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JV – Quando e por que você escolheu a área médica como carreira? Gabriel – Eu estudei em colégio técnico e, durante o Ensino Médio, fiz também o curso técnico de Enfermagem, para ver se queria realmente essa área, se gostava mesmo de hospital, coisas assim. Gostei e decidi que faria Medicina. Você foi aprovado em quais vestibulares? Em Medicina na Fuvest, Unicamp, Unifesp e Famema. Quais eram suas prioridades? USP/Pinheiros e Unicamp. O que levou você a escolher a Pinheiros? Eu sou de Campinas e seria mais fácil escolher a Unicamp, mas talvez o tamanho da Pinheiros e o complexo do HC acabaram sendo fundamentais. Na verdade, eu não conhecia fisicamente a faculdade, fui conhecer e fiz a opção de ficar em São Paulo. Mas não foi uma decisão fácil. De vez em quando penso: “Pegar ônibus, metrô, nossa, podia estar na minha casa em Campinas.” Mas não me arrependo, de forma alguma. Ainda sobre essa decisão, o que mais influiu em sua escolha, além da estrutura da faculdade e do HC? Primeiro, a receptividade dos alunos, que eu até esperava, mas também dos profissionais do HC e do pessoal de todo o complexo, o modo como fui recebido lá. E como tudo é grande e funciona. O HC está no ranking dos 100 melhores hospitais do mundo, é o melhor da América Latina. Isso fez diferença na hora de optar. Com que disposição você começou o cursinho no ano passado? O que para mim foi muito importante, desde o começo, é que decidi focar na nota de corte de Medicina, que tinha sido 77. Eu tentei superar a nota de corte desde a primeira apostila. No começo ainda era fácil manter esse desempenho, depois é que ficou difícil. Como era seu método de estudos? Eu assistia às aulas de manhã, continuava no cursinho e logo depois do almoço começava a estudar. Por volta de 13h30min, 14 horas, já estava estudando, até por volta de 18h30min. Tinha um grupo de estudo que ficava todo dia junto. Isso foi legal. Muitas dúvidas eram tiradas entre a gente. Como você organizava os estudos? Eu focava em duas coisas: resumos e exercícios. Fazia resumos das aulas. Nas aulas, tentava juntar o que o professor dizia que era importante com o que estava na apostila grande. À tarde, relia o que tinha feito de manhã e começava a fazer exercício. Todo dia eu fazia exercícios de todas as matérias. Por exemplo, eu dividia assim: se eram 30 dias de aula da apostila 1, eu pegava História e dividia por 30 os exercícios que tinha de fazer por dia. Eu tinha uma programação, fiz uma tabela com todas as apostilinhas de exercício e ia riscando os exercícios que fazia. Mas nem sempre dava para terminar tudo. Você conseguiu fazer quanto? Cheguei nos 80%. O que faltou mais foram os escritos de Inglês, Geografia e História. Você tinha dificuldade em quais matérias? No início do ano minha dificuldade era em Inglês e Matemática. Em História e Geografia a dificuldade era nos exercícios escritos. E como foi sua evolução? Uma coisa que me surpreendeu muito foi conseguir gabaritar simulado de Matemática. Do jeito que vi Matemática no Etapa, eu não tive nenhum sofrimento para assimilar a matéria. E História e Geografia acabaram sendo um diferencial nos exames, junto com Biologia, em que eu tinha facilidade.

Você ia ao Plantão de Dúvidas? - etapa.com.br Enfermagem, fiz instrumentação cirúrgica durante um certo tempo. O que você diria a quem vai ler esta entrevista e está se preparando

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Page 1: Você ia ao Plantão de Dúvidas? - etapa.com.br Enfermagem, fiz instrumentação cirúrgica durante um certo tempo. O que você diria a quem vai ler esta entrevista e está se preparando

JV – Quando e por que você escolheu a

área médica como carreira?

Gabriel – Eu estudei em colégio técnico e,durante o Ensino Médio, fiz também ocurso técnico de Enfermagem, para ver sequeria realmente essa área, se gostavamesmo de hospital, coisas assim. Gostei edecidi que faria Medicina.

Você foi aprovado em quais vestibulares?

Em Medicina na Fuvest, Unicamp, Unifespe Famema.

Quais eram suas prioridades?

USP/Pinheiros e Unicamp.

O que levou você a escolher a Pinheiros?

Eu sou de Campinas e seria mais fácilescolher a Unicamp, mas talvez o tamanhoda Pinheiros e o complexo do HC acabaramsendo fundamentais. Na verdade, eu nãoconhecia fisicamente a faculdade, fuiconhecer e fiz a opção de ficar em SãoPaulo. Mas não foi uma decisão fácil. Devez em quando penso: “Pegar ônibus,metrô, nossa, podia estar na minha casaem Campinas.” Mas não me arrependo, deforma alguma.

Ainda sobre essa decisão, o que mais

influiu em sua escolha, além da estrutura

da faculdade e do HC?

Primeiro, a receptividade dos alunos, queeu até esperava, mas também dosprofissionais do HC e do pessoal de todo ocomplexo, o modo como fui recebido lá. Ecomo tudo é grande e funciona. O HC estáno ranking dos 100 melhores hospitais domundo, é o melhor da América Latina. Issofez diferença na hora de optar.

Com que disposição você começou o

cursinho no ano passado?

O que para mim foi muito importante,desde o começo, é que decidi focar nanota de corte de Medicina, que tinha sido77. Eu tentei superar a nota de corte desdea primeira apostila. No começo ainda erafácil manter esse desempenho, depois éque ficou difícil.

Como era seu método de estudos?

Eu assistia às aulas de manhã, continuavano cursinho e logo depois do almoçocomeçava a estudar. Por volta de13h30min, 14 horas, já estava estudando,até por volta de 18h30min. Tinha umgrupo de estudo que ficava todo dia junto.Isso foi legal. Muitas dúvidas eram tiradasentre a gente.

Como você organizava os estudos?

Eu focava em duas coisas: resumos eexercícios. Fazia resumos das aulas. Nasaulas, tentava juntar o que o professordizia que era importante com o que estavana apostila grande. À tarde, relia o quetinha feito de manhã e começava a fazerexercício. Todo dia eu fazia exercícios detodas as matérias. Por exemplo, eu dividiaassim: se eram 30 dias de aula da apostila 1,eu pegava História e dividia por 30 osexercícios que tinha de fazer por dia.Eu tinha uma programação, fiz uma tabelacom todas as apostilinhas de exercício e iariscando os exercícios que fazia. Mas nemsempre dava para terminar tudo.

Você conseguiu fazer quanto?

Cheguei nos 80%. O que faltou mais foramos escritos de Inglês, Geografia e História.

Você tinha dificuldade em quais

matérias?

No início do ano minha dificuldade eraem Inglês e Matemática. Em História eGeografia a dificuldade era nos exercíciosescritos.

E como foi sua evolução?

Uma coisa que me surpreendeu muito foiconseguir gabaritar simulado deMatemática. Do jeito que vi Matemáticano Etapa, eu não tive nenhum sofrimentopara assimilar a matéria. E História eGeografia acabaram sendo um diferencialnos exames, junto com Biologia, em queeu tinha facilidade.

Page 2: Você ia ao Plantão de Dúvidas? - etapa.com.br Enfermagem, fiz instrumentação cirúrgica durante um certo tempo. O que você diria a quem vai ler esta entrevista e está se preparando

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Você ia ao Plantão de Dúvidas?

Ia, mas eu usava primeiro o PlantãoVirtual. Eu gostava de ver como a respostados exercícios era dada lá e tentavaresolver com base nessa resposta. Se nãoconseguisse entender no Plantão Virtual, iaao Plantão de Dúvidas.

Em que matérias você ia mais ao Plantão

de Dúvidas?

Matemática e Geografia.

Você treinava Redação?

Um pouco. Além das redações dossimulados, acho que durante o ano fizalgumas do Fique Esperto. Era pouco, tinhagente que fazia todas. E acabaram tirandonotas muito boas.

Por que você não se dedicou mais à

Redação?

Eu tinha ido muito bem em Redação naUnicamp no ano anterior, tirei 42 de 48, efiquei achando que estava bem. Mas, nocursinho, minhas notas em Redação erambaixas. Talvez a nota que tirei na Unicamptenha sido uma exceção.

Você fez o reforço especial para Medicina?

Fazia o RPM no sábado de manhã.

Que diferença essas aulas fizeram para

você?

Na aula tradicional, você tem uma matériacontínua, mas o reforço é mais pontual,não necessariamente ligado à matéria quevocê está vendo na aula normal. Sãosempre tópicos mais difíceis e às vezescoisas que não são dadas em sala de aula.Geografia e História da Medicina eu acheimuito importantes porque dão focosdiferentes, abrem bem as matérias. EMatemática é bem puxada no reforço.

Qual foi seu desempenho nos simulados?

Comecei em C mais. Minha meta noprincípio era chegar no B. No geral,consegui chegar no B e, mais ou menos emabril, maio, cheguei no A. Daí foioscilando, fiquei entre A e B nos simuladosgerais. Nos do RPM, às vezes ficava noC mais e às vezes caía no C menos. No fimfoi mais complicado, eu chegava nomáximo a B.

Você leu as obras indicadas pela Fuvest e

Unicamp como obrigatórias?

Eu comecei a ler no 1º ano do EnsinoMédio. Não com foco no vestibular, masporque no colégio eles pediram as obras.Algumas obras mudaram e as quemudaram eu li no ano passado.

O que achou das palestras sobre as

obras?

O foco sobre as obras dado em aula e naspalestras é um foco que, apenas lendo,você não tem. É difícil perceberdeterminadas nuances do autor. Napalestra o professor aponta segmentos detexto e você consegue perceber. E é issoque o vestibular vai cobrar. A palestra dárealmente o que é cobrado, o que vai cair.

O que você fez nas férias de julho?

Muitas promessas: eu ia pôr a matéria emdia, ia estudar inglês... mas acabeiestudando só dois dias. Foi uma questão denecessidade de descansar mesmo.

Você tinha alguma atividade para relaxar?

Saía para passear, shopping, essas coisas.No primeiro semestre jogava vôlei no Etapa.

Na Fuvest, quantos pontos você fez na

1ª fase?

Fiz 79 pontos. Sou de escola pública eacabou subindo para 86 e pouco. Deu 87.Mesmo sem o bônus eu estava acima danota de corte de Medicina, que foi 74.

O que achou desse resultado, deu ânimo

para a 2ª fase?

Na verdade, fiquei com um pouco demedo porque nos simulados escritos eutinha um desempenho menor do que nostestes. Por isso, depois da 1ª fase da Fuvest,da penúltima semana de novembro até oinício da 2ª fase, só fiz exercício escrito.

Você manteve ou aumentou a carga

horária de estudo?

Aumentei um pouco no fim de semana. E ànoite também.

Qual sua classificação na carreira?

Fiquei em 57º lugar na USP [à frente decerca de 70% dos aprovados] e 13º naUnicamp [melhor do que quase 90% dosaprovados].

Como ficou sabendo das aprovações?

A primeira lista foi da Famema. Isso medeu uma certa tranquilidade, porém,Marília é longe. Logo em seguida saiu oresultado da USP. Eu tinha combinado irao Etapa encontrar todo mundo no dia dalista. Esperei sair em casa, peguei o carro,passei no escritório da minha mãe paracontar pessoalmente a ela que tinha passadoe fui para o Etapa. No Etapa eu fui pintado,tirei foto, comemorei com os amigos. Nodia seguinte, quando saiu a Unicamp, fuide novo para o Etapa. Foi bem bacana. Aísurgiu o problema da opção: ficar emCampinas ou ir para a Pinheiros. As matrículaseram no mesmo dia. Eu tive quatro diasintermináveis para fazer a escolha.

Como se desenvolve o curso de Medicina

na Pinheiros?

Tem um ano e meio de ciclo básico, doisanos e meio de ciclo clínico e depoisinternato. No ciclo básico, neste semestre,tem Anatomia, Fisiologia de Membranas,Introdução à Medicina e suas Especialidades,Atenção Primária à Saúde. Estou vendomais Fisiologia, Bioquímica, BiologiaMolecular, área básica mesmo dentro daMedicina. Isso não significa que é fácil. Ébem mais difícil do que eu esperava. Esperavatalvez uma coisa mais simples, e realmenteé muito aprofundada. As matérias da áreabásica são na Cidade Universitária, e elesnão querem dar para a gente só o foco daMedicina. O foco é preparar os alunospara serem médicos e pesquisadores.

Você já tem contato com paciente?

Toda semana a gente vai a uma unidadebásica de saúde, acompanha todo ofuncionamento e aprende sobre o sistemade saúde brasileiro. Aprendemos na teoria.Na prática, acompanhamos as consultas etambém fazemos visitas nas casas.

Em qualquer UBS ou tem postos

específicos?

Tem postos específicos que são administradospela Fundação Faculdade de Medicina. Aprefeitura passou a administração para ela.Nesses postos todos os médicos sãocontratados pela Fundação. Em sua maioriasão ex-alunos da Pinheiros.

De tudo que viu até agora, do que você

está gostando mais na Pinheiros?

O foco em pesquisa é bem bacana, assimcomo o livre-acesso que temos ao HC. Agente tem tutoria também: em grupos decinco ou seis, os alunos são acompanhadospor um professor durante o curso inteiro. Émuito legal ter uma relação maior comum profissional que vai estar semprete orientando.

Você já tem ideia da área que pretende

seguir?

É muito cedo, não decidi ainda. Você entraquerendo uma coisa e acaba escolhendooutra. Hoje eu gostaria de fazer Cirurgia,não sei em quê. No curso técnico deEnfermagem, fiz instrumentação cirúrgicadurante um certo tempo.

O que você diria a quem vai ler esta

entrevista e está se preparando para os

vestibulares do fim do ano?

A primeira apostila até que é fácil terminar,na 2 e na 3 fica mais difícil, mas éimportante fazer muito bem a 2 e a 3 paraconseguir fazer a 4 e a 5.

O que você diria a quem tentou, não

passou e vai prestar vestibular de novo?

Não é um tempo perdido. O modo comovão te olhar lá na frente, quando vocêentrar na faculdade, não tem preço.

Você tem saudade de alguma coisa do

ano passado?

Tenho dos amigos, do grupo. É ummomento em que você está frágilpsicologicamente e o grupo é um grandeapoio.