5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 1/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
Douglas Ferreira Silva*, Rosana de Jesus Silva e Thiago Crepaldi
Departamento de Ciências da Vida, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra, Portugal. E-mail: *[email protected]
____________________________________________________________________
Resumo
(Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia). Frente a grande mobilidade
das pessoas devido a globalização, as ecolas deparam-se cada vez mais com uma diversidade
cultural, a qual chamamos de multiculturalismo. O multiculturalismo é um termo polissêmico
que engloba desde visões mais liberais ou folclóricas, que tratam da valorização da pluralidadecultural, até visões mais críticas, cujo foco é o questionamento a racismos, sexismos e
preconceitos de forma geral, buscando perspectivas transformadoras nos espaços culturais,
sociais e organizacionais. O conceito de inclusão e as ações que dele resultam tendem a refletir
uma concepção pessoal, política, sociocultural e/ou institucional que se tem sobre a educação e
sobre o tipo de sociedade que se deseja. A inclusão ou a educação inclusiva não é mais um
nome para “a educação especial”. No olhar multicultural, não se pode conceber a inclusão sem
inseri-la em um processo mais amplo que questiona a exclusão, que interroga sobre a formação
das identidades e sobre a construção discursiva das diferenças. A coompreenção da necessidadede incluir dentro de uma perspectiva multicultural, contribuirá para a eficácia da escola.
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 2/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
2
Introdução
A preocupação com as diferentes vertentes da educação tem sido uma constante
ao longo do pensamento pedagógico. Com o decorrer do tempo, a vida política social eeducativa, sofreram alterações impostas por fatores como os efeitos da globalização, a
criação da União Europeia e o desmoronar do Bloco Socialista, entre outros, que
causaram um movimento migratório inédito de populações (Gaspar, 2009).
Segundo Cardoso (1996), a crescente mobilidade dos seres humanos na
atualidade e a exigência cada vez mais generalizada da necessidade de uma efetiva
concretização das intenções expressas nas Declarações Universais dos Direitos
Humanos e dos Direitos das Crianças, trazem para a praça pública a necessidade de
todos aprendermos a viver em conjunto, com outros grupos de culturas, atitudes e
valores diferenciados. Diferentes etnias, grupos sociais, gêneros e idades exigem que a
diversidade seja encarada como um contributo positivo para a construção de sociedades
democráticas, pluralistas e multiculturais, pelas quais todos ansiamos, onde a interação
dinâmica entre os seus elementos seja geradora de novos valores, normas, usos e
costumes comuns.
Neste caso, instituições de ensino estabelecem um papel fundamental na vida
dos seus alunos, uma vez que têm a função de prepará-los para exercer a cidadania.
Tendo isto em vista, o argumento de Giseli & Ana (2008) afirma que sendo a escola
inclusiva, esta poderia beneficiar-se da perspectiva multicultural, que questiona formas
de ocultação das diferenças, de modo a desafiar preconceitos e processos de exclusão de
grupos socioculturais oprimidos, no contexto educacional. No olhar multicultural, não
se pode conceber a inclusão sem inseri-la em um processo mais amplo, que questiona a
exclusão e interroga sobre a formação das identidades e sobre a construção discursiva
das diferenças.
Para tanto, este trabalho abordará a concepção de multiculturalismo e escola
inclusiva a partir dos seus conceitos, práticas, potenciais, benefícios, limites e bases
legais, na tentativa de fazer uma ponte para criar uma “educação inclusiva
multicultural”.
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 3/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
3
Multiculturalismo
A crescente mobilidade nos últimos anos, devido a facilidade no acesso a
determinados locais, como por exemplo União Europeia, vem transformando o espaço
cultural onde estamos inseridos. As constantes migrações e imigrações, sejam elas para
fins econômicos, sociais ou mesmo culturais, tem tornando o espaço de convivío cada
vez mais diverso e heterogênio. O multiculturalismo surge a partir do momento em que
uma cultura, diferente da de um determinado local em específico, é inserida neste
ambiente. Em outas palavras, o multiculturalimos é encontrado onde há à diversidades
de culturas em uma mesma área geográfia e, que cada uma detas, seja característica de
um povo, nação ou mesmo de uma mesma população com costumes e tradições
diferentes.
Com essa crescente troca de culturas, é indispensavel que haja uma preparação
da população para acolher o diferente e enxerga-lo não como algo estranho, mas sim
como mais uma possibilidade. Com as escolas não deve ser diferente. Elas devem estar
atentas para as constantes diferenças dentro e fora de sala de aula e ainda mais para a
comodidade de seus alunos. Devem atentar-se ainda para que seus alunos não sejam
discriminados e ainda concieniza-los de tal diversidade, de modo que se respeitem e
saibam conviver uns com os outros. Para isso, as escolas devem possuir um corpo
admistrativo preparado que seja apto a lidar com essa situação; um corpo docente que
seja capaz de quebrar essas barreiras culturais e ainda contar com a colaborção dos pais
e principalmente dos alunos.
Partindo de uma perspectiva intercultural crítica ou multiculturalismo crítico
(McLaren, 2000; Canen, 1997,1999), pressupomos que preparar discentes e docentes
para atuarem em sociedades cada vez mais multiculturais exigirá pesquisas que
avancem nas questões teóricas e práticas envolvidas na formação de identidadesmulticulturalmente comprometidas, mobilizadas no desafio a discursos pretensamente
"universais" que estereotipam, calam e interditam identidades plurais.
Dizer que uma escola é multicultural, necessariamente implica em dizer que ela
seja inclusiva neste aspecto. Porém, não se pode dizer que toda escola inclusiva é
multicultural, pois uma coisa não necessariamente implica a outra.
Ainda no contexto multicultural, é de grande valia salientar que a diferença entre
culturas deve ser tratada de forma bastante delicada, pois não se deve ferir a integridade
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 4/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
4
dos alunos e muito menos dismerecer uma determidade cultura em favor da outra. O
papel da escola então é ser ecumênica e não neutra. Deve abrangir e respeitar a
diferença entre todos os alunos, mas sem dar preferência a alguma em específico.
Insentivar os alunos a se conhecerem, ministrar palestras sobre diferenças
étnicas, sociais e culruais, aperfeiçoar o corpo docente e concientizar os pais do alunos,
são algumas das medidias que devem estar sempre presentes nas ecolas multiculturais.
Contexto, origens e prática da educação inclusiva, de acordo com Stubbs (2008).
A educação como direito para todas as crianças foi reconhecida nos instrumentos
internacionais desde a Declaração Universal dos Direitos do Homem em 1948. O
movimento da Educação para Todos e instrumentos subsequentes salientaram que
alguns grupos em particular são especialmente vulneráveis à exclusão. Alguns
instrumentos evidenciam os direitos específicos de grupos, tais como mulheres, povos
indígenas e pessoas com deficiência. O direito de ser educado dentro do sistema regular
de ensino e de não ser discriminado, é salientado em instrumentos mais detalhados tais
como a Declaração de Jomtien , e a Convenção da ONU sobre os Direitos da Criança.
Contudo, o direito à educação não implica automaticamente a inclusão.
Inicialmente o direito à educação inclusiva foi claramente afirmado na Declaração de
Salamanca e no Enquadramento para a Acção, que salienta que as escolas precisam de
mudar e adaptar. A Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
estabeleceu a educação inclusiva como um direito legal. A importância de um
financiamento adequado é destacada nas Normas das Nações Unidas sobre a Igualdade
de Oportunidades para Pessoas com Deficiência e noutros documentos sobre
deficiência. Ainda existe um longo caminho a percorrer antes que a Educação para
Todos se torne realidade e não irá funcionar a não ser que haja mais participação da
população, e empenho da mesma, e uma atribuição eficiente de recursos. A redução da
pobreza é uma prioridade em conjunto com outros Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio (ODM). A Educação para Todos, e por conseguinte, a educação inclusiva, são
problemas de desenvolvimento que irão evoluir, a não ser que sejam tomadas medidas
simultâneas para reduzir a pobreza.
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 5/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
5
A educação inclusiva tem diversas origens e influências, que incluem:
comunidades; activistas e defensores; movimentos de base profissional (qualidade na
educação, melhoria e eficácia escolar, necessidades especiais, etc.); agências
internacionais governamentais e não governamentais, realidades da situação mundial e
experiências práticas. Algumas têm influências mais fortes que outras, mas todas têm
uma contribuição a fazer, embora raramente trabalhem em conjunto. As perspectivas
das populações necessitam sempre de serem procuradas, mas as vozes da comunidade e
dos ativistas raramente são ouvidas. A educação inclusiva não é uma situação nova; as
comunidades indígenas tendiam a ser mais inclusivas antes da era colonial.
Fig. 1 - Influências no desenvolvimento da educação inclusiva.
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 6/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
6
Pôr a educação inclusiva em prática, por várias vezes é encarado, como uma
mera introdução a técnicas e métodos específicos que permitam a aprendizagem
individual das crianças. Estes métodos têm o seu lugar e podem provocar um debate
mais profundo sobre a educação inclusiva. Mas por si só, não vão encaminhar
programas de educação inclusiva apropriados e sustentáveis. Três “ingredientes”
essenciais foram propostos para desenvolver a educação inclusiva, os quais podem
adaptar-se, crescer e sobreviver numa variedade de contextos:
1. Um forte enquadramento – o começo (valores, crenças, princípios e indicadores de
sucesso);
2. Aplicação dentro do contexto e cultura locais – a ideia (ter em consideração a
situação prática, uso de recursos e factores culturais);
3. Participação contínua e auto-reflexão crítica – a primeira tentativa (quem deverá ser
envolvido, como, e quando).
Uma vez juntos, estes três “ingredientes” podem produzir um sistema
educacional forte, localmente apropriado, flexível e sustentável que inclui todas as
crianças. Há várias abordagens e ferramentas que podem ajudar na implementação da
educação inclusiva tais como: análise das barreiras e oportunidades, pesquisa ativa e
baseada em imagens e uma “lente que foca o gênero”.
Escola Inclusiva, conforme Xavier & Canen (2008) e Stubbs (2008)
Incluir, na visão de muitos educadores, não é considerado um conceito
consensual ou uma tarefa fácil. Na verdade o verbo incluir, apesar de sua definição
aparentemente simples - ato de relacionar , compreender, fazer tomar parte, inserir -,
encerra múltiplas visões e práticas. No entanto, o conceito de inclusão e as ações que
dele resultam tendem a refletir uma concepção pessoal, política, sociocultural e/ou
institucional que se tem sobre a educação e sobre o tipo de sociedade que se deseja.
A inclusão deve ser muito mais do que o acesso à educação. Incluir significa
possibilidade de acesso, ingresso, permanência, participação, representação e sucesso
escolar . Está muito além da caridade, da benevolência e do assistencialismo. A inclusão
deve ser uma ação de garantia de direitos constitucionais e educacionais a todos os
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 7/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
7
indivíduos, independentemente de sua origem, classe social, cultura, etnia, gênero,
sexualidade, religião, características psicofísicas, etc.
Segundo Stubbs (2008), muitas pessoas assumem que a educação inclusiva é
apenas mais uma versão da educação especial, ou está relacionada apenas aos alunos
com deficiência. Mas os conceitos e pressupostos principais que sustentam a educação
inclusiva são em muitos aspectos, o oposto daqueles que baseiam a educação especial.
“A inclusão ou a educação inclusiva não é mais um nome
para “a educação especial”. Envolve uma diferente
abordagem para identificar e tentar resolver as
dificuldades que se levantam nas escolas ... a educação das
necessidades especiais pode constituir uma barreira à
prática de estratégias inclusivas nas escolas.” (Ainscow,
2002).
A exclusão leva a uma suposta, imposta e dolorosa invisibilidade. É como se o
excluído não existisse. Suas necessidades, sua cultura e sua realidade parecem distantes
e irreais. Essa marcação entre identidade e diferença envolve todo um processo de
hierarquização e de classificação dos indivíduos e dos grupos, estabelecido por meio de
oposições binárias: eu/ele; nós/eles; normal/anormal; certo/errado; bons/maus; etc.
Stubbs (2008) afirma que a educação inclusiva refere-se a um vasto leque de
estratégias, atividades e processos que procuram fazer do direito universal para a
qualidade uma realidade importante e apropriada para a educação.
• Reconhece que a aprendizagem se inicia no nascimento e continua ao longo da vida, e
inclui aprender na sua casa, na sua comunidade, e em situações formais, informais enão-formais.
• É um processo dinâmico que está em constante evolução, consoante a cultura e o
contexto.
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 8/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
8
• Procura permitir às comunidades, sistemas e estruturas para o combate à
discriminação, celebrar a diversidade, promover a participação e ultrapassar as barreiras
da aprendizagem e participação para todos.
• Todas as diferenças de acordo com idade, gênero, etnia, linguagem, situação de saúde,
situação econômica, religião, deficiência, estilo de vida e outras formas de diferenciação
são reconhecidas e respeitadas.
• Promover o desenvolvimento para a inclusão faz parte de uma estratégia mais
abrangente, com o objetivo de criar um mundo onde exista paz, tolerância, uso de
recursos sustentáveis e justiça social e onde as necessidades básicas e os direitos para
todos se reúnem.
• Trata-se de alterar o sistema para se ajustar ao aluno, não de alterar o aluno para se
ajustar ao sistema. Localiza o “problema” de exclusão, no sistema, de forma firmemente
enraizada, e não na pessoa ou nas suas características.
A ponte
A idéia de educação inclusiva multicultural pressupõe uma mudança na cultura
organizacional da escola. É preciso repensar as relações sociais, as práticas pedagógicas
e os currículos escolares para realizar a inclusão, em uma perspectiva multicultural. Para
tanto, é necessário que o trabalho pedagógico se encontre alicerçado em um processo de
conscientização cultural (Canen, 1997), entendendo a escola como organização
multicultural (Canen & Canen, 2005a).
Nesta visão, as diferenças não são vistas como deficits ou falhas, e sim comocaracterísticas que tendem a enriquecer o espaço escolar. Da mesma forma, elas não se
resumem às características psicofísicas dos sujeitos. Assim, é valorizada toda
diversidade cultural dos sujeitos que formam o espaço escolar, tomando como ponto de
partida a superação dos preconceitos, dos processos homogeneizantes, dos binarismos e
dos congelamentos identitários (Canen & Santos, 2006; Canen & Canen, 2005b; Canen
& Xavier, 2005).
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 9/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
9
É extensa a lista de elementos que podem ser considerados indispensáveis para
uma educação escolar eficaz, assim como são profundos e diversificados os aspectos
que podem levar a uma compreensão consistente da problemática, em razão da
multiplicidade de significados do que seja uma boa educação ou uma escola de
qualidade. Assim, só têm sentido falar em escola de qualidade ou escola eficaz se
consideramos um conjunto de qualidades ou de aspectos envolvidos. Isso significa
dizer, no entanto, que é fundamental identificar e apontar elementos constituintes
comuns de uma boa escola ou escola eficaz, identificando as similitudes a serem
consideradas para essa qualificação, mesmo tendo em conta que as escolas de boa
qualidade são produzidas em realidades e em condições objetivas bastante
diferenciadas.
De acordo com Benson (2000), há sete características que estão presentes numa
escola de sucesso que, de forma genérica, são compreendidas ao nível de:
Visão – ter uma compreensão comum dos objetivos, princípios e expectativas
para todos os que pertencem e integram a comunidade educativa;
Liderança – ter um grupo de indivíduos que se dedicam a apoiar a comunidade
educativa e a alcançar essa visão;
Elevados Padrões Acadêmicos – descrever o que os estudantes precisam saber e
ser capazes de fazer;
Competências Sócio-Emocionais – ajudar todos os que pertencem à comunidade
educativa a tornarem-se solidários, participativos, produtivos e cidadãos
responsáveis;
Parcerias entre Família, Escola e Comunidade – incentivar todos os envolvidos
na educação de uma criança para que participem de forma ativa, colaborativa,
como iguais e como parceiros;
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 10/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
10
Desenvolvimento Profissional – promover oportunidades consistentes e
significativas para os adultos envolvidos no contexto escolar, de modo a que se
comprometam com a aprendizagem contínua.
Monitorização Constante – recolher e analisar os dados acerca dos estudantes,
dos programas e do pessoal escolar.
Considerações Finais
Em suma, a associação do multiculturalismo e da educação deve se ser num
contexto mais amplo de forma que esta seja inclusiva. A coompreenção da necessidadede incluir dentro de uma perspectiva multicultural, contribuirá para a eficacia. Esta
última tem grande destaque, uma vez que fará com que a escola atinja os objetivos
previstos nos planos pedagógicos.
A compreensão da natureza da instituição escolar e o sucesso de políticas para
melhorar sua eficácia vão depender do abandono da visão burocrática padronizada que
temos da escola, e da procura do entendimento de que a escola trata-se de um sistema de
identidade própria e peculiar.
Enfim, conceber, o multiculturalismo numa perspectiva de resistência pode
contribuir para desencadear e fortalecer ações articuladas a uma prática social cotidiana
no espaço escolar em defesa da diversidade cultural, da vida humana, acima de qualquer
forma discriminatória, preconceituosa ou excludente.
Nesta perspectiva, cabe a todos nós, como profissionais da educação, efetuar
uma reavaliação do modo como agimos nas nossas escolas, de forma a garantirmos aos
nossos alunos, independentemente da sua origem, ou características, a possibilidade de
colaborar na sociedade, para que esta seja cada vez mais justa e igualitária e feliz.
5/11/2018 Multiculturalismo e Escola Inclusiva Texto - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/multiculturalismo-e-escola-inclusiva-texto 11/11
Multiculturalismo e Escola Inclusiva: uma ponte para a eficácia
11
Referências
Ainscow, M & Booth, A. ( 2002) Index for Inclusion: Developing learning andparticipation in schools, Bristol: CSIE, p.13. See www.eenet.org.uk to access many of the translations.
Benson, J. T. (2000). Características de Escolas Eficazes. Observatório de Melhoria e daEficácia da Escola. By Wisconsin Department of Public Instruction. UniversidadesLusíada (http://observatorio.por.ulusiada.pt).
Canen, A. e Oliveira, A. M. A. de. (2002). Multiculturalismo e currículo em ação: umestudo de caso. Revista Brasileira de Educação, n. 21, Set/dez , p. 61-74.
Canen, A. G. & Canen, A. (2005a). Organizações multiculturais. Rio de Janeiro:
Ciência Moderna.CANEN, Ana & CANEN, Alberto Gabbay (2005b). Rompendo fronteiras curriculares:multiculturalismo na Educação e outros campos de saber. Revista Currículo semFronteiras, v. 5, n. 2, pp. 40 – 49.
Canen, A. (1997). Competência pedagógica e a pluralidade cultural: eixo na formaçãode professores? Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.102, p.89-107.
________. (1999), The Challenges of Conducting an Ethnographic Case Study of aUnited Kingdom Teacher Education Institution, Journal of Teacher Education, v. 50,
n.1, pp. 50 - 56.
________. (2005). Pesquisando multiculturalismo e pensando multiculturalmente sobrepesquisa e formação docente: uma experiência de currículo em ação. In: REUNIÃOANUAL DA ANPED ,28, Caxambu, MG.
Mclaren, P. e Giroux, H. (2000). Escrevendo das margens: geografias de identidade,pedagogia e poder. In: Mclaren, P. Multiculturalismo revolucionário: pedagogia dodissenso para o novo milênio. Porto Alegre: ed. ArtMed, p. 25-50.
Pansini, F. & Nenevé, M. (2008). Educação multicultural e formação docente. Currículo
sem Fronteiras, v.8, n.1, pp.31-48.
Stubbs, S. (2008). Educação Inclusiva: Onde existem poucos recursos. Ed. The AtlasAlliance. Oslo, Norway. Livro realizado em conjunto com a Norwegian Association of Disabled (NAD) e a Norwegian Association for Persons with DevelopmentalDisabilities (NFU). Fundado pela Operation Day’s Work (ODW).
Xavier, G. P. de M. & Canen, A. (2008). Multiculturalismo e educação inclusiva:contribuições da universidade para a formação continuada de professores de escolaspúblicas no Rio de Janeiro. Pro-Posições, v. 19, n. 3 (57).
Anexos (vai ter??)