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BEM ME QUER ESPAÇO ACADÊMICO ARTIGO MÉDICO Parto normal: um ritual a ser incentivado e vivido na sua totalidade Tratamento do carcinoma hepatocelular: novas técnicas e desafios Auto-ressonância magnética do ombro: eficácia na detecção de lesões Neurofisiologia clínica: passado, presente e futuro ANO III_05_MAIO_2011

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BEM ME QUER ESPAÇO ACADÊMICOARTIGO MÉDICOParto normal: um rituala ser incentivado e vivido na sua totalidade

Tratamento do carcinomahepatocelular: novastécnicas e desafios

Auto-ressonância magnéticado ombro: eficácia nadetecção de lesões

Neurofisiologia clínica: passado, presente e futuro

ANO III_05_MAIO_2011

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EDITORIAl

CORPO EDITORIALAline RibeiroCristiana GomesFlávio KataokaGlenda VianaGuilherme CrespoJosé Aldir de AlmeidaJoão Luiz Sandri Priscila Reverete MatilhaVania da Cunha MastelaVinícius Gomes da SilveiraWalter J. Fagundes

JORNALISTA RESPONSÁVELRita Diascanio – Contatus Comunicaçã[email protected].: (27) 3089-4100

ASSESSORIA DE IMPRENSARoberta [email protected].: (27) 3089-4100

COORDENAÇÃOCentro de Estudos do Vitória Apart HospitalDr. Vinicius Gomes da [email protected] / [email protected].: (27) 3201-5526

Marketing do Vitória Apart Hospital Vania da Cunha Mastela [email protected].: (27) 3201-5529

CONTATO COMERCIALMarketing do Vitória Apart Hospital [email protected].: (27) 3201-5529

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Tab Comunicação

REVISÃORita Diascanio e Laiz Fidalgo

TIRAGEM5.000 – Distribuição gratuita – DirigidaVersão disponível no site do Vitória Apart Hospital: www.vitoriaaparthospital.com.br

Vitória Apart Hospital BR 101 Norte, Boa Vista II, Km 2,38 - Serra/ES Tels.: (27) 3201-5555 / (27) 3348-5444

Expediente

O ano de 2010 marcou a história do Vitória Apart Hospital, que ganhou um novo rumo administrativo com a realização de uma Auditoria Geral e a implantação de um novo or-ganograma, totalmente profissionalizado. Agora, gestores capacitados para as suas fun-ções específicas tomam conta deste complexo hospitalar, que passou a ter uma gestão moderna, com um novo Estatuto Social e voltado para as boas práticas de governança corporativa.

Mas um hospital deste porte deve ir além da boa administração porque, por si, ele já é um caso de sucesso. Temos que avançar mais, o que significa acompanhar a evolução médi-ca. O nosso objetivo é oferecer uma Medicina de qualidade, baseada no que há de mais moderno no mundo. Hoje, conectado na Internet, qualquer cliente sabe o que é atual. O nosso corpo clínico, formado pelos melhores profissionais de cada especialidade, é o alvo dessa nova fase do Vitória Apart Hospital na busca contínua dos progressos da Medicina.

Congregar o que há de melhor e fomentar o desenvolvimento científico e a integração entre as especialidades são nossos objetivos. Para isso, hoje, somos o único hospital no Estado cujo corpo clínico realiza mensalmente uma Reunião Científica, na qual são discu-tidos os casos e os desafios clínicos, a incorporação de novas tecnologias e a atualização científica. Como exemplo dos avanços médicos, estamos com uma nova parceria com o Governo do Estado na área de transplantes. Além dos transplantes de rins, fígado e pân-creas, trouxemos mais uma inovação no Espírito Santo: a realização desse tipo de cirurgia também em ossos e articulações.

Também estamos fortalecendo a relação de confiança e de responsabilidade com os nossos tradicionais compradores de serviços, construindo uma arquitetura de alianças que formam a pedra angular do serviço hospitalar e, consequentemente, do nosso trabalho médico. Teremos a base de um trabalho duradouro e de qualidade, contribuindo para a promoção e o desenvolvimento da saúde em nosso Estado. Queremos estar sempre no bloco da frente, com as melhores práticas da Medicina visando ao nosso objetivo maior: o atendimento dos nossos clientes. Evoluir é preciso!

Perspectivas para o futuro

Dr. João Luiz SandriCirurgião Vascular e Secretário do Conselho

de Administração do Vitória Apart Hospital

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ENTREVISTAHisteroscopia é aliada no diagnóstico e tratamento dos problemas uterinosDr. Arnaldo Ferreira Filho

1416

1917

2123252830

10764

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DESAFIO DIAGNÓSTICOEstenose pilóricaDr. Guilherme Crespo

CUIDE-SEHepatite: Uma ameaça silenciosa Dra. Daniela Sperandio Feitosa

EM FOCORiscos no ambiente de trabalho: o hospital como atividade industrial Eng. Fernando Mota

BEM ME QUERParto normal: um ritual a ser incentivado e vivido na sua totalidadeDra. Amanda Garcia Vieira

GESTÃO EM SAÚDEBilling: o coração operacional e financeiro do hospitalEconomista Sergio Moreno

PROGRESSOS DA MEDICINAA oxigenoterapia hiperbárica e sua aplicação em cirurgia plástica da faceDr. Ariosto Santos

ARTIGO MÉDICO Artro-ressonância Magnética do OmbroDr. Antonio Carlos Monteiro Braconi e Dr. Anphilophio de Oliveira Junior

ESTUDO CIENTÍFICONeurofisiologia clínica: passado, presente e futuroDra. Maria Rufina Barros

ARTIGO MÉDICO IIRastreamento da doença carotídea na população idosa de GuarapariDra. Daniela Pontes e equipe médica do Angiolab

RELATO DE CASOCirurgia ortognáticaDra. Taiz Carrera Arrabal

INSTITUCIONALComissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãose Tecidos para Transplantes - CIHDOTT Enf. lenir Gomes

ESPAÇO ACADÊMICOAtualização no tratamento do carcinoma hepatocelularDr. Vinicius Gomes da Silveira Marilia Vilas Boas Reis e Paula Costa lyrio (Graduandas da Emescam)

NEWS

SUMáRIO

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ENTREVISTA

Histeroscopia é aliada no diagnóstico e tratamento dos problemas uterinos

Dr. Arnaldo Ferreira Filho

Médico há 28 anos e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) há 25, o ginecologista e obstetra Arnaldo Ferreira Filho destaca as indicações e os benefícios da histeroscopia.

O procedimento pode ter função diagnóstica ou terapêutica, e os estudos apontam que a eficácia da técnica é de aproximadamente 85%. No Vitória Apart Hospital, as histeroscopias são feitas sob anestesia geral para realizar polipectomias e miomectomias e ajudar a conter o sangramento uterino anormal de pacientes.

VAH – Como funciona a histerosco-pia? Doutor Arnaldo Ferreira Filho – Histeroscopia é o exame endoscópico do útero que permite a visualização do canal endocervical e da cavidade uteri-na. Após a colocação de um espéculo na vagina, o histeroscópio é introduzido através do colo uterino. Com uma mi-crocâmera conectada ao equipamento, a imagem é projetada para um monitor.

O exame é indicado para o diagnós-tico de quais problemas? A histeros-copia diagnóstica tem como objetivo,

como o próprio nome diz, a confirmação de patologias visualizadas ao ultrassom como miomas, pólipos, corpo estranho (DIU), sinéquias uterinas, câncer do en-dométrio e restos ovulares, por exem-plo. Na maioria das vezes, esse proce-dimento é seguido de biópsia.

O procedimento também pode ter fi-nalidade terapêutica? Quais são as indicações? Sim. A histeroscopia ci-rúrgica tem a função de complementar a histeroscopia diagnóstica. A técnica permite, através da dilatação do colo uterino, a utilização do ressectoscópio para realizar polipectomias, miomec-tomias e ablação endometrial (indica-da para conter o sangramento uterino anormal). Esses procedimentos cirúr-gicos são realizados, geralmente, com alguma forma de anestesia, devido à dor provocada pela dilatação e à mani-pulação uterina.

A aplicação da técnica traz algum risco, alguma complicação para a paciente? Sim. Entre as complicações mais frequentes que podem ocorrer estão perfuração uterina, infecção, he-

morragia, laceração do colo uterino e sobrecarga hídrica. Mas é importante destacar que um ambiente hospitalar de alto nível, as instalações físicas e o corpo médico exercem um papel funda-mental para a prevenção de possíveis complicações.

Esses seriam os diferenciais do pro-cedimento realizado no Vitória Apart Hospital? Na Clínica da Mulher, situada no Vitória Apart Hospital, as histerosco-pias são realizadas sob anestesia geral, com toda a segurança de centro cirúr-gico, utilização de aparelhos de acordo com as normas da Vigilância Sanitária e apoio técnico imediato do hospital. Dessa forma, conseguimos obter algu-mas vantagens para o paciente e para o hospital. Diminuímos a morbidade do método; a permanência hospitalar, que é de três a quatro horas para a alta da paciente; e a ocupação do centro cirúr-gico central.

Existe alguma contra-indicação para a realização da histeroscopia? As contra-indicações ficam por conta de casos como vigência ou suspeita de

Dr. Arnaldo Ferreira Filho tem 28 anos de atuação

“ “

A histeroscopia cirúrgica tem a função de

complementar a histeroscopia

diagnóstica

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Na Clínica da Mulher, no Vitória Apart Hospital, as histeroscopias são realizadas

sob anestesia geral, com toda a segurança de centro cirúrgico, utilização de aparelhos de acordo com as normas da Vigilância Sanitária

e apoio técnico imediato do hospital.

gestação, infecção, patologia maligna, sangramento ativo que impeça a visu-alização e doença cardiorrespiratória grave.

Qual a eficácia do procedimento? A histeroscopia tem eficácia, segundo a literatura médica, em torno de 85%, sendo, portanto, o método de escolha na investigação da cavidade endome-trial. É um exame de alta sensibilidade e especificidade.

Qual a melhor época para a sua rea-lização? O melhor momento para a re-alização do método é durante o período pré-ovulatório, em média 14 dias após a menstruação.

Qual a relação da histeroscopia ambulatorial com a dificuldade que mulheres possuem de engravidar? A histeroscopia é o método propedêu-tico primordial na investigação da infer-tilidade. A literatura mostra que, após a videohisteroscopia com a liberação de sinéquias cervicais ou da cavidade uterina e polipectomias, há registro do aumento da taxa de gestação.

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CUIDE-SE

Hepatite: uma ameaça silenciosaA hepatite é uma doença caracterizada pela inflamação do fígado e pode apre-sentar diversas causas, como medica-mentos, ingestão de álcool, anticorpos autoimunes e os vírus que apresentam predileção pelo tecido hepático. Essas hepatites virais consistem num problema de saúde pública. Existem muitos tipos de vírus da hepatite, sendo os mais co-muns os tipos A, B e C.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de dois bilhões de pessoas já tiveram contato, por exemplo, com o vírus da hepatite B. No mundo, são cerca de 325 milhões de portadores crônicos de hepatite B e 170 milhões de hepatite C. Em média há um milhão de mortes por ano por complicações pelo vírus B.

No Brasil, o Ministério da Saúde estima que os casos de portadores crônicos do vírus B correspondam a 1,0% da popula-ção. Algumas regiões do Espírito Santo estão entre os locais de maior prevalên-cia. O grande problema é que a maioria dessas pessoas desconhece o seu esta-do, pois nunca realizou o exame soroló-gico específico para estes vírus, perpe-tuando a cadeia de transmissão.

A hepatite A é a forma mais comum de hepatite viral. Este vírus se transmite por via fecal-oral, ou seja, pela ingestão de água e alimentos contaminados e pelo contato pessoa a pessoa no domicílio. Seus principais sintomas são icterícia, náuseas, vômitos e febre baixa.

Porém, grande parte dos casos aconte-ce de forma subclínica ou assintomática. Geralmente esta doença tem um cará-ter benigno e autolimitado. Pode evoluir para formas graves, denominadas ful-minantes, podendo até ser fatais em 1% dos casos. O tratamento e o acompa-nhamento desta forma devem ser feitos junto ao médico, baseados no repouso

adequado, na boa hidratação, na alimen-tação e na monitorização de suas com-plicações.

A transmissão da hepatite B ocorre pela forma parenteral (através de sangue e derivados contaminados), por relações sexuais desprotegidas e pela transmis-são vertical (da mãe para o filho). Na grande maioria das vezes (70%) não cau-sa sintomas e pode evoluir para cura em cerca de 90% dos casos.

Os outros 10% podem evoluir para a forma crônica e em metade há uma tendência ao desenvolvimento de suas principais e graves complicações: cir-rose hepática e câncer de fígado. Se a transmissão ocorrer durante a gestação, parto ou amamentação, essa situação se inverte e há possibilidade de desen-volvimento da forma crônica em 85% dos casos.

O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exames sorológicos específicos para este fim. Quando diagnosticada, deve ser realizado acompanhamento com especialista para controle e preven-ção de suas complicações. O tratamen-to, quando indicado, é realizado na maior parte das vezes com uso de medicações antivirais.

Os vírus da hepatite foram descobertos recentemente. O do tipo C foi identifica-do em 1989, mas os exames para sua detecção só se tornaram disponíveis em 1992. Por isso, são consideradas popu-lações de risco acrescido para infecção por HCV os indivíduos que receberam transfusão de sangue ou hemoderivados antes de 1993, usuários de drogas endo-venosas, usuários de cocaína inalatória, pessoas com tatuagem, piercing ou ou-tras formas de exposição percutânea. O Ministério da Saúde estima prevalência de 1,5% da população como portadora do vírus da hepatite C.

A transmissão do vírus tipo C ocorre prin-cipalmente por via parenteral e em menor proporção através de relações sexuais desprotegidas. Evolui para cura espontâ-nea apenas em cerca de 15% dos casos, com o restante podendo se tornar crô-nica. Desses, um terço chega a formas graves em 20 anos.

O tratamento da hepatite C costuma ser realizado, em média, durante um ano com ingestão diária de comprimidos e aplicação, geralmente semanal, de in-jeção subcutânea. Existem vários medi-camentos em fase final de estudo com lançamento em um futuro breve. Hoje, há cura para muitos pacientes.

É preciso estar atento às formas de transmissão para prevenir. O uso de pre-servativos nas relações sexuais precisa ser incentivado e nenhum material que possa apresentar contato com sangue ou secreções deve ser compartilhado. Objetos de uso pessoal, como escovas de dente, lâminas de barbear ou alicates de unha, devem ser individuais, assim como materiais para drogas injetáveis ou inaladas.

Para a prevenção da hepatite A, é pre-ciso consumir água filtrada e alimentos com boa procedência. Hoje, existem va-cinas com 95% de eficácia que previnem contra as hepatites A e B. Ambas estão disponíveis pelo SUS para grupos popu-lacionais. Por ser uma doença silenciosa, a sua detecção precoce é fundamental. Feito o diagnóstico, o médico e o pacien-te podem caminhar juntos no controle do vírus, minimizando seus efeitos no funcionamento do fígado e reduzindo as suas complicações.

Dra. Daniela Sperandio FeitosaInfectologista e Coordenadora do

Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Vitória Apart Hospital

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extremas, produtos químicos, drogas quimioterápicas, gases medicinais e ris-cos ergonômicos agravados por fatores psicossociais, além dos agentes patogê-nicos, mostram que os riscos ocupacio-nais em um hospital de porte vão muito além das agulhas e dos bisturis.

Se, a essa gama de riscos, adicionar-mos outros dois fatores catalisadores: a grande diversidade profissional e cultural

“ “

Segurança no ambiente de trabalho: o hospital como atividade industrial

Todos os ambientes, locais e atividades nos impõem perigos. Há perigo ao diri-gir veículos, ao subir escadas, ao tomar banho. Perigo é toda situação com po-tencial de causar danos, é uma fonte de possibilidade de acidentes, mas é estáti-co, não há como quantificar o perigo, não há grande ou pequeno perigo.

Em gestão de segurança não tratamos o perigo, mas a probabilidade da ocorrên-cia de danos decorrentes dele – o risco, algo dinâmico e mensurável, logo, pas-sível de controle. Riscos nos ambientes de trabalho referem-se à probabilidade de danos causados por agentes nocivos, classificados como físicos, químicos, biológicos e mecânicos, sempre em fun-ção de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição.

Pensar em acidentes no ambiente hospi-talar quase sempre nos remete àqueles decorrentes do contato com pacientes portadores de doenças infecto-conta-giosas, ou aqueles provenientes do ma-nuseio de perfurocortantes. Tendemos a relevar os riscos inerentes às atividades de caráter industrial dessas instituições.

Hospitais do porte do Vitória Apart, com características de um hospital geral e onde se praticam procedimentos médi-cos de alta complexidade, obrigatoria-mente possuem serviços de apoio que assumem dimensões industriais para fazer frente à demanda. São lavanderias e cozinhas industriais, serviços de manu-tenção, central de esterilização, centrais de gases, serviços radiológicos, entre outros.

Tudo isso os torna ambientes complexos, que oferecem riscos típicos de ambien-tes industriais, além da elevada carga de riscos biológicos inerentes à sua ativida-de fim. Radiações, ruído, temperaturas

encontrada nesses ambientes e a veloci-dade exigida em muitas das interações, obtemos um ambiente de trabalho com uma rara pré-disposição à ocorrência de acidentes.

Essa constatação encontra eco no fato de os estabelecimentos de atenção à

saúde ocuparem os primeiros lugares nas estatísticas nacionais de acidentes, o que motivou a edição de uma norma específica, a NR 32, numa tentativa de forçar o setor a reduzir os acidentes atra-vés da normatização de procedimentos de segurança.

No que se refere ao controle de riscos, o Vitória Apart Hospital conta com alguns serviços, comissões e programas espe-cíficos, como: a Comissão Interna de Pre-venção de Acidentes – CIPA, o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar – SCIH, o Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho – SESMT, e o Programa de Gestão de Riscos – PGR. Cada um com características próprias e âmbito delimitado, porém com o objeti-vo comum que é assumir o controle dos riscos e tomar ações para um único alvo – a obtenção de um ambiente seguro e saudável.

Cabem ao SESMT e à CIPA as atribuições de monitoramento dos riscos laborais, da eficácia das proteções e do acompanha-mento da saúde do trabalhador, entre outras. A CIPA, formada por trabalhado-res escolhidos por escrutínio, apesar de não possuir caráter normativo, tem papel

Os riscos ocupacionais emum hospital deporte vão muito

além das agulhase dos bisturis

EM FOCO

Serviços de apoio como as lavanderias e as centrais de esterilização são considerados ambientes complexos dentro de um hospital

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relevante na prevenção de acidentes. O fato de ser composta por trabalhadores dos diversos setores da empresa. Sem discriminação hierárquica ou social, tem a seu favor o diálogo entre pares, despro-vido de receios e inibições, o que a torna um eficiente canal de captação de infor-mações, que, trabalhadas em conjunto com o SESMT, agilizam a detecção e a solução de problemas no que se refere à prevenção.

O SESMT é composto por uma equipe multidisciplinar formada por técnicos especialistas nas áreas de engenharia e medicina do trabalho. Dimensionado conforme o número de funcionários da empresa e seu grau de risco, tem cará-ter compulsório e seus componentes são contratados exclusivamente para cuidar tanto dos aspectos legais quanto da pre-venção de acidentes e doenças decor-rentes do desempenho das atividades laborais.

Ao contrário do que muitos pensam, não é e não há como ser função do SESMT cuidar da segurança em nível individual, visto ser impossível a onipresença. Mas, o SESMT tem obrigação de antecipar riscos, apontar falhas, buscar causas, receber e passar informações, orientar e estabelecer procedimentos que possam melhorar os ambientes de forma a limitar os riscos a níveis aceitáveis.

Para desempenhar este papel, o SESMT precisa de visibilidade, credibilidade e eficiência, atributos que, devido ao ca-ráter não-deliberativo do serviço, só são conseguidos na íntegra e com eficácia, com o apoio dos órgãos de governança da organização e o comprometimento da alta direção com a segurança em todas as suas vertentes.

Para se garantir a segurança, assim como a qualidade, manuais, procedi-mentos e regras são meios necessá-rios, mas não suficientes, pois há fatores cognitivo-comportamentais envolvidos que necessitam de referenciais para as-

similação. Essa referência vem em forma de política documentada, de campanhas educacionais e, principalmente, da “von-tade de fazer” sinalizada pelo envolvi-mento da alta direção com a resolução dos problemas.

Não se deve confundir envolvimento com investimento financeiro, fato comum no meio empresarial. O envolvimento está relacionado com participação, integra-ção com o corpo funcional, posiciona-mentos claros, comunicação eficiente, interesse em resolver problemas e liderar mudanças. Atitudes estas que sequer necessitam de investimentos, mas detêm o poder de transformar obrigações em crenças e valores.

A reflexão anterior, um tanto utópica, co-meça a ganhar contornos reais com a en-trada em cena de um novo ator, o Fator Acidentário de Prevenção – FAP, uma ten-tativa de reverter o viés de alta nas contas de benefícios acidentários do INSS que, de quebra, objetiva obrigar as empresas a investirem na melhoria dos ambientes e dos processos produtivos em busca da segurança.

O FAP penaliza as empresas cujos índi-ces de acidentes – e aqui se enquadram também as doenças que, pelo nexo epi-demiológico, estão associadas à ativida-de da empresa –, apontam para o des-caso com a saúde ocupacional. Só para ilustrar, a aplicação desse fator é capaz de duplicar a alíquota do encargo refe-rente aos acidentes de trabalho (no caso

de um hospital é de 3% sobre a folha de pagamentos) para empresas com altos índices de ocorrências ou reduzir até a metade para aquelas com baixos índices.

Na prática, as empresas que não inves-tem em prevenção passarão a subsidiar aquelas que investem, levando as primei-ras a repensar a segurança como forma de continuar investindo no seu próprio negócio e reduzindo custos.

O SESMT do Vitória Apart vem, ao longo do último ano, passando por reformula-ção com objetivo, em médio prazo, de consolidar uma cultura de segurança no hospital. O serviço tem evoluído e busca-do aproximar-se mais da linha prevencio-nista defendida pelas indústrias.

Paralelamente às obrigações legais, vem aumentando sua visibilidade, melho-rando a comunicação com os setores, mapeando riscos, registrando dados, passando informações, criando rotinas, orientando e propondo medidas correti-vas, ações básicas para obtenção de um ambiente mais saudável e seguro com a consequente redução dos índices de eventos indesejados.

Hoje o serviço já possui um mapeamento dos problemas críticos, além de um ban-co de dados com o histórico das ocorrên-cias relacionadas à saúde e à segurança ocupacional, capaz de propiciar múltiplas análises, comparação de resultados e validação de conclusões, o que facilita a tomada de decisões mais assertivas.

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Segurança Ocupacional e Gestão de RiscosNão faz muito tempo os processos investi-gatórios de acidentes ou incidentes ocupa-cionais desembocavam em dois sujeitos mutuamente excludentes: o ambiente e o homem. As análises paravam em um dos veredictos: ato inseguro ou condição inse-gura, com grande tendência para o primei-ro porque o julgamento social é mais sim-ples e a nossa cultura nos impele a buscar culpados, puni-los e encerrar o assunto.

Mas a experiência adquirida em anos de altos índices de acidente mostraram que o caminho estava errado. A indústria foi a pioneira na adaptação de técnicas de gestão de riscos, há muito conhecidas pelas seguradoras, para antecipação aos acidentes. Um acidente é um even-to de múltiplas causas e seu tratamento não exige culpados, sendo o fracasso de todos. Toda falha é produto final de uma soma de pequenas falhas não tra-

tadas adequada e/ou tempestivamente. Se considerarmos que as pessoas re-presentam apenas uma das muitas par-tes de um sistema, assim como o são o ambiente de trabalho, equipamentos, tecnologia, meio ambiente, organização do trabalho, políticas e procedimentos, podemos assegurar que até a chamada “falha humana” é uma “falha de sistema”.

As pessoas são conduzidas ao erro pelas circunstâncias, por processos cuja análi-se crítica imatura, descontínua e/ou sem visão sistêmica desfavorecem a criação de barreiras suficientes para preveni-los. Um trabalhador cuja função é preparar bandejas de refeição desenvolve uma sín-drome de carpo e se afasta do trabalho. Análise simples: esforços repetitivos fora da linha neutra causaram a lesão. Análise sistêmica: O trabalhador vinha desenvol-vendo a lesão há meses, mas não reportou

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por continuar podendo trabalhar – falha de notificação e no treinamento do trabalha-dor; O balcão de preparo, muito baixo, não permitia o apoio das bandejas, que então eram seguras por uma das mãos, sujeitan-do o punho a posições e esforços anor-mais – falha no desenho do equipamento;

O tempo para preparo era curto e exigia agilidade e atenção – falha na organização do trabalho. O trabalhador passa por exa-mes médicos periódicos que não detec-tam o problema – falha na monitoração. O alinhamento das falhas, nas vertentes bá-sicas de um sistema de gestão de riscos: Identificação, mapeamento e monitoração culminaram com um evento indesejável, trazendo prejuízos para todos.

Fernando MotaEngenheiro do SESMT

do Vitória Apart Hospital

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BEM ME QUER

Considerando que fazemos parte de um país no qual os índices de cesareana chegam próximo a percentuais médios de 90% (SUS e Medicina Privada), ve-nho, neste artigo, discorrer sobre um assunto que pode parecer, talvez, para muitos, ultrapassado e/ou inatingível.

Em princípio, devemos entender que nascer é um ato que deveria independer da nossa intervenção. Parto é a passa-gem e justamente o ritual deste nascer. Dessa forma, a palavra natural é o ad-jetivo que lhe cai melhor e o qual devia ser por nós entendido em sua plenitude. O parto normal nada mais é que a es-colha de um bebê do seu momento ide-al nesse ritual: “Estou pronto”, e a mãe torna-se presença essencial e ativa na realização desse processo.

A intervenção médica deveria ser a ex-ceção e não um brincar em ser Deus acreditando-se o único capaz de sa-ber interpretar e até mesmo dirigir esse evento. Como países em desenvolvi-mento, estamos sempre em busca de norteios no Primeiro Mundo, condutas e guidelines.

Mas no que tange o nascer, sequer di-vulgamos que todos eles (Estados Uni-dos, Europa, Japão, China e outros) são contrários à nossa realidade. Estamos certos, então? Nadamos contra a cor-

rente? Isso geraria muitas afirmações e desapontamentos ao descer o véu da realidade em um país que vende a ima-gem de ter bons e baratos cirurgiões. Mas esse não é nosso foco.

O ritual é longo e deve ser vivido na sua totalidade, e respeitada dessa forma a vontade de ambas as partes envolvidas no processo desse binômio mãe-bebê. Passar por ele vivenciando o parto nor-mal é algo que assusta a muitas mães, não encorajadas, muitas vezes, por to-dos que as rodeiam. Deveria ser come-

Parto normal: um ritual a ser incentivado e vivido na sua totalidade

Numa metáfora, o parto normal pode ser comparado à emoção de uma montanha russa

morado como uma conquista indescri-tível e de infinita felicidade, um êxtase indecifrável e, com certeza, inesquecí-vel. A cesareana não tira da mãe esse sentimento, mas limita em muitas vezes o despertar da fêmea que existe no seu interior, quando ela é feita arbitrariamen-te e sem entendimento e concordância materna. Há ainda sempre os riscos ine-rentes a qualquer procedimento cirúrgi-co, por mais simples que aparente.

A Unifesp, em 2006, fez um estudo no qual entrevistou gestantes no início, meio e fim da gestação, e publicou que o desejo inicial da maioria (quase 70%) era em ter um parto normal. O estudo apontou também que a desistência era quase sempre ao longo do pré-natal e tinha como causas mais frequentes o medo e a angústia impostos pela so-ciedade leiga e médico-científica. Onde há o equívoco? Termino por transcrever uma descrição que julgo a mais verda-deira desse momento.

“ “

O ritual é longo e deve ser vivido na suatotalidade, e respeitada dessa forma a vontade

de ambas as partes envolvidas no processodesse binômio mãe-bebê

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1110 VITÓRIA APART PROGRESSVITÓRIA APART PROGRESS

Quase 70% das gestantes têm preferência por parto normal, segundo estudo

O parto normal e a montanha russa

Tem gente que acha loucura sentir dor para parir. Muitas coisas na vida são mais loucas e as pessoas fazem. E sem que haja bem-estar algum em jogo. Pense no seu parto como se fosse um passeio de montanha russa. Essa foi a melhor metá-fora que encontrei.

Imagine a sua gestação como uma da-quelas filas enormes em dia de excursão de escola no Hopi Hari. No verão. Você ali esperando aquela fila se deslocando devagar... muito devagar. Você cansada, os pés doendo. Você vê gente com medo, apreensiva.

Gente empolgada que descreve como vai ser para quem nunca andou. E você ali. Sem saber o que esperar. Você também escuta alguns: você é louca! Andar nisso aí? Nunca! Você não viu aquela montanha russa lá em Ximbiquinha do Sudoeste que quebrou e matou todo mundo? E o pior fo-ram os que ficaram mutilados para o resto da vida!

Você faz ouvido mouco e continua ali.Avançando devagarinho. Não tem pra onde ir, é tarde pra pular fora, as grades que separam a fila são altas, só dá pra seguir em frente. Aí você vê quem está saindo. Gente meio tonta, com uma ex-pressão que você não entende, camba-leando, passando mal. E você pensa: onde é que eu fui me meter?

Quando você está chegando perto, o cansaço está maior, e você tem que ficar encostada quase o tempo todo. E não chega nunca. Para melhorar, no finalzi-nho ainda tem uma baita escada pra su-bir na plataforma de embarque. Bem que podia ter uma escada rolante aqui. Você chega na última parte da fila. De repen-te, parece que toda aquela morosidade foi embora. A fila anda muito mais rápido agora. Ou será que você é quem acha isso por que a hora de embarcar está se aproximando?

Subir as escadas exige um esforço ex-tra. Parece que seu peso aumentou uns quinze quilos. Você não sabe se é o ca-lor, o tempo em pé ou se foi aquele com-bo gigante de hambúrguer, fritas e balde de refrigerante que está pesando.

Mas você sobe, um degrau de cada vez. E o topo vai se aproximando. É quando você enxerga: tem uma saída de emer-gência lá em cima. Saída estratégica pela esquerda. Acho que é nessa que eu vou! Mas aí você pensa: já vim até aqui... e se for tudo o que dizem mesmo? Como é que eu vou saber?

Que o destino decida, então: vou jogar uma moeda. Se der cara, eu vou. Cara! Melhor de três, então. Cara de novo. Ai, ai... Continua avançando. Ah, se aquela mocinha desmilinguida embarcar, eu vou também. Se ela consegue, eu também. Ela embarca.

Ok. Acho que vou. A não ser, é claro, que chova. Se não for totalmente seguro, não vou. E eu acho que estou vendo uma nu-

venzinha lá longe. Se o carrinho que vier for vermelho, também não. Vermelho me dá um azar, e eu não vou arriscar.

Sua vez está se aproximando, você já vai chegar na plataforma. Uma moça amare-la, bem na sua frente, sai correndo pela saída de emergência. Você se estica e consegue enxergá-la lá embaixo, na saí-da da lojinha... tem alguma coisa na mão, mas o olhar parece meio distante.

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Eu vou! Não quero ficar imaginando como teria sido. Chega a sua vez. O cora-ção sobe na boca. O fôlego fica suspen-so por alguns instantes. Mas você respira fundo e sobe no carrinho. E pensa: ainda bem que não era um vermelho. A viagem começa devagarinho. Tec-tec-tec. O car-rinho vai subindo devagar. Tranquilo. Não é tudo aquilo! Que povo medroso! Dá até pra tirar a mão. Ainda bem que não desisti! A brisa no rosto. A paisagem tão linda. Ainda bem que fui forte!

Sobe, sobe, sobe. Puxa, mas que alto... dá uma vertigem de leve. De repente, você se vê no final da subida. Que altura, ai, eu vou morrer. Me deixa descer, me deixa sair daqui. Que raiva daquela pro-fessora de yoga que disse que eu não ia me arrepender. Se estivesse aqui agora, eu matava!!!

Será que aquela doula ia fazer muita di-ferença segurando aqui a minha mão?

Bando de louca... ah, eu mato se eu sair viva daqui! E a minha prima, aquela ma-luca que me convenceu a vir. “Vai ser legal, você vai ver, você vai querer ir de novo”. Ai, eu mato, eu mato. Cadê ela? Por que não está aqui? Duvido que quan-do ela andou foi nessa tão alta, aposto que foi na menor! E vem a descida.

O looping, uma subidinha, curva, mais curva, outra curva. Você já não está vendo nada direito, está meio tonta, parece meio fora de si. Tem mais gente gritando, ou será que é você mesma? Está doendo tudo, esse bate-bate no carrinho vai doer ainda mais amanhã. Vai parecer que fui atropelada... Você nem sabe, mas está de ponta-cabeça. Dá medo de olhar. Você espia, fecha o olho de novo. Não quero nem ver. Não vou olhar. Se eu olhar, é pior!

Vai chegando no final. O carrinho desa-celera. Você está meio abobada, grogue.

Alguém ajuda você a descer. E você nem vê quem é. Podia ser o Brad Pitt e você não ia nem notar. Seu cabelo está pa-recendo uma piaçava depois da faxina, mas você esqueceu de prendê-lo. E ago-ra nem lembra mais que tem cabelo. Mas tem alguma coisa diferente. Algo a mais em você: vim, vi e venci. Sou praticamen-te um Júlio César!

Suas pernas cambaleiam um pouco, mas você anda. A brisa bate e, aos pou-cos, você se recobra. levanta a cabeça e sorri.Era só isso? Por que tive tanto medo? Vou pra fila de novo! Quem já andou de montanha russa sabe do que estou fa-lando. Quem passou por um trabalho de parto também. E você, já andou de mon-tanha russa?

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GESTÃO EM SAÚDE

Sergio Moreno é economista e pós-graduado em administração estra-tégica e financeira. Diretor na KPMG Consultoria. Dirigiu projetos de reestru-turação de processos e implementa-ção de sistemas de billing em hospi-tais, seguradoras e planos de saúde.

Billing significa emissão de nota fiscal, faturamento, cobrança dos serviços pres-tados por uma organização a um cliente. O objetivo do billing é sempre o mesmo, mas o seu processo muda significativa-mente, dependendo da organização a que nos referimos. Nas empresas de tele-fonia, por exemplo, o processo de billing é altamente automatizado. Com base nos parâmetros e nas condições contratuais firmadas junto aos clientes e utilizando poderosos softwares integrados aos di-versos sistemas operacionais, as contas são emitidas e cobradas sem nenhuma atividade manual, e muito menos algum contato entre a operadora e o cliente.

Quando focamos o processo de billing em um hospital, percebemos sua alta comple-xidade e abrangência, pois envolve prati-camente todas as áreas operacionais do hospital, médicos, prestadores de serviços de saúde, fornecedores, e, é claro, clientes e pacientes que pagam as contas.

A falta de organização e de automação dos diversos processos que geram as informações necessárias à montagem e ao faturamento das contas hospitalares, aliada a pouca integração entre os sis-temas que suportam esses processos, associadas a controles fracos ou inexis-tentes, são os ingredientes perfeitos para levar um hospital à falência. A combina-ção desses fatores, em maior ou menor grau, causam, inevitavelmente, faturas com itens incorretos ou indevidos, valo-res sub ou super-dimensionados, glosas, perda de confiança dos clientes, possibili-dade de fraudes, e, finalmente, o prejuízo financeiro.

As deficiências mais comuns encontradas nos processos e sistemas que registram e controlam as operações do hospital e que resultam em erros e problemas no processo de billing são: pouca integração

entre os diversos processos e sistemas; necessidade de entrada manual de da-dos sobre consumo, serviços e preços; lançamentos incorretos; lançamentos in-devidos; falta de lançamentos; falta de se-gurança; falta de controles e de informa-ções gerenciais adequadas, entre outras.

Em uma pesquisa realizada no processo de Billing em um importante complexo hospitalar brasileiro, foram encontradas diversas contas com irregularidades que causavam cerca de 1% de perda mensal de receita, ou seja, uma redução direta na sua lucratividade.

Adicionalmente, causavam custos indi-retos, tais como: retrabalho das contas glosadas pela auditoria médica; retraba-lho das contas glosadas pelas fontes pa-gadoras; perda de impostos pelas faturas canceladas e reemitidas; perda de receita financeira (oportunidade) pela demora no ciclo de faturamento; custo com a estrutu-ra de auditoria médica; ajustes de inventá-rio (materiais de consumo e medicamen-tos); fraudes ocorridas e não-detectadas; ações judiciais decorrentes de erros nas contas médicas. Considerado o coração operacional e financeiro de qualquer hos-

pital, o processo de billing deve estar ade-quadamente integrado e alimentado pelos diversos sistemas e informações sobre a situação dos pacientes internados, desde a sua admissão até a alta. Atualmente, existem diversas opções de software que integram os procedimentos médicos aos administrativos.

A efetividade dos controles existentes ao longo dos processos também é de fundamental importância para prevenir erros e fraudes no faturamento. Para atender esse requisito existem metodo-logias que integram a governança, ges-tão de risco e conformidade. São cha-mados sistemas GRCs.

Finalmente, nada é mais importante do que a conscientização dos médicos e colaboradores envolvidos nos processos operacionais do hospital, a respeito dos riscos incorridos pela prescrição e regis-tro incorreto dos procedimentos ou dos materiais e medicamentos utilizados, de-satualização de tabelas de preços e ca-dastros, e realização de procedimentos em desacordo com os protocolos e pa-drões estabelecidos entre o hospital e os seus clientes.

Não existem fórmulas mágicas para evi-tar tais riscos, entretanto, a utilização dos melhores princípios de governança, a efe-tividade dos controles, a manutenção da acreditação e a disseminação da cultura de excelência e de gestão de riscos podem fa-zer a diferença e evitar perdas de receitas e diminuição da lucratividade do hospital.

Billing: o coração operacionale financeiro do hospital

Economista Sergio Moreno

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PROGRESSOS DA MEDICINA

A resolução do CFM 1.457/1995, que nor-matizou a Oxigenoterapia Hiperbárica, é bastante elucidativa, explicando, clara-mente, o que é o tratamento, a exclusiva competência médica de orientar e as indi-cações terapêuticas.

As disposições gerais da resolução dizem o seguinte: a Oxigenoterapia Hiperbárica consiste na inalação de oxigênio puro, estando o indivíduo submetido a uma pressão maior do que a atmosférica, no interior de uma câmara hiperbárica; as câmaras hiperbáricas são equipamentos resistentes à pressão e podem ser de dois tipos – multipaciente (de maior porte, pressurizada com ar comprimido e com capacidade para várias pessoas simul-taneamente) e o monopaciente (que per-mite apenas a acomodação do próprio paciente, pressurizada, em geral, direta-mente com O2).

A resolução ressalta, também, que não se caracteriza como Oxigenoterapia Hi-perbárica (OHB) a inalação de 100% de O2 em respiração espontânea ou através de respiradores mecânicos em pressão ambiente, ou a exposição de membros ao oxigênio por meio de bolsas ou ten-das, mesmo que pressurizadas, estando a pessoa em pressão ambiente.

Já o tratamento deve ser efetuado em sessões cuja duração, nível de pressão, número total e intervalos de aplicação são variáveis, de acordo com as patologias e os protocolos utilizados.

Cirurgia plástica

Uma das indicações da OHB é no campo da cirurgia plástica, mais precisamente em casos de pacientes submetidos ao procedimento de Face lift e que são fu-mantes. A cirurgia com objetivos estéticos

na face é uma das mais envolventes e in-teressantes sob o ponto de vista do cirur-gião plástico. Mas, o paciente, que muitas vezes procura conceitos irreais e subje-tivos de beleza, acaba não tendo noção do grau de complexidade, detalhamento, técnica cirúrgica e experiência profissio-nal que são exigidos do médico em um procedimento como esse, cujo objetivo é obter uma face rejuvenescida sem desca-racterizar sua naturalidade.

No caso do paciente fumante, o risco de sofrimento dos retalhos com epiteliose e mesmo necrose é proporcional ao volu-me de cigarros/dia e ao tempo do vício. Por esse motivo, a maioria dos cirurgi-ões plásticos prefere não operar pacien-tes fumantes ou optam por uma cirurgia mais limitada. O Vitória Apart Hospital, que possui experiência em utilizar a Oxi-genoterapia Hiperbárica no auxílio ao tratamento de pacientes queimados, em avulsões e esmagamentos, por exemplo, com ótimos resultados, começou a criar, desde agosto de 2003, um protocolo vi-

A Oxigenoterapia Hiperbárica e suaaplicação em cirurgia plástica da face

Câmara Hiperbárica Multiplace do Vitória Apart Hospital

sando à diminuição drástica da possibi-lidade de complicações nos retalhos de riscos, como num Face lift de fumantes.

A utilização da Oxigenoterapia Hiper-bárica oferece efeitos de volume como embolismo gasoso, latrogenia médica e doença descompressiva, e os seguintes efeitos de solubidade: efeito antibiótico, efeito na resposta imunológica, efeito si-nérgico a antibióticos (aminoglicosídeos, quinolonas e sulfametoxazol/trimetropim) e efeito compensatório a hipóxia tissular (atividade fibroblástica e osteoblástica, estímulo a angiogênese).

O Conselho Federal de Medicina (CFM) indica o OHB nos casos de Gangrena de Fournier; outras infecções necrotizan-tes de tecidos moles (celulites, fascites e miosites); isquemias agudas traumáti-cas (lesões por esmagamento, síndrome compartimental); reimplantação; úlceras de pele; pés diabéticos; escaras de De-cúbito, deiscências de suturas; retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco.

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1514 VITÓRIA APART PROGRESSVITÓRIA APART PROGRESS

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Antes dessa pesquisa, a conduta com relação aos fumantes era a seguinte: sus-pensão do fumo por no mínimo 30 dias no pré-operatório e dez dias no P.O; dissec-ção menor; retalho mais espesso; uso de vasodilatadores no P.O; cuidados com o tipo de anestésico local e sistêmico.

Hoje, a OHB é pré-condição para o pré--operatório. É feita a sugestão da dimi-nuição do fumo, realizada cirurgia ime-diata após as três sessões de OHB no pré-operatório e dissecção sem restrições do retalho, com relação à sua amplitude e espessura, assim como na utilização de anestésicos. Não há uso de vasodilatado-res no P.O. É feita drenagem por sucção

Tratamento de Face Lift empacientes fumantes com uso de OHB

O PROTOCOLO INICIALPROPOSTO RECOMENDA:

• OHB a 2,5 ATA por 90’ com O2 a 100%;• três sessões previamente à cirurgia;• cinco sessões nos dias subse-quentes;

O PROTOCOLO APLICADOHOJE RECOMENDA:

• OHB a 2,5 ATA por 90’ com O2 a 100%;• três sessões previamente à cirurgia;• novas sessões dependem do aspecto do retalho no primeiro P.O

PACIENTES AVALIADOS:

• Total: 42 pacientes (37 do sexo feminino e cinco do sexo mascu-lino).• Período: entre agosto de 2003 e março de 2010.

RESULTADOS:

• Dois pacientes cumpriram o protocolo inicial completo, que exigia três sessões no pré e cinco sessões no pós-operatório (P.O)• Quatro pacientes cumpriram as três sessões prévias e somente uma sessão no 1º P.O• 36 pacientes cumpriram somente as três sessões prévias.

Paciente fumante um maço/dia, 15° P.O

8º PO

Paciente fumante 20-25 cigarros/dia, 5° P.O

Paciente fumante dois maços/dia hemi-face (esq.), 14° P.O

Complicação em face lift de fumantes sem uso de OHB

Paciente fumante um maço/ dia com uso de OHB iniciada no 5° dia P.O

contínua 24 horas e não há curativos oclu-sivos.

Conclui-se, então, que, a OHB, aplicada aos pacientes fumantes submetidos a uma Face lift, é mais um recurso que deve ser sempre lembrado e avaliado não só nos ca-sos de sofrimento de tecidos no P.O, mas, sobretudo, quanto à sua aplicação no pré--operatório, que, se associado a uma boa técnica cirúrgica e a cuidados pertinentes, reduz substancialmente a possibilidade de complicações deste procedimento.

Dr. Ariosto Santos Cirurgião plástico do Vitória Apart Hospital

14º PO 33º PO

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ARTIGO MÉDICO

O ombro é a articulação com a maior amplitude de movimento do corpo com mais de 180º em todas as direções e, juntamente com as articulações do co-tovelo e punho, levam a mão a qualquer ponto.

O preço que se paga por essa pro-priedade é a instabilidade dessa ar-ticulação, sendo necessárias inúmeras estruturas capsulo-ligamentares, bem como o labrum glenoidal, para sua es-tabilização. O labrum glenoidal é uma estrutura fibrocartilaginosa que circun-da a glenóide e aprofunda a mesma, aumentando a sua área e promovendo estabilidade à articulação do ombro.

lesões dessas estruturas estabilizado-ras são comuns não somente em atle-tas de demanda no membro superior (tenistas, arremessadores, etc) como também em esportistas esporádicos, trabalhadores braçais e usuários de academias. A Artrografia por Ressonân-cia Magnética (Artro-RM) do ombro, por

consenso, é o melhor método para de-tecção dessas lesões em comparação com a RM convencional e outros méto-dos de imagem.

Trata-se de uma técnica que usa uma solução salina associada ao contraste paramagnético (gadolínio), por injeção direta, com rigorosa assepsia, guiado por fluoroscopia (RX), tomografia ou ultrassonografia, que provoca uma de-tenção capsular para melhor delinear as diversas estruturas intra-articulares, notadamente o labrum e os ligamentos.

Outra possibilidade é a difusão via sinóvia após injeção venosa periférica, que se apresenta como uma segunda opção, menos eficiente, por não provo-car significativa distenção capsular.

Após a injeção intra-articular do con-traste, o paciente é então encaminhado ao aparelho de Ressonância Magnética de alto campo e são realizadas sequên-cias ponderadas em T1, com supressão de gordura (planos axial, coronal, sagi-tal e ABER/abdução e rotação externa) e sequências ponderadas em T2, com

supressão da gordura nos planos coro-nal e axial.

Esse estudo de imagem, interpretado pelo radiologista juntamente com a hipótese formulada pelo ortopedista, é fundamental para o diagnóstico das lesões intra-articulares do ombro. Cabe ao ortopedista o devido tratamento e acompanhamento dessas lesões, bem como as orientações para prevenção das mesmas.

Dr. Antônio Carlos Monteiro Braconi Ortopedista do Vitória Apart Hospital

Dr. Amphilóphio de Oliveira JuniorEspecialista em Ecografia Vascular do

Vitória Apart Hospital

Artro-ressonância Magnética do Ombro

O ombro é a articulação com a maior amplitude de movimento do corpo

Tenistas podem ser acometidos por lesão no ombro

“ “A artrografia por

Ressonância Magnética do ombro,

por consenso, é o melhor método para

detecção dessas lesões

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1716 VITÓRIA APART PROGRESSVITÓRIA APART PROGRESS

ARTIGO MÉDICO II

Introdução • A aterosclerose carotídea é uma doença multicausal e degenerativa1 que resulta em estenose da luz arterial, notadamente na bifurcação carotídea e na artéria carótida interna. Responde por cerca de 20% a 30% das causas de aci-dente cerebrovascular (AVC)2, a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos3, com uma incidência de 610 mil novos casos por ano4.

O diagnóstico da estenose das artérias carótidas extracranianas pode ser feito de forma eficaz e não-invasiva por meio do Ultrassom Vascular com Doppler Col-orido (USVDC), com uma sensibilidade de 90% e especificidade de 94% para lesões acima de 70% de estenose5 e de 94% e

Rastreamento da doença carotídea na população idosa de Guarapari

EcoDoppler colorido demonstrando a bifurcação carotí-dea normal

92%, respectivamente, para lesões maio-res de 60%6, quando comparado com a arteriografia, que é considerado o “padrão ouro”.

Os autores demonstram aqui os resulta-dos de um estudo de rastreamento da doença carotídea na população idosa (>65 anos) da cidade de Guarapari. Con-

comitantemente, foi feita uma campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce. Este estudo teve a participação de médicos com área de atuação em ultrassonografia vascular, es-tudantes e o apoio do Programa de Saúde da Família (PSF). Os resultados foram apresentados como tema da monografia de término de curso de uma residente.

Métodos • Os indivíduos foram recruta-dos através dos agentes do PSF e leva-dos para a realização do USVDC no An-giolab laboratório Vascular da unidade de Guarapari. O aparelho utilizado foi o HDI 3000 Philips. O critério de inclusão foi a idade superior a 65 anos. Todos os indivíduos estudados responderam sobre

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1918 VITÓRIA APART PROGRESSVITÓRIA APART PROGRESS

EcoDoppler colorido demonstrando placa de ateroma com ulceração e estenose superior a 70% da carótida interna extracraniana

a presença, ou não, de fatores de risco associados, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes melittus, dislipidemia e tabagismo.

Resultados • Foram examinados 409 pacientes, totalizando 818 carótidas avali-adas. Desses pacientes, 171 eram do sexo masculino e 238 do sexo feminino. Das 818 carótidas, 319 estavam normais (prevalência de 39%) Fig 1; 470 apresen-tavam estenose menor que 50% (57,5%); 17 tinham estenose entre 50% e 69% (2%); 6 lesões eram maior que 70% (0,73%); en-quanto seis carótidas estavam ocluídas (0,73%). As seis oclusões eram unilater-ais, ou seja, 1,5% dos pacientes apresen-tava oclusão carotídea assintomática.

Entre os fatores de risco analisados, o único a apresentar correlação com a doença carotídea nessa amostragem foi o tabagismo. O ato de não fumar foi con-siderado como fator protetor para a lesão estenosante carotídea, com significância estatística (p<0,05). Como a população estudada já foi previamente selecionada pela faixa etária de maior risco – acima de 65 anos – não se evidenciou correlação de risco entre a idade e a doença carotí-dea na amostra.

Conclusões • A prevalência de doença carotídea foi de 62,4% (255 pacientes en-

Fig1

tre os 409 estudados), justificando o ras-treamento primário na seleção de pacien-tes para tratamento clínico. A prevalência de estenose moderada a severa – 20 pacientes (4,9%), dos quais 11 (2,7%) apresentavam critérios cirúrgicos – tam-bém justifica o rastreamento na seleção de pacientes para tratamento cirúrgico.

A história de hipertensão, diabetes e dislipidemia não foi suficiente para dis-criminar os pacientes com ateroma-tose carotídea. Pode ser necessária uma quantificação mais complexa das variáveis. O ultrassom vascular é um

método considerado de escolha para o rastreamento da doença carotídea devi-do às vantagens de ser não-invasivo, de baixo custo e de alta acurácia7,8.

Fanilda Souto Barros, Sandra Maria Pontes, Leonard Herman Roelke, Maria Alice S.A. Taylor, Cristiano Negri Modenesi, Daniela Pontes

Nofal, Pietro Almeida Sandri, Daniela Souto Barros e

Felipe Souto Barros Equipe médica do Angiolab

4. llOYD-JONES, D et al. Heart Disease and Stroke Statistics - 2009 Update: A Report From the AmericanHeart Association Statis-tics Committee and Stroke Statistics Subcom-mittee. Circulation 2009;119;480-486.

5. JAHROMI, AS et al. Sensitivity and specific-ity of color duplex ultrasound measurement in the estimation of internal carotid artery steno-sis: a systematic review and meta-analysis. J Vasc Surg. 2005;41:962-7.

6. WOlFF, T et al. Screening for Carotid Artery Stenosis: An Update of the Evidence for the

U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med 2007; 147:860-870.

7. DE FREITAS, P et al. Aterosclerose carotídea avaliada pelo eco-Doppler: as-sociação com fatores de risco e doenças arteriais sistêmicas. J Vasc Bras. 2008; 7(4):298-307.

8. BARROS FS, PONTES SM. Doença carotí-dea não aterosclerótica. In: Engelhorn CA, Morais Filho D, Barros FS, Coelho NA. Guia prático de ultra-sonografia vascular. Rio de Janeiro: Dilivros; 2006. p. 39-46.

1. MAllIKA, V, GOSWAMI, B, RAJAPPA, M. Atherosclerosis pathophysiology and the role of novel risk factors: a clinico-biochemical perspective. Angiology 2007;58:513-22.

2. Executive Committee for the Asymp-tomatic Carotid Atherosclerosis Study. Endarterectomy for asymptomatic carotid artery stenosis. JAMA 1995;273:1421-8

3. American Heart Association. 2002 Heart and stroke statistical update. Dal-las: American Heart Association; 2001.

Referências

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1918 VITÓRIA APART PROGRESSVITÓRIA APART PROGRESS

ESTUDO CIENTÍFICO ESTUDO CIENTÍFICO

A neurofisiologia clínica tem evoluído nos passos do desenvolvimento tecnológico dos nossos tempos, integrando a prope-dêutica de investigação diagnóstica de patologias neuromusculares, ortopédi-cas, reumatológicas e lesões traumáticas.

No compasso dessa evolução, a Moni-toração Neurofisiológica Intraoperatória (MNIO), que havia surgido incipiente-mente na década de 70 para auxiliar ci-rurgias de escoliose, foi se aprimorando até chegar aos dias atuais como um con-junto de métodos que norteiam e balizam o “voo” de determinados procedimentos em que o sistema nervoso está em foco. A Neurofisiologia, desse modo, passa a integrar de forma cientificamente com-provada o arsenal terapêutico de várias patologias cirurgicamente tratáveis.

A técnica de Monitoração Neurofisiológi-ca Intraoperatória (MNIO) consiste na uti-lização de várias modalidades de testes neurofisiológicos realizados rotineiramen-te durante exames ambulatoriais: eletro-encefalografia, eletromiografia, potenciais evocados e estudos de condução ner-vosa. Também são realizados testes res-tritos ao ato cirúrgico como estimulação elétrica transcraniana e estímulo intraope-ratório de estruturas neurais centrais e pe-riféricas. Utiliza equipamentos idealizados especificamente para uso em salas cirúr-gicas com execução multimodal de todas estas técnicas conjuntamente.

Em consonância com grandes centros mundiais, o Brasil tem se mostrado pio-neiro na América latina, tendo sido a técnica iniciada nos anos 90 pelo mé-dico neurofisiologista Dr. Ricardo Fer-reira no serviço de ortopedia do hospi-tal AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). Inicialmente utilizada pela equipe do Dr. Élcio landim nas ci-

Neurofisiologia clínica: passado, presente e futuro

rurgias de escoliose, a MNIO tornou-se rapidamente ferramenta indispensável e de eficácia comprovada. Seja protegen-do pacientes, seja auxiliando cirurgiões a diminuir e evitar sequelas neurológicas tanto em neurocirurgias como em cirur-gias ortopédicas, cardíacas, otorrinola-ringológicas etc.

Seguindo os grandes hospitais de São Paulo, foi sendo incorporada mais recen-temente por serviços de Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte. E, desde feve-reiro de 2010, o serviço de neurofisiolo-gia clínica do Vitória Apart Hospital, sob a nossa responsabilidade e execução, passou a integrar este seleto grupo de hospitais que oferecem em seus centros cirúrgicos a Monitoração Neurofisiológica Intraoperatória (MNIO), colocando-nos à frente de várias outras capitais e serviços nacionais de excelência.

Disponibilizamos no Vitória Apart Hos-pital modernos equipamentos com exe-cução das diversas modalidades neu-rofisiológicas. Tudo realizado de forma contínua e em tempo integral pelo mé-dico neurofisiologista, o qual permanece em sala durante todo o ato cirúrgico.

Objetivos médicos da MNIO

• Reduzir o risco de déficits neurológicos pós-operatórios para o paciente.• Auxiliar o cirurgião a identificar estrutu-ras neurológicas específicas.• Identificar alterações neurofisiológicas irritativas e reversíveis, fazendo com que a cirurgia tome rumo mais seguro e, mui-tas vezes, mais abrangente e resolutivo.• Definir a severidade de um dano já ins-talado precocemente para que se possa intervir antes que o mesmo piore.• Constatar, quantificar e correlacionar a alteração neurofisiológica com o déficit (caso ocorra) resultante no paciente.

Ou seja:

Mapear | Mapear - Identificação e pre-servação de tecidos nervosos ambíguos.Monitorizar | Contínua avaliação online da integridade funcional das vias neurais.Sítios neurais | Os sítios a serem mo-nitorizados/mapeados são o córtex e áreas subcorticais, tronco cerebral, me-dula e canal espinhal, raízes nervosas, plexos e nervos, tanto cranianos como periféricos.

Exemplos de cirurgias auxiliadas pela MNIO

a) Corticais e Subcorticais | Cirurgias que ponham áreas motoras e sensitivas corticais e subcorticais em risco, tais como neurocirurgias para retirada de tu-mores, aneurismas, malformações arte-rio-venosas, epilepsias e outras cirurgias funcionais.b) Tronco Cerebral | Tumores internos ao tronco cerebral, tumores externos ao mesmo (ex.: tumor de ângulo-ponto ce-rebelar, principalmente o nervo facial em casos de neurinoma do acústico).Mais

Dra. Maria Rufina Barros, neurofisiologista

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Dra. Maria Rufina BarrosDra. Pasqualina Magliano

Serviço de Neurofisiologia Clínica do Vitória Apart Hospital – Métodos

Gráficos Neurologia

recentemente em cirurgias para implan-tes cocleares, também objetivando a preservação das estruturas neurais pró-ximas.

c) Medula e Canal Espinhal | Tumo-res, malformações vasculares intra e extramedulares. Cirurgias para correção de alterações ortopédicas que possam por em risco estruturas nervosas, tais como doenças degenerativas da colu-na, escoliose idiopáticas ou não, entre outras.

d) Plexos e Nervos Periféricos | lesão de plexo, tanto pós-parto como pós-aci-dente, tumores primários de nervo (ex.: schwanomas/neuromas), assim como lesão de nervos periféricos de diversas etiologias.

Técnicas neurofisiológicasutilizadas nas diversas MNIO

a • Potencial evocado somatossensitivo de membros superiores e inferioresb • Potencial evocado gênito-corticalc • Reflexo bulbocarvernosod • Reflexo He • Potencial evocado somatossensitivo cortical reversof • Potencial evocado motor transcrania-no com captação medularg • Potencial evocado motor transcrania-no com captação muscularh • Potencial evocado motor com esti-mulação direta cortical ou medulari • Eletromiografia contínuaj • Eletromiografia com estimulação de raízes nervosa, nervos ou de material de instrumentação (ex.: parafusos pedicula-res) k • E outras.

Com a MNIO, foram reduzidos conside-ravelmente os custos de toda ordem aos pacientes, bem como os custos financei-ros dos hospitais e, no caso em especial, dos planos de saúde.

No caso dos últimos, gostaríamos de mudar o paradigma em que tais proce-

dimentos são encarados como custos, pois, na verdade, são investimentos que pouparão possíveis demandas ju-diciais e muito dispêndio monetário nos casos de danos neurológicos irreversí-veis.

Para exemplificar o “status” de investi-mento e não de custos da MNIO, falare-mos da escoliose idiopática.

Globalmente, tal patologia afeta de 2% a 4% de crianças e jovens sem doenças prévias e, em estudo nacional realizado em Belo Horizonte (MG) por leal e cola-boradores (Revista Brasileira de Ortope-dia, agosto de 2006), verifica-se que há cerca de 4,8% de adolescentes que es-tudam entre a 5ª e a 8ª séries do ensino médio com Escoliose Idiopática.

Nos casos que necessitam de cirurgia (cerca de 10%), haverá dificuldade respi-ratória, entre outras graves anormalidades médicas com o passar do tempo.

A possibilidade de haver complicações medulares nesses procedimentos, se-gundo a Sociedade Americana de Pesqui-sa em Escoliose, é de pelo menos 0,75% para cada cirurgia (ou seja, 01 criança/jovem “entra torto caminhando e sai reto paraplégico” em cada 133 cirurgias).

Como não existem trabalhos nacionais avaliando o impacto da MNIO no custo das contas hospitalares, tomaremos como base pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) – instituição vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Governo Federal – que abordou os impactos sociais e eco-nômicos dos acidentes de trânsito nos aglomerados urbanos brasileiros. Custos médico-hospitalares. Brasília 2004.

Foi excluído o atendimento pré-hospitalar para exemplificar o investimento. Os cus-tos hospitalares foram avaliados segundo atendimento no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) para valores

médios pagos pela Tabela AMB 1992 (CH – R$ 0,27) no ano de 2001: O cus-to médio por paciente internado com e sem óbito foi de R$ 38.418,00 +/- R$ 56.662,00, e o custo médio para pro-grama de reabilitação de 18 meses (ví-timas de lesão raquimedular) foi de R$ 45.305,00.

Ou seja, o total é de cerca de R$ 83.000,00, em valores pagos pela Tabe-la AMB 1992 em 2001 para cada lesado medular entre a internação e 18 meses de reabilitação que, por extrapolação, aplica-se a pacientes que sofreram lesão medular pós-cirurgia de escoliose idio-pática que não foi submetida à MNIO.

Nem estamos falando do custo do “Home Care”, atendimento para trata-mento a longo prazo de infecções uriná-rias e outras. Também não mencionamos o atendimento de reabilitação superior a 18 meses nem o pior custo de todos, o ônus pessoal e familiar subsequente a uma sequela de caráter irreversível.

Dessa forma, a neurofisiologia adentra o novo milênio conquistando seu espaço e contribuindo de forma inequívoca para o êxito dos procedimentos cirúrgicos nos quais haja envolvimento de estruturas neurais. A cada dia vem sendo mais for-temente incorporada ao arsenal cirúrgi-co, como anteriormente ocorreu com o uso de microscópios e estereotáxicos.

E nós, que fazemos parte da equipe do Vitória Apart Hospital, estamos felizes em partilhar com vocês mais esta im-portante conquista.

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RElATO DE CASO

Anos e anos usando aparelhos nos dentes. Finalmente, tira-se a paraferná-lia metálica e, depois de algum tempo, o problema retorna. Isso pode ser resul-tado de erro de avaliação de ortodontis-tas que ainda desconhecem a cirurgia ortognática ou submetem pacientes a tratamentos de risco para evitar a cirur-gia, porque a encaram como um desa-fio ou como um procedimento de alto custo.

Essa conduta não faz mais sentido nos dias de hoje, uma vez que as cirurgias funcionais são cobertas pelos planos de saúde. A cirurgia corretiva dos ossos da face, também chamada de cirurgia ortognática, é devidamente executada por um cirurgião-dentista especialista em Bucomaxilofacial para corrigir uma gama variada de pequenas e grandes irregularidades esqueléticas, incluindo o desalinhamento dos maxilares e den-tes. A intervenção corrige problemas de mastigação, fala e deglutição.

A intervenção também altera as carac-terísticas faciais, como, por exemplo, o suporte do nariz e o suporte labial. Por essa razão, muitos pacientes que se

Cirurgia ortognática

submetem à cirurgia ortognática, que mexem apenas na boca, mudam o rosto completamente. É o caso da paciente Carla, cujas fotos de antes e depois da cirurgia não deixam dúvidas de que re-almente a cirurgia valeu a pena.

Não adianta apenas movimentar os den-tes com aparelhos quando os ossos estão mal posicionados. Esse procedi-mento não é eficaz, além de provocar

Pacientes ganham novo rosto corrigindo dentes. A operação ainda é pouco conhecida, mas resolve problemas de mastigação fala e respiração

mudanças tão nítidas no rosto que chega a ser comparada a uma cirurgia plástica. O que fazemos são cortes planejados que permitem o reposicionamento dos ossos do maxilar. Os aparelhos não são suficientes para pessoas que têm defor-midades, congênitas ou não, que causam desenvolvimento exagerado ou aquém do desejado nos maxilares. Dentes ou quei-xo muito para frente ou para trás podem ser sinais dessa malformação.

O procedimento realiza cortes planejados que permitem o reposicionamento dos ossos do maxilar

ANTES DEPOIS

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O mais importante é o ortodontista tra-balhar de forma integrada com o cirur-gião-dentista Bucomaxilofacial, formu-lando o correto diagnóstico. Assim, o ortodontista vai dividir a responsabilida-de do tratamento com um cirurgião que entenda de oclusão, medidas ortodôn-ticas, planejamento e previsibilidade de resultados, para oferecer um procedi-mento corretivo dos ossos da face mais apropriado, além de deixar totalmente informado o paciente sobre o seu caso e as opções possíveis de tratamento.

A cirurgia está indicada quando há a im-possibilidade da execução do tratamen-to ortodôntico isolado, o que resultaria em instabilidade e desequilíbrio ósseo--dentário durante o tratamento ortodôn-tico pré-operatório. Os aparelhos têm a função de preparar os dentes para o procedimento cirúrgico. A cirurgia or-tognática é realizada durante uma deter-minada fase do tratamento ortodôntico.

Quem precisa de uma cirurgia cor-retiva dos maxilares? | Podem se beneficiar com uma cirurgia corretiva pacientes que têm desalinhamento dos dentes e/ou dos maxilares.

Em alguns casos, a maxila e a mandí-bula crescem com velocidades diferen-tes e de forma desarmônica. Injúrias e defeitos de nascimento (por exemplo: torcicolo congênito, fissuras faciais) também podem afetar o alinhamento dos maxilares.

Aproveite os benefícios | A cirurgia corretiva dos maxilares movimenta os dentes e ossos da face para posições que são mais balanceadas, funcionais e saudáveis. Embora o objetivo desse tipo de cirurgia seja melhorar a sua mordida e a função, os pacientes também obtêm melhora da sua aparência e fala.

• Pessoas que precisam corrigir dificuldades na mastigação dos alimentos;

• Dificuldades na deglutição;

• Dor crônica na ATM e cefaléias;

• Desgaste excessivo dos dentes;

• Mordida aberta (espaço entre os dentes superiores e inferiores quando a boca está fechada);

• Mordida profunda (dente encosta no céu da boca);

• Aparência facial desagradável; injúria facial ou defeitos de nascimento (congênitos);

• Queixo pequeno ou retraído; queixo grande ou protruído; mandíbula muito para frente ou projetada;

• Mandíbula muito para trás ou retruída; inabilidade de fazer com que os lábios de encontrem sem esforço muscular;

• Respiração bucal crônica e boca seca;

• Síndrome da apnéia do sono (problemas de respiração quando se está dormindo.

CASOS INDICADOS PARA A CIRURGIA

Dra. Thaiz Carrera Arrabal Cirurgiã Bucomaxilofacialdo Vitória Apart Hospital

ANTES DEPOIS

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INSTITUCIONAl

As Comissões Intra-hospitalares de Doa-ção de Órgãos e Tecidos para Transplan-tes (CIHDOTTs) foram criadas através da Portaria do GM/MS nº 1.752, de 2005, e regulamentada pela Portaria GM/MS nº 1.262, de 2006, em exigência à lei 9.434, de 2007, que instituiu, organizou e regu-lamentou os transplantes no Brasil.

Essas Comissões são obrigatórias em to-dos os hospitais acima de 80 leitos, sen-do eles públicos, privados ou filantrópi-cos. Devem ser nomeadas por ato formal e estão ligadas diretamente à Diretoria Médica do Hospital.

A Portaria GM/MS 2.600, de 2009, e o Novo Regulamento Técnico da lei 9.434, de 2007, vieram consolidar as portarias anteriores, classificando as Comissões por nível de complexidade de acordo com as características de cada hospital. Essas foram classificadas em nível I, II e III.

Em todos os hospitais transplantadores, as Comissões receberam a classificação de nível III. Essa classificação exige que

Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes – CIHDOTT

a CIHDOTT tenha um médico como re-sponsável técnico ou coordenador e no mínimo três componentes.

Devem ser atuantes, possuir autono-mia no âmbito hospitalar para exercer suas atividades e ter responsabilidades legais, segundo a Portaria 2.600. Inclu-sive, essas responsabilidades são crité-rios para que o hospital consiga, junto ao Sistema Nacional de Transplantes/MS (SNT/MS), autorização para renova-ção ou credenciamento das diversas modalidades de transplantes para as quais está habilitado.

A função básica da CIHDOTT em hospi-tais não-transplantadores é cuidar para que os pacientes internados, principal-mente em setores críticos e/ou emergên-cia, ao evoluírem para morte encefálica ou parada cardiorrespiratória, possam vir a ser doadores viáveis e efetivos de órgãos e/ou tecidos. Para tanto, a CIH-DOTT deve desenvolver um trabalho dife-renciado e humanizado, principalmente no acolhimento à família dos pacientes.

O Vitória Apart Hospital, como hospital transplantador de órgãos e tecidos, pos-sui a sua CIHDOTT classificada em nível III, tendo um médico como responsável técni-co e coordenador, atendendo à legislação em vigor.

O diferencial da Comissão do Vitória Apart Hospital é que a CIHDOTT é exclusiva para desenvolver as atividades delegadas a ela pela legislação em vigor, tendo uma equipe atuante em todos os processos de doação, captação e transplantes de órgãos e/ou tecidos.

Essa equipe mantém uma interação com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Espírito Santo (CNCDO-ES). Em todos os processos que ocorrem no Vitória Apart Hospital, a CIHDOTT atua junto à CNCDO-ES até o final do processo. Isso implica dizer que, se for um processo de doação de múlti-plos órgãos e/ou tecidos, atua até que o corpo seja entregue à família para sepul-tamento; e se for um processo de trans-plante, o acompanhamento ocorre até a total recuperação do receptor e alta hospi-talar, continuando esse acompanhamento em possíveis casos de re-internação por complicações pós-transplantes.A equipe do Vitória Apart Hospital participa de treinamentos e é considerada referência no Estado

Lenir Martins é enfermeira e coordenadora da CIHDOTT do Vitória Apart Hospital

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A CIHDOTT do Vitória Apart Hospital conta com apoio 24 horas ininterruptas da di-reção, e, em especial, dos responsáveis pelas equipes de captação e transplantes e de todo o corpo clínico.

Destacamos, aqui o papel valioso dos nossos médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos que se envolvem nos processos, garantindo maior agilidade e qualidade nos transplantes. Sem esses profissionais, com certeza, a equipe da CIHDOTT não daria conta de coordenar todos os processos com eficácia e quali-dade.

Alguém um dia sonhou que o Vitória Apart Hospital poderia ser referência em trans-plantes, verbalizou seu sonho, um grupo acreditou, a direção assumiu o compro-misso e confiou esta missão de transfor-mar à equipe, que, com muita vontade de trabalhar, tornou tudo uma realidade. Por isso, atualmente, a CIHDOTT do Vitória Apart Hospital é referência no Espírito Santo em todas as etapas do processo de doação e transplantes.

A nossa CIHDOTT, hoje, não se limita apenas aos seus membros, mas todo o hospital está envolvido com o Programa de Transplantes aqui instituído. Desde o profissional que atua na higienização até médicos que cuidam diretamente dos doadores ou receptores.

A CIHDOTT possui espaço físico ad-equado para suas atividades, sejam elas durante o dia, à noite ou em finais de se-mana e feriados. Conta com espaço VIP para acolhimento dos receptores e suas famílias e espaço para acolhimento de famílias doadoras. Possui um programa

A equipe da CIHDOTT e o paciente Rodrigo Martiliano (15 anos de idade), transplantado renal em 09/07/2010, com sua mãe, Elizabete Martiliano

de treinamento interno e, muitas vezes, esse programa é estendido ao público externo, pois o Vitória Apart Hospital é constantemente procurado por profission-ais de outros locais para participação nos eventos.

O Centro de Transplante do Vitória Apart Hospital foi inaugurado em 28 de julho de 2009, quando realizamos o primeiro e úni-co transplante de fígado e rim num mes-mo receptor no Estado. A evolução deste transplantado e do receptor tem sido hoje motivo de acreditarmos que podemos ir muito mais longe.

Até 31 de dezembro de 2010, a equipe da CIHDOTT já coordenou, participando ativamente de 25 processos de transplan-tes, incluindo rins e fígado, e 21 processos de captações de órgãos e tecidos, sendo quatro captações fora da Grande Vitória.Atualmente, o Vitória Apart Hospital so-

licitou à SESA/CNCDO-ES e ao SNT/MS o credenciamento de mais duas modali-dades de transplantes, que, com certeza, beneficiarão muitos receptores que aguar-dam por um transplante duplo de rim-pâncreas e/ou somente pâncreas, e que estão na fila de espera em outros Estados por falta deste serviço no Espírito Santo.

Temos certeza que avançaremos muito, mas também a plena consciência de que temos um caminho a trilhar e muito a apre-nder.

Parabéns a toda equipe da CIHDOTT do Vitória Apart Hospital, a toda equipe de transplantes e direção, e, principalmente, a todos os profissionais do hospital que se envolvem com esta causa tão nobre que é transformar a morte em vida.

Lenir MartinsEnfermeira e coordenadora da

CIHDOTT do Vitória Apart Hospital

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ESPAÇO ACADÊMICO

Marilia Vilas Boas Reis*, Paula Costa lyrio*, Vinicius Gomes da Silveira**(*) Aluna do Curso de Graduação de Medicina da Emescam(**) Mestre e Doutor em Cirurgia – UFRJ – Coordenador do Programa de Transplante de Fígado do Vitória Apart Hospital

Introdução | O carcinoma hepatocelular (CHC) corresponde a 80% de todos os tu-mores malignos primários do fígado que se caracteriza por ser, em regra, compli-cação da doença hepática crônica rela-cionada, principalmente, às cirroses virais B e C em 60% a 90% dos casos. A he-patite C (HCV) ganhou importância como fator de risco nos últimos anos devido à ausência de vacinação contra o mesmo

Em relação ao sexo, os homens apresentam uma taxa de incidência de 17,4 e as mulheres de 8,7. Já as taxas de mortalidade são de 16,8 e 8,1, respectivamente. Em países de alta incidência, o maior número de casos se manifesta na terceira e quarta décadas.

Diagnóstico | Basea-se no conceito de que esses tumores se iniciam assinto-máticos, como lesões únicas, isoladas, muitas vezes de crescimento lento, em geral encapsulados e em grupos de ris-co facilmente identificáveis. Os exames propedêuticos de imagem e laboratoriais utilizados na análise diagnóstica incluem:

• Alfa-fetoproteína (AFP) – os valores séricos da AFP se situam acima de 20 ng/ml. Em cerca de 90% dos casos de CHC; esses valores, no entanto, são pouco específicos.

• Ultrassonografia (US) – possui sensibi-lidade controversa, situada em torno de 85%. Nos fígados cirróticos não ultrapassa 50% devido às alterações estruturais da ar-quitetura do órgão. Nas formas infiltrativas,

a US pode falhar, mesmo nos casos de tu-mores de diâmetro maior do que 3cm.

• Ressonância Magnética (REM) con-trastada – é mais sensível e específica do que a TC e a angiografia contrastadas. Na sequência T1, os tumores são hipoden-sos em 2/3 dos casos e hiperdensos no terço restante, devido ao seu conteúdo de gordura ou de sangue. Na T2 são hi-perdensos. Com o crescimento, eles se tornam heterogêneos. A cápsula aparece hipodensa simples ou dupla em T1 e T2, respectivamente.

Assim sendo, a US é um método utilizado para triagem e a RM contrastada é o mé-todo mais sensível e específico. A biópsia não é indicada, principalmente, nos pa-cientes candidatos a transplante hepático (TH) devido aos riscos de semeadura do tumor (2%), hemorragias e falsos negati-vos.

Tratamento | Estabelecido o diagnóstico de CHC, torna-se fundamental que seja ofertada a conduta terapêutica mais apro-priada para o paciente. De modo geral, analisam-se características relacionadas ao tumor (tamanho, número, localização) e ao paciente (condição clínica global, grau de disfunção hepática, presença de hiper-tensão portal). Nos métodos terapêuticos, cirúrgicos ou não, os principais são:

• Ressecção Hepática (RH) | A RH é con-siderada um tratamento padrão para os pacientes com tumores anatomicamente localizados e função hepática preservada,

porém o prognóstico a longo prazo conti-nua sendo insatisfatório devido à frequente recidiva loco-regional associada à perda gradativa da função hepática.

O objetivo da hepatectomia parcial visa uma ressecção com uma margem segura para evitar a recidiva tumoral e a preservação de parênquima hepático funcional suficiente que permita o paciente sobreviver à operação, visto que 80% são cirróticos1.Em relação à margem de ressecção, a maioria dos estudos não encontrou correlação significativa de taxa de recorrência em cinco anos de 78% e 75%, respectivamente, entre uma ampla e pequena margem de ressecção1.

Isso é justificado por duas caracterís-ticas patológicas do CHC. Primeiro, a propagação ocorre principalmente in-tra-hepática (68% a 96%) por meio de invasão venosa portal, que é totalmente diferente da forma como outros tumores invadem em torno do tecido. Em segun-do lugar, a recorrência multicêntrica é comum e poderia ocorrer em qualquer parte do fígado remanescente.

O tratamento do CHC pequeno (solitário ≤ 5cm ou dois ou três tumores de ≤ 3cm) com Child-Pugh classe A em pacientes com doença crônica (hepatite crônica ou cirrose) com a função hepática preserva-da ainda é controverso. Atualmente, uma estratégia alternativa de ressecção primá-ria, seguida de transplante hepático em caso de retorno ou deterioração da fun-ção hepática (transplante de salvamento)

Atualização no tratamento do carcinoma hepatocelular

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foi proposta para esses pacientes. Essa estratégia depende da premissa de que a maioria das recidivas após ressecção de CHC de pequeno porte, é ainda trans-plantável.

A University of Hong Kong Medical Center e Hepatobiliary Service at Memorial Slo-an-Kettering Cancer Center realizaram um trabalho referente à ressecção do CHC de pequeno porte. Os resultados apresenta-ram 2,8% da mortalidade peri-operatória8 e os cinco anos de sobrevida global de 70% são comparáveis à mortalidade de 60% a 74% relatados na recente série do transplante para a CHC de mesma ca-racterística. Contudo, a sobrevida livre de doença em cinco anos nesta corte de pacientes foi apenas de 36% e 48%, enquanto a taxa correspondente após o transplante foi de cerca de 60%.

Apesar da alta taxa de recorrência (51% a 55%) e um insatisfatório intervalo médio entre a ressecção e a recidiva do tumor (16 meses P=. 024), 79% a 80% dos pacientes com tumores solitários ou oligonodular fo-ram elegíveis para transplante hepático de salvamento pelos mesmos critérios para a transplantação primária de CHC.

• Terapias Ablativas (TAs) | Diversos ar-tigos científicos relatam que as TAs têm alcançado lugar de destaque entre os tratamentos para o CHC, principalmente quando o alvo é um tumor de pequena proporção. Esse destaque é devido às limitações da cirurgia ou pela presença de um fígado cirrótico, e, por isso, as TAs têm se tornado terapias padrões para CHC nessas situações2.

Porém, a indicação para tratamento com tais terapias deve seguir alguns critérios de elegibilidade para evitar danos hepá-ticos, como o nível de bilirrubina total < 3 mg/dl, a contagem de plaquetas > 50.000/ml e o tempo de protrombina não menos de 50%.

A Ablação por Radiofreqüência (ARF) é uma técnica aceita mundialmente para o

tratamento de tumores hepáticos irresse-cáveis2. O tamanho de um nódulo para ablação, com as novas agulhas utilizadas, pode chegar a um diâmetro até de 5cm, sendo um diâmetro em torno de 3cm o de tamanho ideal, e a sua localização prefe-rencialmente a mais profunda no parênqui-ma hepático. As contra-indicações para o tratamento incluem tumores que excedem a um diâmetro superior a 5cm; evidência de tumor extrahepático; na maioria dos pa-cientes com cirrose Child-Pugh classe C.2

Na Ablação por Microondas (AM), ape-sar das diferenças entre as tecnologias aplicadas, as indicações, as contra--indicações e os critérios de seleção de pacientes para AM são semelhantes aos apresentados por ARF. Seki et al2 mostra-ram que a AM, combinada com a quimio-embolização transarterial (TACE), é uma forma eficaz e segura de tratamento para pacientes com nódulos pequenos de CHC entre 2cm e 3 cm de diâmetro.

Estudos indicam que a Ablação a laser (Al) parece ser mais eficaz para grandes CHC quando combinada com TACE, e também que as complicações da Al são semelhantes às de outras técnicas. No entanto, as TAs têm alcançado vantagem sobre a RH por causarem menores complicações pós-tratamento, menos dor e menor tempo de internação. Outra opção é a Injeção Percutânea de Etanol (IPE). Porém, a ARF possui uma técnica superior e melhores resultados quando essa for acessível.

O IPE tem a vantagem de ser barato, conve-niente e seguro. Desse modo, o IPE é utiliza-

do para o tratamento do CHC de peque-no porte Child-Pugh B, especialmente em países em desenvolvimento; enquanto a RH é adequada para pacientes com CHC pequeno, em fígados não-cirróticos ou cirrose hepática compensada (Child--Pugh A).

• Quimioembolização Transarterial (TACE) | A TACE tem sido usada com três objetivos: (I) como uma terapia neoadjuvante para o CHC ressecável; (II) como um tratamento paliativo para CHC irressecáveis; e (III) como terapia neoadjuvante antes do transplante hepático (TH) em pacientes com CHC pequenos ou maiores.

A intenção do TACE pré-operatório é re-duzir o tamanho do tumor, provocar ne-crose do tumor e prevenir a disseminação de células tumorais durante a cirurgia4. Todavia, estudos mostram que o grau de margens de ressecção cirúrgica é similar para o grupo TACE-operatório (74,5%) e o grupo controle (76,8%). Já outros mos-tram que a taxa de sobrevida livre da do-ença em cinco anos é significativamente pior no grupo TACE (28,6%) do que no grupo controle (50.6%). Em relação à te-rapêutica paliativa, o prognóstico ainda permanece ruim por causa do estágio avançado e da insuficiência hepática, as-sociados ao diagnóstico tardio, além da alta taxa de recorrência intra-hepática em cinco anos de 79% - 80%, após ressec-ção hepática, e de 83%, após IPE.

Já o transplante hepático apresenta uma sobrevida global de cinco anos entre 18% e 25% nesses pacientes3. Além disso, a invasão vascular e o tamanho do tumor nestes pacientes tornam inviável a realização das terapias acima4. Estudos mostram que TACE apresenta taxa de mortalidade de 5%, sendo considerada uma modalidade terapêutica segura com uma sobrevida de cinco anos de 26% CHC irressecáveis.

A terapia neodjunvante pré-transplante, é considerada uma estratégia eficaz de

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“ponte” para evitar a progressão tumoral que ocorre em até 50% dos pacientes na lista de espera por um doador e tornar CHC em estágio intransplantável em estágio transplantável3,4. Há relatos de que o Transplante Hepático (TH) apresenta uma taxa de sobrevida global em cinco anos de 70% - 90% em estágio II, e uma taxa de recorrência inferior a 15%. Já o TH associado à TACE apresenta uma taxa de recorrência de 2,4% em estágio II e de 30% - 40% em estágio III/IV3.

Conclui-se que o TACE não é indicado como terapia neoadjunvante. Porém, em relação ao tratamento de CHC irressecá-veis, apesar de uma sobrevida global bai-xa, entre as outras terapias é a mais efi-caz para esses pacientes. Já em relação à terapia neoadjunvante pré-transplante tem sido indicado para pequenos CHC que esperam por um órgão disponível e compatível, e para grandes carcinomas em estágio avançado com objetivo de tornarem esses pacientes candidatos aos transplantes.

• Transplante Hepático (TH) | Em 1996, baseado no trabalho Mazzaferro, foram aprovados os Critérios de Milão, que es-tabeleceram os seguintes critérios para inclusão dos pacientes portadores de CHC para TH: um tumor único de 5cm ou menos, ou até três tumores, cada um com até 3cm de diâmetro e com ausên-cia de invasão vascular ou doença extra--hepática.

Com esses critérios, o TH tornou-se am-plamente aceito como o melhor tratamen-to curativo para o CHC, embora haja evi-dências crescentes de que os critérios de Milão podem ser demasiadamente restri-tos2,4, já que excluem muitos candidatos ao TH5. Em 2001, Yao et al, da Universi-dade da Califórnia São Francisco (UCSF), propuseram a expansão dos limites de tamanho do tumor, sugerindo como cri-térios um tumor solitário ≤ 6,5cm, ou três ou menos nódulos com o maior sendo ≤ 4,5cm e diâmetro total de tumor ≤ 8cm, sem invasão vascular, o que ficou conhe-

cido como Critérios de UCSF, com com-provação de que não afeta negativamen-te a sobrevida após TH5.

Koller Fl et al, em 2007, concluíram que a taxa de sobrevida global e livre após quatro anos foi de 81,1 ± 9,9%, no grupo pertencente aos Critérios de Milão. Já no Grupo dos Critérios de Extensão (UCSF), a taxa foi de 76,8 ± 10,5%.

Um dos grandes problemas do TH é o da escassez de órgãos. E isso faz com que um paciente com CHC listado para transplante corra o risco da progressão do tumor, a tal ponto que o transplante não seja mais possível.

No Brasil, um dos preceptores de exclusão da lista de transplante inclui tumores múltiplos e tumores com diâmetro superior a 5cm, por causa da progressão do tumor. O período médio de espera diminuiu de 2,28 anos, para 0,69 anos com o sistema MElD (Model for End Stage liver Disease).6

Normalmente são utilizadas opções para retardar a progressão do tumor enquanto os pacientes estão na lista de espera. Essas são: RH, Radioablação, alcoolização e a TACE.6 A outra opção, diante da escassez de enxertos de fígado, é o Transplante de Fígado de Doador Vivo (TFDV), que deverá tornar-se um dos principais tratamentos para pacientes com CHC e cirrose hepática. Diversos trabalhos mostram que o resultado do TFDV é o mesmo do Transplante de Fígado Doador Cadáver (TFDC). Por isso, o TFDV, agora, tornou-se o principal tipo de transplante de fígado, especialmente para crianças.5

O uso do lobo direito, o que representa mais de dois terços do volume do fígado na maioria casos, é considerado uma opção para TFDV em adultos. Outra opção seria o Transplante Dominó, transplante hepático com o fígado de pacientes com Polineuropatia Amiloidótica Familiar (PAF), pois, quando transplantado para

um paciente que não possui PAF, o órgão passa a funcionar normalmente.5

Conclusão | Conclui-se que, de acordo com os critérios de MElD e UCSF, o TH é a terapia mais indicada. Porém, em caso de escassez de doadores, a RH seguida por transplante de salvamento é a opção mais viável. TACE e TA são terapias alternativas mais indicadas para CHC irressecáveis.

Referências | 1 - Shi Ming, Guo Rong--Ping , lin Xiao-Jun, Zhang Ya-Qi, Chen Min-Shan, Zhang Chang-Qing, lau Wan Yee and li Jin-Qing. Partial Hepatec-tomy With Wide Versus Narrow Resec-tion Margin for Solitary Hepatocellular Carcinoma A Prospective Randomized Trial. Annals of Surgery • Volume 245, Number 1, January 2007–Disponivelem: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/arti-cles/PMC1867934/?tool=pubmed

2 HEAD, H. W.; DODD, G. D. Thermal Ablation for Hepatocellular Carcinoma. Journal of Gastroenterology November 2004;v.127:p.167-178

3 - M. lesurtela, B. M ullhauptb, B. C. Pestalozzic, T. Pfammatterd and P.-A. Claviena - Transarterial Chemoembo-lization as a Bridge to liver Transplan-tation for Hepatocellular Carcinoma: An Evidence-Based Analysis - Ameri-can Journal of Transplantation 2006; 6: 2644–2650 Blackwell Munksgaard

4 - William C. Chapman, Majella Doy-le, Jourdan E. Stuart,Neeta Vachhara-jani, Jeffrey S. Crippin, Christopher D. Anderson,Jeffrey A. lowell, Surendra Shenoy, Michael D. Darcy, Daniel B. Brown - Outcomes of Neoadjuvant Transarterial Chemoembolization to Downstage Hepatocellular Carcinoma Before liver Transplantation - Annals of Surgery • Volume 248, Number 4, Oc-tober 2008.

5 - ISHIZAKI, Y.; KAWASAKI, S. The evolution of liver transplantation for he-patocellular carcinoma (past, present, and future). Journal of Gastroenterology, Hongo, Bunkyo-ku, Tokyo, v. 43, p.18-26, 2008.

6 - BEFElER, A. S.; HAYASHI, P. H.; DI BISCEGlIE, A. M. liver Transplantation for Hepatocellular Carcinoma. Gastroen-terology, St louis, Missouri, v. 128, n. 6, p. 1752–1764, mai. 2005.

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DESAFIO DIAGNÓSTICO

Alguns casos de Estenose Pilórica se recheiam de imagens através dos re-sultados de exames complementares e guiam o raciocínio clínico para este ou aquele diagnóstico. Outros nem tanto. Há casos em que o paciente se enche de queixas e apresenta dificuldades enormes para realizar tarefas cotidianas simples, e que os resultados dos exa-mes realizados não acrescentam gran-des informações ao raciocínio clínico.

Fato é que a clínica do paciente é sempre soberana, e em tempos mo-dernos, não podemos perder o foco da atenção à história contada pelo paciente; nem podemos menosprezar as queixas do mesmo frente à pouca evidência de resultados pelos métodos

complementares, por mais precisos e avançados que sejam.

Existe sempre o risco de querermos avançar nos degraus tecnológicos e obter mais informações, sem, no en-tanto, trazer qualquer benefício para o paciente, alterar a hipótese diagnósti-ca ou alterar a proposta terapêutica. Essas situações são cada vez mais frequentes quando colocamos a pa-tologia do paciente antes do próprio paciente em escala de importância; e precisam se consideradas situações delicadas.

O paciente em questão possui 35 anos, é do sexo masculino, tabagista, etilista social e sedentário. Iniciou em agosto

de 2010 com quadro de disfagia (difi-culdade para alimentar-se) e dor em região epigástrica que evoluiu para dor em região dorsal em faixa.

A dor referida pelo paciente era maior na hora da ingestão dos alimentos e posteriormente, quando evoluiu para dor em região dorsal, era uma dor de localização imprecisa que melhorava quando o paciente assumia determina-da posição.

A dor referida na região dorsal trazia semelhanças com as dores típicas de processos inflamatórios ou neoplási-cos do pâncreas. O paciente foi orien-tado a realizar uma Endoscopia Diges-tiva Alta.

Em 13/08/2010, o paciente realizou o exame, sem intercorrências, que determinou uma lesão Abaulada e Inflamatória de Antro, que sugeria diagnóstico diferencial com uma compressão externa, um linfoma, ou um GIST.

Foram realizadas biópsias, cujos resultados não vieram característicos para nenhuma lesão maligna, destacando-se apenas processos inflamatórios.

Figura 1: lesão de antro com elevação da parede gástrica, de 5cm de tamanho, fixa, dura, com lesão friável no seu ápice, com abertura central com vazamento de material purulento.

Figura 2: Fundo gástrico sem alterações à retrovisão.

Pela deformidade que a lesão desferia ao piloro, dia a dia, a capacidade do paciente de se alimentar diminuía e as dores aumentavam.

O paciente foi orientado a realizar uma tomografia de abdômen total.

Estenose Pilórica

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Entenda o caso

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2928 VITÓRIA APART PROGRESSVITÓRIA APART PROGRESS

Figuras 5, 6, 7, 8 e 9: Tomografia computadorizada do abdômen superior com evidência do Estômago (laranja) e da lesão pilórica e suas relações com o Pâncreas (amarelo)

Prosseguir com a investigação radioló-gica (ressonância, cintilografia, PetScan) não garantiria o estabelecimento do diag-nóstico etiológico da lesão, e também não garantiria o estabelecimento de decisão terapêutica.

A realização de uma Ultrassonografia Endoscópica com biópsia ainda é um exame de difícil acesso no Espírito Santo e poderia não elucidar ainda o diagnóstico, sem mencionar o fato que deveríamos aguardar no mínimo cinco dias para obtenção do resultado histopatológico, na melhor das hipóteses. Sequer podemos

No dia 16/08/2010, o paciente realizou o exame com contraste oral e venoso, cujo resultado apontou apenas um espessamento parietal da parede gástrica.

Figuras 3 e 4: Evidência da lesão em região pilórica nos cortes selecionados

Nesse ponto, o paciente já se encontrava com grande dificuldade de alimentar-se, apresentando perda de peso e bastante dor. O desafio diagnóstico é muito grande neste momento. Nota-se a íntima relação da lesão com o pâncreas, o que merece destaque pelas características da dor apresentada pelo paciente.

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discutir se mudaria a decisão terapêutica. Os diagnósticos diferenciais mais temidos nessa situação eram GIST e linfoma, não podendo afastar o Adenocarcinoma Gástrico.

Fato é que o paciente apresentava Este-nose Pilórica e muita dor e por motivo da clínica do paciente associada ao resulta-do dos exames até então apresentados, foi proposta a intervenção cirúrgica com intenção diagnóstica e terapêutica de ur-gência. Para nossa surpresa, o resultado foi bem diferente do esperado. Para saber o resultado de mais este desafio diagnós-tico, acesse a página da revista na inter-net. www.vitoriaaparthospital.com.br

Dr. Guilherme Crespo Núcleo de Serviços Oncológicos

do Vitória Apart Hospital

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NEWS

Hospital aposta em projeto RenoVAHção

No ano de 2010, o Vitória Apart Hospital deu início ao projeto RenoVAHção, criado com a pro-posta de implementar uma série de ações para fortalecer cada vez mais a instituição, reposicio-nando-a estrategicamente no mercado. O projeto altera o or-ganograma da empresa, implanta o Planejamento Estratégico 2011-2015 e apresenta uma série de melhorias a serem aplicadas pela nova gestão do Vitória Apart Hos-pital.

Entre as ações que integram o projeto estão: redefinição da identidade corporativa do hos-pital; implantação de um novo Sistema Integrado de Gestão Hospitalar; reestruturação do parque tecnológico; redesenho dos processos internos e de terceiros; projeto de eficiência energética; redirecionamento da política de qualidade; retomada do projeto arquitetônico origi-nal; e definição de políticas de Recursos Humanos, como foco em acolhimento, manutenção e retenção de talentos.

Dessa forma, o hospital trabalha para garantir a satisfação de co-laboradores e clientes, priorizan-do a gestão responsável e trans-parente.

Investimento em novo sistema de gestão

O Vitória Apart Hospital investe na implantação de um novo sistema de gestão. O MV 2000 contemplará quase todas as áreas do hospital, desde o pronto atendi-mento até áreas como o centro cirúrgico e o almoxarifado. A ferramenta facilitará os processos clínico, assistencial e administrativo da instituição, concentrando dados que vão desde a chegada do paciente ao hospital e a definição do tratamento até o fechamento da conta e o faturamento para o convênio médico.

A implantação do MV 2000 começou em agosto do ano passado. O trabalho é desenvolvido por uma equipe formada por 25 profissionais das áreas do hospital beneficiadas e por consultores da MV. Deste grupo, 10 pessoas se dedicam em tempo integral ao projeto, com acompanhamento de PMO (Project Management Office) da KPMG e coordenação da área de Tecnologia de Informação do Vitória Apart Hospital.

Planejamento Estratégico 2011-2015

Nos próximos cinco anos, a atu-ação do Vitória Apart Hospital será baseada no Planejamento Estra-tégico 2011-2015. O documento foi elaborado com a participação de profissionais de várias áreas e níveis da instituição, tendo a con-sultoria da KPMG.

O trabalho começou em outubro de 1010 e partiu da visão e dos dese-jos dos acionistas, considerando as avaliações dos conselheiros e dire-tores, do corpo clínico, dos gestores e suas equipes. Essas informações serviram de base para a definição dos objetivos estratégicos, dos in-dicadores e das metas. Esses dois últimos foram desdobrados em pla-nos de ação que serão conduzidos pelos gestores, abrangendo todas as áreas do hospital.

Eleito o melhor do ES

Programa de Especialização e Residência Médica 2011

O Vitória Apart Hospital foi eleito o melhor hospital do Estado na pes-quisa Marcas de Valor, realizada pelo Instituto Futura e pela Rede Gazeta. O levantamento entrevistou 1.227 pessoas na Grande Vitória, com a proposta de apresentar a visão que os consumidores capixa-bas têm das grandes empresas.

Foram premiadas empresas em diferentes segmentos e o Vitória Apart Hospital conquistou os pri-meiros lugares em todos os requi-sitos avaliados, na categoria Hos-pital. Foram avaliados os quesitos: Responsabilidade Social, Re-sponsabilidade Ambiental, Ética e Credibilidade, Desenvolvimento do Estado e Qualidade de produtos e serviços.

O processo seletivo para aprovação de candidatos no Programa de Especialização e Residência Médica 2011 da instituição teve início em setembro de 2010. Foram realizados e concluídos três processos seletivos, oferecendo vagas para as áreas de Ortopedia e Traumatologia, Coloproctologia e Medicina Intensiva. Mais informações no Centro de Estudos: (27) 3201-5526.

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Seminário aborda controle de infecções

Estudantes participam de curso sobre pronto-socorro

Médicos, enfermeiros, assistentes sociais, estudantes universitários e outros profissionais da área da saúde participaram do ciclo de pal-estras do 1º Seminário em Controle de Infecção Relacionado à Assistên-cia à Saúde, realizado no auditório do Vitória Apart Hospital. O evento aconteceu nos dias 17 e 18 de maio, numa iniciativa da Comissão de Con-trole de Infecção Hospitalar (CCIH) do Vitória Apart Hospital.

As palestras abordaram diversas questões ligadas ao tema central,

O Vitória Apart Hospital iniciou um curso que orienta os acadêmicos de Medicina e outros profissionais da instituição para o atendimento de urgência no pronto-socorro. O programa teórico é formado por 16 módulos e os encontros acontecem a cada 15 dias, no auditório do hospital. Os treinamentos começaram em maio deste ano e seguem até o mês de dezembro. Todas as vagas já foram preenchidas. Entre os temas a serem abordados estão dor torácica, asma na infância, atendimento em catástrofes e cólica renal.

Workshop discute processo de doaçãode órgãos e tecidos

O Vitória Apart Hospital realizou um workshop sobre doação de órgãos e tecidos para transplan-tes no final de março. O evento aconteceu no auditório da institu-ição, com o objetivo de conscien-tizar e capacitar os profissionais da saúde e facilitar o processo de doação de órgãos e tecidos para transplantes.

O workshop teve, ainda, a proposta de contribuir para a redução da fila de pacientes que aguardam pelo transplante de um órgão ou tecido no Espírito Santo. O evento, organizado pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Vitória Apart Hospital, reuniu médicos, enfermeiros, técnicos em Enfermagem, assistentes so-ciais, psicólogos, estudantes e demais profissionais da área da saúde.

A programação foi marcada por 12 palestras, com a participação de médicos da equipe do hospital e de convidados. Entre os temas abordados estão a situação dos transplantes no Espírito Santo, a atuação da equipe multidisci-plinar na captação de múltiplos órgãos e a busca ativa para iden-tificação de potenciais doadores.

Classificação de Risco organiza atendimento

A implantação do Acolhimento com Classificação de Risco no pronto-socorro do Vitória Apart Hospital tem contribuído para a organização, a agilidade e a melhoria da assistência médica prestada aos pacientes. A nova forma de atendimento teve início no dia 2 de fevereiro e prioriza os casos de urgência e emergência.

O acolhimento ao paciente segue as recomendações do Protocolo de Manchester, modelo adotado pelos grandes centros de saúde do Brasil e do mundo. O paciente é identificado com pulseiras coloridas, de acordo

como a importância de cirurgias se-guras, o uso de antibióticos, a preven-ção da pneumonia, a limpeza e desin-fecção de áreas e a higienização das mãos.

com a gravidade do quadro clínico, utilizando uma escala de cinco cores: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. O paciente que se enquadra na cor vermelha precisa de atendimento médico imediato, enquanto que a cor azul indica uma situação de não-urgência (queixa ambulatorial).

Melhorias também estão sendo feitas no pronto-socorro infantil. Agora, o atendimento é feito por dois médicos pediatras durante 24 horas. O reforço contribui para agilizar e melhorar a qualidade do atendimento médico às crianças.

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BR 101 N, s/n°, KM 02 - Carapina - Serra - ES • Tel.: 27 3201 5555 • www.perinatalvitoria.com.br

Chegar bem é aqui.Nascimento de gêmeos, só na Perinatal.

Gravidez de gêmeos muda tudo. Muda a família e muda também o jeito de ver a vida. Mas tem uma coisa que é sempre igual: a certeza de que existe o lugar certo para o nascimento dos bebês. A Perinatal é especialista em gestações múltiplas, com os melhores e mais modernos equipamentos, um centro obstétrico integrado à UTI neonatal e todo o cuidado que mamães e bebês precisam. A equipe é transdisciplinar, com especialistas em todas as áreas. Reuniões particulares ajudam os pais durante a gravidez e, depois do nascimento, as mães podem solicitar o serviço SOS Mamãe, para auxiliar nos primeiros dias após o parto. No meio de tudo que vai fi car diferente, uma coisa é certa. Na Perinatal, todo mundo fi ca bem.