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A BRINQUEDOTECA COMO AGENTE POTENCIALIZADOR DE DESENVOLVIMENTO MOTOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor a: Maira Conceição TavaresOrientador: Ph. D Ronaldo Rodrigues da Silva
Brasília - DF 2012
Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física
Trabalho de Conclusão de Curso
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MAIRA CONCEIÇÃO TAVARES
A BRINQUEDOTECA COMO AGENTE POTENCIALIZADOR DE
DESENVOLVIMENTO MOTOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Artigo apresentado ao curso graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. Ph. D Ronaldo Rodrigues da Silva
Brasília
2012
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Artigo de autoria de Maira Conceição Tavares, intitulado “A BRINQUEDOTECA COMO
AGENTE POTENCIALIZADOR DE DESENVOLVIMENTO MOTOR NA EDUCAÇÃO
INFANTIL”, apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em
Educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 24 de novembro de 2012,
defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:
Prof. Ph.D Ronaldo Rodrigues da Silva
Orientador
Educação Física – UCB
Prof. Msc. Fabio Antônio Tenório de Melo
Educação Física – UCB
Brasília
2012
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A BRINQUEDOTECA COMO AGENTE POTENCIALIZADOR DE DESENVOLVIMENTO MOTOR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
TAVARES. Maira Conceição SILVA, Ronaldo Rodrigues da
RESUMO: A brinquedoteca é um espaço instituído com a finalidade de proporcionar estímulos para que as crianças possam brincar livremente. A brinquedoteca implantada no CAIC da Região Administrativa do Areal foi um ambiente criado para proporcionar brincadeiras e atividades orientadas por um profissional de Educação Física e outros, às crianças da pré-escola que se encontram na faixa etária de 05 a 06 anos. O desenvolvimento motor é a contínua alteração do funcionamento de um individuo, onde uma maior capacidade de controlar os movimentos é adquirida ao longo do tempo. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar o nível desenvolvimento motor de crianças de acordo com os estágios dos padrões de movimentos fundamentais, amplia-los por meio da brinquedoteca. O instrumento utilizado foi uma versão adaptada da matriz de análise dos padrões de movimentos fundamentais proposto por Gallahue e Ozmun (2005), onde foram utilizados 07 testes divididos em três estágios: inicial, elementar e maduro. Para avaliação, foi utilizada duas turmas, um grupo controle e a principal. Os resultados desta pesquisa foram: o desenvolvimento motor da turma principal foi ampliado comparado ao momento inicial da pesquisa, p = 0,000, e comparado à turma grupo controle com resultado com nível de significância p = 0,014, sendo o nível crítico considerado p ≤ 0,05, demonstrando que a implantação da brinquedoteca na educação infantil é mais uma opção de melhorar o nível de desenvolvimento motor de crianças. Palavras-chave: Brinquedoteca. Desenvolvimento Motor. Educação Infantil.
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INTRODUÇÃO
A lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 do Governo do então Presidente Collor de
Melo, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), também destaca o
brincar, o esporte e o divertir-se, sendo dever tanto do estado como da família proporcionar
atividades para que a criança possa desfrutar do seu direito (BRASIL, 1990).
Segundo Cunha (1997), as crianças estão limitadas a brincar na rua ou a não brincar,
pois as escolas não estão trabalhando de forma efetiva o ECA, deixando essas dentro das salas
de aula praticando atividades pedagógicas e esquecendo da importância do movimento nesse
período da vida. È necessária à implantação da brinquedoteca em escolas da educação infantil,
pois se infere que a cultura do movimento e sua importância não esta sendo destaque na
educação infantil como componente curricular, vindo a ser orientada com a presença da
disciplina de Educação Física somente no ensino fundamental II.
A criança da creche até as series inicias podem adquirir maior possibilidade de obter
déficits em relação ao seu comportamento motor, pois esse não é incentivado nem orientado
por nenhum profissional da área de Educação Física, tornando relevante a inserção de
brinquedotecas nesse estágio de desenvolvimento, onde as crianças que não possuem um
repertório motor totalmente maduro possam aperfeiçoar as habilidades adquiridas pela
maturação e incorporar novas habilidades pela experiência.
Segundo Silva (2010) a brinquedoteca é uma nova instituição que surge para
proporcionar à criança um espaço destinado para brincadeiras, que terá como método
atividades orientadas e dirigidas para que a criança possa ampliar seu esquema corporal sendo
esse executado por um profissional de Educação Física.
Trata-se de um espaço para cumprir com o desenvolvimento integral da criança, tornando
efetivas as práticas para acrescer o cognitivo, afetivo e social através da consciência e percepção
corporal que são importantes para delimitar os limites do próprio movimento e dos outros e
aperfeiçoar as suas potencialidades motoras que serão fatores exploratórios para o conhecimento
do mundo por meio do ato de brincar e os brinquedos.
A inserção de um ambiente para incentivar as crianças a brincarem e assim
desenvolverem suas potencialidades será uma coerência com os objetivos do Estado e da
família em garantir o direito da criança de brincar e divertir-se, além de ser uma preocupação
com o desenvolvimento dessas, focando que as potencialidades motoras das crianças devem
ser plenamente exploradas. “Cultivai a inteligência de vossos alunos, mas cultivai antes de
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tudo, o seu físico por que é ele que vai orientar o desenvolvimento intelectual; fazei primeiro
vosso aluno são e forte para podê-lo inteligente e sábio” (BONONINO, 1931, p.77).
Desde o nascimento, o indivíduo se relaciona com o mundo através de movimentos,
dos movimentos reflexos até aos movimentos especializados e complexos. O indivíduo se
manifesta através da motricidade. Desta forma, a evolução biológica e o contato com o meio
externo, faz com que permite que a criança construa seu vocabulário motor através de uma
aprendizagem maturacional e orientada.
Autores como Gallahue e Ozmun (2005) referem-se ao desenvolvimento motor em
uma nova abordagem, como uma alteração contínua do comportamento motor ao longo do
ciclo da vida, proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do
indivíduo e as condições do ambiente. Pode-se afirmar que para a criança obter um
desenvolvimento motor diversificado há uma necessidade de ampliar seu repertório motor por
meio de atividades. Essas podem ser transmitidas através de jogos e brincadeiras, onde a
criança encontra prazer para realizar a prática.
Portanto o objetivo dessa pesquisa foi analisar se a implantação da brinquedoteca em uma
política educacional infantil trouxe benefícios no desenvolvimento motor, por meio de
brincadeiras e atividades orientadas e dirigidas.
MATERIAIS E METÓDOS
População
Crianças frequentadoras da educação infantil na fase da pré-escola do Centro de
Atendimento Integrado da Criança (CAIC) da Região Administrativa do Areal - DF.
Amostra
Foi composta por n = 44 crianças, divididas em duas turmas com 22 crianças cada, a
turma principal com 08 do sexo feminino e 14 do sexo masculino, e a turma controle com 11
de cada sexo, na faixa etária de 05 a 06 anos, da rede pública de ensino.
Instrumento
Foi utilizado o teste de avaliação “Padrão de Movimentos Fundamentais”, uma versão
adaptada pela pesquisadora e revisada para o delineamento desta pesquisa, da sequência
desenvolvimentista dos movimentos fundamentais de Gallahue e Ozmun (2005). O
instrumento compreende de 07 testes que engloba 02 movimentos estabilizadores: rolamento
sobre o corpo e equilíbrio em um só pé; 02 movimentos locomotores: salto sob uma
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determinada altura e salto em distância e 03 movimentos manipulativos: arremesso por cima,
quicar e chute. Cada movimento é avaliado por 03 estágios: inicial, elementar e maduro.
Para a participação das crianças na brinquedoteca, foi entregue aos pais e/ou
responsáveis um termo de consentimento livre e esclarecido para assinar e autorizar.
Foi utilizado uma câmera digital da marca Sony e modelo 12.1MP Cyber-Shot DSC-
W210/S Silver Sony 04 Gb para as filmagens pré e pós avaliação.
Coleta de Dados
Foi realizada a coleta de dados no período de 13 de agosto a 31 de outubro de 2012,
com intervenções práticas realizadas toda segunda e quarta no período vespertino no CAIC da
Região Administrativa do Areal - DF.
Procedimentos
Foi realizado um projeto para implantar no CAIC uma brinquedoteca dirigida e
orientada pela autora desta pesquisa. Os materiais utilizados foram retirados como
empréstimo da Universidade Católica de Brasília, por doações e materiais recicláveis.
Depois da brinquedoteca implantada, as crianças que participaram do projeto
receberam um termo de consentimento e livre esclarecido, onde os pais e\ou responsáveis
assinaram para permitir a participação e a liberação de imagens e filmagens do participante.
As crianças eram divididas em duas turmas, a turma principal foi a que realizou todas
as atividades propostas e orientadas na brinquedoteca de forma dirigida, e a turma controle
participava da brinquedoteca mas de uma forma mais livre e espontânea.
A primeira etapa foi à realização do pré-teste que é definido pelas filmagens do teste
de avaliação para identificar os níveis de desenvolvimento que a criança se encontra. As
filmagens foram realizadas individualmente, fora do ambiente da brinquedoteca, mas dentro
das estruturas da escola.
A segunda etapa foi às intervenções por meio de atividades e brincadeiras que
envolviam os movimentos fundamentais propostos por Gallahue e Ozmun (2005). Nessa,
alguns voluntários do curso de Educação Física auxiliaram elaborando atividades para as
crianças e no monitoramento das mesmas.
E por último, a terceira etapa foi á realização do pós-teste que é definido pelas
filmagens individuais que identificou o nível de desempenho no decorrer da pesquisa e
proporcionou a comparação com o pré-teste e com a turma controle.
A realização de cada teste se deu por filmagens frontais e laterais para identificar as
dificuldades e potencialidades em cada ângulo. O tempo e/ou tentativa para cada teste foi
estipulado de acordo com sua execução, da seguinte forma: o rolamento do corpo por duas
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tentativas, o equilíbrio em um só pé com duas tentativas no tempo máximo de sessenta
segundos cada, o salto de uma determinada altura com três tentativas, o salto em distância
com três tentativas, o arremesso por cima com três tentativas, o quicar com duas tentativas de
dez repetições cada e o chute com três tentativas buscando acertar o alvo determinado.
ANALISE ESTATÍSTICA
Para analisar os dados coletados, foi utilizado o programa IBM SPSS Statistics versão
20 Português para Windows, que comparou o desenvolvimento geral dos movimentos entre as
turmas nos dois momentos (pré e pós-teste). Foi utilizado o teste ANOVA a um fator com
Post Hoc calculando Bonferroni e Tukey, considerando nível de significância p ≤ 0,05, para
comparar as médias gerais das duas turmas nos diferentes momentos de avaliação.
Para avaliar se as duas turmas tiveram melhoras em relação aos movimentos
fundamentais e os estágios, foi realizado gráficos no programa Microsoft Office Word 2007,
com percentuais do número total de crianças em cada movimento e a comparação entre os
dois momentos e por fim, para avaliar se houve desenvolvimento progressivo no momento
pós entre as turmas, foi realizada uma comparação entre as médias gerais dos testes através de
medidas descritivas.
ANALISE E DISCUSSÃO
Segundo Gallahue e Ozmun (2005), as fases dos movimentos fundamentais são
divididas em três estágios. Estágio inicial: representa a primeira meta orientada da criança na
tentativa de executar um padrão de movimento fundamental. Normalmente as crianças de 02 e
03 anos estão nessa fase. Estágio elementar: envolve maior controle e melhor coordenação
rítmica dos movimentos fundamentais. Normalmente as crianças de 04 e 05 anos estão nessa
fase. Estágio maduro: é caracterizado como mecanicamente eficiente, coordenado, e de
execução controlada. Tipicamente as crianças tem potencial de desenvolvimento para estar no
estágio maduro perto dos 06 ou 07 anos, na maioria das habilidades fundamentais.
Caracterizado os estágios, algumas crianças conseguem atingir o estágio elementar
exclusivamente pela maturação, outras necessitam da prática e a instrução em um ambiente
que promovam o aprendizado, pois algumas crianças chegam à fase adulta sem estar no
estágio maduro em alguns movimentos. Visto que o autor definiu as idades, essa pesquisa
trabalhou com a faixa etária de transição dos 05 aos 06 anos. Essa transição não está
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definitivamente caracterizada em qual estágio a criança deverá estar entre elementar e
maduro, por isso a considera-se à que as crianças deveriam estar em maior concentração no
estágio maduro nos movimentos fundamentais.
Considerando as turmas principal e a controle, foi realizado testes em dois momentos
(pré e pós), para que seja possível distinguir os resultados de desempenho motor das crianças
avaliadas. As tabelas 1 e 2 demonstram as comparações entre as médias gerais dos
movimentos fundamentais estabilizadores, locomotores e manipulativos distribuídos nos
testes: Equilíbrio em um só pé (E), Rolamento do corpo (R), Salto sobre uma determinada
altura(S.A), Salto em distância (S.D), Arremesso por cima (A.C), Quicar (Q) e Chute (C), em
relação ás turmas e os momentos.
Tabela 1. Comparação entre a turma 01 (principal) no momento pré – teste com a mesma turma no momento pós-teste, com a turma 02 (controle) no momento pré e pós-teste.
ANOVA Sum of Squares df Mean Square F Sig.
turma1pos Entre os Grupos 20,550 2 10,275 24,192 ,000*
Dentro dos
Grupos
64,132 151 ,425
Total 84,682 153
turma2pre Entre os Grupos 4,320 2 2,160 5,559 ,005*
Dentro dos
Grupos
58,674 151 ,389
Total 62,994 153
turma2pos Entre os Grupos 6,635 2 3,317 10,094 ,000*
Dentro dos
Grupos
49,625
151
,329
Total 56,260 153 *A Diferença média é significativa com p ≤ 0,05
Na tabela 1 é possível definir comparando a turma principal no momento pré – teste,
que apresentou diferenças significativas em relação à própria turma no segundo momento (F:
24,19; p = 0,00), e em relação à turma controle no primeiro momento (F: 5,559; p = 0,005) e
no segundo momento (F: 10,09; p = 0,00). Alguns estudos como o de Valentini (2002),
mostram que não há diferenças significativas entre as turmas no momento pré-teste,
evidenciando desenvolvimento homogêneo entre as turmas. Essa diferença no momento pré-
teste que surgiu pode ser explicada devido às turmas serem ministradas por professoras
regentes diferentes, sendo que cada uma planeja suas atividades de formas separadas, assim as
turmas passaram a ter desempenhos gerais diferentes.
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Tabela 2. Comparação entre a turma 01 (principal) no momento pós–teste com a mesma turma no momento pré-teste e com a turma 02 (controle) no momento pós-teste.
ANOVA Sum of Squares Df Mean Square F Sig.
turma1pre Entre os Grupos 14,410 2 7,205 25,40
8
,000
Dentro dos
Grupos
42,818 151 ,284
Total 57,227 153
turma2pos Entre os Grupos 3,096 2 1,548 4,397 ,014
Dentro dos
Grupos
53,164 151 ,352
Total 56,260 153 *A Diferença média é significativa com p ≤ 0,05
Na tabela 2, pode-se inferir que comparando a turma 1 no momento pós com a própria
turma no momento pré, tem diferenças significativas visto anteriormente, e comparada a
turma 2 no momento pós, houve diferença significativa (F: 4,39; p = 0,14), demonstrando que
ao término das intervenções da brinquedoteca, as duas turmas finalizaram a pesquisa com
desenvolvimento motor diferentes, sendo que a turma principal conseguiu ampliar e
desenvolver mais o seu repertório motor comparada a turma controle. Ainda no mesmo estudo
de Valentini (2002), comprovou-se que a turma que recebe intervenção possuem diferenças
significativas comparadas do momento pré para o pós-teste, e comparadas à turma controle.
As crianças que participam da intervenção são introduzidas a uma variedade de estratégias
que influenciam nas melhorias motoras, e que talvez possibilitem a atitudes benéficas em
relação aos movimentos futuros.
A mesma autora cita que o envolvimento em atividades divertidas e a repetição de
habilidades levaram as crianças da turma principal ao engajamento nas atividades e a superar
os limites, resultando em melhorias nos movimentos fundamentais.
Os testes foram avaliados em estágio inicial (1,0), estágio elementar (2,0) e estágio
maduro (3,0), quanto mais próximo do 3,0 a criança obter o seu desempenho, melhor será a
sua capacidade motora ou sua evolução para atingir a mesma. Foi possível observar uma
melhora positiva no desenvolvimento motor, comparando as médias gerais dos testes no
momento pós das duas turmas, sendo a turma principal com (M= 2,29 ± 0,61) e a turma
controle (M= 1,95 ± 0,74). Aproximando esses valores, propõe-se que ambas as turmas estão
no estágio elementar, porém a turma controle está se aproximando ao estágio elementar, visto
que sua média está inferior a 2,0. Já a turma principal está direcionando para o estágio
maduro, tendo sua média geral maior que 2,0.
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Essa análise pode ser verificada através dos testes individualmente, pois através das
analises pelos vídeos, alguns alunos tiveram melhores desempenhos em alguns testes do que
em outros. Desta forma, realizando uma avaliação geral dos alunos de acordo com os testes,
pode-se observar as melhoras de acordo com os gráficos 1, 2, 3 e 4.
Gráfico 1. Percentil do total de crianças da turma controle no momento pré-teste que apresentaram estágios inicial, elementar e maduro nos testes (E) Equilíbrio em um só pé, (R) Rolamento do corpo, (S.A) Salto sobre uma determinada altura, (S.D) Salto em distância, (A.C) Arremesso por cima, (Q) Quicar e (C) Chute.
O gráfico acima mostra que existe uma porcentagem alta de crianças no estágio inicial
e elementar na maioria dos testes. Apenas o teste S.A, S.D e A.C apresentam crianças no
estágio maduro, sendo o S.A o que tem a maior quantidade de crianças nesse estágio, isso se
justifica, dentre outros fatores, pela presença desse movimento no cotidiano das crianças, que
possuem horário para brincar no parque, desenvolvem esse movimento brincando em
amarelinha e outras brincadeiras que empregam esse movimento, deixando-o fácil para a
execução.
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0
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7368
5045
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30%
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100%
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os
Movimentos Fundamentais
Turma Controle - Pré-teste
Inicial
Elementar
Maduro
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Gráfico 2. Percentil do total de crianças da turma principal no momento pré-teste que apresentaram estágios inicial, elementar e maduro nos testes (E) Equilíbrio em um só pé, (R) Rolamento do corpo, (S.A) Salto sobre uma determinada altura, (S.D) Salto em distância, (A.C) Arremesso por cima, (Q) Quicar e (C) Chute.
O gráfico acima mostra que existe uma porcentagem alta de crianças no estágio inicial
e elementar na maioria dos testes. Apenas os testes S.A, S.D, A.C e Q apresentam crianças no
estágio maduro, e comparando ao gráfico 1, pode-se inferir que a turma principal inicialmente
apresenta alunos no estágio maduro em mais testes porém a turma controle apresenta menos
alunos no estágio inicial na totalidade de testes.
As turmas são diferentes entre si, mas em termo de desenvolvimento ambas estão
niveladas, contendo muitos alunos iniciais e elementares na maioria dos testes no momento
pré-teste.
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5550 50
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5550
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0 0
1813 13
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10%
20%
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os
Movimentos Fundamentais
Turma Principal - Pré-Teste
Inicial
Elementar
Maduro
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18 14 18
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4150
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os
Movimentos Fundamentais
Turma Principal - Pós-Teste
Inicial
Elementar
Maduro
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Gráfico 3. Percentil do total de crianças da turma principal no momento pós-teste que apresentaram estágios inicial, elementar e maduro nos testes (E) Equilíbrio em um só pé, (R) Rolamento do corpo, (S.A) Salto sobre uma determinada altura, (S.D) Salto em distância, (A.C) Arremesso por cima, (Q) Quicar e (C) Chute.
O gráfico 3 mostra o desempenho das crianças da turma principal no último momento,
e percebe-se a presença de crianças no estágio maduro em todos os testes, exceto o teste Q,
que comparando com o Gráfico 2, diminuiu o número de alunos no inicial, aumentou no
estágio elementar, porém, no momento pré existiam alguns alunos no estágio maduro e no
momento pós passou a não existir, significando uma regressão. Haywood (2004) apud
Caetano, Silveira e Gobbi (2005), sugere que por volta dos 05 anos de idade a criança passa
por instabilidades no desempenho de tarefas motoras manipulativas. Estes períodos de
instabilidade do comportamento são característicos do processo de desenvolvimento, sendo
essenciais os momentos de desorganização no esquema corporal para posterior melhora no
desempenho. Isso pode ser explicado por esse teste não ser natural no cotidiano dessas
crianças, já que materiais como a bola para a realização do mesmo é insuficiente, no horário
de recreio nenhum material era liberado para as crianças brincarem, tornando esse movimento
desconhecido para as crianças.
A turma principal teve um ótimo desenvolvimento verificando-se os momentos pré e
pós e comparando os gráficos 2 e 3, pode-se inferir que no final das intervenções da
brinquedoteca, a turma principal deixou de ter alunos no estágio inicial nos testes E, R e S.A,
diminuiu substancialmente o número de alunos no estágio inicial nos testes S.D, A.C, Q e C,
aumentou o número de alunos nos estágios elementar e maduro, sendo o maduro a melhora
mais evidente dos gráficos, pois é perceptível alunos nesse estágio na maioria dos testes, e
nos testes que já havia a presença de alguns alunos, houve um aumento no número total.
Ainda há a presença de muitos alunos no nível elementar, aparecendo de forma
ressaltada na maioria dos testes e considerando a individualidade como um dos fatores para a
manutenção do desenvolvimento motor, o tempo de intervenção pode não ter sido suficiente
para que todos da turma principal atinjam em todos os testes o estágio maduro.
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Gráfico 4. Percentil do total de crianças da turma controle no momento pós-teste que apresentaram estágios inicial, elementar e maduro nos testes (E) Equilíbrio em um só pé, (R) Rolamento do corpo, (S.A) Salto sobre uma determinada altura, (S.D) Salto em distância, (A.C) Arremesso por cima, (Q) Quicar e (C) Chute.
O gráfico acima relata sobre desempenho da turma controle e comparado ao gráfico 1,
foi notório que essa também estendeu o seu repertório motor. Isso pode ser justificado, pois as
crianças da turma controle participavam da brinquedoteca, mas diferentemente da turma
principal, elas podiam brincar livre e espontaneamente, e de acordo com Caetano, Silveira e
Gobbi (2005), A exploração do ambiente e das próprias potencialidades da criança geram
experiências, que podem afetar o índice de aparecimento de certos padrões de
comportamento, privilegiando o repertório motor.
Além das crianças conseguirem explorar o ambiente e aumentar as suas
potencialidades, foi visível o aparecimento de alunos no estágio maduro em todos os testes, o
que justifica a implantação da brinquedoteca, já que as ambas as turmas tiveram
desenvolvimento em seus movimentos fundamentais.
Contudo, visto anteriormente que a turma principal comparada com a turma controle
teve escores médios superiores em relação ao desenvolvimento geral nos testes no momento
pós-intervenção, pode-se afirmar que a brinquedoteca além de ser importante pode ser
implantada na educação infantil, a instrução de um profissional de Educação Física atingi
resultados maiores relacionados ao desenvolvimento motor que o desenvolvimento obtido
livre e pela exclusividade da maturação. De acordo com Miller (1964) apud Gallahue e
Ozmun (2005), condições ambientais, como as oportunidades para a prática, o encorajamento
e a instrução, são necessários para o desenvolvimento de padrões maduros de movimentos
fundamentais. Programas de instrução podem aumentar o desenvolvimento de padrões
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0
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45 45
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os
Movimentos Fundamentais
Turma Controle - Pós-Teste
Inicial
Elementar
Maduro
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motores fundamentais, além do nível atingido somente devido à maturação. Também apontou
que um programa instrutivo de desenvolvimento de habilidades era mais efetivo do que um
programa de brincadeiras livres.
CONCLUSÃO
Os resultados possibilitaram concluir que houve diferença significativa entre as turmas
e entre momentos ficando evidente para a importância desta pesquisa, a diferença significativa
entre as turmas no momento pós (p = 0,014). A turma principal conseguiu evoluir em todos os
testes, transformando e ampliando as suas potencialidades, mesmo que, a turma controle tenha
obtido desempenho motor sem a orientação do profissional, a brinquedoteca se tornou
importante para essas turmas, demonstrando que até sem orientação, a criança nessa fase
consegue abranger suas capacidades e torná-las experiências.
Com as atividades propostas na brinquedoteca influenciando a criança a brincar, os
benefícios em relação ao vigor físico irá ser constituído, além da brinquedoteca se tornar um
ambiente para os profissionais buscarem melhorar seus métodos e padrões de conduta em
relação à criança, acreditando que a brincadeira pode ser uma estratégia de desenvolvimento
global.
SUGESTÃO
Brinquedoteca em escola e no contexto da educação infantil é um assunto que não é
muito abordado na literatura, portanto aconselha-se novas pesquisas buscando sanar esses
atrasos motores questionados nas crianças, melhorar a qualidade das atividades motoras que
estão sendo desenvolvidas na educação infantil e sua relação com os profissionais que
lecionam nesse período.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, V.C. O jogo no contexto da Educação Psicomotora. São Paulo: Cortez, 1992. BONONINO, L.L. Histórico da educação física. Futura, Imprensa Oficial, 1931. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei no 8.069/90, de 13 de julho de 1990. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9.394/96, de 20 de dezembrode 1996.
16
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3v.: il. CAETANO, Maria Joana Duarte; SILVEIRA, Carolina Rodrigues Alves; GOBBI, Lilian Teresa Bucken. DESENVOLVIMENTO MOTOR DE PRÉ-ESCOLARES NO. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, São Paulo, n. , p.05-13, 06 jun. 2005. CAMPÃO, Daiana Dos Santos; CECCONELLO, Dra. Alessandra Marques. A contribuição da Educação Física no desenvolvimento psicomotor da educação infantil. Revista Digital, Buenos Aires, p.01-01, 01 ago. 2008. CUNHA,N. H S. A Brinquedoteca Brasileira. In: SANTOS, M. P. dos. Brinquedoteca: O lúdico em diferentes contextos. 2ª ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997. CUNHA,N. H S. Brinquedoteca: Um mergulho no brincar. 3ª ed. São Paulo: Vitor, 2001. DURÃO, Mariana. Brasil atinge menor nível de desigualdade social desde 1960. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,brasil-atinge-menor-nivel-de-desigualdade-social-desde-1960,105210,0.htm?reload=y>. Acesso em: 11 maio 2012. FREIDMANN, A. O direito de Brincar: A Brinquedoteca. São Paulo: Scrita Abrinq, 1992. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: Bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3ª ed. São Paulo: Editora Phorte 2005. GRAMINHA, Sônia Santa Vitaliano; MARTINS, Maria Angélica de Oliveira. Condições adversas na vida de crianças com atraso no desenvolvimento. Medicina, Ribeirão Preto, p.259-267, abr./jun. 1997. MACARINI, Samira M.; VIEIRA, Mauro L.. O brincar de crianças escolares na brinquedoteca. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, p.01-17, abr. 2006. MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brinquedoteca: um espaço estruturado para brincar.Disponívelem: <http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=>. Acesso em: 14 maio 2012. MORAES, Anamaria; MONTALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro. 1998. 119 p. NAZARIO, Patrik Felipe; ARINS, Gabriel Claudino Budal; KURZ, Guilherme Henrique. Desenvolvimento motor e os movimentos reflexos: Revisão de literatura. Revista Digital, Brasil, p.01-01, jul. 2011. ROSA NETO, Fransisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002.
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Anexos
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TERMO DE CONSENTIMENTO E LIVRE ESCLARECIDO
Declaro, por meio deste termo, que concordei em ser entrevistado (a) e/ou participar na pesquisa de campo referente ao projeto/pesquisa intitulado (a) na implantação de brinquedoteca na educação infantil como meio de desenvolvimento motor desenvolvido por Maira Conceição Tavares. Fui informado (a) de que a pesquisa é orientada pelo professor Ph.D Ronaldo Rodrigues da Silva e poderei consultar a qualquer momento que julgar necessário o pesquisador através do telefone Nº 85749535 ou e-mail [email protected]. Afirmo que aceitei participar por vontade própria, sem receber qualquer incentivo financeiro ou ter qualquer ônus e com a finalidade exclusiva de colaborar para a realização da pesquisa. Fui informado (a) dos objetivos estritamente acadêmicos do estudo, que em linhas gerais procura saber se traria benefícios no aspecto motor a implantação de brinquedotecas na educação infantil. Fui também esclarecido (a) que os usos das informações por mim oferecidas estão submetidas às normas éticas destinadas à pesquisa envolvendo seres humanos, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) do Conselho Nacional de Saúde, do ministério da saúde. Minha colaboração será de forma anônima, por meio do consentimento da elaboração de atividades motoras, filmagem e observação do comportamento de meu filho (a)/criança em minha responsabilidade na brinquedoteca implantada na escola CAIC de Taguatinga Sul. Estou ciente de que não haverá nenhum tipo de ressarcimento antes, durante e após a pesquisa. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas pelo pesquisador e/ou seu orientador. Fui informado (a) também que posso me retirar e retirar meu (minha) filho (a) dessa pesquisa a qualquer momento, sem prejuízo para acompanhamento do meu filho na escola ou sofrer quaisquer sanções ou constrangimentos. Atesto recebimento de uma copia assinada deste termo de consentimento livre e esclarecido, conforme as recomendações da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (TCLE). EU __________________________________________________________________, Identidade (RG) _____________, declaro que fui informado e devidamente esclarecido do projeto de pesquisa intitulado “A implantação de brinquedoteca na educação infantil como meio de desenvolvimento motor” desenvolvido pela acadêmica Maira Conceição Tavares do curso de Educação Física da Universidade Católica de Brasília – UCB, quanto aos itens da resolução 196/96.
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Declaro que, após ser esclarecido pelo pesquisador a respeito da pesquisa, consinto
voluntariamente em participar dessa pesquisa.
Brasília _____ de _______________ de 2012 Nome da criança: _______________________________________________________ Data de nascimento: _____/_____/_____ Sexo: M( ) F( ) Representante legal Nome: _______________________________________________________________ RG: _________________ Data de nascimento: _____/_____/_____ Sexo: M( ) F( ) Endereço: ___________________________________________________________ Bairro: ______________________ Cidade:_______________________ CEP: __________________ Tel: ______________________________
___________________________________________ Assinatura do declarante
Declaração do pesquisador Declaro, para fins da realização da pesquisa, que cumprirei todas as exigências acima, na qual
obtive de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima, qualificado para a realização desta pesquisa.
_______________________________________ Prof. PhD. Ronaldo Rodrigues da Silva
Orientador
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Padrão de Movimentos fundamentais (Gallahue e Ozmun, 2005)
Teste de avaliação
Sujeito: _____________________________________ Idade: _____ Escola: ( ) Pública ( ) Particular Movimentos Estabilizadores: Equilibrio em um só pé
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Rolamento sobre o corpo
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Movimentos Locomotores: Salto de uma determinada altura
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Salto em Distância
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Movimentos Manipulativos: Arremesso por cima
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Quicar
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Chutar
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