Transcript

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

49 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Conteúdo Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos .................................. 49

4.1 Introdução ......................................................................................................................... 50

4.2 Formulação de Elementos Finitos para viga-coluna 2D .................................................... 51

4.2.1 Teoria de Euler-Bernoulli............................................................................................ 51

4.2.2 Teoria de viga de Timoshenko ................................................................................... 53

4.3 Entendendo a estrutura .................................................................................................... 54

4.4 Matriz de rigidez global da estrutura ................................................................................ 55

4.5 Problema estrutural .......................................................................................................... 57

4.6 Metodologia ...................................................................................................................... 57

4.7 Programa de Elementos Finitos para viga e pórtico 2D .................................................... 58

4.7.1 Passos para criação do programa de elementos finitos ............................................ 58

4.7.2 Passos para a análise da estrutura (execução do programa). .................................... 65

4.8 Exercícios resolvidos de problemas de vigas .................................................................... 66

Exemplo 1 - Viga simplesmente apoiada: teoria de viga de Euler-Bernoulli ...................... 66

Exemplo 2 - Viga simplesmente apoiada: teoria de viga de Timoshenko ........................... 68

Exemplo 3 - Viga biengastada com carga distribuída.......................................................... 69

Exemplo 4 - Viga biapoiada com balanço e uma mola ........................................................ 71

4.9 Exercícios propostos de vigas ............................................................................................ 74

Exercício 1 .......................................................................................................................... 74

Exercício 2 .......................................................................................................................... 74

Referências .............................................................................................................................. 75

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

50 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

4.1 Introdução

As estruturas lineares são constituídas por uma ou mais barras (vigas, pilares, arcos,

pórticos, grelhas, etc.). As vigas são estruturas lineares, dispostas horizontalmente ou inclinadas,

com um ou mais apoios sujeitos a cargas transversais (Figura 4.1). A viga é geralmente utilizada

no sistema laje-viga-pilar (Figura 4.2) para transferir os esforços verticais recebidos da laje para

o pilar ou para transmitir uma carga estrutural concentrada, caso sirva de apoio a um pilar. Pode

ser composta de madeira, ferro ou concreto (português brasileiro) ou betão (português europeu)

armado. A viga transfere o peso das lajes e dos demais elementos (paredes, portas, etc.) às colunas

(SOUZA; RODRIGUES; MASCIA, 2008).

As edificações basicamente apresentam três tipos de vigas, que diferem na forma como

são ligados aos seus apoios. Portanto, classificam-se em:

- Viga em balanço: é uma viga de edificação com um só apoio. Toda a carga recebida é transmitida

a um único ponto de fixação (Figura 4.1a).

- Viga biapoiada: diz-se das vigas com dois apoios, que podem ser simples e/ou engastados,

gerando-se vigas do tipo simplesmente apoiadas, vigas com apoio simples e engaste, vigas

biengastadas (Figura 4.1b).

- Viga contínua: diz-se da viga com múltiplos apoios (Figura 4.1c).

Figura 4. 1 Vigas: a) em balanço; b) biapoiada; e c) contínua. Fonte: Souza, Rodrigues e Mascia (2008).

Figura 4. 2 Sistema laje-viga-pilar. Fonte:

https://eduqc.com.br/concursos/engenharia/engenharia-civil-analise-estrutural/

Pórticos planos são estruturas lineares planas com solicitações coplanares (Figura 4.3).

Podemos generalizar os pórticos planos para pórticos espaciais, cujas barras se dispõem em planos

diversos. Os pórticos, em conjunto com os elementos secundários, formam o esqueleto resistente

do sistema construtivo, onde são fixados os elementos de cobertura e de vedação lateral.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

51 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Figura 4. 3 Pórticos. Fonte: https://eduqc.com.br/concursos/engenharia/engenharia-civil-

analise-estrutural/

Há duas teorias de vigas: Euler-Bernoulli e Timoshenko. A teoria clássica de Euler-

Bernoulli é considerada mais simples, porque os efeitos devidos às deformações cisalhantes na

seção transversal da barra são desprezados no cálculo da rigidez da estrutura. Nesse caso, estima-

se que a seção transversal plana antes da deformação da viga continuará sendo plana e

perpendicular ao eixo neutro da viga (SILVA et al., 2016).

A outra teoria de viga é a de Timoshenko, em que a deformação cisalhante na seção

transversal da barra é levada em consideração no processo de solução do problema. Considera-

se, entretanto, que a deformação por cisalhamento é constante ao longo da seção transversal.

Segundo Oñate (2013), essa teoria de viga é aplicável em vigas com esbeltezas menores (λ = L0/h

< 10; em que L0 é o comprimento da barra e h é a altura da seção transversal), e que ela se torna

especialmente importante à medida que a altura da seção transversal aumenta. Considera-se que

as seções transversais planas e perpendiculares ao eixo neutro se mantêm planas, mas não

perpendiculares ao eixo neutro deformado. A teoria de Timoshenko é considerada mais acurada

segundo Timoshenko et al. (1974).

4.2 Formulação de Elementos Finitos para viga-coluna 2D

4.2.1 Teoria de Euler-Bernoulli

A formulação de Elementos Finitos para a viga-coluna 2D com dois nós e três graus de

liberdade/nó é descrita a seguir. Designa-se por Euler-Bernoulli a formulação do elemento finito

de viga-coluna em que se considera que as seções se mantêm planas e normais ao eixo da barra

após a deformação. Deste modo não é considerada a deformação devida ao esforço cortante

(KWON; BANG, 2000; ZIENKIEWICZ; TAYLOR; ZHU, 2005; BATHE, 2016).

Na configuração inicial, as coordenadas dos nós 1 e 2 do elemento de viga no sistema

global de coordenadas são (X1, Y1) e (X2, Y2), respectivamente. O comprimento original

(indeformado) L0 da viga é dado pela seguinte equação:

L0 = √(X2 − X1)2 + (Y2 − Y1)

2 (4.1)

Para o elemento de viga na sua configuração corrente, as coordenadas nodais globais são

(X1 + u1, Y1 + v1) para o nó 1 e (X2 + u2, Y2 + v2) para o nó 2, em que ui é o deslocamento do nó

i na direção X e vi é o deslocamento do nó i na direção Y, com i = 1, 2. O comprimento corrente

L (deformado) é:

L = √(X2 + u2 − X1 − u1)2 + (Y2 + v2 − Y1 − v1)

2 (4.2)

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

52 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

O vetor de deslocamentos no sistema global de coordenadas p do elemento m é dado por:

𝐩m = [u1 v1 θ1 u2 v2 θ2]T (4.3)

Assumindo que a rigidez à flexão EI seja constante no elemento, a matriz de rigidez

elementar kelem no sistema local de coordenadas é dada por (KWON; BANG, 2000):

𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦 =𝐸

𝐿0

[ 𝐴 00 12𝑐1

0 −𝐴6𝑐2 0

0 0−12𝑐1 6𝑐2

0 6𝑐2

−𝐴 04𝐼 00 𝐴

−6𝑐2 2𝐼0 0

0 −12𝑐1

0 6𝑐2

−6𝑐2 02𝐼 0

12𝑐1 −6𝑐2

−6𝑐2 4𝐼 ]

(4.4)

𝑐1 =𝐼

𝐿02 (4.5)

𝑐2 =𝐼

𝐿0 (4.6)

na qual A é a área e I é o momento de inércia da seção transversal e é o módulo de elasticidade.

Nas estruturas em geral os elementos constituintes não possuem uma mesma inclinação

(vigas e pilares, por exemplo) o que faz com que o sistema local de um elemento não coincida

com o sistema local do outro, sendo então necessário reescrever as matrizes de rigidez dos

elementos em função de um único sistema de coordenadas, chamado de sistema global de

coordenadas. Isso é feito com auxílio de uma matriz conhecida por matriz de rotação R. A matriz

de rotação R é dada por:

𝐑 =

[ 𝐶 𝑆−𝑆 𝐶

0 00 0

0 00 0

0 0 0 0

1 00 𝐶

0 0𝑆 0

0 00 0

0 −𝑆0 0

𝐶 00 1]

(4.7)

em que C e S são o cosseno e o seno do ângulo dados por, respectivamente:

C = cos (θ) =X2 − X1

L0 (4.8)

S = sen (θ) =Y2 − Y1

L0 (4.9)

A matriz de rigidez no sistema global de coordenadas Kelem é dada por:

𝐊𝐞𝐥𝐞𝐦 = 𝐑T𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦𝐑 (4.10)

O vetor de deslocamentos no sistema local de coordenadas ulocal é calculado por:

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

53 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

𝐮𝐥𝐨𝐜𝐚𝐥 = 𝐑𝐩𝐦 =

[ 𝐶 𝑆−𝑆 𝐶

0 00 0

0 00 0

0 0 0 0

1 00 𝐶

0 0𝑆 0

0 00 0

0 −𝑆0 0

𝐶 00 1]

[ u1

v1

θ1

u2v2

θ2]

(4.11)

O vetor de forças internas elementar no sistema local de coordenadas felem é dado por:

𝐟𝐞𝐥𝐞𝐦 = 𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦𝐮𝐥𝐨𝐜𝐚𝐥 =

[ N1

V1

M1

N2

V2

M2]

(4.12)

na qual Ni, Vi e Mi, com i = 1,2, são a força normal, a força cortante e o momento fletor no nó i,

respectivamente.

No sistema global de coordenadas, o vetor de forças internas elementar Felem é

determinado por:

𝐅𝐞𝐥𝐞𝐦 = 𝐑T𝐟𝐞𝐥𝐞𝐦 (4.13)

4.2.2 Teoria de viga de Timoshenko

Na formulação do elemento de viga de Timoshenko é considerado que as seções planas

se mantêm planas. No entanto, supõe-se que uma seção normal ao eixo da viga não mantém essa

característica após a deformação. Desse modo é possível considerar a deformação devida à força

cortante.

A formulação do Método do Elementos Finitos para a viga-coluna 2D para a teoria de

Timoshenko é semelhante à da viga de Euler-Bernoulli, com exceção à determinação da matriz

de rigidez elementar kelem no sistema local de coordenadas, que é determinada em função de duas

parcelas (KWON; BANG, 2000):

𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦 = 𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦𝐛 + 𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦

𝐜 (4.14)

na qual

𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦𝐛 =

𝐸

𝐿0

[

𝐴 00 0

0 −𝐴0 0

0 00 0

0 0−𝐴 0

𝐼 00 𝐴

0 −𝐼0 0

0 00 0

0 0−𝐼 0

0 00 𝐼 ]

(4.15)

𝐤𝐞𝐥𝐞𝐦𝐜 =

𝜇𝐺𝐴

4𝐿0

[

0 00 4

0 0

2𝐿0 0

0 0−4 2𝐿0

0 2𝐿0

0 0 𝐿0

2 00 0

−2𝐿0 𝐿02

0 0

0 −40 2𝐿0

−2𝐿0 0

𝐿02 0

4 −2𝐿0

−2𝐿0 𝐿02 ]

(4.16)

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

54 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

na qual G é módulo de elasticidade transversal e é o fator de correção do cisalhamento, cujo

valor normalmente é 5/6.

4.3 Entendendo a estrutura

O modelo estrutural de viga ou pórtico deve conter informações acerca das dimensões e

apoios, o carregamento aplicado e as propriedades físicas e geométricas. Na Figura 4.4 é ilustrado

um exemplo de um pórtico plano em L com essas informações.

Figura 4. 4 Modelo estrutural do pórtico plano em L.

As dimensões são definidas com base no sistema de coordenadas cartesiano

bidimensional global (eixo de coordenadas axiais X e eixo de coordenadas transversais Y).

Os apoios são os admitidos os usuais (rolete, pino ou engaste), que podem possuir

restrição de deslocamento axial (u), de deslocamento transversal (v) e de rotação (), sendo

possível a combinações dos mesmos.

Os carregamentos na estrutura podem ser forças concentradas (axial e transversal), forças

distribuídas e momentos localizados.

As propriedades geométricas da seção transversal do elemento são a área A e o momento

de inércia em relação ao eixo centroidal I. As propriedades materiais são o módulo de elasticidade

longitudinal E, o módulo de elasticidade transversal G, o coeficiente de Poisson e o fator de

correção do cisalhamento .

Com a definição do modelo da estrutura, a mesma é discretizada por elementos finitos,

isto é, é dividida em partes menores que serão chamadas de elementos, que possuem nós em suas

extremidades que definem o seu início e o seu final. Na Figura 4.5 aparece o pórtico em L

discretizado em 16 elementos finitos de viga-coluna e 17 nós.

Figura 4. 5 Malha de elementos finitos do pórtico plano em L.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

55 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Cada elemento possui dois nós - um nó inicial (i) e um nó final (j). O elemento 1 da malha,

por exemplo, tem o nó inicial 1 e o nó final 2. Nota-se que, em geral, um mesmo nó pertence a

mais de um elemento (por exemplo, o nó 5 pertence aos elementos 4 e 5 da malha), sendo eles

responsáveis pela conectividade da estrutura.

Cada elemento apresenta 6 graus de liberdade no total (3 graus de liberdade por nó -

translações horizontal e vertical e uma rotação). E cada elemento possui o seu próprio sistema

local de coordenadas x, y que, usualmente, difere do sistema global de coordenadas em que a

estrutura é definida (Figura 4.6).

Figura 4. 6 Elemento finito no sistema local de coordenadas.

Salienta-se que apesar dos elementos possuírem um sistema local de coordenadas próprio

(x, y), todos os dados no modelo estrutural devem ser definidos a partir do sistema global de

coordenadas (X, Y), uma vez que este sistema vale para toda a estrutura e é com base nele que os

dados de entrada do programa são criados.

4.4 Matriz de rigidez global da estrutura

Para a definição da matriz de rigidez global K de uma estrutura do tipo viga ou pórtico

plano, faz-se o uso de um processo denominado redistribuição ordenada das matrizes locais, ou

seja, todas as matrizes de rigidez locais dos elementos k são combinadas de tal forma a representar

o modelo matricial da estrutura.

Esse processo leva em consideração a conectividade dos nós da estrutura o que gera no

sistema global uma superposição das matrizes de rigidez local para descrever o comportamento

físico de um ponto nodal. Considerando o sistema global de coordenadas X, Y, cada nó que une

duas barras compartilha 3 (três) graus de liberdade, sendo uma translação horizontal na direção

de X, uma translação vertical na direção de Y e uma rotação no nó. Conforme o tamanho da

estrutura, pode-se obter a dimensão da matriz de rigidez que dependerá apenas do número de

elementos da estrutura.

A matriz de rigidez do sistema global da estrutura é formada a partir das matrizes

elementares de rigidez no sistema local, resultante de um processo ordenado de soma dessas

matrizes. Durante esse processo, o programa realiza a soma das contribuições de cada elemento,

isto é, cada matriz de rigidez elementar é combinada em uma só matriz para que seja realizada a

análise da estrutura em relação ao seu sistema global de coordenadas. A seguir é apresentado de

forma simples como ocorre o processo de montagem da matriz de rigidez global da estrutura para

um pórtico biapoiado com 3 elementos e 4 nós, mostrado na Figura 4.7. Na Figura 4.8 aparecem

as matrizes elementares de rigidez k e na Figura 4.9 a matriz de rigidez global K do sistema

estrutural.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

56 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Figura 4. 7 Pórtico biapoiado com 3 elementos e 4 nós.

Figura 4. 8 Matrizes elementares de rigidez k.

A matriz K na Figura 4.9 é obtida com a combinação das matrizes elementares da Figura

4.8, utilizando-se o princípio da superposição de efeitos para representar numericamente o que

seria a ação de um nó na estrutura quando interliga duas ou mais barras. A matriz de rigidez de

uma estrutura descreve o comportamento matemático do modelo analisado em termos de flexão

e esforços normais. Por meio de manipulações realizadas diretamente na matriz global, é possível

inserir algumas condições de contorno ao problema proposto que representam a presença de

apoios (rolete, pino e engaste). Esse procedimento é conhecido como prescrição da matriz de

rigidez global e pode ser realizado por meio de uma operação matricial simples, em que, quando

uma condição de apoio já conhecida pode ser inserida antes do início do processamento da

estrutura.

De acordo com Soriano (2005), desde que sejam prescritos deslocamentos em número

suficiente para impedir os deslocamentos do corpo rígido da estrutura e esta não tenha

mecanismos internos, a matriz de rigidez global K fica não singular (det(K) 0), permitindo a

resolução do sistema de equações Ku = Fext, com a obtenção do vetor de deslocamentos nodais u

(vetor de incógnitas).

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

57 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Figura 4. 9 Matriz rigidez K do sistema estrutural.

4.5 Problema estrutural

O sistema de equações de equilíbrio gerado pelo Método dos Elementos Finitos que

determina os deslocamentos nodais u de uma viga ou pórtico com comportamento elástico linear

e supondo deformações infinitesimais é (ZIENKIEWICZ; TAYLOR; ZHU, 2005; BATHE,

2016):

𝐊𝐮 = 𝐅𝐞𝐱𝐭 (4.17)

na qual K é a matriz de rigidez global da estrutura e Fext é o vetor de forças externas.

A matriz de rigidez K é obtida por:

𝐊 = ∑𝐊𝐞𝐥𝐞

n

e=1

(4.18)

em que e é o elemento finito e n é o número total de elementos da estrutura.

4.6 Metodologia

Utilizando o programa livre Scilab versão 6.1.0 (SCILAB, 2020), realiza-se a

implementação do elemento de viga-coluna 2D para análise linear estática de vigas e pórticos

planos.

Inicialmente, o programa faz uma leitura dos dados de entrada (função

entrada_dados.sci). Assim, o usuário deve fornecer ao programa todas as informações

necessárias acerca da estrutura a ser analisada.

Em seguida, fazendo-se uso dos dados de entrada, o programa (principal.sce) processa-

os e calcula as matrizes de rigidez de cada elemento k. Essas matrizes são então usadas para

montar a matriz de rigidez global do sistema estrutural K.

O próximo passo é a aplicação das condições de contorno do problema. Essas condições

são pré-estabelecidas nos dados de entrada (vetor NOCC). Dessa forma, tem-se um sistema de

equações lineares (Ku = Fext) com uma matriz de rigidez não singular. Com a solução desse

sistema, obtém-se os valores dos deslocamentos nodais u. Posteriormente, o programa calcula a

os esforços internos (momento fletor M, força cortante V e força normal N) nos nós da malha e

as reações nos apoios. A Figura 4.10 apresenta o fluxograma de montagem do código

computacional.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

58 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Figura 4. 10 Fluxograma de montagem do código computacional.

4.7 Programa de Elementos Finitos para viga e pórtico 2D

4.7.1 Passos para criação do programa de elementos finitos

1. Fazer o download do programa Scilab, disponível no endereço

https://www.scilab.org/download/6.1.0.

2. Criar uma pasta com o nome do programa (por exemplo, "portico2D").

3. Dentro dessa pasta, criar no Scilab os arquivos referentes ao programa principal

(principal.sce) e às funções, utilizando o SciNotes.

Importante:

- As funções deverão ser salvas com a extensão .sci e o programa principal com a extensão

.sce; e

- Salvar os arquivos com o mesmo nome dentro da pasta "portico2D".

• programa principal.sce

//PROGRAMA PORTICO2D - ANÁLISE LINEAR

//Elemento de viga com dois nós/3gl

//Teorias de viga de Euler-Bernoulli e Timoshenko

//____________________________________________

clear

Iníci Leitura

Cálculo da

matriz de

Cálculo da

matriz de

Imposição

das

Cálculo do

vetor de

Solução do

sistema de

Cálculo dos

esforços

Cálculo das

reações nos

Fim

Figura

deformada

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

59 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

clc

funcprot(0)

//formato dos valores numéricos

format('v',16)

//executa as funções

exec('entrada_dados.sci',0);

exec('DK.sci',0);

exec('apontador.sci',0);

exec('ensamfg.sci',0);

exec('contfg.sci',0);

exec('contkg.sci',0);

exec('ensamkg.sci',0);

exec('fdistr.sci',0);

exec('Dfint.sci',0);

//ENTRADA DE DADOS

//______________________________

[coord,inci,NTEL,NTNOS,NTGL,NNOSCC,dofno,E,A,I,NOCC,Fext,itipo,G,fator,Fext2,q0]=entrada_

dados()

//PROCESSAMENTO

//______________________________

//Determina a matriz de rigidez global do sistema estrutural

[K]=DK(NOCC,NNOSCC,NTGL,NTEL,dofno,inci,coord,E,A,I,itipo,G)

//Deslocamentos nodais u

u=K\Fext; //solução do sistema de equações lineares

//Determina as reações nos apoios e esforços internos (N,V,M)

[Fint,Reacao,Ef]=Dfint

(u,NOCC,NNOSCC,NTGL,NTEL,dofno,inci,coord,E,A,I,itipo,G,fator,Fext2,q0)

//SAÍDA DE DADOS

//______________________________

disp('Deslocamentos no nós (nó, u, v, teta):')

for i=1:NTNOS

disp([i,u(3*i-2,1),u(3*i-1,1),u(3*i,1)]);

end

disp('Reações nos apoios (grau de liberdade, reação):')

n=length(NOCC)

for i=1:n

disp([NOCC(i),Reacao(i)]);

end

disp('Esforços internos nos nós (nó, N, V, M):')

for m=1:NTEL+1

disp([m,Ef(3*m-2),Ef(3*m-1),Ef(3*m)])

M(m)=Ef(3*m);

V(m)=Ef(3*m-1);

N(m)=Ef(3*m-2);

end

//Gráfico: configuração deformada da viga

for i=1:NTNOS

vx(i,1)=coord(i,1);

vy(i,1)=coord(i,2);

vxd(i,1)=coord(i,1)+u(3*i-2,1);

vyd(i,1)=coord(i,2)+u(3*i-1,1);

end

title('Configuração deformada da viga')

for i=1:NTEL

cx0(1,1)=vx(inci(i,2),1);

cx0(2,1)=vx(inci(i,3),1);

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

60 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

cy0(1,1)=vy(inci(i,2),1);

cy0(2,1)=vy(inci(i,3),1);

cx(1,1)=vxd(inci(i,2),1);

cx(2,1)=vxd(inci(i,3),1);

cy(1,1)=vyd(inci(i,2),1);

cy(2,1)=vyd(inci(i,3),1);

plot(cx0,cy0,'blue-','thickness',2); //traça a posição indeformada

set(gca(),"auto_clear","off");

plot(cx,cy,'black-','thickness',2); //traça a posição deformada

set(gca(),"auto_clear","off");

end

gca().grid=[1 1 1]; //Linhas de grade

xlabel('x (m)','fontsize',2); //Eixo x

ylabel('y (m)','fontsize',2); //Eixo y

legend('posição inicial','posicão final',4); //Legenda

• função entrada_dados.sci

function [coord, inci, NTEL, NTNOS, NTGL, NNOSCC, dofno, E, A, I, NOCC, Fext, itipo, G,

fator, Fext2, q0]=entrada_dados()

//Entrada de dados (pré-processamento)

//NTNOS -> NÚMERO TOTAL DE NÓS

//NTEL -> NÚMERO TOTAL DE ELEMENTOS

//NTGL -> NÚMERO TOTAL DE GRAUS DE LIBERDADE

//NNOSCC -> NÚMERO DE GRAUS RESTRITOS (CONDIÇÕES DE CONTORNO)

NTNOS=41;

NTEL=40;

NTGL=NTNOS*3;

NNOSCC=6;

//%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

%

//coordenadas nodais

//coord(i,1)= coordenada x

//coord(i,2)= coordenada y

coord =[0:0.05:2; zeros(1,41)]';

//%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

%

//incidência dos elementos

//inci(i,1) = elemento

//inci(i,2) = nó i

//inci(i,3) = nó j

inci=[1:NTEL;1:40;2:41]';

//%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

%

//Tipo do elemento

//elemento barra -> itipo(nel,2)==1

//elemento viga de Euler-Bernoulli-> itipo(nel,2)==2

//elemento viga de Timoshenko-> itipo(nel,2)==3

//material 1 -> itipo(nel,3)==1

//material 2 -> itipo(nel,3)==2

for i=1:NTEL

itipo(i,1) = i;

itipo(i,2) = 2; //elemento viga de Euler-Bernoulli

itipo(i,3) = 1; //material 1

end

//graus de liberdade por nó

for i=1:NTEL

if (itipo(i,2)==2) || (itipo(i,2)==3)

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

61 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

dofno(i,1)=inci(i,2)*3-2; //NÓ I

dofno(i,2)=inci(i,2)*3-1;

dofno(i,3)=inci(i,2)*3;

dofno(i,4)=inci(i,3)*3-2; //NÓ J

dofno(i,5)=inci(i,3)*3-1;

dofno(i,6)=inci(i,3)*3;

end

end

//%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

%

//propriedades dos materiais de cada barra

for m=1:NTEL

E(m)=1.18*10^8;

A(m)=0.09;

I(m)=0.0019639;

G(m)=3.8*10^6;

fator(m)=5/6;

end

//%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

%

//impõe as condições de contorno (graus de liberdade restritos)

NOCC=[1 2 3 3*41-2 3*41-1 3*41]

//%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%

%

//Determina o vetor de força externa Fext

Fext=zeros(NTGL,1);

Fext(21*3-2,1)=200; //inserir o valor da força concentrada

Fext(21*3-1,1)=-1000; //inserir o valor força concentrada

q0=-200; //inserir o valor da força distribuída (força/comprimento)

//cria o vetor de forças distribuídas

Fdistr=zeros(NTGL,1);

[Fdistr]=fdistr(NTEL,inci,q0,NTGL,dofno,itipo);

Fext=Fext+Fdistr; //vetor de força externa total

Fext2=Fext; //vetor utilizado para o cálculo das reações

[Fext]=contfg(NOCC,NNOSCC,Fext);

endfunction

• função fdistr.sci

function [Fdistr]=fdistr(NTEL, inci, q0, NTGL, dofno, itipo)

//determina o vetor de forças distribuídas

Fdistr=zeros(NTGL,1);

for m=1:NTEL

X1=coord(inci(m,2),1);

X2=coord(inci(m,3),1);

Y1=coord(inci(m,2),2);

Y2=coord(inci(m,3),2);

L0(m)=sqrt((X2-X1)^2+(Y2-Y1)^2); //comprimento indeformado L0

C=(X2-X1)/L0(m); //cosseno de teta

S=(Y2-Y1)/L0(m); //seno de teta

R=[C S 0 0 0 0; //matriz de transformação

-S C 0 0 0 0;

0 0 1 0 0 0;

0 0 0 C S 0;

0 0 0 -S C 0;

0 0 0 0 0 1];

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

62 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

fdistr=q0*L0(m)/12*R*[0;6;L0(m);0;6;-L0(m)];

[Fdistr]=ensamfg(m,fdistr,dofno,itipo,Fdistr);

end

endfunction

• função apontador.sci

function [IPO, TAM]=apontador(m, itipo)

//graus de liberdade nos nós do elemento

//ELEMENTO VIGA 2 NÓS COM 3GL/NÓ

if (itipo(m,2)==2) || (itipo(m,2)==3)

IPO(1)=1;

IPO(2)=2;

IPO(3)=3;

IPO(4)=4;

IPO(5)=5;

IPO(6)=6;

TAM=6;

end

endfunction

• função contkg.sci

function [K]=contkg(NOCC, NNOSCC, NTGL, K)

//impõe as condições de contorno na matriz de rigidez global K

for J=1:NNOSCC

for I=1:NTGL

K(NOCC(1,J),I)=0;

K(I,NOCC(1,J))=0;

end

K(NOCC(1,J),NOCC(1,J))=1;

end

endfunction

• função Dfint.sci

function [Fint, Reacao, Ef]=Dfint (u, NOCC, NNOSCC, NTGL, NTEL, dofno, inci, coord, E, A, I,

itipo, G, fator, Fext2, q0)

//Determina o vetor global de forças internas

//Determina as reações nos apoios e os esforços internos (N,V,M)

Fint=zeros(NTGL,1);

Fint2=zeros(NTGL,1);

for m=1:NTEL

for i=1:6

pm(i,1)=u(dofno(m,i),1); //seleciona os deslocamentos nos nós do elemento m

end

X1=coord(inci(m,2),1);

X2=coord(inci(m,3),1);

Y1=coord(inci(m,2),2);

Y2=coord(inci(m,3),2);

L0(m)=sqrt((X2-X1)^2+(Y2-Y1)^2); //comprimento indeformado L0 da viga

L(m)=sqrt((X2+u(4,1)-X1-u(1,1))^2 + (Y2+u(5,1)-Y1-u(2,1))^2); //comprimento deformado L da

viga

C=(X2-X1)/L0(m); //cosseno de teta

S=(Y2-Y1)/L0(m); //seno de teta

R=[C S 0 0 0 0; //matriz de transformação

-S C 0 0 0 0;

0 0 1 0 0 0;

0 0 0 C S 0;

0 0 0 -S C 0;

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

63 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

0 0 0 0 0 1];

u_local=R*pm;

if itipo(m,2) == 2 //elemento de viga Euler-Bernoulli

//matriz de rigidez elementar no sistema local de coordenadas

c1=I(m)/L0(m)^2;

c2=I(m)/L0(m);

kelem=E(m)/L0(m)*[A(m) 0 0 -A(m) 0 0;

0 12*c1 6*c2 0 -12*c1 6*c2;

0 6*c2 4*I(m) 0 -6*c2 2*I(m);

-A(m) 0 0 A(m) 0 0;

0 -12*c1 -6*c2 0 12*c1 -6*c2;

0 6*c2 2*I(m) 0 -6*c2 4*I(m)];

end

if itipo(m,2) == 3 //elemento de viga de Timoshenko

//matriz de rigidez elementar no sistema local de coordenadas

kelemb=E(m)/L0(m)*[ A(m) 0 0 -A(m) 0 0;

0 0 0 0 0 0;

0 0 I(m) 0 0 -I(m);

-A(m) 0 0 A(m) 0 0;

0 0 0 0 0 0;

0 0 -I(m) 0 0 I(m)];

kelems=G(m)*fator(m)*A(m)/(4*L0(m))*[0 0 0 0 0 0;

0 4 2*L0(m) 0 -4 2*L0(m);

0 2*L0(m) L0(m)^2 0 -2*L0(m) L0(m)^2

0 0 0 0 0 0;

0 -4 -2*L0(m) 0 4 -2*L0(m);

0 2*L0(m) L0(m)^2 0 -2*L0(m) L0(m)^2];

kelem = kelemb + kelems;

end

fdistr=q0*L0(m)/12*R*[0;6;L0(m);0;-6;-L0(m)]; //vetor força distribuída elementar

felem=kelem*u_local; //vetor forças internas elementar no sistema local

Ef(3*m-2)=-felem(1,1); //força normal N no nó i do elemento m

Ef(3*m-1)=felem(2,1); //força cortante V no nó i do elemento m

Ef(3*m)=-felem(3,1); //momento fletor M no nó i do elemento m

FELEM=R'*(felem); //vetor forças internas elementar no sistema global

[Fint]=ensamfg(m,FELEM,dofno,itipo,Fint); //vetor forças internas global

[Fint2]=ensamfg(m,fdistr,dofno,itipo,Fint2); //vetor força distribuída global

end

Ef(3*(m+1)-2)=felem(4,1); //força normal N no nó j do elemento m+1

Ef(3*(m+1)-1)=-felem(5,1); //força cortante V no nó j do elemento m+1

Ef(3*(m+1))=felem(6,1); //momento fletor M no nó j do elemento m+1

//Reações nos graus de liberdade (apoios)

n=length(NOCC)

for i=1:n

Reacao(i)=Fint(NOCC(i),1)-Fext2(NOCC(i),1);

end

//Esforços internos resultantes nos nós (vetor Ef)

for m=1:NTEL

Ef(3*m-2)=Ef(3*m-2)-Fint2(3*m-2);

Ef(3*m-1)=Ef(3*m-1)-Fint2(3*m-1);

Ef(3*m)=(Ef(3*m)+Fint2(3*m));

end

Ef(3*(m+1)-2)=Ef(3*(m+1)-2)-Fint2(3*(m+1)-2);

Ef(3*(m+1)-1)=Ef(3*(m+1)-1)-Fint2(3*(m+1)-1);

Ef(3*(m+1))=(Ef(3*(m+1))-Fint2(3*(m+1)));

[Fint]=contfg(NOCC,NNOSCC,Fint); //impõe as condições de contorno

endfunction

• função DK.sci

function [K]=DK(NOCC, NNOSCC, NTGL, NTEL, dofno, inci, coord, E, A, I, itipo, G, fator)

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

64 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

//Determina a matriz de rigidez global dos sistema

K=zeros(NTGL,NTGL);

for m=1:NTEL

X1=coord(inci(m,2),1);

X2=coord(inci(m,3),1);

Y1=coord(inci(m,2),2);

Y2=coord(inci(m,3),2);

L0(m)=sqrt((X2-X1)^2+(Y2-Y1)^2); //comprimento indeformado L0

C=(X2-X1)/L0(m); //cosseno de teta

S=(Y2-Y1)/L0(m); //seno de teta

R=[C S 0 0 0 0; //matriz de transformação

-S C 0 0 0 0;

0 0 1 0 0 0;

0 0 0 C S 0;

0 0 0 -S C 0;

0 0 0 0 0 1];

KELEM=zeros(6,6);

if itipo(m,2) == 2 //elemento de viga Euler-Bernoulli

//matriz de rigidez elementar no sistema local de coordenadas

c1=I(m)/L0(m)^2;

c2=I(m)/L0(m);

kelem=E(m)/L0(m)*[A(m) 0 0 -A(m) 0 0;

0 12*c1 6*c2 0 -12*c1 6*c2;

0 6*c2 4*I(m) 0 -6*c2 2*I(m);

-A(m) 0 0 A(m) 0 0;

0 -12*c1 -6*c2 0 12*c1 -6*c2;

0 6*c2 2*I(m) 0 -6*c2 4*I(m)];

end

if itipo(m,2) == 3 //elemento de viga de Timoshenko

//matriz de rigidez elementar no sistema local de coordenadas

kelemb=E(m)/L0(m)*[ A(m) 0 0 -A(m) 0 0;

0 0 0 0 0 0;

0 0 I(m) 0 0 -I(m);

-A(m) 0 0 A(m) 0 0;

0 0 0 0 0 0;

0 0 -I(m) 0 0 I(m)];

kelems=G(m)*fator(m)*A(m)/(4*L0(m))*[0 0 0 0 0 0;

0 4 2*L0(m) 0 -4 2*L0(m);

0 2*L0(m) L0(m)^2 0 -2*L0(m) L0(m)^2

0 0 0 0 0 0;

0 -4 -2*L0(m) 0 4 -2*L0(m);

0 2*L0(m) L0(m)^2 0 -2*L0(m) L0(m)^2];

kelem = kelemb + kelems;

end

KELEM=R'*kelem*R; //matriz de rigidez elementar no sistema global de coordenadas

[K]=ensamkg(m,KELEM,dofno,itipo,K); //monta a matriz de rigidez global K do sistema

end

[K]=contkg(NOCC,NNOSCC,NTGL,K); //impõe as condições de contorno

endfunction

• função ensamkg.sci

function [K]=ensamkg(m, KELEM, dofno, itipo, K)

//monta a matriz de rigidez global K

[IPO,TAM]=apontador(m,itipo);

for I=1:TAM

for J=1:TAM

P=dofno(m,IPO(I)); Q=dofno(m,IPO(J));

if (P>0 & Q>0)

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

65 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

K(P,Q)=K(P,Q)+KELEM(I,J);

end

end

end

endfunction

• função ensamfg.sci

function [Fint]=ensamfg(m, FELEM, dofno, itipo, Fint)

//monta o vetor de força interna global Fint

[IPO,TAM]=apontador(m,itipo);

for I=1:TAM

P=dofno(m,IPO(I));

if (P>0)

Fint(P,1)=Fint(P,1)+FELEM(I,1);

end

end

endfunction

• função contfg.sci

function [Fint]=contfg(NOCC, NNOSCC, Fint)

//impõe as condições de contorno no vetor de força interna global Fint

for I=1:NNOSCC

Fint(NOCC(1,I))=0;

end

endfunction

4.7.2 Passos para a análise da estrutura (execução do programa).

1. Executar o programa Scilab .

2. Selecionar a pasta que contém os arquivos do programa de EF criado (botão "Selecione

um diretório").

3. Inserir os dados de entrada da estrutura (malha de elementos finitos, propriedades

geométricas e materiais das barras e vetor de força externa) na função entrada_dados.sci. As

seguintes informações devem ser colocadas nessa função:

a) Informar:

NTNOS → número total de nós

NTEL → número total de elementos

NNOSCC → número de graus de liberdade restringidos (condições de contorno)

b) posição dos nós no sistema global de coordenadas X, Y (matriz coord);

c) conectividades dos nós com as barras (incidência dos elementos) (matriz inci);

d) tipo de elemento (escolher a teoria de viga a ser adotada - Euler-Bernoulli ou

Timoshenko e o tipo de material) (matriz itipo);

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

66 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

e) propriedades geométricas e materiais de cada barra: área A e momento de inércia I da

seção transversal, o módulo de elasticidade longitudinal E, módulo de elasticidade transversal G

e fator de cisalhamento ;

f) vetor de força externa (Fext) - indicar as forças concentradas e momentos nos graus de

liberdade e a força distribuída q0; e

g) informar os graus de liberdade restringidos (apoios) (vetor NOCC).

4. Executar o programa.

5. Os resultados numéricos (deslocamentos nos nós, esforços internos (N, V e M) nas

barras e reações nos apoios) são imprimidos no console e a configuração deformada da estrutura

é apresentada numa figura.

4.8 Exercícios resolvidos de problemas de vigas

Nesta seção são apresentados quatro exemplos numéricos de vigas, em que são realizadas

análises estáticas lineares (material no regime elástico linear e hipótese de deformações

infinitesimais) por meio do programa de Elementos Finitos desenvolvido no programa Scilab

versão 6.1.0 (ver seção 4.7).

Exemplo 1 - Viga simplesmente apoiada: teoria de viga de Euler-Bernoulli

A Figura 4.11 mostra uma viga simplesmente apoiada com comprimento 20 in e módulo

de elasticidade E = 1,0 × 107 lb/in2. A seção transversal é quadrada com dimensões (1,0 x 1,0)

in2. A viga está sujeita a uma força vertical de 100 lb aplicada no seu centro. A malha de

Elementos Finitos consiste de 11 nós e 10 elementos de viga. Esta viga foi estudada por Kwon e

Bang (2000). Foi utilizada na simulação a teoria de viga de Euler-Bernoulli.

Nó X Y Elemento i j

1 0 0 1 1 2

2 2 0 2 2 3

3 4 0 3 3 4

4 6 0 4 4 5

5 8 0 5 5 6

6 10 0 6 6 7

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

67 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

7 12 0 7 7 8

8 14 0 8 8 9

9 16 0 9 9 10

10 18 0 10 10 11

11 20 0 Figura 4. 11 Viga simplesmente apoiada sujeita a uma força. Fonte: Kwon e Bang (2000).

• Dados de entrada (função entrada_dados.sci):

Dados da malha Coordenadas

dos nós

Incidência

dos

elementos

Tipo do elemento

Propriedades geométrica e

material das

barras

NTNOS=11;

NTEL=10;

NNOSCC=3;

coord =[0 0 ;

2 0 ;

4 0 ;

6 0 ;

8 0 ;

10 0 ;

12 0 ;

14 0 ;

16 0 ;

18 0 ;

20 0];

inci=[1 1

2 ;

2 2 3 ;

3 3 4 ;

4 4 5 ;

5 5 6 ;

6 6 7 ;

7 7 8 ;

8 8 9 ;

9 9 10 ;

10 10 11];

for i=1:NTEL

itipo(i,1) = i;

itipo(i,2) = 2;

itipo(i,3) = 1;

end

for m=1:NTEL

E(m)=10*10^6;

A(m)=1*1;

I(m)=1*1^3/12;

G(m)=3.8*10^6;

end

Vetor força externa Graus de liberdade

restringidos

Fext=zeros(NTGL,1);

Fext(6*3-1,1)=100;

NOCC=[1 2 3*11-1];

Solução:

A configuração deformada da viga é mostrada na Figura 4.12. Na Tabela 4.1 são

apresentados os deslocamentos e rotações nodais obtidos com o programa e por Kwon e Bang

(2000). As reações nos apoios aparecem na Tabela 4.2.

Tabela 4. 1 Resultados numéricos (deslocamentos e rotações nos nós) obtidos com o programa e por Kwon e Bang (2000).

Programa Kwon e Bang (2000)

Nó u (in) v (in) (rad) Nó u (in) v (in) (rad)

1 0 0 0,003 1 0 0 0,003

2 0 0,00592 0,00288 2 0 0,0059 0,0029

3 0 0,01136 0,00252 3 0 0,0113 0,0025

4 0 0,01584 0,00192 4 0 0,0158 0,0019

5 0 0,01888 0,00108 5 0 0,0188 0,0011

6 0 0,02 -1,154963532D-17 6 0 0,02 0

Tabela 4. 2 Resultados numéricos (reações nos apoios) obtidos com o programa.

Grau de liberdade Reação

Valor Unidade

1 0 lb

2 -50.000000000004 lb

32 -50.000000000004 lb

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

68 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Convenção de sinal (sentidos positivos):

Forças:

Momento:

Figura 4. 12 Configuração deformada da viga.

Exemplo 2 - Viga simplesmente apoiada: teoria de viga de Timoshenko

Neste exemplo é realizada análises com a teoria de Timoshenko para a viga do Exemplo

1, variando-se somente a altura h da seção transversal (h = 1,0 in, 1,5 in e 2,0 in). Considera-se o

módulo transversal de cisalhamento G = 3,8 106 lb/in2. A solução numérica é comparada com

a solução analítica (ver tabela no Anexo 4.1) e com a teoria de Euler-Bernoulli. Na entrada de

dados, são alterados o tipo de elemento e as propriedades geométricas A e I da seção transversal

da viga. Foram considerados 40 elementos de viga e 41 nós para a malha.

• Dados de entrada (função entrada_dados.sci):

Dados da malha Coordenada

s dos nós

Incidência dos

elementos Tipo do elemento

Propriedades

geométrica e material

das

barras

NTNOS=41;

NTEL=40;

NTGL=NTNOS*3

;

NNOSCC=3;

coord

=[0:0.5:20;

zeros(1,41)]'

;

inci=[1:NTEL

;1:40;2:41]';

for i=1:NTEL

itipo(i,1) = i;

itipo(i,2) = 3;

//viga de

Timoshenko

itipo(i,3) = 1;

end

for m=1:NTEL

E(m)=10*10^6;

A(m)=1*2; //alterar

o valor da altura

I(m)=1*2^3/12;

//alterar o valor da

altura

G(m)=3.8*10^6;

fator(m)=5/6;

end

Vetor força externa Graus de liberdade restringidos

Fext=zeros(NTGL,1);

Fext(21*3-1,1)=100;

NOCC=[1 2 3*41-1];

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

69 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Solução:

A configuração deformada da viga para h = 2 in, considerando a teoria de Timoshenko, é

mostrada na Figura 4.13. Na Tabela 4.3 são apresentados os deslocamentos verticais no centro da

viga, variando-se a altura h da seção, obtidas com o programa considerando as teorias de viga de

Euler-Bernoulli e Timoshenko e a solução analítica (viga biapoiada espessa).

Tabela 4. 3 Deslocamentos verticais no centro da viga, variando-se a altura h da seção, obtidas com o programa considerando as teorias de viga de Euler-Bernoulli e Timoshenko, e a solução analítica.

h A (in2) I (in4) Programa Solução analítica

(viga espessa) Euler-Bernoulli Timoshenko

1 1 0,083333333 0,02 0,020145395 0,020157895

1,5 1,5 0,28125 0,005925926 0,006027485 0,006031189

2 2 0,666666667 0,0025 0,002577385 0,002578947

A solução analítica para o deslocamento máximo vertical para viga espessa é dada pela

expressão:

𝑣𝑚á𝑥 =𝑃𝐿3

48𝐸𝐼+

𝑃𝐿ℎ2

48𝐺𝐼 (4.19)

Figura 4. 13 Configuração deformada da viga.

Exemplo 3 - Viga biengastada com carga distribuída

Seja a viga biengastada sujeita ao carregamento mostrado na Figura 4.14. O módulo de

elasticidade da viga é E = 1,18 108 kN/m2. A seção transversal é em T, cuja área é A = 0,09 m2

e o momento de inércia I = 1,9639 10-3 m4. A malha de elementos finitos consiste de 41 nós e

40 elementos de viga. Utiliza-se a teoria de viga de Euler-Bernoulli.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

70 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Figura 4. 14 Modelo estrutural da viga biengastada com carga distribuída.

• Dados de entrada (função entrada_dados.sci):

Dados da malha Coordenada

s dos nós

Incidência dos

elementos Tipo do elemento

Propriedades

geométrica e material

das barras

NTNOS=41;

NTEL=40;

NNOSCC=6;

coord

=[0:0.5:20;

zeros(1,41)]'

;

inci=[1:NTEL

;1:40;2:41]';

for i=1:NTEL

itipo(i,1) = i;

itipo(i,2) = 2;

itipo(i,3) = 1;

end

for m=1:NTEL

E(m)=1.18*10^8;

A(m)=0.09;

I(m)=0.0019639;

G(m)=3.8*10^7;

fator(m)=5/6;

end

Vetor força externa Graus de liberdade restringidos

//inserir a força concentrada

Fext(21*3-2,1)=200;

Fext(21*3-1,1)=-1000;

//inserir o valor da força distribuída

q0=-200;

NOCC=[1 2 3 3*41-2 3*41-1 3*41]

Solução:

Na Tabela 4.4 são apresentados os deslocamentos e a rotação no centro da viga obtidos

com o programa desenvolvido e o Ftool. As reações nos engastes (nós 1 e 41) são apresentadas

na Tabela 4.5. O diagrama de momento fletor aparece na Figura 4.15 e a configuração deformada

da viga é mostrada na Figura 4.16.

Tabela 4. 4 Deslocamentos no nó central da viga (nó 21).

Programa Ftool

Nó u (m) v (m) (rad) Nó u (m) v (m) (rad)

21 0,0000094161959 0,0002157588541 0 21 9,416e-06 -2,158e-04 0

Tabela 4. 5 Reações nos engastes (nós 1 e 41).

Programa Ftool

Grau de

liberdade Valor Unidade Valor Unidade

1

1 (Fx) -100. kN -100. kN

2 (Fy) 699.99999999985 kN 699.99999999985 kN

3 (Mz) 316.6666666638 kN m 316.6666666638 kN m

41

121 (Fx) -100. kN -100. kN

122 (Fy) 699.99999999985 kN 699.99999999985 kN

123 (Mz) -316.6666666638 kN m -316.6666666638 kN m

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

71 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Figura 4. 15 Diagrama de momento fletor.

Figura 4. 16 Configuração deformada da viga.

Código para a geração do diagrama de momento fletor (programa principal em "Saída de Dados"): y=zeros(NTNOS,1)

x=[coord(:,1)];

//Diagrama de Momento Fletor

figure(1)

title('Diagrama de Momento Fletor')

plot(x,M,'r-o',x,y,'k-','thickness',2)

xlabel('x (m)')

ylabel('M (kNm)')

gca().grid=[1 1 1]; //Linhas de grade

Exemplo 4 - Viga biapoiada com balanço e uma mola

Seja a viga biapoiada com um balanço e uma mola (rigidez da mola kmola = 200 MN/m),

sujeita ao carregamento mostrado na Figura 4.17. O módulo de elasticidade da viga é E = 1,18

108 kN/m2. A seção transversal é retangular com dimensões (0,1 0,3) m2. A malha de elementos

finitos consiste de 41 nós e 40 elementos de viga. Utiliza-se a teoria de viga de Euler-Bernoulli.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

72 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

• Dados de entrada (função entrada_dados.sci):

Dados da

malha

Coordenadas dos

nós

Incidência dos

elementos Tipo do elemento

Propriedades

geométrica e material

das barras

NTNOS=41;

NTEL=40;

NNOSCC=4;

coord =[0:0.05:2;

zeros(1,41)]';

inci=[1:NTEL

;1:40;2:41]';

for i=1:NTEL

itipo(i,1) = i;

itipo(i,2) = 2;

itipo(i,3) = 1;

//material 1

end

for m=1:NTEL

E(m)=1.18*10^8;

A(m)=0.09;

I(m)=0.0019639;

G(m)=3.8*10^6;

fator(m)=5/6;

end

Vetor força externa Graus de liberdade restringidos

Fext(41*3-1,1)=-1000; //inserir o

valor da força concentrada

Fext(41*3,1)=-500; //inserir o

valor do momento

q0=0; //inserir o valor da força

distribuída (força/comprimento)

NOCC=[1 2 3*21-2 3*21-1]

Solução:

Na Tabela 4.6 são apresentados os deslocamentos e as rotações nos nós 1, 21 e 41 obtidos

com o programa desenvolvido e o Ftool. O diagrama de momento fletor aparece na Figura 4.17 e

a configuração deformada da viga é mostrada na Figura 4.18.

Código para consideração da mola no nó 41 (programa principal em "Processamento"): //PROCESSAMENTO

//______________________________

//Determina a matriz de rigidez global do sistema estrutural

[K]=DK(NOCC,NNOSCC,NTGL,NTEL,dofno,inci,coord,E,A,I,itipo,G)

kmola = 2*10^5; //rigidez da mola

//K(122,122)=K(122,122)+kmola

K(41*3-1,41*3-1) = K(41*3-1,41*3-1) + kmola; //soma a rigidez da mola no grau de liberdade

vertical do nó 41 (41*3-1=122)

//Deslocamentos nodais u

u=K\Fext; //solução do sistema de equações lineares

//Determina as reações nos apoios e esforços internos (N,V,M)

[Fint,Reacao,Ef]=Dfint2(u,NOCC,NNOSCC,NTGL,NTEL,dofno,inci,coord,E,A,I,itipo,G,fator,Fext2,

q0)

Tabela 4. 6 Deslocamentos e rotações nos nós 1, 21 e 41 da viga.

Programa Ftool

Nó u (m) v (m) (rad) Nó

u

(m) v (m) (rad)

1 0 0 0,0006519601539 1 0 0 6,520e-04

21 0 -0,0013039203079 21 0 0 -1,304e-03

41 0 -0,0029674387059 -0,0043385950402 41 0 -2,967e-03 -4,339e-03

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

73 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Figura 4. 17 Configuração deformada da viga.

Cálculo da força na mola:

--> Fmola=2*10^5*(0.0029674387059)

Fmola =

593.48774118000

Figura 4. 18 Diagrama de momento fletor.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

74 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

4.9 Exercícios propostos de vigas

Resolver os exercícios de vigas a seguir utilizando o código de elementos finitos

desenvolvido no programa Scilab (ver seção 4.7).

Exercício 1 A viga em T de madeira é feita de duas tábuas de 200 mm x 30 mm. Considerar o

módulo de elasticidade da madeira E = 13,1 GPa. Este exercício foi adaptado de Hibbeler (2004).

Desprezar o peso próprio. Considerar a teoria de Euler-Benoulli. Considerar a malha com 10

elementos de viga. Determinar:

a) O deslocamento vertical no centro da viga;

b) As rotações (inclinações) nos apoios;

c) Se a tensão de flexão admissível for adm = 12 MPa e a tensão de cisalhamento for adm = 0,8

MPa, a viga suportará com segurança o carregamento mostrado? Justificar calculando as tensões

normal (x) e de cisalhamento () máximas na viga.

Exercício 2 Seja uma viga biengastada sujeita à força distribuída q = 500 kN/m, comprimento

indeformado L0 = 1,0 m e de seção transversal retangular com base b = 0,1 m e altura h. Considere

o material concreto (E = 22,1 GPa e o coeficiente de Poisson = 0,15). O módulo de elasticidade

transversal G é obtido pela expressão:

G = 𝐸

2(1 + 𝜈)

(4.20)

Calcular o deslocamento máximo na viga com as teorias de viga de Euler-Bernoulli e

Timoshenko, variando-se a altura da seção h = 0,1 m, 0,5 m, 1,0 m e 1,5 m, e comparar com as

soluções analíticas. Também, obter os deslocamentos com diferentes malhas de elementos finitos:

4, 8, 16 e 32 elementos de viga, e determinar o erro relativo em porcentagem:

erro (%) = |desl. aproximado − desl. analítico

desl. analítico|

(4.21)

para as duas teorias de viga.

Prof. Luiz Antonio Farani de Souza

75 Capítulo 4 - Método dos Elementos Finitos para vigas e pórticos planos

Programação no Scilab

Referências

BATHE, K. J. Finite element procedures. 2ª Ed. Watertown, MA: Klaus-Jurgen Bathe, 2016.

FTOOL, version 4.00.04. Pontifícia Universidade Católica, Tecgraf/PUC-Rio, Rio de Janeiro,

2018.

HIBBELER, R. C. Resistência dos Materiais. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2004.

KWON, Y. W.; BANG, H. The Finite Element Method using MATLAB. Boca Raton, FL:

CRC 672 Press, 2000.

OÑATE, E. Structural Analysis with the Finite Element Method. Vol. 1, International Center

for Numerical Methods in Engineering (CIMNE), Spain, 2013.

SCILAB, version 6.1.0. ESI Group, 2020.

SILVA, J. L.; LEMES, Í. J. M.; SILVEIRA, R. A. M.; SILVA, A. R. D. Influência da teoria de

viga na análise geometricamente não linear de estruturas reticuladas. In: XXXVII Iberian Latin

American Congress on Computational Methods in Engineering, Brasília, Brasil, 2016. Anais...

Brasília: XXXVII CILAMCE, 2016.

SORIANO, H. L. Análise de estruturas - Formulação matricial e implementação computacional.

Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2005.

SOUZA, M. F. S. M.; RODRIGUES, R. B.; MASCIA, N. T. Sistemas estruturais de edificações

e exemplos. Departamento de Estruturas – DES, FEC - UNICAMP, Campinas, 2008.

TIMOSHENKO, S.; YOUNG, D. H.; WEAVER, J. W. Vibration Problems in Engineering. 1a

Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1974.

ZIENKIEWICZ, O. C.; TAYLOR, R. L.; ZHU, J. Z. The finite element method: its basis and

fundamentals. Elsevier, 2005.


Recommended