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Vislumbre (Alicia M) by tradução: Teca Originalmente esta estória teria apenas uma única parte. Cada parte subsequente foi escrita na intenção de ser a última e por isso cada uma delas termina com a palavra FINIS. Agradecemos a Alicia por nos presentear com cada uma das sequências, pois a estória toda é encantadora. Um estranho incidente aproxima Darcy e Elizabeth de uma forma misteriosa. Após se desfazer de seu agasalho ao entrar em Netherfield, Elizabeth cruzou o foyer e entrou na fila ao pé da grande escadaria, aguardando para ser recebida pelos anfitriões. Ela já perscrutava a multidão à procura do sr. Wickham. Repentinamente ela sentiu alguém próximo às suas costas, muito próximo. Uma presença imponente. Sentiu, então, o toque extremamente familiar, gentil porém firme, de uma mão em seu braço enquanto uma voz murmurava em seu ouvido, “você não esperou por mim, meu amor.” Elizabeth se virou subitamente, se desvencilhando da mão em seu braço, e fixou o olhar nos olhos do sr. Darcy, “perdão, senhor,” ela disse incrédula. “Você deixou nosso quarto sem esperar por mim.” Ela o encarou, sem acreditar. “Nosso quarto?” “O que você tem, Elizabeth?” Ela o fitou com uma perplexidade não disfarçada e sua raiva se tornou aparente em sua expressão, a cor subindo-lhe ao rosto. “Peço, senhor, que não se dirija a mim de maneira tão informal.” Ele a olhou surpreso e disse com um sorriso, “ouso dizer que ninguém me ouviu, sra. Darcy.” Os olhos de Elizabeth se arregalaram e ela se afastou dele, esbarrando em seu pai. Sentiu-se aliviada quando este se voltou para ela e ela lançou um olhar desafiador ao sr. Darcy. Seu assombro ia além de qualquer expressão quando o sr. Bennet estendeu a mão efusivamente ao sr. Darcy e o saudou afetuosamente. Texto original (original text: A Glimpse) http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html Fonte: http://www.network54.com/Forum/243927/message/1095632855/Vislumbre+%28Alicia+M%29 1

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Originalmente esta estória teria apenas uma única parte. Cada parte subsequente foi escrita na intenção de ser a última e por isso cada uma delas termina com a palavra FINIS. Agradecemos a Alicia por nos presentear com cada uma das sequências, pois a estória toda é encantadora.

Um estranho incidente aproxima Darcy e Elizabeth de uma forma misteriosa.

Após se desfazer de seu agasalho ao entrar em Netherfield, Elizabeth cruzou o foyer e entrou na fila ao pé da grande escadaria, aguardando para ser recebida pelos anfitriões. Ela já perscrutava a multidão à procura do sr. Wickham. Repentinamente ela sentiu alguém próximo às suas costas, muito próximo. Uma presença imponente. Sentiu, então, o toque extremamente familiar, gentil porém firme, de uma mão em seu braço enquanto uma voz murmurava em seu ouvido, “você não esperou por mim, meu amor.”

Elizabeth se virou subitamente, se desvencilhando da mão em seu braço, e fixou o olhar nos olhos do sr. Darcy, “perdão, senhor,” ela disse incrédula.

“Você deixou nosso quarto sem esperar por mim.”

Ela o encarou, sem acreditar. “Nosso quarto?”

“O que você tem, Elizabeth?”

Ela o fitou com uma perplexidade não disfarçada e sua raiva se tornou aparente em sua expressão, a cor subindo-lhe ao rosto. “Peço, senhor, que não se dirija a mim de maneira tão informal.”

Ele a olhou surpreso e disse com um sorriso, “ouso dizer que ninguém me ouviu, sra. Darcy.”

Os olhos de Elizabeth se arregalaram e ela se afastou dele, esbarrando em seu pai. Sentiu-se aliviada quando este se voltou para ela e ela lançou um olhar desafiador ao sr. Darcy. Seu assombro ia além de qualquer expressão quando o sr. Bennet estendeu a mão efusivamente ao sr. Darcy e o saudou afetuosamente. “Ah, aí está você, filho. E como está tratando a minha Lizzy?”

“Espero que muito bem, senhor.”

Nesse momento, a sra. Bennet surgiu e disse, “é claro que ele a está tratando bem. Acha que ela não teria tudo do melhor? Olhe só para o vestido dela, é da última moda e da mais alta qualidade de seda.” Lizzy percebia agora que não estava usando o mesmo vestido com que se vestira para a ocasião. Usava um muito mais fino. Além disso, havia uma aliança em seu dedo anelar da mão esquerda. Teria olhado fixamente para a jóia, com espanto, por muito mais tempo se não tivesse testemunhado sua mãe bajulando o sr. Darcy, insistindo

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que ele a beijasse – pedido ao qual ele atendeu prontamente. Todas as suas irmãs, até Jane, o cumprimentaram com igual familiaridade e a chamaram de sra. Darcy. Até o sr. Collins emergiu por trás de suas primas para curvar-se em reverência diante do sr. e da sra. Darcy.

Antes que ele completasse seu longo discurso referente à eminência da pessoa do sr. Darcy, os Bennets chegaram nos Bingleys e nos Hursts na fila de cumprimentos. Foram todos saudados e Elizabeth ficou apenas um pouco menos surpresa do que ficara com o espetáculo de momentos antes quando a srta. Bingley fez uma mesura e murmurou, “Sra. Darcy”. Este título foi repetido pela sra. Hurst, pelo sr. Hurst e pelo sr. Bingley. Elizabeth queria simplesmente escapar deste temerosamente estranho momento e fez menção de caminhar para o salão de baile; mas foi interceptada por uma mão em sua cintura. O sr. Darcy estava a seu lado, oferecendo-lhe seu braço. Percebendo que sua própria família parecia estar agindo de acordo com o mesmo mal-entendido que o cavalheiro – considerando-a casada com ele – e que ela precisaria encontrar algum aliado que não tivesse sucumbido àquela insanidade, ela aceitou seu braço e meramente sorriu enquanto procurava sua amiga, a sempre sensata Charlotte.

Elizabeth caminhou atordoada pelo salão, continuamente surpreendida pelo fato de que todos os seus amigos e vizinhos a saudavam como sra. Darcy. Após um momento, o sr. Darcy se inclinou para ela e disse, “ali está sua amiga, a srta. Lucas.”

Eles logo se aproximaram de Charlotte e após a troca de cumprimentos Elizabeth olhou para Darcy e disse, “poderia me fazer a gentileza de me trazer uma taça de vinho?”

Ele aquiesceu imediatamente e assim que ele se foi Elizabeth olhou para Charlotte, esperando que ela compreendesse o que havia acontecido. Mas Charlotte disse, “Você está com uma ótima aparência, Lizzy. Ouso dizer que o casamento lhe faz bem. Que lindo pingente. Outro presente de seu encantador marido?”

Elizabeth levou a mão ao pescoço, onde sentiu um pingente repousando contra sua pele. Ela disse, “Charlotte, isto não lhe parece muito estranho?”

“O que me parece estranho?”

“Que eu esteja casada com... com ele.”

Charlotte riu, “Não é estranho em absoluto.”

O sr. Darcy retornou, então, e ofereceu a Elizabeth uma taça de vinho que ela tomou num só gole. Quando ela lhe entregou a taça de volta, ele disse, “Está se sentindo bem, minha querida?”

“Estou bem,” ela respondeu.

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Quando ele entregou a taça a um criado, a música começou para dar início à dança. Elizabeth nunca se sentira tão satisfeita de ter prometido as primeiras danças ao sr. Collins. Ela o procurou ao seu redor, esperando vê-lo se aproximar dela, mas ao invés disso, ela o viu se posicionar na pista de dança com Mary. Nesse ínterim, Darcy segurou sua mão e a levou até o centro do salão. Ela não conseguia esconder sua surpresa e quando ele percebeu, sorriu para ela, dizendo, “Espero que não tenha se comprometido com outro para as primeiras danças esta noite.”

Tudo o que ela pôde responder foi, “talvez o senhor não devesse fazer suposições, sr. Darcy.”

Ele sorriu, como se a resposta fosse exatamente a que ele esperava. “Um marido não pode fazer suposições, sra. Darcy?”

Ela não conseguiu responder. Então, ao afastar-se de seu lado para se posicionar à sua frente, ele sussurrou, “você está linda esta noite.”

Ela ficou violentamente ruborizada e ele pareceu se deliciar por testemunhar tal reação. Ele falou com ela ao longo de toda a dança com muita naturalidade, enquanto ela acompanhava a conversa com dificuldade – sua mente ocupada em tentar entender a situação. Seria possível que ela tivesse se casado e não se recordasse de nada? Seria possível que este fosse um terrível sonho? Um pesadelo? O sr. Collins se movimentou na direção errada, pisando em seu pé, e a sensação aguda de dor que ela sentiu confirmou que sua experiência era bem real. O sr. Collins se desculpou profusamente e o sr. Darcy indagou se ela se havia machucado seriamente, lançando um olhar feroz na direção de Collins. Ela lhe assegurou que estava bem e eles prosseguiram com a dança.

Foram brevemente interrompidos por Sir Williams que sugeriu que a felicidade de seu matrimônio só poderia ser seguida de um segundo casamento, de Bingley e Jane. Quando ele os deixou, Darcy disse, “Nunca vi Bingley tão apaixonado. Mas os sentimentos de sua irmã são mais difíceis de se discernir.”

“Ela está encantada com as atenções dele, posso lhe garantir.”

“Confesso que cheguei a me perguntar se ela correspondia aos sentimentos dele.”

“Ela gosta muito dele.”

“Então lhe garanto que é apenas uma questão de tempo até que fiquem noivos. Fico feliz pelos dois.”

Elizabeth respondeu apenas, “sim, tenho certeza de que serão muito felizes juntos.”

Após a segunda dança, Elizabeth sentiu-se aliviada de se afastar do sr. Darcy, embora ele tenha levado sua mão até seus lábios antes de abandoná-la no final da dança. Ela ficou pasma ao vê-lo dançar todas as músicas da noite,

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convidando todas as suas irmãs assim como as irmãs de Bingley e a srta. Lucas. Elizabeth também dançou a noite toda.

Logo chegou a hora da ceia, e ela novamente se surpreendeu quando o sr. Darcy se sentou com a família dela. Ao terminarem de comer, Darcy tomou a mão de Elizabeth e disse, “venha,” escoltando-a para fora da sala. Ela o acompanhou, sentindo toda a impropriedade de ficar sozinha com ele, mas sem saber como se recusar a fazê-lo, devido às estranhas circunstâncias daquela noite. Após uma breve caminhada, eles entraram na estufa de Netherfield.

Uma vez em seu interior, ele a levou até o fundo do cômodo antes de se virar de frente para ela. Tomando-lhe a mão, ele perguntou, “está se sentindo bem, meu amor? Você parece aborrecida esta noite.”

“Eu estou bem.”

“Está zangada comigo por alguma razão?”

“Há alguma razão pela qual eu deveria estar?”

Ele sorriu, “Não posso pensar em nenhuma, mas estou preocupado com você.”

“Garanto que estou bem, senhor.”

“Você esteve estranha a noite toda.”

Ela lhe deu as costas e caminhou até a janela. Ele a seguiu e deslizou seus braços ao redor da cintura dela. Ela sobressaltou-se com tamanha intimidade, mas não disse nada, pois ele sussurrou em seu ouvido, “por favor, me diga o que a está aborrecendo.” Sua voz estava tão próxima que ela podia sentir o calor de seu hálito em sua pele. Seu abraço era firme e a princípio ela se sentiu desconfortável, mas ele não a apertou. Então repentinamente ela sentiu os lábios dele pressionados contra sua pele atrás da orelha. Ela se enrijeceu e ele acariciou seu braço, murmurando, “está tudo bem, meu amor.” Ele continuou dando-lhe beijos suaves, gentis e quentes em sua nuca. A sensação era incrivelmente prazerosa e Elizabeth começou a relaxar, permitindo-se se deleitar com o contato. Algumas surdas notas musicais entraram na sala, pois alguém estava tocando piano após a ceia. O abraço de Darcy ficou mais apertado enquanto seus lábios pousavam contra a orelha dela novamente e ele sussurrava, “Eu a amo tanto, Elizabeth.”

Ela se voltou para encará-lo. Os olhos dele brilhavam de paixão. Ele tocou seu rosto e a beijou nos lábios com ternura. A boca de Elizabeth respondeu naturalmente à dele com o mesmo ardor. Ela se entregou ao poder dos beijos dele e quase se esqueceu de que não eram realmente casados. Quase. Ela se afastou dele, interrompendo o prazeroso contato. Naquele momento ela quase chegou a amá-lo e se perguntou como poderia ter sentido tanta antipatia por ele. Lembrou-se, então, de que realmente sentia tal antipatia. Lembrou-se do sr. Wickham.

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“Gostaria de lhe falar a respeito do sr. Wickham.”

Considerando o estado de espírito e a recente atividade dos dois, Darcy ficou mais do que surpreso com o tema de suas preocupações. “Sr. Wickham?”

“Sim. Ele disse algumas coisas a seu respeito...”

“Você falou com ele? Quando? Onde?”

Ela o fitou com curiosidade e respondeu, “ele estava na casa de minha tia, sra. Phillips, para o chá na semana passada.” Ele franziu as sobrancelhas e ela prosseguiu, “ele disse que o senhor e ele foram criados como irmãos, que seu pai era padrinho dele e o amava. Disse que, ao falecer, seu pai lhe deixou uma fonte de rendimentos que o senhor lhe negou.”

“Por que não me contou sobre essa conversa imediatamente após ter acontecido?”

Ela não tinha uma resposta para isto. Ela não podia dizer que não estava casada com ele na ocasião, que nem mesmo pensava estar casada com ele agora. Todos, até mesmo sua própria família, acreditavam que sim e não a considerariam em seu juízo perfeito se ela fizesse tal declaração. Assim, ela se permitiu uma pequena mentira, “Me inteirei disso somente esta noite. Foi o que ele contou a Lydia e Kitty.”

Ele suspirou e disse, “Não me agrada a idéia de suas irmãs na companhia dele. Tenho pensado e creio que elas se beneficiariam se passassem algum tempo conosco na cidade nesta temporada. O que acha?”

Ela o olhou incrédula. “Tem a intenção de convidar Kitty e Lydia para uma temporada em Londres?”

“Você não aprova?”

“Sim, mas...”

“Sei que você já esperava passar o Natal em Pemberley e não tenho intenção de alterar seus planos. Na verdade eu gostaria de convidar os Gardiners e as crianças. E depois podemos retornar a Londres em janeiro, levando Kitty e Lydia conosco.”

Elizabeth deu um passo atrás ao se dar conta de que aquela era a sua vida agora. Não havia pensado no que os estranhos fatos daquela noite significariam em seu futuro. Ela permaneceria nesse estado para sempre? Seria tão ruim se assim fosse?

“Isso tudo parece ótimo.”

Ele sorriu.Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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“E quanto ao sr. Wickham?”

“Elizabeth, você não pode acreditar que eu tenha realmente agido tão mal em relação a ele!”

Ela baixou o olhar e disse, “Quero saber o que tem a dizer sobre isso.”

“Certo. É verdade que ele foi criado comigo em Pemberley e que meu pai o amava. O pai dele era o administrador das propriedades de meu pai e um homem muito bom, mas ele morreu sem deixar nada para o filho. Conforme fomos crescendo, comecei a conhecer um lado dele que meu pai nunca viu. Ele vivia uma vida sem princípios e indulgente e... com certa propensão aos vícios. Com a morte de meu pai, ele recebeu um benefício eclesiástico além da soma de mil libras; mas ele renunciou aos direitos do benefício em troca de três mil libras adicionais. Quando o cargo vagou alguns anos mais tarde, e após ele ter esbanjado todo o dinheiro, ele anunciou sua intenção de se ordenar e exigiu o benefício para si. Eu, obviamente, recusei.”

Elizabeth estava assombrada. Percebeu como se deixara levar pela insensatez ao acreditar em Wickham tão prontamente. “Entendo. Isso explica tudo,” foi tudo o que conseguiu dizer.

“Não foi só isso.” Ela levantou os olhos para encontrar os dele e pôde ver sua dor. Ele segurou a mão dela entre as suas e disse, “no último verão eu mandei Georgiana a Ramsgate e ele a seguiu até lá. Ele a convenceu que a amava e a levou a acreditar que estava apaixonada por ele. Ela concordou em fugir com ele. A intenção dele era, obviamente, se apoderar das trinta mil libras que cabem a ela.” Elizabeth mal conteve uma exclamação. “Eu cheguei a tempo de impedi-los. Ela me contou tudo. Ela se lembrava dele com afeição da época em que era mais nova, e ele tem maneiras cativantes. É por isso que suas irmãs devem evitá-lo.”

“Eu não tinha idéia de que ele fosse capaz de... ele deve ser desmascarado ou poderá tentar novamente.”

“Não posso colocar em risco a reputação da minha irmã, Elizabeth.”

“Deve haver uma maneira de deixá-lo exposto e mesmo assim protegê-la.”

“Prometo que vou considerar o assunto.” Ele a puxou para si e a abraçou. Após um momento, ele a girou gentilmente de frente para a janela e, olhando por sobre o seu ombro, apontou para o horizonte escuro. “Ali está uma estrela cadente,” ele disse.

“Eu não sabia que o senhor acreditava em fazer pedidos à estrela cadente, sr. Darcy,” ela disse baixinho.

“Só fiz um pedido uma única vez,” ele respondeu.

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“E qual foi o resultado?”

“Sucesso absoluto,” ele disse, beijando-a no rosto. Ela virou-se de frente para ele, e ele solicitou seus lábios novamente.

Alguns minutos depois, ao se encaminharem à porta na intenção de retornarem ao salão de baile, Darcy parou diante de uma roseira plantada em um vaso e colheu uma das flores. Ele removeu os espinhos com cuidado e a entregou a ela. Ela aproximou o nariz da flor para sentir-lhe a fragrância e ele disse, “Quero que você guarde essa flor como uma lembrança desta noite, para que nunca se esqueça do nosso primeiro baile juntos, como marido e mulher.”

“Obrigada,” ela respondeu, “Não creio que algum dia eu me esqueça desta noite. Mas não posso carregar esta flor a noite toda, ela ficará danificada.”

“Então vamos guardá-la antes de voltar ao salão,” ele redargüiu, guiando-a por uma escadaria.

Ela hesitou em acompanhá-lo, mas não resistiu. Chegaram a uma porta e, ao transpô-la, ela se surpreendeu ao ver muitos de seus pertences em meio a uma variedade de objetos que não reconhecia. Num canto, ela notou uma pintura sobre um cavalete, retratando a ela própria e ao sr. Darcy juntos, de mãos dadas, olhando-se nos olhos. Fitou o quadro por um instante e continuou a examinar o quarto. Avistou sobre uma penteadeira sua caixa de lembranças onde guardara seus tesouros por muitos anos. Abriu-a e encontrou algumas coisas que reconhecia e outras que não lhe eram familiares, incluindo uma carta dobrada com seu nome escrito do lado de fora numa letra que lhe era desconhecida. Colocou a rosa por cima, fechou a caixa e seguiu o sr. Darcy para fora do quarto.

Retornaram ao baile, onde dançaram juntos mais duas músicas. Elizabeth se acostumara àquela estranha situação o suficiente para desfrutar da noite com algum conforto. Ao final do baile, a família Bennet foi a última a se retirar e ficaram todos em pé, conversando junto à escada principal, esperando por sua carruagem. Finalmente a chegada do veículo foi anunciada. Com sua mão sobre o braço de Darcy, Elizabeth percebeu que ela não iria embora com sua família. Ela deveria ficar com seu marido. Ficou muito nervosa. Deu um passo na direção deles, que vestiam seus agasalhos, mas a mão de Darcy em seu braço a impediu. Ela levantou os olhos para ele e disse, “tenho que me despedir de minha família.” Com um olhar de compreensão em seu rosto, ele a soltou.

Assim que ela cruzou o foyer sua mãe disse, “Lizzy, o que está esperando, filha? Vista a sua capa. A carruagem está esperando. Rápido, menina.” Lizzy baixou os olhos e percebeu que estava usando o vestido com que se arrumara em Longbourn para o baile. A aliança e o pingente haviam sumido. Virou-se e olhou para o sr. Darcy. Ele manteve seu olhar fixo por um momento e então virou-se, subindo as escadas lentamente. Ele sabia? Teria passado pela mesma experiência que ela, ou apenas havia comparecido ao baile no qual a srta.

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Elizabeth Bennet estivera também presente? Elizabeth vestiu a capa rapidamente e partiu de Netherfield com sua família.

Na manhã seguinte, Elizabeth acordou com a lembrança de um sonho muito estranho em que era casada com o sr. Darcy. Ainda assim, ao tentar se recordar do baile de Netherfield, suas únicas lembranças eram aquelas do sonho. Levantou-se e caminhou até a penteadeira. Notou sua caixa de lembranças e, recordando-se do sonho, não pôde deixar de abri-la. Não conteve uma exclamação ao ver uma rosa vermelha de cabo curto do qual os espinhos haviam sido retirados.

Segunda parteby tradução: Teca

Na manhã seguinte ao baile de Netherfield, o sr. Darcy acordou sobressaltado. Tivera um sonho muito perturbador – ele estava casado com a srta. Bennet durante o baile. Lembrava-se perfeitamente dos eventos daquela noite. Dançara uma vez com Elizabeth. Talvez esta indulgência fosse a causa de tão estranho sonho. Ela mencionara Wickham durante a dança e lhe fizera algumas estranhas perguntas na tentativa de esboçar seu caráter. Também se recordava do comportamento abominável da família dela e da insinuação de Sir William a respeito de Bingley e da srta. Bennet. Até então ele não se dera conta de que as atenções de Bingley para com a moça haviam suscitado uma expectativa geral de que os dois ficassem noivos. Mas o pior era que ele não percebera antes a gravidade da situação em que Bingley se envolvera. Seu amigo não deveria voltar a Netherfield, de Londres, este inverno.

Enquanto ele se levantava e tocava a sineta para chamar seu criado pessoal, a mente de Darcy voltou ao sonho. Ele representou uma série de eventos muito diferente do que realmente ocorrera, mas parecia tão real. Ele quase podia sentir Elizabeth em seus braços, o sabor de seus beijos em sua boca, a fragrância de sua pele. Era quase que uma memória alternativa da mesma noite – e uma que ele decididamente preferia. Nunca havia sonhado de uma forma tão intensa.

Lembrou-se de ter mostrado a ela uma estrela cadente. Foi isso – a causa de toda essa perturbação! Na noite anterior ele estivera pensando nela, olhando pela janela, lamentando que ela fosse tão inadequada, lamentando que nunca conheceria o prazer de seus encantos. Foi quando viu a estrela e desejou que pudesse saber como seria tê-la como esposa, embora não pudesse se casar com ela. Um desejo absurdamente impossível que lhe foi concedido na forma de um sonho – seu desejo segurando as rédeas de sua imaginação enquanto dormia. Ele sorriu.

Já vestido, continuou sendo perseguido por seu sonho, o que o impeliu quase inconscientemente na direção da estufa. Ao entrar, seu olhar atravessou o ambiente até a janela no lado oposto. Caminhou até lá, recordando-se de que mencionara seu desejo a Elizabeth. Considerou que, em seu sonho, seu desejo

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lhe fora concedido como a realidade de estar casado com ela, porém, na realidade, fora-lhe concedido apenas como um sonho. Meneou a cabeça com o pensamento. Não sabia por quanto tempo permanecera à janela, mas quando saiu em direção à porta sua atenção foi atraída por uma roseira plantada em um vaso. Examinou a planta minuciosamente e pôde ver que uma única flor havia sido arrancada de um galho na parte superior. Sentiu uma intensa sensação de assombro se apoderar dele enquanto refletia sobre a estranha coincidência daquela prova diante de si.

Lembrou-se do sonho com a mesma nitidez com que se recordava das ocorrências reais da noite anterior. Ele estivera neste exato lugar, arrancara uma rosa daquele mesmo galho em que faltava um botão, removera os espinhos, e entregara a flor a Elizabeth. Instigado pela lembrança, abaixou-se para examinar o vaso em que a roseira estava plantada. Não havia espinhos quebrados em nenhum ponto do chão ou no vaso. Tinha quase certeza de que a estufa ainda não fora varrida esta manhã. Aquilo o satisfazia – era uma mera coincidência. Alguém, sem dúvida a srta. Bingley ou a sra. Hurst, havia colhido a flor.

Ainda assim, não se contentou e considerou melhor seu sonho, aprofundando-se em sua lembrança. Quando removera os espinhos da rosa, não os jogara no chão. Estava tão concentrado em sua mulher, que simplesmente os mantivera em sua mão. Os dois haviam subido para que ela guardasse a rosa em sua caixa de lembranças. Ali, em seu quarto, ele depositara os espinhos descuidadamente sobre uma mesa enquanto a esperava.

Darcy deixou imediatamente a estufa com toda a pressa que seu orgulho lhe permitia e fez o caminho de volta ao seu próprio quarto. Seu assombro era inexprimível. Sobre uma mesinha próxima à porta encontrou quatro espinhos – exatamente onde os deixara durante o sonho. Pegou-os cuidadosamente, embrulhou-os em seu lenço, e colocou-os no bolso de seu casaco.

Percebeu o quão ridículo isso tudo parecia ser, mas não conseguia encontrar uma explicação plausível para a evidência que acabara de encontrar. Seus pensamentos estavam confusos, tentando discernir o sonho da lembrança verdadeira e a realidade da fantasia. Com Bingley ausente, e sem nenhuma disposição para suportar a companhia dos outros, preocupado que estava, ele decidiu cavalgar nas proximidades de Netherfield.

Saiu galopando, tentando compreender a situação. Devia haver uma explicação racional para a flor que faltava. Alguém poderia tê-la cortado na noite passada ou esta manhã. Era possível. Tinha que ser essa a resposta. Mas por que alguém deixaria os espinhos em seu quarto? Não havia explicação para isso.

É o que acontece por se deixar encantar por uma mulher! Sentia-se como se tivesse perdido toda a sua razão. Cavalgando, tentava livrar-se do vínculo imprudente que criara. Mas o sonho lhe permitira vislumbrar o que seria estar casado com Elizabeth, tê-la para si. Seria tão horrível? Não, havia sido maravilhoso. E não somente abraçá-la e beijá-la, mas o conforto de saber que

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ela era dele, de ter sua companhia. Seu coração estivera pleno de satisfação e contentamento. Havia até mesmo achado sua família suportável. Talvez fosse hora de parar de pensar no casamento com Elizabeth como uma impossibilidade. Hora de ceder aos seus próprios sentimentos. Estaria pronto para admitir que era amor? Ele o fizera em seu sonho.

Em algum lugar distante de Netherfield, ele ralentou o galope ao longo de um caminho que seguia o rio e, parando, desmontou para permitir que seu cavalo bebesse um pouco d’água enquanto ele caminhava pela margem do rio. Em poucos minutos ele fez uma curva no caminho e teve um súbito encontro com o objeto de seus devaneios. Elizabeth estava sentada sobre uma rocha perto da água com o olhar fixo numa rosa que tinha nas mãos. Uma rosa muito familiar.

Ele sabia que deveria se fazer notar. “Bom dia, srta. Bennet.”

Elizabeth imediatamente levantou o olhar na sua direção. Era notório que ela ficara muito surpresa com o seu cumprimento. “Bom dia.” ela respondeu, levantando-se.

Ele se aproximou dela, olhando de relance para a flor em sua mão e disse, “Não é época de rosas, srta. Bennet.”

“Realmente, não é, sr. Darcy,” ela respondeu.

“A estufa de seu pai deve ser especial, parece capaz de produzir rosas sem espinhos.”

“Os espinhos foram removidos, e... não temos rosas na estufa de Longbourn.”

Ele deu mais um passo em sua direção, dizendo, “Então estou curioso para saber onde conseguiu tal tesouro fora de estação, srta. Bennet.”

“Estou igualmente curiosa, pois a encontrei esta manhã dentro de uma caixa onde guardo objetos que me são caros.”

Ele a fitou com uma expressão de compreensão quando ela mencionou sua caixa de lembranças, e disse, “Parece-se muito com as rosas de uma determinada roseira na estufa de Bingley.”

Desta vez foi o semblante dela que expressou compreensão. Ela simplesmente o encarou em silêncio.

Finalmente ele indagou, “E posso lhe perguntar quantos espinhos havia em sua rosa?”

Ela o olhou com curiosidade, mas em seguida baixou o olhar para a flor para contar as marcas onde anteriormente havia espinhos. “Quatro,” ela respondeu.

Ele tirou cuidadosamente o lenço do bolso e o abriu. Ela sobressaltou-se ao ver Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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seu conteúdo, deixando escapar uma breve exclamação de surpresa. “Onde os conseguiu?” ela perguntou num sussurro.

“Sobre uma mesa... em meu quarto. Encontrei-os lá esta manhã.”

Elizabeth o fitou e manteve o olhar fixo por um momento antes de dizer, “Já fez um pedido a uma estrela cadente, sr. Darcy?”

Ele simplesmente a olhou e sorriu, “Somente uma vez, srta. Bennet.”

Terceira parteby tradução: Teca

“Já fez um pedido a uma estrela cadente, sr. Darcy?”

Ele simplesmente a olhou e sorriu, “Somente uma vez, srta. Bennet.”

“E qual foi o resultado?” ela murmurou, evitando seu olhar.

“Sucesso absoluto,” ele disse suavemente.

A mão de Elizabeth voou voluntariamente até a própria face. Ambos se recordavam das exatas palavras ditas em sua conversa no sonho, as palavras que acabavam de ser repetidas. Ambos se recordavam que no sonho o sr. Darcy beijara a srta. Elizabeth no rosto imediatamente após a última frase.

Ela lhe deu as costas muito embaraçada e confusa. O coração dele batia descontrolado. Ele respirou fundo para se recompor. O que estava acontecendo? Era impossível que os eventos do sonho estivessem realmente ocorrendo. Era mais fácil crer que ele e Elizabeth tivessem tido o mesmo sonho – embora isso já fosse mais do que inacreditável. Mas a existência da rosa e dos espinhos provava o contrário.

Por fim, ela se voltou para ele novamente. “Perdoe-me. Creio que já é hora de voltar para casa. Com sua licença.”

“Permite-me a honra de acompanhá-la até Longbourn?”

Elizabeth não sabia o que fazer. Tudo o que queria era se afastar dele. Ainda assim, ela não queria ofendê-lo. “Não é necessário.”

“Seria um prazer.”

Ela nada pôde senão consentir. Caminharam à margem do rio por um tempo, parando para pegar o cavalo de Darcy, antes de ganharem a trilha que levava a Longbourn. Pouco falaram, e apenas sobre o tempo e a paisagem. Ambos se sentiam estranhos e desconfortáveis, incertos do que acontecera ou estava acontecendo entre eles. Ao chegarem à casa, Elizabeth convidou Darcy a entrar para um refresco.

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Só o fez por educação, mas ele aceitou. Ele estava tão confuso quanto ela e preferia evitar a companhia da família dela com os eventos da manhã pesando em sua mente, mas esperava compreender o que estava acontecendo entre eles, permanecendo a seu lado por mais tempo.

Ao entrarem na casa, ele notou que ela depositou a rosa cuidadosamente sobre uma mesa do vestíbulo antes de encaminhá-lo à sala de estar.

Antes que ela entrasse, sua mãe começou a falar, “Aí está você, Lizzy, onde esteve toda a manhã? O sr. Collins está aguardando uma chance de falar com você, pois tem algo muito particular...” A sra. Bennet se deteve abruptamente ao perceber o sr. Darcy entrando depois de sua filha, “Ora, sr. Darcy, que agradável surpresa. Não esperávamos vê-lo enquanto o sr. Bingley estivesse em Londres.” A sra. Bennet pediu, então, para que Lydia tocasse a sineta para providenciar o chá.

Elizabeth ficara intensamente ruborizada ao ouvir a sra. Bennet se referir às intenções do sr. Collins em relação a ela na frente do sr. Darcy. Este ouvira a repreensão da sra. Bennet e compreendera a que ela aludira.

Elizabeth notou que Charlotte estava presente e que estivera conversando com o sr. Collins, e sentou-se a seu lado.

Enquanto se acomodava em uma cadeira em frente a Elizabeth, o sr. Darcy respondeu, “Eu encontrei a srta. Elizabeth caminhando esta manhã e me ofereci para acompanhá-la até aqui.”

“Quanta gentileza de sua parte, senhor,” respondeu a sra. Bennet.

Nesse momento o sr. Collins interrompeu a conversação para informar ao sr. Darcy da grande honra que sentia por se encontrar em companhia novamente, e tão prontamente, do sobrinho de sua estimada patronesse. A sra. Bennet sorriu com o discurso, sem dúvida por admirar a beleza de suas palavras e a destreza com que ele mudara o assunto. Ela retomou a palavra, dizendo “Estávamos justamente comentando sobre o baile de ontem à noite em Netherfield. Espero que tenha tido uma noite agradável, sr. Darcy.”

“Sim, senhora, obrigado.”

“O senhor não dançou muito, mas lhe digo que o senhor e Lizzy formaram um belo par.”

Elizabeth arregalou os olhos para a mãe, com surpresa. Ela realmente dançara com o sr. Darcy? Estava tão certa de que fora um sonho, mas não tinha nenhuma outra lembrança do baile.

“Dançar com ela foi um grande prazer para mim,” ele redargüiu à sra. Bennet, porém olhando para Elizabeth.

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Elizabeth baixou os olhos, incapaz de encontrar o intenso olhar dele.

A sra. Bennet prosseguiu, “Creio que o baile foi um grande sucesso. Com todos os oficiais lá, minhas meninas dançando todas as músicas... até mesmo Mary.”

“Mas nem todos os oficiais estavam lá, mamãe,” completou Lydia, “não se esqueça de que o sr. Wickham não foi ao baile. Eu estava tão ansiosa para dançar com ele.”

“E eu também,” disse Kitty.

“Mas acho que a Lizzy foi quem mais sentiu a ausência dele,” replicou Lydia.Elizabeth prendeu a respiração enquanto Jane exclamava, “Lydia!”Só o que Elizabeth queria era deixar a sala, mas mesmo que conseguisse pensar em uma desculpa para sair não tinha dúvidas de que o sr. Collins a seguiria buscando a oportunidade de uma conversa particular pela qual estivera esperando toda a manhã. Ergueu os olhos e viu Darcy observando-a atentamente.“Ah sim, “ disse a sra. Bennet, “O sr. Wickham é um jovem encantador. É uma pena que suas perspectivas sejam tão limitadas.”

Elizabeth se recordava de tudo o que o sr. Darcy lhe dissera, no sonho quanto à sua associação ao sr. Wickham. Seria tudo verdade? “Talvez, “ ela disse, “o sr. Wickham só possa culpar a si mesmo por sua atual situação.”

Tendo escutado toda a história que Wickham relatara a Elizabeth, e sabendo o quão parcial Elizabeth se colocara em favor dele ao ouvir sobre o tratamento que lhe fora dispensado pelo sr. Darcy, Jane e Charlotte a fitaram espantadas.

“O que você quer dizer, querida?” indagou a sra. Bennet, “ele não tem família, não tem boas relações, não tem fortuna, tudo o que pode esperar é, no máximo, um posto na milícia. Mas mesmo assim pode se sair muito bem.”

“Acho que o sr. Wickham pode ter tido algumas ótimas oportunidades de melhorar sua situação que acabou deixando passar,” ela respondeu, olhando interrogativamente para o sr. Darcy.

Agora foi a vez de Darcy se surpreender. Tal referência estava muito próxima do que ele lhe havia dito em sonho. Como ela sabia que Wickham recusara a posição que lhe fora destinada? Seria possível que Wickham houvesse contado a ela? Alguma coisa lhe dizia que o conhecimento dela teria vindo de outra fonte – mas era impossível que ela estivesse se recordando de uma conversa que nunca acontecera. Todavia, ela parecia estar buscando uma confirmação.

“Que outras oportunidades um homem como ele poderia ter tido?” perguntou a sra. Bennet.

“É verdade, “ interpôs o sr. Darcy, lembrando-se da promessa que fizera a Elizabeth, em seu sonho, de tornar público o verdadeiro caráter de Wickham. “Conheço o sr. Wickham desde minha infância e posso lhe assegurar que ele

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realmente teve melhores perspectivas no passado do que tem no presente.”

Jane e Charlotte testemunharam a interação, admiradas, enquanto a sra. Bennet expressava seu desejo de saber mais. “Por Deus, eu não fazia idéia que os senhores se conheciam. Como foi que se conheceram?”

“O pai dele foi o administrador das propriedades do meu pai, mas nós não temos mais nenhuma ligação.”

Elizabeth podia ver que Darcy sentia-se cada vez mais desconfortável, e ela sabia que sua mãe não ficaria satisfeita enquanto não se inteirasse de cada detalhe dos negócios entre os dois cavalheiros. Com a confirmação de Darcy de que a informação referente a Wickham que ela recebera no sonho era verdadeira, ela decidiu mudar o assunto.

“Sr. Darcy,” ela disse antes que a mãe pudesse fazer alguma outra pergunta, “quando o sr. Bingley retornará de Londres?”

Ele notou que a sra. Bennet lhe dirigiu um olhar cheio de expectativa , “No sábado,” ele respondeu com um sorriso de gratidão para Elizabeth.

“A sra. não o convidou para jantar em algum dia da próxima semana, mamãe?” ela perguntou à mãe na esperança de manter o tópico.

“Ah sim,” redargüiu a sra. Bennet, olhando para Darcy, “esperamos recebê-los todos aqui na noite de terça-feira. Enviarei um cartão à srta. Bingley. Naturalmente o sr. Bingley já me assegurou que ficaria feliz em jantar conosco na próxima semana. Só o que falta é marcar a data. O senhor sabe o que o sr. Bingley gosta de comer, sr. Darcy?”

Após dar assistência no planejamento do menu para a terça-feira seguinte, o sr. Darcy se despediu das damas, e elas se puseram a discutir entre si as novidades sobre o sr. Wickham. A sra. Bennet ansiava em saber mais dessa intrigante associação com o sr. Darcy. Jane e Charlotte também estavam curiosas quanto à aparente mudança de espírito de Elizabeth em relação ao sr. Wickham e ao relacionamento dela com o sr. Darcy, mas ambas mantiveram o questionamento para si mesmas.

Quando Darcy retornou a Netherfield, encontrou a srta. Bingley e a sra. Hurst discutindo a respeito do irmão. A srta. Bingley foi rápida ao informar o sr. Darcy sobre o conteúdo da conversa. “Chamou-nos a atenção, ontem à noite, o fato de que a admiração de Charles pela srta. Bennet parece ter dado azo à expectativa geral de um casamento entre eles.”

“Nós também notamos que Charles parece estar mais apaixonado que de costume desta vez,” acrescentou a sra. Hurst. “Eu não havia me preocupado com a possibilidade de que ele pudesse propor casamento até ontem.”

A srta. Bingley emendou, “Seria um compromisso muito imprudente para ele. Por mais doce que seja Jane, ela realmente não tem nada a oferecer a ele além

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de seus encantos. Todas as vantagens de uma aliança como essa seriam dela.”

Darcy não podia discordar. Ele se sentia da mesma forma quanto à ligação de Bingley à srta. Bennet. Não havia ele próprio despertado esta manhã com aqueles exatos pensamentos? Achara que Jane era tão indigna de Bingley quanto Elizabeth dele próprio. Ainda assim, aprendera desde então a questionar se Elizabeth era mesmo tão inadequada. Seu sonho lhe havia mostrado o que seria estar casado com ela, e em seu sonho ele era feliz. Além do mais, o desfavorecimento de tal compromisso não seria tão grande no caso de Bingley quanto no dele próprio.

“Achamos que o melhor para todos nós seria deixarmos Netherfield amanhã pela manhã, juntar-nos a ele em Londres, e convencê-lo a não retornar,” disse a sra. Hurst.

Darcy não tinha o menor desejo de deixar Netherfield no momento. Estava preocupado com a própria situação, e não queria abandonar a região até que tivesse, no mínimo, compreendido o que se passara entre ele e Elizabeth.

A srta. Bingley insistiu, “Contamos com o senhor para nos ajudar a convencê-lo de desistir da idéia de se casar com a srta. Bennet.”

“Não creio que eu consiga.”

“Claro que sim,” disse a srta. Bingley. “O senhor tem muito mais chance que qualquer uma de nós. Ele confia muito nos seus conselhos.”

“Se ele estiver tão apaixonado quanto temem, não dará nenhuma importância à imprudência do casamento.”

“Mais uma razão para que o façamos enxergar a natureza mercenária das intenções dela em relação a ele. Pois está muito claro que ela não corresponde aos afetos dele.”

Subitamente Darcy lembrou-se de algo no sonho. Ele e Elizabeth haviam discutido sobre Bingley e a srta. Bennet enquanto dançavam. Ela está muito feliz com as atenções dele, eu lhe asseguro... Ela tem muito carinho por ele. Ainda assim, suas próprias observações do que realmente ocorrera na noite anterior o levaram à conclusão oposta. Estaria enganado? Se a rosa fosse real, e os espinhos fossem reais, e se a conversa na estufa fosse real, seriam as afirmações de Elizabeth quanto aos sentimentos da irmã também reais? Recordou-se do aparente interesse de Jane naquela mesma manhã ao saber do esperado retorno do sr. Bingley, e ela parecia ter prestado especial atenção à discussão com a sra. Bennet sobre as preferências do seu amigo.

“Não estou convencido de que ela não o ame,” ele disse.

As duas mulheres arquejaram. “Sr. Darcy,” disse a srta. Bingley, “o senhor certamente viu a maneira com que a sra. Bennet jogou a filha para o nosso irmão. O senhor certamente a escutou se vangloriando de todos os benefícios

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que o casamento trará para a família dela.”

“Infelizmente, tais manifestações não escaparam à minha atenção. Mas não é possível que ela sinta algo por ele apesar do fato de que o casamento beneficiará sua família?”

“Claro que isso é possível. Mas no final, de que adianta? O fato de ela corresponder aos sentimentos dele não a faz uma esposa mais adequada para ele.”

Darcy considerou a ironia da última afirmação da srta. Bingley. Não estava surpreso de achar tão limitada sua definição de adequação para o casamento. “Concordo que a situação dela é a mesma sejam quais forem seus sentimentos,” ele respondeu, “mas não posso convencê-lo de que ela não sente nada por ele quando essa não é a minha verdadeira opinião. E desde que ele acredite que ela corresponde ao seu amor, não creio que ele possa ser influenciado por argumentos de que a união é imprudente.”

“Então o senhor não nos ajudará?” perguntou a sra. Hurst.

“Não hesitarei em manifestar minhas opiniões quanto às desvantagens de tal união – quando ele voltar a Netherfield no sábado.”

“O senhor não pretende ir a Londres conosco?” perguntou a srta. Bingley, chocada.

“Não acredito que sair de Netherfield seja suficiente para alcançar seu objetivo, e eu não desejo partir no momento.”

Os olhos da srta. Bingley se estreitaram. “Talvez o senhor tenha uma razão pessoal para querer permanecer nesta vizinhança. Uma razão com belos olhos e amor pela dança!”

“Talvez eu tenha,” ele respondeu laconicamente. “Com licença.”

Ele se retirou e deixou a srta. Bingley entregue à satisfação de tê-lo forçado a dizer algo que magoava ninguém mais além dela própria.

Após deixar a sala, Darcy procurou refúgio em seus próprios aposentos.

A sós com seus pensamentos, por fim, sua mente se voltou à preocupação com Elizabeth e os estranhos acontecimentos daquela manhã. Puxou o lenço de dentro do bolso de seu casaco e observou os espinhos ali contidos. “Impossível,” disse para si mesmo.

Depois que o sr. Darcy saiu, a sra. Bennet conseguiu um breve momento para falar com Elizabeth. “O sr. Collins queria ter uma conversa particular com você esta manhã, pois tem algo importante a lhe perguntar, mas não a encontramos em parte alguma. Você deve me ajudar a afastar Charlotte para que ele tenha chance de falar com você.”

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“Mãe, por favor, não tenho o mínimo desejo de ter uma conversa em particular com o sr. Collins. Estou muito contente de ter a companhia de Charlotte hoje.”

“Creio que você não compreendeu bem o que eu disse, Lizzy. Ele quer lhe falar, a sós, sobre um assunto muito delicado e pessoal.”

“Eu lhe garanto que compreendi perfeitamente,” redargüiu Elizabeth.

A agitação de Elizabeth quanto aos acontecimentos da noite anterior e daquela manhã a deixou menos tolerante com a mãe do que de costume. Por sorte, a sra. Bennet foi logo distraída por Kitty e Lydia, e Elizabeth se afastou da mãe para se aproximar de Jane.

Elizabeth arranjou-se de forma a passar o resto do dia sem se sujeitar a um encontro reservado com o sr. Collins. Ele partiria em apenas dois dias. Que alívio seria se pudesse evitar a temida entrevista até sábado.

Na manhã seguinte, tanto Darcy quanto Elizabeth acordaram com o mesmo pensamento em mente – o de se encontrarem novamente perto do rio e tentarem descobrir mais sobre o significado do estranho sonho que pareciam ter compartilhando. Ficarem a sós novamente provavelmente lhes causaria desconforto, constrangimento, e embaraço; mas nenhum dos dois havia dormido bem e ambos se sentiam incapazes de pensar em qualquer outra coisa.

Quando Elizabeth chegou ao local à margem do rio onde haviam se encontrado no dia anterior, Darcy já se encontrava lá – esperando por ela. Embora ela tivesse esperança de encontrá-lo, não havia pensado em como se sentiria ao perceber que ele saíra propositalmente também com a intenção de encontrá-la. Ele parecia estar pensando da mesma forma.

“Bom dia, srta. Bennet.”

“Bom dia, sr. Darcy.”

“A srta. faz esta trajetória ao longo do rio com freqüência?”

“Não, não com muita freqüência. Eu normalmente pego o caminho principal. O senhor cavalga por aqui com freqüência?”

Ele sorriu. “Na verdade, não. Descobri este lugar somente ontem.” Ele hesitou e então prosseguiu, “Vejo que não está com a sua rosa hoje.” Ela abaixou o olhar e não disse nada. “Espero que a tenha devolvido à segurança de sua caixa de filigrana.”

Ela levantou os olhos repentinamente, encarando-o, “Como soube que minha caixa de lembranças é decorada com filigrana?”

Ele não soube o que responder, pretendia abordar a questão com mais Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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delicadeza. Mas agora que haviam iniciado, decidiu ir direto ao assunto. “Talvez da mesma forma que a senhorita soube sobre minha história com o sr. Wickham, pois duvido que a idéia de que ele possa ser o responsável pela limitação de suas próprias perspectivas tenha se originado a partir de qualquer relato que ele possa ter feito às suas irmãs.”

Elizabeth o olhou fixamente. Seu coração começou a bater mais rápido e sua respiração se tornou instável com a referência a uma conversa que não poderia ter acontecido, embora ambos se recordassem dela. “Foi comigo, e não com minhas irmãs, que o sr. Wickham falou sobre esse assunto.”

“A senhorita? mas eu pensei...” Ele parou subitamente. Darcy se lembrou de que a sra. Bennet não sabia nada do passado de Wickham e se ele tivesse falado às irmãs mais novas, elas certamente teriam repetido tudo para a mãe. Isso não estava de acordo com o que Elizabeth lhe dissera no sonho. Talvez tivesse sido apenas um sonho afinal. Mas já houvera muitas coincidências, muitos sinais de que havia sido mais que isso.

“Essa conversa teve lugar durante o chá na casa de sua tia, a sra. Phillips, na semana passada?”

“Sim,” ela respondeu baixinho. Ele ficou pensativo por um longo momento e parecia estar confuso com alguma coisa. Ela falou novamente, quase num sussurro, “Eu sei porque o senhor pensou que havia ouvido essa história das minhas irmãs.”

Ele alcançou o olhar dela e o manteve fixo por um momento, ambos procurando uma resposta para a mesma questão, sabendo que o outro estava pensando exatamente a mesma coisa, mas temendo admiti-lo. “Isso não é possível,” ele disse finalmente, desviando seus olhos dos dela.

“Não, não é,” ela concordou.

Mas o fato de concordarem com a impossibilidade do evento era suficiente para confirmar sua ocorrência. Ele se sobressaltou com a resposta dela, e ela percebeu que sua negação do que parecia estar acontecendo revelara que as mentes de ambos estavam de acordo.

“Como soube que minha caixa de lembranças era decorada com filigranas?” ela repetiu.

Ele suspirou. “Eu a vi, num sonho. Pelo menos pensei que fosse um sonho.”

“Só pode ter sido um sonho,” ela disse rápido, antes de perceber que suas palavras constituíam uma confirmação adicional de que o que quer que tivesse acontecido havia sido vivenciado por ambos.

“E como se explica a rosa... e os espinhos?”

“Eu não sei. Não posso explicar,” ela respondeu de uma forma agitada.Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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“Perdoe-me. Eu não pretendia perturbá-la. Os acontecimentos dos últimos dois dias têm sido bem confusos para nós dois.”

“Talvez seja melhor que esqueçamos tudo. Não vamos falar mais nisso.”

“Se é esse o seu desejo, ater-me-ei a ele, mas eu preferia compreender o que está acontecendo.”

“Mas como isso pode ser compreendido? Como pode ser explicado? Como algo assim pode sequer ser sugerido?”

“O que quer dizer?” ele perguntou, referindo-se à sua última questão.

“Sr. Darcy, creio que as atuais circunstâncias me permitem falar-lhe com franqueza. O senhor e eu nunca fomos amigos. Verdade seja dita, nós nos antipatizamos mutuamente desde o início.”

Ele a fitou com a sobrancelha franzida. “A srta. se antipatizou por mim?”

Ela achou a surpresa dele fingida e preferiu não demonstrá-lo com uma resposta. Em vez disso, ela acrescentou, “O senhor deve entender que compreender esta... situação... é impossível por mais de uma razão. Deixando de lado por um momento a impossibilidade do evento por si só, por que uma ligação como essa passaria pela mente de um de nós – e quanto mais pela mente de ambos?”

Darcy não soube o que dizer. Ele sabia o que havia sugestionado sua própria mente e acreditava que o pedido que fizera havia sido também responsável por sugestionar a dela. Por mais impossível que parecesse, era a única explicação que lhe ocorria e uma informação que Elizabeth não tinha. Porém, ela acabara de declarar sua antipatia por ele; ele não podia revelar agora qual fora o seu pedido à estrela cadente. Talvez fosse melhor fazer o que ela dissera, esquecer tudo e nunca mais mencionar o fato novamente. A antipatia dela por ele podia ser um augúrio para mostrar a ele que sua avaliação estava correta: ele não podia se casar com ela. Ele a admirava, talvez até a amasse, mas ela era inadequada e não havia nada que pudesse ser feito.

“Creio que está certa, srta. Não mencionarei este assunto novamente. Espero que perdoe meu atrevimento hoje. Se nos encontrarmos de novo, farei tudo que estiver ao meu alcance para evitar qualquer desconforto que minha companhia possa lhe causar. Desejo-lhe um bom dia.”

Com isso, ele fez uma pequena mesura e conduziu seu cavalo até a estrada, onde montou e saiu galopando. Ao observá-lo, Elizabeth percebeu que a sugestão que ela fizera de que o assunto não fosse mais abordado não era realmente o que ela desejava. Ela também gostaria de compreender o que se passara, e por que aquilo ocorrera. Mas era tarde demais. Ela certamente não mencionaria o ocorrido novamente e sabia que ele também não o faria. Era melhor assim. Talvez se encontrassem novamente no futuro. Caso contrário,

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ela sabia que sempre estariam ligados por esta estranha experiência que haviam compartilhado – uma experiência que lhe permitira o vislumbre de como seria estar casada com aquele homem.

Quarta parteby tradução: Teca

Dentro da carruagem com a srta. Bingley e os Hursts, Darcy não conseguia pensar em nada além de Elizabeth. Pensava na estranha experiência que os havia ligado e na promessa de nunca mais falar sobre o assunto. Ela estava linda esta manhã, vibrante, alegre – exceto quando o vira. Sua mera presença causara desconforto a ela, razão pela qual ele fugira para Londres após deixá-la naquele dia à margem do rio.

Ele sabia que seria incapaz de influenciar Bingley contra a srta. Bennet enquanto seu amigo tivesse qualquer esperança de que seu amor fosse correspondido. Ele lhe falara de suas objeções ao casamento, mas Bingley estava convencido de que a srta. Bennet, agora sra. Bingley, também o amava e Darcy não pôde, em são consciência, se posicionar contra essa crença. E agora, reencontrar Elizabeth dois meses depois e ainda por cima para um casamento, fora muito penoso – para ambos. Assistir à cerimônia havia sido difícil – dizer aquela palavras a Elizabeth era tudo o que ele queria, transformá-la em sua esposa. Mas ela nem ao menos gostava dele. Eles mal dirigiram uma palavra um ao outro – somente o exigido pela boa educação. Ele respirou fundo quando a carruagem parou em frente a Longbourn para o café da manhã em comemoração ao casamento.

Após entregar sua capa ao mordomo Darcy cruzou o hall de entrada e, ao elevar o olhar, surpreendeu-se por ver Elizabeth sorrindo e olhando diretamente em seus olhos. Havia alguma coisa diferente nela. Não usava o mesmo vestido que usara na igreja, e sim um mais elegante. Ele não teve tempo de contemplar as mudanças na aparência dela, pois ela imediatamente tomou-lhe a mão e disse, “Aí está você, meu querido! Por que está parado na entrada? Vamos entrar para cumprimentar os Bingleys novamente!”

Ele a encarou por um momento, perplexo com o comportamento dela. E ouviu-se dizendo, “Meu Deus! Está acontecendo outra vez.”

“O que está acontecendo outra vez? Você está bem, Fitzwilliam? Quer que lhe traga alguma coisa para beber?”

Ela não sabia que estava acontecendo de novo?

Ela esperava por uma resposta. “Não, obrigado. Eu estou bem.”

Ele lhe ofereceu o braço e os dois entraram na sala de estar onde foram cumprimentados por todos como se estivessem casados há algum tempo. Darcy estava confuso. Não fora assim na última vez. No sonho que ambos haviam compartilhado em novembro eles estavam realmente casados; agora

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era apenas como se todos acreditassem que eles estavam casados – até mesmo Elizabeth.

Lembrou-se então de como ela se sentira durante o sonho – confusa, desconfortável. Lembrou-se de ter-lhe perguntado se ela estava se sentindo bem. Esta era a sensação que ela tivera então? Como deve ter sido difícil para ela! Que estranho! Recordou-se das liberdades que tomara quando estavam na estufa. Naturalmente, para ele eles estavam casados, mas para ela... Sentiu a apreensão se manifestar na boca do estômago. Oh não! O que ele fizera? Ela deve ter se sentido presa numa armadilha! Mas, então, lembrou-se da receptividade dela. Ela correspondera ao seu beijo, mesmo que por um breve momento. Ela gostara de suas atenções. Ele sorriu.

“O que é tão divertido, sr. Darcy?” Elizabeth lhe perguntou, maliciosa.

Já tendo cumprimentado todos os presentes, os dois estavam sozinhos num canto da sala. “Foi apenas uma lembrança agradável,” ele respondeu.

Ela sorriu e disse, “Está se recordando do dia do nosso próprio casamento?”

O que poderia dizer? Ele não tinha nenhuma lembrança desse dia. “Estava pensando no baile de Netherfield.” Ele esperava que ela não ficasse desapontada.

Ao invés disso, os olhos dela se iluminaram, “Outra agradável lembrança,” ela acrescentou e, levando a mão ao próprio abdome, sussurrou, “especialmente depois que o baile terminou! Pode me achar boba, mas eu acredito que foi naquela noite que aconteceu!”

Ele apenas a encarou. Estaria insinuando... que ela estava... grávida? Ele ficou encantado com a idéia. E como ele gostaria de beijá-la quando ela o fitou com tanto amor nos olhos! Ele nunca vira nada parecido. Já havia imaginado, tentara imaginar como seria se ela o amasse. Lembrou-se então de que não estavam realmente casados. Nada disso era real. Se ao menos houvesse uma maneira de manter esta realidade! Ele daria qualquer coisa para que assim fosse! Porém sabia que acabaria, exatamente como havia acabado na outra vez. Ele acordaria no dia seguinte como se tudo não tivesse passado de um sonho.

Sua expressão se tornou melancólica com tal pensamento e ela se preocupou. “Você não está contente? Parecia contente quando eu lhe contei na semana passada.”

Ele percebeu que ela interpretara mal a sua reação. “Ah Elizabeth, nada poderia me fazer mais feliz!” Ele exclamou com muita sinceridade.

Ela apertou a mão dele e disse, “Perdoe-me por duvidar de você. Sou uma boba.”

Nesse momento, todos foram chamados para o café. A refeição foi servida na Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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sala de jantar, já que a sala do café não acomodaria um número tão grande de convidados.

Darcy achou a conversa à mesa muito esclarecedora, pois a sra. Bennet naturalmente comparou todos os acontecimentos do dia com o casamento dele. Ela parecia ter muito prazer ao se referir a Elizabeth como sra. Darcy, e cada vez que ele ouvia o nome, seu coração se enchia de orgulho e contentamento. Seu prazer era acompanhado de divertimento quando o título era proferido de má vontade pela srta. Bingley ou pela sra. Hurst.

Após a refeição, todos se reuniram na sala de estar e a srta. Mary se dirigiu ao piano para tocar uma canção que praticara para a ocasião. Quando Darcy entrou com Elizabeth segurando seu braço, começou a procurar por dois assentos juntos. Ela, no entanto, o puxou para o corredor e, quando a música começou a tocar, disse, “Atrevo-me a dizer que já ouvimos essa canção muitas vezes nestes últimos dias,” enquanto o encaminhava para a sala do café da manhã.

Ao fechar a porta ela se aproximou dele e disse, “Por favor, me diga o que o está preocupando. Você não está em seu estado normal hoje.”

O carinho com que ela falou o deixou muito feliz. O tema de sua observação, entretanto, fez com que ele se lembrasse de ter-lhe dito quase as mesmas palavras durante o sonho que tivera em novembro. Sua respiração se alterou. Ela estava tão próxima a ele, acreditando ser sua esposa e estar grávida! Como era possível? Mas não havia tempo agora para pensar nisso. Era preciso atravessar aquele dia. Teria tempo suficiente no dia seguinte para considerar o significado de tudo o que estava acontecendo.

“Vejo que está determinado a se manter em silêncio,” ela disse por fim. “Sei que não está disposto a conversar muito, mas não é normal você ficar tão calado quanto hoje. Me faz lembrar de quando nos conhecemos.”

Ela a olhou pensativo. “Você não gostava de mim naquela época.”

Ela sorriu, “Por favor, não me recorde tempos tão infelizes! Eu não o conhecia, meu amor.”

“E agora?”

Ela acariciou o rosto dele, “E agora eu sei que você é o melhor de todos os homens.”

Seu coração palpitou e ele respirou fundo. Após um momento de reflexão ele disse, “Espero que você se lembre disso amanhã.”

“Por quê? Está planejando fazer alguma coisa amanhã que me leve a duvidar de sua honra?”

“Nunca.”Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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Ela deslizou a mão até sua nuca e disse em voz baixa, “Ótimo, porque não creio que eu possa pensar mal de você agora que o amo tanto!”

A declaração dela foi mais do que ele podia agüentar. Desejava ardentemente tomá-la em seus braços e a proximidade dela no momento, junto com a convicção de que estavam casados, facilitaria tudo. Mas a simples idéia de tirar proveito da situação dessa maneira era suficientemente repugnante para fazê-lo resistir ao impulso.

Nesse momento, contudo, ela fez com que ficasse cada vez mais difícil para ele manter-se fiel à sua resolução de resistir aos próprios impulsos, pois ergueu o rosto na direção dele e beijando-lhe a face suavemente. Darcy fechou os olhos enquanto ela repetia o gesto algumas vezes. Elizabeth o estava beijando! Porém, ele não podia responder, por mais tentado que estivesse. Ela não era realmente dele. Eles não estavam realmente casados. Ele nunca imaginara que a agonia podia ser tão doce! Ele precisava pôr um fim nisso.

Abriu os olhos e, segurando-a suavemente pelos ombros, afastou-a de si. Ela o fitou interrogativamente.

“Por favor, entenda. Não podemos...” Ele fez uma pausa, sem saber como explicar sua aparente rejeição por sua demonstração de afeto. Agarrou-se ao primeiro pensamento que lhe passou pela cabeça, “Alguém poderia entrar a qualquer momento.”

“Creio que tem razão, mas você não estava tão preocupado com isso no baile em Netherfield quando ficamos a sós na estufa.”

“Mas isto é diferente. Não há nada que eu deseje mais que... mas não posso permitir. Prometo-lhe que amanhã você entenderá o porquê.”

Ele não pensou o quão estranha a última observação soaria a Elizabeth antes de fazê-la. Por sorte a mente dela estava ocupada com outra coisa. “Você nunca me contou qual foi o seu pedido. Aquele sobre o qual me falou naquela noite. O pedido que fez à estrela cadente.”

Ele sorriu. “Isso é porque tais pedidos devem ser mantidos em segredo ou nunca se tornarão realidade. Nunca fez um pedido à estrela?”

“Confesso que sim – uma vez. Mas não vou permitir que mude de assunto. Você disse que seu pedido havia sido um sucesso. Certamente você pode revelá-lo já que já foi atendido.”

Com o semblante sério, ele a olhou intensamente no fundo dos olhos e sussurrou, “Você não sabe? Eu pedi você, Elizabeth.”

Ela sorriu e, colocando a mão em seu braço e caminhando na direção da porta, ela disse, “Foi bom você ter embargado nossa atividade, caso contrário eu não seria capaz de resistir a beijá-lo ardentemente depois de tal declaração.”

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Ele lhe devolveu o sorriso e seu coração se encheu de alegria e calor enquanto deixavam a sala. No corredor, passaram por uma mesa sobre a qual Jane depositara as flores que ela carregara durante a cerimônia daquela manhã. Elizabeth parou, tirou uma rosa branca do buquê e a entregou a ele. Ele sorriu ao pegar a flor. Tirou uma das pétalas, beijou-a e devolveu-a a ela, dizendo, “Guarde isto na sua caixa de lembranças.”

Elizabeth imediatamente atendeu ao pedido dele e ele enfiou com cuidado a rosa em seu bolso enquanto a observava subir as escadas. Enquanto Elizabeth estava em seu quarto, a carruagem dos Hursts foi anunciada. Bingley encontrou Darcy no corredor e o apressou a sair com ele para dizer adeus às suas irmãs.

Em pé na entrada do hall, ele se virou e olhou para cima. Não havia sinal de Elizabeth. Ele sabia que era chegada a hora daquele lindo sonho acabar. Cruzou o hall e, enquanto o mordomo lhe entregava a capa, ele ouviu passos na escadaria. Ele parou, fechou os olhos por um breve momento, e virou-se na hora em que ela chegava ao pé da escada. Ela estava com o vestido que usara na igreja. Quando seus olhos se encontraram, ela pareceu apreensiva e constrangida. Ele lhe fez uma pequena reverência, virou-se e saiu em direção à carruagem, onde os Hursts e a srta. Bingley o aguardavam.

Na manhã seguinte ao casamento dos Bingleys, Darcy despertou com a vívida lembrança de um sonho sobre o dia anterior. Entrou no quarto de vestir, encontrou a casaca que usara no casamento e buscou algo em seu bolso. Ali ele encontrou uma rosa branca, um pouco amassada por ter ficado no bolso, com uma pétala faltando. Ele sorriu, foi até sua cômoda, abriu a gaveta de cima, e tirou um lenço. Pôs a rosa com muito cuidado junto com os espinhos que estavam embrulhados no lenço, guardando tudo em seu bolso. Sorriu consigo mesmo, sabendo que em algum momento daquela manhã ela encontraria uma pétala branca de rosa em sua caixa de lembranças.

Quinta parte (final)by tradução: Teca

Quando Elizabeth acordou no dia seguinte ao casamento de Jane e Bingley, recordou-se de ter sonhado estar casada com o sr. Darcy. Imediatamente ficou apreensiva, sentindo um nó no estômago, e sentou-se abruptamente na cama. Aconteceu novamente. Lembrou-se então dos eventos reais do dia anterior. O sr. Darcy viera a Longbourn para o café da manhã em comemoração ao casamento. Havia sido embaraçoso e constrangedor. Ela esperava evitá-lo o máximo possível, mas ele fora educado e atencioso com ela.

Suspirou aliviada e caiu de novo sobre o travesseiro – desta vez havia sido realmente apenas um sonho. Em novembro ela não tivera outra recordação do baile em Netherfield além da inexplicável lembrança, aparentemente compartilhada pelo sr. Darcy, de que todos acreditavam que ela fosse sua esposa. Agora ela se lembrava dos eventos de ontem, e no sonho era como se

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ela estivesse realmente casada com ele. Em novembro ela sabia que não estava. Desta vez era diferente. Desta vez havia sido apenas um sonho – sem sombra de dúvida provocado pelo fato de ela tê-lo visto no dia anterior, depois de dois meses.

Ela se levantou e encaminhou-se à penteadeira para começar o dia, enquanto os acontecimentos do sonho passavam por sua mente – a rosa que ela dera a ele, a pétala que ele dera a ela. Ao se sentar, fitou a caixa de lembranças. Balançou a cabeça e olhou para o espelho tentando ignorar a caixa, mas foi inútil. “Eu tenho que acabar com isso de uma vez por todas,” disse para si mesma, “Não ficarei sossegada enquanto não provar que não há nada aí.” Abriu a caixa e ali, junto à rosa murcha de novembro, havia uma única e fresca pétala branca de rosa. Ela prendeu a respiração, pegou a pétala e olhou-a fixamente por um momento, dizendo, “Não pode ser!”

Aquilo estava além de sua compreensão! Começou a pensar mais atentamente em tudo o que havia se passado no sonho. Ela estava casada com ele, havia sugerido que estava grávida e o beijara! Mas ele resistira, não quis beijá-la e disse que ela entenderia o porquê no dia seguinte. Ele sabia. Ele soube que não estavam casados no sonho, exatamente como ela soubera em novembro. A única diferença era que ele tivera o benefício da experiência anterior. Ela se lembrava de que em novembro ele parecera recordar-se dos fatos reais do baile em Netherfield, enquanto que ela só se recordara dos eventos do sonho. Acontecera novamente – e desta vez a experiência havia sido inversa, mas por quê?

O que motivara o sonho? Lembrou-se da noite anterior ao casamento de Jane, olhando pela janela, tão feliz de que sua irmã tivesse encontrado o verdadeiro amor, perguntando-se se algum dia encontraria algo semelhante, se conseguiria se casar por amor.

Sabia que o casamento de Jane lhe permitiria conhecer um número maior de homens do que lhe seria possível se permanecesse no campo, e homens mais importantes do que os que conheceria se estivesse na capital com os Gardiners. Mas seria capaz de amar algum deles? Será que algum deles a amaria o suficiente para escolhê-la, apesar de sua situação? Foi quando pousou o olhar em uma estrela cadente e pediu que um dia encontrasse o verdadeiro amor. Ela provocara o sonho. Ela fizera aquilo acontecer. Mas certamente esta não poderia ser a resposta àqueles pensamentos melancólicos, amor verdadeiro com... o sr. Darcy?

Percebeu que, se ela fizera aquilo acontecer agora, com seus pensamentos, então ele deve ter feito aquilo acontecer em novembro. O pedido dele deve ter motivado tudo. Seu pedido à estrela. Recordou-se das palavras dele no sonho de ontem, Eu pedi você, Elizabeth. Mas ele teria que ter feito o pedido antes do baile em Netherfield. Seria possível que ele estivesse realmente apaixonado por ela, que já o estivesse na ocasião? Ela se deu conta de que, durante o sonho do dia anterior, ele havia revelado qual fora seu pedido, consciente das reais circunstâncias.

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Ela se recordou das palavras dele durante a última conversa que tiveram em novembro, quando ela salientara que não simpatizavam um com o outro. A senhorita se antipatiza por mim? A surpresa dele havia sido sincera. E no sonho da noite anterior ele a lembrara de que ela se antipatizara por ele. Mas ela declarara e tivera sentimentos diferentes. E o que ele havia dito? Espero que se lembre disso amanhã. Seria possível? Suas palavras e ações pareciam indicar que ele nutria sentimentos por ela, embora não os houvesse declarado. Porém, ele havia declarado seu amor no sonho de novembro, e no de ontem ele beijara a pétala de rosa antes de entregar-lhe – totalmente consciente da realidade da situação.

Aturdida por tais reflexões, vestiu-se rapidamente e embrulhou a rosa de novembro e a nova pétala de rosa em um lenço e guardou-o em sua bolsinha. Desceu para a cozinha e encontrou as flores do casamento de Jane onde as pendurara para secar. Elizabeth fizera o arranjo e sabia que havia incluído quatro rosas brancas que Bingley mandara da estufa de Netherfield. Contou as rosas do arranjo – só havia três. Ela sabia onde a quarta rosa estava.

Antes mesmo de perceber o que estava fazendo, Elizabeth parou na sala do café da manhã para dar bom dia à família e avisá-los que sairia para um passeio. Ao caminhar na direção do rio, parte dela queria fazer a volta e correr para casa; mas alguma coisa a impelia a continuar em frente. Quando chegou ao lugar em que encontrara o sr. Darcy naqueles dois dias de novembro, ele já se encontrava ali – com uma rosa branca nas mãos.

Darcy sorriu ao vê-la. “Bom dia, srta. Bennet.”

Ela não conseguia encará-lo, “Bom dia,” ela disse, olhando para o chão enquanto fazia uma pequena mesura. Subitamente recordou-se de sua conduta no sonho – ela o tocara, o beijara. Fora apenas um sonho, mas ela sabia que ele também se lembrava, e sentiu o calor lhe subindo ao rosto enquanto ruborizava embaraçada.

“É um prazer vê-la aqui novamente,” ele disse.

“Obrigada,” ela respondeu quase num sussurro, ainda evitando o olhar dele.

“Estimo que esteja bem,” ele disse num tom que indicava a consciência de alguma circunstância que poderia causar-lhe mal estar.

“Estou muito bem, obrigada.”

Ficaram em silêncio por alguns momentos antes que Darcy voltasse a falar. “O tempo está muito agradável, não acha?”

Ela ficou um pouco surpresa ao vê-lo falando do tempo. Mas logo se lembrou da última conversa em novembro. Ele lhe prometera não mencionar o incidente novamente. Mas por que então ele viera encontrá-la?

“Sim,” foi tudo o que respondeu.Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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Eles precisavam abordar o assunto. Não fora essa a razão que levara ambos àquele lugar? Ele prometera não mencionar mais nada, então ela deveria tomar a iniciativa. Olhou para a flor nas mãos dele. Talvez fosse tudo apenas uma coincidência. Precisava de uma confirmação por parte dele sobre o que acontecera, antes que pudesse falar abertamente sobre o assunto. “Não é época de rosas,” ela observou, suas palavras refletindo as dele em novembro.

Ele sorriu. “Não, não é. Encontrei esta rosa esta manhã em um dos bolsos do casaco que usei ontem. Creio que é do buquê da sra. Bingley.” Seu olhar se fixou no dela enquanto dizia estas últimas palavras, e o coração de Elizabeth começou a bater mais rápido. “Mas uma das pétalas maiores está faltando,” ele prosseguiu, mostrando-lhe a flor.

Ela abriu a bolsa, tirou a pétala e a mostrou a ele. “Isto estava na minha caixa de lembranças esta manhã.” fez uma pausa, e acrescentou num sussurro, “ mas o senhor sabia que estava lá.”

“Eu suspeitava.”

Darcy não sabia como continuar.Desejava falar sobre o ocorrido e ela também parecia disposta a tocar no assunto, mas ele prometera em novembro que nunca mais mencionaria o tema.

Então ela falou. Em voz baixa. Quase um murmúrio. “Por que veio até aqui?”

“Eu esperava vê-la.” E após uma breve pausa ele disse. “E por que a senhorita veio até aqui?”

Ela suspirou. “Não sei bem. Depois do que aconteceu ontem...” Ela parecia pouco disposta a continuar.

“Ontem também foi um dia muito bonito. A cerimônia foi adorável, e o tempo colaborou bastante.”

Elizabeth sorriu involuntariamente, achando graça da tentativa dele de evitar acintosamente o assunto que ambos queriam abordar. Falou-lhe então no mesmo tom suave, “Creio que sabe que não vim até aqui para falar do tempo ou sobre o casamento de minha irmã.”

Darcy sorriu. “Não tenho a pretensão de achar que tenha vindo até aqui para falar comigo,” Elizabeth corou novamente ao perceber a implicação inadvertida de suas próprias palavras. “embora nutra a esperança de que tenha sido esse o caso.” Ela ergueu o olhar, surpresa. Ele deu um passo em sua direção e disse em voz baixa, “Creio que sei sobre o que deseja discutir, mas preciso de sua permissão para falar sobre o assunto, já que lhe fiz uma promessa de nunca mencionar a questão novamente.”

“Tem a minha licença, senhor, para falar sobre o que quer que seja,” ela respondeu, “embora eu não acredite que falar sobre isso seja mais eficaz no

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sentido de evitar outra ocorrência similar do que foi nos abstermos de tocar no assunto.”

“Impedir que acontecesse novamente nunca foi a minha intenção ao prometer-lhe me calar sobre o assunto, tampouco seria o meu propósito agora ao abordar a questão. Mas agradeço-lhe de qualquer maneira por me liberar da promessa.”

“E qual é seu propósito ao querer falar sobre isso agora?”

“Compreender o que aconteceu, por que aconteceu e, o mais importante de tudo, conhecer sua opinião sobre o assunto.”

“Minha opinião? Meus pensamentos estão tão dispersos, tão confusos, não sei o que pensar. Mal posso pensar em algo além da impossibilidade, da estranheza de tudo isso.”

Ele simplesmente balançou a cabeça, indicando que compreendia, e disse “Acho inútil qualquer tentativa de compreender o ocorrido. Já tentei, ao invés de apenas aceitar que aconteceu, por mais impossível que possa parecer, e tentei refletir sobre o significado do que houve.”

Ela nada disse em resposta e ele também se manteve calado por um momento enquanto andava na direção do rio. Finalmente, ele parou e se voltou para ela para dizer, “Creio que sei por que aconteceu em novembro passado.” Fez uma pausa e ela se manteve calada. A expressão dela indicava que entendera a referência ao pedido que ele fizera e ela o olhou com certa expectativa. Ele continuou, “Mas o de ontem não foi de minha responsabilidade, portanto só posso concluir que a responsabilidade deva ter sido sua.”

Elizabeth foi tomada de surpresa pelo atrevimento dele. Deveria revelar sobre o que meditara na noite anterior ao casamento? Sem ponderar muito sobre a questão, ela disse, “Eu realmente passei algum tempo, duas noites atrás, pensando com carinho no casamento de Jane e questionando... meu próprio futuro.”

Darcy sorriu, “E onde estava enquanto refletia sobre isso?”

“Sentada próxima à janela no meu quarto, observando as estrelas no céu.” Então, para evitar que ele acreditasse que ela estivera pensando nele, acrescentou, “Mas eu não estava contemplando nenhum futuro em particular, somente me perguntava se seria abençoada com a mesma felicidade que Jane encontrou.”

“A senhorita sentiu essa felicidade ontem.”

Não era uma pergunta e sim uma afirmação. Não havia como negar. Ela lhe deu as costas, muito embaraçada para responder.

Ele se aproximou por trás dela e sussurrou, “Não vai olhar para mim?”Texto original (original text: A Glimpse)http://bennetgirls.com/Alicia/AG.html

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Ela voltou-se para ele lentamente.

“Diga apenas que não tem antipatia por mim,” ele disse. “Que se recorda de suas próprias palavras de ontem quando declarou que tenho boas qualidades, que se recorda de como se sentiu quando as proferiu.”

“Eu me lembro,” ela disse de maneira quase inaudível.

“Em novembro passado desejei saber como seria estar casado com a senhorita, porque na época eu acreditava que não pudesse fazer tal escolha. Fui agraciado com o vislumbre do que seria aquela vida – a vida que eu me recusava buscar – se eu me entregasse aos meus sentimentos. Duas noites atrás a senhorita desejou saber se poderia ter um futuro feliz com o homem que a amasse e que a senhorita pudesse amar. Ontem foi agraciada com o vislumbre desse futuro. Sabe que foi a resposta ao seu pedido, assim como a adorável noite que compartilhamos em novembro foi a resposta ao meu. Esse futuro pode ser seu... nosso, e é o que desejo acima de qualquer coisa.”

Ela o encarou por um momento, assombrada. Aquela era uma proposta de casamento? Pensou sobre tudo o que ele lhe dissera, repetindo mentalmente suas palavras. Finalmente ela disse, “Me pergunto por que o senhor considerava impossível, dois meses atrás, o que agora afirma ser seu maior desejo.”

“Eu a admirava muito em novembro, mas na época não pensei que pudesse ser um casamento prudente para mim. Eu reprimi meus sentimentos por razões não muito nobres. A concessão ao meu pedido em Netherfield abriu os meus olhos. Em vez de me sentir satisfeito com a noite que me foi concedida como seu marido, passei a desejar ainda mais aquela realidade.” Após um breve pausa, ele continuou, “Foi então que disse que não gostava de mim. Fiquei chocado e magoado. Acreditei que não quisesse nada comigo. Disse que não queria discutir o que havia acontecido, então prometi que não o faria. Confesso que tinha esperança de lhe causar uma impressão melhor quando a encontrei ontem novamente, mas nunca podia esperar que o que aconteceu em novembro aconteceria novamente.”

“Não, eu tampouco.”

“Mas acredito que tenha acontecido por uma razão. Por mais impossível que nos pareça, não podia ser resultado apenas do acaso. E acredito que o propósito foi o de nos mostrar que fomos feitos para ficarmos juntos.” Nova pausa e ele declarou, “Eu a amo.” Ela ergueu o olhar para ele repentinamente. Ele sorriu pela sua expressão de surpresa. “Sabe que a amo. Talvez não corresponda ao meu sentimento agora, mas sei que pode vir a fazê-lo. Tenho fé nas suas palavras de ontem, na convicção com a qual as pronunciou.”

Enquanto o ouvia, a mente de Elizabeth se enchia de lembranças do sonho, e seu coração se enchia das sensações que experimentara. Resignou-se a aceitar a futilidade do pensamento racional nesta situação e desistiu inteiramente de

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tal esforço. Os sentimentos do sonho da noite anterior a envolveram. Ela amava e confiava no homem que estava diante dela tanto quanto o amara e confiara nele na noite anterior, quando acreditara estar casada com ele. Sentiu em seu interior a fusão daquela realidade com a realidade de agora, por mais inexplicáveis que fossem aqueles eventos.

Ela olhou bem no fundo de seus olhos e sorriu. Ele se inclinou para beijá-la e ambos se encheram de contentamento ao pensar no futuro que compartilhariam, um futuro do qual já tiveram um vislumbre.

FINIS

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