RELATÓRIO ANUAL DA REVENDA DE COMBUSTÍVEIS 2009
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RELATÓRIO ANUAL DA REVENDA DE COMBUSTÍVEIS 2009
2 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
EXPEDIENTE
FECOMBUSTÍVEIS Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes
Av. Rio Branco 103/13° andar. Centro RJ. Cep.: 20.040-004
Telefone: (21) 2221 6695
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Tiragem: 8 mil exemplares
Presidente licenciado:
Gil Siuffo
Presidente:
Paulo Miranda
1º Vice-Presidente: Roberto Fregonese
2º Vice-Presidente: Walter Tannus Freitas
3º Vice-Presidente: José Fernando Chaparro
4º Vice-Presidente: Mário Luiz Pinheiro Melo
5º Vice-Presidente: Antônio Gregório Goidanich
1º Secretário: Emílio Roberto C. Martins
2º Secretário: José Camargo Hernandes
1º Tesoureiro: Ricardo Lisboa Vianna
2º Tesoureiro: Manuel Fonseca da Costa
3° Tesoureiro: Maria Aparecida Siuffo Schneider
Conselheiro Fiscal Efetivo: Maria da Penha Amorim Shalders
Conselheiro Fiscal Efetivo: Luiz Pucci Filho
Conselheiro Fiscal Efetivo: Adão Oliveira da Silva
Diretor de TRR: Álvaro Rodrigues Antunes de Faria
Diretor de GLP: Álvaro Chagas
Diretor de Postos de Rodovia: Ricardo Hashimoto
Diretor de Meio Ambiente: João Batista Porto Cursino de Moura
Diretor de GNV: Gustavo Sobral de Almeida
Diretor de Loja de Conveniência: Sérgio de Mattos
Diretoria:
José Carlos Ulhôa Fonseca, Alexandre Carioni, Algenor Barros Costa,
Luciano Rollemberg Levita, Eliane Maria de Figueiredo Gomes, Luis
Antônio Amin, Ismar Medeiros de Oliveira, Júlio Cezar Zimmermman,
Evaristo José Braga Cavalcanti, José Afonso Nóbrega
Conselho Editorial:
José Antônio Rocha, Paulo Miranda Soares, Ricardo Hashimoto, Ricardo
Lisboa Vianna, Roberto Fregonese
Coordenação editorial: Luciana Finazzi
Equipe Editorial: Morgana Campos, Rodrigo Squizato
e Rosemeire Guidoni
Fotografia: Fred Alves
Economista responsável: Isalice Galvão
Programação visual: Cidadelas Produções ([email protected])
Impressão: Ediouro
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 3
SINDICATOS FILIADOS
ACREDelano Lima e Silva Av. Ceará, 3491, sala 5 Abraão Alab Rio Branco - AC (68) 3326-1500 [email protected]
ALAGOASCarlos Henrique ToledoAv. Jucá Sampaio, 2247, Barro DuroSalas 93/94 Shopping MiramarMaceió - AL (82) 3320-2902/ 1761 Fax: 3320-2738/ [email protected]
AMAZONASLuiz Felipe Moura PintoRua Rio Içá, 26 - quadra 35 Conj. Vieiralves Manaus - AM (92) 3584-3707 - Fax: [email protected]
BAHIAWalter Tannus FreitasAv. Otávio Mangabeira, 3.127 Costa Azul Salvador - BA (71) 3342-9557 Fax: 3342-9557/9725sindicombustiveis@sindicombus-tiveis.com.brwww.sindicombustiveis.com.br
BALNEÁRIO CAMBORIUAlgenor Barros Costa Rua José Ferreira da Silva, 43Itajaí-SC (47) 3348-8758 - Fax: 3348-8758sincombustiveis@intersindical.com.brwww.sincombustiveis.com.br
BLUMENAUJulio César ZimmermannRua Quinze de Novembro, 550/4º andarBlumenau - SC(47) 3326-4249 / 4249 Fax: [email protected]
CAMPINASEmílio Roberto Chierighini Martins Rua Padre Vieira, 286 Bairro do Bosque Campinas - SP(19)3232-9800/5911 Fax:[email protected]
CAXIAS DO SULAdemir Antônio Onzi Rua Ítalo Victor Berssani, 1.134Caxias do Sul - RS(54) 3222-0888 Fax: (54) 3222-2284 [email protected] www.sindipetroserra.com.br
CEARÁJosé Carlos Rodrigues Oliveira Rua Visconde de Mauá, 1.510 Aldeota Fortaleza - CE(85) 3244-1147sindipostos@sindipostos-ce.com.brwww.sindipostos-ce.com.br
DISTRITO FEDERALJosé Carlos Ulhôa FonsecaSHCGN-CR 704/705, Bloco E entrada 41, 3ºandar, sala 301 Brasília - DF (61) 3274-2849 Fax: (61) [email protected] www.sinpetrodf.com.br
ESPÍRITO SANTORuy PôncioRua Vasco Coutinho, 94Vitória - ES (27) 3322-0104 - Fax: [email protected]
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GOIÁSLuiz Pucci Filho12ª Avenida, 302Setor Leste Universitário Goiânia - GO (62) 3218-1100 - Fax: [email protected]://www.sindiposto.com.br/
MARANHÃOLeopoldo Correia Santos NetoAv. Colares Moreira, 444, salas 612 e 614 Edif. MonumentalSão Luís - MA (98) 3235-6315 - Fax: [email protected]
MATO GROSSOJosé Fernando Chaparro R. Manoel Leopoldino, 414, AraésCuiabá - MT Tel/Fax: (65) [email protected]
MATO GROSSO DO SULSteiner JardimRua Bariri, 133Campo Grande - MS(67) 3325-9988 / 9989Fax: (67) [email protected]
MINAS GERAISSérgio de MattosRua Amoroso Costa, 144 Bairro Santa Lúcia Belo Horizonte - MG (31) 2108- 6500 Fax: (31) [email protected]
PARÁMário Luiz Pinheiro Melo Travessa São Pedro, 566, conj.501/502 Bairro Batista Campos Belém - PA(91) 3224-5742 - Fax: [email protected]
PARAÍBAEvaristo José Braga Cavalcanti Rua Rodrigues de Aquino, 2675º andar-Centro João Pessoa - PB(83) 3221-0762 Fax: (83) [email protected]
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RIO GRANDE DO SULAntonio Gregório Goidanich Rua Cel. Genuíno, 210 - CentroPorto Alegre - RS (51) 3228-7433 -Fax:3228-3261presidenciacoopetrol@coopetrol.com.brwww.coopetrol.com.br
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SINDILUBLaércio dos Santos KalauskasAv. Imperatriz Leopoldina, 1905/cj.17 Vila LeopoldinaSão Paulo - SP(11) 3644-3439 / 3440, 3645-2640 Fax: 3644-3439 / 3440, [email protected]
TOCANTINSEduardo Augusto Rodrigues Pereira103 Sul, Av. LO 01 Lote 34 - Sala 07 Palmas - Tocantins Cep. 77015-028 Tel. (63) 3215-5737 [email protected]
TRRÁlvaro Rodrigues Antunes de Faria Rua Lord Cockrane, 6168º andar, salas 801/804 e 810 Ipiranga - SP(11) 2914-2441-Fax: [email protected]
4 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Glossário Bibliografia
Cenários2008, o ano dos recordes
GLPOutro ano de mercado praticamente estagnado
LubrificantesEnfim, o mercado começa a ser conhecido
Meio AmbienteSetor investe R$ 5,25 bilhões em prevenção de danos
LegislaçõesUm ano de poucas e importantes mudanças
ConveniênciaOs novos rumos da conveniência
FecombustíveisEm defesa da categoria
História da RevendaDa bomba no meio-fio ao posto de serviços
Diesel Expansão de 7,7% nas vendas
GasolinaCombustível perdeu espaço para o etanol
ÁlcoolBiocombustível registra recorde histórico de volume
GNVEm compasso de espera
6 64
70
74
80
84
90
18
26
36
46
56
96 98
ÍNDICE
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 5
CARTA DO PRESIDENTE
Paulo Miranda Soares Presidente da Fecombustíveis
Prezado Amigo,
É com muita satisfação que a Fe-combustíveis submete ao mercado o primeiro Relatório Anual da Revenda de Combustíveis contendo as informa-ções mais relevantes da nossa indústria, em seus diferentes segmentos.
Infelizmente, as informações agregadas de 2008, no contexto de uma avassaladora crise internacional, não nos permitem, como seria desejável, projetar 2009 com um mínimo de segurança.
O ano que termina, como se verá neste anuário, foi um pe-ríodo de recordes, mas esses recordes foram, em grande medida, atingidos graças aos níveis de atividade econômica observados nos primeiros nove meses de 2008. A economia começou acelera-da e os elevados preços do petróleo estimularam toda a indústria, inclusive a sucro-alcooleira e de biocombustíveis em geral, já que os altos preços do petróleo tornam o álcool e os demais biocom-bustíveis alternativas cada vez mais atrativas.
Durante o período de forte elevação de preços, observou-se, inclusive, a prospecção em áreas que não seriam rentáveis se os preços se mantivessem persistente-mente abaixo de 70 dólares. A queda do barril de petróleo para a casa dos 40 dólares lança, assim, dúvidas quanto à manutenção do nível de investimento do setor a curto prazo, inclusive em áreas estratégicas como o pré-sal. Embora tenha apresentado um ambicioso plano de investimento, as primeiras notícias e comentários de analistas já dão conta de uma provável redução nos investimen-tos da Petrobras, seja pela dificuldade de captar financiamento, seja pela própria baixa atratividade da produção em águas profundas, com preços internacionais tão rebaixados.
Mas a crise certamente há de passar, ainda que não necessariamente em 2009. Levando-se em consideração o ciclo de investimentos e pesquisas, seria muito importante que o país, através da Petrobras, se preparasse para o momento em que o sol voltar a brilhar.
No downstream, as perspectivas não são assim tão negras. O país não deve encolher, o que vai, no mínimo, manter o consumo interno, pelo menos nos combustíveis claros.
No diesel, o cenário é mais incerto, mas a queda decorrente da desaceleração econômica pode vir a ser compensada por um decréscimo de preços que estimule o consumo. Embora a Petrobras esteja mantendo elevados os preços, como forma de compensar o período em que não repassou os reajustes internacionais, a queda do diesel certamente virá, se os preços internacionais se mantive-rem persistentemente em níveis tão baixos.
Uma das conclusões inegáveis em relação ao ano que termina diz respeito à estrutura no mercado de distribuição. O ano de 2008 termina com um mercado de distribuição excessivamente concentrado, com as fusões e aquisições que acabaram diminuindo o número de competidoras. Os efeitos dessa concentração são ainda incertos, mas a experiência recente demonstra que ela não contribuiu para um aumento da eficiência no setor de distribuição capaz de com-pensar a diminuição da concorrência.
O ano de 2009 chega, pois, cheio de inevitáveis incertezas. O objetivo deste anu-ário, nesse sentido, é de tentar oferecer informações acuradas, principalmente sobre o varejo no setor de combustíveis, para estudos e ensaios que permitam minimizar essas dúvidas, oferecendo uma massa expressiva de informações para quem se disponha a utilizá-las como instrumento de pesquisa e planejamento. Trata-se de uma contribuição do setor de revenda voltada às autoridades governamentais, aos pesquisadores, aos empresários de todos os elos da cadeia e a todos que estejam imbuídos da difícil missão de prospectar o futuro, pelas lentes do nosso passado recente.
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P-51
8 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
A média de vendas mensais dos combustíveis líquidos (álcool,
gasolina e diesel) por posto de serviços em 2008 ficou em
150.661 litros, uma alta de 9,9% em relação aos 137.048 litros
vendidos mensalmente por posto em 2007
2008 foi um ano bastante positivo para a economia brasileira e, consequen-temente, para o setor de abastecimento de combustíveis. Segundo projeção do Banco Central, o PIB do país teve crescimento de 5,1% em 2008, em comparação com 2007. Neste mesmo período, a agropecuária registrou alta de 6,7% e o setor de transportes aumentou 4,1%. Índices bastante positivos, mas ainda abaixo do crescimento de 8,4% apontado pelo setor de combustíveis. Ao todo, foram con-sumidos 105,9 bilhões de litros de combustíveis no país em 2008, número nunca registrado anteriormente.
O avanço do crédito na economia brasileira também possibilitou expansões jamais vistas na indústria nacional de veículos. Segundo a Anfavea (Associação Na-cional dos Fabricantes de Veículos Automotores), 2008 obteve recorde histórico de produção de veículos, atingindo 3,22 milhões de unidades no ano, um acréscimo de 34% em relação a 2007 (2,40 milhões), ano que registrou segundo melhor resultado da indústria automobilística brasileira.
Recordes também nos preços do barril de petróleo. Em julho de 2008, o pata-mar do barril tipo Brent chegou a US$ 145,29, segundo dados da Energy Informa-tion Administration. Já em dezembro do mesmo ano, como reflexo da crise financei-ra mundial que tomou forma no último trimestre do ano, o mesmo produto chegou a ser comercializado por US$ 44,6, chegando a US$ 35 no início de 2009. O preço médio anual do barril tipo Brent em 2008 ficou em US$ 96,94, acima da média de US$ 72,44 registrada no ano anterior.
Enquanto isso, o upstream no Brasil ganhou dimensões inimagináveis na dé-cada de 70, quando a Petrobras descobriu a Bacia de Campos. Foram confirmadas descobertas de megajazidas de petróleo pré-sal no país no conglomerado de blocos dos Campos de Tupi, Iara, Júpiter, Carioca e Bem-Te-Vi. As estimativas do tamanho total dos campos do pré-sal variam de 40 bilhões a 70 bilhões de barris, colocando o país entre os maiores produtores mundiais de petróleo do planeta. Nos últimos dois anos, somente a Petrobras investiu R$ 1,7 bilhão na perfuração de 15 poços que atingiram as camadas pré-sal. De 2009 a 2013, a estatal deverá investir US$ 29,9 bilhões destinados somente à exploração e desenvolvimentos da produção dos campos localizados na área do pré-sal nas Bacias de Santos e Campos – aí incluídos os programados para o Parque das Baleias, no litoral do Espírito Santo.
Em setembro de 2008, a companhia iniciou a produção do primeiro óleo da camada pré-sal, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, no litoral Sul do Espírito Santo. A intenção da empresa é obter conhecimento para ajudar a desenvolver as reservas do pré-sal localizadas no Espírito Santo e em outros pontos do litoral bra-sileiro. A projeção da Petrobras é que em 2013 os campos do pré-sal atinjam uma produção de 219 mil barris por dia (bpd), volume que deverá ser elevado para cerca de 1,8 milhão de bdp em 2020, incluindo a produção da Petrobras e seus parceiros, dobrando a produção atual diária.
O governo federal e a Petrobras apontaram as descobertas do pré-sal como as mais importantes desde a Bacia de Campos, na década de 1970, projetando a Petro-bras entre os dez maiores produtores de óleo e gás do mundo.
Enquanto a exploração do pré-sal ainda não se desenvolve, a produção de pe-tróleo e gás natural da Petrobras no Brasil em 2008, em barris de óleo equivalente (bpe), foi de 2.175.896 barris/dia, indicando um crescimento de 5,4% sobre o volu-me produzido em 2007. A produção exclusiva de petróleo atingiu a média diária de 1.854.655 barris, com um aumento de 3,5% sobre 2007, e a de gás natural chegou a 51 milhões de m³ diários e ficou 17,8% maior do que a média do ano passado.
Acrescentando o volume dos campos situados nos nove países onde a Petro-bras exerce a atividade de produção, a média diária total da companhia subiu para 2.399.958 barris de petróleo e gás natural em barris de óleo equivalente, com um aumento de 4,3% em relação à média de 2007.
2008, o ano dos recordes
CENÁRIOS
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 9
CONSUMO NACIONAL DE PETRÓLEO
1.7921.7781.684
1.4931.5401.5001.336
1.271
1.855
373
391370352455319326278290
2501902332339832
439
353335
1.789
1.8301.8131.7861.758
1.6261.5931.5161.528
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
2.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em Mbpd
Produção Importação Exportação Consumo
PREÇO MÉDIO DO BARRIL DE PETRÓLEO TIPO BRENT
96,94
72,44
65,1654,57
38,2628,85
24,9924,4628,660
20
40
60
80
100
120
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em US$
CONSUMO NACIONAL DE GÁS NATURAL
51.073
43.37243.975
43.53242.146
39.827
40.04536.87235.09631.013
26.88024.582
22.68519.44213.830
10.33610.0685.741
82.086
70.25268.55766.216
61.58853.657
50.38146.940
40.837
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em Mm3/d Produção
Importação
Consumo
PREÇO MÉDIO DO GÁS NATURAL
6,09
4,573,79
3,032,74
1,97
9,27
4,81
4,053,73
3,352,932,863,02
5,49
7,41
5,24
3,783,403,38
3,13
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
US$/MMBTU
Nacional
Térmico
Importado
UPSTREAM
Fonte: Petrobras
Fonte: Energy Information Administration
Fonte: Petrobras
Fonte: Petrobras
CENÁRIOS
10 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
O álcool hidratado bateu recorde de consumo em 2008, com alta
de 41,9% em relação a 2007. Com este aumento, o consumo
total de álcool registrado em 2008, de 19,6 bilhões de litros,
ficou acima do da gasolina tipo A, de 18,8 bilhões de litros
No exterior, a produção de petróleo foi de 123.635 barris/dia e a de gás natural de 17.063 m³ diário, com redução de 2% e 8,2%, respectivamente. A produção total em barris de óleo equivalente no exterior chegou a 224.062 barris de óleo equivalente por dia, 4,9% menor que a do ano passado.
A variação internacional deveu-se a fatores como o decréscimo da produção em campos maduros e a suspensão temporária de produção da Bacia Austral, na Argentina, a reprogramação de datas nas campanhas de perfuração de poços na Venezuela, a temporada de furacões nos Estados Unidos e trabalho de manutenção no Campo de Guando, na Colômbia.
As exportações de petróleo e derivados também bateram recorde em 2008. A Petrobras exportou 673 mil barris diários, indicando um crescimento de 9,4% sobre as exportações de 2007 e um superávit volumétrico de 103 mil barris/dia. As expor-tações totais corresponderam a um valor de US$ 21,245 bilhões e foram 42,7% superiores às registradas em 2007.
Apesar do superávit volumétrico, houve um saldo negativo de US$ 928 milhões, influenciado pela volatilidade dos preços no mercado internacional. O déficit é resulta-do da diferença de preços entre os 439 mil barris/dia petróleo pesado exportados e os 373 mil barris/dia do produto leve importado, cujo valor de mercado é maior.
Também influenciaram a balança a diferença entre os preços dos derivados im-portados, principalmente diesel, nafta e GLP, de maior valor agregado, e os exporta-dos, notadamente gasolina e óleos combustíveis.
Distribuição de combustíveis
No mercado de distribuição de combustíveis, 2008 ficará marcado pelo anún-cio histórico da venda da rede de postos da Exxon e da Chevron no Brasil. Duas das maiores petrolíferas privadas do mundo passaram o controle da Esso e da Texaco para os grupos nacionais Cosan e Ultra, respectivamente.
A Cosan, maior grupo sucroalcooleiro do país, anunciou em abril do ano pas-sado a compra da Esso por US$ 826 milhões, além de assumir dívidas ativas de US$ 128 milhões. Na operação, o grupo do setor sucro-alcooleiro comprou a Esso Brasi-leira Ltda e com ela os 1.500 contratos com postos da rede Esso, 220 franquias de lojas de conveniência, unidades de fabricação de lubrificantes e ainda a participação no mercado de combustíveis de aviação, na qual a norte-americana detinha 12%. Pelo acordo comercial, a Cosan adquiriu ainda o contrato de licença de uso da mar-ca Esso. Portanto, a marca vai permanecer ainda por um longo prazo no mercado brasileiro. A ExxonMobil permanece no país, mas atuando agora apenas nas áreas upstream, de químicos e de serviços, em Curitiba.
Em agosto, foi a vez de o Grupo Ultra anunciar a compra da rede de postos da Texaco por US$ 1,161 bilhão, ampliando em 60% sua base de postos. Com a com-pra da rede de postos da Texaco, o Grupo Ultra passou a ser a segunda maior rede de distribuição de combustíveis do Brasil, atrás apenas da BR Distribuidora.
Em setembro, a ALE comprou os 130 postos de combustíveis da rede catarinense Polipetro, localizados em 110 cidades de Santa Catarina e do Paraná e em dezembro, anunciou a aquisição dos 327 postos de serviços da marca Rep-sol presentes em sete Estados brasileiros.
Esse movimento de aquisições no setor de distribuição de combustíveis teve início em março de 2007, quando a Ipiranga vendeu sua rede de postos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para a BR Distribuidora e os das regiões Sul e Sudeste para o Grupo Ultra. A operação, a maior registrada no país, ficou em US$ 4 bilhões.
Mesmo com a grande movimentação do mercado, a BR Distribuidora se man-teve líder no número de postos embandeirados. Pelo terceiro ano consecutivo, o market-share da BR ficou em 18% do mercado, seguido do da Ipiranga, com 11%, da Texaco/Chevron e Shell, ambas com 6%, e da Esso, com 4%.
Em 2008, o número de distribuidoras de combustíveis apresentou queda de 8,5% em relação a 2007. Eram 226 distribuidoras operando no país, enquanto que
CENÁRIOS
NÚMERO DE POSTOS REVENDEDORESBR Ipiranga Chevron Shell Esso Bandeira Branca Outras Total
2000 6.890 5.473 3.236 3.534 3.080 2.397 4.501 29.111
2001 6.893 5.252 3.246 3.131 2.818 5.924 5.433 32.697
2002 5.366 4.128 2.649 2.235 2.257 7.985 5.184 29.804
2003 5.296 3.955 2.475 1.960 2.088 10.142 5.519 31.435
2004 5.527 4.015 2.384 1.943 1.976 12.108 5.667 33.620
2005 6.756 4.138 2.352 1.890 1.853 13.897 4.699 35.585
2006 6.355 3.968 2.183 1.836 1.638 14.140 4.589 34.709
2007 6.220 3.797 2.022 1.862 1.508 15.089 4.519 35.017
2008 6.171 3.907 2.008 2.191 1.497 15.812 3.579 35.166Fonte: ANP
NÚMERO DE TRRs
752
627
460
751747704
561
551619
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Em unidadesEm unidades
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 11
DISTRIBUIÇÃO DOS POSTOS REVENDEDORES SEGUNDO A BANDEIRABR Ipiranga Chevron Shell Esso Bandeira Branca Outras
2000 24% 19% 11% 12% 11% 8% 15%
2001 21% 16% 10% 10% 9% 18% 17%
2002 18% 14% 9% 7% 8% 27% 17%
2003 17% 13% 8% 6% 7% 32% 18%
2004 16% 12% 7% 6% 6% 36% 17%
2005 19% 12% 7% 5% 5% 39% 13%
2006 18% 11% 6% 5% 5% 41% 13%
2007 18% 11% 6% 5% 4% 43% 13%
2008 18% 11% 6% 6% 4% 45% 10%Fonte: ANP
DOWNSTREAM
Fonte: ANP
CENÁRIOS
12 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Na composição de vendas de combustíveis líquidos por posto, o óleo diesel sofreu queda. Em
2007, o combustível representava 41% das vendas médias de um
posto. Já em 2008, esse número recuou para 39%
em 2007 este número ficou em 248 unidades. Em 2008, a ANP revogou 37 autori-zações de distribuidoras e concedeu 15. No ano anterior, a Agência havia revogado 22 autorizações e concedido outras sete.
Já em relação à revenda de combustíveis, o número de postos de serviços em 2008 se manteve praticamente o mesmo. Segundo dados da ANP, em 2007 operavam 35.017 revendas de combustíveis. Em 2008, o número ficou em 35.166 postos, apenas 0,4% acima.
A média de vendas mensais dos combustíveis líquidos (álcool, gasolina e diesel) por posto de serviços em 2008 ficou em 150.661 litros, uma alta de 9,9% em rela-ção aos 137.048 litros vendidos mensalmente por posto em 2007.
Em 2008, manteve-se a melhoria dos problemas de adulteração e sonegação que o mercado enfrentou desde sua abertura, no final da década de 90. Não que os problemas tenham desaparecido, eles ainda existem e devem ser combatidos. No entanto, a chegada de três medidas em 2008 ajudou a auxiliar no combate aos obstáculos do setor. A primeira delas foi a introdução da nota fiscal eletrônica. Utilizada a partir de abril, ela dificulta as fraudes fiscais e pode ser um elemento poderoso na identificação dos sonegadores.
Outra mudança significativa foi a introdução da Medida Provisória 413, que posteriormente foi transformada na Lei 11.727. A nova legislação mudou as regras de cobrança do PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) para o álcool, repassando parte da responsabi-lidade pela arrecadação do tributo para as usinas.
A terceira medida importante para acabar com as irregularidades do setor foi a revisão da Portaria 116 da ANP. Um dos pontos mais importantes desta revisão foi a definição de uma maior rigidez no uso da marca pelos postos. Uma resposta do órgão regulador – que completou dez anos em 2008 – aos chamados postos clonados.
Com a recuperação do mercado, tanto as distribuidoras como os postos de serviços tiveram a oportunidade de se voltar para a melhoria do atendimento ao con-sumidor, da qualidade dos serviços e produtos e do fortalecimento de suas marcas.
Os biocombustíveis
2008 foi o ano de consolidação do álcool no país. O álcool hidratado bateu recorde de consumo, com alta de 41,9% em relação a 2007. Com este aumento, o consumo total de álcool registrado em 2008, de 19,6 bilhões de litros, ficou acima do da gasolina tipo A, de 18,8 bilhões de litros.
O ano de 2008 registrou ainda o maior volume de álcool hidratado consumido no país (13,3 bilhões de litros) se comparado com a década de 2000 e de 90. Em 1991, o recorde de hidratado consumido havia sido de 11,5 bilhões de litros.
Muitos são os fatores que influenciaram o aumento do consumo de álcool no Brasil neste ano de 2008. O primeiro deles foi o também recorde de vendas de carros flex no país. Segundo a Anfavea, foram vendidos 2,347 milhões de veículos flex em 2008, um acréscimo de 16,3% em relação a 2007. Esse número representa 87,2% do total de automóveis e carros leves comercializados no ano no Brasil. Enquanto isso, a venda de veículos a gasolina caiu 7,9% em 2008, alcançando 224 mil unitários.
A partir de abril de 2008, o álcool hidratado registrou ao consumidor preços médios mais competitivos que os da gasolina tipo C e do GNV, influenciando direta-mente o aumento do consumo do biocombustível em todo o país, já que a grande frota de veículo flex permite a opção. Além disso, o álcool hidratado foi competitivo na média anual em 16 dos 27 Estados brasileiros, enquanto que a gasolina tipo C foi mais competitiva que o etanol em apenas nove Estados. No ano passado, o álcool hidratado deteve 11,8% da matriz de combustíveis veiculares do Brasil, acima dos 9,1% registrados no ano anterior. Na composição das vendas de combustíveis líqui-dos por posto, o álcool também registrou grande acréscimo, passando de 16% das vendas em 2007, para 21% no ano seguinte.
REFINARIAS DE PETRÓLEO EM
2008IPIRANGA
LUBNOR
MANGUINHOS
RECAP
REDUC
REFAP
REGAP
REMAN
REPAR
REPLAN
REVAP
RLAM
RPBC
UNIVEN
CENÁRIOS
COMPOSIÇÃO DAS VENDAS POR POSTO
Gasolina Álcool Diesel2000 45% 9% 46%
2001 45% 7% 48%
2002 45% 8% 48%
2003 46% 7% 47%
2004 46% 9% 46%
2005 47% 9% 44%
2006 46% 12% 43%
2007 42% 16% 41%
2008 40% 21% 39%
Fonte: Fecombustíveis
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 13
COMPOSIÇÃO DA MATRIZ ENERGÉTICA AUTOMOTIVAGás Natural Óleo diesel Gasolina Álcool anidro Álcool hidratado Biodiesel
2000 0,6% 54,7% 31,0% 7,1% 6,5% -
2001 1,2% 56,1% 30,3% 7,5% 5,1% -
2002 1,9% 56,4% 27,9% 8,7% 5,0% -
2003 2,6% 54,7% 29,6% 8,7% 4,3% -
2004 2,9% 54,8% 28,6% 8,4% 5,2% -
2005 3,6% 53,7% 28,3% 8,5% 6,0% -
2006 4,1% 53,4% 29,4% 5,7% 7,4% -
2007 4,3% 53,0% 27,2% 6,0% 9,1% 0,4%
2008 3,4% 52,3% 25,4% 5,9% 11,8% 1,2%
Fonte: MME e ANP
MATRIZ ENERGÉTICA AUTOMOTIVA
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em 103 tep Gás Natural
Óleo diesel
Gasolina
Álcool anidro
Álcoolhidratado
Biodiesel
TOTAL
VENDA MÉDIA MENSAL POR POSTO
65.46161.272
67.400
59.678 57.574
52.006 53.94656.868
59.510
64.781
56.608
63.21957.766 57.441 57.890 59.657
13.1788.925 10.602 8.603
11.186 10.93014.853
22.291
31.494
55.158 57.640
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em litros
Diesel Gasolina Álcool
MATRIZ ENERGÉTICA AUTOMOTIVA
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em 103 tep Gás Natural
Óleo diesel
Gasolina
Álcool anidro
Álcoolhidratado
Biodiesel
TOTAL
VENDA MÉDIA MENSAL POR POSTO
65.46161.272
67.400
59.678 57.574
52.006 53.94656.868
59.510
64.781
56.608
63.21957.766 57.441 57.890 59.657
13.1788.925 10.602 8.603
11.186 10.93014.853
22.291
31.494
55.158 57.640
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em litros
Diesel Gasolina Álcool
DOWNSTREAM
Fonte: MME e ANP
Fonte: Fecombustíveis
CENÁRIOS
14 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Ainda assim, os volumes de álcool sonegado comercializados no país con-tinuam altos. E há divergências quanto ao volume. O Sindicom (Sindicato Na-cional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) estima que o mercado negro do álcool tenha alcançado em 2008 11% do volume to-tal comercializado no país. Já a ANP acredita que esse volume seja menor, atin-gindo 6% do mercado. A Fecombustíveis calcula que esse valor seja maior, chegando a 22% do volume total.
O ano de 2008 marcou também o início do uso compulsório do biodiesel no Brasil. Na primeira metade do ano, a mistura de biodiesel no diesel era de 2%, pas-sando para 3% a partir do segundo semestre. Com a obrigatoriedade da mistura, o volume de vendas de biodiesel em 2008 registrou aumento de 332% em relação a 2007, alcançando 1,1 bilhão de litros. O número de usinas produtoras de biodiesel também aumentou 37,78% em comparação com o ano anterior, passando de 45 para 62 unidades. O biodiesel deteve 1,2% da matriz de combustíveis veiculares em 2008, ante 0,4% no período anterior.
Acompanhando o crescimento da economia brasileira, o diesel registrou au-mento de 7,7% no volume de vendas, se comparado com o ano anterior, alcançan-do um volume de 44,7 bilhões de litros, ante 41,5 bilhões de litros registrados em 2007. O diesel é o combustível mais preponderante na matriz energética veicular, alcançando 52,3% (tep) em 2008. No ano anterior, esse índice ficou em 53%.
Nas vendas de óleo diesel por segmento, os postos revendedores perderam es-paço em 2008, em comparação com o ano anterior, ficando com 56,2% das vendas de óleo diesel, ante 57,5% no ano anterior. Enquanto isso, a venda para consumi-dores finais aumentou na mesma proporção, de 31,3% em 2007, para 32,5% no ano seguinte. Na composição de vendas de combustíveis líquidos por posto, o óleo diesel também sofreu queda. Em 2007, o combustível representava 41% das vendas médias de um posto. Já em 2008, esse número recuou para 39%.
Apesar de o número de TRRs ter diminuído drasticamente, de 627 unidades em 2007, para 460 em 2008, a participação de mercado permaneceu no mesmo patamar, 11%, nos dois anos comparados. A redução do número de TRRs se deveu a uma limpeza de cadastro realizada pela ANP e à entrada em vigor da Resolução nº 8, de março de 2007, que estabelece tancagem e capital de giro pré-definidos para a atividade de Retalhista.
Vale destacar aqui que até dezembro de 2008 estavam autorizados na ANP 5.444 PAs (Pontos de Abastecimento). As autorizações tiveram início a partir de março de 2007, com a entrada em vigor da Resolução 12 pela Agência, que regu-lamenta a atividade de PAs no país. A Fecombustíveis acredita que o número de agentes neste segmento seja muito superior aos autorizados pela ANP, chegando a 50 mil unidades. Os PAs irregulares são um dos principais motivos da queda de volume de vendas de óleo diesel por postos revendedores, segundo a Federação.
O consumo de gasolina C aumentou 3,5% em 2008, de 24,3 bilhões de litros em 2007, para 25,2 bilhões de litros. Vale destacar que em 2007 a mistura de álcool anidro na gasolina A aumentou de 23% no primeiro semestre para 25% no segun-do, permanecendo com este teor durante todo o ano de 2008. Neste ano, o volume consumido de gasolina A aumentou 2,2% e o de álcool anidro, 7,7%. Na matriz de combustíveis veiculares, a gasolina tipo A perdeu espaço em 2008, recuando de 27,2% em 2007, para 25,4% em 2008. Já o álcool anidro caiu de 6% em 2007, para 5,9% no ano seguinte. A média mensal de vendas de gasolina por posto em 2008 ficou em 59.657 litros, ante 57.890 litros no ano anterior. No entanto, na com-posição das vendas de combustíveis líquidos por posto, a gasolina enfrentou recuo de dois pontos percentuais, se comparados os anos de 2008 com 2007. Em 2007, a composição da gasolina nas vendas médias de um estabelecimento era de 42%, caindo para 40% em 2008.
O aumento de preços e a perda de competitividade com o álcool hidratado fizeram com que o GNV sofresse queda de 5,72% nas vendas em 2008, passan-do de uma média de consumo 6.015 mil m³/dia em 2007 para 7.015 mil m³/dia
QUANTIDADE DE PRODUTORES
DE BIODIESEL2005 4
2006 13
2007 26
2008 32
Fonte: ANP
CENÁRIOS
FROTA DE VEÍCULOS
54,5
49,645,4
42,139,2
24,4 27,2
29,7 31,9 34,336,7
0
10
20
30
40
50
60
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em milhões de unidades
PRODUÇÃO NACIONAL DE AUTOVEÍCULOS
Em unidades
693.901
1.444.6041.499.118
239.251
496.653 492.967
9.428 49.796
2.250.924
639.201
1.315.885
647.941
288.419
174.052 3.627
163.127
6.373
282.706
31.160
326.72336.408
7.5994.8911.0258.6810
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008
gasolinaálcoolflex fueldiesel
COMPOSIÇÃO PRODUÇÃO NACIONAL DE AUTOVEÍCULOS
Gasolina Álcool Flex Fuel Diesel1979 100% 0% 0% 0%1980 74% 26% 0% 0%1981 79% 21% 0% 0%1982 61% 32% 0% 7%1983 24% 73% 0% 2%1984 26% 73% 0% 1%1985 24% 76% 0% 1%1986 23% 76% 0% 1%1987 40% 57% 0% 4%1988 37% 63% 0% 0%1989 52% 47% 0% 0%1990 89% 11% 0% 0%1991 82% 18% 0% 0%1992 79% 20% 0% 1%1993 78% 21% 0% 1%1994 90% 10% 0% 1%1995 97% 3% 0% 0%1996 99% 0% 0% 1%1997 99% 0% 0% 1%1998 97% 0% 0% 3%1999 96% 1% 0% 3%2000 97% 1% 0% 3%2001 98% 1% 0% 1%2002 96% 3% 0% 1%2003 94% 2% 3% 1%2004 80% 3% 15% 2%2005 57% 2% 39% 2%2006 39% 0% 60% 1%2007 27% 0% 72% 1%2008 20% 0% 70% 10%Fonte: Anfavea
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 15
COMPOSIÇÃO DA FROTA DE VEÍCULOSAutomóvel Motocicleta Caminhão Outros
1998 70% 10% 5% 15%
1999 69% 11% 5% 15%
2000 67% 12% 5% 16%
2001 67% 13% 5% 16%
2002 66% 14% 4% 16%
2003 65% 15% 4% 17%
2004 64% 15% 4% 17%
2005 63% 16% 4% 17%
2006 61% 18% 4% 17%
2007 60% 19% 4% 17%
2008 59% 20% 4% 17%Fonte: Denatran
PARQUE AUTOMOTIVO BRASILEIRO
Fonte: Denatran
Fonte: Anfavea
CENÁRIOS
16 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
no ano seguinte. Na matriz de combustíveis veiculares, a queda registrada foi de 4,3% em 2007, para 3,4% em 2008.
O mercado de GLP cresceu 2,1% em 2008, com expansão muito menor para o botijão de cozinha, o P13, de 1,7%. Já o mercado de óleos lubrificantes apresentou crescimento de 8,9%.
O mercado em 2009
Pelo que tudo indica, 2009 será um ano de baixa na economia mundial. Os reflexos da crise econômica financeira global, que teve início nos EUA em 2008, devem afogar quaisquer possibilidades de bons resultados econômicos este ano na maior parte do planeta.
Em 28 de janeiro de 2009, o FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou que a projeção de crescimento do mundo deve atingir os índices mais baixos desde a 2ª Guerra Mundial. Esta foi a segunda vez que o Fundo revisou para baixo as expec-tativas de crescimento da economia mundial desde novembro, quando acontece a reunião anual da instituição.
Segundo a última revisão do FMI, o mundo deverá crescer em 2009 ape-nas 0,5%, bem abaixo da previsão anterior, de crescimento de 2,2%. Já a projeção para o Brasil foi cortada de uma expansão de 3% para 1,8%. Mesmo assim, essa taxa está ainda acima da média mundial, assim como nos relatórios anteriores do Fundo.
Com previsões econômicas nada otimistas, o setor de abastecimento de combustíveis brasileiro também deve sofrer o impacto da crise. No entanto, a Fecombustíveis não acredita em retração do mercado em 2009, mas na redu-ção no ritmo de expansão. A demanda por combustíveis é inelástica, ou seja, os veículos já existem, estão circulando pelas ruas e estradas brasileiras e continuam consumindo combustíveis.
No entanto, o consumo de óleo diesel deve se retrair nos patamares da redução econômica que 2009 poderá ter. Já a gasolina e o álcool hidratado não devem sofrer um impacto tão grande em função do pacote para combater a crise do governo federal lançado em dezembro de 2008. O governo reduziu o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) dos carros novos e a alíquota de IOF paga pelas financeiras no financiamento de novos veículos. Em carros com motor 1.0, o IPI, antes de 7%, foi zerado. Já para carros com motor até 2.0, o recuo foi de 13% para 6,5%. Os carros de luxo permaneceram com a alíquota de 25%. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), para as financeiras, passou de 3,38% para 1,5% ao ano.
Os dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) demonstram que o pacote do governo fez efeito para a continuidade do crescimento nas vendas de automóveis e veículos leves em janeiro de 2009. Segundo a entidade, este segmento cresceu 3,16% no primei-ro mês do ano, se comparado com dezembro de 2008. No entanto, apesar do número positivo, o setor fechou o mês negativo em 5,2%, com queda nas ven-das de motos (13,47%), caminhões (24,45%) e ônibus (35,5%). Estes números indicam que o setor de baixa renda, comprador de motos, e os investidores, que compram caminhões e ônibus, já sentem os reflexos da crise e que, provavel-mente, o segmento de óleo diesel sofrerá maior retração de crescimento.
Apesar da crise, no upstream, há previsões de grandes investimentos e crescimento. A Petrobras divulgou em janeiro o Plano de Negócios destinado à área de Exploração e Produção para o período de 2009 a 2013, que prevê investimentos de US$ 92 bilhões, somente no Brasil. Esse valor representa um crescimento de US$ 26,9 bilhões com relação ao plano anterior (2008/2012), que previa US$ 65,1 bilhões. Com esses investimentos, a estimativa da Petro-bras é aumentar a produção nacional de petróleo para dois milhões e 680 mil barris por dia (bpd) em 2013.
CENÁRIOS
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 17
Cadeia de comercialização do álcool hidratado
no BrasilCadeia de
abastecimentoCadeia de comercialização
do biodiesel no Brasil
Usina
Refinaria/Usina
Usina
Distribuidora
Distribuidora
RefinariaPosto Revendedor
Postos Revendedores
Consumidor/ Varejo
Médio e Grande
consumidor
TRRGrandes
Consumidores
Distribuidora
Posto Revendedor, TRR e Grandes Consumidores
Consumidor
Leilão de B100
Estoques de Emergência
Releilão de B100
B3
Serão também investidos US$ 13,8 bilhões até 2013 na exploração de 278 blocos nas bacias da Margem Equatorial, do Ceará e Potiguar, do Solimões, de Sergipe e Alagoas, da Bahia do Sul, do São Francisco, do Espírito Santo, de Cam-pos, Santos e Pelotas.
A estimativa da Petrobras é chegar em 2013 com uma produção total de óleo e gás, incluída a contribuição de seus campos no exterior, de cerca de 3,6 milhões de bpd.
Em 2009, a Petrobras promete colocar em produção cinco novos sistemas de produção de óleo e cinco de gás. Além do Teste de Longa Duração de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, entrarão em operação sistemas de produção nos campos de Jabuti, Frade, Parque das Conchas e a plataforma P-51, no campo de Marlim Sul, todos na Bacia de Campos. Também para este ano, estão previstos ainda a expansão do projeto de gás de Manati, na bacia de Camamu/Almada, na Bahia, além dos campos de gás de Lagosta, na Bacia de Santos; Canapu e Cumarupim, na Bacia do Espírito Santo; e Urucu, na Bacia do Solimões.
CENÁRIOS
Arquivo Abieps
Arquivo Abieps
Arquivo Abieps
Arquivo Esso
Arquivo Fe
combustíveis
Agência Petrobras de Notícias
Arquivo Fe
combustíveis
Arquivo Abieps
Arquivo Abieps
Arquivo Abieps
Arquivo Esso
20 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Da bomba no meio-fio ao posto de serviços
1912
1913
Tudo começou no início do século passado, quando a Esso se instalou no Brasil e trouxe óleo combustível, gasolina e querosene, inicialmente para alimentar as fá-bricas locais. Na época, o óleo combustível pesado estava sendo testado com suces-so em locomotivas, com uma economia de 50% em relação ao carvão de pedra.
O óleo era comercializado em latas e tambores, nos armazéns. Os poucos veículos em circulação na época – cerca de 2.400, todos importados da Europa – eram abastecidos por meio de funis. Para facilitar o abastecimento, perto da se-gunda década do século, estes estabelecimentos receberam as primeiras bombas de combustível brasileiras. Em 1921, a Esso inaugurou a primeira bomba de rua, instalada na calçada, junto ao meio-fio, na capital fluminense. Além dela, Shell e Texaco já traziam produtos para o país.
E a partir daí, os postos de revenda começaram a crescer na mesma propor-ção que o número de veículos.
Inicialmente, os revendedores de combustíveis eram apenas prepostos das bandeiras distribuidoras, e recebiam seu pagamento por meio de comissão fixa. Porém, o sistema de comissionamento não os remunerava de forma adequada, o que motivou as primeiras organizações associativas. Os prepostos das bandeiras queriam a independência de seu negócio e margens justas de operação. Nascia aí a revenda de combustíveis, como categoria econômica formalizada e impor-tante no contexto nacional.
A primeira entidade que representava os revendedores foi insti-tuída em 1940, a Ardep (Associação dos Revendedores de Petróleo). De lá para cá, muita coisa mudou, todos os Estados brasileiros ga-nharam sindicatos que representam a categoria e a revenda con-quistou seu espaço.
Diversas legislações surgiram garantindo a sobrevivência da atividade e for-malizando a distinção da venda no varejo (revenda) e no atacado (distribuição). Isso não impediu as bandeiras de tentarem atuar também no segmento de re-venda, seja por meio de postos-escola, com a instituição de sistemas de franquia ou com a contratação de dealers (operadores), remunerados à semelhança dos prepostos do passado. Mas, como em uma corrida de obstáculos, as entidades que representam a categoria sempre conseguiram evitar que o mercado reven-dedor fosse invadido por outros segmentos empresariais.
Hoje, pode-se dizer que o revendedor é de fato um empresário. Boa parte das empresas de revenda, de origem familiar, modernizou-se. Os empreende-dores são capazes de gerir seu negócio sem controles de preços por parte do governo, têm responsabilidade ambiental e social, investem na modernização do negócio, com a instalação de outros serviços e na melhoria do atendimento.
Mas ainda há muito que fazer neste mercado. Por conta da abertura promovida sem regras e com fiscalização insuficiente, muitas irregularidades surgiram, e várias ainda encontram espaço para tumultuar o segmento. A concorrência nem sempre acontece em condições de isonomia e a guerra de preços já levou empresários sérios ao encerramento das atividades. E a luta da categoria continua, agora combatendo outros problemas. Os obstáculos mudaram, mas a corrida permanece.
• A Standard Oil Company of Brazil – nome original da Esso Brasileira de Petróleo – se instala no Brasil.
• A Shell é autorizada a operar no Brasil, com o nome The Anglo Mexican Petro-leum Products Company Limited, por meio do Decreto 10.168. Neste mesmo ano, os produtos da Texaco começam a chegar ao Brasil, através da importadora Fry Youle & Cia. A Texaco mesmo só se instalou oficialmente no país em 1915, com o nome The Texas Company (South América).
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As empresas traziam para o país o óleo combustível utilizado em fábricas, além
de querosene e gasolina. A gasolina era comercializada em latas e tam-bores, em armazéns, e entrava no tanque dos veículos por meio do uso de funis. Estes armazéns foram os primeiros a receberem as bombas de gasolina da Esso.
• A Shell instala o primeiro depósito de combustíveis do Brasil, na Ilha do Gover-nador (RJ), com capacidade para estocar 65 mil barris.
• A Esso inaugura as primeiras bombas de gasolina de rua do Brasil, na Praça XV, no Rio de Janeiro (RJ).
• O mercado de combustíveis começa a crescer no Brasil, atraindo mais empre-sas. A Atlantic instala-se no país.
• Surge o primeiro caminhão-tanque, inaugurando a venda de gasolina a granel. O veículo, chamado de “Motano” e com capacidade para 3.000 litros, foi proje-tado, desenhado e construído inteiramente no Brasil, pelos técnicos da Esso.
• O presidente Getúlio Vargas determina a nacionalização da Indús-tria do Petróleo, por meio do Decreto 66, de 14 de dezembro.
• O Decreto 395, de 29 de abril, cria o CNP (Conselho Nacional do Petróleo) e dife-rencia pela primeira vez as atividades de distribuição e revenda: “entende-se por abas-tecimento nacional do petróleo a produção, o transporte, a distribuição e o comércio de petróleo bruto e seus derivados, e bem assim a refinação do petróleo importado ou de produção nacional, qualquer que seja neste caso a sua fonte de extração”. No mesmo ano, o Decreto 737 torna obrigatória a adição de álcool anidro de produção nacional à gasolina, com o intuito de reduzir a importação do produto.
• O decreto 4.071, de 12 de maio, regulamentou o abastecimento nacional do petróleo, fixou normas para a importação, exportação, refino, transporte e fiscalização, e obrigou as distribuidoras a manterem estoques mínimos de 15%. O decreto também dava ao CNP poderes para estabelecer os limites máximos e mínimos de preços de venda, no atacado e no varejo. Este foi o primeiro registro de intervenção do governo no setor.
• A venda de derivados de petróleo ainda acontecia nos armazéns. Os revende-dores eram considerados prepostos das companhias distribuidoras, recebendo uma comissão fixa pela venda do produto, independentemente do preço final ou volume comercializado. Neste ano, os revendedores deram seus primeiros passos em direção à organização sindical. Tudo começou com um grupo do interior de São Paulo, que criou a primeira entidade de representação da categoria, a Ardep (Associação dos Revendedores de Petróleo).
• A Ardep transforma-se em associação profissional, enquadrando-se na legis-lação sindical criada por Getúlio Vargas em 1938. Neste mesmo ano, no auge da Segunda Guerra, o governo federal criou, no CNP, um setor responsável pelo racionamento do petróleo e derivados. E isso motivou a primeira manifestação oficial da associação de revendedores, que protestava contra as prisões de reven-dedores que burlavam o racionamento. Nesta década, a associação toma corpo e se transforma em sindicato. A principal bandeira da entidade é a alteração dos critérios que definiam a comissão do revendedor. O CNP contabilizava, na época, 11 mil bombas de abastecimento.
HISTÓRIA DA REVENDA DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
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• Getúlio Vargas sanciona a Lei 2004, que cria a Petrobras, e atribui ao CNP a responsabilidade de superintender a política de abastecimento de petróleo.
• Dezoito delegados dos Sindicatos do Comércio Varejista de Com-bustíveis Minerais do Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte, além do Sindicato das Empresas de Garagens do Rio de Janeiro, criaram a Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis Minerais e de Garagens, Fecombustíveis, e elegeram Benedito Alberto Brotherhood seu primeiro presidente.
• Gil Siuffo, que presidia o sindicato de revendedores do Município do Rio de Janeiro e era diretor da Fecombustíveis, passou a propor uma margem de re-muneração para o revendedor, levando em consideração os custos efetivos da operação de um posto revendedor. Neste mesmo ano, a Portaria CNP 130/67 criou um grupo de trabalho para avaliar esta nova forma de remuneração para a revenda. Este estudo só foi concluído em 1968, definindo uma remuneração fixa somente para a gasolina (e não para o diesel).
• Nasce a BR Distribuidora, uma empresa nacional para competir com as multinacionais Esso, Texaco, Atlantic e Shell, que dominavam o mercado de distribuição.
• Por conta da guerra no Oriente Médio, a OPEP (Organização dos Países Expor-tadores de Petróleo) embarga o fornecimento de petróleo ao Ocidente. Com isso, o preço do barril de petróleo sobe, aumenta a inflação, e a dependência externa pressiona a dívida pública. A crise gera o Proálcool.
• O Decreto 76.593 institui formalmente o Proácool, e a gasolina passa a ter 20% de álcool. No entanto, apesar da euforia inicial despertada pelo álcool, o combustível não deslancha como o governo pretendia; o consumidor, na verda-de, não tem confiança no produto, já que sua produção e preços sofrem forte interferência de fatores relacionados às safras e entressafras, e também à produ-ção de açúcar.
Em agosto deste ano, a Resolução 7/75, do CNP, cria o registro do posto revendedor, vinculando o estabelecimento à bandeira por tempo indefinido. Apesar deste aspecto totalmente contrário à au-tonomia da revenda, a mesma Resolução 7 explicita que revendedo-res e distribuidores desenvolvem atividades distintas.
• Fábio Coutinho Brandão assume a presidência da Fecombustíveis.
• Roberto Montanhini é eleito presidente da Fecombustíveis.
• Gil Siuffo assume a presidência da Fecombustíveis.
• O artigo 238 da Constituição Federal, promulgada em outubro, distingue as atividades de revenda e de distribuição de combustíveis, mas o monopólio da produção é mantido. A nova estrutura tributária determinada pela Constituição marcou o fim dos preços únicos dos combustíveis em todo o território nacional, já que desmembrou o Imposto Único (federal) sobre os combustíveis em três ou-tros: o Imposto de Importação (de responsabilidade da União), o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, de cunho estadual) e o IVVC (Impos-to de Venda a Varejo sobre Combustíveis, de âmbito municipal).
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• As lojas de conveniência começam a surgir, mostrando-se um ne-gócio interessante para os postos revendedores. A liberação do horário de funcionamento das revendas, dois anos antes, impulsiona os negócios de conveniência. A Shell inaugura a primeira loja brasileira, no posto Bola Pesada, em São Paulo (SP).
• O governo anuncia a extinção do Ministério de Minas e Energia. É então criado o DNC (Departamento Nacional de Combustíveis), que substitui o CNP, vinculado ao extinto ministério. Inicia-se o Programa Federal de Desregulamentação, que entre outras coisas estabelece o regime de preços máximos nos postos revende-dores. O Ministério de Infraestrutura passa a englobar os antigos Ministérios de Minas e Energia, de Comunicações e de Transportes.
• O artigo 7º da Portaria 253 determina que as distribuidoras não podem operar diretamente postos revendedores. Inicia-se então nova luta da Fecombustíveis contra a operação indireta de postos de revenda pelas companhias distribuido-ras. Neste mesmo ano, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo ganham os pri-meiros postos de abastecimento de gás natural. Ainda em 1991, os combustíveis aditivados são introduzidos no mercado brasileiro. Surgem também os primeiros postos de supermercados. O DNC institui o regime de preços máximos para as distribuidoras, que entram, de fato, num mercado competitivo.
• O mercado começa a discutir os preços livres para a revenda. O processo de desregulamentação, entretanto, abre brechas para a entrada de agen-tes irregulares no setor de combustíveis, que ganham espaço com a ausência de regras claras para as atividades de comercialização e com a falta de fiscalização. Surgem a sonegação e a mistura de produtos. A Portaria 26 do DNC cria o LMC (Livro de Movimentação dos Combustíveis), de preenchi-mento diário, como forma de controlar a arrecadação dos impostos.
• Revendedores de todo o país vão à Brasília pedir ao Ministério de Minas e Energia (que voltou a existir após o impeachment de Collor) a reposição de suas margens, de acordo com a planilha de custos. Surpreendentemente, o DNC au-toriza as usinas de álcool a manterem suas próprias distribuidoras e redes de postos de revenda apenas de álcool. O ano se encerra com uma grande novidade para a revenda: com a revogação da Portaria 7/75 do extinto CNP, a partir de 3 de novembro foram autorizados os postos bandeira branca.
• O Ministério de Minas e Energia edita as portarias 61, 62 e 63, regulamentando as atividades de revenda (postos e TRRs) e de distribuição. Elas delimitam clara-mente a área de atuação de cada segmento, impedindo a operação de postos por distribuidoras, restabelecendo o Registro de Posto Revendedor, reafirmando a legalidade do posto de bandeira branca. Neste mesmo ano, o Congresso Na-cional aprova emenda constitucional que abre o mercado de petróleo.
• Os preços da gasolina, álcool hidratado e querosene de aviação são finalmente liberados, a partir da refinaria.
• A Lei 9.478, de 6 de agosto, não deixa dúvidas: revenda é varejo e distribui-ção, atacado. A mesma legislação regulamenta a flexibilização do monopólio e cria a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), com finalidade de regulamentar as atividades petrolíferas, da prospecção à distribuição e revenda.
• É empossada a primeira diretoria da ANP.
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• O preço do barril de petróleo passa de US$ 25. O litro da gasolina sobe cinco
vezes em seis meses. Com isso, o álcool volta a ser visto com bons olhos. O ano traz também um marco importante para o setor: a proibição da ope-ração de postos self-service. A operação por meio do sistema de auto-serviço já vinha sendo questionada por Gil Siuffo desde o início da década. Em 1999, 190 postos Esso já operavam por meio de self-service, além de 54 de bandeira Ipiranga, 42 Shell e 3 Texaco. Segundo Siuffo, o que aparentemente seria um “avanço tecnológico”, na verdade traria desemprego, sem benefício nenhum para o consumidor ou para os revendedores. A opinião do presidente da Fecombustíveis foi apoiada pelo então ministro do Trabalho e do Emprego, Francisco Dornelles, além dos trabalhadores diretos e in-diretos dos postos de serviços, que perderiam seus empregos. Siuffo defendia a questão da segurança. Para ele, o consumidor não estava preparado para abaste-cer os veículos, pois desconhecia normas de segurança. “As pessoas vão abastecer seus carros fumando ou usando o telefone celular. As empresas distribuidoras não tomam nenhuma precaução nesse sentido”, disse ele à época. Assim, no dia 3 de setembro, um grupo formado por cerca de 1.000 revendedores e frentistas, de vários Estados brasileiros, esteve em Brasília, para defender a operação.
• A ANP edita a portaria 116, que regulamenta a atividade da revenda de com-bustíveis. Em 2000, a questão ambiental já era uma grande preocupação do setor. Desde meados da década de 90, sabia-se que as antigas instalações de revenda estavam com os dias contados, por conta do fim da vida útil dos equi-pamentos. As discussões do setor sobre este assunto deram origem à Resolução 273 do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), que ainda nos dias atu-ais regulamenta as adequações promovidas em estabelecimentos que possuem sistemas subterrâneos de armazenamento de combustíveis.
• É criada a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), incidente sobre a importação e comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível, por meio da Emenda Constitucional 33, instituída pela Lei 10.336, de 2001, e regulamentada pelo Decreto 4.565, dois anos depois (em 2003). O óleo diesel é liberado, conforme previsto na Lei do Petróleo (Lei 9.478/97), que estabelecia a data limite de 31 de dezembro de 2001 para a total desregulamentação do setor de combustíveis no Brasil.
• Fim do período de transição para a liberação do mercado, com a livre formação de preços nas refinarias e liberdade para importação de gasolina e diesel.
• O Estado de São Paulo reduz o ICMS do álcool hidratado, de 25% para 12%, dimi-nuindo a sonegação de impostos e adulteração. Isso quadruplicou as vendas legais do combustível no primeiro trimestre de 2004. A Volkswagem lança o primeiro veículo flex fuel.Uma CPI é instalada no Congresso Nacional, para apurar as irregularidades do setor. • Com o sucesso dos veículos flex fuel, o álcool passa de combustível secun-dário para protagonista. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), os modelos flex respondiam em 2004 por 15,2% da produção total de veículos leves. O governo do Estado do Rio de Janeiro também decide reduzir a alíquota do ICMS do álcool, que passa de 31% para 24%. Ainda assim, a alíquota continua muito mais alta do que a do Estado vizinho, São Paulo, onde o ICMS sobre o combustível era de 12%. Em Minas Gerais e no Espírito Santo, outros Estados que fazem divisa com o Rio de Janeiro, o ICMS era de 25%. O governo cria o Programa Nacional do Biodiesel, com intenção de reduzir o consumo do diesel convencional, com ganhos tanto econômicos – redução das importações – quanto ambientais. O GNV também obtém recordes de crescimento no mercado nacional.
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Neste mesmo ano, a revenda começa a se mobilizar contra os PAs (Pontos de Abastecimento), que originalmente deveriam abastecer grandes consumidores, mas que na prática vendiam combustíveis a terceiros, competindo de maneira desleal com os postos de estra-da. Paulo Miranda Soares é eleito vice-presidente da Fecombustíveis e fica responsável pela administração da entidade. Gil Siuffo, presidente, é responsá-vel pela parte política da Federação.
• A Lei 11.097/05 regulamenta o Programa Nacional do Biodiesel e estabelece os percentuais de adição do produto ao diesel. As distribuidoras são autorizadas (mas não obrigadas) a adicionar 2% de biodiesel ao diesel, mistura conhecida como B2. A ANP começa a investigar as tentativas de verticalização por parte da Esso (que operava postos de forma indireta, por meio da subsidiária Servacar) e Shell (que mantinha contratos de franquia), além do Projeto Cais (Centrais Avan-çadas de Inspeção e Serviços), da BR. No final do ano, a Esso fecha a Servacar, que já operava 27 postos de serviços.
• A ANP institui a adição de corante ao álcool anidro, como forma de combater as irregularidades envolvendo o produto, e regulamenta a questão do posto-escola.
• Logo no início do ano, a ANP publica uma série de resoluções que trazem grandes mudanças ao setor. A Resolução 7 proíbe a venda pelas distribuidoras a postos de outras bandeiras e restringe a venda entre congêneres em até 5%. A Resolução 12 regulamenta os PAs. A Resolução 9 desobriga a revenda de guar-dar as amostras-testemunhas. Neste mesmo ano, a Ipiranga é comprada por um consórcio formado pela Petrobras, Grupo Ultra e Braskem. Isso muda completa-mente o desenho do mercado de combustíveis no Brasil. Com a concretização do negócio, a Petrobras, em algumas cidades, passa a ter mais de 50% dos postos
de revenda. As irregularidades continuam a atrapalhar a competição ética no mercado, e a ANP faz parcerias com secretarias de Fazen-da, entidades, laboratórios de análises de combustíveis e prefeituras para combater as distorções. Em São Paulo, uma força tarefa atua forte-mente no combate às irregularidades. A prefeitura da capital paulista chega a colocar blocos de concreto nos postos irregulares. O governo do Estado aprova as leis do Perdimento e da Cassação. Em maio deste ano, outra eleição aconte-ce na Fecombustíveis. Gil Siuffo é novamente eleito presidente, mas logo se licencia para assumir a Vice-Presidência Financeira e de Relações Institucionais da CNC (Confederação Nacional do Comércio e de Bens, Serviço e Turismo). Paulo Miranda Soares assume a presidência da Fecombustíveis.
• O uso do B2 passa a ser compulsório. Em julho, a obrigatoriedade passa a 3% (B3). Grandes mudanças continuam acontecendo no mercado de distribuição: o Grupo Ultra compra a Texaco e a Cosan, grupo produtor de álcool, adquire a rede de postos da Esso. No final do ano, especulava-se que a Shell estaria interessada
em comprar os ativos da Cosan. A Lei 11.727 altera a cobrança de Pis e Cofins do álcool. Agora, usinas recolhem cerca de 40% dos tributos, e distribuidoras 60%. Esta partilha foi considerada uma solução consensual, já que a revenda e as distribuidoras defendiam que a totalidade dos tributos ficasse sob responsabilidade do produtor, a exemplo do que ocorre com os demais com-bustíveis. Porém, as usinas posicionaram-se fortemente contrárias a esta decisão. Em novembro, a ANP finalmente edita a Resolução 33, que altera a Portaria 116. O intuito é estabelecer prazos para o cadastramento de postos de combustíveis junto à agência reguladora e também novas regras para a ostentação de imagem e marcas, de forma a inibir a ação dos chamados “postos clones”. A indústria au-tomobilística contabiliza 17 milhões de veículos flex comercializados.
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28 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Em um ano de economia aquecida, o resultado das vendas do combustível da produção não poderia reagir de outra forma. As vendas de diesel em 2008 cresceram 7,7% em relação a 2007, alcançando volume de 44,7 bilhões de litros. Diesel, na realidade, é modo de falar, porque uma pequena parte desse volume era de biodiesel.
O ano passado marcou a adoção compulsória do B2 (2% de diesel de ori-gem renovável adicionado ao combustível de origem mineral). Entre janeiro e junho cerca de 435 milhões de litros de biodiesel foram usados no mercado doméstico. O sucesso na adoção do produto e a grande capacidade de oferta ociosa fizeram com que o governo decidisse em março aumentar o percentual da mistura obrigatória para 3%, a partir de 1º de julho. E assim foi feito. Os pos-tos de todo o país passaram a vender B3 na bomba em 2008, mesmo sem que houvesse qualquer teste rápido e eficaz no mercado que garantisse que o teor de biodiesel no diesel estivesse correto, causando preocupação à Fecombustí-veis. Afinal, nem o posto e nem o consumidor têm a garantia de que o produto vendido é realmente o ofertado. Mesmo assim, pelos dados da ANP, o volume de vendas de biodiesel em 2008 registrou aumento de 332% em relação a 2007, alcançando 1,1 bilhão de litros.
O aumento no consumo de diesel poderia ter sido ainda maior que os qua-se 8% registrados, não fosse a desaceleração econômica iniciada no começo do quarto trimestre, que se refletiu nas vendas. A passagem de outubro para novembro de 2008 registrou uma redução histórica do volume de vendas, com queda 12%. O dobro da registrada em 2007 no mesmo período.
Apesar do aumento significativo do consumo de diesel no país, ele foi de-sigual entre os três principais canais de comercialização das distribuidoras. O volume do combustível vendido pelos postos aumentou apenas 5%, enquanto o setor de TRR vendeu 9,6% a mais.
A expansão mais significativa, contudo, foi registrada nos Pontos de Abas-tecimento (PAs). As distribuidoras têm privilegiado este canal porque garantem a elas uma margem maior, ao mesmo tempo em que fidelizam o consumidor. Para se ter uma ideia, no ano 2000, as vendas de diesel nos PAs representavam 34% do volume total vendido nos postos. No ano passado, este porcentual já havia saltado para 58%.
Quando se analisa a participação sobre o total das vendas, o crescimento do PA também é alarmante. Passou de 22% em 2000, para 32,5% em 2008. Caso este canal permanecesse no mesmo patamar de 2000, as vendas dos PAs em 2008 seriam quase 10 bilhões de litros menores, reduzindo na mesma proporção as vendas dos postos revendedores.
O aumento das vendas nos PAs também reflete uma mudança no perfil do transporte de cargas no Brasil. Na última década houve uma grande institucio-nalização e profissionalização do setor de logística. Com o aumento e criação de novas transportadoras, o volume vendido para esses grandes consumidores registrou um aumento significativo.
A adoção do biodiesel afetou levemente também os índices de não-confor-midade do diesel. Em 2008, a ANP registrou um número maior de amostras fora do padrão do que no ano anterior. Enquanto em 2007 o índice ficou em 1,9%, em 2008, ele subiu para 2,2%.
O aumento da não-conformidade foi registrado principalmente no quesito aspecto. Como o aspecto do biodiesel varia muito conforme a matéria-prima, tem-peratura e outros fatores, ele acaba influenciando o diesel que chega às bombas.
O diesel foi o único combustível que aumentou no crescimento de ocorrên-cias ao longo de 2008, entre os avaliados pelo órgão regulador. Outros produtos avaliados registraram redução de casos.
Os postos de todo o país passaram a
vender B3 na bomba em 2008, mesmo sem que
houvesse qualquer teste rápido e eficaz no mer-
cado que garantisse que o teor de biodiesel no
diesel estivesse correto, causando preocupação à Fecombustíveis. Afinal,
nem o posto e nem o consumidor têm a ga-
rantia de que o produto vendido é realmente o
ofertado
Expansão de 7,7% nas vendas
DIESEL
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PRODUÇÃO DE B100 (Em 1.000 litros)
2005 736
2006 70.120
2007 402.154
2008 1.164.332 Fonte: ANP
BIODIESEL
TRIBUTOS
DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO NACIONAL DE B100
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
2005 2006 2007 2008
Bahia
Ceará
Goiás
Mato Grosso
Minas Gerais
Pará
Paraná
Piauí
São Paulo
Tocantins
Rio Grande do Sul
Rondônia
Maranhão
ALÍQUOTA ICMSAlíquota nominal em 2008
AC 17%AL 17%AM 17%AP 17%BA 15%CE 17%DF 12%ES 12%GO 12%MA 17%MT 17%MS 17%MG 12%PA 17%PB 17%PE 17%PI 17%PR 12%RJ 13%RN 17%RO 17%RR 17%RS 12%SC 12%SE 17%SP 12%TO 12%
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
3 3 31.9
6 6 6 6.5
18
9 10 1112
0.3
1920
20.7
0
5
10
15
20
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Em R$ bilhões
CIDE PIS/Cofins ICMS - Diesel Puro ICMS B100 Total
COMPOSIÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
15% 15% 15%
1%
32% 31% 31% 31%
53% 54% 54%58%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
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CIDE PIS/Cofins ICMS - Diesel Puro ICMS B100
CARGA TRIBUTÁRIA
27%26% 26%
23%
20%
23%
26%
29%
32%
35%
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FATURAMENTO
6873
77
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40
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70
80
90
100
2005 2006 2007 2008
Em R$ bilhões
23% do preço total de um litro de diesel são impostos – Cide, PIS e Cofins
e ICMS
Fonte: ANP
Fonte: Fecombustíveis
BIODIESEL ENTREGUE NOS LEILÕES (Em m3)
Número de leilões Volume2006 3 60.264
2007 5 367.111
2008 6 1.176.792Fonte: ANP
DIESEL
30 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Quando se analisam os registros fora do padrão por bandeira, revela-se que as revendas bandeiras brancas tiveram os piores resultados, seguidas de distribui-doras regionais e das líderes.
No quesito preço, o diesel fora do padrão é vendido, na média, na mesma faixa de preço que o combustível dentro das normas.
Em termo de comportamento geral de preços, o diesel apresentou eleva-ção na bomba. O aumento ao consumidor final ficou bem abaixo do divulgado pela Petrobras. A empresa subiu em abril o preço na refinaria em 15%, como reflexo dos altos patamares do custo do petróleo naquela ocasião. Porém, para o consumidor final, o diesel aumentou em média apenas 8% e para a revenda o aumento foi de 9% ao longo do ano.
Com a alta das vendas e dos preços, os revendedores conseguiram um pequeno aumento médio nas margens de vendas em relação a 2007. Em termos relativos, a margem passou de 8,7% em 2007 para 9,3% em 2008. Mesmo assim, permanece abaixo dos valores registrados em 2006 (9,5%) e 2005 (10,7%).
Em termos absolutos, a média das margens aumentou para R$ 0,187/litro, apenas R$ 0,03 acima do registrado no ano anterior.
No caso das distribuidoras, elas conseguiram aumentar em média a mar-gem absoluta R$ 0,02 centavos por litro em relação a 2007, para R$ 0,08. Já em termos relativos, as distribuidoras conseguiram retomar o mesmo patamar registrado em 2005, de 4,4%.
Quando se avalia a margem da revenda por bandeira, o melhor resultado foi encontrado na rede BR (9,8%), seguido por Texaco (9,6%), bandeiras brancas (9,3%), Esso (9,1%), outras (8,9%), Ipiranga (8,8%) e Shell (8,4%).
As margens aos revendedores, contudo, não se refletiram proporcionalmen-te no mercado de distribuição. BR e Shell conseguiram ampliar o market-share no segmento em 5,5% e 1%, respectivamente. Outras caíram, como a Ipiranga (-3,6%) e Texaco (-0,5%), enquanto a Esso se manteve praticamente estável (0,3%). Resultado negativo também foi registrado pelas distribuidoras regionais que perderam, juntas, o equivalente a 2,1% do mercado. Com isso, as distribui-doras líderes (BR, Ipiranga, Shell, Texaco e Esso) chegaram ao final do ano com 80% do mercado, o segundo aumento anual consecutivo.
Embora as vendas tenham aumentado 7,7% ao longo do ano e a Petrobras tenha promovido um aumento em abril, a arrecadação cresceu apenas 4%.
O principal responsável por este resultado foi a queda na arrecadação da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) de quase 35%. Este resultado foi consequência da redução da alíquota a partir de maio.
O valor arrecadado com o PIS (Programa de Integração Social) e a Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) apresentou crescimento (5%), mas menor do que o volume de vendas.
A mordida menor do fisco no âmbito federal, contudo, foi ampliada pelos fiscos estaduais. O valor de ICMS arrecadado pelos Estados sobre o diesel e sobre o biodiesel foi 14% maior do que em 2007, totalizando R$ 12,3 bilhões.
Com isso houve uma redistribuição do valor dos impostos arrecadados entre União e Municípios. Do total de tributos coletados com o diesel, a participação dos Estados aumentou de 54% para 59% entre 2007 e 2008, com a correspon-dente queda de 46% para 40% para os cofres da União.
Em termos nominais a arrecadação sobre o diesel totalizou R$ 20,6 bilhões. A União ficou com R$ 8,35 bilhões, valor R$ 650 milhões inferior a 2007. Já os Estados colocaram R$ 12,3 bilhões nos cofres, com aumento de R$ 1,5 bilhão.
Outro ponto a se destacar em relação aos tributos sobre o combustível mais vendido no Brasil é que, devido ao aumento proporcionalmente menor do que as vendas, houve uma queda relativa do peso dos tributos neste combustível. Enquanto em 2007 os impostos representavam 26% do valor do litro de diesel, em 2008, este porcentual caiu para 23%.
Quando se analisa a participação sobre o total das vendas, o crescimento
do PA também é alar-mante. Passou de 22% em 2000, para 32,5%
em 2008. Caso este canal permanecesse no mesmo
patamar de 2000, as vendas dos PAs em 2008 seriam quase 10 bilhões
de litros menores, reduzin-do na mesma proporção
as vendas dos postos revendedores
DIESEL
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 31
QUALIDADE
EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE NÃO CONFORMIDADE
4.9
2.21.92.6
3.43.8
5.96.5
6.7
0
1
2
3
4
5
6
7
8
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em %
NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA
2.9
2.1
2.7
5.5
4.4
1.9
1.81.5
1.7
3.0
3.8
2.2
1.41.5
1.82.4
3.3
3.8
2.82.5
2.22.22.7
4.6
0
1
2
3
4
5
6
01/20
05 a
06/20
05
07/20
05 a
12/20
05
01/20
06 a
06/20
06
07/20
06 a
12/20
06
01/20
07 a
06/20
07
07/20
07 a
12/20
07
01/20
08 a
06/20
08
07/20
08 a
12/20
08
Em % Bandeiras LíderesOutras Bandeiras Bandeira Branca
PREÇOS MÉDIOS
1.70
1.75
1.80
1.85
1.90
1.95
2.00
2.05
2.10
2.15
2.20
Set-0
6Nov
-06
Jan-07
Mar-07
Mai-07
Jul-07
Set-0
7Nov
-07
Jan-08
Mar-08
Mai-08
Jul-08
Set-0
8Nov
-08
Em R$/L Amostra total Amostra não conforme
ESPECIFICAÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Teor de enxofre AspectoCorante Ponto de fulgorOutros
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
PREÇOS MÉDIOS (Em R$/L)Amostra
totalAmostra não
conformeSet-06 1,844 1,856Out-06 2,003 1,840Nov-06 1,853 1,880Dez-06 1,845 1,865Jan-07 1,848 1,812Fev-07 1,848 1,842Mar-07 1,844 1,843Abr-07 1,849 1,822Mai-07 1,839 1,824Jun-07 1,843 1,903Jul-07 1,846 1,816Ago-07 1,846 1,854Set-07 1,848 1,846Out-07 1,852 1,850Nov-07 1,852 1,884Dez-07 1,854 1,869Jan-08 1,861 1,874Fev-08 1,870 1,850Mar-08 1,897 1,904Abr-08 1,867 1,865Mai-08 2,041 2,011Jun-08 2,051 2,043Jul-08 2,089 2,095Ago-08 2,103 2,128Set-08 2,105 2,101Out-08 2,106 2,116Nov-08 2,108 2,122Dez-08 2,108 2,102
DIESEL
32 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE NÃO CONFORMIDADES
2005
2007 2008
2006
QUALIDADE
Fonte: ANP
DIESEL
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 33
PREÇOS E VOLUME
PREÇO MÉDIO DO ÓLEO DIESEL
VOLUME COMERCIALIZADO PELAS DISTRIBUIDORAS
22,9 24,0 24,122,5
23,222,2 22,5
23,9
25,1
4,7
5,1
4,54,65,34,84,74,64,5
7,88,4 8,8 9,5
10,712,4 12,1 13,0 14,5
35,237,0 37,7 36,8
39,1 39,2 39,0 41,6
44,8
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
Em bilhões de litros
Postos TRR Outros Total
0,891
1,276 1,299
1,544
1,673 1,676
1,827
1,041
1,452 1,471
1,731
1,863 1,858
2,018
0,50
0,65
0,80
0,95
1,10
1,25
1,40
1,55
1,70
1,85
2,00
2,15
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em R$/L
Distribuidoras Postos
Fonte: ANP
Fonte: ANP
COMPOSIÇÃO DO VOLUME COMERCIALIZADO PELAS DISTRIBUIDORAS (Em %)
Postos TRR Outros Total2000 65% 13% 22% 100%
2001 65% 12% 23% 100%
2002 64% 13% 23% 100%
2003 61% 13% 26% 100%
2004 59% 13% 27% 100%
2005 57% 12% 32% 100%
2006 58% 12% 31% 100%
2007 58% 11% 31% 100%
2008 56% 11% 33% 100%Fonte: ANP
DIESEL
34 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
MARGENS
MARGEM MÉDIA ABSOLUTA DAS DISTRIBUIDORAS
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0,10
0,11
2005 2006 2007 2008
Em R$/L
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
MARGEM MÉDIA ABSOLUTA DOS POSTOS
0,12
0,13
0,14
0,15
0,16
0,17
0,18
0,19
0,20
0,21
0,22
2005 2006 2007 2008
Em R$/L
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
MARGEM MÉDIA RELATIVA DAS DISTRIBUIDORAS
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
11%
2005 2006 2007 2008
Em %
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
MARGEM MÉDIA RELATIVA DOS POSTOS
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0,10
0,11
0,12
0,13
0,14
0,15
2005 2006 2007 2008
Em %
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
Fonte: Fecombustíveis Fonte: Fecombustíveis
Fonte: FecombustíveisFonte: Fecombustíveis
Nota: A margem média abrange as capitais dos Estados da BA, MG, PA, PE, PR, RJ, RS, SP e o Distrito Federal
DIESEL
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 35
MERCADO
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS
76% 75% 74% 73% 75%78% 76% 78%
24% 25% 26% 27% 25%22% 24% 22%
80%
20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LÍDERES OUTRAS
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS LÍDERES
26% 26%25%
28%
31%
27%
33%
20% 20%21% 22% 22%
24%
22%
11%10% 9% 10%
11%10%
10% 9% 10%9%8% 8% 8%
7%5% 5% 5%
26%
38%
19% 18%
9%
11%12%
10%
9%10%
8%
11%
5%
9%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BR IPIRANGA SHELL/SABBA
CHEVRON ESSO
Nota: O Market Share da BR em 2008 inclui a Alvo, que corresponde a 3,4%
Fonte: ANP
Fonte: ANP
DIESEL
Fred
Alv
es
38 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GASOLINA
Em um ano de tantos recordes de vendas como 2008, o crescimento do volume da gasolina C no mercado ficou em apenas 3,5%. A tendência de me-nor participação do combustível já vinha acontecendo nos últimos anos, como reflexo do aumento da frota de veículos do tipo flex fuel e da preferência do consumidor pelo etanol.
Um dos itens que mais chama a atenção na análise dos dados de mer-cado da gasolina, em 2008, é o pequeno aumento do volume do combustí-vel em circulação. Em 2007, o volume total da gasolina consumida no Brasil ultrapassou os 24 bilhões de litros; em 2008, chegou apenas a pouco mais de 25 bilhões.
Este aumento pequeno na participação do combustível parece contraditó-rio, se comparado à grande ampliação da frota de veículos no país no mesmo período. Segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Ve-ículos Automotivos), apenas em 2008 foram produzidos e emplacados mais de 3,2 milhões de veículos. No entanto, a explicação para o volume da gasolina não ter acompanhado o aumento da frota é o chamado efeito de substituição, que está ocorrendo na área dos combustíveis automotivos leves. Hoje, os veículos do tipo flex fuel permitem que o consumidor decida na hora do abastecimento qual o combustível de preferência. E estes veículos vêm ganhando espaço cada vez maior no mercado; de acordo com as estatísticas da Anfavea, do total de 3,2 milhões de unidades, 2,25 milhões são bicombustíveis. Com os preços do etanol hidratado mais interessantes, do ponto de vista do consumidor, a gasolina pas-sou a ser um combustível alternativo para boa parte dos motoristas.
Embora o preço da gasolina não tenha tido grande alteração no último ano (o gráfico mostra uma queda no preço médio dos postos de R$ 2,504 em 2007 para R$ 2,501 em 2008), o etanol vem se mostrando mais competitivo. Porém, o preço não é a única razão da preferência do consumidor pelo etanol: diante de tantas irregularidades na gasolina (adulteração com solventes ou com excesso de álcool anidro), o consumidor cujo veículo roda também com etanol passou a se sentir mais seguro optando pelo outro combustível.
As fraudes do mercado de combustíveis também contribuem para a re-dução da participação da gasolina. Além da comercialização fraudulenta de gasolina C com excesso de álcool anidro, que representa quase metade – 48% - das não-conformidades, as distorções no mercado do álcool (como as irregularidades fiscais e a venda do álcool hidratado com excesso de água) também colaboram para o crescimento sutil do volume de gasolina. Afinal, a fraude fiscal e o excesso de água na formulação resultam na redução do preço do produto. Como consequência, o consumidor que busca baixo preço opta pelo álcool ao invés da gasolina. E o excesso de anidro (que, não por acaso, obteve alta de 7,7% de participação) substitui parte da gasolina A que poderia estar sendo comercializada.
Mas, apesar das fraudes, os gráficos indicativos de qualidade apre-sentam um resultado bastante positivo, mostrando uma queda acentu-ada nos índices de não-conformidade a partir de 2006. Por isso, cabe aqui uma ressalva: é inegável que houve um aumento da eficácia da fiscalização. A ANP, juntamente com as Secretarias de Fazenda, Prefei-turas e Ministério Público, intensificou as ações de combate às fraudes e vem exercendo papel fundamental na moralização do mercado. En-tretanto, outros fatores justificam a queda nos índices. Um deles é a sofisticação dos métodos utilizados pelos fraudadores, que dificultam o
Embora o preço da gasolina não tenha tido grande alteração no
último ano (o gráfico mostra uma queda no preço médio dos
postos de R$ 2,504 em 2007 para R$ 2,501 em 2008), o
etanol vem se mostrando mais competitivo. Porém, o preço não
é a única razão da preferência do consumidor pelo etanol:
diante de tantas irregularidades na gasolina (adulteração com
solventes ou com excesso de ál-cool anidro), o consumidor cujo
veículo roda também com etanol passou a se sentir mais seguro
optando pelo outro combustível
Combustível perdeu espaço para o etanol
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 39
GASOLINA
TRIBUTOS
41% do preço da gasolina são
impostos – ICMS, PIS e COFINS e
Cide
ALÍQUOTA ICMS
Alíquota nominal em 2008
AC 25%AL 27%AM 25%AP 25%BA 27%CE 27%DF 25%ES 27%GO 26%MA 27%MT 25%MS 25%MG 25%PA 30%PB 27%PE 27%PI 25%PR 26%RJ 31%RN 25%RO 25%RR 25%RS 25%SC 25%SE 27%SP 25%TO 25%
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
5 5 545 5 5 5
0,2 0,2 0,2 0,2
1516 16 17
25
27 26 26
0
5
10
15
20
25
30
2005 2006 2007 2008
Em R$ bilhões
CIDEPIS/Cofins - GasolinaPIS/Cofins - álcool anidroICMSTotal
COMPOSIÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
20% 20% 20%16%
19% 18% 18% 19%
1% 1% 1% 1%
60% 61% 61%65%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
2005 2006 2007 2008
CIDE
PIS/Cofins - Gasolina
PIS/Cofins - álcool anidro
ICMS
FATURAMENTO
54
61 61
63
50
52
54
56
58
60
62
64
2005 2006 2007 2008
Em R$ bilhões
CARGA TRIBUTÁRIA/FATURAMENTO
45%
44%
43%
41%
39%
40%
41%
42%
43%
44%
45%
46%
2005 2006 2007 2008
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
40 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GASOLINA
trabalho dos fiscais. Existem amostras de gasolina cuja análise revela um produto totalmente em conformidade com as especificações definidas pela ANP, mas que, na verdade, são fórmulas fabricadas à semelhança do combustível, que utilizam em sua composição solventes e outros pro-dutos com menor carga tributária. Por isso, problemas com a destilação e octanagem da gasolina aparecem como não-conformidades de menor incidência dentre as irregularidades encontradas.
Os gráficos apontam também que as amostras não-conformes estavam sen-do comercializadas por preços superiores à média de todas as amostras (confor-mes e não-conformes). Isso joga por terra o senso comum de que o combustível adulterado é vendido por preços reduzidos.
O maior índice de não-conformidades aparece nos postos independentes (4% no primeiro semestre de 2008, ante um índice de 2,2% apresentado por postos de bandeiras líderes no mesmo período). As bandeiras líderes e outras bandeiras praticamente empatam neste quesito. Este resultado corresponde à percepção generalizada do consumidor de que postos que operam sob uma bandeira oferecem maior confiabilidade.
Apesar desta premissa nem sempre ser verdadeira, é certo que as bandeiras prezam a valorização e credibilidade de sua marca. Por este motivo, investem mais nos postos que ostentam sua marca, transformando-os em estabelecimentos mais atrativos para o consumidor. Isso se reflete diretamente na margem do revendedor. Ao contrário do que se pressupunha até recentemente, postos independentes são os que faturam menos (12,1%), ficando acima apenas dos postos de bandeira Shell (11,9%). Os revendedores que obtêm melhores margens com a venda de gasolina operam sob bandeira Chevron e BR, respectivamente com 12,9% e 12,7%.
As distribuidoras que faturam as melhores margens são Ipiranga (5,1%) e Chevron (4,9%), e a pior fica para a Esso (4,2%). A Shell vem enfrentando que-da desde 2007 (passou de 5,4% para 4,7%).
As bandeiras Esso e Shell apresentam queda nas margens tanto da re-venda quanto da distribuição. Isso reflete um erro de posicionamento das empresas no mercado, que tentaram valorizar suas marcas mantendo a ele-vação dos preços da gasolina. Tal iniciativa não foi bem sucedida, já que o consumidor ainda procura menores preços. E, como é possível observar nos gráficos de qualidade, preço baixo não está necessariamente relacionado à adulteração do produto.
Em relação à tributação, em 2008 a arrecadação de impostos incidentes sobre a gasolina teve relativamente uma ligeira queda, apesar do aumento do faturamento (que passou de R$ 61 bilhões para R$ 63 bilhões). O motivo foi a diminuição da CIDE, usada pelo governo federal para evitar maior impacto infla-cionário no último reajuste do preço da gasolina. A redução passou a vigorar a partir de maio do ano passado.
Em relação ao market-share das distribuidoras, a BR aparece disparado na frente, com 28% do mercado total de gasolina. No último ano, sua parti-cipação aumentou dois pontos percentuais. A Ipiranga, por sua vez, teve que-da no mesmo período: passou de 16% para 13%. O motivo foi que os postos de bandeira Ipiranga, nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, passaram a ser operados pela BR Distribuidora, depois que a BR, juntamente com o Grupo Ultra, adquiriu a rede de postos da Ipiranga. Com a redução da participação da Ipiranga, a Shell praticamente empata na terceira posição, com 12% de participação. A Chevron vem se mantendo estável desde 2003, com 9% de participação, e a Esso caiu de 9% em 2007 para 8% em 2008. No total, as marcas líderes têm 70% de participação no mercado de gasolina, enquanto as outras respondem pelos 30% restantes.
Ao contrário do que se pres-supunha até recentemente,
postos independentes são os que faturam menos (12,1%),
ficando acima apenas dos postos de bandeira Shell
(11,9%). Os revendedores que obtêm melhores margens
com a venda de gasolina operam sob bandeira Che-vron e BR, respectivamente
com 12,9% e 12,7%
EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE NÃO CONFORMIDADE
9,2
7,36,8
4,9
3,6 3,9
2,82,0
12,5
0
2
4
6
8
10
12
14
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em %
NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA
1,6 1,6
0,8
2,11,5
1,82,2
3,4
2,7
2,0
3,0
1,3
2,1
8,0
6,8
4,85,2
4,8
4,0
2,1
0,7
1,3
5,8
6,7
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
01/20
05 a
06/20
05
07/20
05 a
12/20
05
01/20
06 a
06/20
06
07/20
06 a
12/20
06
01/20
07 a
06/20
07
07/20
07 a
12/20
07
01/20
08 a
06/20
08
07/20
08 a
12/20
08
Em %Bandeiras LíderesOutras Bandeiras Bandeira Branca
PREÇOS MÉDIOS
2,30
2,35
2,40
2,45
2,50
2,55
2,60
2,65
set.06
nov.0
6jan
.07
mar.07
mai.07
jul.07
set.07
nov.0
7jan
.08
mar.08
mai.08
jul.08
set.08
nov.0
8
Em R$/L
Amostra total Amostra não conforme
ESPECIFICAÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Destilação Octanagem Álcool anidro Outros
PREÇOS MÉDIOS (Em R$/L)Amostra
totalAmostra não
conformeSet-06 2,621 2,520Out-06 2,614 2,547Nov-06 2,610 2,559Dez-06 2,592 2,565Jan-07 2,584 2,503Fev-07 2,572 2,480Mar-07 2,570 2,500Abr-07 2,588 2,494Mai-07 2,592 2,508Jun-07 2,577 2,547Jul-07 2,561 2,502Ago-07 2,550 2,499Set-07 2,545 2,451Out-07 2,530 2,484Nov-07 2,522 2,497Dez-07 2,524 2,464Jan-08 2,530 2,495Fev-08 2,514 2,454Mar-08 2,535 2,449Abr-08 2,547 2,469Mai-08 2,498 2,534Jun-08 2,494 2,500Jul-08 2,495 2,522Ago-08 2,499 2,518Set-08 2,504 2,518Out-08 2,509 2,576Nov-08 2,510 2,553Dez-08 2,511 2,508
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 41
GASOLINA
QUALIDADE
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
42 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GASOLINA
QUALIDADE
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE NÃO CONFORMIDADES
2005
2007 2008
2006
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 43
GASOLINA
PREÇOS E VOLUME
PREÇO MÉDIO
VENDAS DAS DISTRIBUIDORAS
22,63 22,21 22,6121,79
23,17 23,55 24,01 24,3325,17
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em bilhões de litros
1,487
1,817 1,814
2,026
2,232 2,161 2,1611,735
2,072 2,082
2,312
2,541 2,504 2,501
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em R$/L
Distribuidoras Postos
Fonte: ANP
Fonte: ANP
44 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GASOLINA
MARGENS
MARGEM MÉDIA ABSOLUTA DAS DISTRIBUIDORAS
0,04
0,05
0,06
0,07
0,08
0,09
0,10
0,11
0,12
0,13
0,14
0,15
2005 2006 2007 2008
Em R$/L
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
MARGEM MÉDIA ABSOLUTA DOS POSTOS
0,20
0,22
0,24
0,26
0,28
0,30
0,32
0,34
2005 2006 2007 2008
Em R$/L
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
MARGEM MÉDIA RELATIVA DAS DISTRIBUIDORAS
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
2005 2006 2007 2008
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
MARGEM MÉDIA RELATIVA DOS POSTOS
8%
9%
10%
11%
12%
13%
14%
15%
2005 2006 2007 2008
BR Ipiranga Esso Chevron
Shell Branca Outras Média
Fonte: Fecombustíveis Fonte: Fecombustíveis
Fonte: FecombustíveisFonte: Fecombustíveis
Nota: A margem média abrange as capitais dos Estados da BA, MG, PA, PE, PR, RJ, RS, SP e o Distrito Federal
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 45
GASOLINA
MERCADO
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS LÍDERES
0%
3%
6%
9%
12%
15%
18%
21%
24%
27%
30%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BR IPIRANGA SHELL/SABBA CHEVRON ESSO
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS
66% 67% 68% 66% 67% 69% 67% 69% 70%
34% 33% 32% 34% 33% 31% 33% 31% 30%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LÍDERES OUTRAS
Fonte: ANP
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008BR 19% 20% 22% 21% 22% 24% 24% 26% 28%IPIRANGA 15% 15% 15% 15% 16% 16% 16% 16% 13%SHELL/SABBA 11% 11% 11% 11% 10% 10% 10% 11% 12%CHEVRON 9% 8% 8% 9% 9% 9% 9% 9% 9%ESSO 13% 13% 12% 11% 10% 9% 8% 8% 7%Fonte: ANP.Nota: O market share da BR em 2008 inclui a Alvo, que corresponde a 2%.
Fred
Alv
es
48 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
ÁLCOOL
As vendas de álcool hidratado somaram 13,3 bilhões de litros em 2008. Trata-se de um volume histórico, pois pela primeira vez superou as vendas do produto re-gistradas durante o boom do álcool na década de 1980. Além disso, desde 2000, as vendas nas bombas de combustíveis aumentaram quase três vezes.
Os motivos para o avanço são claros. A introdução dos carros equipados com motores flex é a principal delas. Os dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) indicam que, em 2008, esse tipo de veículo respondeu por nada menos do que 70% da produção de automóveis e comerciais leves, ou 2,25 milhões de carros. Desde março de 2003, já foram vendidos 6,95 milhões de unidades equipadas com essa tecnologia.
A escalada da venda do álcool começou exatamente um ano depois do surgimento do flex. Até então o produto encontrava-se em baixa no mercado desde o início da década de 1990, quando uma crise de oferta acabou com a credibilidade do álcool e arranhou a imagem do setor.
O ano de 2003 marcou o menor volume de vendas de hidratado no país desde o começo do século: 3,25 bilhões de litros. No ano seguinte, as vendas deram um salto de 39%, para 4,5 bilhões de litros, puxados por uma queda de preços atípica. Em 2005, o crescimento foi modesto, de apenas 3%, em virtude da recuperação do preço do produto. A partir de então, o mercado do combustível renovável cresce em taxas de dois dígitos anuais.
Ao final de 2006, o país tinha vendido 6,2 bilhões de litros de álcool hidra-tado, aumento de 32%. Em 2007, um salto de 51% levou o mercado para 9,4 bilhões de litros. E no ano passado o aumento foi de 42%.
Paradoxalmente, 2008 também marcou o início de uma crise profunda no setor. Mais do que simples reflexo da crise financeira internacional, ela brotou exatamente na pujança do setor nos anos anteriores. O número de usinas aumen-tou significativamente. Ao final de 2008 eram 418 unidades produtivas. Destas, 403 são capazes de produzir o combustível feito a partir da cana-de-açúcar.
O imenso aporte de investimentos fez a oferta aumentar em ritmo mais acelerado do que a demanda, prejudicando os preços aos produtores. A esperada abertura de mercados internacionais para o produto não foi tão veloz quanto se pensou. Embora o volume exportado também tenha crescido significativamente nos últimos dois anos, ele não foi suficiente para evitar uma enxurrada de álcool no mercado doméstico.
O resultado foi uma queda nos preços em 2007 e 2008. A média de preços em 2006 para os produtores foi de R$ 0,9017 por litro. Em 2007 esse valor caiu para R$ 0,7101 por litro e em 2008 se manteve praticamente no mesmo patamar: R$ 0,7176.
Com preços deprimidos, os planos de negócios das empresas não chegaram a render o que a promessa do eldorado verde de anos atrás indicava. Ao final do ano, quatro grupos importantes de quatro regiões distintas do país entraram com pedido de recuperação judicial.
A gota d’água foi a crise internacional que aumentou os juros e reduziu a oferta de crédito. Isso prejudicou os exportadores e debilitou o fluxo de caixa das usinas. A avaliação de crédito de algumas usinas, que já não era boa, ficou ainda pior.
Uma das usinas mais tradicionais do país, localizada no coração da região sucroalcooleira, a Albertina, apareceu entre as vítimas. Outros grupos que pre-cisaram recorrer à Justiça foram: Naoum (GO), João Lyra (AL) e Bezerra de Melo (RS). Além disso, algumas usinas começaram a negociar reestruturação no capi-tal para não seguir pelo mesmo rumo.
O baixo nível de preços do produto nos dois últimos anos foi repassado ao consumidor, porém de forma desigual. Os preços pagos pelo mercado mostram que a margem da revenda oscilou para baixo ao longo de 2008. No começo do
Biocombustível registra recorde histórico de volume
Os preços pagos pelo mercado mostram que a
margem da revenda oscilou para baixo ao longo de
2008. No começo do ano, os postos ficavam com ape-nas R$ 0,259 dos R$ 1,496
cobrados do consumidor. Ao final de 2008 este valor
estava em R$ 0,256. No caso das distribuidoras,
o preço médio praticado no começo do ano era de R$ 1,237 e em dezembro
estava em R$ 1,257
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 49
ÁLCOOL
TRIBUTOS
26% do preço do álcool são ICMS,
Pis e Cofins
ALÍQUOTA ICMS
Alíquota nominal em 2008
AC 25%AL 27%AM 25%AP 25%BA 19%CE 25%DF 25%ES 27%GO 26%MA 25%MT 25%MS 25%MG 25%PA 30%PB 25%PE 25%PI 25%PR 18%RJ 24%RN 25%RO 25%RR 25%RS 25%SC 25%SE 27%SP 12%TO 25%
ESTIMATIVA DE ÁLCOOL HIDRATADO CLANDESTINO EM 2008 (Em litros)
ANP SINDICOM FECOMBUSTÍVEISPercentual 6% 11% 22%
Quantidade 797.405.750 1.461.910.542 2.923.821.084
Quantidade em carretas de
30.000 litros26.580 48.730 97.461
Vendas por posto 22.675 41.572 83.143
Fonte: Fecombustíveis
COMPOSIÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
33%38% 36% 35%
67%62% 64% 65%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
2005 2006 2007 2008
PIS/Cofins ICMS
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
0,61,0
1,2
1,8
1,21,6
2,2
3,3
1,8
2,6
3,4
5,0
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
2005 2006 2007 2008
Em R$ bilhões
PIS/Cofins ICMS Total
CARGA TRIBUTÁRIA/FATURAMENTO28%
25% 24% 26%
0%4%7%
11%14%18%21%25%28%
2005 2006 2007 2008
FATURAMENTO
6
10
14
20
0
5
10
15
20
25
2005 2006 2007 2008
Em R$ bilhões
MERCADO INFORMAL DE ÁLCOOL ANIDRO E HIDRATADO
21%
25%
33%
27%
11%13% 13%
15%15%
13%
2% 3%
13%
22%
17%
13%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Hidratado Anidro
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: ANP
50 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
ÁLCOOL
ano, os postos ficavam com apenas R$ 0,259 dos R$ 1,496 cobrados do consu-midor. Ao final do ano este valor estava em R$ 0,256. No caso das distribuidoras, o preço médio praticado no começo do ano era de R$ 1,237 e em dezembro estava em R$ 1,257. O valor necessário para pagar os impostos e dar retorno ao capital das distribuidoras, a margem bruta, subiu de R$ 0,485 em média em 2007 para R$ 0,519 em 2008. Contudo, é necessário considerar que houve um pequeno aumento da arrecadação tributária do álcool em 2008 sobre o total faturado, passando de 24% para 26%.
A arrecadação tributária total cresceu mais que o faturamento com o álcool hidratado. Enquanto as vendas aumentaram 41,9%, o valor arrecadado com ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade So-cial) em 2008 subiu 47% para R$ 5 bilhões.
Distribuição
Em 2008, as maiores distribuidoras do país, reunidas no Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), consegui-ram aumentar sua participação no mercado de álcool pelo segundo ano consecu-tivo passando de 53% para 55% do total vendido no país. O avanço deve-se a mudanças na legislação e de mais e melhor fiscalização por parte das secretarias da Fazenda e da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Esses fatores combinados também influenciaram o desempenho da arrecadação.
O resultado das vendas poderia ter sido ainda melhor do que o registrado ao final do ano. Como dito anteriormente, a crise afetou muitas usinas e uma parcela delas começou a desovar o produto no mercado sem pagamento de impostos.
Dados disponíveis de mercado indicam que a taxa de sonegação no setor ainda é elevada. Quando se compara o volume de vendas das distribuidoras reunidas no Sindicom nos mercados de gasolina e álcool, percebe-se uma clara diferença de market-share.
Embora o único fator que justifique isso não seja a sonegação, especialistas consideram que ele é o principal. Ao final do ano esta diferença indicava um percentual de etanol sonegado em torno de 22%. Ou seja, 2,9 bilhões de litros, o que equivale a 97.461 carretas de 30 mil litros cheias de álcool.
O Sindicom estima que o volume de álcool sonegado seja de 1,4 bilhão de litros, ou 11% do mercado – o equivalente a 48.730 carretas de 30 mil litros do produto. Já a ANP fala em 6% do mercado, ou 798 milhões de litros (26.580 carretas).
No passado, a situação já foi pior, com índices superiores a 40%, mas o mo-mento delicado pelo qual passam as usinas demanda atenção das autoridades para a situação não ficar ainda pior.
Do ponto de vista da qualidade do combustível, os dados da ANP indicam uma melhora consistente do mercado. O índice geral de não-conformidade para o combustível caiu de 12,6% em 2002 para apenas 2,3% em 2008. Entre as ra-zões para esta redução estão a marcação do álcool anidro, a introdução da nota fiscal eletrônica, redução de alíquotas de ICMS, principalmente no maior Estado produtor do país - São Paulo -, a entrada em vigor da Medida Provisória 413 (o produtor fica responsável por 40% do PIS e Cofins do álcool e o distribuidor, por 60%) e aumento das ações de inteligência e ostensivas em fiscalização.
Quando se analisa o índice de não-conformidade por bandeira, o segundo se-mestre de 2008 indicou que os postos bandeira branca apresentaram um índice de não-conformidade menor, de 3%, do que o identificado entre as bandeiras regionais (4,4%). Já as distribuidoras líderes de mercado apresentaram índice de apenas 1,4%.
Outro fator que chama a atenção é que o preço das amostras em não-con-formidade são, consistentemente, maiores do que a média de mercado. A única exceção neste quesito em 2008 foi registrada no mês de março. Em todos os demais meses, o produto reprovado era mais caro do que o que seguia as normas da ANP.
Dados disponíveis de mercado indicam que a taxa de sonega-
ção no setor ainda é elevada. Quando se compara o volume
de vendas das distribuidoras reunidas no Sindicom nos
mercados de gasolina e álcool, percebe-se uma clara diferença de market-share. Ao final do ano esta diferença indicava um percentual de etanol sonegado em torno de 22%. Ou seja, 2,9 bilhões de litros, o que equiva-le a 97.461 carretas de 30 mil
litros cheias de álcool
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 51
ÁLCOOL
QUALIDADE
EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE NÃO CONFORMIDADE
7,3
10,3
12,6
9,6
7,46,5
3,83,1
2,30
2
4
6
8
10
12
14
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em %
Em %
NÃO CONFORMIDADE POR BANDEIRA
4,03,5
2,1 2,3 2,11,5 1,4
6,26,9
4,1
10,5 10,7
4,8 4,94,4
5,0
3,5
2,0
4,4
2,73,4
2,52,6 3,0
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
01/20
05 a
06/20
05
07/20
05 a
12/20
05
01/20
06 a
06/20
06
07/20
06 a
12/20
06
01/20
07 a
06/20
07
07/20
07 a
12/20
07
01/20
08 a
06/20
08
07/20
08 a
12/20
08
Bandeiras LíderesOutras Bandeiras Bandeira Branca
PREÇOS MÉDIOS
1,21,31,31,41,41,51,51,61,61,71,71,81,81,91,9
set.06
dez.0
6mar.
07jun
.07set
.07de
z.07
mar.08
jun.08
set.08
dez.0
8
Em R$/L
Amostra Total Amostra não conforme
ESPECIFICAÇÃO DA NÃO CONFORMIDADE
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Teor álcoolico Condutividade pH Outros
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
PREÇOS MÉDIOS (Em R$/L)Amostra
totalAmostra não
conformeSet-06 1,698 1,718Out-06 1,698 1,718Nov-06 1,698 1,718Dez-06 1,602 1,755Jan-07 1,669 1,779Fev-07 1,658 1,790Mar-07 1,653 1,806Abr-07 1,738 1,805Mai-07 1,738 1,755Jun-07 1,555 1,684Jul-07 1,455 1,492Ago-07 1,405 1,430Set-07 1,411 1,390Out-07 1,380 1,454Nov-07 1,445 1,558Dez-07 1,534 1,578Jan-08 1,543 1,624Fev-08 1,511 1,712Mar-08 1,668 1,534Abr-08 1,537 1,699Mai-08 1,482 1,530Jun-08 1,459 1,603Jul-08 1,463 1,563Ago-08 1,469 1,688Set-08 1,483 1,703Out-08 1,506 1,676Nov-08 1,511 1,695Dez-08 1,512 1,712
52 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
ÁLCOOL
QUALIDADE
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DE NÃO CONFORMIDADES
2005
2007 2008
2006
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 53
ÁLCOOL
PREÇOS E VOLUMEPREÇO MÉDIO DO ÁLCOOL HIDRATADO
PREÇO MÉDIO DO ÁLCOOL ANIDRO NA USINA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
jan.02
out.0
2jul
.03ab
r.04
jan.05
out.0
5jul
.06ab
r.07
jan.08
out.0
8
Em R$/L
São Paulo Alagoas
PREÇO MÉDIO DO ÁLCOOL HIDRATADO NA USINA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
jan.02
out.0
2jul
.03ab
r.04
jan.05
out.0
5jul
.06ab
r.07
jan.08
out.0
8
Em R$/L
São Paulo Alagoas
VOLUME COMERCIALIZADO PELAS DISTRIBUIDORAS
4,60
3,50 3,793,25
4,51 4,67
6,19
9,37
13,29
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em bilhões de litros
0,815
1,0770,939
1,173
1,461
1,238 1,2321,038
1,3471,212
1,377
1,676
1,492 1,484
0,000
0,250
0,500
0,750
1,000
1,250
1,500
1,750
2,000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em R$/L
Distribuidoras Postos
São Paulo AlagoasJan-02 0,599 0,533Out-02 0,650 0,665Jul-03 0,586 0,797Abr-04 0,463 0,629Jan-05 0,885 0,951Out-05 0,938 0,955Jul-06 1,036 1,141Abr-07 1,073 1,018Jan-08 0,786 0,868Dez-08 0,881 0,945Fonte: CEPEANota: Preços sem impostos.
São Paulo AlagoasJan-02 0,521 0,518Out-02 0,580 0,591Jul-03 0,476 0,697Abr-04 0,416 0,532Jan-05 0,763 0,853Out-05 0,820 0,856Jul-06 0,898 1,022Abr-07 0,941 0,932Jan-08 0,697 0,776Dez-08 0,738 0,759Fonte: CEPEANota: Preços sem impostos.
Fonte: ANP
Fonte: ANP
54 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
ÁLCOOL
MARGENS
MARGEM MÉDIA ABOLUTA DA REVENDA
0,223
0,271 0,272
0,204 0,215
0,254 0,252
0,000
0,050
0,100
0,150
0,200
0,250
0,300
0,350
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em R$/L
MARGEM MÉDIA RELATIVA DA REVENDA
22%20%
23%
15%13%
17% 17%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em %
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 55
ÁLCOOL
MERCADO
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS LÍDERES
0%
5%
10%
15%
20%
25%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
BR IPIRANGA SHELL/SABBA CHEVRON ESSO
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS
47% 47%
45%46%
44%
55%53% 53%
55%54%
56%
45%47%
53%
54%53%
46%
47%
40%
43%
46%
49%
52%
55%
58%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
LÍDERES OUTRAS
Fonte: ANP
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008BR 13% 14% 15% 16% 15% 17% 15% 18% 19%IPIRANGA 11% 11% 11% 11% 12% 14% 11% 12% 12%SHELL/SABBA 8% 8% 8% 7% 8% 10% 8% 11% 13%
CHEVRON 7% 6% 6% 5% 6% 7% 6% 7% 7%ESSO 8% 8% 7% 6% 5% 5% 4% 5% 5%Fonte: ANP.
Fred
Alv
es
58 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GNV
Em compasso de espera
Nos últimos anos, o mercado de gás enfrentou vários problemas, fazen-do com que o combustível perdesse espaço principalmente para o álcool. Em 2008, apesar do aumento do número de conversões veiculares, o volume de vendas do GNV (gás natural veicular) caiu 5,72% em relação a 2007. Hoje, a participação do produto na matriz de combustíveis veiculares chega a apenas 3,4%, ante 4,3% em 2007.
Embora o GNV ainda seja considerado competitivo para os veículos leves, as turbulências que o segmento enfrentou nos últimos anos continuam gerando efeitos negativos no mercado. Desde 2007, quando o Brasil passou a cogitar a possibilidade de enfrentar um apagão elétrico, por conta dos baixos níveis dos reservatórios e do volume insuficiente de chuvas, o mercado de gás caminha a passos lentos. Na ocasião, o governo brasileiro optou por criar um plano de contingência, privilegiando o abastecimento de indústrias e termelétricas, em detrimento do uso de gás para fins veiculares.
Em 2008, novos problemas afetaram o setor de gás no Brasil. Desta vez, questões políticas na Bolívia levaram à interrupção temporária no fornecimento do produto, por meio do Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil). Na época, o Brasil importava 31 milhões de metros cúbicos de gás do país vizinho diariamente. Mais uma vez, falou-se em contingenciamento. Termelétricas teriam prioridade, depois indústrias, usuários residenciais e, por fim, o abastecimento de veículos. O cenário não era propício a investimentos em infraestrutura para permitir o uso veicular do combustível.
Com isso, o consumidor ficou receoso em apostar no gás, e o reflexo foi a diminuição do ritmo de conversões de automóveis. Apesar de a frota de veículos movidos a GNV ter aumentado 8,7% em 2008, o número de conversões foi menor do que nos anos anteriores: em 2007 foram 207.124 conversões; em 2008, apenas 76.386 unidades. Porém, vale observar que as conversões não caíram somente por conta do risco representado pelo com-bustível. Ocorre que a maior parte dos veículos com potencial para uso do GNV (ou seja, que rodam grande quilometragem, como carros de frotas, táxis e outros) já havia sido convertida em anos anteriores. Mas, apesar da redução do ritmo de conversões, o Brasil ainda ocupa o terceiro lugar no ranking mun-dial, com uma frota de quase 1,6 milhão de automóveis movidos a GNV. O país fica atrás apenas do Paquistão, com mais de 2 milhões de veículos, e da Argentina, com 1,71 milhão. Entre os Estados, o Rio de Janeiro é o que conta com maior número de veículos movidos a GNV, o que corresponde a 47% da frota total, seguido por São Paulo, com cerca de 20%.
A possibilidade de escassez do GNV não foi o único fator que contribuiu para a retração do uso do combustível, como demonstra o gráfico de consumo por veículo. Nele, é possível verificar que houve acentuada queda no consumo do produto por veículo a partir de 2007. Enquanto em 2006 cada veículo movido a GNV consumia 5,46 m3 diários, em 2007 este número caiu para 4,88 m3 e em 2008 chegou a 4,05 m3. A redução deve-se ao fato de os consumidores muitas vezes optarem pelo uso de outro combustível, seja em função do preço (que aumentou nos postos, principalmente por conta da decisão de priorizar outros segmentos), seja em razão das falhas da infraestrutura de abastecimento. Mas vale observar que o índice de consumo por veículo representa uma média. Isso quer dizer que ainda existem usuários com alto consumo por veículo, enquanto outros consumidores que percorrem quilometragens menores consomem me-nos. Os veículos com menor consumo trouxeram a média para baixo.
Além do risco de falta do produto, outros elementos contribuíram para o desinteresse do mercado, como os preços mais atrativos do etanol. No Estado de São Paulo, por exemplo, a redução da alíquota do ICMS do etanol hidratado
Apesar da redução do ritmo de conversões, o Brasil ainda ocu-pa o terceiro lugar no ranking
mundial, com uma frota de quase 1,6 milhão de automó-
veis movidos a GNV. O país fica atrás apenas do Paquistão, com mais de 2 milhões de veículos, e da Argentina, com 1,71 milhão.
Entre os Estados, o Rio de Ja-neiro é o que conta com maior número de veículos movidos a
GNV, o que corresponde a 47% da frota total, seguido por São
Paulo, com cerca de 20%
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 59
GNV
VOLUME
COMERCIALIZAÇÃO DE GÁS NATURAL PELAS DISTRIBUIDORAS DE GÁS CANALIZADO
Automotivo Outros 1998 2% 98%
1999 3% 97%
2000 6% 94%
2001 8% 92%
2002 10% 90%
2003 12% 88%
2004 12% 88%
2005 13% 87%
2006 17% 83%
2007 16% 84%
2008 15% 85%Fonte: Gas Brasil
CONSUMO DE GNV POR VEÍCULO
18,41
13,45
12,46
6,88 6,36 5,99 5,99 5,67 5,23 5,71 5,46 4,884,05
0
3
6
9
12
15
18
21
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em m3 dia
COMERCIALIZAÇÃO DE GÁS NATURAL PELAS DISTRIBUIDORAS DE GÁS CANALIZADO
397 921 1.755 2.693 3.641 4.3195.897
7.124 7.380 6.43815.195
20.970
24.38025.851
32.857
39.006
34.946
39.23536.994
12.272
16.116
22.725
27.07329.492
44.90342.070
46.615
43.432
233
11.87610.675
10.907
37.176
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
50.000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em 1000m 3/dia
Automotivo
Outros
Total
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Gas Brasil
60 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GNV
para 12% fez com que este produto tivesse redução de preços e se tornasse mais vantajoso para o consumidor. Em algumas localidades até existem programas de incentivo para o GNV, como no caso do Rio de Janeiro, onde os veículos movidos a este combustível têm redução de IPVA. Mas, mesmo assim, o etanol tem se mostrado mais vantajoso.
A redução do mercado de GNV pode ser observada também nos gráficos que mostram os índices de comercialização do produto pelas distribuidoras de gás canalizado. Em 2006, 17% do gás fornecido pelas distribuidoras iam para os postos de abastecimento. Em 2007 o índice caiu para 16% e em 2008 reduziu novamente, chegando a 15%.
A falta de investimentos e incentivo ao uso do combustível por parte do governo refletiu-se na rede de abastecimento. Enquanto que entre os anos de 2000 e 2003 o número de postos fornecedores de GNV aumentou de forma expressiva, passando de 42 pontos de venda em 2000 para 1.093 em 2003, a partir de 2004 a ampliação da rede se tornou mais comedida, com a inauguração de pouco mais de cem postos a cada ano.
É certo que a abertura de novos pontos de venda de GNV está vincu-lada à ampliação da rede de consumidores e também à expansão da malha de dutos. Porém, ainda há regiões no país que comportariam novos postos; o que falta são iniciativas para viabilizar a sua abertura. O motivo é o alto custo de instalação de um posto revendedor de GNV, comparado à rentabi-lidade do produto. Novos postos de revenda só serão economicamente viá-veis se houver aumento significativo da rede de consumo. Hoje, a ampliação do número de postos revendedores provocaria a pulverização da clientela entre os pontos de venda, com consequente queda de lucratividade para todos os operadores.
A redução do número de conversões também reflete o preço elevado do gás natural, em comparação com o de outros combustíveis. Na média nacional, o preço do metro cúbico do produto chegou a R$ 1,558. E, vale destacar, este é um valor médio, calculado entre o maior e o menor preço registrado nos postos brasileiros que revendem o produto. A média dos postos em janeiro de 2008 foi de R$ 1,420, e em dezembro chegou a R$ 1,720. Ou seja, uma elevação de R$ 0,30 em um período de 12 meses. Isso fez com que os consumidores passassem a optar por outro combustível no momento do abastecimento, além de afastar potenciais usuários do produto, que podem ter alterado planos de conversão de seu veículo diante da alta de preços.
Mas, cabe ressaltar, a elevação dos preços não aconteceu somente no posto revendedor. As distribuidoras registraram aumento proporcional. Em janeiro de 2008, o preço médio entre as distribuidoras era de R$ 0,93. Em dezembro, o pre-ço chegou a R$ 1,24. Ou seja, uma elevação de R$ 0,31, praticamente idêntica à dos postos. Com a agravante que os postos que revendem o combustível têm altos custos que devem ser descontados de sua margem.
Um olhar mais atento mostra que a linha ascendente no gráfico de mar-gem absoluta apenas representa que ela acompanhou o aumento de preços do produto. Os aumentos do GNV seguiram no último ano a elevação do barril de petróleo, câmbio e IGP-M, enquanto a gasolina permaneceu sem reajuste, conforme orientação estratégica da Petrobras. Aliás, os critérios distintos de reajuste prejudicaram a competitividade do produto em relação aos demais.
A baixa rentabilidade do combustível tem gerado uma acirrada competição pelos consumidores. Isso trouxe mais uma consequência negativa para o merca-do de revenda: o surgimento de irregularidades, como as fraudes observadas em equipamentos medidores de gás em postos de São Paulo.
Mas, apesar dos dados negativos, que mostram um mercado com cresci-mento aquém do ideal, não há dúvida de que o GNV tem bom potencial de crescimento. Além de ser um combustível menos poluente e produzir melhor queima, o GNV tem desempenhado no Brasil o papel de âncora para a expan-
Além do risco de falta do produto, outros elementos con-
tribuíram para o desinteresse do mercado, como os preços mais atrativos do etanol. No Estado
de São Paulo, por exemplo, a re-dução da alíquota do ICMS do etanol hidratado para 12% fez
com que este produto tivesse redução de preços e se tornasse mais vantajoso para o consumi-dor. Em algumas localidades até existem programas de incentivo
para o GNV, como no caso do Rio de Janeiro, onde os veículos movidos a este combustível têm
redução de IPVA. Mas, mesmo assim, o etanol tem se mostra-
do mais vantajoso
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 61
GNV
PREÇOS E MARGENS
PREÇO MÉDIO DO GNV
MARGEM MÉDIA ABSOLUTA DOS POSTOS
0,320,36 0,37
0,420,46 0,46 0,47
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em R$/L
MARGEM MÉDIA RELATIVA DOS POSTOS
38%
34% 34%37% 37% 35%
30%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
0,506
0,704 0,710 0,7130,791
0,850
1,086
0,822
1,061 1,0831,133
1,2511,314
1,558
0,000
0,150
0,300
0,450
0,600
0,750
0,900
1,050
1,200
1,350
1,500
1,650
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em R$/m3
Distribuidoras Postos
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fre
d A
lves
62 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GNV
são da rede de gasodutos. A opção de uso do gás para fins veiculares trouxe também diversos aspectos positivos para o país, como o desenvolvimento da indústria fabricante de equipamentos de alta tecnologia (compressores, pai-néis de controle, manutenção de equipamentos sofisticados, painéis elétricos, subestações elétricas), e a solução para a questão do gás natural que era quei-mado na Bacia de Campos por não ter utilização. O GNV contribuiu também para que o gás natural tivesse sua participação ampliada na matriz energética nacional nos últimos dez anos, e gerou investimentos industriais e residen-ciais superiores a R$ 5 bilhões.
Com base em tudo isso, pode-se afirmar que as perspectivas para o com-bustível são boas. A tendência de desaceleração global do consumo, por conta da crise econômica internacional, deverá reduzir a demanda de gás pela indús-tria pesada e pela indústria de geração elétrica que usa gás. Além disso, o atual nível de água nos reservatórios das principais hidroelétricas do país é favorável, e existe também uma previsão de entrada em funcionamento, na Baía de Gua-nabara (RJ), da primeira unidade de GNL (Gás Natural Liquefeito), entre junho e setembro de 2009. Como consequência, a oferta do produto deve aumentar, o que resultará na queda dos preços. Também contribui para a queda o fato de o preço do gás ser estabelecido com base em uma cesta de óleos cotada em dólar e baseada no preço do petróleo. Como a cotação do barril do petróleo caiu de US$ 140, no ano passado, para cerca de US$ 45 em janeiro de 2009, os preços do gás devem seguir a mesma tendência.
Apesar dos dados negativos, que mostram um mercado
com crescimento aquém do ideal, não há dúvida de que
o GNV tem bom potencial de crescimento. Além de ser um combustível menos poluente e produzir melhor queima, o GNV tem desempenhado no
Brasil o papel de âncora para a expansão da rede de gasodu-
tos. A opção de uso do gás para fins veiculares trouxe também
diversos aspectos positivos para o país, como o desenvolvimento da indústria fabricante de equi-
pamentos de alta tecnologia, e a solução para a questão do gás natural que era queimado na Bacia de Campos por não
ter utilização
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 63
GNV
MERCADO
FROTA
4.800 9.258 18.658 57.693144.917
292.871
449.435
641.913
825.803
1.031.943
1.304.821
1.511.9451.588.331
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
1.800.000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em unidades
CONVERSÕES
147.954
192.478
4.800 4.4589.400
39.035
87.224
156.564
183.890
206.140
76.386
207.124
272.878
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em unidades
NÚMERO DE POSTOS QUE COMERCIALIZAM GNV
587
917
1093
1217
13431437
1532
1649
420
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Fonte: Gasnet e IBP
Fonte: Gasnet e IBP
Fonte: ANP e IBP
Fre
d A
lves
66 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2008
O mercado continuou difícil para o segmento de GLP em 2008, em meio à grande informalidade no setor e preços praticamente congelados na refinaria desde 2002 para o P-13, o famoso botijão de cozinha e que corresponde a cerca de 70% do consumo nacional.
No total, o mercado de GLP cresceu apenas 2,1% no ano passado, com ex-pansão ainda menor para o P-13, de 1,7%, contrastando com os números recor-des para os diversos segmentos da economia. O modesto crescimento é atribuído basicamente à melhoria da renda das famílias de classes mais baixas, beneficiadas pelo Bolsa-Família, que aos poucos estão trocando a lenha pelo gás de cozinha.
Na verdade, o fraco desempenho do setor não é novidade. Após um leve aumento no consumo do gás de cozinha durante a crise energética, o consumidor aprendeu a utilizar mais racionalmente o produto e passou a optar por fogões mais econômicos e fornos elétricos. Além disso, a inserção do gás natural em al-guns Estados do Sul e Sudeste, e especialmente em São Paulo, ajudou a reduzir a demanda por GLP.
Sem muito espaço para crescer no segmento de P-13, o esforço de revenda e distribuição tem sido por liberar o GLP para usos atualmente proibidos, como aquecimento de saunas e piscinas, ampliando assim o mercado. A justificativa do governo para não permitir novos usos é que o Brasil ainda importa GLP e, portanto, faz-se necessário garantir o fornecimento para uso doméstico.
A expectativa do setor era de que a tão sonhada auto-suficiência em GLP se concretizasse em 2009, mas os números do ano passado sinalizam que os pla-nos podem continuar na gaveta. De acordo com dados da ANP, a dependência externa de GLP reverteu em 2008 a tendência de queda dos últimos anos, saindo do patamar de 7% em 2005 para quase 17% em 2008. O resultado se deve à demanda sustentada desde 2004, sem que houvesse investimentos suficientes por parte da Petrobras para a ampliação da produção desse gás.
Preços e tributos
O preço médio do P-13 subiu para R$ 33,118 em 2008, após dois anos de va-lores no patamar dos R$ 32, o que permitiu uma discreta recuperação na margem da revenda. Quando descontado o efeito da inflação no período, entretanto, o valor do botijão de cozinha diminuiu 4,9% para o consumidor. Já o GLP destinado a outros usos registrou alta real (descontada a inflação) de 16,7% na refinaria.
O ano de 2008 também não trouxe importantes alterações na tributação do GLP, que se manteve em torno de 20% do preço final do produto. O destaque ficou por conta do Estado do Amazonas, que reduziu em outubro a alíquota de ICMS sobre o P-13 de 17% para 1%, atendendo a uma proposta do presidente Luís Inácio Lula da Silva para diminuir a cobrança de ICMS que incide no produto. Como o go-verno federal não acenou com compensações, nenhum outro Estado aderiu.
O destaque positivo para o setor no ano passado ficou por conta da retoma-da do processo de cadastramento pela ANP daqueles revendedores de GLP que foram cadastrados por distribuidoras pela antiga Portaria MINFRA nº 843/90 e estavam em operação antes da publicação da Portaria ANP nº 297/03.
O cadastramento começou em 2006, mas no ano passado a ANP decidiu abrir licitação e contratar uma empresa específica para realizar esse trabalho, o que deve garantir maior agilidade ao processo. Para se ter uma ideia da limpeza que está sendo feita no banco de dados, em 2005 havia cerca de 75 mil postos revendedores de GLP. No final de 2008, o número de autorizados pela Portaria 297 estava em 24.646 e havia outros 12.225 mil credenciados nos Estados em que o cadastro ainda não começou.
São Paulo (exceto a capital), Pará, Maranhão, Piauí e Distrito Federal e Rio Grande do Sul já concluíram o processo. E em outubro de 2008 teve início no Espírito Santo, Paraná, Goiás, Ceará, Bahia, Sergipe, Acre e Rondônia.
Após um leve aumento no consumo do gás de cozinha durante a crise energé-tica, o consumidor aprendeu a utilizar
mais racionalmente o produto e passou a optar por fogões mais econômicos e for-
nos elétricos. Além disso, a inserção do gás natural em alguns Estados do Sul e Sudeste, e especialmente em São Paulo,
ajudou a reduzir a demanda por GLP
Outro ano de mercado praticamente estagnado
GLP
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 67
TRIBUTOS
ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA DO GLP
3.247 3.3043.454 3.412
1.068 1.080 1.111 1.039
2.3732.3432.2242.180
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
2005 2006 2007 2008
Em milhões de R$
PIS/COFINS
ICMS
TOTAL
DECOMPOSIÇÃO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
33% 33% 32% 30%
67% 67% 68% 70%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
2005 2006 2007 2008
Em %
PIS/COFINS
ICMS
CARGA TRIBUTÁRIA/FATURAMENTO DO GLP
22%20% 21% 20%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
2005 2006 2007 2008
GLP
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: Fecombustíveis
68 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2008
PREÇOS E MARGENS
PREÇO MÉDIO DE GLP
20,16
25,01 25,16 24,49
26,36 26,78 26,5024,26
29,2029,98 29,79
32,1532,96 33,12
10
15
20
25
30
35
40
20022003
20042005
20062007
2008
R$/botijão 13 Kg
Distribuição Revenda
FATURAMENTO DA REVENDA DE GLP
15.038
16.400 16.924 17.433
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
20.000
2005 2006 2007 2008
Em milhões de R$
MARGEM MÉDIA ABSOLUTA
MARGEM MÉDIA RELATIVA
7,44
6,68
8,498,81
8,49
4,81
5,30
5,796,18
6,58
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
10,00
2004 2005 2006 2007 2008
Em R$/13Kg
Em %
DistribuiçãoRevenda
3027
32 33 32
1618 18 19 20
0
6
12
18
24
30
36
2004 2005 2006 2007 2008
DistribuiçãoRevenda
GLP
Fonte: Fecombustíveis
Fonte: ANP
Fonte: Sindigás
Fonte: Sindigás
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 69
MERCADO
CONSUMO APARENTE DE GLP
4.943 4.751 4.624 4.758 4.770 4.834 4.895
1.989 1.8751.622 1.655 1.596 1.605 1.728
6.9326.626
6.246 6.413 6.367 6.439 6.623
4.9575.008
1.8101.961
6.7676.969
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Em 10 3 toneladas
P13 Outros Total
DISTRIBUIÇÃO DO CONSUMO DE GLPP13 Outros Total
2000 72% 28% 100%
2001 71% 29% 100%
2002 72% 28% 100%
2003 74% 26% 100%
2004 74% 26% 100%
2005 75% 25% 100%
2006 75% 25% 100%
2007 74% 26% 100%
2008 73% 27% 100%Fonte: ANP
MARKET SHARE DAS DISTRIBUIDORAS DE GLP2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Grupo Ultragaz (1) 19% 19% 20% 24% 24% 24% 24% 23% 23%
Grupo Nacional Gás 18% 19% 19% 19% 19% 18% 18% 18% 18%
SHV Gas Brasil (2) 24% 24% 23% 24% 24% 24% 24% 23% 23%
Liquigás (3) 21% 21% 21% 21% 22% 22% 22% 22% 22%
Copagaz 7% 7% 7% 7% 7% 8% 8% 8% 7%
Outras 11% 11% 9% 4% 4% 5% 5% 6% 6%Fonte: ANPNotas:(1) Adquiriu a SPGas Distribuidora de Gas S.A (empresa pertencente a Shell) em 2003.(2): Os dados de 2000 a 2003 correspondem a Minasgás e Supergasbras, que foram adquiridas grupo SHV Gas Brasil.(3): Os dados de 2000 a 2003 correspondem à distribuidora AGIP, que foi adquirida pela BR Distribuidora em 2004 e passou a operar no mercado como Liquigás.
GLP
Fonte: ANP
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72 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Enfim, o mercado começa a ser conhecido
O segmento de lubrificantes sempre foi uma espécie de caixa-preta no mer-cado brasileiro, sem que os agentes conseguissem, por exemplo, sequer estimar o seu verdadeiro tamanho. Felizmente, essa realidade começa gradualmente a mudar. Em 2008, a ANP surpreendeu e divulgou dados para o setor, cujas ven-das de óleo acabado cresceram 8,9% até setembro, totalizando 906 milhões de litros. A expectativa do Sindlub é de que, com a redução da atividade no último trimestre do ano, a taxa de crescimento no setor tenha recuado para algo próxi-mo dos 5%, mas ainda assim um crescimento bastante vigoroso.
O forte ritmo de expansão chegou a causar alguns transtornos ao mercado. Ao contrário da política de não repassar a volatilidade do mercado externo para os preços da gasolina e do diesel, a Petrobras repassa completamente a oscilação para outros produtos, como querosene de aviação e o óleo básico, matéria-prima para produção dos lubrificantes. O resultado foi uma alta de quase 130% no preço do insumo, não repassada integralmente. Pesquisa do Sindilub mostra que os reven-dedores compraram lubrificantes, em média, 48,7% mais caros, chegando a 60% em alguns itens. O repasse para os consumidores foi em média de 30,2%.
A demanda aquecida também criou dificuldades no suprimento de óleo básico. O mercado não chegou a ficar desabastecido, mas algumas companhias tiveram até setembro problemas pontuais para comprar o insumo. Aliás, uma reclamação do setor é justamente a produção insuficiente e declinante de óleo básico. Atualmente, a produção da Petrobras se restringe apenas ao óleo de ca-tegoria 1, mas os motores mais modernos já demandam óleo de categoria 2 ou 3, que precisa ser importado.
Por falar em modernização, em 2008 tornou-se efetiva a proibição de pro-dução e comercialização dos óleos de classificação API SE, CE, CC e CD. Esse tipo de óleo, por possuir poucos aditivos e custo muito baixo, representava mais de 30% do segmento automotivo de gasolina, o que foi uma melhoria na qualidade do lubrificante comercializado no país.
Uma grande conquista do setor foi o Programa de Monitoramento da Qua-lidade dos Lubrificantes. O programa completou um ano em 2008 e não só tem retirado do mercado empresas pouco sérias, como também obrigou todas as companhias a se atualizarem e terem mais cuidado com a qualidade. Antes do programa, cerca de 60% dos lubrificantes comercializados no país estavam fora de especificação e de qualidade, com problemas desde informações no rótulo até falta de lubricidade. Em relação à qualidade, o índice de não-conformidade passou de 28% em junho de 2007 para 24,5% em dezembro, após ter chegado a 13,8%. Alguns repiques ainda são encontrados na pesquisa, em meio à gradu-al ampliação das áreas monitoradas.
Para fechar o cerco às irregularidades, a ANP revisou no ano passado as Portarias de 125 a 128 de 1999, que devem ser publicadas neste ano. Com as novas regulamentações em mãos, a expectativa é de que a Agência passe a ter maior controle sobre produção e comercialização. A próxima na lista de revisão é justamente a portaria que trata da revenda de lubrificantes. Hoje, nem a ANP sabe estimar quantos pontos de revenda de lubrificantes existem no país. Nos segmentos de solventes, TRRs e postos, o distribuidor só pode comercializar com agente autorizado e cadastrado na ANP, algo que não existe para o mer-cado de lubrificantes.
Outra boa notícia para o setor foi o percentual de 35,9% do óleo lu-brificante usado ou contaminado coletado. Tal patamar só estava previsto na Portaria Interministerial nº 464 de 2007 para 2011, o que mostra o sucesso do intenso trabalho desenvolvido por sindicatos, empresas e órgãos reguladores para cumprir o cronograma.
Pesquisa do Sindilub mostra que em 2008 os revendedores com-praram lubrificantes, em média, 48,7% mais caros, chegando a
60% em alguns itens. O repasse para os consumidores foi em
média de 30,2%. Mesmo assim, a expectativa do setor é de que o mercado tenha registrado cresci-
mento de 5% no ano passado
LUBRIFICANTES
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 73
NÃO CONFORMIDADE QUANTO AO RÓTULO
NÃO CONFORMIDADE QUANTO AO REGISTRO
NÃO CONFORMIDADE QUANTO À QUALIDADE
75,1
84,8
24,9
15,2
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2007 2008
Em %
Amostra conforme Amostra não conforme
82,485,5
17,614,5
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2007 2008
Em %
Amostra conforme Amostra não conforme
74,681,7
25,418,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
2007 2008
Em %
Amostra conforme Amostra não conforme
Fonte: ANP
Fonte: ANP
Fonte: ANP
LUBRIFICANTES
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76 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Em 2008, o setor de revenda bra-sileiro bateu seu próprio recorde de investimento em obras de pre-venção e recuperação ambiental. Mais de 2.300 revendas
passaram por reformas em todo o país apenas no ano passado. Em conjunto, elas investiram cerca de R$ 930 milhões em
prevenção de danos ambientais
O posto de serviços é um balão de oxigênio para a atividade econômica. Sem combustíveis, as cidades empacam, a economia para e a sociedade míngua. Ambientalistas sempre irão apontar o dedo para os combustíveis para dizer que também são causa de grandes problemas para a sociedade, principalmente no que se refere à poluição atmosférica.
Afinal os combustíveis fósseis são os principais causadores – ao lado do desmatamento – do aquecimento global. O fato é que o Brasil está muito à frente de qualquer outro país do mundo quando se fala em sustentabilidade do setor de combustíveis, em virtude de sua matriz energética veicular – 25% de combustíveis renováveis em relação ao volume total –, além de estar equiparado a países de Primeiro Mundo quando se refere às regras de adequação ambiental. No Brasil, os problemas de poluição estão muito mais relacionados à ineficiência dos transportes públicos do que aos combustíveis usados.
Um outro reflexo da atividade de revenda de combustíveis é o potencial
risco de contaminação do solo. Neste ponto, porém, o setor tem se des-tacado nos últimos sete anos como um dos principais in-vestidores na remediação de problemas e na prevenção de riscos. Em 2008, por exemplo, o setor de revenda brasileiro bateu seu próprio
recorde de investimentos em obras de prevenção e recuperação ambiental.
Estima-se que mais de 2.300 revendas passaram por reformas em todo o país apenas em 2008. Em conjunto, elas investiram cerca de R$ 930 milhões em prevenção de danos ambientais. O número representa cerca de 8% das revendas existentes no início de 2001, ano em que as determinações da Resolução Cona-ma (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 273 entraram em vigor.
Ao final do ano 2000, existiam no país cerca de 29.111 postos que estão seguindo cronogramas definidos pelos Estados para a adequação das instala-ções. Os postos que surgiram a partir de 2000 já foram construídos sob as regras do Conama e, portanto, representam empreendimentos com elevado grau de proteção contra danos ambientais. Todas as revendas existentes antes de 2001 precisaram realizar algum tipo de adaptação. Muitas delas necessitam fazer re-formas completas nos postos.
Os valores são tão expressivos quanto as exigências da atual legislação. A lei se compara às mais rigorosas do mundo e, com frequência, supera a de países de Primeiro Mundo. Na Itália, por exemplo, ainda é comum ver bombas de ga-solina e diesel sobre a calçada. Neste caso qualquer acidente pode gerar danos consideráveis para os estabelecimentos ao redor e pedestres. Este tipo de insta-lação precária, proibida no Brasil, também não oferece o menor controle sobre vazamentos de combustíveis, por exemplo.
O nível de segurança dos postos brasileiros é bastante elevado porque a quantidade e a funcionalidade dos equipamentos instalados pelo setor ga-rantem redundância. Isto é, se um equipamento, ou parte dele, apresenta uma falha, existe sempre uma segunda medida para evitar o dano ambiental e de segurança. Melhor exemplo disso foi o trágico acidente áereo que ocor-reu na cidade de São Paulo em julho de 2007. Um avião explodiu e pegou fogo sobre um posto de gasolina. O desastre destruiu completamente as instalações da revenda acima do solo, porém o combustível armazenado nos tanques subterrâneos ficou intacto. Mérito para as pistas concretadas, os tanques de parede dupla e outros instrumentos de prevenção de danos am-
Setor investe R$ 5,25 bilhões em prevenção de danos
MEIO AMBIENTE
Relatório d Anual a Revenda de Combustíveis 2009 77
Até 2015, a Fecombustíveis estima que o setor
terá investido mais de R$ 11,6 bilhões em
reformas ambientais, ou seja, mais de 10% dos investimentos do plano de
negócios da Petrobras entre 2008 e 2012
Em 2001, os postos começaram a se adequar à, então recente,
resolução do Conama n° 273. No começo daquele ano, existiam 29.111 revendas no país. As revendas abertas após 2001 já
foram construídas de acordo com a nova resolução e, portanto, re-
presentam empreendimentos com elevado grau de proteção contra
danos ambientais
bientais. Vale lembrar que um choque com avião é um dos maiores temores das autoridades responsáveis por ataques terroristas, pela alta capacidade de dano propiciado pelo peso da aeronave e pelo volume e energia contidos no combustível armazenado.
Além de tanques subterrâneos de paredes duplas, a lista de equipamentos exigidos dos postos modernos inclui: tubulação não-metálica, câmaras de con-tenção sob as unidades de abastecimento e de filtragem, flanges de vedação, tubos flexíveis metálicos, dispositivos para descarga selada, válvulas antitrans-bordamento, válvulas de esfera flutuante, válvulas de segurança para manguei-ra, entre outros itens.
Conforme definido pela Resolução Conama 273 são os órgãos ambientais estaduais os responsáveis pelo licenciamento ambiental dos postos. Embora a disponibilidade de informações não permita traçar um panorama detalhado por Estado, com os dados disponíveis de algumas unidades da federação e com in-formações da Abieps (Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de Serviço), o cenário consolidado mostra que o setor de revenda de combustíveis brasileiro já investiu um volume expressivo de recursos.
Os valores de 2008 são os maiores já registrados, como dito anteriormen-te. Uma retrospectiva dos anos anteriores, contudo, dá a dimensão do que já foi feito desde o começo da adequação e indica cifras elevadas em preservação ambiental no país.
Entre 2001 e 2006, a Abieps estima que 5% das revendas existentes ao final de 2000 tenham se adaptado anualmente. Ou seja, cerca de 1.450 pos-tos realizaram reformas em cada um dos anos desse intervalo. O custo médio das reformas e remediações é estimado ao redor de R$ 400 mil, a valores atuais. Ou seja, até 2006 o investimento total das revendas somou aproxima-damente R$ 3,5 bilhões.
A partir de 2007, houve um aumento dos investimentos em meio ambiente no setor. Há muitas razões que explicam isso, como o aumento das vendas no mercado, a redução de fraudes relacionadas à sonegação e à adulteração de combustíveis e exigências maiores em alguns Estados.
Em 2007, o número de revendas que passou por reforma ficou ao redor de 2.100. A valores atuais, isso representa um investimento do setor no meio ambiente de R$ 815 milhões.
Ou seja, desde o começo do século os revendedores de combustíveis brasi-leiros já investiram cerca de R$ 5,25 bilhões apenas em prevenção de danos am-bientais de postos de serviços existentes. O valor não inclui nenhum outro tipo de investimento do setor, nem a construção de novas unidades. Desde o início de 2001 foram abertos cerca de 5.900 postos no Brasil, segundo informações da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
Apesar dos valores já investidos serem muito elevados para qualquer setor,
impressiona ainda mais a projeção dos investimentos que serão feitos nos pró-
ximos anos. Até 2008, cerca de 45% dos postos existentes no início de 2001 passaram pelo processo de adequação am-biental. Logo, cerca de 16 mil postos ainda devem reformar suas instalações.
Em vários Estados essas obras seguem cronogramas determinados por órgãos
ambientais. A expectativa é que todo o parque tenha feito os investimentos em
preservação do meio ambiente até 2015.
Quando isso ocorrer, o setor terá investido mais de R$ 11,6 bilhões. A título de comparação, isso representa mais de 10% dos investimentos do plano de negócios da Petrobras entre 2008 e 2012, que é atualmente um dos maiores orçamentos de petrolíferas ao redor do mundo.
MEIO AMBIENTE
78 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Ao contrário do setor de exploração e produção de petróleo que, pelas suas características, pode se autofinanciar em grande parte, a outra ponta da cadeia de produção vive em um habitat onde mais importante do que a tecnologia de perfuração é o capital de giro.
Como o volume das obras de adequação é proporcional ao tamanho do posto e, consequentemente, ao seu movimento, poucas são as empresas do setor que têm capital disponível para investi-lo em equipamentos.
Apesar da importância social da atividade e de sua periculosidade am-biental, as mudanças introduzidas pela resolução Conama não foram acom-panhadas, como seria desejável pelo vulto do investimento, por uma linha de financiamento específica para a área.
Mesmo sem recursos para financiamento direcionados, muitas delas já rea-lizaram as reformas como já foi mostrado. Vale notar que existem três linhas de financiamento disponíveis para as revendas construírem e comprarem os equipa-mentos necessários para o processo.
A primeira e mais importante delas é via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O Cartão BNDES permite que em-presas obtenham até R$ 250 mil em financiamento para compra de equi-pamentos. O prazo mínimo é de três meses e o máximo de 36 meses. Em janeiro de 2009 a taxa de juros estava em 1,13% ao mês. Um valor menor do que a maior parte das linhas de financiamento disponíveis no mercado, mas ainda assim salgado.
MEIO AMBIENTE
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Relatório d Anual a Revenda de Combustíveis 2009 79
Outra opção é uma linha de financiamento do Bradesco, via a própria Abieps. Ela pode ser uma boa alternativa para os postos que não conseguem acessar a linha do BNDES devido a pendências tributárias ou previdenciárias, dois pré-requisitos para usar o cartão do banco oficial.
Uma terceira opção em 2008 foi o consórcio. O Recap (Sindicato do Comércio Varejista de Campinas e Região) disponibilizou um consórcio voltado para a ade-quação ambiental para seus associados. O prazo de inscrição terminou no final de outubro. Nesta modalidade, os interessados poderiam aderir a planos de 60 meses para três imóveis nos valores de R$ 154 mil, R$ 205 mil ou R$ 256 mil.
Para o menor valor, a parcela seria de R$ 2.986,78. Além de tornar a obra de adequação bastante acessível, o consórcio era fruto de uma parceria com o órgão ambiental paulista, a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), que definiria quem seriam os primeiros contemplados. Ao contrá-rio de um consórcio de automóveis, onde existem lances e sorteios para definir quem irá levar a carta de crédito a cada mês, no consórcio para adequação am-biental, o órgão define a prioridade em função da urgência da reforma.
Contudo, em virtude da crise de crédito que se abateu sobre a economia glo-bal no último trimestre de 2008 seria extremamente interessante que surgissem novas e criativas soluções para financiar este tipo de obra. Afinal, ela não interessa apenas ao empresário revendedor, mas a toda sociedade, uma vez que reduz os riscos potenciais inerentes a essa atividade que são, ao mesmo tempo, essenciais para a liberdade de locomoção e atividade profissional de todo o país.
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Mesmo sem uma batelada de novas legislações, o ano de 2008 foi importante neste quesito pois trouxe com ele a publicação de portarias e resoluções bastante pleiteadas pelo setor. Algumas delas atenderam inteiramente às reivindicações da revenda e
da distribuição de combustíveis, como a Portaria ANP nº 116/00, que combate os postos “clones”.
Outras, nem tanto, como a MP 413, em que postos e distribui-doras sugeriam o recolhimento
de PIS e Confins do álcool direto nas usinas. A solução, neste caso,
foi intermediária
O ano de 2008 não trouxe uma enxurrada de novas legislações, mas as que entraram em vigor impuseram mudanças significativas. No âmbito da ANP (Agên-cia Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o destaque ficou por conta da Resolução nº 33/08, que revisou a Portaria ANP nº 116/00, uma antiga demanda do setor. Pelas novas regras, o revendedor bandeira branca precisa ter atenção redobrada com o chamado “conjunto-imagem” de seu posto: tons, pro-porções, sequência de cores, para que não estejam dispostos de maneira igual ou semelhante à forma utilizada por outros agentes do mercado. No caso dos revendedores que decidiram virar independentes, a determinação é retirar todas as referências visuais da marca, em especial nomes e símbolos, reservados apenas a quem estiver registrado na ANP como embandeirado. Outra mudança trazida pela nova legislação foi a redução de 30 para 15 dias no prazo para o posto informar à Agência qualquer atualização cadastral referente à opção de exibir ou não a marca comercial de uma distribuidora.
Com a nova resolução em mãos, a expectativa é de que a ANP consiga agir com mais rapidez contra os postos clones, que induzem o consumidor ao erro e geram concorrência desleal com os estabelecimentos embandeirados. Até então, somente via Justiça era possível fechar esses postos, o que tornava o procedimento mais lento. Importante lembrar que a Resolução não limitou o direito do revendedor de trocar de bandeira, desde que faça a descaracterização, comunique à ANP e siga o deter-minado em contrato com a companhia.
Também em 2008, entrou em vigor a obrigatoriedade do bio-diesel e com ela algumas mudanças pontuais na legislação. Duas em especial deixaram o mercado apreensivo. A primeira foi a Resolução ANP nº 19, que acabou com a obrigação de adicionar marcador ao biodiesel. O marcador permitia identificar o percentual e a origem do produto, mas tinha a desvantagem de ser caro e protegido por confidencialidade, restringindo as análises apenas à ANP. Com isso, a Agência passou a determinar o teor de biodiesel no diesel por espectrometria na região do infravermelho, o que promete ampliar a fiscalização, permitindo inclusive a análise in loco. Até o final do ano, entretanto, continuava uma promessa.
Outra medida controversa foi trazida pela Resolução ANP nº 20, determi-nando que o diesel aquaviário só contenha biodiesel a partir de 1º de janeiro de 2011. A decisão preocupa especialmente a revenda situada em regiões com intenso uso de transporte marítimo, onde já são comuns as denúncias de diesel aquaviário comercializado como metropolitano ou interiorano, aproveitando-se da diferença de preço e de tributação.
Em dezembro, a ANP publicou ainda a Resolução nº 43, que estabeleceu as condições para o uso e a regulamentação de óleo diesel com teor de 50 partes por milhão (ppm) de enxofre, o S50, permitindo assim a entrada do novo diesel na matriz energética veicular em 1º de janeiro de 2009.
A regulamentação atendeu ao Acordo firmado em outubro pelo Ministério Pú-blico Federal, ANP, Estado de São Paulo, Ibama, Petrobras e outras partes, com o objetivo de colocar em prática a nova etapa do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores, após sucessivos atrasos no cumprimento da Reso-lução Conama 315/2002. Além da entrada gradual do S50, o acordo prevê a troca do diesel 2.000 ppm (interiorano) pelo com 1.800 ppm de enxofre em 2009 e para 500 ppm em 2014. E ficou estabelecida também a introdução do S10 para os veícu-los produzidos a partir de 2012.
O ano teve ainda novidades no front da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que publicou as NBR 15594-1 e a NBR 15594-3, sobre manutenção e operação em postos. São as primeiras normas voltadas para a orientação e padronização dos procedi-mentos e manutenção operacionais, ao invés do tradicional foco em equipamentos.
Um ano de poucas e importantes mudanças
82 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
LEGISLAÇÕES
A obrigatoriedade da mistura do biodiesel no diesel teve início em 2008. Começou com 2%, mas
logo mudou para 3%. O fim dos marcadores no biodiesel e a não obrigatoriedade de se misturar
biodiesel no diesel aquaviário fo-ram duas medidas polêmicas que deixaram o mercado apreensivo
As normas foram discutidas por quase três anos e têm como objetivo padroni-zar a operação e manutenção de postos, servindo como uma espécie de check-list para quem acabou de entrar no mercado ou mesmo para aqueles revendedores an-tigos que ainda têm dúvidas sobre algum procedimento. Com as normas listadas, é possível treinar de forma mais eficiente os funcionários do posto, além de aumentar a segurança no estabelecimento e reduzir os riscos de contaminação ambiental.
Entre as determinações trazidas pelas novas NBRs está a exigência de somente abas-tecer recipientes rígidos, certificados e devidamente fabricados para esse fim, não aceitan-do em hipótese alguma o abastecimento de garrafas PET. As normas estabelecem ainda a correta forma de abastecimento de motos e veículos automotores e fornece tabelas indi-cando as frequências com que cada manutenção deve ser realizada, entre outros itens.
Não foi dessa vez que se conseguiu concentrar nas usinas o recolhimento dos impostos federais, a exemplo do que acontece nas refinarias com gasolina e diesel, e como previa a Medida Provisória 413, de janeiro de 2008, cujo texto acabou substi-tuído, após forte pressão contrária dos usineiros. No final, adotou-se um sistema pelo qual o produtor fica responsável por 40% do PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e o distribuidor, por 60%, ante uma relação anterior de 25% e 75%, respectivamente.
Para distribuição e revenda, concentrar a tributação na produção seria um passo imprescindível para inibir a sonegação, já que usinas possuem ativos, ao contrário de muitas distribuidoras que se resumem a escritórios no nome de laranjas e que, portanto, não têm patrimônio que poderia ser confiscado.
O combate à informalidade na comercialização de álcool ganhou a ajuda nesse ano da Lei 11.727/08, que permitiu que distribuidoras e produtores optassem por pa-gar alíquotas de Pis/Cofins por litro (ad rem) ou por percentual do preço (ad valorem), e do Decreto 6.573, que reduziu as alíquotas por litro. A ideia é combater a prática de subfaturamento: declarar um preço de venda bem menor que o de fato praticado, com o objetivo de pagar menos imposto. Como a tributação por litro ficou bem menor, a luz amarela será acesa nas Secretarias de Fazenda para qualquer empresa que utilizar o sistema por preço. A má notícia é que isso em nada resolve o problema do álcool sem nota e que chega ao consumidor sem passar por qualquer registro oficial, o que só deve ser equacionado com a instalação dos medidores de vazão nas usinas, medida já prevista pelo governo, mas sem que regras e condições tenham sido determinadas.
Em 2008, o mercado de combustíveis também precisou se ade-quar à chegada da nota fiscal eletrônica, que se tornou obrigatória para produtores, importadores, distribuidoras e TRRs (Transportado-res Revendedores Retalhistas) e promete ser um importante mecanis-mo de combate à sonegação fiscal e de simplificação das operações. Todas as transações eletrônicas são acompanhadas do Danfe (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), que nada mais é do que uma impressão da nota eletrônica.
Para o segmento de conveniência, o grande destaque do ano ficou por conta da Lei 11.705, resultado da Medida Provisória nº 415, que proibiu a venda e consumo de bebidas alcoólicas nas rodovias federais do país e provocou mu-danças importantes no segmento.
O ano passado também trouxe uma decisão histórica: pela primeira vez a Justi-ça aceitou que o Procon, e não o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econô-mica), multasse uma empresa por dumping. A empresa em questão era a Esso e a condenação foi dada pelo Superior Tribunal de Justiça, após o Procon ter investigado e constatado a prática danosa com base em denúncia feita pelo Recap.
Também em 2008 tramitaram no Legislativo cerca de 200 Projetos de Lei que versavam sobre postos de serviços, propondo desde recarga de botijão em postos até instalação de câmeras filmadoras 24h nas entradas de tanques e escritórios dos esta-belecimentos, o que exige um trabalho de monitoramento constante de esclarecimen-to da atividade para os legisladores, a fim de evitar leis que prejudiquem a revenda.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 83
LEGISLAÇÕES
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Há mais de 20 anos surgiram as primeiras lojas de conveniência,
que seguiam os padrões norte-americanos: 24 horas de
atendimento, auto-atendimento, variedade de itens para as compras de emergência. O
público-alvo destas lojas era jovem de maior poder aquisitivo
86 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
Nos últimos anos, o mercado de conveniência vem passando por intensas mu-danças. Além de o setor ter se transformado em alvo de interesse de grandes grupos varejistas, surgiram novos formatos de loja, que operam por meio de contratos de licenciamento de marca. Serviços de alimentação diferenciados, acesso à internet e novas formas de organização do espaço interno são valorizados pelos clientes. Hoje,
a criatividade é o diferencial do segmento para enfrentar a concorrência.Há pouco mais de duas décadas, surgia no Brasil a primeira loja
de conveniência, uma Express instalada no posto Bola Pesada, de bandeira Shell, na capital paulista. Esta loja, que seguia padrões criados no mercado de varejo norte-americano, trouxe conceitos até então inéditos para o Brasil: funcionamento em horário 24 horas (era a única atividade de varejo alimentar que funcionava ininterruptamente), auto-atendimento, varie-dade de itens para compras de emergência. O público-alvo do empreendimen-to era o consumidor jovem com maior poder aquisitivo, que podia pagar mais pela comodidade e agilidade de atendimento. Foi assim que nasceu o conceito de conveniência em postos de combustíveis: pequenos comércios onde o con-sumidor pode encontrar as mais diversas mercadorias, 24 horas, 365 dias por ano em local de passagem ou próximo de sua residência ou trabalho, com estacionamento fácil, segurança e atendimento rápido.
A fórmula inovadora para a época era uma promessa para os revendedores ampliarem seu faturamento, atraindo e conquistando consumidores. E assim, as “lojinhas de postos” foram se espalhando pelas revendas brasileiras. Porém, o crescimento foi lento: dez anos depois da inauguração da primeira loja, havia pou-co mais de 1.500 unidades pelo Brasil, para um universo de mais de 25 mil postos revendedores. Atualmente, é difícil precisar o número de lojas de conveniência nos postos brasileiros porque há muitas independentes, sem vínculos com a bandeira ou com sindicatos. A Fecombustíveis estima que haja mais de 5.000 lojas.
Neste período, as principais bandeiras de combustíveis criaram marcas próprias de conveniência, instaladas nos postos por meio de contratos de franquia. No entanto, desde o princípio a ideia não agradou a revenda: as taxas cobradas pelas franquias eram propor-cionalmente muito altas se comparadas ao faturamento das lojas.
Por isso, as bandeiras adotaram como prática a inclusão das lojas nas negocia-ções de contratos. Ou seja, ao instalar um novo negócio ou renovar um contrato, as distribuidoras incluíam uma loja de conveniência no pacote, e o revendedor acabava aceitando.
Mas a prática mostrou que as lojas de conveniência franqueadas não eram tão rentáveis. Como alternativa para fugir das altas taxas de franquia e royalties, os revendedores passaram a optar por iniciativas independentes.
Foi em meio a este cenário pouco propício que as transformações começaram a acontecer. Surgiram experiências de instalação de outras franquias dentro das lojas (conceito conhecido como store-in-store), novas marcas apareceram, vinculadas a sindicatos de revenda e operando por meio de contratos de licenciamento de marca, e a concorrência ficou mais acirrada, com a entrada de outros varejistas no segmento (Lojas Americanas, Carrefour e Pão de Açúcar, especialmente). As preferências do consumidor norteavam as mudanças: cada vez mais, os clientes que frequen-tavam este canal de varejo buscavam comodidade, praticidade e agilidade de atendimento. Com o objetivo de racionalizar seu tempo, as pessoas passaram a comprar no caminho de casa, ou próximo dela. Além disso, o público formado
Os novos rumos da conveniência
CONVENIÊNCIA
O conceito de loja de conveni-ência mudou muito nos últimos anos. Principalmente os serviços
de alimentação aumentaram bastante. Há cafeterias, padarias, bombonières, lanchonetes e até refeições. Outra novidade desta
década foi o conceito de store-in-store, com outras marcas de fast-food operando dentro das lojas de conveniência. O consumidor
hoje quer comodidade
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 87
por solteiros, jovens casais e terceira idade passaram a fazer mais refeições fora de casa, ou optar por refeições mais práticas, como congelados, pratos semi-prontos, embalagens menores que evitam o desperdício, entre outros.
Em meio a tantas mudanças, o ano de 2008 foi uma espécie de divisor de águas neste mercado. Velhos conceitos foram derrubados e a concorrência fez com que bandeiras e empresários de revenda promo-vessem alterações profundas em seus negócios. As lojas dos sindicatos, lan-çadas entre 2006 e 2007, fizeram sucesso entre os revendedores, por oferecer maior flexibilidade de operação e demandar menores investimentos. Mas sua proposta vem se mostrando ainda pouco eficiente para garantir a preferência do consumidor. Hoje, com o aumento da competição, o consumidor tende a optar por lojas com formatos diferenciados e que ofereçam serviços inéditos. E as marcas vinculadas aos sindicatos de revenda, de modo geral, pecam pela simplicidade: ao propor menores custos de investimento, limitam a loja ao formato básico que fez sucesso no passado.
O lado bom destas lojas licenciadas é a flexibilidade de operação. Isso per-mite que o empresário incremente sua oferta de serviços, de acordo com o perfil de seu público-alvo. Iniciativas de sucesso hoje incluem serviços de alimentação mais elaborados, padarias, cafeterias diferenciadas e locais onde o consumidor pode sentar-se e ler um jornal ou acessar a internet. Uma verdadeira evolução, quando se compara estas lojas ao conceito original de conveniência.
As iniciativas de revendedores que criaram suas lojas próprias com muito sucesso, por adequar-se ao seu público-alvo, também trouxeram outro fator bastante positivo ao mercado de conveniência como um todo: as marcas que operam por meio de franquia perceberam que seu formato estava se tornando obsoleto e pouco competitivo, e começaram a mudar. As transformações foram tanto no que diz respeito aos serviços (passaram a dar mais enfoque à área de alimentação, em detrimento de outras categorias menos rentáveis, como merce-aria), quanto em relação aos investimentos.
A Shell foi a primeira bandeira a anunciar um novo formato de loja para os postos de sua rede. Hoje, as novas lojas podem ser licen-ciadas, com o pagamento de uma taxa mensal fixa, que substitui os royalties calculados percentualmente com base no faturamento.
Segundo a empresa, a mudança aconteceu porque as lojas mais antigas eram montadas com grande investimento da bandeira e, por isso, o revendedor tinha mesmo de pagar uma taxa maior. A partir de agora, as novas lojas serão mon-tadas pelos revendedores, que terão a taxa mensal relativa ao uso da marca. A própria montagem da loja terá como base um projeto mais econômico. Tudo para garantir a rentabilidade do negócio e expansão da rede.
As novas unidades da BR Mania também terão mudanças em 2009. A BR colocará em prática uma nova forma de contrato, que inclui o pagamen-to de royalties escalonados, como forma de adequar a taxa ao faturamento da rede. O valor cobrado como royalties será dividido na razão de 2/3 para royalties e 1/3 para fundo de marketing, que retorna na forma de promo-ções para o franqueado. A BR conta com um Conselho de Franqueados, com membros com tempo de mandato definido, escolhidos democratica-mente através de votação direta por todos os franqueados. Este conselho acompanha a aplicação das verbas do fundo de marketing. A BR Mania também adotou como prática o repasse às lojas dos benefícios obtidos nas relações comerciais com os fornecedores.
As transformações do setor também incluíram a mudança de operação de algumas lojas, acompanhando o processo de fusões que se verificou em 2008 no segmento de combustíveis. Lojas da Ipiranga, nas regiões Norte e Nordeste, passam para a gestão da BR; unidades da Repsol serão agora lideradas pela ALE.
CONVENIÊNCIA
A Chevron, por sua vez, passará as lojas Star Mart para a Ipiranga. As da Esso também migraram para as mãos da Cosan. Com todos estes processos se dese-nhando no setor, algumas bandeiras ainda não tinham consolidado os dados de sua rede até o fechamento desta edição. Por isso a ausência de algumas informa-ções, especialmente as relacionadas ao número de unidades de cada marca.
Outras grandes mudanças surgiram também em 2008 para o segmen-to de conveniência. Dentre elas, uma em especial desestabilizou algumas lojas, especialmente as que focavam suas ações na área de alimentação: a restrição de bebidas alcoólicas. Embora diversas pesquisas indi-quem que o consumo de bebidas alcoólicas nas lojas de con-veniência é muito baixo (1%), a medida restringiu totalmente a venda de bebidas geladas ou prontas para consumo. Agora, as conveniências podem somente vender itens alcoólicos em embalagens fechadas, orientando o cliente a consumir com responsabilidade.
A iniciativa, que em princípio caiu como um balde de água fria no setor foi absorvida e transformada em mais um pretexto para investir em serviços mais elaborados de alimentação e diversificar a oferta de bebidas para consumo local. Hoje, as lojas com melhores resultados incluem servi-ços de padaria, lanches rápidos, sucos naturais, cafés de qualidade e em alguns locais até refeições, como massas, grelhados e saladas. Além do bom atendimento, da observação das regras de operação da Anvisa (Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária) e da oferta de serviços, as lojas bem sucedidas contam com o trabalho e a criatividade do empreendedor. Mais do que nunca, para ter sucesso em um segmento que se mostra altamente competitivo, é necessário inovar e surpreender o consumidor. O futuro das lojas de conveniência passa, necessariamente, pela mudança do modelo de operação. E isso inclui desde padrões mais flexíveis e investimentos mais adequados, até novos formatos adequados às necessidades dos clientes, de modo regionalizado ou mesmo local.
FRANQUIAS Entreposto BR Mania am/pm Select Star Mart
Hungry Tiger/ Stop & Shop
Bandeira ALEBR
Ipiranga Shell Chevron EssoComo era
Novo modelo
Taxa de franquia (R$)
Analisado caso a caso 16.800 15.000 22.000 Não há * *
Royalties Analisado caso a caso 6%
Escalonados (veja detalhes
abaixo), podendo chegar
a 2% (**)
8%
Para postos da bandeira, é variável por categoria,em média 6%. Para postos de terceiros, fee fixo a partir
de R$1400/ mês
* *
Fundo de propaganda
Analisado caso a caso 2% 1/3 dos
royalties 1% 1,5% * *
Faturamento médio mensal/loja (R$)
Não informou 42.288 Não informado 55.546,87 72.000 * 75.612
Área média das lojas (m2) Não informou 67,7 47,3 70 * 82,7
* Algumas bandeiras preferiram omitir informações por conta da nova configuração do mercado, que até a data de fechamento de nossa edição não estava totalmente consolidada, dependendo de análises por parte das empresas.
** o novo projeto de escalonamento de royalties da BR funciona da seguinte forma: - 5% para os valores de faturamento na faixa de 0 a R$ 50 mil;- 4,5% sobre a parcela de valores entre R$ 50 a R$ 100 mil; - 4% sobre a parcela de valores entre R$ 100 a 200 mil; - 3% para a parcela de valores acima de R$ 200 mil.
88 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
CONVENIÊNCIA
• Obra civil: cerca de R$ 20 mil (incluindo pintura, forro e vidros nas janelas/vitrines)• Mobiliário: cerca de R$ 30 mil para lojas independentes. Para lojas de ban-deiras, considerar 15% mais. (inclui gôndolas, granitos, balcões e pias)• Equipamentos: cerca de R$ 50 mil (incluindo seis geladeiras, forno micro-ondas, expositores de alimentos, máquina para café expresso, automação)* custo médio de uma unidade com 70 metros quadrados
• Como Convém – marca vinculada à RJ Combustíveis, do Sindestado-RJ
Investimento para instalação: a partir de R$ 750 o metro quadrado. O reven-dedor recebe a loja pronta, equipada e com o “primeiro enxoval” completo (ela é entregue pronta para começar a ser operada, abastecida com cigarros, refrigerantes, biscoitos, itens de bomboière, entre outros.Taxas: O licenciamento é gratuito. Existe apenas uma taxa associativa, men-sal, de 175 UFIR.Faturamento médio: R$ 20 milÁrea de abrangência: Estado do Rio de Janeiro* Dados de dezembro de 2008
• Aghora Conveniência – marca vinculada ao Minaspetro
Investimento para instalação: a obra civil de reforma da loja é de responsabi-lidade do licenciado. Os equipamentos são fornecidos em comodato.Taxas: licenciamento - R$ 16.500 (taxa de adesão, que inclui os equipamen-tos fornecidos em comodato pela Aghora).Mensalidade fixa: R$ 250Faturamento médio: R$ 45 mil, com rentabilidade média de 10%.Área de abrangência: Minas Gerais (41 lojas), Rio de Janeiro (20 lojas). Planos de expansão para Bahia e Espírito Santo (2009) e Sul do Brasil (2010).* Dados de dezembro de 2008
• 1 Minuto Conveniência – marca vinculada à SP Combustíveis, do Recap
Investimento para construção da loja: a partir de R$ 25.000Taxas: R$ 200/mêsFaturamento médio: R$ 35 milÁrea de abrangência: Estado de São Paulo * Dados de dezembro de 2008
LICENCIAMENTO DE MARCA
INVESTIMENTO PARA MONTAR UMA LOJA*
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92 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
FECOMBUSTÍVEIS
Em defesa da categoriaO serviço mais importante prestado pela Fecom-
bustíveis e Sindicatos Filiados ao revendedor é a defesa incansável do negócio posto de combustíveis juntos aos agentes públicos, mercado e sociedade. Em países em que os empresários não estão organizados, a atividade se de-sestruturou. Afinal, sem força no Congresso, não há voz junto aos órgãos reguladores.
Nos Estados Unidos, por exemplo, 75% dos postos são operados diretamente pelas companhias. A ausência de or-ganização sindical levou ao advento do sistema self-service (o próprio consumidor aciona a bomba e abastece seu carro) e com isso os donos de postos norte-americanos se tornaram meros administradores de lojas de conveniência.
Associados à Fecombustíveis estão 34 Sindica-tos, que representam regionalmente os empresários do setor em todo o Brasil. Cada sindicato é responsável pela negociação trabalhista com os sindicatos dos trabalha-dores locais, além de prestarem serviços jurídicos, técnicos e representarem a categoria politicamente junto aos órgãos regionais de fiscalização e regulamentação.
Para facilitar o diálogo entre Fecombustíveis e Sindica-tos Filiados, a cada dois meses os presidentes dos sindicatos, que são membros do Conselho da Federação, reúnem-se em assembleia com a presidência da Fecombustíveis e executi-vos. Nestas reuniões são discutidos os principais desafios de cada Estado representado e, mais importante, as soluções para eles. Os Sindicatos Filiados contam com a ajuda técnica, jurídica e política da Fecombustíveis.
Com o intuito de trocar informações e ampliar a visão de mercado, a Fecombustíveis integra também a Claec (Co-missão Latino Americana de Empresários de Combustíveis), da qual fazem parte 18 países da América Latina. Com reu-niões semestrais, os dirigentes dos órgãos sindicais de cada país trocam experiências sobre os mercados de combustíveis em seus territórios.
Manter a estrutura atual do modelo de dis-tribuição e comercialização de combustíveis no Brasil requer um acompanhamento constante de todas as legislações que estão sendo pro-postas. Por ser o principal interlocutor junto à ANP, Ministério de Minas e Energia e Congresso, a Fecombustíveis é vista como o principal braço político da revenda, discutindo com os órgãos re-guladores quaisquer mudanças que estejam em andamento. É claro que nada disso seria possível sem a existência de sindicatos fortes e atuantes.
Por isso mesmo que a meta da Fecombustíveis para o biênio 2008 e 2009 é fortalecer os sindicatos, incrementan-do o apoio da Federação aos seus filiados. Para o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, uma das prio-ridades de sua gestão é dar suporte aos sindicatos que não têm estrutura para que possam realizar congressos, feiras,
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Nova diretoria da Fecombustíveis, eleita em 2007
O presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, fala aos empresários maranhenses
durante o 2º Encontro de Revendedores do Maranhão em junho, na capital
1º Encontro de Revendedores de Combustíveis da Baixada Santista Litoral Sul Paulista
e Vale do Ribeira, em agosto, em Santos
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Revendedores da Região Norte do país têm a opor-tunidade de ouvirem e dialogarem com dirigentes sindicais nacionais e agentes federais de mercado
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FECOMBUSTÍVEIS
fóruns e debates, possibilitando que seus revendedores te-nham mais acesso às informações e às entidades que regu-lamentam e fiscalizam o setor. Em 2008, os Sindicatos Filiados promoveram, com o apoio institucional da Fecombustíveis, em todo o Brasil 22 congressos e feiras com foco no comércio varejista de combus-tíveis e de lubrificantes.
O Sistema CNC
Ao estar filiado à Fecombustíveis, o sindicato passa a integrar também o Sicomercio (Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio). São os represen-tantes das 34 Federações filiadas que formam o Conselho e dirigem a CNC. A Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Turismo é uma entida-de sindical que representa os direitos e interes-ses dos quase cinco milhões de empreendedores. Junto com eles, é responsável pela administração do sistema SESC/SENAC.
A CNC possui assento em 150 órgãos colegiados fede-rais, onde defendem os interesses das categorias, com im-portante atuação política.
A Confederação também dispõe de um Sistema de Acompanhamento Legislativo junto aos projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional. Um departamento de téc-nicos da CNC em Brasília acompanha os projetos de interesse da entidade para garantir que os empresários sejam ouvidos antes da formulação de uma nova lei.
Assim como a Fecombustíveis presta assistência téc-nica aos seus Sindicatos Filiados, a CNC também promove seminários, palestras e divulga publicações para as Federa-ções. E foi com o auxílio da Confederação que a Fe-combustíveis e seus Sindicatos Filiados iniciaram sua participação no SEGS (Sistema de Excelência em Gestão Sindical) em abril de 2008. O projeto, cujo objetivo é direcionar a gestão das entidades sindicais por meio dos critérios de excelência, permitiu às Federações e Sindicatos participantes realizar um amplo diagnóstico gerencial (avaliações de gestão), construir planos de melho-ria, implementar práticas de gestão de excelência, construir indicadores gerenciais e realizar comparações de práticas de gestão com outras entidades do Sistema CNC. Parte in-tegrante do Plano Estratégico 2007-2020 do Sistema CNC, o projeto SEGS contou com a adesão de 32 Federações e mais de 400 Sindicatos.
No Ciclo 2009, o projeto visará otimizar a utilização dos recursos e melhorar a qualidade de atendimento às entidades. A intenção da Fecombustíveis e de seus Sin-dicatos Filiados é, através do SEGS, aprimorar sua gestão e, consequentemente, oferecer melhores serviços aos seus associados, desenvolvendo o mercado de abastecimento de combustíveis, sempre com o intuito de melhor atender aos consumidores brasileiros.
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Divulgação
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Da direita para a esquerda, o superintendente de Abas-tecimento da ANP, Edson Silva, o superintendente-ad-junto de Fiscalização da Agência, Oiama Guerra, e Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis falam a revendedores durante o 10º Simpósio Estadual dos Postos e Serviços do Espírito Santo
Campanha Contra a Exploração Sexual de
Menores lançada no Es-pírito Santo teve apoio
da Fecombustíveis, Sindicom e Sindicatos
Filiados em todo o país
Em setembro, foi a vez da Expopetro 2008, em Gramado (RS)
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Para fortalecer os sindicatos, a Fecombustíveis apoiou em 2008 eventos em Estados onde encon-tros com revendedores ainda não havia acontecido, como o caso de Tocantins
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FECOMBUSTÍVEIS
Postos & Conveniência 2008 é sucesso em Natal
Maior evento do setor de downstream em 2008, a Postos & Conveniência recebeu pelo menos 3.800 visitantes entre os dias 15 e 17 de outubro em Natal (RN). O sucesso marcou a consolidação da feira itinerante, que bianualmente acontece em diferentes regiões do país. Em 2010, a Postos & Conveni-ência deve ocorrer na Região Centro-Oeste. A primeira feira iti-nerante do setor esteve presente em Belo Horizonte, em 2006. Este ano, São Paulo será palco da Expo Postos 2009.
A feira, organizada pela Fecombustíveis, Abieps (Associação Brasileira da Indústria de Equipamen-tos para Postos de Serviços) e Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combus-tíveis e de Lubrificantes), não foi apenas sucesso no número de visitantes, mas também no de negócios. Os revendedores nordestinos conferiram os lançamentos em bombas eletrônicas que permitem a identificação de clien-tes e frentistas, leitor biométrico, consultas pela internet a informações como estoques, vendas do dia, contas a pagar, entre outros.
Representando um PIB com faturamento de R$ 160 bi-lhões anuais, receita de R$ 52 bilhões e investimentos na casa dos R$ 800 milhões, a Postos & Conveniência 2008 foi des-tacada como a maior feira de negócios já realizada em Natal.
A Região Nordeste foi escolhida para ser palco da Postos & Conveniência 2008 em função da necessidade dos reven-dedores nordestinos por melhor profissionalização, automação e tecnologia. Paralelamente à feira, aconteceu também o Fó-rum Nacional de Postos de Combustíveis, Equipamentos e Lo-jas de Conveniência e a Convenção de Revendedores da ALE.
Expo Postos & Conveniência 2009
A 5ª edição da Expo Postos & Conveniência acontece este ano em São Paulo entre os dias 16, 17 e 18 de setembro, no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte. Maior evento do setor de downstream brasileiro, a feira, que em 2009 deve contar com mais de cem expositores, é uma realização da Fecom-bustíveis, Sindicom e Abieps.
Para este ano, a organização espera um aumento de 20% no número de visitantes, que em 2007, sua última edição, já registrou o recorde de 19.280 participantes, entre donos e gerentes de postos de serviços e de lojas de conve-niência, TRRs e executivos de distribuidoras.
O foco da feira este ano será o setor de con-veniência. Para abrir o evento e ministrar palestra durante o Fórum Nacional de Postos de Serviços e Lojas de Conve-niência, a organização da Expo Postos 2009 convidou Don Longo, editor-chefe da Convenience Store News, maior publicação mundial do setor de lojas de conveniência e pos-tos de serviços, que falará sobre as principais tendências do mercado no mundo.
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Líderes sindicais, empresários, executivos e agentes de mercado participaram da Postos & Conveniência 2008,
que aconteceu em outubro, em Natal
Organizadores inauguram a Postos & Conveniência 2008
Sucesso de público na feira de Natal
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 95
FECOMBUSTÍVEIS
CNC
Fecombustíveis
Sindepac - Acre
Sindicombustíveis - AL
Sindicam - Amazonas
Sindicombustíveis - BA
Sindicombustíveis - Camboriu SC
Sinpeb - Blumenau SC
Recap - Campinas SP
Sindipetro - Caxias do Sul RS
Sindipostos - Ceará
Sinpetro - Distrito Federal
Sindipostos - ES
Sindópolis - Florianópolis SC
Sindiposto - GO
Sindcomb - MA
Sindipetróleo - MT
Sinpetro - MS
Minaspetro - MG
Sindena - Pará
Sindipetro - Paraíba
Sindicombustíveis - Paraná
Sindocombustíveis - Pernambuco
Sindipetro - Piauí
Sindestado - RJ
Sindicomb - RJ (município)
Sindipostos - RN
Sulpetro - RS
Sindipetro - Rondônia
Sindipostos - Roraima
Sindipetro - SC
Resan - Santos SP
Sindpese - Sergipe
Sindilub
Sindepro - Tocantins
SindTRR
33 Federações
Sistema Sesc/Senac
96 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
GLOSSÁRIO
ÁLCOOL ANIDRO: Misturado com a Gasolina A na distribuidora para produção da Gasolina C, a que de fato é comercializada nas bombas.
ÁLCOOL HIDRATADO: Álcool que é comercializado nas bombas dos postos.
BIOCOMBUSTÍVEIS: Combustíveis produzidos a partir de biomassa renovável.
B2: Sigla que representa a mistura de 2% de biodiesel no diesel.
B3: Sigla que representa a mistura de 3% de biodiesel no diesel.
B100: Biodiesel puro.
GASOLINA A: Gasolina sem adição de álcool, a que sai da refinaria.
GASOLINA C: Gasolina após a adição de álcool anidro na distribuidora.
GLP: Gás Liquefeito de Petróleo.
GNL: Gás Natural Liquefeito.
DOWNSTREAM: Cadeia de distribuição e revenda de combustíveis.
FLEX-FUEL: Veículos que podem ser abastecidos com álcool ou gasolina.
MARKET-SHARE: Fatia de mercado.
P-13: Botijão de GLP com 13 quilos, o mais utilizado nas residências brasileiras e conhecido como “gás de cozinha”.
PIB: Produto Interno Bruto.
PONTO DE ABASTECIMENTO: Instalação dotada de equipamentos e sistemas desti-nados ao armazenamento de combustíveis, com registrador de volume apropriado para o abastecimento de equipamentos móveis, veículos automotores terrestres, aeronaves, embarcações ou locomotivas. Destinado ao abastecimento de grandes consumidores pelas distribuidoras. Não pode revender o combustível excedente para terceiros.
POSTO BANDEIRA BRANCA: Também chamado de posto independente, por-que não está filiado a qualquer distribuidora, ou seja, não pode exibir a marca comercial das distribuidoras, mas tem liberdade para comprar de qualquer com-panhia. Deve informar na bomba a origem do produto.
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 97
GLOSSÁRIO
POSTO EMBANDEIRADO: Aquele que está vinculado a alguma distribuidora e assim declarado no cadastro da ANP. Só pode adquirir combustíveis da distribui-dora da qual ostenta a marca.
POSTOS CLONES: Postos que imitam a caracterização de marcas consolidadas no mercado, com o objetivo de ludibriar o consumidor, que pensa estar com-prando combustível de uma determina distribuidora, mas não tem qualquer ga-rantia sobre a origem do produto.
POSTO-ESCOLA: Varejista de combustíveis automotivos, com autorização da ANP para: capacitar e treinar mão-de-obra, em suas instalações, no atendi-mento adequado ao consumidor nas atividades de revenda de combustíveis automotivos; implantar e desenvolver novas tecnologias aplicadas à operação do posto de revenda e comercializar combustíveis automotivos.
REVENDEDOR VAREJISTA: Pessoa jurídica autorizada para o exercício da ativi-dade de revenda varejista de combustível automotivo. Só pode adquirir produ-tos de distribuidora, sendo vedada a compra direta da usina ou refinaria. Único agente a comercializar combustíveis no varejo para o consumidor.
SELF-SERVICE: Sistema pelo qual o próprio consumidor aciona a bomba e abas-tece seu carro, sem precisar do auxílio de um frentista. É proibido no Brasil, mas muito utilizado em outros países, como nos Estados Unidos.
STORE IN STORE: Designa a abertura de uma franquia dentro de outro estabe-lecimento comercial.
TEP: Tonelada Equivalente de Petróleo.
TRR: Transportador-Revendedor-Retalhista - Pessoa jurídica autorizada para o exercício da atividade de transporte e revenda retalhista de combustíveis, exceto gasolinas automotivas, gás liquefeito de petróleo, combustíveis de aviação e álcool combustível. Só pode adquirir de distribuidora, sendo vedada a compra direta da refinaria.
UPSTREAM: Atividade de Exploração e Produção e refinamento de petróleo.
98 Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009
BIBLIOGRAFIA
ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e BiocombustíveisAv. Rio Branco, nº 65 – 12º andar – CentroCEP 20090-004 – Rio de Janeiro – RJwww.anp.gov.br
Abieps – Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos para Postos de ServiçosAv. Fagundes Filho, 134 cj. 61 CEP 04304-000 – São Paulo – SPwww.abieps.com.br
Abegás – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás CanalizadoRua Sete de Setembro, 99, 16º andar – CentroCEP 20050-005 – Rio de Janeiro – RJwww.abegas.org.br
Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos AutomotoresAvenida Indianópolis, 496 CEP 04062-900 – São Paulo – SPwww.anfavea.com.br
CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia AplicadaAv. Pádua Dias, 11CEP 13400-970 - Piracicaba SPwww.cepea.esalq.usp.br
CERA Brazil - Cambridge Energy Research AssociatesPraça Floriano, 19 / 301 CEP 20031-050 - Rio de Janeiro - RJ www.cera.com
Denatran – Departamento Nacional de TrânsitoEsplanada dos Ministérios, Bloco T, Anexo II, 5º andarCEP 70054-900 - Brasília - DFwww.denatran.gov.br
EIA - Energy Information Administration1000 Independence Ave., SW Washington, DC 20585 – USAwww.eia.doe.gov
Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos AutomotoresAv. Indianópolis, 1967 CEP: 04063-003 - São Paulo - SPwww.fenabrave.com.br
Fergás - Associação Nacional dos Revendedores de GásAv. Luis Smânio, 552, Jd. ChapadãoCEP 13070-058 – Campinas – SPwww.fergas.com.br
IBP - Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e BiocombustíveisAv. Almirante Barroso, 52 - 26o Andar - Centro CEP 20031-000 – Rio de Janeiro – RJwww.ipb.org.br
Ministério da Agricultura, Pecuária e AbastecimentoEsplanada dos Ministérios, Bloco DCEP: 70043-900, Brasília, DFwww.agricultura.gov.br
MME - Ministério de Minas e EnergiaEsplanada dos Ministérios Bloco UCEP 70065-900 � Brasília � DFwww.mme.gov.br
PetrobrasAv. República do Chile, 65 - Centro CEP 20035-900 - Rio de Janeiro – RJwww.petrobras.com.br
Sindicom – Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de LubrificantesAv. Almirante Barroso, nº 52, sala 2002CEP: 20031-918 – Rio de Janeiro – RJwww.sindicom.com.br
Sindigás - Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de PetróleoRua da Assembléia 10, sala 3720 - Centro CEP : 20011-901 - Rio de Janeiro – RJ www.sindigas.com.br
Instituições pesquisadas
Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2009 99
BIBLIOGRAFIA
Sindilub - Sindicato Interestadual do Comércio de LubrificantesAv. Imperatriz Leopoldina, 1905, Cj. 21 - Vila Leopoldina CEP: 05305-007 – Sãowww.sindilub.org.br
Udop - União dos Produtores de Bioenergia Praça João Pessoa, 26CEP: 16010-450 – Araçatuba – SPwww.udop.com.br
Unica – União da Indústria de Cana-de-AçúcarAv. Brigadeiro Faria Lima, 2179 - 9° andar - Jardim Paulistano CEP: 01452-000 - São Paulo – SPwww.unica.com.br
Publicações Pesquisadas
Sites:
Agência Petrobras de Notícias www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br
Gás Brasil www.gasbrasil.com.br
GasNet www.gasnet.com.br
Revistas e boletins:
Abastecimento em números Publicação mensal da Superintendência de Abastecimento da ANP
Combustíveis & Conveniência Publicação mensal da Fecombustíveis www.fecombustiveis.org.br/revista
Equipe Esso Edição comemorativa – ano 16, nº 155, 17 de janeiro de 2002
Sindilub Press Publicação mensal do Sindilub
Livro:
Na trilha do sucesso: Uma História da Revenda de Com-bustíveis, de Roberto Nogueira Ferreira – R.N. Ferreira - 1999
Agradecimentos
Áldo Guarda Diretor Técnico da Fecombustíveis
Álvaro Chagas Presidente da Fergás
Carlos Orlando Enrique da Silva Superintendente-adjunto de Abastecimento da ANP
Deborah Amaral dos Anjos Advogada da Fecombustíveis
Edson Silva Superintendente de Abastecimento da ANP
Eduardo Freitas Coordenador de Lubrificantes do Sindicom
Fernando Rennó Presidente do Grupo Redep (Revendedora de Derivados de Petróleo)
Gustavo Sobral Diretor de GNV da Fecombustíveis
José Alberto Miranda Cravo Roxo Membro do Conselho Editorial da revista Combustíveis & Conveniência
José Cláudio Correra Diretor da MPP e professor de Marketing da FEA - USP
Leonardo Caldas Gerente-Executivo de Autorizações da ANP
Leonardo Canabrava Consultor jurídico da Fecombustíveis
Luiz Henrique Sanches Diretor-Presidente da Rede Galápagos
Ruy Ricci Diretor-Executivo do Sindilub
Sérgio Bandeira de Mello Presidente do Sindigás
RELATÓRIO ANUAL DA REVENDA DE COMBUSTÍVEIS 2009
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