UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
Avaliação da eficácia e praticabilidade
agronômica do inseticida Acetamiprido no controle de Brevicoryne brassicae
(Pulgão da couve) na cultura do Repolho (Brassica oleracea var. Capitata L.).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Lucas Dias Lima
Santa Maria, RS, Brasil 2014
Avaliação da eficácia e praticabilidade agronômica do inseticida Acetamiprido no controle
de Brevicoryne brassicae (Pulgão da couve) na cultura do Repolho (Brassica oleracea var. Capitata
L.).
por
Lucas Dias Lima
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Agronomia, Área de Concentração em biologia e controle
de plantas daninhas, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro
Agrônomo.
Orientador: Luiz Augusto Salles das Neves
Santa Maria, RS, Brasil
2014
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais
Curso de Graduação em Agronomia
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso
Avaliação da eficácia e praticabilidade agronômica do inseticida Acetamiprido no controle de Brevicoryne brassicae
(Pulgão da couve) na cultura do Repolho (Brassica oleracea var. Capitata L.).
Elaborada por
Lucas Dias Lima
como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo
COMISÃO EXAMINADORA:
______________________________________ Engº. Agr.º Dr. Luiz Augusto Salles das Neves
(Presidente/Orientador)
______________________________________ Eng° Agr. Dr. Danie Martini Sanchotene
_______________________________________
Eng° Agr. Dr. Sylvio Henrique Bidel Dornelles
Santa Maria, 14 de julho de 2015.
RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Graduação em Agronomia
Universidade Federal de Santa Maria
Avaliação da eficácia e praticabilidade agronômica do
inseticida Acetamiprido no controle de Brevicoryne brassicae
(Pulgão da couve) na cultura do Repolho (Brassica oleracea var.
Capitata L.).
Lucas Dias Lima
Orientador: Luiz Augusto Salles das Neves
Data: Santa Maria, 14 de julho de 2015.
Na safra 2014 foi realizado um experimento no município de Santa Maria/RS, com o
objetivo de avaliar a eficiência e praticabilidade agronômica do produto Acetamiprido
para o controle de Brevicoryne brassicae na cultura do repolho. O delineamento
experimental utilizado foi de blocos ao acaso com seis tratamentos e quatro
repetições. Os tratamentos inseticidas foram aplicados no dia 07 de Setembro de
2014. Para a aplicação utilizou-se um pulverizador costal pressurizado com CO2,
munido de uma barra de 1 metros com 2 pontas marca Teejet 110.02 espaçados 0,5
metros entre si. A taxa de aplicação foi de 200 L/ha. O transplante da cultura do
repolho ocorreu dia 25 de Junho de 2014. Foi avaliado o numero de Brevicoryne
brassicae presentes em 5 plantas em cada repetição. Com base nos resultados
obtidos no experimento pode-se inferir que aos diAs após a aplicação dos
tratamentos (10 DAA) os tratamentos envolvendo o produto Acetamiprido, nas doses
avaliadas de 20g/ha e 30g/ha, foram eficientes (controle maior ou igual a 80%) na
população de Brevicoryne brassicae, com o tratamento 5 diferindo do tratamento
padrão utilizado ACTARA 250 WG na dose de 50 g.ha-1. A dose do produto
Acetamiprido que proporcionou o maior controle da população de Brevicoryne
brassicae até os 10 DAA foi de 30 g.ha-1. A partir dos 14 DAA nenhum dos
tratamentos apresentou controle. Os tratamentos inseticidas avaliados foram
seletivos a cultura do repolho.
Palavras-chave: Inseticida, Brevicoryne brassicae, IHI 25WG, Repolho.
ABSTRACT Course Conclusion Work
Graduation Course of Agronomy
Federal University of Santa Maria
Evaluation of efficacy and agronomic feasibility of IHI 25WG insecticide in
control of Brevicoryne brassicae ( cabbage aphid ) in the culture of cabbage (
Brassica oleracea var . Capitata L. ) .
Author: Lucas Dias Lima
Advisor: Luiz Augusto Salles das Neves
Date: Santa Maria, 19th of November 2014.
In the 2014 harvest an experiment was done in Santa Maria/RS, aiming an
evaluation of the efficiency and agro-economic use of Acetamiprido on Brevicoryne
Brassicae control in the cabbage growing. The experimental headline used was
blocks at the access with six treatments in a four-time aplication. Insecticides
treatment was done on the 7th of setember 2014. For the applications a back pack
sprayer of pressurized CO2 with a meter long bar with two ends manofactured by
TEEJET 110.02 spaces of 0,5 meters between them. The application rate was
200L/h. The transplant of cabbage culture happened on jully the 25th of 2014. As a
result the number of Brevicoryne brassicae occurred in four plants in each repetition.
Based in the results in this experiment we could infer that 10 DAA (days after
application) the treatments with Acetamiprido, on 20g/ha and 30g/ha doses were
efficient (control equal or higher than 80%) on the Brevicoryne Brassicae population,
and in a 5th quite different treatment, using ACATRA 250 WG with a 50g/ha dose.
The dosage of Acetamiprido that gave us the best control of Bevicoryne Bassicae in
a 10DAA treatment was 30g/ha. After the 14th DAA neither treatments showed
control. The insecticide treatments were selected to the cabbage culture.
KEYWORDS: INCETICED, BREVICORYNE BASSICAE, IHI 25WG, CABBAGE.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Tratamentos e dosagens utilizadas...........................................................16
Tabela 2. Nº médio de pulgão (Brevicoryne brassicae) / 5 plantas em cada avaliação na cultura do repolho................................................................................................19
Tabela 3. Eficiência dos tratamentos inseticidas no controle do pulgão (Brevicoryne brassicae) na cultura do repolho..............................................................19
Tabela 4. Fitointoxicação de plantas de repolho e produtividade/hectare, cultivar Coração de Boi, em função da aplicação de tratamentos inseticidas. Santa Maria/RS, 2014.............................................................................20
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A. Dados brutos obtidos a partir das avaliações realizadas durante o
experimento.......................................................................................................... ....25
APÊNDICE B – Quadro com condições climáticas ocorridas durante a condução do
ensaio................................................................................................................... ....26
APÊNDICE C – Quadro com condições climáticas ocorridas durante a condução do ensaio........................................................................................................................27
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 12
2.1 Um breve histórico.........................................................................................12
2.2 Importância econômica.................................................................................13
2.3 Características da Cultura do Repolho........................................................13
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 15
3.1 Inseticidas Utilizados....................................................................................17
3.2 Aplicação dos tratamentos..........................................................................17
3.3 Avaliação dos tratamentos..........................................................................18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 19
5 CONCLUSÕES................................................................................................. 22
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 23
10
1 INTRODUÇÃO
A cultura do repolho (Brassica oleracea var. capitata) é a hortaliça mais
importante da família Brassicaceae, tendo amplo destaque na alimentação humana,
pois apresenta excelente valor nutritivo, é rico em vitaminas e sais minerais,
destacando-se entre os alimentos mais populares, baratos e de grande importância
sócio-econômica aos agricultores e consumidores (OLIVEIRA et al., 2005). O
repolho é economicamente a hortaliça de maior expressão a nível mundial, não só
pelo alto consumo como também pela sua ampla distribuição (NUNES et al., 2005).
Dentre as pragas de repolho está o pulgão Brevicorynebrassicae como uma
importante praga desta cultura. O afídeo é nativo do continente europeu, mas é
comumente encontrado na Ásia, Austrália e Américas (AHMAD&AKHTAR, 2013).
Este inseto é praga do gênero Brassica (Brassicaceae), que inclui couve, couve-flor,
repolho, nabo, brócolis e couve de Bruxelas (LEITE et al. 2011; AHMAD&AKHTAR,
2013; MELO et al. 2013).
Em condições desfavoráveis ao desenvolvimento das plantas, os danos
provocados pela alimentação de grande número de pulgões podem ocasionar a
morte de plântulas (AHMAD&AKHTAR, 2013). A sucção contínua de seiva provoca
clorose e enrugamento foliar, além de introduzir toxinas no sistema vascular da
planta. Produzem excremento açucarado que provoca o crescimento de fungos
conhecidos como fumagina na superfície das folhas, reduzindo a área fotossintética
(LEITE et al. 2011).
Altas infestações deste inseto são verificadas com frequência em cultivos de
brássicas, causando, portanto severos danos às plantas devido à sucção de seiva,
injeção de toxinas e transmissão de viroses e no caso do repolho, má formação de
cabeças. Devido às elevadas taxas reprodutivas e ao curto ciclo de vida destes
insetos, surtos populacionais em condições favoráveis podem ocorrer em curto
espaço de tempo, fazendo com que a maioria dos agricultores use os inseticidas
como principal método de controle (COLLIER&FINCH, 2007).
Considerando o elevado potencial biótico dos pulgões, recomenda-se o
contínuo monitoramento das culturas. Dessa forma, torna-se importante a pronta
adoção de medidas de controle quando a infestação inicial atingir o nível de ação, ou
seja, quando forem constatados 5% de plantas infestadas, principalmente próximo
11
ao período de formação da parte comercial, quando, além dos danos diretos, há que
se considerar a perda de qualidade e a observação do período de carência dos
inseticidas utilizados (FILHO et al. 2010).
Levando em conta a importância da cultura de repolho dentre as principais
hortícolas cultivadas e consumidas no país e, principalmente os danos que o pulgão-
da-couve causa à qualidade e produção da cultura, torna-se necessário realizar o
controle deste inseto.
Assim como a maioria das pragas, o seu controle é realizado principalmente
por aplicações de inseticidas químicos (ANDREI, 1996).
Outras técnicas são empregadas, destacando-se, entre elas, a utilização de
inimigos naturais como fungos, bactérias, vírus e outros insetos e o uso de
substâncias repelentes e/ou inseticidas, naturalmente extraídas de espécies
botânicas (LOVATTO, 2004).
Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia e
praticabilidade agronômica do inseticida Acetamiprido no controle de Brevicoryne
brassicae (Pulgão da couve) na cultura do Repolho (Brassica oleracea var. Capitata
L.)
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Um breve histórico
O centro de origem do repolho é na Costa Norte Mediterrânea, Ásia Menor e
Costa Ocidental Européia. Na forma original, o repolho era utilizado pelos egípcios,
sendo que o seu uso tornou-se mais popular quando ocorreram as invasões arianas
entre 2000 e 2500 aC.
Segundo Balbach e Boarim (1993), os romanos já empregavam a Brassica
sp., tanto interna, como externamente como abstergente (produto utilizado para
limpar ferimentos) e na forma de cataplasmas no tratamento das feridas. Relatos
informam ainda o uso da Brassica sp. a mais de um milênio em processos de
cicatrização de abscessos, cefalalgias idiopáticas (dores de cabeça de causas
desconhecidas), independentes de febre ou distúrbios intestinais, dores reumáticas
e reumatóides, tumores, prevenção de tuberculose, auxílio em casos de afonia,
desnutrição, anemia, enfermidades do estômago, úlceras internas, hemorróidas,
alcoolismo, gota e reumatismo.
A introdução do repolho na Europa ocorreu pelos celtas no século IX. Já na
América a sua introdução se deu pelos conquistadores europeus no século XV. É
uma planta herbácea, possui inúmeras folhas arredondadas e cerosas que se
imbricam, formando uma cabeça compacta, que constitui a parte comestível da
planta (FILGUEIRA, 2008; TIVELLI & PURQUERIO, 2005).
O repolho se caracteriza por uma planta com grande versatilidade, não
somente pelo seu valor nutritivo (LÉDO et al., 2000; FILGUEIRA, 2008). No caráter
social também apresenta uma grande importância, pois utiliza muita mão-de-obra,
sendo cultivada essencialmente por pequenos agricultores (SILVA JÚNIOR &
YOKOYAMA, 1988; FILGUEIRA, 2008).
Existem duas espécies de repolho, o repolho crespo (B. oleracea L var.
sabauda Martens) e o o repolho liso (B. oleracea L. var. capitata L.), de maior
expressão comercial no Brasil. São classificados segundo a forma (achatada e
13
pontuda) e a cor da cabeça (verde ou branca e roxa) (TIVELLI & PURQUERIO,
2005).
2.2 Importância econômica
Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Horticultura mostrou que a
cultura do repolho, juntamente com couve, brócolis, couve flor e alface foram
responsáveis por 74% da produção entre 1990 e 2010 no estado de São Paulo
(HORTIBRASIL, 2010).
O censo agropecuário de 2006 do IBGE levantou para cada produto o número
de estabelecimentos agropecuários que trabalham com repolho, apresentado que
26.853 estabelecimentos agropecuários produzem repolho no Brasil, 59% dos
estabelecimento possuem de 5 a 50 hectares, 76% do volume é produzido por
estabelecimentos que possuem entre 5 a 100 hectares, 99% da produção é
realizada em área própria, não arrendada, 25 estados brasileiros e o distrito federal
produzem repolho, os maiores produtores são os estados de São Paulo, Minas
Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Goiás, com 81% do volume e só não
houve registro de produção de repolho em Roraima (JORNAL ENTREPOSTO,2014).
2.3 Características da Cultura do Repolho
É uma hortaliça de cabeça, e sua formação ocorre pela sobreposição das
folhas, é fonte de vitamina C e rico em vitaminas B1, B2 e E, além de sais minerais,
sobretudo cálcio e fósforo (LANA E TAVARES, 2010). Ainda segundo as autoras,
pode ser consumido cru em saladas, cozido em água ou leite ou fermentado
(chucrute).
14
Segundo Filgueira (2003), apresenta caule é curto, direto, sem ramificações.
Possui uma raiz principal distinta, desenvolvendo ramificações adventícias na base
do caule, o que lhe favorece uma boa recuperação após o tranplante.
É bienal, exigindo temperaturas amenas ou frias, apresentando notável
tolerância a geadas. Ainda de acordo com o autor, há cultivares que permitem o
plantio sob condições climáticas diversas. Porém, recomenda-se, para um melhor
cultivo, solos de textura média, soltos, profundos e ricos em matéria orgânica e pH
em torno de 5,5 a 6,8.
A colheita ocorre a partir dos 80 dias. As cabeças devem estar compactas e
grandes, com as folhas que revestem a cabeça apresentando os bordos voltados
para trás. As folhas externas ficam mais caídas e ocorre a mudança da coloração
(Luz et al, 2002). A produtividade é variável, geralmente superior a 50 ton/ha-1, com
cabeças variando entre 1,5 a 2,0 kg no máximo, atendendo às preferências do
mercado (FILGUEIRA, 2003). Para Souza e Resende (2006) o consumidor prefere
cabeças com peso médio entre 1 a 1,5 kg.
15
3. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na empresa Biomonte Pesquisa e
Desenvolvimento, no município de Santa Maria/ RS sob as coordenadas 29° 38’ 45”
S 53° 57’ 44” O. O trabalho foi realizado no ano agrícola de 2014 e a cultivar de
repolho utilizada foi Coração de Boi. Segundo o sistema de classificação brasileira
de solos (SIBCS), o solo do local do experimento é classificado como um Argissolo
Vermelho Distrófico Arênico, classe textural Franco Arenoso com as seguintes
características: Areia: 60,6; Silte: 22,9; Argila 16,6. Tipo de Solo conforme o
Zoneamento Agrícola MAPA: Tipo 2.
O solo foi preparado sob o sistema convencional da área da horta através da
gradagem, calagem e posteriormente aplicação de super simples e incorporado com
a operação de gradagem, procedimento realizado em toda a extensão da horta. A
confecção dos canteiros ocorreu no dia 07 de Agosto de 2014 foi realizado com
auxílio de uma a um trator com largura de 1,2m. Após a confecção do canteiro
realizou a adubação orgânica através da colocação de cama de aviário na dose de
60 Kg/100 m2 de canteiro e após realizou-se novamente o encanteiramento. O
plantio do repolho ocorreu de forma manual realizando uma pequena cova e
colocada as mudas, o transplante ocorreu em 2 linhas por canteiro espaçadas 45 cm
entre si. A adubação de cobertura foi realizada na forma de uréia (120 kg ha-1)
parcelando a aplicação em duas coberturas aos 20 e aos 40 dias aproximadamente
após o transplante.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com seis
tratamentos e quatro repetições. A unidade experimental foi constituída de parcelas
com 1 metro de largura e 5 de metros de comprimento (5m2). O transplante do
repolho (cultivar Coração de Boi) foi realizado no dia 25 de junho de 2014 (as
plantas de repolho encontravam-se no estágio de 13 (BBCH), em 2 linhas por
canteiro espaçadas 45 cm entre si. A data de instalação do ensaio foi no dia 07 de
setembro de 2014.
Para aplicação foi utilizado pulverizador costal de precisão pressurizado a
CO2 com barra de 1,5m munida de quatro pontas XR Teejet 110.02 espaçados a 0,5
16
m, trabalhando com pressão de 20 bar e aplicando volume de calda de 200 L ha-1.
Os tratamentos herbicidas bem como as dosagens aplicadas estão listados na
Tabela1.
Tabela 1: Tratamentos e dosagens utilizadas.
N° TRATAMENTOS Dose P.C g ou
ml.ha-1 Dose de g.i.a./ha
1 Testemunha -- -- 2 Acetamiprido 5 3,63 3 Acetamiprido 10 7,25 4 Acetamiprido 20 14,5 5 Acetamiprido 30 21,8 6 ACTARA 250 WG 50 12,5
As avaliações foram efetuadas pela contagem do número de insetos adultos
vivos em 4 plantas por parcela.
As avaliações da contagem de insetos vivos foram realizadas aos 2, 5, 7, 10,
14 DAA.
A eficácia dos tratamentos inseticidas foi estimada de acordo com Abbott
(1925), sendo considerados eficazes os tratamentos que alcançaram, no mínimo,
80% de eficiência relativa, onde se comparou o número de insetos vivos coletados
em cada parcela que recebeu aplicações dos tratamentos inseticidas, com o número
de insetos vivos coletados nas parcelas testemunha. Os dados obtidos foram
submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de
Tukey a 5% de significância.
Foi avaliada a produtividade da cultura e para isto foi colhido 4 plantas por
parcela, totalizando 4 parcelas por tratamento, no dia 10 de Outubro de 2014.
Para a avaliação de fitotoxicidade, foram feitas avaliações visuais foi por meio
da escala EWRC (1964), onde um significa ausência de sintomas e nove morte total
das plantas.
Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e
a diferença entre médias, quando significativa, foi comparada pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade, através da utilização do “software” Sasm – agri
(CANTERI et al., 2001)
17
3.1 Inseticidas Utilizados
Os inseticidas utilizados e suas informações estão listados nos quadros abaixo.
Nome Comum: Acetamiprido
Classe: Inseticida Grupo Químico: Neonicotinóide
Formulação: Granulado Dispersível Concentração do i.a.: 725g Kg-1de produto comercial
Classe Toxicológica Preliminar:
Não pertinente
Quadro 1. Inseticida Utilizado
Nome Comercial: Actara 250 WG Nome Comum: Tiametoxan
Classe: Inseticida Grupo Químico: Neonicotinóide
Formulação: Granulado Dispersível Concentração do i.a.: 250g Kg-1de produto comercial
Classe Toxicológica Preliminar:
III-Medianamente Tóxico
Quadro 2. Inseticida Utilizado
3.2 Aplicação dos tratamentos
Dados da aplicação dos tratamentos estão dispostos no quadro abaixo.
Data Aplicação: 07/09/2014
Número de Aplicações: Uma
Volume de Calda: 200 L/há
Época e modo de aplicação: No inicio do aparecimento da praga
Equipamento de aplicação:
Um pulverizador costal pressurizado com CO2, munido
de uma barra de 0,5 metros de comprimento munido
de 2 bicos Teejet 110.02.
Fenologia das plantas no momento
da aplicação: BBCH 45
Nível de infestação:
No momento da aplicação dos tratamentos foi
realizada a contagem prévia do número de pulgões
adultos vivos em 5 plantas por parcela.
Quadro 3. Dados da aplicação do tratamentos.
18
3.3 Avaliação dos tratamentos
Dados da avaliação dos tratamentos estão dispostos no quadro abaixo.
Data das avaliações: 05/09/2014 (2 DAA); 08/09/2014 (5 DAA); 10/09/2014 (7
DAA); 13/09/2014 (10 DAA); 17/09/2014 (14 DAA)
Número de Avaliações: Cinco
Data da colheita: 10/10/2014
Quadro 4. Dados da avaliação dos tratamentos.
19
4 RESULTADOS E DISCUSSÂO
Os resultados obtidos estão dispostos nas tabelas a seguir.
Tabela 2. Nº médio de pulgão (Brevicoryne brassicae) / 5 plantas em cada avaliação na cultura do repolho.
N° médio insetos vivos3 07/09/2014 09/09/2014 12/09/2014 14/09/2014 17/09/2014 21/09/2014
Tratamentos
Doses de p.c (g ou
ml.ha-1) PRÉVIA 2 DAA2 5 DAA 7 DAA 10 DAA 14 DAA
1. Testemunha -- 14 a 16,25 a 21 a 17,3 a 18,25 a 15 a
2. Acetamiprido1 5 14,25 a 14,5 ab 4,75 b 11,3 b 18 a 13,75 ab
3. Acetamiprido 10 15 a 10,5 bc 4 b 5,0 c 8,75 b 13,25 abc
4. Acetamiprido 20 15,75 a 9 c 1,5 b 3,0 c 3,5 bc 10 bcd
5. Acetamiprido 30 12,5 a 6,5 c 1,75 b 2,3 c 2,75 c 7,75 d
6. ACTARA 250 WG 50 15,5 a 10,25 bc 1,75 b 2,8 c 3,5 bc 9,25 cd
C.V. (%)4 - 27,03 20,18 31,98 23,06 26,26 16,8
1Tratamentos inseticidas aplicados. 2Dias Após Aplicação dos Tratamentos. 3Nº médio de insetos vivos/5 plantas. 4Médias não seguidas pelas mesmas letras nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro.
Tabela 3. Eficiência dos tratamentos inseticidas no controle do pulgão (Brevicoryne brassicae) na cultura do repolho.
% de controle do Brevicorynebrassicae
22/03/2013 25/03/2013 29/03/2013 01/04/2013 06/04/2013 Tratamentos
Doses de p.c (g ou
ml.ha-1) 2 DAA2 5 DAA 7 DAA 10 DAA 14 DAA
1. Testemunha -- 0 0 0 0 0
2. Acetamiprido1 5 10,8 77,4 34,8 1,4 8,3
3. Acetamiprido 10 35,4 81,0 71,0 52,1 11,7
4. Acetamiprido 20 44,6 92,9 82,6 80,8 33,3
5. Acetamiprido 30 60,0 91,7 87,0 84,9 48,3
6. ACTARA 250 WG 50 36,9 91,7 84,1 80,8 38,3 1Tratamentos inseticidas aplicados. 2Dias Após Aplicação dos Tratamentos.. .
20
Nas avaliações, observou-se que todos os tratamentos inseticidas diferiram
da testemunha até 7 DAA, o que comprovou que todos eles proporcionam ação
inseticida sobre a população de Brevicoryne brassicae.
Aos 2 DAA nenhum dos tratamentos inseticidas com o produto Acetamiprido
em todas as doses foram eficientes (controle maior ou igual a 80%) para a
população de Brevicoryne brassicae e não diferiram do tratamento padrão ACTARA
250 WG na dose de 50 g.ha-1.
Aos 5 DAA somente o tratamento de 5 g.ha-1do Acetamiprido não foi eficiente
(controle maior ou igual a 80%) para a população de Brevicoryne brassicae. Nos 7
DAA os tratamentos de 5 g.ha-1e 10 g.ha-1do Acetamiprido não apresentaram
eficiência, já o restante dos tratamentos apresentaram eficiência (controle maior ou
igual a 80%).
Aos 10 DAA, apenas os tratamentos 20 g.ha-1 e 30 g.ha-1 do Acetamiprido, e
o tratamento padrão (ACTARA 250 WG) foram eficientes (controle igual ou superior
a 80%) para a população de Brevicoryne brassicae.O tratamento envolvendo o
produto Acetamiprido na dose 30 g.ha-1na avaliação de 10DAA diferiu do produto
padrão ACTARA 250 WGna dose de 50 g.ha-1.
Aos 14 DAA nenhum dos tratamentos apresentou eficiência (controle igual ou
superior a 80%).
21
Tabela 4– Fitointoxicação de plantas de repolho e produtividade/hectare, cultivar Coração de Boi, em função da aplicação de tratamentos inseticidas. Santa Maria/RS, 2014.
Doses Produtividade
(g ou ml. ha-1) Fitotoxicidade3 (%)
(g/planta)5
2 Tratamentos1
DAA2
1. Testemunha -- 0 1849,8 a
2. Acetamiprido 1 5 0 1856,5 a
3. Acetamiprido 10 0 1928,3 a
4. Acetamiprido 20 0 1944,0 a
5. Acetamiprido 30 0 1961,3 a
6. ACTARA 250 WG 50 0 1948,0 a
CV4 (%) -- -- 3,52 1Tratamentos inseticidas aplicados. 2 DAA – Dias após a aplicação dos tratamentos. 3Percentual de fitointoxicação causada nas plantas após a aplicação dos tratamentos inseticidas. 4 Médias não seguidas pelas mesmas letras nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. 5Produtividade média das quatro repetições.
Analisando a Tabela 4, verifica-se que todos os tratamentos inseticidas foram
seletivos à cultura do repolho, cultivar Coração de Boi.
22
5. CONCLUSÕES
a) Aos 10 DAA (Dias Após Aplicação dos tratamentos), os tratamentos com
Acetamiprido nas doses 20 g.ha-1 e 30 g.ha-1 foram eficientes (controle maior ou
igual a 80%) na população de Brevicoryne brassicae, com a dose de 30g.ha-1
diferindo do tratamento padrão utilizado, ACTARA 250 WG na dose de 50g.ha-1.
b) Aos 14 DAA nenhum dos tratamentos apresentou eficiência maior ou igual a
80%) na população de Brevicoryne brassicae.
c) Os tratamentos inseticidas avaliados foram seletivos para a cultura do
repolho.
23
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7. APÊNDICE APÊNDICE A. Dados brutos obtidos a partir das avaliações realizadas durante o experimento
N° Pulgões/Planta - Média de afídeos em 5 plantas/parcela Média Média Média Média Média Média
Tratamento
Dose g ou mL
P.C/há
Dose (g ou mL) 60 m2
Prévia
2 DAA
Cont Abott
5 DAA
Cont Abott
7 DAA
Cont Abott
10 DAA
Cont Abott
14 DAA
Cont Abott
12,0 14,0 13,0 16,3 0,0 19,0 21,0 0,0 19,0 17,3 0,0 22,0 18,3 0,0 13,0 15,0 0,0 17,0 16,0 22,0 15,0 17,0 15,0 15,0 15,0 17,0 17,0 15,0 17,0
1. Testemunha
12,0 21,0 26,0 18,0 19,0 15,0 13,0 14,3 12,0 14,5 10,8 5,0 4,8 77,4 11,0 11,3 34,8 19,0 18,0 1,4 16,0 13,8 8,3 17,0 14,0 7,0 14,0 17,0 13,0 15,0 17,0 4,0 9,0 22,0 12,0
2. Acetamiprido 5 0,030
12,0 15,0 3,0 11,0 14,0 14,0 21,0 15,0 13,0 10,5 35,4 3,0 4,0 81,0 6,0 5,0 71,0 8,0 8,8 52,1 13,0 13,3 11,7 12,0 11,0 4,0 4,0 9,0 12,0 15,0 9,0 4,0 3,0 11,0 16,0
3. Acetamiprido 10 0,060
12,0 9,0 5,0 7,0 7,0 12,0 17,0 15,8 11,0 9,0 44,6 2,0 1,5 92,9 4,0 3,0 82,6 1,0 3,5 80,8 10,0 10,0 33,3 12,0 9,0 1,0 3,0 5,0 12,0 23,0 7,0 2,0 3,0 4,0 7,0
4. Acetamiprido 20 0,120
11,0 9,0 1,0 2,0 4,0 11,0 12,0 12,5 6,0 6,5 60,0 2,0 1,8 91,7 2,0 2,3 87,0 3,0 2,8 84,9 10,0 7,8 48,3 15,0 8,0 2,0 2,0 1,0 7,0 12,0 5,0 2,0 1,0 3,0 6,0
5. Acetamiprido 30 0,180
11,0 7,0 1,0 4,0 4,0 8,0 13,0 15,5 11,0 10,3 36,9 1,0 1,8 91,7 3,0 2,8 84,1 3,0 3,5 80,8 10,0 9,3 38,3 17,0 9,0 2,0 0,0 4,0 7,0 11,0 12,0 1,0 4,0 2,0 11,0
6. Actara 250 WG 50 0,300
21,0 9,0 3,0 4,0 5,0 9,0
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APÊNDICE B – Quadro com condições climáticas ocorridas durante a condução do ensaio.
Fonte: Estação Meteorológica instalada na Biomonte/ Santa Maria-RS.
Data TMax (°
C) TMin (°
C) Prec. (mm)
07/09/2014 22,3 15,3 0
08/09/2014 28,1 15 0,2
09/09/2014 32,1 21,9 0
10/09/2014 27,9 11,8 18,4
11/09/2014 16,7 10,9 3
12/09/2014 18,3 10,8 36,2
13/09/2014 27,3 15,6 0
14/09/2014 28,8 19,1 24
15/09/2014 20,8 11,1 6,6
16/09/2014 22,3 8,5 0,2
17/09/2014 19,2 8,8 0
18/09/2014 19,3 14,2 0
19/09/2014 25,6 16,2 2,8
20/09/2014 20 10,5 0
21/09/2014 23,2 10,2 0
22/09/2014 24,2 10,4 0,2
23/09/2014 29,9 13,6 2,8
24/09/2014 23 16,3 5,6
25/09/2014 28,3 14,1 27,6
26/09/2014 24,3 14,7 0,2
27/09/2014 20,8 10,3 0,8
28/09/2014 23,1 14,2 24,6
29/09/2014 25,1 19,1 0
30/09/2014 19,7 17,4 41,8
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APÊNDICE C – Quadro com condições climáticas ocorridas durante a condução do ensaio.
Data T. Max (°
C) T. Min (°
C) Prec. (mm)
01/10/2014 23,5 16,7 1,4
02/10/2014 21,7 13,8 0
03/10/2014 21,5 12,4 0
04/10/2014 22 13,2 0
05/10/2014 23,3 16,4 5,8
06/10/2014 20,7 17,1 21,4
07/10/2014 25,3 17,6 0
08/10/2014 29,8 15,6 0,2
09/10/2014 27,6 20,6 0
10/10/2014 27,6 13,3 7,6
Fonte: Estação Meteorológica instalada na Biomonte/ Santa Maria-RS.