venosa com o passar da terapia.
E a “Disfunção vascular” requer um exame de imagem para constatação. Como os
pacientes só fazem esse tipo de exame conforme a indicação médica, além disso, custa caro,
84
entre os sujeitos avaliados nenhum havia realizado. Todavia, não se exclui a possibilidade de
esse indicador ter sido prejudicado na avaliação.
Assim sendo, seis indicadores foram analisados a partir de três diferentes modelos
ajustados na análise de classes latentes clássica, incluindo três indicadores clínicos em cada. O
modelo que melhor representou a inferência do diagnóstico Trauma Vascular esteve presente
em 11,17% da amostra e foi representado pelos indicadores “Diminuição da elasticidade
vascular”, “Dor” e “Sinais de infecção no sítio de inserção do cateter”, os quais tiveram altos
índices de especificidade para o diagnóstico.
Diminuição da elasticidade vascular resulta da perda de fibras elásticas dos vasos,
tornando-os mais enrijecidos, com maior risco de transfixação durante a punção e ainda
menos resistentes à infusão de grandes volumes, pois as fibras que revestem o vaso são mais
sensíveis (KREMPSER; ARREGUY-SENA; BARBOSA, 2013). A diminuição da
elasticidade do vaso foi identificada em pesquisa com pacientes oncológicas como evidência
do trauma vascular (RODRIGUES, 2010).
Contrariamente, pesquisa avaliou pacientes durante tratamento quimioterápico e não
identificou diminuição da elasticidade vascular ao final do tratamento (SOARES; ALMEIDA;
GOZZO, 2012). Porém destaca-se que a amostra foi somente de 20 pacientes. Acredita-se que
a realização de estudo posterior ampliando a população seja válida.
A “Diminuição da elasticidade vascular” mostrou-se como um indicador clínico
específico ao diagnóstico de enfermagem. A especificidade é a característica do indicador que
representa a proporção de indivíduos sem diagnóstico e sem a característica definidora.
Assim, elevados valores de especificidade refletem boa habilidade de confirmar o diagnóstico
(LOPES; SILVA, 2017).
Outro indicador com elevado índice de especificidade foi “Dor”. Esse evento é comum
nos pacientes oncológicos, e relacionado à terapia intravenosa os relatos são frequentes.
Estudos relatam características definidoras do trauma vascular em pacientes atendidos em
urgência e a dor no local de inserção e trajeto do cateter foi evidente nos pacientes
(KREMPSER; ARREGUY-SENA; BARBOSA, 2013; KREMPSER, 2014; ARREGUY-
SENA, 2002).
Por fim, o indicador mais específico foi “Sinais de infecção no sítio de inserção do
cateter”, tendo valor 99,99% de especificidade. Os pacientes em quimioterapia ou submetidos
a alguma terapia intravenosa estão susceptíveis a infecção no local do cateter. A presença de
secreção no sítio de inserção do cateter, eritema, dor e edema são características evidentes que
85
compõem esses sinais (REIS et al., 2008; KREMPSER; ARREGUY-SENA; BARBOSA,
2013; KREMPSER, 2014; ARREGUY-SENA, 2002).
O paciente oncológico é mais susceptível a infecções devido ao estado imunológico
prejudicado pela própria doença e pela terapia. Somado a isso, outros fatores que interferem
no risco de infecções no sítio de inserção do cateter são a punção e manipulação inadequadas
do local e ainda o tempo de permanência prolongado do cateter (BRASIL, 2017). Sabendo
disso, o enfermeiro é o profissional-chave para intervir nesse diagnóstico.
Assim, três indicadores clínicos acurados predizem o diagnóstico Trauma Vascular em
pacientes submetidos à terapia antineoplásica, a saber: “Diminuição da elasticidade vascular”,
“Dor” e “Sinais de infecção no sítio de inserção do cateter”. Outrossim, ressalta-se o papel do
enfermeiro na identificação de diagnósticos em populações específicas, com o objetivo de
melhorar a qualidade do cuidado a pacientes oncológicos submetidos à quimioterapia. Para
tal, propõe-se o fenômeno “Trauma Vascular” como diagnóstico de enfermagem válido
clinicamente para essa clientela.
86
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o diagnóstico Trauma Vascular é válido quanto ao conteúdo e na
clínica é possível afirmar que ele é válido para pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica a partir da análise dos seguintes indicadores: Diminuição do fluxo sanguíneo
vascular, Formação de trombo, Hematoma, Sinais de infecção no sítio de inserção do cateter,
Diminuição da elasticidade vascular e dor.
Para isso, foi analisado, inicialmente, o conceito “trauma vascular” em pacientes
submetidos à terapia antineoplásica. Mediante a análise de conceito, obtiveram-se quatro
atributos, 13 antecedentes e 13 consequentes. A partir da segunda etapa, com a análise de
especialistas, encontrou-se um total de três atributos, 13 fatores relacionados e 11
características definidoras. Após a análise do conteúdo, o diagnóstico foi validado na clínica
em 200 pacientes.
O diagnóstico esteve presente em 11,17% dos pacientes entrevistados. Os indicados
clínicos “Diminuição da elasticidade vascular”, “Dor” e “Sinais de infecção no sítio de
inserção do cateter” apresentaram elevados valores para especificidade. Esses indicadores têm
importância substancial para a confirmação da presença do diagnóstico. Assim sendo, o
estudo sustenta a tese de que o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular é válido para
pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica.
Como limitação do estudo observamos itens relacionados à utilização da metodologia
transversal: inclusão de pacientes em ciclo inicial do tratamento, visto que têm uma
probabilidade de ter uma rede venosa mais bem preservada; falta de registro sobre o tempo de
início e término da infusão de cada medicamento, impossibilitando a coleta do dado “Tempo
prolongado de infusão”; e avaliação num único momento, visto que alguns pacientes
manifestam um determinado trauma e este precisa ser acompanhado posteriormente. Assim,
sugere-se a realização de estudos longitudinais com essa clientela para acompanhar a
manifestação do diagnóstico ao longo de um tempo.
Espera-se, com os resultados do presente estudo, contribuir para o manejo do cuidado
de pacientes submetidos à terapia antineoplásica que apresentem trauma vascular e, assim,
melhorar a qualidade de vida e a segurança dos pacientes. Outrossim, espera-se contribuir
para a Sistematização da Assistência de Enfermagem, a implementação do Processo de
Enfermagem e o estabelecimento mais seguro do diagnóstico, a partir da acurácia dos
indicadores clínicos estudados.
87
Nesse contexto pretende-se construir um protocolo de cuidados focado nas intervenções
para o trauma vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica, no
sentido de padronizar o cuidado a essa clientela.
Além disso, acredita-se que o diagnóstico estudado possa ser incorporado ao corpo de
diagnósticos indexados da Nanda Internacional junto com outros estudos já realizados acerca
desse DE, que juntos são capazes de dar subsídios para a inclusão do “Trauma Vascular” de
maneira padronizada e dessa forma poderá ser aplicado por enfermeiros de qualquer lugar do
mundo.
88
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APÊNDICES
99
APÊNDICE A - Protocolo da revisão integrativa da literatura.
PROTOCOLO DA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Tema: Conceito de Trauma Vascular em pacientes submetidos à terapia antineoplásica.
1) Objetivo: Identificar qual é o conhecimento existente na literatura acerca dos componentes
do conceito Trauma Vascular em pacientes submetidos à terapia antineoplásica, bem como suas
definições conceituais.
2) Questões norteadoras
Qual o conceito de Trauma Vascular em pacientes submetidos à terapia antineoplásica?
Quais são os atributos do conceito?
Quais são os antecedentes/fatores relacionados do conceito?
Quais são os consequentes/características definidoras do conceito?
Quais são as definições conceituais e operacionais para os antecedentes/fatores
relacionados e consequentes/características definidoras do conceito Trauma Vascular
em pacientes submetidos à terapia antineoplásica?
3) Estratégias para a busca dos artigos
3.1 Base de dados
Base de dados 01: Science Direct
Base de dados 02: Web of Science
Base de dados 03: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde).
Base de dados 04: PUBMED (National Library of Medicine and Nattional Institutes of
Health)/ MEDLINE.
Base de dados 05: CINAHL (Cumulative Index to Nursing and Allied Health
Literature).
Base de dados 06: SCOPUS.
Base de dados 07: COCHRANE.
3.2 Descritores e sinonímias
3.2.1 Decs (Descritores em Ciências da
Saúde) Mesh (Medical Subject Headings)
1#Lesões Vasculares 1#Vascular injuries
2#Vasos sanguíneos 2#Blood vessels
3#Quimioterapia 3#Antineoplastic agents
3.3 Cruzamentos
CRUZAMENTO 1: 1# AND 2# AND 3#
CRUZAMENTO 2: 1# AND 3#
CRUZAMENTO 3: 2# AND 3#
4) Seleção dos estudos: leitura flutuante.
4.1 Critérios de inclusão:
Artigos completos disponíveis nas bases de dados selecionadas;
Artigos disponíveis nos idiomas português, inglês ou espanhol;
Estudos que abordem o conceito Trauma Vascular em pacientes submetidos à terapia
antineoplásica.
4.2 Critérios de exclusão:
Editoriais;
Cartas ao editor;
Resumos;
Opinião de especialistas;
100
Artigos de revisão.
5) Avaliação dos estudos inclusos
Leitura profunda dos estudos selecionados, com vistas a selecionar os dados a serem
extraídos dos estudos.
6) Estratégia para a extração de dados dos estudos
Instrumento com dados sobre a caracterização do estudo e dados sobre os atributos,
antecedentes/fatores relacionados, consequentes/características definidoras, definições
conceituais e operacionais referentes ao conceito Trauma Vascular, contidos em cada artigo
(APÊNDICE B).
7) Estratégia para a análise/interpretação e síntese dos dados
Análise de conceito.
Construção de quadro sintético com a caracterização dos estudos selecionados;
Construção de quadro com a síntese dos itens: definições do conceito Trauma Vascular,
os fatores relacionados, características definidoras extraídos da literatura e suas definições
conceituais e empíricas.
101
APÊNDICE B – Instrumento para a extração dos dados da revisão integrativa
Identificação ( )
Base de dados
Referência
Idioma
Revista de
publicação
Ano de publicação
Objetivo
Tipo do estudo
Local de
desenvolvimento do
estudo
População com que
o estudo foi
desenvolvido
Cenário
Resultado
Conclusão
Usos do conceito
Atributos
Antecedentes
Consequentes
Conceitos
relacionados
102
APÊNDICE C – Carta-convite aos especialistas para participação no estudo (2ª etapa)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
CARTA-CONVITE
Prezado enfermeiro especialista,
Sou doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e estou desenvolvendo a pesquisa intitulada “Validação do
diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica”, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira.
Venho, por meio desta, solicitar a sua colaboração na análise de conteúdo do
diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular, o qual será submetido à validação. O estudo
objetiva validar conceitual e clinicamente o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular
focado para os pacientes submetidos à terapia antineoplásica.
Dessa forma, o(a) Sr.(a) precisará participar de um grupo focal a ser realizado no
Departamento de Enfermagem-UFRN, durante seis encontros, com duração máxima de três
horas cada, no qual o(a) Sr.(a) participará de debates sobre a apreciação do diagnóstico
Trauma Vascular, sendo destacados os itens: definição do rótulo do diagnóstico de
enfermagem proposto, fatores relacionados e características definidoras a serem inclusos no
referido diagnóstico e suas definições operacionais e conceituais. Assim, a partir desses
encontros, o(a) Sr.(a) discutirá com outros participantes sobre essa temática, com vistas a
atingir um consenso sobre possíveis modificações no conteúdo construído na análise
conceitual do diagnóstico proposto.
Caso aceite participar desta pesquisa, peço que confirme por e-mail sua participação
para que possamos enviar a data da primeira reunião. Aguardamos sua resposta e desde já
agradecemos por sua honrosa colaboração.
Atenciosamente, Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva (Doutoranda) e Ana Luisa Brandão de
Carvalho Lira (Orientadora)
103
APÊNDICE D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) – Especialistas (2ª
etapa)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Esclarecimentos
Este é um convite para o(a) Sr.(a) participar de pesquisa “Validação do diagnóstico de
enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica”,
que está sendo desenvolvida por Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva, sob a orientação da
Prof.ª. Dr.ª Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira.
Sua participação é voluntária, o que significa que o(a) Sr.(a) poderá desistir a qualquer
momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou
penalidade.
Esta pesquisa objetiva validar o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em
pacientes submetidos à terapia antineoplásica. Para isso, na primeira etapa, identificaremos o
conhecimento produzido na literatura acerca dos componentes (definição, antecedentes e
indicadores clínicos) desse diagnóstico de enfermagem. Em seguida, construiremos as
definições conceituais e as referências empíricas dos indicadores desse diagnóstico. E nesta
etapa verificaremos com especialistas a adequação das definições construídas para o
diagnóstico em questão.
Caso decida aceitar o convite, o(a) Sr.(a) será submetido(a) ao(s) seguinte(s)
procedimentos: precisará compor um grupo focal a ser realizado no Departamento de
Enfermagem-UFRN, durante seis encontros, com duração máxima de três horas cada, no qual
o(a) Sr.(a) participará de debates sobre a apreciação do diagnóstico Trauma Vascular, sendo
destacados os itens: definição do rótulo do diagnóstico de enfermagem proposto, fatores
relacionados e características definidoras a serem inclusos no referido diagnóstico, bem como
suas definições operacionais e conceituais. Assim, a partir desses encontros, o(a) Sr.(a)
discutirá com outros participantes sobre essa temática, com vistas a atingir um consenso sobre
possíveis modificações no conteúdo construído na análise conceitual do diagnóstico proposto.
Com este estudo, almeja-se melhorar a fundamentação científica do diagnóstico de
enfermagem Trauma Vascular em pacientes submetidos à terapia antineoplásica no intuito de
104
facilitar seu uso na prática clínica dos enfermeiros, melhorando sua identificação e o
planejamento de cuidados.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em
nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados
será feita de forma a não identificar os voluntários.
O(A) Sr.(a) não terá nenhum custo com a participação na pesquisa, porém, se por
algum motivo vier a ter, esse gasto será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se
o(a) Sr.(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, terá direito a
indenização.
O(A) Sr.(a) ficará com uma cópia deste Termo e, toda dúvida que tiver a respeito desta
pesquisa, poderá perguntar diretamente para Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira ou
Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva, no endereço Campus Universitário, s/n, BR 101 –
Lagoa Nova – Natal/RN – CEP: 59072-970 ou pelo telefone 32153889.
Dúvidas a respeito da ética desta pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de
Ética em Pesquisa da LNRCC no endereço Rua Dr. Mário Negócio, 2267. Quintas. Natal/RN
ou pelo telefone (84) 4009-5494.
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
“Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento
a qualquer hora, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de
qualquer benefício que eu possa ter adquirido. A minha assinatura neste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE dará autorização ao patrocinador do estudo e à
instituição responsável de utilizarem os dados obtidos quando se fizer necessário, incluindo a
divulgação dos mesmos, sempre preservando minha privacidade”.
“Assino o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em minha
posse.”
Natal, _______ de ____________de ______
___________________________________________________________
Assinatura do enfermeiro
105
DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Como pesquisador responsável pelo estudo “Validação do diagnóstico de enfermagem
Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica”, declaro que
assumo a inteira responsabilidade de cumprir fielmente os procedimentos metodologicamente
e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante deste estudo, assim como
manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade do mesmo.
Declaro ainda estar ciente de que, na inobservância do compromisso ora assumido,
estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS, que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
Natal, _______ de ____________de ______
___________________________________________________________
Assinatura do pesquisador
106
APÊNDICE E – Termo de autorização de voz (2ª etapa)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Eu,_______________________________________, depois de entender os riscos e
benefícios que a pesquisa intitulada “Validação do diagnóstico de enfermagem Trauma
Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica” poderá trazer, e
entender especialmente os métodos que serão usados para a coleta de dados, assim como estar
ciente da necessidade da gravação de minha entrevista, AUTORIZO, por meio deste Termo,
os pesquisadores Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira e Fernanda Beatriz Batista Lima e
Silva a realizarem a gravação de minha entrevista sem custos financeiros a nenhuma parte.
Esta AUTORIZAÇÃO foi concedida mediante o compromisso dos pesquisadores
acima citados em garantir-me os seguintes direitos:
1. Poderei ler a transcrição de minha gravação;
2. Os dados coletados serão usados exclusivamente para gerar informações para a
pesquisa aqui relatada e outras publicações dela decorrentes, quais sejam: em revistas
científicas, congressos e jornais;
3. Minha identificação não será revelada em nenhuma das vias de publicação das
informações geradas;
4. Qualquer outra forma de utilização dessas informações somente poderá ser feita
mediante minha autorização;
5. Os dados coletados serão guardados por cinco anos, sob a responsabilidade da
pesquisadora Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva, e, após esse período, serão destruídos; e,
6. Serei livre para interromper minha participação na pesquisa a qualquer momento
e/ou solicitar a posse da gravação e transcrição de minha entrevista.
Natal, _______ de ____________de ________
______________________________________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
______________________________________________________________
Assinatura e carimbo do pesquisador responsável
107
APÊNDICE F – Instrumento de coleta de dados (especialistas)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Instrumento de coleta de dados para a validação de conteúdo do diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos
submetidos à terapia antineoplásica
Prezado enfermeiro especialista,
Sou doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e estou desenvolvendo a pesquisa
intitulada “Validação do diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular para pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica”, sob a orientação da
Prof.ª Dr.ª Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira.
O estudo contou, inicialmente, com uma etapa de análise de conceito, na qual foram identificados o conceito, seus antecedentes e consequentes e
construídas as definições conceituais e operacionais, baseado em uma revisão consistente da literatura. Esta é a segunda etapa, que contará com sua
colaboração ao analisar os achados da análise de conceito, caracterizando a etapa de Análise de Conteúdo por Especialistas. Para isto, contamos com sua
valiosa participação respondendo o instrumento abaixo, o qual se divide em: Identificação do Especialista e Análise do Conteúdo dos Componentes do
Diagnóstico de Enfermagem Trauma Vascular para Pacientes Oncológicos submetidos à terapia antineoplásica. Estes componentes são os indicadores clínicos
(características definidoras) e agentes etiológicos (fatores relacionados).
Desde já, agradeço suas valiosas contribuições e estou à disposição para qualquer dúvida.
108
PARTE 1 – CARACTERIZAÇÃO DOS SUJEITOS
1.1 Nome (iniciais): 1.2 Sexo: 1. ( ) Feminino 2. ( ) Masculino
1.3 Idade (anos):
1.4 Estado em que reside:
1.5 Ocupação atual: 1. ( ) Assistência 2. ( ) Gerência 3. ( ) Pesquisa 4. ( ) Ensino 5. ( ) Estudante de graduação 6. ( ) Outro
1.6 Qualificação profissional:
1. ( ) Especialização 2. ( )Residência 3. ( ) Mestrado acadêmico 4. ( ) Mestrado profissional 5. ( ) Doutorado 6. ( ) Graduação 7. ( ) Outro
1.7 Tempo de formação profissional (em anos):
1.8 Temática (ensino/pesquisa/assistência):
1.9 Desenvolveu ou está desenvolvendo trabalhos no contexto da Taxonomia de Enfermagem na forma de: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
1.10 Desenvolveu ou está desenvolvendo trabalhos no contexto Diagnósticos de Enfermagem na forma de:
( ) Monografia de graduação ( )Monografia de especialização ( ) Dissertação
( ) Tese ( ) Artigos científicos ( ) Outros: ___________________
1.11 Desenvolveu ou está desenvolvendo trabalhos no contexto da Oncologia na forma de:
( ) Monografia de graduação ( )Monografia de especialização ( ) Dissertação
( ) Tese ( ) Artigos científicos ( ) Outros: ___________________
1.12 Nos últimos 12 meses, onde exerceu suas atividades profissionais?
( ) Hospital ( ) Unidade Básica de Saúde ( ) Instituição de Ensino ( ) Outro: _________________________
1.13 Utiliza ou já utilizou Diagnósticos de Enfermagem na sua prática profissional?
( ) Sim. Por quanto tempo?______________________ ( )Não
1.14 Presta ou já prestou assistência a pacientes Oncológicos e/ou com o Diagnóstico de Enfermagem Trauma Vascular?
( ) Sim ( ) Não
Se sim,
( ) Pacientes Oncológicos
( ) Pacientes com o Diagnóstico de Enfermagem Trauma Vascular
( ) Pacientes Oncológicos e Diagnóstico de Enfermagem Trauma Vascular
Em que local? ___________________________________________________
Há quanto tempo? _________________________________________________
1.15 Já identificou o Diagnóstico de Enfermagem Trauma Vascular em sua prática profissional?
( ) Nunca ( ) Algumas vezes ( ) Frequentemente
109
PARTE 2 – VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DO DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM TRAUMA VASCULAR EM PACIENTES
ONCOLÓGICOS SUBMETIDOS À TERAPIA ANTINEOPLÁSICA
Nesta segunda parte do instrumento solicitamos que o(a) Sr.(a) analise as definições conceituais e operacionais de cada componente, as
quais estão descritas abaixo:
DEFINIÇÃO CONCEITUAL: se propõe a definir o conceito com significado conotativo (compreensivo, teórico), estabelecido
por meio da revisão da literatura.
DEFINIÇÃO OPERACIONAL: se propõe a definir como o conceito é mensurado. Reflete a expressão do fenômeno na
realidade em que ocorre.
Após a leitura criteriosa de cada definição, solicitamos que o(a) Sr.(a) avalie cada uma de acordo a adequação: “adequado” ou “não
adequado”, levando em consideração os critérios de Relevância, Clareza e Precisão conforme as suas respectivas definições:
RELEVÂNCIA: compreenderá a capacidade de as características definidoras (CDs) serem consistentes com a estrutura do
diagnóstico de enfermagem em análise ou, no caso de fatores relacionados (FRs), de esses serem capazes de estabelecer uma relação de
causalidade com o mesmo.
CLAREZA: caracterizará a inteligibilidade de cada definição construída para os componentes do diagnóstico CD e FR, utilizando
como base frases curtas, expressões inequívocas e simples que apresentem uma única ideia.
PRECISÃO: consistirá na capacidade de cada definição permitir a distinção de um componente diagnóstico específico dos
demais, mantendo a caracterização clínica do mesmo.
110
O(A) Sr.(a) deverá julgar e discutir com o grupo para que o grupo focal obtenha um consenso sobre cada item. Utilize o espaço intitulado
como “sugestões” para justificar sua avaliação sempre que necessário. Caso também deseje dar qualquer contribuição adicional, ao final do
questionário poderá elencá-las.
2.1 A definição do rótulo do diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica está
adequada?
Definição do Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica
Definição: Dano ou lesão vascular, caracterizado por disfunção endotelial capaz de atingir estruturas adjacentes e até ocasionar necrose tissular.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
2.2 No quadro abaixo estão listados os fatores relacionados e suas definições conceituais e operacionais identificados na literatura, referentes ao
diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular. Estes fatores relacionados estão adequados para o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular?
As definições conceituais e operacionais estão adequadas para cada fator relacionado correspondente? Marque a melhor opção considerando os
itens relevância, clareza e precisão.
111
Fatores Relacionados
Infusão de agente quimioterápico
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: Infusão de quimioterápicos. São agentes administrados aos pacientes oncológicos como parte de sua terapia que agem no ciclo
celular (CHOW et al., 2006).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: Investigar sobre o uso de algum agente antineoplásico de infusão: quimioterápico. Se o paciente fizer uso, o fator estará presente.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Infusão de agente de interrupção vascular
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: Infusão de agentes de interrupção vascular. São agentes administrados aos pacientes oncológicos como parte de sua terapia que
interferem em estruturas vasculares (IBRAHIM et al., 2013).
Adequado ( ) Não adequado ( )
112
Definição operacional: Investigar sobre o uso de algum agente antineoplásico de interrupção vascular. Se o paciente fizer uso, o fator estará presente.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Infusão de agente antiangiogênico
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: Infusão de antiangiogênicos. São agentes administrados aos pacientes oncológicos como parte de sua terapia que agem impedindo a
formação de novos vasos (BORJAN et al., 2015).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: Investigar sobre o uso de algum agente antineoplásico antiangiogênico. Se o paciente fizer uso, o fator estará presente.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Hipóxia
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a diminuição de oxigênio no sangue (SMELTZER; BARE, 2011).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá examinar o paciente, após pelo menos 5 minutos de repouso, com auxílio de um oxímetro e avaliar o nível
113
de oxigenação sanguínea a partir do valor de SpO2. Se o valor estiver inferior a 90%, o fator estará presente (POTTER; PERRY, 2013).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Presença de um dispositivo de acesso venoso e tempo de permanência
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É um cateter venoso implantado em veia central ou periférica de um paciente por um tempo pré-determinado de permanência
(CARDIM et al, 2010; MYERS et al., 1991).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá identificar por meio da inspeção a presença do cateter venoso e em registros de prontuário avaliar o tempo
de permanência do cateter. Um cateter periférico deve permanecer pelo tempo máximo de 3 dias e o cateter central deve permanecer pelo tempo máximo
necessário ou até que se tenha sinais de infecção. Se o tempo for superior, o fator estará presente.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Exposição a radioterapia
Adequado ( ) Não adequado ( )
114
Definição conceitual: É a exposição ao tratamento local ou locorregional para o câncer que utiliza equipamentos e técnicas para irradiar áreas demarcadas
do organismo humano (INCA, 2011; DENARDI, 2008).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá interrogar o paciente e confirmar em prontuário se o mesmo realizou ou está em tratamento de radioterapia.
Se a resposta for sim, o fator estará presente.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Procedimento cirúrgico recente
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a realização de um procedimento cirúrgico dentro dos últimos 30 dias (BRANDES, 1997; SMELTZER; BARE, 2011).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá interrogar o paciente sobre a realização de algum procedimento cirúrgico dentro dos últimos 30 dias. Se a
resposta for sim, o fator estará presente.
Adequado ( ) Não adequado ( )
115
Sugestões:
Técnica inadequada de punção venosa e manipulação do local da punção
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É uma ação ou um conjunto de ações inadequadas para inserção de um dispositivo dentro do vaso sanguíneo, que requer cuidados e
controle durante todo o período de permanência do dispositivo (TORRES; ANDRADE; SANTOS, 2005).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá identificar se a veia puncionada é adequada (locais não são indicados: o dorso da mão, o pulso, dedos,
fossa antecubital ou outras áreas de flexão; calibre do dispositivo: a recomendação é de dispositivos de menor calibre), observar o uso de técnica asséptica
durante a punção e em qualquer manipulação do dispositivo e local da punção. Além disso, é fundamental o cuidado com a manutenção do curativo limpo
e com troca diária se for usado curativo com gaze, podendo permanecer até 7 dias o curativo de filme transparente, desde que a cobertura esteja adequada
e não tenha nenhum sinal de infecção. Se a punção estiver inadequada, for identificado uso de técnicas não assépticas ou curativo não adequado, o fator
estará presente (TORRES; ANDRADE; SANTOS, 2005; HADAWAY, 2004; PHILLIPS; GORSKI, 2014).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
116
Tipo do cateter venoso: material, calibre
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É o tipo do material do cateter (compatibilidade com o indivíduo, soluções de infusão e flexibilidade) e a dimensão do dispositivo
inadequada para a punção (CAPUCHO et al., 2012, HADAWAY, 2004; PHILLIPS; GORSKI, 2014).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá identificar qual tipo de material do dispositivo (não deve ser de material inflexível), a presença de
incompatibilidade do indivíduo com o material ou do material com a solução de infusão. Se o cateter for de material inflexível, estiver incompatível com o
sujeito ou com a solução, o fator estará presente. Bem como identificar se o calibre do dispositivo é adequado para veia puncionada, o indicado são
cateteres de menor calibre 22G ou 24G. Se o calibre estiver superior ao indicado, o fator estará presente (CAPUCHO et al., 2012, HADAWAY, 2004;
PHILLIPS; GORSKI, 2014).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Câncer
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a definição para o conjunto de mais de 100 doenças caracterizadas pelo crescimento desordenado de células, podendo invadir
tecidos e órgãos vizinhos (INCA, 2011).
117
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá questionar o paciente e confirmar no prontuário sobre o diagnóstico de algum câncer. Se a resposta for sim,
o fator estará presente.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Uso de bomba infusora
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a utilização de um equipamento para controlar o fluxo de infusão (volume/tempo) (CAPUCHO et al., 2012).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá identificar se existe alguma solução infundida por bomba. Embora se considere a importância do controle
do fluxo da infusão com o uso deste dispositivo, especialmente em quimioterapia antineoplásica, destaca-se que o mesmo gera pressão positiva, podendo
interferir na ocorrência de traumas vasculares. Se houver a infusão por bomba de infusão, o fator estará presente (CAPUCHO et al. 2012).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
118
Tempo prolongado de infusão
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É o tempo prolongado de administração de quimioterapia, pois a superfície de contato com a veia ficará exposta por mais tempo
(CAPUCHO et al., 2012).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá identificar em prontuário o tempo de infusão de cada droga. As drogas vesicantes não devem exceder 30
min. para a infusão completa; para as demais drogas, deve ser buscada a indicação do fabricante. Se o tempo de infusão for superior ao recomendado, o
fator estará presente (CAPUCHO et al., 2012).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
2.3 No quadro abaixo estão listadas as características definidoras e suas definições conceituais e operacionais identificadas na literatura,
referentes ao diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular. Estas características definidoras estão adequadas para o diagnóstico de enfermagem
Trauma Vascular? As definições conceituais e operacionais estão adequadas para cada característica definidora correspondente? Marque a
melhor opção considerando os itens relevância, clareza e precisão.
119
Características definidoras
Disfunção vascular
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a perda da integridade anatômica e funcional do vaso (LOPES, 2006).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: A disfunção torna o vaso incapaz de manter a capacidade normal, fato que causa dor, edema e fadiga ao esforço. O investigador
deverá examinar e interrogar o paciente quanto à presença desses sinais. Se algum desses sinais estiver presente, a característica estará presente
(ALENCAR; MATIAS; AGUIAR, 2013).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Diminuição do fluxo sanguíneo vascular
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a redução do fluxo sanguíneo em vasos sanguíneos periféricos, como reflexo de doença vascular (SMELTZER; BARE, 2011).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá posicionar o paciente deitado para examinar as pulsações venosas jugulares. A ocorrência de turgência de
jugular em posição deitada que desaparece ao levantar indica fluxo sanguíneo normal. Se não ocorrer turgência jugular, a característica estará presente
(PORTO, 2008).
120
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Formação de trombo
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: Caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas, que resulta em obstrução parcial ou oclusão total do vaso
(SBACV, 2015).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá aplicar com o paciente a Escore de Wells, que estratifica o risco de trombose venosa em: baixo, moderado
e alto, de acordo com a pontuação obtida. Se o paciente obtiver um escore igual ou maior que 2, isso indica um risco moderado ou alto, e a característica
estará presente (SBACV, 2015).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Trombocitopenia
121
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a diminuição do número de plaquetas em consequência do tratamento quimioterápico e da doença de base (BONASSA; GATO,
2012).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá examinar o paciente quanto à presença de petéquias, equimoses e sangramento em mucosas ou secreções e
ainda verificar o exame de contagem de plaquetas (se inferior a 150.000/mm³). Se algum dos sinais estiver presente, a característica estará presente
(BONASSA; GATO, 2012; GUYTON; HALL, 2002; FISCHBACH; DUNNING, 2010).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Sinais de infecção no local sítio de inserção do cateter
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a presença de sinais e sintomas que indicam a presença de infecção relacionada ao cateter venoso periférico ou central. Devido à
resposta inflamatória desencadeada pela infecção, podem ser observados sinais de eritema, edema, presença de exudato próximo ao cateter e febre, que
pode ser em decorrência do cateter ou por outra causa (HARROLD; GOULD; DREY, 2013; PHILLIPS; GORSKI, 2014).
122
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá examinar o local de inserção do cateter e identificar possíveis sinais de eritema, edema, presença de
exudato próximo ao cateter e ainda questionar o paciente sobre a ocorrência de febre (temperatura corporal acima de 37º C). Se a febre for um sinal
isolado, é necessário avaliar o paciente quanto à relação com outro possível evento. Se o paciente tiver evidência de qualquer um dos sinais, com ou sem
febre, a característica estará presente, entretanto a febre isolada não evidencia a característica (PORTO, 2008; BONASSA; GATO, 2012).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Atraso no tratamento infusional
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É o adiamento do tratamento além do tempo planejado (PASSOS; CRESPO, 2011).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá checar no prontuário do paciente qual o esquema de tratamento e qual a rotina de infusão. Se o
planejamento estiver adiado, a característica estará presente (PASSOS; CRESPO, 2011).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
123
Necrose tissular
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a degeneração de um tecido por morte de suas células que apresenta aspecto amarelado ou enegrecido (HESS, 2002).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá examinar a pele do paciente e identificar qualquer área com presença de baixa temperatura, umidade e
tecido desvitalizado. Se esses fatores estiveram presentes, a característica estará presente (PORTO, 2008; YOUNG et al., 2002).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Alteração da pressão sanguínea
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É quando a força exercida pelo sangue sobre as paredes dos vasos está alterada acima ou abaixo (somente se sintomática) dos
limites considerados normais (PORTO, 2008; Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2016).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá aferir a pressão arterial do paciente. Se o resultado estiver acima (sintomático ou assintomático) de: PA
sistólica 139 mmHg, PA diastólica 89 mmHg; ou inferior e sintomático: PA sistólica 120 mmHg, PA diastólica 80 mmHg, a característica estará presente
(Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, 2016).
124
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Diminuição da vasculatura viável e da formação de novos vasos
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a redução da vasculatura tecidual funcionante e da reconstrução da vasculatura tecidual (GUYTON; HALL, 2002).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá avaliar o paciente quanto à rede venosa (trajeto, calibre, estado da parede, estado da pele adjacente, direção
do fluxo sanguíneo, sensibilidade). Se ocorrer alteração em um desses itens, a característica estará presente (GUYTON; HALL, 2002; PORTO, 2008).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Diminuição da elasticidade vascular/ Induração
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É a diminuição da capacidade de distensibilidade do vaso (GUYTON; HALL, 2002; SMELTZER; BARE, 2011).
125
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: Quando o vaso tem sua capacidade de distensibilidade diminuída, observa-se induração. O investigador deverá examinar a rede
vascular do paciente por meio da palpação em busca de qualquer vaso endurecido. Se algum vaso endurecido estiver presente, a característica estará
presente (PORTO, 2008; PASSOS; CRESPO, 2011).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Função do membro prejudicada
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É quando a função do membro em que ocorreu a punção venosa fica prejudicada (ANDERSSON; DAHLSTROM, 1993;
HADAWAY, 2004).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá realizar com o paciente o exame completo de membros superiores (considerando que a punção é neste
local). Ombros: Abdução (110º a 120º), rotação externa (90º), rotação interna (180º); Cotovelos: extensão (0º ou 180º), flexão (45º ou 150 a 160º),
pronação (90º), supinação (90º), pronossupinação (90-180º para cada movimento); Punhos: flexão palmar (90º), extensão dorsal ou dorsiflexão (70º),
desvio radial ou medial ou adução (20º), desvio cubital ou lateral ou adução (30º). Se o exame estiver com algum desvio normalidade e não existir outro
motivo (doença preexistente) para a alteração, a característica estará presente (PORTO, 2008; HADAWAY, 2004).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
126
Dor
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É uma experiência sensorial e emocional desagradável associada ao dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tais
danos (IASP, 1994).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição operacional: O investigador deverá interrogar o paciente sobre a sensação de dor e pedir que indique o local e descreva o tipo da dor. Além
disso, deverá aplicar a escala de fácies de dor para que o paciente indique o seu nível de dor na escala padronizada. Se a resposta for positiva e a
localização da dor estiver relacionada ao local ou trajeto venoso da punção, a característica está presente (IASP, 1994; PORTO, 2008).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
Extravasamento
Adequado ( ) Não adequado ( )
Definição conceitual: É o escape de solução quimioterápica para fora do leito vascular, independente da localização do dispositivo no momento da
punção, com propagação para tecidos circundantes capaz de causar danos teciduais como necrose e até ocasionar sequelas limitantes (ANDERSSON;
DAHLSTROM, 1993; HADAWAY, 2004; HARROLD; GOULD; DREY, 2013).
Adequado ( ) Não adequado ( )
127
Definição operacional: O investigador deverá examinar o paciente questionando sobre a ocorrência de dor, observar a presença eritema, diminuição ou
interrupção do fluxo de infusão, diminuição ou interrupção do retorno venoso, edema no local da infusão. Se ocorrer eritema associado ou não a um ou
mais desses sinais, a característica estará presente (PASSOS; CRESPO, 2011; CTCAE, 2009).
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:
2.3 Existem fatores relacionados ou características definidoras que deveriam ser acrescentados ao diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular?
Se sim, expresse o nome do fator relacionado e da característica definidora e sua justificativa.
Sugestão de inclusão de outros fatores relacionados Justificativa
Sugestão de inclusão de outras características definidoras Justificativa
128
129
2.4 Propõe-se que o diagnóstico se enquadre no domínio 11 – Segurança e Proteção e na
classe 02 – Lesão física da NANDA Internacional, definidos como:
Domínio 11 – Segurança e Proteção: “Estar livre de perigo, lesão física ou dano ao
sistema imunológico; conservação contra perdas e proteção da segurança e da
ausência de perigos” (HERDMAN; KAMITSURU, 2015, p. 124).
Classe 02 – Lesão física: “Dano ou ferimento no corpo” (HERDMAN; KAMITSURU,
2015, p. 124).
A partir do exposto, a inserção do diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular
no domínio 11 e na classe 02 está adequada? Marque com um X a opção mais adequada
considerando os itens relevância, clareza e precisão.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:_____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
2.5 A inclusão do diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular na taxonomia da
NANDA Internacional é adequada? Marque com um X a opção mais adequada
considerando os itens relevância, clareza e precisão.
Adequado ( ) Não adequado ( )
Sugestões:_____________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
Parte 14 de 15
Parte 14 de 15 Parte 14 de 15
Continua...
130
APÊNDICE G – Instrumento de coleta de dados (pacientes – 3ª etapa)
1) IDENTIFICAÇÃO Data da coleta:
1.1 Nome (iniciais): 1.2 Nº prontuário:
1.3 Data de nascimento: 1.4 Idade (anos):
1.5 Sexo: 1. ( ) Feminino 2. ( ) Masculino
1.6 Estado civil: 1. ( ) Com companheiro 2. ( ) Sem companheiro
1.7 Procedência: 1. ( ) Capital/RN 2. ( ) Interior/RN 3. ( ) Outros:
1.8 Religião: 1. ( ) Praticante 2. ( ) Não Praticante
1.9 Anos de estudo: 1.10 Renda familiar (Salários Mínimos):
1.11 Número de membros da família:
1.12 Ocupação: 1. ( ) Trabalha 2.( ) Desempregado 3. ( ) Aposentado/Beneficiado
4. ( ) Outros:
2) ENTREVISTA
2.1 Diagnóstico do paciente (primário/recorrência/ 2º primário):
2.2 Data de início do tratamento: 2.3. Radioterapia atual: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
2.4 Ciclo de tratamento atual/nº de exposições:
2.5 O tratamento de quimioterapia foi adiado por algum motivo (exame alterado, internação hospitalar, falta
de condição de acesso venoso): 1. ( ) Sim Especificar motivo:______________________ 2. ( ) Não
2.6 Intercorrências que já ocorreram durante a quimioterapia? 1. ( ) Nenhuma 2. ( ) Náuseas
3. ( ) Vômito 4.( ) Dor 5. ( ) Hipotensão 6. ( ) Hipertensão
7.( ) Anafilaxia 8. ( ) Outras:
2.7 Quais intercorrências já ocorreram no acesso? 1. ( ) Nenhuma 2. ( )Edema
3. ( )Dor 4. ( )Hiperemia 5. ( ) Extravasamento 6. ( )Infecção
7. ( ) Formação
de trombo
8. ( ) Hematoma 9. ( ) Flebite 10. ( ) Outros:
2.8 Presença de HAS? 1.( ) Sim 2.( )Não
2.9 Presença de DM? 1.( ) Sim 2.( )Não
2.10 Presença de outra
comorbidades?
1.( ) Sim Qual(is)?: 2.( )Não
2.11 Medicações em uso: 1.( ) Nenhum 2. ( ) Analgésico 3. ( ) Anti-hipertensivos
4.( ) Hipoglicemiante 5.( ) Outros:
2.11.1. Medicações do paciente:
2.12 Hábito de:
2.12.1 Etilismo 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) Parou (há quanto tempo?)__________
Tipo: Frequência (dias/semana): Início em:
2.12.2 Tabagismo 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 3. ( ) Parou (há quanto tempo?)__________
Tipo: Frequência (cigarros/dia): Início em:
3) EXAME FÍSICO ESPECÍFICO
3.1. Pele/ mucosa:
3.1.1. Coloração: 1. ( ) Normocorado 2. ( ) Descorado 3. ( ) Cianose
4. ( ) Icterícia 5. ( ) Vermelhidão 6. ( ) Outro:__________
3.1.2. Umidade: 1. ( ) Normal 2. ( ) Pele seca 3. ( ) Aumentada
3.1.3. Textura: 1. ( ) Normal 2. ( ) Lisa ou
fina
3. ( ) Áspera
4. ( )
Enrugada
Continua...
Continua...
Continua...
131
3.1.4. Elasticidade: 1. ( )
Normal
2. ( ) Aumento da
elasticidade
3. ( ) Diminuição da
elasticidade
3.1.5. Turgor: 1. ( ) Normal 2. ( ) Diminuído
3.2 Membros superiores: 1.( ) Normal 2.( ) Plegia 3.( ) Parestesia
4.( ) Presença de edema 5.( ) Musculatura eutrófica 6.( ) Musculatura hipotrófica
7.( ) Musculatura hipertrófica 8.( ) Presença de varizes 9.( ) Rede venosa preservada
3.3 Membros inferiores: 1.( ) Normal 2.( ) Plegia 3.( )
Parestesia
4.( ) Presença de edema 5.( ) Musculatura eutrófica 6.( ) Musculatura hipotrófica
7.( ) Musculatura hipertrófica 8.( ) Presença de varizes 9.( ) Rede venosa preservada
3.4. Pulso carotídeo: 1. ( ) Ritmo regular 2. ( ) Ritmo
irregular
3. ( ) Onda de
pulso normal
4. ( ) Pulso filiforme 5. ( ) Pulso alternante 6. ( ) Outro:_____________
3.5. Pulso cubital: 1. ( ) Ritmo regular 2. ( ) Ritmo
irregular
3. ( ) Onda de
pulso normal
4. ( ) Pulso filiforme 5. ( ) Pulso alternante 6. ( ) Outro:_____________
3.6. Pulso radial: 1. ( ) Ritmo regular 2. ( ) Ritmo
irregular
3. ( ) Onda de
pulso normal
4. ( ) Pulso filiforme 5. ( ) Pulso alternante 6. ( ) Outro:_____________
3.7. Pulso pedioso: 1. ( ) Ritmo regular 2. ( ) Ritmo irregular 3. ( ) Onda de
pulso normal
4. ( ) Pulso filiforme 5. ( ) Pulso alternante 6. ( ) Outro:_____________
3.8. Vaso endurecido: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não Qual(is)?:
3.9. Presença de hematoma: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não Localização:
3.10. Presença de lesão
relacionada à infusão
1.( ) Sim 2.( ) Não Localização:
3.11. Aspecto da lesão: 1. ( ) Tecido de granulação 2. ( ) Tecido amarelado
3. ( ) Tecido enegrecido 4. ( ) Outro
3.12. Função prejudicada de membro
relacionado ao trauma vascular:
1. ( )Sim 2. ( ) Não
3. Qual:_______________
3.13. Presença de cateter venoso periférico: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
Qual
dispositivo?:
3.14. Calibre do dispositivo:________________
3.15. Local de punção: 1. ( ) Antebraço 2. ( ) Dorso da mão 3. ( ) Pulso
4. ( ) Fossa antecubital
3.16. Número total de punções até finalizar a infusão:
3.17. Uso de técnica asséptica durante a punção: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.18. Manipulação do cateter e/ou conexões ocorre com mãos
higienizadas:
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.19. Manipulação do cateter e/ou conexões ocorre com luvas: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.20. Realização de assepsia das conexões antes da
administração de cada medicação:
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
1.1 3.21. Tempo de permanência do cateter:_________________
132
3.22. Tipo de curativo do cateter: 1. ( ) Curativo de gaze e fita adesiva 2. ( ) Filme
transparente
3. ( ) Outro:
3.23. Realizado flushing com solução de cloreto de sódio 0,9%
e aspiração para verificar o retorno de sangue antes de cada
administração:
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.24. Acesso sem sinais flogísticos: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não Quais:
3. ( ) Eritema 4. ( ) Edema 5. ( ) Exudato 6. ( ) Febre
7. ( ) Dor relacionada ao cateter (Nível:______________ ) 8. ( ) Outro
Avaliar nível de dor pelo menos 20 min. após a punção:
3.25. Solução infundida por bomba 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.26. Relato de dor à infusão: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não Nível: _______
3.27. Presença de edema durante a
infusão:
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.28. Diminuição do fluxo de infusão: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.29. Interrupção do fluxo de infusão: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.30. Diminuição do retorno venoso: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.31. Interrupção do retorno venoso: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.32. Presença de eritema no local da infusão: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.33. Pressão arterial:__________/___________mmHg
Membro:
3.34. Pulso:________bat/min
3.35. Respiração:______________rpm 3.36. T:_______o C 3.37. Spo2:___________%
3.38. Peso:_________Kg 3.39 Altura:______cm
3.40. Exame de ultrassonografia com Doppler alterado? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3. ( ) Disfunção vascular 4. ( ) Alteração de fluxo 5. ( ) trombose venosa 6. ( ) Outro
3.41. Exame de Ressonância magnética alterada? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3. ( ) trombose venosa 4. ( ) Outro
3.42. Exame de contagem de plaquetas
inferior a 150.000
Resultado: 1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.43. Prescrição:
Droga A:
Droga B:
Droga C:
Droga D:
Droga E:
Droga F:
Droga G:
Droga H:
Droga I:
Droga J:
3.44. Tempo de infusão de cada droga: A. T programado: A. T realizado:
B. T programado: B. T realizado: C. T programado: C. T realizado:
D. T programado: D. T realizado: E. T programado: E. T realizado:
3.45 Hora de início da infusão: 3.46. Hora de término da infusão:
3.47. Uso de agente quimioterápico de infusão venosa:
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
3.48. Uso de agente antiangiogênico:
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
133
APÊNDICE H – Termo de consentimento livre e esclarecido – pacientes (3ª etapa)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Esclarecimentos
Este é um convite para o(a) Sr.(a) participar da pesquisa “Validação do
diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à
terapia antineoplásica”, que está sendo desenvolvida por Fernanda Beatriz Batista Lima e
Silva, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira.
Sua participação é voluntária, o que significa que o(a) Sr.(a) poderá desistir a
qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum
prejuízo ou penalidade.
Esta pesquisa objetiva validar o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular
em paciente com câncer que estão em tratamento de quimioterapia. Para isso, na
primeira etapa, identificaremos o conhecimento produzido na literatura acerca dos
componentes (definição, indicadores e fatores relacionados) do diagnóstico Trauma
Vascular. Em seguida, construiremos as definições conceituais do diagnóstico e as
referências empíricas dos fatores relacionados e características definidoras, ou seja, as
definições necessárias para identificar esses componentes na prática clínica. Na segunda
etapa, verificaremos com os especialistas a adequação das definições conceituais e
empíricas dos componentes do diagnóstico de enfermagem. E a última etapa, da qual
o(a) Sr.(a) poderá participar, tem como objetivo a confirmação de forma clínica da
listagem dos indicadores clínicos que passaram pela análise de conceito e a análise de
conteúdo pelos especialistas no ambiente clínico, ou seja, nesta etapa será possível a
identificação dos indicadores validados nas fases anteriores do estudo, em pacientes.
Com a finalidade de confirmar a listagem desses indicadores no ambiente
clínico, que já foram anteriormente analisados quanto ao conceito e ao conteúdo pelos
especialistas, convidamos o(a) Sr.(a) para participar deste estudo, e contamos com o seu
apoio para que sejam realizados os procedimentos da pesquisa.
Caso decida aceitar o convite, o(a) Sr.(a) será submetido(a) ao(s) seguinte(s)
procedimentos: precisará responder a uma entrevista e será submetido(a) a um exame
físico. A nossa conversa durará em torno de uma hora. A entrevista tem a finalidade de
134
obter algumas informações a seu respeito e inclui dados pessoais, dados relacionados ao
seu estilo de vida, ao seu estado de saúde. Também iremos examiná-lo(a), avaliando
seus braços e pernas. Mediremos sua altura, pressão arterial, temperatura, respiração e
pulso. Esta avaliação só será feita se o(a) Sr.(a) concordar. Os valores avaliados serão
informados ao(a) Sr.(a) e registrados em uma ficha própria.
Com este estudo, almeja-se melhorar a fundamentação científica do diagnóstico
de enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica no intuito de facilitar seu o uso na prática clínica dos enfermeiros.
Acreditamos que este trabalho contribuirá para a melhoria da assistência de enfermagem
com pacientes oncológicos, assim como o(a) senhor(a), na medida em que possibilitará
o diagnóstico preciso do trauma vascular, tornando assim mais efetivo o planejamento
do cuidado para esse problema. O(A) Sr.(a) não receberá nenhum benefício diretamente,
no entanto, com esta pesquisa, estará cooperando para melhorar a qualidade do cuidado
prestado pela enfermagem. E, consequentemente, estará melhorando a assistência
prestada ao(a) Sr.(a).
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado
em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos
resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.
O(A) Sr.(a) não terá nenhum custo com a participação na pesquisa, porém, se
por algum motivo vier a ter, esse gasto será ressarcido, caso solicite. Em qualquer
momento, se o(a) Sr.(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa,
terá direito a indenização. Os riscos envolvidos com sua participação são mínimos e
podem estar relacionados a algum tipo de constrangimento, que serão minimizados pelo
cuidado que teremos ao realizar a pesquisa, mantendo a privacidade.
O(A) Sr.(a) ficará com uma cópia deste Termo e, toda a dúvida que tiver a
respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Ana Luisa Brandão de
Carvalho Lira ou Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva, no endereço Campus
Universitário, s/n, BR 101 – Lagoa Nova – Natal/RN – CEP: 59072-970 ou pelo
telefone 32153889.
Dúvidas a respeito da ética desta pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê
de Ética em Pesquisa da LNRCC no endereço Rua Dr. Mário Negócio, 2267. Quintas.
Natal/RN ou pelo telefone (84) 4009-5494.
135
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
“Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu
consentimento a qualquer hora, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou
prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido. A minha assinatura
neste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE dará autorização ao
patrocinador do estudo e à instituição responsável de utilizarem os dados obtidos
quando se fizer necessário, incluindo a divulgação dos mesmos, sempre preservando
minha privacidade”.
“Assino o presente documento em duas vias de igual teor e forma, ficando uma em
minha posse.”
Natal, _______ de ____________de ______
Participante da pesquisa:
Assinatura (por extenso)
Pesquisador responsável:
Pesquisador responsável
136
APÊNDICE I – Termo de autorização institucional para uso de documentos dos
pacientes
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
TERMO DE AUTORIZAÇÃO INSTITUCIONAL
PARA USO DE DOCUMENTOS DOS PACIENTES
Ilma. Sra. Andréa Carla P. Fernandes
Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa da LIGA
O Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
realizará uma pesquisa pela doutoranda Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva sob a orientação
do Profa. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira, intitulada “Validação do diagnóstico de
enfermagem Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia antineoplásica”.
O estudo objetiva validar o diagnóstico de enfermagem Trauma Vascular em pacientes
oncológicos submetidos à terapia antineoplásica. Para isso, serão realizadas três etapas, a
saber: uma análise de conceito, na qual identificaremos o conhecimento produzido na literatura
acerca dos componentes (definição, antecedentes e indicadores clínicos) desse diagnóstico de
enfermagem; uma análise de conteúdo por especialistas, que consiste na verificação por
especialistas da adequação das definições construídas para o diagnóstico; e a análise de acurácia
de indicadores clínicos, na qual serão confirmados de forma clínica os indicadores identificados
na análise de conceito e validados na análise de conteúdo, isto é, nesta etapa será necessário
fazer uma anamnese e examinar os pacientes, além de complementar a coleta de dados com
dados relatados em prontuário, acerca do estado se saúde do indivíduo.
Assim sendo, solicitamos de V. Sa. a valiosa colaboração, no sentido de autorizar o
acesso e utilização de (fichas, prontuários ou outro documento de cadastro dos pacientes da
LIGA) pela doutoranda e pesquisadora responsável (Fernanda Beatriz Batista Lima e Silva).
Salientamos que os dados coletados serão mantidos em sigilo e utilizados tão somente para a
realização deste estudo, minimizando o risco de exposição dos pacientes. Serão tomadas as
devidas precauções para que não haja danos aos documentos: ou seja, o(s) pesquisador(es) se
compromete(m) manusear os documentos em ambiente reservado e destinado para isso e não
retirá-los do local de origem, não fotografar ou fazer cópia de qualquer natureza. Mesmo com os
cuidados tomados pelo pesquisador ou grupo de pesquisadores) com os pacientes, donos dos
documentos cedidos, caso ocorram danos provenientes da pesquisa, os mesmos serão
devidamente indenizados pelos pesquisadores. A pesquisa não trará benefício direto aos
137
pacientes, no entanto, o estudo irá contribuir com a melhora da fundamentação científica do
diagnóstico de enfermagem „Trauma Vascular em pacientes oncológicos submetidos à terapia
antineoplásica‟, no intuito de facilitar seu o uso na prática clínica dos enfermeiros.
Acreditamos que este trabalho contribuirá para a melhoria da assistência de enfermagem com
pacientes em oncológicos, na medida em que possibilitará o diagnóstico preciso do trauma
vascular, tornando assim mais efetivo o planejamento do cuidado para esse problema. Dessa
forma, aposta-se na melhora da qualidade do cuidado prestado pela enfermagem. Os dados
serão guardados em local seguro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob a
responsabilidade da coordenadora da pesquisa e a divulgação dos resultados será feita de forma
a não identificar os voluntários.
A pesquisa não acarretará despesas nem para esta instituição – Liga Norte Riograndense
Contra o Câncer, nem para os sujeitos de pesquisa. No entanto, se surgir alguma despesa não
prevista, referente à participação da LIGA ou dos sujeitos, nos comprometemos ressarcir tais
despesas, mediante solicitação. A participação do Centro é voluntária, o que significa que V. Sa.
poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso traga nenhum
prejuízo ou penalidade para a instituição LIGA ou os pacientes donos dos documentos. V. Sa.
ficará com uma cópia deste Termo, elaborado em duas vias, e toda dúvida que houver a respeito
desta pesquisa poderá perguntar diretamente à pesquisadora responsável Fernanda Beatriz
Batista Lima e Silva ou à Profa. Ana Luisa Brandão de Carvalho Lira, orientadora do projeto de
pesquisa, através dos seguintes meios: no endereço Campus Universitário, s/n, BR 101 – Lagoa
Nova – Natal/RN – CEP: 59072-970, Departamento de Enfermagem, telefone fixo (84)
32153889 ou e-mail: [email protected].
Natal, 11 de julho de 2016
Coordenadora do Projeto
Orientadora do Projeto
138
ANEXOS
139
ANEXO A – Declaração Institucional
140
ANEXO B – Parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa
141
142