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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE ALESSANDRA FERREIRA BARBOSA VIDEO-AULA SOBRE HISTEROSCOPIA: UMA FERRAMENTA DE ENSINO PARA O CURSO DE MEDICINA VOLTA REDONDA 2012

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

ALESSANDRA FERREIRA BARBOSA

VIDEO-AULA SOBRE HISTEROSCOPIA:

UMA FERRAMENTA DE ENSINO PARA O CURSO DE MEDICINA

VOLTA REDONDA

2012

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE

VIDEO-AULA SOBRE HISTEROSCOPIA:

UMA FERRAMENTA DE ENSINO PARA O

CURSO DE MEDICINA

Dissertação apresentada ao programa de

Mestrado Profissional em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, do Centro Universitário de Volta Redonda, como requisito para obtenção de Grau de Mestre.

Aluna: Alessandra Ferreira Barbosa

Orientador: Prof Dr. Júlio Cesar Soares Aragão

VOLTA REDONDA 2012

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A Deus que é a grande inspiração para todos os momentos de dificuldade.

Aos meus pais Vanda e Idamar que sempre estimularam os meus estudos com carinho, compreensão e amor. Em todas as horas de dificuldades sempre estiveram ao meu lado na hora do desânimo.

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AGRADECIMENTOS

Após a conclusão de qualquer trabalho seja ela

manual ou intelectual devemos sempre lembrar de agradecer

aqueles que possibilitaram a sua realização. Qualquer produto

final não pode ser considerado mérito de um só, mas torná-la

possível, só foi graças à contribuição de outras pessoas.

Por isso não posso deixar de agradecer aos que de

alguma forma se envolveram na construção desta dissertação.

Ao Dr. Júlio Aragão, pela orientação e dedicação oferecida

durante a construção deste trabalho, aos meus colegas de

profissão que muitas vezes contribuíram com sugestões bem

vindas, ao CEVESP (Centro de Videoendoscopia São Paulo)

que me permitiu utilizar com confiança seu material de trabalho

como fonte de pesquisa e informação e a equipe da TV FOA

que muito me ajudou na construção do produto final.

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RESUMO

Este estudo foi motivado pela dificuldade em transmitir informações durante as aulas

teóricas da disciplina de ginecologia, a cerca das patologias intra-uterinas que levam ao

comprometimento da saúde feminina. O objetivo do estudo foi a produção de uma

vídeo-aula demonstrando as indicações, técnicas e realização de um exame

ginecológico que abordasse este órgão, resultando na gravação de vídeo explicativo do

exame de videohisteroscopia. Esta vídeo-aula foi elaborada nos estúdios da TV-FOA

que fica situado no campus do Centro Universitário de Volta Redonda. Contamos com o

auxílio de uma equipe técnica que ajudou na confecção deste trabalho com produção e

edição deste video. Foram utilizadas imagens de exames realizados no CEVESP

(Centro de Videoendoscopia São Paulo), que apresentassem patologias uterinas, que

fossem estudadas na aula proposta, filmagem do equipamento necessário à realização

do exame de videohisteroscopia e edição final pela equipe técnica dos comentários

elaborados pelo professor. O resultado final foi a gravação de um vídeo com a

explicação da realização do exame com suas principais indicações. Este recurso

permite que o aluno compreenda melhor as indicações, contra-indicações e possíveis

complicações que podem ocorrer durante a realização do exame. Concluímos que a

tecnologia quando utilizada como ferramenta de ensino permite auxiliar e complementar

o processo de ensino e aprendizagem principalmente na educação médica.

Palavras-chave: Educação Médica, Gravação em vídeo, Videohisteroscopia.

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ABSTRACT

The motivation of the present study is the difficulty in transmitting information during

lectures about intrauterine pathologies in the discipline of gynecology, and aimed to

produce an instructional video demonstrating the indications, techniques and conducting

of complementary procedure that addressed this organ producing a video that would

explain the videohisteroscopy. This instructional video was filmed in the studios of TV-

FOA, which is located on the campus of the Centro Universitário de Volta Redonda. We

had the assistance of a technical team that helped in producing and editing of the

product. Images were obtained from CEVESP (Centro de Video Endoscopia São Paulo)

uterine pathologies examinations, footage of the equipment necessary for the

examination of videohisteroscopy and final editing were conducted by the technical staff

and the comments performed by the teacher. The result then was an eight minute length

video with an explanation of the examination with their main indications, allowing the

student the understanding of indications, contraindications and possible complications

that could occur during the procedure. We conclude that technology, used as a teaching

tool, allows supporting and supplementing of the teaching/learning process, specially in

graduate medical education.

Key-words: medical education, video recording, videohisteroscopy

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

1.1 O Processo de Ensino-Aprendizagem......................................................... 14

1.2 A Tecnologia no Processo de Ensino Aprendizagem ................................ 19

1.3 O Ensino da Medicina e Ginecologia ........................................................... 28

1.4 A Videohisteroscopia na Ginecologia ......................................................... 34

2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 42

2.1 Geral ............................................................................................................... 42

2.2 Específicos .................................................................................................... 42

3. MATERIAIS E METODOS ................................................................................ 43

3.1 Materiais e Equipamentos ............................................................................ 43

3.2 Imagens Utilizadas no Estudo ...................................................................... 44

3.3 Elaboração do Produto ................................................................................. 44

3.3.1 Produção e Edição da Vídeo-Aula ............................................................ 45

3.4 Metodologia da utilização da vídeo-aula ..................................................... 46

4. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 47

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 52

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 54

APÊNDICES E ANEXOS ...................................................................................... 58

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LISTA DE TABELAS Tabela 1- Achados histeroscópicos no sangramento uterino anormal...................39

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LISTA DE SIGLAS e ABREVIATURAS

CNE - Conselho Nacional de Educação

CES – Câmara de Educação Superior

DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais

NTICs – Novas tecnologias de informação e comunicação

SUA – Sangramento uterino anormal

Unifoa – Fundação Oswaldo Aranha

TCLE – Termo de consentimento livre e esclarecido

CEVESP – Centro de Videoendoscopia São Paulo

CD – Compact Disc

DVD – Digital Versatile Disc

3D – Imagem tridimencional

CO2 – Gás Carbônico

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1: “Ferramentas de ensino em videohisteroscopia para alunos de

graduação”..................................................................................................................58

Apêndice 2: “ Video para aplicabilidade em videohisteroscopia”................................59

Apêndice 3 - Um vídeo com vídeo-aula em videohisteroscopia

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LISTA DE ANEXOS

1 - Autorização do Comitê de Ética para o projeto “Ferramentas de ensino em

videohisteroscopia para alunos de graduação”..........................................................60

2 - Autorização do Comitê de Ética para o projeto “Video para aplicabilidade em

videohisteroscopia”.....................................................................................................61

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1-INTRODUÇÃO

1.1 O Processo de Ensino-Aprendizagem

Ensino e aprendizagem são facetas de um mesmo processo. Há, portanto, uma

relação recíproca e necessária entre a atividade do professor (ensinar) e a atividade de

estudo dos alunos (aprender). É difícil identificar o limite entre ensinar e aprender, não é

raro que professores atentos, e humildes o bastante, compreendam que um aluno pode

obter informações que este desconheça, ainda mais com a velocidade que as

informações chegam através de meios eletrônicos, como a internet (LIBÂNEO, 1994).

A forte relação estabelecida entre professor e aluno constitui o cerne do

processo pedagógico. Muitos educadores são estimulados quando tem diante de si

estudantes ávidos por informações, fazendo com que este estímulo transforme a aula

num momento de prazer para quem está ensinando, e é óbvio que a recíproca é

verdadeira, um professor estimulado, feliz, também atrai a atenção dos alunos. Sendo

assim esta relação bilateral pode não ser imprescindível, mas é de suma importância

para o processo pedagógico (DELORS, 1994).

A unidade ensino-aprendizagem se concretiza na interligação de dois momentos

indissociáveis - transmissão/assimilação ativa de conhecimentos e habilidades, dentro

de condições específicas de cada situação didática. As relações entre professor, aluno

e matéria não são estáticas, mas dinâmicas.

O professor pode estabelecer um contato dinâmico com a teoria e a prática.

Assumir esta postura não é nada fácil, contudo propicia ao aluno a formação de sua

identidade, o desenvolvimento do senso crítico, da sua autoconfiança e de sua

criatividade (BARBOZA, 2010).

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Não existe receita pronta para uma boa aula, o professor tem que estar apto a se

adequar à determinada situação. Podem-se encontrar diferenças de turmas, podendo

ser elas homogêneas ou não, momentos diferentes, como por exemplo, alunos

dispersos, pois tiveram ou vão ter alguma prova. Esta flexibilidade do professor deve

ser buscada com o objetivo de um melhor aproveitamento do aluno (LIBÂNEO, 1994).

O trabalho do professor não consiste simplesmente em transmitir informações ou

conhecimentos, mas em apresentá-los sob a forma de problemas a resolver, devem,

sobretudo, transmitir o gosto pelo aprendizado. A relação professor-aluno não deve ser

unilateral e nem maçante, deve haver um estímulo para que o aluno busque a solução

dos problemas apresentados (DELORS, 2000).

Barboza (2010) diz em seu estudo que é necessário questionar os paradigmas e

estar habilitado para lidar com as mudanças na forma de produzir, armazenar e

transmitir o conhecimento, que dão origem a novas formas de fazer pensar e aprender.

É fundamental também que o professor esteja disposto a aprender sempre, não

tendo medo de experimentar e errar enquanto aprende, que se coloque no papel de

problematizador de conteúdos e atividades, em vez de continuar no papel de

transmissor do conhecimento, e que desenvolva sua capacidade reflexiva, autonomia e

postura crítica e cooperativa, para realizar mudanças educacionais significativas e

condizentes com as necessidades atuais.

O professor incentiva, orienta, organiza as situações de aprendizagem,

adequando-as às capacidades de características individuais dos alunos (LIBÂNEO,

1994).

Aprender é uma atividade que acontece no aluno e que é realizada pelo aluno.

Na realidade, de tudo quanto se ensina apenas uma parte é efetivamente apreendida.

Cabe ao professor estimular aos alunos para que estes possam exercer da melhor

forma a capacidade de aprender, estimulando de preferência, sem ameaças, buscando

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dentro de cada aluno a vontade e o interesse em aprender, mostrando o quanto

interessante aquelas informações podem ser para cada pessoa.

O professor é a autoridade do espaço designado para a construção do

conhecimento, é a pessoa que possui maior conhecimento, estruturou os objetivos e

estabeleceu uma metodologia para atingi-los. Porém, não é apropriado ao professor

exercer sua autoridade com autoritarismo (RÖRIG, 2010).

Ensinar não é o mesmo que aprender, talvez muitos profissionais não entendam

esta diferença e procuram reações iguais as suas. Entender que ensinar e aprender,

apesar de participarem do mesmo processo, são coisas diferentes. Entender esta

diferença é um passo importante para modificar a sua forma de expor seus

ensinamentos (BORDENAVE, 1995).

O processo de ensino é uma atividade de mediação pelo qual são providos as

condições e os meios, para os alunos se tornarem sujeitos ativos na assimilação de

conhecimento. O ensino tem três funções inseparáveis (LIBÂNEO, 1994).

São elas:

a) Organizar os conteúdos para sua transmissão, de forma que os alunos

possam ter uma relação subjetiva com eles.

b) Ajudar os alunos a conhecerem as suas possibilidades de aprender, orientar

suas dificuldades, indicar métodos de estudo e atividades que os levem a aprender de

forma autônoma e independente.

c) Dirigir e controlar a atividade docente para os objetivos da aprendizagem.

O mais importante é o professor acompanhar a aprendizagem do aluno do que

se concentrar demasiadamente no assunto a ser ensinado ou mesmo nas técnicas

didáticas como tais. Estar atento à evolução de como o aluno está assimilando as

informações, faz com que o professor seja capaz de se adaptar, ou seja, dependendo

da resposta dada pelos alunos, um professor se aprofunda mais, ou até seguir em

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frente com o assunto, ou por outro lado, retornar ao início do assunto caso não perceba

uma boa assimilação pela turma (BORDENAVE, 1995).

É comum nas escolas atribuir ao ensino a tarefa de mera transmissão do

conhecimento, sobrecarregando o aluno de conhecimentos que são decorados sem

questionamento.

Esta visão unilateral do ensino não cabe mais nos dias atuais, o aluno deve

participar do processo de forma ativa, deve estar pronto para interromper a aula, caso

algo não tenha sido perfeitamente entendido. O simples ato do professor em transmitir

o conhecimento através da aula não deve ser considerado como o bastante (LIBÂNEO,

1994).

Em alguns momentos aquela informação transmitida não foi completamente

entendida pelo aluno, porque a forma de transmissão não foi adequada. O professor

tem a chance de repetir a informação de outra maneira, com utilização de experiências

ocorridas anteriormente ou exemplos para ilustração da aula. Deve ser permitido ao

aluno que esta interrupção ocorra para que o aprendizado se concretize.

A interação do aluno com o professor e vice-versa deve ocorrer durante todo o

tempo. Esta troca de informações, conhecimentos e idéias, devem ocorrer dentro e fora

da sala de aula, permitindo que o aprendizado evolua cada vez mais.

A atitude de traçar estratégias e definir os métodos mais adequados são fatores

essenciais para o novo conhecimento tanto de si mesmo, quanto para o aluno. Desta

forma, o aluno chegará a uma construção ativa do saber. O professor também será um

mediador, ou seja, ele ajudará os estudantes a descobrirem formas de se chegar ao

conhecimento (BARBOZA, 2010).

No processo ensino-aprendizagem a motivação deve estar presente em todos os

momentos. Cabe ao professor facilitar a construção do processo de formação,

influenciando o aluno no desenvolvimento da motivação da aprendizagem.

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O professor deve utilizar todas as ferramentas possíveis para que a

aprendizagem não seja algo monótono, e sim, que obtenha dos alunos o prazer de

aprender (CASTOLDI e POLINARSKI, 2009).

Para Piaget (1969) in Bordenave (1995), o pensamento é a base em que se

assenta a aprendizagem, é a maneira de a inteligência manifestar-se. A aprendizagem

é o conjunto de mecanismos que o organismo movimenta para adaptar-se ao meio

ambiente. Ela se processa através de dois movimentos simultâneos e integrados, mas

de sentido contrário: a assimilação e a acomodação. Pela assimilação o organismo

explora o ambiente, toma parte dele, transformando-o e incorporando-o a si; pela

acomodação o organismo transforma sua própria estrutura para adequar-se à natureza

dos objetos que serão apreendidos.

Baseado nisso, o Conselho Nacional de Educação e a Câmara de Educação

Superior (CNE/CES) publicou no ano de 1998 as Diretrizes Curriculares Nacionais

(DCN), oferecendo subsídios aos professores para a orientação dos alunos no Curso

de graduação de Medicina. Nesta, orienta-se que na organização curricular das

instituições do sistema de educação superior do país, os alunos devem ser estimulados

a questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando

para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise

crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação. De acordo com as

DCN, o professor deve buscar a interdisciplinaridade e a contextualização, e cabe ao

aluno, no processo de aprendizagem, saber utilizar diferentes fontes de informação e

de recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos (MEC, 1998).

O ensino é a atividade direcional sobre o processo de aprendizagem e a

aprendizagem é a atividade mental intensiva e propositada do aluno em relação aos

dados fornecidos pelos conteúdos culturais (LIBÂNEO, 1994).

Segundo a resolução do CNE/CES 4/2001(MEC 2001) institui nas diretrizes

curriculares nacionais do Curso de Graduação de Medicina no seu parágrafo 2º art. 9º,

que o curso de graduação deve ter um projeto pedagógico, construído coletivamente,

centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como

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facilitador e mediador do processo de ensino-aprendizagem. Este projeto pedagógico

deverá buscar a formação integral e adequada do estudante por meio de uma

articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão.

1.2 A Tecnologia no Processo de Ensino Aprendizagem

Diferentes períodos da história da humanidade são historicamente reconhecidos

pelo avanço tecnológico. As tecnologias invadem as nossas vidas, ampliam a nossa

memória, garantem novas possibilidades de bem-estar.

Segundo Kenski em seu livro publicado em 2007, tecnologia é o conjunto de

conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e

à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade. Na verdade diz

respeito a muitas outras coisas além de máquinas. Tecnologia se refere à totalidade de

coisas que o cérebro humano pode criar em todas as épocas, suas formas de uso e

suas aplicações. É obvia a necessidade da interação entre tecnologia e o ser humano,

não basta apenas a invenção e o desenvolvimento de um produto, e sim a inserção

deste no dia-a-dia, sendo acessível ao maior número de pessoas possível.

A educação também é um mecanismo poderoso de articulação das relações

entre poder, conhecimento e tecnologias. Estão presentes em todos os tipos de

relações sociais, desde a relação entre pais e filhos, chegando ao nível educacional.

O saber pode evidentemente adquirir-se de diversas maneiras, desde as mais

tradicionais formas, como a aula com o quadro negro e giz, chegando ao ensino a

distância através da internet ou a utilização de novas tecnologias, como vídeos,

computadores, imagens 3D, utilização de manequins, entre outras.

Estas ferramentas utilizadas no contexto escolar têm-se revelado eficazes.

Podemos adquirir conhecimento de várias maneiras: através da leitura de um livro, ao

assistir um filme, nos debates em grupos, enfim, até na observação do dia a dia.

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Atualmente, e talvez mais praticado, através da pesquisa pela Internet. Podemos ter

acesso a qualquer tipo de informação em segundos, podendo ser de boa ou má

qualidade cabendo ao professor a seleção da boa utilização destas ferramentas

(DELORS, 2000).

A internet juntamente com a televisão e as grandes redes sociais é classificada

como novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs), tendo grande

penetração social e ampliam o acesso a notícias e informações para todas as pessoas

(KENSKI, 2007).

Outra grande vantagem da internet é a velocidade com que as informações se

propagam, atualmente uma descoberta significativa, mesmo que esta ocorra no outro

lado do mundo, chega imediatamente até nossos computadores.

Estas novas tecnologias de informação e comunicação (NTICs) têm grande

aceitação e penetração no meio educacional, já que os alunos estão ávidos pelo

conhecimento. A internet faz parte da vida destes estudantes, principalmente dos

adultos jovens, dos adolescentes, das crianças e agora também dos idosos, sendo

assim a utilização deste meio de informação, flui de forma natural, isto porque é algo

que se encontra na rotina de vida de todos nós.

Muitas vezes eles dominam com grande facilidade, sendo às vezes mais hábeis

em manusear até que os próprios professores. Esta facilidade deve ser aproveitada

para que a interação entre professor e aluno se constitua, assim sendo, quem ensina

também aprende.

O professor é o incentivador, orientador e controlador da aprendizagem,

organizando o ensino em função das reais capacidades dos alunos e do

desenvolvimento dos seus hábitos de estudo e reflexão. O aprendiz é quem irá

desenvolver seu processo de aprendizagem, mas este não é somente individual, e sim,

social, o que leva a reforçar a importância da figura do professor, como mediador, para

que ocorra a aprendizagem.

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O professor pode adequar o ensinamento aos recursos didáticos disponíveis no

momento, facilitando o aprendizado ao aluno. Se no momento possuir recursos que

permita a ele colocar o aluno frente a situações reais que podem ser vivenciadas,

provavelmente o aprendizado se tornará mais fácil para este aluno (LIBÂNEO, 1994).

É preciso também que seja fornecida a este professores a condição para a

utilização de novas ferramentas, sabemos da precariedade que alguns educadores

enfrentam no nosso país, às vezes sem nem uma sala de aula digna para lecionar que

dirá a possibilidade de artifícios para melhoria da sua forma de educar.

A presença de uma determinada tecnologia pode induzir profundas mudanças na

maneira de organizar o ensino. A introdução do computador nas escolas deve vir

acompanhada de mudanças adequadas na orientação pedagógica da educação, sem

que o computador torne-se apenas mais uma sofisticação tecnológica, que faz parecer

que a escola tornou-se mais moderna, mas que não traz nenhum benefício para a

educação (SANTANA, [----]).

Rörig (2010) afirma em seu estudo que dentro deste novo panorama é

importante a questão da prática educativa, da postura do professor e do seu

posicionamento frente à tecnologia digital em uso na educação.

Com o avanço tecnológico os docentes de ensino superior têm a sua disposição

um arsenal de recursos didáticos que podem ser utilizados no processo de ensino-

aprendizagem. Graells em 2000 classificou os recursos didáticos em:

1 – materiais convencionais: livros, revistas, fotocópias, documentos escritos,

jogos didáticos, materiais manipuláveis e materiais de laboratórios.

2 - materiais audiovisuais: filmes, diapositivos, rádios, CDs, DVDs, cassetes,

discos, televisão, vídeos e documentários.

3 - novas tecnologias: computador, programas informáticos, Internet e televisão

interativa.

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Com o passar dos tempos, e a evolução da tecnologia, novos métodos foram

criados que também podem ser utilizados no processo de aprendizagem.

Mais recentemente, Rörig (2010) em seu estudo listou diversas outras

tecnologias digitais que podem ser utilizadas na prática pedagógica como:

1 - teleconferências: permite que um especialista esteja em contato com

telespectadores à distância e realize uma discussão sobre determinado assunto. Nesta

tem-se um ponto de emissão e vários pontos de recepção.

2 – videoconferências: várias pessoas em espaços diferentes podem trocar

informações e trabalharem juntas através de recursos de compartilhamentos. Possui

uma possibilidade de interação maior do que a teleconferência, pois permite a

existência de vários pontos de transmissão e de recepção.

3 – chat ou bate-papo: permite conhecer as manifestações espontâneas dos

participantes sobre determinado assunto. Todos os participantes interagem ao mesmo

tempo.

4 - correio eletrônico: permite a interação entre aluno/professor – aluno/aluno

entre uma aula e outra sustentando a continuidade do processo de ensino-

aprendizagem.

5- internet: é um recurso dinâmico e de fácil acesso. Aprende-se a ler, buscar

informações, pesquisar comparar dados. Permite acesso a bibliotecas do mundo todo.

6 - softwares educativos: funcionam como incentivadores e interativos das

atividades de aprendizagem.

A revolução das Novas Tecnologias Digitais representa uma excelente

oportunidade para se repensar a educação e substituir as metodologias e estratégias

arcaicas, que ficaram congeladas no tempo (HAGUENAUER, 2011).

A utilização destas tecnologias no ensino requer do professor tanto esforço como

quando eles preparam uma aula tradicional. O professor precisa não só preparar

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conteúdos e torná-los interessantes como também motivar e guiar cada aluno através

de interação contínua (STAHL, 2006).

Vídeos, programas educativos na televisão e no computador, sites educacionais,

softwares diferenciados transformam a realidade da aula tradicional, dinamizam o

espaço de ensino-aprendizagem, onde, anteriormente, predominava a lousa, o giz, o

livro e a voz do professor (KENSKI, 2007).

O uso de recursos como à televisão, videocassete, microcomputador e aparelho

de som cria a oportunidade de o professor ter nas mãos soluções no momento exato da

aula ou quando surgirem dúvidas. Estes recursos permitem ao professor interromper a

qualquer momento a aula, e acrescentar alguma observação ao assunto que esta

sendo abordado. Facilita a interação entre professor/aluno (VOLLRATH, 2000).

Outra função destas novas tecnologias é a demonstração, como por exemplo,

numa aula sobre o funcionamento de um órgão, a utilização de um vídeo apresentando

este em atividade, ou uma aula de arte ou história, que fale sobre uma escultura, nada

mais eficaz para um aprendizado do que a demonstração desta numa filmagem, ou até

a utilização de um filme ou de um seriado. Sempre é claro sob a supervisão de um

professor para que possíveis erros sejam corrigidos.

Com o desenvolvimento tecnológico não podemos esquecer que o livro ainda

tem um importante papel como instrumento pedagógico, não deixa de ocupar um lugar

central no ensino, ainda é um importante fornecedor de informações. Podem guardar

em suas páginas informações valiosas para o aprendizado. Continua a ser o suporte

mais fácil de manejar e mais econômico, ilustra os ensinamentos do professor,

permitindo que o aluno reveja os seus conhecimentos e adquira autonomia (DELORS,

2000).

A modernidade não exclui os instrumentos ditos tradicionais, a função é

complementar e trazer melhorias, assim sendo, ir a lousa para explicar pode ser tão ou

até mais eficaz do que um vídeo em 3D, o importante é que o aprendizado seja

construído de alguma forma.

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Os recursos tecnológicos considerando sua praticidade e as diversas opções de

uso tornaram-se um instrumento de grande valia para a realização de aulas no ensino

superior. Sem eles, é muito difícil que o professor consiga tornar sua aula atraente, sem

lançar mão de alguma pesquisa em artigos na Internet ou de programas informatizados

que ilustrem o assunto abordado na aula. Estes recursos tecnológicos fazem parte do

dia-a-dia do aluno atualmente. Sem eles é difícil que um aluno hoje entenda como

podia ser realizado o aprendizado sem um acesso a um computador (MEC, 2008).

Para Mialaret (1973) o professor não pode ser mais considerado a única fonte de

conhecimento. O desenvolvimento das tecnologias da educação possibilitou que os

alunos pudessem por si mesmos adquirir novos saberes. Permite que o aluno tenha

acesso a várias informações do assunto que desejar, basta buscá-las. Está ao alcance

de cada um, o conhecimento desejado.

O professor deve se tornar parceiro do saber coletivo. Não esta mais só sobre o

seu domínio o conhecimento, ele deve estar disponível a dividir conhecimento e

aprender com seus alunos novas informações. Todos podem recorrer a diversos

recursos tecnológicos para adquirirem o saber (DELORS, 2000).

A era da tecnologia obriga o docente do ensino superior a se atualizar

constantemente devido as inovações tecnológicas que surgem a cada dia, onde muitas

vezes o aluno tem acesso às mesmas antes do professor. O docente tem que estar

receptivo às mudanças tecnológicas, no sentido de dispor aos alunos novos recursos

tecnológicos, visando um aprendizado mais engajado com o mundo atual (FRIZZO,

2009).

A extensão das tecnologias e das redes de informática favorece a comunicação

com o outro, por vezes até em escala mundial. A informação circula em velocidade

muito rápida em distâncias longas em curto espaço de tempo. Possibilitando cada vez

mais a troca do saber (DELORS, 2000).

A Internet é o maior centro de informações de acesso público do mundo e

potencialmente o maior canal de comunicação. O crescimento da Internet está fora de

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qualquer limite de alcance, assim como a variedade e formato de serviços oferecidos

por ela (VOLLRATH, 2000).

Tudo leva a crer que se trata de uma revolução inevitável e inigualável nos

últimos tempos, que permitirá a transmissão de uma quantidade cada vez maior de

informação num tempo cada vez mais curto. Nestas circunstâncias, o professor deve

saber utilizar da melhor forma possível, estas informações para melhorar o aprendizado

do seu aluno (DELORS, 2000).

No processo de ensino-aprendizagem a motivação deve estar presente em todos

os momentos. Cabe ao professor facilitar a construção do processo de formação,

influenciando o aluno no desenvolvimento da motivação da aprendizagem.

Saber o melhor momento de introduzir, ou interromper uma aula para aliar a

utilização de recursos tecnológicos, pode ser o grande aliado para o sucesso de uma

boa aula. Talvez a mesma aula apresentada de forma estática sem estes recursos não

trariam o mesmo entusiasmo ao aluno (CASTOLDI e POLINARSKI, 2009).

Os professores precisam dominar, com segurança, esses meios auxiliares de

ensino, conhecendo-os e aprendendo a utilizá-los. O momento didático mais adequado

de utilizá-los vai depender do trabalho docente prático, no qual se adquirirá o efeito

traquejo na manipulação do material didático (LIBÂNEO, 1994).

O computador é, quando usado adequadamente, uma poderosa ferramenta para

melhorar a qualidade do aprendizado. A introdução pura e simples dessa ferramenta na

universidade, sem mudanças na metodologia de ensino do professor, não modifica o

aprendizado (SANTANA [----] ).

Castoldi e Polinarski (2009) diz que com a utilização de recursos didático-

pedagógicos, pensa-se em preencher as lacunas que o ensino tradicional geralmente

deixa, e com isso, além de expor o conteúdo de uma forma diferenciada, fazer dos

alunos participantes do processo de aprendizagem.

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A tecnologia não pode, por si só, constituir uma solução milagrosa para as

dificuldades sentidas pelos sistemas educativos. Deve, evidentemente, ser utilizada em

ligação com formas clássicas de educação e não ser considerada como um processo

de substituição, autônomo em relação a elas (DELORS, 2000).

Guimarães (2010) dá como exemplo de um recurso audiovisual, uma vídeo aula

que é uma aula gravada e distribuída em forma de vídeo, que tem como objetivo

ilustrar, reforçar e complementar o conteúdo do curso.

Seus benefícios são:

- possibilidade do aluno para assistir a vídeo aulas de onde estiver e quantas

vezes necessitar;

- inserção de discussão de alunos e professor baseada num tema específico;

- se adapta ao horário do aluno não havendo a obrigatoriedade de cumprir com

data e hora pré-determinado.

A imagem, o som e o movimento oferecem informações mais realistas em

relação ao que está sendo ensinado. Quando bem utilizadas, provocam alteração dos

comportamentos de professores e alunos, levando ao melhor conhecimento e maior

aprofundamento do conteúdo estudado (KENSKI, 2007).

Pode-se considerar que uma aula aliada a recursos didáticos pedagógicos torna-

se mais motivadora e menos cansativa, quando comparada com a aula expositiva

tradicional, normalmente utilizada nas salas de aula de ensino fundamental, médio e até

superior (CASTOLDI e POLINARSKI, 2010).

A vídeo-aula, como um produto educacional, precisa ser preparada para mediar

a aprendizagem, orientando o aluno ao longo do processo e facilitando a construção do

conhecimento. Para que isso aconteça é necessário que o roteiro passe por uma

análise pedagógica, que estruture didaticamente o conteúdo e avalie a inserção de

elementos audiovisuais (AZEVEDO Jr, 2009).

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Mas o professor deve tomar o cuidado de não substituir a sua aula por vídeos, a

figura do professor é imprescindível e não deve ser descartada, assim sendo o

professor não pode se acomodar e ter apenas o trabalho de apertar o “play” e ao final

do vídeo dar por encerrada a aula.

Frizzo (2009) diz que a absorção do conhecimento é dada por vários níveis de

comunicação verbal e não verbal, sendo que quanto maior a quantidade de canais

utilizados para absorver a informação maior será a retenção. Estudos revelam que

somos capazes de reter 10% do que lemos 20% do que ouvimos 30% do que vemos,

50% do que vemos e ouvimos e 80% do que vemos, ouvimos e fazemos. Então,

porque não utilizar o máximo de sentidos durante a construção do conhecimento, já que

quanto mais estimulados mais aprendemos.

Berenice Vollrath (2001) para ensinar bem, o professor deverá saber o que vai

ensinar, deve possuir técnica de ensino e práticas de sala de aula eficientes que lhe

permitam transmitir aos alunos de forma clara e significativa os conteúdos que ele

domina.

O professor também necessita de atualização permanente, buscar sempre

informações, saber o que está acontecendo, estar consciente da relação entre

diferentes saberes. Saber somente sobre a sua área de atuação não é mais suficiente

para atender as necessidades dos alunos. Isto não quer dizer que o professor precise

saber tudo, mais sim, saber o que o aluno quer conhecer. O processo educativo precisa

estar vinculado ao contexto social, em que o sujeito – aluno – está inserido. Isso irá

implicar em conhecer e usar instrumentação eletrônica, bem como outros recursos

pedagógicos (RÖRIG, 2010).

Sabe-se que a formação profissional não se esgota quando da conclusão de

curso de graduação ou de curso de nível médio, é necessário um processo continuado

que alia a prática profissional ao aperfeiçoamento constante por via de diferentes

modalidades de estudo (GUIMARÃES et al., 2010).

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1.3 O Ensino da Medicina e Ginecologia

A produção historiográfica relativa à história das mulheres e da sexualidade

mostra como a mulher e sua sexualidade foram objetos de grandes debates entre os

séculos XVIII e XIX. Diversos seguimentos da sociedade, não só a classe médica da

época, mas a classe judiciária, a classe artística (literatura, música, artes plásticas),

entre outras, tinha como foco a mulher. Na maioria absoluta das vezes, estes debates

ou estudos foram feitos por homens, e sem esquecer que eram homens que viviam

numa era em que o machismo atingia o seu ápice (MARTINS, 2004).

Segundo a Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura a ginecologia é definida como

o ramo da medicina que estuda a fisiologia e a patologia dos órgãos genitais da mulher

fora da gestação, assim como as suas relações com os restantes aparelhos e sistemas

(ROHDEN, 2002).

Dificuldades para engravidar e problemas menstruais levavam as mulheres a

procurar a ajuda tanto de médicos quanto de parteiras e curandeiros antes da

organização de uma especialidade médica que tratasse destes problemas. A mulher

era para a medicina, como um território a conquistar. Os poucos médicos que tratavam

das doenças de mulheres eram, em geral, cirurgiões parteiros, o que explica porque a

ginecologia foi uma espécie de apêndice da obstetrícia até a segunda metade do século

XIX (MARTINS, 2004).

A ginecologia iniciou-se como especialidade independente entre os séculos XIX

e XX, assentando suas fundações sobre um solo instável e perigoso (ROHDEN, 2002).

Com o desenvolvimento da assepsia, antissepsia e anestesia a medicina teve

grandes evoluções, principalmente para o surgimento da ginecologia como

especialidade. Na verdade, quando se considera a bibliografia, produzida por médicos e

historiadores, raramente encontra-se exemplos que analisem a distinção entre a

ginecologia e a obstetrícia. Os historiadores da medicina acabam colocando no mesmo

conjunto as duas especialidades que tratam da mulher (ROHDEN, 2000).

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A ginecologia como ciência, assim como a mulher sofreu grande preconceito no

início, visto como uma medicina de segundo plano, em que muitos médicos da época

se negavam a praticá-las por considerar uma medicina uma medicina menor. A

ginecologia nasceu junto com a obstetrícia que era realizada por parteiras, sem nenhum

estudo teórico que praticavam a arte de partejar, apenas com os conhecimentos

passados de uma para outra através da prática. O outro fator que foi um empecilho

para a ginecologia, era o excesso de pudor que imperava na época, tornando quase

que impossível para o médico, o simples ato de examinar a paciente, principalmente

tocar as mulheres em qualquer parte do corpo, quanto mais olhar ou tocar a região

genital (MARTINS, 2004).

A ginecologia se origina como especialidade cirúrgica, graças às novas

descobertas científicas. Sendo as primeiras cadeiras de instrução médicas surgidas nos

Estados Unidos, na Universidade da Pensilvânia em 1791 (ROHDEN, 2002).

Muitas vezes em função do seu conhecimento e experiência particular do corpo

feminino, eram os obstetras que se tornavam ginecologistas. Muitos obstetras adeptos

da cirurgia acabavam tratando de doenças ginecológicas, como aconteceu no Brasil,

onde não houve conflitos entre especialistas, sendo a regra que o mesmo profissional

exercesse as duas especialidades (MARTINS, 2004).

A descoberta das diferenças sexuais pelas ciências biológicas contribuiu para a

descoberta de um órgão exclusivo das mulheres: o útero. Não mais visto como similar

aos testículos, o útero ganhou um significado muito importante para os médicos.

Este órgão era a prova que eles constantemente evocavam de que a natureza

não havia criado um ser imperfeito, como pensavam os antigos, mas confiado às

mulheres a missão de gerar e de dar à luz, portanto associados ao papel social de ser

mãe (MARTINS, 2004).

A mulher era vinculada à figura do ser incapaz, frágil, não estava associado a

trabalhos que exigissem inteligência, mas a reprodução da espécie e aos cuidados das

crianças. Sua importância estava relacionada à capacidade de gerar herdeiros

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saudáveis. Seu destino era obedecer ao homem, este sim, representava a figura da

inteligência, do poder e do trabalho. Acreditava-se que o homem era mais capaz

intelectualmente que a mulher. Pesquisas comparavam o tamanho do cérebro do

homem e da mulher e comprovavam que a superioridade masculina se dava porque o

homem possuía um cérebro maior. A educação feminina ficava restrita aos cuidados da

casa e dos filhos e uma educação fora destes padrões era visto como uma ameaça.

Alguns poucos autores iam de encontro à idéia vigente no século XVIII e XIX, de

que as mulheres eram menos inteligentes do que os homens, estes acreditavam que a

superioridade masculina se devia à falta de recursos intelectuais, já que poucas

mulheres tinham a oportunidade de estudar (MARTINS, 2004).

Com o desenvolvimento da obstetrícia/ginecologia, a mulher passava a ter um

lugar privilegiado no hospital, seja através do estabelecimento das maternidades, ou de

estabelecimentos de consultórios ginecológicos. As doenças da mulher eram

percebidas como difíceis e acompanhadas de muito sofrimento e sensibilidade nervosa,

o que requeria atendentes especialmente treinados para lidar com estas pacientes.

Mas somente no final do século XVIII é que as patologias uterinas serão

estudadas (ROHDEN, 2002).

A mulher seria determinada, em seu corpo e mente, pelas funções sexuais,

fazendo com que sua fisiologia e patologia sexual, afetassem o seu comportamento e

tendo conseqüências sociais e morais que não teriam paralelo no caso do homem.

Em momento como o parto e o puerpério, quando as influências do sexo

predominariam ainda mais na mulher, ela se tornaria física e moralmente vulnerável e

não poderia ser responsabilizada plenamente pelas suas ações. Esboçava-se uma

imagem da mulher que vive no limite entre a fisiologia e a patologia (MOSCUCCI,

1993).

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Embora o interesse pela mulher e suas diferenças sexuais crescesse e

chamasse a atenção de um público letrado diversificado, os médicos desempenharam

um papel de destaque nesta reflexão.

A imagem do médico protetor da mulher também expressa o crescente interesse

médico-científico pela natureza feminina e as doenças de mulheres, interesse este que

resultou na constituição de especialidades médicas voltadas para a especificidade do

sexo feminino: a obstetrícia e a ginecologia (MARTINS, 2004).

O desenvolvimento de uma medicina da mulher ou da sexualidade e reprodução

enfrentavam o risco da condenação moral na medida em que intervinha em um campo

delicado e tradicionalmente suscetível à discussão.

A validade e a moralidade das novas especialidades e outros temas, como o

segredo médico, estavam presentes. O debate se agravava quando a honra da família

e a autoridade de pais e maridos poderiam ser colocadas em xeque no contato com

ginecologistas e obstetras (ROHDEN, 2002).

Existia também o medo de que estes médicos, da nova especialidade

ginecologia/obstetrícia, por serem homens, pudessem de alguma forma usar desta

proximidade física e da intimidade que esta especialidade possibilitava, para abusar das

pacientes.

A aceitação dos exames por parte das mulheres e de seus maridos deveu-se ao

paciente trabalho de convencimento e da aceitação da autoridade dos médicos. Da

mesma forma que o obstetra passou a ser aceito na cena do parto, o ginecologista

conseguiu, aos poucos, conquistar a confiança da mulher (MARTINS, 2004).

A necessidade da realização do exame físico pelo médico não foi vista com bons

olhos pela sociedade, porque antes da medicina clínica o princípio do “toque e não

olhe” era o seguido por todos. Este princípio foi modificado ao longo do século XIX pelo

convencimento dos médicos junto a sua clientela associando a necessidade de ver com

a idéia de prevenção.

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No Brasil o ensino médico começou com a criação da Escola de Cirurgia na

Bahia em 1808 e com a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro em 1809 com a cadeira

de partos.

Este processo ocorreu no período da transferência da corte portuguesa ao

Brasil, a carência de médicos era muito grande, e a série de mudanças administrativas

econômicas e culturais incluíam a criação das universidades na Bahia e no Rio de

Janeiro, já que neste período a população somente tinha assistência da medicina

popular.

Algum tempo após as escolas de medicina passaram a ter um espaço adequado

ao ensino de clínicas obstétrica e ginecológica, quando começaram a ser construídas

as primeiras maternidades no Brasil. As faculdades de medicina só foram criadas no

início do século XIX.

Havia ainda uma grande resistência em liberar o acesso dos alunos às

maternidades, dificultando em muito o aprendizado da obstetrícia, durante muito tempo

o aprendizado do parto era apenas teórico, médicos se graduavam sem nunca terem

visto um parto e aprendizados como o uso de fórceps era feito apenas por

demonstração sem a presença da paciente. (MARTINS, 2004).

Nesta mesma época a evolução da medicina ocorria a pleno vapor na Europa,

Phillip Bozzini um médico alemão de origem italiana realizou o primeiro procedimento

endoscópico (instrumento destinado ao exame visual direto das cavidades profundas do

corpo com auxilio de luz exterior) no ano de 1805 ao realizar uma cistoscopia

(visualização da bexiga através do equipamento chamado cistoscópio). Procedimento

este realizado de forma rudimentar, com uso de uma câmera uretral dupla, vela e

espelho refletor, sendo aperfeiçoado posteriormente por seus colegas (CRISPI et.al.,

2007).

Em 1843 Desormeaux, quatro décadas depois desenha um novo cistoscópio, e

apresenta este à Academia de Medicina de Paris em 1865, onde foi premiado. Sendo o

primeiro com descrição técnica aceitável. Consistia num tubo de diâmetro reduzido, vela

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alimentada por mistura de álcool e terebintina, luminosidade da chama intensificada

pela adição de chaminé ao corpo do aparelho e espelho côncavo para a reflexão da

luz.(CRISPI et.al., 2012).

Pantaleoni utiliza este cistoscópio em 1869 para realizar a primeira histeroscopia

no mundo. Utiliza o cistoscópio de Desormeaux conjugado a espelho perfurado, usado

por otorrinos. Visualiza pólipos uterinos e cauteriza-os com nitrato de prata (CRISPI

et.al., 2007).

Em 1879, Nietze desenvolve um novo método de iluminação da cavidade do

corpo humano, com a introdução da fonte luminosa no interior da cavidade a explorar

(CRISPI et.al., 2012).

O desenvolvimento da histeroscopia no século XX foi muito lento, com

dificuldades para distender a cavidade uterina utilizando CO2 ou soro fisiológico,

construção do equipamento com canal operatório para a entrada de instrumentais

auxiliares.

Com a Guerra Fria – iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial, na década

de 50, e que durante quase 50 anos dividiu o mundo em dois grandes blocos de poder

impulsionou a ciência e a tecnologia de forma jamais vista na história da humanidade.

Muitos equipamentos, serviços e processos foram descobertos durante a tensão que

existiu entre Estados Unidos e União Soviética pela ameaça, de ambos os lados, de

ações bélicas, sobretudo com o uso de bombas atômicas. A corrida espacial, resultante

do avanço científico, proporcionado por essa tensão, trouxe inúmeras inovações

(KENSKI, 2007).

Logo na década seguinte, década de 60, grandes mudanças ocorreram na

prática médica e no setor prestador de serviços médicos, o aparecimento de um setor

capitalista produtor de material e de equipamentos médicos. Novas práticas e

especialidades foram abertas. Uma “boa medicina” já não mais podia ser exercida sem

o auxílio de equipamentos de última geração e da solicitação de uma grande

quantidade de exames complementares (VIANNA, 2002).

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A necessidade do aperfeiçoamento dos equipamentos fazia-se necessário. Em

todo o mundo abriu-se enorme janela de oportunidades. Para a população em geral, o

momento foi também de grande transformação.

Finalmente na segunda metade do século XX o domínio foi total da tecnologia.

Diversos pesquisadores, nesta época, contribuíram para evolução desta técnica,

modificando o diâmetro das óticas, introduzindo equipamentos como o histeroinsuflador

para distensão da cavidade uterina e sugerindo elementos, que pudesse ser utilizados

como meio distensores.

E finalmente em 1970 aconteceu a grande evolução com a introdução da fibra

óptica associada com o sistema de lentes Hopkins melhorando a nitidez das imagens,

juntamente com micro-histeroflator criado em 1983, permitido a insuflação controlada

eletronicamente, estava ai um histeroscópio que poderia ser utilizado para realização

de exames ambulatoriais sem necessidade de anestesia. Ao ser acoplado ao sistema

de vídeo criou-se então a videohisteroscopia que permitia ao médico a documentação

do exame (CRISPI et.al., 2012).

O método se tornou bastante difundido no início do século XXI devido ao material

idealizado para cirurgias ambulatoriais pelo italiano Stephano Bethoci, o que

proporcionou a divulgação da técnica e possibilitou a realização de procedimentos

cirúrgicos minimamente invasivos (CRISPI et.al., 2007).

Desta forma, a investigação da cavidade uterina se tornou possível, permitindo a

pesquisa e tratamento de patologias intra-uterinas que causam grande sofrimento às

mulheres.

1.4 A Videohisteroscopia na Ginecologia

A vídeohisteroscopia é um procedimento que cada dia toma maior importância

propedêutica e terapêutica na ginecologia. Isso porque os equipamentos utilizados para

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sua realização têm evoluído de forma sistemática e rápida para torná-los delicados e o

exame menos traumático (CRISPI et al., 2007).

Para realização deste exame há necessidade de instrumental próprio e

adequado. Na sala de exame devemos ter dentre outros equipamentos próprios para

sua realização, uma micro-câmera, para captação das imagens durante o exame que

será visualizado em um vídeo, para que o examinador e seus alunos possam observar

e discutir o exame. Estas imagens podem ser captadas e inclusive armazenadas, para

uma posterior discussão.

As imagens histeroscópicas trazem noções de volume, textura, superfície,

vascularização, precisa localização, gerando com isso melhor análise e, portanto

decisões mais adequadas. Permite visualizar de forma real as patologias intra-uterinas

que antes não eram possíveis (OSTHOFF et al.; 2007).

Quando o aluno de graduação se depara com a informação de um exame para

investigar uma determinada patologia, e que não compreende como este exame é feito,

conseqüentemente ele não saberá para que utilizá-lo.

É importante que o aluno saiba como o exame é realizado para saber por que ele

estará solicitando aquele exame para determinada paciente. Caso contrário, ele deixará

de pedir quando for necessário ou pedirá desnecessariamente, onerando o tratamento

ou desperdiçando a oportunidade de realizar um diagnóstico adequado.

A videohistersocopia está indicada em todas as situações clínicas na qual a

visualização da cavidade uterina possa fornecer subsídios para um diagnóstico preciso

e conseqüente conduta terapêutica (OSTHOFF et al.; 2007).

É fundamental que o aluno saiba que a videohisteroscopia não é um exame

solicitado como primeira escolha na investigação de patologias intra-uterinas, porém é

um exame solicitado quando ocorre uma queixa uterina que não fica evidente na

realização do exame de ultra-sonografia transvaginal ou quando este se mostra com

alterações na cavidade uterina.

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A ultra-sonografia transvaginal é o método de rastreio utilizado nestes casos.

Representa a primeira escolha entre os métodos não invasivos que permitem avaliação

do endométrio (SCAVUZZI et al., 2003).

A indicação da Sociedade Americana de Câncer determina que toda mulher

entre 18 e 40 anos de idade deve fazer um exame pélvico de rotina a cada 1 a 3 anos

com exame de Papanicolau. Acima dos 40 anos de idade, o exame deverá ser anual

(HALBE, 1998).

BRILEY (1998) refere que cerca de 5% a 33% das mulheres que procuram

clínicas ginecológicas, fora das consultas de rotina anual, têm como queixa principal o

sangramento uterino anormal (SUA).

Esta queixa de SUA pode ter vários fatores causadores, desde patologias intra-

uterinas ou até mesmo fatores fisiológicos que podem levar ao sangramento uterino

anormal.

Dentre as causas mais freqüentes estão os miomas submucosos, pólipos,

hiperplasias de endométrio, endometrite, atrofias, adenocarcinoma de endométrio

(CRISPI et al., 2007).

Estes temas quando discutidos em sala de aula causam uma dificuldade no

entendimento do aluno por serem patologias muitas vezes somente diagnosticadas

através da videohisteroscopia.

A videohisteroscopia é um procedimento minimamente invasivo que pode ser

realizado a nível ambulatorial com a paciente lúcida e acompanhando todo o exame.

Freitas (2011) descreve a técnica da videohisteroscopia diagnóstica em dois

tempos, primeiro no tempo cervical e depois no tempo uterino, somente com a

utilização de CO² como meio distensor, mas também podemos utilizar líquido para

distender a cavidade uterina principalmente os fluidos de baixa viscosidade (soluções

salinas) para realização do exame, com fluxo contínuo.

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A escolha do meio distensor entre líquido e gasoso vai depender do objetivo do

procedimento. A utilização do gás como meio distensor permite uma visão insuperável,

porém mistura-se facilmente com sangue e muco formando bolhas e prejudicando a

visão. Sua absorção pelo organismo é boa e é altamente solúvel no sangue sendo

eliminado pelo organismo através da respiração. A utilização do líquido como meio

distensor só se tornou possível após a evolução dos instrumentos que proporcionaram

segurança para sua utilização. A visualização da cavidade uterina mesmo diante de

sangramento e a possibilidade da utilização de eletro-cirurgia são os principais fatores

responsáveis pela escolha do meio líquido como distensor na realização do exame de

videohisteroscopia diagnóstica e cirúrgica (CRISPI et al., 2007).

Porém seu emprego não é isento de risco, a síndrome de intravasamento ou

também chamada de overload é o grande temor de todo videoendoscopista. Ela ocorre

quando há grande volume de líquido absorvido pelo organismo através dos vasos

seccionados na cirurgia e este volume entra na circulação sistêmica levando aos

sintomas de depressão respiratória, agitação, confusão, sinais de hipertensão

intracraniana, vômitos, tonteiras, oligúria ou anúria seguindo-se de insuficiência renal,

edema cerebral e pulmonar, podendo levar o individuo a óbito (CRISPI et al., 2012).

A técnica para realização da videohisteroscopia consiste na colocação do

espéculo vaginal e posterior pinçamento do colo uterino com pinça de Pozzi. Alguns

histeroscopistas preferem realizar diretamente a vaginoscopia que permite visualização

da vagina primeiramente com o histeroscópio, não sendo necessário o pinçamento do

colo, o que causaria dor antes do exame propriamente dito.

Após esta etapa é visualizado o canal cervical com a progressão do equipamento

até a cavidade uterina. A seguir a observação, se necessário, identificar a área a ser

investigada e proceder à biópsia dirigida (sob visão histeroscópica) nas lesões focais ou

biópsia orientada (quando é orientado o local a ser biopsiado pela visão histeroscópica

prévia) nas lesões difusas. Na maioria dos casos, o exame pode ser realizado sem o

uso de qualquer analgesia ou anestesia, embora um grau variável de dor seja referido

durante o procedimento.

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Em alguns casos pode causar intensa dor, e necessitar de realização do

procedimento com anestesia, podendo ser local ou venosa. Na maioria das vezes a não

realização do exame de videohisteroscopia se deve a situações de desconforto (CRISPI

et al., 2007).

A utilização da anestesia geralmente se faz necessária, naquelas pacientes

muito ansiosas, com grande temor para realizar o exame, ou quando ocorre

necessidade de dilatação do canal cervical (FREITAS et al., 2011).

Estes sintomas geralmente são de pequena intensidade, mas podem

comprometer a realização do exame. Destaca-se com mais freqüência: dor do tipo

cólica no baixo ventre pode ser desencadeada durante a passagem da óptica pelo

orifício interno do canal cervical e, principalmente, nas dilatações forçadas acarretando

a síndrome de estimulação vagal que é caracterizada por náuseas, vômitos, hipotensão

arterial, bradicardia, arritimias, apnéia e laringoespasmo (DONADIO, 2001; FREITAS et

al., 2011).

A anestesia ocorre apenas durante o tempo da realização do procedimento, não

havendo necessidade de internação hospitalar. Caso o diagnóstico seja feito por

alguma patologia que possa ser tratada através da videohisteroscopia cirúrgica, a

paciente será encaminhada para ambiente hospitalar para ser submetida ao tratamento.

A internação deve ocorrer por 12h, que é o tempo suficiente para realizar o

procedimento cirúrgico e recuperação pós-operatória da paciente.

Patologias antes diagnosticadas e tratadas com procedimentos cirúrgicos que

necessitavam internação hospitalar prolongadas, como a realização de histerectomias

sem investigação prévia, hoje podem ser substituídas por uma investigação mais

criteriosa através da videohisteroscopia. Permitem que pequenos procedimentos sejam

realizados e a matriz uterina seja preservada, permitindo uma recuperação satisfatória

em pouco tempo das pacientes proporcionando uma melhora da qualidade de vida.

No Centro de Videoendoscopia São Paulo, até dezembro de 2002 tinham sido

realizados 14.943 exames de videohisteroscopia, sendo 4.368 (29,23%) com indicação

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de pesquisa de sangramento uterino anormal (CRISPI et al.,2007). Os diagnósticos

histeroscópicos desses exames estão distribuídos na tabela 1.

Tabela 1: Achados histeroscópicos no Sangramento uterino anormal.

RESULTADO Nº DE CASOS PORCENTAGEM

(%)

HIPERTROFIA 1064 24,36

PÓLIPO 847 19,41

MIOMA 363 8,32

ENDOMETRITE 325 7,44

ATROFIA 303 6,94

SINÉQUIA 228 5,22

CICATRIZ HIPERTRÓFICA 224 5,14

CORPO ESTRANHO 92 2,09

CARCINOMA 28 0,63

OUTROS 894 20,46

Fonte: Crispi et.al., 2007

Vários destes diagnósticos citados anteriormente levavam a paciente para uma

mesa de cirurgia para serem submetidas à histerectomia, um procedimento de grande

porte que exige internação por pelo menos três dias, com risco de várias complicações.

Antes, estas pacientes perdiam seu útero por patologias que hoje são tratadas

histeroscopicamente e permite manter a integridade reprodutiva desta mulher com a

conservação da matriz uterina.

O procedimento videohisteroscópico diminuiu o número de indicações de

histerectomias e permitiu que algumas pacientes que buscavam tratamento

principalmente para infertilidade tivessem uma nova chance de sucesso em seu

tratamento.

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Muitas pacientes que apresentavam espessamento endometrial à ultra-

sonografia transvaginal eram submetidas à curetagem uterina fracionada, um

procedimento ultrapassado e que não permite diferenciar o diagnóstico de

espessamento endometrial e pólipo.

O papel tradicional da curetagem uterina diagnóstica no rastreio do SUA passou

a ser questionável, não só quanto aos aspectos concernentes a custos e riscos, como

também quanto aos que tangem a acurácia diagnóstica ( MELKI et.al., 2000).

A videohisteroscopia associada à histopatológico é excelente método para a

avaliação da cavidade uterina, seja em casos de sangramento ou para investigação de

pacientes inférteis (MATOS, 2003).

Um estudo realizado na década de 70 mostrou que a curetagem realizada

previamente à histerectomia revelou que em 60% dos casos menos da metade da

cavidade uterina tinha sido explorada com este procedimento (STOCK e KANBUR,

1975).

No caso de diagnóstico de sinéquia uterina (aderência das paredes da cavidade

uterina) que compromete principalmente a fertilidade feminina, antes da

videohisteroscopia, o diagnóstico não era possível de ser realizado, pois só é possível

quando visualizamos diretamente a cavidade uterina. Com este procedimento podemos

tratar e retornar a capacidade reprodutiva das pacientes.

Com o desenvolvimento da videohisteroscopia possibilitou-se a investigação,

diagnóstico e tratamento de diversas patologias intra-uterinas de forma minimamente

invasiva. Proporcionou a mulher a possibilidade de engravidar, a partir da pesquisa e

do tratamento da infertilidade, foi possível a conservação da matriz uterina, através do

tratamento cirúrgico do mioma submucoso sem a necessidade da retirada deste órgão,

além de permitir o grande avanço em relação ao diagnóstico precoce do câncer de

endométrio.

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Como temos várias patologias uterinas, principalmente o sangramento uterino

anormal, que podem levar a diversos sintomas as pacientes, temos que deixar bem

claro ao aluno como podemos investigar e como devemos tratar estas pacientes.

Sabendo procurar, o aluno também saberá tratar adequadamente. Quando o aluno

sabe por que solicitar o exame, o que deve esperar encontrar, e como deve proceder,

certamente o diagnóstico e o tratamento será adequado e eficaz.

Este estudo foi motivado pela constante dificuldade do professor em transmitir a

informação ao aluno e que o mesmo compreendesse. Pois o útero é um órgão

localizado dentro da pelve feminina, dificultando a noção espacial destas alterações. A

relevância deste trabalho reside na importância da vivência pelo aluno da prática

médica e não só da teoria em sala de aula. A construção do conhecimento se faz com a

junção da teoria e da prática, e não só com a informação dada ao aluno em sala de

aula.

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2-OBJETIVOS

2.1 Geral

Elaborar uma vídeo-aula demonstrando as indicações, a técnica e a realização

do exame de vídeohisteroscopia.

2.2 Específicos

a) Inserir o vídeo como mais um recurso didático dos conteúdos relacionados à

ginecologia e a Saúde da Mulher.

b) Possibilitar aos alunos a visualização da realização do exame de

videohisteroscopia.

c) Possibilitar ao aluno a identificação das indicações, contra-indicações e

possíveis complicações do exame de videohisteroscopia.

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3-MATERIAIS E METODOS

O projeto desta pesquisa foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética e

Pesquisa em Seres Humanos da Fundação Oswaldo Aranha (Unifoa) sob o processo nº

005/10.

Todas as participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) com autorização para utilização das imagens.

3.1 Materiais e Equipamentos

a) Para elaboração dos vídeos foram utilizados:

- Uma filmadora Panasonic digital (AG-HMC-AVCCAM)

- Uma luz de led 200w

- Um tripé para filmadora

- Dois tripés para iluminação

- Três cabeças de luz 250 watts

- Um microfone de lapela

b) Para gravação do vídeo no ambiente hospitalar:

- Uma filmadora Panasonic digital (AG-HMC-AVCCAM)

- Uma luz de led 200w

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c) As gravações foram realizadas:

- No centro cirúrgico do Hospital Maternidade Vita de Volta Redonda.

- No estúdio da TV-FOA, situado no campus da UNIFOA no prédio

do curso de Comunicação Social, em Volta Redonda no RJ.

d) Equipe Técnica envolvida:

- Dois cinegrafistas, um assistente de imagem e um editor de

imagem.

3.2 Imagens Utilizadas no Estudo

As imagens utilizadas na gravação foram imagens de exames realizados no

Centro de Vídeo-Endoscopia São Paulo (CEVESP),localizado na rua Comendador

Soares, 236 – Centro – Nova Iguaçu.

Foram estabelecidos dois critérios para a construção do vídeo:

a) Critérios para inclusão - realizar o exame de videohisteroscopia no

CEVESP, apresentar a patologia a ser analisada durante o estudo proposto.

b) Critérios para exclusão - exames realizados fora do CEVESP,

exames de má qualidade na imagem e patologias não propostas no estudo.

3.3 Elaboração do Produto

O desenvolvimento da vídeo-aula se deu da seguinte forma:

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1º - Escolha das imagens de exames realizados no CEVESP que melhor

ilustrassem as patologias abordadas na vídeo-aula.

2º - Gravação das imagens hospitalares com todo o equipamento necessário

para realização do procedimento bem como o ambiente hospitalar envolvido.

3º - Gravação dos comentários utilizados na vídeo-aula em estúdio para posterior

edição.

4º - Edição do material desenvolvido. Na edição foram inseridos comentários

junto às imagens filmadas anteriormente.

3.3.1 Produção e Edição da Vídeo-Aula

a) Produção e filmagem:

As imagens dos exames foram escolhidas no acervo do Centro de Vídeo-

Endoscopia São Paulo (CEVESP) que é um serviço privado, localizado na rua

Comendador Soares, 236- Centro – Nova Iguaçu, RJ, onde são realizados diariamente

diversos exames de endoscopia ginecológica dentre eles a videohisteroscopia. Neste

serviço as pacientes são encaminhadas pelo seu médico ginecologista para realizarem

este exame (videohisteroscopia) no caso de alguma suspeita clínica, lá são recebidas

por um ginecologista especialista em endoscopia ginecológica que realiza o exame

solicitado pelo seu médico. Após a conclusão do exame é liberado um laudo descritivo

e as imagens gravadas são arquivadas em um banco de dados para posterior consulta,

caso seja necessário.

Posteriormente foi levado ao Hospital Maternidade Vita um cinegrafista para

captação das imagens do centro cirúrgico e do equipamento necessário para a

realização do exame. Este equipamento por ser de difícil locomoção se encontra

armazenado em uma estante no local onde o exame é realizado, neste caso, no centro

cirúrgico.

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Para a iluminação do local foi utilizada a luz própria do ambiente hospitalar além

da luz de led 200w que se encontra acoplada a câmera. As imagens do ambiente

hospitalar foram gravadas em plano aberto ou panorâmico para definir o local (sala de

exame) e quando foi gravado o equipamento a ser utilizado para a realização do

exame, a gravação foi feita em plano fechado (close) para detalhamento das imagens.

No estúdio foi realizada a gravação das imagens com os comentários a serem

inseridos na vídeo-aula. Estes foram obtidos com o auxílio do microfone de lapela. Na

iluminação foram utilizadas duas lâmpadas de 250watts e para estabilidade da imagem

foram utilizados tripés de apoio para a câmera.

Todo o áudio foi gravado em estúdio para reduzir interferências e ruídos que por

ventura poderiam atrapalhar a gravação.

b) Edição:

A inserção e união de áudio e vídeo foram feitas utilizando o programa Adobe

Premier CS4, onde foram unidas as trilhas específicas de áudio, vídeo e as imagens

dos exames formando assim o produto desta dissertação.

3.4 Metodologia da utilização da vídeo-aula

A vídeo-aula é uma ferramenta audiovisual desenvolvida para auxiliar as aulas

da disciplina de ginecologia. A utilização desta ferramenta nas aulas teóricas possibilita

ao professor interromper ou concluir uma explicação no momento adequado. É uma

complementação da teoria apresentada pelo professor, e não deverá ser utilizada como

substituição da aula. Pode ser utilizada para ilustrar as informações dadas na aula

teórica, permitindo que o aluno compreenda a teoria e a prática, facilitando assim o

processo de ensino-aprendizagem.

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4-DISCUSSÃO

Esta dissertação teve com produto final a criação de uma vídeo-aula para ser

utilizada na disciplina de ginecologia buscando uma melhor forma de apresentação das

patologias intra-uterinas ao aluno.

Preocupamo-nos em produzir uma ferramenta audiovisual que possibilitasse ao

docente mais um recurso para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem e

conseqüentemente na construção do conhecimento.

Nela observamos a realização de um exame de videohisteroscopia, mostrando

onde o exame pode ser realizado, quais os recursos necessários para sua realização e

indicações do procedimento. Esta ferramenta de ensino nos permite fundamentar nossa

discussão nos seguintes pontos:

Impacto da evolução tecnológica no ensino;

Utilização de ferramentas audiovisuais no ensino de ginecologia;

Importância da utilização desta ferramenta no ensino de ginecologia;

Importância do papel do professor ao apresentar o conteúdo;

Possibilidade da utilização das novas tecnologias no processo de ensino-

aprendizagem.

Com o desenvolvimento deste trabalho podemos perceber que a evolução

tecnológica ampliou a utilização de vários recursos tecnológicos no ensino.

Com a utilização dos computadores podemos ter acesso a programas de

informática, Internet, televisão interativa, teleconferências, videoconferências, sala de

bate-papo, correio eletrônico, softwares educacionais entre outras inovações

tecnológicas. Enfim, inúmeras formas de contatos virtuais. Esta evolução tecnológica

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proporcionou uma troca de saber constante. Cada vez mais, esta linguagem audiovisual

tem contribuído para a consolidação do processo educativo moderno (DELORS 2000).

É fundamental que o professor tenha conhecimento sobre as possibilidades do

recurso tecnológico, para poder utilizá-lo como instrumento para a aprendizagem. Caso

contrário, não é possível saber como este recurso pode auxiliar no processo de ensino

e aprendizagem. No entanto, isso não significa que o professor deva se tornar um

especialista, mas que é necessário conhecer as potencialidades da ferramenta e saber

utilizá-las para aperfeiçoar a prática de sala de aula (BARBOZA, 2010).

Não basta apenas o professor ser um profundo conhecedor apenas na sua área

de atuação, ele deve estar vinculado ao contexto social. Deve saber aquilo que o aluno

quer conhecer. Isso leva a necessidade de pesquisa de informações, principalmente

através recursos tecnológicos.

O aluno agora tem acesso a informações, às vezes até antes do professor. O

que exige deste professor que sua aula se torne de alguma forma interessante para

este aluno. Necessitando que ele lance mão de recursos que a tornem atrativas e

desperte a curiosidade do aluno. É fundamental que esse recurso seja capaz de captar

a atenção do aluno, para que seja um eficiente material de apoio ao professor,

favorecendo o aprendizado.

Ao mesmo tempo, devemos permitir e não nos sentirmos inferiorizados com

possíveis informações trazidas pelos alunos que nós são desconhecidas. Este espaço

deve ocorrer de forma natural e positiva, pois o conhecimento não é apenas do domínio

do professor, está ao alcance de todos. Um novo aprendizado deve ser sempre bem

vindo e compartilhado em conjunto. A interação entre aluno e professor deve ser

cordial, afinal, quem ensina também pode aprender.

A utilização de ferramentas audiovisuais pode ser um recurso bem interessante a

ser usado durante as aulas, já que o aluno de hoje se tornou muito mais visual. Esta

ferramenta permite ao professor interromper a aula a qualquer momento para introduzir

o recurso com método de auxílio no processo de ensino-aprendizagem.

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Barboza (2010) afirma em seu estudo que, é sempre o professor quem define

quando, por que e como utilizar o recurso tecnológico a serviço do processo de ensino

e aprendizagem. O professor é sempre o responsável pelo processo que desencadeia

para promover a construção do conhecimento, e nesse sentido é insubstituível.

A medicina se beneficiou em vários aspectos com a evolução tecnológica, seja

no âmbito da prática médica com a evolução dos diagnósticos e tratamentos precoces,

seja no nível do ensino.

Ao nível da prática médica temos como próprio exemplo o estudo que nos

propusemos a realizar. Na ginecologia, o exame de videohisteroscopia é um exame

minimamente invasivo, que permite a avaliação de um órgão genital interno feminino,

ao nível ambulatorial, com a paciente consciente, sem necessidade de internação

hospitalar. Isso pôde ocorrer porque o equipamento necessário para sua realização tem

evoluído de maneira sistemática e rápida com o objetivo de torná-los mais delicados e

menos traumáticos.

Este exame permite diagnosticar e tratar precocemente ás patologias que

anteriormente eram diagnosticadas tardiamente (como o câncer de endométrio) ou

tratadas de forma menos individualizadas (como miomas submucosos e sinéquias

uterinas).

Esta evolução tecnológica dentro da ginecologia possibilitou o diagnóstico e

tratamento de pacientes em qualquer faixa etária, mas com o aumento da expectativa

de vida da população ao longo dos anos principalmente das mulheres, possibilitou uma

melhora da qualidade de vida a longo prazo.

Nas universidades era importante passar aos alunos como estas mudanças

foram fundamentais e determinantes para a evolução do conhecimento.

A educação não poderia se limitar a linguagem escrita, pois nossa cultura atual

dominante vive impregnada por uma nova linguagem, a da televisão, a da informática e

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particularmente a linguagem da Internet. Todas estas de forma audiovisual (VOLLRATH

et.al., 2000).

Estas mudanças no ensino permitiram acrescentar informações que antes não

eram possíveis de ser alcançada de forma rápida. A informação que antes era somente

fornecida através da linguagem falada, hoje pode ser fornecida também da imagem

ilustrada. Com a possibilidade da utilização de uma vídeo-aula é possível demonstrar

ao aluno a realização de um procedimento importante no estudo ginecológico, como a

videohisteroscopia.

A dificuldade em colocar um grande número de alunos presenciando um exame,

que é constrangedor para a paciente, somente sendo possível de ser realizado por um

único examinador, agora pode ser possível de ser transmitido ao mesmo número de

alunos de uma única vez sem a necessidade de agrupá-los no ambiente de realização

do exame.

Com um vídeo, o tempo de realização do exame não fica dependente da

paciente e do examinador, e sim fica dependente da necessidade de compreensão do

aluno. Permite interromper e voltar quantas vezes for necessário.

Este procedimento videohisteroscópico permitiu a avaliação direta da cavidade

uterina de forma mais clara, sendo possível gravar e identificar alterações existentes.

Com uma câmera e uma ótica foi possível visualizar alterações que eram apenas

sugeridas anteriormente. Um órgão interno da genitália feminina passou a ser

alcançável e visível através de um vídeo.

O professor tem o papel de conduzir o fornecimento destas informações no

tempo necessário ao aprendizado de cada aluno. Ele escolhe a melhor hora para inserir

esta ferramenta durante a aula expositiva. Cabe a ele saber quando o conteúdo esta

adequado àquela aula, permitindo uma dinâmica adequada, planejando uma

diversidade de tipos de interação de acordo com o objetivo planejado, de acordo com

as necessidades do assunto que estiver sendo tratado.

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A necessidade do professor em criar mecanismos pedagógicos atuais de acordo

com a realidade do aluno do século XXI é fator fundamental na melhora do ensino

(ÁVILA, 2009).

Mas é claro que todo este processo de evolução do ensino somente poderá ser

possível, se existir apoio da instituição de ensino para disponibilizar equipamentos

adequados e sala de aula compatível com esta prática.

Se entendermos que a escola é um local de construção do conhecimento e de

socialização do saber, como um ambiente de discussão, troca de experiências e de

elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a utilização de recursos

tecnológicos seja amplamente discutida e elaborada conjuntamente com a instituição

de ensino (BARBOZA, 2010).

Deve haver uma força conjunta entre professor e instituição para que a evolução

aconteça. O sucesso final vai depender de uma boa relação entre professor-aluno e de

uma gestão consciente das instituições de ensino, adequada à tecnologia.

Neste estudo propusemos a utilização de uma vídeo-aula como ferramenta de

estudo na ginecologia, mas outras formas de recursos tecnológicos podem ser

aplicadas.

O importante é sempre lembrar que o professor ainda é a figura importante no

processo de ensino-aprendizagem, somente ele tem a condição de conduzir a aula, e

interromper no momento que achar propício para utilizar uma ferramenta que auxilie na

construção do conhecimento. A aula não deve ser substituída por uma ferramenta de

ensino, pode ser um recurso que auxilia no processo de ensino-aprendizagem.

É importante salientar a necessidade do professor em se manter atualizado e

criar técnicas pedagógicas eficientes, buscando sempre um bom desempenho da sua

função como professor.

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5-CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento deste produto aplicado ao ensino de ginecologia nos

possibilitou enxergar algumas mudanças no processo de ensino-aprendizagem entre

elas, a forma de ensinar e aprender. Esta sofreu diversas alterações nos últimos

tempos. Antigamente para aprender o aluno necessitava de comparecer a sala de aula

para adquirir conhecimento. Atualmente este processo pode acontecer em qualquer

lugar e a qualquer momento.

Isso só foi possível graças ao grande avanço tecnológico que vem ocorrendo há

alguns anos. A cada dia temos uma novidade que nós possibilita a aquisição do

conhecimento de forma mais ágil, seja através do computador, do telefone, televisão,

internet, enfim qualquer instrumento que nós conecte ao mundo.

A figura do aluno como um ser passivo, também ficou no passado, estamos

diante de alunos que são capazes de obter informações facilmente sem a ajuda do

professor, para que o mesmo não seja pego de surpresa, tem que estar preparado até

para ser informado de alguma atualização vinda de seu aluno, não sendo isto um

desmérito, pois como já foi dito a velocidade com que as informações chegam são

enormes, tornando totalmente possível que o aluno descubra antes do professor.

Em todos os níveis de ensino vêm sendo utilizadas estas evoluções

tecnológicas, como: videoconferências, internet, vídeo-aula. Na graduação, a

dificuldade do professor universitário em passar ao seu aluno a prática de um

profissional da sua área foi substituída pela facilidade que a tecnologia proporcionou

com o auxílio destas ferramentas.

Esta dissertação teve como produto final a criação de uma vídeo-aula em

vídeohisteroscopia que é um exame realizado pelo ginecologista com o objetivo de

investigar a cavidade uterina. Esta vídeo-aula será oferecida através da internet em

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sites que disponibilizem vídeos relacionados à educação para que qualquer professor

interessado possa utilizá-la.

O professor de ginecologia pode utilizar esta ferramenta a qualquer momento

durante a apresentação do seu conteúdo, principalmente no estudo de infertilidade,

sangramento uterino anormal para facilitar a compreensão do aluno na investigação de

um órgão genital feminino que antes não era possível de se alcançar. Através desta

ferramenta o aluno pôde saber como o exame é realizado, suas principais indicações e

contra-indicações.

A tecnologia deve ser usada sempre que possível em prol da melhor qualidade e

aproveitamento do ensino.

Os professores juntamente com as instituições de ensino devem tentar sempre

que possível aliar o avanço tecnológico com a melhora do processo de ensino-

aprendizagem para que todos possam sair ganhando e que ao final, bons profissionais

se formem graças a estas parcerias.

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6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2 – AZEVEDO Jr D. P.; RAMOS M. S.; AZEVEDO M. B. P. Roteirização de videoaulas para a educação on-line. VI Congresso Brasileiro de ensino superior a distância, São Luiz, Maranhão, 2009.

3 – BARBOZA, J. A importância da utilização dos recursos tecnológicos no ensino das ciências exatas, sob a ótica de uma evolução positiva. In artigonal,diretório de artigos gratuitos, 2010. Disponível em: http://www.artigonal.com/print/3916735 acesso em 17/03/12

4 – BARROSO, SG; RANGEL, M; BARROSO, PRM; LASMAR, RB; OLIVEIRA, MAP; DIAS, R. Uma proposta de ensino da videoendoscopia ginecológica em nível de pós-graduação. Revista Femina. Rio de Janeiro. vol 33, nº 6 p. 423 – 427, 2005.

5 – BORDENAVE, J, D., PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino e aprendizagem. 16ª edição Petrópolis: Editora Vozes, 1995.p.28-119.

6 – BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: ciências naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

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8 – BRILEY M, Lindsell Dr. The role of ultrasound in the investigation of women with post-menopausal bleeding. Clin Radiol 1998; 53: 502-5.

9 - CASTOLDI, R.; POLINARSKI,C. A. A utilização de recursos didáticos-pedagógicos na motivação da aprendizagem. In: I Simpósio Nacional de Ensino de Ciências e Tecnologia, 2009,Paraná.p.684-692.

10 - Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 4/2001. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de novembro 2001. seção 1, p.38

11 – CRISPI, C. P.;OLIVEIRA, F. M. M.; JUNIOR, J. C. D.; OLIVEIRA,M. A. P. Tratado de Vídeoendoscopia e cirurgia minimamente invasiva em ginecologia. 2ª edição. Rio de Janeiro. Ed Revinter, 2007. .pág 758 e 769 e p. 770-791.

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12 – CRISPI, C. P.; OLIVEIRA, F. M. M.; JUNIOR, J. C. D.; OLIVEIRA,M. A.P .;RIBEIRO, P. A. G. Tratado de Vídeoendoscopia e cirurgia minimamente invasiva em ginecologia. 3ª edição. Rio de Janeiro. Ed Revinter, 2012.

13- DELAMARE, G. Dicionário de termos técnicos da medicina. 20ª edição. São Paulo: Organização Andrei Editora. 1984. p.224 e 364.

14 – DELORS. J. Educação um tesouro a descobrir – Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI;. 4ª edição Brasília Ed Cortez, 2000. p. 64-192

15 – DONADIO, N. NETO, L. C. A. Consenso Brasileiro em Videoendoscopia Ginecológica. 1ª edição. São Paulo. 2001.p.325-328

16 – FILHO O.; G. R. Bases Teóricas para a Implementação do Aprendizado Orientado por Problemas na Residência Médica em Anestesiologia. Rev. Brasileira de Anestesiologia, v 53(2), p. 286 – 299, 2003.

17 – FREITAS, F.; MENKE, C. H.; RIVOIRE, W. A.; PASSOS, E,P. Rotinas em Ginecologia. 6ª edição. Porto Alegre: editora artmed, 2011. 736.

18 – FRIZZO, H. C. F.; RAMOS, C. O.; CUNHA,P. C. Reflexão acerca da utilização de recursos audiovisuais e tecnológicos na docência universitária como facilitador do processo ensino-aprendizagem. In: Trabalho de conclusão de curso de especialização em docência na educação superior da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. 31-07-2009, Uberaba-MG.Disponível em:http:// <www.uftm.edu.br/paginas/curso/cod/281/arca/docencia+na+educação+superior/t/publicacoes > Acesso em 08/03/11.

19 – GUIMARÃES, D. L.; IAHN, L. F.: BENTES, R. D. F. Videoaulas uma realidade sendo adotada nas instituições de ensino e nas corporações. In: Descrição de projeto em andamento. 2010,Paraná.Disponível em: http:// www.abed.org.br/congresso2010/cd/352010163950.pdf. Acesso em: 03/03/2011.

20 - GRAELLS, P. M. Los médios didácticos y los recursos educativos. In: [Doc online] 2000. Disponível em: <http://www.redes-cepalcala.org/inspector/documentos>. Acesso em 24/02/2011 .

21 – HAGUENAUER, C. Metodologias e estratégias na educação a distância. 2011. Disponível em: <http://www.latec.ufrj.br/portfolio/at/metodologias.pdf.> acesso em 18/03/12

22 – HALBE H. W. Tratado de Ginecologia. 2ª Edição. São Paulo: Ed. Roca, 1998. vol.1 p.333-335.

23 - KENSKI, V. M. Educação e tecnologias. O novo ritmo da informação. 2ª edição. Campinas, SP; Papirus, 2007. p 19-46.

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24 - LIBÂNEO, J,C. Didática. 32ª Reimpressão revisada 2011. São Paulo. Ed. Cortez, 1994.p. 65-173.

25 – MAIA et al. Metodologia de ensino e avaliação de aprendizagem. In: CONGRESSO 2005 São Paulo. Disponível em:<http:// www.abed.org.br /congresso2005/por/pdf> Acesso em: 20/06/09.

26 – MARTINS, A. P. V. Visões do feminino: a medicina da mulher nos séculos XIX e XX. 20ª ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2004.

27 – MATOS E.; PINA H.; MACHADO M.K.N. Acurácia da histeroscopia na avaliação da cavidade uterina em pacientes com sangramento uterino pós-menopausa. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Rio de Janeiro, v.25(4),237-241, 2003.

28 - MELKI L. A. H., OLIVEIRA M. A. P., FILHO V. T., ASSUMPÇÃO A. M. B ., OLIVEIRA H.C. Dilatação e curetagem no sangramento uterino anormal: achados histopatológicos e relação custo/benéfico. Rio de Janeiro. RBGO. 22(8): 495-502, 2000.

29 – MIALARET, G. Psicopedagogia dos meios audiovisuais no ensino do primeiro grau. Trad. Catarina Marie Nourry. Petrópolis: Vozes, 1973.

30 – MORAN, J, M., O vídeo na sal de aula. Revista Comunicação e Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]:p. 27-35, jan/abr. 1995.

31 - MOSCUCCI.O. The Cience of Woman: gynecology and gender in England – 1800-1929. Londres; Cambridge University Press, 1993.

32 – OSTHOFF L.; SOARES A.; KOCH H.A. Videohisteroscopia da imagem endometrial alterada: uma avaliação crítica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Rio de Janeiro vol.34(6) p. 401-406. Dez 2007.

33 – ROHDEN. F. Uma ciência da diferença: sexo, contracepção e natalidade na medicina da mulher. Tese de doutorado apresentada ao programa de pós-graduação em antropologia social – Museu Nacional – UFRJ – Rio de Janeiro. 2000.

34 – ROHDEN, F. Ginecologia, gênero e sexualidade na ciência do século XIX. Revista Horizonte Antropológico, ano 8, n 17, p 101-125, jun 2002.

35 – RÖRIG, C. BACKES, L. O professor e a tecnologia digital na sua prática educativa. 2010. Disponível em: <htpp://pgie.ufrgs.br/alunos_espie/espie/Luciana/public_html/Mara.doc> acesso em 18/03/12.

36 – SANTANA, J.C; MEDEIROS, Q. A utilização do uso de novas tecnologias no ensino de ciências. UFRGPE. Disponível em: <http://www.senept.cefetmg.br/galeria/arquivos.../terxatema/artigo14.pdf> acesso em 17/03/2012

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37 – SCAVUZZI. A, AMORIN. M, NETO. J. S. P., SANTOS.L. C. Comparação entre os achados ultra-sonográficos, histeroscópicos e histopatológicos no sangramento uterino pós-menopausa. Rio de Janeiro. RBGO. 25(4)229-235, 2003.

38 – STAHL, G. et.al. Aprendizagem colaborativa com suporte computacional: uma pespectiva histórica. 2006. Disponível em: < http://gerrystahl.net/cscl/CSCL_Poetuguese.pdf> acesso em 17/03/12

39 – STOCK, R. J, KANBOUR,A. Prehysterectomy curettage. Obstet Gynecol. United Estated; 45:537-541.May 1975.

40 – VIANNA, C. M. M. Estruturas do Sistema de Saúde: do complexo médico-industrial ao médico-financeiro. Physis, Revista Saúde Coletiva Rio de Janeiro, vol.12 (2),375-390,2002.

41 – VOLLRATH, B; ALDRIGHI, D; SCHIMIDT, MT. Recursos audiovisuais em sala de aula. Revista PEC, Curitiba, v.1, n.1, jul 2000-jul 2001. p. 5-10.

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APÊNDICES E ANEXOS

APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre Esclarecido do Projeto

“Ferramentas de Ensino em Videohisterospia para Alunos de Graduação”

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APÊNDICE 2 – Termo de Consentimento Livre Esclarecido do Projeto “Vídeo para

aplicabilidade em videohisteroscopia”

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ANEXO 1 – Autorização do Comitê de Ética para o projeto “Ferramentas de

Ensino em Videohisteroscopia para Alunos de Graduação”

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ANEXO 2 – Autorização do Comitê de Ética para o projeto “Vídeo para

aplicabilidade em videohisteroscopia”