A TECNOLOGIA COMO ALIADA NO ENSINO DA QUÍMICA
Fernanda Vedana1 Franciele A. C. Follador2
RESUMO É inegável que a utilização das tecnologias em sala de aula seja um importante atrativo para nossos educandos, sendo assim, o presente artigo, buscou alternativas para aliar as Tecnologias da Informação e Comunicação no estudo da Química com o efetivo aprendizado. O público alvo foi o primeiro ano do Ensino Médio, com o conteúdo Substâncias Químicas e suas propriedades, com o objetivo de instigar os alunos a participarem nas aulas, propiciando a contribuição no processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos Químicos e influenciando assim na formação de um aluno criativo e participativo. Por conseguinte, houve aplicação das TICs por intermédio de pesquisas na internet sobre o assunto abordado em sala, utilização de simuladores, construção de apresentações de slides no prezzi e utilização da Lousa Digital com resultados positivos dos alunos. Palavras-chaves: TICs. Metodologias. Internet. Química.
INTRODUÇÃO
Percebe-se que uma das situações que mais desmotivam os estudantes são
aulas com pouca de interatividade e expositivas que objetivam apenas a
memorização de conceitos e resolução de exercícios. Esta metodologia utilizada,
ainda, por muitos professores em nossos estabelecimentos de ensino origina uma
frustrante desconexão entre a teoria e a prática.
Nossas escolas infelizmente convivem uma dura realidade em que os
laboratórios de química estão sucateados, na sua maioria, não possuem qualquer
recurso de segurança básica, ou mesmo equipamentos, vidrarias ou reagentes para
serem utilizados. Isto dificulta a realização de diversas práticas laboratoriais,
principalmente as que liberam gases ou formam resíduos nocivos ao meio ambiente.
Outros estabelecimentos, como é o caso do Colégio Estadual Suplicy, nem se quer
possui um laboratório de química.
Tendo em vista tais dificuldades aliadas a praticas pedagógicas que tomam
como base, exclusivamente, aulas expositivas, findam por tornar as aulas de
química monótonas, complexas e sem a devida assimilação dos conteúdos.
Buscando contrapor tal realidade e pesquisando alternativas que possam
despertar o interesse dos alunos e instigar um ensino contextualizado, atualizado e
significativo durante as aulas de Química, será abordado o conteúdo Substâncias
Químicas e suas Propriedades com auxílio das Tecnologias da Informação e
1 Química. Especialista em Educação de Jovens e Adultos e Psicologia da Educação. Professor PDE. 2 Orientador PDE. Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Comunicação (TICs), objetivando propiciar situações em que o aluno atue na
construção do conhecimento científico.
O objetivo geral deste trabalho foi usar tecnologias de informação a fim de
melhorar o processo ensino-aprendizagem na disciplina de Química. Além Disso,
estimular a utilização do laboratório de informática para contextualização dos
conteúdos específicos; utilizar as Tecnologias da Educação e Comunicação (TICs)
como ferramenta no processo de aprendizagem educacional dos conceitos
químicos; organizar e preparar um material didático alternativo; promover a interação
entre a teoria e prática através da tecnologia no ensino de química; Utilizar um
software (laboratório virtual) como instrumento para a simulação de experimentos
químicos; analisar a contribuição das TICs ao processo de elaboração conceitual;
verificar a eficácia das ferramentas tecnológicas na significativa aprendizagem dos
estudantes.
REVISÃO DA LITERATURA
A IMPORTÂNCIA DOS LABORATÓRIOS NO PROCESSO ENSINO
APRENDIZAGEM E O USO DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS
Em qualquer área de conhecimento, sabe-se o quanto é importante a relação
entre teoria e pratica, no ensino de química o uso da experimentação nessa relação
se faz fundamental. Este método desperta um forte interesse entre os alunos nos
diferentes níveis de escolarização, seja na Educação Básica ou em nível Superior.
Para o aluno, o uso do Laboratório geralmente está relacionado a um caráter
lúdico, motivador, interessante, que se liga aos sentidos.
Para os educadores a experimentação amplia a capacidade de aprendizado,
já que permite ao aluno envolver-se com o conteúdo visto em sala de aula e liga-lo
ao seu cotidiano. Mas, na grande maioria das escolas públicas, além do fato da falta
de articulação entre teoria e prática, e de estrutura inadequadas nos laboratórios das
escolas, há uma visão simplista dos educadores e educandos, direção e equipe
pedagógica, no uso da experimentação. No Colégio Estadual Dr. Eduardo Virmond
Suplicy, ainda nos deparamos com a inexistência de um laboratório de Química que
possa ser utilizado pelos alunos para a realização de práticas laboratoriais.
Todo educador é corresponsável pelo desempenho de seus alunos e sua
prática docente está intimamente relacionada a isto, visto que a interação entre
conteúdo, aluno e professor possibilita de modo positivo ou não o processo de
ensino e aprendizagem.
A falta de motivação que os alunos demonstram nas aulas de química e os
problemas de ensino aprendizagem detectados, podem ser em função da falta de
experimentação o que justifica a importância de um estudo voltado para estratégias
incentivadoras aliadas ao uso das Tecnologias da Educação e Comunicação (TIC’s)
no contexto diário do aluno.
O ensino de química para Maldaner (2006) deve ter uma abordagem voltada
à construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos. Schwalhn;
Oaigen (2017) relatam que para que ocorra essa construção, a aquisição do
conhecimento acontece quando o aluno é colocado em contato com o objeto de seu
estudo. Este processo deve levar o educador a organizar e dirigir sua prática
docente para que a aquisição de conhecimento e conceitos químicos realmente
aconteça.
As considerações levantadas levam a busca de alternativas que possam
suprir de forma satisfatória tais dificuldades. Para tanto esse projeto se pauta na
articulação, com o uso das TIC’s, de forma suficiente para a elaboração de aulas
que contemplem visualização de aulas práticas, utilização de software e pesquisas
na internet que possibilitem a construção de saberes e apropriação de conceitos na
disciplina de Química.
Percebe-se, no entanto, que os cursos de licenciatura, não preparam os
docentes para utilizar tais ferramentas em sala de aula, o que os deixa inseguros
frente a essa nova possibilidade educacional, por despreparo do professor ou outros
fatores. Ainda considerando o processo formativo que tiveram, outro pesquisador
educacional constata que:
Embora os conteúdos e ideias fossem estudados sob um determinado enfoque epistemológico, as diferentes visões e concepções, acerca da disciplina, isto é, as diferentes perspectivas histórico-epistemológicas de organização e sistematização das ideias e conceitos, não eram problematizadas nem exploradas tanto pela pesquisa acadêmica quanto pelos formadores e selecionadores de professores. (FIORENTINI et al., 1998, p. 313).
É preciso uma visão inovadora quanto ao uso dos laboratórios de informática,
e de recursos audiovisuais, existentes nas escolas.
Mas não se pode deixar de atentar para o fato de que a presença desse
aparato tecnológico na escola não garante mudanças na forma de ensinar e
aprender. A tecnologia deve tão somente servir para enriquecer o ambiente
educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação
ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores.
Há no âmbito escolar grande diversidade regional, cultural, bem como
grandes desigualdades sociais, portanto, não é possível pensar em um modelo
único para incorporação de recursos tecnológicos na educação. É preciso
urgentemente pensar em propostas que atendam aos interesses de cada escola,
levando em conta desde a regionalidade até as necessidades de cada uma.
Se a escola é entendida como um local de construção do conhecimento, de
socialização do saber, vista como um ambiente de discussão, de troca de
experiências e de elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a
utilização dos recursos seja amplamente discutida e elaborada juntamente com a
comunidade escolar, ou seja, democraticamente.
Pensa-se que o uso de tecnologia da informação e comunicação no âmbito
escolar, não deva ser pautado em uma concepção tradicional de ensino e
aprendizagem. É necessária uma ampla reflexão sobre qual é a educação que se
pretende oferecer, para que a incorporação da tecnologia não seja apenas o antigo
disfarçado de moderno, isto é, não seja mascarado.
Para Mainart; Santos (2017, p. 4) "os meios eletrônicos de comunicação
oferecem amplas possibilidades, diante disso não devem ficar restritos apenas a
transmissão e memorização de informações." Estes permitem a interação com
formas diversificadas de saberes científicos, desde imagens, jogo, gráficos, textos,
simuladores, vídeos, áudios e são importantes fontes de informação, trazendo
textos, livros, artigos, revistas, jornais da mídia impressa, entrevistas, debates,
documentários, filmes, músicas, noticiários, softwares etc.
Em particular, permite novas formas de trabalho, possibilitando a criação de
ambientes de aprendizagem em que o aluno possa pesquisar fazer simulações,
experimentar, criar soluções e construir novas representações e interação com
outros indivíduos e comunidades, utilizando os sistemas interativos de comunicação.
(MAINART; SANTOS, 2017).
Antes do surgimento das tecnologias da informação e comunicação, a escola
era o principal lugar onde as pessoas se dirigiam para adquirir conhecimento
sistematizado, científico, o lugar onde se encontravam as informações mais
importantes e o professor era visto como o possuidor e provedor de saberes.
Com a explosão das mídias e facilidades de acesso oferecido pelas
tecnologias de informação e comunicação, a escola redefine-se no que diz respeito
a ser repositório de informações e o professor passa a ter o papel de mediador e
orientador da aprendizagem, devendo ser hábil no uso das tecnologias para a
educação, pois ao contrário, a aula se transforma em gritos, risos e correria.
(CAPUTO, 2017).
A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS AUDIOVISUAIS
Fazer uso dos recursos audiovisuais nas aulas de química permite um elo
entre imagem e som, possibilitando uma melhor forma de expressão, pois a
linguagem que expressa prende a atenção por atração, poder exercido pelo vídeo
que se chama sensorial, e que envolve o emocional e o intuitivo, despertando
finalmente o racional. Mas para que se possa fazer uso no ensino aprendizagem é
preciso compreendê-lo e controlá-lo. É imprescindível fazer uso de forma proveitosa,
não basta usar a TV. (KENSKI, 2007). “É preciso saber usar de forma
pedagogicamente correta à tecnologia escolhida” (KENSKI, 2007, p.46).
No mesmo instante em que se faz uso do vídeo, forma-se um tipo diferente de
aprendizagem devido "à veiculação de informações interpretadas por quem às
assiste, apresentação de modelos de comportamento, ensinando linguagens
coloquiais e multimídia”, (Machado, 1988 apud Arroio & Giordan, 2006),
possibilitando recriar formas inesperadas, de vivências dentro ou fora da escola.
A linguagem usada pela TV pode ter o poder de despertar o lúdico, o prazer,
o inimaginável, os sonhos e anseios de quem assistem, mas pode também contribuir
para alienar, e reproduzir situações de dominação. Por isso deve-se estar atento
fazendo análises anteriores a aplicação no âmbito escolar:
(..) é necessário haver a mediação do professor, que estará sempre entre o aluno e o meio de comunicação, promovendo e incentivando leituras críticas
do próprio meio, das suas práticas de linguagem e dos conteúdos por ele veiculados. (GUIMARÃES, 2001, p. 108).
A escola precisa usar na sua prática pedagógica, programas de canais de TV,
por exemplo, para tentar “cativar” os alunos, como os meios de comunicação o
fazem nos lares. Essas transmissões em vídeo poderiam ser utilizadas em salas
destinadas para determinadas disciplinas, que utilizam as (Tecnologia da informação
e Comunicação) como ferramentas importantes no processo de ensino e
aprendizagem.
Diariamente nos deparamos com atividades rotineiras e básicas, como
simplesmente se alimentar, ir e vir para diferentes lugares, fazer leituras, conhecer
pessoas, se relacionar, entre várias outras que passaram a ser possíveis com o
auxílio das tecnologias a que temos acesso. Elas estão tão incutidas em nosso dia a
dia que nem se percebe o quão presente estão. Tanto é que muitas das tecnologias
inventadas resultaram em eletrodomésticos, utensílios para cozinha, alimentos
industrializados e muitos outros produtos, equipamentos e processos que foram
planejados e construídos para realizar a simples e fundamental tarefa que garante a
sobrevivência humana, como exemplo: a alimentação, tudo na busca de melhor
qualidade e facilidade de vida.
Kensky (2007, p. 24) afirma que "tecnologia todo o conjunto de
conhecimentos e princípios científicos que se aplicam a planejar, construir e utilizar
um ou mais equipamentos para um determinado tipo de atividade humana." Para
construir qualquer equipamento o homem precisa pesquisar, planejar e criar
tecnologias. O modo ou habilidades específicas de lidar com cada tipo de tecnologia,
na execução de algo, chama-se técnicas e algumas dessas técnicas são muito
simples e de fácil aprendizado e comumente são transmitidas de geração em
geração e integram os costumes e os hábitos sociais de um determinado grupo de
pessoas.
Outras tecnologias exigem técnicas mais elaboradas, habilidades e
conhecimentos específicos e complexos. (BRASIL, 2000). Existem muitos outros
equipamentos e produtos utilizados no cotidiano e que não são tidos como
tecnologias. Alguns invadem o corpo, como próteses, óculos, dentaduras, comidas e
bebidas industrializadas, vitaminas e outros tipos de remédios, que são produtos
resultantes de tecnologias sofisticadas.
As tecnologias invadiram definitivamente o dia a dia do homem que já não
sabe viver sem fazer uso delas, a ponto de acostumar-se e achar algo natural, sem
dar-se ao luxo de pensar o quanto foi preciso de dedicação ao estudo, criação e
construção para que essas tecnologias se fizessem presentes e necessárias hoje.
Existem outros tipos de tecnologias que vão além dos equipamentos, como
por exemplo, alguns espaços ou produtos utilizados como suporte para que as
ações se façam. Um exemplo disso são as chamadas "tecnologias da inteligência",
citadas por Lev Vigotsky (1989), que são construções internalizadas nos espaços da
memória das pessoas que foram criadas pelos homens para avançar no
conhecimento e aprender mais. A linguagem oral, a escrita e a linguagem digital dos
computadores são exemplos paradigmáticos desse tipo de tecnologia.
Produzidas de forma clara e ligadas às tecnologias da inteligência, temos as
TIc’s (Tecnologias da Comunicação e Informação), que, por meio de seus suportes
(mídias ou meios de comunicação, como o jornal, o rádio, a televisão) realizam o
acesso, a veiculação das informações e todas as outras formas de ligação
comunicativa em todo o mundo. As TIc’s (tecnologias de comunicação e informação)
invadem o dia a dia do homem moderno, a terra está vivendo um novo momento
tecnológico.
O crescimento e a ampliação das possibilidades de comunicação e de
informação, por meio de equipamentos como o telefone, a televisão e o computador,
alteram consideravelmente a forma de viver e de aprender na atualidade.
Há aproximadamente 60 anos, as pessoas saíam às ruas ou ficavam nas
janelas de suas casas com o intuito de se informar sobre o que estava acontecendo
nas proximidades, na região e no mundo. A conversa com os vizinhos e os que
vinham de longe garantia à troca e a renovação das informações. Na realidade
vivida hoje, a janela são as telas de 20, 40, 60, até de 370 polegadas. Através da
tela da televisão, dos computadores, dos smartphones é possível saber de tudo o
que está acontecendo em todos os cantos do mundo, bem como, se pode saber da
previsão do tempo e do movimento do trânsito, sobre as últimas notícias, músicas,
filmes e livros de sucesso etc.
As tecnologias audiovisuais presentes no ambiente escolar, como TV e
vídeos, foram criadas e introduzidas com o intuito de facilitar o aprendizado. Sendo
este um dos maiores desafios para a ação da escola, diante do que é veiculado pela
TV na atualidade, tornar-se viável como espaço crítico em relação às informações e
às manifestações transmitidas pela TV.
Ao educador é dada a importante tarefa de refletir com seus alunos sobre o
que é apresentado pela mídia televisiva, suas posições e problemas, reconhecer sua
interferência no modo de ser e de agir das pessoas e na própria maneira de se
comportar diante do seu grupo social, e ou religioso e como cidadãos num mundo
em transição.
É preciso novas formas de interpretar o mundo, de selecionar e decodificar
informações, é preciso uma sabedoria nova, para lidar com homens novos.
É necessário saber aproveitar a liberdade e a criatividade do espaço televisivo, mas, ao mesmo tempo, aprender a definir os limites, a consciência crítica, bem como a reabilitar os valores, fortalecendo a identidade das pessoas e dos grupos sociais, grandes desafios a serem enfrentados pelo educador desta escola atual. (KENSKI in ALMEIDA, 2005, p. 93).
Neste contexto a utilização dos recursos audiovisuais pode ajudar a
incorporar ao processo educativo, como elaborar estratégias de ensino que contribui
para uma aprendizagem significativa, como para a construção de um conhecimento
flexível por parte do educando. Defende-se o uso das TIC’s como incorporação
educacional, diante do fato desta fazer parte do cotidiano do sujeito contemporâneo,
e que pelo hábito, pode contribuir para a aprendizagem dos conceitos de química,
como também para o desenvolvimento do senso crítico provocado pela
aprendizagem significativa e flexível.
AS TIC’S (TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO) E A DISCIPLINA
DE QUÍMICA
As TIC’s (tecnologias de informação e comunicação) devem ser usadas como
um dos instrumentos para a construção do conhecimento no mundo atual, estas são
indispensáveis na educação das crianças e dos adolescentes. Vive-se na era da
tecnologia, é um mundo novo. Isto é fato. Como ignorar este potencial? (SOUZA,
2017).
Nos dias atuais, permeado pela intervenção tecnológica, Internet e outras
ferramentas, as TIC’s (tecnologias de informação e comunicação) têm sido os
postos-chave de transformação, enquanto processo inovador capaz de estabelecer
novos conceitos de interação social.
As TIC’s trouxeram à organização social uma maior liberdade, em que o
sincronismo e o tempo real substituíram o espaço e a interconexão substituiu
radicalmente a questão do tempo.
Baseado nesse contexto usando a lógica de descrição probabilística de
grandes números, grandes distâncias e gigantescos desafios, parece indiscutível a
potencial contribuição das tecnologias, para as escolas públicas.
As contribuições advindas das TIC’s(tecnologias de informação e
comunicação) visam democratizar o acesso para alunos e professores tanto em
ferramentas quanto em conteúdos educacionais de qualidade; inovar na linguagem e
nas práticas de ensino, tornando a escola mais atraente à nova geração e mais
relevante na sua formação educacional e científica; proporcionar a conectividade
entre alunos, professores, escolas, redes de ensino, instituições várias, ampliando
horizontes de aprendizagem e tornando viável a produção coletiva de conhecimento.
Visam também introduzir novas práticas de gestão e avaliação dos processos
escolares. Esses são apenas alguns dos benefícios possibilitados pela adoção das
TIC’sna educação.
Esse leque de argumentos parece tão claro que se corre o risco de promover
políticas e programas educacionais que visem a adoção destas na educação sem
uma definição clara de seus objetivos. Se isso ocorrer, terá como consequência, a
não garantia de que sejam compreendidos ou compartilhados pelos educadores,
bem como não garantia de condições adequadas para que os resultados se deem
satisfatórios, mas também não se pode ignorá-las.
Embora não tenham sido identificadas inequívocas evidências de que o
crescente acesso às TIC’s(tecnologias de informação e comunicação) nas escolas
esteja trazendo a contribuição que se esperava, não há dúvidas da grande
capacidade dessas tecnologias para cumprir, um papel determinante no contexto
das escolas públicas, especialmente as dimensões de democratização do acesso às
tecnologias de informação e comunicação à democratização do acesso às
tecnologias.
Pois é necessário estipular critérios e restrições ao uso da internet, como
horários para o uso, se por turmas ou individual, páginas que podem e devem ser
acessadas via escola, enfim condições que assegurem a oportunidade dos alunos
terem uma experiência relevante no contato com as TIC’s(tecnologias de informação
e comunicação) na escola. Mas de antemão e por experiências já vivenciadas em
algumas escolas públicas, houve e pode haver um cenário insuficiente quanto ao
uso das tecnologias na escola, pois na maioria das vezes o acesso à internet não se
consolida.
Além de que, há um número insuficiente de computadores, falta de suporte
técnico, equipamentos obsoletos e a baixa velocidade na conexão à Internet que são
identificados como itens limitantes para um uso efetivo das TIC (tecnologias de
informação e comunicação) em algumas escolas.
Outro item relevante é a inovação nas linguagens e práticas de ensino, tendo
como objetivos disponibilizar conteúdos de qualidade, com uma linguagem dinâmica
e interativa, que inovem as práticas de ensino e favoreçam a aprendizagem.
As tecnologias de informação e comunicação já estão presentes no âmbito
escolar e os estudantes já utilizam esses recursos em pesquisas escolares,
trabalhos realizados em grupos, sempre com a supervisão do professor. Mas ainda
o número de pesquisas é pequeno, sendo predominantes as atividades mais
centradas no professor, com aulas expositivas, exercícios para fixação dos
conteúdos, leitura e interpretação de textos.
Muitos professores são convidados para realizarem cursos específicos para o
uso do computador e da Internet, mas não contam com um acompanhamento que
permita o aprimoramento de sua prática. Quando necessita fazer uso na escola
pede apoio a colegas ou até mesmo aos alunos, ao coordenador pedagógico ou
diretor da escola. É evidente, a necessidade de investimentos na formação dos
professores para que possam fazer uso de toda a potencialidade gerada pela
introdução das TIC´s(tecnologias de informação e comunicação) nas escolas.
Mesmo com a preparação dos cursos oferecidos, existem diferenças entre os
grupos de profissionais, pois um grupo utiliza computadores e Internet pessoal com
frequência no dia a dia, e se vale desses recursos na comunicação com alunos,
colegas e gestores, estes entendem que as TIC’s(tecnologias de informação e
comunicação) democratizam o acesso à informação e estimulam a participação de
todos e que, quando bem aplicadas promovem mudanças no papel do professor em
relação aos alunos, melhorando seu relacionamento. Este grupo considera
notebooks e computadores como recursos que fazem falta na escola para apoiar o
trabalho junto aos alunos.
Há outro grupo de docentes que também utiliza frequentemente a Internet
tanto nas atividades profissionais quanto na vida pessoal, mas considera que possui
algumas dificuldades. Quando a utiliza no contexto escolar, o faz principalmente
para elaborar testes, provas, exercícios e não para interagir com os alunos. Esses
professores acreditam que o aluno se interessa mais em aprender quando usam
tecnologias na escola e que, em alguns casos, a escola é a única possibilidade de
acesso às novas tecnologias. Estes incentivam a ida ao laboratório de Informática e
a realização de atividades escolares ou pessoais (bate-papo, jogos, etc.), no que
são criticados pelos outros colegas e a coordenação/gestão. Para estes, a demanda
por oportunidades de formação está focada na integração de tecnologias na sala de
aula, juntamente com ações de formação sobre práticas de ensino e alfabetização.
Existe também um terceiro pensamento, formado por professores que utilizam
muito pouco a Internet, seja na vida pessoal quanto na profissional que dizem que
não gostam, não têm interesse, têm pouca prática ou não vêm necessidade. Quando
a utilizam na escola, costumam comunicar-se com pais e alunos ou para elaborar
testes, provas e exercícios. Tendem a concordar, em maior proporção do que os
demais grupos, que a Internet é apenas um modismo, que a tecnologia na sala de
aula é somente para atrapalhar, etc. Pensando no uso da tecnologia na escola,
consideram TV, DVD, rádio, aparelho de som, câmera digital e projetor como
principais equipamentos de apoio junto aos alunos, deixando em segundo plano
computadores e notebooks. Estes professores sentem-se pouco preparados para
adotar a tecnologia em sala de aula e precisam de capacitação, além de formação
sobre os conteúdos específicos das disciplinas que trabalham.
Uma formação diferente e específica pode possibilitar avanços concretos na
aceitação de novos métodos de ensino e assegurar o acesso a conteúdos mais
dinâmicos e mais estimulantes para os alunos.
O computador é ferramenta essencial na atualidade e a escola já tomou
consciência de que, é através das TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação)
que os alunos se comunicam com o mundo.
Com o surgimento da Internet, diversas ferramentas de comunicação foram
desenvolvidas, sendo possível acessar inúmeras informações para além da
possibilidade de conseguir uma comunicação direta e em tempo real com todo o
mundo em um clic.
Um dos grandes desafios é usar a Internet como um laboratório virtual, onde
os alunos podem aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula, em
práticas laboratoriais, usando laboratórios na Internet.
O conceito de laboratório virtual engloba um leque diversificado de
tecnologias e recursos humanos indispensáveis em qualquer operação que exige
um controle remoto, seja no tempo, na escala ou na distância.
O fator necessidade de utilização deste tipo de ambiente virtual pode surgir de
exigências de investigação de algum assunto por parte do educador ou por interesse
do educando, como acontece quando do uso de grandes microscópios eletrônicos;
por virtude de permitir presenciar uma experiência única dada a sua escala, como
uma fusão nuclear, por exemplo, ou ainda, porque alunos e professores estão
afastados geograficamente.
Enquanto se trabalha conteúdos de 3º ano do ensino médio na disciplina de
química, pode-se fazer uso da tecnologia, levando o aluno à prática virtual, como:
Estudar os conteúdos de funções inorgânicas, transversalmente com recursos áudio
visuais, tais como, vídeos sobre ácido - base, chuva ácida, poluição de rios entre
outros; Demonstrações experimentais de reações inorgânicas e indicadores, ácido
base naturais e artificiais; Utilização do laboratório de informática para a realização
de pesquisas e navegação no portal educacional do Paraná;Utilização do software
(laboratório virtual), para a realização de práticas laboratoriais de reações e funções
inorgânicas etc.
Pensar as Tecnologias de Informação e Comunicação, enquanto instrumento
formador de sujeitos no espaço escolar constrói-se não somente com a presença de
ferramentas tecnológicas na escola, mas também, de uma formação do educador,
que o torne capacitado a mediar TIC’s (Tecnologia da informação e Comunicação),
alunos, saberes e realidade. ( MACEDO; FOLTRAN, 2017).
Dizer que inclusão digital é somente oferecer computadores seria análogo a afirmar que as salas de aula, cadeiras e quadro negro garantiriam a escolarização e o aprendizado dos alunos. Sem a inteligência profissional dos professores e sem a sabedoria de uma instituição escolar que estabelecessem diretrizes de conhecimento e trabalho nestes espaços, as salas seriam inúteis. Portanto, a oferta de computadores conectados em rede é o primeiro passo, mas não é o suficiente para se realizar a pretensa
inclusão digital. (RONDELLI, 2017,p.1).
A instituição escolar responsável pela educação, por se caracterizar como
uma instituição formal responsável pela produção do conhecimento tem o
compromisso de formar cidadãos mais humanos que possam fazer uso dos recursos
tecnológicos a favor do bem comum e um dos grandes desafios que se apresentam
para os educadores é o de escolher, aqueles que melhor se ajustem aos seus
propósitos educacionais.
METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido através de referencial bibliográfico e
documental, mediante leitura sistemática e atenta de diferentes fontes de pesquisa
como: livros, artigos científicos, para entender as diferentes contribuições científicas
que tratam sobre o tema em estudo. Segundo Silva (2005, p. 49), “a pesquisa
bibliográfica procura explicar um problema a partir de referencias teóricas publicadas
em documentos”.
As atividades práticas da pesquisa foram realizadas com alunos do 1º ano do
Ensino Médio, do Colégio Estadual Dr. Eduardo Virmond Suplicy de Francisco
Beltrão – Paraná, e estas ocorreram durante o primeiro semestre de 2017.
Utilizou-se a pesquisa qualitativa como metodologia de investigação, a partir
da utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs),com o objetivo
de levar os alunos à reflexões críticas sobre o conteúdo Substâncias Químicas e
suas Propriedades, propiciando situações em que o aluno atue na construção do
conhecimento científico.
Para alcançar os objetivos previstos neste projeto, foram desenvolvidas
atividades durante o período de 32 horas/aula. Essas atividades foram elaboradas
em forma de uma Unidade Didática, e as estratégias de ação foram desenvolvidas a
partir da utilização das TICs e tiveram como foco:
- Estudo em sala de aula, por meio de aula expositiva, dos conteúdos de
Substâncias Químicas e suas propriedades físicas e químicas e após aplicação de
um questionário diagnóstico para avaliar a apropriação dos conceitos acumulando
nessa estratégia de ação. (6 aulas);
- Utilização do laboratório de informática para a realização de pesquisas e
navegação em sites e blogs previamente sugeridos pelo professor. (4 aulas);
- Consulta em software (laboratório virtual), para a realização de práticas
laboratoriais e demonstração de fenômenos físicos e químicos, onde cada grupo
fará uma síntese e também sugestões sobre o uso de simuladores nas aulas de
química. (6aulas);
- Criação de grupos contendo 6 alunos, cada grupo usou os recursos
tecnológicos disponíveis para criação de apresentação com os conteúdos
estudados, elaboração de slides sobre temas relacionados (substâncias, fenômenos
químicos e físicos, reações químicas) aos conteúdos propostos para estudo (4
aulas);
- Apresentação do material produzido aos colegas e professora (20 minutos
cada grupo. (6 aulas).
Para avaliar a metodologia utilizada, foi aplicado o mesmo questionário inicial,
com a intenção de analisar se houve uma melhora significativa na aprendizagem
após a utilização das TICs como ferramenta e estratégia de ação pedagógica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados desta pesquisa são listados a seguir em função das atividades
realizadas.
A primeira atividade realizada intitulou-se “Começando a brincadeira", onde
foi apresentado o projeto para os envolvidos e esclarecimento dos
encaminhamentos metodológicos e respectivos processos avaliativos. Para esta
atividade foi usada 2 aulas.
Mostrou-se aos alunos na apresentação quais seriam os objetivos, a
problemática, a justificativa, o tema que seria desenvolvido, quem seria o público
alvo e a metodologia a ser desenvolvida. Durante o momento da exposição das
ideias do projeto e do contexto em que elas seriam desenvolvidas os alunos
concordaram com a ideia e acharam muito interessante participar das atividades.
Outra atividade realizada foi o “Mais do mesmo”, com a finalidade de
estudar em sala, através de aula expositiva, os conteúdos de Substâncias Químicas,
suas propriedades físicas e químicas, com apresentação oral e escrita, onde o aluno
recebeu as informações transmitidas pelo professor.
Nessa aula a professora não utilizou nenhum recurso ou instrumento didático
para apresentar o conteúdo. Foi utilizada apenas exposição oral sem abrir espaço
para questionamentos dos alunos.
Como avaliação para esta atividade foi aplicado um questionário diagnóstico
para avaliar a apropriação dos conceitos acumulados nessa estratégia de ação. Não
houve grande numero de acertos nas respostas. Diante disso, a partir da aula
expositiva os critérios avaliativos se voltam para exercícios de fixação, os quais
tendem, muitas vezes, a tornar objeto de mera decoração do conteúdo, sem que
haja a devida apreensão dos conteúdos ministrados.
A aula expositiva pode ser transformada em atividade dinâmica, participativa
e estimuladora, quando trabalhada associada a outros recursos pedagógicos ou
relacionada com discussões a partir de experiências, de seminários e outras
estratégias.
Dando continuidade as aulas foi trabalhado a atividade “Começou a
diversão”, onde os alunos utilizaram o laboratório de informática para a realização
de pesquisas e navegação em sites e blogs previamente sugeridos pelo professor,
com o objetivo de explicar o conteúdo estruturante “Matéria e sua Natureza”. Além
disso, foram abordados os conteúdos específicos: Fenômenos Físicos e Químicos,
Mudanças de Estado Físicos da Matéria, Densidade, Substâncias Puras e Misturas,
Ponto de fusão e Ponto de Ebulição, Separação de Misturas e Reações Químicas.
No final foi realizada uma avaliação para verificação da assimilação desse conteúdo.
Após avaliar o conhecimento desenvolvido na primeira etapa, chegou a hora
de sair do método tradicional e iniciar o processo de construção do conhecimento
respaldado na pesquisa online.
Como aponta em seus estudos Pádua (1996), o conhecimento é elaborado
historicamente pelo acúmulo de pesquisas realizadas, ou seja, a pesquisa procura
respostas para indagações propostas. É através do conhecimento que se pode
compreender e fazer as transformações na realidade, porém isso vai depender da
base teórica dos pesquisadores, ou seja, seu modo de ver o homem em suas
relações com a natureza e com os outros homens.
Sobe essa ótica, ressalta-se a importância da realização de pesquisas para a
construção de novos conhecimentos, o homem sempre veio se ancorando em
saberes previamente estabelecido para edificação e evolução desse legado
historicamente acumulado.
A atividade seguinte foi “Conhecendo novos recursos”, onde a professora
organizou 5 grupos de alunos, com a finalidade de realizarem pesquisas sobre a
utilização de softwares educacionais, simuladores, infográficos, animações, áudios e
vídeos para a realização de práticas laboratoriais envolvendo os conteúdos
específicos desse módulo, cada grupo fará uma síntese contendo sugestões sobre o
uso desses recursos nas aulas de química. O trabalho foi organizado em quatro
aulas.
A professora encaminhou e acompanhou os alunos ao laboratório de
informática da escola para a realização de pesquisa na internet referente aos
conteúdos trabalhados em sala de aula, seguido uma lista de indicações
previamente elaborada pelo professor.
Nesta atividade a mediação da professora foi fundamental para o aluno, pois
houve o acompanhamento constante da mesma, orientando-o e motivando-o na
realização de suas atividades, sempre intermediando e desenvolvendo um
atendimento individual, mostrando caminhos para que os alunos mesmo
construíssem seu próprio conhecimento.
Os alunos estão acostumados a todo esse aparato tecnológico e as nossas
vidas estão atreladas nesse movimento, assim na educação não poderia ser
diferente. É necessário o desenvolvimento das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) no cenário educacional para ampliar as possibilidades
pedagógicas que visam uma maior eficácia no processo de ensino e aprendizagem.
Essa nova necessidade fez surgir concomitantemente uma demanda muito grande
de sites, simuladores e páginas específicas com esse tipo de mídia, para permitir o
acesso a uma gama muito grande de experimentos e possibilidades, até então,
vividos apenas teoricamente.
No decorrer da aplicação das atividades percebeu-se que pesquisar sobre a
utilização de softwares educacionais, simuladores, infográficos, animações, áudios e
vídeos, para a construção e ampliação da fundamentação teórica dos conteúdos a
serem abordados e buscar tecnologia como estratégia de trabalho para a sala de
aula, é muito significativo, pois toda essa gama de aparatos tecnológicos faz parte
do cotidiano dos alunos e despertam seu interesse.
De acordo com Moran (1998, p. 87-88) existem alguns problemas no uso da
internet em educação, que são "confusão entre informação e conhecimento;
resistência às mudanças; há facilidade de dispersão e impaciência impede o
aprofundamento".
Porém, a escola precisa ensinar os alunos a fazer uso das tecnologias da
informação e comunicação com cuidado, e uma das estratégias é estabelecendo
critérios como: que tipos de sites o aluno vai pesquisar, como deve ser feita a
pesquisa, cuidados com as cópias direta dos sites, cautela com redes sociais e
outros.
Assim, a ideia é de aliar a tecnologia à sala de aula, mostrando aos alunos
que podemos aprender muito com a internet, mas também que é preciso chamar
atenção dos alunos com relação aos perigos que ela pode proporcionar.
Na sequencia dos trabalhos os alunos participaram de um desafio de
conhecimento, utilizando simuladores, infográficos, animações, jogos, vídeos e
áudios como ferramenta na construção do conhecimento. As atividades foram
organizadas em 4 aulas.
Os alunos foram organizados em grupos de dois ou três estudantes e no
laboratório de informática iniciaram as pesquisas online, nos links previamente
definidos e sugeridos pela professora. Seguindo as orientações da professora, os
alunos interagiram nos sites disponíveis e cumpriram as etapas sugeridas. Cada
grupo fez uma síntese com sugestões sobre o uso desses recursos nas aulas de
Química.
O objetivo dessa atividade foi mostrar que se pode fazer pesquisa em
diferentes links, contendo os conteúdos trabalhados em Química, sem precisar fazer
cópias dos mesmos, mas sim refletir e tomar conhecimento de forma significativa e
desafiadora e com isso aperfeiçoaram seus conhecimentos.
Os alunos se envolveram com a atividade de pesquisa, na forma de uma
provocação, participaram, fizeram interações e questionamentos significativos sobre
o assunto. Além dos comentários que os alunos faziam entre eles, a professora
também fez interações, intervenções, devoluções complementando as respostas e
provocando novos questionamentos adequando às necessidades e interesse do
grupo como um todo e dos alunos individualmente.
Dessa forma, esse trabalho envolvendo os alunos com a pesquisa foi muito
significativo, pois se valorizou o conhecimento prévio dos alunos e permitiu-se a
pesquisa como forma dos mesmos construírem e aumentarem seu próprio
conhecimento.
Para Marques (2017, p. 95), “pesquisar é buscar um centro de incidência,
uma concentração, um pólo preciso das muitas variações ou modulações de
saberes que se irradiam a partir de um mesmo ponto”.
O professor deve preparar seus alunos para uma permanente busca do
conhecimento. Alunos e professores, são sujeitos da aprendizagem, devem
participar em conjunto do processo escolar, pois ambos ensinam e aprendem.
Freire (2002), diz em seus estudos que não há ensino sem pesquisa e
pesquisa sem ensino. Enquanto ensino, continuo buscando. Pesquiso para
constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo.
Dessa forma, a pesquisa é um recurso que ajuda o aluno adquirir seu
conhecimento de forma autônoma, porém as suas técnicas devem ser discutidas e
elaboradas para que a mesma seja um processo consciente.
Na continuidade dos trabalhos, foi desenvolvida a atividade "Mãos à Obra",
onde os alunos aprenderam a utilizar o Prezzi (slides). A finalidade dessa atividade é
de criar uma apresentação de slides dinâmica, intuitiva e interativa, que possa
estimular a curiosidade e aumentar o nível de interesse dos estudantes nas aulas de
Química.
Os alunos foram divididos em 5 grupos. Cada grupo recebeu um assunto
determinado para elaboração de seu material, distribuídos da seguinte forma: Grupo
1: Matéria e Energia, Fenômenos Físicos e Químicos; Grupo 2: Propriedades da
Matéria (estado de agregação molecular, passagem de estado físico, densidade);
Grupo 3: Temperas de Fusão e Ebulição (gráficos), Processo de obtenção do
Petróleo; Grupo 4: Substâncias Puras e Misturas, fases e componentes; Grupo 5:
Métodos de separação de Misturas (métodos físicos e químicos).
A produção desenvolvida por cada equipe seria por conta da criatividade dos
membros da mesma, podendo fazer uso de celulares, computadores, simuladores,
animações, áudios, vídeos, entre outros recursos que acharem convenientes. O
material produzido foi organizado em slides e apresentado para os colegas.
Nessa etapa os grupos de alunos se empenharam em criar uma
apresentação utilizando o “Prezzi” e todos os outros recursos estudados, para
exporem o assunto determinado pelo professor.
Trabalhando dessa forma, nas aulas de Química, a professora proporcionou
aos alunos a oportunidade de serem sujeitos do próprio conhecimento, de
compartilharem ideias com os colegas, aprendendo de maneira mais eficiente e
eficaz.
O uso de cada recurso tecnológico pelos grupos facilitou o processo de
ensino aprendizagem, pois deu possibilidade aos alunos de explanarem os
conteúdos diversos de Química, proporcionando reflexões, troca de ideias, diálogo,
interação, prendendo a atenção dos mesmos, tornando-os sujeito da sua própria
aprendizagem. Foi possível perceber durante a atividade um envolvimento muito
grande dos alunos, onde os que tinham maior dificuldade de concentração tornaram-
se mais motivados para aprender.
Assim, a construção coletiva do conhecimento mediado pelas diferentes
tecnologias dá oportunidade ao professor de compreender os conceitos e as
estratégias utilizadas pelos alunos, contribuindo de maneira mais efetiva no
processo de mediação do conhecimento.
Para Kenski (2007, p. 45) afirma que as tecnologias
abrem oportunidades que permitem enriquecer o ambiente de aprendizagem e apresenta-se como um meio de pensar e ver o mundo, utilizando-se de uma nova sensibilidade, através da imagem eletrônica, que envolve um pensar dinâmico, onde tempo, velocidade e movimento passam a ser os novos aliados no processo de aprendizagem, permitindo a educadores e educandos desenvolver seu pensamento, de forma lógica e critica, sua criatividade por intermédio do despertar da curiosidade, sua capacidade de observação, seu relacionamento com grupos de trabalho na elaboração de projetos, seu senso de responsabilidade e co-participação.
Assim, a utilização de diferentes recursos tecnológicos para o
desenvolvimento de diferentes conteúdos, serve como um meio facilitador,
mediador, que traz consigo melhores formas de propiciar o ensino e de facilitar a
aprendizagem dos alunos.
Nas aulas seguintes foi trabalhado “Agora é minha vez”, onde cada grupo
usou os recursos tecnológicos que disponibilizarem para criar uma apresentação
com os conteúdos estudados, que podia ser elaboração de slides, criação de vídeo
ou áudio, sobre temas relacionados a Química (substâncias, fenômenos químicos e
físicos, reações químicas) dos conteúdos propostos para estudo.
Cada grupo de alunos teve um tempo de 25 minutos para exibirem o que
produziram, podendo usar todos os recursos disponíveis e proporem participação da
turma na realização de eventuais atividades com discussões e interações.
Os alunos realizaram muitas atividades criativas como: vídeos gravados
explanando o tema do conteúdo proposto; slides com textos, desenhos e
documentários; fizeram animações. Porém, a interferência do professor foi
constante, onde os alunos tiveram dificuldades para trabalhar com o recurso
escolhido pelo grupo.
Diante dessa realidade, observa-se que o professor tem papel fundamental,
sendo o mediador, auxiliando o aluno a alcançar seu potencial máximo,
aproveitando todas as vantagens educativas, que os recursos tecnológicos podem
oferecer. Isso porque, o aluno até domina a tecnologia, mas ele não sabe lidar com
ela, ou seja, o aluno usa mais as redes sociais como forma de lazer.
Desse modo, o professor traz para a sala de aula um elemento da realidade
do aluno, fugindo da linguagem tradicional da escola, que é normalmente copiar o
conteúdo e fazer prova.
Assim, é necessário que o professor conheça as ferramentas que a
tecnologia oferece para que o aprendizado aconteça de fato na sala de aula. O uso
das tecnologias na escola está além de disponibilizar tais recursos. Ele implica aliar
método e metodologia na busca de um ensino mais interativo.
Para finalizar foi realizada a atividade “Mostrando os Resultados”, para avaliar
a metodologia utilizada, sendo aplicado o mesmo questionário inicial para os alunos
com a intenção de analisar se houve uma melhora significativa na aprendizagem
após a utilização das TICs como ferramenta e estratégia de ação pedagógica.
Os resultados do questionário realizado pelos alunos foram surpreendente,
todos conseguiram alcançar um resultado satisfatório, demonstrando que o uso das
tecnologias na educação é uma ótima estratégia de trabalho que possibilita o aluno
a construir sua aprendizagem de maneira mais eficiente e eficaz.
Nesse contexto, utilizando recursos tecnológicos para trabalhar os conteúdos
nas aulas os alunos vão aprendendo de forma mais rápida os conteúdos ou
atividades propostas, além de ajudar o professor a conduzir a aula de maneira mais
criativa, com condições de acompanhar os alunos que apresentam maiores
dificuldades durante o processo, além de facilitar o trabalho do professor na
interação de conhecimentos com o aluno através dos diferentes recursos
tecnológicos disponíveis.
Assim, o domínio das linguagens, por meio de diferentes recursos
tecnológicos representa um elemento primordial para a conquista da autonomia,
permitindo a comunicação de ideias e o diálogo necessário para uma permanente
negociação dos significados de uma aprendizagem contínua e significativa.
Dessa forma, pode-se dizer que atualmente as informações estão ao alcance
de todas as pessoas de diferentes maneiras, portanto não cabe mais ao professor a
função de repassá-las aos alunos, mas sim, de mediar a organização para que as
mesmas façam sentido para os alunos.
Cabe ao professor então, reconstruir o seu papel no processo de ensino e
aprendizagem, deixar de ser apenas um mero transmissor de conteúdos e atuar
como mediador, criando situações significativas as que favoreçam aos seus alunos
condições de se apropriar de um conhecimento.
CONCLUSÃO
Ao concluir o presente trabalho, foi possível perceber a partir das vivências
em sala de aula, a importância do uso das tecnologias em sala de aula, como forma
de ensinar diversos conteúdos, desenvolvendo habilidades específicas através da
criticidade e criatividade dos alunos, valorizando seus conhecimentos prévios e o
contexto em que estão inseridos.
Observou-se que durante os trabalhos em grupo com a utilização dos
diferentes recursos tecnológicos nas aulas de Química os alunos compartilhavam o
que sabiam com os colegas e professor, buscavam juntos a solução dos problemas,
ou seja, houve muita interação entre eles.
A dinâmica das aulas foi muito bem aceita pelos alunos que estavam sempre
curiosos para saber quais seriam as propostas das aulas seguintes, assim sendo, os
objetivos foram atingidos, quando do uso de tecnologias de informação a fim de
melhorar o processo ensino-aprendizagem na disciplina de Química.
Para o bom desenvolvimento do trabalho constatou-se que o professor
precisa planejar muito bem sua aula, para que a utilização das tecnologias na sala
de aula, seja um instrumento que estimule a aprendizagem dos alunos, orientando-
os a pesquisar, interagir e publicar as informações com segurança, pois do contrário
ela servirá apenas como simples passatempo.
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