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MINISTRIO DA SADE
Secretaria-Executiva
Departamento de Economia da Sade, Investimento e Desenvolvimento
Unidade de Gesto do Projeto - UGP
MANUAL OPERACIONAL
VOLUME 1
DOCUMENTO-BASE
Braslia-DF, setembro de 2011.
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Presidente da Repblica
Dilma Vana Rousseff
Vice-Presidente
Michel Miguel Elias Temer Lulia
Ministro da Sade
Alexandre Rocha Santos Padilha
Secretria-Executiva
Mrcia Aparecida Amaral
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SUMRIO
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 05
APRESENTAO 08
1 CONTEXTO ........................................................................................................................... 11
1.1 Estrutura Organizacional do Ministrio da Sade 13
2 MARCO CONCEITUAL ........................................................................................................... 16
2.1 Integrao Horizontal e Vertical na RAS 17
2.2 Processos de Substituio 18
2.3 Regio de Sade 18
2.4 Nveis de Ateno 19
2.5 Elementos Constitutivos da Rede de Ateno Sade 19
2.5.1 Estrutura Operacional .............................................................................................................. 19
2.5.2 Modelo de Ateno Sade .................................................................................................... 23
3 O PROJETO QUALISUS-REDE ................................................................................................. 25
3.1 Objetivo do Projeto 25
3.1.1 Objetivos Especficos .............................................................................................................. 25
3.2 Estratgias Centrais do Projeto, Descrio dos Componentes e reas de Financiamento 26
3.2.1 Estratgias de atuao ........................................................................................................... 26
3.2.2 Descrio dos Componentes e reas de Financiamento ....................................................... 26
3.3 Componente 1 Qualificao do Cuidado e Organizao de Redes de Ateno Sade 27
3.4 Componente 2 Desenvolvimento de Intervenes Sistmicas Estratgicas 34
3.5 Componente 3 Gesto do Projeto 35
3.6 Fases, Etapas e Operao do Projeto 35
3.7 Monitoramento e Avaliao do Projeto 36
3.8 Custos e Financiamento 36
4 GESTO DO PROJETO QUALISUS-REDE ................................................................................. 36
4.1 Comit Gestor de Implementao - CGI 37
4.2 Unidade de Gesto do Projeto QualiSUS-Rede UGP 38
4.3 Forma de Gerenciamento 39
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5 POLTICAS DE SALVAGUARDA E PROTEO .......................................................................... 42
5.1 Proteo aos Povos Indgenas 42
5.1.1 Antecedentes ......................................................................................................................... 42
5.1.2 Marco Institucional ................................................................................................................ 43
5.1.3 Concluses e Marco Indgena para Regies no Metropolitanas ......................................... 45
5.2 Proteo Ambiental 46
5.2.1 Avaliao Ambiental Sumria ................................................................................................ 46
5.2.2 Polticas de proteo .............................................................................................................. 47
5.2.3 Impactos Ambientais Gerais .................................................................................................. 47
5.2.4 Estrutura Regulamentar e Diretrizes de Construo ............................................................. 49
5.2.5 Gesto de Lixo Hospitalar ...................................................................................................... 49
5.2.6 Cdigos de Construo para os Estabelecimentos de Sade ................................................ 50
5.2.7 Consultas ................................................................................................................................ 50
5.2.8 Marco Ambiental.................................................................................................................... 51
5.2.9 Lista de verificao ................................................................................................................. 54
5.2.10 Recomendaes finais ............................................................................................................ 55
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AB Ateno Bsica
AID Associao Internacional para o Desenvolvimento ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANS Agncia Nacional de Sade Suplementar APS Ateno Primria Sade BIRD Banco Internacional para a Reconstruo e o Desenvolvimento
(Banco Mundial) CA Cncer CCONT Coordenao de Contabilidade CD/SS Seleo de Fonte nica ou Contratao Direta/Single-Source
Selection CGESP Coordenao Geral de Gesto de Pessoas CGI Comit Gestor de Implementao do Projeto QualiSUS-Rede CGC Cadastro Geral de Contribuintes CIR Comisso Intergestores Regional CIB Comisso Intergestores Bipartite CIT Comisso Intergestores Tripartite CLT Consolidao das Leis do Trabalho CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sade CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica
COAP Contrato Organizativo de Ao Pblica da Sade COMPRASNET Portal de Compras do Governo Federal CONASEMS Conselho Nacional de Secretrios Municipais de Sade CONASS Conselho Nacional de Secretrios de Sade CONJUR Consultoria Jurdica COSEMS Colegiado Regional de Secretrios Municipais de Sade CR Central de Regulao DARA Departamento de Articulao de Redes de Ateno DATASUS Departamento de Informao e Informtica do SUS DB Depsito Bancrio DECIT Departamento de Cincia e Tecnologia DOU Dirio Oficial da Unio DRG Diagnostic Related Groups DSEI Distritos Sanitrios Especiais Indgenas DST Doenas Sexualmente Transmissveis EC29 Emenda Constitucional N 29/2000 E-MAIL Mensagem eletrnica ESF Estratgia Sade da Famlia FES Fundo Estadual de Sade FIOCRUZ Fundao Oswaldo Cruz FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Servio FNS Fundo Nacional de Sade GC Grupo Condutor GM Gabinete do Ministro da Sade
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IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ICB International Competitive Bidding (Concorrncia Internacional) IES Instituies de Ensino Superior IFR Relatrio de Gerenciamento Financeiro do Projeto INSS Instituto Nacional do Seguro Social IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada LC Linha de Cuidado MAC Mdia e Alta Complexidade MC Mdia Complexidade MEMO Memorando MF Ministrio da Fazenda MOP Manual Operacional MS Ministrio da Sade NC Nota de Movimentao de Crdito Oramentrio NCB National Competitive Bidding (Licitao Pblica Nacional) NE Nota de Empenho NF Nota Fiscal NL Nota de Lanamento OB Ordem Bancria ORE rgo Responsvel pela Execuo OSCIP Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico PA Plano de Aquisio PACS Programa de Agentes Comunitrios de Sade PDI Plano Diretor de Investimento PDR Plano Diretor de Regionalizao PEP Plano de Educao Permanente PF Programao Financeira PLANEJASUS Sistema de Planejamento do Sistema nico de Sade PMAQ Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da
Ateno Bsica PNUD Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento POA Plano Operativo Anual PPI Programao Pactuada e Integrada PR Pedido de Reembolso PROESF Projeto de Expanso e Consolidao do Sade da Famlia PSB Programa Sade Bucal PT Portaria PTA Plano de Trabalho Anual QUALISUS-REDE Projeto de Formao e Melhoria da Qualidade de Rede de
Ateno Sade RAS Redes de Ateno Sade RENAME Relao Nacional de Medicamentos Essenciais RENASES Relao Nacional de Aes e Servios de Sade RH Recursos Humanos RM Regio Metropolitana RT Regio Tipo SAA Subsecretaria de Assuntos Administrativos
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SADT Servio de Apoio Diagnstico e Teraputico SAMU Servio de Atendimento Mvel de Urgncia SAS Secretaria de Ateno Sade SBD Standard Bidding Document (Documento Padro de Licitaes) SCPD Sistema de Concesso de Passagens e Dirias SCTIE Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos SE Secretaria-Executiva SEAIN Secretaria Especial de Assuntos Internacionais SES Secretaria de Estado da Sade SESAI Secretaria Especial de Sade Indgena SGEP Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa SGTES Secretaria da Gesto do Trabalho e da Educao em Sade SIAFEM Sistema Integrado de Administrao Financeira para Estados e
Municpios SIAFI Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo
Federal SIASI Sistema de Informaes da Ateno Sade Indgena SIH Sistema de Informaes Hospitalares SISBACEN Sistema de Operaes, Registro e Controle do Banco Central SISG Sistema de Servios Gerais SISP Sistema de Recursos de Informao e Informtica SISPEC Sistema de Gesto do Pessoal Civil da Unio SISREG Sistema Nacional de Regulao SMS Secretaria Municipal de Sade SOE Statement of Expenditure (Declarao de Gastos Efetivos) SP Solicitao de Pagamento SPO Subsecretaria de Planejamento e Oramento SQC Seleo Baseada na Qualificao do Consultor STN Secretaria do Tesouro Nacional SUS Sistema nico de Sade SVS Secretaria de Vigilncia em Sade TR Termo de Referncia UBS Unidade Bsica de Sade U&E Urgncia e Emergncia UF Unidade da Federao UGP Unidade de Gesto do Projeto
USD Dlar norte-americano
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APRESENTAO
O Ministro da Sade, Alexandre Padilha, em seu discurso de posse elencou aes prioritrias para
essa gesto, que culminaram na definio de 16 objetivos estratgicos para o aperfeioamento do
Sistema nico de Sade- SUS. Alm disso, ressaltou a importncia de uma maior integrao das
Secretarias que compe o Ministrio e a criao um indicador nacional de garantia da qualidade
de acesso.
Os objetivos estratgicos so:
Garantir acesso de qualidade em tempo adequado s necessidades de sade dos cidados,
aprimorando a Poltica de Ateno Bsica e Ateno Especializada;
Promover ateno integral sade da mulher e da criana implementar a Rede Cegonha ;
Aprimorar a rede de urgncia e emergncia, com expanso e adequao de UPAs, SAMU,
PS e centrais de regulao, articulando-a com as outras redes de ateno;
Fortalecer a rede de sade mental, com nfase no enfrentamento da dependncia de
Crack e outras drogas;
Garantir ateno integral sade da pessoa idosa e dos portadores doenas crnicas em
todos os nveis de ateno;
Reduzir os riscos e agravos sade da populao por meio das aes de promoo e
vigilncia em sade, com e especial ateno no combate dengue;
Implementar o Subsistema de Ateno Sade Indgena, articulado com o SUS, baseado no
cuidado integral, observando as prticas de sade e as medicinas tradicionais, com
controle social, garantindo o respeito s especificidades culturais;
Contribuir para a adequada formao, alocao, qualificao, valorizao e democratizao
das relaes do trabalho dos profissionais e trabalhadores de sade;
Garantir assistncia farmacutica no mbito do SUS;
Fortalecer o complexo produtivo de cincia, tecnologia e inovao em sade com vetor
estruturante da agenda nacional de desenvolvimento econmico e social sustentvel,
reduzindo e vulnerabilidade do acesso sade;
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Implementar novo modelo de gesto e instrumentos de relao federativa, com
centralidade na garantia do acesso, gesto por resultados, participao social e
financiamento estvel;
Qualificar instrumentos de execuo direta, gerando ganhos de produtividade e eficincia
para o SUS;
Aprimorar a regulao e a fiscalizao da sade suplementar, articulando a relao pblico-
privado, gerando maior racionalidade e qualidade no setor sade;
Representar e defender internacionalmente os interesses brasileiros no campo da sade,
bem como partilhar as experincias e saberes do SUS com outros pases em conformidade
com as diretrizes da Poltica Externa Brasileira;
Implementar aes de saneamento bsico e sade ambiental, de forma sustentvel, para a
promoo da sade e reduo das desigualdades sociais, com nfase no Programa de
Acelerao do Crescimento;
Contribuir para erradicar a extrema pobreza no pas.
A conformao de redes de ateno sade uma das estratgias que visa contribuir para o
alcance desses objetivos. Nesse contexto, o Projeto de Formao e Melhoria da Qualidade de
Rede Ateno Sade QualiSUS-Rede - uma proposta de interveno para apoiar a
organizao de redes regionalizadas de ateno sade no Brasil. Trata-se de um projeto de
cooperao entre o Banco Mundial e o Ministrio da Sade que visa somar-se aos esforos
permanentes de consolidao do Sistema nico de Sade - SUS.
O Projeto QualiSUS-REDE destina-se implantao de quinze experincias de redes de ateno
sade nos vrios estados brasileiros, sendo dez experincias em Regies de Sade, vinculadas s
regies metropolitanas (RM), e cinco Regies denominadas Tipo, segundo singularidades. Resulta
de um amplo processo de discusso que envolveu, no mbito do Comit Gestor de
Implementao (CGI), representantes de todas as secretarias do Ministrio da Sade, alm de
tcnicos do Banco Mundial e da equipe tcnica do projeto.
A quem se destina o Manual
O Manual Operacional, composto por 07 volumes, destina-se s equipes gestoras do Projeto
QualiSUS-Rede, nas trs esferas de governo: federal, estadual e municipal, e tambm deve ser
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utilizado como instrumento de divulgao e consulta para a resoluo de problemas operativos
associados ao Projeto.
O Volume 01 Documento-Base expe a justificativa, o marco conceitual, a proposta de atuao
com os objetivos, estratgias e beneficirios do projeto, assim como sua estrutura com o
detalhamento de seus Componentes e seu desenvolvimento, custos e financiamento e indicadores
de avaliao.
Dvidas
As dvidas, que porventura ocorram na utilizao desse Manual, podero ser esclarecidas pelo e-
mail [email protected].
Sugestes e atualizaes
No decorrer da execuo do Projeto algumas informaes do Manual Operacional podero sofrer
atualizaes. As sugestes para atualizao do Manual devero ser remetidas UGP pelo e-mail:
QualiSUS-Rede - Manual Operacional
Volume 01 Documento-Base
Volume 02 Adeso ao Projeto e Formulao das Propostas dos Subprojetos
Volume 03 Componente 2: Intervenes Sistmica Estratgicas
Volume 04 Gesto dos Subprojetos Regionais
Volume 05 Execuo Financeira
Volume 06 Execuo das Aquisies e Contrataes
Volume 07 Monitoramento e Avaliao
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1 CONTEXTO
O desenvolvimento do Sistema nico de Sade no Brasil tem mostrado significativos avanos
desde sua criao pela Constituio de 1988. Esses avanos podem ser particularmente
percebidos em relao ampliao da cobertura, melhoria da assistncia e aos seus mecanismos
de gesto. Entretanto, ainda h muitos desafios a serem superados na perspectiva de garantir a
integralidade na ateno sade, a integrao dos instrumentos de planejamento, o aumento do
financiamento, a qualificao da ateno e da gesto, a articulao interfederativa, a melhoria do
acesso e a organizao de redes de ateno sade.
O Ministrio da Sade, por meio da Poltica Nacional de Sade, visa contribuir para com a poltica
de Governo de diminuio das desigualdades regionais e combate misria. O Decreto Federal n
7.508 de 28 de junho de 2011, que regulamenta a Lei n 8.080/90, dispe sobre a organizao do
SUS, o planejamento da sade, a assistncia sade e a articulao interfederativa e oferece
novas perspectivas para o enfrentamento dos desafios apontados.
A regio de sade passa a ser a base de organizao do SUS, sendo referncia para as
transferncias de recursos entre os entes federativos e para a elaborao e execuo dos
Contratos Organizativos da Ao Pblica da Sade (COAP). A regio de sade tem por finalidade
integrar a organizao, o planejamento e a execuo de aes e servios de sade. As Comisses
Intergestores Regional (CIR) so as instncias onde se efetiva a gesto compartilhada.
As redes de ateno sade, definidas como um conjunto de aes e servios de sade articulada
em nveis de complexidade crescente tem por finalidade garantir a integralidade da assistncia
sade. A organizao das redes ocorre por meio dos COAP e deve observar a Relao Nacional de
Aes e Servios de Sade (RENASES) e a Relao Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME).
A conformao de redes temticas de cuidado em sade uma estratgia prioritria do Ministrio
da Sade. Ao todo so quatro tipos de redes temticas: Cegonha; Urgncia e Emergncia; Ateno
Psicossocial, com nfase no cuidado aos usurios de lcool, Crack e outras drogas; Rede de
Ateno Bsica em Sade e Doenas Crnicas No-Transmissveis.
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O Projeto QualiSUS-Rede deve contribuir para a implementao das redes de ateno sade no
Brasil, tendo como desafio superar a fragmentao das aes e dos servios de sade e qualificar a
gesto e o cuidado em sade
Para tanto, a estruturao de redes de ateno sade (RAS) eficientes e efetivas, que
considerem a integralidade na ateno sade e ao mesmo tempo respeitem a lgica de
economia de escala na produo de servios especializados, deve ser compreendida no mbito de
uma Regio de Sade, ou de vrias delas, em consonncia com diretrizes pactuadas nas Comisses
Intergestores.
Nesta perspectiva, necessrio considerar, pela sua magnitude, a diversidade da realidade social,
poltica e administrativa do pas e sua extensa rea territorial, na qual so expressivas as
diferenas locorregionais e a diversidade organizacional e operativa da rede de servios de sade.
A constatao de territrios com vazios assistenciais, que paradoxalmente convivem com o
excesso de servios em outras localidades, por vezes circunvizinhas, reafirma a desigualdade de
oferta e de utilizao nos acessos a insumos e bens de servios de sade.
Deve-se considerar tambm, as caractersticas do sistema federativo brasileiro no qual os gestores
da sade representam entes federativos autnomos, o que exigiu o estabelecimento de espaos
de gesto tripartite para que se garantisse a governabilidade do SUS. Esses processos de gesto
tripartite, essenciais para a conformao de redes de ateno sade, foram orientados pelo
Pacto pela Sade (2006) e esto regulamentados pelo Decreto n 7.508/2011.
O Pacto pela Sade, firmado entre os representantes dos trs nveis de gesto do SUS (federal,
estadual e municipal), divulgado pela Portaria GM/MS n 399/2006 e regulamentado pela Portaria
GM/MS n 699/2006 constitui-se uma unidade de princpios que:
[...] respeita as diferenas locorregionais, agrega os pactos anteriormente
existentes, refora a organizao das regies sanitrias instituindo
mecanismos de co-gesto e planejamento regional, fortalece os espaos e
mecanismos de controle social, qualifica o acesso da populao ateno
integral sade, redefine os instrumentos de regulao, programao e
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avaliao, valoriza a macro funo de cooperao tcnica entre os gestores
e prope um financiamento tripartite que estimula critrios de equidade
nas transferncias fundo a fundo. (BRASIL, 2006a, p. 7).
Por sua vez, o Decreto 7.508/2011 visa a consolidao da estrutura organizativa do SUS e o seu
fortalecimento, dispondo sobre:
[...] a organizao do SUS, o planejamento da sade, a assistncia sade e
a articulao interfederativa, e dando outras providncias. (BRASIL, 2011, p.
4).
Neste cenrio, ao ter como propsito contribuir para a qualificao da ateno e da gesto em
sade no mbito do SUS por meio da conformao de redes de ateno sade, o Projeto
QualiSUS-Rede representa um importante instrumento para a consolidao desse sistema.
1.1 Estrutura Organizacional do Ministrio da Sade
Com o objetivo de auxiliar tecnicamente na implementao do Projeto as Secretarias que
compem o Ministrio da Sade podero participar das atividades de acordo suas competncias,
as mesmas esto abaixo descritas:
A Secretaria de Ateno Sade tem como competncia geral a formulao e implementao da
poltica nacional de assistncia sade para o SUS. Com o estabelecimento dos protocolos clnicos
e diretrizes de ateno, promoo e recuperao da sade, esta Secretaria tem papel importante
para o fomento das aes. Seus departamentos que enfocam dentre outras coisas as aes
programticas e estratgicas, ateno bsica, mdia e alta complexidade, ateno especializada,
podem inserir aes ao QualiSUS-Rede. Futuros projetos de cooperao nacional podero auxiliar
no fortalecimento das regies de sade, bem como as diversas polticas de urgncia e emergncia,
lcool, drogas, sade da mulher, sade da famlia dentre outros.
A Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao em Sade tem como competncia geral a
formulao e a coordenao das Polticas de formao e desenvolvimento profissional para o SUS,
a regulao das profisses e a articulao com os movimentos sindicais e sociais, garantindo os
direitos dos trabalhadores e a democratizao das relaes de trabalho. Esta Secretaria fomentar
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os Componentes do QualiSUS-Rede, no que se refere a desenvolver competncias dos
trabalhadores, delinear as diretrizes para a educao e capacitao dos profissionais do SUS, bem
como estabelecer parcerias com Universidades, Estados, Distrito Federal e Municpios.
A Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos tem como competncia geral a
formulao e coordenao das Polticas Nacionais de Cincia, Tecnologia e Inovao em Sade, de
Assistncia Farmacutica e de Medicamentos; com o fomento, pesquisa e incorporao de
tecnologias inovadoras para o SUS esta Secretaria poder fomentar o fortalecimento do Sistema
por meio da agenda de pesquisa em sade e do complexo industrial. Alm da sistemtica de
Assistncia Farmacutica e aes da Farmcia popular do Brasil.
A Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa tem como competncia geral a formulao de
polticas para o aprimoramento da gesto do SUS mediante articulaes interfederativas; a
formulao e implementao da poltica de gesto democrtica e participativa do SUS; a auditoria
e fiscalizao no mbito do SUS; por meio da participao popular e do controle social, e a poltica
de informao e informtica do SUS. Essa Secretaria captar as demandas dos gestores pblicos e
da sociedade civil organizada, focando as aes do projeto para as necessidades especficas e
equnimes da populao. Projetos de ouvidoria da Rede QualiSUS-Rede podero dar excelncia
estratgica ao projeto.
A Secretaria de Vigilncia em Sade tem como competncia geral a coordenao e gesto do
Sistema Nacional de Vigilncia em Sade; aes de vigilncia epidemiolgica, combate a dengue,
malria, bem como imunizao, serviro de suporte estratgico ao QualiSUS-Rede.
A sexta secretaria criada a partir do Decreto n 7.336 de 19 de outubro de 2010 foi a Secretaria
Especial de Sade Indgena e a mesma tem como competncia a coordenao da implementao
da Poltica Nacional de Ateno Sade dos Povos Indgenas. Por seu carter Especial, esta
secretaria congrega todas as aes articuladas das demais secretarias finalsticas do MS. O
Subsistema de Ateno Indgena, com seus distritos sanitrios, serviro de parceiros estratgicos
para as aes do QualiSUS-Rede, principalmente as relacionadas s regies no metropolitanas
que recebem as populaes indgenas.
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Deste modo, cada uma das seis secretarias, que compem o ministrio, poder auxiliar na
implementao do QualiSUS-Rede e trabalhar de forma integrada e interdependente.
O Projeto contar ainda com o apoio da Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), que atuar no
desenvolvimento de processos formativos, tecnologias de planejamento, monitoramento e
avaliao para o aperfeioamento da gesto da RAS. Considerando a necessidade de aprofundar o
conhecimento, ampliar a capacidade de formulao dos gestores e das equipes tcnicas
envolvidas nos Subprojetos e o consequente processo de monitoramento e avaliao das aes
financiadas pelo Projeto, torna-se necessrio o desenvolvimento de esforos conjuntos do MS e
FIOCRUZ para construir novos marcos na direo do desenvolvimento de capacidade gestora,
intervenes estratgicas na estruturao das RAS, tecnologias funcionais de apoio e
metodologias operativas de implantao de RAS em diferentes realidades e nveis de gesto.
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2 MARCO CONCEITUAL
A Rede de Ateno Sade (RAS) definida como o conjunto de aes e servios de sade
articulados em nveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da
assistncia sade no mbito de uma Regio de Sade, ou de vrias delas, em consonncia com
diretrizes pactuadas nas Comisses Intergestores.
O objetivo da RAS promover a integrao sistmica, mediante referenciamento do usurio na
rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comisses Intergestores.
So Portas de Entrada s aes e aos servios de sade nas Redes de Ateno Sade os servios
da ateno primria; da ateno de urgncia e emergncia; da ateno psicossocial; e de aes e
servios especiais de acesso aberto.
A RAS caracteriza-se pela formao de relaes horizontais entre os pontos de ateno com o
centro de comunicao na Ateno Primria Sade (APS), pela centralidade nas necessidades em
sade de uma populao, pela responsabilizao na ateno contnua e integral, pelo cuidado
multiprofissional, pelo compartilhamento de objetivos e compromissos com os resultados
sanitrios e econmicos.
Fundamenta-se na compreenso da APS como primeiro nvel de ateno, enfatizando a funo
resolutiva dos cuidados primrios sobre os problemas mais comuns de sade e a partir do qual se
realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de ateno. O acesso universal e igualitrio s
aes e aos servios de sade ser ordenado pela ateno primria e deve ser fundado na avaliao da
gravidade do risco individual e coletivo e no critrio cronolgico, observadas as especificidades previstas
para pessoas com proteo especial, conforme legislao vigente.
Para atingir esses objetivos, os gestores do sistema e dos servios acordam processos de
contratualizao, pactuando entre si os compromissos para o cuidado da sade dos usurios do
SUS nos trs nveis de ateno, a saber: cuidados primrios, ateno especializada (ambulatorial e
hospitalar) e cuidados de urgncia e emergncia.
Pgina 17
Esse mecanismo de gesto visa garantir no apenas o cuidado integral aos que necessitam de
aes e servios de sade, mas alcanar a macro eficincia para o conjunto do sistema e superar
problemas cruciais como:
Passar de uma abordagem populacional isolada (hospitais ou centros de sade) para
uma contratualizao de mbito da regio de sade, seguindo critrios de adscrio da
populao estratificada por grau de risco, e abordando os diversos estabelecimentos de
sade em termos de uma rede de cuidados;
O contnuo aumento dos gastos para a prestao de servios de alto custo devido ao
tratamento tardio de condies e agravos sensveis APS, que pode ser enfrentado pela
introduo de ferramentas de microgesto e incentivos financeiros para pagamento por
desempenho individual e institucional;
Ausncia da participao efetiva do cidado e da comunidade no processo de
contratualizao.
Considerando a necessidade de fortalecimento da APS vigente, no que se refere prtica dos seus
atributos essenciais, a contratualizao das aes de sade a partir do primeiro nvel de ateno
tem sido apontada como instrumento potente para induzir responsabilizao e qualidade, sempre
no sentido de alcanar melhores resultados em sade.
Adicionalmente, estratgias de articulao como a anlise da situao de sade, a
interoperabilidade entre os vrios sistemas de informao, a existncia de complexos reguladores,
as aes estruturantes de educao permanente e de educao popular em sade e o
planejamento participativo so igualmente importantes para a implementao de um modelo de
ateno de sade, pautado na defesa da vida.
2.1 Integrao Horizontal e Vertical na RAS
Na construo da RAS, devem-se observar os conceitos de integrao vertical e horizontal, que
vm da teoria econmica e esto associados s concepes relativas s cadeias produtivas:
Integrao Vertical - consiste na articulao entre organizaes e\ou unidades de
produo de sade responsveis por aes e servios de distintas naturezas
complementares entre si, maior resolubilidade e melhor qualidade neste processo.
Integrao Horizontal - consiste na articulao ou fuso de unidades e servios de sade
de mesma natureza ou especialidade. utilizada para otimizar a escala de atividades,
Pgina 18
ampliar a cobertura e a eficincia econmica na proviso de aes e servios de sade
atravs de ganhos de escala (reduo dos custos mdios totais em relao ao volume
produzido) e escopo (aumento do rol de aes da unidade).
2.2 Processos de Substituio
So definidos como o reagrupamento contnuo de recursos entre e dentro dos servios de sade
para explorar solues melhores e de menores custos, em funo das demandas e das
necessidades da populao e dos recursos disponveis.
Esses processos so importantes para se alcanar os objetivos da RAS, no que se refere a prestar a
ateno adequada, no lugar adequado, com o custo adequado e no tempo adequado.
A substituio pode ocorrer nas dimenses da localizao, das competncias clnicas, da
tecnologia e da clnica. Exemplo: mudar o local da ateno prestada do hospital para o domiclio;
transio do cuidado profissional para o auto-cuidado; delegao de funes entre os membros da
equipe multiprofissional, etc.
2.3 Regio de Sade
A Regio de Sade compreendida como o espao geogrfico contnuo constitudo por
agrupamentos de municpios limtrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econmicas e
sociais e de redes de comunicao e infraestrutura de transportes compartilhados, com a
finalidade de integrar a organizao, o planejamento e a execuo de aes e servios de sade.
Cada regio de Sade dever conter, no mnimo, aes e servios de: ateno primria; urgncia e
emergncia; ateno psicossocial; ateno ambulatorial especializada e hospitalar; e vigilncia em
sade, sendo referncia para as transferncias de recursos entre os entes federativos.
Os entes federativos definiro os elementos necessrios para a conformao das Regies de
Sade, tais como a definio dos seus limites geogrficos; da populao usuria das aes e
servios; do rol de aes e servios que sero ofertados; e as respectivas responsabilidades,
critrios de acessibilidade e escala para conformao dos servios.
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A organizao da RAS est compreendida no mbito de uma Regio de Sade, ou de vrias delas,
em consonncia com diretrizes pactuadas nas Comisses Intergestores.
A definio adequada da abrangncia dessas regies e a identificao clara da populao e de suas
necessidades em sade so essenciais para fundamentar as estratgias de organizao da RAS,
devendo ser observados o Decreto 7.508/2011 e as pactuaes entre os Estados e os municpios
para o processo de regionalizao e parametrizao das escala e acesso, visando a preservar,
recuperar e melhorar a sade das pessoas e da comunidade e assegurar a continuidade do
cuidado em todos os nveis de ateno.
2.4 Nveis de Ateno
Fundamentais para o uso racional dos recursos e para estabelecer o foco gerencial dos entes de
governana da RAS, estruturam-se por meio de arranjos produtivos conformados segundo as
densidades tecnolgicas singulares, variando do nvel de menor densidade (APS), ao de densidade
tecnolgica intermediria, (ateno secundria sade), at o de maior densidade tecnolgica
(ateno terciria sade).
2.5 Elementos Constitutivos da Rede de Ateno Sade
A operacionalizao da RAS se d pela interao dos seus trs elementos constitutivos:
populao/regio de sade definidas, estrutura operacional por uma lgica de funcionamento
determinado pelo modelo de ateno sade.
2.5.1 Estrutura Operacional
A estrutura operacional da RAS constituda pelos diferentes pontos de ateno sade, ou seja,
lugares institucionais onde se ofertam servios de sade e pelas ligaes que os comunicam.
Os Componentes que estruturam a RAS incluem: APS - centro de comunicao; os pontos de
ateno secundria e terciria; os sistemas de apoio; os sistemas logsticos e o sistema de
governana.
APS - Centro de Comunicao tpico
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O acesso universal e igualitrio s aes e aos servios de sade ser ordenado pela Ateno
Primria Sade, sendo ela o centro de comunicao da RAS e tem um papel chave na sua
estruturao como ordenadora da RAS e coordenadora do cuidado.
Para cumprir este papel, a APS deve ser o nvel fundamental de um sistema de ateno sade,
pois constitui o primeiro contato de indivduos, famlias e comunidades com o sistema, trazendo
os servios de sade o mais prximo possvel aos lugares de vida e trabalho das pessoas e significa
o primeiro elemento de um processo contnuo de ateno.
Deve exercer um conjunto de aes de sade, no mbito individual e coletivo, que abrange a
promoo e a proteo da sade, a preveno de agravos, o diagnstico, o tratamento, a
reabilitao e a manuteno da sade.
A coordenao do cuidado desenvolvida por meio do exerccio de prticas gerenciais e sanitrias
democrticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populaes de
territrios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitria, considerando a
dinamicidade existente no territrio em que vivem essas populaes.
Cabe a APS integrar verticalmente os servios que, normalmente so ofertados de forma
fragmentada, pelo sistema de sade convencional.
Sistemas de Apoio
So os lugares institucionais da rede onde se prestam servios comuns a todos os pontos de
ateno sade. So constitudos pelos sistemas de apoio diagnstico e teraputico (patologia
clnica, imagens, entre outros); pelo sistema de assistncia farmacutica que envolve a
organizao dessa assistncia em todas as suas etapas: seleo, programao, aquisio,
armazenamento, distribuio, prescrio, dispensao e promoo do uso racional de
medicamentos, equipamentos mdicos e produtos de uso em sade; e pelos sistemas de
informao em sade.
Sistemas Logsticos
Os sistemas logsticos so solues em sade, fortemente ancoradas nas tecnologias de
informao, e ligadas ao conceito de integrao vertical.
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Consiste na efetivao de um sistema eficaz de referncia e contra-referncia de pessoas e de
trocas eficientes de produtos e de informaes ao longo dos pontos de ateno sade e dos
sistemas de apoio na rede de ateno sade. Esto voltados para promover a integrao dos
pontos de ateno sade. Os principais sistemas logsticos da rede de ateno sade so: os
sistemas de identificao e acompanhamento dos usurios; as centrais de regulao, registro
eletrnico em sade e os sistemas de transportes sanitrios.
Sistema de Governana
A governana da RAS entendida como a capacidade de interveno que envolve diferentes
atores, mecanismos e procedimentos para a gesto regional compartilhada da referida rede.
Nesse contexto, as Comisses Intergestores Regionais CIR, desempenham papel importante,
como um espao permanente de pactuao e co-gesto solidria e cooperativa onde exercida a
governana, a negociao e a construo de consensos, que viabilizem aos gestores interpretarem
a realidade regional e buscarem a conduta apropriada para a resoluo dos problemas comuns de
uma regio.
Exercer uma governana solidria nas regies de sade implica o compartilhamento de estruturas
administrativas, de recursos, sistema logstico e apoio, e de um processo contnuo de
monitoramento e avaliao da Rede de Ateno Sade. Assim, a governana da RAS diferente
da gerncia dos pontos de ateno sade, dos sistemas de apoio e dos logsticos.
O exerccio da governana implica, ainda, o enfrentamento de questes polticas e estruturais do
processo de regionalizao, como as relaes federativas, as relaes pblico-privadas, as
capacidades internas de gesto, a sustentabilidade financeira, a regulao da ateno e o
estabelecimento de padres de qualidade para a proviso de servios (pblicos e privados), bem
como os padres de gesto e desempenho das unidades de sade, entre outros.
No processo de governana sero utilizados instrumentos e mecanismos de natureza operacional
regulamentados pelo Decreto n 7.508/2011, como o Mapa da Sade, a RENAME, a RENASES, o
COAP e as Comisses Intergestores Tripartite (CIT), Bipartite (CIB) e Regional (CIR).
No que tange ao Controle Social, as estruturas locais e estaduais devem desenvolver mecanismos
e instrumentos inovadores de articulao, garantindo uma gesto participativa com estratgias
para a avaliao do usurio como ferramenta de melhoria; processo de apurao das
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necessidades e interesses do usurio; dar publicidade dos direitos e deveres do usurio em todas
as unidades do SUS, inclusive nas unidades privadas (rede complementar). , assegurando assim, a
continuidade e resolutividade do cuidado sade para o usurio.
O processo de Planejamento Regional, discutido e desenvolvido na CIR, estabelecer as
prioridades de interveno com base nas necessidades de sade da regio e com foco na garantia
da integralidade da ateno, buscando a maximizao dos recursos disponveis.
Esse planejamento dever ainda seguir a mesma sistemtica do processo de elaborao do
planejamento municipal/estadual, considerando os pressupostos e caractersticas do Sistema de
Planejamento do SUS, no tocante construo de seus instrumentos bsicos.
Os planos municipais de sade do conjunto de municpios da regio, e o plano estadual de sade,
so subsdios essenciais ao processo de planejamento regional respectivo e so influenciados pelo
resultado deste.
Outro importante instrumento para o planejamento regional o Mapa da Sade, o qual reflete a
descrio geogrfica da distribuio de recursos humanos e de aes e servios de sade
ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando a capacidade instalada existente, os
investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de sade do sistema. O Mapa da
Sade ser utilizado na identificao das necessidades de sade e orientar o planejamento
integrado dos entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de sade.
O processo de planejamento regional fomentar a construo do Mapa de Metas regional, que
permitir o monitoramento e a avaliao, por parte dos gestores pblicos e do controle social das
metas acordadas entre os gestores, bem como, a definio dos recursos financeiros necessrios.
Ainda no mbito regional ser construdo o COAP, definido como um acordo de colaborao
firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as aes e servios de
sade na rede regionalizada e hierarquizada, com definio de responsabilidades, indicadores e
metas de sade, critrios de avaliao de desempenho, recursos financeiros que sero
disponibilizados, forma de controle e fiscalizao de sua execuo e demais elementos necessrios
implementao integrada das aes e servios de sade.
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O COAP definir as responsabilidades individuais e solidrias dos entes federativos com relao s
aes e servios de sade, os indicadores e as metas de sade, os critrios de avaliao de
desempenho, os recursos financeiros que sero disponibilizados, a forma de controle e fiscalizao
da sua execuo e demais elementos necessrios implementao integrada das aes e servios
de sade. A humanizao do atendimento do usurio ser fator determinante para o
estabelecimento das metas de Sade previstas no COAP.
Como parte intrnseca governana da RAS, seu financiamento atribuio comum aos gestores
das trs esferas de governo, sendo orientado no sentido de reduzir a fragmentao, estimular o
compartilhamento de responsabilidades, a continuidade do cuidado, a eficincia da gesto e a
equidade.
2.5.2 Modelo de Ateno Sade
O compromisso com a melhoria da qualidade deve ser permanentemente reforado com o
desenvolvimento e aperfeioamento de iniciativas mais adequadas aos novos desafios impostos
pela realidade, tanto em funo da complexidade crescente das necessidades de sade da
populao, devido transio epidemiolgica e demogrfica, quanto em funo do aumento das
expectativas da populao em relao eficincia e qualidade do SUS.
As atuais diretrizes do Ministrio da Sade relacionadas conformao de Redes Assistenciais
orientadas e coordenadas pela ateno bsica inserem-se em um contexto no qual o Governo
Federal, progressivamente, se compromete e desenvolve aes voltadas para a melhoria do
acesso e da qualidade no SUS.
Neste cenrio, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica
(PMAQ) tem como principal objetivo induzir a ampliao do acesso e a melhoria da qualidade da
ateno bsica, com garantia de um padro de qualidade comparvel nacional, regional e
localmente de maneira a permitir maior transparncia e efetividade das aes governamentais
direcionadas Ateno Bsica em Sade.
Entre os seus objetivos especficos, destaca-se:
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Ampliar o impacto da AB sobre as condies de sade da populao e sobre a
satisfao dos seus usurios, por meio de estratgias de expanso do acesso e
melhoria da qualidade dos servios e aes da AB;
Fornecer padres de boas prticas e organizao das UBS que norteiem a melhoria da
qualidade da AB;
Promover maior conformidade das UBS com os princpios da AB, aumentando a
efetividade na melhoria das condies de sade, na satisfao dos usurios e na
eficincia do sistema de sade;
Promover a qualidade e inovao na gesto da AB, fortalecendo os processos de Auto
avaliao, Monitoramento, Apoio Institucional e Educao Permanente nas trs
esferas de governo;
Melhorar a qualidade da alimentao e uso dos Sistemas de Informao como
ferramenta de gesto da AB;
Institucionalizar uma cultura de avaliao da AB no SUS e de gesto com base em
resultados; e
Estimular o foco da AB no usurio, promovendo a transparncia dos processos de
gesto, a participao e controle social e a responsabilidade sanitria dos profissionais
e gestores de sade com a melhoria das condies de sade e satisfao dos usurios.
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3 O PROJETO QUALISUS-REDE
O Projeto QualiSUS-Rede foi institudo como estratgia de apoio organizao de redes de
ateno sade no Brasil em desenvolvimento a partir de 2011 e com previso de termino para
junho de 2014. O Projeto QualiSUS-Rede abranger dez experincias em Regies de Sade,
vinculadas s regies metropolitanas (RM), e cinco Regies denominadas Tipo, segundo
singularidades. Assim, os recursos financiaro 15 subprojetos, que, por sua vez, apoiaro
organizao da RAS em todos os seus componentes, em 17 estados, devido s peculiaridades das
Regies Tipo.
3.1 Objetivo do Projeto
Contribuir, no mbito do Sistema nico de Sade, para a qualificao da ateno, gesto em
sade e gesto e desenvolvimento de tecnologias, por meio da organizao de redes regionais e
temticas de ateno sade e da qualificao do cuidado em sade.
3.1.1 Objetivos Especficos
Organizar, no mbito do SUS, redes de ateno sade que considerem o protagonismo da
ateno primria no seu ordenamento.
Priorizar os investimentos na ateno especializada (ambulatorial e hospitalar); na ateno
de urgncia e emergncia; e no aprimoramento dos sistemas logsticos de suporte rede.
Aumentar a eficincia alocativa e produtiva do SUS.
Instituir e aprimorar mecanismos de gesto de tecnologia de uso em sade.
Apoiar o desenvolvimento de tecnologias estratgicas ao SUS.
Fortalecer a regionalizao, a contratualizao, a regulao do acesso, a responsabilizao
dos gestores e a participao social.
Qualificar o cuidado em sade, incentivando a definio e implantao de protocolos
clnicos, linhas de cuidado, processos de capacitao profissional e de desenvolvimento de
carreiras.
Melhorar a efetividade e a resolubilidade da prestao de aes e servios de sade para a
populao.
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Produzir, sistematizar e difundir conhecimentos voltados: melhoria da qualidade da
ateno e da gesto em sade; ao desenvolvimento de metodologias e processos de
avaliao e gesto da qualidade; e gesto da inovao tecnolgica em sade.
Fortalecer a gesto, monitoramento e controle da qualidade de tecnologias.
3.2 Estratgias Centrais do Projeto, Descrio dos Componentes e reas de Financiamento
3.2.1 Estratgias de atuao
Apoiar o desenvolvimento de RAS em dez regies de sade, vinculadas s regies
metropolitanas (RM), e cinco regies denominadas Tipo, selecionadas a partir de critrios
validados de forma tripartite.
Intervir, em cada um dos Componentes da rede de aes e servios de sade existente em
dada regio, na perspectiva de estruturao de uma rede integrada de ateno sade.
Estimular o desenvolvimento de linhas de cuidado pr-definidas como um dos elementos
de qualificao do cuidado em sade.
Investir prioritariamente na ateno especializada (ambulatorial e hospitalar) de mdia
complexidade e de urgncia e emergncia, dando prioridade para: a adequao da
capacidade instalada de servios de sade e do parque tecnolgico; a gesto de tecnologias
mdico-hospitalares, o desenvolvimento de trabalhadores na prestao dos servios em
sade; e a implementao de novos processos e tecnologias de gesto.
Integrar a alocao de recursos de investimento ao conjunto de iniciativas de
desenvolvimento de recursos humanos e de implementao de novos processos e
tecnologias de gesto.
Apoiar o desenvolvimento de tecnologias estratgicas ao SUS de modo a garantir a
aplicao do acesso a produtos estratgicos e induzir o desenvolvimento regional;
Fortalecer os mecanismos e instrumentos de gesto governamental e organizacional em
apoio estruturao das redes de ateno sade.
3.2.2 Descrio dos Componentes e reas de Financiamento
Para somar-se aos esforos de consolidao do SUS e colaborar com a qualificao da ateno e
do cuidado em sade as aes esto agrupadas em dois Componentes, tendo um terceiro
Componente responsvel pela gesto do Projeto, cuja implementao pressupe um enfoque
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integrado, visando contribuir com a organizao de redes de ateno sade baseadas em uma
ateno primria sade (APS) forte e resolutiva e com a instituio de processos de gesto mais
seguros e eficazes no mbito do SUS. So Componentes do Projeto:
Componente 1 Qualificao do Cuidado e Organizao de Redes de Ateno Sade
Componente 2 Intervenes Sistmicas Estratgicas
Componente 3 Gesto do Projeto
3.3 Componente 1 Qualificao do Cuidado e Organizao de Redes de Ateno Sade
O Componente 1 abranger o apoio s iniciativas de qualificao do cuidado e organizao de
redes de ateno sade em quinze regies de sade selecionadas, propostas pelos gestores
estaduais em articulao com os gestores municipais de sade, por meio de subprojetos, nas
seguintes reas de financiamento:
rea de Financiamento I Conformao/modelagem da RAS:
Estruturao da regionalizao conforme diretrizes do Decreto 7.508/11;
Diagnstico da regio de sade: avaliao das necessidades de sade da populao e
de suas prioridades epidemiolgicas e de aes e servios de sade;
Plano para fortalecimento da APS;
Mapeamento e anlise da produo cientfica e tecnolgica em sade e avaliao da
capacidade de incorporao tecnolgica.
rea de Financiamento II - Readequao da rede de servios bsicos, sistemas de apoio
diagnstico e teraputico, sistema de regulao, logstico e de financiamento.
Proviso de apoio para a regulao integrada dos pedidos de encaminhamentos,
exames de diagnstico, consultas com especialistas e tratamentos em carter de urgncia
ou de emergncia;
Proviso de apoio para investimentos em tecnologia de informao e comunicao
para coordenao do tratamento ao longo da rede de ateno;
Desenvolvimento e implementao de processos sistemticos para: comunicar dados
sobre a sade dos pacientes de modo compreensvel, assim como, receber o retorno dos
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pacientes com informaes e consideraes sobre o seu estado de sade alm da
percepo do tratamento recebido;
Investimentos na rede de servios primrios, secundrios e tercirios;
Readequao dos sistemas de apoio;
Readequao dos sistemas logsticos;
Readequao da gesto de tecnologias;
Investimentos em aquisio de equipamentos mdicos hospitalares, informtica e
mobilirios;
Desenho e implementao dos sistemas de monitoramento e avaliao para medir,
avaliar e melhorar o desempenho das tecnologias disponibilizadas no SUS;
Planejamento/testagem de arranjos de financiamento compartilhado para financiar os
servios da RAS;
Desenho e implementao dos sistemas de monitoramento e avaliao para medir,
avaliar e melhorar o desempenho das aes e servios de sade a nveis regionais e das
unidades de servio.
rea de Financiamento III Prestao de Apoio para o estabelecimento de arranjos de
governana e estruturas de gesto para a RAS
Plano de fortalecimento da governana na regio;
Planos de fortalecimento do sistema de regulao para a regio;
Estruturao/ Readequao do plano de regionalizao e investimentos da RAS;
Estruturao/ Readequao do monitoramento e controle de qualidade da tecnologia;
Plano de qualificao dos hospitais da RAS;
Proviso de apoio consolidao, integrao horizontal e gesto eficiente das aes e
dos servios de sade da RAS;
Proviso do apoio para a organizao e integrao de administrao de fluxo de
pacientes, incluindo cartes para identificao eletrnica do usurio, marcao de
consultas, sistema de encaminhamento de pacientes e situao de emergncia e sistema
de transporte de pacientes;
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rea de Financiamento IV Proviso de Apoio para um modelo de gesto da ateno sade
com nfase em:
Tratamento no primeiro nvel de ateno sade;
Gesto de cuidados a pacientes crnicos;
Fortalecimento da promoo da sade;
Cuidado domiciliar e o autocuidado;
Estratificao de risco baseado na populao, programas de preveno e tratamento
centrados no paciente;
Sistema de classificao de risco para garantir o acesso prioritrio aos pacientes em
situao de urgncia e emergncia e com condies crnicas.
rea de Financiamento V Proviso de apoio para a qualificao da gesto integrada da RAS nos
processos de educao permanente em sade
a) Planejamento e implementao de um programa de qualificao contnua de toda a
RAS, por meio de processo de monitoramento e avaliao do processo de ateno sade.
b) Qualificao profissional para a implementao de processos gerenciais para ampliar a
eficincia dos servios e funes de apoio (controle de estoque e inventrio; alocao de recursos
entre instalaes de sade; compra e aquisies; gesto de recursos humanos; distribuio de
produtos farmacuticos; controle de transferncias internas de hospitais; e sistemas padronizados
de contabilidade de custos; gesto, monitoramento e controle de qualidade de equipamentos e
produtos de uso em sade).
c) Desenvolvimento e implantao de metodologia para detectar as demandas de
capacitao, qualificao e formao profissional tcnica de nvel mdio para a melhoria contnua
do desempenho das equipes clnicas e demais trabalhadores na prestao dos servios em sade;
d) Desenvolvimento de programas de Educao Permanente para contemplar estratgias
de mudanas de gesto, de comportamento dos prestadores de servios, de prticas clnicas,
visando a participao e o apoio dos profissionais de sade.
O quadro 01 apresenta, de forma sinttica, as possibilidades de intervenes passveis de
investimento pelo Componente 1 do Projeto. Ressalta-se que outras fontes de investimento
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devero ser agregadas (municipais, estaduais e federal), tendo em vista a necessidade de
integrao das iniciativas voltadas para a qualificao do cuidado, o fortalecimento da gesto e o
aumento da qualidade e eficincia das redes da ateno sade.
QUADRO 01 Possibilidades de Interveno do Projeto QualiSUS-Rede nos Estados
Nas Unidades Nas Redes
Nas Estruturas
Gestoras
das SES e SMS
Infraestrutura
Estruturao e/ou
reestruturao fsica e
tecnolgica de unidades
que compem ou que
venham a compor a rede
de servios de sade de
mdia complexidade e de
urgncia e emergncia
(Componente pr-
hospitalar fixo).
Processos
Qualificao de
processos tcnicos
relacionados ao cuidado:
Implementao de
protocolos clnicos,
diretrizes teraputicas
rotinas;
Qualificao de processos
clnicos tendo como
Governana
Definio e planejamento das redes de
ateno sade;
Desenvolvimento e implementao de
sistemas gerenciais;
Definio de responsabilidades gestoras;
Definio de sistemas de
acompanhamento e avaliao;
Critrios e mecanismos para acreditao
das unidades que compem as redes;
Desenvolvimento de sistemas de
informao gerenciais;
Definio de instrumentos de
contratualizao.
Desenvolvimento de trabalhadores na
prestao dos servios em sade
Formao de gestores e gerentes das
redes.
Capacitao tcnica para desenvolvimento
de funes especficas nas redes.
Financiamento
Desenvolvimento de
novos instrumentos
de gesto para
organizao de redes
de ateno sade
Formas de pagamento;
Incentivos;
Contratualizao.
Desenvolvimento e
qualificao de
processos gerenciais
das SES para
implantao e
organizao das redes
de ateno sade
Sistemas de
planejamento;
Sistemas de
informao;
Sistemas de
acompanhamento e
avaliao;
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Nas Unidades Nas Redes
Nas Estruturas
Gestoras
das SES e SMS
referncia a sade
baseada em evidncias;
Melhoria dos
procedimentos
relacionados ao
acolhimento, segurana
dos pacientes e
biossegurana;
Formulao e
implementao de
indicadores de avaliao e
de satisfao dos usurios;
Qualificao de processos
gerenciais:
Desenvolvimento e
implementao de
sistemas de custos de
unidades de sade,
incluindo custos por
patologia ou grupos de
diagnsticos;
Desenvolvimento e
qualificao dos processos
administrativos e
logsticos;
Implementao de
processos de gesto da
Processos de anlise econmica (custo-
benefcio, custo efetividade);
Definio de mecanismos inovadores de
gerenciamento/pagamento;
Desenvolvimento e implementao de
sistemas de custos das redes de servios,
incluindo custos por patologia ou grupos
de diagnsticos.
Articulao na regio de sade
Desenvolvimento de mecanismos de
referncia e contra-referncia;
Definio de parmetros para
encaminhamento de pacientes entre os
diferentes nveis de ateno.
Conformao/Modelagem de RAS
Estruturao da APS;
Integrao horizontal e vertical;
Modelagem da Rede de U&E e de ateno
a mulher e criana;
Implantao de linhas de cuidado;
Definio e qualificao dos servios de
apoio diagnstico e teraputico:
a) Assistncia farmacutica;
b) Laboratrios de anlises clnicas,
servios de diagnstico de imagem,
Desenvolvimento de
modelos inovadores
de gesto de unidades,
redes e sistemas.
Educao Permanente
- Desenvolvimento de
trabalhadores na
prestao dos servios
em sade
Capacitao e
qualificao de
gestores municipais e
estaduais e de
especialistas das SES e
SMS voltada
implementao das
linhas de cuidado e
organizao das redes
de ateno sade;
Qualificao e
formao tcnica de
nvel mdio para
trabalhadores e
profissionais das SES e
SMS voltadas
implementao das
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Nas Unidades Nas Redes
Nas Estruturas
Gestoras
das SES e SMS
qualidade;
Desenvolvimento e
qualificao de modelos
de compra e
contratualizao de
servios;
Capacitao de
trabalhadores e
profissionais para
qualificao dos processos
tcnicos e gerenciais.
mtodos grficos e endoscpicos.
Definio e qualificao dos sistemas
logsticos da rede:
a) Telecomunicao;
b) Centrais de regulao;
c) Transporte sanitrio;
d) Sistemas de informao
(implementao).
linhas de cuidado e
organizao das redes
de ateno sade;
Gesto do Trabalho
Desenvolvimento de
estratgias para
dimensionar o quadro
de pessoal necessrio;
Instalao de fruns
de negociao
permanente entre
gestores e
trabalhadores;
Ajuste do protocolo de
cesso de pessoal
assinado na Mesa
Nacional de
Negociao
Permanente do SUS.
O Componente 1 ser operacionalizado por meio de instrumentos legais adequados, firmados
entre o MS, e as SES, no sentido de garantir a coerncia tcnica e o cumprimento das aes
previstas, bem como a clara definio do papel de cada rgo envolvido na implementao do
subprojeto.
Os rgos executores sero preliminarmente avaliados pelo Banco Mundial quanto sua
capacidade de aquisies. Isso estabelecer nveis de risco para cada Estado e definir limites e
possibilidades de execuo financeira para cada um.
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Os Subprojetos sero permanentemente acompanhados e avaliados, em seu desenvolvimento,
pelas SES e pela Unidade de Gesto do Projeto (UGP/MS) por meio de processos especficos que
condicionaro a sua continuidade. Para tanto, ser necessria uma pactuao, de compromissos,
metas e indicadores (monitoramento e avaliao), entre as UF contempladas e o MS, a ser
expressa por meio de acordos de cooperao a serem firmados entre as partes.
Os indicadores de monitoramento e avaliao a serem utilizados neste processo de
acompanhamento so apresentados Volume 7 Monitoramento e Avaliao. H um conjunto de
indicadores considerados obrigatrios, com previso de metas mnimas, pois implicaro no
alcance das metas nacionais, e outro conjunto no obrigatrio que, uma vez pactuados, sero
utilizados para a avaliao final de desempenho e considerados para eventuais bonificaes e
passagem para a segunda fase do projeto.
Est previsto um processo formal de avaliao e eventuais problemas na execuo do Subprojeto
implicaro em reviso do planejamento, correo de problemas, nova pactuao de metas e
reviso dos financeiros inicialmente previstos.
Os Conselhos Nacionais de Secretrios de Sade e de Secretrios Municipais de Sade, bem como
as Comisses Intergestores Tripartite (CIT) e Bipartite (CIB)1 exercero papis importantes no
processo de execuo do projeto. A articulao com estas instncias uma das estratgias
necessrias para a construo e consolidao de uma rede integrada e politicamente sustentada
para executar as aes previstas.
Para implementao do projeto, podero ser contratadas consultorias de profissionais
qualificados e/ou estabelecidas novas parcerias visando ao suporte tcnico, cientfico e
operacional (instituies de educao superior, agncias governamentais e no governamentais,
organismos representativos da comunidade cientfica, etc.).
O Componente 1 ser executado de forma descentralizada, por meio da transferncia de recursos
financeiros, do Ministrio da Sade a Estados, em conformidade com o cronograma de execuo
fsico-financeira apresentado no Subprojeto QualiSUS-Rede e com os procedimentos detalhados
1 rgos representativos dos gestores nas instncias de articulao e deciso polticas.
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no Volume 5 Execuo Financeira, mediante ordem de transferncia a ser liberada pela
UGP/MS.
3.4 Componente 2 Desenvolvimento de Intervenes Sistmicas Estratgicas
Este Componente tem por finalidade desenvolver um conjunto de iniciativas sistmicas de apoio
implantao de redes de ateno e qualificao de cuidados em sade. Ele ser implementado
sob responsabilidade direta da SCTIE, rea gestora do Componente, que elaborar os Termos de
Referncia, consolidando as informaes com as reas demandantes dos estudos, apoiar a
Comisso de Licitao na avaliao tcnicas das propostas, garantindo, assim, intervenes
estratgicas globais e centradas em prioridades nacionais, para dar suporte criao de um
ambiente institucional e sistemas teis implementao das RAS tais como:
Melhoria da qualidade de gesto do tratamento do paciente;
Promoo de sistemas alternativos de pagamento;
Fortalecimento do processo de monitoramento e avaliao de impactos;
Aperfeioamento das inovaes tecnolgicas sobre as propriedades, efeitos clnicos
e impacto econmico de tecnologias priorizadas pelo MS;
Organizao de processos, monitoramento e gesto de tecnologias de uso em
sade;
Desenvolvimento de tecnologias estratgicas ao SUS;
Capacitao, qualificao e disseminao dos conhecimentos tcnicos.
Para possibilitar a visibilidade dessas estratgias, foram organizados seis eixos, a saber:
Eixo 1 Apoio Estruturao e Qualificao da Gesto de Redes de Ateno
Sade.
Eixo 2 Gesto e Qualificao de Cuidados em Sade.
Eixo 3 Qualidade em Sade.
Eixo 4 Inovao e Tecnologia em Sade.
Eixo 5 Mecanismos de Financiamento e Alocao de Recursos.
Eixo 6 Monitoramento e Avaliao de Subprojetos.
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A proposio das atividades a serem desenvolvidas em cada um dos eixos considerou no s o
atual estgio de desenvolvimento das redes de ateno sade no pas, mas tambm as atuais
polticas e prioridades definidas pelo Ministrio da Sade.
3.5 Componente 3 Gesto do Projeto
Compreender a organizao e o financiamento de atividades relacionadas administrao geral
do projeto. As atividades previstas para serem desenvolvidas pelo Componente 3 esto
relacionadas administrao geral do Projeto QualiSUS-Rede que prev o desenvolvimento de
atividades gerenciais relacionadas: administrao geral do projeto; superviso das atividades
executadas de forma centralizada e descentralizada; ao assessoramento tcnico-operacional aos
proponentes habilitados; e ao monitoramento e avaliao da execuo do projeto.
O projeto ser gerenciado por uma unidade colegiada denominada de Unidade de Gesto do
Projeto (UGP/MS) que funcionando no MS.
3.6 Fases, Etapas e Operao do Projeto
Para cada fase foram definidas quatro etapas, que correspondem ao ciclo de vida do projeto,
abrangendo os processos de gerenciamento e de execuo das intervenes propostas, a saber:
Etapa 1 Seleo das Regies de Sade, vinculadas s regies metropolitanas (RM), e
cinco Regies denominadas Tipo, segundo singularidades. Preparao de Executores:
prev a sensibilizao e qualificao dos trabalhadores das Secretarias Estaduais da
Sade e dos Conselhos dos Secretrios Municipais de Sade (COSEMS) para elaborao
e apresentao das propostas preliminares. Seleo de estudos e pesquisas.
Etapa 2 Implementao dos Subprojetos selecionados: Seleo, Aprovao e
Desenvolvimento de Propostas Preliminares, Subprojetos (Componente 1) e Projetos do
Componente 2: prev os procedimentos de anlise, seleo/aprovao e execuo dos
subprojetos referentes ao Componente 1 e dos projetos referentes ao Componente 2.
Etapa 3 Monitoramento e Avaliao dos Componentes 1 e 2: prev a formulao e
implementao do programa de acompanhamento, monitoramento e avaliao dos
Componentes 1 e 2 do QualiSUS-Rede.
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Etapa 4 Encerramento do Projeto QualiSUS-Rede: contempla os procedimentos de
finalizao tcnica, contbil, patrimonial e financeira do projeto.
Dada a complexidade do Projeto QualiSUS-Rede, sua operacionalizao requer a definio de
mecanismos e instrumentos especficos relacionados particularmente a: contrataes, aquisies,
gesto fsica e financeira e fluxos de implementao. Estes instrumentos e mecanismos so
apresentados detalhadamente no Volume 5 Execuo Financeira.
3.7 Monitoramento e Avaliao do Projeto
A sistemtica de monitoramento e avaliao est definida no volume 07 deste Manual Operacional.
3.8 Custos e Financiamento
O Projeto QualiSUS-Rede ser financiado com recursos prprios do Ministrio da Sade e do
Banco Mundial, num total de US$ 1,4 bilho, sendo US$ 676,8 milhes para a Fase 1
(compreendida de janeiro de 2011 a dezembro de 2014) e US$ 763,2 milhes para a Fase 2
(compreendida de janeiro de 2015 a dezembro de 2020), conforme tabela a seguir.
TABELA 1 Detalhamento dos Custos do Projeto QualiSUS-Rede por Fase e Fonte Financiadora
(Em US$ Milhes)
Fase 1
(2011-2014)
Fase 2
(2015-2020)
Total
(2011/2020)
BIRD 235,00 (34,7%) 265,00 500,00
UNIO 441,80 (65,3%) 498,20 940,00
Total 676,80 763,20 1.440,00
4 GESTO DO PROJETO QUALISUS-REDE
A Portaria Ministerial GM n 396, de 04 de maro de 2011 institui o Projeto de Formao e
Melhoria da Qualidade de Rede de Sade QualiSUS-Rede, seus objetivos, suas estratgias, bem
como institui o Comit Gestor de Implementao do QualiSUS-Rede CGI e a Unidade de Gesto
do Projeto UGP, subordinada Secretaria Executiva.
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A Secretaria-Executiva, que possui as competncias de assistir o Ministro na superviso e
coordenao das atividades das Secretarias integrantes da estrutura e de coordenar a elaborao
e a execuo de programas e projetos em reas e temas de abrangncia nacional, atuar como
interlocutora e condutora gerencial do projeto.
4.1 Comit Gestor de Implementao - CGI
O CGI, que presidido pelo Ministro de Estado da Sade e composto por representantes das seis
Secretarias do Ministrio, da Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), da Agncia Nacional de Vigilncia
Sanitria (ANVISA); da Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS), do Conselho Nacional de
Secretrios de Sade (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretrios Municipais de Sade
(CONASEMS) ter seguintes atribuies:
definir as diretrizes tcnicas e operacionais para execuo das atividades relativas ao
QualiSUS-Rede;
aprovar o planejamento anual da execuo das atividades previstas no QualiSUS-
Rede;
aprovar os relatrios de progresso semestrais e anuais, relativos execuo das
atividades previstas no QualiSUS-Rede; e
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aprovar os relatrios de avaliao, relativos execuo do conjunto de iniciativas
previstas no QualiSUS-Rede, anualmente.
O Projeto QualiSUS-Rede se estrutura nos seguintes Componentes:
Componente 1: Qualificao do Cuidado e Organizao de Redes de Ateno Sade;
Componente 2: Intervenes Sistmicas Estratgicas; e
Componente 3: Gesto do Projeto.
4.2 Unidade de Gesto do Projeto QualiSUS-Rede UGP
A UGP, cuja organizao e competncias esto definidas na Portaria/SE n 601, de 24 de maio de
2011, tem por finalidade executar as aes tcnico-administrativas do Projeto QualiSUS-Rede at
o trmino do perodo de execuo das atividades previstas em seu cronograma e encerramento
do processo de prestao de contas exigidas pelo BIRD e outros rgos de controle interno e
externo.
A UGP uma unidade colegiada, composta por um Gerente-Geral e pelos Gerentes responsveis
pelas reas tcnicas e operacionais dos Componentes 1, 2 e 3.
A UGP apresenta a seguinte composio organizacional:
Gerncia-Geral da UGP:
a) Apoio Administrativo e Secretariado
rea de Apoio Tcnico:
a) Componente 1: Qualificao do Cuidado e Organizao de Redes de Ateno Sade;
b) Componente 2: Intervenes Sistmicas Estratgicas
rea de Apoio Operacional
Componente 3: Gesto do Projeto
Em linhas gerais cabe UGP:
programar as aes e coordenar a execuo do Projeto QualiSUS-Rede;
coordenar, supervisionar e apoiar execuo tcnica dos Componentes 1 e 2 do Projeto
QualiSUS-Rede;
promover, interna e externamente o projeto e articular com as secretarias, rgos
vinculados ao MS e instituies a fins a execuo do projeto;
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preparar agenda e fornecer informaes ao Comit Gestor de Implementao do Projeto
QualiSUS-Rede, regularmente e quando solicitado;
consolidar o Plano Operativo Anual, as Programaes Trimestrais de Gastos e os Planos de
Aquisies;
assessorar o Ministro de Estado da Sade e demais dirigentes do MS, em assuntos de
natureza tcnico-administrativa relativos ao Projeto QualiSUS-Rede;
coordenar a elaborao, reviso e manuteno das atualizaes do manual operacional;
autorizar e acompanhar os procedimentos para a aquisio de bens e servios, de acordo
com as normas e procedimentos de Organismos Internacionais de Cooperao Tcnica,
Banco Mundial e da legislao brasileira, quando for o caso;
autorizar o repasse de recursos aos entes envolvidos no Projeto, de acordo com o
estabelecido no Plano de Aquisio Anual (POA) e nas respectivas Programaes
Trimestrais de Gastos;
autorizar as despesas do projeto QualiSUS-Rede previstas nas Programaes Trimestrais de
Gastos, bem como elaborar as declaraes de gastos do projeto, e as prestaes de contas;
monitorar junto aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios a execuo das aes do
QualiSUS-Rede, assim como o desempenho dos indicadores pactuados no Projeto.
4.3 Forma de Gerenciamento
A UGP tem, portanto, a funo de concatenar e organizar metodologicamente iniciativas de apoio
aos estados e municpios participantes, alm de coordenar, supervisionar e gerir operacional e
financeiramente as aes do Projeto, integrando os esforos de todos os agentes envolvidos.
Gerncia-geral: ser responsvel pela coordenao de todas as aes do Projeto, pelo
planejamento e pela organizao administrativa da UGP. Tambm, responsabilizar-se- pelo
planejamento das aes e pela interlocuo com a Secretaria Executiva e com o Comit Gestor de
Implementao CGI do Projeto; visando o acompanhamento da implementao das aes; pela
preparao e anlise de relatrios gerenciais; e pela articulao com outras instncias do
Ministrio da Sade, relacionadas ao Projeto.
A rea de Apoio Tcnico do Componente 1: ser responsvel por coordenar todas as aes
relacionadas execuo do Componente 1, assegurando a articulao com Estados e Municpios
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executores do Projeto e garantindo o monitoramento e a avaliao das atividades desenvolvidas
no mbito dos Subprojetos Estaduais.
A rea de Apoio Tcnico do Componente 2: ser responsvel pelo acompanhamento dos estudos
e projetos selecionados que compem as intervenes sistmicas e estratgicas do Projeto.
A rea de Apoio Operacional do Componente 3: ser responsvel por conduzir a gesto
administrativo-financeira para a execuo das aes do Projeto, abrangendo:
i- planejamento, programao, oramento, transferncia de recursos, pagamentos,
prestao de contas e monitoramento administrativo-financeiro dos rgos
responsveis pela execuo do Projeto. Tambm ser responsvel pela interlocuo
com os rgos de auditoria, oficiais e independentes, e com a instituio financiadora,
quanto aos procedimentos de desembolso, certificao de gastos e controle das contas
do Projeto.
ii- planejamento das aquisies (Plano de Aquisio), acompanhamento dos processos de
aquisio e contratao, observando os instrumentos legais de contratao, processos
licitatrios e assessoria a outras instancias envolvidas nos processos de aquisio, como
os Estados e Municpios.
iii- apoio operacional em hardware e software, manuteno do sistema de gerenciamento
do projeto; apoio administrativo.
A rea contar ainda com um especialista e um analista em gesto financeira; um especialista e
um analista em aquisies; um analista de sistemas; um analista de superviso e
acompanhamento do Projeto e uma assessoria administrativa, selecionados segundo as Diretrizes
do Banco Mundial. A Equipe da UGP ser composta por tcnicos especialistas contratados pelo
tempo de durao do Projeto, com experincia em planejamento, gesto e execuo de
programas e projetos financiados por instituies financeiras internacionais.
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5 POLTICAS DE SALVAGUARDA E PROTEO
5.1 Proteo aos Povos Indgenas
5.1.1 Antecedentes
Estimativas apontam que no incio da colonizao do Brasil os povos indgenas que aqui existiam
somavam cerca de 5 milhes de habitantes, com aproximadamente mil etnias e quase a mesma
diversidade em lnguas. A violncia em todas as suas dimenses contra os nativos e as dramticas
consequncias da expanso econmica sobre a sua demografia, reduziu esta populao para 250
mil habitantes (210 etnias / 170 lnguas) no comeo do sculo passado.
A grave situao destes povos s veio a minimizar-se a partir da criao do Servio de Proteo ao
ndio e Trabalhadores Nacionais SPI, em 1910, quando se definiu uma primeira iniciativa para
mudana da realidade indgena nacional. A criao do SPI foi um marco importante na poltica
indigenista, retirou da Igreja a responsabilidade na relao com os ndios e formulou uma
legislao que buscava garantir o direito terra e o respeito a sua cultura.
Em 1967 foi criada a Fundao Nacional do ndio, em substituio ao SPI, que modificou o modelo
do Servio de Unidades Sanitrias Areas, criado na dcada de 50 que objetivava a prestao de
aes de sade s populaes indgena e rural, localizadas em reas de difcil acesso com a
implantao das Equipes Volantes de Sade EVS.As EVS visavam atender grupos indgenas com
atividades de imunizao e apoio s equipes locais de sade. Em funo da inadequao e
insuficincia de recursos humanos, financeiros, de infraestrutura, organizacionais e de logstica,
foram-se reduzindo as visitas de campo, at restringirem-se a atendimentos que aconteciam
quase exclusivamente nos Postos Indgenas existentes.
No final de 1986 foi realizada a I Conferncia Nacional de Proteo Sade do ndio, quando
foram esboadas as primeiras diretrizes de um sistema de sade para as comunidades indgenas,
derivado das discusses e diretrizes realizadas na VIII Conferncia Nacional de Sade, marco
histrico do movimento sanitrio brasileiro.
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Com a constituio de 1988, a tutela, que at aquele momento se baseava numa parcial
capacidade da populao indgena quanto ao exerccio de sua cidadania, foi abolida. A partir da
firmam-se alguns princpios de reconhecimento dos direitos indgenas. Desde ento, o
compromisso do Estado Brasileiro para com a questo indgena, em vrios setores, vem sendo
fortalecido e se concretizando a exemplo da recriao da Comisso Nacional de Polticas
Indgenas, que democraticamente defini o novo Estatuto Indgena, em tramitao no Congresso
Brasileiro.
Atualmente a populao indgena de aproximadamente 600 mil habitantes (SIASI/FUNASA)
residentes nos territrios indgenas (aldeias). Somada a esta populao, estima-se que nmero
correspondente metade deste, ou seja, cerca de 300 mil indgenas encontram-se residindo em
reas urbanas conforme informaes demogrficas divulgadas no ltimo Censo do IBGE realizado
em 2010.
5.1.2 Marco Institucional
A Lei n. 8.080/1990, Lei Orgnica da Sade, foi acrescida de um dispositivo, por meio da Lei n
9.836/1999 (Lei Arouca), que instituiu um Subsistema de Ateno Sade Indgena e atribuiu
Unio a misso de, com recursos prprios, financi-lo, devendo ser como o SUS, descentralizado,
hierarquizado e regionalizado.
O 2 do Artigo 19-G (Lei n 9.836), preconiza que o SUS servir de retaguarda e referncia ao
Subsistema de Ateno Sade Indgena, devendo, para isso, ocorrer adaptaes na estrutura e
organizao do SUS nas regies onde residem as populaes indgenas, para propiciar essa
integrao e o atendimento necessrio em todos os nveis, sem discriminaes.
O 3 do mesmo Artigo define que as populaes indgenas devem ter acesso garantido ao SUS,
em mbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas necessidades,
compreendendo a ateno primria, secundria e terciria sade.
A Poltica Nacional de Ateno Sade dos Povos Indgenas - PNASPI, aprovada pelo Conselho
Nacional de Sade (8/11/2001) e sancionada pelo Ministro da Sade (Portaria 254/2002) traduz os
consensos/diretrizes acerca da sade, produzidos na I Conferncia Nacional de Proteo Sade
do ndio (1986) e na II Conferncia Nacional de Sade para os Povos Indgenas (1993).
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A PNASPI fortalece a estruturao do Subsistema de Ateno Sade Indgena com base na
estratgia da distritalizao, tendo sido estabelecidos 34 Distritos Sanitrios Especiais Indgenas -
DSEI, adaptando-os s especificidades tnicas e a diversidade social, cultural, geogrfica e poltica
desses povos.
Os DSEI so identificados como unidades descentralizadas do Ministrio da Sade para as
atividades de planejamento, organizao e operacionalizao, baseadas nas necessidades locais de
sade e nas diretrizes estratgicas provenientes do nvel central.
Na definio do territrio sanitrio dos DSEIs foram considerados critrios para sua organizao
como a populao, a rea geogrfica e perfil epidemiolgico, as vias de acesso aos servios
instalados na localidade, a rede regional do SUS, as relaes sociais entre os diferentes povos
indgenas do territrio, a sociedade de entorno, a distribuio demogrfica tradicional dos povos
indgenas, que no coincide necessariamente com os limites de estados e municpios onde esto
localizadas as terras indgenas.
Para a execuo da PNASPI, o Subsistema de Ateno Sade Indgena conta, atualmente, com
aproximadamente quinze mil trabalhadores com diferentes vnculos empregatcios, 751 Postos de
Sade, 353 Plos Base e 63 Casas de Sade do ndio, distribudos nos 34 DSEIs existentes.
A Sade Indgena e a gesto do respectivo subsistema eram, at recentemente, responsabilidade
da FUNASA, estas funes foram transferidas para a Secretaria Especial de Sade Indgena SESAI
do Ministrio da Sade, pelo Decreto n 7.336, de 19 de outubro de 2010.
Embora os coeficientes de morbi/mortalidade estejam caindo, os indicadores de sade para os
povos indgenas demonstram um cenrio mais ou to preocupante do que o encontrado para a
populao brasileira como um todo. Problemas como desnutrio, alta mortalidade materno-
infantil, alcoolismo/drogas, suicdio, malria, tuberculose, DST e Aids, violncia, hipertenso
arterial e diabetes apresentam-se como importantes desafios ateno sade indgena.
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5.1.3 Concluses e Marco Indgena para Regies no Metropolitanas
A materializao dos princpios e diretrizes da Poltica Nacional de Ateno Sade dos Povos
Indgenas, assim como a estruturao do Subsistema de Ateno Integral Sade Indgena
constituem desafios cujo enfrentamento precisa se refletir na efetiva estruturao dos DSEIs, cuja
atuao deve ser autnoma, e na oferta organizada de aes e servios de sade, que deve ser
adequadamente definida em cada DSEI.
Promover a Ateno Integral Sade dos Povos Indgenas, ampliando o acesso e qualificando a
ateno, um dos objetivos estratgicos definidos pelo governo e para isso, a organizao e
desenvolvimento de redes regionais de ateno sade no SUS so indispensveis para o
estabelecimento de prticas especificas e equnimes para os povos indgenas.
O recente Decreto n 7.508/2011 que vem dispor sobre a organizao do SUS, o planejamento e a
assistncia sade e a articulao interfederativa, poder possibilitar a melhoria do acesso das
populaes indgenas s aes complementares de sade nas redes municipais e estaduais de
sade. A incluso das necessidades em servios e aes de sade desta populao no Contrato
Organizativo de Ao Pblica COAP dever ser mais um passo no caminho de garantir a
integralidade da assistncia aos indgenas.
O SUS e o Subsistema de Sade Indgena devem avanar no processo de integrao e cooperao
para corrigir um processo histrico de relativo isolamento na conduo das aes de sade
indgena nos ltimos anos.
Nesse sentido, o projeto QualiSUS-Rede poder influenciar positivamente na capacidade de
gesto dos DSEIs e portanto do Subsistema de Sade Indgena e na melhoria da qualidade da
ateno bsica sade prestada ao indgena e sua integrao com as redes de servios municipais
de sade promovendo: (a) mitigao das desigualdades na condio de sade; (b) melhoria no
acesso e qualidade da ateno de mdia e alta complexidade; (c) abordagem das Doenas No
Transmissveis e, (d) melhoraria na satisfao do paciente em relao assistncia prestada pelo
SUS.
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Nas RRAS selecionadas onde houver a presena significativa de populao indgena os Subprojetos
devero ser elaborados considerando:
as especificidades tnicas e culturais dessa populao e observando suas
necessidades em sade e formas de acesso aos servios de sade.
Antecedentes gerais dos povos indgenas na regio selecionada, inclusive os
antecedentes histricos, sociais, econmicos, demogrficos e de gnero.
Incluir diagnstico contendo a lista de grupos e organizaes indgenas, existentes
na rea, suas caractersticas lingusticas, se so bilngues ou no, e a condio de sade
de homens, mulheres, crianas, jovens e velhos. Esta descrio evidenciar os
benefcios diretos e indiretos esperados do Projeto nas reas alvos;
Breve descrio das questes de posse de terra que podem estar relacionadas s
reas selecionadas;
Anlise das principais questes de infraestrutura, acesso e utilizao dos servios,
com foco especial na ateno de mdia e alta complexidade sade, que podem ter
impacto sobre as metas do Projeto;
A descrio detalhada do processo de consulta e seus resultados, inclusive as
consultas com organizaes indgenas e principais atores;
Levantamento das necessidades de qualificao e formao para os trabalhadores
da sade indgena.
5.2 Proteo Ambiental
5.2.1 Avaliao Ambiental Sumria
O QualiSUS-Rede foi classificado como B. Uma Avaliao Ambiental (AA) foi preparada para
identificar os potenciais impactos ambientais, segundo a Poltica de Proteo do Banco Mundial
(OP/BP 4.01). A AA prope atividades para melhorar a gesto ambiental, especialmente nos
Subprojetos de RAS do Componente 1. Esta seo resume as concluses e recomendaes da AA.
Tambm inclui as principais questes do Marco Ambiental (MA) para reforma, ampliao e/ou
construo de estabelecimentos de sade, bem como os principais itens includos em uma lista de
verificao ambiental que ser preenchida antes de iniciar os trabalhos financiados com os
recursos do emprstimo.
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A AA do Projeto baseia-se em: uma anlise do marco legal e regulamentar para a construo de
estabelecimentos de sade e gesto de resduos hospitalares; uma reviso das diretrizes e dos
procedimentos em relao construo de unidades de sade e gesto de lixo hospitalar; uma
avaliao ambiental realizada pelo MS e entrevistas com o pessoal do MS e do projeto responsvel
pela elaborao e implementao do projeto. As concluses da AA sugerem que qualquer impacto
adverso deve ser localizado e revertido. Contudo, como as intervenes apoiadas pelo projeto
pretendem melhorar a gesto de lixo hospitalar em todas as unidades das regies-alvo, o Projeto
proposto ter impactos ambientais benficos.
5.2.2 Polticas de proteo
OP 4.01 Avaliao Ambiental - Seguindo a poltica do Banco, foram preparadas uma AA e um MA
para orientar a seleo, triagem, construo e monitoramento da construo de novas unidades
de sade. O MA define as aes a serem empregadas pelo Projeto para mitigar os riscos
ambientais, inclusive: (i) uma triagem ambiental e monitoramento dos locais de construo; (ii)
licenciamento ambiental de toda construo; (iii) superviso ambiental do processo de
construo; e, (iv) desenvolvimento e implementao de treinamento ambiental.
OP. 412: - Reassentamento Involuntrio. O QualiSUS-Rede no financiar atividades que possam
ocasionar reassentamentos involuntrios (mudana fsica, perda de patrimnio ou acesso a
patrimnio). No entanto, como o Projeto pode financiar novas construes, a poltica pode ser
iniciada com aquisio de terra para fins de construo. Apesar de todos os locais estarem em
terras pblicas, deve-se observar que qualquer nova construo que possa resultar em reassento
no ser elegvel para financiamento.
OP 4.11: Recursos Fsicos Culturais. Como a nova construo das unidades ambulatoriais uma
atividade elegvel do projeto, o marco ambiental tambm inclui regras e procedimentos para
descoberta por acaso, assim como procedimentos de triagem para identificar quaisquer
recursos culturais conhecidos que demandem ateno especial durante as atividades de
construo.
5.2.3 Impactos Ambientais Gerais
Riscos relacionados construo do estabelecimento: As obras financ