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Piracicaba, 15 de janeiro de 2018. Déficit da balança comercial de lácteos recua 30,8% em 2017* Lucas H. Ribeiro¹ e Natália Grigol² 1- Bacharel em Ciências dos Alimentos e analista de mercado do Cepea 2- Mestra em Ciências, bacharel em Ciências dos Alimentos e pesquisadora do Cepea *Algumas informações deste texto foram atualizadas às 16h30 de 16/01/2018. Cepea, 15/01/2018 – A balança comercial de lácteos apresentou saldo negativo de 1,14 bilhão de litros em equivalente leite em 2017. O resultado, é 30,8% menor que o déficit do ano anterior (de 1,64 bilhões de litros), conforme dados da Secex. A diminuição do déficit ocorreu por conta da queda de 32% no volume importado, que totalizou 1,279 bilhão de litros em equivalente leite em 2017. Por outro lado, o volume exportado também caiu, chegando a 141,8 milhões de litros em equivalente leite, 39,9% menor que o registrado em 2016. A queda nas importações de lácteos em 2017 esteve atrelada a quatro fatores principais: maior captação nacional, baixos preços no mercado doméstico, demanda brasileira enfraquecida e aumento dos preços dos lácteos importados, que estiveram, em média, 16,6% acima dos registrados em 2016. Globalmente, houve a valorização dos lácteos, principalmente pela menor oferta mundial neste ano. Na Argentina, país responsável por 47% do total de lácteos importados pelo Brasil em 2017, a diminuição da produção ocorreu por conta dos altos custos de produção, associados, principalmente, à inflação. Com a redução da oferta, os preços pagos ao produtor argentino foram, em média, 31% maiores que em 2016, refletindo em altas nos derivados. Assim, os leites em pó argentinos foram vendidos ao Brasil no valor médio de US$ 3,09/kg, 12% maior que no ano passado. Os queijos, por sua vez, tiveram média de US$ 4,53/kg, valorização de 22% na mesma comparação. www.cepea.esalq.usp.br [email protected] 19 3429-8836 / 8837 • PIRACICABA - SP

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Piracicaba, 15 de janeiro de 2018.

Déficit da balança comercial de lácteos recua 30,8% em 2017*

Lucas H. Ribeiro¹ e Natália Grigol²1- Bacharel em Ciências dos Alimentos e analista de mercado do Cepea

2- Mestra em Ciências, bacharel em Ciências dos Alimentos e pesquisadora do Cepea*Algumas informações deste texto foram atualizadas às 16h30 de 16/01/2018.

Cepea, 15/01/2018 – A balança comercial de lácteos apresentou saldo negativo de 1,14 bilhão de litros em equivalente leite em 2017. O resultado, é 30,8% menor que o déficit do ano anterior (de 1,64 bilhões de litros), conforme dados da Secex. A diminuição do déficit ocorreu por conta da queda de 32% no volume importado, que totalizou 1,279 bilhão de litros em equivalente leite em 2017. Por outro lado, o volume exportado também caiu, chegando a 141,8 milhões de litros em equivalente leite, 39,9% menor que o registrado em 2016.

A queda nas importações de lácteos em 2017 esteve atrelada a quatro fatores principais: maior captação nacional, baixos preços no mercado doméstico, demanda brasileira enfraquecida e aumento dos preços dos lácteos importados, que estiveram, em média, 16,6% acima dos registrados em 2016.

Globalmente, houve a valorização dos lácteos, principalmente pela menor oferta mundial neste ano. Na Argentina, país responsável por 47% do total de lácteos importados pelo Brasil em 2017, a diminuição da produção ocorreu por conta dos altos custos de produção, associados, principalmente, à inflação. Com a redução da oferta, os preços pagos ao produtor argentino foram, em média, 31% maiores que em 2016, refletindo em altas nos derivados. Assim, os leites em pó argentinos foram vendidos ao Brasil no valor médio de US$ 3,09/kg, 12% maior que no ano passado. Os queijos, por sua vez, tiveram média de US$ 4,53/kg, valorização de 22% na mesma comparação.

Por outro lado, no Uruguai, que contribuiu com 42% do total importado pelo Brasil, a produção se recuperou da grande queda observada em 2016, sendo estimulada pelas melhores condições climáticas e pelos preços mais atrativos praticados nos mercados externo e doméstico. Os preços ao produtor estiveram 23% acima de 2016, influenciados pelas maiores cotações no mercado externo – as exportações são o maior destino da produção de leite no Uruguai. Assim, a média de preço dos leites em pó uruguaios adquiridos pelo Brasil foi de US$ 3,24/kg, 18% acima do registrado em 2016, enquanto para os queijos, foi de US$ 3,60/kg, alta de 7% na mesma comparação.

Já em relação às exportações de lácteos, a queda no volume negociado esteve atrelada à diminuição de 81% dos embarques de leites em pó para a Venezuela (país que já foi o principal comprador de lácteos brasileiros). Ao mesmo tempo, a valorização do Real frente ao dólar também influenciou o recuo das vendas externas. Em 2017, a média do dólar foi de R$ 3,19, queda de 8,3% frente à média de 2016 (R$ 3,48).

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No entanto, os preços negociados pelo Brasil no mercado externo subiram, em média, 7% de 2016 para 2017, em função da valorização mundial dos lácteos. Nesse cenário, os derivados que se valorizaram de forma mais expressiva foram o leite condensado, o creme de leite, os queijos e o leite modificado, que, juntos, responderam por 71% do volume embarcado.

Dessa forma, o déficit da balança comercial de lácteos foi de U$ 451,2 milhões, recuo de 8% de um ano para o outro – menos do que o observado em volume. Os gráficos 1 e 2 mostram a balança comercial de lácteos em equivalente leite e em dólares em 2017 em comparação com o ano anterior.

Gráfico 1. Comparação da balança comercial brasileira de lácteos de 2017 com a de 2016, em volumes (litros em equivalente leite) e valores (dólares)

Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

IMPORTAÇÕES – Ao longo de 2017, foram importadas 171,46 mil toneladas de lácteos, volume 30,3% menor que o adquirido em 2016, segundo dados da Secex. O Gráfico 2 apresenta a comparação dos volumes dos principais lácteos importados pelo Brasil entre 2016 e 2017.

Gráfico 2. Principais lácteos importados pelo Brasil em 2017 na comparação com 2016 (toneladas)

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Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

Houve quedas nas compras de leites em pó, queijos e soro de leite, os principais produtos da pauta de importação brasileira de lácteos (juntos, representaram 92% do total adquirido – Gráfico 3). Outros produtos de menor representatividade foram importados em maior quantidade. O volume de iogurtes adquirido pelo Brasil, por exemplo, foi 3,9 vezes mais elevado que em 2016, com a entrada de 1,2 mil toneladas ao longo do ano (0,7% do total importado).

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Gráfico 3. Perfil e representatividade dos principais lácteos importados pelo Brasil em 2017 (em toneladas)

Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

As compras de leites em pó totalizaram 103,4 mil toneladas, volume 35,9% menor em relação a 2016. Os principais países que exportaram o produto ao Brasil foram Uruguai (52%), Argentina (40%), Chile (4%) e Estados Unidos (3%). O preço médio do leite em pó importado foi de US$ 3,21/kg, valor 24,3% maior que em 2016.

As compras de queijos somaram 31,8 mil toneladas no ano, 26,1% abaixo do observado em 2016. Do total importado, 45,3% do volume foi de queijo muçarela (14,4 mil toneladas), adquirido da Argentina (9,8 mil toneladas), do Uruguai (4,4 mil toneladas) e dos Estados Unidos (163 toneladas). Além da muçarela, merecem destaque as importações de queijos de massa semidura, (16% do total adquirido de queijos, totalizando 5,1 mil toneladas), queijos de massa dura (12% do total, somando 3,9 mil toneladas) e queijos frescos e requeijão (11% do total, com volume internalizado de 3,4 mil t). Os principais países que exportaram ao Brasil foram a Argentina (49,7%) e o Uruguai (37,7%). Na média, os queijos foram importados pelo Brasil a preços 25,7% mais caros que os do ano anterior, com média de US$ 4,48/kg.

As aquisições de soro de leite registraram queda de 17% em relação a 2016, totalizando 23,6 mil toneladas. Os principais países exportadores de soro de leite ao Brasil foram a Argentina (77,3%), o Uruguai (8,7%), a Nova Zelândia (4,9%) e o Canadá (4,7%). O preço médio do soro de leite importado foi 5,8% mais caro que no ano anterior, com média de US$ 1,63/kg.

Quanto à manteiga, as importações totalizaram 5,1 mil toneladas, 25,2% menores que em 2016. Os principais fornecedores desse lácteo ao Brasil foram o Uruguai (49,8%), a Nova Zelândia

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(20,7%), a Argentina (14,3%) e a França (13,1%). Dentre os lácteos importados, a manteiga apresentou a maior valorização, de 45,5% frente ao ano anterior, com média de US$ 5,20/kg (Gráfico 4).

Gráfico 4. Preços dos principais lácteos importados pelo Brasil entre 2016 e 2017 (US$/kg)

Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

Assim, mesmo com a expressiva queda no volume adquirido, o gasto com a compra de lácteos caiu menos, 14,6% frente ao de 2016, totalizando US$ 570 milhões (Gráfico 5).

Gráfico 5. Gastos do Brasil com a importação dos principais lácteos de 2016 a 2017 (dólares)

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Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

No total, 27 países forneceram lácteos ao Brasil, aumento de 42% frente a 2016. A Tabela 1 apresenta os principais países que exportaram lácteos ao mercado brasileiro em 2017 e a variação do volume negociado em relação ao ano anterior.

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Tabela 1. Participação de cada país nas importações de lácteos em 2017

PaísVolume total 2017

(toneladas)% total

importado

Variação volume 2017/16

Argentina 79.737,41 46,5% -16,6%Uruguai 71.610,22 41,8% -42,8%Estados unidos 4.046,04 2,4% -42,4%Chile 3.815,00 2,2% -36,0%Nova zelândia 3.193,95 1,9% -18,1%França 2.315,59 1,4% 20,4%Holanda 1.517,47 0,9% 61,5%Alemanha 1.417,53 0,8% -16,6%Canadá 1.104,00 0,6% -26,9%Paraguai 682,64 0,4% -43,1%Outros 2.026 1,2% 121,1%Total geral 171.466,01 100,0% -29,9%Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

EXPORTAÇÕES – O volume exportado de lácteos totalizou 39,6 mil toneladas em 2017, redução de 29,4% frente ao ano anterior. Os volumes negociados dos dois principais produtos da pauta de exportação, leites em pó e queijos, apresentaram quedas, enquanto as vendas de queijos e leite modificado aumentaram. O Gráfico 6 apresenta os principais lácteos exportados pelo Brasil em 2017 e o Gráfico 7 mostra sua participação no total negociado.

Gráfico 6. Principais lácteos exportados pelo Brasil em 2017 na comparação com 2016 (toneladas)

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Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

Gráfico 7. Perfil e representatividade dos principais lácteos importados pelo Brasil em 2017 (em toneladas)

Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

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O leite condensado foi, em 2017, o principal lácteo negociado pelo Brasil no mercado externo, representando 47% do total embarcado. No entanto, as exportações do produto tiveram queda de 28,9% frente a 2016, com 18,5 mil toneladas. O produto brasileiro foi enviado para 30 países a um preço médio de US$ 2,16/kg, 20,1% maior que o negociado em 2016. Os principais compradores foram Arábia Saudita (23% do total do volume), Estados Unidos (14%), Trinidad e Tobago (13%) e Emirados Árabes (7%).

As vendas de leites em pó caíram 64,4% frente a 2016, chegando a 5,5 mil toneladas. Assim, passaram a corresponder a 14% do volume total exportado em 2017, enquanto no ano anterior representaram 27%. A mudança no perfil da pauta de exportações esteve atrelada à menor demanda da Venezuela por leites em pó em 2017. Os principais compradores desse produto foram: a Venezuela, que adquiriu, até junho, 2,9 mil toneladas (52% do total do produto exportado); a Argélia, que desde 2014 não comprava leite em pó brasileiro e em novembro adquiriu 1,3 mil toneladas (24% do total de leite em pó); e a Suíça, que passou a adquirir o leite em pó brasileiro em 2017, com 991,2 toneladas (18% do total de leite em pó embarcado). Vale destacar que o preço médio do produto recuou 21,1% em relação a 2016, sendo vendido a US$ 4,40/kg, em média.

Quanto aos cremes de leite, as vendas brasileiras ao mercado internacional totalizaram 7,2 mil toneladas em 2017, queda de 7,3% na comparação com 2016. Os principais compradores foram a Argentina (22% do total de creme exportado), a Colômbia (18% do total) e o Chile (17%). O preço médio do produto foi de US$ 2,32/kg, 26,5% maior do que o negociado na média do ano anterior.

As exportações de queijos, por outro lado, se elevaram. Foram negociadas 3,5 mil toneladas, volume 17,6% superior ao registrado em 2016. Os principais compradores foram o Chile (25% do total de queijos exportados), a Argentina (23%), a Rússia (15%) e o Paraguai (13%). Os principais queijos exportados foram os fundidos (48% do total de queijos) e os queijos frescos (23% do total). O preço médio dos queijos exportados foi de US$ 5,17/kg, 16,9% maior que a média do ano anterior.

Outros produtos de menor representatividade foram negociados em maior quantidade em 2017, como os iogurtes, que totalizaram 751 toneladas embarcadas, volume 2,1 vezes maior que em 2016. Os embarques de manteigas se elevaram 3,9 vezes, atingindo 318 toneladas, enquanto as vendas de soro de leite somaram 313 toneladas, volume 6,6 vezes maior que o negociado em 2016. Na média, o preço desses derivados se elevou em 43,5% frente ao de 2016 (Gráfico 8).

Gráfico 8. Preços dos principais lácteos exportados pelo Brasil em 2017, em comparação com 2016 (US$/kg)

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Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

Ainda que o preço da maioria dos lácteos negociados tenha registrado alta, a queda nas cotações dos leites em pó impactou a receita obtida com a venda externa dos derivados, que caiu 33,2% em relação a 2016 totalizando US$ 117,6 milhões (Gráfico 9).

Gráfico 9. Principais lácteos exportados pelo Brasil em 2017 frente ao ano anterior (dólares)

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Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

No total, 74 países compraram os lácteos brasileiros, o que representou aumento de 48% dos destinos frente a 2016. A menor participação da Venezuela na compra de leite em pó em 2017 (queda de 81% no volume comprado pelo país em relação a 2016) modificou a representatividade dos compradores de lácteos brasileiros, aumentando a participação de países da América do Sul, do Oriente Médio, dos EUA, Argélia e Suíça. A Tabela 2 apresenta os principais destinos dos lácteos brasileiros em 2017 e a variação do volume adquirido em relação ao ano anterior.

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Tabela 2. Participação de cada país nas exportações brasileiras de lácteos em 2017

PaísVolume total 2017

(toneladas)% total

importado

Variação volume 2017/16

Arábia Saudita 4.307,85 10,9% -38,25%Estados Unidos 3.463,02 8,7% -17,22%Venezuela 3.229,23 8,2% -81,09%Filipinas 2.917,01 7,4% 9,89%Emirados Árabes Unidos 2.708,41 6,8% -8,26%Chile 2.510,70 6,3% 56,73%Trinidad e Tobago 2.464,78 6,2% 2,92%Paraguai 2.233,31 5,6% 23,04%Argentina 1.624,31 4,1% 80,10%Bolívia 1.366,94 3,5% 0,43%Argélia 1.310,40 3,3% -Uruguai 1.295,80 3,3% 257,88%Angola 1.183,62 3,0% -75,32%Suíça 991,20 2,5% -Outros 7.996,28 20,2% -11,09%Total geral 39.602,85 100,0% -29,37%Fonte: MDIC/Secex; elaborado pelo Cepea.

PERSPECTIVAS 2018 – A produção mundial de leite em 2018 deve aumentar em relação a 2017, impulsionada pela elevação dos preços dos lácteos no último ano. Dessa forma, os valores no mercado internacional devem ter ligeira queda. Se a taxa de câmbio permanecer estável, é possível que, num cenário de menor produção interna e recuperação do consumo, as importações de lácteos voltem a crescer em 2018.

No que se refere às exportações, a abertura de novos mercados tem sido a principal preocupação do setor, que sofreu com a dependência das compras venezuelanas de leite em pó nos últimos anos. Já em 2017 resultados interessantes foram obtidos, frutos da articulação do setor, que deve continuar fortalecida neste ano, focando principalmente em países da América Latina, África e do sudeste asiático. O crescimento populacional, o desenvolvimento econômico e a expansão do hábito alimentar urbano-ocidental nesses países criarão demanda por proteína animal, com destaque para os produtos lácteos. No entanto, a expansão das exportações estará atrelada ao aumento da qualidade do leite, a menores custos de produção, maior competitividade e garantia da sanidade do rebanho.

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Outro ponto importante de destaque é que parte dos destinos das vendas externas de lácteos brasileiros é de países negociadores de petróleo, de modo que existe uma relação entre o preço do petróleo e o volume de lácteos demandados. Para 2018, espera-se alta nas cotações dessa commodity, o que pode favorecer a compra de lácteos por parte desses países.

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