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 O Sono e o Sonho O sono é definido como um estado de inconsciência do qual a pessoa pode ser despertada por estímulos sensoriais ou outros estímulos. Essa inconsciência deve ser distinguida do coma, que é o estado de inconsciência do qual a pessoa não pode ser despertada. Existem múltiplos estágios do sono, desde o sono muito leve até o sono profundo; os pesquisadores do sono o dividem em 2 ti pos de sono inteiramente diferentes, que tem qualidades distintas. Durante cada noite a pessoa passa por dois tipos de estagio do sono, que se alternam entre si. O primeiro, e mais duradouro, é o “sono de ondas lentas” (que compreendem os 4 primeiros estágios do sono), pois neste tipo de sono as ondas cerebrais são muito grandes, porém muito lentas. É raro observar sonhos neste estágio. O segundo é o sono “REM”, que é o sono de movimento rápido dos olhos, pois neste tipo de sono os olhos movimentam- se rapidamente a despeito do fato de as pessoas ainda estarem dormindo. É neste estágio que os sonhos acontecem. Dentro deste contexto é importante destacar a variação das ondas cerebrais durante cada uma das fases do sono. Estas ondas cerebrais são atividades elétricas continuas no nosso cérebro que variam de acordo com o estado de consciência e com o nível de excitação cerebral.

Trabalho de Neurofisiologia (2)

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O Sono e oSonhoO sono é definido como um estado de inconsciência do qual a pessoa

pode ser despertada por estímulos sensoriais ou outros estímulos. Essainconsciência deve ser distinguida do coma, que é o estado de inconsciênciado qual a pessoa não pode ser despertada. Existem múltiplos estágios dosono, desde o sono muito leve até o sono profundo; os pesquisadores dosono o dividem em 2 tipos de sono inteiramente diferentes, que temqualidades distintas.

Durante cada noite a pessoa passa por dois tipos de estagio do sono,que se alternam entre si. O primeiro, e mais duradouro, é o “sono de ondas

lentas” (que compreendem os 4 primeiros estágios do sono), pois neste tipode sono as ondas cerebrais são muito grandes, porém muito lentas. É raroobservar sonhos neste estágio. O segundo é o sono “REM”, que é o sono demovimento rápido dos olhos, pois neste tipo de sono os olhos movimentam-se rapidamente a despeito do fato de as pessoas ainda estarem dormindo. Éneste estágio que os sonhos acontecem.

Dentro deste contexto é importante destacar a variação das ondascerebrais durante cada uma das fases do sono. Estas ondas cerebrais sãoatividades elétricas continuas no nosso cérebro que variam de acordo com o

estado de consciência e com o nível de excitação cerebral.

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Figura 1 – Encéfalograma : registro das atividades cerebrais

Fases do Sono e Ondas Cerebrais

Estágio 1 - Transição entre o estado de vigília e o sono, chamado desemiconsciência. Pode durar de segundos a sete minutos e corresponde acerca de 5% a 10% do tempo de repouso. Pode ocorrer a cada reinício dosono, nas trocas de estágio, durante toda a noite. Nesta fase estãopresentes as ondas cerebrais teta.

Estágio 2 - Início do sono não-REM, ainda é considerado leve, mas nessa

fase é mais difícil acordar. É o estágio mais longo, ocupando de 45% a 55%do tempo de repouso.

Estágio 3 - O metabolismo cerebral torna-se mais lento, começando aproduzir ondas que marcam o início do sono profundo e o processo derecuperação fisiológica. Dura de 3% a 5% do tempo, passando rapidamentepara o estágio 4.

Estágio 4 - Sono profundo, de ondas cerebrais lentas (delta). Nesseestágio ocorre à diminuição da freqüência cardíaca e da pressão arterial, arespiração torna-se constate e regular e há produção de hormônios.Corresponde a cerca de 20% do tempo de sono.

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REM

Considerado o quinto estágio, é uma fase de sono paradoxal: apesar deleve, provoca profundo relaxamento muscular e intensa atividade cerebral,semelhante a de quando estamos acordados. Marcada pelo movimentorápido dos olhos (a sigla significa "rapid eyes movement") e pela liberaçãode ondas cerebrais alfa, surge no final de cada ciclo de 90 minutos, ocupacerca de 20% do tempo de sono e predomina no final da noite. Estudiososainda pesquisam a sua relação com a memória. É a fase de maior produçãode sonhos.

Sono Saudável

A falta de sono certamente afeta as funções do SNC (Sistema NervosoCentral), o processo de restauração do balanço natural entre os centrosneuronais e por conseqüência a memória. Para manter um sono adequado eque reponha satisfatoriamente as energias no corpo propõe-se um sonopolifásico. Este método propõe dormir um ou dois ciclos de 90 minutosdurante a noite e, durante o dia, cochilar por 20 minutos a cada seis horas.

No contexto de privação de sono, a tendência é que durante as sonecas oorganismo vá direto para os estágios mais profundos, que têm maior efeitoreparador.

Psicologia dos Sonhos

"O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente."

Sigmund Freud

Segundo Freud, os sonhos demonstram desejos reprimidos, ou seja,desejos que não somos capazes de expressar em um ambiente social. Ossonos permitem que a mente inconscientemente, haja naquelespensamentos e desejos inaceitáveis (o fato de serem inaceitáveis, segundo

ele justificaria o fato de esquecermos a maioria deles). Por esta razão estateoria foca principalmente em desejos sexuais e simbolismos.

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Exemplificando: qualquer objeto cilíndrico em um sono representa um pênis,enquanto uma caverna ou um objeto fechado com uma abertura representaa vagina. Portanto, sonhar com um trem entrando em um túnelrepresentaria uma relação sexual. Tal sonho representaria uma vontadesexual reprimida.

"Dentro de cada um de nós há um outro que nãoconhecemos. Ele fala conosco por meio dos sonhos."

Carl Jung

 Jung toma os sonhos como mensageiros de complexos. Segundo ele,anexo a nossa consciência imediata existe um segundo sistema psíquico, denatureza coletiva, universal e impessoal, que se revela idêntico em todos osindivíduos. Povoando esse inconsciente coletivo há os arquétipos (imagensprimordiais ou símbolos, impressos na psique desde o começo dos tempose, a partir de então transmitidos à humanidade inteira).A mãe, o pai, a criança, a anima, o animus, o herói, a sombra, com seustemas associados, são exemplos de tais arquétipos, representadosmundialmente em mitos, histórias infantis e sonhos. As mensagensarquetípicas nos sonhos conferem uma forma definida a determinado

conteúdo psíquico do inconsciente e quase sempre assumem imagenssimbólicas.

A psique coletiva, que é uma seleção de arquétipos de um povo numadada época de sua história, molda a psique individual (a personalidade decada um de nós). Todavia, no fundo, a coletiva é a exteriorização dasindividuais. Desse modo, a psique coletiva e a individual existem numarelação dialética.

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Memória eAprendizag

em Memória

Não conhecemos os mecanismos neurais do pensamento e pouco

sabemos sobre os mecanismos da memória. A destruição de grandes

porções do córtex cerebral, não impede a pessoa de ter pensamentos, mas

reduz sua profundidade e o grau de percepção dentro do ambiente.

Um pensamento é a consequência de um padrão de estimulação de

muitas partes do sistema nervoso ao mesmo tempo e com uma sequência

definida, provavelmente envolvendo de modo mais importante o córtex, o

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tálamo, o sistema límbico e a formação reticular, determinam a natureza

geral do pensamento, conferindo-lhe qualidades como: prazer, desprazer,

dor, conforto, sensações, localizações e outras características gerais.

As áreas estimuladas do córtex cerebral determinam ascaracterísticas muito marcadas do pensamento, tais como: localização

específica de sensações sobre a superfície do corpo e dos objetos nos

campos visuais, sensação da textura, reconhecimento visual, e outras

características individuais que penetram na percepção geral em um dado

instante.

Figura 2 – Esquema funcional do cérebro

 

Consciência é a nossa corrente contínua de conhecimento, tanto de

nosso ambiente, quanto de nossos pensamentos sequênciais.

Fisiologicamente, as memórias são causadas por variações da

sensibilidade da transmissão sináptica entre os neurônios, como

consequência de atividade neural prévia. Por seu turno, estas variações

fazem com que novas vias, ou vias facilitadas, se desenvolvam para a

transmissão dos sinais pelos circuitos neurais do cérebro. As novas vias, ou

as vias facilitadas, são chamadas de traços de memória ou endograma, quese localizam no córtex cerebral.

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O cérebro tem a capacidade de aprender a ignorar informações sem

importância. Isto é consequência da inibição de vias sinápticas para esse

tipo de informação; o efeito resultante é chamado de habituação. Esse é o

tipo de memória negativa.

Inversamente, para as informações que chegam e que causam

consequências importantes, tais como a dor, ou o prazer, o cérebro tem a

capacidade automática diferente de incrementar e armazenar os traços de

memória. Essa é a memória positiva e ela resulta da facilitação das vias

sinápticas, e o processo é chamado de sensibilização da memória.

Na memória são inclusos 04 (quatro) momentos essenciais:

- recepção e codificação da informação;

- armazenamento da informação;

- recuperação da informação;

- esquecimento da informação.

Primeiramente, o material destinado ao armazenamento será

codificado. A codificação refere-se ao processo de preparação da

informação para o armazenamento. A codificação pressupõe na associação

de informações de conhecimentos ou experiências anteriores, bem como

uma representação do material sob uma forma com o qual, o sistema dearmazenamento possa lidar.

Quando codificada uma experiência, esta será armazenada durante

um lapso de tempo variável. Eventualmente, a pessoa pode tentar

recuperar a informação.

Os conceitos de codificação, armazenamento e recuperação são

processos básicos da memória, designados por modelo de processamento

de informação.

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Classificação da Memória 

As memórias são classificadas de acordo com o tipo de informação que

é armazenada. Uma dessas classificações divide a memória em:

A – MEMÓRIA DECLARATIVA - é a memória dos vários detalhes de um

pensamento integrado, tal como a memória de uma experiência importante

que inclui: ambiente, relações temporais, causas da experiência, deduções;

B – MEMÓRIA DE HABILIDADES - associada a atividades motoras docorpo da pessoa;

C – MEMÓRIA A CURTO PRAZO - é a facilitação ou inibição pré-sináptica,

é a memória que dura enquanto a pessoa continuar a pensar sobre os fatos;

D – MEMÓRIA INTERMEDIÁRIA A LONGO PRAZO - podem durar muitos

minutos, ou mesmo semanas. Eventualmente essas memórias serão

perdidas, a menos que os traços de memória tornem-se pensamentos;

então, eles serão classificados de memória a longo prazo;

E – MEMÓRIA A LONGO PRAZO - estabelece traços duradouros. Estudos

psicológicos mostraram que a repetição mental frequente da mesma

informação, acelera e potencializa o grau de transferência da memória a

curto prazo para a memória a longo prazo, e assim acelera e potencializa a

consolidação.

As informações novas chamam a atenção da mente e ao longo de

um período de tempo, as características importantes das experiências

sensoriais ficam mais fixadas nas reservas da memória.

As pessoas lembram melhor de pequenas quantidades de

informações que foram estudadas em profundidade do que grandes

quantidades de informações que foram estudas superficialmente.

Aprendizagem

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  Aprendizado é a aquisição de novas informações ou novos

conhecimentos e a memória é a retenção da informação aprendida, uma

não existe sem a outra.

O aprendizado de procedimentos envolve aprender uma resposta

motora (procedimento) em relação a um estímulo sensorial, podendo ser

dividida em:

A–APRENDIZADO NÃO-ASSOCIATIVO: alteração da resposta observada

no comportamento que ocorre no tempo em que a resposta é um único tipo

de estímulo. São divididas conforme seqüência abaixo:

1.HABITUAÇÃO: é aprender a ignorar um estímulo que não tenha

significado;

2.SENSIBILIZAÇÃO: são fortes estímulos sensoriais, que levando-o a

intensificar suas respostas a todos os estímulos, mesmo aqueles que

previamente evocam pouca ou nenhuma reação.

B–APRENDIZADO ASSOCIATIVO: formamos associações entre eventos,

sendo classificados como:

1.CONDICIONAMENTO CLÁSSICO: descoberto pelo psicólogo russo Ivan

Pavlov, este condicionamento envolve a associação entre um estímulo queevoque uma resposta, e um segundo estímulo que não evoca esta resposta;

2.CONDICIONAMENTO INSTRUMENTAL: estudada por Edward Thorndike,

neste condicionamento o indivíduo aprende a associar uma resposta com

um estímulo significativo.

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Bibliografia

BEAR, Mark F; CONNORS, Barry W; PARADISO, Michael A. Neurociências.

Desvendando o sistema nervoso. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.

GUYTON, Arthur C; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 10.ed.

Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S/A, 2002.

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FACULDADES INTEGRADAS FAFIBE

CURSO DE PSICOLOGIA – 2º PERÍODO

NEUROFISIOLOGIA

APRENDIZAGEM, MEMÓRIA, SONO E SONHO

Daniela Andrade

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Izael Oliveira

Lourena Luz

Silvana Araujo

Vinícius Alexandre

Zilda Pavini

Prof. Rodrigo César Rosa

Bebedouro

Novembro/2010