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Uma nova realidade ANO 2 | EDIÇÃO 04 | JUN/JUL/AGO 2010 Meu tio e o namorado Meu pai e a namorada Minha mãe e o marido Filha do namorado do meu tio Minha irmã e meu meio-irmão Meu meio-irmão Meu meio-irmão e eu ENTREVISTA Satyaprem fala sobre o encontro com a verdade EQUILÍBRIO Nascer bem: as vantagens e benefícios do parto normal

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ANO 2 | EDIÇÃO 04 | JUN/JUL/AGO 2010 Meu meio-irmão e eu Meu meio-irmão Filha do namorado do meu tio Meu pai e a namorada Meu tio e o namorado Minha mãe e o marido Minha irmã e meu meio-irmão equilíbrio maturidade meio ambiente ALIMENTAÇÃO Carne vermelha, saudável ou dispensável? MATURIDADE Conheça os exemplos dos guardiões da natureza QUALIDADE DE VIDA Sedentarismo, saiba como afastar esse vilão 3 ANO 2 | EDIÇÃO 04 | JUN/JUL/AGO 2010 NOSSA CAPA ILUSTRAÇÃO: VITOR NEGREIROS

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Uma nova realidadeNovas famílias

A N O 2 | E D I Ç Ã O 0 4 | J U N / J U L / A G O 2 0 1 0

Meu tio e o namorado

Meu pai e anamorada

Minha mãee o marido

Filha do namorado do meu tio

Minha irmã e meu meio-irmão

Meumeio-irmão

Meu meio-irmão e eu

ENTREVISTA Satyaprem fala sobre o encontro com a verdade

EQUILÍBRIO Nascer bem: as vantagens e benefícios do parto normal

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Sumário

NOSSA CAPAILUSTRAÇÃO:VITOR NEGREIROS

4 8 14 18 24 28 32 36 40

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ALIMENTAÇÃOCarne vermelha, saudávelou dispensável?

QUALIDADE DE VIDASedentarismo, saiba comoafastar esse vilão

MATURIDADEConheça os exemplosdos guardiões da natureza

A N O 2 | E D I Ç Ã O 0 4 | J U N / J U L / A G O 2 0 1 0

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Expediente

Se você se sente como se estives-se sentado junto a um grande painel, cheio de botões coloridos e identi-ficados com sentimentos ou ações, pronto para acessá-los de acordo com suas necessidades e vontades, bem-vindo ao clube, você é uma pessoa controladora.

Não é fácil admitir tal rótulo, mes-mo porque, para nós controladores - humildemente me incluo nesse hall -, o ato de achar que podemos planejar tudo é praticamente natural. Aí vem o universo furioso, nos olha com des-dém e joga de lá de cima situações que fogem completamente do nosso controle e vontade. Uma grande ras-teira, é verdade. Mas nós continua-mos firmes e fortes, atentos ao nosso painel de botões até acontecer outra rasteira do universo.

Acho que chegou a hora de apren-der, não? Já tenho hematomas sufi-cientes de tantos tombos, doloridos e marcantes.

A pauta dessa nova edição da Vi-ver Bem em Revista mostra que temos que baixar a bola e deixar as coisas acontecerem; não podemos decidir e controlar tudo. Assim mostra a maté-ria Nascer Bem, quando cita a mar-cação da hora e data do bebe vir ao

mundo. Também é o caso das novas famílias que se formam hoje em dia, provando que não controlamos nos-sos sentimentos, nem os sentimentos dos outros. A entrevista com o guru Satyaprem fala diversas vezes sobre a arte de soltar as rédeas do controle, “não pense na melhor maneira de vi-ver, apenas viva”, insiste ele.

Esta edição está especialmente rica, um pouquinho maior e estre-ando a sessão Meio Ambiente, com exemplos de empresas ecologicamen-te corretas. Exemplos dados também pelos Guardiões da Natureza que re-velam a simplicidade e plenitude que é viver para a natureza.

Enquanto isso, sugiro fazer uma pausa, usar mais nossa intuição e menos os botões do controle, desen-rugar a testa, deixar de tanto stress e simplesmente deixar a vida vir. Vamos aceitar que em certos casos nada depende de nós, e largar de vez o manche e as manivelas, porque do contrário, vamos perder a paisagem que passa na janela.

Eu vou fazer essa lição de casa. Prometo.

Boa leitura!

Adriana Keller

Edição nº 4 jun/jul/ago de 2010

Direção geralJuliana Garcia e Patrícia Guedeville

Coordenação editorialAdriana Keller

EditorialBureau de Comunicaçã[email protected]

TextosAdriana Keller, Cleonildo Mello, Kennya Amorim e Rafael Duarte

RevisãoAndrea Vianna

FotosArmando Trindade, Camila Ferraz, Fernanda Lima e Geovana Reis

Projeto GráficoCarlos Soares

DiagramaçãoGR Design Editorialwww.grdesigneditorial.com.br

ComercialGGTec Produções

ImpressãoImpressão Gráfica

Tiragem10.000 exemplares

Fale conosco84 [email protected]

Distribuição gratuita

Controle

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As promoções de aniversário do Viver Bem sempre movimenta-ram a cidade e atraíram um grande número de participantes. Este ano foi ainda mais especial. Ousamos ao levar uma telespectadora para um dos melhores spas do Brasil e, como o sorteio foi feito pelo portal www.guiaviverbem.com.br, parti-cipantes de todo o País se inscreve-ram para concorrer.

A sorteada foi a turismóloga Bartira Seixas que de 30 de maio a 5 de junho fi cou exclusivamente dedicada ao bem-estar. Durante sua temporada no Spa Maria Boni-ta, ela teve a oportunidade de de-sintoxicar o corpo, praticar exercí-cios e relaxar muito. “Essa semana no SPA me trouxe a tal da discipli-na que a gente sempre busca para assuntos ligados à alimentação e ao exercício físico. Eu pude entender, fi sicamente, que isso faz bem para mim”, diz Bartira.

Localizado na serra de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, o Spa é cercado pela natureza. O clima frio e o ar puro são um convite para esquecer a correria do dia a dia e

priorizar os cuidados com a saúde do corpo e da alma. O Maria Boni-ta segue a fi losofi a higienista, 70% do cardápio servido é composto de alimentos crus, como frutas, verduras, grãos e sementes germi-

nadas. É uma alimentação inteli-gente, baseada nas necessidades do nosso corpo, sempre respeitando as etapas do processo digestivo, a combinação dos alimentos e o não comer excessivamente. O progra-ma conta com três dias de desinto-

xicação profunda: um dia de crus, um dia de líquidos e um dia de frutas. “Meu corpo me provou que eu posso passar um dia inteiro só comendo frutas ou tomando líqui-dos. Eu me adaptei muito rápido e isso me traz a certeza de que vai ser fácil colocar em prática essa fi loso-fi a aqui fora”, comemora.

Para conscientizar os hóspedes são realizadas palestras, aulas de culinária, dinâmicas em grupo e terapias individuais. “O Spa procu-ra oferecer ferramentas para que a pessoa consiga levar para o seu dia a dia o que vivenciou aqui”, explica Haydée Lemos, terapeuta que faz parte da equipe do Maria Bonita desde a sua fundação.

Para nós, que fazemos o Viver Bem, resultados como os alcança-dos por Bartira são motivo de mui-ta felicidade. Sempre que lançamos uma promoção imaginamos como ela poderá contribuir para uma real mudança na vida do vencedor. Afi nal, a busca por uma vida sau-dável deve ser constante e só assim será possível melhorar os níveis de saúde e viver bem.

Promoção Viver Bemoito anos

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“O Spa procura oferecer

ferramentaspara que a pessoa

consiga levarpara o seu dia

a dia o que vivenciou aqui”

Haydee Lemos, terapeuta

Por Juliana Garcia

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SUA OPINIÃO

“Parabéns pela forma com que conduziram a entre-vista com a Monja Coen. Sou católica e não pretendo mudar de religião, mas confesso que as sábias pala-vras dessa budista me fizeram enxergar o mundo e os meus problemas com outros olhos. Consegui tirar um grande peso das costas. Estou mais leve, mais amorosa e esbanjando felicidade”.Joana Lima - Administradora de empresas

“Parabéns pela evolução. A cada edição a revista se supera. Também sou telespectador cativo do progra-ma e sempre acesso o site. Vocês fazem diferença no mundo. Agradeço por me ajudarem a viver bem”.Paulo Brito - Aposentado

“Amanhã poderemos ser nós, idosos solitários, implo-rando por um pouquinho do tempo dos nossos filhos”. Esse trecho do artigo sobre o tempo, que abriu a re-vista, é pura verdade. É o que escuto diariamente nas verbalizações dos idosos com quem convivo no meu trabalho. As pessoas usam o tempo como desculpa. Na verdade, o administram de maneira desastrosa. Fantástica também a entrevista com a Monja Coen. Até li para as minhas alunas na sala de aula. Sucesso! Miriam Morais - Professora de ginástica e consci-ência corporal

“Parabéns a toda equipe do Viver Bem pelos seus oito anos formando mentes, corpos e almas. Vocês rea-lizam um trabalho de excelência, produzindo um pro-grama e uma revista maravilhosos e belíssimos”.Ilda Feitosa - Por e-mail

“Mudar é preciso. A reportagem acendeu uma luz na minha vida. Me espelhei nos exemplos da reportagem, tomei coragem, e decidi terminar um relacionamento de 9 anos que em nada contribuía para a minha feli-cidade. Impressionante como estou mais feliz no tra-balho e orgulhosa por ter de volta as rédeas da minha vida. Muito, muito, muito obrigada!”Liz Carvalho - Por e-mail

MUDANÇAO Viver Bem está de cara nova. Mudamos a logo-

marca, as vinhetas, a abertura e o cenário do progra-ma. Queremos saber o que você achou da mudança. Acesse www.guiaviverbem.com.br e mande o seu recado para a nossa produção.

OFICINA DE CULINÁRIA PARA GRÁVIDASNo dia 27 de julho o Viver Bem vai promover a

primeira oficina de culinária para grávidas. Além de orientar as futuras mamães sobre a importância da boa nutrição e sobre os alimentos que devem ser evi-tados nessa fase, a nutricionista Graça Morais vai en-sinar receitas práticas, saudáveis e saborosas para serem consumidas durante a gestação e no período em que a mulher estiver amamentando. O curso será realizado das 18 às 21 horas na Clinam, na Avenida Prudente de Morais, Tirol. As vagas são limitadas. Faça a sua inscrição através do telefone 3213 8592.

EQUIPE VIVER BEM COM TODO O GÁSA temporada de corridas de rua já começou e a

equipe Viver Bem segue marcando presença em todas elas. Depois da Corrida Noturna do Sesi, realizada no final de junho, todas as atenções estão voltadas para a Meia Maratona de Natal, que será realizada em 12 de setembro, com provas de 5 km, 10 km e 21 km. Os treinos continuam e estamos na expectativa para a es-treia da nossa repórter Amanda Fernandes, que entrou para a equipe recentemente e promete fazer bonito nos 5 km da Meia Maratona.

Novidades

VIVER BEM NA TV: aos sábados, às 9 horas, na TV Ponta Negra • VIVER BEM NO TWITER: @prog_viverbem

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Celulite.Nada melhor do que traçar um poderoso plano de extermínio para esse indesejável deformador do corpo humano. Conheça melhor a celulite para acabar de vez com ela

Ela é reconhecida pelo apareci-mento de ondulações na pele, dando a esta o aspecto de casca de laranja ou do colchão da vovó. Sua causa é dada através de alterações no tecido gordu-roso sob a pele, em conjunto com al-terações na microcirculação e o con-sequente aumento do tecido fibroso.

Essa terrível inimiga de qualquer fêmea costuma aparecer na região dos glúteos, coxa, abdômen e braços.

O que causa?Os fatores que causam a celulite

são vários e quase todos ligados ao estilo de vida que a pessoa leva. Po-demos destacar fatores como a he-

reditariedade, ou seja, predisposição genética; alterações hormonais (prin-cipalmente dos níveis de estrógeno) e circulatórias; alimentação deficiente; fumo; sedentarismo; uso de pílulas anticoncepcionais e tratamentos de reposição hormonal.

A alimentação também tem um papel muito importante na ocor-rência desse problema: o consumo exagerado de doces e gorduras (em forma de frituras, salgadinhos indus-trializados, excesso de óleo vegetal nas preparações, maionese, etc.) fa-vorece o acúmulo de gordura subcu-tânea e, com isso, o aparecimento da celulite nas regiões propícias.

Quanto antes iniciar o tratamen-to, mais fácil e rápido será o resulta-do. O mercado da estética, com todo avanço da tecnologia, oferece vários tipos de tratamento bastante eficazes. Porém a paciente deve sempre procu-rar um médico endocrinologista que possa avaliar a dieta alimentar neces-saria para ajudar nos resultados.

A professora Amélia Hetzel, que há 30 anos atua no mercado da estéti-

ca, é hoje a responsável pelo setor de estética da Depilla. Amélia defende a importância do diagnóstico. “Os ob-jetivos e necessidades de cada um são extremamente pessoais. O diferencial do sucesso do tratamento está numa avaliação precisa que define o grau da celulite, a indicação e a combinação dos equipamentos para um resulta-do satisfatório. Existem no mercado muitos procedimentos, por isso, a ne-

Conheçaseu inimigo

Tratamento“O diferencial do sucesso do tratamento está numa avaliação precisa que define o grau de celulite”Amélia Hetzel

Amélia Hetzel: setor de estética da Depilla

Por Adriana Keller

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UM DIA DE PURIFICAÇÃOElimine as toxinas e limpe o

sistema digestivo, faça uma puri-ficação com sucos vegetais, tome meio litro antes de cada refeição. Alguns dos vegetais mais indica-dos são: aipo, maçã e espinafre. Outra opção para sua jornada de purificação consiste em ingerir so-mente frutas, hortaliças ou verdu-ras da estação.

OPTE PELO NATURALPrefira os alimentos crus, co-

zidos ao vapor, biológicos e inte-grais. Eles são digeridos e assimi-lados mais facilmente, possuem mais nutrientes e menos compos-tos tóxicos.

CONSUMA POUCO SAL Reduza o consumo de sódio,

que não está presente apenas no sal de mesa, ele também é encon-trado em produtos embutidos e pré-cozidos.

INVISTA NOS CHÁSA Sálvia e a Camellia sinensis,

da qual é feito o chá verde, são plantas medicinais eficazes para eliminar os líquidos e as toxinas.

CONSUMA MAIS FIBRAS As comidas ricas em fibras

vegetais são mais úmidas, o que facilita sua movimentação no in-testino e, consequentemente, sua eliminação.

ALTERE SEUS HÁBITOS

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cessidade de uma avaliação é impor-tantíssima“, explica.

O segredo do sucesso do tratamen-to da Depilla está no diagnóstico, na combinação e na escolha de equipa-mentos e cosmetologia que garantam a precisão do resultado. “A Depilla oferece uma gama de tratamentos e equipamentos de última geração para tratar o problema, assim como toda a parte estética. Todos os nossos clien-tes passam por um diagnóstico e con-tam com um acompanhamento do profi ssional”, fi naliza Amélia.

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Neste espaço vamos ter um en-contro a cada nova edição da Revis-ta Viver Bem, onde quero compar-tilhar com você, leitor, experiências pessoais, conhecimentos e ferra-mentas adquiridas ao longo de uma caminhada de aproximadamente quinze anos de muito estudo, cur-sos, terapias, muita leitura, partici-pação em encontros, seminários de autoajuda e desenvolvimento hu-mano, dentro e fora do Brasil. Além de intensa dedicação aos assuntos da espiritualidade, sem rótulos de religião. Todos os temas abordados serão indicativos que poderão faci-litar a sua cura pessoal no que diz respeito às atitudes que tomamos frente à vida e no convívio com as pessoas que nos cercam.

A tolerância é considerada uma virtude que, transformada em atitude rotineira, pode trazer inúmeros benefícios à nossa saú-de mental, emocional, espiritual e física, hoje tão necessária à boa convivência nos relacionamentos. Esta é uma atitude, social ou indi-vidual, que nos leva não somente a reconhecer nos demais o direito a ter opiniões diferentes, mas tam-bém de difundi-las e manifestá-las pública ou privadamente. As pes-soas buscam soluções para viver bem (viver em paz, em harmonia) consigo mesmas e com as demais. Tolerar é aceitar os limites, é, na

realidade, ser paciente. A paciência é justamente aceitar o desagradável com bom humor.

Quando à tolerância, costuma-mos agir, como diz o provérbio, “com dois pesos e duas medidas”: tendemos a ser muito complacen-tes com os desvios de nossa con-duta (quando os reconhecemos...) e implacáveis com os outros: não lhes damos o tempo necessário

para mudar. De fato, abandonar um mau costume e agir de modo com-pletamente oposto é uma tarefa que exige esforço e pode durar meses ou anos... E, quanto aos outros, exi-gimos que tudo ocorra no mesmo instante, esquecendo que as coisas têm seu ritmo natural. O que leva duas pessoas a entrarem em discór-dia? A invasão do direito alheio, o ultrapassar o limite de tolerância, a

incapacidade de compreensão mú-tua ou própria, a falta de empatia, a nossa própria natureza, o nosso temperamento. Somos limitados, e isto se manifesta também no modo tosco com que muitas vezes nos re-lacionamos com as pessoas.

Nossas limitações são patentes. Não somos o que queremos, não fazemos tudo que sonhamos, não temos o dom de estar onde dese-jamos. Dentro desses limites é que nos movemos. Conhecer os limites pessoais e os dos outros - pois so-mos seres que não se repetem - é uma tarefa que dura toda a vida. O limite também não é algo estático, as pessoas mudam. Logo, o sistema de comunicação entre as pessoas é algo dinâmico e tem suas “leis” próprias, que cabe a cada um des-cobrir em cada momento. Com-preender cada um como é, acaba sendo o melhor modo de interagir. A tolerância está inserida neste contexto e a cura da nossa vida exi-ge que, entre tantas virtudes, pos-samos desenvolvê-la.

Não importa de onde viemos e como estamos no momento; sem-pre modifi camos a nossa vida para melhor. Você pode curar a sua vida começando a mudar atitudes, de-senvolver verdadeiros valores, fazer uma viagem profunda para dentro de você, descobrir caminhos novos. A tolerância pode ser um deles.

Tolerância:faça as pazes com elaPor Mirani Rocha

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“Tolerar é aceitar os limites, é, na realidade, ser paciente. A paciência é

justamente aceitar o desagradável

com bom humor.”

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Dermanatal 2010reúne profi ssionaisde destaqueÉtica, ciência e seriedade, são as palavras que melhor defi nem o evento realizado no Pestana Beach Resort, entre os dias 3 e 5 de junho

Em parceria com o curso de Der-matologia Geriátrica, o Dermanatal 2010, evento anual promovido pelo Departamento de Geriatria da So-ciedade Brasileira de Dermatologia, contou com a participação de 191 dermatologistas, 15 estandes de la-boratórios parceiros e dois eventos sociais marcados pelo humor e pela leveza, a começar pela mudança da tradicional mesa de debates por um descontraído lounge.

www.sbdrn.org.br

CURSO NACIONAL DE DERMA-TOLOGIA GERIÁTRICA Por Dr. Maurício Alchorne, co-ordenador do departamento de Geriatria da SBD: “A população geriátrica é muito importante para nós e deve ser encarada como um público exigente que deseja dar continuidade a uma vida saudável.” PITIRÍASE VERSICOLOR RECI-DIVANTEPor Dra. Alice Alchorne (SP). Tratando uma patologia tão simples de identificar, mas tão complicada de resolver.

REJUVENESCIMENTO FACIAL Por Dra. Andreia Mateus RJ, Dra. Carla Gayoso (PB), Dr. Emerson Andrade Lima (PE). Fatores que fazem a diferença na hora da decisão do melhor cosmecêutico.

ATUALIDADES EM CÉLULAS-TRONCO: PERSPECTIVAS NA DERMATOLOGIA Por Dr. Omar Lupi. O avanço da ciência, a possibilidade de re-generação da pele em casos de queimaduras, reparação de do-enças genéticas como a epider-mólise bolhosa e calvície através da coleta de células-tronco.

MOMENTOS

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Reabilitação oral:seja feliz por completo30 milhões de brasileiros já perderam pelo menosum dente permanente, segundo o Ministério Público

Dor de dente tira qualquer um do sério. Ela sinaliza com um bombom a mais ali ou com a falta de escovação adequada. Tais situações se repetem até que um pequeno orifício surge no dente. Assim que a cárie atinge a pol-pa dentária, uma dor muitas vezes in-suportável toma conta da pessoa. Seja por falta de recursos fi nanceiros ou até mesmo por medo do tratamento, o fato é que é enorme a chance de uma situação como essa terminar com a

extração do dente dolorido. Não é à toa que o Brasil tem, segundo estatís-ticas, 30 milhões de desdentados.

Para enfrentar a perda dentária - um dos maiores problemas de saú-de bucal do país - surgiu o implante dentário, procedimento utilizado para recolocar um dente ou um grupo de dentes perdidos. O implante dentário apresenta muitas vantagens em rela-ção às pontes convencionais e próte-ses móveis: ele não se apoia nem nos

dentes vizinhos nem na gengiva, por-tanto, não há risco de deslocamentos.

Porém, nem todas as pessoas po-dem receber implantes. É preciso uma cuidadosa avaliação primeiro, com um exame clínico no consultó-rio, coleta de dados sobre o histórico médico do paciente, radiografi as ou outro exame que se faça necessário. Os resultados indicarão se os implan-tes dentários são a melhor solução para o caso do paciente.

CURIOSIDADES

O que é um implante dental?É uma técnica para recolocar um

dente ou um grupo de dentes perdi-dos. Um parafuso de titânio é fixado no osso embaixo da gengiva e, passa-do um período, que pode ser imedia-to ou de até dois meses, é colocada a prótese feita de maneira a parecer natural, com a mesma forma e colora-ção do restante dos dentes. Esse tem-po de cicatrização é necessário para que a peça de titânio fique aderida à camada óssea.

Quanto tempo dura um implante?Um implante dentário de ótima

procedência, colocado segundo o pro-

tocolo, com uma prótese bem ajusta-da ao implante dentário e à oclusão do paciente, com uma boa higiene, dura muitas décadas. Existem casos documentados na literatura científica de implantes dentários em função por mais de 30 anos. No meu con-sultório eu tenho casos de implantes dentários com mais de 15 anos e em perfeito estado.

Qual o tipo de anestesia utilizada?O implante dentário é feito sob

anestesia local. Em alguns casos es-peciais é feita a sedação do paciente com a presença de um médico anes-tesista.

O implante pode ser rejeitado pelo organismo?

Não existe “rejeição” ao implante. Existe implante dentário ruim ou mal colocado por um cirurgião não habi-litado ou colocado em um paciente mal avaliado. Onde não existe osso suficiente, existem os enxertos ósse-os feitos com osso de doador ou por biomateriais que, com muita eficiên-cia, criam o ambiente ideal para a co-locação do implante dentário.

Quem fuma pode fazer um implante dentário?

O tabagismo dificulta tudo, mas mesmo assim é possível fazer im-

Por Kennya Amorim

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plantes dentários em fumantes, com bons resultados.

Quem é candidato a implante dentá-rio?

Não são todas as pessoas que po-dem receber implantes. Antes de dar início ao tratamento, é realizada uma cuidadosa avaliação para verificar se o paciente pode realmente passar pela cirurgia. Somente o cirurgião dentista especialista em Implantodontia tem condições de avaliar o candidato ao implante dentário, através de radio-grafias, tomografias, exames clínicos e laboratoriais. A taxa de sucesso dos implantes dentários beira os 98%.

Quanta dor devo sofrer?Nenhuma! A medicação e avaliação

correta, planejamento na execução da cirurgia, orientação minuciosa ao pa-ciente nos cuidados pós-operatórios, o uso de implantes dentários de altís-sima qualidade, com equipamentos de última geração para gerarem o mínimo de trauma durante a cirurgia, pratica-mente garantem a ausência de dor.

Qual o período para revisão do im-plante?

A cada semestre é bom avaliar o implante com limpezas e verificações, para garantir maior durabilidade e óti-ma performance do mesmo.

Uma adolescente de 14 anos pode-ria fazer um implante dentário?

Não, pois o crescimento não está completo e a paciente deverá esperar até parar o crescimento da sua estru-tura óssea para fazer o implante den-tário, ou ficará com o implante fixado “para trás”.

O implante dentário não acompa-nha o crescimento do rosto do pa-ciente como os dentes normais.

Onde são realizadas as cirurgias para colocação dos implantes?

No próprio consultório, em uma sala totalmente preparada para tal procedimento.

A cirurgia é simples, de nível ambulatorial, com anes-tesia local e duração aproximada de uma hora. A recu-peração é tranquila, desde que o paciente respeite as re-gras do pós-operatório, sobretudo no que diz respeito à alimentação, ao uso de medicamentos e à higienização da boca. É uma solução efi ciente, com resultados ótimos, du-radouros e esteticamente perfeitos.

O Grupo Implante, que atua há 16 anos com uma equi-pe de quatro profi ssionais com larga experiência e mul-tiespecialidade nas diversas áreas da implantodontia, se destaca por realizar um planejamento completo de todas as fases do procedimento. Na clínica são oferecidos diver-sos serviços, entre eles o implante, planejado por especia-listas e feito a oito mãos, com extrema segurança, devido ao material utilizado: o titânio, que é um metal compatível com o organismo humano e aprovado por toda a comuni-dade científi ca mundial. O resultado é voltar a sorrir em público, mostrando uma dentição completa. Equipe de profissionais do Grupo Implante

O implante é planejado por especialistas e feito a oito mãos, com extrema segurança, devido ao material utilizado

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Em uma mesma casa, uma família e desejos alimentares bem diversos. A jornalista Eliane Pereira, 46 anos, não ingere carne vermelha desde os 18. A filha Amanda, de 22 anos, se-gue a mesma linha. Já o marido, Ar-mando Diniz, não resiste a um bom prato com as partes nobres do boi e como ele, o caçula Vitor, também gosta. Como a mãe é quem determi-na o que vai à mesa, a carne só entra no cardápio uma vez por semana e os que gostam podem saboreá-la em meio a verduras, legumes, folhas e grãos integrais. A situação da família Pereira Diniz exemplifica bem a dú-vida que ainda paira sobre muitos la-res na hora das refeições. Muita gente não sabe se degustar carne faz bem à saúde ou não.

A abstinência começou quando Eliane ainda estava na faculdade. Na casa dos pais, a proteína era obriga-

tória. Todos os dias havia pelo menos dois tipos de carne à disposição. “Co-mia e me sentia mal, meio empan-turrada. Uma amiga sugeriu ir subs-tituindo alguns alimentos e ver o que acontecia, começando pela carne ver-melha”. A resposta foi imediata. Pas-sou a se sentir melhor, mas teve de se submeter a uma reeducação alimentar numa época em que existiam poucas opções de alimentação alternativa.

“Sempre tive anemia crônica e meu pai, que é médico, achava aquilo um absurdo”. Quando resolveu tro-car São Paulo por Natal, em 1987, foi outra prova de fogo, já que as comi-das regionais são baseadas na prote-ína animal. “Era constrangedor ir à casa de amigos, pois me ofereciam buchada, picado e carne de sol, e eu rejeitava. Isso causava espanto. Fiquei muito suscetível a cheiros de carne, que sempre me remetem a sangue.

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Carne vermelha, saudável ou dispensável?Para muitos comer carne significa ingerir toxinas de um“bicho morto”. Para outros, ela garanteos níveis de proteínas que o corpo necessita

“O mal da carne está no excessoe não no alimento em si”Erika Melo, especialista em nutriçãoEliane Pereira, jornalista

Por Cleonildo Mello

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O cheiro que fica na pele das pessoas quando estão num churrasco ainda me incomoda”, revela.

Em casa, ela não obriga todos a seguir a abstinência, mas, como dá as ordens na cozinha, os pratos são mais coloridos e têm a soja em substitui-ção à carne. “Tenho sempre alterna-tivas. Uso muito berinjela, quibe de soja e omeletes. Como queijos, que adoro, para suprir a necessidade de proteína animal. Mas não sou tão ra-dical, de vez em quando como carne branca: frango às vezes e peixe espo-radicamente”. A meta da jornalista, que pratica musculação e corrida pelo menos três vezes por semana, é retirar o leite da dieta.

“O mal da carne está no exces-so e não no alimento em si”, explica Erika Alessandra Melo Costa, que é especialista em Nutrição e Metabo-lismo, professora da FARN e da Pós-Graduação da Universidade Gama Filho (SP) na área de Nutrição Espor-tiva. Afirma que o organismo preci-sa diariamente desse nutriente, mas quando consumido em excesso ele é eliminado do corpo através da urina, principalmente.

Segundo a especialista, as carnes

vermelhas (de origem bovina, ovi-na, caprina e suína) e brancas (aves e pescados) pertencem ao grupo de alimentos que são fontes primárias de proteínas. Além de proteínas, as carnes são ricas em ferro-heme, que está ligado à prevenção da anemia ferropriva. “As carnes são importan-

tes quando consumidas de forma fracionada na rotina alimentar. É importante destacar que o consumo deve ser preferencialmente de carnes magras, sem a gordura aparente, e feitas ao forno, assadas na grelha ou em panelas antiaderentes com pouco óleo para cozimento”, ensina.

Quando se associa exercício à ali-mentação balanceada, a presença da proteína auxilia no ganho de massa muscular, ligada a outro nutriente, o carboidrato. “O excesso de proteí-nas é eliminado do nosso organismo, mas o consumo em excesso traz da-nos, sobretudo a órgãos como fígado e rins”, alerta.

A forma de preparo também é im-portante. Carnes gordas dificultam a digestão, tendem a aumentar a massa gorda do organismo e aumentam o risco de doenças crônicas não trans-missíveis. Não existe muita discre-pância entre as vermelhas e as bran-cas. Ambas são consideradas de alto valor biológico. A carne branca tem um percentual de gordura menor que o da carne vermelha.

Em relação ao vegetarianismo, a nutricionista acredita que é preci-so fazer substituições. “É importan-te que essas pessoas mantenham o consumo de proteínas, oriundas dos alimentos vegetais, como feijão, grão de soja, lentilha, grão de bico, ervilha em grão. A alimentação precisa ter uma atenção ainda mais redobrada para evitar alguma deficiência de ou-tros nutrientes”.

Vegetarianismo e yôga, simSeve Cunha tem 55 anos, é forma-

do em Educação Física e pós-gradua-do em Medicina tradicional chinesa. Ele também é mestre de yôga e shiat-su. Há 30 anos, não sabe o que é o sabor da carne, apenas laticínios, mas com bastante moderação. O yôga foi responsável pela decisão. “Me iden-tifiquei com a filosofia do yôga, mas não me considero estritamente vege-tariano porque como todos os outros tipos de alimentos, desde que sejam saudáveis. Procuro ter na minha ali-

mentação um variedade maior de ali-mentos, principalmente do complexo B e o ferro”. Esse processo começou de forma gradativa, trocando leite e derivados por alimentos integrais.

O yôga prega que alimentos que não contenham carnes são mais sau-dáveis, principalmente para os pra-ticantes, por enfocar a dinamização da energia vital, o que é fundamen-tal para as nadís - os canais equiva-lentes às veias e artérias por onde a energia circula. Para Seve Cunha, o Seve Cunha e o filho Yan: ambos vegetarianos

“As carnes são importantes

quando consumidas de

forma fracionada na rotina

alimentar”Erika Melo, nutricionista

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Primeiro, vem a falta de ânimo. Depois, chega o choro escondido pelos cantos da casa. Em seguida, instaura-se uma tristeza e uma falta de esperança que parecem nunca ter fim. As coisas antes prazerosas ficam completamente sem graça. Apatia e mau-humor são constantes. Nessas horas, as palavras não são suficien-tes para explicar por que a vida ficou tão sem graça. Conviver com amigos, filhos e cônjuge vira um martírio. O trabalho, um sacrifício insuportável. O cansaço no corpo e na alma leva a um diagnóstico: depressão. Quem já vivenciou esse quadro deve fugir da ingestão de carnes.

Isso é o que prega a nutricionista funcional gaúcha, Betina Moritz, que esteve em Natal participando de um congresso internacional da categoria. Ela afirma que os pacientes com de-

pressão devem evitar uma dieta rica em proteínas, que reduzem a dispo-nibilidade do triptofano no cérebro, e priorizar um cardápio rico em car-boidratos complexos, que aumentam a quantidade desse aminoácido na região cerebral. Por isso, o ideal é consumir grãos integrais, como ar-roz integral e granola, aveia, frutas, verduras e carnes magras, essa últi-ma em proporções reduzidas. “Essa alimentação deve ocorrer de forma fracionada, de preferência de três em três horas, para não faltar energia no cérebro”, explica.

Para entender como a alimenta-ção é fundamental para alterar o es-tado de letargia provocado pela de-pressão, é preciso primeiro entender o que ocorre bioquimicamente com a pessoa acometida desse mal, caracte-rizado pela falta de substâncias equi-

libradoras das funções do cérebro. A principal delas é a serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. Sem essa subs-tância, a pessoa sofre de alterações no sono, ansiedade e irritabilidade. O principal aminoácido sintetizador da serotonina é o triptofano, mas, para a transformação, são necessárias algu-mas vitaminas e minerais. Esse é um dos fatores que fazem a alimentação ajudar na recuperação.

Depressão e carne, não

“Pacientes com depressão devem evitar uma dieta rica em proteínas”

Betina Moritz, nutricionista

“Me identifiquei com a filosofia do yôga, mas não me considero estritamente vegetariano”Seve Cunha, mestre de yôga e shiatsu

maior problema da carne é o risco de esclerosar esses canais de energia, as-sim como as artérias. Com o tempo de prática do yôga, a pessoa começa a sentir essa energia mais sutil cir-cular mais intensamente e sente ne-cessidade que as nadís estejam mais livres para essa circulação. Ele conta que segue um estilo de vida, em que moderação e alimentação balanceada são as palavras de ordem. “Evito ex-cesso em tudo que faço, embora eu viva com bastante intensidade e ame cada momento da vida”.

Seve é muito discreto em relação

à divulgação de seus hábitos alimen-tares, o que lhe poupa qualquer cons-trangimento. “Se só tem comida com carne, encontro opções boas e saudá-veis ou consigo passar muito bem até 24 horas sem comer, apenas tomando água”. Ele faz jejum de 24 horas com objetivo de desintoxicar o organismo, mas não recomenda que se faça o mesmo sem acompanhamento de um profissional. “Já existem muitos estu-dos científicos que provam ser possí-vel viver de maneira mais saudável, sem carne. Existe até o dia mundial sem carne”, defende.

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- Lave os alimentos com água corrente e retire as impurezas como terra, partes danifica-das, sementes, raízes, talos e cascas. Coloque o alimento em uma solução de água e hipoclo-rito de sódio a 2% (uma colher de sopa de hipoclorito para cada litro de água) por 20 a 30 minu-tos. Depois, enxágüe o alimento em água corrente tratada, deixe escorrer e utilize;- Evite ou diminua a ingestão de líquidos durante as refeições;- Ingira pelo menos 2 litros de água, chá ou sucos por dia;- Fracione sua alimentação em 5/6 refeições por dia, mantendo intervalos entre elas de 3 horas;- Evite frituras e alimentos gor-durosos;- Prefira alimentos integrais e ricos em fibras para substituir alimentos refinados; - Aumente o consumo de horta-liças, principalmente orgânicas. Use sementes, como gergelim, girassol e linhaça;- Faça rodízio de feijão (preto, macassar e mulatinho) e do arroz, dando preferência ao da terra, integral e parboilizado;- Inclua as proteínas do peixe, soja e frango e diminua o con-sumo de carnes vermelhas.- Prefira os cereais provenientes da terra, como inhame, mandio-ca, milho e batata doce.

FIQUE ATENTO

Comer bem e viver melhorPrevenção é sinônimo de qualidade de vida

A diferença entre comer bem e mal está na qualidade dos alimentos escolhidos para a dieta. Quando a es-colha é errada, o resultado é a queda da imunidade, o organismo começa a responder de forma diferente com sinais e sintomas de desequilíbrio nu-tricional. O segredo é eliminar o ali-mento que faz mal, entre eles o açúcar, frituras, café, alimentos industrializa-dos, como enlatados e embutidos e, principalmente, o fumo e o álcool.

Se essa “faxina diária” for inter-rompida, as toxinas não são liberadas como deveriam e terminam sendo reabsorvidas e acumuladas pelo or-ganismo. O primeiro passo é afastar

os alimentos que fazem mal, recupe-rar a mucosa intestinal se necessário e fazer uma desintoxicação através de sucos antioxidantes (maçã com cou-ve, abacaxi com salsinha, ou chás nos intervalos das refeições). Depois, re-colocar os nutrientes no organismo, dando preferência aos orgânicos, na-turais e frescos.

“Diversifi car ao máximo as folhas, frutas e legumes, variando tipos e co-res”, afi rma a nutricionista Graça Mo-raes. Mas de nada adianta escolher alimentos adequados, se eles chegam à mesa contaminados, seja por uma produção carregada de agrotóxicos ou por má higienização no manuseio.

Entenda os alimentosOrgânicos – Os vegetais recebem fertilizantes naturais e são cultivados sem uso de pesticidas convencionais, fertilizantes artifi ciais ou dejetos humanos. Os animais são aqueles criados sem o uso rotineiro de antibióticos e sem utili-zação de hormônios de crescimento. Devem ter um selo de qualidade.

Hidropônicos (cultivados dentro de estufas sem uso de solo) - As plantas são submetidas a agrotóxicos e fertilizantes químicos para resistir à ausência do solo. São plantas de um metabolismo desequilibrado, que fi cam mais pre-dispostas a doenças e ataques de pragas.

Convencionais - Recebem inseticidas pra reduzir a incidência de pestes e her-bicidas para controle de ervas daninhas. No pasto, os animais recebem antibióticos, hormônios e medi-camentos para estimular o crescimento rápido.

Transgênicos - Criados em laboratório. Vale a pena estar atento à Lei de Biossegurança Nacional, que determina quais alimentos podem ser transgênicos no Brasil, sem riscos à saúde.

Por Kennya Amorim

Graça Moraes, nutricionista

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Ninguém sabecomo viver bem.Apenas viva! Por Adriana Keller

e Rosy de Sousa

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“Amor pela Verdade”, é o signifi -ca do nome Satyaprem, batizado pelo mestre Osho logo no primeiro en-contro. Até então, Satyaprem era um jornalista gaúcho interessado em Te-rapias e Meditação da Multiversity da Osho Commune International.

Mais foi no ano 2000 que lhe foi revelado o “fi m da busca” e, desde en-tão, Satyaprem invoca o despertar das pessoas para sua natureza original, compartilhando o “Encontro com a Verdade”, chamado Satsang, através de palestras e retiros, além dos livros que trazem trechos desses encontros.

Dono de uma conversa calma, ele explica com serenidade questões complexas, desmistifi ca as difi culda-des de viver e aconselha que a vida seja simplesmente vivida.

Viver Bem em Revista: De estudan-

te comunista à busca da iluminação há uma mudança muito radical. Você acredita que o ser humano é capaz de transformações tão fortes como essa?

Satyaprem: Sem dúvida, esse acon-tecimento chamado iluminação está prestes a acontecer com aquele que começa a investigar sua verdadeira natureza. Que entende que todas as histórias a seu respeito são apenas histórias. Quando isso acontece você está “namorando” com a iluminação.

VBR: Como foi o seu encontro com o mestre Osho. Explique a transforma-ção que ocorreu em você. S: Foi extremamente acalentador, um momento de graça, como se eu estivesse chegando em casa, muito embora no momento eu não tivesse

o reconhecimento do que isso signifi -cava. Me senti acolhido, aceito incon-dicionalmente. A verdade é que esse encontro não foi com Osho, foi comi-go mesmo, ele foi apenas a porta de entrada. O evento transcendeu a com-preensão de encontrar “um outro”, na verdade eu encontrei a mim mesmo.

VBR: Não acha que a frase: ”Quan-do você estiver pronto o mestre te encontrará”, pode provocar um com-portamento de acomodação?

S: Não. As pessoas acomodadas fi cam assim até o momento em que nasça internamente o desejo de acordar, de buscar a verdade. O “atender ao cha-mado” não se trata de um movimen-to intelectual que eu possa propor às pessoas, é um movimento super in-terno, individual e muito preciso.

Despretensiosamente Satyaprem acomoda suas palavras e divaga sobre o entendimento dos leitores com relação à entrevista que concedeu à Viver Bem: “A revista é para uma grande massa, mas o que eu estou falando é para poucos e vai chegar aos poucos através dessa revista”

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VBR: “Você não é o que você pensa que é”, essa afi rmação, que caracteriza suas palestras, revela que o conteúdo da sua mente não é você. Como agir e saber distinguir a nossa real essência?

S: Só é possível através da observação. Não existe como explicar para alguém que ela não é a mente, ela precisa ver isso, então o meu trabalho e essa frase, funcionam como um chamado, mas é só para aqueles que estão se dando conta que os pensamentos e a mente são duas coisas diferentes. Quando isso acontece você percebe que não é quem você pensa que é.

VBR: Existe alguma forma de aguçar essa “observação”, algum meio ou ca-minho que faça isso acontecer?

S: O contato com alguém que já pas-sou por esse processo ajuda muito, é fundamental. É como aproximar uma vela apagada de uma vela acesa, é impossível que essa vela não acenda também.

VBR: Você se defi ne como “Eu sou alegria”, como conseguir esse estado maravilhoso no atual mundo e rotina em que vivemos? Acha possível estar em paz ou com alegria num momen-to de turbulência?

S: Sim, o problema é que estar em paz num momento de turbulência signifi -ca estar em paz com a turbulência. Se você é chamado à briga, não é preciso bancar o pacífi co; se tiver que brigar, brigue e esteja em paz com o contex-to. A proposta é que você saiba dis-cernir: estar em paz com o que está acontecendo, ser o que está aconte-cendo e ser os desejos da sua mente. E não catalogar “eu sou pacífi co” e sim-plesmente não ter respostas, não ter ação. Isso é uma farsa. O que eu digo com essa frase é estar em paz com o que quer que seja, sem problema ne-nhum, sem culpa e sem orgulho.

VBR: As pessoas desejam muito a felicidade para suas vidas e colocam metas para atingi-la como: vou ser

“Você faz parte de um fl uxo incontido e incompreensível, extremamente perfeito. Esqueça a viagem mental, ponha de lado.A forma de pôr de lado não é negaro que aparecena mente, é vero que aparecena mente como uma aparência,e mais nada”Satyaprem

Encontros Satsang

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feliz quando tiver a minha casa pró-pria, for alguém ou quando encontrar o companheiro perfeito, enfi m, como se existisse uma fórmula para a felici-dade. Você acredita nisso?

S: Entra aí uma coisa muito relati-va que é fundamental: descobrir a si mesmo, isso o coloca numa outra perspectiva de visão. Com esse des-pertar você entende que a felicidade está exatamente em não ter uma casa, não ter um companheiro e não ser al-guém, e com essa revelação você per-cebe que, de repente, você já tem isso tudo, ou seja, nada do lado de fora é necessário para a sua alegria e felici-dade internas. A alegria e a felicidade vêm de dentro e não de fora.

VBR: Certa vez você afi rmou que a morte é uma idéia criada, que de fato ela não existe. É um dos elementos

usados para o medo. Explique...

S: Se você tiver medo, certamente contém as suas ações. O medo foi usado para reprimir, para proibir as ações das pessoas. Tudo o que temos sofre de perecimento, então, o medo de perder só existe para aquilo que é permanente. No refrão da igreja e do senso comum o desejo é ter as coisas para sempre. Porém, nada é perene, e sim temporário. O problema é esse, projetar o desejo permanente em coisas temporárias. A partir do mo-mento em que você descobre o que é permanente, você muda o foco e as coisas temporárias têm outro valor, passam a ser secundárias.

VBR: O que signifi ca Satsang, como ele funciona? Quais são os benefícios que ele traz? Existe alguma aptidão para freqüentar?

S: Nenhuma aptidão. Satsang é tão revolucionário que vai pôr no chão todo o seu conteúdo mental. A con-dição seria essa, que você já tenha partido de um questionamento do seu conteúdo mental. O Satsang são conversas que vão levando você ao silêncio, até chegar ao ponto em que você fi ca absolutamente em silêncio.

VBR: O que fazer para viver bem?

S: Viver já é um fato, ou você vive ou fi ca aprendendo como viver. Viver bem seria, para mim, viver no mo-mento, no agora, totalmente despoja-do de ontem e de amanhã. Viver bem seria o oposto, morrer bem. Apren-der a abandonar as coisas que estão pesando em você e não se preocupar com o futuro. Ser feliz agora. Ser to-tal agora. Se você está querendo viver bem é porque você está vivendo mal.

LIVROS

•Fragmentos de Transparência•Quem você é?•Aqui e Agora - Onde você mora•Satsang - Encontro com a Verdade•Palabras Despiertas•Além do Colapso das Possibilidades www.satyaprem.com

“Não espere para ser feliz amanhã. Sua felicidade é agora” Satyaprem

“A vida apresenta desafi os somente quando você está preparado para lidar com eles” Satyaprem

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A arte de fazerescolhasOs caminhose possibilidadessão tantos que porvezes os objetivos acabam mudandoem relação a eles. Como escolher? Como identificarsua verdadeira vocação e seguirno sentido certo?

Talvez esse seja um dilema tipo te-lenovela, ou seja, encaixa-se perfeita-mente na vida de quase todo mundo. A carapuça serviu? Tudo bem, isso não quer dizer que você é uma pessoa fraca, sem personalidade e que não sabe o que quer. Muito pelo contrário, muitas vezes o caso é outro. Existem pessoas flexíveis e “boas” para muitas coisas, aquelas que fazem teste voca-cional e obtêm respostas positivas em varias áreas diferentes. Saber o que quer, talvez seja uma das questões mais difíceis da humanidade, crian-do uma angústia que em alguns casos pode ser traduzida até na dificuldade de valorizar suas conquistas.

Então, vamos começar pelo que NÃO queremos e fazer o caminho contrário, até chegar ao que realmen-te nos faz vibrar.

A psicanalista e coach Roberta Fo-rastieri explica que o passo deve ser para trás, que o principal diagnóstico para a dificuldade de fazer escolhas, é mergulhar em um processo de au-

toconhecimento. “Na verdade, para se fazer qualquer tipo de escolha é necessário primeiro se conhecer, o ponto de partida é esse. Esse será certamente o pontapé inicial para en-contrar o caminho correto num mar de encruzilhadas”, diz Forastieri.

Nesse processo de autoconheci-mento, entender os princípios da au-toliderança é igualmente importante: “Autoliderança é saber o que quer, quem realmente é, conhecer suas ca-pacidades e habilidades, saber onde você está, seu ponto de partida e para onde ir, ou seja, planejar o caminho para atingir o objetivo desejado”, ex-plica Roberta em uma visão simples, prática e otimista.

A proposta da Humanocenter é iluminar o caminho para facilitar a busca de se conhecer melhor, atra-vés do curso de formação de líderes. “Trata-se de um curso prático que vai fazer com que o aluno fortale-ça sua capacidade de autoliderança. Afinal, não é possível liderar outra

Por Adriana Keller

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Outra importante ferramenta de autoconhecimento é a Progra-mação Neurolingüística, PNL. A PNL é uma ponte para o desenvol-vimento pessoal e profi ssional que utiliza um conjunto de modelos e crenças. Defende a ideia de que a mente, o corpo e a linguagem, inte-ragem de forma a criar a percepção individual a respeito da visão do mundo. “A utilização da PNL pode ser traduzida como uma das mais efi cazes ferramentas de mudança comportamental, reconhecida em todo o mundo como a fórmula da excelência humana”, explicam as consultoras da Humanocenter.

Sobre essa mudança pode fa-lar Marleide Falcão, consultora de vendas de uma importante empresa em Recife. Marleide vem de famí-lia muito humilde e sofreu diversas agressões morais e físicas na infân-cia, tornando-se uma profi ssional frágil e com difi culdades de receber e assimilar suas conquistas. “Minha vida sempre foi de altos e baixos, após a minha separação me tornei ainda mais frágil. Sempre que al-cançava um cargo de chefi a, me via afl ita e pedia demissão. Na verdade me boicotava me sentindo impo-tente e infeliz”, conta Marleide.

Ouviu falar em PNL e começou a pesquisar sobre o assunto desco-brindo a Humanocenter em Natal. Encheu-se de coragem e fez o curso. “Aos poucos fui entendendo o que se passava comigo, galgava a ascen-são e quando alcançava tinha medo. Sentia medo de chefi ar, de atuar, de decepcionar... Até descobrir a sua causa e aprender a enfrentá-lo. Fiz três cursos de PNL na Humanocen-ter e hoje posso dizer que não per-mito que nada mais seja capaz de me fazer sentir mal”.

Profi ssionalmente ela atingiu o reconhecimento que sempre al-mejou, e hoje consegue tudo o que quer. “Lido melhor com as imper-feições, respeito as outras pessoas e, principalmente, escuto a mim mesma. Hoje me sinto mais do que uma vencedora e agradeço o acesso à Humanocenter, foi o melhor in-vestimento que fi z na vida, investi em mim”, conclui Marleide

Mais informações, no site www.humanocenter.com.br

A força do autoconhecimento

pessoa sem antes liderar a si mesmo. Você saberá reconhecer os padrões de qualidade que estabelece para si, partindo do princípio que não exis-tem erros, somente resultados, então aprenderá com seus resultados”, ex-plica Karina Braga, consultora e trai-ner da Humanocenter.

Todas as práticas oferecidas pelo curso visam despertar o líder que exis-te dentro de cada um para, assim, agir de maneira integrada com a realidade, redimensionando objetivos concretos para o indivíduo, sua família, empresa ou organização e sociedade.

“É impressionante como depois das quatro fases da formação, desco-bri uma nova e maravilhosa pessoa. É como nascer de novo! Mais confi an-te, mais seguro e com a convicção de realmente poder alcançar meus obje-tivos. Respeitado e reconhecido em todas as minhas relações pessoais, so-ciais e profi ssionais, principalmente comigo mesmo”, relata Wendell da Silva Araújo.

Karina Braga (esquerda), coach com 22 anos de experiência em consultoria de treinamento em RH. Roberta Forastieri

(direita), psiconutricionista e coach com experiência em treinamento de

desenvolvimento humano.

à Humanocenter, foi o melhor in-vestimento que fi z na vida, investi em mim”, conclui Marleide

Mais informações, no site www.humanocenter.com.br

“É impressionante como depois das quatro fases da formação, desco-bri uma nova e maravilhosa pessoa. É como nascer de novo! Mais confi an-te, mais seguro e com a convicção de realmente poder alcançar meus obje-tivos. Respeitado e reconhecido em todas as minhas relações pessoais, so-ciais e profi ssionais, principalmente

Karina Braga (esquerda), anos de experiência em consultoria de treinamento em RH. Roberta Forastieri

“Autoliderança é saber o que quer, quem realmente é, conhecer suas capacidades e habilidades, saber onde você está, seu ponto de partidae para onde ir”Roberta Forastieri, coach

Marleide Falcão, consultora de vendas

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Por Cleonildo Mello

Afaste-se desse vilão

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Calma! A culpa não é apenas sua. O desenvolvimento tecnológico e a urbanização das cidades promovem mudanças de hábitos e contribuem para reduzir a atividade física. Porém, é preciso se mexer.

O sedentarismo crônico traz re-fl exos diretos à saúde, já que está associado a diversas doenças graves, principalmente às cardiovasculares - incluindo o infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão arterial e morte súbita -, além de males crônicos, como dia-bete mellitus, osteoporose, redução da massa muscular, obesidade e até alguns tipos de câncer. No caso das doenças ligadas ao sistema cardio-vascular, a falta de exercícios inicia fatores de risco como hipertensão ar-terial, elevação dos níveis de coleste-rol e triglicérides e sobrepeso. A inci-dência dessas doenças na população cresce acentuadamente com a idade. Em geral, os idosos têm um aumento dos fatores de risco.

Daí a importância de não fi car pa-rado. Os benefícios de uma atividade física regular são muitos e bem varia-dos. Do ponto de vista fi siológico, o exercício melhora, primeiramente, o aparelho cardiovascular, otimizando o trabalho cardíaco pelo aumento da força de contratilidade do coração, uma maior capacidade de circulação do sangue e distribuição nos vasos

“O esporte competitivo

profi ssional está longe de ser

saudável, pois os atletas beiram seu limite suportável”

Gleidson Mendes, fi siologista

Se você já não dispensa o carro para ir até a padaria que fi ca a duas quadras de casa, odeia ter que levantar do sofá para mudar o canal

da tevê, detesta estacionar em andares do shopping distantes do seu destino ou já esqueceu o prazer de dar umas pedaladas, cuidado!

Um feroz inimigo da saúde está prestes a dominá-lo: o sedentarismo

sanguíneos. No sistema cardiores-piratório, o exercício proporciona o aumento da capacidade de absorção do oxigênio pelo pulmão e a difusão para diversos tecidos do corpo. Além disso, infl uencia na integridade fun-cional das articulações e melhora a atividade contrátil da musculatura. Com a tonifi cação, a sustentabili-dade de toda a estrutura esquelética está garantida.

“Vale ressaltar que existe uma série de outros benefícios ligados a todos os sistemas. O acúmulo de gor-dura corporal gera uma desordem em muitos aspectos funcionais e fi sioló-gicos do corpo. A redução de massa gorda combate o aparecimento de di-versas doenças”, explica o especialista em fi siologia do exercício e mestre em

avaliação física, Gleidson Mendes. No entanto, não dá para se me-

xer de qualquer jeito. Moderação e acompanhamento são as palavras de ordem. O corpo humano tem uma capacidade inata de adaptação, de-nominada de homeostase. As ativi-dades do dia a dia serão assimiladas em pouco tempo como uma rotina e adaptação será logo estabelecida. Daí, precisaria aumentar a intensidade, a duração e a quantidade de atividades.

Segundo Gleidson, a máxima ‘es-porte é saúde’ é controversa. “O espor-te competitivo profi ssional está longe de ser saudável, pois os atletas beiram seu limite suportável, andam sempre à beira de um colapso físico e fi sioló-gico, seja por um trauma inerente ao esporte ou pelos treinamentos”.

Não ficar parado: palavra de ordem

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Antes de começarAntes de iniciar uma atividade física, o ideal é passar

por uma consulta médica completa, na qual serão avalia-dos os sintomas que podem alertar para algum problema cardiovascular, como dor no peito, cansaço fácil, tontura, desmaios, palpitações ou qualquer mal estar, principal-mente se desencadeado pelo esforço físico. Para o car-diologista Felipe Guerra, é preciso fazer um exame físico minucioso com ênfase no sistema cardiopulmonar e mus-cular, além de se submeter a exames laboratoriais e a um teste de esforço em esteira ou bicicleta. “Isso serve para avaliarmos se há algum problema desencadeado pelo es-forço, além de servir para avaliar a condição aeróbica e orientar melhor o treinamento físico”.

Para ele, na hora de escolher que exercício praticar, é preciso avaliar se é prazeroso e ter uma freqüência de pelo menos três vezes por semana, contemplando os com-ponentes aeróbicos (andar, pedalar, correr e nadar), de força muscular (exercícios com pesos) e de fl exibilidade (alongamentos). “Não se deve contraindicar os exercícios físicos a pacientes com algum problema que difi culte sua realização, mas ajustar essa modalidade de tratamento a cada caso. Vale lembrar que, mesmo para as pessoas mais idosas sedentárias, nunca é tarde para iniciar um progra-ma regular de exercícios físicos, que devem ser mantidos por toda a vida para que haja um maior benefi cio”, ensina Felipe Guerra.

PRAZER E SOCIALIZAÇÃO

Além de fazer bem ao corpo, a prática regular de atividades físicas proporciona bem-estar também para a mente e contribui para a socialização. Algumas pes-soas buscam no exercício uma forma de aliviar as ten-sões diárias. “As pessoas criam em torno dos exercí-cios uma rede de associações que são muito positivas do ponto de vista mental. Na maioria, de socialização com grupos de pessoas que são peculiares ao local da prática. Seja na academia, clube, praças, à beira-mar, no campo de futebol do bairro ou até mesmo no quintal de casa. Todos esses locais são formados por uma rede social de relacionamentos, que muitas vezes não transcendem aquele momento. Assim, muitas das tensões do dia a dia são esquecidas, pois não cabem naquelas relações”, analisa Gleidson Mendes.

Além disso, as atividades aeróbias, quando feitas com intensidade controlada, libera na corrente san-guínea uma boa dose de endorfina, aqueles hormô-nios que dão uma sensação de prazer e satisfação. Essa substância é considerada a droga benéfica do exercício. O equilíbrio entre o exercício e a produção de endorfina é capaz de gerar uma dependência do organismo pelo exercício físico.

Falta de dinheiro para freqüentar uma academia ou um clube esportivo não é desculpa para não se mo-vimentar. Há alternativas para não ficar parado. Entre as opções estão as caminhadas e corridas em ruas pavimentadas ou praças. Os passeios de bicicleta também se revelam uma ótima alternativa. Quase toda a orla da cidade dispõe de calçadão para pedestres Existem algumas praças que podem ser aproveitadas para se exercitar. Há ainda o Parque das Dunas, que é excelente pela sua estrutura e pelos aspectos naturais. Para quem deseja exercícios mais específicos, algu-mas praças de Natal contam com equipamentos de ginástica. É o caso da Praça Augusto Leite, no Tirol.

“Definir falta de tempo é muito subjetivo. Há pes-soas que alegam não ter tempo, pois esse período de dedicação à prática de exercícios compete diretamen-te com o momento do chope ou do jantar com a turma do trabalho. Mas, se não adotarmos uma rotina de exercícios físicos, aceleramos os processos degene-rativos relacionados ao sedentarismo, diminuindo a expectativa de vida”, alerta Gleidson Mendes.

“Nunca é tarde para iniciarum programa regularde exercícios físicos”Felipe Guerra, cardiologista

Nunca é tarde para iniciar um programa de exercícios físicos

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Maria Eduarda de três anos, dei-tada na cama de casal com sua mãe, chama a sua atenção para perguntar:

- Mãe, por que eu não posso dor-mir com o papai?

- Você quer dormir na casa do seu pai? Pode sim.

- Não, eu quero dormir com você e com o papai, aqui, nessa cama...

Com muita calma e paciência a mãe explicou a ela que o papai tem uma casa diferente, com outra esposa e até com um novo irmãozinho.

Essa é a realidade de inúmeras famílias, meias famílias ou novas fa-mílias do nosso tempo. Pais que se se-

param, iniciam outro relacionamento e, de certa forma, aumentam os agre-gados da família. Trocando pai, mãe e filhos por pai, madrasta, meio-irmão, mãe, padrasto e filhos do padrasto... Enfim, estamos vivendo a era das no-vas famílias.

Karla Botelho, que é gerente de marketing e tem Vitória (13) e Maria Eduarda (4) do primeiro casamento, recentemente uniu-se a Alexandre Bayer que traz Ludmila (12) e Paulo (15) do primeiro casamento. “Devi-do ao aumento de filhos, tivemos que pensar em uma casa maior. Hoje te-mos, ao todo, dependendo da época,

Os meus, os seus e os nossos. Como a tradicional família, composta apenas de pai, mãe e filho se adequou a novos personagens como padrasto, madrastae novos irmãos

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Novas famíliasPor Adriana Keller

Da esquerda para direita, em cima: meu tio e o namorado, meu pai e a namorada, minha mãe e o marido, meu tio com a filha e sua ex-mulher, meu avô e a namorada. Abaixo: meu meio-irmão, a filha do namorado do meu tio, minha irmã e meu meio-irmão, eu e meu meio-irmão, e acenando, o filho da ex-mulher do meu tio. Ah! E o gato é do vizinho, mas vive aqui. É da família.

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quatro crianças e uma enorme dedi-cação para que essa mudança seja fei-ta de maneira natural, principalmen-te para elas”, acrescenta Karla. É claro que se trata de uma adaptação para todos, novos personagens surgem nessa história e, em muitos casos, o percurso se torna maior até chegar ao almejado final feliz.

Madalena Albuquerque é psi-cóloga e explica que essas situações exigem muita calma e tolerância para não despertar sentimentos de ciúmes, disputa e aspereza entre os persona-gens das novas relações. “Nesses ca-sos, os relacionamentos são bem mais delicados, os parceiros devem ter claro que ninguém vira pai ou mãe de ninguém de uma hora para a ou-tra. Essa relação deve ser conquistada através de compreensão, paciência e muito amor, cultivados com o tempo.

Se relacionar com uma pessoa que já traz um filho da primeira união, sig-nifica se relacionar também com a criança e de certa forma com a(o) ex”, alerta. A gestão de sentimentos deve

ser controlada principalmente pelos adultos, uma vez que a criança ainda não tem poder para tal. Explica ainda a psicóloga que, por mais difícil que seja, o melhor é encarar a situação

como um ganho e nunca como perda, ou melhor o “aumento” da família.

Andréa e Rafael estão nas suas se-gundas uniões. Andréa tem Pedro do primeiro casamento, Rafael tem Cris-tina da sua primeira união e Guilher-me, filho do casal. “Festas em geral, como aniversários, Natal ou outras comemorações familiares, acabamos juntando um monte de gente. Eu me dou muito bem com meu ex-marido e a sua nova esposa, então, nada melhor do que estarmos todos juntos tentan-do ser felizes, mesmo separados”, rela-ta Andréa. Para o conforto das crian-ças envolvidas, ver pai e mãe, mesmo que separados, convivendo em har-monia com madrasta e padrasto passa a elas segurança e tranqüilidade. Im-portantíssimo para seu crescimento e, conseqüentemente, para uma visão saudável dos relacionamentos.

“Hoje temos, ao todo, dependendo da época, quatro crianças e uma enorme dedicação”Karla Botelho, gerente de marketing

Karla e Alexandre e os filhos Maria Eduarda, Vitória e Paulo na nova adaptação de união

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As novas famílias, também são aquelas formadas por casais do mes-mo sexo. Já se ouve falar em casais homossexuais que adotaram filhos. Os casos não são raros no Brasil, tam-pouco no Rio Grande do Norte. Car-los Henrique é psicólogo e professor e sempre teve o sonho de ter filhos. Após o fim do seu casamento de oito anos, no qual a esposa não podia en-gravidar, Carlos iniciou uma nova relação com Wagner, também profes-sor, vivendo 17 anos de união estável.

“Já estávamos juntos já há mais de dez anos e a vontade de ter um filho reapareceu. Então decidimos adotar.

Dois paise duas filhas

Pérola, com 7 anos, e Pétala, com 5 anos, em visita à casa da nova avó, no Rio de Janeiro

Respeitar, tolerar ou interferir na educação que o seu filho tem em ou-tros lares? Essa é outra questão difí-cil de ser resolvida. “Miguel quando está na casa do pai, faz as refeições assistindo televisão. Lá o hábito é esse. Eu abomino a ideia, acho que a refeição é o momento da família in-teragir, conversar e saber um do ou-tro. Não cabe a televisão! Ao mesmo tempo não tenho direito de interferir nas regras e condutas adotadas na casa do pai do meu filho, desabafa a professora Maria do Carmo. Nesses casos, somente o tempo vai ajudar a criança a entender as regras e os limites de cada casa. “Não há como controlar o que você acha errado e a outra pessoa acha certo, cada cabe-ça uma sentença”. Por isso, o melhor é agir com naturalidade e fazer a criança entender que cada casa tem uma norma particular. “Mas tudo

isso sem críticas e com muita calma”, explica a psicóloga.

Além de respeitar as opções dos outros, é hora de aprender a conviver e compartilhar a pessoa que amamos

com os outros. Sentimento vulgar-mente conhecido como ciúmes: ele está com o filho e não está comigo, ou ele está com ela e não quer brin-car comigo.

A teoria é muito bonita e fácil, mas pô-la em prática requer a paciên-cia de um monge tibetano, a doçura de uma princesa e uma dose extra de sangue de barata.

Como é difícil reconhecer o ego-ísmo que nos atinge o estômago e serenamente mudar de atitude... “No começo era insuportável, meu mari-do se derretia pela filha, fazia todas as vontades dela sem perceber que isso a estava transformando numa crian-ça birrenta e mal educada. O fim de semana em que ela estava conosco, eu simplesmente não existia. Mas, aos poucos, com muita conversa, fui mostrando a ele que ela agora deve-ria fazer parte da ‘nossa’ vida e não nós, separadamente, entrarmos na vida dela. Hoje vivemos muito bem, gosto muito dela e sinto que ela de mim. Todos ganhamos”, conta Letícia Alencar, empresária.

Adaptação - aquele período sem fim

“Não há como controlar o que

você acha errado e a outra pessoa acha certo, cada cabeça

uma sentença”Maria do Carmo, professora

Quando da entrada do pedido, o siste-ma jurídico não aceitava que os pares da família homoafetiva entrassem em

conjunto com o pedido. Entrei na fila de adoção sozinho. Após dois anos de espera, nada acontecia. Em uma

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MUDANÇAS NAS LEIS

Esse caso de adoção gerou jurisprudência no País. Pela primeira vez um casal do mesmo sexo entrou, conjuntamente, com pedido de adoção e ambos como pais. O entendimento jurídico de alguns magistrados concebe essa união como sendo estável e, portanto, igual a qualquer outra família. Assim, abriu-se um precedente e uma nova oportunidade para inúmeras crianças extremamente carentes de uma família e de amor. A certidão de nascimento das crianças foi substituída por outra onde, no lugar da filiação (o pai e a mãe) foi feita a modificação para pai e pai. Isso faz com que a Justiça e as Leis sejam repensadas e reformuladas, abrindo espaço para novos modelos de família, não menos completa e não menos feliz.

Carlos Henrique e suas filhas

“O fato de as meninas terem ‘dois pais’ não é visto como problema por elas.”Carlos Henrique, psicólogo e professor

das vezes em que estava em Recife ministrando um curso, uma amiga levou-me para visitar um abrigo onde tive meu primeiro contato com Péro-la, uma menina de cinco anos. Algo aconteceu naquele momento, o mag-netismo foi tal que acabei resolvendo transferir o processo de Natal para a comarca de Recife. Soube que Péro-la ainda não havia sido destituída do pátrio poder, havendo a possibilidade de sua avó reaver sua guarda. Após al-gum tempo, a psicóloga me ligou di-zendo que a avó dela tinha falecido e, assim, a menina teria a possibilidade de ser adotada. Como Pérola possuía uma irmã menor, Pétala, fi z a altera-ção no meu cadastro, disponibilizan-do-me a fi car com ambas.

O tempo passou e poucos meses após recebi novo telefonema da psi-cóloga, dizendo: “- Parabéns, você vai ser papai!” A correria foi enorme. Em quatro dias adequamos a casa para re-ceber nossas futuras fi lhas. Compra-mos algumas roupas básicas e coisas que julgávamos necessárias para rece-ber as meninas. No dia marcado, com todos os transtornos sintomáticos da ansiedade, fui sozinho buscá-las. No desabrigamento (momento em que as crianças deixam o abrigo), elas vieram em minha direção, usando os vestidos que havíamos levado no último Natal. Foi um momento muito emocionante que nunca vou esquecer.

Hoje, somos uma família igual a qualquer outra. O fato de as meninas terem “dois pais” não é visto como problema por elas. Muitas vezes di-zem aos seus coleguinhas e se orgu-lham disso. Criamos nossas fi lhas com valores importantes como o respeito, a tolerância e o amor. Para aqueles que questionam a falta da fi -gura feminina, respondemos que ela está pulverizada na própria sociedade através de professoras, tias, amigas,

nossa secretária, podendo haver essa identifi cação. Nunca sofremos qual-quer tipo de preconceito. Tudo acon-tece sempre com muita transparência e sinceridade, inclusive na escola.

Nossas famílias, que moram no Rio, nos dão muito apoio e as meni-nas costumam passar as férias com os avós”, conta Carlos.

Toda essa lição de força e deter-

minação está relatada em detalhes no livro “Duas fi lhas: dois pais – adoção homoafetiva”, escrito por Carlos Hen-rique, da Editora Idéia.

Ai está ele, o tal fi nal feliz! Ele sem-pre chega, mesmo com caminhos tor-tuosos. A grande afi rmação é: o amor move montanhas, transforma pessoas, não tem sexo e dissolve toda difi cul-dade com sua onda de satisfação.

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Por Rafael Duarte

equ

ilíb

rio

Nascer BemA correria dos dias atuais faz com que se chegue ao ponto de marcar hora para o filho nascer, de acordo com licenças ou conveniências pessoais. Isso faz da cesariana, que deveria ser utilizada apenas em casos de complicações no parto normal, praticamente regra geral no Brasil.Mas e o bebê? Alguém pensou nele?

Vamos combinar uma coisa: toda mãe de primeira viagem segue as re-comendações do médico que a acom-panha, certo? Calma. Muita calma nessa hora. Quando o assunto é o pri-meiro filho, o que pesa mais é o ins-tinto maternal. E esse tal sentimento, algo quase sobrenatural que ninguém consegue explicar, soprou na cons-ciência da empresária Priscilla de Sousa, 33, que o pequeno Pedro de-veria vir ao mundo através de parto normal, embora a própria mãe tenha escutado durante a gravidez que a ce-sárea era o caminho mais fácil, mais rápido. Priscilla repete para quem

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“Pedi uma luz bem fraquinha para que ele não tivesse um choque quando

nascesse. Tanto que nasceu de olho aberto, foi tudo muito calmo.”

Priscilla de Sousa, empresária.

quiser ouvir que sempre pensou no melhor para o fi lho. “Era uma ques-tão de consciência. Se no parto nor-mal humanizado quem decide a hora de nascer é o bebê, a cesárea é um so-frimento para ele. E eu pensava: por que eu não posso sofrer um pouco e o meu fi lho pode?”, questiona a em-presária, que embora tenha convivido com as dores durante o parto que du-rou cerca de oito horas, só guardou a alegria que sentiu ao pegar nos braços o pequeno Pedro de Sousa Maia.

Apesar de o instinto ter ajudado bastante, Priscilla de Sousa não esque-ce a ajuda que teve da irmã Rosy, que também optou pelo parto normal nas duas gravidezes e foi uma conselheira em tempo integral; ela lhe deu um li-vro sobre o parto humanizado, onde tirou todas as dúvidas e aprendeu a amar muito mais o fi lho. A empresá-ria escolheu e decidiu todos os deta-lhes sobre o parto. Até a intensidade da luz da suíte do hospital particular onde o bebê nasceu foi determinada por ela. “Pedi uma luz bem fraquinha para que ele não tivesse um choque quando nascesse. Tanto que nasceu de olho aberto, foi tudo muito calmo. Pedro nasceu como quis”, derrete-se a mãe, que lembra com carinho do papel da “doula” – mulher que acom-panha a mãe algumas horas antes do parto e a auxilia a, por exemplo, ame-nizar as dores das contrações.

Durante os nove meses de gravi-dez, Priscilla enfrentou uma realida-

de bem diferente do sonho que esco-lheu para o nascimento do pequeno Pedro. De todos os lados a cesárea era apresentada como a melhor alterna-tiva, a mais rápida e a menos dolori-da. Uma realidade nacional, estadual e municipal. Hoje, por exemplo, de acordo com o setor de estatística da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), há um equilíbrio na propor-ção entre partos normal e cesárea. A diferença está no local onde são re-alizados. A estimativa é de que nas maternidades públicas, 60% das mães optem pelo parto humanizado. Já nos hospitais privados, mais de 85% dos partos são feitos através de cesáreas.

Para Priscilla de Sousa, o que exis-te atualmente é a banalização da cesá-rea. “Hoje tem muita mulher que faz a escolha pela data, de acordo com a numerologia. Querem ter o neném com maquiagem. Algumas mães pen-sam mais nelas do que na saúde do próprio bebê. Quando Pedro nasceu veio direto para o meu colo, fi cou dei-tado comigo por duas horas. Não tro-co aquela sensação por nada”, revela.

Ela faz questão de dizer, no en-tanto, que não é contra a cesárea para casos específi cos, como quando o cordão umbilical enrola no pescoço do bebê e a cesárea é a única solução. Mas defende a regra do nascimento natural e humanizado. “A cesárea é um recurso, mas não é natural. O me-lhor é o parto humanizado, não tenho dúvidas”, defende. Priscilla em trabalho de parto

NÚMEROS

O Brasil não possui números oficiais da importância das dou-las durante os partos. No en-tanto, pesquisas realizadas no exterior apontam vantagens na presença dessas profissionais. Confira:

DIMINUI EM 50%As taxas de cesárea; DIMINUI EM 20%A duração do trabalho de parto; DIMINUI EM 60%Os pedidos de anestesia;DIMINUI EM 40%O uso da oxitocina;DIMINUI EM 40%O uso de fórceps.

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Praticidade e comodismo favorecem a cesárea

A diretora geral da Maternidade Leide Moraes, Edilza Pinheiro Araújo, não acredita em ‘máfi a das cesáreas’ para explicar o maior número de partos em que a mulher esco-lhe o momento do nascimento do bebê. Mas acredita que, por ser mais rápido que o parto normal, boa parte dos mé-dicos opta pelo comodismo da hora marcada. Isso porque, em média, um parto normal dura entre 8 e 12 horas contra apenas 40 minutos da cesárea. Outro fator fundamental apontado por ela ainda é o cultural. O medo da dor, se-gundo a diretora, continua afastando as futuras mães da possibilidade de dar à luz como reza a natureza. “Existem muitas coisas envolvidas. A praticidade do médico é uma delas. Tem mulher que ainda escolhe pensando no mais fácil, na hora marcada. Muitas marcam a cesárea na sexta-feira para receber alta e ir para casa no domingo”, disse.

A obstetra reforça, no entanto, a importância do parto normal humanizado para a própria formação do bebê. Na Maternidade Leide Moraes, conta, a equipe médica dispo-nibiliza as melhores condições para as mães, mas faz um esforço mínimo no momento do nascimento. “Quem de-cide a hora de nascer, no parto humanizado, é o bebê. E as consequências disso são inúmeras. Só o fato do bebê não sofrer as consequências de uma anestesia é importante. Outro ponto: no parto normal, a criança nasce e vai para o colo da mãe em seguida, o que favorece o vínculo en-tre mãe e fi lho. Nas cesáreas, o risco de infecção também é maior”, analisa.

UMA MÃE PARA AS MAMÃES

Na correria dos hospitais e da quantidade de par-tos realizados, uma figura se destaca por garantir tranquilidade às futuras mães antes, durante e depois do nascimento do bebê. A doula tem a função de acompanhar a mulher que terá o bebê durante todo o processo do parto. O nome vem do grego e significa “mulher que serve”. Na prática, a doula orienta o ca-sal sobre o que esperar do parto e do pós-parto, além de explicar os procedimentos comuns da hora “H” e amenizar a frieza da equipe médica no momento mais importante da vida de uma mulher.

DURANTE

As doulas são mulheres treinadas que moram em comunidades próximas às maternidades e se apresen-tam nos hospitais, voluntariamente, com o intuito de ajudar. Não recebem salário. Hoje, esse tipo de doula não existe em Natal. Como as maternidades locais não possuem cursos abertos à comunidade externa, na maioria dos casos um parente ou acompanhante da futura mãe acaba fazendo o serviço. É o que acontece na Maternidade Leide Moraes e no Hospital da Mulher, Zona Norte de Natal. A diretora geral, Edilza Pinhei-ro Araújo, conta que os profissionais da unidade são treinados com as técnicas da doulagem e prevê que ainda no segundo semestre deste ano a maternidade abra os cursos para voluntárias de bairros próximos. “Muita gente vem aqui se colocar à disposição para ajudar. Ainda não temos condição de abrir para pes-soas de fora por falta de estrutura, mas no segundo semestre isso deve aconter. A doula é uma figura fun-damental no processo de parto normal porque, entre outras coisas, pode diminuir em até 20% a duração do parto e reduz em 50% o número de cesarianas”.

DEPOIS

Após o parto, a doula ainda visita a nova família, oferece apoio para o período de pós-parto, especial-mente em relação à amamentação e cuidados com o bebê. É importante ressaltar também que a doula não substitui o pai no processo, presença fundamental ao lado da mulher no parto. Outro ponto que está fora do alcance da doula é a execução de qualquer procedi-mento médico, como cuidar da saúde do bebê.

“Quem decide a hora de nascer, no parto humanizado,é o bebê”Dra. Edilza Araújo, diretora geral da Maternidade Leide Moraes

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Guardiões da NaturezaEnvelhecer com atividade e qualidade já sabemos que é muito bom.

Agora, continuar trilhando um incansável caminho pelo bemdo planeta e da natureza, é de aplaudir. De pé!

Proteger e preservar já virou can-tiga de roda nos nossos dias. Essa consciência está cada vez mais paten-te na cabeça dos jovens, mas o grande exemplo vem de cima, dos “jovens” mais velhos.

Amantes da natureza, que se sen-tem bem e felizes inseridos nela e, ao mesmo tempo, cuidando dela; verda-deiros guardiões como a professora de Educação Física Vânia Maia e o guia turístico Francisco Cardoso de Oliveira, mais conhecido como Seu Tico. Vânia guia trilhas que passam pelo único parque de Mata Atlântica sob dunas, salpicado de lagoas, uma delas, a conhecida lagoa da Coca-Co-la, com a cor da água que justifica o nome. Um passeio maravilhoso. Seu Tico, incansável, guia trilhas mais ou-sadas que contam com um parque ro-

choso na zona rural de Araruna, divi-sa natural do Estado com a Paraíba, o Parque Estadual da Pedra da Boca.

No começo dos anos 80 no Re-cife, Vânia fundou junto com outras mulheres uma ONG chamada SOS Corpo - Grupo de Saúde da Mulher; já na década de 90, o nome sofreu uma alteração para SOS Corpo - Gê-nero e Cidadania, e depois, adotou-se o nome pelo qual é conhecida hoje, SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia.

“Não estava mais satisfeita com meu trabalho, nem com a minha vida. Acredito em mudanças através da transformação individual e espi-ritual no cotidiano. Não acreditava mais na possibilidade de qualidade de vida em uma grande cidade, nem pra mim e muito menos para o meu filho, Guia de trilhas em Baía Formosa

Trilha da Mata Estrela, em Baía Formosa

Por Adriana Keller

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37que estava chegando na idade de mais espaço. A necessidade de liberdade para os dois tornou-se evidente“, ex-plica Vânia.

Ela conta que já existia dentro dela o desejo de encontrar o lugar ideal para viver e a forte condição era que fosse junto da natureza. “Aconteceu, ao mesmo tempo, uma exaustão e des-crença de tudo, o retorno da impor-tância e vivência da espiritualidade e, por fim, o encontrar o lugar dos meus sonhos, da minha vida. Foi um movi-mento espiritual que se eu tivesse que pensar e planejar a mudança, não te-ria acontecido”, lembra. Assim, Vânia largou uma vida para iniciar outra, no Rio Grande do Norte. Atualmente ela tem um “pouso” onde aluga suítes e é guia de trilhas na região de Baía Formosa. “Me sinto uma catalisadora na integração gente e natureza, para pessoas que buscam novos caminhos, o que para mim, é tudo a mesma coi-sa, nós é que nos desagregamos e por isso, estamos fazendo tanto mal a nós mesmos e ao planeta. Para mim, a na-tureza é a volta pra casa, para Deus, penso que não preciso falar mais nada”, explica Vânia.

“Não acreditava mais na possibilidade de qualidade de vida em uma grande cidade, nem pra mim e muito menos para o meu filho”Vânia Maia, professora de Educação Física

Se você ainda não conhece a região, não perca mais tempo. Ima-gine uma reserva de 156 hectares que possui um belíssimo patrimô-nio geológico, repleta de cavernas, rochas com agarras naturais e as mais diferentes formações rocho-sas, ideais para a prática de esportes de aventura.

Essa beleza que você imaginou é a área de lazer da casa do Seu Tico,

ou melhor, o seu quintal.“Oi pessoal, meu nome é Tico,

sou guia turístico, nascido e criado aqui e vou levar vocês para conhe-cerem algumas das trilhas do Par-que Estadual da Pedra da Boca...” assim, um senhor muito simpático e cheio de energia inicia mais uma caminhada mata adentro com uma porção de curiosos e aventureiros trilheiros.

A Pedra da Boca e Seu Tico

Seu Tico, 53, guia de trilha do Parque Estadual da Pedra da Boca

Algumas instruções antes de começar uma das trilhas do Parque

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Vista do quintal de Seu Tico. Área em que os visitantes acampam.

Seu Tico, com seus 53 anos, mexe-se como um menino, sobe e desce pe-dra, escala com cordas e ainda carrega alguns medrosos nas costas quando o desafio fica grande. “Desde menino vivo nesse mato, antigamente passa-va noites por aqui, com o meu pai, caçando. Essa é a minha vida, há 12 anos sou guia turístico no Parque”.

Durante as trilhas, ele explica mi-

nuciosamente as espécies vegetais, mostra plantas medicinais, tipos de árvores e frutos. Caso alguém se ar-ranhe, se machuque ou mesmo se queime com urtiga, imediatamente o remédio aparece da mata: Seu Tico seleciona a planta indicada, prepara-a e aplica na região. “No mato não se grita, não se fala muito alto, estamos penetrando numa região que não é o

nosso habitat e sim dos bichos e ani-mais, é preciso respeitá-los”, ensina.

Ali mesmo, na casa onde mora Seu Tico com a esposa Dona Nazaré e fi-lhos, a família oferece refeições e área de camping para quem quiser ficar. “Fazemos de tudo para receber bem as pessoas que vêm visitar o Parque, é claro que também cuidamos, afinal essa é a nossa casa”, conclui Seu Tico.

“Desde menino vivo nesse mato,

antigamente passava noites por

aqui, com o meu pai, caçando”

Seu Tico, guia turístico

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NUNCA FAÇA: Chegar meia hora antes do horário marcado para parecer “pontual” ou uma hora depois para parecer “casual”. Apresentar a mulher como “minha patroa”. Fazer críticas profundas a filmes que ainda não assistiu. Contar histórias intermináveis em reuniões sociais e exigir a atenção de todos.

NUNCA PERGUNTE: Quantos anos você tem? Qual é mesmo o seu nome? Alguém vai querer este último pedaço? Esse é o seu pai? Esse é o seu marido? Você ainda está solteiro? Você está grávida?

NUNCA FALE: Se não tiver DIET eu não quero NADA! Desculpe qualquer coisa! Não foi bem isso que eu quis dizer! Vou fazer só um xixizinho e já volto!

TRAJE ESPORTEÉ o mais simples e informal, porém não deve ser confundido com roupa de esporte, ou seja, não vale tênis, jeans rasgados ou desbotados, moletom ou bermuda.

Masculino - Calça, camisa e blazer - Calçado Dock sider ou mocassin;

Feminino - Sapatos baixos, saia e blusa- Calças compridas ou vestidos;

TRAJE PASSEIO COMPLETO OU SOCIALEsse traje exige formalidade completa e é muito solicitado para jantares e eventos de porte maior.

Masculino- Terno escuro, gravata, camisa social (branca ou azul muito claro), sapato preto;

Feminino- Conjuntos ou tailleurs, vestidos mais longos, saltos altos e bolsa pequena;

TRAJE PASSEIO (ALTO ESPORTEOU TENUE DE VILLE) Caracteriza-se por ser um pouco mais formal, geralmente requisitado para eventos como almoços de negócios, eventos culturais, coquetéis.

Masculino- Calça e casaco diferentes (blazer), com gravata.

Feminino - Pantalonas, túnicas, vestidos simples, terninhos, sapatos de salto de médio para alto e bolsas mais discretas.

TRAJE BLACK TIE (OU GALA OU TENUE DE SOIRÉEOU AINDA HABILLÉE) É o traje das grandes festas, das noites de gala.

Masculino - Smoking

Feminino- Vestidos longos e sofisticados em tecidos preciosos.(tecidos finos, como seda, blá,blá,blá...)

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Que Gafes! “Me inclua” fora dessa!

Acerte no traje

É sempre sem querer, ninguém comete gafes de propósito. Ela sempre acontece em festas, reuniões de negócios, primeiros encontros amorosos, viagens, enfi m... Conheça algumas dicas e fuja delas!

negócios, eventos culturais, coquetéis.

DICAS DE MODA

“RSVP não significa ‘respon-der só vai piorar’, e sim Re-

pondez S’il Vous Plaît, ou seja, responda, por favor, e deve ser con-

testada até 48 horas antes do evento”.

Font

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O meio ambiente pede ajuda... Muitas empresas brasileiras já escutaram e mudaram seus hábitos; no Rio Grande do Norte também temos alguns exemplos.E você, está fazendoa sua parte?

Estamos vivendo um período de transição histórica, no qual a cons-ciência dos confl itos entre atividades e meio ambiente está literalmente explodindo. Jamais tivemos tanto acesso ao conhecimento, tecnologia e recursos. O tempo e as oportunida-des vieram romper com as tendências negativas do passado.

Uma sociedade sustentável é aque-la que não coloca em risco o ar, a água, a terra, a vida vegetal e animal dos quais o nosso bem-estar depende.

Para isso, é necessário estabele-cer os princípios da vida sustentável, como: respeitar e cuidar da comuni-dade; dos seres vivos; melhorar a qua-lidade de vida; conservar a vitalidade e a diversidade do planeta; permane-cer nos limites da capacidade de su-porte do planeta; modifi car atitudes e práticas pessoais; permitir que as comunidades cuidem de seu próprio meio ambiente; criar uma estrutura nacional para integração de desen-volvimento e conservação; construir uma aliança global.

Uma economia sustentável, por sua vez, é o produto do desenvolvi-mento sustentável, ela conserva sua

fonte de recursos naturais, mas con-segue se desenvolver pela adaptação e pelo aprimoramento no conhecimen-to, na organização, na efi cácia e, não menos importante, na sabedoria.

Essa consciência teve o grupo Walmart Brasil que, desde 2005, assu-miu o compromisso de adotar a sus-tentabilidade como um dos pilares do seu negócio em todo o mundo. Um dos objetivos do programa é a dimi-nuição dos resíduos sólidos gerados pelas lojas, Centrais de Distribuição e escritórios da empresa.

Em dezembro de 2008, eles lan-çaram, no Recife e em Salvador, o programa Cliente Consciente Merece Crédito. “Uma iniciativa pioneira da rede, que concede aos clientes R$ 0,03 de descontos por cada sacola plásti-ca não utilizada. O programa deu tão certo, que em três meses de im-plantação, mais de R$ 35 mil de des-contos foram concedidos. Em março de 2009, o projeto chegou às demais lojas da rede no Nordeste (duas lo-jas Bompreço e três Hiper Bompreço do RN), e em maio do mesmo ano, às lojas do Sul. Hoje, o valor dos des-contos concedidos nas lojas em todas

Por Kennya Amorim

Laranja: compromisso desde 2005

“O desafi o é melhorar ainda mais essa nossa atenção com os recursos naturais do planeta”Eduardo Laranja, vice-presidente do supermercado Walmart Brasil

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as unidades do país onde o programa funciona, passa de R$ 500 mil e o número de sacolas a menos no meio ambiente de 16 milhões”, afirma Edu-ardo Laranja, vice-presidente do Su-permercado do Walmart Brasil.

O valor do crédito é calculado de forma automática nos caixas das lo-jas. Cada sacola plástica não utilizada ou cinco itens adquiridos (quantida-de média de produtos embalados em uma sacola) equivale a R$ 0,03 de desconto (valor que corresponde ao custo unitário de cada sacola). Ain-da que leve para casa menos de cinco itens, o cliente recebe o desconto.

Para ganhar o crédito, o consumi-dor pode trazer de casa e utilizar qual-quer tipo de sacola retornável (tecido, lona, papelão ou plástico durável), caixa de papelão ou carrinho de feira. Caso não tenha nenhum desses pro-dutos, o cliente poderá adquirir saco-las retornáveis nas lojas do Bompreço. Feitas em algodão cru, elas suportam até 35 quilos e custam R$ 2,50. Até agora, já estão em circulação mais de 2 milhões de sacolas retornáveis.

“Os números provam que o con-sumidor é consciente e precisa ape-nas de um incentivo para se engajar na causa do meio ambiente. O nosso programa visa dar um passo além da conscientização, buscando acelerar essa mudança de hábito pela adoção de sacolas ou carrinhos retornáveis”, diz a diretora de Sustentabilidade do Walmart Brasil, Christiane Urioste.

“O desafio é melhorar nossa aten-ção com os recursos naturais do pla-neta. Até 2013, vamos reduzir embala-gens de produtos em 5% e diminuir o fosfato de detergentes em até 70%. Em 2012, pretendemos oferecer produtos para lavanderia no mínimo duas ve-zes mais concentrados, para reduzir o desperdício”, finaliza Laranja.

Afiliada SBT nacional, a TV Ponta Negra é outro exemplo a ser seguido. Há um ano lançou o projeto ECOAR, um movimento de conscientização através da educação permanente e continuada dos seus colaboradores, que pretende provar que, juntos, suas escolhas podem construir um mundo social e ambientalmente melhor.

“Fizemos um trabalho árduo nesse primeiro ano do projeto ECOAR. Ini-ciamos um movimento de cultura de sustentabilidade no ambiente interno da empresa, por meio de assimilação dos conceitos e práticas do consu-

mo consciente e assim pretendemos expandi-la para a sociedade de for-ma educativa. Queremos implantar a conscientização de todos em relação à sustentabilidade e consumo conscien-te, responsabilidade social empresa-rial e cadeia produtiva, energia, água, além de minimização de resíduos”, afirmou Andréa Rocha, gerente de marketing da emissora.

Na TV, uma simples atitude faz a diferença. Painéis foram anexados ao mural com informações sobre o tema; a coleta seletiva foi instalada; cada colaborador foi presenteado com um

TV Ponta Negra e o projeto Ecoar

A caneca, um dos produtos do projeto ECOAR

Equipe da TV Ponta Negra. Ao centro, Andréa Rocha, gerente de marketing da emissora

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SAIBA MAIS

Tente seguir algumas dessas ecodicas:• Não compre animais silvestres, peles ou quaisquer produtos extraídos de animais em perigo de extinção. • Utilize garrafas retornáveis; pois ela é reutilizada em média 30 vezes. • A energia economizada com a reciclagem de uma única lata de alumínio é o suficiente para manter liga-do um aparelho de TV durante 3 horas. • Prefira detergentes biodegradáveis, que se decom-põem e agridem menos o meio ambiente. • Na cozinha, use panos em vez de toalhas de papel, depois e só lavá-los e reutilizá-los. • Procure se desfazer de maneira racional dos restos de tinta. Venda-os ou doe a alguém. Nunca jogue na terra, pois contaminam o subsolo. • Pouca gente sabe que a correta calibragem dos pneus tem influência sobre o meio ambiente, pois economiza o combustível do automóvel. • Cuidado com as geladeiras velhas, pois o gás CFC usado no sistema de refrigeração pode vazar, amea-çando a camada de ozônio que cobre o planeta. • Preste atenção na sua maneira de cozinhar. Tipo de panela e maneira como se cozinha os alimentos. Use fogo baixo. • Não desperdice água ao deixar a torneira aberta en-quanto escova os dentes, faz a barba ou lava a louça. • Pense bem antes de comprar um ar-condicionado, pois estará contribuindo para o aumento de CFC na atmosfera e com o crescimento do buraco na camada de ozônio. • O Brasil é o maior consumidor mundial de agro-tóxicos. O número de intoxicações aumenta a cada ano. Para reverter esse quadro, reduza ou evite o consumo.• Separe o seu próprio lixo orgânico, varra o seu quintal e empilhe as folhas e restos de grama em um canto do jardim, onde irão se decompor, formando um excelente adubo. • Vamos seguir o exemplo de Curitiba, que recicla 22% do seu lixo e poupa 1200 árvores por dia, reuti-lizando o papel. • Não faça queimadas de folhas e restos de grama, muito menos em lavouras, pois isso libera fumaça tó-xica e aumenta o efeito estufa.

“Queremos implantara conscientização de todosem relação à sustentabilidade e consumo consciente”Andréa Rocha, gerente de marketing da TV Ponta Negra

kit, contendo uma caneca, dispensando o copo descartá-vel, sacolinha de lixo para o carro e uma caneta feita de material reciclável; o papel reciclado é o carro-chefe da casa. Além de várias atividades que movimentaram a em-presa e criaram novos hábitos com todos da equipe.

“Tudo isso, para despertar a consciência, provocar refl exão e, principalmente, além da responsabilidade am-biental, o consumo responsável”, conclui.

Disso tudo podemos extrair uma lição: é preciso estar atento às ações que podem afetar o meio ambiente, estu-dar cuidadosamente os efeitos dessas ações e aprender ra-pidamente com os erros. Para diminuir o sofrimento e o risco de crises ambientais, o desenvolvimento deve tomar outro rumo. As pessoas e a sociedade podem progredir estando atentas aos cuidados com a Terra.

Mural informativo com dicas sobre ecologia e meio ambiente

Embalagem do kit ecológico

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