Sumário
Stevie Wonder voltou ao Brasil e
presenteou os fãs com um show na
praia de Copacabana, no dia 25 de
dezembro. Parceiro de longa data, o
cantor e compositor Gilberto Gil
também acompanhou o norte-
americano em canções mais do que
conhecidas dos brasileiros, como I Just
Call to Say I Love You. Para
sonorizar um show tão grandioso como
esse, foi usado o sistema JBL VTX, que
se mostrou perfeito. Ainda nas areias
da praia mais famosa do mundo, uma
semana depois, o sistema Norton foi a
escolha da MacAudio para sonorizar
uma das maiores festas de
réveillon do planeta.
Mudando do som para a luz, na
estreia do colunista Cezar Galhart
todos os segredos do protocolo
DMX 512 são desvendados.
Danielli Marinho
Coordenadora de redação
SumárioAno. 19 - fevereiro / 2013 - Nº 219
16 VitrineConfira alguns lançamentos nomercado brasileiro, como asnovas colunas Eurolive, da
Behringer, e o mic super-cardioide da AKG.
26 Rápidas e rasteirasEcad recebe certificação do
IBOPE e Jabá, a nova aquisiçãoda Gobos, são alguns dosdestaques desse mês.
30 Gustavo VictorinoConheça o mais novo endorsee
da Takamine e a previsão de umnovo cenário que começa a sedesenhar no mercado musical.
32 Play RecUm box de Sergio Roberto deOliveira, o novo CD de CarlosCafé e o reggae/soul/country deArtur Menezes são alguns doslançamentos do início do ano.
34 GigplaceNa primeira reportagem da sériede 2013, o destaque é para oprofissional envolvido com aprodução de grandes eventos.
”
“ 54 Coral Dá o TomCom participação de RobertinhoSilva, Coral Dá o Tom lança CD.
86 Como em HollywoodA novela infantil Carrossel teve
sua trilha sonora inspirada emproduções hollywoodianas e mi-xagem mais aberta com técnicasXY e MS.
90 Assuma o controleEm sua coluna de estreia na Back-stage, Cezar Galhart desvenda oDMX 512, uma ferramenta pa-
dronizada para as diversas formasde controle na iluminação.
104 Som nas IgrejasNeste mês, conferimos como fi-cou a nova sonorização da Paró-quia Nossa Senhora do Loreto,no RJ, que investiu em sistemaline array.
110 Vida de artistaLuiz Carlos Sá conta como co-
nheceu os artistas que hoje sãoícones na música brasileira.
NESTA EDIÇÃO
Réveillon em CopacabanaA maior festa de Ano Novo do Brasil con-tou com o sistema Norton para sonorizar
o principal palco do evento.
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CADERNO TECNOLOGIA
Expediente
Os artigos e matériasassinadas são de respon-sabilidade dos autores.É permitida a reproduçãodesde que seja citada afonte e que nos seja envia-da cópia do material. Arevista não se responsa-biliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.
68 CubaseUm reforço nos conceitos fundamen-tais de otimização da mixagem quevalem para todas as edições do Cubaseé uma ótima opção antes de embarcara fundo nos plug-ins do software.
74 LogicDicas para otimizar seu
tempo utilizando ferra-mentas como templates,screensets e o próprio
menu do Logic.
78 SibeliusFerramentas que avisam
ao músico quando umtrecho deverá ser tocadonovamente.
DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected] [email protected] de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumRevisão TécnicaJosé Anselmo (Paulista)TraduçãoFernando CastroColunistasCristiano Moura, Gustavo Victorino, JorgePescara, Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá,Marcello Dalla, Ricardo Mendes, SergioIzecksohn e Vera MedinaColaboraram nesta ediçãoAlexandre Coelho e Miguel SáEstagiáriaKarina [email protected]ção de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: DivulgaçãoPublicidade:Hélder Brito da SilvaPABX: (21) [email protected] / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected]çãoAdilson Santiago, Ernani [email protected]í[email protected]
Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.
Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85
Distribuição exclusiva para todo o Brasil pelaFernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678 - Sl. AJardim Belmonte - Osasco - SPCep. 06045-390 - Tel.: (11) 3789-1628Disk-banca: A Distribuidora Fernando Chinaglia atenderá aos pedidos denúmeros atrasados enquanto houver estoque, através do seu jornaleiro.
IgniteCom uma proposta de se apresentar como a solução bus-
cada por aqueles que não sabem e nem querem trabalhar
com ferramentas de estúdio, o software promete aguçar a
criatividade dos músicos.
A Era do GeloO que era filme virou espetáculo, que estreou
em setembro no Reino Unido. A versão teatralutiliza a iluminação para dar vida aos persona-
gens e deve fazer uma turnê internacional . 9494
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É preciso mudarpara ser competitivo
siga: twitter.com/BackstageBr
randes shows precisam de grandes investimentos. Se parar-mos para pensar no que realmente implica a produção de
grandes eventos, ainda precisamos repensar o significado dos que-sitos profissionalismo e organização. Já faz um tempo que deixamosde ser vistos como o país do futuro para nos tornarmos o país dopresente. Vide a quantidade de investimentos estrangeiros que sãoanunciados a cada ano no Brasil.
Nos próximos anos, principalmente a reboque de dois grandeseventos que acontecem em 2014 e 2016, estaremos sob o foco daslentes do mundo. E como em um movimento cíclico dentro dahistória desse País, essa não é a primeira nem será a última vez queteremos a oportunidade de melhorar e deslanchar o tão sonhadodesenvolvimento social, que envolve educação e infraestrutura, nosentido abrangente dessas palavras.
Esse gargalo social, que se torna o entrave entre as principais orga-nizações que precisam contratar mão de obra para fazer “o show”acontecer, parece agora ser um pouco difícil de solucionar em tãocurto tempo. Então, resta-nos recorrer às medidas paliativas,como fazem alguns muitos políticos no final de mandato? A prin-cípio, sim. O problema é o após. Tudo resolvido, quem se lembrarádesses objetivos em 2017 ou mesmo no Natal de 2016?
Não existe desenvolvimento sem comprometimento e planeja-mento. Da mesma forma que não há como comprometer as pessoassem investimento, seja ele a curto, médio ou longo prazo. Emsuma, cumprir cronogramas, minimizar os imprevistos e assumiruma postura competitiva e profissional só acontece quandoestamos dispostos a fazer e mudar para isso se tornar possível. É atécompreensível cortar custos diante dos impostos exorbitantes quealimentam o governo, porém não é justificável.
Boa leitura.
Danielli Marinho
CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br
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YAMAHAhttp://br.yamaha.com
O Tyros4, da Yamaha, apresenta recursos como 128 notas de polifonia, gerador desom AEM (Articulation Element Modeling) com novas Voices Super Articu-lation2! de altíssima qualidade. O painel intuitivo do equipamento oferece con-troles em tempo real como nove sliders para controle de funções e dois switchesART para controle das Super Articulation Voices. Os 500 Styles internos fazemuso da renomada tecnologia Mega Voice juntamente com o formato SFF GE.
BEHRINGERwww.proshows.com.br
A Behringer anunciou suas novas co-lunas Eurolive B115D e B115MP3biamplificadas, com potentes unida-des Classe D de 1000 watts. Elas per-mitem comunicação com sistemas demicrofone sem fio da gama Ultralink,através de uma ficha USB 3.0 integradanas colunas. Os receptores BehringerUltralink de dois canais ligam-se àscolunas através do “wireless port”,com um único cabo.
WASHBURNwww.proshows.com.br
A série de violões WD da Washburn foilançada no país com uma excelentequalidade sonora. O modelo WD10S-CE possui um estilo médio Jumbo Cat-way e seu tampo vem em madeira Alas-kan Sitka Spruce. O corpo em ma-hogany e o braço com acabamentoacetinado também em mahogany dei-xam este violão ainda mais especial paratodos os tipos de músicos.
AKGwww.akg.com
Com o padrão polar supercardioide e estruturainterna de anti-vibração, o AKG D88S faz comque a voz transite com melhor fluência. Desen-volvido para garantir dinâmica e ótima respostade frequência para vocalistas principais.
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AUDIO-TECHNICAwww.proshows.com.br
A Áudio-Technica lançou o fone ATH-ANC9 com cancelamento deruídos. Ele ganhou o prêmio “CES Innovations 2013 Design andEngineering Award”, prometendo sistema exclusivo de cancelamentode ruídos Tri-Level Cancellation que reduz até 95% do ruído externoem três modos de operação para uso em aeronaves, escritórios e demaisambientes ruidosos.
BEHRINGERwww.proshows.com.br
O novo sistema P-16 Series, da Behringer, é um excelentemonitor pessoal. Ele possui saídas para fones de ouvido e LineL/R, com 16 formas de mixar diferentes. O P-16 recebe sinais deconsoles analógicos, transformando-os em digital e enviandovia cabo de rede através de portas RJ45 para os P-16M (PersonalMonitor) para que possa ser controlado por cada músico.
SAMSONwww.equipo.com.br
A Equipo trouxe para o mercado brasileiro o Carbon49 – controlador MIDI USB da marca Samson. Sua principal fi-nalidade é controlar sons vindos de outras fontes sonoras através de umatroca de dados chamado protocolo MIDI. Possui 49 teclas sensíveis à velocidade eteclado semi-pesado, botões dedicados para transposição e oitavas, Pitch Bend e rodas demodulação. O Carbon 49 possui conexão com iPad.
MEDELIwww.equipo.com.br
A Medeli, marca distribuída pela Equipo no Brasil, lançou abateria eletrônica modelo DD 402 D. O instrumento é com-pacto e pode ser colocado em qualquer residência. O modelooferece 40 tipos de sons distribuídos em 10 kits e 108 vozes.Possui ainda rack completo, contendo pad de caixa, três padspara pratos, três pads de tambores e pad de bumbo eletrônico.
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www.qscaudio.com
A QSC Audio lançou sua nova linha AcousticPerformance, com caixas full range de duas vias, ideaispara uma variedade de aplicações de sistemas de refor-ço com instalação fixa que exigem um elevado SPL eum cuidadoso design. Todos os modelos têm drivers decompressão com uma bobina de voz de 3 polegadas.
STEINBERGwww.steinbergbrasil.com.br
O Cubase 7 traz ao mercado o novo MixConsole, um mixer virtual armado commódulos de channel stripcom EQ eprocessamento de dinâmica que produzuma mixagem única. Além disso, anova Pista de Acordes detecta a estru-tura harmônica de sua música, enquan-to o novo assistente de acordes e oVariAudio 2.0 te ajudam a desenvolverbelas harmonias - desde o pop simplesaté sequências complexas de acordes dejazz que soam perfeitas.
ROLANDwww.roland.com.br
A Roland divulgou a TD-4KP V-DRUMS portátil, umacompacta bateria com jogos de fácil transporte com umdesign único e inovador de dobradura. Com som eperformance com o máximo de mobilidade e rápida insta-lação, a TD-4KP possui um pad de bumbo, um pad de caixa,três almofadas de tom e três blocos de prato.
AKGwww.akg.com
Chega ao mercado brasileiro o K181 DJ, novo fonede ouvido da AKG para DJs. O produto serve comoferramenta tanto para DJs profissionais quantopara amadores. Por ter design “closed-back”, o fonegarante a atenuação do ruído ambiente para que ossons externos não prejudiquem a performance. Eleé dobrável e vem com uma bolsa especial que facili-ta sua armazenagem e transporte.
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MARTINwww.proshows.com.br
O MAC III AirFX da Martin é um projetor extremamente bri-lhante e versátil, com 1500 watts, introduzindo um novo con-ceito que combina efeitos em pleno ar com um feixe bem recor-tado. Para ampliar a versatilidade, ele ainda vem com um zoom1:5, permitindo manter o foco em toda a variação do zoom, inde-pendente da distância que o projetor lança as imagens.
ROBEwww.robe.cz
O ROBIN 100 LED Beam é uma nova ferra-menta de iluminação cheia de efeitos. Comum controle altamente otimizado e motori-zado, possui em rápido movimento de incli-nação e três zonas de LED que permitem acriação de várias cores.
ROBEwww.robe.cz
O Actor 12, da Robe, traz todas as vantagens do premiado Robinsérie LEDWash. Ele possui um controle DMX total sobre a cor, zoome ângulo, podendo misturar 237 cores pré-definidas, brancosselecionáveis, CTO variável e anel com efeito. O tungstênio permiteque o equipamento desenvolva jogos de luz perfeitamente integra-dos em sistemas de iluminação com lanternas tradicionais.
AMERICAN DJwww.americandj.com
A American DJ selecionou seu popular equipamento MegaPAR Profile e criou, o novo Mega TRIPAR Profile, comperfil 5x 3 watt - 3 em 1 tri-LED- um equipamento RGBLED color-blending superior e que tem o mesmo inovadorestojo “sit-flat” encontrado no Mega PAR Profile. O estojocompacto permite que o Mega TRIPAR Profile vá a qual-quer lugar, e não há limites para seu uso, desde iluminaçãoarquitetural a festas e eventos de entretenimentos com DJs.
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GIBSON PROwww2.gibson.com
A Gibson Pro apresentou na NAMM 2013 aDJC.4 Virtual DJ Workstation Digital. A novi-dade fornece controle de quatro decks de áudio,oferecendo opções múltiplas de integração. ODJC.4 também vem com uma versão de quatrodecks do Virtual DJ LE, que permite aos usuáriosutilizar quatro decks de áudio, bem como devídeo de controle.
SOLID STATE LOGICwww.solid-state-logic.com
A Solid State Logic divulgou na NAMM 2013 oseu E-Series EQ Módulo e E-Series MóduloDynamics com o popular formato 500 rack sérieAPI modular. A empresa também irá fornecer umsistema de automação inovador A-FADA.
DPA MICROPHONESwww.dpamicrophones.com/en
A empresa DPA Microphones apresentou o d:facto IIVocal na NAMM 2013. Com um som de estúdio fiel aode palco ao vivo, a mais recente adição à linha d:factoproporciona um som extraordinariamente natural coma separação de alta e um óti-mo controle de SPL,proporcionando aosusuários possibilida-des ilimitadas parasuas performances.
TELEFUNKENwww.t-funk.com
Na NAMM 2013, que aconteceu em janeiro naCalifórnia, a Telefunken Elektroakustik apresentou oseu M82 Dynamic Microphone. Seguindo a mesmaabordagem de outros projetos da marca, o novo M82 foicriado para fornecer uma alternativa aos microfonescom diafragmas grandes.
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Primeiro encontro debateristas do Vale do RibeiraO Primeiro Encontro de Bateris-tas do Vale do Ribeira, que aconte-ceu dia 24 de novembro de 2012,em São Paulo, contou com inú-meros workshows e estandes depatrocinadores. Mais de 25 bate-ristas se apresentaram para cercade 200 pessoas, tocando sucessoscomo Cantalup Island e BillieJean, de Michael Jacksohn. Este
foi um evento de cunho socio-cultural, no qual cada baterista seinscrevia para o evento levando 2quilos de alimentos. O Vale do Ri-beira contou com a presença doprofessor e percursionista Clau-dio Abreu, do músico freelancerEverton Silva e do professor daEscola de Bateria Jhon Ricky,Jhon Ricky.
NOVO VÍDEO “WINTER IN VENICE”...
...para Venetian Resort & Hotel
de Las Vegas
Baseado em suas projeções de estú-dio, Ross Ashton apresentou umaespetacular mostra de sua novaprojeção de vídeo para ajudar a ce-lebrar o “Winter in Venice” Festi-val, no mundialmente famosoresort Venetian, em Las Vegas.As coloridas e vibrantes imagens gi-gantes são projetadas numa área de25 x 25 metros na fachada do hotel,incluindo uma réplica completa dafamosa Torre do Relógio da Praça deSão Marcos, em Veneza. Para Ash-ton, o principal desafio foi conse-guir recriar a atmosfera de Venezaem Las Vegas através de imagens esons. A música que acompanha asprojeções é o concerto de Vivaldi,As Quatro Estações.
WORKSHOP DE ÁUDIOE ILUMINAÇÃONos dias 29, 30 e 31 de janeiro acon-
teceu a 2ª edição do workshop de
áudio e iluminação Open Doors, na
sede da HPL, em Guarulhos, São
Paulo. Durante os três dias os partici-
pantes conheceram lançamentos e
novidades, além de assistirem a pa-
lestras com especialistas, como a de
Alan Wood, consultor de áudio e
acústica da FBT e engenheiro em te-
lecomunicações. A programação in-
cluiu ainda a apresentação e de-
monstração dos lançamentos SHA-
DOW, VERTUS MLA, MAD 4 IP,
STAGEMAXx, da FBT, e aplicações
de como obter maior aproveitamento
dos recém chegados Moving Heads
NICK NRG e JACK SPOT, da DTS. A
empresa australiana LSC também
trouxe para o Brasil novidade em con-
soles para teatro, shows e eventos.
MARSHALL CHEGA AO BRASIL EM 2013A ProShows começa o novo ano com todo o gás ao conquistar três novas marcas
de prestígio: Natal Percussion, Eden Amplifiers e Marshall Amplifiers. As novas
marcas passam a ser distribuídas com exclusividade para o Brasil a partir de
março de 2013. A Marshall conta com seguidores e fãs em todo o planeta, alguns
deles fãs ilustres como Joe Satriani, Ingwie Malmsteen, Dave Mustaine, Jimmy
Page, Dave Murray e o inesquecível Jimmi Hendrix, entre tantos outros talentosos
músicos que tocaram e até hoje tocam com o que é considerado o melhor ampli-
ficador de guitarras de todos os tempos. Segundo Vladimir de Souza, presidente
da ProShows, a empresa trará ao Brasil a linha completa de produtos da Marshall,
sendo que os preços a serem praticados deverão ser inferiores aos atualmente
cobrados no mercado doméstico. Esta parceria visa oferecer uma proposta de
valor e benefícios ainda maiores aos músicos brasileiros através de um atendimen-
to personalizado e uma assistência técnica presente em todos os cantos do país.
VALDINEI VIEIRANA GOBOSValdinei Vieira, um dos mais respei-
tados vendedores de áudio profissi-
onal no Brasil, agora faz parte da
equipe da Gobos do Brasil. Mais
conhecido como Jabá, ele tem
mais de 20 anos de experiência em
vendas e conhecimento técnico e
prático de sonorização e gravação.
Jabá é pioneiro na popularização
de mesas de som digitais e agora,
na Gobos do Brasil, ele trabalhará
com a Audix e a K-array.
AINDASEM NOMEA banda paulista Ves-
pas Mandarinas está
finalizando o seu pri-
meiro álbum, ainda
sem nome. Depois de
lançar dois EPs, Da Doo Ron Ron e Sasha
Grey, o novo trabalho dos roqueiros tem
produção de Rafael Ramos. As gravações
foram divididas entre os estúdios Tambor
(Rio) e Costella (São Paulo). Composto
por 11 faixas, o disco de Chuck Hipolitho
(guitarra e voz), Thadeu Meneghini (gui-
tarra e voz), Flavio Guarnieri (baixo) e
André Dea (bateria), será lançado pela
Deck ainda no primeiro semestre de 2013.
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AKG lança no Brasilheadphone profissional para DJChega ao mercado brasileiro o K181 DJ,novo fone de ouvido da AKG para DJs.Desenvolvido na Áustria, oproduto foi projetado porespecialistas das “pickups” para servir comoferramenta tanto paraDJs profissionais quan-to para quem gosta de“discotecar” por diver-são. Ele possui ampla res-posta de frequência, capazde chegar de 5Hz a 30kHz,botão de acionamento paramaior ganho nos graves, se-letor estéreo/mono, superfí-cie emborrachada e almofadas
substituíveis. Além disso, o K181 DJpossui desenho de eixo em 3D, que per-
mite ao profissional mudar rapi-damente para qualquer posi-
ção de monitoramento. Porter design closed-back, ofone garante a atenua-ção do ruído ambientepara que os sons exter-nos não prejudiquem
a performance. Ele édobrável e vem comuma bolsa especialque facilita sua ar-mazenagem e trans-
porte. Preço sugerido:R$ 399,00.
ECAD RECEBE CERTIFICAÇÃO DO IBOPEO IBOPE avaliou os processos deamostragem do ECAD (EscritórioCentral de Arrecadação e Distribui-ção) para os pagamentos das músicasexecutadas nas rádios adimplentes detodo Brasil e concedeu ao Escritóriouma certificação para a sua meto-dologia de amostragem de rádios AM eFM. A certificação da amostra e doprocesso amostral do segmento de rá-dio foram feitos com o IBOPE Inteli-gência, referência no mercado de pes-quisa e especializado em estudos quali-tativos e quantitativos nas áreas deopinião pública, política e mercados,entre outras. O Instituto de Mediçãoavaliou e certificou a metodologiaaplicada no processo de definição dasamostras regionais, seleção das rádios edefinição da amostra de duzentas mil
execuções musicais por trimestre, uti-lizada para pagamento dos direitos au-torais das execuções musicais no seg-mento de rádio. As músicas que com-põem essa amostra são captadas em gra-vações realizadas pelas próprias unida-des do ECAD através do Ecad.Tec CIARádio, sistema próprio que realiza acaptação direta da programação eidentificação automática das músicasexecutadas, além de planilhas de pro-gramação musical enviadas pelas pró-prias emissoras de rádio, em especial asdo interior. A amostra é desmembradaconsiderando as cinco regiões geográ-ficas do Brasil: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte. Ao todo, sãoaproximadamente três mil emissoras,das quais mil têm suas grades analisa-das a cada trimestre.
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ROBE PRESENTE NO THE VOICE ALEMANHA
NOVO PRESIDENTE DA AES BRASIL
Cerca de 200 moving lights Robeadicionaram glamour, brilho e dina-mismo ao projeto de iluminação deManuel da Costa para o The VoiceAlemanha 2012. Por ter projetado aprimeira série da TVOG, em 2011,com os equipamentos Robe, Costateve bastante experiência para cum-prir todos os principais critérios paraum show altamente performático,com flexibilidade suficiente para dara cada artista uma característica in-dividual para cada uma de suas apre-sentações, além de assegurar um óti-mo visual, tanto para as câmerasquanto para o público do estúdio.Costa, que é considerado um dosprincipais lighting designers da TV
alemã, optou pelos equipamentosRobe por já ter trabalhado com amarca em outros projetos de prestí-gio, conseguindo os efeitos que dese-java, e também por causa da unifor-midade nas cores e confiabilidade.Foram usados 98 ColorSpot 2500EATs, 62 ColorWash 2500E ATs, 26ColorWash 1200E ATs e dois Color-Beam 2500E ATs. Sessenta e quatroColorSpot 2500E ATs foram pendu-rados no sistema de trusses sobre opalco e outros 24 foram penduradosem uma matriz de torres atrás dopalco e em volta da parede centralde vídeo. Todos os 88 ColorWash2500 e 1200E ATs equipamentostambém ficaram no teto.
A diretoria da AES Brasil para o anode 2013 será presidida por ArmandoVicente Baldassarra, o Tuka, e temcomo vice-presidente, José PereiraAnselmo Junior; como secretário,José Carlos Giner; e como tesourei-ro, Joel Vieira de Brito. Tuka, como éconhecido, é dono da Tukasom, umadas maiores empresas de locação deequipamentos de som do país, commais de 30 anos de mercado, e émembro da AES desde 1995.A AES é a única sociedade profissi-onal dedicada exclusivamente àtecnologia de áudio, fundada em1948 nos Estados Unidos. Atual-
mente, tem mais de 14 mil mem-bros em 75 seções profissionais e95 seções estudantis ao redor domundo. No Brasil, as atividades daAES começaram em 1995, quandofoi oficialmente aberta a seção brasi-leira, e, desde então, a associação de-senvolve diversos trabalhos, inclu-indo reuniões e encontros em cida-des do Brasil, além de sua Con-venção Nacional, que chega à 17ªedição em 2013 e o Congresso de En-genharia de Áudio, na 11ª edição.Ambos os eventos já estão confirma-dos para o Expo Center Norte, emSão Paulo, entre 07 e 09 de maio.
Está aberto para consulta pública o Plano Estadual de Cultura do Rio de Janei-ro, que está sendo criado a partir do diálogo com gestores públicos dos 92 muni-cípios do estado, representantes de entidades, agentes culturais, artistas, Co-missão de Cultura da ALERJ e o MinC para apontar diretrizes para as políticaspúblicas no estado do Rio de Janeiro.Qualquer pessoa ou entidade pode enviar comentários, críticas e sugestões, quepoderão ser acessados por todos que leiam a página. O Plano Estadual de Cultu-ra tem como objetivo planejar o desenvolvimento da cultura fluminense paraos próximos 10 anos. Acesse: http://www.cultura.rj.gov.br/revista/plano-esta-dual-de-cultura
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TENSÃO NO ARO boato de que algumas estrelas interna-cionais estariam forçando a barra parafazer shows nas solenidades de abertura eencerramento das Olimpíadas e da Copado Mundo no Brasil está inquietando omercado musical. Será uma burrice inex-plicável se isso vier a acontecer. O Brasilterá uma vitrine privilegiada para mos-trar sua música para o mundo e negar issoaos artistas brasileiros seria no mínimocriminoso. Com os nomes que ocupam aCBF e o COI, eu prefiro ficar de barbas demolho e torcer para que a escolha dosbrazucas também não seja uma tragédia.Confesso-me cansado de ouvir amigosestrangeiros me perguntarem se aqui sótem música para índio.
GOLAÇOO genial João Bosco é o mais novoendorsee da marca Takamine. Depois detocar com o instrumento na última edi-ção da Festa Nacional da Música, emCanela, o músico não escondeu seu pra-zer com o violão de pré-amplificadorvalvulado da empresa japonesa. Convi-dado pela direção da Sonotec, represen-tante exclusiva da Takamine no Brasil,João passou a integrar o time da marcade violões profissionais mais vendidosno país. O artista escolheu para usar osmodelos TH5 e TC132, fabricados arte-sanalmente no Japão.
UMA NOITE GLOBALNoite de réveillon e o programa da RedeGlobo que antecede à queima de fogospassou duas horas entupindo os laresbrasileiros com o lixo musical que insis-tem em chamar de música popular. Aruindade fez uma amiga jornalista ame-ricana que mora no Rio me ligar ironi-zando o comentário crítico que fiz aquisobre a atual má fase da música gringa.Passa da meia noite e findo o espetáculodos fogos, a emissora coloca no ar o ex-celente Som Brasil que não tem nada denovo, mas usa uma fórmula de sucessoque valoriza os artistas nacionais e mos-tra boas novidades, como foi o caso damaravilhosa Tarin Spilzman, que final-mente foi apresentada ao Brasil. Sei queé perigoso elogiar, mas algo pode estaracontecendo na Globo que aos poucosameaça dar algum espaço para os verda-deiros talentos musicais do Brasil. A im-pressão que passa é que alguém lá come-çou a pensar e a emissora pode finalmen-te assumir sua responsabilidade como lí-der de audiência e formadora de opinião.Como diria Caetano: “Ou não...”
ENGENHEIRO DE SOMUm vídeo vem fazendo o maior sucessona internet por conta do bom humor queencobre o verdadeiro recado da mensa-gem. Levante o som do seu PC e acessehttp://www.youtube.com/watch?v=-nMCDwWZXd2w para ver a verdadeiracara da maioria dos artistas bonitinhosque dominam o mercado de música po-pular. Aqui e lá fora...
LOGOMARCASO merchandising pela exposição dasmarcas dos instrumentos nos progra-mas televisivos e grandes shows patro-cinados começa a acirrar a tensão entreartistas e os departamentos comerciaisdessas redes nacionais de televisão. Sepor uma lado é compreensível uma pre-ocupação com o exagero dessa exposi-ção, também é preciso entender que agrande maioria dos artistas brasileiros
Com todo o respeito e a
credibilidade que me
merecem alguns
amigos do mercado,
mas um rápido
confronto dos números
setorizados das
importações com os
resultados anunciados
por grande parte das
empresas do segmento
já são suficientes para
perceber que o ano de
2012 deve rapidamente
ser esquecido.
Crescimento de
catálogo e de ofertas
não é crescimento
consistente e
economicamente
aceito. A hora é de
rever metas e buscar
alternativas de
mercado para voltar a
crescer de verdade. E
mentira faz o
nariz crescer...
GUSTAVO VICTORINO | [email protected]
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de sucesso tem patrocinadores e aeles se vinculam por contrato,dando em troca visibilidade e di-vulgação de suas marcas de instru-mentos. Ver teclados, guitarras eoutros instrumentos cheios de es-paradrapos tapando as logomar-cas na tela são imagens meio var-zeanas que em nada combinamcom a grandeza e riqueza da músi-ca brasileira. Nessa discussão, obom senso deveria prevalecer.Dos dois lados...
SEU JORGEO dublê de cantor e ator brasileirose mudou para os EUA, onde vaiinvestir prioritariamente na carrei-ra de ator. Embora sucesso por aqui,o artista abriu uma interessanteporta para Hollywood e apostanuma carreira internacional nas ar-tes cênicas. O start foi dado por umaprodutora americana que descobriuo artista aqui no Brasil e o convidoupara interpretar Jimmy Hendrix nocinema. Cantar e tocar ele sabe, di-fícil será fazê-lo virar canhoto.
DANÇA DAS MARCASDepois de um 2012 agitado, o anode 2013 promete também fortesemoções na dança das marcas en-tre os importadores brasileiros. Ovolume de negociações mantidasem (quase) segredo é um indica-tivo de que muita água ainda vairolar nesse ano.
OPINIÕESDo roqueiro Tico Santa Cruz –“Ninguém precisa de um Camaroamarelo para conquistar mulheres.Música boa dura 20, 30, 40 anos. Amúsica ruim pode até fazer sucesso,mas daqui a três meses desapare-ce”... Do irrequieto Tom Zé – “Tro-caria tudo o que eu fiz por AI SEEU TE PEGO”. Do cantor serta-nejo Luciano, irmão e parceiro de
Zezé di Camargo - “A música estávivenciando um momento bom,mas de qualidade muito ruim”.Pano rápido...
PROSHOWSAo longo do tempo, a empresa ga-úcha se consolidou no mercadocomo a maior importadora de tec-nologia para iluminação profissio-nal da América Latina. Nos últi-mos anos, a ProShows passou afocar também no segmento de ins-trumentos musicais e áudio profis-sional, e parece não encontrarmais limites para o seu crescimen-to. Como cereja do bolo, a Pro-Shows anuncia para março a dis-tribuição exclusiva para o Brasildos iconoclastas amplificadores daMarshall. A empresa é a confirma-ção retórica de que a combinaçãode competência com transpiraçãocontinua sendo a única e verdadei-ra fórmula de sucesso. Ponto para oVladimir e sua equipe.
ENCRENCAUm conhecido cantor sertanejoestá sendo ameaçado pelo seu na-morado. O rapaz não aceita o fimdo relacionamento e promete me-ter a boca no trombone (deve serbom nisso...) se não for adequada-mente “indenizado” pela perdaamorosa. O parceiro de dupla doameaçado tentou intervir e nego-ciar a paz entre os pombinhos, masa coisa é mais séria do que se imagi-na, afinal o artista é casado. E comuma mulher. Depois das confissõesdo Zé de Abreu, a Rede TV e ostabloides nacionais voltam a sedeliciar se o assunto vier à tona.
QUANDO?O coreano Psy anda dizendo quequer vir ao Brasil para conhecer opaís e fazer shows por aqui. Avisemlogo as datas porque quero passar
um tempo no Uruguai. O auto-exílio temporário é para preservarmeus ouvidos...
“BANDAÇA”Que tal uma banda formada porDavid Grohl (Nirvana e Foo Figh-ters), Stevie Nicks (FleetwoodMac), Krist Novoselic (Nirvana),John Fogerty (Creedence Clear-water Revival), Taylor Hawkins(Foo Fighters) e Brad Wilk (RageAgainst The Machine)? Acredite,essa banda existe e se chama TheSound City Players?. O grupo vai fa-zer alguns shows em território ame-ricano durante esse ano. O projeto éliderado por Grohl e faz parte de umdocumentário dirigido pelo incan-sável dublê de baterista e guitarrista.
NÃO FUNCIONAHá muito tempo atrás toquei noassunto aqui nesse espaço e depoisde muitos testes, afirmo definitiva-mente: Os drivers de teclados queandam por aí prometendo subs-tituir os velhos disquetes por cone-xões acessadas por USB não funcio-nam direito. Salvo raríssimas exce-ções muito limitadas na operação,a coisa não dá certo e contabilizaprejuízo financeiro e moral paraquem arrisca. Os softwares dos te-clados antigos não comportam anova capacidade e velocidade dearmazenamento dos dispositivosUSB e podem inclusive travar com-pletamente o equipamento. Ospoucos que fiz funcionar limitamtanto a operação que nem vale apena o gasto e o risco.
OS PRIMEIROSNo próximo mês serão divulgadosos primeiros nomes homenageadosna Festa Nacional da Música de2013, em Canela/RS. Nesse ano, oevento acontece entre os dias 20 e24 de outubro no sul do país.
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DANIELLI MARINHO | [email protected]
Recém-chegado daItália, onde moroupor quase 20 anos,Rubinho trouxe nabagagem seu maisnovo álbum Tiran-
do de Letra, produ-zido em Turim pelobrasileiro RobertoTaufic. O CD reú-ne músicos exce-lentes e conceitua-
dos internacionalmente e um repertório que privile-gia a boa música brasileira com o que há de melhor empoesia, samba, arranjos, musicalidade, balanço e sensi-bilidade. O resultado é um surpreendente requintenatural e marcante em cada uma das 13 faixas. Parcei-ros como Renato Consorte, Chico de Assis, GilsonDias, Guga Vaz, Chico Pinheiro e Roberto Taufic, alémdas participações de músicos como Celso de Almeida,Paulo Pauleli, Mauro Martins e Eduardo Taufic ajudama compor o molho brasileiro. Gravado e mixado noLotus Estúdio, na Itália, o trabalho foi masterizado noReference Studio, em São Paulo.
TIRANDO DE LETRARubinho Jacob
O Blues tocado deum jeito bem brasi-leiro. O trabalhode Carlos Café nosleva a uma viagembluesística com omelhor das influ-ências e raízes bra-sileiras. Com a par-ticipação de músicosconsagrados, comoGuto Goffi, Lucia-
no Lopes, Pedro Peres, Renato Rocha, Fabio Brasil,Mimi Lessa e Gil Eduardo, do Blues Etílicos, o álbummescla canções do próprio Carlos Café com outras deartistas consagrados como Djavan. Bagagem Código Blues
deve constar na estante de quem curte o blues.
BAGAGEM CÓDIGO BLUESCarlos Café
O primeiro traba-lho do músico Ma-rio Ghanna vem aoencontro de sua ex-periência profissio-nal vivenciada nocotidiano como Pro-curador da Repúbli-ca. Isso mesmo. Nes-se sentido, Marioaposta em um somrebuscado de influ-
ências do blues, soul, rock, MPB e jazz, com letras queabordam o dia a dia, amor, política e relacionamentos.O resultado é uma sonoridade envolvente e um balan-ço pulsante, calcados na mistura do estilo clássico epopular na execução da guitarra, o que confere bastan-te originalidade às músicas. A guitarra semi-acústica,por exemplo, confere um timbre característico a todasas músicas do álbum.
XADREZ URBANOMario Ghanna
Samba, bossa nova,MPB. Tudo isso e umpouco mais mistu-rado nesse excelen-te CD que, em cadamúsica, traz a dosecerta de brasilidadea que temos direi-to. As 17 faixas doálbum são para ou-vir com o coração emente abertos que
ora se enamora da MPB, ora flerta com o samba.Euclides, que assina em todas as letras, é pesquisadormusical e tem importantes trabalhos em parceria comnomes consagrados como Pecê Ribeiro, Heloisa Hele-na, Lúcio Sherman, entre outros feras. Experimentarcada música, esse é o termo correto, e degustar os di-versos estilos intrínsecos em um só é um presente paranós mesmos.
QUINTAL BRASILEuclides Amaral
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DANIELLI MARINHO | [email protected]
Uma volta às raízesdo rock brasileiro,um pouco anos 80flertando com os90. Essa é a primei-ra impressão ao dar“play” na primeirafaixa do CD da ban-da Ensaio de Guer-ra. Formada pelosmúsicos RodrigoGondim (vocal e
que assina 12 músicas do CD), Rodolfo Marinho (gui-tarra) e Renato Monteiro (bateria), o trio bebe na fon-te do rock and roll neste primeiro trabalho homônimo,que conta com a participação especial de Jorge Salomãoem Passeio Público. O disco também traz curiosidades.Na faixa 7 há uma compilação de 14 segundos com vo-zes de Jorge Salomão e na musica A Repetição dos Dias háno final uma hidden track (ou faixa escondida), comuma versão em voz e violão da música Regurgito.
ENSAIO DE GUERRAEnsaio de Guerra
Indicado ao GrammyLatino em 2012, nacategoria de Melhorálbum de música clás-sica com o CD Pre-lúdio 21 – Quartetode Cordas, agora ocompositor lança obox Quinze, comquatro CDs come-morativos, nos quaisdiferentes intérpre-
tes executam sua obra. Os discos, lançamentos de sua gra-vadora A CASA, possuem temas relacionados aos ele-mentos da natureza – Ao Mar (água), Luz e Sombra (fogo),Espelhos (ar) e Oitis (terra) – e ganham participações erendem homenagens a grandes nomes da música clássicae erudita brasileira. Como em Quarteto Brasileiro nº 1 eQuarteto Brasileiro nº2, ambas interpretadas pelo Quarte-to Radamés Gnattali ou Estudo sobre Alban Berg e Ice,ambas interpretadas por Paulo Passos e Sara Cohen. Essaobra de arte em quatro partes ainda conta com a partici-pação de Paulo César Feital, Duo Santoro, Quarteto Co-lonial e Luis Carlos Barbieri, dentre outros.
QUINZESergio Roberto de Oliveira
Em seu segundo CD#2, o guitarrista Ar-tur, que ficou conhe-cido como o garotoprodígio do blues,apresenta cançõesmais maduras queflertam com o soul,reggae, country e be-bop resultando emum som que soa mo-derno, pela mistura
de estilos, e também vintage, por conta da sonoridade.E é justamente essa fusão de misturas que chama aatenção nesse trabalho do músico, que assina sete fai-xas e a produção do álbum. Destaque para I Ain’t Got
You, a balada soul que abre o disco e que nos remete aopsicodelismo de Jimmi Hendrix. Em Damm! You Know
I’m a Man e I Don’t Want to Lose You aparecem as levadascountry puxadas para o bebop. Em Everybody Says That
I’m Done, Claudio Mendes, tecladista da banda, adici-onou o inusitado instrumento havaiano ukelele, eLord Have Mercy é rock, psico, fusion, blues com adiçãode sintetizadores cheios de efeitos. Gravado no Estú-dio Magnólia, em Fortaleza (CE), a mixagem emasterização são da Cia dos Técnicos.
#2Artur Menezes
O disco é um pro-jeto de música ins-trumental desen-volvido pelos músi-cos Dagmar Grabert(teclado), Newton Jr(guitarra) e Ronal-do Lourenson (ba-teria) com repertó-rio e composiçõesda própria banda,além de músicas de
outros compositores como Footprints (Wayne Shor-ter), Cause We´ve Ended as Lovers (versão Jeff Beck),The Chicken (Jaco Pastorius), entre outras. O repertó-rio é composto pela fusão de diversos estilos, entre eleso Jazz/Rock e o Progressivo, dando ênfase à improvisa-ção e à sonoridade peculiar de seus instrumentos.
TEMPOS ESTRANHOSExpresso Fusion
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igplace - Quem é o contratante, o
que ele determina e como são es-colhidos os fornecedores?
MacGyver Zitto - Os contratantes, via deregra e em sua maioria, são clientes quecom o passar dos anos se tornaram amigos eforam fidelizados pela excelência, qualida-
Abrindo a série profissões do
Backstage 2013 vamos tentar
mostrar um pouco de como é
a produção de um grande
evento ouvindo os
profissionais que lidam com
esse desafio. Com a palavra
MacGyver Zitto e João
Libarino. Juntos, eles formam
a dupla que cuida de eventos
como o Festival Planeta
Atlântida e os shows de
Andrea Bocelli aqui no
Brasil, só para citar dois
eventos da empresa da qual
participam, a Produtores
Associados. Vamos às
histórias e estórias que estes
profissionais têm
para nos contar.
Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação
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Profissões do
backstage’backstage‘M A C G Y V E R E L I B A R I N O
A N A T O M I A D E U M S H O W
de e dedicação com a qual a Produtores As-sociados imprime aos eventos que dirige.Obviamente, como estamos constante-mente prospectando novos projetos, vezpor outra acabamos por trabalhar paranovos e eventuais promotores de eventos,mas sempre com a certeza de só nos aliar-
Libarino e Macgyver
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mos a quem for sério e comprometido.Assim como na vida, acabamos por nosaliar àqueles que pensam, agem e secomportam como nós, mesmo que paraisso tenhamos de declinar de algunstrabalhos por não compactuarmos comtramoias, falcatruas e nem com produ-ções que tendam a se transformar emuma emboscada comercial.Somos contratados para levar aoseventos o nosso know-how, nossa exper-
tise e a nossa network (rede de relaciona-mentos), seja para minimizar custos (oque acaba por reflexo maximizando osrendimentos), seja para trazer soluçõespara problemas que até então eramconsiderados insolúveis ou mesmo queainda nem haviam sido detectados.Sua determinação resume-se à data doevento, local onde será realizado, ar-tistas que serão contratados, mídiacaso não se trate de um evento corpo-rativo e, obviamente, fazer-se respon-sável financeiramente por todas asdespesas relativas e conexas à realiza-ção do evento em si. Por último e nãomenos importante, o Promotor doevento se faz também responsável ju-ridicamente (civil e criminalmente)pelos atos praticados e pelos deixadosde praticar por ação ou inação dele e deseus comandados (leia-se nesse bojoseus fornecedores contratados quetêm responsabilidade solidária).Sempre há uma interação por parte docliente em tentar direcionar a con-tratação dos fornecedores de serviçosou de mão de obra, e estas indicaçõessão sempre bem vindas (desde que se-jam pertinentes ou não comprometama qualidade final do nosso trabalho)pois os acasos e situações inesperadastendem a aparecer nos eventos mesmosem convite e não precisamos de umamigo ou primo do contratante dandopalpite errado na hora errada.
Gigplace - Para entender o funcio-
namento, qual a hierarquia técnicanum grande festival?
MacGyver Zitto – A partir da se-guinte premissa gira o evento: a pas-
sagem de som ocorre em ordem inver-sa à de apresentação no Festival e éexatamente isso o que determinatoda a logística de transporte aéreo eterrestre, hospedagem e montagem edepois disso sobram apenas mídia,venda de ingressos e pagar as contas.Ou seja, é a técnica que determinaquando, como e onde as coisas acon-tecem num Festival de grande porte.
Gigplace - Como é elaborado o plane-
jamento de um evento que reúne ban-das nacionais e até internacionais?
MacGyver Zitto - Se a pergunta refe-re-se ao planejamento financeiro, to-dos os elementos que demandem cus-to devem ser levados em considera-ção para análise de viabilidade finan-ceira entre receita (verbas de patrocí-nio + bilheteria) X despesas (de todaordem na esfera técnica, logística,operacional, jurídica com licenças eautorizações, mídia e etc.).Se a pergunta refere-se à parte técni-ca, a realização do evento tem de con-ciliar a disponibilidade de datas dosfornecedores com que se deseja traba-lhar (sonorização, iluminação, estru-turas, palco, barricada, piso e cobertu-ra de gramado, área VIP, geradores,carregadores e demais profissionaisque são os preferidos e algumas vezesduramente disputados nessas horas).Se a pergunta é quanto à parte artísticado evento, essa deve conciliar esteselementos acima elencados com a dis-ponibilidade do artista que deseja terno casting do seu Festival. Seja pelaoportunidade dele estar passando pelaregião onde o evento irá ocorrer ou, nocaso dos artistas internacionais, aindacontar que o artista esteja em tour poresta parte do continente onde nos en-contramos, se não quiser custear total-mente sua vinda exclusiva ao Brasil.Entendemos que é aí que tem inícioum real planejamento para um evento
Gigplace - Qual a parte dessa logís-
tica que é mais complicada para serdefinida previamente?
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MacGyver Zitto - Vivemos em um país dedimensões continentais e para que se te-nha uma ideia do que representa á área doBrasil em quilômetros quadrados, se com-pararmos o País com o continente europeuveremos que as terras tupiniquins têm83,64% do tamanho do velho mundo.Europa: 10.180.000 km² (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa)Brasil: 8.514.876 km² (fonte: http://pt.-wikipedia.org/wiki/Geografia_do_Brasil)Se não houver planejamento logísticocom a devida antecedência, o eventocomo um todo estará fadado ao insucessodesde sua propositura até o final da des-montagem, caso venha a ocorrer. A chaveinequívoca do êxito no evento é Planeja-mento, pois os imprevistos aparecerãomesmo sem terem sido convocados.
Gigplace - Quem determina o Line Up(lista de atrações de cada dia) e quais
as regalias do headliner (atração prin-cipal ) da noite?
MacGyver Zitto - Nos eventos em que aProdutores Associados dirige, vários fa-tores podem determinar a composição deum Line Up. Desde a própria e imutávelvontade do promotor do evento a uma si-tuação de oportunidade (artistas da modaou um determinado artista que está depassagem pela região ou com datas livresentre shows na América Latina).Não há regalias, todos os artistas são edevem ser tratados com um mesmopeso e grau de importância. Lembrobem de uma situação onde uma deter-minada banda estava iniciando sua car-reira e o motorista do festival perdeu-see não chegou a tempo para a passagemde som. Nós garantimos a passagem desom desta banda entre as trocas de pal-co até que fosse completamente checa-da off stage (fora de cena). E depois on
stage (em cena) lhe foi assegurado otempo previsto em intervalo, sem fugirdo cronograma previamente estipula-do. Nesta mesma etapa do festival, umrenomado artista, conhecido pelos seusatrasos em deixar o palco, teve o MUTEacionado e suas mesas de Audio (PA eMonitor) tiveram suas fontes desliga-
das por exceder o seu tempo em cena.Pra não dizer que omitimos nomes, lo-cais e envolvidos: o Festival foi o queaconteceu no verão e já possui 18 anosininterruptos de realização no litoral deRS e SC (a edição em questão foi a de1998 na etapa de SC). A banda que àépoca dos fatos iniciava sua brilhantetrajetória e que teve seu direito assegu-rado, mesmo sendo iniciante naquelefestival, foi a composta por RogerioFlausino, Marco Túlio Lara, PaulinhoFonseca, Marcio Buzelim e PJ. Já o artis-ta que foi MUTADO se chamava Sebas-tião Rodrigues Maia (dono da SERO-MA Records) e chamado de TIM pelosfãs (rol no qual me incluo com muitoorgulho), mas não dá para mesclar sen-timento e profissionalismo.
Gigplace - Os bastidores de um grandeevento devem ter grandes histórias,
cada um dos entrevistados conta a sua(qualquer semelhança com a realidade
não será mera coincidência). Qual aque mais o marcou?
MacGyver Zitto - Numa das ediçõesdeste mesmo Festival que toma o ve-rão do Brasil como seu palco, (não vourevelar seu nome), uma ilustríssimaartista e única mulher na história alotar sozinha o Estádio do Maracanãestava já com seu tempo previsto emschedule (cronograma) esgotado. Narealidade, já haviam passados 15 mi-nutos e tivemos de nos comunicar di-retamente com ela através de seu sis-tema de in ears. A frase foi: “.... (seunome), infelizmente nosso tempochegou ao fim, nos desculpe...”. Ela(profissional como poucos) pronta-mente interrompeu sua atuação e sedespediu do público. Quase que ime-diatamente fui ao camarim para falarcom ela e explicar o que motivou asmedidas por mim determinadas. Paraacabar com a milonga, ela mais umavez foi elegante ao dizer que havia ou-vido uma voz angelical em seus in-ears
e repetiu a frase acima. Eu disse queera o responsável e ela me deu umbeijão na bochecha.
”
“Os festivais bem
como os eventos
corporativos são
repletos de
imprevistos e
lidamos bem com
essas situações e suas
repentinas guinadas,
mas o fator humano
é o pior deles e
sempre acaba por
comprometer aquilo
que previamente
planejamos,
programamos
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Gigplace - Quais são as maiores
dificuldades de gerir um grandeevento na dita realidade Brasil de
show business?MacGyver Zitto - Os festivais bemcomo os eventos corporativos são re-pletos de imprevistos e lidamos bemcom essas situações e suas repentinasguinadas, mas o fator humano é o piordeles e sempre acaba por comprome-ter aquilo que previamente planeja-mos, programamos. A falta de com-prometimento, a insensatez e odespreparo de alguns (intitulados)profissionais que atuam no mercadoé nossa maior barreira. Por mais quevez por outra haja uma limpa (segun-do Charles Darwin) em face da ‘sele-ção natural’, eles brotam aos montescomo formigas no açucarado e sedu-tor mundo do show business.
Gigplace - Os artistas que partici-pam de festivais estão adaptados
a este tipo de formato, ou geral-mente levam o seu show de linha
para o palco?MacGyver Zitto - Nem sempre osartistas estão adaptados aos festi-vais e apenas realizam um show sefor o seu completo e sem mudanças(tem um aí no mercado que partici-pa de festivais, mas é irredutível emsuas demandas e especificações).Artistas como Marisa Monte e U2preferem nem fazer festivais, e acre-dito que seja mais por ideologiaconceitual do que por qualquer ou-tro motivo pontual.
Gigplace - Falando em artistas,
quais foram os pedidos mais es-tranhos feitos pelos artistas?
MacGyver Zitto - Lembrode um rider internacional quesolicitava 30 chapéus de festade aniversário e 30 línguas desogra. Providenciamos 30chapéus de festa de aniversá-rio com as línguas de sograembutidas. O bizarro da his-tória é o fato de que este pedi-do estava entre as várias de-mandas do rider e foi solicitadoapenas para certificar-se deque o representante do con-tratante local realmente leriao rider por inteiro. Nós não sófornecemos o que estava pedi-do, como fornecemos de umaforma como nunca haviamvisto: língua de sogra embuti-da no chapéu de festa de ani-versário. Segundo eles, ganha-mos menção honrosa pelaprodução e no anuário da tour
constaria nosso feito inédito.
Gigplace - Qual o formato
dos sonhos de festival quevocês gostariam de partici-
par, e por quê?MacGyver Zitto - Seria umainverdade dizer que “já fize-
mos todos os Festivais que um pro-fissional gostaria de fazer”. Já par-ticipamos do North Sea Jazz Festi-val, POPROCK em BH, MontreuxJazz Festival, Yamada Festival emBelém, Nice Jazz Festival, PlanetaAtlântida RS e SC, Macedônia JazzFestival, em Ljubliana, Lupaluna,em CWB, Cyprus Jazz Festival, GOMusic Festival, em Goiânia, UltraMusic Festival, Skol Beats e inú-meros outros ao longo dessas trêsdécadas de atuação no mercado.O formato que mais me agrada é odos palcos alternados. Enquanto oartista “x” se apresenta no palco“A”, o artista “y” se prepara no Pal-co “B”. Desta forma temos quaseuma hora entre uma apresentaçãoe outra e as técnicas fazem todo oseu precioso trabalho com calma e
MacGyver e David Coverdale
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Com a palavra, José Libarino
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a oportunidade
de comentar sobre os bastidores de um evento. Bem pou-
cas pessoas realmente sabem o que na verdade acontece
nos bastidores antes e durante um grande show. Por isso,
vou tentar explicar um pouco do que fazemos, em prol do
bom andamento dos eventos dos quais participo.
Há algum tempo tive o prazer de ser convidado a integrar o
time de colaboradores da Produtores Associados e, dentro
do time, por vezes faço o papel de quem está sendo atendi-
do, ou seja do cliente. Isto sempre cria um ambiente de
diferentes visões do que pode ser feito, em relação a proble-
mas reais e atuais, bem como nos permite antever situações
que podem fazer ruir todo um planejamento.
Hoje, dentro da Produtores Associados, desempenho um
papel de coletor de informações técnicas, tanto dos artistas,
como dos fornecedores, para em seguida contatar todos os
fornecedores e resolver todos os possíveis entraves. Isso
evita que informações importantes se percam ao serem re-
passadas entre várias pessoas.
Em todos os nossos eventos, fornecemos aos produtores e
técnicos um Boletim Informativo, com descrições de equipa-
mentos, plantas de luz em 3D, plantas do local do evento,
tabela de horários de passagem de som e show. Nele
listamos todos os responsáveis individuais por cada serviço
(som, luz, LED, palco etc.), mas sempre acompanhamos as
decisões que foram tomadas.
E se falarmos de Eventos e Shows com a participação de
grandes nomes do cenário musical internacional, e que este-
jam em turnê pela América Latina, algumas providências téc-
nicas e logísticas devem ser tomadas com espaço de tempo
bem grande, o que nos leva a estar trabalhando em um gran-
de evento com uma antecedência de 8 ou 10 meses.
Já que você perguntou sobre como funciona o tratamento com
os Headliners (atrações principais), vou lhes contar um episódio.
Estava eu quase chegando ao local do show, que era o
Museu do Ipiranga, em São Paulo, quando fui chamado ao
telefone pelo Léo Reis que neste evento estava trabalhando
como nosso produtor. Ele me informou que o produtor de
uma determinada banda inglesa estava se recusando a fa-
zer o show. Dizia ele que, como atração principal do festival,
não tocaria nas condições que
nós estávamos lhe proporcio-
nando. Para ter uma ideia, só o
que havíamos mudado no rider
dele tinha sido colocar a bate-
ria sobre um praticável sem
elevação, pois, como se trata-
va de um festival, o processo
de entrada e saída de cena
tinha de ser dinâmico e os
praticáveis proporcionam
esta velocidade.
Quando cheguei ao palco,
presenciei um monólogo
que, para mim, jamais será
esquecido. Dizia este pro-
dutor que o show estava
cancelado e pronto, que
sua banda era a headliner
na noite! O Macgyver, que
também foi chamado pelo Léo, chegou antes de mim e respon-
deu sem pestanejar: “Aqui não tem artista mais importante ou
menos importante e quem pode cancelar um show é a pessoa
que paga ou a que recebe o dinheiro. Como neste palco não
estão nenhuma dessas figuras, vamos conversar e resolver o
seu problema”. Dito isto o moço tomou um choque de realida-
de e pediu apenas que a sua bateria fosse montada fora do
praticável. Depois percebemos o porquê da insistência em
colocar os artistas no chão. Era uma dupla (bateria e guitarra)
e o guitarrista, uma garota de pouco mais de 1,50m de altura.
Se colocássemos o baterista no praticável, mesmo que sem
elevação alguma, ele ficaria muito mais alto que ela! Mas veja
como, às vezes, a falta de comunicação, ou forma errada de
fazê-la, nos cria um clima de mal-estar e desentendimentos.
Estamos falando do Festival da Cultura Inglesa e a Banda é a Red
Blood Shoes, que por sinal é uma dupla de garotos muito amáveis!
Já que estamos contando histórias, no meu primeiro ano
como diretor de palco do Planeta Atlântida, fizemos todo o
nosso trabalho do primeiro dia dentro do cronograma. Aliás,
terminamos o festival 13 minutos antes do horário e, graças a
isso, levei um puxão de orelhas - a TV ficou sem programa-
ção para preencher este buraco.
No segundo dia, a primeira banda a passar som era o Skank.
Encostaram a carreta e fiquei chocado com a quantidade de
material que tinha dentro dela. E como tudo que é ruim pode
ficar pior, os nossos carregadores estavam atrasados. Fomos
eu, a Tina (antiga produtora da banda), o William (roadie
naquela ocasião e hoje produtor do JotaQuest) e mais umas
duas pessoas descarregar todo aquele material, pois tinham
deixado o backline da banda na parte da frente da carga.
Isso acarretou um atraso de 45 minutos no nosso schedule de
passagens de som. Durante o dia, alguém me avisou que a
banda Nenhum de Nós não passaria som. Fiquei feliz! O meu
atraso estava compensado. Para minha tristeza, a informação
do Nenhum de Nós não era verdadeira. Terminamos as nos-
sas passagens de som com atraso.
Como disse antes, tínhamos a TV e o show do Skank seria
transmitido ao vivo para outros países. Se cumpríssemos o
line up do Festival, o show do Skank não iria ao ar, conforme
combinado, pois eles entrariam no palco uma hora depois.
Fomos aos camarins, eu e o Macgyver, pedir ao artista que
abriria a noite se, por uma deferência pessoal ao Festival, ele
não se importaria em trocar o seu horário para ser a última
atração da noite. A resposta que tivemos foi de que eles não
trocariam, pois o seu público estava sabendo do horário do
show e ficariam tristes com a troca. Fomos a outro camarim e
fizemos a mesma proposta e a resposta foi uma pergunta:
“Quanto tempo a mais vocês me dão para tocar no final do
festival? Respondemos que ele teria mais 15 minutos agrega-
dos aos 40 previamente determinados. Ele topou de imediato.
Este artista entrou no palco perto das 5 horas da manhã.
Tocou os seus 55 minutos, olhou para mim e perguntou se
podia tocar um pouco mais. Entre o final do show e o bis, ele
tocou mais 35 minutos para um público nunca antes visto
naquele Festival, debaixo de uma chuva que persistiu durante
toda a sua apresentação. Bem, finalizando, este artista era o
Armandinho, que logo depois conquistou o Brasil com o hit
Espelho de Deus e conquistou o coração dos organizadores
do Festival. Tocou em todas as edições posteriores do Planeta
Atlântida. Quanto àquele outro artista, nunca mais ouvi falar.
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Este espaço é de autoria da Comunidade Gigplace. Envie seu
comentário, crítica ou sugestão para [email protected]
ou [email protected]. Visite - http://gigplace.com.br
www.proassociados.com
Para saber online
sem correria. Já implantamos esse sistema no PlanetaAtlântida numa das 18 edições e recentemente vi este forma-to reeditado no SWU, há cerca de dois anos. Para mim é omais inteligente e democrático formato, pois além de permi-tir que as tribos se alternem na fila do gargarejo à frente dopalco, promove igualdade entre os fãs que pagaram o mesmovalor no ingresso daquele setor, mas apenas o que chegoumais cedo (seja porque não foi trabalhar, faltou na escola ou évagabundo mesmo e chegou primeiro) sempre se acomoda lá,e aquele que chegou aos 45 do segundo tempo - pois foi traba-lhar, foi à escola ou apenas não era um desocupado que podiaestar na fila desde às 11 da manhã do dia do show -, pode ter amesma oportunidade.Mais uma vez, obrigado pela oportunidade que o GIGPLACEnos está proporcionando e do fundo dos nossos corações es-peramos ter, de forma singela, contribuído. Fiquem certos deque tentamos ser o mais sucintos possíveis para não nos alon-garmos por demais e assim aborrecer o leitor com respostasenfadonhas, mas certamente muitas laudas incontáveis ain-da estão presentes em nossas memórias.
Libarino e Fernanda
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tualmente trabalhando com artis-tas tão distintos quanto Leandro
Sapucahy, Alex Cohen e a Escola Portá-til de Choro, o engenheiro de áudioMarco Maximo não hesita ao apontaraquela que considera sua marca pessoalno meio musical: procurar sempre co-locar todos os instrumentos da bandabem presentes, de forma que todos pos-sam ser ouvidos claramente.Para atingir esse objetivo, ele conta quesempre busca a melhor sonoridade dosdiversos instrumentos envolvidos emcada trabalho de acordo com o tipo de
Alexandre Coelho
Fotos: Arquivo Pessoal /
Internet / Divulgação
A música que está mixando. “O samba, opop e o rap, por exemplo, pedem dife-rentes sonoridades dos mesmos instru-mentos, mas esses instrumentos estarãosempre muito presentes nas minhasmixagens”, garante.O colega de profissão Marcelo Félix,atual responsável pelo som da dupla Jor-ge & Mateus, pensa de maneira seme-lhante. O técnico ressalta que sempretem a preocupação de que haja um somde qualidade em toda a área do evento,não apenas para o público que está maispróximo do palco. Além disso, a exem-
Nesta quinta parte da
série sobre como cada
profissional de áudio
consegue obter uma
sonoridade própria, os
técnicos Marco Maximo e
Marcelo Félix contam os
segredos das suas cenas e
de seus setups.
O som de O som de
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PARTE 5
cada PA cada PAplo de Marco Maximo, ele cuidapara que o público consiga distin-guir não apenas as vozes, mas cadainstrumento da banda.Marcelo assegura que consegue adap-tar bem a sua maneira de mixar aosdiferentes artistas e estilos musicaiscom os quais, porventura, venha atrabalhar. Tanto que, segundo ele,ninguém nunca pediu que traba-lhasse de forma diferente. “Isso nun-ca aconteceu porque sempre tentofazer o melhor não apenas para mim,mas para todo o público”, reforça.
No que tange a relação com artistas eprodutores, Marco Maximo tambémafirma que nunca teve grandes difi-culdades. A fórmula para uma boarelação com seus contratantes? Jogarjunto, como um time bem entro-sado. “Parto das minhas ideias, massempre trabalho junto com o produ-tor musical, o artista e os músicospara chegar à sonoridade que elesgostam”, ensina.
SOM ENCORPADOEm termos práticos, para obter osbons resultados desejados por todos,
Maximo faz uso de ferramentascomo equalizadores, compres-sores, gates, efeitos, plug-ins eprés externos, entre outros.Particularmente, ele tem pe-quenos truques para reforçaralguns timbres no palco.“Gosto de usar pré-amplifi-cadores discretos ou plug-ins para encorpar o som dasvozes ou de determinadosinstrumentos”, revela.Marcelo Félix, por suavez, diz que, para atingir
um diferencial em seu meio profis-sional, ouve muitas mixagens deartistas internacionais e, assim,vai formando a sua própria sonori-dade. Na prática, na hora do ali-nhamento do PA e da verificaçãode fase, por exemplo, o técnico usao Smaart. Já para ouvir e conferir oPA antes e depois do alinhamento,
Marco Maximo
Parto das minhas ideias, mas sempretrabalho junto com o produtor musical, o artista e osmúsicos para chegar à sonoridade que eles gostam(Marco Maximo)
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Marcelo não tem dúvida sobre quemúsica escolher. “My Everything, deAnita Baker”, sentencia.Já o alinhamento de PA sob a batutade Marco Maximo é feito com anali-sadores de espectro tradicionais e, ge-ralmente, com a sua própria voz. De-pois do alinhamento feito, o técniconão usa uma música específica, masvaria de acordo com cada trabalho.“Uso músicas do mesmo gênero da-quele que vou mixar”, explica.No que diz respeito à passagem de som,Marco Maximo não usa o “soundcheckvirtual”, preferindo uma passagem tra-dicional. “Nas produções que venhotrabalhando, tenho passado o som comos roadies ou, de preferência, com ospróprios músicos das bandas”, destaca.
PASSAGEM DE SOMMarcelo Félix vai pelo mesmo cami-nho, quando se trata de optar por umapassagem de som clássica, em detri-mento do uso de tecnologias como o“soundcheck virtual”. E até além,oferecendo um argumento bastante
convincente. “Não gosto de fazer apassagem com os roadies. Eu prefiropassagem de som com a banda, pelofato de que os roadies não têm a mes-ma dinâmica da banda”, justifica.Cada qual à sua maneira, fato é que,na opinião de Marco Maximo, essaprocura do profissional de áudio poruma identidade no seu som é funda-mental. “Acho que esta identidade énatural, vem com a experiência doprofissional e com o que ele sempregostou de ouvir”, avalia.Marcelo Félix ressalta, no entanto, que,no dia a dia da profissão, nem sempre éassim que acontece e que, muitas vezes,alguns profissionais abrem mão dessaidentidade pessoal para minimizar osriscos de cometer erros. Ele recordauma história que vivenciou para ilus-trar seu ponto de vista.“Em um festival, quando cheguei para apassagem de som, havia um técnico quetinha copiado a minha cena. Mas, navida, ninguém é tão grande que não pos-sa aprender nem tão pequeno que nãopossa ensinar. Acontece”, minimiza.
Marcelo Félix
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GIL E STEVIEs 20 horas em ponto, no dia 25 dedezembro de 2012, as novas JBL
VTX do PA e as Vertec das torres de delayamplificaram os acordes de Realce, comGilberto Gil, para as cerca de 400 mil pes-soas presentes na praia de Copacabana.Exatamente duas horas e 15 minutos de-pois, seria a vez de Stevie Wonder come-morar o Natal com o público. Tanto umcomo o outro compareceram ao palcoapoiados por bandas grandes – fora asduas estrelas da noite, eram doze com obaiano e treze com o norte-americano.Um time de primeira mixou o som queia para o público e os músicos. Nahousemix, os dois artistas apostam emparcerias duradouras: Leco Possolo estácom Gil há dezenove anos. Danny Leake
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Miguel Sá
Fotos: Ernani Matos /
Internet / Divulgação
mixa os mais de 100 canais do input listde Stevie Wonder há vinte e dois. Nopalco, João Ribeiro cuidou das mixagensdo brasileiro. Já o monitor de Stevie ebanda é dividido em duas mesas: umapara o cantor e os vocalistas de apoio eoutra para os instrumentos. As mixagenssão feitas, respectivamente, por DwayneJones e Vito Tanasi, este há 17 anos tra-balhando com Wonder. A Gabisom foi aempresa escolhida para fornecer o equi-pamento e dar suporte a esta constelaçãode grandes músicos e técnicos brasileirose norte-americanos.
SONORIZAÇÃOEder Moura foi o técnico da Gabisomresponsável pelo sistema de sonorização
Músicos exigentes, bandas
grandes, equipamentos de
ponta, engenheiros de som de
primeira linha: o show em
Copacabana com Stevie
Wonder e Gilberto Gil teve
tudo o que se espera de um
encontro entre dois dos
maiores artistas da
música mundial.
GIL E STEVIEtalento no palco e no
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WONDER:WONDER: backstage
do evento e pelo suporte aos técni-cos no palco. Thiago Furlan e LuisBlas deram apoio a Leco Possolo eDanny Leake na housemix. A equi-pe chegou na sexta-feira anterior aoevento, que aconteceu em uma ter-ça. Houve um ligeiro atraso namontagem por conta das adapta-ções que foram necessárias no palcopreparado, inicialmente, para o anonovo de Copacabana.O sistema de sonorização básicofoi montado com 18 caixas VTXem cada lado do L&R, mais 14VTX para reforçar a sonorizaçãona Avenida Atlântica, logo aolado do palco, no lado direito daplateia. Quatro caixas VTX foram
usadas no front fill. A amplifi-cação do sistema foi feita comos Crown IT HD 12.000. Aconfiguração da cobertura foifeita usando o software da JBL,Array Calculator. O proces-samento das caixas VTX é in-terno, como explica ThiagoFurlan. “Tem um processa-dor Omnidrive HD dentroda caixa. Só estou usando oDolby Lake para equalizar edistribuir o sinal pelo siste-ma”, comenta.Os subs usados foram os4880, do sistema Vertec,com amplificação da linhaK, da Powersoft. Para co-
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brir o público esperado, de500 mil pessoas, foram ain-da montadas quatro linhasde delay com 12 caixas JBLVertec 4889 – seis no L eseis no R – em cada umadelas. A última linha foimontada a 400 metros dopalco. A amplificaçãoutilizada foi Lab.grup-pen e o processamentoXTA. Os tempos do de-lay foram ajustados noDolby Lake.Na housemix, forammontadas uma Digi-design Profile para osom de Gil e uma Digi-co SD7 para StevieWonder. No palco, amixagem dos brasi-leiros foi feita em u-ma Yamaha PM5D.Duas Digico SD7 fo-ram usadas pela e-quipe de Wonder pa-ra as mixagens demonitor dos mú-sicos, que se escu-tavam de diversas
formas: “Tem misto de monitor de chão,ear sem fio e ear com fio. O sistema sidefill é só para o Gil. Mesmo os músicosque usam caixa, usam ear também” ex-plica Eder Moura.
O SOM DO GILPara Leco Possolo, a maior diferença des-te show para os outros de Gil é apenas otamanho da banda. “Neste temos umasessão de sopros, com Marcelo Martins nosax, Jessé Sadoc no trompete e Aldivas notrombone, e mais duas backings”. Os ou-tros músicos da banda são Jorge Gomesna bateria, Arthur Maia no baixo,Cláudio Andrade nos teclados, SérgioChiavazzoli e Bem Gil nas guitarras eGustavo Di Dalva na percussão.Leco costuma mixar em estéreo, mas semabrir muito o L&R. “É só mesmo paradescongestionar o centro”, justifica. Parao show em Copacabana, o técnico de somoptou por fazer a mixagem do zero, sem ouso de presets. “É muito prático ter a cenapronta, mas é muito legal começar do zeroporque se presta atenção em detalhes quepassam despercebidos. Quando tenhotempo prefiro partir do zero”.O técnico de som usou os plug-ins damesa da Digidesign para acrescentar
Leco Possolo teve uma Digi Profileà disposição na house mix. Ele
gostou da sonoridade do sistemaVTX, da JBL
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efeitos na mixagem. “Normalmenteuso um (reverb) hall nas vozes e flau-tas e um plate nas harmonias. Tam-bém coloco alguns delays pontuais navoz do Gil, tudo operado em temporeal”, detalha Possolo. Leco gostou dosistema JBL VTX, mas fez uma obser-vação com relação à posição da house-mix, que não era no centro do L&R.“Gostei bastante do sistema VTX.Achei as altas bem mais definidas queno JBL antigo. O problema é que, co-
mo estamos em frente a apenas umdos PAs, quando eu vim para o cen-tro, a resposta que eu tive de gravesfoi completamente diferente da quehavia na housemix. Estamos traba-lhando em tempo real, mixando umacoisa para o público ouvir. Você temque estar no centro, porque se não ti-ver alguma coisa boa, as pessoas criti-cam é a mim”, enfatiza.Para a voz de Gil, além do microfoneAKG C5, Leco usa um compressor
Eder Moura gerenciou a gig Thiago Furlan deu suporte aos técnicos na house
João Ribeiro, monitor de Gilberto Gil e banda, e o console Yamaha PM5D
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valvulado Avalon. “Além de dar aquela es-quentada bacana, ele consegue ajudar a tra-zer a voz mais pra cima”, diz Leco Possolo.João Ribeiro, técnico de monitor, fazmixagens individuais para cada um dosmúsicos. “A única diferença de hojepara os shows que fazemos normalmen-te são os sopros e o vocal. Cada músicotem a sua mixagem individual. Umaestéreo, outras mono, mas nada mistu-rado. Cada um tem a sua”, explica. Nor-malmente João mixa sem efeitos e nessedia, ele usou apenas um pouco de reverbna voz de Gil “só para dar um ambientepara ele”. O único músico que usamonitores de chão é o baixista ArthurMaia. Os outros usam sistemas in-earda Sennheiser. Gil usa sistema da AKG.O técnico opera ainda duas pedaleirasde Gil, uma para o violão, outra paraguitarra. “Eu vou ativando e mexendo
de acordo com a música. É como se fosseum periférico outboard “, detalha.
STEVIE WONDER: DUASCONSOLES PARA O MONITORDwayne Jones, que mixa para Stevie e osquatro vocais de apoio, procura montaruma mixagem com cara de CD paraStevie Wonder. “Ele gosta de ouvir to-dos os instrumentos, com profundida-de, como se estivesse ouvindo uma gra-vação”, ressalta. Jones usa pouco efeito eexplica que prefere usar o ambiente dolocal do show e do público. “Um reverbnatural”, pontua o engenheiro de som.Vito Tenasi conta que, além de ouvirbem os próprios instrumentos, os músi-cos precisam ter os teclados de Steviebem presentes na mixagem. A mixagemé sem efeitos. “Apenas o violão tem umpouco. O naipe de sopros também tem
Iluminação
Quem forneceu o equipamento para a ilumi-nação do show foi a LPL. A produção duroucerca de 20 dias. Sérgio Almeida foi quemfez a interface entre o light designer deStevie Wonder e a empresa. “Estamos tra-balhando com equipamentos de última ge-ração, como as duas grand MA2, ambasfullsize. Os movies são da Robe, 2500 spot,2500 Color Wash e o Elation Beam. De LEDestamos usando o LED 600, usado como luzde base para cenário e contraluz da banda.
Nos truss, no teto do palco, temos os RobeColor Spot 2500, os Wash 2500 e os ElationPlatinum Beam5R, que são para efeitos rápi-dos nos movimentos. Na luz de frente, nãotemos PAR nem Fresnel. É tudo moving,Robe ColorSpot 2500 para fazer gobos noBackdrop e wash para luz de TV da banda.Temos luz de plateia também. São 120 lâm-padas PAR 64”, enumera Sérgio. Foramusados ainda quatro canhões seguidoresSuper Trouper.
Iluminação contou com movings da Robe ”
“A única diferença
de hoje
para os shows que
fazemos
normalmente são os
sopros e o vocal.
Cada músico
tem a sua mixagem
individual.
Uma estéreo, outras
mono, mas
nada misturado.
Cada um
tem a sua
(João Ribeiro)
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um reverb só para eles mesmos”. Parase ouvir, os músicos usam, em sua mai-oria, in-ear. O baixista usa monitor dechão, o baterista usa in-ears estéreomais monitor de chão mono, além dosubgrave, e o tecladista usa in-earestéreo mais uma caixa com mixagemmono bem atrás dele. “Alguns doscomponentes da banda não gostam deter muito vocal em suas mixagens”, fi-naliza Vito. Dwayne Jones e Vito Ta-nasi ressaltam a importância de sem-pre conversar com Danny Leake sobreos equipamentos a serem usados, co-mo os microfones. “Ele é o que traba-lha há mais tempo com Stevie e nãoabro mão da expertise dele”, diz Jones.Leake começou a trabalhar com Ste-vie Wonder em um show bastante di-
fícil: era um concerto do músico combanda e orquestra. Mas tudo deu tãocerto que o engenheiro de som estáhá 22 anos com o astro. Leake é maisum fã do analógico que se rendeu àsfacilidades do digital. Com o númerode canais com o qual trabalha – 112,nos quais entram os muitos instru-mentos dos treze componentes dabanda, mais os teclados de Stevie –fica, efetivamente, muito mais razoá-vel fazer o show com as Digico D7 quecom mesas de som analógicas. Comexceção dos compressores Avalon,usados para as vozes de Stevie e dosvocais de apoio, ele usa todo o proces-samento de áudio – de compressores aefeitos – da própria mesa. “Às vezestambém uso pré-amplificadores John
Mesa Digico D7
Sistema de amplificação Crown Sistema de transmissão para microfones sem fio
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Hardy M1”, observa Danny Leake.Stevie usou microfones Shure KSM 9.O engenheiro de som trabalhou emdois lugares bem diferentes: um teatro,o Centro Cultural João Nogueira, an-
tigo Imperator, com capacidade de atémil pessoas, e a praia de Copacabana,onde fez som para mais de 400 mil pes-soas. “A principal diferença é o fato deque este foi ao ar livre. Você provavel-mente vai se pegar usando mais reverbse efeitos do que faria em um lugar fe-chado ou uma arena. O vento fazendoas altas “flutuarem” é também um fator,mas eu realmente não fico pensandonisso. Apenas reajo ao que eu escuto nahora, não importando muito que localé”, explica.Um dos fatores ao qual Danny reagiu emCopacabana foi a resposta do sistemaVTX, da JBL. “O Vertec é, para mim, umsistema mais para rock. Ele é brilhante evem ‘na cara’ . Nem sempre você querisso. Às vezes, prefiro um som maior,mais quente. O VTX no qual eu mixeifez isto por mim. No Vertec, eu tenhoque cortar um monte de coisas para queele soe como gosto”, opinou.Outro fator, sempre presente, são osmúsicos que tocam com Stevie. Dannyressaltou o quanto eles facilitam o tra-balho. “São todos grandes músicos”,
O baixista Nathan Watts toca com Stevie desde os 1970
As Vertec foram usadas para as torres de delay
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destaca. Tocaram em Copacaba-na Chris Johnson na bateria; Na-than Watts, com Stevie desde osanos 1970 e também diretor mu-sical, tocou o baixo; nas percus-sões, Munyungo Jackson e Ro-land Garcia; Roman Johnson eVictoria Theodore tocaram osteclados; Errol Cooney & KyleBolden cuidaram dos violões eguitarras; os sopros foram toca-dos por Dwight Adams e RyanKilgore e os vocais de apoio sãode Aisha Morris, Judith Smith,Keith John e Lanesha Baca.
ALEGRIA DE TOCARA apresentação de Gil e Steviemostra bem como a tecnologiapode ajudar o talento genuíno. Gil,velho de guerra de tantas roubadaspor um Brasil onde já foi bem maisdifícil ter um equipamento de qua-lidade, sente-se bem à vontadecom ferramentas como os in-ears.“A monitoração com os fones, quelimpa o som e podem ter qualquerinstrumento da banda, ajuda mui-to. Poupa a voz. Essas mesas digi-tais: você faz a passagem de som,grava no cartão digital e quando
você volta (para fazer o show) amesa pode até ter sido usada poroutro, mas voltam todos os ní-veis que você havia deixado, issofacilita muito”, comemora.Já Stevie parecer ter uma confian-ça inabalável tanto no seu tacocomo na audiência brasileira. Épreciso coragem para chegar a umaplateia de centenas de milhares depessoas e começar o show com umamúsica não tão conhecida do gran-de público daqui, como foi o casode What a Wonderful World ThisWould Be, e o show funcionar.Ainda que os arranjos dos sucessossejam bem na cola das gravaçõesoriginais, a banda toca relaxada ehá bastante espaço para os impro-visos de Stevie Wonder.No fim, tanto Stevie Wonder co-mo Gil – com a sua muito incrívelbanda - lembram que pode havervida musical real no pop. Em am-bos os shows, a qualidade dos mú-sicos fica ressaltada pelo entro-samento deles e pela qualidade queLeco Possolo e Dany Leake impri-mem ao som. No fim, eles provamque belas canções, músicos comum mínimo de liberdade para to-car e um pouquinho de dinâmicapodem sim fazer sucesso, apesar deter gente que diga o contrário.
Sistema de sub JBL 4880
Caixas JBL do sistema VTX
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Dá o Tomom a facilidade para baixar todo otipo de arquivo via internet e o
surgimento dos MP3 Players, iPods eassemelhados, as pessoas passaram a es-
cutar música cada vez mais, seja quandofazem exercício ou mesmo no caminho
para o trabalho. O que as pessoas que-rem é que a música faça parte de suas
vidas de forma cada vez mais próxima.Uma das formas disto acontecer é parti-
cipando de um coral.Os melhores grupos se destacam e conse-
guem, até mesmo, fazer shows em teatros,atraindo público independente do circui-
to amador de corais. Um bom exemplo é oDá o Tom. O grupo surgiu para fins didá-
ticos, em uma escola de musica na zonasul do Rio de Janeiro, há pouco mais de
dez anos. “Quisemos montar um coropara os alunos desenvolverem a afinação
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Miguel Sá
Fotos: Divulgação
e aprenderem a cantar em coro”, expõeDalton Coelho, diretor musical e pre-
parador vocal do grupo.O coral começou com oito componen-
tes. Durante os 11 anos de atividades,pessoas entraram, saíram e, finalmente,
o Dá o Tom chega a 2012 com 16 com-ponentes. São quatro naipes, com qua-
tro cantores cada, para cada uma das re-giões de voz: soprano, contralto, tenor e
barítono. O repertório é montado porDalton, misturando ideias dele com su-
gestões dos componentes. “Há músicasque têm ideias mais prontas. Por exemplo,
as dos grupos Boca Livre e MPB4. Quandose vai fazer um novo arranjo, estas músicas
já vem com um monte de ideias próprias,mas qualquer música, na minha opinião,
pode funcionar. Mesmo que seja instru-mental”, ressalta o arranjador. Não há
Dá o TomCoral Dá o Tom
lança CD e mostra
um pouco do novo
caminho da
música: o ouvinte
como protagonista.
Didier, Robertinho e membros doCoral Dá o Tom
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músicas feitas especialmente para ogrupo no repertório.
Com exceção de Dalton, os com-ponentes não são músicos profissi-
onais. Há engenheiros, professo-res, publicitários e profissionais de
diversas outras áreas. Ainda quenão seja formado apenas por pro-
fissionais, desde que se tornou umgrupo independente da escola
onde surgiu, o Dá o Tom começou abuscar um diferencial. Aos cinco
anos de atividades, começaram aexperimentar uma atuação cênica.
“Isto foi pela necessidade de nãoficar só naquele vocal tradicional,
com o coro em meia lua, estático.Começamos a contratar pessoas
que assumiram essa parte cênica.Isto começou a chamar a atenção
do publico: ‘este é um coro dife-rente, que não fica parado’. Come-
çamos também a investir na ques-tão da imagem, no site, figurino,
O CD
Produzido por Dalton Coelho
Co-Produzido por Michael Victor
Arranjos de base: Dalton Coelho
Projeto Gráfico e Direção de Arte:
Sandro Barretto
Foto: Léo Paiva | Ilustrações: Marcelle
Carmack
Figurino: Erika Schwarz
Maquiagem: Karlla Azevedo | Assis-
tentes: Cleide e Natane
Produção Executiva: Eduardo Mari-
nho, Sandro Barretto e Dalton Coelho
Produção Artística: Juliana Veronezi e
Fernanda Milfont
Repertório:
Paula e Bebeto
Segue o Seco
Feijoada Completa
Sobre Todas as Coisas
Baioque
A Casa
Tá na Cara
Didier FernanRobertinho e Dalton
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iluminação, e assim ganhamos um pou-co de espaço no mercado de teatro, de
casa de espetáculo e o grupo ficou maisprofissional. Mas os integrantes têm
suas profissões, têm que dividira rotina com o nosso trabalho”,
explica Coelho. A direção cê-nica é de Joana Lebreiro.
O grupo tem um show pronto,com repertório definido. A
partir daí, gravar um CD foi
um passo natural. “Para quem quer au-mentar a projeção, este ainda é o melhor
meio”, define o diretor musical.
O CDAo vivo, o grupo trabalha com uma for-
mação instrumental reduzida. “São as vo-zes, violão e percussão. Procuro fazer um
show com pouco elemento de banda parapriorizar a parte vocal. A harmonia vocal
prevalece. Já gravando, a mixagem permi-
O CD tem participações de Robertinho Silva, Gabriel Geszti e do baixista Didier Fernan
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te que se deixe o vocal um poucomais em evidência, mesmo com ou-
tros instrumentos”, justifica Dalton.
O CD tem participações do per-cussionista e baterista Rober-
tinho Silva, do pianista GabrielGeszti e do baixista Didier Fer-
nan, que também foi o técnico degravação do disco.
Músico, produtor e técnico desom com ampla experiência, Di-
dier já participou da produção dediscos de artistas como o rei do
pop Lulu Santos, o ícone da MPBMoraes Moreira, a funkeira Perlla
e o astro gospel Marcos Kinder.“Fui designado para procurar um
estúdio que suprisse as necessi-dades técnicas de gravar um gru-
po vocal. Apresentei ao arran-jador e produtor do trabalho,
Dalton Santos, o estúdio Alca-
téia, em Copacabana, para gra-varmos o CD”, explica Didier.
No CD do Dá o Tom, ele traba-lhou como técnico de som e bai-
xista. A mixagem e a maste -rização foram feitas no estúdio de
Fernan, o La Maison.O trabalho de gravação de um coral
tem algumas especificidades. Tantopela complexidade de gravar tantas
vozes como por trabalhar com can-tores sem tanta experiência de es-
túdio. “Houve um planejamento nointuito de obter o maior rendimen-
to dos cantores. Achei interessantecaptar inicialmente, a título de
elemento-guia, todos os naipes, ouseja, os barítonos, tenores, contral-
tos e sopranos para que se familiari-zassem com os fones e sonoridade da
sala de um modo geral”, coloca Di-dier Fernan. Após esta primeira fase,
os naipes de vozes foram gravadosem separado. “Trabalhei com os
Neumanns U87, TLM 170, U47, 93para os naipes e dois AKG 414 para a
ambiência da sala, usando prés-am-plificadores da Manley (Vox Box),
Avalon 737 e Drawmer 1969 em umsistema Pro Tools HD passando pela
interface da Digidesign 196. Cadanaipe tinha quatro componentes.
Foi preciso criar uma “mix”, posi-cionando-os de forma que houvesse
uma homogeneidade, equilibrandoas emissões (em relação ao microfo-
ne)”, detalha Fernan. Já nas músicas“a cappela”, todos os cantores grava-
ram juntos ao vivo.Na mixagem, a ideia foi interferir o
mínimo possível. “O trabalho depós-produção foi criterioso, recriei
algumas salas maiores no reverb eusei um filtro para criar um efeito
específico e nada mais”, concluiDidier Fernan.
O repertório investe na MPB, commúsicas de Chico Buarque, como Fei-
joada Completa, e Marisa Monte, queestá presente no disco com Segue o
Seco. O resultado mostra que a músicavai muito além dos limites impostos
pelo “profissionalismo” de uma in-dústria que vai por água abaixo, dei-
xando claro que, apesar das dificulda-des, hoje a música é de todos.
Para saber online
www.daotom.com.br
Planejamento prévio ajudou a obter maior rendimento dos cantores
O trabalho de pós-produção foicriterioso, recriei algumas salas maioresno reverb e usei um filtro para criar umefeito específico e nada mais
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em Co
Réveillon de Copacabana sempre
envolve números altos. São maisde dois milhões de pessoas que precisam
ser entretidas antes e depois do mo-mento culminante da festa: a queima
dos fogos. Para isto, entre as 18 horas dodia 31 de dezembro e às três da manhãdo dia primeiro de janeiro, 18 atrações
musicais - entre DJs, shows e escolas desamba - sobem nos quatro palcos distri-
buídos pela praia de Copacabana.A coordenação do áudio do evento fi-
cou a cargo de Fred Coelho, que teve,sob seu comando, uma equipe de 48 pes-
soas. “Tivemos duas semanas para cui-dar da sonorização. Há dois anos que a
festa acontece no mesmo formato, en-tão mantivemos o esquema dos anos
O
Miguel Sá
Fotos: Internet / Divulgação
anteriores”, explica o coordenador.
Para sonorizar quatro palcos e mais as30 torres especialmente colocadas para
a trilha sonora da queima de fogos, aMac Audio sublocou sistemas Norton e
DAS das empresa Vinhedo Som e WGCSom Luz e Imagem, a primeira de SãoPaulo e a segunda do Rio de Janeiro.
PALCO PRINCIPALMontado em frente ao CopacabanaPalace, este palco teve as maiores atra-
ções da noite. Tocaram nele os artistasDiogo Nogueira, Claudia Leitte, Sorriso
Maroto e a vencedora do programa TheVoice, da Rede Globo, Ellen Oléria. Ele
foi sonorizado com o line array NortonLS9, sublocado da Vinhedo. O sistema
Para uma mega
festa, um mega
sistema de
sonorização: Mac
Audio sonoriza
quatro quilômetros
de orla de uma das
maiores festas
de Ano Novo
do mundo.
em Co ANO ANO
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pacabanapacabana
foi montado com quinze caixasde cada lado. Os subs do sistema
foram os SB 221, também daNorton. Para frontfill, foram
usadas as Meyersound UPA. Nopalco, a maioria dos músicos
usou monitores in-ear, mas tam-bém havia um sistema de side,
com as LS3, da Norton, usandoseis elementos em cada lado.
Ainda no palco, os artistas tive-ram à disposição os monitores de
chão MJS 212, da Meyersound.As consoles usadas no palco
principal foram duas Avid/Digi-design Profile e mais uma Digico
funcionando como master. “A-qui a gente sempre trabalha com
Festa de réveillon emCopacabana contou com maistrês palcos, além do principial
a parte de áudio do evento (locutores,vídeo etc.) separada do áudio das ban-
das. O evento está acontecendo e ostécnicos podem fazer o checkline
tranquilos, sem medo de parar a partedo evento”, destaca Fred Coelho. Os
técnicos de monitor tiveram à dispo-sição mesas Yamaha PM5D. Como
backup, mais uma Digi Profile e umaYamaha M7CL. Atrás do palco prin-
cipal havia uma área VIP. “A área vip égrande e ficou com dois sistemas de
NOVONOVO
No palco, a maioria dos músicosusou monitores in-ear, mas também haviaum sistema de side, com as LS3,da Norton
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sonorização: um para o som interno, em que o DJ colo-
ca um som lounge. Nele temos o sistema Nexo GEO emais as UPJ, da Meyersound, para delay. Temos também quatro sistemas de
PA Norton LS3 que só entram para a trilha dos fogos”, explica Fred Coelho.
OUTROS PALCOS E O SOM DA QUEIMA DE FOGOSNo Palco Claro, montado em frente à rua Santa Clara, o sistema de
P.A. teve uma combinação de caixas Vertec 4889 e 4888: foram mon-
tadas duas colunas com oito elementos
da primeira e seis da segunda fazendo umtotal de 14 por lado. As consoles usadas
foram a Soundcraft VI6 e uma PM5Dpara o PA. No monitor, uma PM5D e
uma Yamaha M7CL. Para locutores,vídeo e DJ, foi usada a Yamaha LS9.
O palco Light Recicla, montado em fren-te ao hotel Windsor (antigo Meridien)
usou sistema DAS Aero 12, locado daempresa WGC. Em todos os palcos, o
Nas torres, Norton LS1 e LS3 e caixas MPH4 Malta, da ElectroVoice
PA Norton
Mesas Yamaha também foram usadas no evento
PA Vertec usado no palco Claro
61
gerenciamento do sistema foi feito por meio do sistema
Galileo. “Ele tem todas as ferramentas que precisamos paragerenciar o sistema”, diz o coordenador de áudio Fred Coe-
lho. No palco Beat 98 foram usadas caixas Norton LS3.Para a trilha dos 16 minutos de queima de fogos, foi mon-
tado um sistema com trinta torres distribuídas ao longo daorla de Copacabana. Elas eram viradas para o mar e funci-
onaram apenas na hora dos fogos. No entanto, o áudio queelas emitiram também foi para as caixas dos palcos. Nas
torres, foram usados line arrays Norton LS1 e LS3 e caixasconvencionais MPH4 Malta, da ElectroVoice.
Console master do palco principal
Os subs foram os Norton 221
Fred Coelho (à esq.) teve ajuda de Alexandre Simi (à dir.) para gerenciar o áudio
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AS, O QUE ESPERARDESSA NOVA ALIANÇA?
Os primeiros frutos dessa terra fértil flo-
rescem da nova linha Axiom AIR, umasérie de teclados controladores que pos-
sui como destaque a nova tecnologiaHyperControl, capaz de mapear automa-
ticamente os principais parâmetros deedição dos mais populares softsynths e
DAW´s do mercado aos controladoresfísicos existentes no painel do equipa-
mento sem a necessidade de o usuáriorecorrer a complexos programas edito-
res, os quais, muitas vezes, consomemtempo vital da criatividade dos músicos.
M
Uma das
notícias mais
comentadas
durante o segundo
semestre de 2012 foi
certamente a saída
da M-Audio do
catálogo de marcas
do grupo AVID.
Responsável por
atender a demanda
do seguimento
“popular” do
mercado, a M-
Audio passa para
as mãos do grupo
inMusic, do
empresário Jack
O’Donnell,
juntando-se a
outras marcas de
peso, entre eles
Akai Professional,
Alesis, Alto
Professional,
Numark e Sonivox.
Formada atualmente por quatro dife-rentes modelos, a família Axiom AIR
traz como principais diferenças entre osseus integrantes a quantidade de teclas
(25, 32 formato mini, 49 e 61) e a quan-tidade de controladores físicos. Todos
os modelos possuem oito controladoresgiratórios (knobs), botões de condução
(Play, Stop, Rec) e pads dedicados à pro-gramação de partes rítmicas; estes, po-
rém, em quantidades diferentes em cadaum dos modelos (oito no Axiom AIR
32 Mini; doze no Axiom AIR 49 e noAxiom AIR 61; dezesseis no Axiom
AIR 25), sendo que os modelos de 49 e
63
Luciano Freitas é técnico de
áudio da Pro Studio americana
com formação em ‘full mas-
tering’ e piano erudito
Ignite:Ignite:a criatividade dosentusiastas musicais
61 teclas trazem ainda nove poten-ciômetros deslizantes (faders) de 70
mm. Os onipresentes Pitch Ben-der e Modulation (em formato de
botão no modelo Axiom AIR 32Mini) e Octave Down & Up não
podiam faltar e se somam às entra-das de pedais Sustain e Expression,
entradas em saídas MIDI (conec-tores DIN – 5 pinos), conectores
USB (tipo B) e alimentação A/C(exceto no modelo Axiom AIR 32
Mini, que possui apenas a conexãoUSB-mini), permitindo efetivo
controle e interação com os outrosequipamentos do setup.
Outro grande diferencial é que, apartir deste mês, todos os inte-
é hora de inflamaré hora de inflamar
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64 grantes da linha Axiom AIR passam a
ser distribuídos com a licença do soft-ware Ignite, produzido pelo AIR Soft-
ware Group, empresa adquirida pelainMusic juntamente com a M-Audio. A
AIR (Advanced Instrument Research),subdivisão da AVID responsável pelo
desenvolvimento de softsynts otimi-zados para o software Pro Tools, nasceu
em 2005 quando a então Digidesign(outra marca do grupo AVID) adquiriu
a Wizzo, empresa que tinha entre osseus sócios o famoso compositor de tri-
lhas sonoras Hans Zimmer, fundador/proprietário da Spectrasonics. Entre as
principais criações da AIR, destaquedeve ser dado ao pacote nativo que
passou a integrar o Pro Tools (a partirda sua versão 8) chamado “Creative
Collection”, trazendo os softsynths
Xpand 2 (módulo multitimbral, com
mais de 3.000 sons, que possui geradorsonoro baseado em samplers, síntese
subtrativa e síntese FM), Vaccum(sintetizador monofônico analógico
virtual), DB-33 (simulador de órgãoseletrônicos com drawbars), Structure
Edit
Instrument Bar
Ignite
65
Free (sampler player), Boom (programador rítmicovirtual) e Mini Grand (simulador de pianos acústi-
cos baseado em samplers), os quais supriram umagrande lacuna deixada pelo Pro Tools perante os
seus principais concorrentes.
IGNITEA proposta do primogênito do AIR Software Group
(no grupo inMusic) é a de se apresentar como a soluçãobuscada pelas pessoas que não sabem e nem querem
trabalhar com ferramentas de estúdio, pois procuramsimplesmente uma forma intuitiva de produzir música
no computador, de uma maneira rápida e prática, semabrir mão da qualidade sonora.
Com um ambiente visual diferente do encontrado emoutros softwares de produção musical, o Ignite traz em
sua tela primária o campo Arranger, no qual aparece arepresentação gráfica das gravações realizadas (con-
teúdo MIDI e áudio) em formato de blocos sonoroschamados no programa de “Clips”. Esses Clips seguem
um padrão de cores que tem como referência a famíliado instrumento musical selecionado, não ficando vin-
culados a uma pista no programa, até porque estas nãoexistem da maneira como conhecemos, podendo ser
livremente movidos e reorganizados em Clips Indivi-duais (conteúdo gravado de um único instrumento),
Multi Clips (diversos Clips individuais, agrupadosmanualmente, que possuem em comum o mesmo co-
mando play/stop) e em Song Clips (diversos Multi
Clips, agrupados manualmente, que possuem em co-mum o mesmo comando play/stop). Cada instrumen-
to adicionado ao projeto possui os controladores bási-cos de mixagem (volume, panorâmico, mute e solo,
além do controle effects nos canais de áudio, permitin-do assimilar até seis efeitos simultâneos para cada ins-
O Ignite traz em suatela primária o campo Arranger,no qual aparece arepresentação gráfica
“
“
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Para saber mais
“Em sua seção
de timbres,
o Ignite oferece
aos músicos
mais de 275
presets, muitos
deles derivados
dos instrumentos
virtuais
Strike, Structure
e Velvet
trumento) e ficam
relacionados em uma barra(Instrument Bar) existente no topo do
campo Arranger.Logo acima do campo Arranger, o usuá-
rio encontrará uma barra de controle(Control Bar), com os típicos comandos
de condução (Play, Stop, Rec), as proprieda-des do projeto (tonalidade, andamento, sub-
divisão rítmica), metrônomo e o volumegeral do programa. Como cada Clip (In-
dividual, Multi ou Song) possui o seupróprio comando play/stop, o comando
Play (também acionado pela barra deespaço do teclado do computador) exis-
tente nos controles de condução operana função “Cued Clips”, a qual permite
executar, simultaneamente, Clips quenão se encontram no mesmo eixo, cri-
ando e reproduzindo diferentes timelines
no mesmo projeto.
Em sua seção de timbres, o Ignite ofereceaos músicos mais de 275 presets, muitos
deles derivados dos instrumentos virtu-ais Strike, Structure e Velvet (integran-
tes do pacote “Instrument ExpansionPack”, desenvolvido pela AIR para o Pro
Tools), trazendo sons de pianos, guitar-ras, contrabaixos, bateria/percussão,
cordas e metais, otimizados para carrega-mento rápido. Além desta expressiva bi-
blioteca de timbres, o Ignite traz a seçãoPlay, permitindo ao usuário fazer uso da
tecnologia Smart MIDI Players para criarpadrões rítmicos e frases musicais auto-
maticamente. São
três diferentes modos de ope-ração disponíveis na seção Play, a saber:
Chord Player - cria sequências harmôni-cas (diatônicas) a partir da digitação de
uma única tecla; Phrase Keys - cria melo-dias e padrões rítmicos (no caso de instru-
mentos percussivos) baseados em váriosestilos musicais; Arpeggiator – cria se-
quências de notas individuais que têmcomo base a estrutura harmônica da mú-
sica, em sete diferentes tipos de execução.Ao lado da tela Play, o usuário encon-
trará a tela Edit, trazendo um clássicoPiano Roll (para os Clips com conteúdo
MIDI) e um Waveform Editor básico(nos Clips com conteúdo de áudio),
sendo que este último permite repo-sicionar o material sonoro dentro do
compasso e ativar/desativar a base detempo mestre do projeto nos arquivos
de áudio, optando ou não pelo algo-ritmo de time stretched.
Já a seção Sharing permite ao usuáriocompartilhar suas composições com
outros usuários em diversos formatos,entre eles MIDI, WAV e MP3. O Ignite
ainda é capaz de fazer o upload automá-tico das músicas no SoundCloud (ser-
viços gratuito de postagem e comparti-lhamento de músicas na internet),
encaminhá-las via e-mail e exportarseções completas em arquivos de áudio
individuais (muito útil para dar pros-seguimento ao projeto em outros pro-
gramas de áudio).
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entre muitas questões que envolvemo uso de plataformas digitais, as prin-
cipais têm sido a qualidade da mixagem eda masterização. A sonoridade final éonde todas as etapas do trabalho vão de-sembocar. E é aí que surgem alegrias e tris-tezas, realizações e frustrações de tudo o
D
Olá amigos, Na ediçãopassada falei das
novidades doCubase 7. A partir
da próxima ediçãovou iniciar tutoriais
específicos dosplug-ins de
mixagem destaversão, já que o
Cubase 7 veiofortíssimo na
finalização deáudio. Por este
motivo vou reforçaralguns conceitosfundamentais de
otimização da mix.Vale para todas as
versões do Cubase eé conhecimento
básico paraseguirmos em frente
com nossostutoriais, buscando
sempre o melhorresultado sonoro.
que foi feito em um projeto. Entre e-mailsque chegam e dúvidas dos meus alunos, oassunto está sempre em voga. Temos abor-dado em nossos tutoriais ferramentas,funções e procedimentos que contribuempara a finalização de áudio no Cubase e defato são os tutoriais mais esperados.
CUBASECUBASE77
FERRAMENTASDE MIXAGEMFERRAMENTASDE MIXAGEM
Marcello Dalla é enge-
nheiro, produtor mu-
sical e instrutor
Figura 1 - Sessão com Clip selecionado
69
Funções de edição, recur-sos adicionais de vídeo,etc. também fazem suces-so, mas parece haver umanecessidade imperiosa equase que unânime de tra-balhar a mixagem com maisobjetividade em bons resul-tados. Nos últimos tem-pos temos presenciado umgrande crescimento doshome studios e estúdiosde pequeno porte. Entretecnologias mais acessíveis, computadores mais pode-rosos, diversidade de produtos e marcas, nunca foi tãonecessário o conhecimento técnico.O Cubase tem um arsenal de ótimos recursos paramixagem, mas a falta de conhecimento detalhado des-tes recursos e de como podem ser aplicados é a porta deum problema: muitas opções, sem uma objetividadeno uso. Uma boa analogia seria aquele camarada quechega para almoçar em um self service imenso, lotadode opções maravilhosas e faz aquele pratão com sushi,sashimi, arroz a grega, farofa, maionese, batata sauté,camarão no bafo, batata frita, uma fatia de picanha malpassada e sobre uma folha de alface deita um pas-telzinho de queijo.Muitas das situações de mixagem podem (e devem) serresolvidas com mais simplicidade e objetividade. Vamosseguir nesta linha de raciocínio e explorar mais recursospara diminuir nosso prato e trabalhar a mixagem commais transparência (e sabor). Mixagem transparente,saborosa, de fácil digestão (audição)... sem azia.Plug-ins são muito bem-vindos, mas, quando necessá-rios. Uma boa forma deusá-los é avaliar inicial-mente os canais da sessãode trabalho que precisamrecebê-los como inserts.Digo isso porque existemduas formas de se aplicarplug-ins sobre um arqui-vo de áudio:
1) Como insert do canal >O Plug-in atua no CA-NAL e todo áudio que esti-ver neste canal será proces-sado em tempo real. Esta é aforma mais comum.2) Processando o plug-insobre o Clip > Também
chamado de processamento offline. Neste caso aplica-seo plugin sobre o CLIP de áudio e o processamento gerauma nova versão do arquivo que passa a fazer parte da ses-são. É esta forma que vou explicar em detalhes. Uma fer-ramenta importante que tem escapado ao conhecimentoaté mesmo dos mais familiarizados com o Cubase.
Na Figura 1 vemos uma sessão de trabalho comoexemplo onde o Clip correspondente ao arquivoTrompa 1 Solo está selecionado. O canal é stereo, poisa Trompa está posicionada no panorama correspon-dente da orquestra e processada com o reverb Reve-rence. Reparem que nos inserts não há nenhum plug-in, ou seja, ainda não introduzimos nenhum proces-samento neste canal. Suponha que seja interessantetrabalhar a equalização desta Trompa para buscar umpouco mais de brilho no timbre. Como o clip desejadojá está selecionado, vamos até o menu Audio / Plug-ins/ EQ e podemos escolher o GEQ 30, como mostrado naFigura 2. No mundo analógico, equalizadores gráficosnão são muito usados na timbragem de instrumentos
Figura 2 - Escolha do Plug-in no Menu
Figura 3 - Aplicando o EQ no Clip
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solo, mas o GEQ 30 é excelente paraesta tarefa e o tenho usado em diversassituações. Na Figura 3 vemos a tela paraaplicação do plug-in no clip onde fize-mos uma curva suave para acentuar umasonoridade mais brilhante e aberta ànossa Trompa. Para ouvir o resultadosonoro sobre o arquivo, basta clicar nobotão “preview” que o arquivo tocaráem loop e em solo, permitindo o ajusteda curva de equalização com a audiçãodo resultado. Quando a equalização es-tiver ajustada, clicamos no botão “Pro-cess” e o arquivo é processado com oequalizador (fig. 4). O que evitamos?Pendurar um plug-in no canal e usar umprocessamento que pode ser necessárioem outros plug-ins em canais princi-pais, instrumentos virtuais, reverbs deconvolução e efeitos que de fato deman-dem processamento em tempo real.
Vamos dizer que em dado momento denossa mixagem observamos que nossaTrompa poderia ter ficado um poucomais brilhante e que precisa de um ajus-te. Sem problemas. Cada clip guarda umhistórico próprio de todo o proces-samento offline aplicado a ele. Podemosencontrar esse histórico selecionando oclip e acessando o menu Audio / OfflineProcess History, como mostra a Figura 5.A tela correspondente é mostrada na Fi-gura 6 onde podemos clicar no botão“Modify”, alterar o equalizador GEQ 30e processar nossa Trompa novamente.Vamos complementar nosso exemplo?Digamos que no contexto no final damixagem fosse interessante uma suavecompressão na Trompa para destacarpassagens mais sutis do solo. Vamos lá,repetindo o processo, vamos aplicar ocompressor VST3 nativo do Cubase
Figura 4 - Clip em Processamento de EQ
Figura 5 - Offline Process History
”
“Para ouvir oresultado sonorosobre o arquivo,basta clicar no
botão “preview”que o arquivo
tocará em loop eem solo,
permitindo oajuste da curvade equalizaçãocom a audição
do resultado
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conforme o menu Audio / Plugins /Dynamics / Compressor como mos-trado na Figura 7. Mais uma vez ainterface do plug-in é mostrada comos botões de comando. Ajustamos osparâmetros ouvindo o resultado soloem “Preview” e então vamos ao“Process” (fig. 8) para aplicar com-pressão em nossa Trompa. A Figura 9mostra o arquivo em processamento.Abrindo agora o menu Audio / OfflineProcess History novamente, podemosobservar a sequência de plug-ins apli-cados sobre o arquivo, como mostra aFigura 10. Cada clip conterá sua histó-ria completa de processamento; cadaum no seu quadrado, para que vocêsnão esqueçam mais.É claro que se nosso arquivo de áudio será ajustadoconstantemente ao longo da mixagem (por exemplo,uma voz solo numa canção), não é um bom negócio fi-
car aplicando processa-mentos offline e modifi-cando o tempo todo. Nes-te caso, o melhor é usar osinserts de canal que per-mitem a audição e ajusteem tempo real para seguir-mos buscando o equilí-brio dinâmico e de fre-quências com os outros ca-nais, como reza o procedi-mento padrão numa mix.
Os plug-ins em insert de canal demandam processamento,mas são a forma mais coerente de procedermos nossasmixagens com os parâmetros disponíveis o tempo todo,
sendo passíveis de ajustes eautomações em função docontexto sonoro do proje-to. Então, nossos canais es-truturais, que serão cons-tantemente ajustados namixagem, permanecem comos plug-ins em seus inserts.O processamento offlinepode ser destinado a ins-trumentos acessórios, queprecisam de ajustes inici-ais e seguirão seu caminhona mixagem apenas comajustes de volume, manda-das para reverbs ou efeitosem paralelo. Estas conside-rações são úteis como um
Figura 6 - Modificando EQ na tela Offline Process History
Figura 7 - Aplicando Compressor
Figura 8 - Parâmetros do Compressor Offline
73
critério básico. Nada impede de usarmos asduas formas de processamento! Cada situ-ação é uma. Podemos usar plug-ins offlineem parâmetros que não sofrerão alteraçõesfrequentes em um arquivo e ele estar ocu-pando um canal com plug-ins nos insertsque demandam ajustes durante a mixagem.O que vai estar sendo aplicado em temporeal ou offline fica a nosso critério. É aí quecabe a consciência do que está sendo feitono projeto e do que cada situação demanda.Muita calma na hora de fazer o prato, penseno exemplo do self-service. Não saia pen-durando plug-ins para todo lado, sobre-carregando os inserts, enchendo o pratode exageros se não for realmente necessá-rio do ponto de vista de resultado sonorode cada instrumento, voz e, principal-mente, da mixagem. Caso sejam plug-insou funções que serão incorporadas ao ar-quivo e não vão mudar, faça offline, ganheem qualidade de som e economize pro-
cessamento. Alguns plug-ins como o delay tambémpodem ser aplicados off-line. O Botão “More” pre-sente na tela de proces-samento abre opções adi-cionais de ajustes, incluin-do o parâmetro “Tail” emque podemos deixar so-brando um tempo para queo delay não seja cortado aofinal do arquivo.
No Cubase 7 o conceito de mixagem foirefinado e novos plug-ins foram incor-porados, alguns com um recurso inesti-mável para a mixagem, como o VoxengoCurve EQ. Um salto quântico que come-çaremos a explorar na próxima edição.Grande abraço a todos.
Para saber online
www.ateliedosom.com.br
Facebook: ateliedosom
Twitter:@ateliedosom
”
“O que vai estarsendo aplicado
em tempo real ouoffline fica a
nosso critério. É aíque cabe a
consciência doque está sendo
feito no projeto edo que cada
situaçãodemanda
Figura 9 - Processando o Compressor Offline
Figura 10 - Offline Process History com EQ e Compressor
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OTIMIZANDOOTIMIZANDO
Logic Pro oferece uma gama variadade templates para agilizar o seu tra-
balho, mas também permite que vocêcrie o seu próprio template. Afinal,cada um tem seu fluxo de trabalho, maso que é bom para um, pode não ser paraoutra pessoa. E também temos estilos evariações musicais bastante extensasentre os usuários de DAWs.Podemos utilizar um template já exis-tente como base ou referência para criarum novo, ou começar do zero.
O
Templates,
Screensets e
Menu de
Ferramentas:
como tornar seu
trabalho mais
ágil e eficiente
com o Logic Pro.
SEU TEMPOAbrindo o Logic Pro, escolhendo nomenu File > New temos três opções detipos de templates: Explore, Compose eProduce. Já abordamos anteriormenteque cada uma destas opções possuitemplates mais especializados e muitosdeles, como citei acima, podem serreferencial para criação de templatesnovos. Mas vamos manter o foco noEmpty Project (Projeto Vazio) que apa-rece em qualquer uma das três opções.(Figura 1). Como já diz o nome, estetemplate não possui nenhuma configu-ração de tipos de trilha (áudio ou MIDI)ou instrumentos (virtuais ou externos).
Ao clicar nesta opção, o menu para es-colher um tipo de trilha é aberto automa-ticamente, aguardando sua escolha para otipo de trilha a ser criado. (Figura 2).Para criar um template básico, pense naforma que você gosta de trabalhar. De-pendendo da variação do seu trabalho épossível configurar um número de tri-lhas de áudio e MIDI que permitam quevocê inicie um projeto imediatamente.Basta preencher a quantidade de trilhas
Vera Medina é produtora, cantora,
compositora e professora de canto e
produção de áudio
Figura 1 – Escolhendo o Empty Project
Figura 2 – Modelando o projeto
75
que você quer no espaço Number.Outras opções também estão presen-tes para um sintetizador virtual mul-titimbral ou ainda escolhendo umnúmero específico de trilhas, se querque elas apareçam de forma ascen-dente ou descendente. E por fim, aOpen Library, que disponibiliza aLibrary na tela do lado direito ao fi-nalizar as escolhas. Depois de esco-lher, basta clicar em Create e pronto.Em volta da janela Arrange, tambémhá vários espaços customizáveis, taiscomo a barra de ferramentas e a barraTransport. Com o ponteiro do mouselocalizado sobre a barra de ferramen-tas (área superior), clique do lado di-reito do mouse e algumas opções apa-recem, incluindo Customize Toolbar.Aparecerá uma área com vários íco-nes, sendo que para customizar a barrade ferramentas basta arrastá-los paraos espaços existentes ou substituir al-
guma posição (Figura 3). Aindaexiste uma barra pré-configuradaque pode ser arrastada, substitu-indo a barra atual. E relembrando,para a barra Transport, basta cli-car com o mouse direito sobre aárea da barra, que aparecerá a op-ção de customização (Figura 4). Aúnica coisa meio chata nesta con-figuração da barra Transport é queela deve ser feita para cada proje-to, ou seja, sempre que começarum novo você verá a barra padrãodo programa.
SCREENSETSO que são e para que servem? Vocêjá tentou abrir várias janelas doLogic simultaneamente? Ou al-ternar entre mixer, sample editor,piano roll, score e hyper editor.Ou o processo fica mais lento, oumais confuso. Muitas informa-ções e troca de janelas cansam de-mais durante o trabalho de umprojeto mais complexo.O Logic permite que você crie jane-las específicas ao seu gosto e que asmesmas fiquem atreladas a um nú-mero do teclado do computador.Na configuração padrão, os projetospossuem apenas um screenset. Sevocê abrir o menu Window do Lo-gic, verá uma série de janelas já confi-guradas bastando apenas apertarCommand + o número correspon-dente (vide Figura 5). O mais inte-
Figura 3
Figura 4
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ressante na função Screenset é que vocêpode combinar uma série de janelas da for-ma mais produtiva para seu trabalho.
Para fazer isto, basta apertar, por exem-plo, o número 2. No menu aparece o tí-tulo Screenset 2. Agora combine as ja-nelas que você deseja atribuir a este nú-mero. Neste caso, feche a Screenset 1.Abra a janela Event List no menu Win-dow, a posicione à esquerda da tela e abraem seguida a janela Score e aumente seutamanho para se adequar ao restante datela. Pronto. Temos o Screenset 2 confi-gurado (vide Figura 6). Utilize os demaisnúmeros para preencher outras configu-rações que sejam práticas, tais comoautomação, hyper editor, etc.
Se você quiser proteger as definiçõespara os Screensets, é possível “trancá-las”(lock) (vide Figura 7) e destrancá-las(unlock) (vide Figura 8). Os screensetsque estão trancados ficam marcados por
um ponto antes do seu nome para facili-tar. Outra funcionalidade pouco abor-dada pelos usuários do Logic é o menude ferramentas (Tool menu) (vide Figu-ra 9). Temos vários menus de ferramen-tas localizados na parte superior direitade cada uma das seguintes janelas oueditores: área Arrange, Event List,Score Editor, Hyper Editor, Piano RollEditor, Environment e Sample Editor.Cada um deles possui suas particulari-dades, ou seja, possuem ferramentas dis-tintas para uma determinada atividadeprincipal da tela ou editor, mas tambémhá ferramentas que são comuns a eles.
Vou demonstrar a forma que eu utilizo
o Tool Menu.
Primeiro, vá em Preferences > General> Editing (vide Figura 10). Em RightMouse Button (botão direito do mouse)você encontrará 4 opções para definir oque acontecerá ao pressionar este botão:1) Is assignable to a Tool (é relacionadoa uma ferramenta),2) Opens Tool Menu (abre o menu deferramentas),3) Opens the Shortcut menu (abre omenu de atalhos) ou4) Opens Tool and Shortcut menu (abreos menus de ferramentas e de atalhos).
Na opção 1 você terá três ferramentasdisponíveis no menu de ferramentas e,nas demais opções, duas ferramentas.Quando nas demais opções, a ferramen-
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
”
“Se você quiser
proteger as
definições para
os Screensets, é
possível “trancá-
las”(lock) (vide
Figura 7) e
destrancá-las
(unlock) (vide
Figura 8). Os
screensets que
estão trancados
ficam marcados
por um ponto
antes do seu
nome para
facilitar
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Para saber online
www.veramedina.com.br
ta da esquerda representará a ferramentautilizada diretamente através dos movi-
mentos do mouse e a ferramenta da direita será acessada pressionando atecla Command simultaneamente. Eu utilizo a opção 1 com maisfrequência; desta forma, você terá acesso a três ferramentas simultanea-mente. A primeira à direita é relacionada ao mouse diretamente, a domeio acessível através da tecla Command e à esquerda pressionando o bo-tão direito do mouse.Desta forma, economiza-se um bom tempo nas edições, uma vez que ir evoltar ao menu é inicialmente normal, mas depois se torna algo muitocansativo e repetitivo. Vale a pena lembrar que sua escolha para trabalharcom o menu Tool fica também salva com seus Screensets. Uma forma rápi-
Figura 9
da para acessar o menu Tool é pres-sionar Esc enquanto se está nave-gando no meio da janela Arrange.Ele abre automaticamente e, comseus cursores ou mouse, você podeescolher uma outra ferramentaprincipal de trabalho. Existemmais opções de trabalho, mas vocêpode ir tentando identificar qual seadéqua mais ao seu tipo de trabalho(mixagem, masterização, etc).Figura 10
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ITORNELLOEste símbolo de repetição talvez
seja o mais simples, mais básico e maisutilizado. Para se criar um ritornello é
muito simples. Clique em alguma barrade compasso e acesse a aba Notations elogo em seguida o botão Barline (fig.1).Lembre-se: além da escrita, agora o
R Sibelius também vai “obedecer” esta re-petição quando em play.
REPETIÇÃO DE PLAYBACKOk, muito interessante este recurso doSibelius reconhecer e executar um sinalde repetição, mas a verdade é que nemsempre nós queremos isso ativo. Imagi-ne uma introdução de 16 compassos quetem ritornello para depois seguir para asegunda parte de uma música e que vocêesteja interessado em ouvir exatamenteessa transição entre as duas partes.Ao apertar o play do início, vai precisarouvir os 16 compassos + 16 compassosdo ritornello para chegar exatamente noponto que interessa. Muito cansativo epodemos evitar. É importante saber des-ligar as repetições durante o playback.Pelo Aba Play, encontre o botão “Repeats”(fig.2). Na caixa de diálogo que se abre(fig.3), selecione “Don’t play repeats” para
Usamos símbolos e
sinais de repetição
quando há a
necessidade de
informar ao músico
um trecho que deve
ser tocado
novamente.
Existem várias
convenções e
métodos para se
fazer isso, e tudo
depende da
situação musical
apresentada. O
Sibelius tem a
capacidade não
apenas de escrever
estas repetições,
mas também
executar estes
comandos quando
em playback, desde
que estas repetições
sejam escritas de
uma maneira que o
Sibelius entenda.
TRABALHANDO
SIBELIUSTRABALHANDO
SIBELIUSCOM REPETIÇÕES NO
Cristiano Moura é produtor, en-
genheiro de som e ministra cur-
sos de Sibelius na ProClass-RJ
fig.1
fig. 2
79
que o Sibelius não execute as repeti-ções durante playback, ou “Auto-matic repeats playback” para que asrepetições sejam “obedecidas”.
CASAS DE REPETIÇÃOCasas de repetição são igualmente fá-ceis de criar. Para isto, selecione oscompassos que interessam (fig.4A),acesse a aba Notations e perceba quea segunda área se chama “Lines”. Éexatamente aqui que vamos achar ascasas de repetição (fig5). Por último,basta clicar e pronto (fig.4B).
CODAComandos como “volta ao S” e “DaCapo ao CODA” talvez sejam osmais complexos de entender e criar.Apesar de ser muito simples colocaros símbolos e instruções, se coloca-dos de forma errada, o Sibelius nãoserá capaz de obedecer a ação noplayback, então, é preciso ser umpouco mais sistemático.
fig. 3
fig. 4A
fig. 5
fig. 4B
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Para saber online
http://cristianomoura.com
PREPARAÇÃOAntes mesmo de criar o comando, vamosajustar a partitura para a Coda. Primeiro,vamos criar uma separação entre o finalda música e a CODA. Para isso, selecionea barra de compasso a ser separada, acesseAba Layout, clique em Split System(fig.5A) para conseguir o resultado da fi-gura 5B. Segundo, selecione na últimabarra de compasso, acesse a aba Notationse clique no botão “Barline” -> Doublepara criar uma barra dupla. (fig.6).
CRIANDO AS INSTRUÇÕESAgora chegou a hora de efetivamentecriar a repetição. Novamente, selecionea barra de compasso e pela aba Text,clique em Styles -> Repeats (fig. 7). Re-pare que o botão “Repeats” fica nosubmenu “Common”. Lembre-se disso,pois será importante mais adiante.Agora, com o botão direito do mouse,acesse a lista de opções de repetições.
fig. 5A
fig. 5B
Por último, vamos indicar onde começa aCODA e aqui é que é preciso de muita aten-ção: selecione o primeiro compasso daCODA e pela aba Text clique em Styles ->Repeats exatamente como antes, porém,dentro do submenu “Tempo” (Fig.8). Agorabasta clicar com o botão direito do mouse eselecionar a opção “CODA” na lista. (fig.9).Espero que tenham gostado! Estudem,pratiquem e, acima de tudo, divirtam-se!Abraços.
fig. 6
fig. 7
fig. 8
fig. 9
”
“Imagine uma
introdução de 16
compassos que
tem ritornello
para depois seguir
para a segunda
parte de
uma música
e que você
esteja interessado
em ouvir
exatamente essa
transição entre
as duas partes
PROD
UÇÃO
MUS
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GUITARRAS
RÊS MICROFONES:Essa configuração é a que eu mais
uso. Acredito que ela já me dá tudo oque preciso, mas é claro que a gentesempre pode querer mais. No entanto,considero essa configuração bem com-pleta, pois pode me dar o brilho, o corpoe a profundidade.Basicamente coloco um microfone nocentro do falante para captar as fre-quências high e mid-high. Uma coisaque podemos também fazer, caso queira-mos “acalmar” um pouco os high se elesestiverem com um som meio “abe-lhado”, é inclinarmos um pouco o mi-crofone (uma angulação de 30º a 45ºé o suficiente) deslocando-o em relaçãoao eixo do alto-falante. Para esta posi-ção uso normalmente o Shure SM-57ou o Sennheiser e-609. A decisão dequal usar depende da música, da guitar-ra, do amplificador, do guitarrista, se vaichover no dia ou não etc.O segundo microfone, coloco na bordapara me dar o mid-low da guitarra. Vocêdeve prestar atenção ao timbre, pois sefor colocado muito na borda o som podeficar um pouco abafado. Caso isso acon-teça, você pode reposicionar o microfo-
T
O Tamanho do seu Estúdio
PARTE 10
Em continuidade ao
artigo anterior, vamos
analisar mais
possibilidades de
multi-microfonação
para a guitarra.
MICROFONANDO
Ricardo Mendes é produtor,
professor e autor de ‘Guitarra:
harmonia, técnica e improvisação’
ne não tanto na borda, um pouco maispara o centro, ou então deixar o micro-fone na borda e inclinar o mesmo (umaangulação de 30º a 45º é o suficiente)em direção ao centro. Estas duas manei-ras irão apresentar uma sutil diferençaentre si. Veja, ou melhor, ouça qual soamelhor para você. Para esta posição usonormalmente o Shure Beta 58 ou oSennheiser MD-421O terceiro microfone, coloco afastado,de meio metro a um metro e meio dedistância, de frente para o amplificador.Esse microfone é o que me dará a pro-fundidade do som. Lembre-se do dile-ma universal do microfone: quantomais próximo, mais definição e menosprofundidade, quanto mais distante,mais profundidade e menos definição.Ache o ponto que for mais adequadopara a música que estiver gravando.Para este microfone, normalmente euprefiro um microfone Ribbon (no meucaso um Royer R-101), pois acho queeles dão um som mais aveludado, dei-xando a guitarra menos estridente. Masum condensador, preferivelmente umde cápsula grande, também pode serusado nesta posição. Uma dica: se você
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tiver mais de umcondensador, escolha o que
seja menos brilhante. Um con-densador ótimo para essa posiçãoseria um Neumman / TelefunkenU-47, mas esse microfone não éacessível à maioria de nós mortais.Nesse caso, podemos nos conten-tar com um Neumman U-87, AKG414, AKG C-12 etc.A partir deste ponto eu começo aconsiderar luxo, experimentação
ou indecisão. Seja qual for a dastrês opções, a coisa começa a ficardivertida justamente aí.
QUATRO MICROFONES:Vamos partir exatamente do concei-to da configuração com três micro-fones, e tiraremos algumas variáveis:
4.1 - Na primeira variável, o quemudará será a microfonação doterceiro microfone. Vamos colocardois ao invés de um, para se obter
uma ambiência eestéreo. O ideal é usar um par demicrofones iguais. Esta técnica émuito boa, especialmente quandohouver apenas uma guitarra namúsica. Desse modo poderíamosposicionar no PAN cada microfo-ne próximo (o do centro e o daborda do falante) ligeiramenteafastados do centro do PAN, emuma posição entre 10L e 40L deum lado e 10R e 40R de outro, e osdois microfones de ambiência to-talmente abertos no PAN, nas po-
sições 100L de um lado e 100R dooutro. Dessa maneira você deixa aguitarra bem centrada, porém cla-reando um pouco o centro para avoz e a ambiência bem aberta, tor-nando o som dela mais envolven-te. Existem algumas posições emque podem ser colocados estes doismicrofones de ambiência:
Lembre-se do dilema universal domicrofone: quanto mais próximo, maisdefinição e menos profundidade, quantomais distante, mais profundidade
““
Para saber mais
BAIX
O EL
ÉTRI
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N ada melhor do que manter o acaba-mento e, até mesmo, a “saúde” física
do instrumento de forma integral. Paraisto é sempre aconselhável transportá-losem sacolas apropriadas para este fim. Mascalma, isto não quer dizer que colocando oseu baixo dentro de uma sacola de super-mercado você está totalmente livre e ileso
dos problemas relativos às pancadas, umi-dade, poeira e outros que possam afetar oinstrumento diretamente.Neste caso, há uma variedade enormede opções no mercado que podem facil-mente se adaptar aos gostos, possibili-dades e bolsos de todos nós, músicospreocupados com a integridade de nos-sas delicadas ferramentas de trabalho.O que diferencia cada tipo de famíliadestas embalagens é a qualidade do ma-terial utilizado, o acabamento e, princi-palmente, o sistema de proteção se-miparcial, parcial ou total do equipa-mento/instrumento.Alguns modelos não protegem quasenada e permitem apenas uma leve aco-modação para o transporte (como, porexemplo, os sacos de transporte). Já ou-tros protegem o instrumento de forma
PROTEJAO TRANSPORTESEU INSTRUMENTO DURANTEPROTEJAO TRANSPORTE
Jorge Pescara é baixista, artista da
Jazz Station e autor do ‘Dicionário
brasileiro de contrabaixo elétrico’
É hora de falarsobre a proteção do
instrumentoquando o
carregamos para láou para cá, durante
as gigs, gravaçõesou mesmo nas
aulas. Estamosfalando dos sacos,
gigbags, estojos,cases e hardcases.
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integral, mas também sofrem o des-conforto de serem mais caros e maispesados (caso específico dos superhardcases acolchoados).Normalmente há opções diversasem relação a marcas e mode-los encontradosnas lojas especí-ficas. Porém, pa-ra os hardcases,há sempre a ne-cessidade de uma en-comenda prévia, incluin-do o desenho e dimensões doinstrumento para serem adequa-damente confeccionados sob medi-da. Os hardcases trazem outra situ-ação que é a necessidade de se ter/usar um carro com bagageiro sufici-entemente grande para caber todoo “caixote”.
OS DIVERSOS TIPOS
E MODELOS:
Sacos: Estes são os modelitos bási-cos e não se encaixam bem na ses-são “proteção”. São apenas unsbags sem forração nenhuma e fun-cionam mesmo como um grandesaco de tecido com zipper e alças.Indicado apenas para bolsos extre-mamente rasos e instrumentoscujo dono não tenha muito apreçopor eles. Além de tudo, é bemdesconfortável de carregar.Gigbags: nesta sessão já começa abrincadeira, pois os gigbags sãoconfeccionados com materiaismelhores que os sacos (couro,courino, diversos políme-ros) e vêm com forração.Alguns modelos são ex-tremamente bem acol-choados e atraentes,bolsos frontais, late-rais, alças de mão e deombro, sendo, enfim,uma boa opção.Estojos: Quan-do há uma tran-sição da partedos carregáveis
no ombro para os estilo caixa de pro-teção propriamente ditos. Os estojosseriam os mais fracos deste setor,pois são geralmente construídoscom madeiras finas e acabamentointerior apenas razoável. O exteriordeste tipo de embalagem pode ir des-de os pretos e sem vida, até os tecidoscoloridos ao estilo tapeçaria kashe-mira. São estreitos, finos e qua-drangulares e, por conta do materialfraco citado, não protegem contradanos ocasionados por materiaisperfurantes ou quedas bruscas.Softcases: estes já vêm com madeirasmelhores e alças mais confortáveis.
Embora bem pare-cidos esteticamen-te com os estojos, ossoftcases protegemum pouco mais oinstrumento em vi-
agens mais longas.Cases: São construídos
com materiais injetáveis(fibra e outros), criandoformatos bem diversifica-dos. A fibra tem uma ten-dência a amortecer os im-pactos recebidos, assimestes também são op-ções mais em conta e
que protegem nossas fer-ramentas de trabalho.Hardcases: Por último, oextremo de tudo. O hard-
Para saber online
http://jorgepescara.com.br
case é construído com madeiras es-colhidas, perfis, perfilados, alças,dobradiças, enfim, todo o materialde primeira qualidade (claro, al-guns fabricantes usam materiaismelhores e mais caros do que ou-tros). O acabamento é sempre in-dustrial, e para turnês longas e via-gens circenses das bandas para lá epara cá, nada melhor do que mantero instrumento bem acomodado. Aparte interior conserva o instru-mento totalmente acomodado eacolchoado, tendo espaço para pe-dais, correias, cabos e afins. É umaopção cara, mas como já dissemos, éa melhor para quem viaja muitomundo afora.E depois de toda esta explanação oquerido leitor e amigo ainda assimquer mais proteção para seu instru-mento? Então, para além de ter quecontar com um roadie fiel, de prefe-rência que seja um gnomo peque-nino que caiba dentro do hardcase,contrate uma companhia de segu-ros para seus contrabaixos.Paz Profunda .:.
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MIXAGEMuando foi convidado para partici-par da produção da trilha sonora da
novela infantil Carrossel, em 2012,Fausto Nobile já atuava há um ano noestúdio Flautin 55, em São Paulo, comoengenheiro de gravação, mixagem emasterização nos projetos de ArnaldoSaccomani. “Fiquei muito empolgadocom o convite, porque é muito emocio-nante trabalhar ao lado desse gênio queé o Saccomani e ainda fazer parte de umprojeto tão importante”, ressalta.Atuando como engenheiro de grava-ção, mixagem e masterização, Fausto foio responsável por 14 das 18 faixas doprimeiro álbum da trilha sonora da no-vela. “Para esse projeto, resolvemosinovar. Fomos buscar inspiração nas
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Fotos: Divulgação
Colaboração: Marcelo Félix
A novela infantilque é sucesso entre
a garotada pelaemissora SBT teve
sua trilha sonorainspirada emproduções de
Hollywood.
grandes produções hollywoodianas.Uma vez que hoje em dia a grande maio-ria das pessoas recebe em casa o áudio daemissora em estéreo e suas TVs e hometheaters reproduzem esse áudio destaforma, adotamos mixagens ‘mais aber-tas’”, explica.Para esse trabalho, Fausto abusou dastécnicas XY e MS tanto na captaçãoquanto na masterização. Segundo ele,essas técnicas possuem compatibilidadeem mono e dá um colorido especial aoestéreo. Além disso, aplicou, criterio-samente, no LR final de todas as mixes oVitalizer MK2 da SPL. “O sucesso dotrabalho foi tão grande que o CD atin-giu, em pouco tempo, o 4º lugar nos maisvendidos. Tivemos diversas críticas
novela CarrosselMIXAGEM
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Fausto Nobile mixou também o volume 2
positivas e a Televisa comprou aversão brasileira da novela com atrilha sonora junto”, comemora.Com o sucesso do primeiro álbum,o segundo volume da trilha tam-
bém acabou caindo nas mãos deFausto, trabalho em que tambématuou como engenheiro de grava-ção, mixagem e masterização, sen-do responsável por 14 das 23 faixasdo primeiro álbum da trilha sono-ra Carrossel - volume 2. “A trilhasonora da novela Carrossel volume
1 ganhou disco de platina e o volu-me 2 está indo para o mesmo cami-nho. Com tantas vitórias, finaliza-mos há pouco o tema de fim de anodo canal e agora estamos acabandoa trilha sonora de fim de ano doprograma Astros”, enumera.
CONSULTORIAO engenheiro, que atualmente re-side na capital paulista, ainda en-contra tempo para outros projetosparalelos. Ainda em 2012, Faustocomeçou a implantar um projetode consultoria que desenvolveujunto com os amigos Marcelo Félix(PA de Jorge & Mateus) e TonniAugusto Jr. (produtor técnico deIsrael Novaes). A ideia é levar seusconhecimentos em áudio e emmixagem de CDs e DVDs, aliados àsua experiência de mais de 20 anosem shows, aos técnicos que atuamna estrada, tanto no PA como no
monitor. “Devido à correria do diaa dia dos técnicos de show, senti-mos a necessidade de levar o co-nhecimento até os profissionais ecriamos essa consultoria, que é to-talmente itinerante e adaptável àsnecessidades de cada cliente”,conta. “Prezo muito pelo talentodo ser humano, acho que essa pre-missa é muito importante e o me-lhor investimento que uma em-presa pode fazer é no seu pessoal, oresto é periférico”, comenta.
RETORNO ÀS RAÍZESPaulistano nascido no Jabaquara,aos dois anos de idade mudou-secom a família para o interior do es-tado, só retornando à capital em2004. A ida em definitivo para oáudio profissional foi com Davi
Entre amigos de trabalho Um dos equipamentos do estúdio
Além do estúdio, Fausto tem projeto paralelos
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Scolaro na Brasom Som & Luz, em Assis,como técnico de monitor, onde ficou porquase um ano, antes de mudar paraUberlândia. Nesse tempo em que morouem Uberlândia (MG), conheceu Wolki-mar Zuanazzi (PA da dupla Rionegro &Solimões), que foi mestre e amigo e ensi-nou a Fausto os primeiros passos na vidada estrada. “Ajudei muitas vezes a equipeda Banda Jet Boys na montagem do seusistema de som no clube recreativo deAssis em troca de aprendizado. Cláudio(Cabeça) e Wanderlei (Só Som) foram osprimeiros técnicos de som a me daremuma força”, relembra.
A volta para São Paulo só aconteceuem 2004 e um ano depois foi apresenta-do ao guitarrista, violonista e produtormusical Ney Marques que, na época,além de proprietário do Estúdio Flau-tin55, era diretor musical do cantorLeonardo. Em poucos meses, foi convi-dado a assumir a gerência técnica do es-túdio e se tornou o braço direito doNey, participando da produção de de-zenas de CDs e DVDs de artistas comoLeonardo, Chitãozinho & Xororó, Gu-to & Nando, Pedro & Thiago, Exalta-samba, Maestro João Carlos Martins,Cezar & Paulinho e outros.
Fausto produziu dezenas de CDs e DVDs Entre Chitãozinho e Xororó
Fausto durante trabalho no estúdio
”
“Prezo muitopelo talento
do ser humano,acho que
essa premissa émuito importante
e o melhorinvestimento
que umaempresa pode
fazer é noseu pessoal,
o restoé periférico
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a iluminação cênica tudo se conso-lida e focaliza em um termo que re-
sume a atividade: controle. E a chave dosucesso para a iluminação dos palcospara todo tipo de espetáculo ou showestá centrada em três aspectos de con-
N trole: visual (concebido, projetado epercebido pelos públicos), mecânico(pelas estruturas, equipamentos e ins-trumentos de iluminação) e elétrico/eletrônico (pelos sistemas de alimenta-ção, monitoração e pela infraestrutura).
Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-
tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design
de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-
dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-
duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.
O DMX (512)DESVENDANDOO DMX (512)DESVENDANDOÉ com enorme satisfação
e honra que inicio umaconversa sobre a
iluminação cênica nesteespaço da Revista
Backstage – e convidovocês para tratarmos de
assuntos envolvendovários elementos e
recursos vinculados aospalcos e aos bastidores,
como equipamentos etecnologias, métodos,
técnicas, conhecimentos,experiências e vivências.
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Também não podemos nos esque-cer do “autocontrole” (aquelemesmo, para equilibrar os “âni-mos”) – necessário nas etapas demontagem e realização, para quetodos os elementos acima tenhamo melhor desempenho possível(assim como os profissionais en-volvidos).Mas a combinação de controlecom iluminação cênica nem sem-pre foi possível! Mesmo com a ilu-minação a gás (séculos XVIII eXIX) e com os primeiros dispositi-vos elétricos (fim do século XIXaté a metade do século XX) proble-mas eram corriqueiros e, nem sem-pre, o que era planejado ocorriacomo o esperado.Da maneira como conhecemos - einteragimos com a iluminação cêni-ca dos espetáculos e shows -, não po-demos esquecer que há cinquentaanos o controle era parcial ou to-talmente manual e individualiza-do. Somente na década de 1970surgiram sistemas compatíveiscom as tecnologias de eletrônicadigital capazes de controlar maisde um instrumento de iluminação(aqui entendido como todo recur-so de iluminação – projetores eefeitos, por exemplo).Mas ao mesmo tempo em que sur-giam inovações e novas tecno-logias, cada fabricante criava umaforma de controle, única e persona-lizada para os produtos daquela em-presa. Foi então que em 1986 surgiuum padrão, criado e desenvolvidopela USITT (United States Ins-titute for Theatre Technology, Inc.)
para o controle da intensidade debrilho de vários instrumentos deuma só vez, que foi chamado deDMX 512 e que passou por me-lhorias e revisões desde então(em 1990 – atualização para dim-mers e consoles; em 1998 – unifi-cação do protocolo com a ESTA -Entertainment Services and Tech-nology Association ; 2006 - novoprotocolo de comunicação bi-
direcional; e 2009 – adição doLightweight Streaming Protocol),e atualmente tem um nome mais com-plexo: “E1.11, USITT DMX512-A.”Mas por que “DMX” e por que “512”?Esse protocolo é de fato um conjuntode informações de várias fontes dedados digitais agrupados em um úni-co canal. O dispositivo que codifi-ca essas informações é um multi-plexador (um circuito eletrônicoformado por várias portas e buf-fers) e assim o nome “DMX” vemde um multiplexador digital (Digi-tal MultipleX). Acredita-se que onúmero “512” foi originalmenteadotado pelo padrão ter sido cria-do para o controle da intensidade
de brilho, onde cada canal enviavaum par de dados (na forma deBytes) para ajustes com 256 níveisde brilho, a partir do 0% até 100%(256 níveis para cada Byte; comocada canal trabalha com um par deBytes, o total representa 512 bits).De fato, como esses circuitos ele-trônicos se comunicam a partir deuma linguagem formada por 16 bits(chamada hexadecimal) que na
prática permite o endereçamentodos instrumentos de iluminação,foram considerados agrupamentos(ou “universos”) de até 32 equipa-mentos com base nessa linguagem.Sendo assim, 32 instrumentos com16 bits totalizariam 512 canais deinformações e dados para seremcontrolados por esse protocolo deforma única (sem dispositivos adi-cionais, tais como splitters, que am-pliam esses números).Em outras palavras, DMX 512 éuma especificação técnica para umsistema de comunicação digital dedados assíncronos, projetado demaneira padronizada para geren-ciar dispositivos de iluminação cê-
Diagrama simplificado para uma rede DMX 512
Em outras palavras, DMX 512 é umaespecificação técnica para um sistema decomunicação digital de dados assíncronosprojetado de maneira padronizada
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nica, tais como controladores, dim-mers e efeitos especiais. Um sistematípico consiste de um dispositivocontrolador e qualquer número dedispositivos ligados em rede, taiscomo moving lights, spotlights oumáquinas de fumaça, por exemplo.Figura 1 (foto de abertura): Dinâmi-cas e resultados possíveis com o DMX512. Fonte: Visions LightingNa prática, uma rede DMX 512 utilizaum equipamento controlador (mesa,console ou mesmo painel de contro-le), fabricado de acordo com a norma(ou seja, reconhece esse protocolo nacomunicação de dados e com ele con-trola os recursos), e um “caminho”,formado por uma série de dispositivosligados com cabos de um para outroem uma cadeia serial. Cada dispositi-vo neste sistema tem uma porta deentrada (“IN”) que é utilizada paracontrolar o aparelho e uma porta desaída (“OUT” ou “THRU”) para serconectado ao dispositivo seguinte,nessa mesma cadeia.O último dispositivo da cadeia terá umPlug de terminação especial – chama-do “Terminador” - instalado para fe-char a rede em um segmento chamadode “universo” (como é conhecido emundialmente compreendido). A uti-lização dos terminadores se justificapara evitar reflexões de sinal (que pro-vocam perdas na intensidade do mes-
mo), distorções ou mesmo cancela-mento total ou parcial do sinal. Naprática, um terminador nada mais éque um conector XLR macho com umresistor de 120Ù (1/2W) ligado entreos pinos 2 e 3. O valor estipulado sedeve à impedância (ou resistência) docabo especificado pela norma do pro-tocolo, que varia entre 110Ù e 120Ù.Alguns dispositivos já possuem umachave seletora para a ativação doterminador, caso este seja o últimocomponente do “universo”.Sendo uma ligação serial (um instru-mento conectado em série ao outro)há necessidade de separação dos ins-trumentos com endereços, de formaque endereços iguais tenham os mes-mos canais com as mesmas configura-ções. Esse endereçamento individualem cada instrumento de iluminaçãopode ser fixado de acordo com os re-cursos disponíveis nesse equipamen-to: por um conjunto de “DIP Swit-ches” (chaves seletoras para o ende-reçamento, a partir de uma combina-ção binária), display de LED, chaveseletora rotatória ou softwares.São inúmeras as vantagens para o usodo protocolo DMX 512: facilidade deinteroperabilidade de equipamentos,dispositivos e instrumentos de ilumi-nação (com várias marcas diferentes);padronização no ajuste dos parâmetrospara diversos instrumentos dinâmicos
Figura 3 - Cabo de dados para DMX 512
93
Para saber mais
(tais como Moving Heads e RefletoresPAR LED); memorização de informa-ções e cenas; acessível e amplamenteutilizado na operação de projetos deiluminação cênica.Com a evolução tecnológica, equipa-mentos com padrão Wi-Fi já estãodisponíveis para dispositivos de regu-lação e controle para iluminação cê-nica. Nestes sistemas, o controladorenvia sinais pelo cabo DMX padrãopara um transmissor sem fio onde sãoconvertidos em sinais de Wi-Fi e assimtransmitidos. Receptores que conver-tem o sinal de volta para o formato pa-drão DMX 512 enviam-nos para asportas de entrada dos dispositivos aserem controlados. Mas isso já é assun-to para uma próxima conversa!
OBSERVAÇÕES E DICAS:•O protocolo original foi desenvol-vido para equipamentos cujas saídasseriam desenvolvidas com o uso deconectores fêmea XLR-5 (com 5 pi-nos). Entretanto, o mercado incor-porou o uso de conectores XLR-3 apartir de 1998, e ainda hoje é possívelencontrar equipamentos para o usocom os dois tipos de conectores.•Sendo o DMX 512 um protocolo dedados digitais, todo o sistema de co-nexões preza pela utilização de cabospara dados, ao invés de cabos de áu-dio. Desta forma, é altamente reco-
mendável o uso de cabos próprios deDMX (chamado também “paralelo”),pois além das características constru-tivas serem consideradas para condi-ções propícias ao fluxo de dados (alémda impedância, a capacitância), e as-sim, melhor desempenho, a blinda-gem é mais robusta, evitando assimmaiores interferências externas.•Nas especificações técnicas do proto-colo é recomendada a distribuição dosinal com o protocolo DMX 512 numaextensão de 1000m por cabeamento.Mas na realidade, é recomendável umaextensão máxima de 300m, para maiorsegurança e confiabilidade.•Caso seja inevitável o uso de cabosde áudio para a ligação de dispositivose instrumentos de iluminação, algunscuidados devem ser considerados,impreterivelmente! Deve-se evitarao máximo a proximidade com outrosequipamentos que possam gerar ruí-dos e assim possam causar interferên-cias no sistema. Para os terminadores,o valor do resistor deverá ser tambémdiferente, pois um cabo de áudio temimpedância entre 50Ù e 70Ù Assim,ao invés de um resistor de 120Ù, de-verá ser usado um resistor de 56Ù ou82Ù. Ah! Nunca usar o cabo em “Y”!Abraços e até a próxima!!!
Figura 4 - Conector Terminador
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uc Peumans, da empresa belga Pain-ting With Light, foi o responsável
pelo projeto de iluminação deste novoshow, uma adaptação do filme animadoda 20th Century Fox com os mesmospersonagens, porém em uma nova his-tória. Desta vez, Manny, a marmota;Sid, a preguiça; e Diego, o tigre dente-de-sabre se aventuram por diversos lo-cais gelados para resgatar seus amigosque haviam sido sequestrados. E paracontar essa aventura, o co-diretorMichael Curry, além de criar as fanta-sias, construiu personagens animatrô-nicos para o show.
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Fotos: Divulgação
Peumans trabalhou em muitos outrosprojetos da Stage Entertainment nos úl-timos anos, incluindo o Holiday On Ice,desde 2005. O ponto de partida dolighting designer para construir esseprojeto de iluminação foi, antes de tudo,ter ideia do que de fato seria necessáriopara um espetáculo teatral. Por isso, emvez de criar um approach para uma sim-ples apresentação no gelo, procurou fa-zer uma iluminação criativa a fim decomplementar o vídeo. Por isso, a ne-cessidade de criar um backdrop, uma es-pécie de painel digital, para entrar noclima de cada cena.
Sucesso nas telonas, A Era do
Gelo ganhou versão teatral
num espetáculo sobre o gelo,
que estreou em setembro no
Reino Unido. O espetáculo
está programado para fazer
uma turnê internacional
pelos próximos cinco anos e
apresenta uma coletânea de
magia, música, fantasia,
acrobacia e ação dirigida por
Guy Caron e produção de
Hans Staal, da holandesa
Stage Entertainment
Touring Productions.
A Era A Era
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Mais de 300 gobos es-peciais foram usadosem uma variedade demoving lights da ClayPaky para ajudar no pro-cesso de combinação ede textura do gelo e doselementos do cenário.Outra consideração vi-tal para a iluminação emgeral foi o ângulo de vi-são das arenas que iam de180 a 270 graus, oferecen-do uma vista mais aberta eampla do que os padrões
vistos nos teatros. A iluminaçãoprojetada ajudou a dar vida aos per-sonagens, com as fantasias receben-do um excesso de luz, junto com um
rock-face grande e inflável colocadoabaixo dos telões de vídeo. Um gridde iluminação instalado acima dogelo proporcionou o posiciona-
mento da maioria dos equipamentosde iluminação bem como para as ce-nas do voo para os personagens e a fi-xação dos elementos de cena.
Peumans escolheu 60 LEDWash1200s da Robe para usar comobase, luz lavada geral sobre o gelo esobre os principais elementos do
O ponto de partida do lighting designerpara construir esse projeto de iluminação foi,antes de tudo, ter ideia do que de fato serianecessário para um espetáculo teatral
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do Gelodo Gelo
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Foram utilizados mais de 300 Gobos da Clay Paky para conseguir a textura exata nos cenários e elementos de palco”
“Vinte LEDWash
600s Robe foram
posicionados no
chão e em volta
da pista de gelo,
deslizando na
superfície e
proporcionando
níveis baixos
de cruzamento
das luzes
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cenário. Seis foram posicionadosno backstage para acender a partede trás e os vazios que apareciamquando a tela se abria. Vinte LED-Wash 600s Robe foram posicio-nados no chão e em volta da pistade gelo, deslizando na superfície eproporcionando níveis baixos decruzamento das luzes para as perfor-mances e o coro dançante. Para osSpots e Profiles, foram pedidos osAlpha da série 1500 da Clay Paky,32 Spot HIPEs e 26 para os Profiles,que estavam presos por todo o grid.Os Spots estavam distribuídos deforma que criassem uma textura degobo, revestissem com cor, pintan-do as superfícies e os personagenscom posições especiais.O rock-face foi aceso com apenasseis Alpha Spot encaixados commáscaras especiais a fim de preve-nir qualquer vazamento de luz. Wildfire UV e LEDs personalizados foram usados para ascender as estalactites penduradas no teto
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Cinco 1500 Alpha Profileforam usados como luzes se-guidoras, com os pan/tilt re-movidos e com os botões dedimmer e controle de Irisadicionados. Botões on/off ede intensidade foram con-trolados a partir de umamesa grandMA2, que tinhaa deixa da iluminação apartir de um timecode ge-rado a partir da trilha so-nora. Aliás, esse foi umtoque pessoal de Peumanspara assegurar que todasas combinações ficassemharmoniosas com o res-tante da iluminação.Também no rig estavamum Wildfire UV e algunspraticáveis de LED per-sonalizados pela IventDesign, inventado porPeumans para acendera série de estalactitesque estavam pendura-
das abaixo do grid de trussing. Outroitem personalizado era o teto em formade céu com estrelas com 600 pontos deLED Nanno.Levando em conta a extensão e com-plexidade do show, o rig de ilumina-ção foi bem enxuto, pois tudo aindatinha que caber em apenas um cami-nhão. Então, cada equipamento teveque ser multifuncional.Depois de o show montado, a ilumina-ção – programada em uma grandMA2de tamanho grande e controlada poruma grandMA2 light – é operada pelaequipe de turnê da Stage Entertain-ment. Todos os equipamentos de ilumi-nação foram fornecidos pela empresa delocação belga Phlippo Showlight. Alémdo lighting designer, a Painting WithLight também forneceu e programou oservidor de mídia Coolux Pandora’sBox, armazenando todo o conteúdo devídeo. O programa faz uma interfacecom o sistema de automação Kinesyspara que o vídeo seja redimensionadoem tempo real e caiba exatamente nos
Iluminação projetada ajudou a dar vida aos personagens
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paineis de LED nos momentos emque eles se abrem e se fecham para asentradas e saídas.Trabalhar com o Coolux permitiuque os programadores da Paintingwith Light, Paco Mispellers (ilumi-nação) e Jo Vaas (vídeos e persona-gens animatrônicos) desenvolves-sem uma interface completamentenova à fala, e que a Pandora’s Box fi-zesse o sincronismo das vozes dospersonagens, embutidas na trilha so-
nora, com os movimentos da bocados personagens animatrônicos.Peumans ressaltou que produzir umasérie de momentos tão mágicos e emo-cionantes o deixou com a sensação deestar fazendo um filme, mas com perso-nagens reais atuando. “Esta é uma dasvantagens do teatro sobre os filmes...você pode deixar sua imaginação fazer oresto. A plateia vê os personagens queeles amam bem de perto e acabamimersos na história com eles.”
Ângulo de visão da arena chegava a 270 graus e foi importante para o projeto de iluminação
Fantasias ganham destaque com “excesso” de luz Iluminação ajudou a dar vida aos personagens
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KARINA CARDOSO | [email protected]
Kleber Lucas volta aVigário Geral com “Profeta da Esperança”
Kleber Lucas marcou presença naPraça Tropicalismo, no coração da
comunidade de Vigário Geral (RJ),para o show de lançamento de seu
mais novo trabalho pela MK Music,o CD Profeta da Esperança. O evento
é organizado pelo Grupo CulturalAfro Reggae. O show foi beneficen-
te e com objetivo de restaurar e res-gatar vidas. Esta foi a segunda vez
do cantor na comunidade.
CARAVANARAUL GILRECEBE AOCUBOA Caravana Raul Gil, que
foi realizada em São Pau-
lo no dia 17 de outubro,
contou com 19 atrações,
incluindo o grupo de rap
Ao Cubo. A partir de dis-
cursos sociais, o quarte-
to conseguiu de forma
plena passar a mensa-
gem do Evangelho atra-
vés do movimento musi-
cal e cultural ao qual per-
tence. Esta foi a segun-
da edição da caravana,
que contou com a gran-
de apresentação de So-
raya Moraes, da Graça
Music, em sua estreia.
ASSEMBLEIA DE JAMES RIVERCANTA OS LOUVORES EM NOVO SISTEMAGTO LINE ARRAY SPEAKERA Assembleia de James River recentemente atualizou seu sistema
de som com a peça central sendo o sistema GTO Line Array
Speaker. Ele foi projetado e instalado pela Organização de
Eventos Especiais (SES), que proporcionou a clareza necessá-
ria para os sermões. O sistema é composto de duas principais
matrizes, cada uma com seis armários GTO e um alto-falante
para baixo na parte inferior da matriz. Os subwoofers são
destaques com Lab 21 HS. A área de estar na sala principal
está em um arco de 280 graus para o centro do palco. Como
a plataforma é muito grande, os subwoofers estão alinhados
no centro do palco por trás das peças cênicas no chão
como um sistema sub arco.
Eyshila começa divulgação de seu novo CD
A cantora Eyshila está divulgando seu primeiro álbum Jesus, o Brasil te adora pelaCentral Gospel Music. Em inúmeras festas e eventos em geral, ela vem apresen-
tando suas novas músicas, além de relembrar antigos sucessos que marcaram ge-rações de adoradores. O lançamento nacional ocorreu dia 24 de novembro no
programa Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia, onde foram transmitidos cli-pes inéditos de Eyshila.
Dinah Santos entra para a família Graça Music
A gravadora Graça Music assinou contrato com a cantora pen-tecostal Dinah Santos, que já possui quatro CDs e um DVD, produzi-
dos de modo independente. Dinah já entrou em estúdio para iniciara pré-produção do primeiro CD pela gravadora, que terá Jairinhho
Manhães como produtor musical.
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O CD R.A.B.T. – Rompendo a
Barreira do Templo foi produ-
zido por Ricardo Vidal, co-nhecido por seus trabalhos
com O Rappa. Cheio de ele-mentos do rock cru, punk e
folk, com distorções e bas-tante energia, o CD traz o
primeiro single de Rodolfo, a música Nível Raso, queem poucos dias alcançou milhares de visualizações do
Youtube.
R.A.B.T. (Rompendo a Barreira do Templo)Rodolfo Abrantes
Sou Peregrino, o novo CDde Roberto Robortella, écomposto por uma palavra
profética, sete versões deministros como Chris Tom-
lin, David Crowler, JesusCulture e IHOP, sendo qua-
tro delas composições dopróprio Roberto. O CD ainda conta com a participa-
ção de Fernandinho, Nívea Soares, David Quinlan eFabiano Bremer.
Sou PeregrinoRicardo Robortella
Acaba de chegar às lojas de
todo o Brasil o novo CD doMinistério Davi Silva,Até o
Fim, em parceria com a Oni-music. Este novo trabalho
foi gravado ao vivo na Co-munidade da Graça, em Lon-
drina – PR. Mais de 3 miladoradores participaram, aprovando as 10 faixas que
compõem o novo álbum. Além de tudo, o projeto ain-da conta com a participação de vários músicos, inclu-
indo Fernandinho, Adhemar de Campos, Nívea Soa-res, Asaph Borba, entre outros.
Até o FimDani Silva
O Ministério Nova Jerusa-
lém acaba de lançar o novoCD, Diante do Rei. Para a di-
vulgação deste trabalho, fo-ram realizadas diversas pro-
moções, incluindo a Semana
Ministério Nova Jesusalém.
Este é o sétimo trabalho doMinistério, que foi gravado ao vivo, durante o Culto
do Renovo, na Igreja Batista Nova Jerusalém, no Riode Janeiro. Com 12 faixas inéditas, sendo algumas de
composição do próprio grupo, o álbum traz o melhordo estilo Louvor e Adoração.
Diante do ReiNova Jerusalém
O lançamento do CD Ques-
tiona Ou Adora continua a
todo vapor. O novo traba-lho de Flordelis pela grava-
dora MK Music entrou emturnê no exterior no dia 29
de novembro. No dia 8 dedezembro, Flordelis lançou
o álbum na Catedral do Avivamento Mundial, nosEstados Unidos.
Questiona ou AdoraFlodelis
LançamentosLançamentos
O CD Uma História de Amor,
de Adhemar de Campos, dagravadora Onimusic, é uma
produção em família, poisconta com uma grande par-
ticipação e colaboração dosfilhos do cantor. O novo
projeto de Adhemar nos fazrefletir sobre o amor eterno e a celebração de Deus. O
álbum possui faixas com diversos gêneros musicais, pas-sando pelo pop e até mesclas de black e house music.
Uma História de AmorAdhemar de Campos
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Bruna Karla finalmente lan-
çou seu novo projeto apóstrês anos sem novos traba-
lhos inéditos. Seu novo CDAceito o Teu chamado traz mú-
sicas de vários composito-res, todas com letras fortes e
mensagens de fé. Este é osexto CD da cantora pela gravadora MK Music e o séti-
mo de sua carreira. O último CD de Bruna, Advogado
Fiel, foi indicado ao Grammy Latino 2010 e até hoje tem
canções entre as mais pedidas nas rádios.
Aceito o Teu chamadoBruna KarlaO DVD de clipes de
Kleber Lucas é o re-
gistro audiovisual docantor, da MK Music.
Com quinze anos decarreira, ele foi ga-
nhador de vários Dis-cos de Ouro e Platina,
tem um acervo versátil,com canções de ado-
ração e ministrações.Neste DVD, estão reu-
nidos 26 vídeos, entreclipes, miniclipes e a-
presentações ao vivo, que marcaram vidas e históriasao longo de sua carreira. O destaque do projeto é o
primeiro clipe de Kleber, Verdadeiro Amor, de 1997,seu maior sucesso.
MK Clipes CollectionKleber Lucas
Editora Sextante lança...
...livro 25 Leis Bíblicas
do Sucesso
Da autoria de William
Douglas e Rubens Tei-
xeira e prefaciado por
Eike Batista, o livro 25
Leis Bíblicas do Suces-
so mostra que a bíblia
é o melhor manual so-
bre o sucesso já escri-
to até hoje. O livro de-
monstra 25 lições so-
bre a importância do
esforço e da dedica-
ção ao trabalho, da
incansável busca de
conhecimento e evo-
lução pessoal, do
respeito aos outros
e, acima de tudo, de
um forte senso de honestidade. Como destaque, o livro
demonstra que não importa qual é a sua religião, a base
de uma vida próspera é a mesma para todos.
II SALÃO GOSPEL APRESENTA APEÇA “LUZ DO CÁRCERE”Escrita por Alessandra Terrazas, a peça
Luz do Cárcere tem 48 minutos e será, sem
dúvida, um dos grandes acontecimentos
dentro do II Salão Internacional Gospel,
que será no dia 20 de abril de 2013, sába-
do, às 18 horas, no Centro de Exposições
Imigrantes, em São Paulo. A entrada é gra-
tuita.
THALLES RENOVA CONTRATOARTÍSTICO COM A GRAÇA MUSICThalles e Graça Music estão em uma nova fase. A equipe da
gravadora foi até a casa do cantor, em Minas Gerais, por
dois motivos: a entrega de mais três Discos de Platina e a
renovação do contrato artístico de exclusividade, selando,
por mais três anos, a parceria.
E os frutos já serão colhidos no próximo ano, quando o
cantor lançará um CD inédito e um DVD, que, provavelmen-
te, será gravado no Rio de Janeiro. A continuação do proje-
to Raízes e a produção de um trabalho infantil também
estão nos planos da gravadora.
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O som da
Miguel Sá
Fotos: Divulgação
Paróquia Nossa Senhora do Loreto é
uma das três mais antigas do Rio deJaneiro. Isto não impede que novas
ideias sejam aceitas para melhorar a difu-são da Palavra entre os fiéis. O novo
áudio da igreja começou a surgir em2011, como parte das comemorações dos
350 anos da paróquia. A inspiração veiode uma viagem do pároco Sebastião
Noronha Cintra para a Jornada Mundial
A
Uma das três mais
antigas do Rio de
Janeiro, a paróquia
de Nossa Senhora
do Loreto investe
em sistema
line array.da Juventude no ano passado, em Madri,
Espanha. A boa qualidade do som duran-te o discurso do Papa, mesmo com a gran-
de quantidade de pessoas presentes, des-pertou o pároco para a necessidade de
melhorar a qualidade do áudio na igreja.A história desta paróquia está ligada ao
bairro da Freguesia, em Jacarepaguá.Fundada em 1661, a Freguesia de Nossa
Senhora do Loreto e Santo Antônio de
O som daparóquia
NOSSA SENHORA DE LORETO
Prédio mais antigo, do século18, não comportava mais onúmero de fiéis nas missas
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Jacarepaguá teve a sua primeira igreja em 1664. Aigreja atual foi construída em meados do século
XVIII e sofreu reformas no decorrer dos séculos XIXe XX, como a construção da segunda torre, em 1936.
Desde 1921, a paróquia é dirigida pelos Barnabitas,cujo nome oficial é Ordem dos Clérigos Regulares
Padre Sebastião e técnico de som Tiago Braga
de São Paulo, fundada por Santo Antônio MariaZaccaria. A ordem também é responsável pela paró-
quia de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém doPará. Lá acontece a maior festa religiosa do Brasil, o
Círio de Nazaré.
Lista de equipamentos
Som Do Altar
•1 line Array Attack Versa 206.
• 2 Monitores de Altar Leacs Pups
• Sub Attack 1810A/1880P
Som do Ministério de Música
• 6 Mic Samson Q7
• 2 Monitores Leacs Pups 550 Ativo e Passivo
• 1 Cubo de Baixo Ampeg Ba-115
• 1 Cubo de Guitarra Meteoro Rx-100
• 1 Bateria Michael completa
• 1 Kit Mic Bateria Karsect
• 1 Sub Leacs Vip 600 Ativo e Passivo.
• 4 Fones AKG K414p
• 1 Mesa Yamaha MG 32/14fx
• 1 Equalizador 3102 Behringer
•1 Equalizador 1502 Behringer
•1 Processador MDX 4600 Behringer
•1 Power play Ha8000 Behringer
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Novo local para missas precisou de novo sistema
Sistema lateral
A paróquia de Nossa Senhora do Lo-reto tem dois lugares onde são celebra-
das as missas: a igreja antiga, que é umprédio histórico, mais usado nos fins de
semana em missas especiais, e o antigo
ginásio poliesportivo. O local, que já era
usado desde os anos 1980 para eventosmaiores, foi reformado para, definitiva-
mente, se tornar local de celebração dasmissas nos fins de semana, quando é
maior a quantidade de fiéis. No lugar daquadra, hoje há um altar. Mas o som não
era satisfatório. “Foi quando chegou otécnico de som Tiago Braga. Ele caiu do
céu para nós”, comemora o pároco.Foi durante as comemorações dos 350
anos da Paróquia, em 2011, que TiagoBraga, incentivado pela vontade do pa-
dre Sebastião Noronha Cintra, come-çou a dar forma ao novo som da igreja.
“Não se conseguia escutar nada aqui. Opessoal reclamava muito”, lembra o téc-
nico. O modelo para o sistema do antigoginásio veio da Catedral Metropolitana
de Londrina: o técnico decidiu pela ins-talação de um sistema line array Attack
Versa 206 com quatro caixas e um subpara o som do público. O retorno para os
celebrantes das missas segue também omodelo construído em Londrina, mas as
caixas são Leacs da linha Pulps. O Mi-nistério de Música também foi benefici-
ado por investimentos, adquirindo-seuma bateria completa, amplificadores
Ampeg e Meteoro, fones AKG, micro-fones Samson e Karsect, equalizadores e
processador da Behringer, além de umamesa Yamaha.Line da Attack e side da Leacs
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LUIZ
CAR
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uma quadra da História Humana em que nos es-prememos entre multidões virtuais – vide o
Facebook – e solidões físicas, paro pra pensar em todosos amigos que tenho. Dos mais antigos, lamento a dis-tância, já que por circunstâncias diversas minha vidase dividiu por três cidades: nascido, crescido e vividocarioca, mudei-me de armas e bagagens pra São Pauloantes dos trinta e lá fiz grandes novos amigos nos qua-se quinze anos em que morei, respirei e me refastelei nacosmopolitérrima atmosfera da Megalópole, escolaímpar de maturidade, ENEM de vida... hoje vivo divi-dido entre a deliciosamente provinciana BH e as tre-zentas cachoeiras do arraial de Santo Antônio do RioAcima, às margens da Estrada Real e do rio das Velhas,onde tenho a felicidade de fazer música olhando paraestrelas ainda nítidas (pelo menos por enquanto) enovos amigos com sotaque diferente daqueles que jáme haviam soado antes. E porque aqui falamos de mú-sica, lembro principalmente dos inúmeros compa-nheiros que conheci nesses quarenta anos de tocação,viajação, cantação e composição.Pra começar, lá pelos meados dos fabulosos ou nãoanos sessenta, estava eu quieto no meu canto soloquando recebi um telefonema do inesquecível Nelson
N
Lins de Barros, poeta, cientista, pesquisador, mas antesde tudo amigo, me convidando para um mega-sarauem seu apê de Copacabana. Nelson costumava reunirde figurinhas carimbadas da MPB a jovens promisso-res. Ei, rapaziada, “Jovens Promissores” sempre existi-ram e existirão, a diferença é que naquela época nós nãoprecisávamos sertanejar ou pagodear pra fazer sucesso,entende? Como Cultura não era uma coisa encaradacomo um privilégio de elites, valia falar e tocar de tudo,o que livrou quase três décadas de ditadura de serem ab-solutamente estéreis em termos de criatividade. Mas
ali, naquela noite em particular, Nelson me apresen-tou a um baianinho magrelo e narigudo que depoispôs-se a cantar umas músicas diferentes sobre temasque eu jamais ouvira antes, rios, navios-gaiola, romari-as... Assim conheci Guttemberg Guarabyra, que pou-cos anos depois me apresentaria outro Brasil e seguiriauma história de vida comigo. Naquela mesma noite euconheceria o poeta e teatrólogo Chico de Assis, comquem eu comporia três músicas, entre as quais “Meni-na de Hiroshima”, logo gravada por Nara Leão, anteri-or à “Rosa de Hiroshima” de Vinícius, gravada peloSecos & Molhados, ambas assombradas pelo horror àcatástrofe atômica que nossa geração herdara da Se-gunda Guerra. Nara era um doce de pessoa, apai-xonável à primeira vista. Anos mais tarde ela gravariaoutra música minha, dessa vez, pasmem, uma mar-chinha de carnaval. Convivemos pouquíssimo, masfoi inesquecível pra mim ver minha musa-bossa-nova-protesto cantando minhas músicas.Pouco tempo antes, o mesmo Nelson me levara ao júride um então importante festival estudantil carioca, o doColégio de Aplicação. Lá me impressionei com a efici-ência de um quarteto vocal, o MomentoQuatro. Depoisde terminado o festival, fui lá cumprimentar os rapazes e
conhecendoVivendo e
conhecendoVivendo e
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foi assim que de um só golpe conheci quatro amigosqueridos, todos meus futuros colaboradores em discos,arranjos e composições: Ricardo Villas – que viria a sermeu cunhado e tio de dois dos meus filhos – MauricioMaestro, que me brindou com belos arranjos instru-mentais e vocais, David Tygel, meu futuro companheirode quarto no icônico Solar da Fossa e - last but not least -
Zé Rodrix, parceiro e amigo meu até a última palavra.O apê de Nelson foi também a incubadora do GrupoMensagem, assim batizado por Armando Costa e PauloPontes, do Grupo Opinião, que eu, Sidney Miller, o futurocineasta-então-letrista Paulo Thiago, a futura Quartetoem Cy Soninha Ferreira e Marco Antônio Menezes for-mamos para participar do espetáculo musical “SambaPede Passagem”, onde acabei por conhecer Baden Powell,o MPB4 e Aracy de Almeida, além de sambistas popula-res como Bidi da Imperatriz, Padeirinho da Mangueira eZé Kéti, amigo de Sidney, que embora não integrasse o es-petáculo, aparecia com frequência.Aracy foi um capítulo à parte. O fato de ser rainha doesculacho não impedia que eu a olhasse como umaDeusa, devoção herdada da minha infância passada emVila Isabel, onde ela cantando Noel era presença pre-ferencial na vitrola paterna. Compartilhar um espetá-
culo com Aracy e Baden era uma coisa tão impensávelpra mim quanto uma viagem à Marte sem tanques deoxigênio. As noites no Opinião me levavam a umaterra distante da minha realidade de pós-adolescenteda zona norte. Eu teria que ser um Saramago para ex-pressar isso em português... ver Aracy cantar “Feitio deOração” todas as noites supria com sobras meus maisloucos sonhos de profissionalização musical.Logo no ano seguinte, eu e Sidney Miller passamos aintegrar o elenco de um programa da TV Excelsior SP,centrado na então chamada “música de protesto”, comVandré, Sergio Ricardo e outros. Éramos todos contra-
Aracy foi um capítulo àparte. O fato de ser rainha doesculacho não impedia que eu aolhasse como uma Deusa
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Eu passava tardesinteiras no centro do Rio,entre os estúdios da Odeon,no final da Rio Branco
“
“tados do empresário Guilherme Araújo, figuraça em-preendedora da época. Um fim de noite, Guilherme meligou e pediu que eu fosse ao seu escritório, que ficava emCopacabana em cima do antigo cinema Ricamar, prafazer companhia a um jovem baiano que acabara de che-gar, bom compositor e cantor:- Leva ele na lanchonete lá em baixo.A lanchonete do Ricamar fazia um legendário sanduíchede salaminho com queijo. Comemos os dois, com devo-ção, nossos sanduíches e quase não nos falamos, mas nossorrimos muito, pelo prazer da comida e da companhia.Foi assim que conheci Caetano Veloso.Ainda no escritório do Guilherme passei bons momen-tos ouvindo Gracinha – que Guilherme depois batizariade “Gal Costa“ – cantar minha música “Samenina”. Elaqueria gravá-la no LP “Domingo”, que fez com Caetano.Eu passava tardes inteiras no centro do Rio, entre osestúdios da Odeon, no final da Rio Branco, e da en-tão Philips, depois Polygram, quase na esquina daAlmirante Barroso. Nessa época eu formava comPaulinho Machado, Nelsinho Batera, ChiquinhoAguiar e Malu um grupo chamado ”Charanga”, pro-duzido por Nelson Motta. Nelson me tirou do tér-reo do prédio da Philips, onde eu estava lanchando,e me levou correndo para um dos estúdios da grava-dora, algumas escadas acima. Reclamei da correria:- Que é isso, Nelsinho?- Você tem que ouvir esse cara...Entramos na técnica. Dentro do estúdio um garotobarbudo tocava e cantava com uma garra espantosa.Parei de protestar e fiquei escutando o rapaz:
-Ééé... – Sorri pro Nelson.- Vamos lá – ele disse, ao final da gra-vação – vou te apresentar a ele. Foi
assim que eu conheci o Ivan Lins.Aquele meu parceiro do Charanga,o tecladista Paulinho Machado, melevara anos antes pra Brasília, ondeele tinha um programa local de TVchamado “Dimensão”. Além do trioinstrumental comandado por Pau-linho, participavam também um can-tor e uma cantora. Ela, Glória, uma
mulata cheia de suingue, levava ossambas. Ele, um rapaz magrinho,
sério, tinha um timbre de vozestranhíssimo, que chamavaa atenção, e cantava os afro-sambas de Baden e Edu Lo-bo. Ficamos instantanea-mente amigos. Foi assim queconheci Ney Matogrosso.
Anos mais tarde, em São Paulo, cheguei um belo diana minha Vice Versa, o estúdio que eu dividia comRogério Duprat, Guarabyra, Luiz Botelho e Van-derlei Rodrigues. Quase caí de costas quando, naporta do estúdio, vi duas – eu disse duas! – Ferraris,uma amarela e outra vermelha. Entrei esbaforido edei de cara com meu amigo Beto Ruschel, cantor ecompositor gaúcho, frequentador habitual das nos-sas rodas de música.- Que é isso aí fora? – Perguntei – corrida de Gran Turismo?Beto deu risada:- Uma é minha. Bem, ele era o primeiro músico que euconhecia com uma Ferrari...- Sim, mas e a outra?- A outra é de um amigo que eu trouxe pra visitarvocês. Vamos lá, quero que você o conheça.Fomos pro fundo da casa onde ficava o estúdio propri-amente dito. Na técnica, o sorridente amigo do Betome cumprimentou, simpático, e falou:- Puta estúdio, bicho!Foi assim que eu conheci Roberto Carlos.Lá mesmo no Vice Versa, tínhamos uma banda de luxopra tocar jingles, comandada por meu sócio RogérioDuprat: Cesar Camargo Mariano, Nenê, Crispim,Natan... E um dia, eu quieto lá dentro, ela entrou, amulher do Cesar, sorridente, alegre, espevitada:-E aí, seu Sá? Você que é chefe do meu marido?Foi assim que eu conheci Elis Regina.Famosos ou anônimos, adoro conhecer pessoas em ge-ral, principalmente aquelas que me ensinam algumacoisa, que me fazem crescer, que me emocionam. Ouentão curto também tirar aquela criatura tímida doseu canto, cutucá-la, perguntar por seus sonhos... Eumesmo não me guardo muito. Não tenho medo degente, então acabei por criar a certeza de que ninguémteria medo de mim, medo aí, claro, no sentido da expo-sição das emoções de cada um. Já me dei mal com isso,mas o número de bons e sinceros amigos que arrumeipor ser assim supera de longe as decepções.Pois é... Vivendo e conhecendo!
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Projet Gobos ................................ (11) 3672-0882 .............. www.projetgobos.com.br ........................................................................... 14
Pro Shows .................................... (51) 3589-1303 .............. www.proshows.com.br ...................................................................... 15 e 81
Quanta .......................................... (19) 3741-4644 .............. www.quanta.com.br .................................................................................. 05
QVS .............................................. (19) 3872-3585 .............. www.qvsaudio.com.br .............................................................................. 105
Robe ....................................................................................... www.robe.cz ............................................................................................... 23
Sindmusi ........................................ (21) 2532-1219 .............. www.sindmusi.com.br ............................................................................... 111
Sparflex ................................................................................... www.sparflex.com.br .......................................................................... 4ª capa
Sound Box Brasil ........................... (11) 4661-1014 .............. www.soundboxbrasil.com.br ...................................................................... 51
Spott ............................................. (31) 3271-5608 .............. www.spott.com.br ...................................................................................... 77
Star ............................................... (19) 3864-1007 .............. www.star.ind.br ........................................................................................... 89
Taigar ............................................ (49) 3536-0209 .............. www.taigar.com.br ..................................................................................... 71