A PARCERIA ENTRE A AGÊNCIA EXPERIMENTAL DO CURSO DE
COMUNICAÇÃO E A ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO UNINORTE:
BENEFÍCIOS DE MÃO DUPLA
*PESSOA, Márcio dos Santos; **HEYER, Lígia.
RESUMO
O presente artigo mostra a importância de um departamento de comunicação para a sobrevivência de uma empresa no mercado e como o UniNorte tem se servido dessa ferramenta. Apresenta também um diálogo entre a assessoria de comunicação e a agência experimental do curso de comunicação do UinNorte, demostrando como os setores podem se ajudar não só para o apoio na comunicação da empresa como também no aprofundamento, através da prática, do aprendizado dos alunos de comunicação da instituição.
Palavras Chave: Comunicação. Assessoria de comunicação. Agência experimental de comunicação. Uninorte.
ABSTRACT
This article shows the importance of a communication department for the survival of a company in the Market and how the Uninorte has served in this capacity. It also presents a dialogue between the communication department and the experimental agency, demonstrating how these departments can assist with company communication and also help the students learn to practice profound communication.
Keywords: Communication. Communication department. Experimental agency. Uninorte.
*Especialista e aluno do MBA em Gestão de IES do Centro Universitário do Norte.** Doutora e orientadora do MBA em Gestão de IES do Centro Universitário do Norte.
A COMUNICAÇÃO CORPORATIVA
Se a comunicação é um fator primordial para a existência do homem em
sociedade, seja uma comunicação oral, escrita, gestual ou eletrônica, não é
diferente quando falamos da comunicação para empresas. De acordo com
Tavares (2010) a comunicação é a base da existência de uma organização. Em
função disso, faz-se necessário valorizar o planejamento comunicacional de
uma empresa, pois ela precisa se comunicar com o seu público, seja interno,
seja externo. Mafei( 2011) afirma que:
A comunicação corporativa tem um papel fundamental no cumprimento das metas financeiras e imagem de uma empresa...Antigamente, prevalecia a ideia de um setor ou departamento que representava custos, que gastava mas não tinha o potencial de apoiar o desempenho dos negócios...Mas é algo que está mudando rapidamente.
Segundo Mafei (2011), até meados de 1990 a comunicação empresarial
quando visava a divulgação de seus produtos focava as ações nos jornalistas
com a intenção de a divulgação chegar à população. E a comunicação interna
restringia-se a informações salariais e outros avisos emitidos pelo RH.
Hoje, se uma empresa tem a intenção de permanecer no mercado com
êxito, ela deverá dar a devida importância para uma nova forma de
comunicação: a comunicação integrada.
COMUNICAÇÃO INTEGRADA
Após a segunda guerra mundial, as empresas foram obrigadas a
reestruturar para poder entender e atender um novo perfil de consumidor. De
acordo com Lupetti (2007, p.9) “As organizações começavam a perceber que o
êxito de uma empresa dependia da capacidade de definir o que os
consumidores desejavam ou poderiam vir a desejar”. E se temos como o fim
de qualquer empresa o lucro, então os novos rumos empresariais começavam
a depender de uma mudança organizacional expressiva e a uma
especialização no relacionamento com o mercado. Surge o marketing.
Segundo a definição atual da American Marketing Association (AMA), “Marketing é uma atividade organizacional e um conjunto de
processos para criar, comunicar e entregar valor e gerenciar relacionamento com clientes, mantendo benefícios para a organização e para seus públicos de interesse”. Segundo essa definição, três fatores merecem destaque: 1) a entrega de valor em detrimento da oferta de produtos e serviços; 2) o relacionamento com os clientes; e 3) a geração de benefícios não somente para a empresa e seus clientes, mas também para todos os públicos de interesse da empresa (os stakeholders). (OGDEN;CRESCITELLI, 2007, p.1)
Em paralelo a essas mudanças, encontramos o advento da
comunicação, não como uma manifestação de transmissão cultural, e sim
como uma ferramenta que, quando integrada, facilita na reestruturação
organizacional de uma empresa, deixando-a competitiva no mercado. De
acordo com Tavares(2010, p.13):
A comunicação empresarial integrada significa todo o esforço de trabalhar toda a comunicação da organização (interna, institucional e de marketing) de forma planejada e integrada. Não existe mais espaços para ações fragmentadas de comunicação. Todos os públicos de interesse da organização devem não só está a parte, mas também participar do processo de comunicação.
E Lupetti (2007, p.15), por sua vez, fortalece o conceito de comunicação integrada dizendo:
Considerada parte integrante da gestão estratégica, a comunicação integrada abrange as comunicações institucional, administrativa, interna e mercadológica. A comunicação integrada estabelece uma política global, em função da existência de coerência entre os programas estabelecidos nas comunicações institucional, administrativa, interna e mercadológica, além de evitar as sobreposições de tarefas.
A comunicação de uma empresa necessita unificar a linguagem entre os quatro
programas de comunicação para fortalecer a imagem e objetivos de
determinada empresa perante o público interno (colaboradores) e público
externo.
Gaudêncio Torquato (1986) colabora afirmando que a comunicação “
proporciona a reunião das partes distintas da empresa, produzindo as
condições para um trabalho coordenado das estruturas, permitindo, enfim, que
as cúpulas empresariais atinjam as metas programadas”(p.58).
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Qual seria a importância de Assessoria de Comunicação para uma
Instituição de Ensino Superior? Primeiro devemos esclarecer que uma
Assessoria de Comunicação é formada basicamente por três profissionais da
comunicação social: o publicitário, o relações públicas e o jornalista. Os três
profissionais devem funcionar sinergicamente e de forma coordenada para ter
uma mesma proposta de comunicação a todos os seus públicos.
O publicitário tem como ponto principal em seu escopo uma
responsabilidade direta com a comunicação paga e veiculada nos meios de
comunicação de massa. Em uma Assessoria de Comunicação, o publicitário é
responsável pela coordenação do desenvolvimento das campanhas, definindo
a linha a se seguir e supervisionando a agência prestadora de serviços
publicitários, avaliando as peças publicitárias e acompanhando as pesquisas
de mercado.
Já o assessor de imprensa se responsabiliza pela redação jornalística e
sua publicação não paga. Os jornalistas devem ter um bom relacionamento
com os veículos, alimentando-os constantemente com sugestões de pauta e
com informações sobre a empresa. Por mais que os veículos não publiquem as
matérias, a regularidade de informações gera uma boa imagem da empresa
perante o veículo.
E, por fim, o Relações Públicas tem por obrigação preservar a boa imagem
e reputação de uma empresa, agindo como elo entre a corporação e seus
públicos. Ele também pode planejar programas comunitários, concursos e
campanhas sociais.
Há também a necessidade de um profissional de eventos. Normalmente o
RP assume esse papel. Mas qualquer um dos profissionais de comunicação,
independente da habilitação, pode se encarregar deste setor que é de suma
importância para a organização.
O Eventos pode trabalhar com um leque de atividades como Feiras
( exposição e venda de produtos), Exposição (Somente a amostra do produto),
Feiras e eventos (prospecção de clientes e testes com o produto), eventos
abertos(público em geral – atrações, shows populares), eventos
fechados(público restrito ou técnico – caráter científico, como congresso),
Congressos (Divulgação de pesquisas científicas em determinado segmento),
Seminários ( Reunião de pessoas de segmentos diferentes que têm interesse
em comum), Convenções ( Reunião de profissionais de determinado setor da
empresa, ou setores empresariais de um mesmo segmento, ou ainda
profissionais de empresas diferentes que atuam em um mesmo setor.
A assessoria de comunicação de uma IES (Instituição de Ensino
Superior) tem como papel construir um relacionamento entre a empresa e o
seu público externo, bem como o relacionamento entre os próprios integrantes
da empresa, colaborando para a boa imagem na sociedade.
No caso de uma IES, um dos pontos principais a se valorizar é a
construção da marca gerando força no nome da IES, apesar dos seus vários
produtos (os cursos de graduação e pós graduação). Enquanto a publicidade
utiliza os canais de comunicação de massa, a assessoria de imprensa alimenta
constantemente os veículos e blogueiros especializados com notícias sobre a
instituição que venham a despertar interesse da comunidade-alvo. Vale
ressaltar que é de extrema importância que o assessor de imprensa tenha um
bom relacionamento com os profissionais dos veículos para facilitar a
possibilidade de veiculação gratuita do material.
Prestar atenção ao universo virtual das redes, blogs e comunidades é quase uma garantia de público futuro porque esse é o mundo das pessoas mais jovens – consumidores de seus produtos, defensores e divulgadores de suas marcas – habitam. É também o espaço que seus detratores podem exercer poder de crítica. Por isso é importante conhecê-lo, ver como funciona e começar, desde já, a trabalhar com ele. (MAFEI, 2011, p.19).
Está cada vez mais comum recorrer ao campo virtual, à internet para
alcançar um público mais jovem e construir uma imagem corporativa junto a
eles, principalmente para as IES. Hoje em dia, a realidade do Centro
Universitário do Norte, de acordo com pesquisa realizada em 2010 pela Action
Pesquisas, encontra-se com uma divisão de 45% jovens até 24 anos e 55%
acima de 24 anos. A porcentagem de jovens é muito expressiva e é pela
comunicação via web que se consegue dialogar com eles e fornecer a
reputação desejada para auxiliar na tomada de decisão quando esse público
começar e levar em consideração a escolha de uma faculdade particular para
fazer um curso superior.
Vejamos quais são as habilidades de um setor de comunicação e como
o departamento de comunicação do UniNorte tem efetuado o seu papel:
COMUNICAÇÃO INTERNA
A comunicação interna e feita entre departamentos, profissionais do
mesmo departamento, entre chefias e entre os funcionários e chefias, seja
direta, seja indireta. Quando a comunicação interna funciona, a empresa
desfruta de muitos benefícios como a motivação dos colaboradores, um melhor
clima organizacional, agilidade nas tomadas de decisão, a construção de uma
boa imagem da empresa e muitas vezes até invenção de novos produtos a
partir de campanhas internas. Todo esse esforço de comunicação tem a
intensão de produzir transparência em uma empresa, construindo confiança e
um bom relacionamento entre os envolvidos.
Em um cenário competitivo e globalizado, empresa alguma pode correr o risco de projetar seu desenvolvimento e perpetuidade sem levar em conta que precisará de um time de empregados com garra para levar adiante os seus projetos e aptos a serem os seus futuros líderes. (MAFEI;CECATO, 2011, p.100)
A comunicação interna tem saído de um simples informativo, avisando
sobre normas da empresa, para uma ferramenta fundamental da comunicação
integrada com um simples objetivo: produzir um consenso acerca da empresa
perante todos envolvidos, seja público interno, seja público externo.
De acordo com Tavares (2010) encontramos como ferramenta de comunicação
interna as publicações internas (house organs – boletins, jornais, revistas,etc.),
memorandos, rádio interna, circular, relatórios, newsletters(boletins
informativos), murais, intranet, entrevistas, eventos, congressos, encontro de
vendas, eventos culturais, eventos esportivos, eventos sociais, palestras,
reuniões, workshops e canais diretos como a mala direta.
O Centro Universitário do Norte conta hoje com circulares que são
enviadas da presidência ou RH aos funcionários e docentes da instituição
através de mala direta eletrônica via intranet. Também publica nos murais das
unidades o mesmo material para fortalecer a mensagem. Possui uma revista
chamada Universo que divulga para docentes, discentes e funcionários as
principais conquistas e novidades das áreas acadêmicas. Essa é uma
importante ferramenta integradora que busca gerar em todo o grupo UniNorte
um mesmo sentimento de prestígio pela instituição.
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
Kunsch(2003) afirma que a comunicação institucional, através das
relações públicas, se responsabiliza pela construção de uma imagem e
identidade positiva da empresa corporativa. Segundo Kunsch(2003,p.167), os
instrumentos utilizados pela comunicação institucional para produzir os
resultados esperados são “as relações públicas, às quais cabe delinear e
gerenciar essa comunicação, o jornalismo empresarial, a assessoria de
imprensa, a publicidade/propaganda institucional, a imagem e a identidade
corporativa, o marketing social, o marketing cultural e a editoração multimídia”.
A comunicação institucional age diretamente com a sociedade, e não com o
produto da empresa.
O UniNorte procura trabalhar essa comunicação institucional através de
patrocínio em eventos que o possibilitem a expressar sua imagem baseada na
missão e visão da empresa e compra de espaços para poder repassar seu
valores à sociedade. Envolve-se também com as coordenações em eventos
como o Dia do Ensino Responsável ou demais eventos de Extensão que
buscam gerar relacionamento com a sociedade, principalmente com grupos
especiais como idosos e crianças de rua. Para esses públicos, não existe a
intenção de se “vender o produto”, ou seja, de estimular o público para optarem
estudar na instituição. O caráter aqui é apenas interagir e contribuir com esses
públicos mais carentes, gerando uma imagem positiva perante os demais
componentes da sociedade.
COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA
A comunicação mercadológica ou de marketing se encarrega, portanto, de todas as manifestações simbólicas de um mix integrado de instrumentos de comunicação persuasiva para conquistar o consumidor e os públicos-alvo estabelecidos pela área de marketing.(KUNSCH, 2003, p.164)
Aqui temos o que seria a ponta do iceberg da comunicação empresarial, ou
seja, a que mais aparece. Todas as outras comunicações têm sua importância
na empresa, seja com o objetivo de ter uma equipe empresarial mais concisa,
coesa e alinhada com a proposta da empresa, seja com o objetivo de
expressar uma imagem mais humanizada da instituição. Mas é a comunicação
mercadológica a que mais se alinha com o objetivo final de toda a empresa: o
lucro. Ela faz parte do marketing.
Uma vez que, no marketing, a percepção do cliente é uma realidade, as pessoas envolvidas no gerenciamento da comunicação devem certificar-se de criar expectativas corretas ao cliente e, então, tentar superá-las... Todos os membros da empresa têm de estar envolvidos nesse processo de CIM e precisam entender o que está sendo comunicado ao cliente. O pessoal de propaganda não pode dizer aos consumidores “fly the friend skies”(voar em céus amigáveis, slogan da United Airlines...e depois deixar que eles sejam tratados de maneira menos amigável. A empresa tem que assegurar que o produto ou serviço entrega o que promete. (OGDEN, 2007,p.2;p.3)
O marketing tem a responsabilidade de entender e atender o mercado
de consumo, estudando o público e as formas de suprir as necessidades e
desejos desse público bem como, se possível, gerar novos desejos e
necessidades. Para isso acontecer, o marketing recorre as suas ferramentas
de persuasão como a publicidade e propaganda.
De acordo com Rittiotti (2009) as ferramentas de comunicação utilizadas
pelo mix de marketing são classificadas em três: ferramentas principais
( propaganda, promoção de vendas/merchandising, relações públicas e
publicidade, marketing direto e força de vendas), ferramentas complementares
( product placement, ações cooperadas com o trade, folhetos/catálogos), e
ferramentas inovadoras (buzzmarketing, marketing viral e propaganda no
lazer/advertainment).
Essa comunicação é a que possui maior sazonalidade entre as três. As
campanhas de vestibular iniciam-se em um mesmo período todos os anos. Há
uma forte ação de comunicação de massa através da propaganda, reforçada
por email marketing e sms, enviados para os prospects , graças a um banco
de dados captado por outra estratégia de marketing chamada UniNorte Orienta
– palestras sobre profissões em escolas secundaristas, e panfletagem intensa
em pontos estratégicos.
Seja qualquer um dos tipos de comunicação, todos irão agir integrados com a
proposta dos cinco pilares da instituição: internacionalidade, empregabilidade,
infraestrutura, qualidade de ensino e prestígio.
2. AGÊNCIA EXPERIMENTAL DE COMUNICAÇÃO
A Agência experimental de comunicação do curso de Comunicação
Social do UniNorte funciona como um laboratório para os alunos do curso,
criando um relacionamento entre a faculdade e as práticas do mercado de
trabalho. Os alunos geram produtos de comunicação que são veiculados
internamente, tendo a produção sob a supervisão de professores com
experiência no mercado. Essa prática faz com que o aluno já consiga perceber
as dificuldades, modelos e atalhos no segmento antes de adentrar ao mercado.
Hoje a Agex, nome da agência experimental de comunicação, tem em
seu guarda-chuva os seguintes produtos:
- Programa Saber Viver: programa de rádio com 30 minutos de duração dirigido
por alunos e veiculado todas às segundas na rádio Rio Mar;
- TV UniNorte: Envolve dois programas sendo um de entrevistas (Bate-papo
UniNorte) e um de telejornalismo (TJ UniNorte). Esporadicamente também é
produzido um programa de exposição dos materiais acadêmicos chamado
Brainstorm;
- Jornal Expressão: jornal laboratório do curso de jornalismo nos moldes de
impresso porém distribuído eletronicamente.
- Portifólio: agência de propaganda experimental que desenvolve materiais
internos para o curso de comunicação e materiais para micro empresa que não
possuem estrutura financeira para contratar uma agência profissional;
- Nueva: Núcleo de Cerimonial e Eventos responsável pela realização da
semana acadêmica e demais eventos culturais promovidos pelo curso de
comunicação;
- Blog Dialog: Blog com conteúdos variados no campo da comunicação. O blog
é utilizado não só para divulgação de matérias jornalísticas produzidas pelos
alunos, como também para promoções de brindes entre os seguidores do blog,
divulgação de oportunidades de trabalho, entrevistas com profissionais e até
para divulgação de informações da própria coordenação.
- Revista Texto.com: revista eletrônica mensal com o mesmo formato de uma
revista impressa, porém distribuída via internet através de arquivo no formato
pdf.
Retomando o pensamento acerca da comunicação integrada, que
apresenta basicamente três programas de comunicação empresarial, a saber
Comunicação Interna, Comunicação Institucional e Comunicação
Mercadológica, temos, exclusivamente nas instituições de Ensino Superior, a
oportunidade de acrescentar mais uma ferramenta que possa somar à
comunicação integrada: a agência experimental de comunicação.
Vale lembrar que só é possível esse núcleo somar-se à comunicação
integrada em Instituições de Ensino Superior que possuam o curso de
Comunicação Social.
Quais seriam os benefícios de uma agência experimental de
comunicação? Primeiramente não podemos esquecer que dentro de uma IES o
aluno não é só um cliente, e sim faz parte do processo de desenvolvimento da
instituição. Diferente de outros tipos de produtos ou serviços, em uma IES o
aluno passa a ter um convívio de, no mínimo 2 anos, com toda a instituição.
Ter o aluno aliado a uma assessoria é possibilitar uma mensagem mais
adequada às expectativas desse público. Se a comunicação interna produz um
relacionamento entre setores administrativos, a comunicação institucional se
preocupa com a construção da imagem da empresa perante a sociedade, e a
comunicação mercadológica se encarrega de atrair novos clientes através do
vestibular e de campanhas que auxiliem na decisão de escolha da instituição,
temos a agência experimental como um núcleo de apoio a construção desses
três tipos de comunicação. E o benefício dessa associação não só gera um
apoio à assessoria como também se transforma em uma grande oportunidade
para os alunos de comunicação participantes da agência experimental pois os
faz vivenciar uma prática com resultados reais sem sair da instituição.
Outro apoio que a agência experimental poderia oferecer seria na
produção de informações das coordenações para o seu público acadêmico.
Essa comunicação pode se manifestar através de cartazes de cursos de
extensão, divulgação de calendários de avaliação com uma proposta visual
mais interessante, comunicação de alguma confraternização entre os próprios
professores ou eventos acadêmicos, divulgação de oportunidades de estágio,
palestras da área e informações sobre o mercado para o público discente, além
de uma série de possíveis formas de relacionamento entre docentes e
discentes.
Hoje temos no UniNorte uma agência experimental funcional que já
desenvolve esse tipo de comunicação. Porém fica limitada ao curso de
Comunicação. E a proposta é ter esse apoio da Assessoria para atuar na
cobertura de, se possível, todos os cursos, seja cobertura de eventos ou
informações rotineiras da comunidade acadêmica.
A MÃO DUPLA
A assessoria do UniNorte possui uma revista trimestral chamada Revista
Universo. Pelo fato de a equipe da Assessoria da instituição ser composta por
um grupo enxuto de profissionais, e levando-se em consideração a importância
da revista para a divulgação interna de ações das coordenações e novidades
administrativas que influenciam diretamente o corpo acadêmico, essa revista e
realizada por uma equipe terceirizada. Em paralelo temos a revista eletrônica
da Agex (como é chamada a agência experimental) que é produzida por alunos
de jornalismo sob a orientação de um professor. O esforço intelectual
produzido para a confecção dessa revista da Aex poderia ser concentrado para
a produção da revista Universo que tem uma maior visibilidade no mundo
acadêmico. Os alunos poderiam fazer a cobertura dos eventos internos, e
passar pela orientação do professor responsável pelo projeto e do assessor de
imprensa que atua na assessoria da instituição. Assim os alunos teriam uma
experiência mais concreta com o que seria realizado no mercado de trabalho
onde as publicações ficam visíveis a uma massa extensa de críticos.
A Equipe Nueva (núcleo de cerimonial e eventos) da Agex poderia atuar
em conjunto com a equipe de Eventos da instituição sem precisar descartar os
eventos do próprio curso. Dessa maneira os alunos que optaram pelo
aprendizado na área de cerimonial e eventos poderiam acompanhar na prática
a organização de grandes eventos acadêmicos, colação de grau, negociação
com fornecedores, check list e controle de orçamento. E esse aprendizado
poderia ser reproduzido na organização dos eventos que dizem respeito
apenas ao curso de comunicação e são de responsabilidade da Nueva.
Temos também a atuação dos alunos responsáveis pela alimentação do
blog. Esses alunos, pela exposição direta na internet para pesquisas, poderiam
ser colaboradores das ações em mídias sociais realizada pela assessoria e
pelo acompanhamento on line de notícias sobre a instituição que veiculam pela
rede.
A equipe da Tv Uninorte, além de sua atuação na realização de
conteúdos que são veiculados na Rede TV, poderia trabalhar na cobertura
jornalística de eventos internos. Hoje a assessoria, por não ter equipamentos
audiovisuais, registra apenas com captação de fotografias. A Agex poderia
fornecer uma cobertura mais interessante para as coordenações através da
captação audiovisual.
Há uma equipe na Agex que está focada nas ações de rádio. Não existe
uma rádio interna na instituição. Mas seria uma ferramenta de comunicação
interna importantíssima para a assessoria. A junção das forças, Agex e
assessoria, poderia produzir uma programação informativa e de entretenimento
para todos os colaboradores do UniNorte, seja corpo, docente, discente ou
administrativo. Além das programações, os alunos poderiam participar da
confecção dos comunicados, seja da presidência ou RH, que deverão ser
transmitidos pela rádio.
O Jornal Expressão poderia se transformar em mais um canal de
comunicação com matérias menos institucionais, como é o caso da revista,
porém relevantes para a comunidade da empresa, abordando temas sobre
saúde, sustentabilidade, cultura, e etc. Os alunos do jornal também poderiam
participar da produção dos textos para os boletins internos e circulares que são
enviados via e-mail aos colaboradores.
E, por fim, temos a plataforma Portifolio (agência de propaganda da
Agex). Os materiais gráficos como os estandes para as feiras acadêmicas,
cartazes de divulgação de cursos de extensão das coordenações, marcas para
as coordenações, banners, folders e cartazes sobre eventos das
coordenações, programação visual de eventos corporativos, como a festa dos
professores e a Semana de Segurança do Trabalho, e até acompanhamento
da discussão de briefing e produção das campanhas de vestibular que são
realizadas por agências de propaganda sob a supervisão da equipe de
comunicação e marketing da assessoria, seriam campos de treino para os
alunos da agência Portifolio. Alguns produtos da assessoria poderiam ganhar
velocidade na produção e, em troca, os alunos não só participariam da
produção dos materiais como teriam a oportunidade de ver esses materiais
sendo veiculado nas unidades da instituição. E isso fortalece o maior propósito
da agência de propaganda da agex, que é possibilitar ao aluno a produção do
seu portifolio antes de se formar no curso de publicidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância de um setor de comunicação para o crescimento de uma
empresa já é uma realidade nos dias de hoje. Essa realidade nós vivenciamos
ao analisar a atuação da assessoria de comunicação do Centro Universitário
do Norte – UniNorte/Laureate. Mas outro fato que é levantado e defendido por
esse artigo é a semelhança de ferramentas de comunicação produzidos tanto
pela agência experimental do curso quanto pela assessoria de comunicação da
empresa, a possibilidade de a assessoria se servir do apoio da agência
experimental de comunicação utilizando os alunos de comunicação para a
colaboração das ações, seja de comunicação interna, institucional ou
mercadológica, e o ganho da agência experimental levando seus alunos a uma
experiência real de produção de elementos de comunicação que não serão
vistos simplesmente por um grupo pequeno, e sim expostos para o universo da
instituição. Há um ganho de mão dupla e com um fim muito mais proveitoso à
comunidade acadêmica.
E se o negócio do UniNorte é educação, através desse projeto teríamos
um fortalecimento da teoria vista em sala de aula através da prática na própria
instituição. E se o fim da agência experimental é levar o aluno a essa vivência
de mercado ainda na academia, através da assessoria esse objetivo se
potencializa.
Outro ponto relevante nesse relacionamento será fazer com que o
próprio cliente (o aluno) se alinhe a todo o aspecto de comunicação da
empresa, provocando nele uma postura positiva perante a instituição.
REFERÊNCIAS
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