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© 2014 Trench, Rossi e Watanabe Advogados 10.09.2014 Henrique Frizzo Visão Geral da Lei de Inovação: Avanços e Desafios após 10 anos.

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10.09.2014

Henrique Frizzo

Visão Geral da Lei de Inovação: Avanços e Desafios após 10 anos.

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1 Conceitos Gerais da Lei de Inovação

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Lei 10.973/2004 - Lei de Inovação: Norma que regula o

relacionamento entre a indústria e institutos públicos de

pesquisa com os seguintes propósitos:

• Permitir e contribuir para que que o alto nível das pesquisas puras nos ambientes de

pesquisa públicos fossem refletidas em pesquisa aplicada, resultando em produtos (e

serviços) com aplicação comercial.

• Aparelhar os centros de pesquisa públicos com órgãos de incentivo de atividades de

pesquisa aplicada e administração da propriedade intelectual desenvolvida.

• Facilitar o financiamento das pesquisas e incentivar o pesquisador público.

• Dar segurança jurídica aos investimentos e projetos comuns entre empresas e centros de

pesquisa públicos.

• Incrementar o número de patentes e invenções com aplicação comercial, de forma a

melhorar o posicionamento do Brasil nas estatísticas sobre pesquisa e desenvolvimento,

além de permitir a redução na balança de pagamentos de royalties (alterar a posição

brasileira de grande pagador para também recebedor).

Conceitos Gerais da Lei de Inovação

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2 Instrumentos da Lei de Inovação

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Instrumentos da Lei de Inovação

A Lei de Inovação prevê os seguintes instrumentos:

• Compartilhamento ou Utilização de Infraestrutura: Micro e pequenas empresas (incubadoras) podem compartilhar e outras empresas se utilizar das instalações da ICT. O acordo pode prever definição de compensação, e os resultados das pesquisas podem ser integralmente apropriadas pela entidade privada.

• Participação Minoritária em SPE: O governo pode injetar capital em

empresa que foi organizada para desenvolver produtos inovadores. No âmbito Federal, depende-se de decreto presidencial e orçamentos específicos. A propriedade intelectual sobre os resultados obtidos pertencerá aos detentores do capital social, na proporção da respectiva participação.

• Prestação de Serviços por ICTs: ICT pode prestar serviços voltados à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Pesquisadores públicos podem receber compensação adicional. A propriedade intelectual decorrente do contrato pode ser negociada, mas em geral pertence à entidade Contratante.

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Instrumentos da Lei de Inovação

A Lei de Inovação prevê os seguintes instrumentos (cont.):

• ICT como contratante de serviços de empresa privada: A ICT pode contratar empresas privadas para o desenvolvimento de tecnologias específicas ou para resolver obstáculos críticos dentro do projeto de R&D. A compensação poderá ser condicionada aos resultados. A propriedade intelectual decorrente do contrato pertencerá à ICT.

• Parceria entre a ICT e entidades privadas: O acordo deve prever a posse da propriedade intelectual decorrente e a participação nos resultados da exploração das invenções. As partes tem seus direitos de licenciamento garantidos.

• No entanto, a proporção da posse sobre a propriedade intelectual deverá respeitar o valor agregado das alocações de recursos entre as partes.

• Concessão de linhas de financiamento especiais para P&D e outros tipos

de subvenção econômica.

• Transferência de tecnologia: a ICT pode conceder licença ou transferência de teconologia para a exploração comercial de um produto/serviço inovador. Se a transferência ou licença for exclusiva, um tipo de procedimento competitivo deve ser adotado.

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3 Quase 10 anos da Lei de Inovação:

Avanços e Desafios

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A Lei de Inovação completa 10 anos, desde então:

• Maioria das ICTs conseguiram desenvolver uma política de inovação

e organizar um NIT para gerir sua política de inovação.

• O número de funcionários responsáveis pela política de inovação aumentou.

• Percebe-se incremento no número de proteções requeridas e de contratos de exploração comercial firmados.

• Os resultados financeiros das criações desenvolvidas por ICTs tem crescido significativamente ao longo dos anos.

• Algumas empresas incubadoras já conseguiram se firmar no mercado.

• Uma série de mecanismos de financiamento e incentivo foram estabelecidos, como linhas especiais de financiamento e benefícios tributários.

Avanços

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Porém:

• Ainda há muita incerteza quanto à divisão dos resultados: Pouco espaço para negociação da propriedade intelectual resultante de projetos.

• Apoio a incubadoras e ao inventor ainda é incipiente. Atenção ainda é concentrada

em inventos. Pouco foco em serviços.

• Insegurança jurídica em relação a limitações à exploração comercial dos produtos e processos inovadores.

A exploração comercial exclusiva deve ser submetida a uma espécie de licitação. Necessidade de detalhamento antes da assinatura do contrato de pesquisa.

• A cultura da inovação nas ICTs ainda não foi devidamente absorvida. Encontra-se

muita resistência por parte de pesquisadores, decorrente do sentido de propriedade sobre o invento e confusão sobre direitos autorais.

• Os NITs ainda precisam se sofisticar em relação a suas práticas e formalização. Muito do trabalho precisa ser realizado “em casa”.

• Deve haver mais atenção à micro-gestão. Detalhes são essenciais nestes projetos.

Desafios

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A experiência prática demonstra os seguintes desafios ao investimento:

• Formalização inadequada dos acordos e dos respectivos procedimentos administrativos.

• Incertezas em relação aos pedidos de patente: Depósitos de patentes realizados por partes ilegítimas, pedidos insuficientemente instruídos e respeito à titularidade.

• Ausência de clareza em relação à parte com que se está contratando.

• Contabilidade atrapalhada no começo das empresas, falta de planejamento em relação às obrigações empresariais. Ausência de observância dos procedimentos regulatórios específicos.

• Descompasso entre as expectativas • ICTs e pesquisadores visam os benefícios sociais e a empresa ao resultado empresarial. • Posições distintas quanto a extensão da transferência de tecnologia.

Desafios ao investimento

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Desafios ao investimento

Recomendações a ICTs, start-ups e incubadoras: • Estabelecimento de políticas claras de inovação e NITs, prevendo

expressamente os direitos e obrigações dos pesquisadores.

• Atenção às formalidades desde o início. Assinatura de acordos que prevejam com clareza as obrigações das partes, possibilidade de rescisão e o compartilhamento de resultados.

• Preocupação com organização de livros, licenças e documentos, e governança da entidade.

• Investimento em consultorias especializadas para realizar a divulgação de sua abertura ou busca de parceiros estratégicos.

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Recomendações a investidores:

• Realização de due diligence na incubadora/startup, com especial atenção aos contratos, gestão da propriedade intelectual e regularidade das operações (livros, contabilidade e licenciamento).

• Alinhamento inicial das expectativas e verificação da intenção das partes em relação às obrigações e resultados.

• Celebração de pré-contratos (carta de intenções, memorandos de entendimento) estabelecendo as condições mínimas de negociação, confidencialidade e encerramento do projeto.

Desafios ao investimento

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4 Projetos de Lei

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Dois Projetos de Lei:

Projeto de Lei da Câmara dos Deputados nº 2.177/2011, Dep. Bruno Araújo

Projeto de Lei do Senado nº 619/2011, Sen. Eduardo Braga

Em comum, os projetos almejam:

Flexibilizar as contratações de ICTs públicas e o respectivo processo de importação de bens associados à pesquisa.

Incrementar a autonomia da gestão dos processos de inovação.

Aprimorar dos mecanismos de financiamento e ampliação dos beneficiários da Lei de Inovação (incluindo ICTs constituídos por empresas).

Apoiar os pesquisadores públicos.

Projetos de Lei

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Primeiro texto era basicamente um compilação da legislação esparsa sobre o tema. Em relação aos temas polêmicos, mantinha basicamente a mesma redação.

Texto substitutivo apresentou diversos avanços em relação aos acordos de parceria e P&D em empresas:

Definição de ICT privada como entidade sujeita à Lei de Inovação;

Apoio à criação de ambientes promotores de inovação (parques tecnológicos, incubadoras, etc.);

Esclarecimento da dispensa de oferta tecnológica pública para exploração comercial exclusiva por parte do parceiro privado;

Autonomia das ICTs em relação à definição da proporção da titularidade da propriedade intelectual.

Flexibilização da prestação dos serviços por parte das empresas privadas;

Detalhamento dos instrumentos de estímulo à inovação (incluindo bônus tecnológico).

Projeto de Lei nº 2.177/2011

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Pontos positivos:

Maior detalhamento dos instrumentos de financiamento e subvenção das atividades de inovação.

Criação do conceito de ICT Privada, com definição de mecanismos de apoio a essas entidades;

Especial atenção aos pesquisados público, com novas formas de incentivo e compartilhamento dos ganhos.

Aspectos Negativos:

Não aborda os aspectos cruciais das parcerias com empresas privadas, mantendo a definição de proporção sobre a titularidade da propriedade intelectual e as incertezas quanto ao licenciamento exclusivo do parceiro privado;

Excesso de detalhes e engessamento dos procedimentos;

Demasiado foco nas contratações públicas – praticamente cria novo procedimento licitatório. Dificulta aprovação legislativa.

Projeto de Lei nº 619/2011

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HENRIQUE KRUGER FRIZZO

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