MINISTÉRIO DA FAZENDA
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL
MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO
PARTE V – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
Aplicado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios
Válido para o exercício de 2012
Portaria STN nº 406, de 20 de junho de 2011
4a edição
Brasília 2011
2
Parte V
05.00.00 Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público
MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA Guido Mantega SECRETÁRIO-EXECUTIVO Nelson Henrique Barbosa Filho SECRETÁRIO DO TESOURO NACIONAL Arno Hugo Augustin Filho SUBSECRETÁRIO DE CONTABILIDADE PÚBLICA Gilvan da Silva Dantas COORDENADOR-GERAL DE NORMAS DE CONTABILIDADE APLICADAS À FEDERAÇÃO Paulo Henrique Feijó da Silva COORDENADORA DE NORMAS DE CONTABILIDADE APLICADAS À FEDERAÇÃO Selene Peres Peres Nunes GERENTE DE NORMAS E PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS Heriberto Henrique Vilela do Nascimento EQUIPE TÉCNICA
Antonio Firmino da Silva Neto Bruno Ramos Mangualde Flávia Ferreira de Moura Henrique Ferreira Souza Carneiro Renato Janyluce Rezende Gama Renato Pontes Dias Informações – STN: Fone: (61) 3412-3011 Fax: (61) 3412-1459 Correio Eletrônico: [email protected] Página Eletrônica: www.tesouro.fazenda.gov.br
3
Índice
05.00.00 PARTE 5 – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO.......................................................................................................2
05.01.00 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5
05.02.00 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO ........................................................................................... 7
05.02.01 CONCEITO .......................................................................................................................................... 7 05.02.02 ESTRUTURA........................................................................................................................................ 9 05.02.03 DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................... 11 05.02.04 ANÁLISE ........................................................................................................................................... 13 05.02.04.01 Análise dos Quocientes – Balanço Orçamentário ...................................................................... 15
05.03.00 BALANÇO FINANCEIRO ............................................................................................... 17
05.03.01 CONCEITO ........................................................................................................................................ 17 05.03.02 ESTRUTURA...................................................................................................................................... 18 05.03.03 DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................... 18 05.03.04 ANÁLISE ........................................................................................................................................... 20 05.03.04.01 Análise dos Quocientes – Balanço Financeiro ........................................................................... 21
05.04.00 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS ...................................................... 22
05.04.01 CONCEITO ........................................................................................................................................ 22 05.04.02 ESTRUTURA...................................................................................................................................... 22 05.04.03 DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................... 24 05.04.03.01 Variações Quantitativas ............................................................................................................ 25 05.04.03.02 Variações Qualitativas ............................................................................................................... 27 05.04.04 ANÁLISE ........................................................................................................................................... 27 05.04.04.01 Análise dos Quocientes – Demonstração das Variações Patrimoniais ...................................... 28
05.05.00 BALANÇO PATRIMONIAL ............................................................................................ 29
05.05.01 CONCEITO ........................................................................................................................................ 29 05.05.02 ESTRUTURA...................................................................................................................................... 31 05.05.03 ANEXO AO BALANÇO PATRIMONIAL - DEMONSTRATIVO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT FINANCEIRO
APURADO NO BALANÇO PATRIMONIAL ......................................................................................................... 32 05.05.04 DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................... 33 05.05.05 ANÁLISE ........................................................................................................................................... 37
05.06.00 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA .................................................................... 39
05.06.01 CONCEITO ........................................................................................................................................ 39 05.06.02 ESTRUTURA...................................................................................................................................... 39 05.06.02.01 Método Direto ........................................................................................................................... 40 05.06.03 DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................... 41 05.06.04 ANÁLISE ........................................................................................................................................... 42 05.06.04.01 Análise dos quocientes – Demonstração dos Fluxos de Caixa ................................................... 43
05.07.00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO .......................................................... 44
05.07.01 CONCEITO ........................................................................................................................................ 44 05.07.02 ESTRUTURA...................................................................................................................................... 45 05.07.03 ANÁLISE ........................................................................................................................................... 46
05.08.00 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO ..................................... 50
05.08.01 CONCEITO ........................................................................................................................................ 50 05.08.02 ESTRUTURA...................................................................................................................................... 51 05.08.03 ANÁLISE ........................................................................................................................................... 51
4
05.09.00 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................. 53
05.09.01 CONCEITOS ...................................................................................................................................... 53 05.09.02 ESTRUTURA...................................................................................................................................... 53 05.09.02.01 Evidenciação de Políticas Contábeis .......................................................................................... 54 05.09.02.02 Apresentação dos Critérios Contábeis ....................................................................................... 56 05.09.02.03 Evidenciação de Estimativas ...................................................................................................... 56 05.09.02.04 Outras Informações Constantes das Notas Explicativas ............................................................ 57
05.10.00 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ................................................... 58
05.10.01 EXEMPLO PRÁTICO DE UMA CONSOLIDAÇÃO ESTADUAL DO BALANÇO PATRIMONIAL .................. 60 05.10.02 EXEMPLO PRÁTICO DE UMA CONSOLIDAÇÃO NACIONAL DO BALANÇO PATRIMONIAL ................. 64
5
05.01.00 INTRODUÇÃO
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil que aplica, no
processo gerador de informações, os Princípios de Contabilidade e as normas contábeis
direcionadas ao controle patrimonial das entidades do setor público. Tem como objetivo
fornecer aos usuários informações sobre os resultados alcançados e os aspectos de natureza
orçamentária, econômica, financeira e física do patrimônio da entidade do setor público, em
apoio ao processo de tomada de decisão, à adequada prestação de contas e ao necessário
suporte para a instrumentalização do controle social.
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte V – Demonstrações Contábeis
Aplicadas ao Setor Público, tem como objetivo padronizar os conceitos, as regras e os
procedimentos relativos às demonstrações contábeis do setor público a serem observados
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, permitindo a evidenciação e a
consolidação das contas públicas em âmbito nacional, em consonância com os
procedimentos do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP).
As demonstrações contábeis assumem papel fundamental, por representarem importantes
saídas de informações geradas pela Contabilidade Aplicada ao Setor Público, promovendo
transparência dos resultados orçamentário, financeiro, econômico e patrimonial do setor
público.
Para cumprimento do objetivo de padronização dos procedimentos contábeis, este manual
observa os dispositivos legais que regulam o assunto, como a Lei nº 4.320, de 17 de março
de 1964, a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e também as disposições do
Conselho Federal de Contabilidade relativas aos Princípios de Contabilidade, bem como as
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCT 16).
De acordo com a Lei nº 4.320/1964, art. 101, “os resultados gerais do exercício serão
demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial,
na Demonstração das Variações Patrimoniais, além de outros quadros demonstrativos.”
Assim, as demonstrações contábeis das entidades definidas no campo de aplicação da
Contabilidade do Setor Público, disciplinadas por esta Parte, incluindo as exigidas pela Lei
nº 4.320/1964, são:
a) Balanço Patrimonial (BP);
b) Balanço Orçamentário (BO);
c) Balanço Financeiro (BF);
d) Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP);
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
f) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); e
g) Demonstração do Resultado Econômico (DRE).
As demonstrações contábeis previstas neste Manual devem ser divulgadas da seguinte
forma:
- Demonstrações Contábeis Consolidadas - devem compor a Prestação de Contas Anual de
Governo, que recebe parecer prévio pelo Tribunal de Contas competente;
6
- Demonstrações Contábeis Não-Consolidadas - devem compor a tomada ou prestação de
contas anual dos administradores públicos.
O Manual descreve os principais conceitos relativos às demonstrações, além de definir a
estrutura e as instruções de preenchimento. Demonstra, ainda, alguns pontos para análise e
avaliação da gestão bem como os principais exames que devem ser efetuados pelos gestores
para garantir a consistência das informações e os procedimentos para a consolidação, sem
esgotar todas as possibilidades de avaliação de consistência. Neste sentido, observar-se-á
que no primeiro ano de implantação das demonstrações contábeis não será necessário
utilizar a coluna de exercício anterior.
7
05.02.00 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
05.02.01 CONCEITO
O Balanço Orçamentário, definido pela Lei nº 4.320/1964, demonstra as receitas e despesas
previstas em confronto com as realizadas.
Em sua estrutura, deve evidenciar as receitas e as despesas orçamentárias por categoria
econômica, confrontar o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrar
o resultado orçamentário e discriminar:
(a) as receitas por fonte (espécie); e
(b) as despesas por grupo de natureza.
O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por categoria econômica, origem
e espécie, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita
realizada e o saldo a realizar. Demonstrará também as despesas por categoria econômica e
grupo de natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada para o
exercício, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da
dotação.
A identificação das receitas e despesas intraorçamentárias, quando necessária, deverá ser
apresentada em notas explicativas.
Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária e de outras dívidas deverão
constar, destacadamente, nas receitas de operações de crédito internas e externas e, nesse
mesmo nível de agregação, nas despesas com amortização da dívida de refinanciamento.
No nível de detalhamento em que são apresentadas no modelo (3º nível – Espécie), as
receitas deverão ser informadas pelos valores líquidos das respectivas deduções, tais como
restituições, descontos, retificações, deduções para o Fundeb e repartições de receita entre os
Entes da Federação, quando registradas como dedução, conforme orientação na Parte 1 –
Procedimentos Contábeis Orçamentários.
Em decorrência da utilização do superávit financeiro de exercícios anteriores para abertura
de créditos adicionais, apurado no Balanço Patrimonial do exercício anterior ao de
referência, o Balanço Orçamentário demonstrará uma situação de desequilíbrio entre a
previsão atualizada da receita e a dotação atualizada. Essa situação também pode ser causada
pela reabertura de créditos adicionais, especificamente os créditos especiais e
extraordinários que tiveram o ato de autorização promulgado nos últimos quatro meses do
ano anterior, caso em que esses créditos serão reabertos nos limites de seus saldos e
incorporados ao orçamento do exercício financeiro em referência1.
Esse desequilíbrio ocorre porque o superávit financeiro de exercícios anteriores, quando
utilizado como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais, não pode ser
demonstrado como parte da receita orçamentária do Balanço Orçamentário que integra o
1 Constituição Federal de 1988, art. 167, §2º
8
cálculo do resultado orçamentário. O superávit financeiro não é receita do exercício de
referência, pois já o foi em exercício anterior, mas constitui disponibilidade para utilização
no exercício de referência. Por outro lado, as despesas executadas à conta do superávit
financeiro são despesas do exercício de referência, por força legal, visto que não foram
empenhadas no exercício anterior. Esse desequilíbrio também ocorre pela reabertura de
créditos adicionais porque aumentam a despesa fixada sem necessidade de nova
arrecadação. Tanto o superávit financeiro utilizado quanto a reabertura de créditos adicionais
estão detalhados no campo SALDO DE EXERCÍCIOS ANTERIORES, do Balanço
Orçamentário.
Dessa forma, no momento inicial da execução orçamentária, tem-se, via de regra, o
equilíbrio entre receita prevista e despesa fixada e constata-se que toda despesa a ser
executada está amparada por uma receita prevista a ser arrecadada no exercício.
No entanto, iniciada a execução do orçamento, quando há superávit financeiro de exercícios
anteriores, tem-se um recurso disponível para abertura de créditos para as despesas não
fixadas ou não totalmente contempladas pela Lei Orçamentária.
Dessa forma, o equilíbrio entre receita prevista e despesa fixada no Balanço Orçamentário
pode ser verificado (sem influenciar o seu resultado) somando-se os valores da linha
TOTAL e da linha SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES, constantes da coluna
PREVISÃO ATUALIZADA, e confrontando-se esse montante com o total da coluna
DOTAÇÃO ATUALIZADA .
Recomenda-se a utilização de Notas Explicativas para esclarecimentos a respeito da
utilização do superávit financeiro e de reaberturas de créditos especiais e extraordinários,
bem como suas influências no resultado orçamentário, de forma a possibilitar a correta
interpretação das informações.
9
05.02.02 ESTRUTURA
Anexo 12 - Balanço Orçamentário
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS) : DATA DE EMISSÃO: PÁGINA:
PREVISÃO PREVISÃO RECEITAS SALDO
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS INICIAL ATUALIZADA REALIZADAS
(a) (b) c = (b-a)
RECEITAS CORRENTES
RECEITA TRIBUTÁRIA
Impostos
Taxas
Contribuição de Melhoria
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
Contribuições Sociais
Contribuições de Intervenção no Domínio
Econômico
Contribuição de Iluminação Pública
RECEITA PATRIMONIAL
Receitas Imobiliárias
Receitas de Valores Mobiliários
Receita de Concessões e Permissões
Outras Receitas Patrimoniais
RECEITA AGROPECUÁRIA
Receita da Produção Vegetal
Receita da Produção Animal e Derivados
Outras Receitas Agropecuárias
RECEITA INDUSTRIAL
Receita da Indústria de Transformação
Receita da Indústria de Construção
Outras Receitas Industriais
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
Transferências Intergovernamentais
Transferências de Instituições Privadas
Transferências do Exterior
Transferências de Pessoas
Transferências de Convênios
Transferências para o Combate à Fome
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
Multas e Juros de Mora
Indenizações e Restituições
Receita da Dívida Ativa
Receitas Correntes Diversas
RECEITAS DE CAPITAL
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Operações de Crédito Internas
Operações de Crédito Externas
ALIENAÇÃO DE BENS
Alienação de Bens Móveis
Alienação de Bens Imóveis
AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
Transferências Intergovernamentais
Transferências de Instituições Privadas
Transferências do Exterior
Transferências de Pessoas
Transferências de Outras Instit. Públicas
Transferências de Convênios
Transferências para o Combate à Fome
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
Integralização do Capital Social
Dív. Ativa Prov. da Amortiz. Emp. e Financ.
Restituições
Receitas de Capital Diversas
SUBTOTAL DAS RECEITAS (I)
REFINANCIAMENTO (II)
Operações de Crédito Internas
Mobiliária
Contratual
Operações de Crédito Externas
Mobiliária
Contratual
SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (III) = (I
+ II)
DÉFICIT (IV) –
TOTAL (V) = (III + IV) –
SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
(UTILIZADOS PARA CRÉDITOS ADICIONAIS)
Superávit Financeiro
Reabertura de créditos adicionais
– –
10
DOTAÇÃO
INICIAL
DOTAÇÃO
ATUALIZADA
DESPESAS
EMPENHADAS
DESPESAS
LIQUIDADAS
DESPESAS
PAGAS
SALDO DA DOTAÇÃO
DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS
(d) (e) (f) (g) (h) (i)=(e-f)
DESPESAS CORRENTES
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA
OUTRAS DESPESAS CORRENTES
DESPESAS DE CAPITAL
INVESTIMENTOS
INVERSÕES FINANCEIRAS
AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA
RESERVA DE CONTINGÊNCIA
RESERVA DO RPPS
SUBTOTAL DAS DESPESAS (VI)
AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA/
REFINANCIAMENTO (VII)
Amortização da Dívida Interna
Dívida Mobiliária
Outras Dívidas
Amortização da Dívida Externa
Dívida Mobiliária
Outras Dívidas
SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO
(VIII) = (VI + VII)
SUPERÁVIT (IX) - -
TOTAL (X) = (VII + IX)
O Balanço Orçamentário será elaborado utilizando-se as classes 5, grupo 2 (Orçamento
aprovado: previsão da receita e fixação da despesa) e classe 6, grupo 2 (Execução do
orçamento: realização da receita e execução da despesa) do Plano de Contas Aplicado ao
Setor Público.
O Balanço Orçamentário será complementado por nota explicativa detalhando as despesas
executadas por tipos de créditos (inicial, suplementar, especial e extraordinário). Será
informado, ainda, o montante da movimentação financeira (transferências financeiras
recebidas e concedidas) relacionado à execução do orçamento do exercício, bem como os
valores referente a abertura de créditos adicionais e cancelamentos de crédito de forma a
evidenciar a diferença entre a dotação inicial e a atualizada.
Adicionalmente ao Balanço Orçamentário, devem ser incluídos dois quadros demonstrativos
de execução de restos a pagar, um relativo aos restos a pagar não processados, outro relativo
aos restos a pagar processados, com o mesmo detalhamento das despesas orçamentárias do
balanço, de modo a propiciar uma análise da execução orçamentária do exercício em
conjunto com a execução dos restos a pagar. Seguem os modelos:
ANEXO 1 – DEMONSTRATIVO DE EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS:
INSCRITOS
RESTOS A PAGAR NÃO
PROCESSADOS
EM EXERCÍCIOS
ANTERIORES
EM 31 DE
DEZEMBRO DO
EXERCÍCIO
ANTERIOR
LIQUIDADOS PAGOS CANCELADOS SALDO
(a) (b) (c) (d) (e) (f)=(a+b-c-e)
DESPESAS CORRENTES
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA
OUTRAS DESPESAS CORRENTES
DESPESAS DE CAPITAL
INVESTIMENTOS
INVERSÕES FINANCEIRAS
AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA
TOTAL
Para preenchimento do Anexo 1, Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar não
Processados (RPNP), deverão ser levantados os RPNP inscritos no exercício imediatamente
anterior (b) e os inscritos em exercícios anteriores (a). As parcelas dos RPNP evidenciadas
em (a) e (b) e liquidadas no exercício corrente corresponderão ao item (c). De modo
11
semelhante, as parcelas de RPNP pagas e canceladas no exercício corrente corresponderão,
respectivamente, aos itens (d) e (e).
O preenchimento do Anexo 2, Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar Processados
(RPP), é bastante semelhante ao preenchimento do quadro anterior. Destaca-se, contudo, que
RPNP liquidados em exercícios anteriores mas não pagos serão evidenciados neste quadro, e
não no Anexo anterior. Outro ponto relevante é que não se faz necessária a coluna
“liquidados”, uma vez que todos os Restos a Pagar evidenciados neste quadro já passaram
pelo estágio da liquidação na execução orçamentária.
ANEXO 2 – DEMONSTRATIVO DE EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR PROCESSADOS E NÃO PROCESSADOS LIQUIDADOS:
INSCRITOS
RESTOS A PAGAR PROCESSADOS E
NÃO PROCESSADOS LIQUIDADOS
EM EXERCÍCIOS
ANTERIORES
EM 31 DE DEZEMBRO
DO EXERCÍCIO
ANTERIOR
PAGOS CANCELADOS SALDO
(a) (b) (c) (d) (e)=(a+b-c-d)
DESPESAS CORRENTES
PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA
OUTRAS DESPESAS CORRENTES
DESPESAS DE CAPITAL
INVESTIMENTOS
INVERSÕES FINANCEIRAS
AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA
TOTAL
05.02.03 DEFINIÇÕES
Para levantamento do Balanço Orçamentário, é necessário definir os seguintes conceitos:
PREVISÃO INICIAL
Essa coluna identifica os valores da previsão inicial das receitas, constantes na Lei
Orçamentária Anual (LOA). Os valores registrados nessa coluna permanecerão inalterados
durante todo o exercício, pois refletem a posição inicial do orçamento constante da LOA. As
atualizações monetárias autorizadas por lei, efetuadas até a data da publicação da LOA,
deverão compor a coluna, sendo mencionadas em notas explicativas.
PREVISÃO ATUALIZADA (a)
Essa coluna identifica os valores da previsão atualizada das receitas para o exercício de
referência, que refletem a parcela da re-estimativa da receita utilizada para abertura de
créditos adicionais, seja mediante excesso de arrecadação ou mediante operações de crédito,
as novas naturezas de receita não previstas na LOA e o remanejamento entre naturezas de
receita. Se não ocorrer um dos eventos mencionados, a coluna da previsão atualizada deverá
identificar os mesmos valores da coluna previsão inicial. As atualizações monetárias
autorizadas por lei, efetuadas após a data da publicação da LOA, deverão compor a coluna,
sendo mencionadas em notas explicativas.
RECEITAS REALIZADAS (b)
Essa coluna identifica as receitas realizadas no período. Consideram-se realizadas as receitas
arrecadadas diretamente pelo órgão, ou por meio de outras instituições como, por exemplo, a
rede bancária.
12
SALDO (c)=(b-a)
Representa o montante de receita orçamentária que superou o montante da previsão
atualizada. É obtido pela diferença entre as receitas realizadas e a previsão atualizada.
SUBTOTAL DAS RECEITAS (I)
Representa o total das receitas antes de refinanciamento.
REFINANCIAMENTO (II)
Representa o valor da receita decorrente da colocação de títulos públicos ou de empréstimos,
obtidos junto a entidades estatais ou particulares internas ou externas, destinadas ao
refinanciamento da dívida pública.
SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (III) = (I + II)
Representa a soma da linha subtotal das receitas (I) com a linha refinanciamento (II). Isso
equivale ao somatório de todas as receitas orçamentárias, incluindo as operações de créditos
contratadas para refinanciar a dívida pública.
DÉFICIT (IV)
Representa a eventual diferença, a menor entre as receitas realizadas e as despesas
empenhadas. Isso equivale à linha SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (III) das
receitas, menos a linha SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (VIII) das despesas.
Se as receitas realizadas forem superiores às despesas empenhadas, essa diferença será
lançada na linha SUPERÁVIT (IX). Nesse caso, a linha DÉFICIT (IV) deverá ser
preenchida com um traço (-), indicando valor inexistente ou nulo.
TOTAL (V)= (III + IV)
Representa a soma da linha SUBTOTAL COM REFINANCIAMENTO (III) com a linha
DÉFICIT (IV).
SALDOS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES
Representa o valor de recursos provenientes de superávit financeiro de exercícios anteriores,
que está sendo utilizado como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais. Deverá
demonstrar, também, os valores referentes aos créditos adicionais autorizados nos últimos
quatro meses do exercício anterior ao de referência, reabertos no exercício corrente.
Apresenta valores somente nas colunas que se referem à previsão atualizada e à receita
realizada e deverão corresponder ao valor da execução dos referidos créditos adicionais.
Tais valores não poderão ser lançados novamente como receita orçamentária já que
pertencem ao exercício financeiro no qual foram arrecadados, como também não poderão
ser considerados no cálculo de déficit ou superávit orçamentário, pois representam recursos
arrecadados em exercícios anteriores.
13
DOTAÇÃO INICIAL (d)
Essa coluna identifica o valor dos créditos iniciais constantes da Lei Orçamentária Anual.
DOTAÇÃO ATUALIZADA (e)
Essa coluna identifica o valor da dotação inicial mais os créditos adicionais abertos ou
reabertos durante o exercício, deduzidas as anulações/cancelamentos correspondentes.
DESPESAS EMPENHADAS (f)
Essa coluna identifica os valores das despesas empenhadas até o encerramento do exercício,
inclusive as despesas que já foram liquidadas e pagas2.
Considera-se despesa orçamentária executada a despesa que já passou pelo estágio do
empenho.
DESPESAS LIQUIDADAS (g)
Essa coluna identifica os valores das despesas liquidadas até o encerramento do exercício.
Deverão ser consideradas, inclusive, as despesas que já foram pagas3.
DESPESAS PAGAS (h)
Essa coluna identifica os totais das despesas pagas pertencentes ao orçamento do exercício
financeiro. Assim, não inclui os valores referentes ao pagamento de Restos a Pagar.
SALDO DA DOTAÇÃO (i)=(e-f)
Corresponde à diferença entre a dotação atualizada e as despesas empenhadas.
05.02.04 ANÁLISE
A análise e a verificação do Balanço Orçamentário têm como objetivo preparar os
indicadores que servirão de suporte para a avaliação da gestão orçamentária.
Uma das análises consiste em relacionar a coluna de “Previsão Inicial” com a coluna de
“Dotação Inicial”; e as colunas da “Previsão Atualizada” e “Receita Realizada”, com as
colunas da “Dotação Atualizada” e “Despesa Empenhada”.
Outra análise que pode ser feita no Balanço Orçamentário consiste na comparação entre a
coluna “Despesas Empenhadas” e as colunas “Despesas Liquidadas” e “Despesas Pagas”. O
superávit orçamentário é representado pela diferença a maior entre a execução da receita e
da despesa orçamentárias e deverá ser adicionado à coluna de Despesas Empenhadas para
igualar a execução da despesa orçamentária com a execução da receita orçamentária.
2 Para o conceito de Empenho, consulte a Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários – deste Manual.
3 Para o conceito de Liquidação, consulte a Parte I – Procedimentos Contábeis Orçamentários – deste Manual.
14
O déficit orçamentário é representado pela diferença a menor entre a execução da receita e
da despesa orçamentárias e deverá ser adicionado à coluna das receitas realizadas para
igualar a execução da receita orçamentária com execução da despesa orçamentária.
Na análise do resultado orçamentário, é importante excluir os efeitos da gestão da dívida.
Assim, as operações de crédito devem ser excluídas da execução da receita e a amortização
da dívida deve ser excluída da execução da despesa para que se possam analisar os efeitos da
execução orçamentária sobre os níveis de dívida pública líquida.
É interessante observar que apenas a análise do resultado orçamentário não permite obter
conclusões acerca da eficiência na gestão fiscal. Para tal, existem as metas de resultado
primário, nominal e montante da dívida consolidada líquida estabelecidas na Lei de
Diretrizes Orçamentárias. A análise do balanço orçamentário gera informações
complementares acerca da influência da execução orçamentária no atingimento dessas metas
fiscais.
Os Balanços Orçamentários não consolidados (de órgãos e entidades, por exemplo), poderão
apresentar desequilíbrio e déficit orçamentário, pois muitos deles não são agentes
arrecadadores e executam despesas orçamentárias para prestação de serviços públicos e
realização de investimentos, sendo deficitários e dependentes de recursos do Tesouro. Esse
fato não representa irregularidade, devendo ser evidenciado complementarmente por nota
explicativa que demonstre o montante da movimentação financeira (transferências
financeiras recebidas e concedidas) relacionadas à execução do orçamento do exercício.
Na receita orçamentária, pode-se verificar ainda uma diferença a maior ou a menor entre a
coluna Previsão Atualizada e a coluna Receita Realizada, correspondente à insuficiência ou
excesso de arrecadação ocorrido no exercício. Caso o valor da coluna “Saldo” seja positivo,
o valor da receita realizada foi maior que a previsão atualizada, ou seja, a coluna “Saldo”
representará excesso de arrecadação. Se a coluna traz valores negativos, houve insuficiência
na arrecadação, pois foi arrecadado menos do que a previsão atualizada.
Na despesa orçamentária, a diferença a maior entre a coluna Dotação Atualizada e Despesa
Empenhada corresponde a uma economia na realização de despesa, pois parte da dotação
inicial autorizada no orçamento, eventualmente atualizada por créditos adicionais, não foi
utilizada para a execução de despesas.
A receita, por ser prevista, pode ser arrecadada a maior ou a menor. Entretanto, a despesa,
por ser fixada, só pode ser realizada até o valor autorizado, significando que somente pode
ser emitido empenho até o valor do crédito orçamentário disponível, observando-se, ainda, a
especificidade do orçamento.
A comparação entre as colunas “Despesas Liquidadas (g)” e “Despesas Pagas (h)” e a
comparação entre as colunas “Despesas Empenhadas (f)” e “Despesas Liquidadas (g)”
fornecem as seguintes informações:
a) Despesas Liquidadas (g) – Despesas Pagas (h) = Restos a Pagar Processados inscritos no
exercício;
b) Despesas Empenhadas (f) – Despesas Liquidadas (g) = Restos a Pagar não Processados
inscritos no exercício.
15
Outra análise importante consiste na verificação do montante de operações de crédito em
comparação à amortização da dívida, o que indica a influência do orçamento na gestão da
dívida pública. Além disso, é importante a comparação entre a alienação de bens e
amortização de empréstimos concedidos em comparação aos investimentos e inversões
financeiras, indicando a influência do orçamento no volume efetivo de investimentos
públicos.
A seguir, têm-se alguns procedimentos relativos a análises por quocientes.
05.02.04.01 ANÁLISE DOS QUOCIENTES – BALANÇO ORÇAMENTÁRIO
1 - O Quociente do Equilíbrio Orçamentário é resultante da relação entre a Previsão Inicial
da Receita e a Dotação Inicial da Despesa, indicando se há equilíbrio entre a previsão e
fixação constante na LOA.
2 - O Quociente de Execução da Receita é resultante da relação entre a Receita Realizada e a
Previsão Atualizada da Receita, indicando a existência de excesso ou falta de arrecadação
para a cobertura de despesas.
3 - O Quociente de Desempenho da Arrecadação é resultante da relação entre a Receita
Realizada e a Previsão Inicial da Receita, indicando a existência de excesso ou falta de
arrecadação para administração dos indicadores fiscais.
4 - O Quociente de Utilização do Excesso de Arrecadação é resultante da relação entre os
Créditos Adicionais abertos por meio de excesso de arrecadação e o total do excesso de
arrecadação, indicando a parcela do excesso de arrecadação utilizada para abertura de
créditos adicionais.
Adicionalmente, é pertinente que esta análise seja desdobrada por destinação de recursos.
5 - O Quociente de Utilização do Superávit Financeiro é resultante da relação entre os
Créditos Adicionais Abertos por meio de superávit financeiro e o total do superávit
financeiro apurado no exercício anterior, indicando a parcela do superávit financeiro
utilizada para abertura de créditos adicionais.
Adicionalmente, é pertinente que esta análise seja desdobrada por destinação de recursos.
6 - O Quociente de Execução da Despesa é resultante da relação entre a Despesa Executada
e Dotação Atualizada, cuja discrepância pode ser ocasionada por ineficiência no processo
planejamento-execução ou a uma economia de despesa orçamentária.
7 - O Quociente do Resultado Orçamentário é resultante da relação entre a Receita Realizada
e a Despesa Empenhada, indicando a existência de superávit ou déficit.
8 - O Quociente da Execução Orçamentária Corrente é resultante da relação entre a Receita
Realizada Corrente e a Despesa Empenhada Corrente. A interpretação desse quociente
indica se a receita corrente suportou as despesas correntes ou se foi necessário utilizar
receitas de capital para financiar despesas correntes.
16
9 - O Quociente Financeiro Real da Execução Orçamentária é resultante da relação entre a
Receita Realizada e a Despesa Paga, indicando o quanto a receita orçamentária arrecadada
representa em relação à despesa orçamentária paga.
17
05.03.00 BALANÇO FINANCEIRO
05.03.01 CONCEITO
Segundo a Lei nº 4.320/64, O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa
orçamentárias bem como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária,
conjugados com os saldos em espécies provenientes do exercício anterior, e os que se
transferem para o exercício seguinte.
Assim, o Balanço Financeiro é um quadro com duas seções: Ingressos (Receitas
Orçamentárias e Recebimentos Extraorçamentários) e Dispêndios (Despesa Orçamentária e
Pagamentos Extraorçamentários), que se equilibram com a inclusão do saldo em espécie do
exercício anterior na coluna dos ingressos e o saldo em espécie pra o exercício seguinte na
coluna dos dispêndios.
O resultado financeiro do exercício corresponde à diferença entre o somatório dos ingressos
orçamentários com os extraorçamentários e dos dispêndios orçamentários e
extraorçamentários. Se os ingressos forem maiores que os dispêndios, ocorrerá um
superávit; caso contrário, ocorrerá um déficit. Este resultado não deve ser entendido como
superávit ou déficit financeiro do exercício, cuja apuração é obtida por meio do Balanço
Patrimonial. O resultado financeiro do exercício pode ser também apurado pela diferença
entre o saldo em espécie para o exercício seguinte e o saldo em espécie do exercício
anterior.
O Balanço Financeiro evidencia a movimentação financeira das entidades do setor público
no período a que se refere, e discrimina:
(a) a receita orçamentária realizada por destinação de recurso (destinação vinculada e/ou
destinação ordinária);
(b) a despesa orçamentária executada por destinação de recurso (destinação vinculada e/ou
destinação ordinária);
(c) os recebimentos e os pagamentos extraorçamentários;
(d) as transferências financeiras decorrentes, ou não, da execução orçamentária; e
(e) o saldo inicial e o saldo final em espécie.
Deverão ser apresentadas as destinações ordinárias e as destinações vinculadas. O
detalhamento das vinculações deverá ser feito de acordo com as características específicas
de cada ente, como por exemplo, as vinculações para a previdência social, transferências
obrigatórias para outro ente e outras vinculações constitucionais e legais. Caso o ente
resolva agrupar algumas vinculações em um grupo chamado de “Outras Vinculações”, esse
não deverá ultrapassar 10% do total da Receita Orçamentária ou da Despesa Orçamentária.
18
05.03.02 ESTRUTURA
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
BALANÇO FINANCEIRO
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS) : DATA DE EMISSÃO: PÁGINA:
INGRESSOS
DISPÊNDIOS
ESPECIFICAÇÃO
Exercício
Atual
Exercício
Anterior
ESPECIFICAÇÃO
Exercício
Atual
Exercício
Anterior
Receita Orçamentária (I)
Ordinária
Vinculada Previdência Social
Transferências obrigatórias de outro ente
Convênios (...)
(-) Deduções da Receita Orçamentária
Transferências Financeiras Recebidas
(II)
Recebimentos Extraorçamentários (III)
Saldo em Espécie do Exercício Anterior
(IV)
Despesa Orçamentária (VI)
Ordinária
Vinculada Previdência Social
Transferências obrigatórias de outro ente
Convênios (...)
Transferências Financeiras Concedidas
(VII)
Pagamentos Extraorçamentários (VIII)
Saldo em Espécie para o Exercício Seguinte
(IX)
TOTAL (V) = (I+II+III+IV) TOTAL (X) = (VI+VII+VIII+IX)
O Balanço Financeiro será elaborado utilizando-se as seguintes classes do Plano de Contas
Aplicado ao Setor Público:
Classe 6 para execução da receita e despesa orçamentária;
Classes 4 (variações patrimoniais aumentativas) e 3 (variações patrimoniais diminutivas)
para as transferências financeiras recebidas e concedidas, respectivamente; e
Classes 1 (ativo) e 2 (passivo) para os recebimentos e pagamentos extraorçamentários,
bem como para o saldo em espécie do exercício anterior e para o exercício seguinte.
05.03.03 DEFINIÇÕES
Para o levantamento do Balanço Financeiro, é necessário definir os seguintes conceitos:
DESTINAÇÃO ORDINÁRIA
É o processo de alocação livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a
quaisquer finalidades.
19
DESTINAÇÃO VINCULADA
É o processo de vinculação entre a origem e a aplicação de recursos, em atendimento às
finalidades específicas estabelecidas pela legislação.
A classificação por natureza da receita busca a melhor identificação da origem do recurso
segundo seu fato gerador. No entanto, existe a necessidade de classificar a receita conforme
a destinação legal dos recursos arrecadados. Assim, foi instituído pelo Governo Federal um
mecanismo denominado “fonte/destinação de recursos”. As fontes/destinações de recursos
constituem-se de determinados agrupamentos de naturezas de receitas, atendendo a uma
determinada regra de destinação legal, e servem para indicar como são financiadas as
despesas orçamentárias. Entende-se por fonte de recursos a origem ou a procedência dos
recursos que devem ser gastos com uma determinada finalidade. É necessário, portanto,
individualizar esses recursos de modo a evidenciar sua aplicação segundo a determinação
legal.
TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS RECEBIDAS
Refletem as movimentações de recursos financeiros entre órgãos e entidades da
administração direta e indireta. Podem ser orçamentárias ou extraorçamentárias. Aquelas
efetuadas em cumprimento à execução do Orçamento são as cotas, repasses e sub-repasses.
Aquelas que não se relacionam com o Orçamento em geral decorrem da transferência de
recursos relativos aos restos a pagar. Esses valores, quando observados os demonstrativos
consolidados, são compensados pelas Transferências Financeiras Concedidas.
TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS CONCEDIDAS
Refletem as movimentações de recursos financeiros entre órgãos e entidades da
administração direta e indireta. Podem ser orçamentárias ou extraorçamentárias e
representam a contrapartida das transferências financeiras recebidas.
RECEBIMENTOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
Nesse grupo são evidenciados os ingressos não previstos no orçamento, que serão restituídos
em época própria, por decisão administrativa ou sentença judicial.
Consistem, por exemplo, em:
ingresso de recursos que se constituem obrigações relativas a consignações em folha,
fianças, cauções, etc.; e
inscrição de restos a pagar, com a função de compensar o valor da despesa orçamentária
imputada como realizada, porém não paga no exercício da emissão do empenho, em
atendimento ao parágrafo único do artigo 103 da Lei nº 4.320/1964.
PAGAMENTOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
Nesse grupo são evidenciados os pagamentos que não precisam se submeter ao processo de
execução orçamentária, como:
20
os relativos a obrigações que representaram ingressos extraorçamentários (ex. devolução
de depósitos); e
os restos a pagar inscritos em exercícios anteriores e pagos no exercício.
SALDO EM ESPÉCIE
Representa o somatório dos saldos das contas do subgrupo Caixa e Equivalentes de Caixa,
bem como o valor das entradas compensatórias no ativo e passivo financeiros, nos termos do
parágrafo único do art. 3º da Lei 4.320/64.
05.03.04 ANÁLISE
A análise e a verificação do Balanço Financeiro têm como objetivo predominante preparar
os indicadores que servirão de suporte para a avaliação da gestão financeira.
O objetivo do Balanço Financeiro é evidenciar os ingressos e dispêndios de recursos em um
determinado exercício financeiro. Dessa forma, partindo do item Disponível do Exercício
Anterior (saldo inicial), deve-se adicionar a receita orçamentária, as transferências
financeiras recebidas e os recebimentos extraorçamentários e subtrair as despesas
orçamentárias, as transferências financeiras concedidas e pagamentos extraorçamentários,
chegando-se assim, no valor do Disponível para o Exercício Seguinte (saldo final).
O Balanço Financeiro possibilita a apuração do resultado financeiro do ente público em um
determinado exercício. Esse cálculo pode ser efetuado de duas maneiras:
1) Saldo em espécie para o Exercício Seguinte menos o Saldo em Espécie do Exercício
Anterior.
2) A soma das Receitas Orçamentárias mais as Transferências Financeiras Recebidas e os
Recebimentos Extraorçamentários, menos a Despesa Orçamentária, as Transferências
Financeiras Concedidas e os Pagamentos Extraorçamentários.
As informações sobre o fluxo de recursos das disponibilidades são úteis, ainda, para que os
usuários possam tomar decisões que irão influenciar o fluxo de caixa da entidade.
Possibilita, ainda, mensurar se o disponível é suficiente para pagar as obrigações referentes
aos bens e serviços adquiridos e contratados e ainda satisfazer os gastos de manutenção.
Além disso, a discriminação do Balanço Financeiro por destinação de recurso (ordinária e
vinculada) permite evidenciar qual a origem e aplicação dos recursos financeiros referentes à
Receita e Despesa Orçamentárias de acordo com a sua vinculação legal. Por ocasião da
realização da receita orçamentária, evidencia-se a finalidade específica para a futura
aplicação dos recursos financeiros. Por outro lado, a execução da despesa orçamentária
indica a finalidade específica da efetiva aplicação desses recursos.
A destinação dos recursos, na execução orçamentária da receita e da despesa, permite avaliar
que demandas da sociedade tiveram arrecadação e empenho, conforme as vinculações
legais.
21
Em geral, um resultado financeiro positivo é um indicador de equilíbrio financeiro. No
entanto, é importante mencionar que uma variação positiva na disponibilidade do período
não é sinônimo, necessariamente, de bom desempenho da gestão financeira, pois pode
acontecer, por exemplo, mediante elevação do endividamento público. Da mesma, forma, a
variação negativa na disponibilidade do período não significa, necessariamente, um mau
desempenho, pois pode refletir uma redução no endividamento. Portanto, a análise deve ser
feita conjuntamente com o Balanço Patrimonial, considerando esses fatores mencionados e
as demais variáveis orçamentárias e extraorçamentárias.
Além disso, deve-se analisar de que maneira a administração influenciou na liquidez da
entidade, de forma a prevenir insuficiências de caixa no futuro.
05.03.04.01 ANÁLISE DOS QUOCIENTES – BALANÇO FINANCEIRO
1 - O Quociente Orçamentário do Resultado Financeiro é resultante da relação entre o
Resultado Orçamentário (Receita Orçamentária – Despesa Orçamentária) e a Variação do
Saldo em Espécie. A interpretação desse quociente indica a parcela da variação do saldo do
disponível que pode ser explicada pelo resultado orçamentário. Em contrapartida pode ainda
ser analisada a diferença como resultante do resultado extraorçamentário, ou das
transferências.
2 - O Quociente do Resultado dos Saldos Financeiros é resultante da relação entre o Saldo
que passa para o Exercício Seguinte e o Saldo do Exercício Anterior. A interpretação desse
quociente indica o impacto do resultado financeiro sobre o saldo em espécie.
22
05.04.00 DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
05.04.01 CONCEITO
Segundo o art. 104 da Lei nº 4.320/1964,
“a Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações
verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução
orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.”
As alterações verificadas no patrimônio consistem nas variações quantitativas e qualitativas.
As variações quantitativas são decorrentes de transações no setor público que aumentam ou
diminuem o patrimônio líquido. Já as variações qualitativas são decorrentes de transações no
setor público que alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio
líquido.
O resultado patrimonial do período é apurado pelo confronto entre as variações patrimoniais
quantitativas aumentativas e diminutivas.
Para um melhor entendimento da finalidade desse demonstrativo, pode-se dizer que ele tem
função semelhante à Demonstração do Resultado do Exercício da área empresarial, no que
tange a apurar as alterações verificadas no patrimônio.
É importante ressaltar que a Demonstração do Resultado do Exercício apura o resultado em
termos de lucro ou prejuízo líquido, como um dos principais indicadores de desempenho da
empresa. Já no setor público, o resultado patrimonial não é um indicador de desempenho,
mas um medidor do quanto o serviço público ofertado promoveu alterações quantitativas
dos elementos patrimoniais.
05.04.02 ESTRUTURA
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS): DATA EMISSÃO: PÁGINA:
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS QUANTITATIVAS
Exercício
Atual
Exercício
Anterior
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS
Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
Contribuições
Contribuições Sociais
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico
Contribuição de Iluminação Pública
23
Exploração e Venda de Bens, Serviços e Direitos
Venda de Mercadorias
Venda de Produtos
Exploração de Bens e Direitos e Prestação de Serviços
Variações Patrimoniais Aumentativas Financeiras
Juros e Encargos de Empréstimos e Financiamentos Concedidos
Juros e Encargos de Mora
Variações Monetárias e Cambiais
Descontos Financeiros Obtidos
Remuneração de Depósitos Bancários e Aplicações Financeiras
Outras Variações Patrimoniais Aumentativas – Financeiras
Transferências Recebidas
Transferências Intra Governamentais
Transferências Inter Governamentais
Transferências das Instituições Privadas
Transferências das Instituições Multigovernamentais
Transferências de Consórcios Públicos
Transferências do Exterior
Transferências de Pessoas Físicas
Valorização e Ganhos Com Ativos
Reavaliação de Ativos
Ganhos com Alienação
Ganhos com Incorporação de Ativos por Descobertas e Nascimentos
Outras Variações Patrimoniais Aumentativas
Resultado Positivo de Participações
Diversas Variações Patrimoniais Aumentativas
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS
Pessoal e Encargos
Remuneração a Pessoal
Encargos Patronais
Benefícios a Pessoal
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas - Pessoal e Encargos
Benefícios Previdenciários
Aposentadorias e Reformas
Pensões
Outros Benefícios Previdenciários
Benefícios Assistenciais
Benefícios de Prestação Continuada
Benefícios Eventuais
Políticas Públicas de Transferência de Renda
Outros Benefícios Assistenciais
Uso de Bens, Serviços e Consumo de Capital Fixo
Uso de Material de Consumo
Serviços
Depreciação, Amortização de Exaustão
Variações Patrimoniais Diminutivas Financeiras
Juros e Encargos de Empréstimos e Financiamentos Obtidos
Juros e Encargos de Mora
Variações Monetárias e Cambiais
24
Descontos Financeiros Concedidos
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas – Financeiras
Transferências Concedidas
Transferências Intra Governamentais
Transferências Inter Governamentais
Transferências a Instituições Privadas
Transferências a Instituições Multigovernamentais
Transferências a Consórcios Públicos
Transferências ao Exterior
Desvalorização e Perda de Ativos
Redução a Valor Recuperável e Provisão para Perdas
Perdas com Alienação
Perdas Involuntárias
Tributarias
Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria
Contribuições
Outras Variações Patrimoniais Diminutivas
Premiações
Resultado Negativo de Participações
Variações Patrimoniais Diminutivas de Instituições Financeiras
Equalizações de Preços e Taxas
Participações E Contribuições
Diversas Variações Patrimoniais Diminutivas
Resultado Patrimonial do Período
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS QUALITATIVAS
(decorrentes da execução orçamentária) Exercício
Atual
Exercício
Anterior
Incorporação de ativo
Desincorporação de passivo
Incorporação de passivo
Desincorporação de ativo
A Demonstração das Variações Patrimoniais será elaborada utilizando-se as classes 3
(variações patrimoniais diminutivas) e 4 (variações patrimoniais aumentativas) do Plano de
Contas Aplicado ao Setor Público para as variações quantitativas e a classe 6 para as
variações qualitativas.
05.04.03 DEFINIÇÕES
Para o levantamento da Demonstração das Variações Patrimoniais, é necessário definir os
seguintes conceitos:
25
05.04.03.01 VARIAÇÕES QUANTITATIVAS
As variações quantitativas são aquelas decorrentes de transações no setor público que
aumentam ou diminuem o patrimônio líquido e são divididas em Variações Patrimoniais
Aumentativas e Diminutivas.
As VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS compreendem os seguintes grupos
de contas:
IMPOSTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
Compreende toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.
CONTRIBUIÇÕES
Compreende as contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
iluminação pública.
EXPLORAÇÃO E VENDA DE BENS, SERVIÇOS E DIREITOS
Compreende as variações patrimoniais auferidas com a venda de bens, serviços e direitos,
que resultem em aumento do patrimônio líquido, independentemente de ingresso, incluindo-
se a venda bruta e deduzindo-se as devoluções, abatimentos e descontos comerciais
concedidos.
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS FINANCEIRAS
Representa o somatório das variações patrimoniais aumentativas com operações financeiras.
Compreende: descontos obtidos, juros auferidos, prêmio de resgate de títulos e debêntures,
entre outros.
TRANSFERÊNCIAS RECEBIDAS
Compreende o somatório das variações patrimoniais aumentativas com transferências inter
governamentais, transferências intragovernamentais, transferências a instituições
multigovernamentais, transferências a instituições privadas com ou sem fins lucrativos,
transferências a convênios e transferências ao exterior.
VALORIZAÇÃO E GANHOS COM ATIVOS
Compreende a variação patrimonial aumentativa com reavaliação e ganhos de ativos.
OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS AUMENTATIVAS
Compreende o somatório das demais variações patrimoniais aumentativas não incluídas nos
grupos anteriores, tais como: resultado positivo da equivalência patrimonial, dividendos,
etc.
26
As VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS compreendem os seguintes grupos de
contas:
PESSOAL E ENCARGOS
Compreende a remuneração do pessoal ativo civil ou militar, correspondente ao somatório
das variações patrimoniais diminutivas com subsídios, vencimentos, soldos e vantagens
pecuniárias fixas ou variáveis estabelecidas em lei decorrentes do pagamento pelo efetivo
exercício do cargo, emprego ou função de confiança no setor publico, bem como as
variações patrimoniais diminutivas com contratos de terceirização de mão-de-obra que se
refiram à substituição de servidores e empregados públicos. Compreende ainda, obrigações
trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de pagamento dos
órgãos e demais entidades do setor publico, contribuições a entidades fechadas de
previdência e benefícios eventuais a pessoal civil e militar , destacados os custos de pessoal
e encargos inerentes as mercadorias e produtos vendidos e serviços prestados.
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
Compreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas às Aposentadorias, Pensões,
Reformas, Reserva Remunerada e Outros Benefícios Previdenciários de caráter contributivo,
do Regime Próprio da Previdência Social (RPPS) e do Regime Geral da Previdência Social
(RGPS).
BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS
Compreendem as ações de Assistência Social, que são Políticas de Seguridade Social não
contributiva, visando ao enfrentamento da pobreza, à garantia dos mínimos sociais, ao
provimento de condições para atender às contingências sociais e à universalização dos
direitos sociais.
USO DE BENS, SERVIÇOS E CONSUMO DE CAPITAL FIXO
Representa o somatório das variações patrimoniais diminutivas com manutenção e operação
da máquina pública, exceto despesas com pessoal e encargos que serão registradas em grupo
específico (Despesas de Pessoal e Encargos). Compreende: diárias, material de consumo,
depreciação, amortização etc.
VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS FINANCEIRAS
Compreende as variações patrimoniais diminutivas com operações financeiras, tais como:
juros incorridos, descontos concedidos, comissões, despesas bancárias e correções
monetárias.
TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS
Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas com transferências inter
governamentais, transferências intragovernamentais, transferências a instituições
multigovernamentais, transferências a instituições privadas com ou sem fins lucrativos,
transferências a convênios e transferências ao exterior.
27
DESVALORIZAÇÃO E PERDA DE ATIVOS
Compreende a variação patrimonial diminutiva com desvalorização e perdas de ativos, com
redução a valor recuperável, perdas com alienação e perdas involuntárias.
TRIBUTÁRIAS
Compreendem as variações patrimoniais diminutivas relativas aos impostos, taxas,
contribuições de melhoria, contribuições sociais, contribuições econômicas e contribuições
especiais.
OUTRAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DIMINUTIVAS
Compreende o somatório das variações patrimoniais diminutivas não incluídas nos grupos
anteriores. Compreende: premiações, incentivos, equalizações de preços e taxas,
participações e contribuições, resultado negativo com participações, dentre outros.
05.04.03.02 VARIAÇÕES QUALITATIVAS
Correspondem às variações qualitativas decorrentes da execução orçamentária que
consistem em incorporação e desincorporação de ativos, bem como incorporação e
desincorporação de passivos.
Para fins de elaboração da Demonstração das Variações Patrimoniais, considerar-se-ão
apenas as variações qualitativas decorrentes das receitas e despesas de capital, considerando
a relevância da informação. Conforme o Pronunciamento Conceitual Básico do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, para serem úteis, as informações devem ser relevantes às
necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando
podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de
eventos passados, presentes ou futuros ou confirmando ou corrigindo as suas avaliações
anteriores.
05.04.04 ANÁLISE
Pela demonstração, deve-se avaliar o resultado patrimonial, que é afetado tanto por fatos
orçamentários quanto extraorçamentários, observando os itens mais relevantes que
interferiram no superávit ou déficit patrimonial.
A avaliação de gestão, a partir da Demonstração das Variações Patrimoniais, tem o objetivo
de apurar o quanto e de que forma a administração influenciou nas alterações patrimoniais
quantitativas e qualitativas do setor público.
O resultado patrimonial é um importante indicador de gestão fiscal, já que é o principal item
que influencia na evolução do patrimônio líquido de um período, objeto de análise do anexo
de metas fiscais integrante da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
28
05.04.04.01 ANÁLISE DOS QUOCIENTES – DEMONSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS
1 - O Quociente do Resultado das Variações Patrimoniais é resultante da relação entre o
Total das Variações Patrimoniais Aumentativas e o Total das Variações Patrimoniais
Diminutivas. A interpretação desse quociente indica outra forma de se evidenciar o resultado
patrimonial (Superávit ou Déficit Patrimonial).
29
05.05.00 BALANÇO PATRIMONIAL
05.05.01 CONCEITO
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e
quantitativamente, a situação patrimonial da entidade pública, por meio de contas
representativas do patrimônio público, além das contas de compensação, conforme as
seguintes definições:
a) Ativo - são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e dos
quais se espera que resultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou potencial de
serviços.
b) Passivo - são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos
pagamentos se esperam que resultem para a entidade saídas de recursos capazes de gerar
benefícios econômicos ou potencial de serviços.
c) Patrimônio Líquido - é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos
seus passivos.
d) Contas de Compensação - compreende os atos que possam vir ou não a afetar o
patrimônio.
No Patrimônio Líquido, deve ser evidenciado o resultado do período segregado dos
resultados acumulados de períodos anteriores, além de outros itens.
A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em "circulante" e "não
circulante", com base em seus atributos de conversibilidade e exigibilidade.
Os ativos devem ser classificados como circulantes quando satisfizerem a um dos seguintes
critérios:
a) encontrarem-se disponíveis para realização imediata;
b) tiverem a expectativa de realização até o término do exercício seguinte.
Os demais ativos devem ser classificados como não circulantes.
Os passivos devem ser classificados como circulantes quando satisfizerem um dos seguintes
critérios:
c) corresponderem a valores exigíveis até o final do exercício seguinte;
d) corresponderem a valores de terceiros ou retenções em nome deles, quando a entidade do
setor público for a fiel depositária, independentemente do prazo de exigibilidade.
Os demais passivos devem ser classificados como não circulantes.
As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decrescente de grau de conversibilidade;
as contas do passivo, em ordem decrescente de grau de exigibilidade.
30
A Lei nº 4.320/1.964, artigo 105, confere viés orçamentário ao Balanço Patrimonial, já que
separa o Ativo e Passivo em dois grandes grupos em função da dependência ou não de
autorização orçamentária para realização dos itens que o compõem:
“O Balanço Patrimonial demonstrará:
I - O Ativo Financeiro;
II - O Ativo Permanente;
III - O Passivo Financeiro;
IV - O Passivo Permanente;
V - O Saldo Patrimonial;
VI - As Contas de Compensação.
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis
independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja
mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa.
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outros
pagamento independa de autorização orçamentária.
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que
dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate.
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores,
obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que,
imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio. (Lei nº
4.320/1.964)”
Pode-se dizer que o Balanço Patrimonial é estático, pois apresenta a posição patrimonial em
determinado momento, funcionando como uma “fotografia” do patrimônio da entidade para
aquele momento.
31
05.05.02 ESTRUTURA
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
BALANÇO PATRIMONIAL
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS): DATA EMISSÃO: PÁGINA:
ATIVO PASSIVO
ESPECIFICAÇÃO
Exercício
Atual
Exercício
Anterior ESPECIFICAÇÃO
Exercício
Atual
Exercício
Anterior
ATIVO CIRCULANTE
Caixa e Equivalentes de Caixa
Créditos a Curto Prazo
Demais Créditos e Valores a Curto Prazo
Investimentos e Aplicações Temporárias a
Curto Prazo
Estoques
VPD Pagas Antecipadamente
ATIVO NAO-CIRCULANTE
Ativo Realizável a Longo Prazo
Créditos a Longo Prazo
Demais Créditos e Valores a Longo
Prazo
Investimentos Temporários a Longo
Prazo
Estoques
VPD Pagas Antecipadamente
Investimentos
Participações Permanentes
Demais Investimentos Permanentes
(-) Redução ao Valor Recuperável
Imobilizado
Bens Moveis
Bens Imóveis
(-) Depreciação, Exaustão e
Amortização Acumuladas
(-) Redução ao Valor Recuperável
Intangível
Softwares
Marcas, Direitos e Patentes Industriais
Direito de Uso De Imóveis
(-) Amortização Acumulada
(-) Redução ao Valor Recuperável
PASSIVO CIRCULANTE
Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e
Assistenciais a Pagar a Curto Prazo
Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo
Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo
Obrigações Fiscais a Curto Prazo
Demais Obrigações a Curto Prazo
Provisões a Curto Prazo
PASSIVO NAO-CIRCULANTE
Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e
Assistenciais a Pagar A Longo Prazo
Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo
Fornecedores a Longo Prazo
Obrigações Fiscais a Longo Prazo
Demais Obrigações a Longo Prazo
Provisões a Longo Prazo
Resultado Diferido
TOTAL DO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ESPECIFICAÇÃO Exercício
Atual
Exercício
Anterior
Patrimônio Social e Capital Social
Adiantamento Para Futuro Aumento de
Capital
Reservas de Capital
Ajustes de Avaliação Patrimonial
Reservas de Lucros
Demais Reservas
Resultados Acumulados
(-) Ações / Cotas em Tesouraria
TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL TOTAL
ATIVO FINANCEIRO PASSIVO FINANCEIRO
ATIVO PERMANENTE PASSIVO PERMANENTE
SALDO PATRIMONIAL
Compensações
ESPECIFICAÇÃO
Exercício
Atual
Exercício
Anterior
ESPECIFICAÇÃO
Exercício
Atual
Exercício
Anterior Saldo dos Atos Potenciais Ativos Saldo dos Atos Potenciais Passivos
TOTAL TOTAL
O Balanço Patrimonial será elaborado utilizando-se as classes 1 (ativo) e 2 (passivo e
patrimônio líquido) do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, além da classe 8
(controles credores) para o quadro referente às compensações.
Os ativos e passivos financeiros e permanentes e o saldo patrimonial serão apresentados
pelos seus valores totais, podendo ser detalhados.
32
No quadro referente às compensações, deverão ser incluídos os atos potenciais do ativo e do
passivo que possam, imediata ou indiretamente, vir a afetar o patrimônio, como por
exemplo, direitos e obrigações conveniadas ou contratadas; responsabilidade por valores,
títulos e bens de terceiros; garantias e contragarantias de valores recebidas e concedidas; e
outros atos potenciais do ativo e do passivo.
05.05.03 ANEXO AO BALANÇO PATRIMONIAL - DEMONSTRATIVO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT FINANCEIRO APURADO NO BALANÇO PATRIMONIAL
Como anexo ao Balanço Patrimonial, deverá ser elaborado o demonstrativo do
superávit/déficit financeiro apurado no Balanço Patrimonial do exercício.
O parágrafo único do artigo 8º e o artigo 50 da Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de
Responsabilidade Fiscal estabelece:
“Art. 8º Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade
específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua
vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.
Art. 50 Além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a
escrituração das contas públicas observará as seguintes:
I – a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os
recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obrigatória fiquem
identificados e escriturados de forma individualizada;
(Lei Complementar 101/2000)”
Para atendimento desses mandamentos legais, existe o mecanismo denominado
DESTINAÇÃO DE RECURSOS (DR) ou FONTE DE RECURSOS (FR). Ela identifica se
os recursos são vinculados ou não e, no caso dos vinculados, indica a sua finalidade, o que
poderá ser verificado por este demonstrativo.
Nesse anexo, podem ser apresentadas algumas fontes com déficit e outras com superávit
financeiro, de maneira que o total seja igual ao superávit financeiro apurado no balanço
patrimonial do exercício.
Segue a estrutura básica do demonstrativo:
33
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRATIVO DO SUPERÁVIT/DÉFICIT FINACEIRO APURADO NO BALANÇO PATRIMONIAL
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS): DATA EMISSÃO: PÁGINA:
DESTINAÇÃO DE RECURSOS SUPERÁVIT/DÉFICIT
FINANCEIRO
Ordinária
Vinculada
Previdência Social Transferências obrigatórias de outro ente
Convênios
(...)
TOTAL
05.05.04 DEFINIÇÕES
Para o levantamento do Balanço Patrimonial, é necessário definir os seguintes conceitos:
ATIVO CIRCULANTE
Compreende os ativos que atendam a qualquer um dos seguintes critérios: sejam caixa ou
equivalente de caixa; sejam realizáveis ou mantidos para venda ou consumo dentro do ciclo
operacional da entidade; sejam mantidos primariamente para negociação; sejam realizáveis
até o termino do exercício seguinte. O Ativo Circulante é dividido da seguinte maneira:
a) Caixa e Equivalentes de Caixa – Compreende o somatório dos valores em caixa e em
bancos, bem como equivalentes, que representam recursos com livre movimentação para
aplicação nas operações da entidade e para os quais não haja restrições para uso imediato.
b) Créditos a Curto Prazo – Compreende os valores a receber por fornecimento de bens,
serviços, créditos tributários, dívida ativa, transferências e empréstimos e financiamentos
concedidos realizáveis no curso do exercício social subsequente.
c) Demais Créditos e Valores a Curto Prazo – Compreende os valores a receber por
demais transações realizáveis até o termino do exercício seguinte.
d) Investimentos e Aplicações Temporárias a Curto Prazo – Compreende as aplicações
de recursos em títulos e valores mobiliários, não destinadas a negociação e que não façam
parte das atividades operacionais da entidade, resgatáveis até o termino do exercício
seguinte, além das aplicações temporárias em metais preciosos.
e) Estoques – Compreende o valor dos bens adquiridos, produzidos ou em processo de
elaboração pela entidade com o objetivo de venda ou utilização própria no curso normal
das atividades.
f) Variações Patrimoniais Diminutivas Pagas Antecipadamente – Compreende
pagamentos de variações patrimoniais diminutivas (VPD) antecipadas, cujos benefícios
ou prestação de serviço a entidade ocorrerão até o termino do exercício seguinte.
34
ATIVO NÃO-CIRCULANTE
Compreende os ativos realizáveis após os doze meses seguintes à data de publicação das
demonstrações contábeis, sendo composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,
imobilizado e intangível, descritos a seguir:
a) Ativo Realizável a Longo Prazo – Compreende os bens, direitos e despesas antecipadas
realizáveis apos o término do exercício seguinte.
b) Investimentos – Compreende as participações permanentes em outras sociedades, bem
como os bens e direitos não classificáveis no ativo circulante nem no ativo realizável a
longo prazo e que não se destinem a manutenção da atividade da entidade.
c) Imobilizado – Compreende os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados
a manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os
decorrentes de operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses
bens. Para fins de apresentação no Balanço Patrimonial, o imobilizado será apresentado
já líquido da depreciação e amortização acumuladas.
d) Intangível – Compreende os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados
a manutenção da entidade ou exercidos com essa finalidade. Para fins de apresentação no
Balanço Patrimonial, o intangível será apresentado já líquido da amortização acumulada.
PASSIVO CIRCULANTE
Compreende as obrigações conhecidas e estimadas que atendam a qualquer um dos
seguintes critérios: tenham prazos estabelecidos ou esperados dentro do ciclo operacional da
entidade; sejam mantidos primariamente para negociação; tenham prazos estabelecidos ou
esperados até o termino do exercício seguinte; sejam valores de terceiros ou retenções em
nome deles, quando a entidade do setor publico for fiel depositaria, independentemente do
prazo de exigibilidade, sendo dividido da seguinte forma:
a) Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Curto Prazo –
Compreende as obrigações referentes a salários ou remunerações, bem como benefícios
aos quais o empregado ou servidor tenha direito, aposentadorias, reformas, pensões e
encargos a pagar, bem como benefícios assistenciais, com vencimento até o termino do
exercício seguinte, inclusive os precatórios decorrentes dessas obrigações.
b) Empréstimos e Financiamentos a Curto Prazo – Compreende as obrigações
financeiras da entidade a titulo de empréstimos, bem como as aquisições efetuadas
diretamente com o fornecedor, com vencimentos até o termino do exercício seguinte.
c) Fornecedores e Contas a Pagar a Curto Prazo – Compreende as obrigações junto a
fornecedores de matérias-primas, mercadorias e outros materiais utilizados nas atividades
operacionais da entidade, bem como as obrigações decorrentes do fornecimento de
utilidades e da prestação de serviços, tais como de energia elétrica, água, telefone,
propaganda, alugueis e todas as outras contas a pagar com vencimento até o termino do
exercício seguinte, inclusive os precatórios decorrentes dessas obrigações.
35
d) Obrigações Fiscais a Curto Prazo – Compreende as obrigações das entidades com o
governo relativas a impostos, taxas e contribuições com vencimento até o termino do
exercício seguinte.
e) Demais Obrigações a Curto Prazo – Compreende as obrigações da entidade junto a
terceiros não inclusas nos subgrupos anteriores, com vencimento até o termino do
exercício seguinte, inclusive os precatórios decorrentes dessas obrigações.
f) Provisões a Curto Prazo – Compreende os passivos de prazo ou de valor incertos, com
prazo provável até o termino do exercício seguinte.
PASSIVO NÃO-CIRCULANTE
Compreende as obrigações conhecidas e estimadas que não atendam a nenhum dos critérios
para serem classificadas no passivo circulante, sendo composto pelos seguintes grupos de
contas:
a) Obrigações Trabalhistas, Previdenciárias e Assistenciais a Pagar a Longo Prazo –
Compreende as obrigações referentes a salários ou remunerações, bem como benefícios
aos quais o empregado ou servidor tenha direito, aposentadorias, reformas, pensões e
encargos a pagar, bem como benefícios assistenciais, com vencimento apos o término do
exercício seguinte, inclusive os precatórios decorrentes dessas obrigações.
b) Empréstimos e Financiamentos a Longo Prazo – Compreende as obrigações
financeiras da entidade a titulo de empréstimos, bem como as aquisições efetuadas
diretamente com o fornecedor, com vencimentos apos o termino do exercício seguinte.
c) Fornecedores a Longo Prazo – Compreende as obrigações junto a fornecedores de
matérias-primas, mercadorias e outros materiais utilizados nas atividades operacionais da
entidade, com vencimento apos o termino do exercício seguinte, inclusive os precatórios
decorrentes dessas obrigações.
d) Obrigações Fiscais a Longo Prazo – Compreende as obrigações das entidades com o
governo relativas a impostos, taxas e contribuições com vencimento apos o termino do
exercício seguinte.
e) Demais Obrigações a Longo Prazo – Compreende as obrigações da entidade junto a
terceiros não inclusas nos subgrupos anteriores, com vencimento apos o termino do
exercício seguinte, inclusive os precatórios decorrentes dessas obrigações.
f) Provisões a Longo Prazo – Compreende os passivos de prazo ou de valor incertos, com
prazo provável apos o termino do exercício seguinte.
g) Resultado Diferido – Compreende o saldo existente na antiga conta resultado de
exercícios futuros em 31 de dezembro de 2008, composto de variação patrimonial
aumentativa (VPA) diferida e o respectivo custo diferido.
36
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Compreende o valor residual dos ativos depois de deduzidos todos os passivos. Quando o
valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado é denominado Passivo a
Descoberto. Neste caso, a expressão Patrimônio Líquido deve ser substituída por Passivo a
Descoberto. Seguem as definições:
a) Patrimônio Social e Capital Social – Compreende o patrimônio social das autarquias,
fundações e fundos e o capital social das demais entidades da administração indireta.
b) Adiantamento Para Futuro Aumento de Capital – Compreende os recursos recebidos
pela entidade de seus acionistas ou quotistas destinados a serem utilizados para aumento
de capital, quando não haja a possibilidade de devolução destes recursos.
c) Reservas de Capital – Compreende os valores acrescidos ao patrimônio que não
transitaram pelo resultado como variações patrimoniais aumentativas (VPA).
d) Ajustes de Avaliação Patrimonial – Compreende as contrapartidas de aumentos ou
diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo em decorrência da sua
avaliação a valor justo, nos casos previstos pela lei 6.404/76 ou em normas expedidas
pela comissão de valores mobiliários, enquanto não computadas no resultado do exercício
em obediência ao regime de competência.
e) Reservas de Lucros – Compreende as reservas constituídas com parcelas do lucro
liquido das entidades para finalidades especificas.
f) Demais Reservas – Compreende as demais reservas, não classificadas como reservas de
capital ou de lucro, inclusive aquelas que terão seus saldos realizados por terem sido
extintas pela legislação.
g) Resultados Acumulados – Compreende o saldo remanescente dos lucros ou prejuízos
liquidos das empresas e os superávits ou déficits acumulados da administração direta,
autarquias, fundações e fundos.
h) Ações / Cotas em Tesouraria – Compreende o valor das ações ou cotas da entidade que
foram adquiridas pela própria entidade.
ATIVO FINANCEIRO
Compreende os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização
orçamentária e os valores numerários.
ATIVO PERMANENTE
Compreende os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de
autorização legislativa.
37
PASSIVO FINANCEIRO
Compreende as dívidas fundadas e outros compromissos exigíveis cujo pagamento
independa de autorização orçamentária, como os restos a pagar, os serviços da dívida a
pagar, os depósitos e os débitos de tesouraria (operações de crédito por antecipação de
receita).
PASSIVO PERMANENTE
Compreende as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para
amortização ou resgate.
CONTAS DE COMPENSAÇÃO
São contas representativas dos atos que possam vir a afetar o patrimônio, compreendendo as
compensações do ativo e do passivo, ou seja, são contas relacionadas às situações não
compreendidas no patrimônio, mas que, direta ou indiretamente, possam vir a afetá-lo,
exclusive as que dizem respeito a atos e fatos ligados à execução orçamentária e financeira e
as contas com função precípua de controle.
SUPERÁVIT FINANCEIRO
Corresponde a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro. Para fins de
abertura de crédito adicional, deve-se conjugar, ainda, os saldos dos créditos adicionais
transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas, em cumprimento ao parágrafo 2º do
artigo 43 da Lei nº 4.320/64.
05.05.05 ANÁLISE
A avaliação dos elementos do Ativo e Passivo pode ser realizada mediante a utilização da
análise por quocientes, dentre os quais se destacam os índices de liquidez e endividamento.
É importante destacar que, na análise do endividamento, é necessário segregar as operações
de crédito que podem ser refinanciadas daquelas que não podem ser refinanciadas. As
operações de crédito que não podem ser refinanciadas estão integralmente sujeitas à análise
dos índices que incluem o Passivo Circulante e Não Circulante. Já as operações de crédito
refinanciáveis podem ser utilizadas como justificativa para um eventual índice de liquidez
desfavorável. Seguem alguns índices:
1) Liquidez Imediata (LI) – Disponibilidades /Passivo Circulante
Indica a capacidade financeira da entidade em honrar imediatamente seus compromissos de
curto prazo contando apenas com suas disponibilidades, ou seja, os recursos disponíveis em
caixa ou bancos.
2) Liquidez Corrente (LC) - Ativo Circulante/Passivo Circulante
38
A liquidez corrente demonstra quanto a entidade poderá dispor em recursos a curto prazo
(caixa, bancos, clientes, estoques, etc.) para pagar suas dívidas circulantes (fornecedores,
empréstimos e financiamentos a curto prazo, contas a pagar, etc.).
3) Liquidez Seca (LS) - (Disponibilidades + Créditos a Curto Prazo) /Passivo Circulante
Demonstra quanto a entidade poderá dispor de recursos circulantes, sem levar em
consideração seus itens não monetários como os estoques, almoxarifados e as despesas
antecipadas, para fazer face às suas obrigações de curto prazo.
4) Liquidez Geral (LG) – (Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo) / (Passivo
Circulante + Passivo Não-Circulante).
A liquidez geral, ou índice de solvência geral, é uma medida de capacidade da entidade em
honrar todas as suas exigibilidades, contando, para isso, com os seus recursos realizáveis a
curto e longo prazos.
5) Índice de Solvência (IS) – (Ativo Circulante + Ativo Não-Circulante) / (Passivo
Circulante + Passivo Não-Circulante).
Uma entidade é solvente quando está em condições de fazer frente a suas obrigações e ainda
apresenta uma situação patrimonial que garanta sua sobrevivência no futuro.
6) Endividamento Geral (EG) – (Passivo Circulante + Passivo Não-Circulante) / Ativo Total
Esse índice demonstra o grau de endividamento da entidade. Reflete também a sua estrutura
de capital.
9) Composição do Endividamento (CE) – Passivo Circulante / (Passivo Circulante + Passivo
Não-Circulante).
Representa a parcela de curto prazo sobre a composição do endividamento total. Geralmente
é melhor para a entidade que suas dívidas sejam de longo prazo.
39
05.06.00 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
05.06.01 CONCEITO
A demonstração dos fluxos de caixa tem o objetivo de contribuir para a transparência da
gestão pública, pois permite um melhor gerenciamento e controle financeiro dos órgãos e
entidades do setor público.
As informações dos fluxos de caixa são úteis para proporcionar aos usuários da informação
contábil instrumento para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de
caixa, bem como suas necessidades de liquidez.
Assim, a Demonstração dos Fluxos de Caixa permite aos usuários projetar cenários de
fluxos futuros de caixa e elaborar análise sobre eventuais mudanças em torno da capacidade
de manutenção do regular financiamento dos serviços públicos.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve ser elaborada pelo método direto ou indireto e
evidenciar as movimentações havidas no caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos:
(a) das operações;
(b) dos investimentos; e
(c) dos financiamentos.
O fluxo de caixa das operações compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas
originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os demais
fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento.
O fluxo de caixa dos investimentos inclui os recursos relacionados à aquisição e à alienação
de ativo não circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liquidação de
adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras operações da mesma
natureza.
O fluxo de caixa dos financiamentos inclui os recursos relacionados à captação e à
amortização de empréstimos e financiamentos.
05.06.02 ESTRUTURA
A demonstração dos fluxos de caixa pode ser levantada pelo método direto ou indireto,
sendo mais indicado o método direto.
40
05.06.02.01 MÉTODO DIRETO
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS): DATA EMISSÃO: PÁGINA:
Exercício
Atual
Exercício
Anterior
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DAS OPERAÇÕES
INGRESSOS
RECEITAS DERIVADAS
Receita Tributária
Receita de Contribuições
Outras Receitas Derivadas
RECEITAS ORIGINÁRIAS
Receita Patrimonial
Receita Agropecuária
Receita Industrial
Receita de Serviços
Outras Receitas Originárias
Remuneração das Disponibilidades
TRANSFERÊNCIAS
Intergovernamentais
da União
de Estados e Distrito Federal
de Municípios
Intragovernamentais
DESEMBOLSOS
PESSOAL E OUTRAS DESPESAS CORRENTES POR FUNÇÃO
Legislativa
Judiciária
Administração
Defesa Nacional
Segurança Pública
Relações Exteriores
Assistência Social
Saúde
Trabalho
Educação
(...)
JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA
Juros e Correção Monetária da Dívida Interna
Juros e Correção Monetária da Dívida Externa
Outros Encargos da Dívida
TRANSFERÊNCIAS
Intergovernamentais
a União
a Estados e Distrito Federal
a Municípios
Intragovernamentais
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DAS OPERAÇÕES
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
INGRESSOS
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS CONCEDIDOS
DESEMBOLSOS
AQUISIÇÃO DE ATIVO NÃO CIRCULANTE
CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO
41
FLUXOS DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
INGRESSOS
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
DESEMBOLSOS
AMORTIZAÇÃO/REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA
FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
APURAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA DO PERÍODO
GERAÇÃO LÍQUIDA DE CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA
CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA INICIAL
CAIXA E EQUIVALENTE DE CAIXA FINAL
05.06.03 DEFINIÇÕES
Para o levantamento da Demonstração dos Fluxos de Caixa, é necessário definir os seguintes
conceitos:
INGRESSOS DAS OPERAÇÕES
Corresponde à receita arrecadada corrente de atividades operacionais, divididas em
derivadas e originárias, evidenciando-se a origem e a espécie, considerando-se as respectivas
deduções. Inclui, ainda, a remuneração das disponibilidades e as transferências
intragovernamentais e intergovernamentais.
TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS
Reflete as movimentações de recursos financeiros que não representam arrecadação ou
aplicação direta.
TRANSFERÊNCIAS INTRAGOVERNAMENTAIS
Reflete as movimentações de recursos financeiros entre órgãos e entidades da Administração
Direta e Indireta. Aquelas efetuadas em cumprimento à execução do orçamento são as cotas,
repasses e sub-repasses. Aquelas que não se relacionam com o Orçamento, em geral,
decorrem da transferência de recursos relativos aos Restos a Pagar. Esses valores, quando
observados os demonstrativos consolidados, são compensados.
INGRESSOS DE INVESTIMENTO
Corresponde à receita orçamentária arrecadada referente à alienação de ativo não circulante
ou de amortização de empréstimos concedidos. Inclui, ainda, as transferências
intragovernamentais e intergovernamentais com a finalidade de atender a dispêndios de
investimento.
42
INGRESSOS DE FINANCIAMENTO
Corresponde à receita orçamentária arrecadada de operações de crédito, refinanciamento da
dívida e outras.
DESEMBOLSOS DAS OPERAÇÕES
Corresponde à despesa orçamentária paga de atividades operacionais, demonstrando-se os
desembolsos de pessoal e outras despesas correntes por função (exceto encargos especiais),
os juros e encargos sobre a dívida e as transferências, incluindo o pagamento dos restos a
pagar.
DESEMBOLSOS DE INVESTIMENTO
Corresponde à despesa orçamentária paga com investimentos e inversões financeiras,
incluindo o pagamento dos restos a pagar. As concessões de empréstimos e financiamentos
figurarão em linha específica neste grupo.
DESEMBOLSOS DE FINANCIAMENTO
Corresponde à despesa orçamentária paga com amortização e refinanciamento da dívida,
incluindo o pagamento dos restos a pagar processados e não processados referentes à
amortização e refinanciamento da dívida.
CAIXA E EQUIVALENTE-CAIXA
Compreende o numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis, além das aplicações
financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um
montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de
valor. Inclui, ainda, a receita orçamentária arrecadada que se encontra em poder da rede
bancária em fase de recolhimento.
Assim, na Demonstração de Fluxo de Caixa, figurarão como ingressos as receitas
orçamentárias arrecadadas e como dispêndios as despesas orçamentárias e os restos a pagar
pagos.
As transações de investimento e financiamento que não envolvem o uso de caixa ou
equivalentes de caixa, como aquisições financiadas de bens e arrendamento financeiro, não
devem ser incluídas na demonstração dos fluxos de caixa. Tais transações devem ser
divulgadas nas notas explicativas à demonstração, de modo que forneçam todas as
informações relevantes sobre essas transações.
05.06.04 ANÁLISE
A Demonstração dos Fluxos de Caixa visa à análise do desempenho financeiro do setor
público, permitindo:
43
ter uma visão da situação das finanças públicas, possibilitando efetuar comparações entre
ingressos e desembolsos por tipos de atividades (operacionais, de investimento e de
financiamento), e avaliar as decisões de investimento e financiamento público;
avaliar a situação presente e futura do caixa da entidade, permitindo análise de liquidez;
conhecer a capacidade de expansão das despesas com recursos próprios gerados pelas
operações;
a análise imediata da disponibilidade e do impacto da mesma nas finanças da entidade,
quando da inserção de nova despesa na programação;
avaliar a previsão de quando é possível contrair novas despesas sem que isso comprometa
as finanças públicas;
A Demonstração dos Fluxos de Caixa é também um importante instrumento de avaliação da
gestão pública, pois permite inferir, em nível macro, quais foram as decisões de alocação de
recursos na prestação de serviços públicos, em investimentos e financiamentos, além de que
permitir a verificação de como a administração influenciou na liquidez da entidade, de forma
a prevenir insolvência futura.
05.06.04.01 ANÁLISE DOS QUOCIENTES – DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
1 – O Quociente do fluxo de caixa líquido das atividades operacionais em relação ao
resultado patrimonial é resultante da relação entre o Caixa Líquido Gerado nas Operações
e o Resultado Patrimonial. A interpretação desse quociente indica a dispersão entre o fluxo
de caixa operacional gerado e o resultado patrimonial do exercício.
2 – O Quociente da Capacidade de Amortização de Dívida é resultante da relação entre o
Caixa Líquido Gerado nas Operações e o Total do Passivo. A interpretação desse quociente
indica a parcela dos recursos gerados pela entidade para pagamento da dívida.
3 – O Quociente da Atividade Operacional é resultante da relação entre o Caixa Líquido
Gerado das Operações e o Total da Geração Líquida de Caixa. A interpretação desse
quociente indica a parcela da geração líquida de caixa pela entidade atribuída as atividades
operacionais.
44
05.07.00 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO
05.07.01 CONCEITO
A crescente exigência popular acerca da transparência na gestão dos recursos públicos,
objetivando a verificação da otimização dos benefícios gerados à sociedade, revela a
necessidade de implantação de um sistema de informações que permita a evidenciação de
resultados alcançados sob à égide da eficiência, eficácia e efetividade da gestão.
No Brasil, a maioria dos gestores não sabe dizer se ações oferecidas à sociedade são bem
sucedidas ou não. Quando eles, por exemplo, impõem cortes ao orçamento, não sabem se
estão cortando “supérfluos” ou “essenciais”. Faltando-lhes, muitas vezes, informações
objetivas quanto aos resultados alcançados.
A busca de alternativas que reduzam os custos e otimizem a efetividade e a eficiência,
(preceito instituído pela Carta Constitucional de 1988 no art. 74, inciso II: comprovar a
legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado) dos serviços prestados à
sociedade, pelos órgãos públicos, tem sido o grande desafio dos estudiosos e
administradores da área pública no Brasil, pois, em realidade, a preocupação até então se
restringia, fundamentalmente, a procedimentos mais voltados ao atendimento das
prerrogativas legais vigentes no país, não se analisando os aspectos concernentes à gestão de
custos e consequentes resultados, que já são demasiadamente conhecidos no setor privado.
Para tanto, a NBCT 16.6 criou um novo demonstrativo, a Demonstração do Resultado
Econômico (DRE), que evidencia eficiência na gestão dos recursos no serviço público.
Surge, pois, a necessidade de implementação de um sistema que objetive resultados. Sugere-
se que, no mínimo, as ações e/ou serviços públicos sejam monitoradas passo a passo por um
sistema de contabilidade e controladoria estritamente técnico e dotado de instrumental
normativo perfeitamente definido; caso contrário, poderão ensejar evasão de recursos
oriundos dos cidadãos, que os entrega à instituição Estado para serem aplicados nas
necessidades essenciais de uma sociedade.
Neste contexto, o Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução nº 1.129/08,
que aprovou a NBCT 16. 2 – Patrimônio e Sistemas Contábeis, estabeleceu o Subsistema de
Custos que tem como objetivo registrar, processar e evidenciar os custos dos bens e
serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública.
Segundo a norma, o subsistema de custos, integrado com os demais – orçamentário,
financeiro, patrimonial e compensação – deve subsidiar a Administração Pública sobre:
(a) desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;
(b) avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de trabalho com relação à
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade;
(c) avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento;
45
(d) avaliação dos riscos e das contingências.
De igual modo, a Resolução CFC nº 1.133/08, que aprovou a NBC T 16.6 – Demonstrações
Contábeis, apresenta Demonstração do Resultado Econômico (DRE), cujo objetivo é
evidenciar o resultado econômico das ações do setor público, considerando sua interligação
com o subsistema de custos.
A Demonstração do Resultado Econômico, cuja elaboração é facultativa, tem como
premissa os seguintes conceitos:
Custo de oportunidade (CO) - valor que seria desembolsado na alternativa desprezada de
menor valor entre aquelas consideradas possíveis para a execução da ação pública.
Receita Econômica (RE) - valor apurado a partir de benefícios gerados à sociedade pela
ação pública, obtido por meio da multiplicação da quantidade de Serviços Prestados (N),
bens ou produtos fornecidos, pelo Custo de Oportunidade (CO), daí: RE = N x CO
Custo de Execução (CE) - valor econômico despendido pela Entidade na ação objeto da
apuração do Resultado Econômico Apurado. É dividido em custos diretos e indiretos.
O Resultado Econômico Apurado (REA) é, pois, o incremento líquido de benefícios gerados
à sociedade a partir da ação eficiente e eficaz do gestor público, calculado a partir da
diferença entre a Receita Econômica (RE) e o Custo de Execução (CE) da ação, conforme
fórmula a seguir:
REA = RE – CE, ou
REA = (N*CO) – CE
Em realidade, o REA pode ser considerado como um “termômetro”, que, se corretamente
aferido, evidenciará o quanto, de fato, houve de economia na ação pública.
05.07.02 ESTRUTURA
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS): DATA EMISSÃO: PÁGINA:
ESPECIFICAÇÃO
Exercício
Atual
Exercício
Anterior
1. Receita econômica dos serviços prestados e dos bens ou dos produtos fornecidos
2. (-) Custos diretos identificados com a execução da ação pública
3. Margem Bruta
4 (-) Custos indiretos identificados com a execução da ação pública
5 (=) Resultado Econômico Apurado
46
05.07.03 ANÁLISE
A análise do custo dos serviços prestados, da receita econômica e do resultado econômico
permite analisar a eficiência da gestão pública.
Além de se preocupar com a legalidade, a Constituição Federal de 1988 também evidenciou
a necessidade da avaliação de resultados quanto à eficiência e eficácia, como está
demonstrado na redação dos seus art. 70 e 74:
“Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.”
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos
públicos por entidades de direito privado. (Constituição Federal de 1988)”
Ainda, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000),
estabelece que no parágrafo 3º do seu art. 50 estabelece que “a Administração Pública
manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial”.
Portanto, pode-se verificar que as legislações supracitadas apontam para a avaliação da
gestão, na qual a avaliação do custo dos serviços prestados e da receita econômica são
fundamentais. A implementação de um sistema de informação de custos representa grande
avanço para propiciar essa avaliação, pois representa uma importante ferramenta de auxílio à
gestão, permitindo a transparência sobre os aspectos qualitativos e quantitativos dos
programas de governo.
O desenvolvimento e a implementação de um sistema de informação de custos que permita a
avaliação do custo dos serviços prestados propiciará inúmeros benefícios para a
Administração Pública, contribuindo efetivamente para a tomada de decisões sobre alocação
de recursos e ampliando os mecanismos de controle da sociedade sobre a atuação
governamental.
A análise da Demonstração do Resultado Econômico tem como objetivo determinar se do
ponto de vista da economicidade a atividade, programa ou ação da entidade do setor público
está gerando déficit, equilíbrio ou superávit econômico.
A análise deve ser feita ainda com base na avaliação da atividade, programa ou ação,
considerando:
Déficit Econômico: situação em que a receita econômica é menor que os custos diretos e
indiretos apropriados à atividade. A recomendação é que a administração pública reduza
os custos para poder gerar um superávit, ou no mínimo um equilíbrio.
47
Superávit Econômico: situação em que a receita econômica é maior que os custos diretos
e indiretos apropriados à atividade. A recomendação é que a administração pública
continue produzindo o serviço, pois o faz com economicidade e eficiência.
Equilíbrio Econômico: situação em que a receita econômica é igual aos custos diretos e
indiretos apropriados à atividade. A recomendação é que a administração pública deveria
reduzir os custos para poder gerar um superávit.
Já a avaliação da gestão consiste, dentre outros, em observar através do levantamento dos
principais bens e serviços produzidos para a população qual o resultado econômico obtido
de cada um e tomar as decisões para melhor o desempenho econômico das atividades, bens e
serviços ou poder terceirizar com fornecedores que o fazem de forma mais econômica.
48
EXEMPLO DE ELABORAÇÃO DA DRE
Unidade Contábil: Batalhão Modelo
Efetivo Médio de Militares/ano: 400
Ação: Serviços de Refeição (Rancho)
Produto: Militar Alimentado
Meta: 400 / ano
Número de refeições servidas por ano:
Café 85.000
Almoço 108.000
Jantar 54.000
Lanche 21.600
Custos de opotunidade unitário dos serviços de refeições oferecidos pelo Batalhão:
Café 7,00R$
Almoço 12,00R$
Jantar 10,00R$
Lanche 3,00R$
Receita Econômica produzida pela Unidade "Rancho":
Nº Refeições Custo de Oport. Receita Econômica
Café 85.000 7,00R$ 595.000,00R$
Almoço 108.000 12,00R$ 1.296.000,00R$
Jantar 54.000 10,00R$ 540.000,00R$
Lanche 21.600 3,00R$ 64.800,00R$
Receita Econômica Total 2.495.800,00R$
Custos Diretos da Atividade Rancho/ano 2.443.000,00R$
Pessoal Civil 936.000,00
Vencimentos Diretos (Militares) 720.000,00
Encargos Sociais Diretos 216.000,00
Material de Consumo 1.305.000,00
Gêneros Alimentícios 1.200.000,00
Material de Expediente e Limpeza 105.000,00
Serviços de Terceiros e Encargos 162.000,00
Energia Elética 25.000,00
Água e Esgoto 30.000,00
Gás 15.000,00
Telefone 12.000,00
Manutenção das Instalações 50.000,00
Instrução do Pessoal de Rancho 30.000,00
Depreciaçao 40.000,00
Utensílios de cozinha e refeitórios 25.000,00
Equipamentos Permanentes 10.000,00
Bens Imóvel 5.000,00
49
Análise do Resultado:
O resultado positivo indica um Superávit Econômico, ou seja, a situação em que a receita
econômica é maior que os custos diretos e indiretos apropriados à atividade. Assim a
administração pública pode direcionar este superávit para outras atividades.
Este resultado indica o montante que a administração pública pode agregar a sociedade
realizando o serviço internamente. Deve-se interpretar esse resultado com cautela, já que
muitas variáveis subjetivas também devem ser levadas em consideração na geração desse
resultado. Exemplo: qualidade do serviço prestado, qualidade dos insumos utilizados na
realização do serviço (ou fornecimento do bem), aspectos sociais, etc.
No exemplo acima, a qualidade dos insumos utilizados na produção da refeição também
deve ser levada em consideração para fins de análise.
Assim, deve-se tentar apurar a Receita Econômica considerando o custo de oportunidade
mais próximo da realidade do serviço prestado (ou do produto fornecido), para que não seja
gerado um resultado econômico distorcido.
Serviços de Terceiros e Encargos 29.400,00 Energia Elética 5.000,00 Água e Esgoto 6.000,00 Telefone 2.400,00 Manutenção das Instalações 10.000,00 Instrução dos Militares 6.000,00 Depreciaçao 3.000,00 Bens Móveis 2.000,00 Bens Imóvel 1.000,00
BATALHÃO MODELO
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO DA AÇÃO
Ação: Serviços de Refeição (Rancho)
ANO:
Receita Econômica da Ação (RE) 2.495.800,00 R$ (-) Custos de Execução Diretos (CE-d) (2.443.000,00) R$ (=) Margem Bruta 52.800,00 R$ (-) Custos de Execução Indiretos (CE-i) 32.400,00 R$ (=) Resultado Econômico da Ação (REA) 20.400,00 R$
50
05.08.00 DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
05.08.01 CONCEITO
A Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido será obrigatória apenas para as
empresas estatais dependentes e para os entes que as incorporarem no processo de
consolidação das contas.
A entidade deve apresentar a demonstração das mutações no patrimônio líquido - DMPL,
que objetiva demonstrar:
a) o déficit ou superávit patrimonial do período;
b) cada mutação no patrimônio líquido reconhecida diretamente no mesmo;
c) o efeito decorrente da mudança nos critérios contábeis e os efeitos decorrentes da
retificação de erros cometidos em exercícios anteriores.
d) as contribuições dos proprietários e distribuições recebidas por eles como proprietários;
Alterações no patrimônio líquido de uma entidade entre as datas de duas demonstrações
financeiras consecutivas refletem o aumento ou diminuição da riqueza durante o período.
A demonstração das mutações do patrimônio líquido - DMPL contemplará, no mínimo, os
itens contidos na estrutura descrita nesta Parte, segregados em colunas, discriminando, por
exemplo:
a) Patrimônio Social/Capital Social,
b) Reservas de Capital,
c) Ajustes de Avaliação Patrimonial,
d) Reservas de Lucros,
e) Ações/Cotas em Tesouraria,
f) Resultados Acumulados.
A conta “Ajustes de Exercícios Anteriores”, que registra o saldo decorrente de efeitos da
mudança de critério contábil ou da retificação de erro imputável a determinado exercício
anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes, materializando os ajustes da
administração direta, autarquias, fundações e fundos, integra a conta “Resultados
Acumulados”.
51
05.08.02 ESTRUTURA
<ENTE DA FEDERAÇÃO>
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EXERCÍCIO: PERÍODO (MÊS): DATA EMISSÃO: PÁGINA:
ESPECIFIC.
Pat.
Social/ Capital
Social
Adiant.
para Futuro Aumento
de Capital
Reserv.
de
Capital
Ajustes
de Aval.
Pat.
Reservas
de
Lucros
Demais Reserv.
Result. Acumul.
Ações /
Cotas em
Tesouraria
TOTAL
Saldo Inicial Ex.
Anterior
Ajustes de
Exercícios
Anteriores
Aumento de
Capital
Resultado do
Exercício
Constituição/
Reversão de
Reservas
Dividendos
Saldo Final Ex.
Anterior
Saldo Inicial Ex.
Atual
Ajustes de
Exercícios
Anteriores
Aumento de
Capital
Resultado do
Exercício
Constituição/
Reversão de
Reservas
Dividendos
Saldo Final Ex.
Atual
05.08.03 ANÁLISE
As contas que formam o patrimônio líquido podem sofrer variações por inúmeros motivos,
tais como:
1 - Itens que afetam o patrimônio líquido, afetando conjuntamente o ativo e o passivo:
a) acréscimo do patrimônio líquido pelo resultado patrimonial positivo ou redução pelo
resultado patrimonial negativo do exercício;
b) redução por dividendos;
c) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
e) acréscimo por subscrição e integralização de capital;
f) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores.
2 - Itens que somente afetam o patrimônio líquido:
52
a) aumento do capital com utilização de lucros e reservas;
b) compensação de Prejuízos com Reservas.
A DMPL permite, dentre outras coisas, avaliar a evolução dos itens que compõem o
patrimônio líquido, em complemento ao Anexo de Metas Fiscais integrante do projeto de lei
de diretrizes orçamentárias, previsto pela Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000
(Lei de Responsabilidade Fiscal), artigo 4º, § 2o:
O Anexo (de Metas Fiscais) conterá, ainda:
[...]
III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três exercícios,
destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de
ativos;” (Lei Complementar 101/2000)
A evolução do patrimônio líquido é mundialmente utilizada para a avaliação da situação
patrimonial, de maneira que o patrimônio líquido positivo e crescente é um bom indicador
de solvência.
Quando de sua publicação, em 2000, a LRF também incorporou este conceito, devendo
integrar o Anexo de Metas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO. Embora
integre um anexo da LDO, a evolução do patrimônio líquido não é devida exclusivamente a
fatores orçamentários.
É importante observar que a análise da evolução do patrimônio líquido depende da certeza
de que os ativos e passivos da entidade estão reconhecidos, mensurados e avaliados de
forma confiável.
53
05.09.00 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
05.09.01 CONCEITOS
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações contábeis. Contêm
informações adicionais em relação à apresentada no corpo dessas demonstrações e oferecem
descrições narrativas ou segregações e aberturas de itens anteriormente divulgados, além de
informações acerca de itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas
demonstrações contábeis.
A entidade deve evidenciar como informação complementar, os julgamentos que a
administração tenha feito no processo de aplicação das políticas contábeis, além daqueles
relacionados às estimativas, que tenham efeito mais significativo nos montantes
reconhecidos nas demonstrações contábeis.
A entidade deve evidenciar ainda as premissas-chave relativas ao futuro e outras fontes de
incerteza das estimativas, na data de apresentação das demonstrações contábeis, que
possuam risco significativo de causar um ajuste material nos valores contábeis dos ativos e
passivos dentro do próximo ano. Essa informação complementa as contas de compensação
que compõem o balanço patrimonial.
As informações contidas nas notas explicativas devem ser relevantes, complementares ou
suplementares àquelas não suficientemente evidenciadas ou não constantes no corpo das
demonstrações contábeis.
As notas explicativas devem evidenciar, ainda, o reconhecimento de inconformidades
provavelmente relevantes para a avaliação de responsabilidades (accountability), que pode
afetar a avaliação do usuário sobre o desempenho e o direcionamento das operações da
entidade no futuro. Essa evidenciação pode também influenciar as decisões sobre os
recursos a serem alocados na entidade, no futuro.
Poderão ainda incluir divulgações sobre os riscos e incertezas que afetem a entidade e
quaisquer recursos e/ou obrigações para os quais não exista obrigatoriedade de serem
reconhecidos no balanço patrimonial.
As notas explicativas incluem os critérios utilizados na elaboração das demonstrações
contábeis, das informações de naturezas patrimonial, orçamentária, econômica, financeira,
legal, física, social e de desempenho e outros eventos não suficientemente evidenciados ou
não constantes nas referidas demonstrações.
05.09.02 ESTRUTURA
As notas explicativas devem:
54
(a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das demonstrações contábeis e
das políticas e critérios contábeis específicos utilizadas;
(b) evidenciar a informação requerida pelas normas de contabilidade aplicáveis, que não
tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e
(c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada na apresentação principal
das demonstrações contábeis, mas que seja relevante para a sua compreensão.
As notas explicativas podem ser apresentadas tanto na forma descritiva como forma de
quadros analíticos, ou mesmo englobar outras demonstrações complementares necessárias
para a melhor evidenciação dos resultados e da situação financeira da entidade.
As notas devem ser apresentadas de maneira sistemática, de forma que cada item constante
das demonstrações contábeis faça referência à sua respectiva informação adicional
relacionada nas notas.
Para facilitar a compreensão das demonstrações contábeis e sua comparação com as de
outras entidades, as notas são normalmente apresentadas na seguinte ordem:
(a) declaração de alinhamento com as normas de contabilidade aplicáveis, caso cumpridas
todas as suas determinações;
(b) Sumário de significativos critérios contábeis utilizados; e
(c) Informação adicional sobre os itens constantes das demonstrações contábeis segundo a
ordem de cada demonstrativo e linha do item referenciado.
Em alguns casos excepcionais, pode ser necessário variar a ordem dos itens específicos,
entretanto a ordem sistemática das notas deve ser mantida tanto quanto possível.
05.09.02.01 EVIDENCIAÇÃO DE POLÍTICAS CONTÁBEIS
Políticas contábeis são os princípios, as bases, convenções, regras e os procedimentos
específicos aplicados pela entidade na elaboração e na apresentação de demonstrações
contábeis.
A entidade deve evidenciar no resumo de políticas contábeis significativas:
(a) a base (ou bases) de mensuração utilizada(s) na elaboração das demonstrações contábeis;
e
(b) outras políticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a compreensão das
demonstrações contábeis.
A entidade deve alterar uma política contábil (e nesse caso evidenciar em nota explicativa)
apenas se a mudança:
55
(a) for exigida pelas normas de contabilidade aplicáveis; ou
(b) resultar em informação confiável e mais relevante nas demonstrações contábeis sobre os
efeitos das transações, outros eventos ou condições acerca da posição patrimonial, do
resultado patrimonial ou dos fluxos de caixa da entidade.
São exemplos de mudança de política contábil, a mudança do regime de caixa para o de
competência (ou vice versa), a mudança de tratamento contábil, reconhecimento ou
mensuração de uma transação, evento ou condição de acordo com um regime contábil.
Porém, não constituem mudanças nas políticas contábeis:
(a) a adoção de política contábil para transações, outros eventos ou condições que sejam
diferentes, em essência, daqueles que ocorriam anteriormente; e
(b) a adoção de nova política contábil para transações, outros eventos ou condições que
não ocorriam anteriormente ou eram imateriais. Embora isso não se constitua mudança de
política contábil, deve ser evidenciada em notas explicativas, caso a adoção de nova política
contábil seja material.
A entidade deve evidenciar, no resumo das políticas contábeis significativas ou em outras
notas explicativas, os julgamentos realizados, que a administração fez no processo de
aplicação das políticas contábeis da entidade e que têm efeito mais significativo nos
montantes reconhecidos nas demonstrações contábeis.
Os diversos julgamentos exercidos pela aplicação das políticas contábeis da entidade podem
afetar significativamente os montantes reconhecidos nas demonstrações contábeis. Por
exemplo, a administração exerce julgamento ao definir:
a) se ativos são propriedades para investimento (é a propriedade mantida pelo proprietário
ou pelo arrendatário em arrendamento financeiro para auferir aluguel ou para valorização
do capital ou para ambas);
b) se os acordos para o suprimento de produtos e/ ou serviços que envolvem a utilização de
ativos dedicados são arrendamentos; e
c) se a essência da relação entre a entidade que elabora as demonstrações e outras entidades
indica que essas outras entidades são controladas pela primeira entidade.
É importante que os usuários estejam informados sobre a base ou bases de mensuração
utilizada(s) nas demonstrações contábeis (por exemplo, custo histórico, custo corrente, valor
realizável líquido, valor justo, valor recuperável ou valor de serviço recuperável) porque a
base de acordo com a qual as demonstrações contábeis são elaboradas afeta
significativamente a análise dos usuários.
Ao decidir se determinada política contábil específica será ou não ser evidenciada, a
administração deve considerar se sua evidenciação proporcionará aos usuários melhor
compreensão da forma em que as transações, condições e outros eventos, estão refletidos no
resultado e da posição patrimonial relatados.
56
As notas explicativas que proporcionam informação acerca da base para a elaboração das
demonstrações contábeis e as políticas contábeis específicas podem ser apresentadas
separadamente.
05.09.02.02 APRESENTAÇÃO DOS CRITÉRIOS CONTÁBEIS
Deve ser informado no sumário dos critérios contábeis significativos:
(a) o regime contábil utilizado;
(b) a extensão em que é aplicado o procedimento transitório referente à adoção da
determinada norma contábil, quando for o caso;
(c) os critérios de mensuração usados nos itens componentes das demonstrações contábeis,
tais como custo histórico, custo corrente, valor realizável líquido, valor justo, valor
recuperável ou valor de serviço recuperável. Quando mais de um critério for usado,
devem ser indicadas as categorias de ativos e passivos em que cada um é adotado;
(d) os julgamentos para escolha dos critérios contábeis que têm efeito mais significativo nos
valores registrados nas demonstrações contábeis; e
(e) Outros critérios contábeis relevantes e necessários à compreensão das demonstrações
contábeis.
05.09.02.03 EVIDENCIAÇÃO DE ESTIMATIVAS
As notas explicativas devem conter as principais estimativas referentes aos períodos futuros
(por exemplo, provisões) e as fontes de erro de estimativa, na data a que se referem as
demonstrações, que têm risco significativo de causar ajuste material dos valores contábeis de
ativos e passivos no próximo exercício financeiro. A respeito desses ativos e passivos,
devem ser informados detalhes sobre sua natureza e valor contábil na data a que se referem
às demonstrações.
O uso de estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração de demonstrações contábeis e
não reduz sua confiabilidade.
A estimativa pode necessitar de revisão se ocorrer alterações nas circunstâncias em que se
baseou ou em consequência de novas informações ou de maior experiência. Dada a sua
natureza, a revisão da estimativa não se relaciona com períodos anteriores nem representa
correção de erro.
Uma mudança de método de avaliação é uma mudança na política contábil e não uma
mudança na estimativa contábil e deve ser evidenciada.
A entidade deve evidenciar a natureza e o montante obtido por meio de uma mudança na
forma de elaboração de uma estimativa contábil que tenha efeito no período corrente ou se
espera que tenha efeito em períodos subseqüentes, exceto quando for impraticável.
57
Se o montante do efeito em períodos subseqüentes não for evidenciado, porque a sua
estimativa é impraticável, a entidade também deve evidenciar tal fato.
As evidenciações são apresentadas de forma a ajudar os usuários das demonstrações
contábeis a compreender os julgamentos que a administração fez acerca do futuro e sobre
outras principais fontes de incerteza de estimativas. A natureza e a extensão da informação a
ser evidenciada variam de acordo com a natureza dos pressupostos e outras circunstâncias.
Exemplos de tipos de evidenciação são:
(a) a natureza dos pressupostos ou de outras abordagens a respeito de incertezas nas
estimativas;
(b) o grau de sensibilidade dos valores contábeis aos métodos, pressupostos e estimativas
subjacentes ao respectivo cálculo, incluindo as razões (as variáveis) que determinam ou
influenciam esse grau de sensibilidade;
(c) a solução esperada de incerteza e a variedade de desfechos razoavelmente possíveis
durante o próximo período contábil em relação aos valores contábeis dos ativos e passivos
impactados; e
(d) uma explicação de alterações feitas nos pressupostos adotados no passado, no tocante a
esses ativos e passivos, caso a incerteza continue pendente de solução.
05.09.02.04 OUTRAS INFORMAÇÕES CONSTANTES DAS NOTAS EXPLICATIVAS
Adicionalmente, outras informações devem ser evidenciadas, como:
(a) domicílio e classificação jurídica da entidade;
(b) natureza das operações e principais atividades da entidade; e
(c) legislação relevante que rege suas operações.
Deve-se evitar que as notas explicativas contenham obviedades, bem como redações
rebuscadas. O objetivo é tornar as informações mais transparentes para os usuários das
demonstrações contábeis.
58
05.10.00 CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A LRF, em seu artigo 51, prevê que “o Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta
de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da
Federação relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico
de acesso público”. Essa determinação legal gera para o Tesouro Nacional, como órgão
central de contabilidade, a responsabilidade de padronizar os procedimentos com a
finalidade de promover a referida consolidação.
A consolidação é o processo que ocorre pela soma ou pela agregação de saldos ou grupos de
contas, excluídas as transações entre entidades incluídas na consolidação, formando uma
unidade contábil consolidada e tem por objetivo o conhecimento e a disponibilização de
macroagregados do setor público, a visão global do resultado e a instrumentalização do
controle social.
Dessa forma, a consolidação é um processo simétrico e busca evitar a dupla contagem de
transações ou saldos entre unidades, aumentando assim a utilidade dos dados consolidados.
O processo de consolidação é sempre complexo, sendo considerado por muitos como uma
ciência imperfeita, uma vez que nem sempre é possível obter informações consolidadas com
precisão.
No Brasil, inicialmente a consolidação deve abranger todas as entidades incluídas no
orçamento fiscal e da seguridade social, a saber:
as esferas de governo (Governo Federal, Estados, Distrito Federal e mais de 5.500
municípios);
os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); e
toda a administração pública, direta e indireta, incluindo fundos, fundações,
autarquias e empresas estatais dependentes.
Assim, ela pode ser elaborada em diferentes níveis ou esferas do Setor Público:
1. Intragovernamental (Abrange cada Ente da Federação);
2. Intergovernamental (Contas Nacionais).
A peculiaridade de cada Ente da Federação e de suas respectivas unidades requer um
trabalho inicial por parte da STN em padronizar os procedimentos, com vistas a possibilitar
posteriormente a consolidação das contas nacionais. Sem essa padronização, não haveria
condições de gerar uma demonstração consolidada adequada, pois os critérios de registros
contábeis, bem como os planos de contas utilizados pelos diferentes Entes não
representariam a mesma natureza de informação, gerando relatórios inconsistentes.
A doutrina define que para as demonstrações contábeis consolidadas devem ser excluídos os
seguintes itens:
I – as participações nas empresas estatais dependentes;
II – as transações e saldos recíprocos entre entidades (Ex. UG 1 - clientes/ UG 2 –
fornecedores); e
59
III – as parcelas dos resultados do exercício, do lucro/prejuízo acumulado e do custo
dos estoques ou ativo imobilizado ou intangível que corresponderem a resultados
ainda não realizados.
Assim, em termos operacionais, alguns aspectos devem ser observados e perseguidos por
todos os Entes da Federação de forma a possibilitar uma correta consolidação.
Primeiramente, as contas de todas as unidades a consolidar devem ser analisadas e
detalhadas de forma suficiente para identificar transações internas e significativas. Para
tanto, a STN elaborou o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP – que indica
as contas obrigatórias e facultativas a serem utilizadas por todos os Entes, em um nível de
detalhe necessário e satisfatório à consolidação nacional. Além disso, a estrutura do plano de
contas foi pensada para identificar as contas segregando os valores gerados a partir de
transações que serão incluídas na consolidação e as que serão excluídas (saldos de
transações intra e inter Orçamento Fiscal e da Seguridade Social (OFSS)), ou seja, se uma
transação de compra e venda de mercadorias, por exemplo, ocorre entre unidades da mesma
esfera de governo, pertencentes ao OFSS, o registro contábil evidenciará este fato,
demonstrando por meio do código da conta contábil que o valor resultou de uma operação
intragovernamental, tanto na unidade fornecedora, quanto na unidade credora. Tal
mecanismo possibilitará a exclusão dos saldos recíprocos quando ocorrer a consolidação
contábil.
É importante saber que não é viável consolidar todas as informações, apenas as transações
de possível identificação, bem como as mais relevantes. Dessa forma, algumas áreas de
consolidação das transações devem ser priorizadas, como as transferências entre entidades
governamentais, transações recíprocas (ativos e passivos financeiros) e juros recebidos e
pagos.
Para as participações nas empresas estatais dependentes e os saldos de contas entre entidades
do OFSS, serão utilizadas, conforme exposto acima, contas contábeis de Ativo, Passivo,
Variações Patrimoniais Aumentativas e Diminutivas, que especificam no 5º nível de seu
código, se esses valores são relativos a operações “intra” ou “inter”. Utilizando essa
estrutura, será possível eliminar reciprocamente os saldos desejados, seja abrangendo apenas
um Ente da Federação ou todos os Entes.
A maior dificuldade está em consolidar os resultados ainda não realizados, mencionados no
item III acima, pois a utilização das contas intra e inter não é suficiente para realizar a
consolidação. Um exemplo para reflexão é a aquisição de mercadorias entre unidades de
mesma esfera, as quais estão estocadas, não tendo sido consumidas, nem vendidas. Sabe-se
que no valor desse estoque existe o lucro da unidade vendedora que ainda não foi realizado.
Mesmo que identifiquemos os saldos relativos às operações intra ou inter, não será possível
extrair por meio desse mecanismo, o valor do lucro contido nesse estoque. Além disso, a
operacionalização da conta estoques seria bem difícil, uma vez que no momento da venda ou
do consumo, o contador não saberia se a unidade consumida ou vendida foi decorrente de
operações extra, intra ou inter OFSS, caso existisse saldo nas três contas. Dessa forma, para
a conta de estoque, não há o detalhamento de intra e inter no Plano de Contas Aplicado ao
Setor Público. Assim, cada Ente definirá a melhor solução para esse caso, em nível posterior
ao da padronização. Um fator importante a ser analisado é a relevância dessas transações,
devendo ser avaliada a pertinência e a necessidade de implantar controles e procedimentos
para fins de consolidação.
60
Por fim, para garantir uma correta consolidação, é importante saber que o objetivo não é a
consolidação perfeita, mas sim eliminar de forma consistente as transações e posições que
tenham um efeito significativo nos saldos finais. Portanto, não se deve gastar tempo e
recursos com pequenas transações que sejam difíceis de identificar. Além disso, é fato que
em alguns casos, como impostos e aquisição de bens e serviços intragovernamentais
expressivos, pode-se ter dificudades na obtenção e registro de dados, ocasionando
imperfeição da consolidação do ponto de vista prático. Nesses casos, os problemas práticos,
como divergências nas informações, deverão ser analisados e corrigidos por meio de
critérios e regras técnicas, assegurando a fidedignidade da informação.
05.10.01 EXEMPLO PRÁTICO DE UMA CONSOLIDAÇÃO ESTADUAL DO BALANÇO PATRIMONIAL
a) Situação Inicial de duas unidades executoras de um Estado da Federação:
Unidade 1 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE -
Caixa e Equivalentes de caixa - Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO -
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados - Total do PL -
TOTAL - TOTAL -
Ativo Financeiro - Passivo Financeiro -
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial -
Unidade 2 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 10.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 2.000,00 Caixa e Equivalentes de caixa 10.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 2.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 8.000,00
Total do PL 8.000,00
TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00
Ativo Financeiro 10.000,00 Passivo Financeiro 2.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 8.000,00
b) Repasse de Transferência Financeira da Unidade 2 para a Unidade 1, no valor de R$
10.000,00:
Unidade 1 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 10.000,00 PASSIVO CIRCULANTE - Caixa e Equivalentes de caixa 10.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO -
61
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 10.000,00
Total do PL 10.000,00
TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00
Ativo Financeiro 10.000,00 Passivo Financeiro -
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 10.000,00
Unidade 2 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE - PASSIVO CIRCULANTE 2.000,00 Caixa e Equivalentes de caixa - Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 2.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados (2.000,00)
Total do PL (2.000,00)
TOTAL - TOTAL -
Ativo Financeiro - Passivo Financeiro 2.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial (2.000,00)
Observe que essa transferência financeira representa uma operação intragovernamental,
alterando o resultado patrimonial de cada unidade. Entretanto, somando os saldos
apresentados nos grupos do ativo, passivo e patrimônio líquido, percebe-se que os valores
totais apresentados são os mesmos da situação patrimonial inicial.
c) Recebimento de Transferência da União pela Unidade 2, relativo ao FPE, no valor de R$
43.000,00:
Unidade 1 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 10.000,00 PASSIVO CIRCULANTE -
Caixa e Equivalentes de caixa 10.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO -
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO -
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 10.000,00
Total do PL 10.000,00
TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00
Ativo Financeiro 10.000,00 Passivo Financeiro -
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 10.000,00
Unidade 2 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 43.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 2.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 43.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
62
TOTAL DO PASSIVO 2.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 41.000,00
Total do PL 41.000,00
TOTAL 43.000,00 TOTAL 43.000,00
Ativo Financeiro 43.000,00 Passivo Financeiro 2.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 41.000,00
d) Contratação de Serviços (a prazo) pela Unidade 1, prestados pela Unidade 2, no valor de
R$ 5.000,00:
Unidade 1 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 10.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 5.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 10.000,00 Fornecedor Intra OFSS 5.000,00 -
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 5.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 5.000,00
Total do PL 5.000,00
TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00
Ativo Financeiro 10.000,00 Passivo Financeiro 5.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 5.000,00
Unidade 2 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 48.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 2.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 43.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00 Clientes Intra OFSS 5.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 2.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 46.000,00
Total do PL 46.000,00
TOTAL 48.000,00 TOTAL 48.000,00
Ativo Financeiro 48.000,00 Passivo Financeiro 2.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 46.000,00
e) Contratação de Serviços (a prazo) pela Unidade 2, prestados pela União, relativos à
publicação de matéria no Diário Oficial da União, no valor de R$ 10.000,00:
Unidade 1 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 10.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 5.000,00 Caixa e Equivalentes de caixa 10.000,00 Fornecedor Intra OFSS 5.000,00
-
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 5.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 5.000,00
Total do PL 5.000,00
TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00
Ativo Financeiro 10.000,00 Passivo Financeiro 5.000,00
63
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 5.000,00
Unidade 2 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 48.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 12.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 43.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
Clientes Intra OFSS 5.000,00 Fornecedor Inter OFSS 10.000,00 ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 12.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 36.000,00
Total do PL 36.000,00
TOTAL 48.000,00 TOTAL 48.000,00
Ativo Financeiro 48.000,00 Passivo Financeiro 12.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 36.000,00
f) Realizando a consolidação intragovernamental.
Unidade 1 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 10.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 5.000,00 Caixa e Equivalentes de caixa 10.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO -
Fornecedor Intra OFSS 5.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 5.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 5.000,00
Total do PL 5.000,00
TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00
Ativo Financeiro 10.000,00 Passivo Financeiro 5.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 5.000,00
Unidade 2 BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 48.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 12.000,00 Caixa e Equivalentes de caixa 43.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
Clientes Intra OFSS 5.000,00 Fornecedor Inter OFSS 10.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 12.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 36.000,00
Total do PL 36.000,00
TOTAL 48.000,00 TOTAL 48.000,00
Ativo Financeiro 48.000,00 Passivo Financeiro 12.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 36.000,00
Destaca-se que as operações intragovernamentais (variações patrimoniais ativas e passivas),
devem ser excluídas na Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) consolidada do
Estado. Tais operações serão evidenciadas apenas na DVP de cada unidade e por meio de
notas explicativas das demonstrações consolidadas.
64
g) Balanço Consolidado do Estado.
Balanço Consolidado do Estado BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 53.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 12.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 53.000,00 Fornecedor Inter OFSS 10.000,00
Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00 ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 12.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 41.000,00
Total do PL 41.000,00
TOTAL 53.000,00 TOTAL 53.000,00
Ativo Financeiro 53.000,00 Passivo Financeiro 12.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 41.000,00
Observe que o saldo da conta “Caixa e Equivalentes de Caixa” é formado pela soma dos
saldos da Unidade 1 (R$10.000,00) e Unidade 2 (R$43.000,00). Já os saldos das contas
“Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO” e “Fornecedor Inter OFSS” são os saldos existentes da
Unidade 2. O saldo da conta “Clientes Intra OFSS” (Unidade 2) é excluído juntamente com
o saldo da conta “Fornecedor Intra OFSS” (Unidade 1), uma vez que representa uma
transação intragovernamental. O saldo da conta “Resultados Acumulados” será a soma dos
saldos da Unidade 1 (R$5.000,00) e Unidade 2 (R$36.000,00).
05.10.02 EXEMPLO PRÁTICO DE UMA CONSOLIDAÇÃO NACIONAL DO BALANÇO PATRIMONIAL
Sabemos que a realidade brasileira conta com a União, 26 Estados, Distrito Federal e mais
de 5.500 Municípios. Dessa forma, a consolidação nacional compreenderá as demonstrações
contábeis de todos esses Entes da Federação.
Consideramos, para efeitos didáticos, que a consolidação nacional desse exemplo será
composta apenas do Balanço Estadual exemplificado acima, a partir dos fatos do exemplo 1,
bem como do Balanço da União.
a) Situação patrimonial inicial do Estado e da União
BALANÇO PATRIMONIAL ESTADUAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 10.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 2.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 10.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 2.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 8.000,00
Total do PL 8.000,00
TOTAL 10.000,00 TOTAL 10.000,00
Ativo Financeiro 10.000,00 Passivo Financeiro 2.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 8.000,00
65
BALANÇO PATRIMONIAL DA UNIÃO
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 500.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 20.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 500.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 20.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 20.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 480.000,00
Total do PL 480.000,00
TOTAL 500.000,00 TOTAL 500.000,00
Ativo Financeiro 500.000,00 Passivo Financeiro 20.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 480.000,00
b) Repasse de Transferência Financeira da Unidade Estadual 2 para a Unidade Estadual 1,
no valor de R$ 10.000,00
Como a transação é entre unidades do mesmo Ente, não há impacto no Balanço Consolidado
do Estado, não interferindo, portanto, na consolidação nacional.
c) Recebimento de Transferência da União pela Unidade 2, relativo ao FPE, no valor de R$
43.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL ESTADUAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 53.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 2.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 53.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 2.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 51.000,00
Total do PL 51.000,00
TOTAL 53.000,00 TOTAL 53.000,00
Ativo Financeiro 53.000,00 Passivo Financeiro 2.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 51.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL DA UNIÃO
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 457.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 20.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 457.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 20.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 20.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 437.000,00
Total do PL 437.000,00
TOTAL 457.000,00 TOTAL 457.000,00
Ativo Financeiro 457.000,00 Passivo Financeiro 20.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 437.000,00
d) Contratação de Serviços (a prazo) pela Unidade Estadual 1, prestados pela Unidade
Estadual 2, no valor de R$ 5.000,00
66
Como a transação é entre unidades do mesmo Ente, não há impacto no balanço consolidado
do Estado, não interferindo, portanto, na consolidação nacional.
e) Contratação de Serviços (a prazo) pela Unidade 2, prestados pela União, relativos à
publicação de matéria no diário oficial da União, no valor de R$ 10.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL ESTADUAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 53.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 12.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 53.000,00 Fornecedor Inter OFSS 10.000,00
Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00 ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 12.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 41.000,00
Total do PL 41.000,00
TOTAL 53.000,00 TOTAL 53.000,00
Ativo Financeiro 53.000,00 Passivo Financeiro 12.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 41.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL DA UNIÃO
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 467.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 20.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 457.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 20.000,00
Clientes Inter OFSS 10.000,00 ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 20.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 447.000,00
Total do PL 447.000,00
TOTAL 467.000,00 TOTAL 467.000,00
Ativo Financeiro 467.000,00 Passivo Financeiro 20.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 447.000,00
f) Realizando a consolidação intergovernamental.
BALANÇO PATRIMONIAL ESTADUAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 53.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 12.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 53.000,00 Fornecedor Inter OFSS 10.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 2.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 12.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 41.000,00
Total do PL 41.000,00
TOTAL 53.000,00 TOTAL 53.000,00
Ativo Financeiro 53.000,00 Passivo Financeiro 12.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 41.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL DA UNIÃO
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 467.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 20.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 457.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 20.000,00 Clientes Inter OFSS 10.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 20.000,00
67
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 447.000,00
Total do PL 447.000,00
TOTAL 467.000,00 TOTAL 467.000,00
Ativo Financeiro 467.000,00 Passivo Financeiro 20.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 447.000,00
g) Balanço Nacional Consolidado.
BALANÇO PATRIMONIAL NACIONAL
ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE 510.000,00 PASSIVO CIRCULANTE 22.000,00
Caixa e Equivalentes de caixa 510.000,00 Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO 22.000,00
ATIVO NÃO-CIRCULANTE - PASSIVO NÃO-CIRCULANTE -
TOTAL DO PASSIVO 22.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Resultados Acumulados 488.000,00
Total do PL 488.000,00
TOTAL 510.000,00 TOTAL 510.000,00
Ativo Financeiro 510.000,00 Passivo Financeiro 22.000,00
Ativo Permanente - Passivo Permanente -
Saldo Patrimonial 488.000,00
Observe que o saldo da conta “Caixa e Equivalentes de Caixa” é formado pela soma dos
saldos do Balanço Estadual (R$53.000,00) e da União (R$457.000,00). Já o saldo da conta
“Fornecedor-CONSOLIDAÇÃO” é a soma do saldo do Estado (R$ 2.000,00) e da União
(R$ 20.000,00). O saldo da conta “Clientes Inter OFSS” (União) é excluído juntamente com
o saldo da conta “Fornecedor Inter OFSS” (Estado), uma vez que representa uma transação
intergovernamental. O saldo da conta “Resultados Acumulados” será a soma dos saldos do
Balanço Estadual (R$41.000,00) e do Balanço da União (R$ 447.000,00).
Apesar do exemplo ter sido simplório, é fato que em alguns casos, como impostos e
aquisição de bens e serviços intra e intergovernamentais, podem ocorrer dificudades na
obtenção e registro de dados, ocasionando imperfeição na consolidação. Nesses casos, os
problemas práticos, como divergências nas informações, deverão ser analisados e corrigidos
por meio de critérios e regras técnicas, assegurando a fidedignidade da informação.