Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Santa Catarina | Filiado à CUT e à Condsef Ano 13 | Edição 143Setembro - 2012
Sindicato convocafiliados para novaação na Justiça
Sintrafesc ajuizaráações para reajustede aposentadorias
Leia nesta edição
Sindicato reúnedireção e fazbalanço da gestão
Mundo terá maisde 1 bilhão deidosos em 10 anos
Sintrafesc obtém sentença que reconhece direito dos aposentados
Artigo:Reminiscênciasda greve
Usamos papel
reciclado.
Respeitamos
a natureza
p.3
p.4
p.5
p.6
p.9
p.12
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Projeto de Lei do Se-
nado (PLS) n° 84/07,
do senador Paulo Paim
(PT-RS), que regula-
menta o direito de greve no
serviço público, pode ser vo-
tado ainda este ano. De acor-
do com a relatora da proposta,
senadora Ana Amélia (PP-
RS), o debate sobre o projeto
está “bem encaminhado”.
“A gente já conversou com
as centrais sindicais. O pro-
jeto basicamente mantém o
limite de 30% de prestação
de serviços nas áreas essen-
ciais, como saúde e seguran-
ça. Não altera muito em re-
lação ao que é hoje, mas dá
uma ampliação na quantida-
de de serviços abarcados”,
declarou.
Para a parlamentar, o PLS
n° 84/07 tem mais chances
de ser aprovado do que o PLS
n°710/2011, do senador Aloy-
sio Nunes (PSDB), que tam-
bém trata de regulamentação
das greves no serviço público.
“As condições [para aprovar a
proposta de Paulo Paim] são
melhores”, disse a senadora.
A proposta de Paim é mais
o branda, enquanto a de Nunes
é mais restritiva com relação
à greve no serviço público.
O projeto de Aloysio Nunes
determina, por exemplo, ma-
nutenção de 50% a 80% dos
servidores trabalhando, e a
obrigatoriedade de avisar
sobre a deflagração da greve
com 15 dias de antecedência.Fonte: Mariana Branco – Agência Brasil.
Projeto sobre greve no serviço PúbLico Pode ser votado ainda este anoProjeto sobre greve no serviço PúbLico Pode ser votado ainda este ano
2 Estampa |Setembro| 2012
Dos três maiores partidos brasileiros, o PT foi o único que aumentou o número de prefeituras nas últimas eleições municipais. Passou de 558, em 2008, para 624. Um cres-cimento de 12%. Seu principal rival, o PSDb, continua na sua frente, mas registrando a tendência de queda estabe-lecida desde as eleições passadas: encolheu de 791 pre-feituras para 689. o PMDb, aliado do PT e líder do ranking de municípios, caiu de 1.204 prefeituras para 1.019. o PSb foi o partido que mais cresceu no país: 40%. Conquistou 416 prefeituras, contra as 310 de 2008. Mas o partido que conseguiu alçar o posto de quarto maior do país foi o PSD, nascido de uma dissidência do DEM, no ano passado: 463 prefeitos eleitos. o DEM, consequentemente, foi o que mais encolheu. Conquistou 271 prefeituras, contra 495 nas eleições passadas.
o jornal Estampa é uma publicação mensal do Sintrafesc.
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Jornalista: Celso Vicenzi (MTE/SC 274 JP) Editoração: Cristiane Cardoso (MTE/SC 634 JP) Tiragem: 4.200 exemplaresImpressão: Gráfica AgnusFechamento da Edição: 15/10/2012
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Sede Florianópolis
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Conselho Fiscal
osni Francisco Tavares, Tânia lindner, Vlander luiz Pacheco, Edson Gonçalves e Plácido Simas
Diretoria - Gestão 2010-2013
Umas e Outras |
Fontes: Agência Carta Maior; Agência Brasil; Extra (RJ); Andi.
entre os maiores, Pt é o único que cresce
Anualmente, cerca de 42 mil pessoas morrem ví-timas de acidentes de trânsito no brasil – entre motoristas, motociclistas e pedestres. o dado é do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). “Nós temos que reduzir as mortes em 50% até 2020”, alerta Maria Cristina Hoffmann, coorde-nadora geral de qualificação do fator humano no trânsito. A Década Mundial de Ações para a Segu-rança do Trânsito – 2011/2020 tem como tema “Não Exceda a Velocidade, Preserve a Vida”.
acidentes de trânsito causam 42 miL mortes Por ano no brasiL
Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do laboratório bayer acende um alerta: 73% dos jovens não usam camisinha na primeira relação sexual. A falta de preven-ção pode levar a uma gravidez de risco, mas também é a porta de entrada para doenças se-xualmente transmissíveis (DSTs). Uma delas é o HPV, que causa o câncer de colo do útero. “Nas adolescentes, muitas lesões causadas pelo vírus HPV desaparecem sozinhas. Mas há um grupo em que elas evoluem para tumores. Esse câncer é um dos principais causadores de infertilidade, abortos, partos prematuros e mortalidade entre mulheres jovens”, afirma Felipe lorenzato, ginecologista e doutor em Patologia Molecular.
sintrafesc Promove reuniões com funasa e maPao advogado do Sintrafesc, luís Fernando Silva, e dirigen-tes do Sindicato se reuniram no dia 10 de outubro, às 9 horas, com os servidores e servidoras da Fundação Na-cional da Saúde (Funasa), no auditório do órgão, no Es-treito, em Florianópolis. Na pauta, esclarecimentos sobre a greve dos servidores da Funasa e outros temas de inte-resse dos funcionários do órgão. No dia 11 de outubro, o advogado e dirigentes se reuniram com os anistiados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para tratar de assuntos de interesse da categoria, na sede do órgão, em São José.
dos jovens não usam camisinha na Primeira reLação
73%
3 2012 | Setembro | Estampa
demonstrativo do pagamento de ações judiciais em setembroo valor da maior ação paga individualmente foi de R$ 30.423,48.Total de 28 servidores que, juntos, receberam R$ 283.358,42Média de R$ 10.119,94 por servidor.
servidores ação Órgão vaLores - r$
1 Anuênio Funai 5.335,10
4 Gratificações; 3,17% Ministério dos Transportes 24.182,49
13 Gratificações; Anuênio Funasa 114.652,16
4 Gratificações Ibama 95.658,96
2 Gratificações SFA 17.389,46
1 28,86% IFSC 12.034,41
1 Gratificações base Aérea 3.280,46
1 Gratificações Marinha 3.782,05
1 Gratificações SRTE 7.043,33
28 totaL 283.358,42
Jurídico |
Sintrafesc informa aos
filiados e filiadas que,
com base em várias de-
cisões a favor dos servi-
dores públicos federais, o Su-
premo Tribunal Federal (STF)
e o Superior Tribunal de Jus-
tiça (STJ) entenderam que o
terço constitucional de férias
(1/3) por deter natureza inde-
nizatória e não incorporar à
remuneração do servidor em
sua aposentadoria, deve ser li-
vre da incidência do Plano de
Seguridade Social.
Dessa leitura percebe-se
a posição atual para que não
ocorra mais este desconto,
possibilitando o ajuizamento
de ações para buscar a devo-
lução do que foi descontado a
este título nos últimos cinco
anos (prazo de prescrição).
Assim, os servidores que ti-
veram esse desconto em seus
contracheques (PSS sobre 1/3
oQuanto mais cedo o servidor procurar o Sindicato para ajuizar a ação, maior será a dívida por ele cobrada
férias) nos últimos cinco anos,
servidores em atividade ou re-
cém-aposentados, devem pro-
curar o Sintrafesc para ajuizar
as ações correspondentes,
devendo estar munidos dos
seguintes documentos: fichas
financeiras dos últimos cin-
co anos (solicitar no órgão);
comprovante de residência
atualizado e em nome próprio
(água, luz ou telefone); e cópia
do CPF e RG.
No Sintrafesc, deverão pre-
encher, ainda, os documentos
habilitando os advogados a
agirem em seu nome (procu-
ração, contrato etc).
Muito embora esta ação não
tenha repercussão financeira
alta, porque os descontos fo-
ram pequenos, “é bom lem-
brar que cada mês que passa
os servidores que têm direi-
to, perdem atrasados, uma
vez que em juízo só é possí-
vel cobrar as diferenças refe-
rentes ao prazo de cinco anos
anteriores ao ajuizamento da
ação respectiva, de modo que
quanto mais cedo o interessa-
do procurar o Sindicato para
ajuizar a ação, maior será a dí-
sintrafesc convoca fiLiados Para nova ação sobre um terço de férias
Fonte: Sintrafesc – Assessoria de
Imprensa (com informações da
Assessoria Jurídica)
vida por ele cobrada e o valor a
ser reincorporado”, afirmou a
presidenta do Sintrafesc, Ma-
ria das Graças Gomes Albert.
Os servidores precisam trazer os seguintes documentos:
4 Fichas financeiras dos últimos cinco anos (solicitar no órgão);
4 Comprovante de residência atualizado e em nome próprio (água, luz ou telefone);
4 Cópia do CPF e RG.
4 No Sintrafesc, preencher os documentos habilitando os advogados a agirem em seu nome (procuração, contrato etc).
o que é necessário para ajuizar a ação
4 Estampa |Setembro| 2012
Jurídico |
o final de 2003 foi pro-
mulgada a Emenda
Constitucional nº 41,
que modificou o regi-
me de previdência dos servi-
dores públicos, dentre outras
coisas estabelecendo em uma
de suas regras de transição
(Art. 2º, da EC nº 41/2003), a
possibilidade de aposentado-
ria com 53 anos de idade (ho-
mens), e 48 (mulheres), desde
que estes comprovassem pos-
suir 35 anos de serviço (ho-
mens), e 30 (mulheres, dentre
alguns outros requisitos.
Desta forma, os servidores
que lograram a aposentado-
ria conforme o artigo 2º, da
Emenda Constitucional nº
41,/2003(bem como as pen-
sões respectivas), deixaram
de ter o benefício da paridade
com os servidores em ativida-
de, e passaram a ter o direito
ao reajuste anual de seus pro-
ventos, nas mesmas datas e
índices aplicados ao reajuste
dos benefícios dos trabalha-
dores do setor privado, man-
tidos pelo INSS.
Ocorre que no âmbito fe-
deral a regulamentação deste
direito veio a ocorrer apenas
em 2008, de modo que entre
2004 e 2007 as aposentado-
rias em questão permanece-
ram inconstitucionalmente
“congeladas”, como demons-
tra o quadro em destaque.
Logo, caso as aposentado-
rias e pensões destes servido-
res tenham sido concedidas
nCaso as aposentadorias e pensões tenham sido concedidas entre 2004 e 2007 terão direito à correção dos índices
entre 2004 e 2007, não há
dúvida de que têm eles direito
à correção dos índices de rea-
juste aplicados aos benefícios
do INSS neste mesmo período,
bem como a aplicação do índi-
ce “cheio” relativo ao mês de
março de 2008, ao contrário
do que efetivamente ocorreu.
Isto significa dizer que os
atuais valores de suas aposen-
tadorias (ou pensões) devem
ser aumentados, mediante a
incidência dos índices de in-
flação referentes ao período
de 2004 a 2007 (conforme a
data da aposentadoria ou pen-
são), bem como deve ser pago
a estes servidores as diferen-
ças de proventos (ou de pen-
sões) apuradas nos últimos
cinco anos.
Assim, os servidores cujas
aposentadorias (ou pensões)
tenham sido concedidas entre
janeiro de 2004 e fevereiro
de 2008, cuja concessão haja
sido fundada no artigo 40, da
Constituição Federal, ou no
sindicato ajuizará ações individuais e coLetiva, PLeiteando o reajuste de aPosentadorias
artigo 2º, da Emenda Cons-
titucional nº 41, de 2003,
devem procurar o Sindicato
para ajuizar as ações corres-
pondentes, devendo estar
munidos dos seguintes docu-
mentos:
a) cópia do ato de
aposentadoria (portaria
de concessão ou cópia do
Diário Oficial da União;
b) cópia dos contracheques
desde o primeiro mês de
aposentadoria (ou pensão)
até hoje;
c) comprovante de
residência;
d) cópia de documento de
identidade.
No Sintrafesc estes servido-
res deverão, ainda, preencher
os documentos habilitando os
advogados a agirem em seu
nome (procuração e contra-
to).
É bom lembrar, neste caso,
que cada mês que passa os
aposentados que tenham di-
reito à esta ação perdem um
mês de atrasados, uma vez
que em juízo só é possível co-
brar diferenças de proventos
ou pensões referentes ao pra-
zo de cinco anos anteriores ao
ajuizamento da ação respecti-
va, de modo que quanto mais
cedo o interessado procurar o
Sindicato para ajuizar a ação,
maior será a dívida por ele co-
brada e o ganho em seus ven-
cimentos.
Paralelamente com as ações
individuais, que dependerão
das providências citadas, o
Sintrafesc também ajuizará,
com o mesmo fim, uma Ação
Civil Pública, neste caso pro-
curando beneficiar todos os
seus filiados em Santa Cata-
rina.
Florianópolis, 25 de setem-
bro de 2012.
Luis Fernando Silva
Advogado do Sintrafesc
Mês/Ano Índice RGPS/INSS Instrumento Índice aplicado
Maio/2005 6,355% PT/MPS nº 822, de 12.5.2005 nada
Abril/2006 5,00% PT/MPS nº 342, de 17.8.2006 nada
Abril/2007 3,30% PT/MPS nº 142, de 12.4.2007 nada
Março/2008 5,00% PT/MPS nº 77, de 11.3.2008 1,20%
Fevereiro/2009 5,92% PT/MPS nº 48, de 12.2.2009 5,92%
Janeiro/2010 7,72% PT/MPS nº 333, de 29.6.2010 7,72%
Janeiro/2011 6,47% PT/MPS/MF nº 407, de 14.7.2011 6,47%
Janeiro/2012 6,08% PT/MPS/MF nº 2, DE 6.1.2012 6,08%
5 2012 | Setembro | Estampa
Jurídico |
Direito é assegurado a quem teve a aposentadoria concedida com base no Art 3º da EC nº 47/2005 ou na original redação do Art. 40 da Constituição
Escritório SLPG -
Silva Locks Filho,
Palanowski e Gou-
lart, que presta as-
sessoria Jurídica para o Sin-
trafesc, vem ajuizando ações
com o fim de ver reconheci-
do o direito à integralidade
de proventos em favor dos
servidores cujas aposentado-
rias tiverem sido concedidas
com base no art. 3º, da EC nº
47/2005, ou com base na ori-
ginal redação do art. 40, da
Constituição.
O Escritório SLPG obteve a
primeira decisão judicial re-
lativa a um servidor da Anvi-
sa, em que o juiz Gustavo Dias
de Barcellos afirma que para
essas modalidades de aposen-
tadorias o direito à integrali-
dade foi mantido. Os proven-
tos devem ser calculados com
o
sintrafesc obtém sentença que reconhece direito dos aPosentados
base na totalidade da última
remuneração recebida em ati-
vidade, inclusive no que diz
respeito à gratificação de de-
sempenho, mantendo-se, da
aposentadoria para a frente,
o direito à paridade, ou seja,
estendendo-se a esses servi-
dores todos os ganhos eventu-
almente concedidos aos servi-
dores em atividade.
O direito em questão é pos-
sível para duas modalidades
de aposentadoria, a saber:
a) aquelas concedidas ainda
com fundamento na ori-
ginal redação da Consti-
tuição Federal de 1988;
b) aquelas concedidas com
fundamento no artigo 3º
da Emenda Constitucio-
nal nº 47/2005.
“Para verificar se a sua si-
tuação individual se enquadra
nessas possibilidades, basta o
servidor observar o respectivo
ato de aposentadoria, publica-
do no Diário Oficial da União
(cópia é entregue ao servidor
no momento da aposentado-
ria), e confirmar se foi con-
cedida com fundamento nos
referidos dispositivos consti-
Fonte: Sintrafesc
4fotocópia do ato de aposentadoria, onde conste o fundamento constitucional da aposentação;
4fotocópia dos contra-recibos de pagamento (ou ficha-financeira), incluindo o referente ao último mês em atividade e todos os meses em que recebeu proventos de aposentadoria;
4fotocópia de um documento de identidade e de um comprovante de residência;
tucionais”, afirmou o advoga-
do Luís Fernando Silva.
Em caso positivo, os ser-
vidores interessados devem
procurar o Sindicato munidos
dos documentos listados no
quadro abaixo.
É importante lembrar que
servidores aposentados por in-
validez não estão contemplados
por esses tipos de processos.
documentos necessários para ajuizar a ação
administração revê aposentadorias por invalidez e comete novas irregularidades contra os servidoresA Administração Pública está obrigada a rever todas as aposentadorias por invalidez concedidas a partir de fevereiro de 2004.
Alguns órgãos públicos conseguiram cumprir o prazo dado pela Emenda e reviram as aposentadorias de seus servidores, mas infelizmente, uma vez mais, descumpriram o que diz a própria Emenda em relação aos direitos a serem observados.
Mesmo sabendo que a Emenda Constitucional teve por objetivo assegurar o direito aos servidores aposentados por invalidez de terem suas aposentado-rias (integrais ou proporcionais, conforme a origem da invalidez) calculadas com base na totalidade da última remuneração recebida em atividade, se-guindo-se daí o direito à paridade com os servidores em atividade, estes ór-gãos vêm aplicando orientação emanada da Secretaria de Gestão do MPoG, segundo a qual as gratificações de desempenho seguem sendo devidas na forma prevista em suas respectivas leis de regência. ou seja, se essas leis definem que a incorporação à aposentadoria se dará à base de 50 pontos, é esta pontuação que deve ser considerada no momento de se definir o valor a ser pago ao aposentado por invalidez, correspondendo então a 50 pontos (ideia de integralidade), se a invalidez decorreu de doença grave, especifi-cada em lei, doença profissional ou acidente do trabalho, e um valor ainda menor que este (ideia de proporcionalidade), se a invalidez é proporcional, decorrente de doenças comuns.
Dessas revisões resultam valores devidos aos servidores desde março de 2012, quando deveriam importar em diferenças desde a data da respectiva aposentadoria, respeitada a prescrição cinco anos.
o Sintrafesc orienta os servidores cujas aposentadorias tenham sido conce-didas por invalidez, a contar de fevereiro de 2004, que procurem o Sindicato munidos dos seguintes documentos:
a) fotocópia integral do processo de aposentadoria por invalidez original;
b) fotocópia integral do recente processo de revisão da aposentadoria por invalidez;
c) fotocópia dos contra-recibos de pagamento desde o mês anterior ao da aposentadoria até o mês atual;
d) fotocópia de documento de identidade e comprovante de residência.
“o servidores aposentados por invalidez antes de fevereiro de 2004, a prin-cípio não sofreram os prejuízos mencionados, mas devem trazer também ao Sindicato, para análise, os seguintes documentos:
a) fotocópia integral do processo de aposentadoria por invalidez original;
b) fotocópia dos contra-recibos de pagamento desde o mês anterior ao da aposentadoria até o mês atual;
c) fotocópia de documento de identidade e comprovante de residência.
6 Estampa |Setembro| 2012
Artigo |
reminiscências da greve dos servidores PúbLicos federais
ara o antropólogo
americano William
Ury “existem basica-
mente três meios de
resolver um conflito: poder,
direitos ou interesses. O me-
lhor deles é por interesses, o
pior, pelo poder”. Não é ne-
cessária uma análise muito
profunda para se concluir que
na recente greve o Governo
optou por impor a força do
poder do Executivo, estabele-
cendo uma vontade unilateral
à maioria das representações
dos servidores públicos, que
receberão, de maneira parce-
lada, reajustes que sequer co-
brem a metade das perdas in-
flacionárias dos últimos anos.
Diferentemente do governo
anterior que, pelo menos no fi-
nal de seu mandato, teve uma
convivência harmoniosa com
os servidores, o atual governo
impôs um arremedo de nego-
ciação, arrastada por meses,
e ao final sequer obedeceu as
garantias mínimas previstas
no artigo 37, X da CF: “É as-
segurada revisão geral anual
dos subsídios e vencimentos,
sempre na mesma data e sem
distinção de índices”.
Devemos recordar que antes
dos movimentos começarem a
proposta do Governo era rea-
juste “Zero”, como justificativa
a interminável crise econômi-
ca Europeia. Para conseguir
dobrar o movimento grevis-
ta, utilizou-se de métodos da
P cartilha Neoliberal, tão em
voga nos anos 90, liberando
à imprensa análises econômi-
cas que atribuem problemas
ao Estado brasileiro como se
decorrentes do setor público:
“déficits” nas contas públicas
e no sistema previdenciário.
Houve, no entanto, um silên-
cio eloquente sobre o grande
responsável pelo “escoamento
de dinheiro” nas contas públi-
cas: o pagamento de juros e
encargos da dívida.
Saindo desse enfoque ma-
niqueísta, há aqueles que
acreditam no papel estratégi-
co do Estado no processo de
desenvolvimento e sabem que
este não poderá cumprir com
suas obrigações se não pos-
suir um quadro de servidores
dedicados e estimulados. Um
município, um estado ou a
União tem em seu alicerce o
esforço, a dedicação e o tra-
balho de milhares de servido-
res. Esses cidadãos carregam
consigo a responsabilidade
de estabelecer um elo entre o
Poder Público e a sociedade,
prestando serviços essenciais
à população.
É tarefa árdua desmistifi-
car algumas premissas que
permeiam o serviço público.
Entender algumas considera-
ções é um grande passo para
melhor julgar o servidor:
1) Há, no Brasil, uma baixa
relação servidor/habitante, si-
tuação muito abaixo da média
mundial [1];
2) Há um baixo peso rela-
tivo entre emprego público e
total de ocupados num com-
parativo internacional [2].
Mesmo em um comparativo
com países latino-americanos
a relação brasileira é inferior
a de muitas Nações, só sendo
melhor que a de países muito
pobres;
3) Há, de maneira geral,
pouca variação no quantitati-
vo do emprego público, bem
como pouco aumento subs-
tancial da folha a ponto de
impactar significativamente o
gasto com pessoal;
4) O montante que a União
gasta em percentual do PIB
com despesas de pessoal, civis
e militares, nas três esferas do
governo, inclusive aposenta-
dos e pensionistas, vem man-
tendo-se estável, como mostra
a tabela a seguir:
Por FlORIANO MARTINS DE Sá NETO
Presidente da Fundação Anfip de
Estudos da Seguridade Social
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Os dados foram apurados pelo critério de competência; PIB: Ipeadata. Elaboração própria (do autor).
despesa anual de Pessoal da união (1995 a 2011)Em R$ milhões correntes e em % do PIB
Exercício Despesa com pessoal (a) PIB (b) (a/b) %
1995 37,89 705,64 5,37
2000 58,24 1.179,48 4,94
2005 100,28 2.147,24 4,67
2007 126,88 2.661,34 4,77
2008 144,48 3.032,20 4,76
2009 167,07 3.239,40 5,16
2010 183,28 3.770,08 4,86
2011 197,48 4.143,01 4,77
7 2012 | Setembro | Estampa
Todas essas afirmativas
sequenciadas anteriormente
são levadas à sociedade de
maneira distorcida, com má
fé, estimulando uma opinião
crítica sobre os servidores,
suas obrigações e remunera-
ções. A existência de um Es-
tado de Welfare State carac-
teriza-se também pela ampla
oferta de serviços públicos,
baseados em políticas sociais
universalistas, que, para se-
rem executadas, necessitam
de mão de obra qualificada
no setor público.
A greve de quase 370 mil
servidores federais, distribuí-
dos em cerca de 30 categorias,
e as consecutivas quedas do
nível de atividade industrial,
pouco incremento do PIB e da
arrecadação federal demons-
tram que a crise econômica
está cada vez mais presente
no cotidiano dos brasileiros.
Além desse quadro ruim, a in-
flação permanece em patama-
res elevados, corroendo a ren-
da dos trabalhadores. Mesmo
assim, o governo federal mos-
trou-se intransigente em rela-
ção às pautas dos grevistas.
Um paradoxo é visto quan-
do são anunciadas novas pri-
vatizações e incentivos para o
empresariado.
As deso-
nerações tri-
butárias com o
propósito de incen-
tivar a economia estão
a todo vapor, inclusive com
novos setores de atividade
sendo incluídos para 2013.
Mas como resultado para
a economia, por enquanto,
quase nada.
Quando o assunto é o le-
gítimo direito, a busca por
justiça e melhores remune-
rações e condições de tra-
balho, com paralisações das
atividades e reivindicações,
volta à cena o descaso com o
servidor. E como são irôni-
cas algumas evidências. Os
Auditores-Fiscais da Receita
Federal do Brasil (AFRFB)
– em greve por entenderem
que além do descumprimen-
to do artigo 37, inciso X, CF,
há o descumprimento da Lei
10.331/2001, que define a
data-base para efeito de re-
ajuste anual, sem distinção
de índice; por almejarem a
regulamentação da Conven-
ção 151, da OIT, que esta-
belece regras permanentes
para a negociação coletiva
no serviço público – são jus-
tamente aqueles que fiscali-
zam, que mais contribuem
para o pleno exercício da
arrecadação federal, tão re-
traída pelos efeitos do de-
saquecimento econômico e
das desonerações.
A quem interessa manter
um quadro de servidores de
Estado desmotivado, destrei-
nado, e sem a reposição de
perdas remuneratórias dos
últimos quatro anos? Com
certeza os sonegadores e frau-
dadores estão a aplaudir.
Reconhecer o trabalho do
NOTAS
[1] Ipea: Comunicado da Presidência. Emprego Público no Brasil: Comparação Internacional e Evolução, março de 2009.
[2] Idem (1)
Fonte: Diap.
servidor público é fundamen-
tal para melhorar os serviços
prestados à sociedade. Por
outro lado, questionar seus
atributos, seus rendimentos
ditos “generosos”, sua pre-
sença maciça em prol da so-
ciedade, e, principalmente,
seus direitos adquiridos, em
nada contribui para melhorar
o serviço público, tampouco
para alavancar a economia.
E somente valorizados e mo-
tivados, poderão prestar um
serviço público de excelência
e qualidade.
A quem interessa manter um
quadro de servidores de Estado
desmotivado, destreinado, e
sem a reposição de perdas
remuneratórias dos últimos
quatro anos? Com certeza os
sonegadores e fraudadores
estão a aplaudir.
8 Estampa |Setembro| 2012
Opinião |
a imPortância da estratégia
estratégia tem uma
tríplice importância
para o movimento
sindical dos trabalha-
dores que, em geral, é defen-
sivo, de resistência e inclinado
a agir de modo intempestivo e
pouco planejado.
Em primeiro lugar a estra-
tégia é importante porque o
movimento – que enfrenta os
poderes do patronato, do Es-
tado, da mídia e da ideologia
dominante – necessita de ação
continuada e cumulativa que
produza resultados.
O movimento sindical joga
em um campo desequilibra-
do e enfrenta, quase sempre,
além de adversários fortes,
regras de jogo desfavoráveis e
juízes mal-intencionados.
Em segundo lugar o movi-
mento necessita de estratégia
porque é um exército com
muitos uniformes, precisa ga-
rantir unidade de ação apesar
da diversidade de seus diri-
gentes e de suas bases.
Mesmo se considerarmos
apenas uma só categoria e um
único sindicato, as diferenças
entre seus componentes são
significativas e apesar disto a
luta tem que ser conduzida no
interesse de todos, até mesmo
a por mandato constitu-
cional.
Em terceiro lugar a estra-
tégia para a vitória é necessá-
ria porque, diferentemente dos
poderosos, o movimento não
tem a possibilidade de transfe-
rir para outros a responsabili-
dade dos erros e das derrotas e
suas consequências.
Vejam bem, enquanto na
Europa os banqueiros têm
transferido para os trabalha-
dores o ônus de seus descala-
bros financistas, o movimento
tem pago o preço de descré-
dito e desespero derivados de
suas estratégias equivocadas.
A estratégia desempenha,
pois, um papel relevante para
o movimento sindical dos tra-
balhadores porque nossa luta,
sendo contra os poderosos, exi-
ge continuidade e acumulação,
mobiliza e organiza diferentes
setores do mundo do trabalho,
unificando-os e nela não se pode
errar – o preço do erro é muito
maior que seu custo e tem que
ser pago à vista e a prazo.
Fonte: Sintrafesc - Assessoria de
Imprensa (com informações da
Assessoria Jurídica).
Por JOãO GUIlhERME VARGAS NETO
Membro do corpo técnico do Diap, e consultor
sindical de diversas entidades de SP
Fonte: Diap.
sindicatos tentam na justiça derrubar o aumento das contribuições dos servidores à geaP
d esde a aprovação da
Resolução nº 616, do
Conselho Deliberati-
vo da Geap (Funda-
ção de Seguridade Social), o
Escritório SLPG, que presta
assessoria Jurídica ao Sin-
trafesc, tem ajuizado ações
em nome de vários sindica-
tos por ele representados,
visando impedir que sejam
descontados os novos valores
de contribuições dos servi-
dores à Geap, absurdamente
majorados por deliberação da
entidade.
Algumas dessas medidas
foram Ações Civis Públicas
(ACP), ajuizadas junto ao Tri-
bunal de Justiça do Distrito
Federal ou de Santa Catarina,
conforme o caso, e outras fo-
ram Mandados de Segurança,
ajuizados junto à Justiça Fe-
deral de Brasília.
As primeiras (ACP) visam
desconstituir a Resolução nº
616/2012, enquanto o Man-
dado de Segurança mencio-
nado se destina a ver reconhe-
cida a ilegalidade da recente
rescisão do convênio entre a
Geap e o Ministério da Saú-
de, a partir da qual abriu-se
a possibilidade de celebração
de novo convênio, já com os
valores majorados.
“Até aqui, infelizmente,
não obtivemos decisões fa-
voráveis aos nossos pleitos,
mas continuamos tentando
esta obtenção através de re-
cursos manejados naqueles
processos em que as decisões
dos juízes de Primeiro Grau
foram pela improcedência”,
afirma o advogado Luís Fer-
nando Silva, do Sintrafesc.
No dia 25 de outubro, ha-
verá uma Audiência Pública,
no Plenário 7 (Espaço das
Comissões), do Congresso
Nacional, às 9 horas, sobre o
Plano de Saúde da Geap.
9 2012 | Setembro | Estampa
Planejamento |
“Cumprimos com a promessa de aproximar o Sindicato das bases”, afirma Maria das Graças Albert
Sintrafesc promo-
veu nos dias 4 e 5
de outubro uma
reunião da Direção
Executiva, em Florianópo-
lis, quando fez um balanço
das ações da gestão e o pla-
nejamento até o final da ges-
tão, que termina em 2013.
“Cumprimos com a promes-
sa de aproximar o sindicato
da base, percorremos todas
as regiões do Estado, fomos
a todos os órgãos, estivemos
junto nas principais lutas
da categoria, promovemos
atividades culturais, am-
bientais, de gênero, raça e
etnia, garantimos a presen-
ça dos servidores nos fóruns
de discussão em Brasília,
oferecemos suporte jurídico
de qualidade, realizamos as-
sembleias, seminários, ofici-
nas, palestras e uma série de
eventos, com os servidores
ativos, aposentados e pen-
sionistas, um balanço mui-
to positivo que vamos levar
ao conhecimento dos filia-
dos e filiadas, para mostrar
que com trabalho e a união
da categoria, será possível
alcançar novas vitórias na
o
sintrafesc reúne direção e faz baLanço das atividades da gestão
luta por um serviço público
de qualidade, por um pla-
no de carreira e uma justa
remuneração àqueles que
dedicam a sua vida ao fun-
cionalismo público federal”,
afirmou a presidenta Maria
das Graças Gomes Albert.
A assessora de Formação,
Ízide Fregnani, entregou
a cada diretor um cader-
no com o planejamento da
gestão 2010-2013, o quadro
das ações planejadas por
Grupos de Trabalho, as pro-
postas jurídico-políticas por
setores, o balanço das ações
realizadas em 2011 e 2012, o
monitoramento da gestão e
avaliação de tudo o que foi
executado, e as definições
de ações estratégicas e prio-
ritárias para o próximo ano,
que serviram para subsidiar
o debate com os dirigentes.
Elisa Ferreira, psicóloga e
assessora em saúde do tra-
balhador do Sindicato dos
Trabalhadores em Saúde e
Previdência do Serviço Pú-
blico Federal em Santa Ca-
tarina (Sindprevs-SC) mi-
nistrou uma oficina de saúde
em que apresentou pesqui-
sas realizadas com diferen-
tes categorias de trabalha-
dores. No trabalho com os
servidores e servidoras das
agências da Previdência So-
cial, constatou-se que 62%
dos trabalhadores relataram
algum tipo de sofrimento
psíquico.
O Sintrafesc pretende de-
senvolver uma pesquisa jun-
to à sua base para identifi-
car os principais problemas
de saúde e promover ações
de educação e promoção da
saúde.
O setor de Comunicação
do Sindicato apresentou um
balanço do site, do jornal e
do boletim diário de notícias.
O site já foi acessado por in-
ternautas de 23 países e de
todos os estados brasileiros.
“Temos sido fonte de consul-
ta para outros sites e jornais
de sindicatos de Santa Ca-
tarina e do país”, afirmou o
jornalista Celso Vicenzi.
Na última greve, foram
produzidas 69 notícias,
além de dois artigos sobre a
greve dos servidores que fo-
ram publicados por dezenas
de sites e blogs do país. O
site possui atualmente mais
de 33 mil notícias e 5 mil ar-
tigos sobre os mais variados
assuntos de interesse dos
trabalhadores, em especial
dos servidores públicos fe-
derais.
A jornalista e designer
Cristiane Cardoso, apre-
sentou a proposta de cartaz
para o 4º Congresso do Sin-
trafesc, que foi aprovada.
O evento será realizado de
5 a 8 de dezembro, no Ho-
tel Canto da Ilha, na Escola
Sul da CUT, em Ponta das
Canas, Florianópolis. Os te-
mas centrais do Congresso
serão o movimento sindical,
as transformações no mun-
do do trabalho e os desafios
ambientais.
Dirigentes fazem balanço e planejamento das ações até o final da gestão
Elisa Ferreira: saúde do trabalhador Dedicação às tarefas
Fonte: Sintrafesc
10 Estampa |Setembro| 2012
Opinião |
Por DORA MARTINS
Membro da Associação Juízes para a Democracia e da Coordenadoria da
Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo.
a adoção tardia e o desafio de amar
á um belo provérbio
chinês que diz que
“são necessários três
mil anos de orações
para repousar a cabeça no
travesseiro com alguém que
amamos”. E quantos mil anos
serão necessários para amar
uma criança como um filho?
Amar uma criança que não
tem nossa tão acalentada he-
rança genética, mas que tem
olhos de afeto, coração pul-
sante e riso bonito?
A adoção de crianças maio-
res é um grande desafio para
quem ousa amar o outro, esse
alguém para ser filho, um ser
que se tem que recepcionar
na alma de um modo inteiro.
Cresce, de pouco em pouco,
no Brasil, o interesse de pes-
soas casadas ou solteiras pela
adoção de crianças maiores,
acima de 3 ou 4 anos, embora
o limite raramente ultrapasse
alguém com 7 ou 8 anos. É a
chamada adoção tardia.
Tardia talvez para o me-
nino ou menina que, em seu
quarto dividido com tantos
outros numa instituição, já
tenha feito milhares de anos
de orações, pedindo uma fa-
mília. Tal adoção, tal jeito de
constituir uma família, não é
cogitada por muitos que até
pensam em adotar, mas não
seguem avante nessa emprei-
tada de afeto e alteridade com
esse outro ser que já fala, pen-
sa, pede, interpela e sonha.
Crianças que por razão
qualquer vivem tanto tempo
num abrigo, e que lei nenhu-
ma consegue tirá-las de lá,
são seres plenos de esperança
e medo. Ambos sentimentos
alimentados pelo mesmo fato
– onde está uma família que
h me leve daqui?
Você, leitor e leitora, por
certo, não viveu parte de sua
infância num abrigo. Nem eu.
E, pois, não sabemos, de fato,
como dói essa espera. E, mui-
tos, meninos e meninas, na
faixa dos 5 aos 12 anos, em de-
zenas de abrigos em São Paulo
e Brasil afora, não se confor-
mam com tão longa espera
(ou inútil espera) e, então, se
rebelam, não “se comportam
bem”, são agitados, berram,
choram, pedem, exigem, não
tem bom rendimento escolar,
sofrem de um tal déficit de
atenção e coisas que tais.
Apesar de chorarem de
saudades de uma mãe au-
sente, de se deprimirem cada
vez que um bebê que vive ali
é adotado, para eles não há
colos suficientes e amorosos
de verdade, olhares precisos
e presentes, e sim, e por fim
e para por fim em tanta agi-
tação, para esses sobra uma
prescrição: fluoxetina (20 mg,
1 vez ao dia), Neuleptil (4%, 1
vez ao dia), Oxcarbamazepi-
na (2 comprimidos por dia) e
Ritalina (1/2 comprimido de
manhã e meio ½ comprimido
à noite).
Aos treze, catorze, quinze
até os dezessete anos, aumen-
tam-se as doses, a angústia e a
rebeldia. Aos dezessete anos,
onze meses e vinte e nove dias
de vida, exige-se desses meni-
nos e meninas estarem aptos
para a chamada autonomia,
e a um passo da rua, para um
mundo desconhecido que os
quer, enfim, cidadãos côns-
cios de seus deveres. Você
conseguiria?
Fonte: Radioagência NP.
Crianças que por razão
qualquer vivem tanto
tempo num abrigo, e que
lei nenhuma consegue
tirá-las de lá, são seres
plenos de esperança e
medo. Ambos sentimentos
alimentados pelo mesmo
fato – onde está uma
família que me leve daqui?
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11 2012 | Setembro | Estampa
s servidores e servido-
ras da Fundação Na-
cional da Saúde (Fu-
nasa/SC) prestaram
na manhã de 21 de setembro,
uma homenagem ao jornalis-
ta e colega de trabalho Paulo
Denis Simas Pereira - 60 anos
completados em agosto, du-
rante a greve - que se aposen-
ta após 32 anos de atividades
no serviço público federal.
“Sempre foi um dos primeiros
a chegar e o último a sair, um
funcionário público exemplar
a quem o país muito deve por
seu empenho nas questões
de educação e saúde”, resu-
miu Osni Francisco Tavares,
o mais antigo funcionário da
Funasa e atual conselheiro fis-
cal do Sintrafesc.
Marcelo Marques de Melo,
52 anos, dentista e jornalista
que atuou muitos anos com o
homenageado, disse que Paulo
é “um cidadão raro, que apren-
de e ensina ao mesmo tempo,
com simplicidade, tem conhe-
cimento, mas não tem vaida-
de”. Segundo Marcelo, “Paulo
tem ouvidos atentos, é pon-
derado, fala certo e nas horas
certas, um exemplo de cidadão
e servidor público federal”.
Aposentadoria |
homenagem Para um funcionário exemPLar“Sempre foi um dos primeiros a chegar e o último a sair”, afirmam seus colegas
o
Osni Tavares lembra que
nos 47 dias em que a Funasa/
SC esteve em greve, “ele foi
fundamental para sustentar
o ânimo dos companheiros
e companheiras de trabalho,
sempre fazendo uma análise
correta dos fatos, sempre éti-
co e leal”.
Natural de Porto Alegre
(RS), Paulo Denis ingressou
no serviço público federal pela
anos e aprendeu a admirar
Paulo Denis “pelo seu caráter
e humildade”.
Paulo é casado com Maria
há 40 anos. É pai de Rafael,
39 anos, que trabalha em em-
presa de importação, em Blu-
menau; Thiago, 32 anos, jor-
nalista; e Ana Paula, 28 anos,
administradora.
A partir de segunda-feira
ele entra em licença-prêmio
por cinco meses e depois se
aposenta em definitivo, com
mais tempo para cuidar das
coisas que gosta, da horta e
dos livros. Talvez até faça um
curso de dança gaúcha, como
quer a esposa.
O superintendente do ór-
gão, Adenor Piovesan, em
nome de todos os 75 funcio-
nários, entregou uma placa ao
homenageado com a seguinte
inscrição: “Os servidores da
Fundação Nacional de Saúde
em Santa Catarina agradecem
ao nobre servidor Paulo Denis
Simas Pereira pelos serviços
prestados como educador e
comunicador a este país. Foi
uma honra, nesses últimos
32 anos de servidor público
federal, trabalharmos juntos
e desfrutarmos de seu conhe-
cimento. Sucesso em sua nova
etapa de vida.”
Os colegas também pro-
jetaram um audiovisual com
algumas cenas do cotidiano
de trabalho, que emocionou
todos os colegas e o home-
nageado. No seu jeito muito
tímido, ainda com lágrimas
nos olhos, agradeceu rapida-
mente.
Paulo já havia recusado
uma entrevista, disse que não
era necessário, que não gosta-
va de falar. Mas aos colegas,
mais do que com palavras,
Paulo sempre falou, em pri-
meiro lugar, com o coração.
Fonte: Sintrafesc
ex-LBA (Legião Brasileira de
Assistência), na capital gaúcha
em 1980. Posteriormente foi
transferido para Natal (RN).
Em 1999 veio para a Funasa/
SC, na capital catarinense.
“Aqui ele fazia atividades de
educação e saúde nos municí-
pios que possuem convênio
com o órgão, cerca de 300”,
afirma a colega Vera Lúcia
que está na Funasa/SC há 21
Não faltou bom humor na festa de despedida na Funasa, na Capital
Vida longa |
mundo terá mais de 1 biLhão de idosos em dez anos, diz onu
número de pessoas
com mais de 60 anos
deve ultrapassar a
marca de 1 bilhão em
dez anos, de acordo com es-
tudo divulgado pelo Fundo de
População das Nações Unidas
(UNFPA, na sigla em inglês).
O levantamento aponta ainda
que a parcela global de idosos
está crescendo mais rápido que
todas as outras faixas etárias.
No Dia Internacional do Ido-
so (1º de outubro), o órgão des-
tacou que, enquanto a tendência
de envelhecimento da socieda-
de é motivo de celebração, ela
também representa desafios, já
que requer novas abordagens
relacionadas aos cuidados com
a saúde, à aposentadoria, às
condições de vida e às relações
intergeracionais.
Dados do UNFPA indicam
que, no ano 2000, pela pri-
meira vez na história, foram
registradas mais pessoas com
o idade acima de 60 anos do que
crianças menores de 5 anos.
Até 2015, a expectativa é que os
idosos sejam mais numerosos
que a população com menos de
15 anos. E, em apenas dez anos,
200 milhões de pessoas devem
passar a integrar o grupo.
Atualmente, de acordo com
o estudo, duas em cada três
pessoas com mais de 60 anos
vivem em países desenvolvi-
dos. Até 2050, a proporção
deve passar a ser quatro em
cada cinco.
“Se não forem observadas
imediatamente, as consequ-
ências dessas questões devem
pegar países de surpresa. Em
diversas nações em desenvol-
vimento que têm grandes po-
pulações jovens, por exemplo,
o desafio é que os governos
não têm colocado em prática
políticas que apoiem as po-
pulações mais velhas ou que
sirvam como preparação para
2050”, destacou o UNFPA.
O levantamento mostra tam-
bém que 47% dos homens ido-
sos e quase 14% das mulheres
idosas em todo o mundo ainda
estão inseridos no mercado de
trabalho. Muitos deles, segun-
do o órgão, são vítimas de dis-
criminação, abusos e violência.
O documento traz depoi-
mentos de 1,3 mil idosos que
vivem em 36 países – inclusi-
ve da brasileira Maria Gabrie-
la, de 90 anos. Ao UNFPA, ela
elogiou a aprovação do Estatu-
to do Idoso em 2003. “Temos
o suporte da lei e podemos
exigir nossos direitos”, disse.
“Agora, o que precisamos é
emprego e respeito nas ruas”,
completou, ao citar problemas
como buracos nas ruas que
provocam quedas e motoris-
tas de ônibus despreparados
para lidar com idosos.Paula laboissière - Agência Brasil.
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idosos: 12% da população do paísA população brasileira chegou a 195,2 milhões de habitantes em 2011, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IbGE). As pessoas com 60 anos ou mais de idade já representam 12,1% da popu-lação total.
A Pnad 2011 confirmou a tendência de envelhecimento da população brasileira. Em relação a 2009, o número de brasileiros com 29 anos ou menos diminuiu, enquanto aqueles com 30 anos ou mais aumentaram.
De acordo com o IbGE, 23,3% da população tinham até 14 anos em 2011, 16,9% de 15 a 24 anos e 47,8% entre 25 e 59 anos.
A pesquisa também mostrou que 47,8% dos brasileiros se declararam brancos, 43,1% disseram se considerar pardos e 8,2% pretos. os índios representam 0,4% da população e os amarelos, 0,6%.
No Brasil, 12,1% da população têm 60 anos ou mais, o que é motivo de celebração, mas também de novos desafios de políticas públicas para o país
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