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VAXXITEK DEFESA CONTRA - AviSite · te” adquirido pela Marfrig do OSI Group em 2008, do qual fazia parte, também, a Penasul. Atualmente, a Moy Park é a maior empresa de alimentos

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Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

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eDITORIAL

Novidades na Revista do AviSite

Agradecimentos

No mês de junho, preparamos a Revis-

ta do AviSite de olho nos assuntos que en-

volvem o setor de postura comercial. Tudo

porque esta edição de julho está presente

na Jornada Técnica e na Festa do Ovo de

Bastos (Bastos, SP, 16 a 18 de julho de

2010). E também porque aproveitamos

esta oportunidade para lançar nosso Ca-

derno de Postura Comercial (página 25).

Nosso objetivo ao participar deste evento

é fazer com que esta Revista chegue ao

maior número de leitores do setor produ-

tor de ovos e para atender com mais dedi-

cação este segmento que tem muitas

peculiaridades.

Divulgamos um estudo liderado pela

pesquisadora Helenice Mazzuco (página

30), da Embrapa Suínos e Aves, que prova

que é viável aplicar um método alternativo

de muda induzida a partir da utilização da

casca de soja, um subproduto da produ-

ção do farelo deste grão.

Esta edição conta ainda com mais um

lançamento: o Caderno de Nutrição (pági-

na 45) , que vai ser publicado a cada três

meses.

Um artigo exclusivo que publicamos,

de autoria do pesquisador Gustavo de

Lima (página 48), também da Embrapa,

afirma que o milho apresenta grande va-

riação na sua composição nutricional, o

que está sendo negligenciado pela

avicultura.

Nos mês em que a Embrapa comemo-

ra 35 anos de contribuição (página 10)

com o setor avícola, nada mais justo do

que conceder a seus pesquisadores dois

espaços nobres.

A partir desta edição, vamos reunir

nossas reportagens em cadernos, para va-

lorizar nosso conteúdo e buscar uma

maior participação de nosso leitor.

Nos meses de agosto e setembro, nos-

so leitor vai contar com os cadernos e in-

cubação e ambiência, respectivamente. O

de postura vai estar todo mês nesta

Revista.

A prova de que estamos no caminho

certo é a grande quantidade de acessos e

comentários que o Portal AviSite vem re-

cebendo em suas principais noticias. Um

dos destaques em números de visualiza-

ção e de comentários é o texto que co-

menta o cargo de presidente da Tyson

Foods no Brasil (página 16), que passa a

ser ocupado por Vitor Hugo Brandalise.

Se você tem sugestões de matérias en-

volvendo estes assuntos, (postura, incuba-

ção e ambiência) encaminhe pra gente:

[email protected].

Agradecemos todas as em-

presas que colaboraram com

a equipe da Revista do AviSite

com sugestões de pautas e

também os pesquisadores

Gustavo de Lima e Helenice

Mazzuco, além dos organiza-

dores da Conferêcia Facta e

da Jornada Técnica da Festa

do Ovo de Bastos.4 Avicultura | Produção Animal

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosMariana [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Grupo [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIeNTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

REVISTA DO AVISITE circulou na Conferência Facta

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Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

Setembro09 a 10 de setembroVII Simpósio de Sanidade AvícolaLocal: Park Hotel Morotin, Santa Maria, RSRealização: LCDPA/ Universidade Federal de Santa MariaContato: (55) 3220-8072Informações: www.euvou.net/sanidadeavicolaE-mail: [email protected]

14 a 17 de setembro8ª Feira Internacional de Processamento e Industrialização da Carne (MercoAgro)Local: Parque de Exposições Tancredo Neves, Chapecó, SCInformações: www.btsmedia.biz

16 e 17 de setembroVII Curso de atualização em avicultura para postura comercialLocal: Centro de convenções Prof. Dr. Ivaldo Melito, Unesp/Fcav, Jaboticabal, SPRealização: Unesp e APAInformações: www.funep.org.br/eventosE-mail: [email protected]

Outubro21 a 23 de outubroFIGAP/VIV América Latina 2010Local: Expo Guadalajara, Guadalajara, MéxicoRealização: www.viv.netInformações: www.viv.netE-mail: [email protected]

26 a 28 de outubro2010 National Poultry Waste Management SymposiumLocal: Sheraton Greensboro at Four Seasons, Greensboro, North Carolina, EUARealização: NC State UniversityInformações:www.ces.ncsu.edu/depts/poulsci/poultry_was-te_symposium.html

Novembro16 a 19 de novembroEuroTier 2010Local: Hanover, AlemanhaInformações: www.eurotier.de

17 a 19 de novembro Avisulat 2010 Local: Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: Asgav, Sips e SindilatInformações: www.avisulat.com.brE-mail: [email protected]

2010

Julho 8 a 9 de julhoI Simpósio de Produção Animal e Recursos HídricosLocal: Rod. BR 153, Km 110 - Distrito de Tamanduá, Concórdia, SCRealização: Embrapa Suínos e AvesContato: (49) 3441-0400E-mail: [email protected]

14 a 15 de julhoAvicultor 2010Local: Sede da Avimig, Belo Horizonte, MGRealização: AvimigContato: (31) 3482-6403Informações: www.avimig.com.brE-mail: [email protected]

16 a 18 de julhoFesta do Ovo de BastosLocal: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPRealização: Sindicato Rural de BastosContato: (14) 3478-9800

16 de julhoXXXIII Jornada Técnica e XXXVI Encontro de Avicultores do Estado de São PauloLocal: Anfiteatro Governador Dr. Mário Covas, Bastos, SPContato: (14) 3478-1152 E-mail: [email protected]

Agosto 4 a 6 de agostoII Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar AnimalLocal: UFMG, Belo Horizonte, MGRealização: Conselho Federal de Medicina Veterinária Contato: (61) 2106-0400Informações: www.cfmv.org.brE-mail: [email protected]

18 a 20 de agosto ExpofrigoLocal: Expo América, Nova Odessa, SPRealização: Nell Public LtdaContato: (19) 3367-4001Informações: www.expofrigo.com.brE-mail: [email protected]

23 a 27 de agosto XIII European Poultry Conference Local: Tours, FrançaInformações: www.epc2010.orgE-mail: [email protected]

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8 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor Escreva para: [email protected]

A análise histórica da evolução dos preços do frango, suíno e boi (vivos) no decorrer do ano mostra que os três têm um comportamento similar, com de-sempenho típico dos períodos de safra e entressafra. Em 2010 está sendo assim – mas apenas para o frango.

Lei da oferta e da procura. O frango, já há alguns anos está super ofertado no mercado. É o produto mais oferecido aos ataca-distas e varejistas. É evidente que os alojamentos estão fortes e a produção muito acima da deman-da. Mesmo com o festival de preços baixos, a péssima remune-ração aos produtores primários (integrados) que chega a ser insul-tuosa e os calotes oficializados pelas recuperações judiciais, ainda há quem brinque com as coisas. O comporta-mento do setor empresarial avícola é, no mínimo, irresponsável e, além disso, por falta de informações, navegamos no escuro sem instrumentos.Lourenço Innocentini Neto, São Carlos, SP

Boi, suíno e frango: só o último se desvaloriza

Uma das teorias para explicar a razão que mantêm o frango dissociado do boi e do suíno afirma que o preço do frango permanece baixo porque “produto líquido foi substituído por produto sólido”.

Esta é a verdade. O consumidor está comendo mais carne e as indústrias de processamento abatendo menos cabeça de frango.Daniel B. Ferreira, Rondon, PR

Relação ‘sólido x líquido’ é explicação para problemas do frango

As normativas do BNDES para 2010 indicam o aumento no valor que pode ser emprestado, passando de 250 mil reais para 300 mil reais.

Muito boa a notícia sobre a alteração do limite. Espero que agora melhore o mer-cado para nossas integrações, que estão sofrendo aqui no interior de SP com o baixo preço do frango.Jamilson B. Godoy, Tambaú, SP

Linhas de crédito devem ampliar negócios na avicultura

Acredito que é bem isso mesmo que vem acontecendo, mas é apenas um dos pontos. Gostaria que os órgãos competentes reavaliassem a questão de hidra-tação em produtos in natura, principalmente, mas não somente, em estabele-cimentos estaduais.Délio J. Pandolpho, São Carlos, SP

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Produção Animal | Avicultura 9

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em junho

Segunda maior empresa brasileira do setor avícola, a Marfrig continua expandindo suas

atividades na avicultura, mas no exterior. Através de uma de suas empresas européias, a Moy Park, acaba de adquirir na Irlanda do Norte a O’Kane Poultry, uma empresa familiar fundada em 1932. Também sediada na Irlanda do Norte e com atividades de criação integradas que se estendem até a Inglaterra, a Moy Park fez parte do “paco-te” adquirido pela Marfrig do OSI Group em 2008, do qual fazia parte, também, a Penasul. Atualmente, a Moy Park é a maior empresa de alimentos da Irlanda do Norte e uma das empre-sas líderes da avicultura européia. Mais informa-ções sobre os planos de expansão do grupo em Notícias Curtas, página 17.

Marfrig adquire mais uma empresa avícola; mas no exterior

Quando, em fevereiro de 2010, o Ministério da Agricultura decretou, com o aval do setor

produtivo, o fim do frango congelado levemente temperado (CLT), houve quem dissesse que a deci-são iria se refletir de forma negativa, mesmo que temporariamente, no preço da ave in natura. Mas a tese que prevaleceu desde o princípio era a de que, com o desaparecimento do produto fraudado (por excesso de água), o frango abatido in natura alcan-çaria, enfim, seu justo valor. Mas, o que tem sido

visto é a contínua desvalori-zação do produto in

natura. Saiba mais sobre a produ-

ção da carne de frango no mês de Junho na página 65.

Frango in natura vale (quase) tanto quanto o extinto temperado

1

O novo nome a frente das unidades da Tyson do

Brasil é o médico veterinário Vítor Hugo Brandalise, que ocupava o posto de Diretor de Produção desde a chegada da empresa ao Brasil. Apesar de possuir um sobrenome conheci-do no meio avícola, Vítor Hugo não possui nenhuma ligação com a família fundadora da Perdigão, também Brandalise. Leia mais na página 16.

Vítor Brandalise assume presidência da Tyson do Brasil

Quando não se dispõe da informação oficial ou de dados fidedignos, só resta especular. E a

indústria brasileira do frango tem especulado muito em torno da evolução do alojamento de matrizes de corte, cujos dados oficiais não são divulgados desde outubro de 2009. Na verdade, nem a UBA quis colocar a mão nesse “vespeiro”. Assim, no Relatório Anual de 2009 que divulgou as vésperas de sua fusão com a ABEF, estabeleceu um “resultado preli-minar” para o acumulado no ano – 44,348 milhões de matrizes de corte, valor que aplicado ao trimestre faltante indica alojamento médio mensal de 3,7 milhões de cabeças entre outubro e novembro de 2010 (as naturais diferenças existentes entre um mês e outro não afetam significativamente os resultados futuros). Mais dados na seção Estatísticas e Preços na página 62.

Matrizes de corte: tendências do plantel em produção em 2010

Notícias

Com a publicação no Diário Oficial da União na sexta-feira (18), da Portaria nº 297, de 15 de junho de 2010, o Ministério da Agricultura está propondo ao setor o estabele-

cimento de novas normas de certificação sanitária dos estabelecimentos avícolas de reprodução e de monitoria dos estabelecimentos avícolas comerciais (frangos de corte e poedeiras) para salmoneloses e micoplasmoses. Mais informações na página 11.

MAPA propõe novas normas de certificação para salmoneloses e micoplasmoses

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Embrapa Suínos e Aves completa 35 anos Unidade é o principal centro de pesquisa na atividade avícola

Comemoração

No dia 13 de Junho, a Embrapa Suí-nos e Aves completou 35 anos de

contribuição com o aprimoramento e desenvolvimento da avicultura e da sui-nocultura brasileiras. A história da unida-de teve início na década de 70, quando se iniciou a migração da agricultura familiar para a produção em larga escala.

Nesse contexto, a Embrapa instalou uma unidade na cidade de Concórdia, SC, com o intuito de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inova-ção para ambas as atividades. Inicial-mente, a estrutura da unidade consistia na sede administrativa, a unidade de melhoramento genético de suínos, cam-pos experimentais de aves e novos labo-ratórios. Hoje, três décadas e meia de-pois, foram investidos cerca de R$1,323 milhão em reformas, ampliações e com-pra de equipamentos. Em 2009, foi construído um novo incubatório e as instalações que passarão a abrigar o Banco de Germoplasma de Aves foram reformadas. Atualmente, a unidade disponibiliza de mais de 400 tecnologias para auxiliar no desenvolvimento das

atividades avícola e suinícola. A solenidade de aniversário aconte-

ceu dia 18 de Junho, na sede da unida-de. Foram entregue os prêmios Persona-lidade Destaque da Avicultura para Francisco Turra, Presidente da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), e Per-sonalidade da Suinocultura para Valdo-miro Ferreira Júnior, Presidente da Asso-ciação Paulista de Criadores de Suínos (APCS).

De acordo com o chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Dirceu Talamini, a celebração reforçou os compromissos estabelecidos em prol do reconhecimen-to das atividades no Brasil e no mundo: “Trabalhamos diariamente para contri-buir na evolução da suinocultura e da avicultura. Nos últimos 35 anos, essas duas atividades apresentaram progresso

extraordinário no Brasil. Nós fazemos parte dessa história de sucesso e vamos continuar fazendo”, afirmou.

Para os próximos anos, a Embrapa Suínos e Aves enfocará três assuntos com uma abordagem mais ampla: a sanidade animal, a redução dos impac-tos das atividades no meio ambiente e a transformação dos dejetos em tecnolo-gias que permitam o uso dos resíduos na produção de compostos orgânicos.

A Embrapa também recebeu uma homenagem na noite do dia 17, da Câ-mara de Vereadores de Concórdia, que realizou uma sessão especial. Dirceu Talamini, Pedro Antonio Arraes Pereira, Diretor Presidente da Embrapa, Francisco Turra, Presidente da União Brasileira de Avicultura estavam presentes durante a cerimônia.

10 Produção Animal | Avicultura

EMBRAPA HOMENAGEIA...Ferreira Júnior e Turra são laureados por representantes da unidade

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... E É HOMENAGEADA

Na Câmara de Vereadores de Concórdia, o

reconhecimento pelos serviços

prestados

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Produção Animal | Avicultura 11

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Financiamentos de até R$ 300mil pagos em até 10 anos são algumas mudanças

O produtor avícola é o mais novo beneficiado pelo Programa de

Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (MODERAGRO), mecanismo de finan-ciamento do Ministério da Agricultura (MAPA) voltado para a atualização e a sustentabilidade da produção. A infor-

mação foi ao Presidente Executivo da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Francisco Turra, em reunião com o Secretário de Política Agrícola do MAPA, Edilson Guimarães.

Pelo programa, o avicultor terá acesso a financiamentos para tecnifi-cação da produção em condições

vantajosas. Cada produtor poderá solicitar financiamentos de até R$ 300 mil, a juros de 6,75% ao ano e prazo de 10 anos para pagar.

“A inclusão do produtor avícola no MODERAGRO é uma vitória da avicul-tura nacional, e será fundamental para a atualização dos equipamentos utili-zados na produção. Isto permitirá ao setor manter o padrão de qualidade que fez do frango brasileiro a carne mais consumida no país e líder mun-dial em exportações”, destaca Turra.

A medida faz parte do Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, que trouxe ainda outros benefícios para a cadeia produtiva como, por exemplo, a expansão do limite de crédito de custeio para o avicultor integrado, que passa de R$ 40 mil para R$ 45 mil para o produtor de frangos, e de R$ 60 mil para R$ 65 mil para o produtor de perus. O avicultor independente também foi beneficiado, com aumen-to do limite de crédito de R$ 270 mil para R$ 275 mil, com três anos de carência e 10 anos para saldar o financiamento.

Produtor avícola ganha benefícios com programa

Moderagro

Portaria está em consulta pública pelo prazo de 60 dias

Com a publicação no Diário Oficial da União da sexta-feira, 18 de Junho, da

Portaria nº 297, de 15 de junho de 2010, o Ministério da Agricultura propõe novas normas de certificação sanitária dos estabelecimentos avícolas de reprodução e de monitoria dos avícolas comerciais (frangos de corte e poedeiras) para sal-moneloses e micoplasmoses.

A Portaria coloca em consulta pública pelo prazo de 60 dias um Projeto de Instrução Normativa que, ao ser aprova-do, irá revogar as Instruções Normativas SDA nºs 44 (23 de agosto de 2001) e 78 (03 de novembro de 2003), atualmente em vigor e cujos textos estão sendo atualizados e englobados em um único documento. Acesse íntegra da Portaria nº 297/2010 pelo endereço www.avisite.com.br/legislacao/anexos/portaria297_20100621.pdf

MAPA propõe novas normas de certificação

Salmoneloses e micoplasmoses

Avicultor independente tem aumento do limite

de crédito, que passa para R$ 275 mil

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12 Produção Animal | Avicultura

Notícias

No dia 8 de junho, o relator da Comissão Especial do Código

Florestal, deputado federal Aldo Rebelo (PC do B/SP), apresentou na Câmara sua proposta para atualizar a lei de 1965. O projeto, gestado por nove meses, já causou reação negativa dos ambientalis-tas e a leitura do texto foi interrompida por causa de discussões entre as banca-das ambientalistas e ruralistas. Uma das mudanças sugeridas permite que os estados tenham autonomia para regula-mentar os limites mínimos de reserva legal e áreas de proteção permanente, as chamadas APPs, desde que atendam aos princípios gerais definidos pela legis-lação federal. Outro ponto polêmico é a dispensa para pequenos proprietários da manutenção da reserva legal.

Em artigo publicado no Estadão, Aldo Rebello afirma que o Código Florestal atual consiste em um “labirinto normativo”. Segundo o deputado, a agricultura brasileira está em uma encru-

zilhada porque é competitiva internacio-nalmente, mas vive a mercê de normas que não se enquadram na realidade nacional. “A maioria desses dispositivos não tem razoabilidade alguma, mesmo considerando que o Brasil precisa ter atividades agropecuárias ambientalmen-te sustentáveis”, afirma.

Em matéria divulgada sobre o assun-to, a Revista Época lembra que Aldo Rebelo é comunista desde jovem. A relação dos comunistas com grandes produtores, a quem chamam de latifun-diários costuma ser de oposição. Mas Rebelo mostrou o que existe de justiça social nas demandas dos ruralistas. Conseguiu montar uma proposta que atende aos interesses de quem trabalha no campo, desde os que fazem roça de subsistência até os grandes sojicultores.

Até o fechamento desta edição ainda não havia consenso sobre quando seria realizada a nova sessão para leitura do relatório.

Assunto gerou discussões entre as bancadas ruralistas e ambientalistas

Relatório do Código Florestal Brasileiro causa mais desavenças

Polêmica

Primeiro contêiner capixaba seguiu para o Japão

De acordo com o Jornal do Agronegócio, órgão informativo da

Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES), a avicultura capixaba passa a integrar o rol de exportadores brasileiros de carne de frango.

A primeira exportação na história do setor no Estado foi realizada em 30 de abril passado. Constou de um contêiner de 26 toneladas destinadas exclusiva-mente ao Japão. De acordo com o Informativo, a expectativa é de que

também Hong Kong e Oriente Médio importem a carne de frango capixaba. A empresa responsável pela iniciativa é a Uniaves, instalada no Distrito de Aracuí, município de Castelo, inaugurada em setembro de 2009.

Espírito Santo entra no rol de UFs exportadoras de frango

Rumo ao mercado externo

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Produção Animal | Avicultura 13

Medida pretende ajudar o setor a enfrentar alta dos estoques

Sensibilizada, a indústria norte-america-na do frango agradece a iniciativa do

Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) que decidiu investir algo em torno de US$14 milhões (perto de R$25 milhões) na aquisição do que os norte-americanos chamam de carne de frango “escura” para – conforme foi explicado – “ajudar o setor a enfrentar uma inesperada alta dos esto-ques e uma conseqüente queda de preços do produto”. A aquisição atenderá a me-renda escolar e outros programas sociais de alimentação do governo norte-americano.

Desde janeiro a indústria do frango dos EUA vê aumentarem seus estoques de

carne de frango “escura” – na verdade,

cortes de coxa/sobrecoxa – em decorrência do embargo russo ao frango higienizado com cloro. Com a medida, o setor perdeu não apenas um mercado, mas seu principal importador mundial do produto, já que, em condições normais, são absorvidas pelo mercado russo, anualmente, cerca de 700 mil toneladas. Nos EUA, a carne de frango “escura” não tem mercado, pois a prefe-rência nacional está concentrada na carne “branca”, de peito.

Para George Watts, presidente do NCC, a iniciativa do USDA é um verdadeiro “ganha-ganha”, pois ao mesmo tempo em que alivia o excesso de produto estocado pela indústria, propicia um alimento de alta qualidade para as pessoas carentes.

USDA investe na aquisição de excedente de carne escura

Ainda o embargo russo

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

País já atende a demanda nacional em ovos

Falando na abertura do III Forum de Produtores Avícolas (dia 05 e 06 de

Junho em Riad, Arábia Saudita), o Ministro da Agricultura Fad Balghunym,

anunciou que a produção local de ovos já atende 100% da demanda nacional, enquanto a avicultura de corte consegue suprir 60% do consumo.

A informação é da Agência Saudita de Notícias, que ouviu também o presidente da Associação dos Avicultores da Arábia Saudita, Abdullah Bakr Qadhi. Conforme o líder avícola, os investimentos efetuados

no setor superam a casa dos 35 bilhões de riais (pouco mais de R$17 bi), ”valor correspondente a quase 12% do PIB do país”.

Ainda de acordo com Qadhi, esses investimentos elevaram a produção anual de ovos para 35 bilhões de reais, volume suficiente para atender toda a demanda interna, enquanto a de frangos já chega a 600 milhões de cabeças anuais e conse-gue atender 60% do consumo doméstico.

Vale lembrar que a Arábia Saudita foi e continua sendo (pelo menos em volu-me) o primeiro importador da carne de frango brasileira. Em 2009 recebeu 750 mil toneladas de carne de frango do Brasil, absorvendo mais de 20% do volu-me exportado no ano.

Para saber mais, digite na ferramenta de busca do AviSite: “Tendência das importações mundiais de carne de frango até 2019”.

Arábia Saudita investe na produção avícola local

Auto suficiência

Volume de frangos consegue atender 60% do consumo

doméstico

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14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Sem dar mostras de se livrar dos casos humanos de Influenza Aviária causa-

dos pelo vírus H5N1, o Egito decidiu ampliar a proibição do comércio de aves vivas no país e estendê-lo nacionalmente a partir de 1° de Julho. A medida já vigorava desde o ano passado em algu-mas regiões específicas e agora está sendo estendida a todo o país. Sob as novas regras, somente estabelecimentos licenciados e que contem com um médi-co veterinário residente é que poderão manipular e abater aves vivas. E como os legisladores egípcios perceberam que a lei tende a ser facilmente burlada, esta-beleceram para os que a desobedecerem pesadas multas, fechamento dos estabe-lecimentos infratores e, inclusive, prolon-gadas penas de prisão.

Iniciativa pretende reduzir altos índices e conter avanços da doença

Egito proíbe nacionalmente comércio de aves vivasInfluenza Aviária

Em cinco deles, produto é um dos dez principais importados

Considerados os 12 maiores importado-res brasileiros relacionados pela SECEX

– pela ordem, no primeiro quadrimestre de 2010, China, EUA, Argentina, Holanda, Alemanha, Japão, Venezuela, Itália, Suíça, Reino Unido, França e Espanha – a carne de frango é relacionada em cinco deles como um dos 10 principais produtos importados.

Em alguns casos, a posição da carne de frango apresenta extremo destaque. Assim, por exemplo, no primeiro quadri-mestre de 2010 ela foi o principal produto importado do Brasil pela Venezuela. E foi o segundo principal produto brasileiro im-portado pelo Japão, ficando atrás, apenas, do minério de ferro.

Suíça, Espanha e Holanda são os ou-tros três países (da relação de 12 principais importadores) em que a carne de frango se encontra entre os 10 principais produtos importados. A ressalvar que nem todos esses cinco países se encontram entre os

grandes importadores da carne de frango brasileira. De toda forma, eles garantiram para o setor, nos quatro primeiros meses de 2010, uma receita cambial de US$416,7 milhões, o que – segundo os dados da SECEX/MDIC – correspondeu a cerca de 30% da receita cambial global obtida pelo produto no período analisado.

Mas o que mais chama a atenção é a queda de receita dos cinco em relação ao mesmo período de 2009, época em que a comunida-de internacional vivia um dos piores momentos da crise econômica mundial. Quer dizer: nestes casos, pelo menos, a crise ainda não foi superada.

Carne de frango é presença forte em alguns dos compradores do Brasil

Destaque

CARNE DE FRANGOGrandes importadores brasileiros em que o produto é rela-

cionado entre os 10 principais importados 1º QUADRIMESTRE DE 2010

RECEITA CAMBIAL EM US$ MILHÕES

IMPORTA-DOR1

POSIÇÃO2RECEITA

CAMBIALPARTICI-PAÇÃO3

VAR. ANUAL

Japão, 6º 2º 199,626 0,46% -15,2%

Venezuela, 7º 1º 111,607 0,26% -2,6%

Holanda, 4º 10º 77,404 0,18% -34,3%

Espanha, 12º 7º 15,426 0,04% -46,1%

Suíça, 9º 6º 12,667 0,03% -29,0%

TOTAL 5 PAÍSES 416,730 1,04% -19,0%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC Elaboração e análises: AVISITE

1 – País importador e respectiva posição entre os principais importadores do Brasil

2 – Posição da carne de frango entre os 10 principais produtos importados pelo respectivo país;

3 – Participação na receita cambial brasileira global.

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Produção Animal | Avicultura 15

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Impedida – por uma cláusula contida no orçamento fiscal anual dos EUA

– de colocar seu frango no mercado norte-americano, há pouco mais de um ano a China recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) pedindo a abertura de “panel” contra a medida - considerada ilegal pelos chineses. Agora, notícias oficio-sas de órgãos públicos locais dão conta de que a OMC deu razão à China. Mas, se a vitória for verdadeira, será apenas a primeira rodada de uma lon-ga disputa.

Desde 2008 o governo chinês pro-testa contra uma cláusula, repetida-mente presente na Lei de Dotações Orçamentárias dos EUA, que proíbe a utilização de qualquer quantia do orça-mento anual na importação de frango

da China. Em abril de 2009, frente ao surgimento de outras barreiras comer-ciais norte-americanas aos produtos chineses (por exemplo, proibição de importação de pneus), o governo da China, pela primeira vez desde que o país foi admitido à OMC, decidiu re-correr aos órgãos de resolução de controvérsias da entidade, pedindo a abertura de “panel” contra os EUA.

Mas se o julgamento do “panel” foi, efetivamente, favorável aos chine-ses, é prematuro falar em veredicto. Pois a burocracia da OMC antecipa que questões do gênero não se equa-cionam antes de 1,5 ou 2 anos. Portanto, a decisão final (pró ou contra China, pois os EUA ainda podem recor-rer das decisões desfavoráveis) não sai antes de 2012.

Porém, ainda que a China saia vito-riosa desse embate, o acesso de seu frango ao mercado norte-americano não está garantido, pois os EUA podem recorrer a argumentos como saúde animal ou segurança alimentar para assegurar o embargo ao frango chinês.

Sem condições de impedir que a situação se eternize, os chineses ten-tam restringir a entrada do produto norte-americano em seu mercado reclamando de dumping e elevando as taxas alfandegárias. Com relativo sucesso: nos quatros primeiros meses deste ano, as importações chinesas de frango dos EUA – que haviam chegado às 134 mil toneladas no primeiro quadrimestre de 2009 – não passaram das 23 mil toneladas, recu-ando mais de 82%.

Em “panel”, OMC deu razão ao país comunista

China pode ter vencido 1º round contra EUAGuerra do frango

CARNE DE FRANGOGrandes importadores brasileiros em que o produto é rela-

cionado entre os 10 principais importados 1º QUADRIMESTRE DE 2010

RECEITA CAMBIAL EM US$ MILHÕES

IMPORTA-DOR1

POSIÇÃO2RECEITA

CAMBIALPARTICI-PAÇÃO3

VAR. ANUAL

Japão, 6º 2º 199,626 0,46% -15,2%

Venezuela, 7º 1º 111,607 0,26% -2,6%

Holanda, 4º 10º 77,404 0,18% -34,3%

Espanha, 12º 7º 15,426 0,04% -46,1%

Suíça, 9º 6º 12,667 0,03% -29,0%

TOTAL 5 PAÍSES 416,730 1,04% -19,0%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC Elaboração e análises: AVISITE

1 – País importador e respectiva posição entre os principais importadores do Brasil

2 – Posição da carne de frango entre os 10 principais produtos importados pelo respectivo país;

3 – Participação na receita cambial brasileira global.

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16 Produção Animal | Avicultura

Empresas

Médico veterinário ocupava o cargo de Diretor de Produção desde o início das atividades da empresa no Brasil

James Young, Vice-Presidente Internacional da Tyson Foods para as

Américas anunciou no começo de junho uma mudança na diretoria das unidades brasileiras: o cargo de presidente do grupo no Brasil anteriormente ocupado por Jóster Macedo agora pertence ao médico veterinário Vítor Hugo Brandalise. Após o anúncio da mudança na diretora, surgiu a dúvida se o novo presidente pertencia à família Brandalise, fundadora da Perdigão. Segundo infor-mações da assessoria de imprensa da Tyson no Brasil, não existe nenhuma ligação.

Vítor Hugo Brandalise, nascido em Curitiba, PR, fazia parte do quadro de colaboradores da Tyson desde que a empresa ingressou no mercado brasilei-ro, em setembro de 2008. Na época, assumiu o cargo de Diretor de Produção, sendo responsável por toda a cadeia do frango vivo – integrados, incubatório, fábrica de rações vegetais, frangos, ex-pansão e laboratórios. Anteriormente, o médico veterinário, mestre em Nutrição Animal pela Universidade Federal do Paraná, tinha desempenhado funções técnicas, comerciais e gerenciais em outras empresas do mercado. Inclusive, sua carreira teve início na Cooperativa Agrícola Consolata Ltda (Copacol), fun-dada em 1963 e pioneira no Oeste do

Paraná, atuante nos segmentos de bovi-nos de leite, suínos, peixes e aves. Brandalise gerenciou a produção de lácteos da cooperativa – assunto no qual possui título de pós graduação pela Universidade Federal de Lavras – por sete anos antes de ingressar na Tyson.

Agora em frente à presidência, Brandalise vai dar continuidade aos pla-nos de expansão comercial da multina-cional no estado do Paraná. Uma das metas traçadas pela Tyson para esse ano é instaurar mais de 450 pontos de venda só na região metropolitana de Curitiba – um crescimento de mais de 300%. Com esta estratégia, a empresa espera vender cerca de 320 mil quilos de frangos por mês, somente na capital paranaense, e 300 mil quilos por mês no Noroeste do Estado, até o final de 2010. A empresa comemorou no início de Junho a habili-tação de exportação para o Oriente Médio da unidade de Itaiópolis, SC. Agora todas as três unidades da multina-cional no país - as outras são São José (SC) e Campo Mourão (PR) - têm creden-ciamento para vendas externas.

O setor avícola recebeu com otimis-mo a notícia da indicação do novo Presidente e a notícia, divulgada dia 02 de Junho, gerou inúmeros comentários no AviSite.

Veja abaixo algum deles:

Vítor Hugo Brandalise é o novo presidente da Tyson do Brasil

Mudança

VÍTOR HUGO BRANSALISEO médico veterinário assume a presidência da Tyson do Brasil

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Produção Animal | Avicultura 17

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Empresa agora opera em 22 países e prevê receita de R$ 28 bilhões

Marfrig adquire duas empresas no exterior e mantém seus planos de expansão

Internacionalização

A Marfrig continua investindo em sua meta de expansão e inter-

nacionalização das atividades na avicultura. No final de maio, o fri-gorífico brasileiro adquiriu, através de uma de suas empresas euro-péias, a Moy Park, uma empresa chamada O’Kane Poultry, localizada em Ballymena, na Irlanda do Norte e a segunda maior do país no ramo. Essa companhia, fundada em 1932, vai desenvolver operações verti-calmente integra-das em carne de aves e vai trazer à Moy Park diversifi-cação em produ-tos que incluem perus e frangos. Os ativos adquiri-dos - pelo valor de 26 milhões de libras esterlinas (ou cerca de US$ 37,2 milhões) - in-cluem uma fábrica de ração, incuba-doras, granjas, unidade de abate e processamento de aves – com capacidade diária de processar 120 mil frangos e 5 mil perus – além de um laboratório de pesquisas. A aqui-sição foi saudada pelas lideranças agropecuárias locais como “o início de uma nova era para a produção avícola norte-irlandesa”.

O grupo Marfrig surgiu há 24 anos como uma pequena distribui-dora de alimentos. Hoje em dia é uma das empresas brasileiras mais

internacionalizadas e uma das maiores do mundo no setor de car-nes. No dia 14 de Junho, anunciou a compra da americana Keystone Foods, uma empresa de atuação global da área de desenvolvimento, produção, comercialização e distri-

buição de alimentos à base de car-nes de aves, peixes, suínas e bovi-nas, especializada no canal food services. “Matar boi, a gente mata amanhã. Já desenvolver um produto é muito diferente”, afirmou Marcos Molina, Fundador e Presidente do Grupo em entrevista ao Valor

Econômico, fazendo referência dire-ta aos recentes comentários no mercado de que a Marfrig poderia comprar frigoríficos de carne bovi-na. Segundo o jornal, ao invés de “matar bois” a multinacional resol-veu investir no ramo de produtos

com valor agrega-do: “Nossa estra-tégia é crescer com produtos in-dustrializados”, afirmou Molina.

Com essa nova aquisição, no valor de US$ 1,26 bi-lhão, a Marfrig torna-se um forne-cedor de destaque para grupos im-portantes como McDonald’s e Subway e atende mais de 28 mil restaurantes em 13 países do mundo. Essa foi a 38° aquisição do grupo desde que teve seu capital aberto em 2007 e também foi o maior passo da empresa no exterior.

Agora, a Marfrig elevou com louvor o pata-mar de empresa para multinacional: seu patrimônio são 151 unidades atu-ando em 22 países

o que lhe concedeu o título de maior coorporação brasileira de produção e industrialização de car-nes de bovino, frango e suíno, su-perando a catarinense BRF Brasil Foods, que ainda aguarda autoriza-ção da fusão da Perdigão e Sadia pelo Cade.

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18 Produção Animal | Avicultura

Evento

Conferência Factade volta a Santos

Fazendo jus ao título de mais importante evento em seu gênero de toda a avicultura latino-americana,

a 28º edição da Conferência Facta, recebeu 30 pales-tras de assuntos técnicos e 48 apresentações orais do Prêmio Lamas entre os dias 25 e 27 de maio. De volta a Santos e ao seu formato original (em 2009 o evento foi realizado em Porto Alegre, junto com o Congresso Brasileiro de Avicultura), o primeiro dia do encontro concentrou o Simpósio sobre Nutrição e a apresenta-ção oral do Prêmio Lamas (que se estendeu até o se-gundo dia). O Professor Mário Penz abriu a exposição sobre o tema expondo as formas de melhorar a dieta das aves e diminuir a eliminação de poluentes pelas excretas.

A Conferência, propriamente dita, desenvolveu-se entre os dias 26 e 27 de maio. A cerimônia de abertura aconteceu na noite do dia 25 e dividiu as atenções com a entrega do Prêmio FACTA “Profissional do Ano”. Falando na abertura, Edir Nepo-muceno da Silva, Diretor Presidente da entidade, lembrou que a Conferência “é promovida por 31 indivíduos que trabalham o ano todo para trazer ao evento o que há de melhor em ciên-cia e tecnologia avícolas”.

A Facta também lembrou que já está na contagem para a realização do XXIV Congresso Mundial de Avicultura, promo-vido pela própria entidade - na qualidade de Seção Brasileira da Associação Mundial de Ciência Avícola (WPSA, na sigla em inglês) entre os dias 5 e 8 de agosto de 2012, em Salvador, BA.

Outras informações: www.facta.org.br.

Mais de 30 apresentações técnicas e 48 apresentações orais

DIRETORIA DA FACTA31 membros trabalham para levar aos participantes as melhores palestras técnicas

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Produção Animal | Avicultura 19

Profissional do ano Desde 2006, a FACTA presta uma homenagem, duran-

te a conferência que organiza àqueles que contribuem pa-ra o desenvolvimento da avicultura brasileira. Neste ano, o agraciado com o Prêmio FACTA “Profissional do Ano” foi o Professor Nelson Carneiro Baião. Formado em medicina veterinária em 1969 pela mesma Universidade onde hoje é professor da pós-graduação, Baião foi contratado pela

UFMG em 1974. Na seqüência, obteve os títulos de espe-cialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Todos pela Universidade de Minas Gerais, com exceção do últi-mo, obtido na Espanha. Baião, que atualmente também é chefe da divisão de avicultura da Escola de Veterinária da UFMG, agradeceu a honraria lembrando dos colegas, dos alunos e daqueles que trabalham dentro dos aviários, cujos conhecimentos práticos não devem ser ignorados. Esta é a quinta versão da homenagem. Nos quatro últimos anos re-ceberam o Prêmio, por indicação do próprio setor avícola, os Professores Doutores José Eduardo Butolo, Paulo Tabaja-ra Chaves Costa, Egladison João Campos e Horácio Rostag-no.

Os melhores trabalhos científicosAntes do coquetel promovido no segundo dia da Con-

ferência FACTA foram anunciados os ganhadores da 17ª edição do Prêmio de Pesquisa Avícola “José Maria Lamas da Silva”. Foram inscritos ao Prêmio, no total, 254 traba-lhos de pesquisa técnico-científica, 40 deles foram apre-sentados oralmente e outros 80 foram expostos em forma de pôsteres. Ao lado, os agraciados.

TRABALHOS PREMIADOS NO PRÊMIO LAMAS 2010

Sanidade“Avaliação de proteção vacinal para amostras variantes de bronquite infecciosa das galinhas frente a amostra vacinal H120”lara Maria Trevisol - Embrapa Suínos E Aves

Nutrição“Efeito da relação isoleucina:lisina digestível sobre o desem-penho e qualidade de carcaça de frangas de corte”Rodrigo Knop Guazzi Messias - Universidade Federal de Vinosa

Menção HonrosaAvaliação do efeito da vitamina e na dieta de matrizes de frango de corte suplementadas com óleo de soja e de peixe sobre o desempenho, rendimento de carcaça e qualidade da carne da progênie”Jovanir Inês Muller Fernandes - Universidade Federal do Paraná

Produção“Gait score e espondilostese em frangos de corte de duas linhagens e criados em dois tipos de cama”Ibiara Almeida Paz - Universidade Federal da Grande Dourados

Menção Honrosa “Uso da geoestatística em diferentes sistemas de ventilação mínima para frangos de corte em fase de aquecimento”Thayla Morandi Ridolli de Carvalho - UNICAMP

Outras Áreas“Estimativas dos componentes de (co) variância para caracte-rísticas de crescimento em linhagem comercial de frango”Jane Lara Brandani Marquês Grosso- USP

Menção Honrosa”Avaliação da deterioração do ombiente aéreo e térmico de frangos de corte em função da elevação de temperatura em dias de ondas de calor”Marcos Martinez do Vale - Vitagri

PROFISSIONAL DO ANOBaião recebe prêmio

das mãos de Edir Nepomuceno

GANHADORES DO PRÊMIO LAMAS

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20 Produção Animal | Avicultura

Reuniões envolvendo represen-tante do Instituto de Defesa

Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF) e produtores avícolas para debater o termo de compromis-so ambiental voltado para a avicultu-ra no Estado têm sido realizadas na sede da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES). O termo foi elaborado tendo em

vista o fato de que a licença ambien-tal é uma exigência legal para qual-quer atividade econômica que cause algum impacto no meio ambiente. Nele, o avicultor declara que adotará todas as medidas necessárias para evitar, atenuar ou reparar os impac-tos resultantes do processo de cria-ção, corte, postura e processamento (da carne), conforme as normas ambientais vigentes aplicáveis ao empreendimento.

Os encontros têm como

finalidade explicar as medidas que devem ser tomadas para que avicul-tores possam adequar as suas pro-duções. E os resultados dessas as-sembléias já estão sendo notados: um dos esclarecimentos feito aos avicultores é de que o termo é gené-rico e que as particularidades de cada produtor serão discutidas com técnicos do órgão após a assinatura

e a apresentação da documentação exigida. “Funciona como um ques-tionário. Cada produtor vai verificar quais são as adequações que preci-sam ser feitas em sua propriedade. Depois, com auxílio de um técnico, ele vai buscar a melhor maneira de fazê-las”, disse Frederico Lopes, Coordenador de Licenciamento Ambiental do IDAF, durante a reu-nião. Vale mencionar que, após a assinatura do termo, os produtores terão um prazo de 90 dias para

realizar as modificações necessárias.A AVES ainda vai elaborar uma

cartilha, em conjunto com o órgão ambiental, para auxiliar e mobilizar os produtores. Todo o processo de licenciamento dos associados tam-bém será acompanhando pela Associação. Lopes ressalta que o apoio de entidades representativas, como a AVES, junto ao órgão de-monstra a união de esforços para que produtores saiam da irregularidade.

Histórias de dirigentes da AVES são destaque em livro

O quarto volume do livro Espírito Santo Empreendedor, lançado pelo Sebrae-ES em 2006, destaca as histórias de vida e as iniciativas em-preendedoras de 22 capixabas e conta com os nomes de dois repre-sentantes da avicultura do estado: Argeo Uliana, Presidente da AVES e sócio fundador da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), e Elder Marin, Diretor da mesma associação. O objetivo do livro é contar a história de vida des-ses personagens e servir de inspira-ção para outras atitudes empreende-doras. Uliana conta: “Quando as atividades de avicultura começaram na região, as dificuldades eram mui-tas, principalmente a falta de estra-das e a ausência total de comunica-ção. Percebemos que só conseguiríamos levar os negócios em frente se nos uníssemos. Então reu-nimos umas vinte pessoas na época e formamos a Coopeavi”, lembra. Hoje, a cooperativa tem 4,5 mil cooperados e já conta 45 anos de história.

As informações foram divulgadas pelo Jornal do Agronegócio, publica-do pela AVES.

AVES discute termo de compromisso ambientalEm conjunto com IDAF, associação busca orientar e mobilizar produtores

Espírito Santo

Associações

Representante do IDAF se reuniu como avicultores na

sede da AVES

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Produção Animal | Avicultura 21

Sindiavipar apóia emissão de certidão de registro online Projeto pretende manter o estado como referência em políticas de sanidade

Paraná

A parceria fixada entre a Secre-taria Estadual de Agricultura

e Abastecimento (SEAB) e o Sindi-cato das Empresas Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) pretende registrar pela internet todos os estabelecimentos avíco-las comerciais do Paraná. A medi-da pioneira visa manter o estado – o maior plantel avícola do Brasil – como referência no avanço das políticas de sanidade. O Presiden-te do Sindiavipar, Domingos Mar-tins explica que o registro online funciona como uma certificação de que o produtor está seguindo os critérios de qualidade exigidos pelo mercado. “É a confirmação de que a propriedade atende os pré-requisitos básicos para comer-

cializar seus produtos”. Para obter a certidão, o estabelecimento avícola deve passar por uma fisca-lização completa nas medidas higiênico-sanitárias e de biosse-gurança adotadas na propriedade.

De acordo com a SEAB, de-vem ser cadastrados 12 mil esta-belecimentos comerciais (frangos de corte e postura) até dezembro de 2012. Para evitar que os avi-cultores paranaenses fiquem impossibilitados de produzir fran-go, o sindicato auxiliará no cum-primento da meta de cadastrar 390 propriedades por mês. “A atuação do Sindiavipar está sen-do realizada de duas maneiras: em primeiro lugar, disponibiliza-mos uma colaboradora para auxi-

liar no trabalho da SEAB em reali-zar os registros das propriedades avícolas. Outra frente de trabalho está diretamente com os produ-tores, que recebem nosso apoio e orientação para que busquem se adequar as normas”, esclarece Martins. Além de manter atuali-zadas as informações sobre os avicultores e os respectivos dados de produção , o registro on-line também é uma maneira de preve-nir doenças como a Influenza Aviária e a doença de Newcastle, pois amplia o controle sobre a produção estadual. De acordo com a SEAB, o prazo para que a certidão fique pronta é de 15 a 20 dias e o serviço on-line não tem custo.

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22 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

A Adisseo tem um novo nome à frente da empresa desde o dia 1°

de Julho: Jean Marc Dublanc. O novo Presidente/Diretor Geral ocupava ante-riormente o cargo de Diretor de Inovação, Marketing e Venda e substi-tui o engenheiro químico Gérard Deman que na mesma data assumiu a presidência do Conselho Administrativo da corporação. Segundo Deman, Jean-Marc contri-buiu imensamente para o desenvolvi-mento da empresa por quatro anos “e me parece oportuno, de comum acordo com o grupo BlueStar, que a partir de agora esteja à frente da empresa”, analisa.

Em seu novo cargo, Deman conti-nuará a ter missões vinculadas a proje-tos e investimentos estratégicos, prin-cipalmente em relação à construção da nova fábrica do grupo na China – prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2012. Também continuará tendo assento no Conselho

de Administração da BlueStar, grupo ao qual pertence a Adisseo.

Investimento A Adisseo vai investir mais de 100

milhões de euros nas suas plantas de produção da França (Roches-de-Condrieu, Roussillon y Commentry) e Espanha (Burgos). Este novo plano de investimentos é a continuação de outro anterior, de 25 milhões de Euros, inicia-do em 2009, e da decisão de construir a unidade de produção na China, em conjunto com a China National Bluestar, grupo ao qual pertence a Adisseo.

Com este novo programa de investi-mento, a Adisseo antecipa-se para responder ao constante crescimento mundial da demanda por metionina, um aminoácido essencial para alimenta-ção dos animais criados em confina-mento e, em especial, no segmento de avicultura. As previsões apontam que a expansão do mercado global de metio-nina alcance um aumento anual

superior a 4% durante os próximos cinco anos, em sintonia com o cresci-mento da produção mundial de proteí-na animal e, em particular, do segmento avícola, cuja demanda é maior.

Assim que obtiver as autorizações administrativas necessárias, a Adisseo prevê aumentar de forma importante a capacidade de produção da fábrica espanhola de Burgos e construir uma nova unidade de apoio na fábrica fran-cesa de Saint-Clair du Rhône (Isère), assim como melhorar os processos e reforçar a cadeia de suprimentos das fábricas francesas de Roussillon (Isére) e Commentry (Allier).

Esta iniciativa está em linha com a política de desenvolvimento sustentável da Adisseo, que visa principalmente a melhoria contínua da segurança do trabalho e da proteção ao meio ambien-te mediante a aplicação das melhores tecnologias disponíveis. Para outras informações sobre a empresa, acesse www.adisseo.com.

Jean Marc Dublanc assume presidência da Adisseo

Mudança

Ex-Diretor de Marketing substitui Gérard Déman que assume o Conselho Administrativo

JEAN-MARC DUBLANC é o novo nome à frente daAdisseo

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Produção Animal | Avicultura 23

Concurso

Frango Globoaves conquista gosto dos consumidores na Rússia Produto vence nos testes de degustação e qualidade em programa popular

O frango processado nas instalações do mais moderno frigorífico da

Globoaves caiu nas graças da população russa. Numa das recentes edições do popular programa “Kontrolnaia Zakupka” (Compra Controlada) exibido por uma das maiores emissoras do país, o frango brasileiro foi o grande vencedor de um concurso que combinou teste de degus-tação com de qualidade e suplantou cinco outras marcas tradicionais do mer-cado.

O quadro começa com a participação de um grupo de consumidores reunidos para degustar produtos similares de diferentes fabricantes, atribuindo pontua-ções a quesitos como apresentação, sabor e aroma. Em seguida, as amostras são enviadas para um teste de qualidade

em laboratório especializado, que emite um parecer técnico descrevendo os defei-tos e virtudes de cada marca analisada. Atração já tradicional daquele canal de TV, o programa também faz compara-ções de outras linhas de produtos, como eletrodomésticos e itens de higiene e limpeza.

O frango que conquistou o paladar dos russos é processado na cidade de Cascavel, localizada no interior do Paraná. A unidade abate diariamente cerca de 150 mil aves e está habilitada para expor-tar aos países da União Européia e da Rússia, conhecidos pelas rigorosas nor-mas de sanidade animal estabelecidas em sua legislação de comércio exterior. Conheça a empresa e os produtos através do endereço www.globoaves.com.br.

Expansão

Vaccinar conquista certificação IN-65 e IN-04Empresa avança em mais uma etapa

A unidade produtiva da Vaccinar Nutrição e Saúde Animal, localizada

em Pinhais, PR, conquistou as certifica-ções IN-04 e IN-65 e fez com que a empresa avançasse em mais uma etapa no projeto de ampliação e modernização do seu parque industrial. A primeira aprova o regulamento técnico sobre as condições higiênico sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabeleci-mentos fabricantes de produtos destina-dos à alimentação animal. Já a segunda, aprova o regulamento técnico sobre os procedimentos para a fabricação e o emprego de rações, suplementos,

premixes, núcleos ou concentrados com medicamentos para os animais de produ-ção. Com essas novas certificações e com uma fábrica exclusivamente dedicada a produtos medicados, a Vaccinar não só se enquadra em todos critérios estabeleci-dos pela legislação vigente para fabrica-ção de produtos destinados à alimenta-ção animal com medicamentos, como também reforça o compromisso com seus clientes em produzir nutrição animal segura e contribuir para gerar alimentos saudáveis para os seres humanos. Para outras informações sobre a empresa e seus produtos: www.vaccinar.com.br.

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24 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Cobb firma parceria com duas tradicionais empresas do setor avícola

Acordo

Hygen e Granja Planalto serão responsáveis pela produção de matrizes do produto CobbAvian48

A Cobb-Vantress Brasil e duas das mais tradicionais empresas

do setor avícola brasileiro, a granja Planalto e a Hygen, estão formando uma parceria que fortalecerá a posição do produto CobbAvian48 no mercado de matrizes de frangos de corte na América do Sul. O acor-do estabelece que: (a) A Hygen e a Granja Planalto serão responsáveis pela produção de matrizes do pro-duto CobbAvian48. Os termos e condições da aquisição não foram divulgados. (b) Os produtos Cobbavian48 provenientes destas

empresas passam a ser de exclusivi-dade da Cobb-Vantress para distri-buição, vendas e assistência técnica no Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Segundo Jairo Arenázio, Diretor da Cobb-Vantress Brasil, este acordo traz de volta o CobbAvian48 para o portifólio de produtos da empresa no Brasil: “Uma decisão estratégica da Cobb que, certamente, nos enche de orgulho e satisfação.”, completa. Mais informações sobre a empresa e seus produtos em www.cobb-vantress.com.

Em meio a nomes consagrados no ramo da pecuária, a Guabi marcou

presença na 14° edição do Seminário Nordestino de Pecuária (PecNordeste) O evento aconteceu entre os dias 14 e 17 de Junho, em Fortaleza, CE. Durante o seminário, os participantes discutiram novos caminhos e soluções tecnológicas para o fortalecimento e desenvolvimento sustentável do seg-mento, uma vez que o agronegócio da pecuária é considerado um importante componente no crescimento da eco-nomia brasileira. Na ocasião, a Guabi levou suas linhas de rações, concen-trados, sais minerais, núcleos e premi-xes para diversas áreas de nutrição animal. Acesse www.guabi.com.br para conhecer melhor os produtos e a empresa.

Guabi marca presença na 14° edição da PecNordeste

Evento

Participantes discutiram caminhos e soluções para desenvolvimento sustentável

Acordo traz de volta o CobbAvian48 para o portfólio da empresa

Estande da Guabi no PecNordeste

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25 Produção Animal | Avicultura

Brasil é apenas o 8º da América LatinaLiderança, no continente, é do México

Consumo

Dados da FAO para a América Latina apontam que embora lidere, no continente, a produção, a

exportação e o consumo per capita de carne de frango, o Brasil, no tocante ao ovo, se encontra numa frágil oitava posição, aquém até mesmo da média consumida na América Latina e Caribe – 8,6 kg per capita em 2005.

Considerados os quatro países-base do Mercosul, o Brasil está à frente, apenas (mas por pequena dife-rença), da Argentina e a uma significativa distância do Uruguai e do Paraguai – este último com um

consumo per capita quase 2,5 vezes maior que o brasileiro.

A liderança, no continente, é do México, que – pelos dados da FAO – tem o terceiro maior consumo per capita de ovos do planeta. O consumo per capita mexicano, da ordem de 16,6 kg em 2005, ficou atrás apenas do consumo japonês – 19 kg per capita – e do chinês – 20,2 kg per capita.

No consumo chinês, porém, entram ovos de diversas espécies de aves, enquanto o dos demais países está restrito, basicamente, aos ovos de galinha.

No Brasil, são consumidos 6,8 Kg per capita/ano de ovos

Caderno PosturaAs principais notícias do setor produtor de ovos Notícias Curtas .......................................25Programas de muda induzida .............30 Trabalhos premiados no Congresso de Ovos ...............................34

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Caderno Postura

Três estados do Sudeste respondem pela metade da produção

Em algumas UFs houve redução no volume produzido

IBGE/Ovos

Os dados do IBGE relativos à produção brasileira de ovos

de galinha em 2009 apontam que apenas três unidades federativas, todas do Sudeste – ou, pela ordem, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo - detêm a metade da produção brasileira.

Outros 40% da produção vêm de sete UFs – Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará e Mato Grosso. Dessa forma, 10 UFs respondem por mais de 90% dos ovos produzidos no País.

O levantamento do IBGE também indica que apesar do volume produzido ter aumentado 3,43% em 2009, várias UFS registraram redução, em alguns casos significa-tiva. Por exemplo, os dois principais produtores, São Paulo e Minas Gerais, registraram queda de 0,26% e 1,11%, respectivamente, enquanto em Santa Catarina e no Distrito Federal a redução foi bem mais expressiva, de 12,25% e 31,01%, também respectivamente.

Em outras palavras, a produção nacional só não retroce-deu porque outras UFS tiveram expansão igualmente signifi-cativa. Caso, por exemplo, de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados em que o volume produzido aumentou 63,41% e 14,09%.

É oportuno lembrar que o levantamento do IBGE é amplo, abrange todos os ovos de galinhas – para consumo humano e

para reprodução. Assim, parte das quedas ou dos incrementos observados em 2009 pode ser devida a reduções ou aumentos

no plantel reprodutor, especialmente o de matrizes de corte – algo que seria aplicável, por exemplo, à diminuição de Santa Catarina e ao aumento de Mato Grosso.

A ressalvar, nos números divulgados, que o fato de inexistir indicação de produção em cinco estados não significa que nada tenham produzido em 2009. É que a pesquisa do IBGE abrange apenas estabelecimentos com 10 mil ou mais poedeiras.

Caderno Postura

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27 Produção Animal | Avicultura

Implantada Câmara Setorial de OvosJosé Roberto Bottura é o Presidente

UBABEF

“O Brasil tem condições de atingir um patamar ainda

maior nas exportações de ovos e superar as 37 mil toneladas de 2009. A UBABEF vai apoiar fortemente o trabalho da Câmara nesse sentido.” A afirmação é do Presidente Executivo da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Francisco Turra, que partici-pou da implantação, na sede da entidade, da Câmara Setorial de Ovos, que será presidida por José Roberto Bottura, Diretor Executivo do Instituto Ovos Brasil.

A Câmara vai trabalhar focada no desenvolvimento da área técnica, visando a identificar as necessidades atuais do setor (sanidade, qualidade, produção animal e certificações), buscará viabilizar levantamentos estatísticos, proporá uma agenda específica para o setor, assim como pretende promover encontros técni-cos e seminários de boas práticas para tratar de interesses dos produtores para o mercado interno e exportação.

Vai realizar também um trabalho para determinar potenciais mercados a serem abertos ou desenvolvidos. Hoje, os maiores importadores mun-diais de ovos são China, Hong-Kong, Cingapura, Rússia e União Européia. Serão contempladas também ações de promoção comercial e o estímulo ao segmento para participar de even-tos internacionais.

Participam da Câmara avoseiros de postura, incubadores, produtores de ovos, membros do comitê Técnico de Ovos e representantes de entida-des estaduais.

O Jornal do Comércio, de Porto Alegre divulgou que a adesão da UBABEF ao setor de ovos é considera-da como uma injeção de know-how. Eduardo dos Santos, secretário-exe-

cutivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), afirmou ao jornal que “esta partici-pação é decisiva, já que a associação conhece os atalhos e as regras para exportação”.

Conforme dados da Asgav, o Rio Grande do Sul fechou 2009 com uma produção de cerca 6,5 milhões de caixas de ovos de 30 dúzias, número semelhante ao de 2008, que estacionou em função da crise e da redução na produção e de preços. O Estado conta hoje com 35 granjas de médio e pequeno porte, das quais 20 teriam condições de buscar novos clientes no mercado externo.

O Jornal do Comércio também afirmou que outra expectativa do setor produtivo de ovos se refere a uma efetiva aplicação do Programa Nacional de Resíduos e Contaminan-tes (PNCR), considerado como principal passaporte para a entrada do alimento no merca-do europeu. “Esperamos que, com a entrada da UBABEF, o processo de criação do pro-grama se acelere”, diz Eduardo dos Santos.

Para sair do papel, o programa depende da liberação de recursos para que as análi-ses dos produtos, que hoje são feitas em laboratórios privados, possam ser subsidiadas.

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Caderno Postura

ONGs americanas dizem “sim”Campanha contra a postura tradicional deve ser amenizada

Gaiolas enriquecidas

Depois de defenderem intransigentemente a eliminação total das gaiolas e a máxima liberdade das poedeiras

criadas no país, organizações norte-americanas de defesa dos animais rendem-se à constatação de que as criações “free-range” não são, exatamente, a melhor solução e já aceitam as gaiolas equipadas que vêm sendo adotadas pela União Européia, batizadas de “gaiolas enriquecidas”.

Embora ainda não oficialmente confirmado, há indicações de que a Sociedade Humanitária (HSUS) - cujo movimento levou o governador Arnold Schwarzenegger a proibir o uso de qualquer tipo de gaiola na Califórnia – cedeu ao uso das gaiolas enriquecidas e deve amenizar a forte campanha que vem fazendo contra a avicultura de postura tradicional.

Mas o que mais interessa ao produtor de ovos norte-americano é a posição da mais antiga ONG de proteção dos animais dos EUA, a American Humane Association (AHA). Especialmente porque a entidade é responsável pela emissão de um certificado de bem-estar animal acreditado em todo o território norte-americano. E a American Humane anunciou no final da semana passada que agora aceita as gaiolas enri-quecidas, por considerá-las “um sistema humanitário de alojamento de poedeiras”.

Explicando o porquê de sua decisão, a AHA aponta que as gaiolas enriquecidas são de três a quatro vezes maiores que as gaiolas tradicionais utilizadas no setor de postura norte-americano. Assim, ainda que permitam alojar maior número de poedeiras, propiciam maior espaço às aves – cer-ca de 750 centímetros quadrados por poedeira, contra me-nos de 500 centímetros quadrados (pouco mais de 22x22cm) das gaiolas comuns. O mais importante, porém, é que pos-suem poleiros, ninhos e área de ciscagem, “enriquecimentos que possibilitam à poedeira manifestar melhor seu compor-tamento natural”.

De toda forma a AHA acrescenta que a decisão de en-dossar o uso das gaiolas enriquecidas foi adotada após “ex-tensiva revisão da bibliografia científica”. Foram avaliados, no caso, o comportamento e o bem-estar das poedeiras criadas dentro desse novo sistema na União Europeia, onde as gaio-las convencionais estarão totalmente banidas dentro de, aproximadamente, um ano e meio, ou seja, a partir de 1º de janeiro de 2012.

SOCIEDADE HUMANITÁRIA Criações “free-range” não são a melhor solução

Cresce demanda pelo ovo de mesaExportações dos EUA cresceram 23%

No mundo em 2010

Dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) indicam que vem sendo grande a demanda

mundial pelos ovos de mesa – em casca ou, mesmo, industrializados.

Conforme o órgão, nos dois primeiros meses de 2010 as exportações do ovo em casca, pelos EUA, aumentaram 23%. O crescimento se deve a importações maiores por parte de Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, China, Bahamas e Israel. Além destes, diversos outros países que não haviam efetuado aquisições no início de 2009 estão agora entrando no mercado como compradores. Isso inclui, entre outros, Samoa, Taiwan,

Omã, Peru, Panamá, Malásia e vizinho brasileiro, Uruguai. As exportações de ovo industrializado, por sua vez, aumen-

taram 58% no período, com forte concentração das compras no produto desidratado (ovo em pó). Alemanha, Canadá, Holanda, Suécia e Dinamarca são os países “top” na importa-ção. É firme também a demanda por clara de ovo – especial-mente por parte do Canadá.

Em 2009, a despeito da crise econômica mundial, as expor-tações de ovos in natura dos EUA aumentaram 29%, pratica-mente o mesmo nível de incremento (30%) obtido pelo ovo industrializado.

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30 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Em função do grande interesse por parte de merca-dos globalizados em áreas como bem-estar e prá-ticas de manejo adotadas na produção de ovos

comerciais, a avaliação de protocolos alternativos ao procedimento convencional para indução de muda em poedeiras comerciais tem sido alvo de muitas pesquisas e discussões nos últimos anos. Os métodos de muda co-mercialmente adotados consideram a restrição ou je-jum alimentar por determinado período, o que tem ge-rado controvérsias com relação ao bem-estar das aves. Práticas de muda induzida consideradas menos agressi-vas sob o ponto de vista do bem-estar animal devem ser exploradas objetivando-se uma regressão ovariana ade-quada para o descanso do aparelho reprodutor e poste-rior retorno à postura no segundo ciclo, acompanhan-do-se alguns índices fisiológicos que caracterizem o impacto dessas novas estratégias nutricionais na indu-ção de muda em poedeiras comerciais. Respostas fisio-lógicas ao estresse causado por jejum alimentar como o que ocorre durante a muda podem ser obtidas através do monitoramento de parâmetros ósseos, sanguíneos e comportamentais durante as fases que antecedem o processo da muda, durante e após a mesma e assim ca-racterizar o melhor protocolo de muda quanto ao bem-estar das aves. Numa antecipação às necessidades de mercado objetivou-se com este projeto, a seleção de um método de indução de muda que atendesse aos parâme-tros indicativos de bem-estar animal e fosse plenamen-te exequível ao produtor. A capacitação da equipe e a estrutura física e de apoio para desenvolver e conduzir estudos longitudinais com poedeiras comerciais reafir-

AutoresHelenice Mazzuco1, Valdir Silveira de Avila1, Arlei Coldebella1, Jonas

Irineo Santos Filho1, Victor Fernando Buttow Row2

1-Pesquisadores Embrapa Suínos e Aves; 2- Professor Adjunto da Universidade Federal de Pelotas

Avaliação de programas através de parâmetros

comportamentais e fisiológicos

Embrapa sugere método alternativo de Muda Induzida

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31 Produção Animal | Avicultura

Estudo prova que é viável aplicar

método alternativo de muda induzida

a partir da utilização da casca

de soja

ma a participação estratégica da Embrapa Suínos e Aves em decisões técnicas que impactam dire-tamente o setor produtivo no Brasil.

Metodologia O experimento foi conduzido nas instala-

ções experimentais de postura da Embrapa Suí-

nos e Aves, com sede em Concórdia, SC. Foram alojadas 1152 frangas Hy-Line W-36, com 15 se-manas de idade, na densidade de 759 cm2/ave recebendo ração e manejo conforme preconiza-do pelo guia de manejo da linhagem até a idade de 80 semanas de idade, quando então aplica-ram-se os tratamentos de muda. Com 78 sema-

Tabela 1 - TRATAMENTOS EXPERIMENTAIS

Tratamento 1 (T1) Controle (aves não submetidas à muda, consumindo a mesma dieta durante todo o período experimen-tal);

Tratamento 2 (T2) Muda convencional (aves submetidas à 10 dias de jejum, seguidos de 8 dias do consumo de milho moído e 10 dias de consumo de dieta pré-postura);

Tratamento 3 (T3) Consumo de ração contendo 97% de casca de soja durante 14 dias, seguido do consumo de milho moí-do por 4 dias e ração pré-postura durante 10 dias;

Tratamento 4 (T4) Consumo de casca de soja durante 4 dias, seguido do consumo de ração contendo 97% de casca de soja durante 10 dias e de 4 dias de consumo de milho moído e 10 dias de consumo de ração pré-postura;

Tratamento 5 (T5) Consumo de casca de soja durante 8 dias, seguido do consumo de ração contendo 97% de casca de soja durante 6 dias e de 4 dias de consumo de milho moído e 10 dias de consumo de ração pré-postura;

Tratamento 6 (T6) Consumo de casca de soja durante 12 dias, seguido do consumo de ração contendo 97% de casca de soja durante 2 dias e de 4 dias de consumo de milho moído e 10 dias de consumo de ração pré-postura.

TABELA 2 - MÉDIAS E ERROS-PADRÃO DA ANÁLISE DA VARIÂNCIA PARA VARIÁVEIS RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE OVOS.

VariávelTratamentos

Pr>F1 2 3 4 5 6

Ovo bom/ave alojada

192± 6* 247± 7 234± 6 236± 11 231± 8 242± 6 <0,0001

Ovo bom/ave/dia 200± 7* 262± 3 255± 3 264± 3 258± 4 253± 4 <0,0001

Ovo mole/ave alojada

12,68±2,18* 4,18±0,77 4,48±0,94 3,72±0,70 3,58±0,51 3,56±0,68 <0,0001

Ovo mole/ave/dia 13,44±2,17* 4,49±0,84 4,82±0,93 4,50±1,26 4,01±0,58 3,80±0,75 <0,0001

Ovo trincado/ave alojada

9,48±0,89* 3,98±0,43 4,22±0,41 3,64±0,45 3,50±0,43 4,04±0,41 <0,0001

Ovo trincado/ave/dia

10,14±0,93* 4,27±0,4 4,58±0,41 4,11±0,51 3,88±0,45 4,29±0,47 <0,0001

Produção total/ ave alojada

214± 5* 255± 7 243± 7 243± 10 239± 8 249± 6 0,0034

Produção total/ave/dia

224± 5* 270± 3 264± 3 272± 2 265± 3 262± 4 <0,0001

* Denota diferença significativa (p<0,05), pelo teste F, entre o tratamento controle (T1) e os demais.

TABELA 3 - MÉDIA ± ERRO PADRÃO DA RELAÇÃO H:L PARA OS DIFERENTES TRATAMENTOS* EM FUNÇÃO DA IDADE DAS AVES

Idade/Tratamento T1 T2 T3 T4 T5 T6

79 semanas 1,68±0,30 1,19±0,12 0,95±0,19b 0,92±0,29b 1,54±0,19a 1,38±0,15a

84 semanas 1,43±0,23 1,62±0,39 1,33±0,40 1,16±0,14 1,07±0,11 0,98±0,06

92 semanas 0,38±0,08* 0,72±0,24 0,63±0,11ab 0,91±0,20a 0,50±0,12b 0,50±0,11b

105 semanas 0,49±0,05 0,45±0,07 0,56±0,12 0,52±0,06 0,44±0,07 0,47±0,06

*Tratamentos descritos na Tabela 1

Embrapa sugere método alternativo de Muda Induzida

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32 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

nas de idade procedeu-se à pesagem das aves para blocagem por peso corporal e distribuição dos tratamentos. As intervenções para coleta de sangue e dados de comportamento ocorreram às 79, 84, 92 e 105 sema-nas de idade. Os tratamentos estudados são descritos na Tabela 1. O programa de luz no aviário durante a muda foi reduzido de 16:30h pa-ra luz natural, seguindo o fotoperíodo decrescente do ano. O delinea-mento experimental foi de blocos inteiramente casualizados com 6 tratamentos e 12 repetições de 16 aves.

Metodologia: 48 aves/tratamento, observações efetuadas por vi-deo-tape considerando 2 gaiolas e 4 aves em 10 minutos de filmagem (entre 10 e 16 horas, 288 aves observadas). Escore de avaliação de com-portamento baseado em etograma (padrões de bicagem não agressiva, descanso, toalete, alerta, busca de alimento) em evento mutuamente exclusivo em 10 segundos de observação.

Resultados: soluções tecnológicas já alcançadas

Foi gerada uma prática alternativa para a indução da muda em poe-deiras comerciais a partir da utilização de uma dieta composta de 97% de casca de soja moída para consumo das aves durante 14 dias, seguido do consumo de milho moído por 4 dias e ração pré-postura durante 10 dias indicou ser o melhor tratamento a ser aplicado para indução da muda em poedeiras comerciais. Índices de desempenho superiores du-rante o segundo ciclo de produção (acima de 80% de produção) foram

É o envoltório do grão separado do embrião no processo industrial de preparação, sendo retirada após a quebra dos mesmos. Durante o pro-cesso de obtenção da casca é neces-sário que esta seja tostada a fim de destruir metabólicos antinutricionais. Cada 100 Kg de farelo de soja “hipro”(alta proteína) produzido re-sulta em 8 kg de casca de soja.

É um subproduto da indústria de óleo de soja, com um custo relativa-mente baixo em relação principal-mente ao milho e ao farelo de soja.

Produção de ovos/ave/dia

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80 90 100 110 120 130 140

Idade (semanas)

% d

e Po

stur

a /a

ve d

ia

123456

Casca de soja

FIGURA 1 - PRODUÇÃO DE OVOS DURANTE O SEGUNDO CICLO DE AVES SUBMETIDAS A DISTINTOS PROGRAMAS DE MUDA INDUZIDA

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33 Produção Animal | Avicultura

observados nas aves que foram submetidas à esse protocolo de muda (Tabela 2 e Figura 1). Parâme-tros fisiológicos envolvidos em respostas ao es-tresse frente aos tratamentos de muda indicaram influência do regime dietético adotado durante a fase de muda. Não houve diferença entre trata-mentos de muda alternativa para todas as variá-veis e idades. Para as variáveis relação heterófilos:linfócitos (H:L), HDL (lipoproteínas de alta densidade) e triglicerídeos, diferenças al-tamente significativas independentemente do ti-po de muda em relação ao tratamento controle demonstram que as aves manifestaram respostas de adaptação fisiológica similares frente o pro-cesso de muda (Tabela 3). A ausência de diferen-ças significativas nos parâmetros bioquímicos LDL, colesterol e glicose entre tratamentos, suge-

re que houve efeito mínimo dos protocolos de muda sobre tais índices fisiológicos. Respostas comportamentais avaliadas durante a muda mostraram que não houve manifestação de com-portamento agressivo (canibalismo).

Adicionalmente, respostas baseadas em eto-gramas de comportamento indicaram não haver diferenças entre os tratamentos de muda alterna-tiva (Figura 2). Com relação aos parâmetros de qualidade óssea avaliados (cinzas e cálcio na tí-bia e fêmur), concluiu-se que ambas as variáveis decresceram após a muda nos métodos conven-cional e alternativo quando comparados ao tra-tamento controle.

A íntegra do artigo com tabelas, gráficos e a bibliografia pode ser consultada em www.avisite.com.br/cet.

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%

T1 T2 T3 T4 T5 T6

Alerta

Busca Alimento

Tranquila

Tratamentos

Comportamento 80 semanas

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T1 T2 T3 T4 T5 T6

Alerta

Busca Alimento

Tranquila

Tratamentos

Comportamento 81 semanas

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%

T1 T2 T3 T4 T5 T6

Alerta

Busca Alimento

Tranquila

Tratamentos

Comportamento 82 semanas

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70

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%

T1 T2 T3 T4 T5 T6

Alerta

Busca Alimento

Tranquila

Tratamentos

Comportamento 83 semanas

FIGURA 2 - COMPORTAMENTO DAS AVES EM FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS**

**Freqüência de observações, em porcentagem.

TRATAMENTOSTRATAMENTOS

TRANQUILA

BUSCAALIMENTO

ALERTA

TRANQUILA

BUSCAALIMENTO

ALERTA

TRANQUILA

BUSCAALIMENTO

ALERTA

TRANQUILA

BUSCAALIMENTO

ALERTA

TRATAMENTOSTRATAMENTOS

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34 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Ciência e tecnologia na produção de ovosPesquisas premiadas no Congresso de Ovos apresentam novas tendências

Assim como nas edições anteriores, quatro trabalhos científicos foram premiados no VIII Congresso de Comercialização e Consumo de Ovos, promovido pela Associação Paulista de Avicultura (23 a 25 de Março, São Pedro, SP). Entre os 50 estudos inscri-

tos, os premiados destacaram-se por apresentar novas tecnologias nas áreas de nutrição, manejo, sanidade e antecipar tendências no setor de postura comercial.

Confira na próxima página e nas seguintes os resumos dos trabalhos premiados. A ínte-gra das pesquisas com tabelas, gráficos e a bibliografia podem ser consultadas em www.avisite.com.br/cet.

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Tarcísio Agostinho, mes-trando do Instituto de Zootec-nia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desen-volveu uma pesquisa cujo um dos principais objetivos é verifi-car se a substituição do milho pelo sorgo atenderia a preferên-cia da população brasileira em relação à pigmentação da gema. Para isso, durante o estudo, as poedeiras foram alimentadas com vários tipos de rações: mi-lho, sorgo e sorgo acrescido com diferentes níveis de farelo de urucum – já que o sorgo é uma fonte energética alternativa que carece de agentes pigmentantes. Em seguida, foram ana-lisadas as variações no consumo de ração por grama, percentual de postura, peso médio dos ovos e, claro, a coloração da gema.

35 Produção Animal | Avicultura

Ciência e tecnologia na produção de ovos

Níveis de farelo de urucum na dieta e seus efeitos sobre a pigmentação da gema de ovos de poedeiras comerciais

TARCÍSIO AGOSTINHO

Embalagem à vácuo como alternativa para manutenção da qualidade de ovos armazenados em condições de ambiente

O trabalho premiado faz parte de uma sé-rie de pesquisas realizadas pelo Departamen-to de Tecnologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP cujo objeti-vo é encontrar técnicas de embalagens para ovos que sejam eficientes para longos perío-dos de armazenamento. Em 92% das vezes, os ovos são comercializados in natura e sem re-frigeração o que acarreta na perda da qualida-de inicial do produto. Esse estudo, liderado por Aline Scatolini, verificou a eficácia da em-balagem à vácuo com diferentes combinações de sachês de sílica e absorvedores de gás oxi-gênio em seu interior. A autora explica que por se tratar do início de uma série de estu-dos, há a necessidade de aprimoramento das técnicas, como tipos de saches a serem utiliza-dos, qualidade das bandejas e dos sacos plásti-cos e outras. Scatolini ressalta também que a embalagem também fornece condições para exportação ou mesmo para o comércio inter-no em regiões mais distantes. O custo médio por embalagem variou entre R$ 0,50 a R$ 0,70 para a embalagem que apresentou os melho-res resultados (vácuo + absorvedor de O2) por dúzia de ovos.

Desempenho de codornas japonesas sob estresse térmico

O estudo conduzido por Francine Vernese, pós-graduanda em zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP, avaliou o efeito de temperaturas elevadas sobre as características de desempenho de codornas japonesas. A pesquisadora salientou que o Bra-sil possui grandes variações climáticas e que na literatura há um número limitado de infor-mações sobre os efeitos da temperatura sobre a produção de codornas. “Esse trabalho servirá de subsídio para o desenvolvimento de outros que busquem medidas minimizadoras dos efei-tos deletérios da temperatura sobre o desempe-nho e a qualidade dos ovos de codornas” com-pleta Vernese.

Diferenciação molecular de Salmonella enterica Gallinarum e Salmonella enterica Pullorum provenientes de isolados brasileiros pela técnica de RFLP do gene fliC

O trabalho desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP fornece um método rápido e eficiente para a diferen-ciação de Salmonella Gallinarum e Salmonella Pullorum, especial-mente para aqueles sorotipos impossíveis de serem diferencia-dos pelos métodos bioquímicos padrão. De acordo com Jacqueli-ne Boldrin Paiva, uma das auto-ras do estudo, a metodologia de PCR-RFLP do gene fliC traz rapi-dez para o diagnóstico e se soma às ferramentas disponíveis para a diferencia-ção de Salmonella Pullorum e Gallinarum facili-tando o diagnóstico e a escolha das medidas a serem tomadas.

JACQUELINE BOLDRIN

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36 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Níveis de farelo de urucum (Bixa orellana l.) na dieta e seus efeitos sobre o desempenho e a intensidade de pigmentação da gema de ovos de poedeiras comerciais

A avaliação de alimentos expostos para a comercializa-ção tem como característica relevante o impacto visu-al que transmite ao consumidor. Em muitos destes

produtos para se obter a pigmentação e características ade-quadas para sua aceitação, são acrescidos corantes e substân-cias coadjuvantes que permitem sua estabilidade quando ex-postos a situações adversas de conservação (Di Mascio et al., 2001). A intensidade de pigmentação da gema dos ovos é um critério de decisão em relação à preferência do consumidor. Pesquisas têm sido realizadas utilizando o urucum, rico em bixina, na pigmentação de gemas de ovos de poedeiras, prin-cipalmente quando se utiliza uma fonte energética de pouca ação pigmentante, como o sorgo, a quirera de arroz, o milhe-to, a farinha de mandioca, entre outras, em substituição ao milho amarelo (Oliveira, 2004). Este trabalho foi desenvolvi-do com o objetivo de avaliar o efeito dos diferentes níveis de farelo de urucum na dieta de poedeiras comerciais sobre a in-tensidade de pigmentação da gema dos ovos, consumo de ra-ção (g), percentual de postura e peso médio dos ovos.

Material e MétodosO experimento foi desenvolvido no setor de Avicultura

de Postura da Escola Agrotécnica Federal de Muzambinho, Minas Gerais, durante um período de 84 dias divididos em três períodos de 28 dias. Foram utilizadas 240 aves da linha-gem semipesada Isa Brown. As aves foram alojadas em gaiolas metálicas com duas aves por gaiola. Os tratamentos foram constituídos por seis rações, sendo cinco experimentais e uma ração referência à base de milho e farelo de soja. Os tra-tamentos experimentais foram compostos da seguinte for-ma: R1 – ração referência à base de milho; R2 – sorgo BT (bai-xo tanino) + 0% de FU (farelo de urucum); R3 – sorgo BT + 3% de FU; R4 – sorgo BT + 6% de FU; R5 – sorgo BT + 9% de FU; R6 – sorgo BT + 12% de FU. O consumo de ração (g), a ta-xa de postura e o peso médio dos ovos (g) foram obtidos se-manalmente. No final de cada ciclo experimental (28, 56 e 84 dias) calculou-se as médias de cada tratamento para obter os valores de consumo de ração, percentual de postura, peso médio dos ovos e observação da pigmentação da gema. Os ovos foram colhidos duas vezes ao dia, de manhã e à tarde, antes do arraçoamento, em seguida contados, e pesados em balança eletrônica. O percentual de postura e o peso médio dos ovos foram avaliados semanalmente para cada repetição. Para avaliação da intensidade de pigmentação da gema foram colhidos aleatoriamente dois ovos de cada repetição e envia-dos para o laboratório de química da Escola Agrotécnica Fe-deral de Muzambinho, onde se procedeu a separação da ge-

ma e do albúmen. As gemas foram expostas em placas de Petri em uma superfície branca. A cor de cada gema de ovos ‘‘in natura’’ foi visualmente comparada e classificada utili-zando-se o leque colorimétrico da Roche (escore de um a 15). Tal procedimento foi realizado com dez professores que atu-aram como ‘‘juízes’’. Cada valor de intensidade de pigmenta-ção da gema correspondeu à média de 24 gemas avaliadas in-dividualmente. A média dos valores referentes a cada tratamento foi calculada pela média dos escores de pigmen-tação das gemas dos ovos das respectivas repetições. O mode-lo experimental utilizado foi o delineamento em blocos ao acaso, com seis tratamentos, quatro repetições e dez aves por unidade experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas através do teste de Tukey (p<0,05).

Resultados e DiscussãoAs médias do escore de pigmentação de gema, medido pe-

lo leque colorimétrico da Roche de acordo com os tratamen-tos e o período de consumo de ração, estão apresentadas na Tabela 1.

Após a inclusão de 3, 6 e 9% de FU, nas dietas, as gemas apresentaram aumento (p<0,05) diretamente proporcional na intensidade de pigmentação quando comparadas à ração com sorgo sem inclusão de FU durante o período experimen-tal. A incorporação de FU a 12 % na dieta não alterou a inten-

sidade de pigmentação da gema (p>0,05) quando comparado com a inclusão a 9%, o mesmo foi observado para a ração com sorgo com inclusão de 3% de FU em comparação com a ração à base de milho e farelo de soja. As aves que receberam

AutoresÉlson Augusto Queiroz1, Tarcísio Simões Pereira

Agostinho2, Ligia Fátima Lima Calixto3

TABELA 1

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE FARELO DE URUCUM NA INTENSIDADE DE PIGMENTAÇÃO DA GEMA

Tratamentos Intensidade de pigmentação da gema

Sorgo sem FU 2.60 a

Milho 6.91 b

Sorgo + 3% FU 7.91 b

Sorgo + 6% FU 10.37 c

Sorgo + 9% FU 12.28 d

Sorgo + 12% FU 12.88 d

CV (%) 12.60

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

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37 Produção Animal | Avicultura

Níveis de farelo de urucum (Bixa orellana l.) na dieta e seus efeitos sobre o desempenho e a intensidade de pigmentação da gema de ovos de poedeiras comerciais

1 – Mestre em Zootecnia - IZ/UFRRJ2 – Mestrando em Zootecnia – IZ/UFRRJ3 – Professor Adjunto – IZ/UFRRJ

este último arraçoamento apresentaram pigmentação de ge-ma superior (p<0,05) quando comparadas ao tratamento com sorgo isento de FU.

As gemas de ovos de aves alimentadas com o sorgo sem adição de FU apresentaram média de pigmentação de gema de 2,60 pontos, resultado esperado uma vez que o sorgo é po-bre em xantofilas. Faquinello et al. (2003) ao substituírem o milho pelo sorgo de alto tanino nos níveis de 20, 40, 60, 80 e 100%, em rações para codornas japonesas, observaram dimi-nuição da pigmentação da gema proporcionalmente ao au-mento dos níveis de substituição, sendo que o nível máximo seria de 80%, desde que se inclua uma fonte de pigmentos a dieta. O escore de 7,91 pontos de pigmentação da gema de ovos de aves alimentadas com 3% de FU, ainda atende a pre-ferência do consumidor na maioria das regiões do país.

O consumo de ração e a produção de ovos não diferiram (p>0,05) entre os tratamentos com milho, sorgo sem FU e sorgo com 3% de FU, mas no nível de 3% de inclusão de FU houve redução na produção de ovos (p<0,05) em compara-ção ao tratamento com milho. Não houve diferença (p>0,05) no consumo de ração entre os tratamentos com sorgo adicio-nados de 9 e 12% de FU. O percentual de postura mais baixo foi observado nas aves que receberam ração com sorgo adi-cionado de 12% de FU. As menores taxas de consumo de ra-ção foram observadas nos tratamentos que receberam sorgo adicionado de 6, 9 e 12% de inclusão de FU, resultados que podem ser explicados pelo aumento gradativo da fibra bruta da ração de 29, 44 e 59%, o que acarretou em redução no con-sumo de 3,7, 4,5 e 7,9% respectivamente. Estes eventos po-dem ter contribuído para a diminuição da produção de ovos de 10,0, 11,6 e 19,7% quando comparados ao tratamento com sorgo sem FU. O aumento gradativo nos teores de fibra bruta na ração promove um maior tempo de permanência do ali-mento no trato digestivo, em função do alto teor de fibra o que pode contribuir para um menor consumo de alimento (Rostagno et al.,2000).

Com relação ao peso médio dos ovos, não foram observa-das diferenças (p>0,05) nas aves alimentadas com os trata-mentos milho, sorgo sem FU e sorgo adicionado de 3% de FU. O peso médio dos ovos das aves alimentadas com sorgo e in-clusão de FU de 3, 6, 9 e 12% não diferiram entre si (p>0,05). Porém os níveis de 6, 9 e 12% demonstraram uma diminui-ção no peso médio dos ovos em relação aos tratamentos com milho e sorgo sem FU. Os valores dos pesos médios dos ovos encontrados nos tratamentos com milho, sorgo sem FU e sor-go adicionado de 3% de FU permitem que sejam classificados oficialmente, quanto ao peso, como tipo 1 (extra), ou seja,

com peso mínimo de 60 gramas por unidade ou 720 gramas por dúzia, enquanto que os pesos dos ovos dos tratamentos com sorgo e os níveis de inclusão de FU de 6, 9 e 12%, os clas-

sificam como tipo 2 (grande), com peso máximo de 59 gra-mas por unidade ou 660 gramas por dúzia (Englert, 1991). O menor peso dos ovos encontrado nos tratamentos com sorgo adicionado de 6, 9 e 12% de FU pode ser uma conseqüência do baixo consumo de ração. Resultados semelhantes foram encontrados por Melo et al. (2003) que avaliando a substitui-ção do milho pelo sorgo com suplementação de extrato oleo-so de urucum, verificaram diminuição do peso dos ovos com o nível de 0,4% de extrato oleoso de urucum.

ConclusõesA inclusão de até 3% de farelo de urucum em rações à ba-

se de sorgo promoveu adequada pigmentação das gemas dos ovos sem prejudicar o desempenho das aves. No entanto, a inclusão de 6 a 12% de farelo de urucum, embora tenha pro-porcionado maior intensidade de pigmentação de gemas, afe-tou negativamente o consumo de ração, a produção e o peso dos ovos de poedeiras comerciais semipesadas.

Atualmente, o sorgo é o quinto cereal mais importante no mundo, atrás do trigo, arroz, milho

e cevada. A cultura é considerada uma segunda opção ao milho e é alimento humano em muitos países da África, Sul da Ásia e América Central. Já no México, o maior importador de sorgo, o

grão é muito utilizado para a produção de rações animais. No Brasil, a cultura do sorgo granífero nas principais regiões do País é realizada como segunda safra, em sucessão a uma cultura de

verão, como a soja e o milho safrinha.

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38 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Durante o período de estocagem, a redução da qua-lidade interna dos ovos está associada principal-mente à perda de água e de gás carbônico, e tor-

na-se ainda mais prejudicada com a elevação da temperatura do ambiente. A perda de gás carbônico resul-ta em uma alteração no sabor do ovo em decorrência do aumento da alcalinidade, além das inúmeras reações quí-micas que ocorrem no seu interior, envolvendo o ácido carbônico (H2CO3,) (Moreng & Avens, 1990). Murakami et al. (1994) ressalta que ovos frescos e com qualidade apresentam pH neutro e albúmen límpido, transparente, consistente, denso e alto, com pequena porção mais flui-da. Além disso, um aspecto importante que auxilia a pre-servação da qualidade interna dos ovos é a sua refrigera-ção nos pontos de comercialização (Souza et al., 1997; Carvalho et al., 2003). No entanto, nas condições do mercado interno, 92% dos ovos são comercializados in natura e todo o processo de comercialização ocorre sem refrigeração. Para corrigir esses problemas algumas técni-cas de embalagens corretas para ovos armazenados nessas condições podem ser desenvolvidas. Assim, o objetivo deste experimento foi verificar a eficácia da embalagem à vácuo para ovos, bem como a necessidade de um agente sequestrante de umidade e de gás O2 no interior das mes-mas, para que tal produto mantivesse sua qualidade ex-terna e interna preservadas durante a estocagem.

Material e MétodosForam utilizados 576 ovos frescos, coletados de gali-

nhas poedeiras comerciais da linhagem Hy-line W-36 (com aproximadamente 60 semanas de idade), e distribu-ídos em um DIC em esquema fatorial 4x4 (quatro tipos de embalagens e quatro períodos de armazenamento), com três repetições (bandejas) de dois ovos cada. Os ovos fo-ram armazenados no Laboratório de Tecnologia dos Pro-dutos de Origem Animal, localizado no Depto de Tecno-logia da FCAV Unesp Jaboticabal, onde foram realizadas as análises qualitativas, ou seja, embalados de acordo com as diversos embalagens utilizadas e submetidos aos armazenamentos de sete, 14, 21 e 28 dias, sob temperatu-ra ambiente (25 ± 2°C). Os ovos foram colocados em ban-dejas de 1 dúzia e envoltos por quatro tipos de embala-gem (A, B, C e D), onde: (A) vácuo = bandejas envoltas por saco plástico e selada à vácuo; (B) vácuo+sílica = ban-dejas envoltas por saco plástico e selada à vácuo, e no in-terior da embalagem foi distribuído um sachê de sílica gel (que é dessecante de umidade); (C) vácuo+sílica e absor-

vedor de O2 = bandejas envoltas por saco plástico e selada à vácuo, e no interior da embalagem foram distribuídos um sachê de sílica gel e dois sachês absorvedores de gás oxigênio; (D) vácuo+absorvedor de O2 = bandejas envol-tas por saco plástico e selada à vácuo, e no interior da em-balagem foram distribuídos dois sachês absorvedores de gás oxigênio. O número de sachês (sílica e absorvedor de O2) das embalagens foi estipulado de acordo com a perda de peso dos ovos (menor que 0,7%), as dimensões da em-balagem e a capacidade de absorção de cada tipo de sachê utilizado, sendo que tais dados foram obtidos em testes anteriores. Os sachês utilizados para absorver O2 tinham capacidade de absorver 50 cc de gás oxigênio, os de sílica gel absorvem até 25 g de umidade em volume de 1 L, e os sacos plásticos eram das seguintes dimensões: 20 cm (lar-gura) x 51 cm (comprimento) x 180 (espessura). Ao final de cada período de armazenamento, foram realizadas as medidas de O2 e CO2 residuais nas embalagens, em segui-da os ovos foram pesados individualmente para análise de perda de peso (manutenção de peso dos ovos). Após os ovos serem quebrados, foram analisadas as seguintes ca-racterísticas: unidade Haugh (através da equação: UH=100log(H+7,57-1,7W0,37), índice gema (IG=altura da gema/largura da gema) e aspectos sensoriais (aparên-cia da casca - presença ou não de fungos; aparência inter-na e odor – característicos ou não do albúmen e da ge-ma). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância (SAS, 1999).

Resultados e DiscussãoObserva-se que em todas as embalagens o aumento da

concentração do gás carbônico (CO2) foi inevitável. Po-rém, as embalagens que não continham sachês absorve-dores do gás oxigênio (O2) - embalagens A e B - foram as que apresentaram maiores concentrações do gás CO2 ao longo do período de armazenamento. O comportamento do gráfico evidencia a quebra do sistema tampão do albú-men, segundo GARDNER (1995), que na presença de O2 dissocia o H2CO3 (ácido carbônico), formando água e CO2.

Observa-se que os melhores valores (p<0,01) para IG e MPO foram obtidos nas embalagens onde não havia ab-sorvedores de oxigênio. Com relação ao período de arma-zenamento, aos sete e 14 dias foram obtidos os melhores resultados (p<0,01) e para IG não foram observadas dife-renças significativas (p>0,05). O desdobramento da inte-

AutoresAline Mary Scatolini Silva*, Hirasilva Borba, Aline Giampietro, Marcel Manente Boiago, Thiago Alves de Souza, Pedro Alves de Souza * Departamento de Tecnologia – FCAV/Unesp

Embalagem à vácuo como alternativa para manutenção da qualidade de ovos armazenados em condições de ambiente

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Embalagem à vácuo como alternativa para manutenção da qualidade de ovos armazenados em condições de ambiente

ração entre embalagens X período de armazenamento (ExP) para a característica unidade Haugh (UH) está na Tabela 1.

De acordo com o desdobramento da interação (emba-lagens X períodos) na tabela abaixo, observa-se que ape-nas nas embalagens contendo vácuo+sílica/absorvedor os valores de UH diferiram com o passar dos dias de armaze-namento, mostrando que a manutenção da qualidade in-terna foi a menos eficiente nesta embalagem. Com rela-ção ao período de armazenamento, apenas aos sete dias

não foi observada diferença nas médias obtidas (p>0,05) entre os tipos de embalagem. Nos outros períodos as em-balagens “vácuo” e “vácuo+sílica” foram as que mostra-ram melhores resultados, porém o aspecto visual destas embalagens não foi satisfatório, já que a maioria das cas-cas apresentaram-se fungadas. Em todos os períodos de armazenamento observou-se que a aparência normal do albúmen predominou. Porém, ovos embalados à vácuo+sílica/absorvedor e vácuo+absorvedor não apre-sentaram albumina opaca em nenhum dos períodos de armazenamento. Diante de todas as observações encon-tradas, as embalagens vácuo+sílica/absorvedor de O2 e vácuo+absorvedor de O2 apresentaram aspecto visual das cascas, do albúmen e da gema (pós quebra) melhores. Po-rém em se tratando de qualidade interna, a embalagem vácuo+absorvedor de O2 preservou a qualidade do albú-men (UH) com melhor eficácia em relação à embalagem vácuo+sílica/absorvedor de O2, isto é, mais próximas de um ovo fresco, como citado por Murakami et al. (1994) ao dizer que ovos frescos e com qualidade apresentam albú-men límpido, transparente, consistente, denso e alto, com pequena porção mais fluida.

Conclusões

A utilização de embalagem à vácuo com absorvedor de O2, para ovos que não possuem refrigeração em seu ar-mazenamento, foi eficaz em preservar as características dos mesmos por um longo período de estocagem.

TABELA 1

MÉDIAS DE UNIDADE HAUGH (UH) PARA O DESDOBRAMENTO DA INTERAÇÃO

EMBALAGENS X PERÍODO DE ARMAZENAMENTO

Embalagens (E)

UH

Períodos de armazenamento em dias (P)

7 14 21 28

A – Vácuo 79,22 78,35 A 79,44 A 70,26 AB

B - Vácuo+Sílica 77,79 78,95 A 83,31 A 76,30 A

C - Vácuo+Sílica/Absorvedor O2

74,77 a65,54 abB

61,49 bB

58,05 bB

D - Vácuo+Absorvedor O2

69,98 70,61 AB 65,91 B 62,26 B

A, B: Letras maiúsculas diferentes nas colunas indicam diferença estatística pelo teste Tukey (p<0,05); a, b: Letras minúsculas diferentes nas linhas

indicam diferença estatística pelo teste Tukey (p<0,05).

OVOS FORAM ACOMODADOS EM BANDEJAS DE UMA DÚZIA E EM SEGUIDA COLOCADOS EM SELADORAS DE EMBALAGENS À VÁCUO

EMBALAGENS À VÁCUO COM SACHÊS DE SÍLICA EM GEL E ABSORVEDORES DE O2

QUALIDADE INTERNA DOS OVOS EMBA-LADOS À VÁCUO COM ABSORVEDOR DE O2 APÓS 28 DIAS

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40 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Salmonella enterica Gallinarum (SG) e Salmonella en-terica Pullorum (SP) são patógenos hospedeiro-es-pecíficos de aves. Salmonella Pullorum causa a pulo-

rose, doença de aves jovens caracterizada principalmente por septicemia, quadro de diarréia bran-ca e mortalidade. Aves adultas não demonstram a doen-ça, mas podem transmitir SP para a progênie. Salmonella Gallinarum causa o tifo aviário, doença com aguda sep-ticemia, alta mortalidade e morbidade que afeta princi-palmente aves adultas, mas que é muito virulenta para aves de qualquer idade. A diferenciação de SP SG é mui-to importante do ponto de vista epidemiológico e pre-ventivo. Elas são muito similares e não podem ser dis-tinguidas por métodos sorológicos convencionais. A diferenciação é basicamente realizada mediante caracte-rísticas bioquímicas, o que é caro e laborioso. Cepas in-termediarias quanto as principais características bioquí-micas empregadas na diferenciação (utilização de dulcitol e descarboxilação da ornitina) tem sido reporta-das no mundo (Li et al., 1993) e também no Brasil (Ri-beiro et al., 2009).

Recentemente, métodos mole-culares têm sido empregados na so-rotipagem, como complementares às técnicas básicas de diferenciação pela maior sensibilidade, especifi-cidade e rapidez. Dentre esses mé-todos destaca-se a técnica de RFLP (polimorfismo de fragmento de res-trição Estudos têm elegido a parte I do gene que codifica a flagelina, fliC, para a diferenciação destes so-rovares (Kwon et al., 2000). Cepas imóveis como SG e SP geralmente possuem o gene da flagelina, em-bora este não seja funcional.

A proposta deste estudo foi di-ferenciar isolados brasileiros de SG

e SP, incluindo cepas com comportamento bioquímico atípico, pelo método de PCR associado à RFLP do gene fliC utilizando a enzima de restrição Hinp 1I.Material e Métodos

Cepas Bacterianas Foram utilizadas 14 cepas de SP, sendo duas com comportamento bioquímico atípico e 22 cepas de SG, sendo uma atípica. As cepas foram ce-didas pelos laboratórios: LANAGRO, FIOCRUZ e Institu-to Adolfo Lutz.

Extração de DNA Seguiu-se a metodologia descri-ta por Soumet et al. (1994). As cepas de SP e SG foram inoculadas em caldo Luria Bertani (LB) e incubadas a 37ºC por 24h em agitação (100rpm). Um mililitro de ca-da cultura foi centrifugado por 3 min, 13000xg (4ºC) e os pellets foram lavados duas vezes em 500µL de 1X TAE (Tris, Acido acético e EDTA pH 8.0), centrifugado a 13000xg por 3 min (4º). Os pellets foram ressuspendi-dos em 200 µL de água estéril, as amostras fervidas por 8 min e estocadas a -20 ºC.

Primers para PCR Para a amplificação da fase I do gene da flagelina foram utilizados os primers CTGGTGATGACGGTA-ATGGT (fliCF: 866-885) e CAGAA-AGTTTCGCACTCTCG (fliCR: 1063-1044) Kwon et al. (2000).

Amplificação do gene fliC A reação de PCR continha 16,8 µL de água ultra pura, 2 µL de tampão de PCR (10X), 0,7 µL de d-NTP (2mM), 0,8 µL de MgCl2 (50mM), 0,5 µL de cada primer, 0,5 µL de Taq DNA polimerase e 3,2µL de DNA. O ter-mociclador foi programado com: 1 ciclo of 94 ºC por 5 min, 35 ciclos de três passos: desnaturação a 94ºC por 30 s, anelamento a 58 ºC por 10 s, extensão a 72 ºC por 20 s e um ul-timo ciclo de 72 ºC for 7 min. Os

AutoresJacqueline Boldrin Paiva1, Juliana da Silva Cavallini1, Mariana Dias da Silva1, Adriana Maria de Almeida1, Henrique Lopes da Angela1, Angelo Berchieri Jr1

1 Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP, Departamento de Patologia Veterinária, Laboratório de Ornitopatologia.

Diferenciação molecular de Salmonella enterica Gallinarum e Salmonella enterica Pullorum provenientes de isolados brasileiros pela técnica de RFLP do gene fliC

PCR-RFLP tem sido comumente

empregada como técnica de

diferenciação por ser de baixo

custo e fácil execução

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Caderno Postura

amplicons foram analisados por eletroforese em gel de agarose a 1,5% por 1 h a 80 V. O tamanho dos produtos foi comparado com o marcador molecular de 50 pb (Fer-mentas SM1211).

PCR-RFLP A solu-ção de digestão foi pre-parada com 5 µL de pro-duto da PCR, 1 µL de tampão Hinp 1I (10x), 0,1 µl da enzima Hinp 1I e 3,9 µl de água ultra pura. Depois de incubar a 37ºC por 1 h, o tama-nho dos fragmentos di-geridos foi determinado por eletroforese em gel de agarose a 4% por 4 h a 40 V. O tamanho dos fragmentos foi compara-do ao marcador molecu-lar de 50bp.

Resultados e Discussão

Salmonella Gallinarum e Salmonella Pullorum são pa-tógenos imóveis que infectam aves. Eles não podem ser distinguidos por técnicas sorológicas convencionais porque seus fatores antigênicos somáticos são muito si-milares. Métodos bioquímicos têm sido complementa-dos por técnicas moleculares. A maioria das cepas de Salmonella possuem dois genes estruturais (fliC e fliB)

que codificam o flagelo. Cepas imóveis possuem ambos os genes, mas, são incapazes de construir flagelo funcio-nal. Muitas seqüências codificantes da fase I do gene fliC

estão disponíveis ( Li et al., 1993; Kwon et al.,. 2000). A porção distal dos alelos fliC são conservadas o que per-mite a fácil amplificação do gene em diferentes sorova-res, a partir do mesmo par de primers. A porção central do gene fliC é hiper-variável o que a torna alvo para a di-ferenciação entre os sorovares de Salmonella (Kilger & Grimont, 1993; Dauga et al., 1998; Li et al., 1993). Kwon et al (2000) demonstraram que a enzima Hinp1I reco-nhece um sítio de clivagem em SG (codon 316) mas não em SP.

PCR-RFLP tem sido comumente empregada como técnica de diferenciação por ser de baixo custo e fácil execução. Em nosso estudo o gene fliC de todas as 14 ce-pas de SP e 22 cepas de SG analisadas incluindo cepas intermediárias dulcitol e ornitina descarboxilase positi-vas e negativas provenientes de isolados de campo brasi-leiros foram amplificadas com sucesso. Nenhum parea-mento inespecífico foi observado. Os amplicons de 197 pb são mostrados na Figura 1. Os produtos de PCR foram digeridos com a enzima Hinp1I. Dois fragmentos foram obtidos (82pb e 115pb) para todas as cepas de SG testa-das incluindo a atípica (dulcitol e ornitina descarboxila-se positiva) e nenhuma digestão foi observada nas 14 ce-pas de SP testadas, incluindo as duas cepas atípicas, permanecendo o fragmento inalterado (197pb).

ConclusõesEm nosso trabalho nós demonstramos que a técnica

de PCR associada à RFLP empregada para o gene fliC é útil para diferenciação de SG e SP incluindo cepas com comportamento bioquímico atípicos não passiveis de diferenciação segura até então.

Salmonella Gallinarum e Salmonella Pullorum são patógenos imóveis que

infectam aves. Eles não podem ser distinguidos por técnicas

sorológicas convencionais porque seus fatores antigênicos

somáticos são muito similares

Figura 1Eletroforese dos ampli-cons do gene fliC a partir de amostras de SP e SG. MW Marcador molecular 50pb; de 1 a 9 amostras de SP; de 10 a 18 amostras de SG; NC controle negativo (água ultra pura).

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No cenário da produção avícola brasileira, durante muitos anos, a coturnicultura foi considerada co-mo atividade alternativa para pequenos produto-

res. Entretanto, em função do potencial dessas aves para a produção de ovos e carne e da possibilidade de diversifica-ção para a comercialização desses produtos, a exploração co-mercial de codornas cresceu muito nos últimos anos e ainda encontra-se em expansão. Durante os anos de 2006 a 2007 houve uma variação na produção de 25,8 % (IBGE, 2009).

O aumento da produtividade pode ser atribuído ao uso de tecnologias na atividade e ao aproveitamento da infra-estrutura e experiência da avicultura de postura na produ-ção e comercialização. Contudo, na maioria dos sistemas de produção de aves no Brasil, os fatores climáticos são pouco gerenciados e o micro ambiente para a produção e bem-es-tar das aves nem sempre é compatível com as necessidades fisiológicas das mesmas. A falta de bem-estar e conforto tér-mico em poedeiras perturbam o mecanismo termodinâmi-co que as aves possuem para se protegerem de extremos cli-máticos, levando ao desperdício de energia, com uma série de consequências que estão intimamente ligadas à queda no consumo de alimentos, menor taxa de crescimento, altera-ção da conversão alimentar e queda na produção de ovos (Abreu & Abreu, 2003).

Nesse sentido, este estudo objetivou avaliar o efeito de temperaturas constantes sobre as características de desem-penho de codornas japonesas, alojadas em câmaras biocli-máticas.

Material e MétodosO experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Unesp, Campus Botucatu/SP. Foram utilizadas 480 codornas japo-nesas (Coturnix coturnix japonica) na fase de pós-pico de produção (21 semanas de idade).

O delineamento experimental foi inteiramente casuali-zado, constituído de dois tratamentos com dez repetições de 24 aves por parcela. O período experimental foi dividido em cinco ciclos de 21 dias (um ciclo para cada temperatura tes-te), sendo a coleta de dados efetuada durante os primeiros 14 dias, seguido por um período de descanso para as aves, de sete dias, em temperatura termoneutra. Do total de aves utilizadas, 240 codornas constituíram o grupo controle (21°C) e as 240 aves restantes, o grupo experimental, que foi submetido às temperaturas teste de 24, 27, 30, 33 e 36°C. As

temperaturas eram mantidas sem interrupções. Os resulta-dos obtidos no grupo experimental, para cada temperatura teste, foram comparados aos dados observados no grupo controle (21°C), com as aves possuindo a mesma idade.

As dietas foram isonutritivas, compostas por milho e fa-relo de soja, fornecendo 2.800 kcal de EM/kg de ração, 20% de proteína bruta, 3,2% de cálcio, 0,35% de fósforo disponí-vel, 0,45% de metionina, 0,76% de metionina + cistina e 1,07% de lisina, de acordo com as exigências nutricionais propostas pelo NRC (1994).

As características de desempenho avaliadas foram: con-sumo de ração, percentagem de postura, percentagem de ovos viáveis, peso médio dos ovos, massa de ovos, conversão alimentar por dúzia e por quilograma de ovos produzidos.

A análise estatística dos resultados foi realizada com o auxílio do programa estatístico SISVAR, de acordo com Fer-reira (1998). Os resultados foram avaliados através da análi-se de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.

Resultados e DiscussãoNa Tabela 1, são apresentados os resultados referentes

ao desempenho de codornas poedeiras na fase de pós-pico de produção, submetidas a estresse contínuo de tempera-tura.

Dentro da comparação entre 21 e 24oC, não houve di-ferenças significativas para nenhuma das variáveis avalia-das. Entretanto, pode-se observar uma redução significati-va de 4,59% no consumo de ração para as aves submetidas ao estresse por calor a 27oC. Já a exposição das aves à tem-peratura de 30oC proporcionou uma redução de 11% no consumo de ração, com consequências significativas sobre outras variáveis de desempenho, excetuando-se a percen-tagem de ovos viáveis e a conversão alimentar por massa. Dentro da comparação entre 21 e 33oC, verificou-se uma diminuição de 22,04% no consumo de ração e entre 21 e 36oC uma redução de 38,92%.

Em relação ao percentual de postura, dentro da compa-ração entre 21 e 30oC, houve uma redução de 3,84% quan-do as aves foram submetidas à 30oC. Quando as aves foram expostas a 33oC, esta redução foi de 6,39% e aos 36oC foi de 16,67%. Estes resultados provavelmente resultaram da diminuição no consumo de ração e, desta forma, reduziu a disponibilidade de nutrientes para a produção de ovos, o que está de acordo com Tinôco (1994).

Autores Francine Vercese¹, Edivaldo Antônio Garcia², José Roberto Sartori², Kléber Pelícia3, Andréa de Britto Molino¹, Thiago Peregrino de Brito4

1- Alunos do programa de pós graduação em Zootecnia da FMVZ-Unesp-Botucatu / 2- Docentes da FMVZ-Unesp-Botucatu /3- Docente do DZOO/Unifenas- Alfenas, MG / 4- Aluno do programa de graduação em Zootecnia da FMVZ-Unesp-Botucatu

Desempenho de codornas japonesas sob estresse térmico

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44 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

Não houve diferença significativa para percentual de ovos viáveis dentro das comparações entre temperatura termoneutra, 24, 27 e 30oC. No entanto, esta variável so-freu influência do aumento no número de ovos quebrados, trincados e com casca mole/fina, quando as aves foram ex-postas a condições de estresse severo (33oC). Esta influên-cia reduziu, significativamente, o percentual de ovos viá-veis em 5,5%, e aos 36oC, esta redução foi ainda maior,

chegando a 17,7%. Os dados sobre o percentual de ovos vi-áveis são decorrentes, provavelmente, da alteração nos ní-veis de cálcio plasmático que seriam destinados à forma-ção da casca dos ovos. Esta alteração pode ser resultado do processo de alcalose respiratória que ocorre quando a ave encontra-se sob condições de estresse térmico.

Analisando-se ainda a Tabela 1, verifica-se redução significativa no peso dos ovos a partir de 30oC. Nesta temperatura a redução foi de 4,05%. Quando as aves fo-ram submetidas ao estresse de 33oC, esta redução foi mais expressiva, sendo de 9,49%. Aos 36oC houve uma redução de 9,68% no peso dos ovos.

A massa dos ovos foi significativamente pior a partir dos 30oC, com redução de 6,43% quando comparada à temperatura termoneutra. Quando submetidas a 33oC, as aves apresentaram uma redução na massa de ovos de 14,19% e aos 36oC, diminuição de 25,02%. Estas redu-ções ocorreram em função da menor percentagem de postura e peso de ovos, observados nessas temperatu-ras.

Para as conversões alimentares por dúzia e quilogra-ma de ovos produzidos, observou-se melhores resulta-dos a partir dos 27oC, devido a uma grande redução no consumo de ração sem declínio proporcional da produ-ção de ovos. Todavia, se o estresse pelo calor fosse pro-longado por longos períodos de tempo, provavelmente as aves iriam necessitar de mobilização de reservas cor-porais para sua manutenção e, uma vez exauridas estas reservas, haveria redução na produção de ovos e piora nas demais características de desempenho.

ConclusõesTemperaturas elevadas pioram a produção, o peso e a

massa dos ovos, bem como o consumo de ração. Desta forma, aspectos como o ambiente e o bem-estar devem ser considerados, pois podem afetar o desempenho de codornas.

Tabela 1. Consumo de ração (CR), Percentagem de postura (POST), percentagem de ovos viáveis (OVI), peso dos ovos (PO), massa de ovos (MO), conversão alimentar por dúzia (CA/dz) e por quilograma (CA/kg) de ovos produzidos de codornas

japonesas submetidas a estresse contínuo por calor.

Temp (°C)CR

(g/ave/dia)POST (%) OVI (%) PO (g)

MO (g/ave/dia)

CA/dz CA/kg

21 31,1 87,86 86,72 12,17 10,73 0,42 2,92

24 30,5 88,41 87,02 12,01 10,59 0,43 2,89

CV (%) 4,22 2,14 2,98 1,91 2,44 5,04 4,61

21 30,5A 87,84 86,83 12,16 10,68 0,42A 2,86A

27 29,1B 88,57 86,90 12,04 10,66 0,39B 2,73B

CV (%) 3,32 2,82 3,27 1,72 3,53 3,88 3,86

21 30,0A 87,82A 84,04 12,35A 10,85A 0,43A 2,77

30 26,7B 84,45B 85,86 11,85B 10,02B 0,37B 2,67

CV (%) 4,14 3,53 3,64 1,71 4,15 5,72 6,16

21 30,4A 87,93A 86,29A 12,33A 10,85A 0,42A 2,81A

33 23,7B 83,37B 80,78B 11,16B 9,31B 0,34B 2,53B

CV (%) 4,51 4,36 4,75 2,07 5,58 4,96 5,53

21 31,6A 83,56A 82,08A 11,26A 9,43A 0,46A 3,45A

36 19,3B 69,63B 64,35B 10,17B 7,08B 0,34B 2,81B

CV (%) 8,84 10,79 12,06 5,73 11,52 6,93 10,33

Médias seguidas de letras maiúsculas distintas, na coluna, dentro de cada ciclo de temperatura avaliada, diferem entre si, pelo teste de Tukey (p≤0,05).

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45 Produção Animal | Avicultura

Brasil pretende padronizar produção de ração na América Latina Medida busca correlação entre produtos fabricados e exportados

Nutrição animal

Com o apoio da Agência das Na-ções Unidas para Agricultura e

Alimentação (FAO), o Brasil está enca-beçando uma iniciativa que visa har-monizar os processos de produção, tributação, classificação e legislações para registro de produtos ligados à nutrição animal na América Latina, divulgou o jornal Valor Econômico. A medida envolve os representantes das indústrias de alimentação animal de todos os países da região, responsável por 17% da produção mundial de ração e suplementos. O governo pretende intervir nas negociações a partir de novembro desse ano.

Ainda segundo o jornal, o Brasil, líder na produção de ração e nutrien-tes na América Latina, pretende es-truturar uma matriz de correlação entre os produtos fabricados e expor-tados no bloco latino, que vai operar de acordo com as regras vigentes em cada país, para que pontos em co-mum nos processos de importação e exportação sejam identificados. O objetivo é eliminar entraves burocráticos.

Outro ponto a ser debatido é a busca por matérias-primas dentro do próprio bloco. O México, por exemplo, segundo maior produtor latino-americano de ração, é um grande fornecedor de nutrientes, mas é obrigado a importar grãos para fazer a composição dos pro-dutos. Já o Brasil é um grande produtor de grãos, mas depende da importação de aminoácidos. Flávia Costa, secretária geral da Associação das Indústrias e de Alimentação Animal da América Latina e Caribe, declarou que o objetivo é que essa troca possa ser feita dentro do próprio bloco, o que muitas vezes não ocorre devido à burocracia.

A América Latina produz hoje cerca de 120 milhões de toneladas de ração e nutrientes para alimen-tação animal. O Brasil é responsável pela produção de metade desse volume. É seguido por México e Argentina, que produzem 27 mi-lhões e 8 milhões de toneladas, respectivamente.

Caderno NutriçãoAs principais notícias do setor Probióticos ajudam na luta contraa resistência bacteriana ........................46Milho: O Grão que vale ouro .............48Informes técnico - empresariaisPoli-Nutri: Classificação de milho na avicultura comercial .........................54Evonik: Importância da metionina para poedeiras comerciais ...................58

México, por exemplo, é grande fornecedor de nutrientes, mas importa grãos para

composição de produtos

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46 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

Relatório da UE enfoca resistência bacteriana e aumenta pressão sobre antibióticos

Durante quatro anos (entre 2004 e 2007), 26 países-membros da União Européia participa-

ram de um trabalho conjunto sobre a ocorrência de resistência antimicrobiana em cepas de bacté-rias zoonóticas - de origem avícola, suína e bovina – colhidas em animais infeccionados e em amos-tras de carne contaminada.

Consolidado pela Autoridade Européia de Segurança Alimentar (EFSA na sigla em inglês), o trabalho abrangeu a resistência de 51 diferentes substâncias e propicia informações acerca do desenvolvimento de resistência em Salmonella, Campylobacter, Escherichia coli e enterococos.isolados de alimentos e animais.

Para muitos técnicos e pesquisadores, o surgimento, na saúde pública, de organismos resistentes aos antibióticos humanos não pode ser responsabilizado pela utilização de antibió-ticos na produção de carnes, ovos e leite e demais produtos de origem animal. Mas, de toda forma, cada vez mais o uso de antimicro-bianos na produção animal enfrenta outro tipo de resistência, a da opinião pública. Uma alter-nativa à utilização dessas substâncias são os probióticos, suplementos alimentares formados por uma cultura pura ou composta de micror-ganismos vivos, com a capacidade de se insta-lar e proliferar no trato intestinal, com ação de promotores de crescimento, beneficiando a saúde do hospedeiro pelo estímulo às proprie-dades existentes na microflora natural. Para Gabriel Jorge Neto, da Biocamp, uma alternati-va das mais viáveis para substituição aos antibi-óticos promotores de desempenho zootécnico são os probióticos. Ele pergunta: “Se os antibi-óticos promotores agem favorecendo a micro-biota boa, benéfica à saúde intestinal, porque não substituí-los fornecendo a própria micro-biota benéfica, em quantidades elevadas?” Essa microbiota benéfica é natural, colonizando a ave saudável há milhares de anos e dificultan-do a instalação de bactérias maléficas.

Mas, para que haja um forte efeito melho-rador de desempenho é necessário que o pro-biótico seja composto por centenas de espécies de bactérias, como é a microbiota. Jorge Neto segue comentando: “Não adianta fornecer um probiótico composto por poucas espécies, pois a colonização intestinal ocorrerá só em partes do intestino. Com probióticos de microbiota múltipla a colonização intestinal é completa havendo melhora da absorção e digestibilidade dos alimentos e, por diversos mecanismos, evita a colonização intestinal por bactérias

Probióticos podem ser alternativa às restrições aos promotores de crescimento

GABRIEL JORGE NETOSe os antibióticos promotores agem favorecendo a micro-biota boa, porque não substituí-los fornecendo a própria microbiota benéfica?

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47 Produção Animal | AviculturaProdução Animal | Avicultura

47

Probióticos

De acordo com Gabriel Jorge Neto, estima-se que o intestino das aves é colonizado por mais de 1.200 espécies de bactérias, sendo que 90% ainda não estão identificadas. Isso é essencial para sua saúde. Cada pedaço do intestino é colonizado por grupos diferentes de bactérias. “Um probiótico será mais eficiente quanto mais espécies de bacté-rias conter em sua formulação. Portanto, o efeito de um probiótico composto por uma espécie de bactéria ou levedura é menor que o do probiótico composto por várias espécies, e quanto mais espé-cies existirem, maior será seu efeito na saúde intestinal e melhoria de desempe-nho”, afirma Jorge Neto.

indesejáveis e que podem prejudicar a seguran-ça alimentar do consumidor. Ganha o produtor com a melhora da produtividade e ganha o consumidor com alimentos seguros e sem resíduos”.

Ele completa dizendo que os probióticos serão usados de forma preventiva e os antibió-ticos de forma curativa. “Ao terminarmos um tratamento com antibiótico, iremos restabele-cer uma microbiota intestinal equilibrada forne-cendo em seguida um probiótico de flora múlti-pla, evitando que o intestino descolonizado seja ocupado pelas bactérias indesejáveis. Como tempo é dinheiro na avicultura, a rápida recuperação do equilíbrio e da saúde intestinal trará melhor desempenho zootécnico e maior segurança alimentar. Nos próximos anos tere-mos, cada vez mais, produtores bem informa-dos que irão usar probióticos de flora múltipla”.

Para consultar a íntegra do relatório de quase 300 páginas da EFSA sobre a ocorrência de resistência antimicrobiana acesse www.efsa.europa.eu/en/scdocs/scdoc/1309.htm.

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48 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

A principal fonte de energia na formula-ção de dietas para aves no Brasil é o milho. Nossa cadeia produtiva foi

construída e planejada para utilizar milho, sendo sua rentabilidade altamente dependen-te da disponibilidade e preço do grão. As par-tidas de milho são valorizadas pelo peso, teor de umidade e parâmetros de classificação, mas as diferenças em valor energético do grão são praticamente esquecidas pelo setor compra-dor, que não exige grãos de alto valor energé-tico, e pelos produtores de milho, que não têm a obrigação de adivinhar o que é melhor para seus principais clientes.

O milho não é o ingrediente mais impor-tante das dietas, porque todos os ingredientes contribuem com nutrientes essenciais. Infe-lizmente não há na natureza um alimento que, sozinho, atenda as exigências e propor-

ções de nutrientes necessários para o desen-volvimento ótimo dos animais. Assim, é pre-ciso misturar ingredientes com diferentes composições em nutrientes para fornecer uma dieta balanceada que atenda as exigências dos animais.

Tomando-se como base as informações apresentadas nas Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (Rostagno et al., 2005), pode-se ob-servar que frangos de corte de desempenho superior necessitam de 3250 kcal EM/kg de dieta, na fase de maior exigência em energia. A mesma referência apresenta o valor energé-tico do milho como sendo 3381 kcal EM/kg. Assim, o milho, sozinho, atenderia a exigên-cia em energia dos frangos, não tivesse que ser misturado com outros ingredientes para atender as necessidades em aminoácidos di-gestíveis, minerais e vitaminas dos animais.

O grão que vale ouro nas dietas de aves... ... mas que ainda não recebeu a devida importância do setor produtivo

MilhoAutor

Gustavo J. M. M. de Lima Eng.Agro., Ph.D., Embrapa Suínos e Aves,

[email protected]

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49 Produção Animal | Avicultura

Uma vez que ele é incluído em, no máximo, 80% da dieta, ele contribui com 2705 kcal EM/kg, aproximadamente, ficando a diferen-ça em energia para ser suprida pelos demais ingredientes. Como o farelo de soja com 48% de proteína bruta apresenta valor energético de apenas 2256 kcal EM/kg, há a necessidade de adição de óleo de soja (8790 kcal EM/kg), ou outro tipo de gordura vegetal ou animal com alta densidade calórica para atender a de-manda em energia das aves. Assim, fica fácil entender que qualquer aumento de energia no milho resulta em menor uso de óleos vege-tais ou gorduras animais na dieta. Como os óleos e gorduras são mais caros que o milho, utilizar partidas de milho com maior valor energético resulta em menor custo das dietas e, por conseqüência, menor custo de produ-ção.

Grande variação no valor nutricional de diferentes partidas de milho

Do ponto de vista econômico, o milho re-presenta cerca de 70% do custo das dietas. Ele é a fonte mais importante de energia para aves e os teores de óleo e amido representam gran-de impacto no valor nutricional desse grão e nos custos das dietas. Assim, maior importân-cia deveria ser dada às variações na composi-ção nutricional do milho, especialmente no teor de óleo, ajustando-se o valor energético do milho nas plani-lhas de formulação das dietas em função do seu teor de óleo.

O milho apresenta grande variação na sua composição nutricio-nal, sendo esta nor-malmente negligencia-da. A qualidade de um lote de milho é hetero-gênea. Ela é afetada pela posição do grão na espiga, localização da planta que gerou esta espiga na lavoura, além de outras variáveis, como genética da semen-te, fertilidade de solo, clima, manuseio, pro-cessamento, armazenagem e mistura de lotes, entre outros fatores que contribuem para as variações na qualidade final do ingrediente denominado milho.

Na Embrapa Suínos e Aves foi realizado um grande número de análises e experimen-

tos de digestibilidade com milho, sendo apre-sentadas na Tabela 1 algumas dessas informa-ções. O teor de óleo médio dessas amostras foi de 3,67%, variando de 1,41% a 6,09%. Atra-vés de estudos com frangos de corte, também realizados na Embrapa Suínos e Aves, esti-mou-se que o valor energético do milho é acrescido em 50 kcal EM/kg para cada unida-de percentual acima do teor médio de óleo no grão. Usando esta referência, uma partida de milho com 6,09% de óleo possui 2,42% mais óleo do que a média, ou 121 kcal EM/kg a mais do que a média.

Avaliação do valor nutricional do milho

A análise do teor de matéria seca do milho é importante para avaliar o grau de concen-tração de nutrientes na partida, contribuindo para a comercialização mais justa e também para servir de subsídio para os processos de secagem e armazenagem dos grãos.

Por outro lado, o teor de proteína bruta não é um bom indicador, porque a proteína bruta de um alimento é calculada a partir da quantidade de nitrogênio total determinada na amostra. Assim, uma maior adubação ni-trogenada de cobertura aumenta a absorção de nitrogênio pela planta. Por conseguinte, o teor de nitrogênio aumenta no grão de milho, assim como o teor de proteína bruta. Contu-

do, esse maior nível de nitrogênio na planta e grãos será armazenado predo-minantemente na forma de amônio e nitrato, que não são utilizados por ani-mais monogástricos como as aves. Ou se-ja, a adubação nitro-genada de cobertura

é importantíssima para aumentar a produtivi-dade, mas ela não melhora a qualidade nutri-cional do grão. De uma maneira geral, o au-mento da adubação nitrogenada proporciona um aumento dos teores de proteína bruta, sendo este aumento relacionado ao aumento da zeína, que é uma proteína de baixo valor nutricional. Em geral, o teor de proteína bruta do milho tem baixa correlação com os teores em aminoácidos no grão de milho, devido ao

GUSTAVO DE LIMAMaior importância deveria ser dada às variações na compo-sição nutricional do milho, especialmente no teor de óleo, ajustando-se o valor energético do grão nas planilhas de formulação das dietas em função do teor de óleo

Milho apresenta grande variação na sua composição nutricional, sendo esta normalmente

negligenciada

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50 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

acúmulo de amônio e nitrato (nitrogênio não protéico) que é aumentado com a prática es-sencial da adubação nitrogenada de cobertu-ra. Considerando-se que as dietas são formu-ladas para teores de aminoácidos digestíveis e não para proteína bruta, aconselha-se não desperdiçar recursos com análises de proteína bruta, pois ela é de pouca importância prática na avaliação de partidas de milho.

É muito importante que se avalie o teor de óleo do milho e se utilize a estimativa de que o valor energético do milho é acrescido em 50 kcal EM/kg para cada unidade percentual aci-ma do teor médio de óleo no grão (cerca de 3,5%).

Em geral, a quantidade de energia liberada pelo metabolismo de gorduras e óleos é 2,25 vezes maior que a quantidade de energia libe-rada pelo metabolismo de carboidratos. Desta forma, o aumento do teor de óleo do milho indica que ele tem maior valor energético, po-dendo reduzir o custo de produção de suínos e aves.

Uma maneira prática de identificar grãos com maior ou menor teor de óleo é através da observação do tamanho do germe ou em-brião. O óleo concentra-se principalmente no

germe do milho. Desta forma, os grãos com maior germe e, por consequência, menor en-dosperma, apresentam normalmente maior porcentagem de óleo e energia no grão.

ClassificaçãoOs defeitos e imperfeições que aparecem

no milho podem contribuir para a redução do seu valor energético. A classificação do milho permite identificar as seguintes classes de im-perfeições:

- Grãos carunchados Grãos ou pedaços furados ou infestados por insetos vivos ou mortos;

- Grãos ardidos Grãos ou pedaços de grãos que perderam a coloração característica, em mais de ¼ do tamanho do grão;

- Grãos brotados Grãos ou pedaços de grãos que apresentam germinação visível;

- Impurezas e fragmentos Detritos do próprio produto, bem como os fragmentos que vazam numa peneira de crivos circulares de 3 mm de diâmetro;

- Matérias estranhas Grãos ou sementes de outras espécies, bem como os detritos ve-getais, sujidades e corpos estranhos de qual-quer natureza, não oriundos do produto.

Existem vários insetos que atacam o grão seco de milho, mas o caruncho (Sitophilus ze-

Tabela 1 - Resultados de análises químicas e experimentos de digestibilidade com diferentes partidas de milho na

Embrapa Suínos e Aves

Parâmetro N MédiaValor

MínimoValor

Máximo

Matéria Seca, % 489 87,68 82,69 91,97

Proteína Bruta, % 637 8,49 6,43 10,99

Óleo, % 356 3,67 1,41 6,09

Energia Metabolizável, Aves, kcal/kg 23 3229 3045 3407

Lisina, % 95 0,24 0,19 0,31

Metionina, % 74 0,21 0,14 0,27

Metionina + Cistina, % 75 0,48 0,32 0,62

Treonina, % 92 0,27 0,22 0,33

Triptofano, % 119 0,05 0,02 0,14

Valores expressos em base natural. N = número de amostras

MILHOPartidas com maior valor energético resultam em

menor custo das dietas e, por conseqüência, menor

custo de produção

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51 Produção Animal | Avicultura

amais) é o mais importante. A composição química do milho pode variar com o grau de infestação dos insetos. Em geral, nas fases ini-ciais da infestação ocorre redução do teor de carboidratos, pelo fato do caruncho consumir preferencialmente o endosperma, rico em amido. Nos níveis mais elevados de infesta-ção, os insetos atacaram também o embrião, reduzindo os teores de proteína bruta e óleo.

Os valores de energia metabolizável dos grãos quebrados são em geral 2,5% menores. Por outro lado, a presença de matérias estra-nhas junto com os grãos de milho reduz o te-or de energia do milho, tendo sido observados resultados variados, que chegaram a uma di-minuição de até 11% no valor de energia me-tabolizável, quando comparado aos grãos in-teiros.

Granulometria do milhoA granulometria do milho, ou seja, o grau

de finura com que esse grão é moído, é de fun-damental importância para o aproveitamento dos nutrientes pelas aves. O grau de moagem do milho determina alterações nos valores de energia metabolizável em função da maior ou menor exposição dos nutrientes aos processos digestivos. Em geral, quanto mais fino o ta-manho das partículas do milho maior a diges-tibilidade e maior o consumo de energia elé-trica demandado na moagem. Assim, é muito importante que o milho seja moído a uma granulometria que consuma o mínimo de energia elétrica e proporcione o máximo de-senvolvimento dos animais.

O tamanho das partículas de milho após a moagem é um dos fatores determinantes para o melhor desempenho dos animais. Partícu-las muito grossas dificultam a digestão e o aproveitamento dos nutrientes. Assim, é mui-to importante que as recomendações técnicas de tamanhos de partículas sejam seguidas e continuamente monitoradas pelos produto-res. Para aves, o uso de milho moído com par-tículas entre 850 e 1050 um proporciona re-dução no custo de produção das rações e garante bom desempenho aos animais.

Entre os fatores que influenciam a granu-lometria, no processo de moagem em moi-nhos a martelo, usados na maioria das pro-priedades, citam-se: diâmetro dos furos da

peneira, área de abertura da peneira, veloci-dade de rotação e número de martelos, distân-cia entre martelos e peneira, fluxo de moagem e teor de umidade do milho.

Padrão de qualidade para milho desti-nado à alimentação animal

O milho para consumo animal deve estar isento de sementes tóxicas, micotoxinas e de resíduos de pesticidas, devendo enquadrar-se nos tipos 1, 2 ou 3, conforme apresentado na Tabela 2.

Observa-se que, na prática, os grandes compradores de milho têm seu próprio pa-drão de qualidade, sendo mais severos nos pontos de desclassificação para melhor aten-der suas exigências de qualidade.

Melhorando o padrão de qualidade do milho destinado à alimentação ani-mal

A melhoria do padrão de qualidade do mi-lho deve ser um processo de contínuo aperfei-çoamento. A primeira alternativa é aumentar o número de classificações do milho, pois per-mite discriminar melhor a qualidade do mi-lho. Isso auxilia em muito o trabalho dos nu-tricionistas de aves, pois podem usar a classe de milho de melhor qualidade para a produ-ção de dietas para animais jovens, como os pintinhos, e para as categorias de maior ne-cessidade, como aves de postura. Um outro parâmetro importantíssimo, mas que não é utilizado para a comercialização, é a densida-de da amostra de milho. Quanto maior a den-sidade maior é o valor energético do milho e menor é o custo de produção de aves e suínos.

Tabela 2- Padrões de qualidade de milho

Parâmetro Unid.Tipos

1 2 3

Umidade máximo % 14,5 14,5 14,5

Matérias estranhas, impurezas e quebrados

máximo % 1,5 2,0 3,0

Avariados - total máximo % 11,0 18,0 24,0

Ardidos e brotados máximo % 3,0 6,0 10,0

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52 Produção Animal | Avicultura

Caderno Nutrição

A densidade é facilmente determinada e utili-zada há muitos anos para a comercialização de cereais de inverno como o trigo,o triticale e a cevada.

Na Tabela 3 é apresentada a relação entre a energia metabolizável de diferentes tipos de milho em função do peso hectolitro, ou seja, a densidade.

Na Tabela 4 é apresentada uma proposta de classificação de milho usando parâmetros atuais e incluindo a densidade.

A classe 5 corresponde ao milho abaixo do padrão. Quando a partida de milho apresen-tar odor indesejável generalizado de azedo ou mofo será desclassificada.

Recomendações • Nãofaçaanálisedeproteínabrutano

milho. Analise o óleo, a umidade, a densida-de, determine as frações através da classifica-

ção e monitore micotoxinas;• Umavezdeterminadooteordeóleo

das partidas de milho, modifique a matriz de composição do milho no programa de formu-lação considerando que cada 1% amais no te-or médio de óleo, acima de 3,5%, representa 50 kcal EM a mais por kg de milho;

• Melhore a limpeza das partidas demilho separando os grãos íntegros das demais frações. Os grãos inteiros limpos são os me-lhores grãos da partida e, se forem isentos de micotoxinas, são os grãos preferenciais para a alimentação de matrizes, poedeiras e frangos jovens;

• Sepossível,usemesasgravitacionaispara separar grãos por densidade, uma vez que grãos com maior densidade apresentam maior valor energético para as aves;

• Implemente a segregação de milhopor qualidade na fábrica ou armazém. Tenha um conjunto de silos que permita segregar di-ferentes tipos de milho. É melhor ter vários si-los pequenos do que apenas um único silo grande.

Tabela 3- Energia metabolizável para aves de partidas de milho com diferentes densidades

Densidade kg/hl Danificados (%)Energia Metabolizável

Verdadeira, kcal/kg

72 0,0 3962

71 0,3 3952

68 0,2 3900

62 0,2 3883

60 1.0 3681

Tabela 4- Proposição para classes de milho em função de defeitos e da densidade (Cláudio Bellaver e Gustavo J. M. M. de Lima, informação

pessoal)

TipoUmidade máxima

%

Densida-de

mínima kg/m3

(a) Avariados: ardidos e caruncha-

dos (%)

(b) Fragmentados e quebrados

(%)

(a + b) Total de

danificados (%)

1 14 722 2 3 5

2 14 697 4 5 9

3 14 671 6 7 13

4 14 632 8 10 18

5 *Acima de

14abaixo de

632> 8 > 10 > 18

GRANULOMETRIA Grau de finura com que esse grão é moído, é de fundamental importância para o aproveitamento dos nutrientes pelas aves

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54 Produção Animal | Avicultura

Informe Técnico-Empresarial

Importância da classificação de milho na avicultura comercial

O milho é uma planta da família Gramineae e da espécie Zea mays

que possui elevada qualidade nutri-cional, sendo utilizado por gerações como importante fonte de nutrien-tes para o consumo humano.

Porém seu uso industrial não se restringe somente à alimentação hu-mana. De fato, no Brasil grande par-cela de utilização do milho destina-se à alimentação animal, cerca de 75% do milho produzido em nosso país possui esta finalidade, sendo o restante destinado para outras finali-dades (Figura 1).

Na avicultura e suinocultura este cereal assume papel de vital impor-tância, pois compõe 60% ou mais de uma ração balanceada.

Sendo assim, alguns tópicos se-rão destacados sobre o impacto ne-gativo do uso de milho de baixa qua-lidade nutricional sob o desempenho de aves destinadas à exploração co-mercial.

Influência da classificação do milho na avicultura comercial

Uma etapa fundamental para prevenir os inconvenientes relacio-nados à presença excessiva de conta-

minantes (físicos ou biológicos) no milho, refere-se à elaboração de uma simples prática de classificação dos grãos por ocasião de seu recebimen-to.

Esta classificação deverá ser suce-dida de um armazenamento condi-cional em silos separados com base na sua qualidade, utilizando estes estoques com base no grau de sensi-bilidade do animal que consumirá este cereal. De maneira geral, reco-menda-se utilizar o melhor lote de milho para aves jovens e em repro-dução.

O grão de milho, quanto à sua forma e seus defeitos, pode ser clas-sificado como: grãos regulares, ar-didos, avariados, brotados, carun-chados, mal granados, quebrados e impurezas.

Além da importância qualitati-va, a classificação proporciona ao nutricionista utilizar a melhor ma-triz nutricional que representará o padrão do ingrediente realmente formulado, pois estes defeitos in-terferem no perfil nutricional des-te ingrediente. Pesquisas demons-tram que o impacto do uso de grãos avariados podem resultar em uma

desvaloração energética da ordem de 6% no teor de gordura e 4% no teor de proteína bruta.

Outra avaliação foi conduzida por pesquisadores da EMBRAPA em 2000 com várias amostras de grãos de milho advindas de todas as regi-ões do Brasil. Pode-se observar, nesta pesquisa, que os teores de gordura (EE) variaram de 1,41 a 6,09%, com média de 3,67%. Já os teores de proteína bruta (PB) varia-ram de 7,32 a 10,55% com média de 8,19%. Esta flutuação no perfil nutricional determinou grande va-riabilidade no teor energético deste ingrediente. Em 28 ensaios meta-bólicos realizados na mesma insti-tuição de pesquisa, a energia meta-bolizável (EM) das amostras variou de 2952 a 3921 kcal/kg, com uma média de 3421 kcal/kg.

Exercitando este conceito, se o nutricionista formular uma dieta para frangos de corte na fase ini-cial (8 a 21 dias de idade), levando-se em consideração uma matriz nu-tricional do milho contemplando os valores medianos descritos aci-ma, esta dieta conteria a seguinte composição nutricional: 21,7% de PB, 4,37% EE e 3040 kcal/kg de EM.

Na hipótese desta formulação ser colocada em prática justo quan-do o produtor tiver em estoque apenas o milho de pior qualidade, esta substituição “peso a peso” re-verterá em uma redução nutricio-nal da dieta para 20,5% de PB, 2,89% EE e 2800 kcal/kg de EM.

Analisando o oposto, se no mo-mento da mistura o produtor tiver em estoque apenas o milho de me-lhor qualidade, a substituição pro-piciará uma elevação nutricional da dieta para 22,8% de PB, 5,95% EE e 3393 kcal/kg de EM.

Autor: Alexandre Barbosa de Brito, DSc. Médico Veterinário Dept. Técnico – Poli-Nutri Alimentos

FIGURA 1Estimativa de consumo

de milho por segmento, em milhões de toneladas.

Fonte: ABIMILHO (2010)

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Produção Animal | Avicultura 55

Importância da classificação de milho na avicultura comercial

Ambos os casos devem ser evita-dos, pois redução nutricional é sinôni-mo de redução de desempenho das aves; e níveis excessivos geralmente acarretam prejuízos relacionados ao custo da ração.

Estas distorções podem facilmente ser corrigidas com uma interação en-tre o classificador do produtor e o nu-tricionista por ocasião da formulação. Além das análises bromato-químicas que devem ser realizadas em rotina.

Outro fator fundamental referente ao processo de classificação está na de-tecção prévia da qualidade no mate-rial. Isso propiciará ao gerente da fá-brica de ração destinar os lotes recebidos a silos específicos, sendo os de melhor qualidade para aves mais sensíveis (ex.: pintinhos, matrizes e poedeiras em postura) e os de pior qualidade para aves mais resistentes (ex.: frangos na última semana). De-pendendo da classificação recomenda-se inclusive não receber o material, pois o milho poderá conter agentes contaminantes graves, como a presen-ça de toxinas fúngicas ou micotoxi-nas.

Influencia das toxinas fúngicas no desempenho das aves

Além da variação bromatológica, devido à presença de impurezas e de grãos anormais, um grande problema relacionado à qualidade do milho re-fere-se à presença de toxinas. As mico-toxinas compreendem um conjunto complexo de substâncias tóxicas, pro-duzidas por fungos, diferenciando-se das toxinas bacterianas por não serem de natureza protéica.

Dentre as principais micotoxinas, destacam-se aquelas produzidas por fungos do gênero Aspergillus sp. e Fusa-rium sp., tais como: aflatoxinas, trico-tecenos (vomitoxina e T-2 entre ou-tras), fumonisinas, zearalenona e o

ácido fusárico (SMITH & SEDDON, 1998).

Dentre estas, as aflatoxinas são as mais abundantes e acarretam grande importância econômica para a produ-ção animal. São conhecidos, atual-mente, 18 compostos similares desig-nados pelo termo aflatoxina, porém os principais tipos de interesse na ve-terinária são identificados como B1, B2, G1 e G2 (COULOMBE, 1991).

A estrutura química destes com-postos é semelhante, sendo que todas apresentam um núcleo central cuma-rínico ligado a uma estrutura bi-fura-nóide (Figura 2). As aflatoxinas, no entanto, apresentam diferentes graus de atividade biológica: a aflatoxina B1 (AFB1), além de ser a mais freqüente-mente encontrada em substratos ve-

getais, é a que apresenta maior poder toxigênico, seguida de G1, B2 e G2 (LEESON et al., 1995).

Para galinhas poedeiras, as princi-pais manifestações da aflatoxicose crônica, em condições experimentais, incluem redução da produção e do pe-so dos ovos, aumento da gordura he-pática e alteração de enzimas séricas. EXARCHOS & GENTRY (1982) admi-nistraram doses orais de aflatoxinas à galinhas poedeiras de 0,7, 1,0 e 5,0 mg/kg/dia, durante cinco semanas, e observaram uma redução significativa na produção de ovos em todas as do-segens da toxina. WASHBURN (1985) observou que uma concentração de 0,6 mg/kg de aflatoxina B1 também

determinou, após 28 dias, efeitos ad-versos sobre a produção de ovos.

OLIVEIRA et al. (2001) avaliaram a produção e qualidade dos ovos de aves submetidas à intoxicação prolon-gada com aflatoxina B1. Para isso 96 poedeiras (com 20 semanas de idade) foram alimentadas com rações con-tendo AFB1 nas concentrações de 0 (controle), 100, 300 e 500 mg/kg, du-rante 8 semanas. A produção de ovos e a conversão alimentar, embora se-melhantes estatisticamente, variaram entre os tratamentos em mais de 3% comparado-se o grupo controle com as aves que consumiram 500 mg/kg de AFB1. O grupo 100 mg/kg apresen-tou menor consumo de ração, en-quanto as aves dos tratamentos 300 e 500 mg/kg obtiveram menor ganho

de peso (p < 0,05) e baixa uniformida-de. Os parâmetros de qualidade dos ovos (peso, unidade Haugh, gravidade específica e percentual de casca) não foram afetados. Os resultados indica-ram que a AFB1, a partir de 100 mg/kg, pode alterar o desempenho de po-edeiras jovens, evidenciando a impor-tância do controle de aflatoxinas na ração.

Para frangos de corte, o consumo de dietas contaminadas com micoto-xinas é igualmente danoso, afetando negativamente o desempenho e viabi-lidade das aves. De acordo com GIA-COMINI et al. (2006), quando ali-mentos contaminados são ingeridos por estes animais, as toxinas são rapi-

De maneira geral, recomenda-se utilizar o melhor lote de milho

para aves jovens e em reprodução

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56 Produção Animal | Avicultura

damente absorvidas, afetando princi-palmente o fígado, levando a distúr-bios metabólicos. A degeneração gordurosa hepática e proliferação dos ductos biliares induzem diversas alte-rações séricas, constatadas principal-mente pelo aumento da atividade de enzimas, coagulopatias e diminuição na produção de proteínas.

Ainda de acordo com estes auto-res, o efeito deletério das aflatoxinas em frangos é maior na fase inicial de criação (até os 21 dias de vida), porém o reflexo negativo sobre o ganho de peso é persistente até a fase final de criação, podendo representar uma re-dução de até 15 gramas/dia no ganho de peso em dietas altamente contami-nadas (3mg de aflatoxina/kg de ra-ção).

A classificação do milho ajuda a reduzir o aparecimento de micotoxi-nas, pois estes compostos tendem a ocorrer, em maior concentração, em cargas de baixa qualidade. Porém, mesmo em grãos macroscopicamente perfeitos as toxinas podem estar pre-sentes, ou seja, a melhor saída está na detecção laboratorial.

O produtor, aconselhado por um nutricionista, pode submeter este ma-terial avariado ou contaminado ao uso condicional. Para isso, algumas soluções existem, tais como a utiliza-

ção do manejo de pré-limpeza, eleva-ção de sua densidade específica, redu-ção do período de estocagem, uso de sequestrastes, entre outros. Neste ca-so, cada tipo de avaria ou contamina-ção deve ser tratado de forma específi-ca.

Porém, nada substitui um milho classificado como bom ou no padrão

A/B. Esta busca deve ser uma constan-te das unidades de produção de aves de máxima performance. Neste con-texto a compra de preço, principal-mente sem o devido cuidado no mo-mento do recebimento, pode acarretar em perdas econômicas muito superio-res devido aos ajustes de formulação ou quedas no desempenho.

Informe Técnico-Empresarial

FIGURA 2Arranjo espacial da molécula deAflatoxina B1.Fonte: SOUZA (2007)

COULOMBE, R.A. Aflatoxins. In: SHARMA, R.P. & SALUNKHE, D.K. (Eds.) Mycotoxins and phytoalexins. Boca Raton: CRC Press, 1991. p.103-143.

DOULGLAS, M.W.; PARSONS, C.M. Dietary formulation with rendered spent hen meals on a total amino acid versus a digestible amino acid basis. Poultry Science, Champaign, v. 78, p. 556-560, 1999.

EXARCHOS, C.C. & GENTRY, R.F. Effect of aflatoxin B1 on egg production. Avian Dis., v.26, p.191-195, 1982.

GIACOMINI, L.; FICK, F.; et al. Desempenho e plumagem de frangos de cor-te intoxicados por aflatoxinas. Ciência Avícola. v.36, n.1, p.234-239, 2006.

LEESON, S.; DIAZ, G.J.; SUMMERS, J.D. Poultry metabolic disorders and mycotoxins. Guelph: University Books, 1995.

MAPA. Portaria nº 845 de 8 de novembro de 1976, decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 e tendo em vista o disposto no Art. 1º referente à apro-vação as especificações para a padronização, classificação e comercialização interna do Milho.

OLIVEIRA, C. A. F; ALBUQUERQUE, R.; CORREA, B.; KOBASHIGAWA, E.; REIS, T. A.; FAGUNDES, A. C. A.; LIMA, F. R.Produção e qualidade dos ovos de poedeiras submetidas a intoxicação pro-longada com aflatoxina B1.1

Produção e qualidade dos ovos de poedeiras submetidas à intoxicação prolongada com aflatoxina B1.. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.68, n.2, p.1-4, 2001.

ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.; GOMES, P.C.; OLIVEIRA, R.F.; LOPES D.C.; FERREIRA, A.S.; BARRETO, S.L.T. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 2. ed. Viçosa, UFV, 2005. 186 p.

SMITH, J.E., HENDERSON, R.S. Mycotoxins and animal foods, Athens CRC,1991. 108p.

SMITH, T.K., SEDDON, I.R. Synergism demonstrated between Fusarium mycotoxins. Feedstuffs, 22 de junho1998, p.12-17, 1998.

SOUZA, F.R. Avaliação de diferentes doses de aflatoxina e fumonisina so-bre os parâmetros reprodutivos de galos. Dissertação, Pós-Graduação em Engenharia Química do Centro Tecnológico. UFSC, Florianópolis, 2007.

WASHBURN, K.W.; WYATT, R.D.; POTTS, P.L.; LANZE, G.M. Effects and mechanism of aflatoxin variation in shell strength. Poult. Sci., v.64, p.1302-1305, 1985.

Bibliografia citada

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A metionina é o primeiro aminoá-cido limitante para poedeiras co-

merciais alimentadas com dietas a ba-se de milho e farelo de soja. Rações que possuem quantidades adequadas

de metionina proporcionam maior produção de ovos, tamanho do ovo e massa de ovo produzido, além de se observar melhora na conversão ali-mentar por massa ou por dúzia de ovos (Hams e Russel, 1993; Brumano, 2008).

De forma geral, a formulação de dietas para poedeiras com níveis de metionina que atendem a exigência das aves, permite um aumento no teor de proteína bruta do albúmem e gema

(Shafer et al., 1996). Além disso, é pos-sível elevar a concentração de fosfoli-pídios totais na gema do ovo de poe-deiras comerciais através do incremento de metionina nas dietas (Tsiagbe et al., 1988), o que conse-qüentemente aumenta o peso do ovo.

Apesar de sabermos que a metio-nina é muito importante para as aves, a formulação de rações para poedei-ras não deve ter uma recomendação fixa de metionina e sim deveria ser re-alizada de acordo com o conceito de proteína ideal, utilizado rotineira-mente para frangos de corte. Assim, os níveis de metionina utilizados de-vem sempre ser expressos como por-centagem do aminoácido lisina. Estu-dos recentes com poedeiras têm mostrado algumas modificações na recomendação das relações entre os aminoácidos com a lisina (Rocha, 2006; Brumano, 2008; Lemme, 2009; Bregendhal, 2009).

Trabalho recente desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa (Bru-mano, 2008) mostrou a importância dos níveis de metionina + cistina so-bre o desempenho de poedeiras co-merciais (Gráficos 1 e 2). A análise dos gráficos permite verificar o efeito dos níveis de met+cis, em função da suplementação crescente do aminoá-cido industrial DL-metionina, que proporcionou melhora significativa na produção de ovos, massa de ovo/ave/dia e no peso de ovo das poedei-ras.

Como utilizar corretamente cada fonte de metionina

A DL-metionina 99% foi o primei-ro aminoácido industrial utilizado para suprir a deficiência de metionina das rações das aves. Posteriormente, a indústria descobriu meios de produ-zir precursores de metionina, deno-minados metionina hidróxi análoga

Qual a importância da metionina para poedeiras comerciais e como trabalhar adequadamente com as fontes industriais deste aminoácido?Autor: Adhemar Oliveira

Chefe de Serviços Técnicos Evonik Degussa Brasil

58 Produção Animal | Avicultura

Figura 1. A importância de metionina + cistina sobre a produção de ovos e a massa de ovos em poedeiras comerciais.

Figura 2. A importância de metionina + cistina sobre o peso dos ovos

Formulação de rações para poedeiras não deve ter uma recomendação fixa de metionina. O ideal é reco-mendá-la de acordo com o conceito de proteína ideal,

utilizado rotineiramente para frangos de corte

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Produção Animal | Avicultura 59Produção Animal | Avicultura 59

Qual a importância da metionina para poedeiras comerciais e como trabalhar adequadamente com as fontes industriais deste aminoácido?

(MHA); DL-MHA-FA 88%, e a DL-MHA-Ca 84%. Estes se apresentam na forma líquida e pó, respectivamen-te. É importante salientar que estes produtos não são metionina e nem possuem valor protéico, uma vez que não possuem o grupo amino (NH3) em sua molécula.

A metionina hidróxi análoga (MHA), como o próprio nome, é uma forma molecular análoga, mas não igual à metionina por conter um gru-po hidroxila (HO) no lugar do grupo amino (H3N) da molécula de metio-nina. Contudo, estes precursores po-dem ser transformados em metionina nas células de mamíferos e aves atra-vés de processos fisiológicos que pre-cisam de algumas reações, entre elas, transaminação.

Os três produtos podem ser utili-zados para que ótimos índices de pro-dutividade sejam atingidos. Contudo, a utilização correta de cada fonte é importante para que se obtenha o melhor desempenho com o menor custo de produção. A correta valoriza-ção dos precursores de metionina (MHA) é importante para garantir os bons resultados. Assim, no momento de se formular rações para poedeiras, é importante considerar não a con-centração do MHA-FA 88% ou MHA-Ca 84%, mas sim utilizar o valor real de metionina que a ave irá conseguir aproveitar destes precursores de me-tionina.

De forma geral, a concentração re-al de metionina que se pode conside-rar para o MHA-FA 88% e para o MHA-Ca 84% está em torno de 65%. Já se comprovou que frangos possuem absorção menos eficiente de MHA pe-los intestinos, ocorrendo maior eli-minação deste produto nas fezes dos animais. Além de menor eficiência de absorção, o fato de o MHA ter que ser transformado em L-metionina nas cé-lulas hepáticas das aves reduz a con-

centração de metionina que o produ-to MHA efetivamente fornece para as aves.

Pesquisas têm mostrado que a utilização de quantidades ao redor de 65 partes de DL-metionina 99% em comparação com 100 partes de MHA-FA 88% são suficientes para al-cançar a mesma produção de ovos, massa de ovos e peso de ovos em poe-deiras comerciais (Daener e Bessei,

2002; Degussa, 2005). Ou seja, se uma ração é suplementada com 1 kg de MHA-FA por tonelada de ração pa-ra se alcançar os melhores índices de produtividade, pode-se substituir este produto por 0,65 kg de DL-metionina 99% por tonelada para se obter o mes-mo efeito sobre a produtividade das aves. Isto mostra que ambos os produ-tos podem ser utilizados, mas a me-nor quantidade de DL-metionina 99% utilizada nas rações, para obten-ção da mesma produtividade das aves, torna o uso deste produto mais eco-nômico para os produtores de ovos comerciais.

Os dados demonstrados na Tabela 1 indicam que a substituição de 380 g de MHA-Ca (100 partes) por uma quantidade de 250 g de DL-metioni-na (65 partes) por tonelada de ração proporcionou produção de ovos, peso de ovos, massa de ovos e conversão

alimentar (CA) semelhantes em poe-deiras no período de 48 a 56 semanas de idade.

A produção de ovos (Figura 3), o peso de ovos (Figura 4) e a conversão alimentar (Figura 5) das poedeiras durante todas as semanas avaliadas (de 48 a 56 semanas) foi semelhante ou numericamente melhor quando se utilizou a DL-metionina na ração em comparação com a MHA-Ca. Estes re-

Tabela 1. Desempenho de poedeiras recebendo diferentes fontes

de metionina (DL-metionina e MHA-Ca na ração)

MHA-Ca 84% DL-metionina 99%

Produção Ovos (%) 84 85

Peso Ovos (g) 56 57

Massa Ovos (g/ave/dia) 47,2 48,2

CA (por massa de ovos) 2,46 2,41

Fonte: Lemme (2009).

Figura 3. Produção de ovos de poedeiras recebendo

DL mentionina ou MHA-Ca

na ração

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60 Produção Animal | Avicultura

Informe Técnico-Empresarial

sultados demonstram ao produtor de ovos comerciais que é possível produ-zir de forma mais econômica manten-do os mesmos índices de desempe-nho, ou até melhorá-los, quando a DL-metionina 99% é utilizada nas ra-

ções de poedeiras comerciais, em comparação com o MHA-Ca 84%.

O estudo de Lemme (2009) apre-sentado neste texto indica que ambas fontes de metionina podem ser utili-zadas para produção de ração de poe-deiras comerciais, mas como quanti-dade necessária de DL-metionina é de 0,250 kg por tonelada, enquanto que a de MHA-Ca é de 0,380 kg por tone-lada, existe uma vantagem econômi-ca muito favorável quando a DL-me-tionina é escolhida como a fonte de

metionina. Isto porque a DL-metioni-na é uma fonte prontamente disponí-vel para as aves realizarem a síntese de proteína do albúmem e da gema do ovo. Por outro lado, o MHA-Ca possui menor absorção intestinal,

sendo perdido em maiores quantida-des nas fezes, e além disto tem pri-meiramente que ser transformado em metionina. Somente a partir daí pode ser utilizado para síntese de proteínas corporais.

Comentários FinaisA metionina é um aminoácido es-

sencial para galinhas poedeiras, com influência direta sobre os parâmetros produtivos dessas aves, bem como so-bre a síntese dos componentes do ovo

(albúmem e gema). Na formulação de rações para poe-

deiras deve-se considerar a exigência adequada de metionina para garantir o bom desempenho produtivo destas aves. Contudo, para assegurar que se-ja atingida a exigência de metionina, é imprescindível que cada fonte sinté-tica seja utilizada de maneira adequa-da.

Nesse contexto, é sempre impor-tante ficar claro qual o valor real de metionina a ser considerado para ca-da fonte. É prudente se considerar não a concentração do MHA-FA 88% ou MHA-Ca 84%, mas sim utilizar o valor real de metionina que a ave con-seguirá aproveitar destes precursores.

Deve-se levar em consideração que a DL-Metionina 99% é pronta-mente absorvida pela ave, enquanto o processo de absorção dos precursores de metionina (MHA-Fa 88% ou MHA-Ca 84%) não é tão eficiente. Por esse motivo a quantidade de metionina real aproveitada pela ave está em tor-no de 65% e não 88% ou 84%, res-pectivamente para o MHA-FA ou MHA-Ca.

Utilização de quantidades ao redor de 65 partes de DL-metionina 99% em comparação com 100 partes de MHA-FA 88% são suficientes para alcançar a mesma

produção de ovos

Figura 4. Peso de ovos de poedeiras recebendo DL mentionina ou MHA-Ca na ração

Figura 5. Conversão alimentar de poedeiras recebendo DL mentionina ou MHA-Ca na ração

Referências

Brumano, G. 2008. Níveis de metionina + cistina di-gestíveis em rações para poedeiras leves, nos perío-dos de 24 a 40 e de 42 a 58 semanas de idade. Tese Doutorado, UFV.

Daenner, E. and Bessel, W. 2002. Effectivennes of liquid DL-methionine hydroxy analogue-free acid (DL-MHA-FA) compared to DL-methionine on per-formance of laying hens. Arch für Geflügelkunde 66:97-101.

Degussa (2005). Can 65 parts DL-methionine repla-ce 100 parts liquid MHA-FA in diets for Lohmann LSL laying hens? Facts and Figures 1549.

Lemme, A. 2009. Feeding Methionine Hydroxy Ana-logue Calcium salt or DL-Methionine in the ratio of 100-to-65 shows no difference in performance of laying hens. AminoNews. Evonik.

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Produção Animal | Avicultura 61

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62 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção e mercado em resumo

Embora o calendário já esteja no terceiro trimestre do ano, só agora estão sendo divul-

gados os dados (mesmo assim, parciais) relativos ao primeiro tri-mestre de 2010. E eles sinalizam forte incremento nos diversos seg-mentos integrantes da indústria do frango no restante do exercício – exceto em um, essencial: as exportações.

Caso dos pintos de corte, por exemplo: o volume atingido no pri-meiro trimestre e indicações de mercado dão conta de que podem

ter superado a casa dos 2,920 bi-lhões de cabeças no semestre fin-do, aumentando mais de 10% em relação aos mesmos períodos de 2008 e 2009. E como, normalmen-te, a produção da segunda metade do ano é bem maior que a do se-mestre inicial (em 2008, +6,26%; em 2009, +9,83%, só para citar os dois últimos anos), são indiscutí-veis os indícios de ultrapassagem da casa dos 6 bilhões de pintos de corte em 2010.

Mas também pode ser que isso não aconteça. Pois o que vai ditar

o ritmo de produção deste semes-tre é o volume de matrizes de cor-te alojado anteriormente – do qual não se tem notícia desde outubro de 2009. E essa ausência de núme-ros faz agora grande falta.

De toda forma, é pouco prová-vel que a capacidade de produção do setor recue aquém dos 500 mi-lhões de pintos de corte, volume que já foi superado em março. E mesmo isso, infelizmente, já pare-ce ser demais. Haja vista o preço médio alcançado pelo frango nos últimos tempos.

1º trimestre foi encerrado com indicações de forte incremento nos diversos segmentos de produção do frango

Produção de pintos de corte

Março de 2010 510,371 milhões de

cabeçasVariação anual

19,91%

Produção de carne de frango

Março de 2010966.853 toneladasVariação anual

12,16%

Exportação de carne de frango

Maio de 2010322.151 toneladasVariação anual

6,05%

Oferta interna de carne

de frangoMarço de 2010

634.912 toneladasVariação anual

14,29%Alojamento de matrizes de

posturaMaio de 201069.370 cabeçasVariação anual

-16,20%

Alojamento de pintainhas de

posturaMaio de 20106,551 milhões

de cabeçasVariação anual

36,58%

Desempenho do frango vivo

Junho de 2010R$1,35/ kg

Variação anual-27,98%

Desempenho do ovo

Junho de 2010 R$41,16/ caixa

Variação anual-4,55%

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Produção Animal | Avicultura 63

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64 Produção Animal | Avicultura

Produção de pintos de corteMarço registra novo e inusitado recorde

Evolução MEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Abril 429,048 455,711 6,21%

Maio 455,492 461,811 1,39%

Junho 437,041 482,089 10,31%

Julho 476,081 500,270 5,08%

Agosto 484,328 482,678 -0,34%

Setembro 485,261 467,938 -3,57%

Outubro 496,165 503,041 1,39%

Novembro 431,662 462,635 7,18%

Dezembro 443,854 493,895 11,27%

Janeiro 417,755 472,898 13,20%

Fevereiro 406,918 448,957 10,33%

Março 425,628 510,371 19,91%

EM 3 MESES 1.250,301 1.432,225 14,55%

EM 12 MESES 5.389,234 5.742,293 6,55%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Chegar em um mês aos 500 milhões de pintos de corte não representa

novidade para a avicultura de corte bra-sileira. Sem contar que em outubro de 2008 o volume produzido esteve muito próximo desse número (496,2 milhões de cabeças), no ano passado os 500 milhões ocorreram duas vezes. Era ine-vitável que o volume viesse a se repetir em 2010.

O que não se esperava é que ele fosse registrado logo nos primeiros me-ses do ano. E, menos ainda, que além de representar novo recorde do setor, chegasse a um resultado inusitado fren-te às condições econômicas. Pois, se-gundo a APINCO, em março de 2010 a produção brasileira de pintos de corte chegou a inéditos 510,4 milhões de cabeças.

Comparada com aquela alcançada um ano antes, em março de 2009, essa produção foi 20% maior – o que se jus-tifica, pois um ano atrás o setor enfren-tava a fase mais aguda da crise. O pro-blema é que o incremento vem sendo contínuo também no ano. Foi, em valo-res reais, 2,7% superior ao de fevereiro (448,9 milhões de cabeças em 28 dias = 497 milhões de cabeças em 31 dias); e cerca de 8% maior que o de janeiro. Ou seja: apresenta um índice de expan-são que, mantido também em abril, pode fazer com que se repitam os 510 milhões de cabeças de março. Isso, por-que abril tem 30 dias.

Mas o que interessa, no momento, é que, encerrado o primeiro trimestre de 2010, a produção brasileira de pin-tos de corte apresentou expansão de 14,5% sobre o mesmo período de 2009. O volume alcançado, é claro, não chega a ser preocupante visto que, pro-jetado para os outros três trimestres, corresponde a um volume (5,729 mi-lhões de cabeças) apenas 3% superior ao do ano passado. O problema está no fato de que a produção do primeiro trimestre é, tradicionalmente, a menor do ano.

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Produção Animal | Avicultura 65

Produção de carne de frangoMesmo nominalmente maior, volume de março foi similar ao de fevereiro

Evolução MEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Abril 879,984 830,420 -5,63%

Maio 872,144 901,884 3,41%

Junho 861,759 892,223 3,54%

Julho 897,014 956,585 6,64%

Agosto 923,774 1004,081 8,69%

Setembro 926,548 956,166 3,20%

Outubro 990,463 957,625 -3,32%

Novembro 998,586 979,969 -1,86%

Dezembro 975,672 1010,062 3,52%

Janeiro 889,681 1000,611 12,47%

Fevereiro 780,499 870,352 11,51%

Março 862,047 966,853 12,16%

Em 3 meses 2.532,227 2.837,816 12,07%

Em 12 meses 10.858,171 11.326,831 4,32%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Levando em conta que, conforme a APINCO, em março passado foram

produzidas no Brasil 966.853 toneladas de carne de frango, a conclusão é a de que em relação ao mês anterior, quando a produção ficou em 870.352 toneladas, o volume produzido aumentou mais de 11%. É preciso levar em conta, no entan-to, que março é mês mais longo. Assim, considerada a produção diária dos dois meses, constata-se que em ambos o vo-lume produzido foi praticamente similar, com incremento de apenas 0,3% em março.

Mesmo isso, porém, não esconde o fato de que, em relação ao mesmo mês do ano passado, registrou-se aumento de mais de 12%, índice que se repete com variação mínima quando são com-parados os resultados do primeiro trimes-tre de 2009 e 2010.

É verdade, neste caso, que a maior parte desse aumento apenas repõe a re-dução observada em idêntico trimestre do ano passado, de 6,5% em relação ao mesmo período de 2008.

Mas se isso não preocupa, chama a atenção o resultado global do trimestre inicial do ano, habitualmente aquele em que se registra a menor produção de cada exercício. Ou seja: simplesmente projetado para a totalidade de 2010, o volume dos três primeiros meses sugere volume anual total da ordem de 11,350 milhões de toneladas, cerca de 3% a mais que o registrado em 2009, o que, à primeira vista, não é muito. O problema é que é clara a tendência de produção pau-latinamente crescente nos trimestres subseqüentes.

A possibilidade de a produção de carne de frango permanecer em expan-são no restante do ano vai depender do quanto se alojou de matrizes de corte nos últimos meses – algo que o setor desco-nhece. Mas como a atividade é useira e vezeira em driblar restrições, a perspecti-va de sensíveis aumentos não pode ser abandonada – ainda que tenha havido redução na capacidade de produção.

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66 Produção Animal | Avicultura

Exportação de carne de frangoEmbarques de maio foram maiores que os de abril, mas não repetiram março

Evolução MEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Junho 330,125 329,014 -0,34%

Julho 339,360 317,207 -6,53%

Agosto 322,698 301,257 -6,64%

Setembro 323,949 289,951 -10,49%

Outubro 315,632 335,445 6,28%

Novembro 235,061 268,615 14,27%

Dezembro 266,598 314,785 18,07%

Janeiro 274,781 233,324 -15,09%

Fevereiro 263,222 282,471 7,31%

Março 306,539 331,941 8,29%

Abril 329,922 309,942 -6,06%

Maio 303,767 322,151 6,05%

Em 5 meses 1.478,231 1.479,829 0,11%

Em 12 meses 3.611,654 3.636,101 0,68%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Estatísticas e Preços

Após um desempenho que deixou a desejar em abril (menos de 310

mil toneladas), as exportações de car-ne de frango voltaram a apresentar li-geira melhora. Em maio, tiveram incre-mento de 3,94% em relação ao mês anterior, somando 322.151 toneladas. Portanto – e apesar da recuperação – não conseguiram repetir as 331.941 toneladas de março, até aqui recorde do ano.

O volume acumulado nos cinco primeiros meses de 2010, por sua vez, ficou próximo de 1,480 milhão de to-neladas, apresentando variação positi-va de 0,11% sobre idêntico período de 2009. Dessa forma, o primeiro semes-tre do ano tende a ser encerrado com volume ligeiramente superior ao do mesmo período de 2009 (1,807 mi-lhão de toneladas).

Apesar, no entanto, desse ligeiro aumento, a média mensal registrada nos cinco meses já consolidados conti-nua a sinalizar resultado anual negati-vo em relação a 2008 e a 2009, pois corresponde a embarques mensais em torno de 296 mil toneladas – o equiva-lente a 3,552 milhões de toneladas no ano, contra 3,634 milhões de tonela-das no ano passado e 3,645 milhões de toneladas em 2008.

Por enquanto, nos últimos doze meses, os resultados não chegam a ser muito diferentes daqueles observados no acumulado de 2008 e 2009: de ju-nho de 2009 a maio de 2010 as expor-tações brasileiras de carne de frango somaram 3,636 milhões de toneladas, volume que se encontra 0,68% acima daquele registrado nos 12 meses ime-diatamente anteriores.

A ressaltar, de toda forma, que o maior volume acumulado pelo setor em 12 meses foi registrado entre no-vembro de 2007 e outubro de 2008, ocasião em que os embarques soma-ram 3,743 milhões de toneladas. Ou seja: por ora o setor se encontra a ape-nas 97% daquele recorde.

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Produção Animal | Avicultura 67

oferta interna de carne de frangovolume disponibilizado em março foi o menor deste exercício

Evolução MEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 Var.

Abril 609,962 500,498 -17,95%

Maio 510,729 598,117 17,11%

Junho 531,634 563,210 5,94%

Julho 557,654 639,378 14,65%

Agosto 601,076 702,824 16,93%

Setembro 602,599 666,215 10,56%

Outubro 674,830 622,180 -7,80%

Novembro 763,525 711,354 -6,83%

Dezembro 709,074 695,278 -1,95%

Janeiro 614,900 767,287 24,78%

Fevereiro 517,277 587,882 13,65%

Março 555,508 634,912 14,29%

EM 3 MESES 1.687,685 1.990,081 17,92%

EM 12 MESES 7.248,768 7.689,135 6,08%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Após o recorde registrado em janeiro – quando a carne de frango disponi-

bilizada internamente atingiu o maior vo-lume de todos os tempos – esperava-se mais para março. Mas, surpreendente-mente, o volume de carne de frango ofer-tado ao mercado interno foi, em termos de oferta diária, o menor do trimestre.

Inicialmente, dois fatores concorre-ram para que a oferta de março fosse in-ferior à de janeiro. De um lado, ligeira re-dução na produção de pintos de corte. De outro lado, um melhor desempenho das exportações de carne de frango. O resultado foi uma disponibilidade interna de 634.912 toneladas, volume, mesmo assim 14,29% superior ao de março de 2009.

É verdade, também, que o volume ofertado em março foi, em valores nomi-nais, 8% maior que o registrado em feve-reiro. Aqui, porém, é preciso não esque-cer que março é mês mais longo, de 31 dias. Dessa forma, em valores reais – isto é, considerada a oferta média diária – a oferta efetiva recuou cerca de 2,5% so-bre fevereiro e 17% sobre janeiro, confi-gurando-se como a menor de 2010.

Os dados consolidados do primeiro trimestre apontam oferta interna total muito próxima dos 2 milhões de tonela-das e incremento de 17,92% sobre o mesmo trimestre do ano passado. Neste caso, porém, é interessante lembrar que há um ano a oferta interna recuou quase 8%. Assim, o crescimento médio anual no biênio 2008-2009 situa-se em cerca de 4,5%.

Projetado para o restante do ano, o atual volume disponível sinaliza oferta to-tal de, praticamente, 8 milhões de tonela-das, um volume 8,3% superior ao de 2009. Mas como, normalmente, a oferta do trimestre inicial do ano é a menor do exercício, pode-se esperar a ultrapassa-gem dessa marca. Por ora, em 12 meses, o volume disponibilizado internamente soma 7,689 milhões de toneladas e se en-contra 6,08% acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores.

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68 Produção Animal | Avicultura

alojamento de matrizes de posturavolume segue em significativa expansão: quase 28% a mais em cinco meses

Evolução MEnsal(ovos brancos e vermelhos)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/09 2009/10 VAR.% 2008/09 2009/10

Junho 104,611 89,356 -14,58% 68,73% 67,60%

Julho 58,108 84,867 46,05% 69,68% 68,64%

Agosto 45,253 100,270 121,58% 31,33% 61,16%

Setembro 32,233 65,483 103,16% 61,20% 84,73%

Outubro 78,722 34,185 -56,58% 69,35% 49,42%

Novembro 47,700 37,926 -20,49% 66,04% 63,33%

Dezembro 44,380 90,597 104,14% 71,16% 58,71%

Janeiro 16,736 79,451 374,73% 87,23% 83,97%

Fevereiro 29,311 54,331 85,36% 81,24% 74,16%

Março 17,549 50,609 188,39% 59,22% 79,36%

Abril 83,830 40,810 -51,32% 67,14% 66,35%

Maio 82,784 69,370 -16,20% 75,57% 64,54%

EM 5 MESES 230,210 294,571 27,96% 72,82% 74,35%

EM 12 MESES 641,217 797,255 24,33% 67,31% 68,81%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Dados da UBABEF apontam que em maio passado somara 69.370 as

matrizes de postura alojadas no País. Perto de 75% delas corresponderam a linhagens destinadas à produção de ovos brancos.

O volume registrado significou que-da de 16,2% sobre maio de 2009 e au-mento, excepcional, de 70% sobre o mês anterior, abril de 2010. Mesmo as-sim esse foi apenas o segundo maior vo-lume alojado no ano, estando aquém das 79.451 matrizes de postura alojadas em janeiro passado.

Decorridos os cinco primeiros meses de 2010, o volume acumulado aproxi-ma-se das 300 mil cabeças e se encontra 28% acima do observado no mesmo período de 2009. E isso projeta para o ano alojamento total da ordem de 707 mil cabeças, volume que, curiosamente, é cerca de 3,5% menor que o acumula-do em 2009 (perto de 733 mil matrizes). E por que essa reversão? Porque o incre-mento atual (primeiros cinco meses de 2010) sofre a influência do baixíssimo alojamento do primeiro trimestre de 2009, ocasião em que volume alojado (menos de 63,6 mil matrizes em três me-ses) foi inferior ao alcançado em maio último.

Também por conta desses baixos alojamentos, é significativo o incremen-to do volume alojado nos últimos 12 meses: +24,33%, índice que correspon-de a um adicional de 156.038 cabeças sobre o total de 641.217 matrizes de postura alojadas nos 12 meses anterio-res. Mas a menos que hajam surpresas nos outros sete meses de 2010, o incre-mento registrado tende a se diluir no de-correr do exercício.

Estatísticas e Preços

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Produção Animal | Avicultura 69

alojamento de pintainhas de posturavolume acumulado no ano já supera os 30 milhões de cabeças

Evolução MEnsal(PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA)

MILHÕES/CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR.% 2008/09 2009/10

Junho 4,955 5,209 5,12% 72,25% 74,77%

Julho 5,237 5,173 -1,22% 72,35% 72,84%

Agosto 4,895 5,046 3,09% 73,25% 71,86%

Setembro 5,135 5,145 0,19% 74,34% 73,80%

Outubro 5,015 5,025 0,20% 72,88% 72,91%

Novembro 4,811 5,251 9,16% 73,22% 71,03%

Dezembro 5,083 5,181 1,93% 74,79% 73,75%

Janeiro 4,990 5,723 14,70% 74,87% 76,94%

Fevereiro 4,790 5,502 14,87% 75,92% 73,30%

Março 5,161 6,162 19,39% 75,27% 78,60%

Abril 4,951 6,448 30,24% 75,30% 78,69%

Maio 4,797 6,551 36,58% 72,92% 76,99%

EM 5 MESES 24,688 30,386 23,08% 74,87% 77,00%

EM 12 MESES 59,819 66,416 11,03% 73,95% 74,83%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Aparentemente pela primeira vez na história do setor, o alojamento de

pintainhas acumulado nos cinco primei-ros meses do exercício ultrapassa a casa dos 30 milhões de cabeças.

Em maio passado, conforme a UBA-BEF, foram alojadas no País 6,551 milhões de pintainhas de postura, as linhagens produtoras de ovos brancos correspon-dendo a quase 77% do total. O volume alojado representou aumentos de 1,6% e 36,6% sobre os registrados, respectiva-mente, no mês anterior e há um ano.

Com esse resultado, o total acumula-do entre janeiro e maio ficou em 30,386 milhões de cabeças, equivalendo a um incremento de 23% sobre o mesmo perí-odo de 2009. Considerando que, ante-riormente, o volume alojado nesse perío-do do ano nunca foi além dos 25-26 milhões de cabeças, os números dos cin-co primeiros meses de 2010 representam novo recorde do setor.

E o que isso significa? Ao primeiro exame, uma mudança significativa nos patamares de alojamento. Ou seja: de-pois de permanecer durante quatro anos (2006 a 2009) com um alojamento mé-dio pouco superior a cinco milhões de pintainhas mensais, o setor registra agora um incremento próximo de 20% nesse patamar, já que a média alcançada nos primeiros cinco meses deste ano supera os seis milhões de matrizes mensais.

É verdade que parte desse índice de incremento não corresponde à realidade, já que parte dos números relativos a 2009 estão aquém do volume efetivamente alojado. Mas supondo-se que a “subver-são dos números” não tenha alcançado o alojamento de 2008, continua-se ten-do aí um incremento de 20% em dois anos – ou média de 10% ao ano no biê-nio 2008/2010, índice aparentemente ex-cessivo frente ao crescimento vegetativo da população (menos de 1,5%) e à agre-gação anual de novos consumidores.

Em resumo: o que se aloja no mo-mento poderá ser causa de problemas mais à frente.

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70 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Com raras (mas, infelizmente, mais freqüentes) exceções, o frango

vivo apresenta o comportamento ilus-trado no gráfico abaixo. Ou, acompa-nhando os tradicionais ciclos de safra e entressafra da carne bovina, registra queda de preços entre janeiro e maio de cada ano e, a partir daí tende a se-guir com preços crescentes até o final do ano.

Em 2010, no entanto, o produto registra não uma rara exceção, mas, simplesmente, uma exceção única. Porque, aparentemente pela primeira vez (feita uma retrospectiva, não há indicações anteriores de situação idêntica), o preço pago ao produtor no mês de junho foi o menor do ano.

Não só do ano, porém. Porque va-lor nominal (atenção: nominal!) infe-rior ao de junho passado só é encon-trado em abril de 2008, mês em que o frango vivo alcançou preço médio de R$1,33/kg. Ou seja: considerada a inflação acumulada no período, os re-sultados atuais são bem piores.

Naturalmente, sempre haverá al-guém a dizer que não é bem assim. Afinal, os custos (leia-se: preço do mi-lho em 2010) estão bem menores e, portanto, as perdas não são tão gran-des quanto parece. Mas o argumento é falacioso. Porque o preço que o pro-dutor recebe pelo frango vivo recuou bem mais que os preços do milho. A ponto de, neste ano, ser necessário um volume de frangos quase 15% maior para adquirir a mesma quanti-dade de milho de um ano atrás.

Tem mais, no entanto: no último mês do primeiro semestre necessita-ram-se de 39% mais frangos para al-cançar o mesmo faturamento. Ou, dito de outra forma, enquanto há um ano uma tonelada de frango vivo ge-rava receita de RS$1.880,00, neste ano foram necessários quase 1.400 quilos para gerar a mesma receita. E, note-se, a situação, embora menos grave, não é muito diferente em rela-

ção ao frango abatido: grosso modo, o semestre foi encerrado necessitan-do-se de um quarto a mais do produ-to para alcançar o mesmo faturamen-to de 2009.

Coincidência ou não, essas perdas

começaram a se agravar a partir do instante em que se decidiu não mais divulgar (ou, então, retardar) os da-dos de produção do setor. A emenda, sem dúvida, vem saindo bem pior que o soneto.

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja,

interior paulista – R$/KgMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

JUN/09 1,88 5,62% 16,77%

JUL/09 1,80 -4,56% -4,05%

AGO/09 1,49 -23,07% -17,16%

SET/09 1,37 -25,84% -8,18%

OUT/09 1,50 -8,21% 9,05%

NOV/09 1,54 -11,64% 2,76%

DEZ/09 1,64 1,26% 6,69%

JAN/10 1,58 -6,07% -3,80%

FEV/10 1,63 -9,37% 3,37%

MAR/10 1,52 -9,28% -6,57%

ABR/10 1,41 -11,85% -7,46%

MAI/10 1,39 -13,29% -1,02%

JUN/10 1,35 -27,98 -3,01%

Média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010* 1,48 -9,20%

* Média entre 02/01 e 30/06/10

Desempenho do frango vivo no primeiro semestre de 2010 semestre é encerrado com o menor preço do ano e um dos piores resultados dos últimos dois anos

Frango vivoPrEços históricos E PrEço EFEtivo EM 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/KG, granja, interior paulista)

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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Produção Animal | Avicultura 71

Está claro que a avicultura de postura chega ao final do primeiro semestre de

2010 em condições ainda aquém das ob-servadas em anos anteriores, inclusive as de um ano atrás - quando a atividade e o mundo ainda enfrentavam os pesados ônus da crise econômica mundial.

É verdade que, conforme o ângulo analisado, os resultados do semestre não podem ser considerados de todo ruins. Por exemplo, exceto em junho (mas por uma diferença até certo ponto desprezível), a curva de preços médios do produto nos seis primeiros meses do ano foi igual ou até ligeiramente melhor que a média aqui con-siderada histórica (período entre 1999 e 2009). Mais que isso, chegou-se ao final do semestre com um ganho de 1,5% em relação ao comportamento histórico dos preços no período.

Mesmo isso, porém, não afasta a cons-tatação de que o preço médio alcançado no semestre acabou ficando mais de 10% abaixo da média registrada em idêntico pe-ríodo de 2009. Que, por sua vez, já havia retrocedido mais de 5% em relação ao pri-meiro semestre de 2008. Resumindo, pois, a média registrada neste ano permanece cerca de 15% abaixo daquela alcançada dois anos atrás. Isso, claro, nominalmente, isto é, sem considerar a inflação acumula-da no período.

É óbvio que, se consultados, poucos serão os produtores a reclamar. Mas a eventual satisfação deve ser imputada, sem dúvida, à queda de preços do principal insumo do setor, o milho. Que, do primeiro semestre de 2008 para o mesmo período de 2010, teve seu preço reduzido em mais de 30% e hoje possibilita que, com o mes-mo volume de ovos de 2008 (1º semestre) se adquira pelo menos um quarto a mais de milho.

De toda forma, há outros fatores de custo também sensíveis que não podem ser ignorados. Caso do salário mínimo, que passou de R$415,00 (2008) para R$510,00 atualmente. Pois bem: esse ajuste de, prati-camente, 23% combinado com a queda no preço do ovo significa que hoje são ne-

cessários pelo menos 40% mais ovos para pagar o mesmo salário mínimo de dois anos atrás.

O desafio, agora, é manter a estabili-dade de preços no segundo semestre, pe-ríodo em que sempre há elevação dos cus-

tos básicos. Sob esse aspecto, o setor precisa manter-se profundamente atento, pois os aumentos no alojamento de poe-deiras vindos desde o ano passado podem comprometer o equilíbrio entre oferta e procura.

Desempenho do ovo no primeiro semestre de 2010 apesar do relativo equilíbrio, resultados permanecem aquém daqueles

registrados no mesmo período de 2008 e 2009

ovo Extra brancoPrEços históricos E PrEço EFEtivo EM 2010

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2010: (R$/caixa, no atacado paulista)

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JUN/09 43,12 -5,89% 3,06%

JUL/09 36,92 -22,27% -14,37%

AGO/09 37,40 -18,65% 1,30%

SET/09 33,88 -21,66% -9,42%

OUT/09 31,35 -17,34% -7,48%

NOV/09 31,00 -21,24% -1,10%

DEZ/09 35,88 -9,59% 15,76%

JAN/10 31,80 -14,97% -11,38%

FEV/10 39,67 -8,90% 24,74%

MAR/10 40,96 -12,73% 3,27%

ABR/10 37,75 -16,96% -7,84%

MAI/10 39,12 -6,50% 3,63%

JUN/10 41,16 -4,55% 5,21%

Média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,66 -11,37%

2010* 38,44 -0,50%

* Média entre 02/01 e 30/06/10

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasMilho aumenta pelo segundo mês seguido

Farelo de soja também sobe pelo segundo mês

Fonte das informações: www.jox.com.br72 Produção Animal | Avicultura

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em junho de 2010 ao preço médio de R$568/tonelada, valor

4,03% maior que o de maio de 2010 – R$546/t. Na compara-ção com junho de 2009 – quando o preço médio era de R$864/t – a cotação atual registra queda de 34,26%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoConsiderado o preço médio do farelo de soja em junho,

foram necessários 420,7 kg de frango vivo (na granja, interior de SP) para adquirir uma tonelada do insumo. Como em maio último essa relação foi de 392,8 kg para obtenção de 1 tonela-da de farelo, o volume de frango necessário para adquirir a mesma quantidade do produto aumentou 7,11%, representan-do queda no poder de compra para o avicultor.

No ano passado os preços do farelo de soja estiveram mais valorizados, por isso, na comparação anual, o valor atual repre-senta volume 8,45% menor de frango para se obter uma tone-lada de farelo, já que em junho de 2009 eram necessários 459,5 kg de frango para se obter uma tonelada do insumo.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em junho

de 2010 foram necessárias 16,38 caixas de ovos (valor na gran-ja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou leve aumento, cerca de 2%, uma vez que em maio último 16,72 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a junho de 2009, há melhora no poder de compra de 45,9% - pois naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 23,9 caixas de ovos.

O preço médio do milho, saca de 60 kg, interior de SP, fe-chou junho de 2010 a R$19,25 – valor 3,05% maior que

a média do produto em maio. Em relação ao valor da saca de um ano atrás, a redução é de 13,48%, pois o milho registrou média de R$22,25/saca em junho de 2009.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) apresentou pelo quarto mês

consecutivo recuo nas cotações: em junho de 2010 fechou com média de R$1,35/kg - queda de 2,88% em relação a maio de 2010. Em quatro meses a queda acumulada do fran-go é de 17,17%. Como resultado, em junho foram necessários 237,6 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se o preço médio de ambos os produtos. Este valor representa uma queda no poder de compra de 5,75% em relação ao mês anterior, uma vez que em maio a tonelada do milho “custou” 224 kg de frango vivo, aproximadamente.

Valores de troca – Milho/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, a relação

de troca entre o ovo (granja, interior paulista, caixa com 30 duzias) e o milho em junho de 2010 foi de 9,25 caixas de ovos para uma tonelada do grão. Em maio de 2010 foram necessá-rias 9,53 caixas/t, o que significa volume 2,95% menor de ovos para se obter a mesma quantidade de milho. A melhora na capacidade de compra do avicultor de postura pelo segun-do mês em seqüência deve-se ao aumento do valor do ovo em junho: o preço médio da caixa de 30 dúzias subiu 6,19% fi-cando em R$34,66 – em maio passado a média havia sido de R$32,64.

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Produção Animal | Avicultura 73

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74 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 75

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76 Produção Animal | Avicultura

Ponto Final

76 Produção Animal | Avicultura

O novo cenário da avicultura de postura

Luiz Roberto Angelotti

é Gerente de Produção da Katayama Alimentos

O consumo de ovos foi amplamente favorecido pela estabilização da eco-nomia e pelos programas sociais do

governo que permitiram a inclusão de mi-lhares de brasileiros no mercado consumi-dor. Mais recentemente, pesquisas compro-varam que não existe relação entre o colesterol presente no ovo e o aumento das taxas de gordura no san-gue, o que foi manchete nas principais mídias. Desta forma, o ovo voltou à moda e nutricionistas passaram a recomendá-lo como parte de uma dieta saudável, pelo seu valor nutritivo e versatilidade.

Apesar da dificuldade de encontrar dados esta-tísticos que exprimam exatamente a realidade, levando em conta um plantel de 80.000.000 de poedeiras, estimamos um consumo per capita na faixa de 150 ovos por ano, com enorme espaço para o avanço econômico con-siderando que o Brasil deve ter altas taxas de crescimento nos próxi-mos anos. Diante deste mercado em expansão, os avicultores mais capitalizados estão aumen-tando seus plantéis, adicionando-se os ga-nhos de produção e o melhoramento genéti-co a cada novo ciclo.

Dentro deste contexto, a tendência é a competitividade ainda mais exacerbada, pois os avicultores que administram melhor os seus custos fazem sua expansão com aviários mais modernos, em localidades com boa lo-gística e próximos às regiões produtoras de grãos, aumentando substancialmente as van-tagens em relação aos concorrentes que não apresentam evolução.

O cenário atual, para sobrevivência na atividade, exige do produtor bastante prepa-

ro e empenho, pois temos o consumidor cada dia mais informado, que quer saber como o alimento foi produzido e quais práticas fo-ram utilizadas. Com isso, as redes de super-mercados efetuam auditorias nos fornecedo-res para avaliar se os processos de produção e o produto final estão dentro de parâmetros aceitáveis de qualidade e segurança alimen-

tar. Em vista disso, há pouco tempo, o SIF esten-deu a fiscalização para to-dos os produtores de ovos, tornando-se obriga-tória a implementação de Boas Práticas de Fabrica-ção (BPF), Programa Pa-drão de Higiene Opera-cional (PPHO) e Critical Control Points (HACCP) e a inclusão no Programa Nacional de Resíduos e Contaminantes.

Os produtores terão ainda de regularizar o Registro de Estabeleci-mento Avícola de acordo com a Instrução Norma-tiva 59, recadastrando as granjas junto aos órgãos oficiais, que têm como objetivo auxiliar o Pro-grama Nacional de Sani-dade Avícola, visando a

uma detecção precoce de doenças como In-fluencia Aviária e Newcastle, para, no caso de um surto, salvaguardar o plantel avícola brasileiro.

Completando, nenhuma atividade eco-nômica terá sucesso se não houver respeito com o meio ambiente, a responsabilidade social e, sobretudo, a priorização do bem-estar animal e a segurança do trabalhador.

Como a atitude do avicultor é sempre de articulação, o setor se organizará e a maioria se habilitará, garantindo o abasteci-mento, com preços equilibrados, colaboran-do para a estabilidade econômica e política do país.

Tendência é a competitividade

ainda mais exacerbada, pois

os avicultores que administram melhor os seus

custos fazem sua expansão com aviários mais

modernos e em regiões produtoras

de grãos

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Ponto Final