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1 Pressclipping em 15.junho.2015 "O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma." (Albert Einstein) Justiça sem "floreios" Tenho vergonha de ser juiz, mas não perco a garra e nem me dobro ao cansaço 9 de junho de 2015, 13h09 Por João Batista Damasceno Tenho vergonha de dizer que sou juiz. E não preciso dizê-lo. No fórum, o lugar que ocupo diz quem eu sou; fora dele seria exploração de prestígio. Tenho vergonha de dizer que sou juiz, porque não o sou. Apenas ocupo um cargo com este nome e busco desempenhar responsavelmente suas atribuições. Tenho vergonha de dizer que sou juiz, pois podem me perguntar sobre bolso nas togas. Tenho vergonha de dizer que sou juiz e demonstrar minha incompetência em melhorar o mundo no qual vivo, apesar de sempre ter batalhado pela justiça, de ter-me cercado de gente séria e de ter primado pela ética. Tenho vergonha de dizer que sou juiz e ter que confessar minha incompetência na luta pela democracia e ter que testemunhar a derrocada dos valores republicanos, a ascensão do carreirismo e do patrimonialismo que confunde o público com o privado e se apropria do que deveria ser comum. Tenho vergonha de dizer que sou juiz e ter que responder porque — apesar de ter sempre lutado pela liberdade — o fascismo bate à nossa porta, desdenha do Direito, da cidadania e da justiça e encarcera e mata livremente. IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Pressclipping em 15.junho.2015

"O primeiro dever da inteligência é desconfiar dela mesma." (Albert Einstein)

Justiça sem "floreios"

Tenho vergonha de ser juiz, mas não perco a garra e nem me dobro ao cansaço9 de junho de 2015, 13h09

Por   João Batista Damasceno

Tenho vergonha de dizer que sou juiz. E não preciso dizê-lo. No fórum, o lugar que ocupo diz quem eu sou; fora dele seria exploração de prestígio. Tenho vergonha de dizer que sou juiz, porque não o sou. Apenas ocupo um cargo com este nome e busco desempenhar responsavelmente suas atribuições.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz, pois podem me perguntar sobre bolso nas togas.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz e demonstrar minha incompetência em melhorar o mundo no qual vivo, apesar de sempre ter batalhado pela justiça, de ter-me cercado de gente séria e de ter primado pela ética.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz e ter que confessar minha incompetência na luta pela democracia e ter que testemunhar a derrocada dos valores republicanos, a ascensão do carreirismo e do patrimonialismo que confunde o público com o privado e se apropria do que deveria ser comum.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz e ter que responder porque — apesar de ter sempre lutado pela liberdade — o fascismo bate à nossa porta, desdenha do Direito, da cidadania e da justiça e encarcera e mata livremente.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz, porque posso ser lembrado da ausência de sensatez nos julgamentos, da negligência com os direitos dos excluídos, na demasiada preocupação com os auxílios moradia, transporte, alimentação, aperfeiçoamento e educação, em prejuízo dos valores que poderiam reforçar os laços sociais.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz porque posso ser confrontado com a indiferença com os que clamam por justiça, com a falta de racionalidade que deveria orientar os julgamentos e com a vingança mesquinha e rasteira de quem usurpa a toga que veste sem merecimento.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz porque posso ser lembrado da passividade diante da injustiça, das desculpas para os descasos cotidianos, da falta de humanidade para reconhecer os erros que se cometem em nome da justiça e de todos os "floreios", sinônimos e figuras de linguagem para justificar atos abomináveis.

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Tenho vergonha de dizer que sou juiz porque faço parte de um Poder do Estado que nem sempre reconheço como aquele que trilha pelos caminhos que idealizei quando iniciei o estudo do Direito.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz, porque tenho vergonha por ser fraco, por não conhecer os caminhos pelos quais poderia andar com meus companheiros para construir uma justiça substancial e não apenas formal.

Tenho vergonha de dizer que sou juiz, mas não perco a garra, não abandono minhas ilusões e nem me dobro ao cansaço. Não me aparto da justiça que se encontra no horizonte, ainda que ela se distancie de mim a cada passo que dou em sua direção, porque eu a amo e vibro ao vê-la em cada despertar dos meus concidadãos para a labuta diária e porque o caminhar em direção a ela é que me põe em movimento.

Acredito na humanidade e na sua capacidade de se reinventar, assim como na transitoriedade do triunfo da injustiça. Apesar de testemunhar o triunfo das nulidades, de ver prosperar a mediocridade, de ver crescer a iniquidade e de agigantaram-se os poderes nas mãos dos inescrupulosos, não desanimo da virtude, não rio da honra e não tenho vergonha de ser honesto.

Tenho vergonha de ser juiz em razão das minhas fraquezas diante da grandeza dos que atravancam o caminho da justiça que eu gostaria de ver plena. Mas, eles passarão!

João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política e juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD).

Revista Consultor Jurídico, 9 de junho de 2015, 13h09

A Parada Gay e o histórico de desrespeito a imagem de Cristo. A crucificação da modelo Viviany Beleboni na última Parada Gay Publicado por Pareta Calderasch - 6 dias atrás

A última Parada Gay literalmente deixou o que falar, entre os protestos que estão se acirrando cada vez mais na guerra contra a homofobia, uma imagem agonizou boa parte do país, uma modelo travesti crucificada e banhada em sangue, figurando uma das mais conhecidas representações de Cristo. De um lado comentava-se sobre o desrespeito que o ato gerava a religião cristã, do outro o teor artístico da performance contra os atos praticados aos LGBT's. Mas, para apurar esse fato com sensatez, é necessário entender o histórico das representações de Cristo e o quanto essas representações realmente estão ligadas ao personagem conhecido como Jesus Cristo.

A maioria de nós tivemos como primeira representação de Cristo um homem branco de olhos verdes ou azuis e com cabelos lisos e compridos, além disso, conhecemos a cruz como o símbolo máximo da redenção dos pecados, por ser o objeto no qual Jesus Cristo foi morto para limpar a humanidade dos seus pecados. Por serem representações tão amplamente aceitas normalmente não existem questionamentos sobre a fidelidade delas, ou em caso de questionamento, o questionador sempre será desconsiderado.

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Nesse artigo trago essa proposta de questionar essas representações e o quão lógico é dizer que a modelo Viviany Beleboni feriu diretamente a imagem de Jesus Cristo.

Os judeus eram contra a representação da imagem de Cristo, com receio que ela fosse adorada, de forma que a primeira representação só aconteceu no século III com o objetivo de converter mais pessoas ao cristianismo. Podemos dizer que a igreja tem um grande pioneirismo nas estratégias de Marketing pelas formas e representações criadas. A imagem do Cristo branco, de barba fina e cabelos ondulados surgiu na época das cruzadas, quando os não-brancos representavam os pagãos, dessa forma Jesus foi moldado de acordo com a face daqueles que se professavam verdadeiros adoradores dele. Tudo isso, mostra um uso inapropriado e total desrespeito a representação do Cristo, quando foi apenas instrumento de opressão diante de exércitos de sanguinários de guerra.

A representação da cruz é a mais controversa. Visto que quando Jesus Cristo morreu a crucificação era algo inexistente. A pena de morte era praticada por pregar a pessoa em um madeiro, ou poste reto. O símbolo da cruz foi inserido em um concílio da Igreja Católica por meio de um pagão recém convertido que era adorador do deus Tamuz, cujo símbolo é um T ou uma cruz. Por ele ser influente, ter um grande exército e ser essencial no momento para a igreja, o símbolo do deus Tamuz foi associado a figura de Jesus Cristo como meio de angariar ele e seu exército para servir aos objetivos da igreja, assim como também foi lhe assegurado poder e riqueza.

Daí vem a questão, existe blasfêmia maior dentro da doutrina cristã do que associar o símbolo de um deus pagão a imagem de Jesus Cristo? A maior blasfêmia contra Cristo é praticada atualmente com aqueles que se dizem cristãos e concordam em reconhecer a cruz como símbolo da redenção de seus pecados, por ser ele um símbolo pagão e proibido de ser adorado pela Bíblia. Dessa forma existe uma completa contradição na própria adoração praticada pelos cristãos que os leva inconscientemente a praticar a blasfêmia simplesmente quando pensam em uma representação de Cristo.

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Voltando para a Parada Gay e citando a performance da modelo pelo seu mérito artístico, a performance representa a dura perseguição que tem sido infligida aos LGBT's no Brasil. Perseguição essa em muito comandada por deputados e outras autoridades evangélicas. Mostrando que eles estão na posição de opressor, enquanto tem como símbolo máximo a representação de um oprimido, o Cristo. A figuração dentro daquilo que eles conhecem como a representação do Cristo, embora seja encarado por alguns como uma afronta, é uma forma de fazer com que entendam mais de perto por usar um referencial que é conhecido e respeitado por eles.

Por fim um grande objetivo foi conseguido, chocar a sociedade e gerar uma discussão em torno do assunto. Por outro lado vimos o quão opressora a igreja é quando o assunto é a liberdade de questionar sobre os seus símbolos que são impostos por padrão há muitos pelas religiões, mas ao mesmo tempo, se acha no direito de julgar aqueles que pensam diferente como merecedores da morte, até mesmo tentando pelos espaços de poder tirar os direitos que lhe são constitucionalmente garantidos. Fica aqui o meu grande abraço para Viviany Belebony por sua coragem, sua arte, pelo poder de tocar no eco daquilo que se identifica como cristianismo, embora funcione apenas como mais uma ferramenta de opressão disfarçada de bote salva-vidas dos oprimidos

E agora, quem poderá nos defender? Publicado por Pedro Magalhães Ganem - 3 dias atrás

Já faz um tempo que, quase todos os dias, me flagro preocupado com o rumo do país.

Se já não fosse suficiente toda essa crise social que vivemos, com desrespeito de todos os lados e que todo mundo se acha certo e vê o outro como errado, somos bombardeados por notícias políticas assustadoras, uma mais do que a outra.

Todo dia um vereador, um deputado (estadual/federal), e (ou) um senador aumentam extraordinariamente os seus próprios salários e tá tudo certo.

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Damos a oportunidade de uma pessoa (na verdade um grande grupo de pessoas) escolher o quanto quer ganhar (?!) e, pra melhorar, somos nós (os representados) que arcamos com todo esse custo.

Nós escolhemos, a cada eleição, quais serão os "novos" donos do Brasil.

Além do mais, os projetos votados nessa "reforma política" nem de longe se assemelham a uma reforma, haja vista que os benefícios e os beneficiados continuam os mesmos. E nós continuamos a financiar isso tudo.

Votaram contra o fim da eleição daqueles que tiverem mais votos, mantendo as coligações;

Aumentaram absurdamente o fundo partidário;

Votaram favoravelmente ao fim das reeleições, mas só do executivo, do legislativo não;

Aprovaram o mandato de 05 anos, mas já encontra resistência para que o Senado aprove o fim da reeleição no Senado (!), é claro;

Votaram a favor do fim da doação particular ao candidato, mas permitiram doação ao partido;

E, para ajudar ainda mais, veio o ajuste fiscal, para custear todo esse circo.

Sério, tem alguma coisa muito errada e não dá pra sermos submissos a isso tudo.

Essas pessoas que decidem nossas vidas (sim, os senadores e deputados são responsáveis pelo rumo do nosso país) têm muito poder. Nós demos muitos poderes para eles.

É igual a um filho muito mimado, quando fica velho não há nada nem ninguém que imponha limite.

Temos que fazer alguma coisa para mudar, não sei exatamente como, mas podemos começar com pequenos atos, dentro de casa mesmo, no trabalho, no trânsito, na escola,..., pois se dependermos deles estamos perdidos, literalmente.

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Judiciário não pode obrigar universidade a alterar regime de aulas para atender religião de alunoEstudante adventista não conseguiu alterar o regime de aulas e provas da universidade para atender a religião.

domingo, 7 de junho de 2015

Não pode o Judiciário impor a entidade de ensino superior encargos e ônus materiais que beneficiem determinado aluno destacando-¬o das atividades a que devem se dedicar os seus colegas à conta da confissão religiosa voluntária de quem deseja ser privilegiado.

No entendimento 6ª turma do TRF da 3ª região a lei deve ser igual para todos e ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. "Não é possível estabelecer privilégio na área de ensino superior para um determinado grupo religioso."

Com essa consideração, o colegiado negou a uma estudante universitária do curso de Enfermagem e membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia o direito à alteração do regime de aulas e provas estabelecido pela Universidade. Segundo os magistrados, a criação de privilégios em favor de determinada crença religiosa violaria os princípios constitucionais da igualdade e da legalidade.

No MS, a estudante pedia que lhe fosse assegurado o disposto na lei 12.142/05, de SP, que prevê o fornecimento de atividades alternativas ao aluno, respeitando o conteúdo programático da disciplina, bem como o abono de faltas já anotadas e das faltas supervenientes, assim como horários alternativos para realização das provas.

Ao analisar o caso, o relator do processo, desembargador Federal Johonsom Di Salvo, ressaltou que ao ingressar no curso de Enfermagem, a estudante tinha pleno conhecimento de que deveria submeter-se aos critérios e exigências da referida instituição de ensino, dentre eles, os horários em que as aulas seriam ministradas - o que incluía as sextas-feiras à noite e sábados de manhã – sendo descabida a alegação tardia de ofensa ao direito à liberdade de crença.

"A Universidade que faz cumprir seus regulamentos - aos quais o discente voluntariamente aderiu ao se inscrever na instituição de ensino - não está violando qualquer direito líquido e certo do aluno que posteriormente não os deseja cumprir, à conta de prática religiosa. Aderir a qualquer confissão religiosa, ou permanecer sem crença alguma, é direito fundamental de qualquer brasileiro. Mas a opção adotada não outorga mais direitos ou privilégios do que possuem os demais cidadãos."

Processo : 0005478-28.2013.4.03.6106

Confira a decisão.

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O que muda com a saída do HSBC do Brasil? Banco que assumir os negócios da instituição britânica deve manter serviços aos clientes. Publicado por Anne Silva - 4 dias atrás

O HSBC anunciou, nesta terça-feira, uma reestruturação que inclui encolhimento das operações no Brasil e na Turquia. O objetivo da operação, que deve acarretar em um corte de até 50 mil empregos, é economizar até US$ 5 bilhões.

Após anunciar a venda de suas operações, o HSBC emitiu uma nota em que explica que o banco "está em processo de venda e não de encerramento de suas operações" e que seguirá "operando normalmente e, mesmo após a venda, seguirá prestando serviços aos seus clientes".

Mas o que muda na prática para correntistas, funcionários e clientes? Veja a resposta desta e de outras perguntas abaixo:

Como ficam os correntistas pessoa física com a decisão do HSBC?

Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), o banco que adquirir os ativos do HSBC à venda no país também vai receber os correntistas e, com eles, herda o contrato de prestação de serviços para os clientes. Como em outros casos de fusão e aquisições no setor bancário no país, a migração vai ocorrer gradualmente e todas as etapas devem ser comunicadas aos clientes. Vale lembrar que, em um primeiro momento, não há razão para temor dos correntistas, informa o Idec, porque o HSBC está deixando o país por uma questão de estratégia, e não de problemas financeiros que gerem risco aos clientes. Mesmo assim, todas as contas correntes e aplicações até o limite de R$ 250 mil (poupança, renda fixa, CDI, capitalização, entre outros) estão garantidos por meio do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

A mudança altera direitos dos clientes?

É importante o consumidor ter conhecimento que todos as condições contratuais que foram estabelecidas anteriormente permanecerão vigentes. O banco que assumir a carteira de clientes e negócios do HSBC responderá juridicamente pelos acordos firmados. Com isso, em caso de descumprimento de oferta ou quebra de contrato, o Código de Defesa do Consumidor continua garantindo os direitos, e os consumidores que se sentirem lesados devem procurar o Banco Central e o Procon de sua cidade para solução do problema.

Os clientes do HSBC são obrigados a migrar para o banco comprador?

Não. Existe a portabilidade bancária no país. Se o cliente ficar insatisfeito, pode levar a sua conta, financiamento, seguros, investimentos etc., para outro banco. A economista Ione Amorim, do Idec, ressalta que é importante não tomar decisão precipitada e aguardar o processo de incorporação para avaliar o perfil do banco e os serviços que oferece.

Boletos emitidos pelo HSBC sofrem alteração?

Depois da migração, serão incorporados pelo novo banco. Antes, nada muda. Todo o processo de incorporação terá um tempo para substituição dos documentos emitidos pelo banco.

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O que ocorre com os cartões de crédito dos correntistas?

Isso ainda vai depender da estratégia do banco comprador. Como é um banco internacional, pode ocorrer a manutenção das bandeiras atuais com o nome do banco em razão da sua atividade no exterior. É semelhante ao que acontece com os cartões American Express, por exemplo, administrados pelo Bradesco.

Como ficam as folhas de pagamento que são de responsabilidade do HSBC?

A questão é o mesma. O banco que adquirir os ativos do HSBC assume, também, os contratos firmados com empresas e instituições publicas, como é o caso das folhas de pagamento do funcionalismo, que são licitadas. Se o cliente ficar descontente, posteriormente pode fazer a migração da conta-salário para outra instituição.

Como ficam os bancários que hoje trabalham no HSBC?

Isso vai depender da estratégia do banco comprador, mas em regra negócios desta natureza levam ao enxugamento no número de agências e desligamentos por superposição de funções.

Como vai funcionar o HSBC durante a transição?

As agências seguem funcionando normalmente enquanto ocorre a incorporação gradativa das operações e os clientes deverão ser comunicados sobre mudanças no número das contas, cartões etc., manutenção ou não de agências. Não há prazo definido para esta migração acontecer por completo. O Goldman Sachs, contratado para assessorar o HSBC no negócio, teria até agosto para definir a melhor oferta.

FONTE: ZH Economia

Hackers invadem site do pastor Marco Feliciano: "Marco, você acaba de tomar no aparelho excretor" A tecnologia invasiva à serviço dos hackers brasileiros Publicado por Fátima Burégio - 6 dias atrás

O site do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi invadido neste domingo (7),

Quem visitou a página www.marcofeliciano.com.br durante a tarde era recebido com uma fotografia de um Jesus Cristo negro sobre um fundo de arco-íris. O fundo musical era uma paródia da música "I Will Survive". O site só voltou ao normal no início da noite deste domingo.

O site foi hackeado por "ProtoWave", segundo a mensagem que aparece no superior da tela. Abaixo, lê-se "Feliciano, você acabou de tomar no aparelho excretor. Abaixo o preconceito".

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O logotipo da loja de cosméticos "O Boticário", que vem sendo criticada por incluir um "casal gay em sua propaganda de Dia dos Namorados", está no canto inferior direito da imagem de Jesus, que tem em sua mão direta a cabeça de Feliciano e, na esquerda, um vidro de perfume.

Por Jornal do Comércio

Apresentação pública

Hotéis são condenados a pagar direitos autorais por TVs e rádios de quartos10 de junho de 2015, 7h02

O artigo 68 da Lei 9.610/98, que trata de direitos autorais, aponta que os quartos de hotéis são considerados locais de frequência coletiva e, por isso, não podem retransmitir qualquer tipo de programa televisivo ou radiofônico sem efetuar os devidos pagamentos aos autores dos conteúdos apresentados.

A decisão, unânime, é da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que determinou a 12 hotéis do município de Torres (RS) o pagamento de direitos autorais. Na ação, os estabelecimentos questionavam a cobrança feita pelo Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) devido à disponibilização de conteúdo nos quartos por meio dos aparelhos de rádio e televisão.

“A Lei de Direitos Autorais (9.610/98), no seu artigo 68, ademais, não traz qualquer exceção relativa à sonorização disponibilizada nos quartos dos hóspedes, inexistindo óbice à incidência da regra legal”, afirmou a relatora do caso, desembargadora Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout.

A decisão do tribunal estipulou que o pagamento dos direitos autorais seja feito na forma de mensalidades, estejam elas vencidas ou não. Também foi expedido um mandado judicial para que a exibição dos conteúdos ao público fosse suspensa enquanto não for providenciada a autorização do Ecad.

Segundo a assessoria do Ecad, o cálculo do valor a ser pago por cada hotel foi feito com base na taxa média de ocupação anual dos quartos de cada estabelecimento e em uma pesquisa realizada pelo Ibope. “No que concerne ao valor cobrado, ressalto, primeiramente, a legitimidade da tabela instituída pelo Ecad”, disse a julgadora. Com informações das assessorias de imprensa do Ecad e do TJ-RS.

Clique aqui para ler o acórdão.

Processo 70.058.537.978

Revista Consultor Jurídico, 10 de junho de 2015, 7h02

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Queixa frequente

Envio de cartão não solicitado é prática abusiva sujeita a indenização8 de junho de 2015, 9h05

“Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa”. Essa é a redação da Súmula 532, aprovada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça na última quarta-feira (3/6).

As súmulas são o resumo de entendimentos consolidados nos julgamentos do tribunal. Embora não tenham efeito vinculante, servem de orientação a toda a comunidade jurídica sobre a jurisprudência firmada pelo STJ, que tem a missão constitucional de unificar a interpretação das leis federais.

A Súmula 532 tem amparo no artigo 39, III, do Código de Defesa do Consumidor, que proíbe o fornecedor de enviar produtos ou prestar serviços sem solicitação prévia.

Um dos precedentes que levaram à edição da nova norma é o Recurso Especial 1.261.513. Naquele caso, a consumidora havia pedido um cartão de débito, mas recebeu um cartão múltiplo. O Banco Santander alegou que a função crédito estava inativa, mas isso não evitou que fosse condenado a pagar multa de R$ 158,2 mil.

Para o relator do caso, ministro Mauro Campbell Marques, o simples envio do cartão de crédito sem pedido expresso do consumidor configura prática abusiva, independentemente de bloqueio. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

Revista Consultor Jurídico, 8 de junho de 2015, 9h05

Governo já calcula ganho com redução da desoneração da folhajunho 8, 2015 em Geral por Karin Rosário

O governo conta com um ganho de R$ 3 bilhões nas receitas deste ano vindo da aprovação do projeto que reduz a desoneração da folha de pagamentos das empresas. Um dos pontos mais polêmicos do ajuste fiscal, o projeto deve começar a ser votado pela Câmara na semana que vem, e a equipe econômica tentar costurar um acordo para que as alíquotas dos setores de transportes, comunicações e tecnologia da informação sejam mais baixas que as dos demais setores, em vez destas empresas não serem atingidas pelo aumento de impostos como chegou a propor o Congresso.

A equipe econômica estima que as mudanças na desoneração da folha de pagamento entrarão em vigor em novembro. No relatório de avaliação das receitas e despesas do governo, divulgado no mês passado, a projeção de gastos para que o Tesouro compense a Previdência Social por causa da desoneração da folha

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de pagamentos subiu de R$ 18,1 bilhões para 22,6 bilhões. Mesmo com esta elevação, a despesa ainda está abaixo dos R$ 25,2 bilhões que o Ministério da Fazenda projetou quando anunciou a proposta de redução da desoneração. A diferença equivale ao ganho de arrecadação já esperado para 2015.

O governo propôs ao relator do projeto de lei que tramita na Câmara, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), que Picciani aumente as alíquotas de todos os setores da economia mantendo, no entanto, percentuais mais baixos para transportes, comunicação e tecnologia da informação. O assunto foi discutido na semana passada em reunião que participaram o vicepresidente e articulador político do governo, Michel Temer, e pelo menos dois ministros: Joaquim Levy (Fazenda) e Aloizio Mercadante (Casa Civil).

A ideia não agradou Picciani, que continua estudando os efeitos do aumento de tributação em cada um dos 56 setores atualmente beneficiados pela desoneração e deve encaminhar um parecer que exclua alguns segmentos. “Estou buscando um ponto de equilíbrio para que se mantenha uma boa economia, princípio do ajuste fiscal do governo, e não aplicar uma dose de ajuste forte demais que seja sentida além da conta pela sociedade”, afirmou o deputado.

Na proposta da Fazenda, as alíquotas que hoje são de 1% e 2% sobre o faturamento da empresa suba para 2,5% e 4,5%. Inicialmente, Picciani havia proposto que o aumento na tributação fosse gradual e chegasse aos percentuais definidos pelo governo em 2017. Diante da negativa da Fazenda, criou-se a alternativa de preservar alguns setores das mudanças e fazer a elevação integral da alíquota para os demais.

A dificuldade do governo para aprovar a medida não é restrita ao PMDB. Deputados de outros partidos aliados também resistem à medida e a oposição já se declarou contra a medida. No Senado, a avaliação é a de que a proposta não será aprovada nem mesmo com alterações. Os argumentos mais ouvidos são de que o próprio governo, em 2014, transformou a Por Leandra Peres e Thiago Resende | De Brasília Picciani: relator do projeto de lei na Câmara diz que há preocupação em “não aplicar uma dose de ajuste forte demais, que seja sentida além da conta pela sociedade” Política Últimas Lidas Comentadas Compartilhadas Aliados pedem volta de estilo ‘paz e amor’ de Lula 15h00 Morre o general Leônidas Gonçalves 07h47 Voto facultativo deve ser rejeitado pelos deputados. Além disso, as empresas já teriam feito toda a sua programação para o ano e mudar a regra não seria correto.

Um termômetro da força que o lobby empresarial tem no Congresso foi a votação das mudanças no auxílio doença. O governo queria que os trabalhadores afastados por motivos de saúde recebessem seus salários da empresa por até 30 dias. Atualmente, o prazo é de 15 dias e depois disso a conta é do INSS.

Em maio, por 229 votos a 220, esta parte do texto foi retirada da MP 664. “O governo deve enfrentar uma resistência muito grande no projeto das desonerações. A bancada empresarial é forte. A questão do auxílio doença foi uma prévia disso”, avaliou o deputado Glauber Braga (PSB¬RJ).

O auxílio doença foi um dos poucos pontos da votação das MPs do ajuste fiscal que afetavam diretamente os caixas das empresas.

O placar da votação mostra que a oposição votou unida DEM, PPS, PSB, PSDB, Solidariedade. Já PMDB, PSD e PTB “racharam” uma parte destes partidos, que são da base de sustentação do Planalto, não seguiu a orientação do governo e votou a favor dos empresários. O mesmo aconteceu com quase todo o PP, PSC e PDT.

A expectativa é que o projeto que reduz a desoneração da folha seja votado a partir de 10 de junho. Depois de aprovado pela Câmara, terá que passar pelo Senado, mas ao contrário das medidas provisórias, não há um prazo máximo para votação. O projeto está com pedido de urgência, o que significa que trancará a pauta das Casas depois de 45 dias, e impossibilitará a votação de outros assuntos. Ao mesmo tempo, o

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governo precisa cumprir uma noventena antes de iniciar a cobrança das novas alíquotas, o que quer dizer que os recursos só entram no cofre a partir de novembro se a proposta for sancionada até o fim de julho.

Valor Econômico

Corrupção privada

Caso Fifa, mesmo que comprovado, não pode ser considerado crime no Brasil5 de junho de 2015, 10h48

Por   Tadeu Rover

No dia 27 de maio, sete dirigentes da Fifa foram presos na Suíça a pedido  das autoridades dos Estados Unidos. Todos eles acusados de corrupção. Segundo a investigação conjunta do departamento de Justiça dos Estados Unidos, do FBI e do Internal Revenue Service (IRS) pelo menos duas gerações de dirigentes de futebol usaram suas posições para solicitar subornos de empresas esportivas por trocas de direitos comerciais sobre torneios. Pelo menos US$150 milhões foram usados nas transações investigadas.

Entre os presos estão o ex-presidente da CBF José Maria Marin e outros dois brasileiros: José Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic, e José Margulies, dirigente da empresa Valente Corp. and Somerton. Diante das denúncias em série e devido ao envolvimento de brasileiros, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a Polícia Federal brasileira, junto com o Ministério Público Federal, vão abrir uma investigação.

No entanto, aqui no Brasil não será possível a condenação dos envolvidos pelo crime de corrupção. Isso porque, segundo advogados, não há na legislação brasileira a tipificação do crime de corrupção entre entes privados, como é o caso da Confederação Brasileira de Futebol e a Fifa.

"O crime de corrupção, segundo está previsto em nossa legislação, está relacionado ao exercício de funções públicas. Portanto, os agentes da CBF não podem ser enquadrados", explica Conrado Almeida Corrêa Gontijo, do Corrêa Gontijo Advogados. O criminalista já havia levantado essa questão em artigo publicado na revista Consultor Jurídico, no qual explica detalhadamente a fragilidade do ordenamento jurídico brasileiro.

Ele explica que, de acordo com as atuais leis, não há o crime de corrupção entre entes privados. Sendo assim, ele explica que na hipótese de uma rede de tv pagar propina para uma entidade para ter direito de transmissão de determinado evento não é crime.

O jurista e advogado Lenio Luiz Streck, do Streck, Trindade e Rosenfield Advogados Associados, corrobora: "Marin deveria ter ficado por aqui e Blatter [presidente da Fifa] deve urgentemente vir para Pindorama e se candidatar à presidência da CBF! E Ricardo Teixeira [ex-

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presidente da CBF] sabe o caminho das pedras. Sabe que ficando por aqui , com pequenas idas a algum paraíso fiscal e ficará livre. Veja: até o cara do Paraguai foi preso. A im(p)unidade brasileira está desmoralizada. Perdemos por W.O.!"

Os advogados alertam, no entanto, que é possível que as empresas sejam condenadas caso a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público encontre outras ilicitudes especificadas na legislação.

O próprio ministro da Justiça fez essa ressalva ao anunciar as investigações. “Só podemos investigar delitos que sejam tipificados pela legislação brasileira. Se, no caso houver, e é bem provável que tenha, delitos configurados perante a legislação brasileira, a PF abrirá os inquéritos e fará as investigações rigorosas”, explicou Cardozo.

O delegado de Polícia Federal Luiz Eduardo Navajas explica que mesmo que as investigações encontrem transações financeiras sob uma aparente legalidade é possível investigar para buscar provas de que houve lavagem de dinheiro.

"Caso uma investigação comprove que valores enviados ao exterior retornem ao Brasil mesmo que sob aparente legalidade, nada impede sua apuração. De fato, a Lei 9.613/98, ao ser alterada pela Lei 12.683/2012 deixou de vincular a origem dos valores aos delitos arrolados como numerus clausus em seu artigo 1º, os quais agora não mais existem. Logo, a ocultação de valores obtidos em qualquer infração penal prevista em nossa legislação configura a Lavagem de Dinheiro".

Avanço na legislaçãoNa opinião do advogado Leonardo Neri Candido de Azevedo, coordenador da área civil e especialista em direito desportivo do Rayes & Fagundes Advogados Associados, o caso Fifa reflete uma questão importante e fundamental para o desenvolvimento do esporte no Brasil: a necessidade de um avanço na regulamentação para o devido controle social das organizações esportivas, adequando-se a estrutura jurídica dessas entidades, que, por sua vez, passaram por drástica transformação nas últimas décadas. “A modernização se faz necessária, haja vista que o negócio virou algo multibilionário, trazendo consigo peculiaridades que não são mais devidamente representadas pelos preceitos legais de uma associação. As entidades esportivas, atualmente, gerenciam um patrimônio da coletividade, sem o devido controle, por falta de evolução da legislação que remonta uma estrutura construída nos tempos ditatoriais”, comenta.

O especialista também sugere a criação de modelos incriminadores que sancionem os pactos ilícitos firmados entre particulares que resultem na apreensão dos corruptos em território nacional, sem a necessidade da comprovação do enquadramento das condutas às normas internacionais. “Além disso, é essencial ao desenvolvimento simultâneo da legislação penal privada, que coexista um modelo jurídico esportivo transparente com a realidade do esporte de hoje em dia. Ou seja, as associações esportivas não vivem mais de contribuições de seus filiados, bem como é imprescindível que recaiam sobre os dirigentes o ônus de suas ações”.

As mudanças na lei para incluir a corrupção entre empresas crime está na pauta da Congresso Nacional. O projeto de reforma do Código Penal, elaborado por uma comissão de juristas, prevê o crime. 

Pela proposta da comissão, a conduta reprimida será a seguinte: "exigir, solicitar, aceitar ou receber vantagem indevida, como representante de empresa ou instituição privada, para favorecer a si ou a terceiros, direta ou indiretamente, ou aceitar promessa de vantagem indevida para favorecer a si ou a terceiro, a fim de realizar ou omitir ato inerente a suas atribuições.”

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Um parágrafo estabelece que nas mesmas penas incorre quem oferece, promete, entrega ou paga — direta ou indiretamente — vantagem indevida, ao representante da empresa ou instituição privada. Não é essencial para a caracterização da conduta que haja prejuízo à empresa.

Direito desportivoO caso de pagamento de propina para dirigentes de entidades do futebol também não está previsto nas leis desportivas. De acordo com Caio César Vieira Rocha, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, não há previsão para esta conduta específica. No entanto, ele aponta que, em tese, "o caso pode configurar alguma infração ética  (agir contra a ética desportiva) ou regulamentar (agir contra disposição legal, regulamentar ou estatutária)".

Caio Rocha registra que "tudo isso ainda dependeria de ação da Procuradoria e da devida comprovação". Além disso, deve-se observar a cada caso se a Justiça Desportiva tem competência para julgar.

Especialista em Direito Desportivo, o advogado Mauricio Corrêa da Veiga, do Corrêa da Veiga Advogados, aponta também que o Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003) coíbe o estelionato desportivo, sendo esse considerado como fraude de resultado de competição esportiva. Nesse caso a pena é de reclusão de 2 a 6 anos.

"Particularmente, tendo em vista a ausência de uma previsão penal específica, entendo que este artigo pode ser aplicado, caso a 'corrupção' seja praticada no Brasil", afirma.

Como exemplo ele cita a hipótese de um dirigente desportivo (que não servidor público) que recebe dinheiro para favorecer determinada cidade para sediar evento desportivo. "Particularmente, entendo que ele está enquadrado no crime de estelionato desportivo, pois indiretamente tal conduta poderá adulterar resultado de partida ou competição (artigo 41-C e 41-E da Lei 10.671/03)", diz.

Tadeu Rover é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 5 de junho de 2015, 10h48

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Estilo "puxadinho"

Penitenciárias são geridas por políticos derrotados, afirma advogado8 de junho de 2015, 17h40

Por   Brenno Grillo

O fato de as penitenciárias brasileiras serem geridas por pessoas nomeadas livremente (sem concurso) é um dos motivos para elas serem tão "amadoras". A crítica é do presidente do Comitê de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil, Adilson Rocha, segundo quem o sistema penitenciário brasileiro ainda vive no "modelo do puxadinho".

“O sistema precisa ser profissionalizado. Ele é gerenciado por um bando de aventureiros; de vereadores e deputados derrotados, pois esses cargos são de livre nomeação do Executivo”, diz Rocha, em entrevista à revista Consultor Jurídico.

Segundo o advogado, a situação piora cada dia e o Brasil caminha para chegar ao posto de terceira maior nação do mundo em número de encarcerados até o fim do ano, com 700 mil detentos. Dessa conta, são excluídos os presos em regime domiciliar. Atualmente, o país ocupa a quarta colocação, atrás dos EUA, da China e da Rússia. Além dessa “marca”, o Brasil é o campeão mundial em prisões por 100 mil habitantes.

“Prender é mais fácil e mais cômodo. Mas todos esquecem que há o custo social e financeiro disso”, comenta Rocha. Dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que 70% dos presos brasileiros voltam a cometer crimes.

Inchado pelo tráficoRocha também afirma que se a lei delimitasse bem o que é tráfico no Brasil, o problema das superlotações seria bastante reduzido. Segundo ele, “90% dos traficantes presos no Brasil são traficantes miseráveis, de pequeno porte”, pois muitos também são usuários e vendem o produto para sustentar o próprio vício.

A questão já foi criticada também pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. Ao revogar a prisão preventiva de um acusado de tráfico encontrado com 69 gramas de maconha, o ministro do STF criticou a política de combate às drogas do Brasil e a relacionou com o inchaço do sistema carcerário.

“O simples fato de o tráfico de entorpecentes representar o tipo penal responsável por colocar o maior número de pessoas atrás das grades (cerca de 26% da população carcerária total), sem qualquer perspectiva de eliminação ou redução do tráfico de drogas, já indica que a atual política não tem sido eficaz”, afirmou o ministro.

Soluções imprópriasAs soluções apresentadas pelo Legislativo e pelo Executivo para a criminalidade continuam envolvendo aumentar penas. Para Rocha, trata-se de uma tentativa de conseguir votos, em uma sociedade que está cansada da impunidade. “A perspectiva para os próximos quatro anos é só de lei que venha intensificar a repressão em todo o sistema penal”, alerta o advogado. No entanto, as medidas mais repressoras, siz ele, só vão piorar a situação.

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A questão, segundo o presidente do Comitê de Assuntos Penitenciários da OAB deve ser resolvida com políticas que ataquem em duas pontas: "De um lado, que auxilie o fluxo de saída de presos das cadeias. Do outro, que reduza o fluxo de entrada de pessoas nos sistemas prisionais”.

Reportagem do jornal mineiro Hoje em Dia mostrou que o caos carcerário em Minas Gerais obrigou a Justiça a decretar interdições, totais ou parciais das unidades penitenciárias; impedir a chegada de novos detentos; proibir o encarceramento de condenados de outras cidades e obrigar a remoção dos excedentes.

A notícia aponta que a superlotação de presídios e penitenciárias chegam a superar em até três vezes a capacidade máxima. Na região metropolitana de Belo Horizonte, 13 dos 33 presídios localizados na área tem algum tipo de impedimento judicial.

Brenno Grillo é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 8 de junho de 2015, 17h40

Exposição sem autorização

Concessionária indenizará ciclista em R$ 15 mil por usar sua foto no Facebook5 de junho de 2015, 11h59

Usar a foto de alguém em propaganda sem a devida autorização viola direito de imagem e gera indenização. Com esse entendimento, a 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo condenou uma concessionária de automóveis ao pagamento de indenização no valor de R$ 15 mil a um ciclista, por usar sua foto em campanha nas redes sociais sem autorização.

O autor da ação, conhecido por incentivar o ciclismo como alternativa de transporte, só descobriu que havia sido fotografado após seis meses, quando a imagem foi identificada na rede Facebook.

O relator do recurso, desembargador João Francisco Moreira Viegas, entendeu que a utilização da imagem pela concessionária implica violação ao direito de imagem, com direito a reparação dos prejuízos extrapatrimoniais causados. “Irrelevantes as assertivas da ré de que a exposição não submeteu o autor à situação vexatória ou ofensiva”, destacou.

Os desembargadores Edson Luiz de Queiroz e José Luiz Mônaco da Silva também participaram do julgamento e acompanharam o voto do relator. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SP.

Clique aqui para ler a íntegra da decisão.

Apelação 0008132-86.2013.8.26.0003

Revista Consultor Jurídico, 5 de junho de 2015, 11h59

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TRF3 CONDENA EMPRESÁRIO DE RAMO DE EQUIPAMENTOS PNEUMÁTICOS POR FRAUDAR NOTAS FISCAIS

As vias entregues aos clientes eram preenchidas com os valores reais e as demais com valores subfaturados

A Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) confirmou a condenação por crime contra a ordem tributária de um empresário acusado de fraudar notas fiscais e causar um prejuízo à Receita Federal de quase R$ 800 mil.

Segundo a denúncia, o acusado, encarregado da administração de uma empresa de equipamentos pneumáticos, em São Paulo, suprimiu tributos como PIS, COFINS, CSSL, IRPJ e IRRF mediante uma manobra ardilosa conhecida como “calçamento” de notas fiscais. Nessa fraude, a primeira via, entregue ao cliente, é preenchida com os valores reais da operação, enquanto as demais vias, com valores subfaturados, gerando recolhimento de tributos em valores inferiores aos efetivamente devidos.

O prejuízo causado aos cofres públicos foi de R$ 792.302,57, dos quais uma parte foi atingida pela prescrição, remanescendo um total de R$ 300.579,59. 

Condenado em primeiro grau, a defesa do réu alegou em seu recurso que não competia a ele a administração da empresa na época dos fatos.

Ao analisar o caso, o órgão julgador considera que há provas do crime pelas notas fiscais “calçadas”, com as quartas vias fraudadas, uma vez que nelas figuram valores muito menores comparados àqueles que estão nas primeiras vias, o que indica uma redução de tributos federais. Exemplificativamente, numa das notas, consta o valor real na primeira via de R$ 42 mil, enquanto na quarta via consta apenas R$ 530,00.

Para os desembargadores federais, apesar de o réu ter tentado atribuir a responsabilidade pela administração da empresa à sua esposa, já falecida, suas declarações no inquérito policial deixam claro ser ele o responsável pelo empreendimento. Os depoimentos das testemunhas – um ex-empregado da empresa, o antigo proprietário da empresa e o auditor fiscal que autuou a empresa – confirmam essa versão.

Além disso, segundo dos magistrados, a divergência gritante entre os valores colocados nas quartas vias das notas fiscais e aqueles constantes das primeiras vias deixaram claro o intuito de fraude ao fisco.

O processo recebeu o número 2001.61.81.004987-3/SP.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do TRF3

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Empresa que compra de boa-fé não comete crime contra ordem tributária O comprador de boa-fé não pode ser responsabilizado pela inidoneidade de notas fiscais emitidas pela empresa vendedora. Seguindo esse entendimento, já pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, o juiz Marco Aurélio Gonçalves, da 14ª Criminal de São Paulo, absolveu um sócio de um posto de combustível acusado de crime contra a ordem tributária.

O posto comprou, em 2002, combustível de uma distribuidora declarada inidônea pela Receita estadual em 2006. Por isso, a Receita cobrou do posto, e de todas as empresas que negociaram com a distribuidora no período, o ICMS relativo à negociação. Como não houve o pagamento, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o sócio-administrador do posto, alegando que ele cometeu crime contra a ordem tributária.

Representado pelo advogado Raul Haidar, o acusado alegou que não poderia ser responsabilizado por ter agido de boa-fé na negociação, não sendo possível na época saber se empresa era inidônea. Além disso, afirmou que não foram apresentadas provas suficientes para sua condenação.

Ao julgar a questão, o juiz Marco Aurélio Gonçalves deu razão ao proprietário do posto de combustível. Na sentença, o magistrado explica sem um sistema apropriado "não seria possível exigir do comerciante que soubesse de uma situação que nem a Receita Estadual sabia, ou seja, a Receita só descobriu a inidoneidade da distribuidora, quatro anos após a transação".

"Ainda que se pudesse cogitar da necessidade do posto recolher o imposto posteriormente, não existe prova mínima de um dolo penal. É que o dolo penal exige um algo a mais, um “plus”. Não foi o que se verificou na espécie", explica o juiz.

A sentença registra ainda que o STJ já pacificou a questão, pela sistemática do artigo 543-C do CPC não permitindo sequer que do comerciante se cobre o tributo, impondo a presunção de boa fé. "Ora, se nem o tributo é devido, com muito mais razão não é possível se falar em crime", conclui Gonçalves, absolvendo o acusado.

Clique aqui para ler a sentença.

0091643-11.2008.8.26.0050

Por Tadeu Rover

Fonte: ConJur

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RJ: MPRJ denuncia administradores da Refinaria de Manguinhos por fraude ao ICMS

10 de junho de 2015

A Coordenadoria de Combate à Sonegação Fiscal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (COESF/MPRJ) denunciou os administradores da Refinaria de Petróleos de Manguinhos S.A Carlos Filipe Rizzo, Paulo Henrique Oliveira de Menezes, André Luiz Anton de Souza, Carlos Henrique Pedrosa Lopes, Maurício de Souza Mascolo por fraudarem o ICMS em quase R$ 65 milhões.

De acordo com a denúncia, os administradores não escrituraram corretamente operações nas quais incidiria o ICMS, impedindo o adequado recolhimento do imposto.

Os denunciados violaram a lei 8.137/90, que prevê como crime contra a ordem tributária supressão ou redução de tributo por meio de omissão, declarações falsas ou inexatas.

Fonte: Jornal do Brasil

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Advogada é presa depois de se passar por juíza na sede da OAB11 de junho de 2015, 12h20

Duas mulheres – uma delas advogada — foram denunciadas por representantes da Ordem dos Advogados do Brasil de Campinas, nesta quarta-feira (10/6), por falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão. O caso ocorreu dentro da própria sede da OAB Campinas. A advogada se fazia passar por juíza, tendo ao lado uma dona de casa que se identificou como advogada.

A voz de prisão foi dada pelos advogados Antonio Carlos Chiminazzo, presidente do Conselho Regional de Prerrogativas, e Pedro Gonçalves Filho, presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB Campinas, que logo em seguida acionaram a Polícia Militar e a Guarda Municipal. As duas mulheres foram conduzidas ao 1º Distrito Policial.

Segundo relato dos dois advogados, a advogada A.P.N.S, de 40 anos, compareceu à sede da OAB após solicitação da Comissão de Prerrogativas para tratar de um processo interno e tentou se passar por juíza, apresentando a dona de casa D.M. como sua advogada. Por não apresentarem identificação, o advogado Pedro Gonçalvez Filho suspeitou das duas mulheres e constatou a prática de falsidade ideológica.

Já no 1º Distrito Policial, a dona de casa foi liberada após ser lavrado um Termo Circunstancial de Ocorrência. Ela deverá responder por crime de falsidade ideológica. Já a advogada que se passava por juíza foi presa em flagrante e solta no final da tarde após pagamento de fiança. O presidente da OAB Campinas, Daniel Blikstein, também acompanhou o registro da ocorrência.

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Segundo o advogado Antonio Carlos Chiminazzo, foi apurado que a advogada tem uma página nas redes sociais onde intitula-se juíza. “Embora seja uma profissional dos quadros da entidade de classe, é obrigação da OAB fiscalizar e denunciar irregularidades, a fim de defender o bom exercício da profissão, bem como proteger o cidadão que busca a Justiça por meio do advogado”, afirmou. Com informações da Assessoria de Imprensa da OAB Campinas.

Revista Consultor Jurídico, 11 de junho de 2015, 12h20

Intenção de fraude

Fisco viola ampla defesa ao ignorar conduta do contribuinte em multas11 de junho de 2015, 19h02

Por   Sérgio Rodas

Ao ignorar conduta do contribuinte em punições por infrações tributárias, o Fisco viola os direitos à ampla defesa e ao contraditório. Por essa razão, o artigo 136 do Código Tributário Nacional, se não for interpretado em conformidade com os direitos e garantias fundamentais, é inconstitucional. Essa é a opinião do professor de Direito Financeiro da USP e colunista da revista Consultor Jurídico Heleno Torres.

Em sua palestra na IX Jornada de Debates sobre Questões Polêmicas de Direito Tributário, organizada pela Thomson Reuters na segunda e terça-feira (8 e 9/6), Torres criticou o fato de a Receita aplicar a mesma penalidade ao contribuinte que paga menos tributos por ter errado no lançamento deles e ao que comete uma fraude.

Por isso, o advogado defendeu que a legislação seja alterada para autorizar que, tanto no processo administrativo quanto no judicial, o julgador possa aplicar as sanções de acordo com uma análise da conduta. Mas ressaltou: “É preciso que a legalidade estabeleça os parâmetros dessa apreciação, de forma que não se deixe ao subjetivismo do julgador a definição da sanção aplicada”.

Se isso fosse feito, a arrecadação do Fisco se tornaria mais rápida e eficiente, garantiu o tributarista à ConJur. Isso porque muitos contribuintes somente questionam — administrativamente ou na Justiça — as multas a eles impostas, que acreditam ser indevidas, afirmou.

Efeito inócuoAs pesadas multas impostas pelo Fisco são justificadas pelo legislador sob o argumento de que elas coíbem os contribuintes de deixar de pagar seus tributos. Mas as rígidas penas têm o efeito contrário, argumentou Torres. Segundo ele, quem tem dívidas com a Receita prefere, muitas vezes, mover um processo, ainda que seja demorado e custoso, a pagar uma multa “altíssima e desproporcional”.

Para fortalecer sua tese, o professor da USP citou os constantes refinanciamentos de débitos tributários. “Quando o Refis aparece, o que ele afeta? Justamente as multas. Ele assegura o pagamento do tributo

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devido, e com proporções bem reduzidas de multa, que ficam em 10%, 20%. E o contribuinte adere. A dúvida é: será que não adere porque a multa foi reduzida? Então, essa é uma evidência de que um valor muito elevado de multas desestimula o contribuinte às vezes a decidir pelo pagamento do tributo devido”.

Mesmo fazendo a ressalva de que os Refis são importantes para garantir arrecadação à Administração Pública em períodos de crise econômica e para aliviar os devedores, o advogado disse ser contra o uso “excessivo e sucessivo” desse tipo de parcelamentos. Para ele, esses planos não levam em consideração as particularidades dos contribuintes e de suas condutas e são nocivos à espontaneidade do pagamento das obrigações tributárias.

Sérgio Rodas é repórter da revista Consultor Jurídico.

Revista Consultor Jurídico, 11 de junho de 2015, 19h02

Senso Incomum

S.O.S: O que fazer com o terrorismo de empresas de cobrança?11 de junho de 2015, 8h00

Por   Lenio Luiz Streck

Quando repito uma frase famosa hecha le ley, hecha la trampa, não é apenas uma frase de efeito. Conseguimos esgarçar os mínimos laços éticos da sociedade pindoramense. O cidadão é refém de empresas fantasmas e outros quetais. Vamos a um caso bizarro.

Tenho um financiamento pelo Bradesco-Tudo-de-Bra-pra-você referente à compra de um automóvel. Não escolhi o Tudo-de-Bra, é claro. Foi imposição da concessionária. Pago religiosamente em dia. Tenho todos os recibos. Neste mês, recebi um telefonema de uma empresa de cobrança de São Paulo, chamada RR Advocacia. Quatro ligações me dizendo que eu estava inadimplente, atrasado na prestação e que teria que discutir a “questão”. Disse-lhes, já na primeira ligação, às 9h53, que estava paga e que eles fizessem o que quisessem. E que não mais ligassem. Continuaram a ligar. Na verdade, não sei quantas vezes. Também recebi no dia 9 um SMS (9h35) de um telefone da Bahia (71-86055861 — que não atende quando você liga de volta), cobrando-me a mesma coisa. Eles atacam de todos os lados. Dia 10, 9h41: SMS dizendo para entrar em contato URGENTE (sic) para pagar o débito (08000030800). A via cruci não para. Liguei para lá — Débora me atendeu. Falando gerundês. Dizendo que meu nome poderia ficar “sujo” (sic) se eu não pagasse.

Sigo. E volto dois dias. No mesmo dia 8 de junho recebi um e-mail (eles informam um e-mail: [email protected]), dizendo que estava atrasada a prestação e que se eu quisesse fazer negociação amigável (sic), entrasse em contato com o e-mail, esse acima, ou por telefone. Dizia o email: tens prazo. “O tempo é limitado”. Caso contrário... Bem, o que acham?

Respirei profundamente e... liguei. Pedi para falar com um advogado. Disseram que os encarregados (que penso serem advogados) ainda não haviam chegado. Só podia ser atendido por funcionários. Liguei de novo e até brinquei com a moça que me atendeu, dizendo que eu não tinha dinheiro e queria “negociar”, só para ver até onde iriam. Passaram-me para outra moça — técnica em negociação (sic) — que, falando

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gerundês, ofereceu-me uma “boa” proposta: o Bradesco tomaria meu carro e me devolveria parte do dinheiro. Seria um “bom negócio” para mim (vejam o absurdo: dei 60% de entrada, uma fortuna, já paguei 10 parcelas e eu devolveria ternamente o carro — ah, a mocinha ainda me perguntou: o carro está em bom estado? Senão vai dificultar!). Disse-lhe: mas só uma prestação (pouco mais de R$ 2 mil) e já vão tomar o carro ou “se propõem a recebê-lo”? “— Sim, é a norma do banco”. “— Quem são vocês, perguntei?” “— Somos a empresa de advocacia que cobra as contas atrasadas dos clientes do Bradesco”. Vejam: eu pago em dia; informei tudo isso (e não adiantou); e, vejam: o “atraso” era de... 5 dias! E já estava com o “advogado”.

Falei-lhe então a verdade: (repeti) que eu já havia pagado e que jamais uma proposta dessas poderia ser aceita. Ela me disse: “— fazemos isso todos os dias”. Uau. Coitado desse povo (coitado no sentido estrito da palavra).

Mas quem é a empresa? Quem é RR Cobrança ou RR Advocacia? Não tem telefone no site. Tentei ligar de novo para o telefone da tal RR. Falei com Armando, Vitor, Micheli, Edileide, Flávia (supervisora) e Arnaldo Aquino (este era o chefe do departamento de cobrança). Todos disseram que não podiam falar sobre quem era o encarregado. Não estavam autorizados. Quer dizer: eles podem lhe perturbar, ameaçar de cobrança judicial, mas você não tem o direito de saber quem é o advogado responsável. Façam-me o favor!  Pedi de novo para falar com o advogado. Coloquei tudo isso no viva voz para que minha equipe ouvisse. Todos (de Armando à Arnaldo) disseram: o encarregado ainda não chegou. Insisti: sou advogado e queria falar com o advogado que assina pelo escritório. Disse-lhes: indago tudo isso como profissional de advocacia. E eles, burocraticamente, diziam: não podemos dizer quem é o encarregado. Surreal!

Liguei para a OAB de São Paulo para saber quem estava por trás de RR Cobrança ou RR Advocacia. A OAB não soube dizer, porque com esse nome não tinha nenhuma sociedade ou empresa de advocacia. RR é nome de fantasia, como Casas da Banha ou Balão Mágico.

Liguei para o BRADESCO-TUDO-DE-BRA-PRÁ-VOCÊ (fone 40044433) e a atendente Elaine Moura me disse que só podia informar que a empresa de cobrança se chamava RR. Só. Insisti: Só RR? E Elaine: Sim, aqui só está escrito RR. Bingo. E me passou o telefone da RR: 08005805002. Binguíssimo. Foi para onde já havia ligado...! Voltei à estaca zero. Pedi para seis pessoas de minha equipe procurarem alguma pista da tal RR, dos sócios que não se sabe quem são, etc. Nada. Tudo fantasma. Fomos atrás do site e facebook. Nenhum telefone. Nenhuma pista.

Por fim, às 11h30 descobri que RR Advocacia ou RR Cobrança vinha de Rocha e Ruiz Advogados Associados. Então liguei novamente para a OAB-SP e fui informado que o único número registrado da Rocha e Ruiz Advogados era 40833867. Liguei imediatamente para lá e tive mais uma decepção, já que a atendente afirmou que eu estava ligando para a... cobrança Itaú (um setor da RR). O Itaú faz a mesma coisa que o Bradesco, só para registrar.

Era o fim de uma longa jornada malsucedida, em que passei horas e horas perdendo o meu precioso tempo sem resolver o grande imbróglio criado por eles.

Pindorama: faroeste caboclo — só não se sabe quem são os mocinhosEis o que o Brasil virou. Eis o que virou a advocacia de Pindorama. Se nem eu consigo resolver isso, o que dizer de pessoas que não tem acesso aos mecanismos institucionais? Pindorama virou um país do vale-tudo. Da anomia. Um país de fancaria. Você recebe telefonemas e e-mails de uma empresa de cobrança (que tem por trás, segundo o e-mail, uma empresa de advocacia) e não consegue saber com quem você está tratando.

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E a ética? E a legislação? Pode um grupo de funcionários ficar ligando e cobrando contas atrasadas (atrasadas — sic — porque não era o caso) e fazendo “negociação” (sic) que envolve direitos fundamentais das pessoas? Não esqueçamos (Pindorama ainda é capitalista): Um bem — no caso, um automóvel — é uma propriedade. E a propriedade tem proteção constitucional. Está no artigo 5º. E quem quer negociá-la (retirá-la) de você é uma mocinha-não-advogada? Uma prestação atrasada (sic) e o Tudo-de-Bra-Prá-Você, através da RR Advocacia, já quer tirar o bem financiado? Um bem cuja entrada foi de mais de R$ 80 mil seria devolvido por causa de uma prestação e a mocinha diz que “isso seria bom para mim”? Quem vai querer fazer financiamento num banco como esse? Fujam do Tudo-de-Bra (esse banco desconhece o código do consumidor e a Constituição que estabelece respeito aos direitos fundamentais). Esse banco não espera nem os dez dias que constam no boleto e já manda para o escritório de advocacia, que passará a aterrorizar o vivente? Fujam dos escritórios de cobrança (o que é impossível, porque bancos como o Bradesco e Itaú remetem nos primeiros dias para o advogado). Fujam de RR Cobrança. Fujam para as montanhas. Lá está o cume. E só o alto da montanha é um lugar seguro contra a barbárie. Socorro, OAB-SP. Socorro, OAB nacional. Socorro, Febraban. Socorro Procon. E o Ministério Público, nada faz em relação a isso? O site da empresa está recheado de queixas. Basta acessar.

Ainda estou impactado: Um funcionário semialfabetizado (é o que apareceu e isso também decorre da avaliação de quem ouviu a conversa) — que atua em nome de um escritório de advocacia (pelo jeito, gigante, porque deve ter sucursais até na Bahia, em face do prefixo 71) — quer “negociar a devolução de seu carro”, porque será um “bom negócio”. E isso depois de perturbarem durante três dias com ligações telefônicas, SMS e e-mail! Não consigo acreditar. Ah: como tenho o comprovante, suponha-se que o banco no qual efetuei o pagamento não tenha remetido o dinheiro para o Tudo-de-Bra; e daí? Só mais uma prova de que nem os bancos se entendem entre si; isto se chama de canibalismo bancário e eu não tenho nada a ver com isso! De todo modo, comuniquei ao meu banco (Banrisul) — protocolo 154507702.

Isso deve acontecer diariamente a — e com — milhões de brasileiros, vítimas de cobranças indevidas, propostas indecorosas lesivas aos clientes, cobranças feitas por pessoas que não são advogados, empresas de cobrança que mandam email informando que se trata de cobrança de escritório de advocacia, para assustar o incauto. Se com seis dias de pretenso atraso já ocorre isso, imagine se o atraso for de trinta dias. Neste caso, eles esfolam o cliente, penduram no pau-de-arara e outros quetais.

É evidente que eles põem esse e-mail para assustar o cliente. Respondi o e-mail e não obtive resposta. Perguntei quem eram eles, etc. Nada. Era, pois, fake. Ética? Zero. Afinal, depois de dizerem que você está atrasado e que podem negociar isso, a colocação de um e-mail de escritório de advocacia dá o ar “oficial”.

Espero que seja feita investigação sobre o proceder do banco e das empresas desse jaez. E, por favor, se alguém souber o telefone de alguém da RR Advocacia ou RR Cobrança, passem-me. Quero falar com o Rocha ou o Ruiz. Um dos dois “R”s. Quero perguntar se eles acham ético o proceder da empresa que capitaneiam. E quero perguntar por que tentaram “negociar” comigo condições absolutamente leoninas. E colocarem alguém não-advogado para tratar de um assunto reservado a advogado (contrato envolvendo direito fundamental de propriedade de alto valor). E eles não sabem o que é repetição de indébito? Não sabem o que é perturbação do sossego alheio? Não sabem o que dano moral?

Isso. Curto e grosso. Perco a paciência com Pindorama, pois se tornou uma terra sem lei. E isso está ocorrendo em todas as áreas. Alunos desrespeitam professores; crianças com três ou quatro pais, cinco avôs; usucapião em terras públicas; leis desobedecidas cotidianamente, o que se tornou um tormento para os pindoramenses; você liga para um 0800 para reclamar e fala com uma máquina; ministro da Justiça que diz que, fosse preso, “se mataria”; condenados que são liberados porque não há vagas em presídios; companhias áreas que fazem cárcere privado de seus passageiros (5 horas as pessoas ficaram retidas na aeronave em um voo em Campinas no final de semana); empresas que oferecem internet a R$ 6,90 por semana  (experimente para ver o que é possível acessar com isso); companhias telefônicas lesam milhões

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de pessoas em apenas um dia; nem o futebol está livre da corrupção; segurança pública num estado deprimente, já que o máximo que a polícia diz é que você deve levar o dinheiro do ladrão separado no bolso; Câmara dos Deputados coloca uma emenda de R$ 1 bilhão para construir um shopping; pessoas tomando soro em pé... Paro por aqui.  Tem horas que dá vontade de largar tudo. Perdemos a capacidade de indignação. Fomos vencidos. E tudo sob a égide de um...Código do Consumidor! Viva! Hecha la ley, hecha la trampa. Pindorama: paraíso da iniquidade!

Post scriptum 1 - Vejam a reputação da empresa advocacia — o site é dela: (http://www.reclameaqui.com.br/indices/59412/grupo-rr/). Segundo o link aqui especificado, menos de 24% das pessoas que fizeram negócios com a empresa voltaria a negociar com ela. Que tal? Vejam a lista de reclamações (vale a pena ler — abram o link, por favor) e o que as pessoas pensam da RR. E isso faz tempo. E a OAB-SP, o que diz disso? 

Post scriptum 2 - Resultado do certame da metáfora: houve 71 participações. Todas muito bem elaboradas. Parabéns a todos. Selecionei as cinco melhores, das quais duas são menções honrosas. Receberão os livros. Primeiro lugar,  Fernando Mroskowski (Jurisdição e Decisão Jurídica); 2º. Paulo Silas Filho (Hermenêutica Jurídica em Crise); 3º. Rafael Wandermurem (O que é isto — decido conforme minha consciência); Menções honrosas (Flávio Soares da Silva e André Tomio da Silva, ambos ganhando o Compreender Direito. Depois falarei mais sobre a metáfora. Deem-me um tempo. Também os livros demorarão uns dias para mandar. Tenho de empacotá-los e enviá-los pelo correio. E isso dá trabalho. E esta semana foi pesada. O Rocha e o Ruiz me incomodaram demais. Tive que ir várias vezes ao supermercado para estocar comida.  Obrigado a todos os que participaram.

Post scriptum 3 - Lenio Streck na OAB de São Paulo dia 13, sábado: falarei sobre “As alterações hermenêuticas do novo Código de Processo Civil da extinção do livre conhecimento à exigência de coerência e integridade” no teatro Gazeta, promoção do  Departamento Cultural da OAB-SP. Sábado (13/6) de manhã, 9 horas!

Post Scriptum 4 - E o Banrisul acaba de provar que o Bradesco tudo-de-bra recebeu o valor na mesma hora em que paguei: de fato, meus milhares de leitores. A coisa se agrava mesmo. O Banrisul, por sua Ouvidoria (Andrea Capoani) acaba de me mandar, as 12h20 desta quinta-feria (11/6), o comprovante que o Bradesco recebeu o pagamento na data do vencimento. Quem teve mais má-fé? O Banco ao mandar me cobrar já sabendo que recebeu o valor ou a RR Advocacia que fez terrorismo comigo e me quebrou o sigilo de dados? Triste Pindorama. Terra sem lei. Que feio, em Bradesco? Que feio senhor Fabio Ruiz Cerqueira, advogado sócio da RR Advocacia e RR Cobranças? Que feio!!!!  Já sei que a OAB-SP tomou conhecimento do teor da coluna! Vamos ver no que vai dar!

*Texto atualizado às 12h56 desta quinta-feira (11/6) para acréscimo de informações.

Lenio Luiz Streck é jurista, professor de direito constitucional e pós-doutor em Direito. Sócio do Escritório Streck, Trindade e Rosenfield Advogados Associados: www.streckadvogados.com.br.

Revista Consultor Jurídico, 11 de junho de 2015, 8h00

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Governo quer mais tempo para discutir projeto de lei da desoneraçãojunho 12, 2015 em Geral por Karin Rosário

O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), disse nesta quarta-feira que a votação do Projeto de Lei 863/2015, que altera as regras de desoneração da folha de pagamento concedida a 56 setores da economia — reduzindo o benefício fiscal — deve ficar para a semana que vem.

Segundo Delcídio, o governo quer mais prazo para discutir as propostas do relator da matéria, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), para manter a intenção original do projeto de auxiliar o governo a fechar as contas do ajuste fiscal.

— Não é um debate simples, precisa de articulação. É mais sensato, mais cauteloso, votar semana que vem — disse o líder após reunião no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer, que está no exercício da Presidência da República.

Entre as propostas de alterações no texto original do governo está o aumento em 50% na alíquota sobre o faturamento de todas empresas e não em até 150%, como previa a proposta original.

— Essa proposta dos 50% surgiu relatada pelo Picciani, fruto de conversas dele com deputados — afirmou o senador.

Também falta acordo sobre a definição de regras específicas de tributação da folha de alguns setores, defendida por Picciani, como os de comunicação social, transporte urbano, call centers e indústrias ligadas a alguns produtos da cesta básica.

Participaram da reunião os ministros da Fazenda, Joaquim Levy; da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha; o deputado Leonardo Picciani e o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE). O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), participou do começo da reunião.

Fonte: Agência Brasil

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Governo pode criar novo tributo para compensar estados por ICMS

12 de junho de 2015

Proposta do Ministério da Fazenda é instituir uma CIDE sobre Serviços. Informação foi dada por senadores após reunião com ministro da Fazenda.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, informou nesta quinta-feira (12), durante reunião com senadores para tratar da reforma do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que uma forma de compensar os estados pelas perdas com a eventual unificação do tributo estadual seria a criação de um novo tributo – a CIDE sobre os Serviços. A informação foi dada ao G1 por senadores presentes à reunião.

“Foi levantada a possibilidade de criação de uma Cide sobre Serviços. Todos nós [senadores] dissemos simultaneamente que não há clima no Brasil.” Ministro levantou uma possibilidade.

Não concordamos com aumento de impostos. Não há possibilidade neste momento de o Congresso Nacional ampliar a carga tgributária que e extremante ampla”, disse o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado.

A reforma do ICMS, que o governo federal tenta novamente emplacar no Congresso Nacional, alguns estados, principalmente os produtores, como São Paulo, por exemplo, tenderiam a perder arrecadação. Para angariar apoio às mudanças no formato do ICMS, o governo tem sinalizado, novamente, com a formação de um fundo de compensações – justamente para evitar a perda de recursos pelas unidades da federação. O governo, porém, ainda não falou em valores para este fundo.

Segundo o senador Romero Jucá (PMDB/RR), a criação de uma Cide sobre os Serviços foi um dos pontos em discussão para formar o fundo de compensação dos estados no processo de unificação do ICMS – tributo estadual. “Ele [Levy] não sugeriu, mas foi levantado. Estudos estão sendo feitos pela Receita Federal. Todas essas proposições estão sendo analisadas na área téccnica. O ministro não definiu uma Cide dos serviços. Ele não propôs. Ele levantou que a Receita [Federal] teria uma das proposições”, declarou ele. Acrescentou que o objetivo é estar com uma “modelagem pronta” para a reforma do ICMS até o fim de julho.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi questionado pelo G1 se o governo propôs a criação de um novo tributo para compensar a perda de arrecadação dos estados no processo de unificação do ICMS estadual. Entretanto, optou por ignorar a pergunta. Ele deixou o prédio do Ministério da Fazenda nesta quinta-feira, pela manhã, em meio a um proteto de estudantes contra a redução da maioridade penal e a contra redução dos recursos para a Educação.

Reforma do ICMS

A reforma do ICMS é considerada pelo ministro Levy como sendo uma agenda além do ajuste fiscal em curso (feito atualmente por meio do aumento de tributos e bloqueio de gastos, principalmente investimentos) – com o objetivo de acabar com a chamada “guerra fiscal” (concessão de benefícios para atrair investidores), proporcionar mais segurança jurídica e estimular os investimentos no país.

Atualmente, há 27 legislações deste tributo estadual, o que representa, segundo analistas, um dos principais entraves aos investimentos no país. Vários governos já tentaram no passado emplacar uma reforma tributária para mudar essa legislação, mas acabaram não conseguindo o apoio necessário no

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Congresso Nacional. Disputas regionais e o receio em perder autonomia para fixar as alíquotas do ICMS por parte dos estados, e obter deste modo mais arrecadação em momentos de dificuldade, têm travado o processo.

Proposta anterior do governo, feita em 2013

Em 2013, a equipe econômica, comandada pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou reformar o ICMS e, para isso, acenou com alguns benefícios para os estados, como fundos de compensação, convalidação de benefícios fiscais e mudança do indexador das dívidas estaduais.

Pela última proposta do governo, que não foi aprovada, a alíquota do ICMS para a Zona Franca de Manaus, e para o gás boliviano, importado pelo Mato Grosso do Sul, seria de 12%. Para os demais estados, a alíquota iria para 4% no decorrer de oito anos, mas permaneceria em 7% o setor industrial do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo.

A proposta do governo também contemplava a chamada “convalidação” (acordo para manutenção) dos benefícios fiscais já concedidos, acabando com a insegurança jurídica em torno deste assunto, e, também, a mudança do indexador das dívidas estaduais.

Para compensar as perdas de alguns estados, com a unificação da alíquota do ICMS, o governo propôs, em 2013, a criação de dois fundos: o fundo de desenvolvimento regional e o de compensação. Esses fundos envolviam cerca de R$ 450 bilhões nos próximos 20 anos, sendo parte em recursos orçamentários e outra parte em empréstimos. No caso do fundo de desenvolvimento regional, 25% dos recursos seriam orçamentários e o restante (75%) em empréstimos.

Fonte: G1

Corte de dois terços nas vagas do Pronatec angustia alunos que esperam matrículaRAPHAEL KAPA - O GLOBO - 12/06/2015 - RIO DE JANEIRO, RJ

O anúncio do corte de vagas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) despertou a angústia dos estudantes que planejam pleitear o benefício. O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, informou que o programa só abrirá um milhão de matrículas este ano, número que corresponde a um terço do total de 2014.

Para Rayane Corrêa, aluna do 3º ano do Colégio Estadual Antônio Houaiss, a notícia da redução do número de vagas trouxe preocupação.

— Já estava me programando, mas agora tudo fica mais complicado. Se com três milhões de vagas já era difícil ser sorteada, imagina agora que só vai ter um milhão — afirma Rayane, que pretende fazer o curso de Técnica de Informática no Senac de Madureira.

Caso não consiga ser uma das beneficiadas com o programa, Rayane, porém, não pensa em desistir.

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— Conversei até com a minha mãe. Vou tentar outros caminhos pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), mas sei que também teve vagas reduzidas. Vou tentar ainda bolsa no ProUni (Programa Universidade para Todos)... O problema é que a gente tenta se planejar, mas aí vem o governo e muda tudo — desabafa.

Caso nenhuma dessas alternativas dê certo, a família da estudante pretende apertar o orçamento familiar para que os estudos de Rayane possam ser pagos. A mesma situação é vivida por Pedro Nogueira, de 17 anos, da cidade de Fortaleza. Terminando o ensino médio, o jovem quer continuar seus estudos num curso de Técnico em Telecomunicações, mas, com o corte anunciado, teme perder a vaga.

— É muito ruim porque, quando você começa a pesquisar sobre o programa, os locais onde pode fazer cursos e passa a se interessar, eles cortam o número de vagas. Se eu não conseguir entrar, não sei se vou ter condições de bancar sozinho o curso e também não quero dar mais custos para minha família. — afirma Pedro.

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Entenda o "golpe do boleto" e saiba como se protegerCliente tem boleto fraudado e, apesar de pagar sua fatura, o dinheiro é desviado para outra conta, fazendo com que ele pareça inadimplente

Redação, Administradores.com, 11 de junho de 2015, às 13h33

O cliente recebe sua fatura do cartão em casa. Vai ao banco mais próximo e paga a conta respeitando a data do vencimento. Mas, no mês seguinte, recebe notificação de que está inadimplente. Como? Esse é o "golpe do boleto", que consiste em uma fraude do boleto bancário.

A fatura tem alguns números do código de barras alterado e a quantia que o cliente acredita estar sendo usada para pagar suas contas é na verdade desviada para uma outra canta bancária. Quadrilhas especializadas adulteram as cobranças. A contadora Alice de paula Pereira contou a O Globo que teve uma das faturas do cartão de crédito do Banco do Brasil, que recebe em casa todos os meses, fraudada, perdendo mais de R$ 5 mil.

Segundo as investigações policiais que se deram até o momento, a frauda acontece durante a entrega dos boletos. As quadrilhas em questão interceptam as correspondências e substituem as faturas corretas pelas adulteradas, e mudança é praticamente imperceptível ao destinatário. Alice, por exemplo, só percebeu a

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irregularidade quando, após já ter pago uma parcela da fatura daquele mês, o pagamento do valor que restava não foi aceito no caixa eletrônico. Com ajuda de uma funcionária do banco, que identificou números estranhos no código de barras, Alice começou a investigar a fraude.

Ela disse a O Globo que foram quatro meses de negociação até o Banco do Brasil concordar em abater o valor que ela já tinha pago através da fatura falsa. Renata Reis, supervisora de Assuntos Financeiros do Procon-SP, disse ao mesmo jornal que a responsabilidade nesse caso é da empresa credora. O banco só poderia ser eximido da reparação dos danos causados ao consumidor se a fraude ocorresse fora de seu sistema de emissão e entrega de boletos.

Como evitar o golpe

A dificuldade de identificar o golpe do boleto é que dificilmente o consumidor desconfia da correspondência que recebe em casa. Por isso é essencial fazer o alerta. É importante tomar alguns cuidados com as faturas, mesmo as entregues pelo banco. Observar a qualidade do documento, por exemplo, é uma forma de perceber o golpe. Papel e impressão inferiores aos de costume, formatação estranha, erros de português e outros aspectos parecidos são indicativos da interceptação do boleto.

O consumidor deve também conferir se os três primeiros números do código de barras correspondem ao código do banco em questão. Esses códigos podem ser acessados aqui. Se não baterem, é melhor não fazer o pagamento e esclarecer o assunto com o banco.

Boletos enviados por email também devem ser analisados com cautela. E a recomendação final é verificar sempre os códigos do beneficiado pelo pagamento, que aparecem na tela do caixa eletrônico.

Receita Federal estuda a criação de contribuição sobre serviços, diz o Senador Jucá12 jun 2015 - IR / Contribuições

A Receita Federal estuda a criação de uma "Cide sobre serviços", informou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), segundo-vice-presidente do Senado Federal. Ele deu a informação após participar de encontro com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, juntamente com outros senadores da base aliada ao governo.

Cide é a sigla para Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. A arrecadação da Cide é destinada ao financiamento de programas de infraestrutura de transportes.

A criação de uma "Cide sobre serviços", segundo Jucá, seria uma alternativa ao fundo de compensação aos estados, cogitada na proposta de reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). De acordo com Jucá, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está estudando a criação de algumas fontes de recursos para compensar eventuais perdas de estados na reforma do ICMS. Durante o encontro com Levy, segundo Jucá, os parlamentares deixaram claro que não aceitam a criação de um novo tributo.

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"Existe uma série de caminhos que podem ser utilizados para esse tipo de compensação [de perdas dos estados]. Um delas poderia ser a Cide Serviços, mas hoje seria um ônus em cima do setor [de serviços], que hoje já vem criando inflação. Esses estudos estão sendo feitos pela Receita Federal", disse Jucá.

O Ministério da Fazenda e a Receita Federal não confirmaram os estudos. Os técnicos da Receita não falam sobre o assunto por se tratar de proposta de alteração nas legislações tributárias. Esses assuntos, conforme dizem os técnicos, podem influenciar ganhos no mercado financeiro.

Jucá informou ainda que, durante o encontro de hoje, no Ministério da Fazenda, os senadores e o ministro Levy acertaram que, em alguns dias, será concluído um modelo de fundo de compensação de receita para os estados.

"Os recursos seriam destinados [a compensar os] estados que venham ter perda nessa equação de fim da guerra fiscal. É importante resolver essa questão, uniformizar as alíquotas porque isso garante os investimentos e traz tranquilidade para o modelo econômico do Brasil", avalia Jucá.

O parlamentar disse que, até o fim de julho, governo e base aliada pretendem finalizar uma proposta que permita resolver problemas de compensação de receita dos estados que estejam à espera de solução por período superior a 20 anos. "Estamos construindo uma solução que dê equilíbrio [à questão da disparidade da receita dos estados em] um momento de fragilidade econômica. Não estamos em uma nota de crescimento, mas sim de decréscimo. É importante agir com cuidado para não causar prejuízo aos estados", defende.

O senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB no Senado, disse, após o encontro, que não há clima no país para uma proposta de criação de um novo imposto. Para ele, o Congresso Nacional não permitirá ampliação da carga tributária, que já é ampla.

Fonte: Agência Brasil

Cultura do “vê e finge que não viu” A importância da testemunha no Sistema Judiciário Publicado por João Batista Sabino - 4 dias atrás

“João sai de casa para trabalhar, entra em seu carro, coloca o cinto de segurança, e dirige com paciência de Jó em um trânsito caótico de São Paulo. Sempre que se percebe necessário, dá preferência o outro motorista, sem importar que isto lhe ocasione num atraso. Um exemplo de motorista, daqueles que se existissem mais algumas dúzias, mudariam o trânsito da cidade. Mévio, já atrasado para seu ofício, sai correndo de casa, entra no carro, sai “cortando” pelo acostamento até onde é possível e, depois ao ver necessidade de voltar para pista de rolamento, colide-se com um carro, cujo condutor era João. Com o impacto, o carro de João foi jogado para contramão, e colidiu-se frontalmente com o carro de Ana. Felizmente, não houve vítimas fatais neste acidente. Dois meses depois, chega um oficial de justiça na porta de João com um mandado de citação para responder a um processo movido por Ana para que reparasse os danos causados ao veículo dela, sob alegação de que João estava dirigindo imprudentemente, que provou o acidente ao tentar ultrapassar num local impróprio”

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Prima facie, muito comumente se vê na ocorrência de algum sinistro (eventualidade), principalmente quando há vítimas, uma aglomeração de populares ao redor do fatídico. Não se trata de má-fé ou mau caráter, e sim da típica curiosidade que inquieta o coração da maioria. Mas o problema não é este.

A questio é, até onde que a população, independente da classe social, tem medo de falar o que viu? Levanto tal indagação por um simples motivo. A necessidade da Justiça brasileira, em suas mais complexas lides espalhadas por todo o território, solucionar processos que ainda pairam dúvidas sobre as verdades do fato originador do litígio.

Para que melhor se entenda, a regra básica do Judiciário nacional é “provar o que se alega”. Como contado no caso em tela, João terá que responder por um processo cujo qual não foi o causador, mas Ana não sabe disso, só sabe que ele foi quem colidiu frontalmente em seu veículo, motivo pelo qual o acionou judicialmente, em pleno exercício de seu direito.

Questiono, é justo que João responda por algo que não fez ou que Mévio saia impune sem obrigação de reparar por sua barbárie? Não. A única forma para que se torne possível uma solução justa, onde provará a inocência de João, é que surja uma boa alma que, além de ver a ocorrência do evento danoso, queira manifestar perante as autoridades a verdade vista.

Vamos supor que no fato hipotético, Tácio, condutor que dirigia antes de João, viu toda a manobra de Mévio que provocou o acidente. Também chamou o socorro e esperou a polícia rodoviária chegar, e na hora da confecção Boletim de Ocorrência fez constar seu nome como testemunha. Este é o ponto onde é para se chegar.

São poucas as pessoas que saem do conforto da inércia para ajudar a contribuir com o bem estar dos outros. É uma questão social, humanitária, em que deve-se prevalecer o sentimento de empatia por quem passa por situação semelhante, pois não se trata de justiça abandonar alguém a própria sorte para responder pelos atos ilícitos de outrem. No caso, não houve vítimas, mas se houvesse? Carregar, mesmo que a título de culpa, um homicídio, seria um fardo descomunal a João ou a qualquer outro. Uma família chorando e o chamando de assassino, injustamente, é algo que afetaria qualquer inocente.

Após tais considerações, Tácio é fundamental para o deslinde da questão, como Batman para Gothan City. Portanto, é notório a responsabilidade de cada pessoa em contribuir com Justiça ao invés de se abster a criticar corruptos, a ineficiência da Justiça, e diretoria do seu clube de futebol.

Vale ressaltar, que quem julga estes casos (Juízes de direito) não presenciaram o acidente, e estes se baseiam em provas acostadas ao autos (processo) para decidir quanto a procedência do pedido de reparar, indenizar ou ressarcir. Tamanha a relevância da testemunha para o deslinde das questios de todos os gêneros.

Por fim, é de suma importância a participação de todos, pois, como pode vir a acontecer, o João amanhã poderá ser você e é de absoluto afirmar o seu desejo, no caso, quanto a existência de um Tácio da vida real para testemunhar à seu favor, e a favor da JUSTIÇA. Então, se ver, fale. Não se cale, para a injustiça não falar por ti. João Batista Sabino

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STF decide permitir biografias não autorizadas – nossa interpretação parcialmente divergente Publicado por Leonardo Sarmento - 3 dias atrás

Temática que vem tomando grande espaço na mídia e que precisa ser urgentemente pacificada chama-se "biografias não autorizadas". E essa pacificação faz-se premente devido às pessoas que nela estão envolvidas, pessoas com amplo acesso à mídia (escrita e televisiva) que acabam por formar, por vezes, falaciosos ou equivocados entendimentos entre a sociedade, que terminam por difundir suas ideias no deserto de seus auto-desconhecimentos técnicos de como lidar com a questão. E como não se influenciar com as palavras de um Chico Buarque ou de um Caetano Veloso estando estas fundamentadas ou não?

Motivou-me a escrita deste artigo um programa que assisti em TV por assinatura onde as duas teses se digladiavam na mais profunda pobreza intelectiva da questão. E, vale salientar que defendiam suas teses com a arrogância de profundas conhecedoras do tema, o que por certo pode ter provocado entendimentos pouco razoáveis entre os ouvintes, por influência. Fica a crítica pela necessidade de alguém imparcial que se revelasse com alguma expertise no assunto, como um jurisconsulto, por exemplo, em prol de uma responsabilidade por uma informação de qualidade.

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Uma visão jurídica discernida pode vir a clarear concepções leigas sobre o tema discutido e desta forma o artigo tem por fulcro contribuir para o sempre saudável debate democrático das questões de interesse,. Independente da forma com a qual se mostre a decisão do Supremo Tribunal Federal

A Anel é a entidade responsável pela Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que questiona os artigos 20 e 21 do Código Civil, utilizados para proibir a divulgação de biografias não autorizadas.

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.

Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.

Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.

Aqui, muito embora haja colacionado os dois artigos que tratam diretamente do tema, a questão há de ser resolvida no âmbito Constitucional, e isto se revela muito claro. Conflitam notadamente duas normas-princípios de status constitucional que receberam uma especial proteção do legislador-constituinte às elencando com normas de direito fundamental, o que às tornam intangíveis ao menos por seus núcleos essenciais.

Sob um meramente olhar perfunctório já se aduz falar-se dos princípios à intimidade e a privacidade (art. 5º, X da CF) que precisam ser ponderados, sopesados, com o princípio da liberdade de expressão (art. 5º, IV, V, IX da CF). Como brilhantemente defende Alexy, princípios são "mandamentos de otimização" que devem ser cumpridos na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas aduzidas do caso concreto. A ponderação deve especial atenção ao postulado da Unidade buscando a máxima concordância prática das normas em conflito aparente. Sem se aniquilar um dos conflitos em tensão.

Importante notar que o direito à intimidade tem importância nuclear em nosso texto constitucional haja vista sua íntima ligação com o postulado da dignidade da pessoa humana, que indelevelmente pode vir a ser afetado por uma biografia não autorizada que abuse da liberdade de expressão. Dignidade da pessoa humana, uma das vigas de sustentação de nossa Constituição que por muitos é visto como um super princípio.

Os princípios a serem ponderados, em tese, tocam em sensibilidades latentes, em feridas ainda abertas advindas do regime impositivo militar. Àquela época não havia que se falar em direito à intimidade ou à privacidade nem em sua porção nuclear, que no interesse da Administração despótica podia ser aniquilado como se direito não existisse. O mesmo se diz no tocante ao direito à liberdade de expressão, época em que só se permitia a manifestação nos termos da ideologia de Estado, bajulando o modelo ditatorial praticado, a censura às ideias não convencionadas de Estado revela-se uma realidade insofismável.

Em época de ditadura como se pôde perceber, os direitos à intimidade, privacidade e liberdade de expressão eram conjuntamente violados, censurados e encontravam-se reunidos no mesmo lado da balança a espera de uma peso que lhes conferissem uma maior proteção. Ironicamente passamos a perceber que hoje, quando nossa democracia angaria as experiências de sua pré-puberdade, estes direitos, agora fundamentais nos termos da Carta de 88, ganham independência e se divorciam de seus precedentes objetivos, passando a trilhar novos caminhos por vezes conflitantes.

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Nenhuma norma-princípio, nenhum direito, mesmo o direito à vida, se denota absoluto. Os direitos em seus experimentos devem ser detectados e a depender do caso concreto ou mesmo do momento histórico aplicados na forma de normas-princípios, por ponderação ou de norma-regra, por subsunção. Aqui está um ponto nodal e fundamental para uma posterior compreensão: As normas-regras, por serem "mandamentos de definição" acabam por gerar uma maior segurança jurídica às questões e por vezes se mostram essenciais para se alcançar a pretendida pacificação.

Passada esta preliminar fase de reflexão ataquemos as peculiaridades do tema para quem sabe concluirmos de uma forma homogênea. Onde se inicia o direito à liberdade de expressão dos biógrafos e termina o direito à intimidade e à privacidade dos biografados?

De antemão exponho minha opinião no sentido de que precisamos ou de uma norma-regra constitucional, posteriormente regulamentada em pormenores ou de uma decisão com efeitos vinculantes do STF para pacificar de vez a questão, decisão que sa faz no dia 10/06/2015.

Não se pode imaginar um biógrafo perder anos de sua vida na montagem de uma biografia e se ver impedido de publicá-la, isso revela-se desproporcional e frustrante a própria dignidade humana.

Não queremos dizer, entrementes, que sejamos partidários da possibilidade de se publicar biografias não autorizadas livre e irresponsavelmente, e neste momento exponho alguns dos motivos que nos trazem um sentido valorativo mais caro:

1. Sem querer desmerecer os penosos trabalhos biográficos, não os enxergo como informações de imprescindível interesse público que não possa ficar a sociedade sem acesso, salvo exceções pontuais. Nesse peculiar diferencial é que segrego de um lado informações que se julga relevante à sociedade e que não se pode tolerar fique destas despida sob pena de censura; e do outro informações de importância secundária, como são às atinentes a vida privada de pessoas públicas. Não conseguimos enxergar censura neste segundo caso. Caso o assunto revele-se de interesse público intelectual não há que se conceber possibilidade de censuras.

2. Permitir biografias não autorizadas é permitir exposições que podem ir além do querer da "pessoa pública". Não é por ser a pessoa conhecida da sociedade que ela deve aceitar publicações de obras a seu respeito que ultrapassem seus fins profissionais para detalhar sua vida íntima. Há uma diferença clara entre a publicação de um artigo ou de um texto sobre determinada "celebridade" para a publicação de um livro focado a desnudar intimidades que a sociedade não teve noticias por de caráter estritamente pessoal.

3. A "pessoa pública" biografada pode não querer ter particularidades de sua vida íntima impressa para "eternidade", mesmo se apenas com qualificações elogiosas, como pode pretender o biógrafo. A autorização prévia é a medida necessária de caráter preventivo como a própria qualificação quer dizer para que os direitos individuais, fundamentais à privacidade e a intimidade possam conviver em harmonia com a liberdade de expressão, quando se quer ultrapassar o âmbito do que é de domínio público para adentrar-se ao restrito campo das intimidades de cunho privado. A liberdade de expressão, volto a salientar, deve estar protegida, aí sim sob pena de inconcebível censura, para temas que o interesse público intelectual se revelar robusto, ainda que venha a causar danos à "figura pública" em questão, danos que podem vir a ser indenizados. Não vemos como censura não se poder publicar a opção sexual de A ou B ou a traição de C ou D, como já expressei, pela falta de "interesse útil-informativo" da questão.

4. Conforme mencionei, o biografado pode não querer ver sua vida exposta para posteridade, como pode pretender vê-la exposta por meio de uma autobiografia. Uma biografia não autorizada poderá frustrar a pretensão do lançamento de sua autobiografia, o que se demonstra uma inversão de prioridades a ser tutelada ao menos intrigante. Some-se a questão econômica de a figura pública ver-se restringida de explorar sua própria imagem em proveito próprio. Uma biografia não autorizada produz uma valoração

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econômica da imagem do biografado que se reverte para o biógrafo, autor intelectual da biografia, quando o biografado fica apenas à contar com sua vida exposta sem qualquer compensação financeira, que poderia ser uma realidade a partir ou de uma autobiografia ou de uma biografia autorizada, contratualizada.

Infirma-se na tecla de que a censura às informações de interesse útil-cultural é intolerável em um estado Democrático de Direito. Assevera-se que eventuais excessos hão de ser indenizados, com muita parcimônia como forma de não se impelir uma censura velada por meios indiretos.

Nosso parecer sobre a questão, portanto, se faz no sentido da vedação de biografias não autorizadas sem interesse público intelectual, salvo, por óbvio, posterior autorização do biografado ou de quem por ele passe a responder em caso de sua morte ou invalidez, que o incapacite de exprimir suas vontades livres e conscientes.

Indenizações como medidas de reparação e/ou compensação podem se mostrar inidôneas a compensar o dano que porventura haja sofrido o biografado. Incapaz ainda de se indenizar a frustração de não ser mais rentável a feitura de uma autobiografia com as novidades que já possam ter sido publicizadas por uma biografia não autorizada. E como compensar o dano de um biografado que não teve nenhuma lesão à sua moral, mas não queria ver sua história contada ou não queria ver sua história contada naqueles termos, ou ainda, não queria ver sua história contada por àquele biógrafo?

A justiça não costuma condenar o biógrafo a indenizar o biografado quando não há lesão à sua moral configurada. Lembro que, o dano moral vai da individualidade de cada um, de um sentimento próprio, peculiar, o que poderia configurar um dano apenas o fato de se ter uma biografia sua lançada sem que fosse este o seu desejo.

Como forma de evitar todo este rebuliço, defendemos a tese de que haja uma norma-regra de definição constitucional específica (PEC), que forneça os balizamentos necessários para posterior regulamentação a espancar a insegurança jurídica que se alojou na questão, onde o conflito de princípios fundamentais se mostra tão perturbador, com posterior regulamentação por legislação infraconstitucional dos pormenores.

Democracia não se confunde com anarquia, lá temos liberdade com responsabilidade, na anarquia tudo é possível já que não há um Estado capaz de ordenar e tutelar os conflitos peculiares à sociedade. Em uma democracia há limites que devem ser respeitados e ponderados para que convivamos em um estado gregário passível de ser pacificado sem o uso do poder de uma força desproporcional de repressão capaz de converter uma democracia em um regime de força indesejado.

Em se entendendo de forma contrária, ou seja, em favor das biografias não autorizadas, que se estabeleçam limites, os excessos que devam ser indenizáveis como medida de segurança jurídica, muito embora para a "figura pública" tomada a decisão neste sentido jamais se poderá falar em segurança com alguma segurança.

Uma biografia comercializada com a imagem do biografado que não tenha interesse público intelectual, que traga aspectos predominantemente da vida privada do biografado, sem que este a autorize configura uma apropriação de direitos alheios e um locupletamento indevido, data máxima vênia, salvo melhor juízo.

Entendemos que uma decisão de “sim” ou “não” por parte do Supremo Tribunal Federal acaba por não enfrentar as vicissitudes de cada caso. Por isso defendemos ao ponderarmos a liberdade de expressão com o direito à intimidade no tocante às biografias não autorizadas tratar-se de censura a não permissão de uma biografia de interesse público intelectual-informativo-cultural, pois prima-facie é a liberdade de expressão que deve prevalecer como uma liberdade preferencial em nosso Estado Democrático de Direito. Em outro

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enfoque a liberdade de expressão deve ceder quando ponderado com o direito à intimidade quando tratar-se de uma obra sem interesse intelectual-informativo-cultural, para unicamente ou prioritariamente tratar de assuntos da intimidade privada do biografado que pode não se querer publicizada.

Sem a análise de cada caso concreto, da cada obra não autorizada se tratante assunto de interesse público ou de interesse íntimo não há como se ventilar uma decisão justa que não discrimine cada caso.

A livre circulação de ideias e fatos deve ser preservada, jamais censurada, desde que respeitada a esfera íntima do biografado. Só assim entendemos haver justeza em uma decisão postulando os princípios envolvidos em conflito.

Os mecanismos de indenização à posteriori (retratação, retificação, direito de resposta, indenização em sentido estrito) para divulgação de intimidades podem revelar-se insatisfatórias. Imaginem uma biografia não autorizada que o biografado é acusado de pedofilia. Ele, biografado, terá o ônus da prova de provar não ser pedófilo?

A cultura, a história, a informação útil não podem restar restringidas, mas deve ser restringido sim, expressões não autorizadas em biografias que desnudam vidas íntimas sem qualquer conteúdo de valor informativo-cultural-intelectual.

O STF em sua decisão ao fazer prevalecer a liberdade de expressão “ilimitada”, remetendo a possível compensação posterior dos danos sofridos, sem diferençar a temática, o foco tratado das biografias, está por desconsiderar, afastar o direito fundamental à intimidade. Lembramos que não há hierarquia entre normas constitucionais, que seguem o postulado da Unidade. É, em nosso sentir, uma decisão que peca pela generalidade ao defenestrar o direito à intimidade, sem discriminar devidamente as espécies de informação. Não são todos os biografados que topariam participar de uma reality show de sua vida privada... Assim não haveria de se falar em autorização para biografias que tratassem do contributo de qualquer personalidade do presente ou do passado quando referente à sua vida pública, de interesse público, deixemos claro!

Uma decisão do STF em nosso sentido não prejudicaria o exercício da liberdade de expressão de qualquer biógrafo “sério”, como historiadores, por exemplo. Estes certamente tratam da temática informando o que deve ficar escrito na história, o contributo do biografado para a história e não intimidades da vida privada que não se deu conhecimento ao público exatamente por ser de foro privado, intimo.

Assim os artigos do Código Civil deveriam receber interpretado conforme à Constituição sem redução de texto no sentido de permitir biografias não autorizada quando tratantes de informações de interesse público, da vida pública do biografado, de informações de conteúdo útil, que democratizem inteligências, informações caras para a cultura, neste ponto os artigos do CC seriam interpretados por inconstitucionais; mas constitucionais quando tratante exclusivamente ou prioritariamente da vida íntima do biografado. O direito de informar não restaria aviltado se a informação for de fato legítima informação.

Pessoa pública deve ser um livro aberto sim, mas não do que é essencialmente privado, como o próprio nome nos quer passar. A memória deve ser preservada, mas não das intimidades do biografado!

Um pedido de licença prévia quando o biógrafo for tratar da intimidade do biografado deveria prevalecer ao nosso sentir quando ponderado com o direito fundamental à intimidade, da vida INTIMA do biografado, em consideração à potencial possibilidade de se adentrar no âmbito da dignidade do biografado. Aqui não se censuraria a informação de interesse público intelectual-cultural, mas a informação da intimidade do biografado, de sua vida íntima, que só deveria ser publicizada, sim, a partir de sua licença, autorização. Não foi nestes termos que entendeu o STF.

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O STF proferiu à nosso sentir uma decisão “politicamente correta”, jogando para sociedade, mas juridicamente injusta e um tanto empobrecida, sem qualificar, sem discriminar as situações que guardam enorme diferenças. Em verdade este artigo foi confeccionado antes do término da ADI 4815, quando já sabíamos da decisão final. Antes mesmo de seu término.

Não existe direito absoluto, a liberdade de expressão não é direito absoluto. Permitir o dano por decisão da Corte Maior e alegar que há o princípio da Inafastabilidade da Jurisdição é medida que entendemos irresponsável. Separar o joio do trigo seria uma medida de maior justiça.

Essa decisão do Supremo trará consequências. Aumentarão exponencialmente o número de biografias não autorizadas (não se faz necessário autorização a partir) por biógrafos não qualificados, aventureiros que buscam um lugar ao sol. Uma carta branca para o dano à dignidade da pessoa humana. Não gostou? Procure a justiça e prove que sofreu o dano! À nosso sentir uma nítida inversão de valores.

Assim nos parece.

STF julgará se ensino em casa deve ser proibido Publicado por Lucas Vieira - 2 dias atrás

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se o ensino domiciliar (“homeschooling”) deve ser proibido pelo Estado ou “viabilizado como meio lícito de cumprimento, pela família, do dever de prover educação”, tal como previsto no artigo 205 da Constituição.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (artigo 55)- que é uma lei ordinária – dispõe, por sua vez, que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”.

Por maioria de seis votos, o plenário virtual do STF reconheceu, na última sexta-feira (5/6), a existência de repercussão geral da questão suscitada em recurso extraordinário (RE 888.815) contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) pela inexistência de direito líquido e certo ao sistema educacional domiciliar.

O relator do recurso ao STF, ministro Luís Roberto Barroso, manifestou-se pelo reconhecimento do caráter constitucional e da repercussão geral do tema. Foi acompanhado pelos ministros Luiz Fux, Marco Aurélio, Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski. Ficaram vencidos, nesta fase virtual, Dias Toffoli e Teori Zavascki. Não se manifestaram as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber.

Manifestação do relator

Os principais pontos da manifestação do ministro Roberto Barroso são os seguintes:

“No caso, discutem-se os limites da liberdade dos pais na escolha dos meios pelos quais irão prover a educação dos filhos, segundo suas convicções pedagógicas, morais, filosóficas, políticas e/ou religiosas”.

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“Ressalta-se que a Constituição Federal de 1988 prevê a educação como direito fundamental, cuja efetivação é dever conjunto do Estado e da família. No art. 208 da CRFB/1988, são previstos tão-somente os meios pelos quais será efetivada a obrigação do Estado com a educação. A controvérsia envolve, portanto, a definição dos contornos da relação entre Estado e família na educação das crianças e adolescentes, bem como os limites da autonomia privada contra imposições estatais”.

“O caso em questão, apesar de não ser frequentemente judicializado, não está adstrito ao interesse das partes que ora litigam. Segundo a ANED (Associação Nacional de Educação Domiciliar), após o reconhecimento pelo MEC da utilização do desempenho no Enem como certificação de conclusão de ensino médio, em 2012, o número de adeptos do ‘homeschooling’ no Brasil dobrou, e atingiu 2.000 famílias”.

“Aqui eu já parto para a minha pesquisa, feita no ano passado com 62 pais educadores, em um universo, estimando pela Aned e por outros estudiosos, de 600 a 2.000 pais educadores no Brasil, pais que educavam em casa 117 crianças e adolescentes. Os pais estavam espalhados por 11 Estados e o Distrito Federal, em todas as regiões do país; mais ou menos cerca da metade em Minas Gerais”.

“O perfil demográfico dos pais. Em média, eles têm 37 anos, são casados, cristãos a grande maioria, mais de 90% têm o nível de escolaridade e renda familiar acima da média”.

“Mais dados. Os pais que educam em casa no Brasil e que participaram da minha pesquisa gastam 183 reais por mês com educação em casa. É bem menos do que o custo da escola privada no Brasil e um pouco menos hoje do que o custo da educação básica pública brasileira. Em maio, o MEC atualizou o valor do gasto mínimo por aluno na educação básica para 2.222 reais. Por mês, são 185 reais. É mais cara do que a educação em casa praticada pelos pais que participaram da minha pesquisa, hoje. À época, era mais caro educar em casa, pelo menos para os pais que participaram”.

“Outro dado é que os pais estão combinando as abordagens da educação: 30% dos pais que participaram da pesquisa disseram que consideram a abordagem, o método que eles aplicam, eclético. Ou seja, eles estão tentando a educação clássica, a aprendizagem natural, ‘unschooling’, aprendizagem estruturada, vários métodos da educação em casa. E 84% dos pais disseram que educam em casa e que seguem uma aprendizagem estruturada com pelo menos 4 horas por dia de atividades planejadas por eles. Ou seja, é uma abordagem mais ou menos próxima daquela agenda de estudos da escola convencional”.

FONTE: http://jota.info/stf-julgara-se-ensino-em-casa-deve-ser-proibido

União Estável x Namoro Qualificado Publicado por Matheus Smith - 2 dias atrás

O cenário do Direito das Famílias no Brasil tem experimentado constante evolução, notadamente após o advento da Constituição Federal de 1988.

Seguindo essa linha, o mais recente tópico em discussão abordado pelo Superior Tribunal de Justiça diz respeito aos institutos da “União Estável” e do “Namoro Qualificado.” (STJ – 3ª Turma, REsp. Nº 1.454,643-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Belizze, DJe. 10.03.2015)

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O assunto é amplo e para uma melhor compreensão é necessário o domínio de alguns conceitos, para que se possa solidificar o caminho em segurança, delimitando as fronteiras de cada instituto. Sem essa abordagem certamente haverá confusão entre eles.

Evitando tergiversar sobre o que ora se propõe, ou seja, diferenciar a união estável do namoro qualificado, vejamos:

A União estável nada mais é do que uma convivência pública, contínua e duradoura com objetivo de constituir família, ou seja, aqui já há um núcleo familiar constituído.

Para que reste configurada, não há tempo mínimo de convivência, não é necessário que o casal more sob o mesmo teto, ou que tenham filhos. Contudo, tais condutas podem configurar indícios, assim como uma conta corrente conjunta.

Recentemente, o STJ lançou mão do termo “namoro qualificado”, o qual pode ser definido como um namoro sério, em que o casal faz planos para o futuro, mas ainda não está vivendo como família. É dizer, não há uma família imediata constituída, assim, o namoro qualificado não é considerado uma entidade familiar, pois não existe a “affectio maritalis”.

A linha que separa os institutos é tênue!

Merece destaque a principal diferença entre eles, qual seja, no namoro qualificado não há consequências jurídicas, diferentemente da união estável, a qual se aproxima do casamento, havendo portanto divisão de bens e dever de prestar alimentos, a depender de cada caso concreto.

Matheus Smith

Advogado Especialista em Direito das Famílias e Sucessões.

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