Vicente Pallott

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    1/32

    INTRODUO1

    Pe. Ansgar Faller,sac

    1. A origem

    O livrinho Deus, o Amor infinito tem uma origem interessante, tantoque vale a pena juntar os detalhes a respeito. Limitamo-nos, porm, ao que

    parece digno de conhecimento. Dentre os fatos ocorridos e as relaespessoais ocasionadas, escolhemos o que nos pareceu mais importante parao tema.

    estranho que nem icente !allotti e nem seus companheiros tenhamdito quando,onde epor que razoele escreveu as meditaes deDeus, oamor infinito. "as, at pessoas que valori#am somente o testemunhoe$pl%cito asseguram que foi ele que as escreveu. &ontudo, a partir de cartase de circunst'ncias de tempo, n(o foi dif%cil precisar a origem da o)ra, oque, entretanto, s* foi poss%vel depois que muitas e diferentes fonteslevaram a uma conclus(o, ao menos provis*ria.

    a+ As Invenes de amorde Cambi

    o dia de julho de /0, um padre da diocese de 1l)ano, chamado&ontini, apresentou-se a !allotti, pedindo-lhe que, em favor do seuconcidad(o 2iorni, apresentasse uma carta de recomenda(o 3 princesa1dele 4orghese 567-/+, da fam%lia 8ochefoucauld de !aris. O santosatisfe# o pedido e, na carta, juntou dois outros pedidos. !ediu tam)m 9o

    precioso op:sculoInvenes de Santo Amor;, h< pouco reimpresso, graas3 generosidade de muito piedosa senhora polonesa=

    >sta senhora, a que !allotti se refere, era a condessa at

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    2/32

    Santo Amor foi compartilhado com &lemente Bolaro della "argherita56;-/@6+. &lemente foi secretm outras oportunidades se manifestou a

    7>sta carta ainda n(o foi pu)licada.0Fam)m esta carta ainda n(o foi pu)licada.

    ;

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    3/32

    respeito deste livro, que ele chamou, no dia de junho de /0, delivrinho de ouroM.

    Da correspondIncia com o conde Solaro della Mar!erita sa)emosque este mandou para 8oma GGA e$emplares deInvenes do Santo Amor.

    !ara icente, porm, era uma quantidade insuficiente. Fanto que, j< nover(o de /0G, ele escrevia ao )ar(o !io 2ra#ioli 5/;7-//0+= 9necess

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    4/32

    >m @ de outu)ro do mesmo ano, !allotti entregouInvenesa 8afael"lia, pedindo-lhe que o tradu#isse para o inglIs= 9>stou a lhe enviaralgumas c*pias de dois op:sculos. Be pudesse tradu#ir os dois ou, pelomenos,Invenes do Santo Amor,para o inglIs, e fa#I-los imprimir, causar-

    me-ia um grande pra#er. !oderia propor a tradu(o ao !e. a)er que, decora(o, sa:do, em DeusJA.1s cartas que citamos nos d(o apenas uma idia apro$imada do que

    !allotti escreveu, para difundir as Invenes do Santo Amor. Vs muitaspessoas a quem entregava o piedoso livrinho, recomendava-o cominsistIncia tam)m de viva vo#.

    Diante de #elo t(o ardente, perguntamo-nos= que que lhe despertavatal ardor e que que o levava a procurar despertar tam)m em outros esteentusiasmoK Fratava-se de escrito de sua autoriaK De modo algumW >ra uma

    o)ra j< ent(o antiquada, escrita em @A6, pu)licada em latim pela primeirave# em &olPnia, e, em @, em italiano, em ene#a. Beu autor era4artolomeu &am)i 5GG/-@+, um eminente representante dosranciscanos 8eformados. o sculo XEE, inclusive, &am)i foi, por uma

    parte, muito venerado e, por outra, muito discutido. 1pesar das muitastentativas feitas para canoni#

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    5/32

    principalmente rancesco Barri O", que, em seleta de escritos7e na suaampla o)ra0, a ele dirigiu a aten(o. 1 grande#a dele, segundo Barri, poderesumir-se em trIs palavras= 9!regador, m%stico e poetaJ. 2raas 3 suainflamada prega(o, 3 sua interioridade m%stica e 3 sua poesia religiosa, ele

    teve uma influIncia decisiva no sculo XEE.O que impressionou !allotti foi o arre)atamento de 4artolomeu, o seuel( para o infinito. 1gradou-se tam)m da sua ascese= uma ascese austera,

    pois n(o, mas uma ascese de amorJG. 1dmirava nele, alm disso, a arte daora(o, de ve# que ele a ensina de maneira )em acess%vel e sem

    pedantismo leva, muitas ve#es, para a ora(o silenciosa e n(osupervalori#a as f*rmulas ditadas, formais. "as o que especialmenteentusiasma !allotti, neste toscano arauto do amor, a m(o que condu#grandes e pequenos diretamente 3s alturas e 3s profunde#as do divino.

    >, j< que este divulgador do devocion

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    6/32

    "ichettoni, em carta de ;7 de novem)ro de /0, se dispe a atender3 solicita(o de !allotti= 9&omunique-me, por favor, escreve, se asmeditaes que me pede para escrever devam ser curtas ou longas, para um

    ou para vm ;7 de de#em)ro de /0, !allotti volta a escrever= 9 )om que as

    meditaes que lhe estou a pedir sejam )reves, ainda que, por certo, quandoa gente se prope desenvolver as o)ras do 1mor infinito, a preocupa(on(o pode ser a de a)reviar o tempoJ. a resposta concisa de !allotti. >latradu# e$atamente o verdadeiro o)jetivo do op:sculo que ele queria= 9Smae$posi(o so)re o que o 1mor infinitoM reali#ouJ.

    icente "aria "ichettoni fora companheiro de !allotti em 8oma, dejunho a outu)ro de /7, e continuou sempre muito vinculado a ele. 1o

    confiar-lhe este encargo, tinha !allotti tam)m um motivo muito especial."ichettoni j< tinha adquirido certo nome como escritor. Fanto que, nasestantes dos livros que foram de !allotti, ainda hoje se encontra um de"ichettoni= trinta meditaes so)re ossa Benhora das Dores, com o t%tulode M2s de Setem1ro/5/00, 7\ edi(o+ e um estudo monogr

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    7/32

    "ichettoni que fa# pedidos e d< encargos a !allotti. 1lm de outrosescritos, "ichettoni H que di#ia a)ertamente n(o ter dinheiro H no dia A desetem)ro de /0/, pedia a !allotti a teologia dogm, como se nunca tivesse conversado com osanto so)re Amor infinito, inocente, implora 9a )In(o e a ora(oJ dele,so)re os pr*prios escritos.

    c! O tempo e o "#gar da composi$%o

    1 semente que !allotti lanou 3 terra naquele 0 de setem)ro de /0,como outras muitas, n(o vingou. "ichettoni n(o pPde escrever o livro de

    meditaes so)re oAmor infinito. Borte nossa, di#emos n*s, porque, assim,cresceu em !allotti o projeto de ele mesmo lanar-se a compor aquelasrefle$es, coisa que, inicialmente n(o tinha inten(o de fa#er.

    a rotina de sua vida normal, dificilmente teria ele encontrado tempopara isto. 1s tropelias da revolu(o de /06 que terminaram porproporcionar-lhe ocasi(o de recolhimento necess

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    8/32

    >le estava, talve#, t(o afastado do mundo e, contudo, t(o pr*$imodele, a escrever sua medita(o, quando os tiras da revolu(o vasculharamde cima a)ai$o o &olgio ErlandIs e chegaram a )ater 3 porta de seu quarto.!allotti n(o perce)eu nada e os perseguidores passaram adiante.

    >mpregou os quatro meses e meio de isolamento para orar e escrever.(o chegou, entretanto, a completar mais que um tero da o)ra planejada.B(o, porm, 7 meditaes, escritas e corrigidas por ele, pelo que podemser tidas como conclu%das.

    1 continua(o do escrito foi impedida, em primeiro lugar, pelotra)alho acumulado que se a)ateu so)re ele, ap*s o dia 0 de julho de/06, e especialmente pela sua ascens(o definitiva ao Enfinito, no dia ;; de

    janeiro de /GA.

    d! Incomp"eto e n%o p#b"icado

    O mais estranho que o Banto, interiormente impelido a proclamar aso)ras doAmor infinito, n(o tenha movido sequer um dedo para pu)licar oque j< tinha escrito a respeito. enhuma tentativa para imprimir o que desua refle$(o pessoal j< lanara ao papel. enhuma palavra que chamasse aaten(o dos companheiros para a o)ra. 1ssim, aquele seu cadernomanuscrito permaneceu desperce)ido entre as coisas que ele dei$ou aofalecer. ingum que se tivesse dado conta do sumio do pequeno volume.

    ingum, e$cetuado 8afael "lia, que lhe desse alguma import'ncia.1 primeira )iografia de !allotti, em l%ngua italiana, refere-se ao seu

    interesse pelos escritos de &am)i;G, mas nada di# da sua pr*pria o)ra,Deus, o Amor infinito.Bomente em 67@, o livrinho teve a sua primeiraedi(o;@. !ara o caso, preciso levar em conta trIs motivos=

    icente sa)ia que seus dias estavam contados. 1lm disso, ele mesmolamentava, talve# n(o sem triste#a, a imperfei(o do seu :ltimo escrito.Emperfeito como estava, ele nunca o teria pu)licado. >m terceiro lugar, eleavaliava sua o)ra com critrio cada ve# mais )ai$o. 1ssim, aconteceu que oescrito, nascido de uma profunda necessidade interior, permaneceu pormuitas dcadas sem ser lido, ignorado.

    &. Os destinat'rios e o ob(eti)o do "i)rino

    !allotti, em sua o)ra, dirigiu-se 9a todos os fiisJ. a introdu(o,escreve tanto 9aos irm(os no &risto crucificadoJ, como, a si mesmo, pois

    ;GLuigi 1&&18E, 'ompendio della vita del... 8in"enzo &allotti..., 8oma ///, @G.;@Iddio lAmore infinito. (revi "onsiderazioni del 8en. 8in"enzo &allotti, 8oma 67@. O editor foi o !e.2iovanni ]ettenYofer, B1& 5/@-6@;+.

    /

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    9/32

    coloca-se, entre eles. !ara logo, passa a traar a )ela imagem do 9pai defam%liaJ, que lI as meditaes aos seus.

    1presentados ao povo simples da Egreja, livres dos requintes daescola, alheios a e$posies magistrais, isentos de singularidades, estes

    ensinamentos da f para leigos querem ser uma e$plica(o popular dos%m)olo dos ap*stolos. >le n(o somente se ap*ia no 'reio, mas pretende,como di# o prefsp%rito Banto.Bo)re o >sp%rito Banto, ele escrevia ao !e. 8afael "lia em 0 de

    setem)ro de /0= 91t que n(o venha o >sp%rito Banto, para destruir oesp%rito do mundo nos coraes, esteja certo, pouco pode o)ter-seJ;/. >mG de novem)ro de /0G, j< saudara "lia com estas palavras= 9O >sp%ritoBanto, o amor infinito do !ai e do ilho, esteja sempre em nossa almaJ ;6.

    os anos de /0@ e /0, ele iniciava as suas cartas com a f*rmula= 9O>sp%rito Banto esteja sempre em n*s e em todosJ7A.

    Be levarmos em conta a meticulosidade e a penetra(o manifestadas

    nas meditaes que chegou a escrever, podemos supor que, se !allottitivesse chegado a e$por todo o mundo da f, nos teria certamente

    proporcionado tam)m amplo desenvolvimento das pr*prias idiasfundamentais.

    !rovavelmente, tam)m um motivo e$terno fortaleceu a decis(o doap*stolo de 8oma de pu)licar o)ra so)re a doutrina da f. que atsp%rito Banto, assume o compromisso por que seja ele todo transformado,interiormente, no >sp%rito BantoJ 5OO &&, X, 6G+ 5ota do tradutor+.

    6

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    10/32

    1 doutrina so)re a f, escrita por !allotti, em)ora n(o desprovida deprofunda vis(o dos mistrios divinos, tem uma tal simplicidade, que podedi#er-se que o ensino da Egreja atinge o leitor j< 3 primeira vista.

    1 sua caracter%stica predominante a forma de apresenta(o. O

    ensinamento de !allotti uma doutrina re#ada, acess%vel a 9todo fielJ. "aisora(o que ensino, mais ora(o meditativa que e$plica(o do sentido da f.]< que atentar finalmente para o o)jetivo indicado por !allotti no

    t%tulo. os :ltimos anos de sua vida, ele apresenta, com maior penetra(oque antes, a doutrina do amor puro e do sofrimento puro. >sta doutrinaencontrou uma e$press(o popular nas raes para pedir o amor ao

    sofrimento,pu)licadas em /0. >le n(o limita o seu convite a pessoasso)renaturalmente dotadas, mas estende-o a todo crist(o. &om tal doutrinaele entende o amor verdadeiro, autIntico, puro, desinteressado de si

    mesmo, derivado de Deus. &om isto fa# recuar a idia da retri)ui(o ediminui os motivos do temor. >le descreve este o)jetivo desde /7G, com ae$press(o rea"ender. Ba)e que em muitos o amor est< arrefecido e privadode sua chama primordial. Bem ele, v(o o apelo para o apostoladouniversal. Diante dos estilos de vida ameaados de cair no va#io, apela paraque se acenda a caridade. O apelo insiste no retorno ao que principalmente originalmente crist(o, 3 f viva e ao amor desinteressado,W

    *. O sentido do "i)ro

    O sentido deDeus, o Amor infinito, n(o se esgota no o)jetivo indicadopelo autor.

    O valor dele decorre do grande vigor de e$press(o que !allotti, emparte inconscientemente, colocou nele.

    a! Re)e"a$%o da )ida interior de +a""otti

    >m primeiro lugar, o livro, surgido no :ltimo ano de vida do autor,revela a sua pr*pria vida interior e o que ele era= um gInio religioso.

    O que o empolgava fortemente, nesse ano de /06, j< o vinhaafirmando, com as mesmas palavras, em suas notas pessoais, a que deu onome de %umi+, lu#esM, iluminaesM7. Vs ve#es, inclusive, d< aimpress(o de que tenha copiado de algum livro essas anotaes. (o isso,

    porm. !elo contrF1B 5OO &&+.

    A

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    11/32

    patrimPnio de idias do seu :ltimo ano de vida fosse essencialmentediverso daquele dos anos anteriores.

    >ste nosso livro de medita(o HDeus, o Amor infinito- todo feitodaquelas primeiras idias que o Banto desenvolveu organicamente a partir

    da juventude. 1o longo de todo o livrinho, as formas, os mati#es ver)ais, ofraseado, a estrutura dos per%odos s(o caracter%sticos de !allotti. !odemos,assim, di#er, em resumo, que Deus, o Amor infinito revela o estditados por 4runo 4aTer e Noseph _`eifel. Fradu#idos por Dorvalino 8u)in e No(o 4aptista[uaini. Banta "aria, >ditora !allotti, 66@, ;;;-;;7.70er Ban incen#o !allotti.%e &re!iere. 1 cura di 1nsgario aller B.1.&. Li)reria >ditrice aticana,

    &itt3 del aticano 6/;. uma cole(o de ;A6 oraes em italiano. 1 cole(o de oraes precedida poruma introdu(o de G@ p

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    12/32

    &om isto, ele pensava no tempoM do >sp%rito Banto acima referido.!allotti promoveu principalmente a ora(o contemplativa. "ais que aora(o vocal, ela ajuda a formar e ampliar a vida divina no homem. O seulivrinho comea por ser recomendado 9a todos os fiisJ, juntamente com 9a

    ora(o da manh( e da noiteJ. 1 ora(o nele proposta ajudaria a cultivar amedita(o que, assiduamente praticada, faria com que se tirasse proveito9do incompreens%vel dom da fJ7@, no sentido da ora(o contemplativa.

    >ste homem de ora(o n(o menospre#ava a ora(o vocal. "uito pelocontr?

    >m !allotti nunca se pode separar o m%stico do ap*stolo e, menosainda, do fundador da Bociedade do 1postolado &at*lico. Bomente om%stico pode a)rir os critrios )le procuralevar cada qual a implorar o >sp%rito Banto= 9Banto divino >sp%rito, pelosmerecimentos da pai$(o e morte de Nesus &risto, dignai-vos difundir avossa ardent%ssima e onipotente caridade em todos os coraes, a fim de

    que, assim, possa acontecer, afinal, no mundo inteiro, um s* re)anho e ums* pastor 97/.

    O seu tra)alho,Deus, o Amor infinito, representa um testamento, umlegado, porque revela, desde dentro, o que o fundador propriamente queriacom a sua o)ra. O livrinho contm o fundamento e a alma da o)ra, 9aquiloque representa o constitutivo su)stancial da pia BociedadeJ76, aquilo que

    7@&f.Deus, o Amor infinito,pre'm)ulo.7Bociedade do 1postolado &at*lico aqui est< em lugar de Sni(o do 1postolado &at*lico, pois o padrealler n(o aceitou este novo nome da funda(o de B(o icente !allotti proposto pelo &ap%tulo 2eral

    >$traordin

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    13/32

    somente capa# de formar pessoas apost*licas. B* o amor genu%no de Deuse de &risto pode e deve impelir o ap*stolo 5&f. ; &or G,0+.

    >m)ora descreva !allotti neste op:sculo seu pr*prio ideal de vida eseu caminho de ora(o e, por que precisamente apresenta nele o que

    pr*prio de todo crist(o, est< ele a revelar, de modo claro e firme, desde aprimeira frase, a espiritualidade da sua o)ra. >m reda(o definitiva,cristali#ou-se, por assim di#er, a compreens(o teol*gica fundamental daqual )rotou a miss(o deste homem de Deus e de sua o)ra. 1poiada nestacompreens(o fundamental, a sua o)ra possui condies para a esta)ilidadeda pr*pria miss(o.

    1ssim, os admiradores de !allotti far(o deste escrito um livro de suavida e ir(o proclamar, de cima dos telhados, o que este mestre n(o pPdedi#er, ao longo de cem anos.

    . O conte/do

    O tema do livrinho de !allotti o Amor infinito 51morM com letramai:scula+,Deus, o Amor infinito. O 1mor que se comunica, o 1mor quese difunde.

    as meditaes EE, EEE, E e , ele reflete so)re o amor que secomunica pela cria(o e pelo ministrio dos anjos, assunto que lhe muito

    caro. a sua doutrina so)re os anjos, ele se ap*ia na >scritura, na tradi(o ena refle$(o teol*gica0A. 1 piedade do seu tempo atm-se muito ainda a umadoutrina so)re os anjos que, desde o sculo EE, se tornara muito familiar.>la dividia os anjos em trIs hierarquias e em nove coros. >sta classifica(ofoi feita, pela primeira ve#, pelo assim chamado Dion%sio 1reopagita. ]ojeh< muito de questionleinsiste no fato de que Deus, em geral, age atravs de causas segundas, comtotal respeito pela iniciativa, li)erdade e responsa)ilidade das pessoas. Oser humano tra)alha com Deus, com ele toma decises, com ele ama. 1!rovidIncia de Deus serve-se de instrumentos livres. >sta uma idiasempre muito grata a icente !allotti. !or isso mesmo, para ele, imenso oamor que coloca uma inumerriY

    !eterson,(u"! von den ;neln 5O livro dos anjos+, Leip#ig 67G "ichael Beeman e Damasus _bhringer,Die elt der ;nel und DBmonen CO mundo dos anjos e dos demPnios+ em=Minsiedeln, tomo ;, 6@, 607-A6 erdinand ]ol)cY, 7ute und 1se 7eister 5>sp%ritos )ons e maus+

    7

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    14/32

    demiti#a(o e nos oferece ocasi(o de atentar nos n:meros 06 e GA daconstitui(o dogmle apresenta a alma at mesmo como imagem do onipotente, doinfinito, do incompreens%vel, sa)endo em)ora que estes atri)utos s(oincomunicstupefa(o diante do amor,

    em= 0nEandel1ares in andel der Feit 5O imut

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    15/32

    diante da miseric*rdia07, principalmente da miseric*rdia, porque namiseric*rdia que mais se manifesta o amor de Deus.

    9Deus amor e por issoJ escreve !allotti no "Is de maio para os>clesi

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    16/32

    9"eu Deus, amor infinito, miseric*rdia infinita, perdoai-me se ousochamar-vos de enlouquecido de amor e de miseric*rdia para comigo, pois,a cada instante, desde toda a eternidade, pensais em mim e derramais so)remim, agora e sempre, infinitos dil:vios de graas, de favores, de dons e de

    miseric*rdias, a partir de todos os vossos infinitos atri)utos, todosinfinitamente misericordiosos, * !ai, * ilho, * >sp%rito Banto. ossasgraas e favores nutrem-me, alimentam-me com toda a vossa su)st'ncia,essIncia, propriedade, operaes divinas e com todos os vossos infinitosatri)utos. 1ssim, sempre mais me destru%s e me aniquilais, neste meu sermalvado, e sempre mais me transformais em todo v*s mesmo. > todas estasaes do vosso amor e da vossa miseric*rdia, v*s as levais a efeito, de dia ede noite, quando como e quando )e)o, quando passeio e quando penso emv*s e, tam)m, quando nem penso em *sJ0/.

    Diante deste amor infinito de Deus, !allotti como que passa por altoas o)ras da cria(o e da salva(o. Foca-as somente de leve. >las s(o meiose merecem ser consideradas somente enquanto capa#es de tornar, dealguma forma, vis%vel e compreens%vel o amor infinito. B(o odesdo)ramento do amor infinito diante de n*s.

    &om Feresa de Rvila e No(o da &ru#, Deus se lhe apresenta como ofundamento original que n(o s* totalmente "omuni"ativo, masinfinitamente difusivo, pois difundir significa derramar, verter, e$pandir,entornar, distri)uir prodigamente. &om esta palavra, !allotti afirma que

    Deus se d< totalmente e que a iniciativa por comunicar-se t(o divinaquanto infinita.>ste amor infinito, que causa para ele tam)m finalidade primeira

    do seu empenho asctico= 9Devo esforar-me por imitar a Deus que, em sua)ondade infinita, difusivo de si mesmoJ06. Fanto que muitas ve#es o santocaracteri#a o processo de divini#a(o com a e$press(o=ser transformadoem Deus.

    1ssim, a justifica(o n(o a :ltima palavra. 1 :ltima palavra aglorifica(o= 9Os que >le chamou tam)m justificouJ 58m /,7A+. >m Deus,

    no amor infinito, todo acontecimento humano alcana n(o s* a suaprofunde#a :ltima, mas tam)m a glorifica(o em &risto. !allotti fala maisda lorifi"ao 5glorificatio+ que da felicidade no cu. >sta maneira defalar paulina 5&f. 8m G,; /, 6,;7 &l ,; >f G,;+. &omo &risto,assim tam)m o crist(o 9entra na sua gl*riaJ 5Lc ;0,;@ !d ,+.Begundo 9a medida dos dons de &ristoJ 5>f 0,/+, ele se vai enchendo 9detoda a plenitude de DeusJ 5>f 7,6+ e condu#ido aos sempre maiselevados 9graus da gl*riaJGA.

    0/OO&& X ;7G-;7@Do"umentos da *undao, 7@[email protected]&olle#ione Bpirituale, 70, n.;.GAMese di maio... a "!i vive nel "!iostro /, em= OO&& XEEE, ;;;s.

    @

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    17/32

    ala-se tanto de transformao em Deus e de sua gl*ria, no livrinho,que surge a pergunta= n(o se est< promovendo, com isto, uma tendIncia poruma interpreta(o pante%staK [ue !allotti e$clui todo mal-entendido resultan(o s* do conte:do do escrito e da linguagem )%)lica usada, mas tam)m

    da n(o menos e$tensa e acentuada doutrina so)re a nature#a pecadora eso)re a necessidade de reden(o do ser humano, como pode ver-se emcap%tulos seguintesG.

    . O grande mo)imento da )ida

    !ode di#er-se que um grande movimento perpassa o livrinho todo. Smmovimento que acontece ao interior da pr*pria pessoa de !allotti, em meioa grandes idias. 1ssim, o conte:do de suas anotaes pessoais, no fundo,

    resume-se neste movimento, que ascendente e descendente. o Ha1

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    18/32

    [uando, ent(o, a alma, pela terceira ve#, se aferra a um pensamento,converte-o em autIntica ora(o, para, ap*s col*quio %ntimo e sereno,apresentnquanto ela se inclina para o mais profundo, liga-se ao

    pr*prio &riador, que permanece acima de tudoWJG. "as lamentamos ahumilha(o e a desconfiana sem fim que !allotti se atri)ui com aquela

    palavra que ele sempre de novo volta a repetir= des"onfiana de si mesmoK

    G7OO&& X, 7A 5julho de /76+.G0Die 7a1en des eilien 7eistes, 5os dons do >sp%rito Banto+, 8egens)urg, 67@, p. G.GG"edita(o XX, OO&& XEEE, ;.G@&f. OO&& X, @6 5/@+.G$eula pastoralis EEE, 51dm.+.

    /

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    19/32

    eita a ressalva, entretanto, dever%amos ter presente ainda mais que opregador, que ele , esteja apenas a repetir a freqente admoesta(o da>scritura= 9Deus resiste aos so)er)os, mas d< a sua graa aos humildes95Fg 0,@+. 1ssim tam)m, n(o originalidade sua, quando desco)re no

    9temor salutarJ uma dimens(o essencial da humildade. >le tra)alha com9temor e tremorJ 5l ;,;+. >le est< a repetir fielmente a e$orta(oevanglica 3 vigil'ncia e 3 transforma(o do fim dos tempos, 9com temorJ5&f. !d , G,G-6+. temor que, afinal, condu# 3 confiana em Deus e auma ditosa 9certe#aJG/. Bua ora(o , com efeito, um 9aspirar foradivinaJG6. tam)m firme convic(o de que 9com Deus tudo possoWJ "as,se aparece a e$press(o temorM, com ela, aparece tam)m esta outra= 9pormim nada possoJ. como 9o respirar da insuficiIncia humanaJ@A. 1

    primeira e$press(o precede necessariamente a segunda. 1ssim, tudodepende desta real tens(o, especialmente quando o par de e$pressesopostas H desconfia de tiM-confia em DeusM - parece elevado aoimensurle jamais esquece a infinitadist'ncia entre &riador e criatura. >le vive, ao mesmo tempo, em infinitotemor e infinito amor. Bua vida uma tens(o infinita entre temor e amor.Esto n(o est< em contradi(o com o amor perfeito de que fala a primeiracarta de No(o 5 No 0,-/+, pois o relacionamento afetuoso com oBant%ssimo se radica sempre, por necessidade natural, no a)issal temor eadora(o de Deus.

    O motivo mais profundo desta tens(o e deste movimento n(o se situana psique, mas na nature#a e$istente. 2eram esta tens(o a pr*pria nature#ado homem e, principalmente, Deus, criador da nature#a humana. >le quem move esta corrente, em seu ir e vir de um polo a outro.

    2. Imagem e seme"an$a de De#s

    O amor uma fora que torna semelhantes os que se amam. O amor -Deus amorW - impele Deus a difundir a sua vida nas criaturas e a tornar o

    G/icente !allotti,Monte di perfezione, L>N.G6erd. ?astner.Marianis"!e '!ristusestaltun 5a configura(o mariana em &risto+, !ader)orn 67@,;6.@AE)idem, ;6.@&f. "edita(o ;;,.7 OO&& XEEE, ;.;G.@;9!a##o dUamoreJ. B. &atarina de Bena, emIl Dialoo della divina &rovvidenza,lorena 6;/, cc. 7A eG7, a cargo de Ennocen#o Faurisanno O!.

    6

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    20/32

    ser humano semelhante a si mesmo. >sta idia reaparece em todas asmeditaes do livrinho. o acorde de fundo, do qual tudo parte e para oqual tudo retorna. 1 semelhana de Deus, dada pela nature#a e elevada etornada efica# por &risto, para ser consumada na gl*ria, a mais alta

    dignidade de toda a humanidade. 9Ber totalmente transformado em Deus,ser semelhante a >leJ, como !allotti gosta de repetir muitas ve#es, o fim:ltimo de toda )usca de Deus.

    o dia ; de maio de /06 - no esconderijo do &olgio ErlandIs,portanto - !allotti escreve= 9>m todo momento, v*s quereis comunicar-vosa mim com tudo o que *s mesmo sois - uno na essIncia, trino nas

    pessoas, infinito nos atri)utos com toda as vossas perfeies infinitas -,para transformar-me totalmente em v*s mesmo, a fim de tornar-me umacoisa convosco, !ai, ilho e >sp%rito BantoJ@7. >le ora do mesmo modo,

    algumas semanas antes de sua morte, nos :ltimos dias de seu retiro 5;G denovem)ro a ^ de de#em)ro de /06+. 8e#a com palavras que poder%amosimaginar transferidas literalmente das meditaes do nosso livrinho para assuas anotaes espirituais ou vice-versa=

    9"eu Deus, com amor infinito vos dignastes criar-me 3 vossa imageme semelhana. *s me concedestes o dom do livre ar)%trio, para que eu

    pudesse tirar proveito do fato de ser vossa imagem e semelhana, para queeu pudesse aperfeioar-me a mim mesmo com mrito, enquanto sou vivaimagem de todo v*s, !ai, ilho e >sp%rito Banto, e de todos os vossos

    infinitos atri)utos e perfeies, de ve# que me quereis na gl*ria semelhantea v*s, semelhante a todo v*s, na vossa essIncia, nas pessoas, nos atri)utos,nas perfeies vossas infinitas e em todo o vosso ser eterno, infinito,imenso, incompreens%vel. 1mor incompreens%velWJ@0.

    1travs de 8afael "lia, sa)emos que !allotti gostava muito depregar so)re a semelhana de Deus e so)re o fato de sermos mem)ros de&risto. >le informa@G que !allotti e$plicava aos seus ouvintes o grande

    )enef%cio que Deus fe# aos homens, dando-lhes a elevada no)re#a de filhosde Deus e de irm(os de Nesus &ristoJ. > acrescenta= 9icente e$punha isto

    com palavras t(o emocionantes, que provocava lsta doutrina da alma imagem e semelhana de Deus, e$postaclaramente nestas suas :ltimas anotaes, juntamente com a da totaltransforma(o dela em Deus, torna especialmente precioso para n*s estelivrinho.

    "as, como isto poss%vel, se !allotti, em toda parte, carateri#a ohomem em geral e a si mesmo, em)ora sacerdote de Deus, como 9nada,

    pior que nada, infinitamente a)ai$o do puro a)ismo de todos os pecadosKJ

    @7OO && X, ;.@0OO && X, 06.@Ga 9'opia pu11li"a - &ro"esso Apostoli"oJ, ol. EEE, cap. EEE, p. 77 59ita 2randeJ E cap. + n(o

    pu)licada.

    ;A

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    21/32

    (o est< ele, assim, a falsear a imagem do homemK [ue precisa fa#er estehomem como imagem de DeusK

    1ssim o homem que !allotti descreve aqui somente o homem que seope a Deus, o homem que descuida a Deus, o homem que ele chama, 3s

    ve#es, de )estialM. 9o homem est por que esta oposi(o n(o digna da imagem de Deus, ela sim)oli#ada no animal, que nada sa)e de um Deus, que pessoal e que

    pode proi)irJ@@.[uando um agente de pastoral pensa nisto, fica assustado. "uitas

    ve#es a capacidade de fa#er resistIncia significa, na nature#a humana feridapelo pecado, resistIncia de fato. !ara !allotti, entretanto, t(o evidentecomo o sol que, 9se a criatura n(o opusesse impedimento, Deus sedifundiria sem medida, j< que ele, de sua parte, n(o pe medidas= sua

    medida a caridade sem medidasJ@

    . algo espantoso= Deus, o infinito,quer dar-se, de alguma forma, sem medida, e o homem o impede, ope-seprecisamente a esta comunica(o amorosa. 1ge, assim, o ser humanocontra a pr*pria nature#a 3 qual foi dado ser imagem e filha de Deus.1ssim, inferior ao animal, o ser humano se precipita no pecado. Enferior aoanimal e demon%aco, ao mesmo tempoW "esmo quando n(o se tratassesempre de pecados graves, n(o seria algo de terr%vel a cont%nuadesfigura(o da imagem de Deus, a constante resistIncia ao amor queinfinitamente se doaK >m Deus, o homem deveria ser lu# eterna. >le se

    insurge, porm. O ser humano, mesmo na )ele#a que lhe quis Deus, comoum nada, quando comparado ao infinito. a re)eli(o contra Deus eleafunda, de certo modo, 9infinitamente a)ai$o do puro nadaJ.

    >, contudo, Deus chamou o homem para a gl*ria e para a mais altagrande#a. 9Deus se fe# homem para que o homem se tornasse DeusJ @/, di#1gostinho. > 1m)r*sio, seu mestre= 9O er)o se fe# carne para que a carnese fi#esse DeusJ@6.

    !ara !allotti, estas duas frases dos !adres s(o o resumo mais conciso,profundo e definitivo de todo o conhecimento de Deus e do homem. O

    santo escuta a vo# do Enfinito= 9(o serei eu mudado em ti, tu que ser de tempore.1ssim leu !allotti no seu 4revipifania. &f. Liturgia das ]oras, 66G, vol. E, p. 0/@.@6De 8irinitate li1er LO &f. &olle#ione spirituale, p. 60.Aon >go muta)or in te, sed tu muta)eris in "e= OO && 0@A-0@, 0;-07.&f. a melhor e$posi(o resumida de !allotti so)re o homem ser imagem e semelhana de Deus 5Diomio, "!i siete 8oi, e "!i sono io P"eu Deus, quem sois *s e quem sou eu= OO&& X 0@;-0@7. !allotti

    ;

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    22/32

    v%ssemos em n*s mesmos. &om o horror de quem j< viu o ju%#o so)re omundo, !allotti, por assim di#er, e$pulsa o homem oposto ao divino. !ois,

    j< por isso, deve 9ser destru%da e aniquilada toda a sua vidaJ, para que9toda a vida de nosso Benhor Nesus &risto e a vida da Bant%ssima Frindade,

    da irgem "aria e de todos os anjos e santos sejam eternamente a suapr*pria vidaJ;.>m Banta &atarina de Bena, am%stica do apostoladoM7, encontra-se,

    de modo acentuado, esta vis(o dos mais fortes contrastes. !. Bcheller, O.!.escreve= 9 surpreendente ouvir a santa falar, por um lado, do grandecontraste entre Deus, que o Ber, e a criatura, que, diante dele, o nada e,

    por outro, de conformidade e de coincidInciaJ0.!rocuramos solucionar esta oposi(o com 9a coincidIncia dos

    opostosJ em Deus e com a 9douta ignor'nciaJ ensinada pelo >sp%rito

    Banto, da qual fala icolau de &usa."as precisamos ter presente que a nossa capacidade natural de

    compreender, comparada com uma capacidade de entender, enriquecidapela graa divina, qual aparece em &atarina de Bena e em !allotti,apresenta-se muito em)otada. 1o refletir so)re as idias dele e ao tentarsentir sua estranhe#a ante esta oposi(o, dever%amos, em primeiro lugar, ter

    presente que ela n(o pode ser entendida. B* assim poderemos compreenderconhecendo e reconhecer adorando que o inominsta arte do sim e do n(o escutada pelos de um e de outro ladosomente pela metadeJ. >ste caso ainda mais srio, quando, de um planode pensamento l< das alturas, )ai$amos para o ch(o da vida normal. osn%veis inferiores do homem, voltados de preferIncia para o natural, esta artedo sim e do n(o totalmente desperce)ida. O ouvido permanece totalmente

    escreveu este te$to para irili !rop*sitos e 1spiraes, G77-G@0.;OO&& X, [email protected]?aufmann O. !.,Die M

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    23/32

    fechado tanto ao sim como ao n(o. 2eralmente, de modo inconsciente, ohomem, ainda profundamente dominado pelo instintivo, rechaa a palavrada infinita humildade e aquele que a pronuncia. &omo conseqIncia, na suatrivial arrog'ncia, torna-se cego para as alturas vertiginosas da

    incompreens%vel intimidade divina.os escritos de !allotti, ali, quando !allotti conclui oraes e arrou)os com um 9"euDeus= mais, mais, mais tudo, tudo, tudo nada, nada tudoWJ ou acrescenta

    o sinal matemsta verdade t(o importante para !allotti, que ele a

    inclui na f*rmula da consagra(o solene das comunidades do seu1postolado &at*lico@. Dela ele dedu# o dever de amar, em ra#(o do qualsomos o)rigados a uma doa(o total. 1mor, entrega total, consagra(o,imita(o de &risto entrelaam-se aqui numa admirstamos citando aquiMeister ;"Q!art, ;ine ;inf!run in sein erQ, Leip#ig 670 5or`ort= "eister

    >cYharts erhbngnis BB. 7-G ou o artigo com o mesmo nome emo"!land XXXEE 5670+, ]eft X..@$eole *ondamentali, 8oma 600, pp./G-6A $eras *undamentais da So"iedade do Apostolado'atJli"o. Fradu(o do !e. Dorvalino 8u)in, Banta "aria, >ditora !allotti, 66,@-A.

    ;7

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    24/32

    Be aparecem continuamente as mesmas idias, claro tam)m que seempreguem espontaneamente as mesmas palavras. "as, em icente, isto mais que espont'neo, e, em certo sentido, de sua pr*pria escolha.

    icente !allotti era de carscritura.&omo fa# a 4%)lia, ele usa, para as mesmas idias, as mesmas palavras. Deve# que as idias fundamentais retornam constantemente, ele n(o se esfora

    por usar palavras diferentes. Nuntam-se repeties e formas recorrentes.[uanto a estas formas, preciso desde logo di#er duas coisas=. !allotti segue muito logicamente um plano )em traado. (o se

    desvia. >le gosta, contudo, de mencionar todos os conte$tos, motivos e

    conseqIncias. >le quer di#er tudo de uma ve#, o que significa umconstante retorno 3s verdades )cYhart= 9!redomina o gosto pela acuidade das idias, e a e$press(omais forte , para ele, sempre, a preferidaJ6. (o predomina, entretanto, oardor dos sentimentos, capa# de derramar-se em imagens fantugen Ze)er/A, com ra#(o, qualifica de 9carecidas de fantasiaJ,tanto as oraes de !allotti como tam)m 9todas as suas anotaesJ. motivo tam)m por que,em muitos, elas encontram pouca acolhida.

    ;. 1s e$presses que n(o mudam s(o para ele o que n*s talve#chamar%amos de f*rmulas estereotipadas. &onquanto e$primam vidapalpitante, ele as tem dominadas, serenas, contidas em seu ardor. Ber

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    25/32

    e$ercitou em praticar cada a(o conscientemente, que, na )andeira da suacomunidade apost*lica, inscreveu 9reavivar tudo e tudo reacenderJ, n(otem em si nada de ossificado.

    Foda ve# que fala de Deus, !allotti precisa di#er 9infinito, eterno,

    imenso, incompreens%velJ, pois sua idia de Deus s* conhece este Deus. Bemuitas ve#es fala de 9Deus uno e trino, simples na essIncia, trino naspessoas, infinito nos seus atri)utos e perfeiesJ, n(o s* recorda(o daescola. >le precisa escrever desta forma, pois, quando pensa em Deus,levanta-se em sua alma todo o admirle deveriafa#er violIncia ao seu cora(o, se escrevesse somente a palavra MDeusM. >mgeral, quando quer e$primir o que est< vivendo e sentindo, ele temnecessidade de chamar a Deus de 91mor infinito, "iseric*rdia infinitaJ/.

    1s palavras )sempre+,+tutto+ # )sempreM, tudoM/;, repetem-se sempre de

    novo. >le usa, em nosso livrinho, umas seiscentas ve#es a palavra9infinitoJ por que, em si mesmo, carrega o infinito, Deus com todos os seusinfinitos atri)utos e perfeies, uno e trino, imenso e incompreens%vel.!allotti, ent(o, do)ra os joelhos e )al)ucia= 9"eu Deus, meu !ai, 1morinfinito, "iseric*rdia infinita de minha alma, 1mor inef

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    26/32

    ve# que o santo di# aperfeioarM, precisa recordar com gratid(o e alegriaque isto acontece meritoriamenteM. &risto condenou o criado que tinhaem)rulhado os talentos no leno= 9!or que n(o depuseste o meu dinheiroem )ancoKJ 5Lc 6,;7+. B(o palavras que soam de cont%nuo aos ouvidos de

    icente. !or isso, em cada ple vIM o amor in-finito de Deus e

    da%, para ele, s* e$iste o dever de amar. icente configura a sua vida deacordo com a ora(o que tinha a liturgia da Egreja, no Domingo de 8amos=9Deus a quem justo honrar e amar, multiplicai em n*s os dons de vossagraa inefle atenta ao que di# &risto = 91mar

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    27/32

    !allotti a mesma resposta que !aulo. Fam)m a resposta de !allotti feitade j:)ilo sem medida e est< longe de ser uma f*rmula convencional.Fam)m ela se dirige ao !ai em primeiro lugar. 1 resposta de !allottitam)m a(o de graas ao !ai.

    >sta resposta de !allotti, entretanto, possui uma caracter%sticadiferente. !ara n*s muito importante este cunho pessoal que ele deu a estaprimordial e$press(o da ora(o crist(= 9por nosso Benhor Nesus &ristoJ. 1herana literle a dei$oucomo precioso legado aos seus= H&or vossa infinita miseri"Jrdia, pelosm:ritos infinitos de Tosso Sen!or Uesus 'risto, pelos m:ritos e inter"essode Maria sant9ssima e de todos os anVos e santos.

    !allotti forma, assim, numa vis(o de conjunto, ju)ilosa orquestra(oque, ao final de cada medita(o, ao dia que se promete todo luminoso,

    anuncia a li)erta(o da treva da noite.!allotti precisa di#er tudo. (o lhe )asta re#arpor nosso Sen!or Uesus

    'risto. 1 fora elementar do amor divino que nos urge 9deu-nos tudo emNesusJ6= todo o seu &orpo m%stico e, com ele, seu pr*prio cora(o. Deu-nos"aria, porquanto, efetivamente, icente desco)re com clare#a que Deus,com o seu ilho unigInito, deu-nos tam)m a "(e como patrimPnio

    pessoal nosso. >le tem necessidade de di#I-loW >, com efeito, como poderiaele ela)orar uma medita(o sem falar de "ariaKW

    > os anjos e os santos, como poderia n(o os mencionarKDevo ainda

    re"ordar que, ao ter-me dado CDeusW por irmo primo2nito Uesus 'risto,deu-me tam1:m por irmos todos os santos do Antio e do TovoestamentoXY. >le vive no &risto a quem pertence e vI todo o &risto,quando muitas ve#es escreve= ...a IreVa militante, purante CsofredoraW etriunfante, Htoda a santa Me IreVaK

    V Nerusalm celeste, de acordo com seus escritos e com sua vidaligada aos anjos, pertencem tam)m os esp%ritos celestes.

    [ue vis(o e que vitalidade se escondem nessa f*rmula de !allottiW >lase estrutura na forma de uma teseW *s pod%amos pensar estar vivenciando

    somente hoje em dia a Egreja como corpo m%stico de &risto. O fundador daBociedade do 1postolado &at*lico, porm, j< se sentia nela incorporado,

    por ela vivia e tra)alhava.]averia ainda muito que refletir. "as, se fPssemos verificar as

    verdades que recorrem sempre juntas, esta introdu(o e$travasaria de seuslimites. Sma coisa, entretanto, n(o podemos passar por alto= a forma daora(o de a(o de graas. O Banto n(o di# uma ora(o em que n(o estejacom &risto diante do !ai, erguendo, agradecido, os olhos para ele. 1ssim, aora(o torna-se eucaristia, isto , a(o de graas. >, que a(o de graasW

    6&f. OO&& XEEE, medita(o ;;, ; medita(o ;G,G;s.6;&f. OO&& XEEE, medita(o ;G, G;ss.

    ;

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    28/32

    Daquele que re#a a ora(o de !allotti e$ige-se uma f capa# n(o somentede transportar montanhas, mas tam)m de transportar as montanhas dotempo escatol*gico e as da nova terraM, j< movidas.

    1s palavras 9eu vos aradeo "omo se V@ tiv:sseis "on"edido a mim e

    a todos, aora e sempre, todas as raas que eu peo transcendem oespao e o tempo at o infinito. >las colocam o indiv%duo na esteira semfim e sem trmino de todo o gInero humano. [uem re#a assim, deseja iralm de si mesmo, deseja transcender-se. Forna-se peregrino do infinito.Ba)e que, desde agora, rece)e mais do que pede, sa)e que rece)e graasinfinitas, mais do que a mente pensa e o cora(o deseja 5&f. 8m /,;@ >f7,;A+.

    !ara n*s seria suficiente, porm, repetir com aten(o esta f*rmulaK(o, n*s temos que dar um passo a mais. 1 maneira de re#ar do m%stico,

    que volta a di#er= Heu vos aradeo "omo se me tiv:sseis "on"edido tudodeveria tornar-se, com a mscrito para o povo simples, simples em todos os aspectos poss%veis,

    em)ora de uma profundidade nem sempre f

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    29/32

    uniformidade da linguagem e dos pensamentos. o fundo, o pensamento um s*= Deus, o amor que se comunica infinitamente, que impulsiona acriatura n(o s* em cada manifesta(o essencial, em cada a(o salv%fica,mas tam)m em cada movimento de resposta ao amor. Bempre, a criatura

    levada a crer no amor infinito. Frinta e uma ve#es o amor divinodesencadeia na criatura as mesmas tenses e vi)raes, f

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    30/32

    precisa ser maior no seu poder, porquanto, mais concentrado. Bendo opoder num s*, tanto mais infinito serlhes faltamos porque nos falta entusiasmo e pai$(o por eles.

    &omo nos dm parte algumanos leva a fa#er prop*sitos. a# apenas aplicaes prle insiste somente na corretaatitude diante de Deus. Deus quer unir-nos e tornar-nos semelhantes a >le.

    Beja-nos permitido o)servar, de passagem, que, com isto, queremossomente caracteri#ar o mais vigorosamente poss%vel as presentesmeditaes. (o pretendemos avaliar mtodos de medita(o. De qualquermodo, chama a aten(o o fato de que !allotti prescinda aqui de prop*sitos eaplicaes propriamente ditas, ao contrle n(o ensina. >le orienta.

    Orienta no sentido de fortalecer-nos para uma luta vitoriosa com o mundoe, j< antes disso, na luta com Deus.Divina pati agentarM Deus, contraporsempre o finito ao infinito, ousar medir o humano com o divino dei$ar-sesu)jugar pela majestade, pela grande#a e pelo amor infinito de Deus. osentido do seu caminho. "as n(o um riscoK (o vai criar personalidadesque tra)alhem para o reino de Deus, independentes, por pr*pria conta,

    precisamente por que formadas em Deus e por DeusK[uando reina Deus, ele n(o esmaga o ego humano. >$por o finito 3

    mercI do infinito implica dei$ar penetrar em si, sem tropeos, o ardor

    original, o amor de Deus, de &risto e de "aria. Sm amor que impele denovo para fora, que quer continuar a fluir, a e$pandir-se, atravs do homemdivini#ado, at 3 pr*pria criatura inanimada. "as um amor que retorna erecondu# a Deus, ao Deus pessoal. 1s verdades da f, que !allotti nos fa#meditar, s(o apenas portas atravs das quais ele leva a )al)uciar um muitorespeitoso e tam)m muito confiante FuM, com um amoroso A11a ao !ai.!ara in%cio de refle$(o, s* h< um o)jetivo= inquietar o cora(o e osentimento e despertar a vontade. "as n(o tanto a vontade de fa#er ou

    6Itiner@rio da mente para Deus, cap. G. >m= B(o 4oaventura. O)ras escolhidas. Organi#a(o Lui# 1. De4oni. Fradu(o de Luis 1. De 4oni, NerPnimo NerYovic e rei Baturnino Bchneider, >BFBSLE1S&B,6/7, p 6G.

    7A

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    31/32

    dei$ar de fa#er algo, mas a vontade de querer amar Deus com um cora(oapai$onado.

    [uem, a partir deste FuM pessoal, quer totalmente Deus, ser< sempre,em toda parte, em toda situa(o, um ap*stolo autIntico em sua

    originalidade. o pleno desenvolvimento da pr*pria potencialidade, torna-se uma viva e natural corporifica(o da peti(o do !ai-nosso= ven!a a nJso vosso $eino.

    !allotti forma, assim, ap*stolos cheios de graa e de vigor, cheios do:nico >sp%rito Banto, amor essencial do !ai e do ilho.

    19. :"tima orienta$%o

    &omo conclus(o, nada nos parece mais acertado e profundo queresumir o que foi dito e o que se pode di#er so)re o livrinho do 1morinfinitoM.

    ada nos manifesta de modo mais claro o esp%rito de !allotti que aspalavras com que So (oaventura introdu#iu o seu Itinerarium mentis inDeum 5O itiner

  • 7/26/2019 Vicente Pallott

    32/32

    espelhos. (o venha a acontecer que o esplendor desta lu#, por demaisviva, te atire a uma fossa muito profunda de trevasJ6/.

    O que o sersp%rito Banto, queNesus &risto enviou 3 terra. !or isso o ap*stolo di# que esta sa)edoriam%stica foi revelada pelo >sp%rito BantoJ66.

    9Be agora procuras sa)er como isto acontece, pergunta-o 3 graa e n(o3 ciIncia, ao desejo e n(o 3 inteligIncia, ao gemido da ora(o e n(o aoestudo dos livros, ao esposo e n(o ao mestre, a Deus e n(o ao homem, 3escurid(o e n(o 3 clare#a. !ergunta-o n(o 3 lu#, mas ao fogo que tudoinflama e transfere a Deus, com uma un(o que arre)ata e um afeto que

    devoraJAA.

    Fradu(o deJoo Baptista Quaini, SAC

    6/B(o 4oaventura.Itiner@rio da mente para Deus, pr*logo. >m= 1ras ;s"ol!idas. Fradu(o de Lu%s 1.

    De 4oni, NerPnimo NerYovic e rei Baturnino Bchneider, >BFBSLE1S&B 6/7,pp. @@[email protected])idem, p. ;A;.AA

    7;