20
ANO XVII, Nº 103 JUL-AGO-SET/2011 RESISTÊNCIA PARASITÁRIA os prejuízos que a falta de informação pode causar PECUÁRIA REPRODUÇÃO Ressincronização melhora resultados da IATF

Vet News- Pec Ed. 103

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista Vet News Pecuária- Ed. 103

Citation preview

Page 1: Vet News- Pec Ed. 103

ANO XVII, Nº 103 JUL-AGO-SET/2011

ResistênciapaRasitáRiaos prejuízos que a falta de informação pode causar

PECUÁRIA

RepRoduçãoRessincronização melhora resultados da IATF

Page 2: Vet News- Pec Ed. 103
Page 3: Vet News- Pec Ed. 103

Ano XVII, Nº 103, Jul-Ago-Set/2011

VetNews PEC é uma publicação trimestral, editada pela MSD Saúde Animal. Opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente os do informativo. Todos os direitos são reservados. Distribuição gratuita.

DIREÇÃO: Vilson Simon. COORDENAÇÃO: Vagner Santos e Luciano Salgado. CONSELHO EDITORIAL: Alexei Castro, Rui Vincenzi, Rogério Rossi, Sebastião Faria e Tiago Arantes. REDAÇÃO: TEIA Editorial. Jornalista Responsável: Kelli Costalonga (Mtb 28.783). Edição: Danielly Herobetta. Redação: Lillian Bento. DIAGRAMAÇÃO: Four Propaganda. REVISÃO: Liliane Bello.

www.msd-saude-animal.com.br | twitter: @msdsaudeanimal | facebook: MSD Saúde Animal

Sumário As atrações desta edição3

ExPEdIEnTE

E mAIs, nEsTA EdIção:

4 ConExÕEs E GIRos As novidades do setor de pecuária.

6 mElhoREs PRÁTICAsDoenças podais.

8 CódIGo FloREsTAl Os impactos na agricultura.

9 PERFIl Fazenda Reunidas ACP & Filhos.

17 FIqUE lIGAdo Nos eventos do setor.

18 UnIvERsIdAdE CoRPoRATIvAComo motivar equipes.

10

REsIsTênCIA PARAsITÁRIAFalta de informação sobre controle estratégico de parasitas pode torná-los mais resistentes, causando grandes prejuízos para o produtor.

REPRodUçãoConheça os resultados que a técnica de ressincronização tem trazido para a IATF.

14

Editorial

Vilson Antonio Simon, MV, MScDiretor-PresidenteMSD Saúde Animal

Da nossa Redação

Caro (a) Leitor (a) da VetNews,

Com esta edição estamos iniciando um novo tempo nos negócios de saúde animal no Brasil e no mundo. Em 29 de junho, foi anunciada globalmente a mudança de identidade para Merck Animal Health nos EUA e Canadá, e MSD Animal Health em todos os outros países em que estamos presentes. No Brasil, adota-mos o nome de MSD Saúde Animal.

Isso tem um significado muito importante para a nossa organização, pois a Merck Corp. Inc. decidiu abraçar a missão da saúde animal e colocá-la como uma divisão de negócios de importância estratégica para o futuro da empresa. É o que diz o CEO da Merck Global, Sr. Ken Frazier: “Vemos a saúde animal como totalmente complementar aos negócios de saúde humana e uma parte importante da estratégia de crescimento da Merck Corp. Inc.” Essa é uma demonstração de compro-misso público assumido com o desenvolvi-mento dos negócios em saúde, produtividade e bem-estar animal.

A mudança de nome nos faz reconhecer o valor da nossa história e permite, além do benefício da excelente reputação da Merck, viver profundamente em uma cultura base-ada em ciência, integridade e realização por meio das pessoas. Este novo “velho” nome sinaliza um recomeço.

O compromisso assumido por nosso Presidente Mundial da Saúde Animal, Sr. Raul Kohan, na ocasião do anúncio de nosso novo nome, é muito significativo para todos nós: “Vamos transformar nossa organização e ficar duas vezes melhores em tudo o que já fazemos. Promoveremos nossa posição como líderes da indústria e dobraremos os nossos negócios nos próximos seis anos por meio do crescimento interno e do desenvolvimento”.

A MSD Saúde Animal e cada um de seus colaboradores estão totalmente empenhados em trabalhar arduamente na busca da pros-peridade coletiva.

Muito obrigado pela confiança e amizade. Uma excelente leitura!

Page 4: Vet News- Pec Ed. 103

Novidades e principais assuntos do setor

Conexões e Giros4

Gtag® é adotado pela ACNB como programa genômico oficial da raça nelore no Brasil

Desde junho a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) adotou o GTag®, da MSD Saúde Animal, como programa genômico oficial, firmando uma parceria com a entidade. O acordo de colabo-ração inclui ações conjuntas na divulgação do Gtag® em todo o território nacional. Uma das primeiras ocorreu durante a Feicorte 2011, quando a ACNB, com o patrocínio da marca Gtag®/MSD, premiou tratadores e apresentadores. Para o Gerente de Produtos da MSD, Tiago Arantes, a

parceria representa um avanço para o Gtag®. “A ACNB é a associação mais importante do Nelore no Brasil e essa chancela era o que faltava para realmente o produto avançar”, comemora. Para mais informações sobre a raça e a parceria, visite o Blog do Nelore (www.blogdonelore.com.br).

Dia de Campo aborda tecnologias para excelência na produção leiteira

Para marcar o encerramento do ciclo 2010/2011, o VII Dia de Campo Unileite abordou, entre outros temas, as tecnologias dis-poníveis para a excelência na produção do leite. O evento ocorreu em junho, na cidade de Bom Despacho (MG), e contou com cerca de 200 participantes. Entre eles, diretores da Cooperbom, médicos, veterinários, engenheiros agrônomos, zootecnistas, técnicos agríco-las, produtores e funcionários de fazendas de diversas regiões. A equipe da Unileite – União Pela Excelência na Qualidade do Leite – realizou o evento com apoio da MSD Saúde Animal, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Itambé e da DeLaval. Passando por quatro estações, o evento contou com pales-tras do professor Lívio Molina, da Escola de Veterinária da UFMG,

sobre limpeza e manutenção do equipamento de ordenha; do repre-sentante da DeLaval, Rodrigo Rigolon, sobre nutrição, sólidos e qualidade do leite; e do representante da Itambé, Rafael Ferreira, sobre planejamento estratégico na prevenção e controle da mastite. A MSD Saúde Animal falou sobre tecnologias destinadas à obtenção de leite com padrão de excelência. O evento foi de grande importância para a integração de representantes de vários elos da cadeia produtiva do leite.

Equipe Unileite 2011

Estudo da UnB aponta os desafios na cadeia produtiva da ovinocaprinocultura

Pesquisa realizada pela CNA (Confederação da Agricultutra e Pecuária do Brasil) em conjunto com a UnB (Universidade de Brasília) aponta a falta de organização, informalidade e baixa rentabilidade como barreiras para o crescimento da produção de ovinos e capri-nos no País. O estudo foi apresentado em junho na reunião da Comissão Nacional de Ovinos e Caprinos da CNA e um dos pontos apresentados como necessário para este fortalecimento foi o investi-mento na qualificação da mão de obra dos profissionais que atuam no segmento. Um plano de ação elaborado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), está entre as pro-postas para a melhoria. O objeti-vo é promover o melhoramento genético dos rebanhos a partir da CEIP (Certificação Especial de Identificação e Produção), que já é utilizada na bovinocultura.

Embrapa investe em programa de melhoramento para gado de corte

Como parte das atividades do Programa de Melhoramento de Gado de Corte, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) realizou entre 5 e 8 de julho a 23ª edição do Curso de Melhoramento Geneplus, com foco na genética bovina. O evento ocorreu na sede da Embrapa – em Campo

Grande (MS) e contou com apoio de universidades públicas do Mato Grosso do Sul e do Paraná. Além de debates sobre os avanços do segmento para o aumento da produtividade e melhoria da carne, o curso contou com um dia de campo, realizado na Fazenda Modelo, em Terenos (MS). Além do curso, outras atividades integram o programa da Embrapa. Para saber mais, consulte www.cnpgc.embrapa.br.

Page 5: Vet News- Pec Ed. 103

Novidades e principais assuntos do setor

Conexões e Giros

MSD e APTA promovem treinamento para veterinários em Pindamonhangaba

A 2ª Intertemporada Técnica da MSD Saúde Animal reu-niu cerca de 120 veterinários, de todas as regiões do Brasil, na fazenda do Pólo Regional do Vale do Paraíba, em Pindamonhangaba. O espaço integra a APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), ligada à Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Entre 26 de junho e 1º de julho, profissionais que trabalham na MSD, em distribuidores associados e profissionais da APTA participaram de treinamentos práticos e palestras sobre diversos temas. Para Sebastião Faria, Gerente Técnico de Pecuária da MSD, o evento contribuiu com o propósito da APTA de envolver os polos regionais em atividades de pesquisa e difusão das tecnologias do agronegócio. “O polo é volta-do para esse tipo de atividade e já havíamos feito um dia de campo aqui sobre sanidade de bovinos, em novembro de 2010. Agora a parceria está ainda mais fortalecida”, afirma Sebastião. Entre as atividades realizadas, destacaram-se a prática de manejo racional, a aplicação de produtos, a realização de ultrassonografia para a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) e a realização de exames coproparasitológicos e do teste biocarrapaticidograma. Se de um lado a APTA cedeu o espaço do pólo regional, de outro, a MSD Saúde Animal ofereceu treinamento para os funcionários da fazenda, além de vacinas, vermífugos e outros produtos, como os brincos mosquicidas Expert® e Crestar®, este último utilizado nas atividades de IATF. Para o pesquisador da APTA José Roberto Pereira, foi uma parceria única. “Recebemos em nossa instituição téc-nicos de todo o território brasileiro. São profissionais que tiveram acesso ao nosso trabalho e vão divulgá-lo”, argu-menta. “Pelo que sei esse é um tipo de parceria inédita entre uma grande empresa e uma instituição de pesquisa, e a preocupação da empresa em aprimorar seu corpo téc-nico muito nos orgulha”, finaliza José Roberto.

Programa de capacitação forma distribuidoresda MSD de todo o País

O Programa de Atualização em Gestão Empresarial/Empreendedora (PAGE), promovido pela MSD Saúde Animal em parceria com a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Católica Portuguesa, concluiu em agosto a for-mação de mais uma turma de empresários. De acordo com o Gerente Comercial Brasil da Unidade Pet da MSD, Renato Teixeira, o objetivo do programa é atualizar e homogeneizar os conhecimentos e conceitos em toda a rede de distribuido-res das Unidades de Pecuária e Animais de Companhia. “Essa atualização é muito importante, pois coloca esses distribuidores em um patamar mais alto de administração moderna e profissional, o que aumenta a eficiência deles no campo”, avalia Renato. Entre os módulos trabalhados no curso estão os de Gestão de Pessoas, Comunicação Oral e Escrita, Estratégia, Planejamento, Contabilidade e Logística.

Depoimentos

‘’Participar do PAGE foi muito impor-tante para nossa distribuidora. Todos os nossos colaboradores, hoje, estão comprometidos a prestar um serviço de excelência a partir dos processos que aprendemos no PAGE. Todos buscam um contínuo apri-moramento de suas funções e sinto que estamos vivendo uma fase de muita evolução e amadurecimento profissional.”(Renato Paganini, Terra Produtos Veterinários – Campo Grande/MS)

“O PAGE é uma iniciativa muito feliz da MSD e é um tipo de capacitação que deve ser muito fomentada para que os distri-buidores possam crescer profissionalmente. Durante o curso temos a chance de aprender mais, expor dúvidas e dificulda-des e nos fortalecemos com a troca de experiências entre dis-tribuidores de todo o Brasil e os instrutores do curso. ”(Pedro Souza Filho, Multivet – Recife/PE)

CAPACITAção PRoFIssIonAl

Um Brasil que cresce forte e saudável

Esta é a marca da campanha do movimento Sou Agro, uma iniciativa multissetorial, de empresas e entidades representativas do agro brasileiro, que pretende reposicionar a imagem do agronegó-

cio nacional na sociedade brasileira, destacando suas contribuições positivas, como a geração de empregos e renda para a população, o alto padrão tecno-lógico, a garantia do abastecimento interno e o aumento do poder de com-pra das famílias, num papel histórico para o desempenho positivo da nossa balança comercial e para o desenvolvimento do Brasil. Seja Agro, acesse: www.souagro.com.br

Page 6: Vet News- Pec Ed. 103

resentes na pecuária leiteira mun-dial e nacional, as doenças podais preocupam por provocar prejuízos

impactantes na produção. Estudos indicam que uma vaca afetada pode deixar de gerar até 9,3 kg de leite por dia. O tratamento completo dura em média 25 dias, tempo suficiente para acumular prejuízos no rebanho. Apesar dos dados, é importante saber que cada caso é único e identificar o tratamento mais adequado para determinada propriedade é o primeiro passo para evitar perdas.

A importância de uma lesão podal é determi-nada conforme sua ocorrência e seu impacto no sistema de produção em que o animal está inse-rido. Primeiro é preciso identificar se o produtor está diante de uma lesão na parte mole, infecciosa, como dermatite digital, erosão do talão e coronite parasitária, ou uma lesão na parte dura, não infec-ciosa, como a laminite.

O segundo passo é cuidar da ferida, com curativos, antibióticos e anti-inflamatórios, nos casos de lesões em partes moles. Após fazer a identificação, a remoção e os curativos, o produtor deve se preocupar com o tratamento sistêmico para combater as causas do problema.

A escolha do antibiótico é muito impor-tante para reduzir os danos com a perda do leite, que deve ser descartado durante o uso do medicamento. O uso do antibiótico bacterici-da, como é o caso do Cobactan, com amplo espectro, tem apresentado alta eficácia e baixo descarte de leite – apenas 12 horas.

O Cobactan tem forte atuação tanto em pododermatites, quanto no aparelho gastroin-testinal, onde pode estar localizada a origem das doenças podais.

Anti-inflamatório reduz dor do animal

O uso do anti-inflamatório auxilia princi-palmente na redução da dor que o animal sente. Em casos agudos, como os de flegmão, que é uma lesão extremamente aguda, e em casos de hemorragias na sola, a atuação com analgésico auxilia na diminuição do problema.

Com dor, o animal produz ainda menos leite. Nestes casos, é recomendado o uso do Banamine®, que tem efeito analgésico com atividade anti-inflamatória e antipirética, evi-tando consequências da infecção.

Laminite está entre enfermidades podais mais preocupantes

Para o professor da Faculdade de Medicina Veterinária da UNESP em Botucatu Celso Antônio Rodrigues, entre as doenças podais mais preocupantes no Brasil está a laminite, que tem origem metabólica e é causada principalmente por distúrbios alimentares. O professor desenvolve pesquisas sobre o locomotor bovino e há alguns anos dedica-se ao estudo da doença, voltado para a identificação precoce e as formas de prevenção.

Ele explica que entre os principais fatores para a ocorrência estão os distúrbios alimentares. “Animais superalimentados, que recebem grande quantidade de concentrado, podem ter um dese-quilíbrio digestivo, que desencadeia um processo metabólico e culmina com a inflamação dos cascos”, explica.

A laminite pode se manifestar em sua forma aguda, mais fácil de ser diagnosticada, ou crônica, que é gradual e pode demorar até que seja percebi-da. No caso da forma aguda, a identificação é quase imediata, devido à claudicação. “O casco é um tipo de pele, que depende da nutrição que ocorre a partir dos vasos sanguíneos. É uma estrutura viva; sua porção interna é provida de vasos e sensibilidade e requer cuidados”, afirma o especialista.

O professor afirma que um dos problemas da doença no Brasil ainda é o fato de a maioria dos estudos existentes estarem voltados apenas para o tratamento das complicações causadas por ela. “O que queremos mostrar é que é preciso fazer o diagnóstico precoce, corrigir a alimentação, oferecer um ambiente confortável, higienizado e mudar algumas formas de manejo dos animais. Aí, sim, a prevenção será efetiva”, orienta.

Quando o assunto é a doença podal, a melhor opção ainda é a prevenção. Rodrigues explica que simples cuidados com a alimentação e com o ambiente onde os animais vivem são essenciais. “Animais de aptidão leiteira perma-necem confinados e esse ambiente precisa ter uma condição favorável de higiene, estar limpo e seco e com piso adequado para que os animais se deitem”, afirma.

Reduza o descarte de leite em casos deDoenças podais: prevenção, cuidados e tratamentos

Melhores Práticas6

IDENTIFICAR A LESãO E INICIAR TRATAMENTO SISTêMICO MAIS INDICADO, LOGO APóS A ELIMINAçãO DAS FERIDAS, PODE DIMINUIR PERDAS

P

Antibiótico certo

doençAs PodAis

Procedimentos de limpeza, contenção e curativos em casos de lesões podais

Celso Rodrigues na FMVZ – UNESP - Botucatu

Page 7: Vet News- Pec Ed. 103

MSD Saúde Animal homenageia

Doenças podais: prevenção, cuidados e tratamentos

Melhores Práticas

PecuAristA brAsileiro

Cuidados com a acomodação dos ani-mais são importantes para evitar que ocorram casos de estresse entre os bovinos. Segundo o professor, conforto tem tudo a ver com boa produção leiteira, uma vez que os animais precisam se sentir bem para ruminarem. “Se o animal rumina existem condições adequadas para o equilíbrio da flora dos pré-estômagos e do intestino, evitando doenças como as lesões podais”, explica Celso Rodrigues.

O professor alerta que as doenças podais podem ocorrer por diversos fatores.

“O acúmulo de lama no casco pode ser um problema, uma vez que, por não ter oxigênio circulando, a lama se torna um ótimo ambiente para crescimento e manutenção de bactérias e, devido ao contato constante, para infecções bacterianas”, adverte o professor.

Dessa maneira, uma das ações importantes entre os produtores de leite é a atenção aos

cascos dos animais, trabalhando com o pedi-lúvio, por exemplo. Celso Rodrigues alerta sobre seu uso. “Se for utilizado de maneira inadequada, com acúmulo de fezes e urina, baixa concentração, cascos demasiadamente sujos e número de passagens excessivas, acaba se tornando uma fonte de infecção. Por isso é importante que o produtor procure uma orientação profissional.” O especialista lem-bra que diversas universidades e empresas no Brasil oferecem o serviço de consultoria para os pecuaristas.

Exame termográfico auxilia no diagnósticoUma das maneiras de identificar lesões

é medir as alterações de temperatura nas diferentes regiões do bovino, o que pode ser feito com base em um exame chamado termografia. Celso Rodrigues afirma que, a princípio, o exame seria capaz de identificar

essas alterações antes mesmo de aparecerem manifestações no casco. “O exame produz imagens a partir de fotografias termográfi-cas, ou seja, imagens que correlacionam cor com temperatura e, por meio da coloração, é possível determinar se existe alguma inflama-ção”, explica o professor. Segundo ele, com a termografia não é possível fechar o diagnós-tico, mas quando o processo inflamatório é identificado pode-se buscar as causas.

Trata-se de um método que está sendo avaliado e ainda é pouco acessível aos pro-dutores, sendo disponibilizado nas universi-dades públicas e por um número limitado de veterinários. Para saber mais sobre as doenças que acometem os cascos dos bovinos, pode-se entrar em contato com o professor Celso Rodrigues na FMVZ – UNESP - Botucatu, especialista nesta área, pelo email [email protected].

urge um novo tempo para a saúde animal - nasce a MSD Saúde Animal. Além de ter a mais ampla variedade de

produtos farmacêuticos veterinários, vacinas, solu-ções e serviços de gerenciamento de saúde animal, traz a inovação em seu portfólio.

É neste momento especial de inovação que homenageia o pecuarista brasileiro. Para isso, acaba de lançar o vídeo: “A história do Pecuarista Brasileiro”, que narra a trajetória desse trabalhador desde os tempos mais remotos até os dias de hoje.

Trata-se de uma homenagem ao trabalho, à raça, à prosperidade, às origens, às boas práticas, bem como ao modelo atual da nossa pecuária, que busca competitividade e qualidade, melhorando os índices, os números e o bem-estar dos animais e daqueles que trabalham e vivem do setor.

Temos certeza de que, com a ajuda desse segmento, o Brasil será o maior responsável por abastecer o mercado mundial.

Prestigie esta homenagem acessando o link http://youtu.be/X8uoqR8V-BY

Parabéns, pecuarista!

Vilson Antonio Simon Diretor-Presidente da MSD Saúde Animal

s

Page 8: Vet News- Pec Ed. 103

nvolto em um clima de polêmica desde que foi aprovado na Câmara dos Deputados, em 25 de maio, o

novo Código Florestal tem sido tema de diver-gência entre deputados, senadores, represen-tantes do governo, ruralistas e ambientalistas. O conjunto de leis já seguiu para o Senado e, se houver mudanças no texto final, voltará para as mãos dos deputados e só então segue para a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionar. Mas este processo ainda parece longe do fim, diante de tantas divergências. A votação no Senado está prevista para agosto.

Defensora do agronegócio, a senado-ra Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), afirma que o Código Florestal, como está hoje, prejudica a produção agrope-cuária ao criminalizar boa parte dos produtores rurais. “Estamos há 15 anos tentando aprovar uma mudança. Não podemos adiar a votação de um Código Florestal que criminaliza 95% dos produtores rurais de todo o País”, disse a senadora durante audiência pública realizada em conjunto com a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

Kátia Abreu disse que apenas 27% do ter-ritório nacional estão ocupados com atividades agropecuárias e que, se forem somadas as áreas

de preservação que existem dentro das fazendas às terras indígenas, o País tem 61% de bioma original preservado. Em artigo publicado no seu site (www.senadorakatiaabreu.com.br), ela afirma que a polêmica em torno das alterações no Código Florestal serviu para tornar claras as diferenças entre produtores rurais e ambientalis-tas. “Os produtores rurais são otimistas em rela-ção ao futuro e desejam o aumento da produção e da renda”, argumenta ela. “Por imaginarem que os recursos da terra chegaram ao limite de utilização, os ambientalistas defendem a con-tenção e a modificação imediata do consumo por parte das pessoas. Para eles, o que importa é recriar ambientes naturais que existiam antes do capitalismo moderno”, opina a senadora sobre os políticos que se declaram ambientalistas.

De acordo com Kátia Abreu, é possível que o homem progrida com o agronegócio e se adapte às mudanças pelas quais o mundo passa. “Desde os primórdios, a história não tem sido uma narrativa de fracassos e de desastres, mas, pelo contrário, de adaptação criativa e de supera-ção”, afirma a democrata. “Os produtores rurais dependem da democracia para viver, produzir e progredir”, avalia.

Aldo Rebelo: “Código Florestal quer tirar agricultor brasileiro da ilegalidade”

Relator do projeto, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) afirma que a reforma no Código

Florestal é urgente. Em entrevista exclusiva à VetNews, ele disse que o fato de o texto ter sido aprovado na Câmara demonstra que o parlamento reconhece a necessidade de adaptar o texto antigo, de 1965, à nova realidade do campo no Brasil.

Um dos pontos polêmicos do texto-base é o que os ambientalistas têm chamado de anistia para os produtores rurais que tenham desmatado até julho de 2008. De acordo com o novo Código, todas as multas aplicadas até esta data seriam suspensas se o produtor ade-rir ao Programa de Regularização Ambiental e cumprir as regras. “A rigor, não é anistia, mas prescrição das penas, desde que o agri-cultor cumpra as exigências da lei”, enfatiza Aldo Rebelo. “A medida é justa porque mul-tas foram lavradas com base em legislação de efeito retroativo, quando desmatar não era crime”, completa.

Para o deputado, o Brasil sempre prote-geu e vai continuar protegendo suas cober-tura florestal. “O agropecuarista brasileiro sabe que a terra é o seu ganha-pão e precisa conservar a natureza para fazê-la produzir”, avalia. “O Brasil é o país que mais protegeu suas matas naturais, conservando ainda hoje uma cobertura florestal de 60% do seu terri-tório”, finaliza.

8 Código FlorestalA influência da reforma no agronegócio

código FlorestAlEm meio a polêmicas, ruralistas defendem reforma em

e

Senadora Kátia Abreu (DEM-TO)

Deputados Carlos Melles (DEM-MG) e Aldo Rebelo (PCdoB-SP) na Comissão Especial do Código Florestal na Câmara dos Deputados

Page 9: Vet News- Pec Ed. 103

s dois principais fatores para a Fazenda Capão Alto, do Grupo Fazendas Reunidas, figurar entre

as dez principais produtoras de leite do Brasil não parecem, à primeira vista, diretamente ligados à essa atividade. A propriedade, de Antônio Carlos Pereira e seus quatro filhos, fica no município de Carmo do Rio Claro (MG) e tem conseguido aumentar sua pro-dução a partir de uma administração diferen-ciada, com investimentos em agricultura e em recursos humanos. “Quem produz o leite não é a vaca, é a agricultura”, afirma o Engenheiro Agrônomo Leopoldo Antônio Pereira, o Léo, filho do proprietário, que garante que ter uma boa produção agrícola leva a uma melhor pro-dução de leite.

Força humana Além dos investimentos, o segundo fator

apontado como diferencial do grupo Fazendas Reunidas ACP & Filhos é o programa de valorização e bem-estar social do trabalhador. “Hoje a produção de leite no Brasil ainda é associada a um cativeiro porque a maioria das fazendas não se preocupa em dar folgas regulares ao trabalhador”, comenta Leopoldo.

A realidade reflete diretamente na queda da qualidade da mão de obra. O primeiro problema apontado pelo agrônomo é a alta rotatividade. “Se as condições de trabalho não são boas, o trabalhador logo sai e vai buscar outra fazenda em busca de melhor qualidade de vida”, afirma. Se neste período o produtor investiu na formação dessa mão de obra, todo o trabalho ficará perdido quan-do ela for embora.

A segunda consequência é a qualidade do trabalho. “Uma pessoa com o mínimo de qualificação não vai se sujeitar a essas con-dições e vai buscar qualidade de vida. Tanto isso é verdade que a maioria dos trabalhado-res da ordenha, no Brasil, tem qualificação muito ruim”, avalia Léo.

Para driblar essa realidade, a Fazenda pratica um regime de folgas semanais e incen-tivo da qualificação do trabalhador, com a realização de capacitações. “Nós ganhamos muito com esses benefícios. Temos, hoje, funcionários que estão conosco há mais de 30

anos”, comemora. Segundo o agrônomo, 48% dos funcionários estão na propriedade há mais de 10 anos, outros 27% têm de 5 a 10 anos de trabalho e apenas 17% têm menos de um ano de casa. “Durante o processo de ordenha o funcionário não pode estar desmotivado, cansado, porque isso reflete diretamente na produção”, garante.

Leopoldo lembra que esses dois fatores – preocupação com a agricultura e com o trabalhador – são praticados nas melhores fazendas leiteiras do País.

Há mais de 40 anos o grupo Fazendas Reunidas ACP & Filhos segue a filosofia de que para ser um bom produtor de leite é pre-ciso, antes de tudo, ser um bom agricultor. O

fundador da fazenda, o agropecuaris-ta Antônio Carlos Pereira, é natural de Guapé, mas desde jovem adotou Carmo do Rio Claro, em Minas Gerais, como sua terra natal.

Nessa cidade ele se casou e teve quatro filhos: os agrônomos Leopoldo Antônio Pereira e Carlos Augusto Pereira, a contabilista Helenice Pereira Carielo e o técnico agrope-cuarista Henrique César Pereira. Já na década de 1960, Antônio Carlos optou pela produção de leite e iniciou o investimento em agricultura para garantir uma boa rentabilidade com a

venda do produto.

modelo de ProdutividAdeFazenda leiteira investe em agricultura e se torna

PerfilFazendas Reunidas ACP & Filhos9

o

Carlos Augusto (Duto), Helenice, Leni, Antônio Carlos Pereira, Leo e Henrique

•900 vacas nelore com cria•1,2 mil vacas leiteiras•25 mil litros de leite ao dia

ALéM DA PECuáRIA:•250 hectares de milho, 200 de soja,

200 de café e 90 mil litros de cachaça por ano.

•120 funcionários•12% de crescimento médio ao ano

o GRUPo FAzEndAs REUnIdAs

Page 10: Vet News- Pec Ed. 103

CapaResistência parasitária10

cAusAPrejuízos

Falta de informação sobre resistência parasitária

a noite para o dia. Assim a produ-tora de leite Martha Guazzelli, de Campestre da Serra (RS), descreve o

tempo que foi necessário para que seu rebanho fosse completamente tomado por carrapatos no início de 2010. O tempo quente do verão e a umidade contribuíram para a infestação, mas o principal fator apontado por ela foi a falta de prevenção. “Minha fazenda estava completa-mente livre dos parasitas, o que fez com que eu não me preocupasse em realizar o controle estra-tégico e, por falta desse cuidado, acabei levando um susto enorme”, lembra a fazendeira.

Ela procurou ajuda para resolver o pro-blema, em uma das reuniões do Clube de Integração e Trocas de Experiências (CITE) que frequentava, e iniciou o controle. Hoje ela conta que não descuida do rebanho quando o assunto é carrapato. “Ainda fico assustada quando ouço casos de colegas produtores que

já não têm mais saídas, pois os carrapatos tornaram-se resistentes a todas as alternativas de medicamentos”, conta.

Casos como esses relatados por Martha são comuns no Brasil, principalmente devido à falta de informação. Segundo o especialista em para-sitologia João Ricardo Martins, da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) do Rio Grande do Sul, a resistência parasitária é um tema que deve ser levado a sério pelos produ-tores. “O principal instrumento para o controle são os carrapaticidas, mas ao longo do tempo os carrapatos têm conseguido metabolizar esses medicamentos, gerando a resistência”, explica.

João Ricardo afirma que entre os princi-pais problemas está o prejuízo para os pro-dutores. “Se o pecuarista estiver usando um produto sem saber que os carrapatos já estão resistentes, as perdas serão ainda maiores”, alerta. Além da ação espoliativa e dos danos à pele com as perfurações, os parasitas acarretam problemas como a queda da produtividade de leite, no caso do gado leiteiro. Com a resis-tência, torna-se necessário um melhor manejo do rebanho, o uso de mais produtos carrapati-cidas e, por consequência, um maior prejuízo econômico. Quanto mais tempo o produtor insistir em usar um carrapaticida inadequado, mais resistentes os parasitas ficam. “No início, a resistência é silenciosa e não é facilmente identificada. Esse fato explica a necessidade do monitoramento periódico da sensibilidade dos carrapatos aos carrapaticidas. O pecuarista

deve suspeitar de resistência parasitária se não observar redução da população de carrapatos dentro de 48 horas depois da aplicação do produto”, destaca o especialista.

Doenças podem ocorrer já na primeira infestação por carrapato

No Brasil, o carrapato Rhipicephalus (Boo-philus) microplus é a espécie que mais representa ameaça aos produtores. “É um carrapato que está amplamente difundido no País e transmite a enfermidade conhecida como tristeza para-sitária bovina”, afirma João Ricardo Martins.

Segundo ele, o mais importante é pre-venir surtos da enfermidade, por meio de uma convivência estável entre o carrapato, os bovinos e os agentes causadores da babesiose (protozoários do gênero Babesia) e anaplas-mose bovina (Rickettsia Anaplasma marginale). Isso se consegue garantindo que os bovinos tenham contato com carrapatos nos primeiros meses de vida, quando ainda estão protegidos pelos anticorpos maternos (imunidade passi-va). Após contato com carrapatos infectados, desenvolvem a imunidade ativa, que vai per-durar e protegê-los de reinfecções. “Esses são agentes bastante preocupantes para o rebanho brasileiro”, alerta o especialista.

Para evitar os prejuízos causados por uma infestação de carrapatos, os produtores têm pelo menos duas saídas. Uma delas é a pre-venção, que pode ser realizada pelo controle estratégico, e a outra é a associação entre pro-

TESTE PARA ANáLISE DE PARASITAS TEM CUSTO APROXIMADO DE 25 REAIS, MAS AINDA É POUCO DIVULGADO ENTRE PECUARISTAS

d

Martha Guazzelli, produtora de leite

Page 11: Vet News- Pec Ed. 103

CapaResistência parasitária

dutos inibidores de crescimento de parasitas ou medicamentos usados para eliminar os já existentes. O problema é que ao buscar um pro-duto o pecuarista pode esbarrar na resistência ao princípio ativo utilizado. O que faz com que a situação se agrave ainda mais.

“É importante a escolha do princípio ativo e é fundamental lembrar que, para recomendar algum produto, o profissional da área precisa conhecer a história do rebanho”, alerta João Ricardo Martins. Os objetivos são detectar se já houve entre os animais casos de resistência parasitária bovina e identificar o princípio ativo que será mais eficaz.

“Precisamos fazer testes em laboratório, como o biocarrapaticidograma, ensaio reali-zado hoje em diversas instituições públicas de pesquisa, como Embrapa, Fepagro/IPVDF e laboratórios de algumas universidades”, afir-ma. O valor desse teste é em torno de 25 reais, sendo que em algumas instituições é realizado até mesmo gratuitamente. Mas, apesar do baixo custo, ainda é pouco realizado no Brasil, con-siderando a demanda crescente das infestações.

Uma vez instalada, a resistência a um determinado produto é fortalecida quando o produtor insiste em usá-lo. A lógica é simples:

se um carrapato resistente cruza com outro na mesma situação, os indivíduos gerados são cada vez mais resistentes a esse produto. Por isso, o ideal é realizar o controle estratégico, que con-siste na aplicação do produto adequado, com o manejo recomendado e o menor número de vezes possível.

Foi o que fez a produtora de leite do Rio Grande do Sul Martha Guazzelli. “Me preo-cupo agora em fazer o controle estratégico para utilizar o produto adequado ao gado leiteiro e mais eficaz no combate ao carrapato”, garante. Martha conta que não está completamente livre do carrapato, mas que está livre das infestações. “O gado tem o contato com o carrapato, o que é bom para se tornar mais forte contra o parasita, mas o percentual é baixo e está tudo sob con-trole agora”, afirma, ao lembrar da infestação descontrolada que sofreu em 2010.

O controle estratégico é feito com cinco ou seis tratamentos com carrapaticidas de contato, em intervalos, geralmente, de 21 dias. Segundo explica João Ricardo Martins, da Fepagro, a melhor saída é começar o controle antes mesmo da estação do carrapato. “No Rio Grande do Sul, por exemplo, temos um maior número de infestações na metade da primavera. Então, é

preciso levar em conta o ciclo do carrapato, que é de 21 dias, e iniciar a aplicação dos produtos de controle”, recomenda. A vantagem é que quando é feito o controle logo na primeira geração de carrapato, a que vem em seguida, geralmente no mês de janeiro, já é afetada e o número de parasitas é diminuído.

“Mesmo que o produtor não tenha detec-tado nenhum carrapato, ele deve iniciar o controle estratégico e esta é nossa maior difi-culdade porque o produtor pensa que se não

João Ricardo Martins, especialista em parasitologia da Fepagro/RS

Page 12: Vet News- Pec Ed. 103

•São coletados cerca de 100 carrapa-tos adultos (teleóginas) que estejam cheios (1 cm). Eles devem ser reti-rados de bovinos que não tenham sido tratados com carrapaticidas há pelo menos 3 semanas.

•As amostras são acondicionadas em recipientes como caixas de papelão com pequenas perfurações ou gar-rafas pet de água mineral, também perfuradas.

•O produtor deve enviar as amostras ao laboratório o mais rápido possível por sedex ou transporte rodoviário.

•No laboratório, os carrapatos são selecionados. Os que apresentam algumas alterações de morfologia ou deformidades são retirados. Os demais são separados em grupos de 10 indivíduos e pesados.

•Em seguida são expostos por 5 minutos a diferentes soluções de produtos carrapaticidas, sempre considerando o produto utilizado na propriedade analisada.

•Importante ressaltar que o teste só é possível para os produtos de con-tato (organofosforados, piretróides, amidínicos, fipronil e as associações piretróides + fosforados).

•Após a exposição, os carrapatos são retirados e secos com papel-toalha. Em seguida são levados a incubação em estufas, onde o pesquisador acom-panha o desenvolvimento deles.

•O tempo médio para essa avaliação é de 28 dias, mas é possível uma avalia-ção prévia ao redor dos 7 dias, depen-dendo da necessidade do proprietário.

FONTE: Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul – Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor FEPAGRO/IPVDF (http://www.fepagro.rs.gov.br/)

Como é REAlIzAdo o BIoCARRAPATICIdoGRAmA

há carrapato não é preciso tratar”, informa João Ricardo. Ele lembra que o carrapato só é visto a olho nu após 14 dias de nascido e, quando isso acontece, já é tarde para iniciar o controle na primeira geração. “Cortar o ciclo do parasita é a estratégia que evita o recontaminação”, opina.

A temperatura e a umidade do ambiente também são fatores que ajudam a sobrevivência do carrapato. Portanto, é preciso que ocorra uma concentração de banhos nos animais em épocas desfavoráveis. Na região Centro-Oeste, por exemplo, a estação chuvosa é mais favorável à incidência e, portanto, deve haver nesse perí-odo uma estratégia para prevenção.

Qual o melhor carrapaticida e ondebuscar informação

A variedade de carrapaticidas no mercado é grande, mas qual o melhor produto? Esta é uma resposta que não pode ser dada sem uma prévia avaliação do rebanho, porque o medicamento que serve para uma propriedade pode não servir para outra. Apesar de se tratar de uma mesma espécie de carrapato, cada população/fazenda apresenta características de manejo diferentes, influenciando o resultado do produto. Tudo depende do histórico dessa população.

Devido a essa peculiaridade, o médico vete-rinário do Laboratório de Doenças Parasitárias

da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Beltrão Molento, alerta para a neces-sidade da realização dos testes de eficácia espe-cíficos. “Entendo que uma vez que o produtor tenha conhecimento desse detalhe fica mais fácil avançar no programa sanitário da propriedade. A transferência dessa informação é fundamental para que o sistema de produção possa ser mais sustentável. Minha sugestão é que as empre-sas atuem mais como consultoras e não como detentoras da solução”, sugere. Ele desenvolve na UFPR um estudo que busca mapear alguns estados para o gene da resistência. “O objetivo é criar uma rede de laboratórios no Brasil que possa atender o produtor de forma ampla, ofere-cendo sugestões práticas de manejo para evitar a resistência, não somente contra o carrapato, mas também contra as verminoses, com o desenvol-vimento de novos testes laboratoriais”, relata o médico veterinário.

Atualmente, no Brasil, é possível buscar informações, por exemplo, no site da Embrapa. Em 2009 a Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) lançou uma página na internet com informações para o produtor sobre con-trole estratégico. O site pode ser acessado pelo endereço http://carrapatos.cnpgc.embrapa.br. No espaço, o produtor encontra dicas, artigos e informações sobre como buscar ajuda.

CapaResistência parasitária12

Page 13: Vet News- Pec Ed. 103

Verminoses também apresentam resistência Assim como no caso dos carrapatos, o

controle estratégico também deve ser realizado para as verminoses. De acordo com informações da MSD Saúde Animal, os principais parasitas bovinos são os vermes redondos ou nematóides gastrointestinais e pulmonares. Normalmente são encontrados no intestino e no aparelho res-piratório. Há, ainda, os chamados vermes chatos (cestóides) e os vermes foliares (trematódeos), encontrados, principalmente, no fígado.

Para o professor Marcelo Beltrão Molento, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Brasil tem, hoje, uma grande preocupação com os prejuízos provocados pelo nematóide Haemonchus contortus, causador da hemoncose, e pela Cooperia sp, que atua no duodeno, produzindo um processo inflamatório com a presença de catarro e espessa-mento da mucosa do intestino.

Molento lembra que as perdas para o pro-dutor podem ser irreversíveis se não houver medidas preventivas e controle estratégico para essas verminoses. “O produtor já perde quando o animal não ganha peso, o que reduz a produção de leite em pelo menos 5%. Alguns animais mais sensíveis às parasitoses ficam apáticos e acabam morrendo mesmo após o tratamento”, alerta o veterinário.

O diagnóstico pode ser feito por exames clíni-cos, pela observação dos sintomas ou por exames coproparasitológicos, realizados com os ovos, larvas

e proglotes presentes nas fezes dos bovinos. “Com o teste, podemos medir o grau de resistência aos produtos e saber qual utilizar para um programa de prevenção às verminoses”, avalia Molento.

Tratamento e escolha do medicamentoEliminar completamente os vermes gastroin-

testinais e pulmonares é muito difícil, uma vez que a ação deve levar em conta a relação entre o hospedeiro, o parasita e o meio ambiente. Dessa forma, a recomendação é buscar diminuir a carga parasitária no animal e reduzir a contaminação ambiental. No momento de escolher o vermífugo para iniciar o tratamento é importante a presença

do veterinário para avaliar o rebanho.A busca deve ser por um produto que tenha

eficácia contra os vermes redondos, chatos e foliares e que atue contra todas as formas de desenvolvimento: ovos, larvas e adultos. Entre as soluções oferecidas pela MSD Saúde Ani-mal está o Solution®, que é também um ótimo auxiliar no controle de carrapatos. “O grande diferencial do Solution® está no controle de vermes resistentes. Por sua formulação ter uma associação de endectocidas, há uma somatória de eficácia e controle mais efetivo dos helmintos”, destaca o Gerente de Produto da MSD Saúde Animal, Tiago Arantes.

Alem do Solution®, a MSD oferece aos clientes uma avaliação da resistência parasitária e a implementação de programas de controle parasitário personalizados. Os veterinários da MSD vão até a propriedade do cliente e fazem a avaliação de OPG (contagem de ovos de vermes por grama de fezes).

No caso do controle de carrapatos, o Solu-tion® tem alta eficácia graças à ação da Iver-mectina e da Abamectina. Ainda assim, em casos de infestações elevadas é necessário o uso de ectoparasiticidas integrados em programas estratégicos. “Para a escolha do ectoparasiticida, sempre recomendamos a realização de biocar-rapaticidograma para verificar qual é o melhor produto para a situação específica da fazenda”, finaliza Tiago Arantes.

Marcelo Beltrão Molento, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

CapaResistência parasitária

Page 14: Vet News- Pec Ed. 103

ReproduçãoNovas tecnologias14

TÉCNICA QUE ATINGE MAIS DE 5,2 MILHõES DE ANIMAIS AUMENTA PRENHEz DE 50% PARA ATÉ 85%

ressincronizAção

s pecuaristas que apostaram na inse-minação artificial em tempo fixo (IATF) só têm a comemorar. A téc-

nica, que já vinha crescendo cerca de 20% ao ano e que já inseminou mais de 5,2 milhões de fêmeas, deve crescer em mais 15% a partir de outubro. O principal motivo para este avanço é o processo de ressincronização, que inova a técnica e permite que a mesma vaca seja inseminada duas vezes no prazo de 38 dias.

O ganho para o fazendeiro é elevado de 50% para até 85% de prenhez. Segundo o sócio da empresa GeraEmbryo e especialista em reprodu-ção bovina, Márcio Oliveira Marques, a técnica já foi realizada em pelo menos 3 mil fêmeas. “Os dados revelam que a técnica é muito eficiente e, em termos reprodutivos, a ressincronização tem confirmado a IATF como o recurso mais efi-caz em tecnologias reprodutivas para bovinos”, avalia.

Ele explica que com a IATF não é preciso observar o cio da vaca e em um único dia é possí-vel inseminar um lote inteiro de fêmeas bovinas. “Quando a última vaca do lote completa 30 dias de parida, todas já são inseminadas novamente”, conta Marques. Com a ressincronização, 28 dias após a inseminação os veterinários realizam um exame de ultrassonografia e as fêmeas que não estiverem prenhas passam novamente pelo pro-cesso 10 dias após o exame.

Touro pode ser dispensadoSegundo Márcio Marques, a vantagem é gran-

de em relação ao que era realizado há alguns anos. “O fazendeiro colocava touros para cobrir as vacas que ficavam vazias, mas um touro cobre apenas 30 vacas. Eram necessários diversos animais e, ainda assim, muitas não emprenhavam”, recorda.

Com a ressincronização, caso a meta de 80% de prenhez seja atingida, o touro pode ser dispen-sado. “Os fazendeiros economizam e ainda têm a vantagem de ter mais bezerros com genética agre-gada ou de cruzamento industrial, aumentando a qualidade do rebanho”, arremata.

Brasil investe no melhoramentogenético de bovinos

Mesmo com a evolução do processo e o aumento do número de pecuaristas que aderiram à técnica no último ano, o Brasil insemina ape-nas cerca de 10% das vacas, ao passo que Israel, por exemplo, já trabalha com 90% de reprodução por inseminação.

Apesar disso, os números da IATF seguem crescendo. “Na GeraEmbryo dobramos o núme-ro de IATFs realizadas. Temos fazendeiros que acompanhamos há mais de 15 anos e que só pro-

duzem bezerros de inseminação, já trabalhando sem o touro”, afirma Rubens César Pinto Silva, especialista em reprodução bovina e também sócio da empresa.

IATF ajuda fazendeiros do sul do País a manter competitividade

O avanço da agricultura no Brasil deu início a um processo de migração da pecuária para a Região Norte e parte do Centro-Oeste. Com esse proces-so, os pecuaristas da Região Sul tiveram de buscar alternativas para manter a atividade e encontraram na IATF uma aliada. O Paraná, por exemplo, responsável por 4,7% da produção de gado de corte no Brasil, de acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), é um dos casos de resistência à migração da pecuária para o norte do País.

O Estado vive uma forte expansão da agri-cultura, principalmente da atividade canavieira. “Com essa realidade, o gado tem que ser muito mais produtivo, muito mais funcional, e por isso a ressincronização é utilizada como uma aliada no melhoramento genético. Na Fazenda Dinorá, do Grupo Hofig, por exemplo, há 5 anos já não existem mais touros. Conseguimos

o

melhora resultados da IATF em até 35%

Bezerros da Fazenda HoRa Genética produzidos com a técnica de ressincronização

Equipe GeraEmbryo na IATF

Page 15: Vet News- Pec Ed. 103

ReproduçãoNovas tecnologias

eQuinos

Por volta dos 25 aos 30 anos, um garanhão é considerado idoso, estando naturalmente fora de seu período reprodutivo. Porém, ao contrário do que acontece entre os bovinos, a reprodução equina passa por algumas dificul-dades, devido à fragilidade do espermatozóide e a problemas de maturação do óvulo da égua. Para reverter esse quadro e aumentar a ferti-lidade desses animais, em sua maioria idosos, a técnica da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóide (ICSI) tem sido uma alterna-tiva utilizada nos EUA e na Europa.

No Departamento de Reprodução Animal da UNESP, em Botucatu (SP), a fertilização in vitro e a clonagem são técnicas estudadas para garantir a longevidade da vida fértil dos equinos. Com a ICSI, a penetração do esper-matozóide no óvulo é maior, quando compa-rada à fertilização in vitro.

“É muito difícil capacitar o espermatozói-de equino para entrar no óvulo, o que torna a ICSI fundamental para a produção in vitro de embriões”, explica o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP, em Botucatu, Marco Alvarenga. Essa téc-nica já tem produzido, segundo o professor, resultados comerciais nos Estados Unidos e

Europa, sendo que no Brasil começou a obter ganhos neste ano de 2011.

“A grande vantagem é permitir que cava-los que não seriam mais capazes de produzir embriões voltem a fazê-lo. Apesar de a efi-ciência ainda não ser muito alta, a técnica já começa a entrar no mercado brasileiro”, garante o professor. Com ela é possível obter potros de éguas com infertilidade senil e de garanhões com sêmen de baixa qualidade. “Ao contrário da genética bovina, que tem um melhoramento genético relativamente rápido, entre os equinos esse processo é lento”, expli-ca. “Por isso tanta preocupação em garantir

Técnica busca aumentar vidafértil de cavalos idosos

Entenda como funcionaa ressincronização

Após 28 dias de realização da IATF, o veterinário identifica com uma ultras-sonografia quais vacas estão prenhas.

Após esse processo, as chamadas vacas vazias, que não estão prenhas, são separadas.

Dez dias depois dessa separação, essas vacas são ressincronizadas, ou seja, passam novamente pelo pro-cesso da IATF, que ocorre 38 dias após o primeiro.

Vantagens da ressincronização

Aumento do percentual de prenhez de 50% para até 85%.

Melhoramento genético mais rápido, visto que todo bezerro de inseminação já nasce com sêmen de touros melhoradores.

Possibilidade de eliminar o touro do rebanho, visto que quando a IATF com ressincronização atinge a meta de 80% de prenhez já não é necessário que o touro cubra as vacas “vazias”. Esse fator gera significativa economia para o produtor.

Fonte: GeraEmbryo (www.geraembryo.com.br)

atingir um índice de prenhez de até 85%”, afirma Rubens.

Segundo o especialista, as outras formas de reprodução, como a transferência de embriões, ainda são realizadas no Brasil, porém estão estabi-lizadas. “Algumas estão até diminuindo, ao passo que a IATF só cresceu”, finaliza.

Marco Alvarenga, professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP

Rubens C. Pinto, Mário Ribeiro Jr. e Márcio Marques da GeraEmbryo

Page 16: Vet News- Pec Ed. 103

ReproduçãoNovas tecnologias16

que um garanhão com idade entre 28 e 30 anos possa estar ativo”, emenda.

ClonagemAinda sem resultados comerciais expressi-

vos, a clonagem começa a despontar também como uma possibilidade de garantir o melho-ramento genético entre equinos. “É um pro-cesso que se adapta melhor aos equinos do que aos bovinos, porque um clone pode começar a se reproduzir dois anos após o nascimento”, afirma Alvarenga.

Segundo explica, nos Estados Unidos já existem pelo menos 80 equinos nascidos de clonagem. No Brasil, o número ainda é peque-no, mas já existem empresas trabalhando com a técnica reprodutiva. “Na última reunião anual da ABRAVEQ, realizada em junho de 2011, houve a primeira comunicação de ges-

tações de clones equinos no Brasil, em Mogi Mirim (SP), mas o assunto ainda envolve muitas polêmicas entre as associações de cria-dores”, avalia.

Na prática, reprodução de equinos ainda enfrenta dificuldades

Apesar dos estudos para aprimoramento da reprodução desses animais, a realidade é que as técnicas utilizadas no Brasil ainda enfrentam dificuldades. Nesse cenário, a inse-minação com sêmen refrigerado permanece como a mais utilizada, devido às dificuldades de aplicação do sêmen congelado. “A dificul-dade é que o sêmen só tem 24 horas para che-gar ao destino, o que torna o processo mais caro, uma vez que depende de transportes terrestre e aéreo”, afirma Marco Alvarenga. A situação preocupa os produtores brasileiros,

já que, junto com os Estados Unidos, o Brasil é um dos maiores produtores de embriões de equinos do mundo.

Segundo ele, outra dificuldade ainda é o tempo de cio da égua. “São de 5 a 7 dias de cio e o sêmen congelado tem de ser colocado 12 horas antes ou até 6 horas após a ovulação, o que exige a observação do cio e um veteri-nário para acompanhar com avaliações ultras-sonográficas diárias”, relata. Para garantir um tempo de vida maior para o espermatozóide congelado, a UNESP de Botucatu também trabalha com o desenvolvimento de diluentes, como o Botucrio. Segundo explica Alvarenga, o produto é utilizado para proteger o esper-matozóide e garantir a qualidade deste após o descongelamento. “Foi um produto desenvol-vido dentro da UNESP e utilizado no mundo inteiro”, conta o especialista.

ovinos e cAPrinos

No caso de ovinos e caprinos, a IATF, juntamente com o uso da técnica transcervical e com uma dose de sêmen congelado, produz resultados médios de 50% a 60% de prenhez. A informação é da empresa de Biotecnologia e Genética Animal Top in Life, que desenvolve estudos e pesquisas para o melhoramento gené-tico nessas espécies.

Segundo o médico veterinário e sócio-diretor da empresa, Marcelo Roncoletta, o mais importante para a reprodução dessa espécie no Brasil é o desenvolvimento de uma técnica de inseminação transcervical facilitada. “Em caprinos não vemos necessidade de modificar a

técnica de reprodução. Acreditamos que pode-mos melhorar os resultados com adequações de protocolos hormonais de sincronização e indução de cio”, avalia. Outra preocupação é com o controle da qualidade do sêmen. “Neste aspecto estamos sempre antenados e avaliando novas técnicas”, conta.

As tecnologias têm permitido que qualquer categoria animal seja inseminada. “É possível a inseminação de qualquer animal (matrizes adultas ou borregas) e de qualquer raça, lanadas inclusive”, garante. Entre os ovinos, outras téc-nicas utilizadas são a laparoscópica e a cervical, sendo esta mais barata para o produtor.

Já no caso dos caprinos, duas técnicas podem ser usadas: a transcervical e a laparos-cópica, sendo a primeira mais simples e fácil. A transcervical é feita com a transposição de anéis cervicais na cabra e exige um posicio-namento adequado da fêmea no momento da inseminação, sem a necessidade de tracionar ou pinçar a cérvix. “Não recomendamos o uso da laparoscopia em caprinos, pois o pro-cedimento pode induzir à regressão precoce do corpo lúteo”, afirma Marcelo Roncoletta.

Para o especialista, é preciso investir em

técnicas de reprodução de ovinos e capri-nos para tornar o Brasil mais competitivo no mercado de carnes dessas espécies no mundo. “Vivemos uma situação de déficit de produção de carne no País. Potencial para nos tornarmos um dos grandes produtores mundiais existe, mas para isso são necessários investimentos em progresso e melhoramento genético”, finaliza.

Brasil precisa aumentar investimento para melhoramento genético de ovinos e caprinos

Fêmea contida para procedimento de inseminação artificial

Marcelo Roncoletta, da Top in Life

Page 17: Vet News- Pec Ed. 103

o qUE vEm PoR Aí

Fique Ligado……nos eventos do setor17

ii congresso internAcionAl de Produção AgroPecuáriA reúne esPeciAlistAs nA bAhiA

e 06 a 08 de setembro, Piracicaba (SP) receberá o 26º Simpósio sobre Manejo de Pastagem, pro-

movido pela Fundação de Estudos Agrários Luiz Queiroz (FEALQ). O evento falará sobre os problemas ligados à economia da produção animal em pastagens, apresentará estudos recentes que apontam novas soluções no manejo e abordará, ainda, os mercados da

carne bovina e do leite, bem como a integra-ção da lavoura com a pecuária.

26º Simpósio sobre manejo de pastagemData: 06 a 08 de setembro de 2011Local: Piracicaba (SP)

ntre os dias 29 e 31 de agos-to pecuaristas estarão reunidos em Salvador (BA) para discutir o futu-

ro da produção agropecuária. O objetivo é fortalecer a pecuária brasileira e incentivar o aumento da competitividade nacional. O congresso será realizado pela Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Bahia (Accoba), em parceria com a Associação Baiana de Avicultura (Aba) e a Federação Baiana de Apicultura e Meliponicultura. O

evento é destinado a produtores rurais de todo o País e tem preço especial para estudantes de graduação e pós-graduação.

II Congresso Internacional de Produção Agropecuária Data: 29 a 31 de agostoLocal: Salvador (BA)

26º simPósio AbordA gAnhos com o bom mAnejo de PAstAgem

Informações e inscrições:

www.gt5.com.br

d

e

TecnoCarne 2011De 23 a 25 de agostoSão Paulo, SP.

Agrobode 2011 e 4° CAPRILEITEDe 14 a 18 de setembro - Petrolina, PE.

XIV Seminário de Pecuária de Leite de Goiás 6 de outubro - Goiânia, GO.

II Encontro Científico de Produção Animal Sustentável6 e 7 de outubro - Nova Odessa, SP.

Copa de Andamento Matsuda Mangalarga - Copa Regional de Atibaia8 de outubro - Atibaia, SP.

Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite 2011)De 31 de outubro a 4 de novembro - São Paulo, SP.

38º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária (CONBRAVET)De 1 a 4 de novembro - Florianópolis, SC.

24ª Feira Internacional da Agropecuária (FENAGRO 2011)De 26 de novembro a 4 de dezembro - Salvador, BA.

Informações e inscrições:

www.fealq.org.br

Page 18: Vet News- Pec Ed. 103

Universidade CorporativaGestão financeira dos negócios18 Universidade CorporativaComo motivar equipes18

otivar as pessoas é um dos maiores desafios dos profissionais em busca de resultados. No varejo isso é muito

claro. O vendedor abre a loja pela manhã, toma café, lê o jornal e espera o primeiro cliente che-gar. Ao entrar no estabelecimento, identifica o que o comprador deseja, verifica se a loja possui o produto ou o serviço, preenche um pedido, cobra e entrega.

Relatando dessa forma, uma venda seria igual a qualquer outra. Dá para acreditar que existe moti-vação em agir da mesma maneira todos os dias? A motivação surge de um objetivo maior e nesse item está o maior desafio do líder: como entender o que motiva cada um de nossos liderados? A maioria das pessoas espera por recompensas, mas que tipo delas pode ser oferecido? No meu entendimento existem dois tipos: Financeiras e Sociais.

As recompensas financeiras são as mais fáceis de serem dimensionadas e, também, esquecidas. Um exemplo: se o estabelecimento atingir um valor “X” em vendas, todos ganham um bônus sobre o salário. Nesse caso, basta uma planilha Excel para calcular o ganho versus o bônus. Mas dinheiro é um item suplementar. Imaginem alguém que tenha ganhado 30% a mais em um mês. Gastou esse dinheiro de comissão, bônus ou prêmio, esqueceu da recompensa.

Já a recompensa social é mais duradoura e eu a divido em três grupos: Carreira, Relaciona-mento e Promoção/Demissão.

A recompensa ligada à carreira tem necessi-dades gerenciais. Primeiro é necessário possuir um Plano de Carreira. O profissional precisa saber que está no nível B e que, se atender às necessidades do nível A, poderá ser promovido. Esse plano tem que ser transparente e entendido por todos. Mas como os dez funcionários de uma loja podem ter a expec-tativa de serem promovidos? Para criar a esperança da promoção, a empresa tem que crescer. Não existe motivação sem crescimento. Se a sua empre-sa tem uma única loja, o seu objetivo em ter mais uma já motivará os profissionais a se superarem, a fim de pleitearem o cargo de gerente da nova loja.

motivAção:cada dia um novo desafio.m

Ronaldo Nuzzi*

* Ronaldo Nuzzi é formado em matemá-ticas aplicadas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com espe-cialização e mestrado em universidades norteamericanas e européias. Atualmen-te, é presidente, no Brasil, da Thompson Management Horizons, empresa cana-dense de consultoria estratégica.

A segunda necessidade da recompensa social é o feedback. Não existe nada mais constrangedor do que uma pessoa achar que está fazendo tudo certo e a gerência pensar em demiti-la. O feedback tem que ser constante. Não é prazeroso dizer às pessoas que elas estão se saindo abaixo das expec-tativas, mas é necessário, pois a partir desse posi-cionamento será possível ao funcionário traçar seu Plano de Desenvolvimento Individual.

Por fim, o Relacionamento entre as pessoas é outra forma de recompensa. Um ambiente com-petitivo não é recomendando para grupos peque-nos. Incentivar o relacionamento entre as pessoas por meio de eventos é outra forma de solidificar as relações. Contudo, o líder tem que saber o limite entre a “empresa” e o “clube de amigos”.

Conforme o desempenho de cada um, existe a possibilidade de Promoção/Demissão. Se o gerente não está atingindo suas metas, ele será demitido e, assim, sua vaga será disputada pelos outros profissionais que se apresentam como mais capazes. Isso é válido independentemente de, socialmente, gostarmos ou não do gerente. É válido para todos da empresa.

Em um gráfico teríamos:

A experiência tem demonstrado que inves-tir em motivação e recompensa cria um cresci-mento virtuoso.

Trata-se de um ciclo. Logo, independen-temente do tamanho da empresa, conceitos gerenciais são essenciais para que ela cresça e se estabeleça. Está comprovado que, com as ferra-mentas corretas, liderança gera motivação.

Criarecompensas

Melhoradesempenho

Ganha mais

Fonte: Ronaldo Nuzzi

Contrata, promove ou

demiteprofissionais

A empresacresce

Financeiras:

ComissãoBônus

Prêmios

Sociais:

Carreira

RelacionamentoPromoção /Demissão

- Plano de Carreira- Feedback- Plano de

DesenvolvimentoIndividual

Motivação

Recompensas

Fonte: Ronaldo Nuzzi

Page 19: Vet News- Pec Ed. 103
Page 20: Vet News- Pec Ed. 103

Mudou-seDesconhecidoRecusadoEndereço insuficiente

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___

___/___/___ ______________________________ RESPONSÁVEL

Informação escrita pelo porteiro ou síndicoFalecidoNão existe o nº indicado

AusenteNão procurado

IMPRESSO – Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT

DEVOLUÇÃOGARANTIDACORREIOS

Endereço para devolução: av. Sir Henry Wellcome, 335, Moinho Velho, Cotia-SP, 06714-050