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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATI MESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA RISCOS BIOLÓGICOS LABORAIS DOS ENFERMEIROS DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA Artigo científico apresentado pela Mestranda: Ana Rachel Vieira Amorim, Enfermeira e especialista em Enfermagem do Trabalho, ao Curso de Mestrado em Terapia Intensiva, da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva, como requisito para obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Profª Ms. Wanuska Munique Portugal

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA – SOBRATIMESTRADO EM TERAPIA INTENSIVA

RISCOS BIOLÓGICOS LABORAIS DOS ENFERMEIROS DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

Artigo científico apresentado pela Mestranda: Ana

Rachel Vieira Amorim, Enfermeira e especialista em

Enfermagem do Trabalho, ao Curso de Mestrado em

Terapia Intensiva, da Sociedade Brasileira de Terapia

Intensiva, como requisito para obtenção do grau de

Mestre.

Orientadora: Profª Ms. Wanuska Munique Portugal

JOÃO PESSOA - PB

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2014

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RISCOS BIOLÓGICOS LABORAIS DOS ENFERMEIROS DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

1Ana Rachel Vieira Amorim 2Orientadora: Msc. Wanuska Munique Portugal

RESUMO

No desenvolvimento de suas atividades laborais, os trabalhadores da área de

saúde são expostos a diferentes riscos ocupacionais, os quais se constituem

em riscos físicos, ergonômicos, químicos e em especial riscos biológicos. Isso

ocorre em virtude do fato desses profissionais serem submetidos

frequentemente a situações de exposição a secreções humanas, pacientes

portadores de vírus, bactérias e fungos. Essa exposição constante aos riscos

biológicos pode ocasionar várias patologias a esses profissionais, em particular

os profissionais de enfermagem que são responsáveis pelo cuidado direto do

paciente. A exposição aos riscos biológicos é ainda mais potencial aos

profissionais que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva, uma vez que

os pacientes ali internados apresentam graves patologias, o que compromete o

seu sistema imunológico, favorecendo, portanto, o desenvolvimento de

inúmeras doenças infecciosas. Dessa forma, o estudo foi baseado em uma

revisão de literatura que tem como objetivo averiguar a exposição ocupacional

dos profissionais de enfermagem de Unidades de Terapia Intensiva aos riscos

biológicos, ressaltando a importância da utilização correta dos Equipamentos

de Proteção Individual para minimizar os riscos associados a essa exposição.

Palavras-chave: Enfermeiros, Unidade de Terapia Intensiva, Riscos biológicos

1 Graduação em Bacharelado em Enfermagem pelas Faculdades Integradas de Patos – FIP (2008), Pós graduada em Saúde Pública Faculdades Integradas de Patos – FIP (2008), Pós Graduanda em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade dos Guararapes–FG. [email protected] Graduação em Bacharelado em Enfermagem pela Universidade Salgado de Oliveira (2010), Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho pela Faculdade dos Guararapes–FG (2012), Mestra em Terapia Intensiva pela SOBRATI (2013).Orientadora deste Artigo. [email protected].

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ABSTRACT

The development of their work activities, workers in the health field are exposed

to various occupational hazards, which constitute physical, ergonomic, chemical

hazards and special biological hazards. This is due to the fact that these

professionals are often subjected to situations of exposure to human secretions,

patients with viruses, bacteria and fungi. This constant exposure to biological

hazards can cause various diseases to these professionals, particularly nurses

who are responsible for direct patient care. Exposure to biological hazards is

further potential to professionals working in Intensive Care Units, since the

patients admitted there have serious illnesses, which compromises your

immune system, thus favoring the development of numerous infectious

diseases. Thus, the study was based on a literature review that aims to

investigate the occupational exposure of nursing professionals in Intensive Care

Units biological risks , stressing the importance of proper use of Personal

Protective Equipment to minimize the risks associated with this exposure.

Keywords: Nurse, Intensive Care Unit, Biological Risks.

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INTRODUÇÃO

Os trabalhadores da área da saúde estão expostos a diferentes riscos

ocupacionais: físico, ergonômico, químico, biológico e psicossocial, cuja

importância está relacionada à categoria profissional e à área de atuação.

O risco biológico é definido como a probabilidade da exposição

ocupacional a agentes biológicos, como: microrganismos geneticamente

modificados ou não, as culturas de células, os parasitas, as toxinas e os príons

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Em uma exposição ocupacional a sangue

pelo menos vinte patógenos podem ser transmitidos, entre eles destacam-se

pela maior importância epidemiológica os vírus da imunodeficiência - HIV, da

Hepatite B - HBV e da Hepatite C – HCV (CARDO, 1997).

Fatores como as novas técnicas diagnósticas e terapêuticas, a

resistência microbiana, emergência de novas doenças e retorno de outras,

como a tuberculose, sinalizam para o aumento desse risco entre os

profissionais da área da saúde (SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE (GO),

2003).

É preciso considerar que a descoberta da AIDS contribuiu para uma

maior conscientização e divulgação do risco biológico entre os trabalhadores,

maior produção científica sobre o tema e, paralelamente, a introdução de

políticas viabilizando a notificação desses agravos que possibilitaram o

conhecimento epidemiológico (SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE (GO),

2003).

A enfermagem é uma das principais profissões sujeitas à exposição a

material biológico (SOUZA; COSTA; NASCIMENTO; FRANCIONI; PIRES,

2008). Essa exposição elevada pode relacionar-se ao fato de seus

trabalhadores serem o maior número no serviço de saúde, possuir mais contato

na assistência e também ao tipo e à frequência de procedimentos.

As pesquisas tiveram uma grande influência no reconhecimento do risco

ocupacional e foi a partir da década de 1970, por meio dos estudos realizados

pelos pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), que as instituições

hospitalares brasileiras começaram a se preocupar com a saúde de seus

trabalhadores (NISHIDE; BENATTI; ALEXANDRE, 2004).

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As Unidades de Terapia Intensiva (UTI) constituem locais onde se

internam pacientes graves, em situação limite, que ainda têm um prognóstico

favorável para viver, embora necessitem de recursos técnicos e humanos

especializados para sua recuperação; um ambiente onde são utilizados

técnicas e procedimentos sofisticados, para tratar doenças com risco potencial

à vida.

A abordagem integral da saúde da equipe multidisciplinar de uma UTI

deve levar em conta os riscos ambientais e ocupacionais aos quais os

profissionais dessas unidades estão expostos diariamente. São riscos

ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de

trabalho que - dependendo da sua natureza, concentração ou intensidade e

tempo de exposição - são capazes de causar lesões à saúde dos trabalhadores

(NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH,

1988).

Riscos ocupacionais são todas as situações de trabalho que podem

romper o equilíbrio físico, mental e social das pessoas, e não somente as

situações que originem acidentes e doenças (MINISTÉRIO DO TRABALHO,

2001).

Entre os métodos de controle desses riscos estão a substituição do

agente de risco, controles de engenharia, práticas de trabalho, equipamentos

de proteção pessoal, controles administrativos e programas de exames

médicos periódicos (FUNDEN , 1996).

Diante da realidade de que o exercício da enfermagem expõe os

trabalhadores ao risco biológico e considerando que a pesquisa científica tem

participação importante na identificação e conhecimento desse risco, inclusive

na divulgação de medidas que previnem ou minimizem os acidentes, este

estudo tem como objetivo caracterizar os riscos biológicos entre trabalhadores

da enfermagem.

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METODOLOGIA

Esta é uma pesquisa bibliográfica, descritiva, não-experimental. Método

utilizado como revisão de literatura cientifica pré-existente sobre o tema com a

finalidade de sintetizar o conhecimento obtido de forma sistemática e

organizada.

As referências literárias pesquisadas, que serviram como embasamento

teórico neste estudo, foram encontradas em publicações impressas em livros,

monografias, revistas, além de textos e artigos disponibilizados em sites

Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Centro Latino-Americano e do

Caribe de Informações em Ciência da Saúde (Birene) e da Literatura Latino-

Americano e do Caribe em Ciência da Saúde (Lilacs).

O estudo foi analisado conforme ordem cronológica do tema,

considerando a evolução histórica do trabalho, a história do enfermeiro e sua

relação emocional com o trabalho. A formatação do estudo teve como base a

ABNT (2008) e a Resolução 196/96.

UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - UTI

As UTIs foram criadas a partir da necessidade de atendimento do

paciente, cujo estado crítico exigia assistência e observação contínua de

médicos e enfermeiros. Esta preocupação iniciou-se com Florence Nightingale,

durante a guerra da Criméia no século XIX, que procurou selecionar indivíduos

mais graves, acomodando-os de forma a favorecer o cuidado imediato (LINO;

SILVA, 2001).

As Unidades de Terapia Intensiva constituem locais onde se internam

pacientes graves, em situação limite, que ainda têm um prognóstico favorável

para viver, embora necessitem de recursos técnicos e humanos especializados

para sua recuperação; um ambiente onde são utilizados técnicas e

procedimentos sofisticados para tratar doenças com risco potencial à vida

(OLIVEIRA, 2002).

Conforme os critérios da Society of Critical Care Medicine, os critérios de

internação em UTI incluem doenças cardiovasculares, neurológicas,

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respiratórias, gastrintestinais, intoxicações, endocrinológicas, cirúrgicas (trauma

e queimaduras graves) e infecciosas ameaçadoras à vida, bem como sinais

vitais indicativos de gravidade (pulso < 40 ou > 150 batimentos por minuto,

pressão arterial sistólica < 80 mmHg ou 20 mmHg abaixo do nível habitual,

pressão arterial média < 60 mmHg, pressão arterial diastólica > 120 mmHg,

frequência respiratória > 35 bpm); exames laboratoriais (níveis séricos de sódio

< 110 mEq/L ou > 170 mEq/L, níveis séricos de potássio < 2 mEq/L ou > 7

mEq/L, PaO2 < 50 mmHg, pH < 7,1 ou > 7,7, glicose > 800 mg/dL, cálcio sérico

> 15 mg/dL, níveis tóxicos de drogas ou substâncias químicas em paciente

hemodinâmica ou neurologicamente comprometido); exames de imagem

constatando hemorragia no sistema nervoso central ou contusão em pacientes

com alteração do nível de consciência, sinais de rupturas de vísceras e vasos

com instabilidade hemodinâmica. Os critérios de alta incluem estabilização do

quadro do paciente de tal forma que sua permanência na UTI não é necessária

nem benéfica (SOCIETY OF CRITICAL CARE MEDICINE, 1999).

O ambiente das UTIs é insalubre. A falta de treinamento e de precaução

dos profissionais que trabalham nesse setor pode resultar em transmissão de

doenças infecto-contagiosas e em acidentes (BENATTI; NISHIDE, 2000).

A realização de tarefas dentro da UTI está subordinada às normas de

biossegurança que padronizam critérios a serem seguidos pelos trabalhadores

que atuam naquele ambiente. Pressupõe-se, assim, que o modelo de

segurança adotado na UTI baseia-se na forma tradicional que corresponde à

prescrição de procedimentos e comportamentos seguros. É importante citar

que a legislação que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança no

Brasil está vinculada à Lei nº 11.105, de 25 de março de 2005. A Portaria nº 37,

de 06 de dezembro de 2002, instituiu a Norma Regulamentadora (NR) 32, que

trata especificamente da segurança e saúde do trabalho nos estabelecimentos

de assistência à saúde.

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O ENFERMEIRO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Segundo Alencar, Diniz, Lima (2004) a enfermagem vem acumulando no

decorrer de sua história, juntamente com conhecimento empírico e teórico, o

conhecimento científico. Com a afirmação da Enfermagem como ciência, as

modificações da clientela, da organização, do avanço tecnológico e dos

próprios profissionais de Enfermagem, a prática da profissão deixa de ser

mecânica, massificada e descontínua, utilizando-se de métodos de trabalho

que favorecem a individualização e a continuidade da assistência de

Enfermagem, bem como do estudo crítico do atendimento que se presta.

Segundo Kurcgant (1991), é da competência do enfermeiro a avaliação

da assistência, sendo que o resultado desta avaliação implica muitas vezes na

decisão sobre a assistência no dia seguinte. Portanto, se no decorrer do dia

houver falhas em uma decisão, isto ocasionará uma situação grave. Por isso o

enfermeiro, nessa área, engloba o conhecimento profundo das necessidades

dos pacientes no que se refere à doença enquanto processo mórbido e suas

consequências.

De acordo com Hudak e Gallo (1997), o papel do enfermeiro na Unidade

de Tratamento Intensivo consiste em obter a história do paciente, fazer exame

físico, executar tratamento, aconselhando e ensinando a manutenção da saúde

e orientando os enfermos para uma continuidade do tratamento e medidas.

RISCOS OCUPACIONAIS

Na perspectiva epidemiológica e quantitativa, de acordo com Almeida

Filho (2007), o risco é considerado como a probabilidade de ocorrência de uma

doença, agravo, óbito ou condição relacionada à saúde em uma população ou

grupo, durante um determinado período de tempo que pode ser estimado

através de cálculos quantitativos. Esta abordagem traz importantes

contribuições e são os métodos adotados como centrais no desenvolvimento

de procedimentos regulatórios internacionais, a exemplo da Environmental

Protection Agency (EPA), Occupational Safety and Health Administration

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(OOSHA), entre outras, cujos critérios servem de parâmetros para o

desenvolvimento de políticas públicas em diversos países (GUIVAN, 1998).

Na perspectiva fenomenológica, o risco é abordado a partir do seu

significado em determinado contexto. O foco desta abordagem são as

experiências vivenciadas pelos atores sociais no seu cotidiano, a partir das

quais interpretam o risco com uma perspectiva compartilhada. Neste sentido,

esta corrente de estudo propõe-se a investigar quais os conhecimentos

utilizados pelos indivíduos para estabelecer lógicas a respeito do risco através

da sua posição sociocultural (LUPTON, 1999). De acordo com Lupton (1999),

os estudos dos riscos ocupacionais têm recebido atenção dos sociólogos.

Horlick-Jones (2008) mostra que existe uma significativa e crescente literatura

específica sobre risco, em termos de raciocínio e práticas dos atores sociais

em diversos contextos sociais cotidianos.

De acordo com essas perspectivas, propõe-se a abordagem dos riscos

ocupacionais, em específico os riscos biológicos (OMS, 1977), não como

inerentes ao ambiente de trabalho, mas como dependentes das racionalidades

desenvolvidas pelos atores sociais nas suas interações compartilhadas diante

das contingências que emergem da sua prática cotidiana de trabalho.

A UTI é um lugar de tensões constantes, que responde ao desafio da

saúde com divisão do trabalho, transformando as emergências em rotina, em

que profissionais experimentam uma vivência de extrema angústia, algo que

parece ser pior que a morte, a qual, frequentemente, não se leva em

consideração. Trata-se de um medo próprio da precariedade da existência

humana, experiência revestida de dificuldades; a experiência da morte do

próximo faz surgir a consciência do que seja morrer (OLIVEIRA , 2002).

Com relação aos dilemas éticos sobre o fim da vida, Moritz demonstrou

que a recusa ou a suspensão de tratamentos foram constatados em 32% dos

óbitos em UTI de um hospital universitário e a futilidade da terapia foi

considerada como principal motivo em 100% destes casos (MORITZ, 2003).

O estresse e outras consequências biopsicofisiológicas às quais os

profissionais de uma UTI estão expostos de forma cumulativa e progressiva

são desencadeados por fatores como ambiente de trabalho, sobrecarga de

trabalho, relações interpessoais, trabalho noturno, tempo de serviço

(intrínsecos) e condições pessoais e características da personalidade

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(extrínsecos), conforme estudo que levou em conta o problema entre

enfermeiros brasileiros de 1982 a 2001. Outros agentes estressores apontados

foram a organização do trabalho, sobretudo em ambiente com precariedade

das condições laborais, o ambiente ruidoso, as relações conflitantes e as

exigências impostas pelo trabalho (SANTOS; OLIVEIRA; MOREIRA, 2006).

A importância da identificação desses agentes estressores,

principalmente em uma abordagem de educação em saúde e preventiva,

consiste em perspectivas para um ambiente de trabalho seguro, o que pode

gerar motivação e diminuir os riscos os quais o grupo está exposto (GOMES;

LUNARDI; ERDMANN, 2006).

Apesar do sofrimento, o trabalho em saúde é uma fonte de prazer

(SAVOLDI, 2004). Gomes e col. quantificaram como agentes estressores: o

rígido controle do tempo; forma como o setor é organizado; falta de materiais e

equipamentos adequados; conflitos nos relacionamentos entre os membros da

equipe; estado crítico de saúde do paciente; dupla jornada de trabalho feminino

(a dupla jornada é também pela má remuneração e tanto homens como

mulheres estão expostos); e trabalho nos finais de semana e feriados

(GOMES; LUNARDI; ERDMANN, 2006).

Para minimizar os sentimentos negativos com relação ao exercício

profissional Gomes e col. sugeriram que se criem espaços para discussões

coletivas acerca da gênese do sofrimento psíquico no trabalho, de forma que

os profissionais se comprometam com a melhoria da saúde ocupacional e

organização do trabalho (GOMES; LUNARDI; ERDMANN, 2006).

Em estudo descritivo realizado na UTI pediátrica do Instituto Fernandes

Figueira, Rio de Janeiro, no período de 2002 a 2003, constatou-se que entre os

profissionais com faixa etária de 20 a 50 anos, 90% dos quais do sexo

feminino, com predominância de jovens de 20 a 29 anos, 60% tinham dupla e

tripla jornada, com carga horária acima de 60 horas semanais, estilo de vida

não saudável em relação ao lazer, exercício físico, repouso e sono (SAVOLDI,

2004). Os riscos ocupacionais percebidos foram ritmo acelerado no trabalho,

manutenção de posturas inadequadas, esforço físico que produz fadiga,

trabalho isolado, temperatura inadequada, excesso de ruído, exposição à

irradiação e risco de infecção. As doenças relacionadas com as condições de

trabalho foram: distúrbios osteomusculares, varizes e estresse.

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Concluiu-se que os problemas de saúde e condições de trabalho estão

inter-relacionados e é impossível isolar causa e efeito (SOUTO, 2003).

Em outro serviço da mesma cidade, estudo com 47 profissionais

mostrou três categorias teóricas que justificavam o estresse: os riscos

ocupacionais decorrentes do trabalho de enfermagem, as consequências da

exposição do trabalhador às cargas de trabalho e o prazer e o sofrimento como

expressão do trabalho cotidiano.

Concluiu-se que a UTI é um ambiente repleto de riscos e que a equipe

de enfermagem se defronta com diferentes cargas de trabalho, com o

sofrimento e o prazer no desenvolvimento de suas atividades cotidianas

(GÁMEZ, et al, 1999). Trata-se, portanto, de um ambiente estressante. Em

estudo descritivo em UTI de hospital universitário no Brasil, constatou-se uma

prevalência de 59,4% de estresse ocupacional entre profissionais de

Enfermagem, os quais mencionaram como causas a gravidade dos pacientes e

a instabilidade do quadro clínico, o atendimento de parada cardiorrespiratória e

das emergências, bem como os riscos por sistema hemodialítico e o risco

biológico do contato com sangue e secreções (GOMES, 1974).

Em outro estudo, com participação de 132 funcionários de UTI, 60%

indicaram que o seu trabalho é estressante e que se sentiam fisicamente

fatigados, 60% declararam que o seu trabalho teve impacto negativo sobre a

vida familiar e 35% indicaram que a sua saúde estava afetada. Apenas 51%

indicaram que planejavam continuar trabalhando em UTI (TEEGEN; MULLER,

2000). As relações entre os membros da equipe foram relatadas como boa por

90%. Em trabalho realizado com 144 profissionais de terapia intensiva, idade

média de 32 anos e média de 8 anos de experiência, 41% tinham desenvolvido

transtorno de estresse pós-traumático, sobretudo devido a uma média de 38

experiências traumáticas como sua própria ansiedade e desamparo, além do

contato com pessoas gravemente feridas e/ou mutiladas, pacientes terminais e

cadáveres (TEEGEN; MULLER, 2000).

No tocante ao fornecimento dos EPIs (Equipamentos de Proteção

Individual), a Norma Regulamentadora no 6 do Ministério da Saúde (Brasil,

1983), determina que as Instituições forneçam EPIs adequados aos riscos.

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RISCOS BIÓLOGICOS

Os riscos ocupacionais da equipe intensivista estão inter-relacionados

com os riscos de seus pacientes, os quais, em investigação diagnóstica devido

a doenças diversas, passam por um elevado número de procedimentos e

intervenções terapêuticas que necessitam utilizar materiais pérfuro-cortantes e

expõem profissionais da saúde ao contato com sangue, secreções, fluidos

corpóreos por incisões, sondagens e cateteres (NISHIDE; BENATTI, 2004).

São os riscos mais frequentes aos quais os trabalhadores estão expostos

(NISHIDE; BENATTI, 2004) (SANTOS, 1989) (SILVA, 1995).

As atividades de arranjo do ambiente após os procedimentos,

encaminhamento dos materiais, limpeza e a organização da unidade do

paciente são as atividades relacionadas a acidentes com materiais pérfuro-

cortantes (NISHIDE; BENATTI, 2004).

Os agentes mais importantes de transmissão parenteral são o vírus da

hepatite B (HBV), hepatite C (HCV) e imunodeficiência adquirida humana (HIV).

O risco de hepatite B clínica varia entre 22% a 31% e o da evidência sorológica

de infecção de 37% a 62%, quando há exposição percutânea ao sangue de

paciente HBe-Ag positivo (BRASIL, 2004).

Se HBeAg negativo, o risco de hepatite clínica varia de 1% a 6% e o de

soroconversão de 23% a 37%. Quanto à hepatite C (HCV), transmitida de

forma eficiente através do sangue, a incidência média de soroconversão após

exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1,8%

(IC 95% de 0% - 7%) (BRASIL, 2004). O risco de transmissão em exposições a

outros materiais biológicos e por exposições de mucosas é considerado mais

baixo. Nenhum caso de contaminação envolvendo pele não-íntegra foi

publicado na literatura. Menos frequente, o risco de transmissão do HIV é de

0,3% (IC 95%=0,2-0,5%) em acidentes percutâneos e de 0,09% (IC

95%=0,006-0,5%) após exposições em mucosas (BRASIL, 2004). Estima-se

que o risco após exposições envolvendo pele não-íntegra seja inferior ao risco

das exposições em mucosas.

A ocorrência de doença infecciosa ocupacional se dá tanto pela

exposição ao ar ambiental das unidades de terapia intensiva – local onde se

interna um grande quantitativo de pacientes com problemas respiratórios –

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quanto pelo contato com material orgânico, como secreções, sangue, etc,

contaminados por agentes infectantes. Em uma revisão de literatura sobre a

ocorrência de doença deste gênero em profissionais da saúde Sepkowitz

(1996) encontrou os seguintes achados para os casos adquiridos por

transmissão veiculada pelo ar: 40% desses trabalhadores têm teste positivo

para tuberculose, com ocorrência de até 20% de casos clínicos da doença; a

incidência de varicela-zoster varia de 4 a 14%; durante epidemia, a influenza

pode afetar até 45% dos trabalhadores; além destes, cita-se a ocorrência de

números significativos de infecção por Adenovirus, Pertussis, Rubéola,

Parotidite Infecciosa e outras. Sepkowitz evidencia a mesma relevância,

relatando a transmissão pela exposição a sangue contaminado: a conversão de

0,1 a 0,4% do teste para AIDS; a prevalência de soro positivo para as hepatites

B e C é duas a quatro vezes maior nos trabalhadores da saúde do que em

doadores voluntários.

Em estudo descritivo 69% dos trabalhadores disseram estar expostos a

materiais pérfuro-cortantes. Seis por cento (6 %) deles admitiram descartá-los

em locais inadequados. O uso de lâminas em atividades não necessárias e o

abandono de material descartável usado em lugares inadequados

correlacionaram-se com o aumento do número de acidentes (NISHIDE;

BENATTI, 2004).

Entre os fatores associados à redução da taxa de acidentes estão a

monitoração do trabalho de enfermeiros, as melhorias das condições de

trabalho, da organização dos hospitais e do cuidado dispensado aos pacientes

e a baixa rotatividade de funcionários. Nesse estudo multicêntrico norte-

americano que envolveu 39 UTIs de 23 hospitais, houve correlação significativa

entre lucratividade e diminuição de acidentes pérfuro-cortantes e exposição a

fluidos biológicos (p < 0,05) (STONE; GERSHON, 2006).

O uso de dispositivos seguros (safety-engineered de vices) em

procedimentos também está associado à redução de acidentes. Um estudo

multicêntrico francês envolvendo 32 hospitais e 1.506 médicos e enfermeiros

de UTI, entre 1999 e 2000, em seguimento de um ano, obteve como resultado

uma correlação positiva entre diminuição de acidentes e aumento do uso

desses dispositivos (r = 0,88; p < 0,02). A taxa média de acidentes no trabalho

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foi estimada em 4,72 casos por 100.000 procedimentos (LAMONTAGNE;

ABITEBOUL; LOLOM; et al, 2007).

Além desses agentes, os profissionais estão expostos a doenças que

são transmitidas por gotículas, aerossóis e contato direto, tais como:

tuberculose, citomegalovirose, rubéola, meningite, difteria, herpes simples,

herpes zoster, febre tifóide, gastroenterite infecciosa, parotidite e

ceratoconjuntivite epidêmica e infecções respiratórias por vírus; citando ainda

as doenças causadas por bactérias envolvidas nas infecções hospitalares, tais

como: Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Salmonella spp., Streptococcus

spp., Pseudomonas spp., Proteus spp.(DE OLIVEIRA; MUROFUSE, 2001).

A tuberculose, devido à elevada incidência no Brasil, constitui um motivo

de grande preocupação entre os trabalhadores da área saúde. A transmissão

em hospitais envolve pacientes com doença pulmonar ou laríngea não

diagnosticada, sem esquema terapêutico nem isolamento respiratório e

profissionais durante procedimentos, como broncoscopia, intubação e

aspiração traqueal, irrigação de abscesso ou qualquer outro que estimule a

tosse, sobretudo em ambiente fechado.

EXPOSIÇÃO DO ENFERMEIRO DE UTI AOS RISCOS BIOLÓGICOS

No Brasil, a preocupação com a questão da saúde dos trabalhadores

hospitalares iniciou-se na década de 1970, quando pesquisadores da

Universidade de São Paulo (USP) enfocaram a saúde ocupacional em

trabalhadores hospitalares. Esse estudo citou a ocorrência de 4.468 acidentes

de trabalho em hospitais do país. Queixas como doenças infectocontagiosas,

lombalgias, reações alérgicas, fadigas e acidentes do trabalho foram referidos

por 26 grupos ocupacionais de trabalhadores hospitalares em 1977, ao passo

que, em 1988, estudo realizado no Hospital das Clínicas da Universidade de

São Paulo, envolvendo 1.506 acidentes levantou que as principais causas de

afastamento foram lacerações e ferimentos, contusões ou torções (SILVA,

1988).

Apesar do relato, os trabalhadores da área de saúde não eram

considerados como categoria profissional de alto risco para acidentes do

Page 16: ibrati.org  · Web viewEm estudo descritivo realizado na UTI pediátrica do Instituto Fernandes Figueira, Rio de Janeiro, no período de 2002 a 2003, constatou-se que entre os profissionais

trabalho, fato que mudou a partir do surgimento da Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida (SIDA) como epidemia nos anos 1982. Foram

introduzidas, então, pelo Center for Disease Control and Prevention (CDC), dos

Estados Unidos, as “precauções universais”, atualmente denominadas

“precauções padrão”, que alertam a necessidade da utilização de luvas para o

contato com fluidos corporais (PITTA, 1990).

O exercício da enfermagem está associado à exposição contínua a

riscos biológicos (RESENDE, 2001). O contato direto com o paciente durante a

assistência e os procedimentos, sobretudo punção venosa periférica (30%-

35%) (RAPPARINI, 2013) expõe os trabalhadores, principalmente a equipe de

enfermagem, ao risco dessas infecções através de ferimento percutâneo ou

contato de membrana, mucosa ou pele com sangue ou outros fluidos corpóreos

potencialmente infectados (PITTA, 1990).

Devido à falta de medidas de proteção coletiva, torna-se necessário o

uso de equipamento de proteção individual, destinado a proteger a saúde e a

integridade física do trabalhador. Nesse equipamento são incluídas luvas,

aventais, protetores oculares, faciais e auriculares, protetores respiratórios e de

membros inferiores (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2001).

A partir da década de 1980, profissionais da área da saúde voltaram

suas atenções ao estudo das repercussões do processo de trabalho hospitalar

como causador de doenças e acidentes em seus trabalhadores e usuários.

Entretanto, somente na década de 1990 foram levados em conta aspectos

éticos e psíquicos do trabalho na área de saúde. Apesar desse fato, as

doenças ou queixas não relacionadas ao trabalho continuam sujeitas a uma

análise mais apurada para exclusão de seu nexo causal com o processo de

trabalho (BENATTI; NISHIDE, 2000).

Um estudo de caso-controle realizado com 1.218 trabalhadores de

enfermagem de um hospital universitário constatou a incidência acumulada de

8,2% acidentes de trabalho (BENATTI, 1997).

Esses acidentes estavam associados à falta de tempo para lazer e às

posturas cansativas e forçadas durante o trabalho, sobretudo por parte da

equipe de enfermagem, bem como a esquemas vacinais incompletos (dupla

adulto e hepatite B) dos trabalhadores. A autora desse trabalho sugeriu que

deveriam ser elaborados programas de vigilância de saúde no trabalho,

Page 17: ibrati.org  · Web viewEm estudo descritivo realizado na UTI pediátrica do Instituto Fernandes Figueira, Rio de Janeiro, no período de 2002 a 2003, constatou-se que entre os profissionais

campanhas de vacinação e de combate ao alcoolismo e destacou como fatores

de risco para os acidentes a condição sócio-econômica, a idade e as condições

físicas do empregado, bem como o ambiente de trabalho e as instalações

(BENATTI, 1997).

CONCLUSÃO

Estratégias de educação continuada dos funcionários quanto às medidas

de precaução diante de agentes biológicos, físicos e químicos, reformulação de

políticas de prevenção de riscos ocupacionais, avaliação contínua da saúde

dos trabalhadores, dos ambientes hospitalares e elaboração de mapa de

riscos, com base nos estudos citados, fazem parte de uma estratégia de

intervenção para redução de riscos em UTI. Todos os estudos apresentados

demonstraram que o ambiente de UTI é insalubre. Contudo, entre os fatores

que contribuem para tal insalubridade estão atitudes e hábitos dos profissionais

de saúde da UTI, os quais são perfeitamente passíveis de mudança, razões

pela qual uma abordagem de educação em saúde seria benéfica para diminuir

o problema.

O investimento em recursos humanos e materiais, uso de EPI,

atualização de esquemas vacinais, ênfase nas precauções de contato,

gotículas e aerossóis de forma a evitar transmissão de doenças, medidas de

redução do estresse ocupacional e da violência no ambiente de trabalho, bem

como valorização da profissão e adequação de jornadas de trabalho também

são fundamentais na melhoria das condições de trabalho e até mesmo no

âmbito da administração hospitalar, haja vista a redução de despesas.

Sugere-se que em programa de educação continuada e saúde em UTI,

após abordagem de temas relevantes em se tratando do ambiente de trabalho,

também se dê atenção a problemas prevalentes nesse meio, diretamente ou

indiretamente relacionados ao exercício da profissão, tais como: diabete melito,

hipertensão arterial, tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, obesidade,

sedentarismo, doenças cardiovasculares, neoplasias e doenças mentais.

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