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ANO XVIII, Nº 107, JUL-AGO-SET/2012 SECA: planejamento para evitar prejuízos PECUÁRIA Medicamentos Como montar a farmácia na fazenda

VetNews PEC 107

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Nesta Edição: Planejamentos para evitar prejuízos com a seca e ainda, como montar a farmácia na fazenda

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Ano XVIII, nº 107, Jul-Ago-Set/2012

Seca:planejamento para evitar prejuízos

PECUÁRIA

MedicamentosComo montar a farmácia na fazenda

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Ano XVIII, nº 107, Jul-Ago-Set/2012

VetNews PEC é uma publicação trimestral, editada pela MSD Saúde Animal. opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente os do informativo. todos os direitos são reservados. Distribuição gratuita.

DIREÇÃO: Vilson Simon. COORDENAÇÃO: Vagner Santos. CONSELHO EDITORIAL: Alexandre Alves, emerson Botelho, Rodrigo goulart, Sebastião Faria, tiago Arantes e tiago lopes. REDAÇÃO: teIA editorial. Jornalista Responsável: Kelli Costalonga (Mtb 28.783). edição: Danielly Herobetta. Redação: Érica nacarato, emily Mendes e Stefanie leipert. DIAGRAMAÇÃO: Four Propaganda. REVISÃO: liliane Bello.

www.msd-saude-animal.com.br | twitter: @msdsaudeanimal | facebook: MSD Saúde Animal Sugestões e comentários envie para: [email protected]

Sumário As atrações desta edição3

ExPEdIEntE

Editorial

Emerson BotelhoGerente de Produtos MSD Saúde Animal

Da nossa Redação

E mAIs, nEstA EdIção:

4 ConExÕEs E GIRos As novidades do setor de pecuária.

8 PEsqUIsAtripanossomíase avança no nordeste brasileiro.

14 FIqUE lIGAdoConheça os eventos do setor de produção animal.

15 ConGREssoConheça o studiobovine.com.

16 PERFIltrês Corações.

18 UnIvERsIdAdE CoRPoRAtIvAMerchandising no mercado veterinário.

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Caro (a) Leitor (a) da VetNews,

entre abril e outubro enfrentamos um problema que atinge não só a saúde da população, como também os negócios de muita gente: a seca. Presente, e muitas vezes de forma cruel, especialmente nas Regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste e nordeste do País, ela prejudica a qualida-de e a quantidade de pasto usado na ali-mentação do rebanho, que, por sua vez, não supre sua demanda por nutrientes para um bom crescimento.

Por isso, saber o que fazer e tomar as medi-das certas nessa época é fundamental para evitar prejuízos, não deixando que caia a fer-tilidade e a condição do rebanho como um todo. Para esclarecer as dúvidas e auxiliar produtores, Médicos Veterinários, funcioná-rios ou quaisquer outros profissionais envol-vidos no agronegócio, conversamos com especialistas sobre os cuidados e estratégias para fugir das deficiências alimentares ocor-ridas nos meses mais secos do ano. A ideia foi englobar tanto o gado de leite como o de corte, mostrando que o problema, que a princípio é um só, deve ser lidado de forma diferente para cada tipo de criação.

Ainda com o intuito de alertar e ser uma ferramenta de informação e auxílio, trouxe-mos nesta edição uma discussão sobre a tri-panossomíase, uma doença que preocupa os pecuaristas e que vem sendo responsável por grandes prejuízos no nordeste brasi-leiro. Causada pelo parasita Tripanosoma vivax, ela apresenta, no Brasil, quadro clíni-co patológico semelhante ao observado nos rebanhos africanos, caracterizado por altas taxas de morbidade e mortalidade.

nesta edição da Vetnews PeC, aprenda também como montar uma farmácia na fazenda, visando a um controle sanitário eficiente e ao baixo índice de desperdício de medicamentos. Conheça, ainda, a Fazenda Cobiça, em três Corações/Mg, referência em qualidade na produção de leite e no empreendedorismo de seus proprietários.

uma ótima leitura e até a próxima.

sECAPecuária brasileira enfrenta a sazonalidade na produção de plantas forrageiras e deficiências nutricionais das pastagens, base do sistema de criação nacional.

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mElHoREs PRÁtICAsFarmácia na fazenda: como montar?O papel de um consultor pode ser decisivo.

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Novidades e principais assuntos do setor

Conexões e Giros4

Equipe durante a Intertemporada Técnica em Pirassununga/SP

Capacitação profissional

MSD Saúde Animal realiza a terceira edição da Intertemporada Técnica no campus da USP em Pirassununga/SP.

em julho a MSD Saúde Animal reuniu toda a equipe de geração de demanda para a III Intertemporada técnica, que, neste ano, teve como sede as instalações da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da universidade de São Paulo (FMVZ/uSP), no campus de Pirassununga/SP. Ao todo, 146 profissionais da empresa participaram dos treinamentos práticos e palestras da semana de 2 a 6 de julho. “Durante os cinco dias tivemos a oportunidade de trocar experiências e desenvolver ainda mais nossos relacionamentos e negócios. nossas equipes estiveram no campus de Pirassununga da uSP para aperfeiçoar seus conhecimentos técnicos e sua capacidade de geração de demanda”, explica Sebastião Faria, gerente técnico de Pecuária.Segundo o professor Francisco Palma Rennó, do departamento de nutrição e produção animal da uSP, a interação entre a empresa e a universidade é sempre positiva para ambas as partes, uma vez que a primeira tem condições de difundir tecnologias e conhecimento técnico e a segunda colabora no auxílio ao desenvolvimento de novas tecnolo-gias e soluções para os produtores brasileiros.Se por um lado a faculdade ofereceu o campus e suas instalações, por outro os profissionais da MSD Saúde Animal conseguiram beneficiar os estudantes que atuam nas unidades laboratoriais. graduados e pós-graduados da FMVZ trocaram experiências com os Veterinários, promovendo, além da aproximação, um intercâmbio técnico de ideias e inovações.A Intertemporada técnica é um evento da universidade Corporativa da MSD Saúde Animal, voltado para a reciclagem dos Veterinários que compõem a equipe de serviços técnicos da empresa e seus distribuido-res. Para Rennó, a capacitação deve ser um processo contínuo e diri-gido, para sempre atender às demandas pontuais dos envolvidos. “os benefícios gerados são grandes, porém, em algumas vezes, de difícil mensuração, especialmente porque os resultados não aparecerem a curto prazo”, explica. “no entanto, somente a interação ente os diferentes agentes no processo de capacitação, por si só, já traz ganhos para a corporação”, completa.Além da Intertemporada técnica, a empresa realizou também a Intertemporada Comercial, no final de agosto.

Governo amplia investimentos para 7,4% no setor agrário

A produção agrícola e pecuária será fortalecida com os investimentos do governo Federal para as safras de 2012/2013. Serão liberados R$ 115,2 bilhões, 7,4% a mais do que no ano passado. o maior investimento vai bene-ficiar custeio e alimentação, chegando a R$ 86,9 bilhões. Para operações de investimento, foram destinados R$ 28,2 bilhões. A taxa de juros será de 5,5% ao ano, contra 6,75% do plano passado.o plano safra traz novidades principalmente para a pecu-ária brasileira. Foi renovada a linha de financiamento para aquisição de matrizes e reprodutores de bovinos, caprinos e ovinos, tendo sido desenvolvida também uma linha espe-cial para os criadores de suínos.Agora, cada produtor poderá financiar até R$ 1,2 milhão para retenção de matrizes e reprodutores de bovinos, capri-nos e ovinos. o prazo de pagamento é de dois anos, com juros de 5,5% ao ano.

Nova lei beneficia negociação do leite

uma lei publicada no Diário oficial da união em junho vai benefi-ciar produtores de leite. As empresas de laticínios deverão informar o preço do leite até o dia 25 do mês anterior à entrega do produto nas indústrias, dando uma margem para criadores negociarem e

fecharem negócio com empre-sas que pagam mais. A lei atende a uma reivindicação dos produtores de leite, que pediam que a indústria informasse um preço de referência. De acordo com o jornal do Senado, o senador Acir gurgacz (PDt-Ro), relator do projeto da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), comemorou a sanção presidencial do PlC 80/11.Para ele, os produtores de leite terão melhores condições para negociar o preço do produto.

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Novidades e principais assuntos do setor

Conexões e Giros

Empresa Neozelandesa inova no mercado lácteo com produto que auxilia na qualidade do sono

um leite de vaca que promete melhorar a qualidade do sono e o estresse das pessoas chega ao mercado asiático em março do ano que vem. Chamado de Sleeping Milk ou Night Milk, o produto foi criado pela empresa Synlait, especialista em pro-

duzir leite em pó com valor nutricional elevado, localizada na nova Zelândia.esse leite é mais rico em uma substância chamada melatonina, por ser coletado nas primeiras horas da manhã. Após inúmeras pesquisas, especialistas concluíram que as vacas Holandesas produzem essa substância em maior quantidade durante a noite. Assim, a primeira ordenha é feita às quatro horas da manhã e o produto é enviado à fábrica. A melatonina é isola-da e transformada em pó para, em seguida, ser adicionada a outros tipos de leite em pó, normal ou desnatado.os desenvolvedores acreditam que o potencial do leite é grande, uma vez que pode ser útil a todas as sociedades modernas. o produto será vendido em sachês, sendo indicado para quem tem sono agitado, sofre de insônia ou estresse.

Estudo auxilia na prevenção do scrapie

Pesquisadores da empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (embrapa) e da universidade Federal do Rio grande do Sul (uFRgS) desenvolveram um estudo genético com ovinos para detectar a suscetibilidade ao scrapie, uma doença neurodegenerativa fatal que ataca o sistema nervoso, bastante comum nesses animais.Foram avaliados genomas de 1,4 mil ovinos de 13 raças, nacio-nais e importadas. Segundo os pesquisadores Samuel Paiva e Alexandre Caetano, os ovinos podem ser classificados em alta-mente suscetíveis, suscetíveis ou resistentes a doença, dependen-do da combinação genética. Paiva explica que menos de 4% dos animais analisados eram por-tadores dos genótipos para alta suscetibilidade à doença e perten-ciam a cinco das 13 raças analisadas, incluindo três naturalizadas no Brasil – Morada nova, Santa Inês e Rabo largo. esse estudo facilita a incorporação aos programas de conservação e melhora-mento genético de ovinos no Brasil, demonstrando que, além de investir em políticas públicas para conter a disseminação da doen-ça, o País precisa também fortalecer o controle e o monitoramento da importação de material genético.

EUA planejam comprar US$ 170 milhões em carnes para ajudar produtores

o presidente dos estados unidos, Barack obama, anunciou um plano de ajuda a produtores rurais que prevê a compra de até uS$ 170 milhões em carnes suína, ovina, de frango e de peixes. o objetivo é atenuar os prejuízos causados pela forte seca no país.os produtos serão comprados pelo Departamento de Agricultura dos estados unidos (uSDA) e repassados a programas de assistência alimentar. o governo desembolsará uS$ 100 milhões com derivados de carne suína, uS$ 50 milhões com frango e uS$ 10 milhões com carne ovina e peixes. essa será uma oportunidade para os produ-tores aumentarem as vendas de seus produtos, proporcionando preços mais acessíveis aos consumidores.

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Farmácia na fazenda – como montar?

Melhores Práticas6

desperdíciode medicamentos

Planejamento contribui para o controle sanitárioe baixo índice de

ter uma propriedade rural organizada é essencial para alcançar a produção que se deseja. A mesma premissa

vale quando o foco é a saúde do rebanho. Ter um rigoroso controle sanitário, garantindo ganhos e evitando perdas, é necessário, prin-cipalmente quando se trata de medicamentos.

Conhecer as principais enfermidades que acometem o rebanho e estar preparado para combatê-las são tarefas fundamentais para quem não quer lidar com imprevistos. Para isso, é necessário estruturar um local específico, apropriado para armazenar e estocar os fárma-cos usados na prevenção, no tratamento e no controle das doenças.

De acordo com o consultor técnico da MSD Saúde Animal Rafael Radaelli Massoli, o sucesso se dá por meio do diagnóstico preciso da enfermidade e do cuidado imediato – daí a importância da instalação das farmácias nas propriedades. “Com uma armazenagem mínima de produtos, é feita a reposição de acordo com o consumo, evitando ‘zerar’ o estoque e mantendo o rebanho sempre saudável”, explica.

A montagem começa pela escolha do local, que não deve ser dividido com alimentos ou venenos e deve contar com estantes ou armários, sem umidade e sem incidência de luz solar. Além disso, o espaço deve ser arejado e, de preferência, deve estar próximo de onde o manejo é realizado.

OrganizaçãoGrande quantidade de medicamentos acu-

mulados, rótulos repetidos, produtos vencidos junto aos que estão dentro do prazo de vali-dade e falta de controle na utilização podem prejudicar os animais, trazendo prejuízos à propriedade. Por isso, a gestão da farmácia faz--se tão necessária, e, neste cenário, o papel de um consultor pode ser decisivo.

Segundo Daniel Rodrigues, consultor em pecuária da MSD Saúde Animal, os profis-sionais podem auxiliar desde a organização dos armários, feita de acordo com a classe terapêutica, até a elaboração dos protocolos que tornam o uso mais eficiente. Um dos exemplos

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Farmácia na fazenda – como montar?

Melhores Práticas

é o protocolo de tratamento de acordo com a enfermidade. “Faz-se o uso dos medicamentos de forma racional e de controle fácil. Uma vez identificada a doença, sabe-se qual será utiliza-do”, salienta Rodrigues.

No controle das prateleiras, a regra é sim-ples. “O primeiro produto que entrou na prate-leira será o primeiro a sair do estoque”, explica Massoli. Com uma planilha eletrônica, na qual são anotadas as entradas e saídas, é possível saber o custo de cada tratamento por animal e por lote, e quando o estoque passa da quanti-dade mínima.

Para reforçar diariamente os conceitos apresentados pelos consultores, as proprieda-des ainda recebem quadros ilustrativos com as indicações de uso, dosagem recomendada, via de aplicação e carência para abate ou utilização do leite.

A dose certaDesde que intensificou a pecuária em

2004, quando iniciou a modalidade boitel, a Companhia Agropecuária Monte Alegre (CMA), localizada em Barretos/SP, alavan-cou o número de animais em confinamento. E a capacidade de produção aumentou ainda mais quando o proprietário iniciou uma parceria com um frigorífico, em 2007, depa-rando-se com a necessidade de intensificar o trabalho sanitário.

André Luiz Perrone dos Reis, proprietário da CMA, define a parceria com a MSD Saúde Animal como fundamental para reforçar a prevenção e o diagnóstico curativo dos ani-mais alojados em confinamento, que somam, atualmente, 16 mil cabeças. “A capacitação, o treinamento constante e a implementação de uma farmácia amparada pelos processos ideais de armazenagem e estocagem geraram um grande benefício e confirmaram nossa parceria. Com isso, contemplamos desde o pecuarista até a indústria, com melhor qualidade do produto final”, comenta Reis.

Investir em uma farmácia equipada e realizar manutenções diárias são fatores que contribuem para a economia na Agropecuária Araça. A pro-priedade tem uma produção diária de 3 mil litros de leite e tem investido na genética de reposição e comercialização. Com a orientação da MSD, foi mantido um planejamento adequado, com suporte desde a compra do medicamento até a reposição do estoque.

O gerente da propriedade, Ari Eduardo de Farias Filho, explica que a propriedade conse-guiu reduzir um custo alto mantendo um esto-

que básico de medicamentos. “Conseguimos economizar de 25% a 30% do investimento em insumos, devido ao planejamento que temos feito. Assim, podemos negociar na hora da compra”, comenta.

Cuidados – gado de corteApesar de a organização da farmácia nas

fazendas partir do mesmo princípio, a otimiza-ção dos processos e o favorecimento à aplicação correta de medicamentos variam de acordo com o tipo de produção. Seja para gado de corte criado a pasto, gado de corte terminado em confinamento ou gado de leite, o produtor deve seguir um planejamento sanitário adequado para cada atividade.

Considerando que as adversidades em cada produção dependem das influências do clima, do terreno e das pastagens, as enfer-midades variam substancialmente em todo o território brasileiro.

No gado criado a pasto, o pecuarista deve prevenir-se contra as doenças infectocontagio-sas, como febre aftosa, raiva, brucelose e clos-tridioses. Para o controle dessas enfermidades empregam-se vacinações rotineiras e, dessa forma, o consumo dos produtos é programado, sem necessidade de grandes estoques. As para-sitoses também merecem atenção especial nesse tipo de produção, como verminoses, infestações por carrapatos e moscas-dos-chifres, berne e miíases, que também devem ser prevenidas por meio de endectocidas.

Enquanto a criação a pasto segue uma média de uma unidade animal (UA equiva-

lente a 450 quilos de peso vivo) por hectare, a lotação média do gado em confinamento chega a um animal por 12 metros quadrados. O produtor deve estar preparado para agir contra as verminoses, clostridioses e doenças respiratórias, que podem aparecer devido à aglomeração e às mudanças alimentar e de ambiente desse tipo de manejo.

Cuidados – gado de leiteNa atividade leiteira, os desafios para a pre-

venção e o tratamento dos animais também são relativos. Como eles podem ser criados tanto a pasto, como em estábulos, o produtor deve estar atento aos problemas mais comuns, como mastites e problemas nos cascos.

A saúde das glândulas mamárias é um dos grandes desafios na produção de leite, segundo o consultor Daniel Rodrigues. Doenças que acometem as mamas são muito comuns e são responsáveis pela queda na produção leiteira, como também pela alta morbidade nas fazen-das. “A mastite, por exemplo, é uma doença de transição rápida. Por isso, é preciso estar preparado”, salienta.

Outro fator que dificulta o planejamento das farmácias é o trato com os bezerros. Rodri-gues complementa que no caso dos novilhos é necessário estar preparado para doenças como diarreia e pneumonia, sendo que vários ani-mais podem apresentar sintomas. “O acom-panhamento do consultor acaba se tornando fundamental para o planejamento da farmácia. Acompanhando a fazenda, consegue-se mini-mizar essas doenças”, explica.

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8 Pesquisa Tripanossomíase avança no Nordeste brasileiro

doença preocupapecuaristas da regiãoo

Animal com perda de peso devido à tripanossomíase

rápido crescimento da pecuária leiteira no Nordeste brasileiro nos últimos anos tem levado ao apareci-

mento de doenças que podem provocar prejuí-zos ao produtor local, como a tripanossomíase causada por Tripanosoma vivax.

Estudos recentes que acompanharam a evolução de surtos ocorridos no Rio Grande do Norte, no Ceará e na Paraíba, realizados pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), constatam que a tripanossomíase no semiárido nordestino tem apresentação clínica patológica semelhante à ocorrida na África, onde a enfermidade é caracterizada por altas taxas de morbidade, mortalidade e significati-vas perdas econômicas.

Segundo o professor Jael Soares Batista, doutor em Patologia Experimental e Compa-rada da Ufersa, a tripanossomíase no semiárido costuma ocorrer de forma aguda, podendo

evoluir para a fase crônica. “Quando a parasi-temia alcança seus valores mais altos, ocorrem as manifestações clínicas da fase aguda, carac-terizada por febre alta, anorexia, anemia grave e queda brusca da produção de leite – principais sinais verificados tanto no gado de leite quanto no de corte”, explica o professor.

As alterações anatomopatológicas por Tri-panosoma vivax são importantes para o diag-nóstico da enfermidade, mas podem ser ines-pecíficas. Segundo o professor, normalmente nota-se palidez na carcaça, atrofia gelatinosa dos depósitos de gordura corporal, aumento do volume do coração, esplenomegalia, acúmulo de líquido na cavidade torácica, no abdômem e no saco pericárdico, além do aumento de volume dos gânglios linfáticos. “Em algumas ocasiões, verifica-se a presença dos tripanos-somas na corrente sanguínea, o que possibilita sua migração para o coração, o sistema nervoso

central e o líquido cefalorraquidiano, resultan-do em lesões caracterizadas por meningoence-falite e malácia, o que leva à sintomatologia e, muitas vezes, à morte do animal”.

Como no Brasil não existe confirmação sobre o vetor biológico, especialistas acreditam que o parasita tenha se adaptado à transmissão mecânica por meio de insetos hematófagos, como as mutucas, as moscas-dos-chifres e as moscas-dos-estábulos.

Medidas profiláticas precisam ser tomadas para que a infecção não evolua para a fase crônica, caracterizada por ausência ou baixo número de parasitas no sangue. Os sintomas mais frequentes nessa fase são anemia, atraso no crescimento, perda de peso, aborto, redução da fertilidade e queda na produção de leite. Alguns animais podem apresentar sinais nervosos caracterizados por falta de coordenação, tremores musculares, cegueira transitória ou permanente e hipermetria.

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Pesquisa Tripanossomíase avança no Nordeste brasileiro

Morte de animal ocasionada pela tripanossomíase

Professor Jael Soares Batista (doutor em Patologia Experimental e Comparada), Francisco Canindé Lopes (doutorando em Ciência Animal) e Taciana de Melo Fernandes Silva (mestre em Ciência Animal), da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa)

O desafio dos Veterinários é identificar a tripanossomíase, pois seus sintomas são seme-lhantes aos da tristeza parasitária bovina. O diagnóstico definitivo só pode ser feito em laboratório, já que o protozoário causador da doença, o Tripanosoma vivax, só é visto com auxílio de um microscópio.

TratamentoEstudos realizados por pesquisadores da

Ufersa vêm obtendo bons resultados com o uso de drogas tripanocidas, como o Dipro-pionato de imidocarb. “Trabalhos preliminares vêm demonstrando que, em rebanhos bovinos leiteiros infectados naturalmente, os animais tratados apresentaram redução da parasitemia, desaparecimento dos sinais clínicos e retorno progressivo da produção”, declara o professor.

Além do uso de drogas tripanocidas com fins curativos e profiláticos, é necessária a aplicação de inseticidas para o controle das moscas. “O tratamento precoce, levando-se em conta que a parasitemia é sempre mais alta nos períodos iniciais da doença, provoca a rápida cessão da transmissão mecânica pelos insetos. Outra medida importante é evitar a introdução no rebanho de animais oriundos de regiões endêmicas sem prévia quarentena e diagnóstico da doença”, ressalta.

O promotor técnico em pecuária Rodrigo Araújo Lira, da MSD Saúde Animal, recomen-da a aplicação subcutânea de 1 ml de imidocarb para cada 30 quilos de peso vivo, associada à aplicação de ANTITOXIL® por via intramus-cular. Também é necessária a terapia de suporte

nos casos mais graves com GLUCAFÓS®, BANAMINE® e até transfusão sanguínea.

Alguns animais são assintomáticos e, por isso, possuem papel fundamental na transmissão da doença dentro da propriedade, pois, mesmo com baixos níveis parasitêmicos, podem se tor-nar portadores e, por meio das moscas-dos-chi-fres, das moscas-dos-estábulos e das mutucas, infectam os animais sensíveis. “Em casos de surtos, é interessante fazer avaliação de todos os animais, realizando o teste de gota espessa (05 µl de sangue entre lâmina e lamínula), por meio do qual é possível a visualização direta do parasita.

Nesse contexto, deve-se avaliar a necessidade de tratamento em massa do rebanho”, enfatiza Lira.

O proprietário da Fazenda Sabueiro, em Caicó/RN, Francisco Pereira Dantas Filho, conta que a tripanossomíase causou a morte de dez vacas leiteiras de seu rebanho. “Com a seca prolongada na região, os animais têm tido queda de imunidade e, com isso, estão mais suscetíveis à enfermidade. Quando descobri-mos a doença, os animais já estavam muito debilitados, com anemia profunda e sem pro-duzir leite”, diz o produtor. O rebanho de 80 cabeças de gado de leite e bezerros da fazenda foi tratado com imidocarb em meados de junho, com nova aplicação no mês de julho. “Desde o primeiro mês de tratamento não apareceram novos casos da doença e os que estavam doentes se curaram”, declara.

As perdas do produtor com a enfermidade podem ser estimadas com o acompanhamento da produção diária do rebanho leiteiro e do ganho de peso dos animais, comparando-se os dados de antes, durante e após a ocorrência do surto.

HistóriaA tripanossomíase foi registrada pela pri-

meira vez no Brasil em 1972, no Pará. No Nordeste, o primeiro estado a ter casos da doença foi a Paraíba, em 2002. Pesquisadores têm reportado a ocorrência da enfermidade em Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Estudos indicam ainda que a tripanossomíase está se disseminando em outras regiões do País.

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CapaSeca: planejamento para evitar prejuízos10

L

escassez de chuva

Especialistas explicam quais devem ser os cuidados e as estratégias para fugir das deficiências alimentares causadas pela

íder em produção de carne no mundo, a pecuária brasileira enfrenta anual-mente a sazonalidade na produção de

plantas forrageiras e deficiências nutricionais de pastagem, base do sistema de criação. Durante o período de seca, entre abril e outubro, especial-mente nas Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do País, o produtor rural sofre com a queda na qualidade e na quantidade de pasto para alimentar seu rebanho. O animal em pas-tagem de baixa qualidade não consegue suprir sua demanda por nutrientes para manter uma curva constante de crescimento. Tal condição pode acarretar alguns problemas, como aumento na idade de abate e de parição da primeira cria, diminuição da fertilidade e queda na condição geral do rebanho.

Uma das formas de complementar o even-tual déficit de proteína e energia durante o período de seca é a suplementação. O Médico

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CapaSeca: planejamento para evitar prejuízos

Veterinário Jefferson Gandra, doutorando em Nutrição e Produção Animal sob a orientação do professor Francisco Palma Rennó, da Facul-dade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), destaca que as misturas múltiplas de milho, ureia, sal comum e sal mineral são indispen-sáveis para a manutenção da saúde animal. “Quanto ao gado de corte, tratando-se de ani-mais em fase de crescimento e engorda manti-dos em pasto, a suplementação mineral correta e constante é necessária para o ganho de peso. No caso das fêmeas, ela é imprescindível para a função reprodutiva. Nas vacas leiteiras, a corre-ta suplementação é responsável pela manuten-ção das funções reprodutivas, pela prevenção de doenças após o parto e pela maximização da produção leiteira”, explica Gandra, que recomenda o uso de uma quantidade diária de 50 a 70 gramas de suplemento mineral ao gado de corte e de 80 a 100 gramas ao gado de leite.

O professor Flávio Portela Santos, titular do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), ressalta que a suplementação mineral é importante durante todo o ano, para que o gado tenha todas as exigências de minerais supridas. Mas ele concorda que no período de seca misturas concentradas ricas em energia e proteína são fundamentais, já que nessa época a produção e a qualidade do pasto caem. “Há diversas modalidades e diferentes doses para suprir a proteína. Para determinar o nível e a fonte do suplemento, é preciso estipular a meta de desempenho em função da categoria animal. O produtor pode suplementar um animal com vários objetivos: manutenção, ganho de peso e aumento na produção”, exemplifica Santos.

Outra interessante alternativa é a técnica de vedação de pastagem, ou seja, o isolamento de algumas áreas na época de chuva para que possam ser utilizadas na época de seca. Gandra aconselha ainda o uso de técnicas de rotação de pastagem durante o ano inteiro, permitindo sua utilização racional e maximizando a produção animal por área.

No Nordeste, região semiárida, há uma sig-nificativa escassez de forragens. “Por isso, além do uso de suplementos proteicos energéticos, o produtor deve criar alternativas que utilizem plantas resistentes à seca, como a palma forra-geira”, recomenda Gandra. No Norte do País, em estados como Pará, Rondônia e Tocantins, as estratégias de suplementação com mistu-ras múltiplas energéticas proteicas, vedação e

rotação de pastagens são as mais indicadas. “Já nas Regiões Sul e Sudeste podem ser colocadas em prática técnicas de conservação e irrigação de pastagens e ensilagem de alimentos como milho, sorgo, capim e milheto”, explica Gandra.

Gado de leite e de corte As estratégias usadas para o gado de corte

são diferentes das utilizadas para o gado de leite. Segundo o professor Rennó, as preocu-pações com a alimentação do gado de corte

se concentram na época de seca em razão de ele ser predominantemente criado a pasto, enquanto os cuidados sanitários se concentram nas estações de monta e de parição.

No caso do gado de leite, devido às suas características reprodutivas e nutricionais, os cuidados sanitários devem ser constantes e intensos durante o ano inteiro. “Como a pro-dução é, em grande parte, confinada ou semi-confinada, não há espaço para escassez de alimentos”, diz Rennó.

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CapaSeca: planejamento para evitar prejuízos12

Jefferson Gandra

Francisco Palma Rennó

O professor Santos enfatiza que a vaca leiteira tem mais exi-gências nutricionais em compara-ção com o gado de corte. “É um animal mais sensível e muito mais exigente nutricionalmente do que uma vaca de corte, que produz bem menos leite. Se o produ-tor trabalhar mal com a vaca de leite, principalmente logo antes do parto e logo após o parto, ele irá comprometer seu desempenho e não conseguirá recuperá-lo depois, durante a lactação”, informa, lem-brando que o produtor precisa ter um planejamento de produção de forragem o ano inteiro e decidir sobre a alternativa mais atrativa, podendo optar pela silagem de cana, milho, sorgo ou capim.

Estado nutricional e escore corporal O estado nutricional de um rebanho de gado

de corte pode ser avaliado pelo seu peso após a

desmama dos bezerros, bem como pela taxa de concepção das fêmeas e pelo ganho de peso dos animais em crescimento e terminação.

Segundo o Médico Veteriná-rio Gandra, a avaliação de escore de condição corporal do gado de corte é dada em uma escala de 1 a 9, observando o revestimen-to adiposo de pontos específicos na carcaça, como os ossos íleo, ísquio, púbis e costelas.

No gado de leite, o estado nutricional do rebanho pode ser avaliado pela produção de leite dos animais, pelo escore de condição corporal, pelos índices reproduti-vos e pelas doenças pós-parto. A avaliação de escore de condição corporal desse animal é dada em

uma escala de 1 a 5. “O produtor deve evitar prejuízos relacionados à deficiência alimentar, trabalhando com estratégias nutricionais que atendam às exigências dos animais, visando a

maximizar a produção no sistema em que está inserido”, diz Gandra.

Para parir, o gado de corte precisa ter uma condição avaliada entre 6 e 7 da escala de 1 a 9, enquanto o gado de leite deve ter entre 3 e 3,25 na escala de 1 a 5. “Para que isso ocorra, é necessária a manutenção adequada das condi-ções nutricionais, sanitárias e reprodutivas do animal”, ressalta.

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CapaSeca: planejamento para evitar prejuízos

Quando o animal não tem pasto nem silagem, acaba se alimentando de ervas daninhas e plantas tóxicas, o que pode levar à sua morte. O professor Flávio Portela Santos, da USP, explica que isso acontece quando o produtor trabalha em pastos mal manejados, não aduba-dos e com baixa forragem. “Em áreas de pastagens mal conduzidas apare-cem ervas daninhas, das quais muitas são tóxicas. O animal está com fome e acaba ingerindo-a. Se o produtor corri-gir a área, trabalhar de forma intensiva e técnica e alimentar bem o gado ao longo do ano, ele não terá esse tipo de planta”, orienta.O proprietário da Fazenda Araras, em Morrinhos/GO, Fernando Dela Corte, conta que, sempre que seus animais apresentam sinais de intoxicação, eles são tratados com soro, suplementos alimentares e antitóxico vitamínico. “Pelos arrepiados, início de febre, perda de peso e queda na produção de leite são motivos de preocupação e, por isso, rapidamente iniciamos o tratamento. Utilizamos o antitóxico há

cerca de sete anos e temos tido ótimos resultados”.Na época da seca, os casos de intoxi-cação aumentam pelo menos 20%. “Aproximadamente 2% dos 450 animais da fazenda, que produzem 10 mil litros de leite por dia, ficam doentes nesse período do ano”, conta Dela Corte.Emerson Marques Botelho, Gerente de Produtos Pecuária da MSD Saúde Animal, explica que animais debilitados pela seca que tenham ingerido ervas daninhas podem receber o ANTITOXIL® como tratamento, o que possibilita sua rápida recuperação. Segundo Botelho, o principal diferencial do produto é a formulação concentrada, composta por aminoácidos e vitaminas, permitindo que o produtor trate dois animais adul-tos de grande porte com apenas um frasco de 100 ml. “Seu manejo é fácil, podendo também ser usado emergen-cialmente”, acrescenta. Outra opção de medicamento para a terapia de suporte das doenças meta-bólicas é o GLUCAFÓS®, que atua nas deficiências de cálcio. Segundo Daniel

Rodrigues, consultor em Pecuária da MSD Saúde Animal, o medicamento permite ao animal uma melhor eficiên-cia metabólica, possibilitando a repo-sição do cálcio e, consequentemente, uma melhora clínica do animal. “Seu uso é recomendado em todos os casos de descalcificação ou carência de cálcio e magnésio. Nas fêmeas, ele deve ser aplicado no período de gestação ou lactação por via subcutânea. Nos casos agudos, a injeção deve ser administra-da lentamente por via intravenosa ou, preferencialmente, uma parte por via intravenosa e o restante por via subcu-tânea”, orienta o consultor.O produtor Carlos José Caldas Salviano, proprietário da Fazenda Contador, no município de Pedra/PE, conta que o GLUCAFÓS® está ajudando os animais enfraquecidos pela seca prolongada na região. “Cerca de 7% das 300 cabe-ças de gado de leite estão tomando o medicamento em 2012, quantidade maior em relação ao ano passado. Além disso, os animais se alimentam de cevada e farelo de milho”, diz Salviano.

PlAntAs vERdEs nA sECA? toxICIdAdE nA CERtA!

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Fique Ligado……nos eventos do setor14

a primeira semana de outubro, cerca de 900 pessoas inscritas poderão conferir o evento realizado pela

Geraembryo no Teatro Marista, em Londrina/PR, com a presença de renomados pesquisado-res nacionais e internacionais, que abordarão soluções para a pecuária brasileira. Ao todo, 19 palestras tratarão temas importantes sobre a pecuária, como também sobre o agronegócio.

Um evento imperdível para profissionais que desejam informação de qualidade.

ma excelente oportunidade para quem deseja investir na pecuária lei-teira, buscar parceiros e atualizar seus

conhecimentos, a Feileite – Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite – é o ambien-te ideal para a geração de negócios e para a discussão de inúmeras ideias e conceitos que possam fortalecer ainda mais o mercado leiteiro nacional. Reunindo mais de 2 mil animais de raças leiteiras, provenientes de criatórios de todo o País, o evento espera receber mais de 20 mil visitantes, entre pecuaristas, executivos, estu-

dantes, Zootecnistas, Veterinários, Agrônomos, consultores e outros interessados no segmento. Todos os setores da cadeia produtiva do leite estarão presentes na maior feira indoor do setor leiteiro da América Latina.

e 26 de novembro a 12 de dezem-bro, será realizada no Parque de Exposições de Salvador a Fenagro

2012, evento que reunirá 800 expositores com 6 mil animais, entre bovinos (1,1 mil exemplares), equinos (800), caprinos e ovinos (3 mil), além de pequenos animais. Na oportunidade, serão homenageadas as raças Girolando, Mangalarga Marchador e Santa Inês, das espécies bovina, equina e ovina, respectivamente. A expectativa da organização é de que nesta 24ª edição haja um movimento financeiro de R$ 100 milhões

em negócios, por meio da venda direta e indireta de animais, maquinários, implementos e finan-ciamentos agrícolas, além da movimentação nos 24 leilões programados.

Data: 19 a 23 de novembroLocal: São Paulo (SP)

Data: 4 a 6 de outubroLocal: Londrina (PR)

Data: 26 de novembro a 12 de dezembroLocal: Salvador (BA)

5º simpósio internacionaL de reprodução animaL apLicada

FeiLeite 2012

24ª Feira nacionaL da agropecuária (Fenagro)

n

u

d

Feira do Gado Geral

De 7 a 8 de outubro

Curitibanos, SC

86ª Exposição Feira Agropecuária,

Indústria e Comércio de Pelotas

(EXPOFEIRA)

De 8 a 14 de outubro

Pelotas, RS

9ª Feira Agropecuária do Sertão

Central (FERBOI)

De 10 a 14 de outubro

Quixeramobim, CE

3ª Feira Nacional de Produtos Lácteos

(FENILACT)

De 11 a 21 de outubro

Ijuí, RS

12º Curso Teórico-prático de

Sincronização (IA-Inseminação

Artifical / TE-Transferência de

Embriões) e 3º Curso Teórico-prático

de Transferência de Embriões para

Médicos Veterinários

De 10 a 14 de outubro

Cornélio Procópio, PR

VII Simpósio de Pecuária de Corte e II

Simpósio Internacional de Pecuária de

Corte (Simpec)

De 20 a 22 de outubro

Lavras, MG

VII Congresso Latinoamericano

de Sistemas Agroflorestais para a

Produção Pecuária Sustentável

De 8 a 10 de novembro

Belém, PA

11º Congresso Internacional do Leite

De 21 a 23 de novembro

Goiânia, GO

o qUE vEm PoR AÍ

Informações e inscrições: www.geraembryo.com.br

Informações e inscrições: www.feileite.com.br

Informações e inscrições: www.accoba.com.br

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CongressoBuiatria15

canaL digitaL da msd saúde animaL é destaque no Congresso Mundial de Buiatria a

Ricardo Spacagna Jordão

Reunião da Associação Brasileira de Buiatria no estande da MSD Saúde Animal em Lisboa

MSD Saúde Animal mar-cou presença no Congresso Mundial de Buiatria, rea-

lizado em maio em Lisboa, Portu-gal. Durante o evento, um estúdio montado dentro do estande da MSD transmitiu pela internet conteúdos exclusivos, opiniões de especialistas, entrevistas e o que existe de mais atual sobre a medicina bovina.

No site www.studiobovine.com é possível ter acesso aos vídeos de espe-cialistas de renome, que compartilham soluções de mercado com Veterinários e produtores, por meio de informações práticas de gestão agrícola, estratégias de tratamento, medicina preventiva e solu-ções de desempenho.

Para o Médico Veterinário Ricardo Spacagna Jordão, representante brasi-leiro na Associação Mundial de Buia-tria e um dos entrevistados do Studio Bovine, o canal possibilita a divulgação da atividade nacional e destaca como funcionam os programas sanitários do País. O congresso contou com 2.259 partici-

pantes, sendo que o Brasil foi o terceiro país em quantidade de inscritos, ficando atrás de Portugal e Alemanha. Cerca de 39,4% dos trabalhos apresentados foram de profissio-nais brasileiros, o que demonstra o interesse da categoria em atualizar-se e representar o País em eventos mundiais.

O estande da MSD serviu de ponto de encontro dos buiatras brasileiros, que utilizaram o espaço para realizar reuniões e promover discussões sobre a temática no panorama nacional.

NomeaçãoOs brasileiros presentes no congresso

mundial ainda conheceram o novo repre-sentante local da Associação Mundial de Buiatria (WAB).

Uma das 17 vagas do Comitê Executivo, até então representada pelo Médico Veteri-

nário Maurício Garcia, passou a ser do pro-fissional Ricardo Spacagna Jordão, respon-sável técnico pelo Laboratório de Produção de Imunobiológicos e chefe do Biotécnico Central do Instituto Biológico de São Paulo.

Para ele, a indicação foi gratificante e inesperada, uma vez que ainda dependia da análise de seu currículo pelos membros da associação e de entrevista com W. Baumgar-tner, presidente da WAB.

Dentre os planos para a representação nacional, Jordão pretende aumentar a visi-bilidade e o reconhecimento das ações do Brasil no que se refere à criação de rumi-nantes. “Também são pontos importantes aumentar a participação do Brasil nos pró-ximos congressos, principalmente nas apre-sentações orais, consolidar a vaga na WAB e representar o setor nas discussões e tomadas de decisões sobre temas relevantes para a buiatria mundial”, salienta.

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PerfilTrês Corações16

empreendedorismoé marca de propriedade leiteira em Minas GeraisFAZenDA CobIçA InVeSte eM InoVAçõeS PARA gARAntIR eXCelênCIA nA PRoDução e nA quAlIDADe Do leIte

no estado em que mais se produz leite no País, ganha destaque uma propriedade genuína nessa cultu-

ra, que a cada ano recebe investimentos para crescer com qualidade. No município de Três Corações, em Minas Gerais, a Fazenda Cobiça é referência em qualidade na produção de leite, sendo reconhecida pelo empreendedorismo dos proprietários, que a expandem a cada ano ape-nas com o capital da própria produção.

A propriedade familiar existe há 40 anos, fruto do trabalho de José Henrique Pereira, pai dos atuais administradores – o Médico Veterinário Marcelo Branquinho Pereira e o agrônomo Marcílio Branquinho Pereira.

No início, café e leite eram produzidos em seus 261 hectares, mas a partir de 1993, com o envolvimento dos herdeiros, o foco passou a ser o gado leiteiro, que hoje conta com a produção de 980 cabeças. Atualmente, passam por duas ordenhas diárias 460 vacas, o que resulta em uma média de 29 litros de leite por animal.

O crescimento a partir de recursos da própria fazenda é um dos orgulhos que ela carrega. Um resumido histórico da cultura mostra que o crescimento foi de 17% ao ano desde os primeiros investimentos da família. Em 1993, a produção diária de leite era de 500 litros. Hoje, já supera a marca dos 13 mil litros

por dia, o que equivale a uma produção de 400 mil litros por mês.

Para garantir qualidade nesse processo não foram poupados investimentos. Todo o gado em lactação é confinado. A maior parte dele – 340 cabeças – fica em free stall. As instalações modernas também atendem as bezerras, que permanecem em bezerreiras com gaiolas suspensas. Já o coletivo é criado no loose housing.

Ao todo, há 14 funcionários cuidando da gestão de todo o processo, uma vez que inves-timentos em maquinário também são feitos, principalmente nos processos de extração e manutenção do leite.

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PerfilTrês Corações

InvestimentosCom o crescimento da produção,

foi preciso fazer a gestão do processo de manutenção da qualidade e pro-dutividade do leite, o que está sendo atingido com o auxílio da consulto-ria do programa MAXI-LEITE®, da MSD Saúde Animal.

A consultoria contribui para um monitoramento expressivo e oferece serviços laboratoriais, check-list de ordenha, planos de ações para pre-venção ou correção de pontos críti-cos, além do treinamento da mão de obra e de material de consulta, o que vem ajudando a propriedade a atingir um padrão de excelência na produção. Marcelo identifica que a parceria foi de extrema importância. “A MSD Saúde Animal tem nos auxiliado no acompanhamento da rotina diária, o que acrescentou muito na quantida-de e na qualidade da produção e na profissio-nalização dos funcionários”, comenta. “Nosso principal foco era conseguir essa qualidade, o que para nós é um orgulho”, complementa.

Nos últimos cinco anos, o Veterinário estima ter investido R$ 3 milhões em toda a propriedade, com os objetivos de melhorar os processos de produção, racionalizar os métodos, facilitar o trabalho dos profissionais e garantir a qualidade do produto final. A fazenda, atualmente, fornece matéria-prima para a Danone, atendendo aos padrões de qualidade tanto da empresa quanto do mer-cado nacional em geral.

No próximo ano, a Cobiça inau-gurará um novo barracão de free stall, dobrando a capacidade de ani-mais no sistema. A meta é alcançar 680 vacas nesse tipo de confinamen-to até agosto de 2013.

NovilhasToda a produção do gado é

feita na própria Fazenda Cobiça por meio da IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo). Para atender às suas próprias necessida-des, a fazenda utiliza sêmen sexado, o que contempla a demanda da

quantidade de novilhas. A média é de 280 bezerras inseminadas por ano.

Padrão de qualidade do leite• Gordura = 3,70%• Proteína = 3,28%• CBT = 5.000• CCS = 240.000

*Dados referentes a junho/2012

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Universidade CorporativaMerchandising no mercado veterinário18

Merchandising! o quê?u

ma palavra difícil de ser pronunciada, mas muito importante nos negócios das

empresas e dos varejistas, pois é no ponto-de-venda (PDV) que as compras acontecem de fato! E, no varejo, todo dia é sinônimo de novos desafios.

O bom empreendedor consegue perceber que as lojas, hoje, não são mais simples locais para venda de produtos. Tornaram-se um lugar de encontro, onde os consumidores vão em busca de diversidade e primazia na qualidade dos produtos, bem como do atendimento. O varejo tem que mudar, e é função da indústria ser o suporte dessa mudança.

Para que alterações efetivas acon-teçam, não basta somente colocar um plano em ação. Necessário se faz anali-sar o comportamento dos consumido-res, investigar suas necessidades, suas vontades, considerando o novo jeito de ser e viver do homem moderno.

O PDV é o lugar propício para um universo de possibilidades e nego-ciações, onde as marcas estabelecem contatos com os seus consumidores. É por meio dessa relação que o varejo obtém mais lucros em suas atividades comerciais.

Pesquisas realizadas pelo instituto Purchase of Point Advertising International (POPAI) mostram que mais de 75% das decisões de compra de produtos são tomadas nos PDVs. Com base nesta significativa porcentagem, as empresas, com suas marcas, e os varejistas, com sua grande quantidade de itens comer-cializados, partilham estratégias com foco em resultados superiores.

Como fazer para que os produtos com-prados pelos varejistas sejam escoados, de maneira a garantir sua saúde financeira e, ao mesmo tempo, o seu capital de giro com maior velocidade?

Outras questões frequentes são: o que o consumidor quer comprar? Como ele vê a loja? Quanto tempo ele se dedica a ficar no estabelecimento? Ele foi bem atendido? A diversificação de itens está a contento? Ele saiu satisfeito?

Todas essas perguntas podem ser respondi-das por meio de análises profundas que as gran-

des indústrias e redes varejistas realizam para entender o consumidor, que está cada vez mais atualizado, informado, exigente e com tempo reduzido para se dedicar às compras. Estudos mostram também que existe uma diferença entre o consumidor e o comprador (shopper) de uma determinada mercadoria. Exemplo: o con-sumidor de uma fralda descartável é a criança, mas quem compra (shopper) é a mãe.

Se os tempos evoluem e a tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas, como preparar o ponto-de-venda para aten-der os ávidos consumidores e compradores?

O merchandising passa por todas essas fases e ajuda empresas, marcas e varejistas a decifrarem essas questões importantíssimas.

Atualmente, os cinco sentidos – táteis, olfativos, sonoros, palatáveis e visuais – tam-bém são utilizados com o objetivo de alcançar o consumidor em todas as suas pseudoneces-sidades. Somente os estímulos visuais corres-pondem a mais de 83% dos impactos.

O varejista do nosso segmento precisa aprimorar muito a sua habilidade e perspicácia para ficar a contento do novo ideal de negócios.

Uma informação que merece ser considera-

da é que o consumidor que vai às lojas e consome os produtos agropecuários é o mesmo que vai a um shopping ou a um grande supermercado e que, muitas vezes, já viajou para fora do Brasil, tendo condições de fazer comparações sobre atendimento e qualidade.

Não há uma receita pronta para que mudanças aconteçam. O que se faz necessário é que as empresas varejistas, em consonância com as indústrias, ini-ciem um processo de implementação de merchandising nas lojas. Esse proces-so não tem um tempo pré-determina-do para ser efetivado, dependendo da maneira como for colocado em ação por aqueles que fazem parte do procedimen-to de distribuição e venda dos produtos.

Arrisco-me a fazer uma previsão: em menos de uma década o varejo de produtos veterinários terá uma nova cara, mais ajustada às necessidades de seus consumidores, com distribuição de espa-ços equânimes para as diversas categorias de produtos existentes, material promo-

cional adequado e, principalmente, atendimento perfeito aos seus clientes. Vale lembrar que a loja precisa estar impecável, pois a visibilidade cria venda e, então, todos ganham.

Claudio MelloGestor de contas da Emporium Negócios & Comunicação, Professor da ESPM dos cursos de graduação e pós-graduação nas cadeiras de merchandising e marke-ting promocional e Vice-Presidente de Educação Associação de Marketing Pro-mocional (AMPRO).

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NÃO É ILUSÃO DE ÓTICA.ANTITOXIL® VALE POR DOIS.Antitoxil® é o único que permite tratar dois animais adultos de grande porte com um frasco, enquanto os concorrentes só tratam um.

É o antitóxico mais concentrado do mercado, composto por aminoácidos e vitaminas. Possui maior eficiência e a recuperação dos animais é mais rápida. Isso representa melhor relação custo/benefício.

Antitoxil® é indicado nas intoxicações alimentares e medicamentosas.

E outra grande vantagem: pode ser utilizado via intramuscular, intravenosa ou oral. COM TANTAS VANTAGENS, ANTITOXIL® VALE POR DOIS!

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Mudou-seDesconhecidoRecusadoEndereço insuficiente

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___

___/___/___ ______________________________ RESPONSÁVEL

Informação escrita pelo porteiro ou síndicoFalecidoNão existe o nº indicado

AusenteNão procurado

IMPRESSO – Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT

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