8/22/2019 O escuro da semente/Viagem a Andara oO livro invisvel Vicente Franz Cecim
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Viagem a Andara oO livro invisvel
O escuro da sementeVicente Franz Cecim
o humano } o umanoh }} o umano }}}
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que teu oglho veja as cores invisveis no Livro
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Vermelho a cor da voz de e da Viso do ssaKil
Verde a cor das manifestaesminerais, vegetais, animais
e do humano, umanoh, umanosobre a Terra
Branco a cor da pedrinha branca,oculta na pgina
Negro a cor do Cue tambm das vozes humanas
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Areiade que somos feitos
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Sementeinvisvel do visvel
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e na noite no brilhammais as asas do meu dorso,
ou vi
etendo oslbios de
ArseniiTarkovski
se entreaberto para me dizer isso
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o ui em ns
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aquela voz vermelha que nos diz
ah, o humano, o umanoh, o umano
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e viessem as vozes, me falando Sombras, mefalando Luzes
A primeira voz, sua gua rpida me dizendo
assim
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Era uma vez,em Andara
Fosse uma vez,em Andara
Certa vez,em Andara,
havendo adormecido sob a lua amarela, a quenos alucina nas noites, de olhos fechados
um tal K despertouem pleno dia, sob o encanto da lua branca, a que
nos alucina nos dias, de olhos abertos
E viu que havia se transformado em homemareo, j no mais humano.Pois em suas omoplatas havendo sido semeadas
asas, agora, j ento, ele fosse:
O umanoh.
Ah,
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sendo assim possvel essas coisas em Andarae aonde mais seriam? Na vida, a sutil que para
ns se adensa, para ns, os ainda os que ficamos,
humanos?Sendo assim ento, e em Andara fosse possvel
isso de asas nascendo de omoplatas humanas
- hein? Onde estou? O que foi, hein? O que?Isso? Que mo Imensa, esta, hein?
Se perguntando aquele tal K, aquela letra que
ascendendo havia deixado o Alfabeto Humano.
Fosse uma vez, em Andara
Enquanto isso, l embaixo, na Terra se
acendesse um fogo, mais uma vez um fogo, para emtorno dele se contar histrias
Enquanto no alto, um Cu escuro de estrelas
Mas isso j seja a outra voz que me falaVejam: depois dessas palavras descendentes,
caindo dos cus como chuva sobre ns,
agora outras palavras, em torno desse fogo acesoas que pesadas mas querendo ascender queleCu escuro de estrelas
sua Areia Lenta
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E a segunda voz, de Areia Lenta me dizendoassim
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o que ia ficando para trs
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eles passassem pelo Anjo da Histria ali cadono caminho, as asas fechadas no peito,
plumas e p
e ouvissem vozes bem pequenas, fossem insetosaqueles homenzinhos, que das vrtebras ainda
diziam
o ui em ns
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o ui em ns
ah, a Penumbra
No ela ainda, neste incioMas para l que esto indo os nossos ps, em
sonhos
me dizendo aquela voz
sua Areia Lenta
buscasse em torno daquele fogo aceso por unshomens, ali, quem sabe ser s Cinzas de Palavras
que se elevassem, leves, naquele cu Escuro deestrelas
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e agora entendamEntendero?Como isso se dar
Assim em duas camadas, essas vozes assim ans se dando,
se doando
Do meus ouvidos se doando aos seus ouvidos Labirantos para onde elas nos levam
Labiantro, esses meus lbios partidos emAndara, de tanto em Andara ouvir e lhes contarhistrias.
E agora ainda essas vozes, mais uma vez, emAndara
essas vozes. E aonde mais
ora chovendo sobre ns sua chuva, ah omoplatashumanas, se mesmo que isso no querendo agora setornavam aladas, o
umanoh, o umanoh
ora subindo aos cus naquela noite escura, ahpalavras se sacrificando ao fogo o humano, se doando s
cinzas
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enquanto ouvirem essas vozes, ao menosenquanto elas durarem
em ns, tentem, s o que lhes peo
:
- Por baixo de ns, vejam: o Cu desmoronandoem cinzas
- Por cima de ns, Vejam: a terra incendiada se
elevando do P
Vocs poderiam, ainda humanos, e pelo tempoque durassem essas vozes,
serem em Sonhos a chuva inversa dos cus?
Ouve, tambm tu, o que eu te digo, minhaSombra
isso que eu me digo
enquanto, sobre ns, brilha um sol que no
existe, inundando as minhas palavras de luz. E Sombras.E silncios. Nuvens de sal passam, nenhuma ave cantaOn g de as Asas, perguntasse a Serpente
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em Andara, a que espreita a letra hno umanoSilncio. Faam silncio. Elas, as rvores
da Dvida, agora se curvam para ouvir o coraode Andara,
se me pergunto:
- O que a vida? A Lenta de areia
se me pergunto:
agora, para falar essas vozes, at onde ela ir, aLiteratura?
O que restou: a
EscrituraO Vazio que transborda
Se me pergunto: On g de o omhm de areia ouasas? Seu On de Ser
e essa pergunta assim caindo, ascendendo,caindo
Com cada vez mais noites sobre ns
entendem? Entendero
agora ouamos essas vozes.
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pela Amizade das coisas pelas coisas,essa Amizade ainda assim seus gros em minha
areia que no esqueceu ainda inteiramente a carne queainda lhes conto isso,
o que aqui ser contadoa duas vozes
se dando a vocs em duas camadas, lembram?
ei-las:
- A Voz da Areia Lenta, ela quem lhes contar a viagem de Oniro e
Orino, atravs de Andara, indo para a Penumbra Andaraeles tambm podendo ser Oniroorino,
oh, dois seres num ser s, que coisacomo vocs suspeitassem ao v-los nestas
Trevas de Palavras que eles sendo assim vagassem comos ps cheios de terra,
humanos, mas Oniro em demanda do umanohe encontrando os dois, em seu caminho: O
umano,o omem de areia,
e achassem tambm, passo aps passo: aquelasAsas Negras, Asas Brancas, girando em torno do Ovoimenso no horizonte.
Fosse em Andara isso
Vocs sabemE mais adiante, achassem ainda Francisco e osangrando
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Antes da viso do Vaso: o Vaso
E o meio Rosto do omem de areia, levado pelo
vento: o Vento, voltaria, gro a gro?
E a perna de Orino, devorada pelo animal, noEscuro? Para ela, qual luz ainda, qual destino de p?
Ahe a Viso do ssaKil?
o: a Viso do ssaKil
Essas coisas contadas por aquele homem a umOutro, junto ao fogo.
Fossem elas tambm vislumbradas por K, doscus, na mo de
- Pois a Voz de gua Rpida que me cai do Cu. ela quem lhes falar da Presena de K,tendo ele ascendido,
e agora ento pousado na mo esquerda de , ,o Altssimo, o Sem Nome, o solitrio L at a vinda deK pois tendo o outro Outro, o Filho brando, o branco
ah o Alvssimo,de sua mo direita retornado s Trevas,onde ns ainda aqui, com os nossos ps cheios
de terra
seu Nome somente inominvel pelo espantodesse som surgindo assim para os nossos olhos:
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que em ns soando to silenciosamente,
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Se assim levados por essas vozes ao menos
alguns de vocs consentissem em ir
Ento,agora vamos
atravs de Andara que iremos, passo a passo.O que vocs, no sabendo, sabem. No Labirantro
nestas Trevas em que eles oos assim vagassemcom os ps cheios de terra,
e Oniro em demanda do umanoh
e orino tropeando no Humano
vocs tambm tropearo?Tambm?nas pedras das Palavras. Ah a que Oculta para
nos espessar, nas palavras
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On de o hgomem?
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Aqueles homens ali sentados, e entre eles umfogo ardendo
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aqueles homens ali sentados, e entre eles umfogo ardendo,
da voz de Areia Lenta, ento, que nos dizendoisso:
Agora, ali
no havia ningum. Ali havia estado um homem, noestava mais
Para onde havia ido o homem agora?
Veio a serpente.
- On de o hgomem? Se perguntaria em silncio aserpente. Mas s o Silncio lhe respondendo nada, elase enrolaria na Sombra do homem, que ficara
Porque a Sombra ficara, coisa esquecida comoquem parte s pressas, tendo alguma coisa toimportante, to importante, para fazer em outro lugar
Ficavam ali, num s Ser aqueles seresmisturados: a serpente e a Sombra.
E os dias passavam indo para parte alguma
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Viessem: o anoitecer dos dias, viessem: oamanhecer das noites
e viessem as nesgas de luz,
nos crepsculos, as auroras, nas auroras oscrepsculos, e as cintilaes que s vezes se doincendiando mas sem chamas as teias Negras velando osolhos dos cegos
Viessem, voltassem. Como se passassem
Agora, ali
no havia ningum. Ali havia estado um homem, noestava mais
Ento eu te pergunto: Ali,
ali,
havia estado alguma vez um homem, havia estadorealmente um homem? Ou foram s as sombras dasaves passando no cu sobre a terra que nos deram essa
miragem: um homem?Ou foram s as folhas secas murmurando pelocho cadas das rvores e dos nossos olhos, midas delgrimas, que nos deram essa viso: um homem?
Ou foram esses sonhos que quando se tem,mesmo de olhos abertos, nos revelam, sempre, ,sempre, que ali, onde deveria haver um homem, na
verdade s houvesse a ausncia de sermos?
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Ali, l,
eu te digo, sim, Sim: houve uma vez um homem. E esse
homem fui euAgora aqui contigo te contando a minha
ausncia,
a minha no mais minha Presena
onde s ficaram a minha Sombra e uma serpente que
enlouquece em seu silncio e ainda agora
- Ouves?
ela, e se repete: - On de o hgomem?
Fosse isso ainda no tempo em que os animais
falavam
Viesse a outra serpente, a Outra: a serpente daCerteza
para dizer a ela:
- Agora, no h mais ningum onde um diahouve um hgomem.
Mas essa nova serpente, por tambm lhe serproibido dizer corretamente o nome Velado: K
Ah, essa tambm ficaria presa Sombra.
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E, assim, esses trs seres num Ser s,entrelaados,
quem poderia dizer que no so eu, tu e a minhavoz enquanto o fogo que acendemos vai indo para ascinzas te contando essa histria,
aqui,
onde por enquanto ainda o que restou de umhomem: a Neblina humana, suas vozes: para contar aum outro homem histrias?
Seja este o tempo em que os homens aindafalam. E diz-se disso: literatura. Um sopro de voz, que
passa, como passou nos animais um dia
Para onde iremos, homens, depois das palavras?
O humano.
Ongde
o
umano h?
hein? Onde? o Onde? O sopro da voz umanah
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o ui em ns
Vocs ouviram?
aquela primeira voz de Areia Lenta nos dizendoisso,
teramos dado ento esse to pequeno passooo: o ui em ns
e eles da terra, aqueles dois em torno ao fogo,como ergueriam as suas serpentes para o Alto, pois semAsas, e para eles s os nossos ouvidos de Lodo e sobre
eles s os nossos olhos Escuros de cintilncias
j a segunda voz, a de gua rpida, agora sedizendo
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} Primeiro Passo
: Do Cu e sua voz
de gua rpida
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Essa voz, ento, que se dizendo:
pois tendo ascendido a Letra K e veio vindo, seretirando do Alfabeto Humano,
veio pousar em minha mo Esquerda, pois
tendo o Outro deixado vazia a minha moDireita,
ter ele mergulhado para o l dos homens,retornado s Trevas onde antes j vagou, agora lvagando novamente?
- Ter aquele Outro para o l humano retornado, K, me diz, pois se vieste ocupar a minha mo vazia,essa outra a esquecida mo esquerda que com a tua
vinda s agora eu percebi que tinha?
, K, sabes quem sou?
Eu sou o Olho cego que tudo v, e nada vendo, enem me vendo que te peo, K, vai ver por mim
pois sabes o que eu sou, K?
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Eu sou o Olho Silencioso todo mudo que tudosabe e nada diz ao Nada
Para onde ele foi, aquele outro o Filho Humano,K, que antes da tua vinda pousava em minha moEsquerda, e agora, ei-la: a Vazia?
Te peo, K, me diz
Se tu achasses para mim o meu Filho l, o Outro, K, naquelas Trevas l embaixo,
eu te daria uma pedrinha branca
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eu te daria uma pedrinha branca, uma pedrinhaem que estaria escrito O Nome Que Ningum Conhece
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eu te daria uma pedrinha branca, uma pedrinhaem que estaria escrito O Nome Que Ningum Conhece,somente aquele que a recebe:
A Esfera de silncio, rolando entre Treva e Luz
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}} Segundo Passo
K: Aqueles dois L
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K, nos conta a voz de gua rpida,mesmo se nada vendo,nas Trevas que aqui ficaram, olhar inverso se de
l tambm olhada a Terra aqui embaixo, atravs daquelecu Escuro de estrelas,
ento lhe diria:
- , quem sabe no ele aquele que agora vejoindo pela terra, seus ps cheios de p, e caminha lado a
lado com um outro o mudo e ainda mais um ozinho denada, o mudo,
e ele lhe dizendo coisas?
Ou a si mesmo que se diz?Pois tendo um corpo,um s,
desse corpo emergem duas cabeas,
oo,
embora todo o resto consistindo num s homem
pelo menos assim me parece,
porque a Noite deles to escura, vista daqui, etenho os olhos to cansados da tua luz
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lhe dizendo:- K, no queres a pedrinha branca?
k, no?
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}}}Terceiro Passo
OO: Aquela fosse
a Noite da Semente
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- E na Noite da Semente, contando j agoraaquela voz de Areia Lenta ao outro homem
Que em torno do fogo ao outro ouvia
a noite em que ele adormeceu sob a lua amarela,a que nos alucina nas noites, de olhos fechados
e antes de despertar, depois, sob o encanto da luabranca, a que nos alucina nos dias, de olhos abertos.
E na Noite da Semente ainda pude ouvir um
rumor de voz, vindo do Cu sobre mimComo gua rpida chovendo sobre mim
E essa voz, a no sei quem, dizia:
- , quem sabe no ele aquele que vejo indopela terra, seus ps cheios de p,
e caminha com um outro lhe dizendo coisas?Ou a si mesmo que se diz?Pois tendo um corpo,um s,desse corpo emergem duas cabeas,
oo,
pelo menos assim me parece,
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porque a Noite deles to escura e tenho osolhos to cansados da tua luz
E ouvi ainda a voz daquele lhe dizendo:- K, no queres a pedrinha branca?
k, no?
No sei de que pedrinha branca eles falavam nos
cus sobre nsE depois no ouvi mais voz alguma.Aquele K no estando mais no humano, entre
ns,e havendo se perdido, ah, para sempre no
umanoh
devesse eu ainda prosseguir sua voz? Sua vozento assim ainda em mim se prolongando? Ainda tenhoesta boca,
vs?e, agora, isso em mim: essa vozse imaginando, em mim sonhassee se balbuciando a minha neblina humana, entre
miragens, coisas e entre as Memrias daquilo que antesfui e esse alado: K,que alm do humano agora
E te contando a histria
daquele corpo de onde emergissem duas
cabeas,
oo,
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ou fossem eles ainda s dois homens, como ns,
vagando oo
atravs dos dias e das noites, pela terra
assim me parece que eles iam,porque esta Noite em que me ouves, escurae tenho os olhos to cansados dessa luz que
jamais ser um sol: a Estrela: e s esse foguinho acesoentre ns
ento, fechando os olhos,eu visse para os teus ouvidos vagando esse oo
a histria deles, aqui na terra, agora, eu assim eute contaria
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Mas, antes,me diz
Vs como escuro esse cu Escuro de estrelaso sobre ns?Como eu, esta neblinazinha humana,aqui ficada,
poderiaver atravs da minha Pedra de ver as coisas da
terra, as Escuras
se outra Voz no vindo me dizerque este, ah, no todo o Cu que no havendo,
h, para alm dele, deste: o Treva Area, o s o quedaqui eu e tu podendo ver
On i
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On i
Oni, digamos. Bebamos da nossa gua amarga
e desejemos, oni, on i , que ela venha
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E aquela voz verde que nos diz
Ah um m em mim
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e tendo aquele Animal, saindo da Noite, suaspatas emergindo, emergindo
das rvores em volta do fogo, suas sombras
rvorese se chegado para perto do fogo, onde ficasse
ouvindo o silncio do que escutava e aquela voz dohumano que falava,
o que buscasse aquele Animal que aos homensassim se chegando:
quisesse nessa Noite uma Fogueira que fosse
mais que o fogo aceso pelo humanoA Fogueira? Fosse ela feita da lenha, que ainda
viva nas rvores da florestaa Figueira em que o homem que falava
repousava as costas
e, entre os silncios do Animal e do homem
mudo e aquela voz do que falava,soprando por ali, naquele instante, um ventinholeve, que fez as chamas do fogo mais se inclinaremantes da manh para as cinzas, o vento agitou as folhasda Figueira
Dissesse a ela: foge das tuas razes, homens emmultido esto vindo te transformar em Cruz
A Figueira em que o homem que falavaRepousava as costas
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E diz-se disse: Contgio do pulmo humano
pelas vias areas, por tudo que fala Seivas que oshomens no ouvem
essas outras vozes, de jardins noite
daquela Figueira se ouvisse e no ouvisse,
a voz verde que dizia:
Tivesse um m em mim para chamar fazerdescer dos cus s terras
fazer subir das terras aos cus
uma voz, menos pesada, Alada
Aah um m em mim, um Irmo m
em mim
e a voz vermelha que nos diz:
os Reinos contagiados, k. Vs?
pois sendo a minha voz s o balbuciar de umlbio humano, dizia o homem que falava
no deve ela chamar aquele outro Lbio em ns,por Companhia
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em ns seunindo lbio a Lbio em vozVoz,
pelo encontro desses Llbios
que se dissessem, sim: os murmrios,e a si tambm falassem em silncio aos Gritos?
se perguntava ao outro, ao Mudo, o homem.
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ah est vindo, esta vindo essa outra Voz, ouvesela vem
preciso, fosse preciso que ela viesse, e ela vem
e pousando sua boca em nosso fogo:vs como ele agora mais se incendeiacom essa Boca em Chamas, antes que as Cinzas
venham ao amanhecer,ela nos diz
- Porque lnada obscuro nem opaco,
pois cada um transparente a cada um e em tudo,
pois a luz no a luzE cada um possui a todos dentro de si e v
em outro a todos, e tudo tudo e cada um tudoe cada um tudoe o Fulgor imenso,
pois cada um deles grande,pois tambm o pequeno grandeL o sol todos os sisE cada sol sol e todos os sis
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e tendo vindo essa voz: Claro
re
lmpa g
o
Lmina de Luz, ah ns, escuros reruns
unisse Cu e Terra, terracu
a generosa
A que assustando as aves: vs, como despertame todas em revoada a nossa volta achando queum novo dia j nasce antes da hora
e tendo ela vindo se fundir em nosso fogoluzinha que acendemos e sob esse cu Escuro de
estrelas,
possa a nvoa humana,as neblinas que somos,
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e agora eu falando, tu ouvisses,
a histria deles, oo, aqui na terra, agora, eu, sim,
eu te contaria
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}}}}
Dilogo dos alimentos do ser
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Da voz de Areia Lenta
Eis: a histria:
- E cada um possui a todos dentro de si e vem outro a todos, e tudo tudo e cada um tudoe cada um tudoe o Fulgor imenso,
pois cada um deles grande,pois tambm o pequeno grandeL o sol todos os sisE cada sol sol e todos os sis
Tendo nos dito isso, e o Fulgor imenso,Plotino, pois fosse sua aquela Voz em chamas
- ? Nos perguntamos. E cada um possui a todosdentro de si
Mas de onde vem ento esse vento, em Andara,que diz:
- Um animal uma falta de tudo para sempre
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Vem de pginas passadas de Andara, virandopginas passadas de Andara.
sempre em Andara que esses ventos vm
soprar, e esse quis soprar aqui de novo
Ei-lo. Dizendo, esse ventoO que um dia j foi dito por Iziel a Azael nessas
pginas passadasEst l, no livro que um dia se chamou
Silencioso como o Paraso aps a expulso das criaturas
humanas, essa pgina passadaQue diz, seu eco ainda nos chegandoVem l do Paraso
Dilogo dos alimentos do ser:
Disse Iziel- V, Azael, a ternura que um animal quer tirar
de um outro e pr dentro de sie o animal essa caverna onde uma falta , para
sempre, a mesma coisa, essa ternura, que o alimento
que um animal tira da vida e pe dentro de si,
o corpo, uma caverna de carne.
- Os alimentos. s vezes visveis, s vezes invi-sveis
E a fome real s a sombra da grande fome emns
Ento isso, um animal uma falta de tudo parasempre
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?
E esse vento, vindo, dizSim.
Seria esse vento,enquanto essa flor de papel: essa pgina passada,
se abria ao vento,
que eles um dia ouviriam,Oniro e Orino, esses outros, aps Iziel e Azael,odas mos brancas,odas mos negras.Eles agora tambm aqui em Andara,
na floresta Andara, oo
Ou fossem um corpo s: Oniroorino. De ondehouvessem brotado duas cabeas,
e se dizendo coisas
Pois Oniro, ouvindo o vento trazer essas palavras
esvoaantes, passantesComo so todas as palavras ah, todas:as transeunteslogo estaria dizendo a Orino:- Ouviste? Ouviste com todos os ouvidos que
temos em ns: os de carne e os outros,ouviste? O vento?
- O vento. Sim, diria Orino. Mas que palavras?- V, Orino,ento diria Oniro,
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como pode ser que sendo nossos nomes osmesmos, s com as letras trocadas, no possas ouvir as
palavras que o vento disse,
como eu?- A menos que, como eu, s vezes tambm
parea para ti que tu no s tu. E para alm do oo quesomos,
esses ozinhos de nadaparea que s um outro: um ser de hiptese, s
de brisa, fantasma de ti,
diria Oniro.- A menos que esse n que em ns nos une seja
s vu, a Iluso,e por trs dele algo querendo nos dividir em eu e
tu
- V, dizendo Oniro, agora entende isso:
Em ns h a fome de dois alimentos,foi o que o vento disse,e aquele Iziel no tendo dito quais, os alimentos,
agora eu vou te dizer quais so
E ento, como um outro Iziel,
ah Iziel, cego, ainda l no Paraso as suas mosbrancas, se batendo nas coisas duras da vida?E querendo as razes dos alimentos do ser, Oniro
diria:
- Tudo vem como sombra do Um e para o Umvolta como sombra
Aqui, na breve Residncia, a vida,
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imersos nesta luz cheia de penumbras em quesomos e no-somos, pois permanecemos sendo l noUm enquanto aqui at parece que somos,
as sombras esto no Vrios,e se tornam coisas
para se darem em alimento umas s outras,enquanto aqui permanecerem
podendo esse alimento servisvel e invisvel
e visveis e invisveis as bocas nas coisas,sempre famintas umas das outras
e tambm podendo ser os alimentosbnos e venenos
assim como podendo ser as bocas por onde se
colhe o alimentoabenoadas e venenosas,
havendo ainda os alimentos simulacrose as bocas simuladas na colheita.
Quanto permanncia na breve Residncia, a
vida, imersos nesta luz cheia de penumbras em quesomos e no-somos, pois permanecemos sendo l noUm enquanto aqui at parece que somos,
as coisas podem optar pela Fome umas dasoutras, e se devorando se devolverem como sombras doUm ao Um
ou pelo Jejum das outras.
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Pois h um dom que nos dado pelo Umpara alimentar a permanncia:
aliado dos jejuns, esse Dom o daAmizade das coisas pelas coisas.
Isso havendo dito inicialmente Oniro,como uma primeira semente lanada nos ouvidos
de Orino, esses jardins de carne em que queria plantar
revelaes,depois ele diria:
- Orino, a primeira coisa que tens que saber que no s, que s s um ser de emprstimo.
Nvoa. Que ganhou forma.E que s nvoas, como tudo, um dia voltars.
Podes entender isso?No.No, enquanto no entenderes, antes, isso:Que tudo vem do Um e ao Um volta,
sendo,
durante um intervalo breve, a que chamamosvida: o Vrios, que surge dessa disperso do Um emmuitos para povoar o que sendo a Ausncia desse Umantes disso se dar
Entendes, isso? Ao menos um pouco?
V. Aquela ave ali.Ela parece ser, em si, mas no .No , mas sendo.
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Como aquela outra l adiante, tambm querendoser ave naquela rvore, mas sendo s a forma Ave doUm, que uma das suas formas,
h outras,sendo at sua sombra apenas a Sombra Ave do
Um agora aqui projetada pelo sol.O sol, este, imenso sobre ns, por sua vez sendo
apenas o solzinho do Um que nos dado ver,como os outros mais imensos ainda sobre ns
que no vemos,
L, onde o Fulgor: o ClaroOnde cada sol sol e todos os sis
No acreditas no que te digo, OrinoNo?
Pois a prova : que tudo passa e nada fica: nem
ave nem homem e um dia que j no ser noite nem dia,nem as estrelas, essas luzes, ficaro, entende
Ento, nem boca ainda haver para perguntar:
On gde
o ogmem?
Pensa. esta ave que vemos ali eterna? ?
Ento v a minha lio inteiramente viva sedando diante de ti.
E dizendo isso, eis que Oniro estaria indo emdireo ave, que, distrada, nem o via chegando.
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Chegando e animalmente a agarrando. E animalmente adespedaando, as unhas, os dentes. E, pedao a pedao,ento fazendo a ave sumir dentro de si para os olhos de
Orino.- Cad a ave agora, Orino. On g de? A ave- A ave, onde? Se perguntando Orino. Sim, sei.
Sumiu em ti- Mas ainda a ave ave? Perguntando Oniro.
Ainda , o que foi?- No, dizendo Orino. Agora a sida.
- Pois sendo isso, entende, o comeo da sua volta Ave Ave que ela, para alm e para aqum da avezinhaque parecia ser, ser
- Essa a via dos alimentos. Ouveo que eu te digo Orino. Que todo ser, enquanto
parece ser, faz atravs de um outro ser
e assim todos indo todos voltando, voltando parao Um,sendo ns, os outros seres,Oni, Ons os caminhos dessa viagem que fazemos uns
atravs dos outros,des-sendo,
des-sendo-nos,ora com dor, ora com dor ainda mais uma vez,
pois no nos dada a opo sem dor?
- E sabes, Orino, diria Oniro, que isso mesmoque fiz ave eu poderia fazer a ti: desfazer-te, des-ser-
te, aqui mesmo sob este cu vazio de onde o Umapenas interessado em seus interesses de tudoreaver para Si,
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Zeloso, ou indiferentemente,autoriza todos os seres que fingem o S de ser a
desfazerem issoS:
essaS miragenSSe desfazendo uns aos outros
serpenteS,
aves, homem
at que tudo retornado ao Um?
E para um trmulo Orino, eis que Oniro jestaria dizendo:
- Mas no temas. Por tiIsso, eu no farei contigo. Porque o Um no s
a sua indiferena pelos seres-miragens, seres neblinasque somos parecendo ser,
pois se nos d outra maneira de nosalimentarmos uns aos outros
E essa maneira aquele Dom, aliados dos Jejuns
o On Domda Amizade das coisas pelas coisas
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A lua branca a que alucina nos dias e a amarela aque alucina nas noites
iam passado sobre eles,por entre as seivas da floresta Andara,
e os sis imensos que flutuam sobre ns, bemlonge, nem saberiam daqueles homenzinhos l embaixo
e s esse solzinho que nos dado ver viria roara terra que vai caindo
caindoOu ascendendo
no azul?
Oh o O, a esfera
Mas onde o On Dom
da Amizade das coisas pelas coisas
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se depois Oniro estaria dizendo:
- Orino, a segunda coisa que tens que saber queno s, porm, s um ser de emprstimo.
Nvoa. Que ganhou forma.Ainda que s nvoas, como tudo, um dia
voltars.
- Entende tambm: Que o que aqui no Vrios
ainda l no Um
sendo aqui o Um,
aqui, neste intervalozinho breve, esse sono ousonho a que chamamos vida: o Vrios,
pois sendo o Um tambm a concentrao do Um
em muitos para que o Um possa habitar sua Ausnciacom a alegria de ser breve
Entendes agora isso? Ao menos um pouco?
V. Aquela ave ali.Ela parece ser, em si, mas no .
No , no em si
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Como aquela outra l adiante, tambm querendoser ave em si naquela rvore, mas sendo s a forma Avedo Um, que uma das suas formas,
h outras,sendo at sua sombra, a sombra que projeta de
si, apenas a Sombra Ave do Um agora aqui projetadapelo sol.
O sol, este, imenso sobre ns, por sua vez sendoapenas o solzinho do Um que nos dado ver,
como os outros mais imensos ainda sobre ns
que no vemosL, onde o Fulgor: o ClaroOnde cada sol sol e todos os sis
Acredita tambm nisso que te digo, OrinoSim?Em tudo o Um enquanto nas coisas
transeuntes, e elas no passam e ficam: ave, homem, ossis,
entende
Pensa. Aquela ave que vemos ali no eterna?No?
Ento v, a minha lio agora inteiramenteinversa se dando a ti.
E dizendo isso, eis que Oniro estaria indo emdireo ave, que, distrada, nem o via chegando.Chegando e ternamente a tocando. E ternamente a
acariciando, as mos, os lbios. Aquele breve sonho deplumas que ele, Oniro, agora no faria sumir no animalem si.
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E depois, a ave tendo voado, perguntaria:- Cad a ave agora, Orino. Onde? A ave
- A ave, onde? Se perguntando Orino. Se foi,ainda ave.
- E ainda a ave ave? Perguntando Oniro. Ainda, o que era?
- Sim, dizendo Orino. Ainda a sendo.- Pois ento entende: que o Um nela quis
permanecer, e no quis, por mim, sorver em si a
avezinha que ela parece ser, e
- E essa a via dos jejuns, te digo Orino. Quetodo ser, enquanto parece ser, faz, para permitir a umoutro ainda ser
e assim sendo permitido, pelos jejuns de uns,outros ficarem, e se tornado um Dom de todos esses
jejuns, eis: disso viessem adiamentos da nossa volta aoUm,
sendo ns, os jejuantes, os doadores desseadiamento das viagens que assim j no fizssemos unsatravs dos outros,
nos des-sendo,
e assim, ora sem dor, ora ainda sem dor maisuma vez,
pois nos foi dada a opo dos jejuns da dor
- E sabes, Orino, diria Oniro, que isso mesmoque eu fiz ave o que fao a ti: no te desfazer, no te
des-ser,
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aqui mesmo, sob este cu vazio, onde o Umpor um instante esquecido dos seus interesses de todasas suas coisas e seres reaver para si,
zeloso, ou indiferentemente,
me autoriza a permitir que ainda finjas ser isso,essa miragem, permanecendo em ti, a neblina quesomos parecendo ser,
e te dou minha amizade humana,para que permaneas no Vrios que s, em ti.
E para um trmulo OrinoO emocionado.O tolo trmuloeis que Oniro j diria:
- Ento, no temas o Um de mim. Pois o Umsendo o Generoso, tambm nos deu essa maneira dealimentarmos uns aos outros, essas ternuras, e, assim,vai nos deixando nos manter nesta iluso de sermos
essa maneira a que chamamos:a Amizade das coisas pelas coisas
- Repara, Orino, mais tarde diria Oniro,como so deslizantes essas coisas da amizade,e fica sabendo que vais te mover atravs de um
deserto ou jardins ou pntano cheios de miragens emetamorfoses enquanto semeio essas palavras em teus
ouvidos.E que, para te moveres neste deserto ou jardinsou pntano, precisas estar mais revelado a ti mesmo
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E agora vem comigo, segue as minhas palavras
- Lembras, Orino?Dissemos que os alimentos so visveis,
invisveis e simulacros. E que, alimentos, podem serbnos e venenos.
E dissemos que as bocas so visveis, invisveise simuladas. E que essas bocas podem ser abenoadas evenenosas.
E se disse ainda que as coisas podem optar pelaFome umas das outras
Ou pelo Jejum.
E quais so os alimentos visveis?Eis os alimentos visveis: os minerais, os
vegetais, os animais. O ar, a gua, o fogo
E quais so as bocas visveis?Eis as bocas visveis: os olhos, os ouvidos, a
pele, o nariz, a boca
E quais so os alimentos invisveis?Eis os alimentos invisveis: os sonhos, as idias,
os sentimentos, as vozes do vento
E quais so as bocas invisveis?Eis as bocas invisveis: o sono, a imaginao, ossentidos. E a literatura. Se Escritura
E quais so os alimentos simulacros?Eis os alimentos simulacros: as sombras, as
miragens, as imagens
E quais so as bocas simulacros?
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Eis as bocas simulacros: os espelhos, todos essesque a vida semeou na vida para nos confundir, etambm os nossos olhos
Agora eu vou te dizer o que so os alimentosbnos.
Eis os alimentos bnos: so todos os queparticipam da Amizade das coisas pelas coisas,
sejam eles alimentos visveis ou invisveis ou atmesmo simulacros
E agora eu vou te dizer o que so as bocasabenoadas.
Eis as bocas abenoadas: so todas as queparticipam da Amizade das coisas pelas coisas,
sejam elas bocas visveis ou invisveis ou atmesmo simuladas
Agora eu vou te dizer o que so os alimentosvenenos.
Eis os alimentos venenos: so todos os queparticipam do dio das coisas pelas coisas,
sejam eles alimentos visveis ou invisveis ou atmesmo simulacros
E agora eu vou te dizer o que so as bocas
venenosas.Eis as bocas venenosas: so todas as queparticipam do dio das coisas pelas coisas,
sejam elas bocas visveis ou invisveis ou atmesmo simuladas
E agora vou te dizer o que so os alimentos
simulacros bnos.
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Eis os alimentos simulacros bnos: so todosos que participam, ao mesmo tempo, da realidade dascoisas visveis e invisveis,
sendo fronteira sutil e transio, na penumbra,entre elas
E agora vou te dizer o que so os alimentossimulacros venenos.
Eis os alimentos simulacros venenos: so todosos que participam da irrealidade das coisas,simplesmente isso
E eis que finalmente te revelo o que a opopela Fome das coisas pelas coisas.
Eis o que a opo pela Fome das coisas pelascoisas: toda opo pelos alimentos venenos e pelas
bocas venenosas, sejam visveis ou invisveis ousimulacros e simuladas
E tambm te revelo o que a opo pelo Jejumdas coisas pelas coisas.
Eis o que a opo pelo Jejum das coisas pelascoisas: toda opo pelos alimentos bnos e pelas
bocas abenoadas, sejam visveis, invisveis ou atmesmo simulacros e simuladas
E tendo dito isso,Oniro ento passasse a falar a Orino em
fragmentos: fbulas, fraes da falaassim ele pudesse entender a breve Residncia, a
vidaonde aqueles dois: oo, ou fossem um s
Mas antes ele ainda perguntaria:- Entendeste, Orino?
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- Os deslizamentos? Entendes?
- Pois se para que entendas ainda mais o Um
como Fonte: a gua dos Retornos do que somos,pois se para isso que agora vou te falar das
vrias formas de alimentos do ser,seja pelo corpo, seja por essa ave que alguns
chamam alma, e que, diz-se, voa dentro de ns,e do que devemos nos alimentar, e do que no
Ento, ouve,e embora sejas livre, pela ignorncia, para nem
ouvir a minha voz
- A voz, ah
sendo a que se semeia
ouve ainda isso que eu tenho a te dizer, Orino,antes de continuar a te falar sobre eles, os alimentos,
diria Oniro,ainda isso, sobre ela, a deserta que no semeia,
pois a todos ns ela contm, e no apenas a ti,
ela: a Ignorncia
E ento diria Oniro:
- preciso ver, ele diria, atravs da florestareveladora e veladora das palavras,
como
o no-ser contm em si oser,
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embora o ser no contenha em si ono-ser
Pelo menos isso que vemos nesta paisagem depalavras, como podes ver
E nessa Semelhana que esto semeadas asesperanas de um dia conhecermos a diferena entre oser e o no-ser,
e assim, anulada essa diferena, quem sabe unir
o ser e o no-ser pelo conhecimento,mas s pelo Conhecimento, e ainda no anular
ser e no-ser como coisas e no-coisas, separados em si
E se essa Semelhana falhar
S
e tudo falha em ns, s homens?
Sobraria aos homenzinhos que somos, para os
vos dos nossos olhozinhos vos,uma Viso da Diferena,pois abolidas as semelhanas, ainda ficaria a
palavra No acrescentada ao ser
seu
N
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Nos dizendo Nada
E partiramos, j ento com outras asas, negrasnegras, e os lbios cheios de sede, para ir interrogar a
palavra No ao longo dos dias de nossas vidasOn gde quer que ela esteja tombada, seu tronco
se negando a ns
A menos que at mesmo essa hiptese toda cheiade noite seja nula
a menos que j sejamos em ns Nadas,um No sem sins nem talvez sendo e todo feito
de silncio e ausncias sem nem rumores em ns,
nozinhos de nada
E ento, se fosse assim,
O que?
Andara indo mesmo assim em ns, o que eu te
digo
- Pois uma coisa certa e h no-havendo:
o
V
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azio que Transborda
Ora,
havendo a lua branca que alucina nos dias e aamarela que alucina nas noites passado outra vez sobreeles,
por entre as seivas da floresta Andara,
e os sis imensos que caminham cegos sobrens, bem longe, nem sabendo daqueles homenzinhosl embaixo: o Fulgor ausente
e s esse solzinho que nos dado tendo vindooutra vez roar a terra que vai caindo
caindoou ascendendono azul
E onde o On Dom
da Amizade das coisas pelas coisas
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mais tarde Oniro diria
- Mas isso s a minha voz em teus ouvidos,semeando, Orino
pois por Amizade os teus ouvidos sendo os meusE como saber se as vozes so vozes sementes ou
so vozes pedrasSe delas alguma coisa nascerDessas vozes
Todas essas vozes, todos esses sons j em ns
E ainda esses outros, vindo a ns?
Ouve ainda isso que eu tenho a te dizer, Orino,antes de continuar a te falar sobre os alimentos, eles.
sobre os sons que eu tambm tenho uma coisaa te dizer, com outros sons.
E aqui eu j te recomendo um jejum.Ouve
Dos sons em nossos ouvidos:
- Se um ser emite para ti um
Som
seja um rosnado, bom-dia ou msica,
o que fazer?
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V, parece que cada um desses sons um somem si, com sua verdade pequena. Mas tu sabes: asaparncias: o limo: as iluses.
Entende, Orino.O rosnado participa da fria natural que nos tem,
contm e mantm. Nele, o limo quase real.J os bons-dias perecem imediatamente, por
conterem em si a prpria palavrabom,
uma das mais suspeitas residncias humanas dolimo.
Quanto msica, nela o limo ainda mais seadensa,
so teias de sentimentos, que o fato de terddo mundo
refaz em mim vindo del da penumbra onde umsol se apaga e as coisas so emsi mais lamentos
ai o ui em nsa nossa d de ser
Por isso, no ouve os sons como seres separadose ouve apenas o Som
e sabe que todos os sons separados se alimentam
dos alimentos benfazejos e dos alimentos malignos edeles participam,
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mas tu, tu s participes do teu Ouvido, Orino, eignorando as Vozes do Ouvir, ouve apenas
em ti, o
Silncio
ainda que se uive e uive e rosne e grasne eexistam as palavras humanas e mesmo que haja a
Msica das coisas ao redor de ns
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Da voz de Areia Lenta:
Diria Oniro mais tarde,
eles seguissem atravs de Andara
Mas eu te pergunto, antes das manhs, antes dascinzas: Atravs de Andara se ir a alguma parte?
Aviva o fogo.Atravs de Andara no se ir a parte alguma
- V, Orino, isso:Quando os homens inventaram as somas e as
diminuies, sejam elas tambm multiplicaes velozesou velozes divises,
Issos,
foi um sonho que tivemos,ns, to homenzinhos de nada,
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os nmeros, para nos falar da alimentao doUm pelos diversos e da alimentao dos diversos peloUm.
assim.Entende, ouve se te digo:
Da alimentao do Um pelos diversos:
Para que o Um seja em si, preciso que eleexista pela soma do que somos, tu, eu, aquela rvore alie essa ave que acaba de levantar vo de si mesma e
partirPara onde foi? Ainda est aqui, mas l no Um.Entende isso.
Ele, Oniro, colheria o corpo da ave tombada,cavaria a terra, faria um montinho de terra sobre ela
e prosseguiria
- Ouve, diria
Da alimentao dos diversos pelo Um:
Da mesma forma, para que sejamos em ns, eu,tu, aquela rvore ali, e essa ave que acaba de pousar em
si, aquela l, v:nascendo naquele ninho neste instante, precisoque o Um se divida em vrios,
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O Um sendo em partes em nsEntendes?Ouve
Sejam essas coisas tambm multiplicaesvelozes
Ou velozes divisesNo importa
Agora, sentados sob uma rvore,
sombra da amizade da rvore por eles
Das amizades que nascem das carncias
haveria de querer falar Oniro, e diria:
- Tu sabes, Orino, quanto mais o ser frgil, maisfome de amizade ele tem.
O que fosse propcio Amizade?Do que resulta que muitas nascem disso,se um que se pensava Um s em side repente se sentir um unzinho de nada
na fronteira do Nada,e se doendo, se perguntandoongde a minha origem e Fonte
e ento chama: Ei, querendo um outro alipassando por companhia
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Mas isso se inverte. E ento se d o que eu tedigo
Das carncias que nascem da amizade:
- quando,
a vida sendo a que nos contorce,
o que vs bem naquela rvore ali, aquela outra, acontorcida,
dessa amizade nascida da fome uma fome aindamaior nasce, e nos torna fracos de amizades,
e sem companhias
Ia a sombrazinha daquela rvore para onde?
Ia sumindo na Sombra imensa da rvore doMundo que sempre vem ao entardecer,
e no vemos
e, nesse entardecer, ainda Oniro diria
Das luzes e das sombras em nossos olhos:
- Orino,se algum, chegando, no se sabe de onde, trazum mal nos olhos para ti,
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ou s um mal, desses que vo apagando asluzes at cegar o humano
Se algum trouxesse um mal assim,e tu e a dvida: se um mal nesse ser em si ou
um mal desse ser para ti,
o que farias?
Os olhos,
essas luzes que s vezes se apagam de tristeza,s vezes se incendeiam: e um dio no outro se
doado a ns?
- Se isso assim, e ento: a Dvida,deves fazer a opo pelo Jejum das coisas pelas
coisas,
pois como saber, Orino, se esse olhar umabno ou um veneno,
e se dele est vindo para ns um alimentoabenoado ou venenoso?
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pois esses so os deslizamentos, Orino,diria depois Oniro
e sendo eles assim.
E se j sabes que vais te mover atravs de umdeserto ou jardins ou pntano cheio de metamorfosesenquanto vamos
e vou semeando essas palavras em teus ouvidose que para te moveres neste deserto ou jardins ou
pntano precisas,cheio de Metamorfoses em ti,estar mais revelado a ti mesmo,ento agora deixa que eu te diga,
pois sero muitos os deslizamentos tambmnisso que eu te digo,
isso:
- pela ausncia do Um,e disso alguns, mais ss, se dizem: A gente tem
saudade de voltar a no ser nada
e outros nos dissessem
o: vejam:
a Viso do ssaKil
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que ns, seres da Neblina, e pela Neblinaseparados,
e indo assim dispersos por Andara,
mas quem se semear em Andara
Andara, que alguns chamassem: a Vida: ou:Andara, a regio de asas,
Andara querendo ir do Visvel ao Invisvelquisesse unir num sSer esse Animal de Nvoa que nele ns
habitamos, unir
terracuterra: vermelho entre dois oo negros
oo
E enquanto vamos, querendo pisar as Estrelas
com os nossos ps cheio de terra querendo pisar Estrelaso no-ser vem em ns clamando, mas sem vozes,e nos devoramos uns os outros.
Isso assimE sendo.
E se essa fome que nasce em ns, sendodisperso, resulta em Unio: a unio do devorador e dodevorado,
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e assim como negar que vai cessando aSeparao pela Assimilao,
mesmo que a custa da anulao dos devorados
pelos devoradores como se v em tudo a nossa volta?
Pois eis: ela, a grande fome do Devorador emns sua Voz como se nos dizendo:
vocs, estando separados, no entanto no assimque deve ser,
e eu lhes dou as fomes para que se renam uns
aos outros outra vezem mim
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- Ouves, essa Voz em ns, Orino? oo?
seu Nome inominvel
vermelho em ns silenciosamente,
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Da voz de gua rpida:
eu te daria a pedrinha branca, a pedrinha em que
estaria escrito O Nome Que Ningum Conhece, somenteaquele que a recebe
A Esfera, a rolante entre Treva e Luza pedrinhaa inominvel
k, no queres a pedrinha?
Onde nas Trevas vaga o meu filho branco, k?
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pois assim , o sendo
Se pudesse dizer: o que a Fome, o que ela quer que as coisas, que aquela Lmina separou, se renam
outra vez ,pela Alimentao das coisas pelas coisas?At atingirmos a Coisa?
Qual coisa?
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Da voz de Areia lenta:
- V, Oniro, isso que eu te digo, pois ao terecomendar os Jejuns at parece que me contradigo
Vs?
mas havendo dito isso Oniro: isso,oo: Oniroorino,eis que agora Orino, s o, o fascinado por uma
outra coisa que agora via
Lento, um animal haveria surgido diante dele, nocaminho por onde iriam.
E, se aproximando,fosse comeando a devorar Orino. Neles, se
iniciasse uma amizade?Pois Orino se deixando ir para o interior escuro
do animal, iria, lentamente, se negando ao sol
mas mais alto ainda rondassem os sis cegos, osque no nos vem,
uns homenzinhos, fossem insetosaqui embaixo,
pois aquele sol sobre eles uma manh
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luzes ocultas de nsUm Sol Negro sempre ronda?
Se Oniro no afastasse o animalE lhe dizendo:oo- No, Orino. Ainda no, pois isso s a
amizade das coisas coisas pela coisa. Sigamos. Pois aamizade das coisas pela coisa Coisa que espera por ns
E ento eles seguiriam.
Mas uma perna de Orino ali ficava, mais escuradentro do animal no escuro
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Esse Sacrifcio amizade tendo sido feito,mesmo que fosse s um passo dado aos nadas
que somos
- Via dos mutilados, se diz
Pois essa a Via em que eles estariam,Oniro e OrinoOniroOrinoOniroorinooo
como vocs veroSe sendo um s?Como saber?O ns, que no existe: e onde o N em ns
On gde? Perguntasse a Serpente, se passasse
agora por ali
Ah o humanoNosso Espelho partido, seus cacos
Deslizando entre o noserser
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Da voz de Areia Lenta
Deslizando,pela fome fsica como amizade decada
eis Oniro e Orino indo. E por um tempoandassem em silncio
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A gente tem saudade de voltar a no ser nada
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seres da Neblina, e pela Neblina separados
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e pela Neblina separados,
e indo assim dispersos por Andara
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E essa voz verde que nos grita
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- o: oglhem,vejam:
a Viso do ssaKil
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Andara, Regio de Asas
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andara no nada, no Nada
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s um caminhar inverso. No mais o irdo calcanhar para os dedos dos ps
Teus ps querem retornar Origem dos passos
Se diz
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Da voz de Areia Lenta:
Ora,
havendo a lua branca que alucina nos dias e aamarela que alucina nas noites passado outra vez sobreeles,
por entre as seivas da floresta Andara,
e os sis imensos que caminham cegos sobrens, bem longe, nem sabendo daqueles homenzinhosl embaixo: o Fulgor ausente
e s esse solzinho que nos dado tendo vindooutra vez roar a terra caindo
caindo
ou ascendendono azul
e onde o On Dom
da Amizade das coisas pelas coisas?
- Lembra, Orino
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Agora Oniro voltasse a falar, e dizendo- Te disse que os alimentos so visveis,
invisveis e simulacros. E que, alimentos, podem ser
bnos e venenos. E te disse que as bocas so visveis,invisveis ou simuladas. E que essas bocas podem serabenoadas e venenosas. E disse ainda que as coisas
podem optar pela Fome umas das outrasOu pelos Jejuns.
Eles parariam no caminho: e no Caminho,pois esta a Via,
e sob uma outra rvore e sob uma sombra,Oniro e Orino, agora aqui nesta seiva sombra
E o animal com a perna escura de Orino em si osobservando,
pois haveria seguido Oniro e Orino at ali,
Oniro diria:- E o que so os alimentos visveis? Queres que
eu te diga?
Dos alimentos visveis:
E dos alimentos visveis diria Oniro- Eles so os minerais, os vegetais, os animais. O
ar, a gua, o fogoE deles passo a te falar assim
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E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse, mas j no todas elas,
ns: as palavras devoradas
Das bocas visveis:
E das bocas visveis diria Oniro- Elas so os olhos, os ouvidos, a pele, o nariz, a
bocaE delas passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse. Devorasse essas palavras
Dos alimentos invisveis:
E dos alimentos invisveis diria Oniro- Eles so os sonhos, as idias, os sentimentos, as
vozes do ventoE deles passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
Das bocas invisveis:
E das bocas invisveis diria Oniro
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- Elas so o sono, a imaginao, os sentidos. E aliteratura
E delas passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
Dos alimentos simulacros:
E dos alimentos simulacros diria Oniro- Eles so as sombras, as miragens, as imagensE deles passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
animal das neblinas, Fulgor ausenteTambm caindoou ascendendono azul
quisesses entender o Animal Imenso que em teuDorso habita?
E achar o Ongd da Amizade das coisas pelascoisas?
Das bocas simulacros:
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E das bocas simulacros diria Oniro
- Elas so os espelhos, todos esses que a vidasemeou na vida para nos confundir, e tambm os nossosolhos
E delas passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
Dos alimentos bnos:
E dos alimentos bnos diria Oniro- Eles so todos os participam da Amizade das
coisas pelas coisas,sejam eles alimentos visveis ou invisveis ou at
mesmo simulacrosE deles passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em si aliouvisse
Das bocas abenoadas:
E das bocas abenoadas diria Oniro- Elas so todas as que participam da Amizade
das coisas pelas coisas,sejam elas visveis ou invisveis ou at mesmosimuladas
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E delas passo a te falar assim
E o animal, com a perna escura de Orino em si
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Da voz de gua rpida:
- , k, animal umanoh
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os alimentos venenos:
E dos alimentos venenos diria Oniro- Eles so todos os que participam do dio das
coisas pelas coisas,sejam eles alimentos visveis ou invisveis ou at
mesmo simulacrosE deles passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
Das bocas venenosas:
E das bocas venenosas diria Oniro- Elas so todas as que participam do dio dascoisas pelas coisas,
sejam elas bocas visveis ou invisveis ou atmesmo simuladas
E delas passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
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Dos alimentos simulacros bnos:
E dos alimentos simulacros bnos diria Oniro- Eles so todos os que participam, ao mesmo
tempo, da realidade das coisas visveis e invisveis,sendo fronteira sutil e transio, na penumbra,
entre elasE deles passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
Animal Escuro, a
quisesses a pedrinha branca?queres achar nas Trevas o filho Brando?
animal nas Trevas: a verde se amparando em vermelho
a?
at chegar pelo caminho da ida a a vermelhounido a vermelho
a
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e no regresso tua Neblina, ah, como bem-vindo o sido sendo, o ido retornado, a inteiramenteverde
a?
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Da voz de gua rpida:
- , k, animal umano h
a voz vermelha diz
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Da voz de Areia Lenta:
Dos alimentos simulacros venenos:
E dos alimentos simulacros venenos diria Oniro- Eles so todos os que participam da irrealidade
das coisas, simplesmente issoE deles passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
Da opo pela Fome das coisas pelas coisas:
E da opo pela Fome das coisas pelas coisasdiria Oniro
- Ela toda opo pelos alimentos venenos epelas bocas venenosas, sejam visveis ou invisveis ousimulacros e simuladas
E dela passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em sitambm ali ouvisse
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Da opo pelo Jejum das coisas pelas coisas:
E do Jejum das coisas pelas coisas diria Oniro- Ele toda opo pelos alimentos bnos e
pelas bocas abenoadas, sejam visveis, invisveis ou atmesmo simulacros e simuladas
E dele passo a te falar assim
E o animal com a perna escura de Orino em siainda ali ouvisse, mas Orino
em sua casinha de ossos, ah
O quanto pode um homem de outro homem
ouvir
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Da voz de gua rpida:
- k, no queres a pedrinha branca? No? Eu te
daria essa pedrinha branca, k,onde estaria escrito O Nome Que Ningum
Conhece
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O Nome somente o nominvel pelo Espanto, k
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Escritura que no cessa, s tu falas onde cala aliteratura
Que Ave negra assim girando em crculos em ti
No temer.Por que eles temem: teus vcios tuas repeties
tudo isso que adejae busca enquanto os nossos ps vo indo para a
Penumbra, assim em sonhos?
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Da voz de Areia Lenta
sobre a opo pelo Jejum das coisas pelas coisashavendo sido as ltimas palavras de Oniro que o animalouvira, se atravs do Lodo ouvira
agora Oniro calariae o animal, onde o animal com a perna escura de
Orino em si,agora, onde ele estaria, hein
Ali,agora s a perna devorada de Orino ficaria,
devolvida terra, no caminho
pois, ao se ir, ele a deixara. Mas no as palavras
devoradas de Oniro
E quando Oniro diz- E agora vamos nos pr a caminho, Orino,
vamos daqui,para doar a outros tudo o que, aqui,graas a esses ventos esvoaantes, a essas vozes
que sopraram dentro de mim, e diz-se disso: o vento: oVento sopra em toda parte
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e apesar da areia de que somos feitos no nosdesfaz,
aprendemos
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Via dos Mutilados
ficasse aquela perna ali,a esquecida,e cintilasse ainda, pois devolvida ao sol
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Ah como a Casa de Lodo escura: a terra
Via dos Mutilados. Um passo.Via dos Mutilados. Outro passo
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SeguiriamE, mais tarde, apontando o cu com um dedo
longo, enquanto iam, Oniro estaria dizendo:
- Olha, Orino,tu no sabes ver,mas sabes que nos cus das coisas duplas duas
estrelas giram em torno uma da outra? ParentesO amor. O Amor?
E dizendo isso, apontasse um cu invisvel sobre
eles
Mas depois diria Oniro,pois no podia mentir: no podia, ento no
podia:- E no entanto, to atradas uma pela outra, o mal
se d: o Mal. E dizem esses que olham o cu nas noites
Escuras de estrelas que elas sendo fomes ocas negras, sedevoram. A se dando mais uma vez a Fome das coisaspelas coisas
Por isso, h sis que preferem a solido,e ficam l, esferas, girando em si em sonhose homens, pois mais grave quando se quebra a
carne, que preferem ser vazios de homem em si,
imagens
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fosse ficando aquela perna escura, a devolvida luz, mais e mais para trs,
como ficara o Anjo da Histria,as asas fechadas no peito, lembram?
plumas e p
fossem insetosaqueles homenzinhos, que das vrtebras ainda
diziam
o ui em ns
Lembram?
e cintilando ao sol,a esquecida,
eles seguiam.
Via dos Mutilados. Um passoVia dos Mutilados. Outro passo
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E Oniro,
que coisas ainda diria?Que j no se ouviro aqui. Via dos Mutilados,
outro passo
Pois na Via dos Mutilados s vezes nem aEscritura fala, e ela, a Literatura, na Via dos Mutilados
ainda mais se cala
ainda que Oniro, quem sabe, no Silncio que sefez, a si, oo, dissesse
para se ouvir ainda e sem voz? e diz-se disso:que o teu ouvido escute a tua boca,
mesmo que Oniro ainda dissesse,se dizia
Da alimentao do corpo pelas pedras:
Da alimentao da alma, essa ave que, diz-se,voa dentro de ns, pelas mos:
Da alimentao dos olhos pelas sombras:
Da alimentao das miragens:
Da fome dos sonhos pelo sono:
Da fome do sono pelos sonhos:
Da alimentao da amizade pelo dio:
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Da alimentao do dio pela amizade:
Da alimentao da amizade pela indiferena:
Da fome dos alimentos uns pelos outros:
Da alimentao dos alimentos uns pelos outros:
Da alimentao do mal:
Da alimentao do bem:
Da alimentao da dvida:
Da alimentao da certeza:
Da alimentao da dvida pela certeza:
Da alimentao da certeza pela dvida:
E se cada vez mais longe daquela perna queficava para trs ainda se dissesse?
Da fome de se alimentar do bem feito a umoutro:
Da fome de se alimentar do mal feito a um outro:
Da fome de se alimentar de si:
Da sede de ser bebido pela gua:
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Da sede de arder num fogo:
Um passo, outro passo, Via dos Mutilados
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e a voz de gua rpida?Ela tambm j no mais nos falasse
Silncio, faam silncio entre o Cu e a terra
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Escutem
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ouvem, alguma voz?
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On g de? A voz do Cu? Se perguntasse a vozverde da Serpente, passando por ali agora
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e escura cintilando ao sol,a esquecida,
quem sabe a sua Agonia, se l tentando se botarde p, para vir atrs de Oniroorino
nem quela perna, se erguendo e tombando,tombando
ela falaria?
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A gente tem saudade de voltar a no ser nada
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seres da Neblina, pela Neblina separados
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e pela Neblina separados,
e indo assim dispersos
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caminha com ternura sobre a Terra, pois estsandando sobre os mortos
os Semeados mortos,
diz Outra voz
Al-Maharri, agora sob os ps humanos, lbioscheios de terra
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quem semear Andara?
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o: ouam, ouam:
a Voz do ssaKil
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Andara, Asa da Voz. Que Revoada em ti nocessa?
k, animal umanohdizendo a voz vermelha. Que dissesse
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k, sabes quem eu sou?
o Olho cego que tudo v, e nada vendo, e te
peo, k, vai ver por mim
pois sabes o que eu sou, k?
sou o Olho Silencioso que tudo sabe e ao Nadanada diz
Te peo, k, me dizem suas Trevas eles falam de mim? E o que
susssssssurram?
eu te daria uma pedrinha branca
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Da voz de gua rpida
a k agora perguntasse:
k, em suas Trevas o que eles falam de mim?ouvindo. Estou ouvindo.
ouves?
No, k, pois sabes o que eu sou?Eu sou o Ouvido Vazio que o Nada ouve
So vinte e quatro as suas vozes. E uns aosoutros eles se dizem, com lbios cheios de espanto:
- uma mnada que engendra uma mnada, e
reflete em si mesmo uma s chama
- est todo ele em qualquer parte de si
- mente que engendra a palavra e perseverana unio
- aquele de que nada melhor se pode pensar
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- aquele em comparao com o qual todasubstncia acidente, e o acidente nada
- princpio sem princpio, mudana semmudana, fim sem fim
- amor que quanto mais se possui mais seoculta
- o nico que tem presente tudo o que
pertence ao tempo
- aquele cujo poder no mensurvel, cujoser no finito, cuja bondade no limitada
- se acha por cima do ser, necessrio,abundante e suficiente para si mesmo
- aquele cuja vontade igual potncia esabedoria
- eternidade que atua em si sem se dividirnem se determinar
- oposio ao nada pela mediao do ente
- vida cuja via para a forma a verdade epara a unidade a bondade
- o nico ao que por sua excelncia aspalavras no podem significar e nem a mente por sua
desemelhana compreender
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- pensamento de si mesmo e no recebepredicado algum
- est sempre imvel no movimento
- o nico que vive do pensamento de simesmo
- treva que permanece na alma aps toda luz
- aquele de quem tudo quanto semdiviso, aquele para quem tudo quanto sem variao,aquele no qual tudo quanto sem mistura
- aquele a quem a mente conhece somente naignorncia
- luz que brilha sem fratura e se difunde masnas coisas apenas fica uma semelhana divina
Eu sou o Ouvido Vazio que o Nada ouve k.O que mais eles dizem?
- esfera que tem tantas circunferncias
quanto pontos
No ouves mais nada, k? a voz vermelha deperguntando
- Espera, escuto: Ainda faltando uma
ah, e a vigsima quarta voz diz de ti
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- esfera infinita cujo centro est em todaparte e a circunferncia em parte alguma
esses,e mais ainda o ltimo,sendo os mais Esfricos, k.Vissem naqueles oos pequenos l nas Trevas o
que sendo no sou
no sou mas sendo, e, assim, o contvel O em
fosse O possvel. Isso
Fosse o Possvel
isso?
k,
mas k, por que eles se dizem Issos assim solenesde mim?
um issozinho de nada as suas palavrase assim, Quem? O Que?Nem o nem , e ainda mais se oculta a minha
mo direitaa que desceu s Trevas, agora,
a Vazia
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Vs entre eles o Outro, o que partiu da minhamo vazia, k?
Vs? L, ele? E tambm balbuciante,
Pergunta sua voz vermelha de crepsculos eauroras
E mesmo se tudo visse, K lhe diz:- No:
a menos que seja aquele de onde brotam as duascabeas
- k, pedindo , no vais achar o meu Filho nasTrevas l embaixo? No queres a pedrinha branca, k?
Eu te daria a pedrinha branca
No queres a pedrinha branca, keu te daria uma pedrinha branca, uma pedrinha
em que estaria escrito O Nome Que Ningum Conhece,somente aquele que a recebe:
Esfera de silncio
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Da voz de Areia Lenta:
E se avanam Oniro e Orino com as trs pernasque lhes restam, atravs de Andara,
cruzassem as guas das Alucinaes Humanas,
e dando as costas s seivas da floresta,sobre o lugar do Dilogo dos alimentos s viriam
passar a lua branca que alucina nos dias e a amarela quealucina nas noites depois que houvesse ido dali
depois que houvessem ido dali, sumindo longebem pequenos no horizonte
como so tambm de perto os homens,ei-lo, o vento. O Vento.Voltando, passando outra vez por ali, agitando as
rvores, assustando as folhas recm-nascidase dizendo, insistindo:
- Um animal uma falta de tudo para sempre
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Mal sabiam
dissesse a voz vermelha
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O omem de areia
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Mal sabiam
que naquele Areal para onde os seus passos oshaviam levado,
ao darem as costas s seivas da floresta,o vento: o Vento, j haveria chegado antes.
E alienquanto eles viriam surgindo longe do
horizonte, bem pequenos
como so tambm de perto os homens, dissesse avoz vermelha
e ainda menores se em Orino falta uma perna,ei-lo, o vento. O Vento.
J passando agora ali, agitando areias e dizendo,insistindo:
- Um animal uma falta de tudo para sempre
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Da voz de Areia Lenta:
- E cada um possui a todos dentro de si e vem outro a todos, e tudo tudo e cada um tudoe cada um tudoe o Fulgor imenso,
pois cada um deles grande,pois tambm o pequeno grandeL o sol todos os sis
E cada sol sol e todos os sis
Tendo nos dito isso Plotino, pois, lembram?fosse aquela a sua voz em chamas
- ?
E no entanto agora esse vento, tambm aquineste areal, que insiste, que diz:- Um animal uma falta de tudo para sempre
Ento,entre seivas ou areias,
um animal uma falta de tudo para sempre
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?
E esse vento, que agora soprando, entre areias,
dizSim.
pois no instante em que eles estariamchegando, que um vento sopraria forte ali
e to furioso, ah, pois ali se desfazendo um
homem na areia
neste Areal que uma mancha de brancura,que uma mancha de silncio
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a Escritura, ei-la que volta de sua fraturabranca?
to branca essa fratura no animal do textoE diz-se disso: se balbuciantes so os ossos do
texto, Escritura
e ali aquele: j um omem de areia
Vocs diriam
- Vicente, ser de espanto, omens de areia noexistem
Mas, Sim, existem. Lhes digo com os escombrosdas palavras
- quando morrem todos os alimentos em ns,e no s os bons, mas at os maus fenecem,que a areia vem e se instala
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Da voz de Areia Lenta:
Estaria agora ali,no Areal,
dizendo Oniro a Orino- e ento a carne cede logo e vai cedendo a uma
vocao de areia em ns, j sem resistir.E nem mais o Lodo, o mido em ns, se
acumula
aquilo se dando assim, naquele areal aonde eleshaveriam chegado,
quantas vezes aquele omem ali, de areia, jhaveria resistido ao vento?
o vento: o Vento
Ou a primeira vez? O vento, s agora ali,trazido por eles? Mesmo tendo chegado antes deOniro e Orino, o vento
Como saber.No saberemos. Pois em ns, os ainda os
midos, mesmo os lodos quase nada sabem
E o vento:- Um animal uma falta de tudo para sempre
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repetia.E outra voz, gua veloz. Seu eco?Que dizia. A voz vermelha
Um animal uma falta de tudo para sempre
Mas como ouvi-lo, o vento, com ouvidos deareia?
Nesse Areal onde ns, agora tambm tendochegado,
resistimos, resistimose no queramos estar,como ouviria aquele omem de areia aquelas
palavras com ouvidos de areia? Um omem de areia.Sim, existe. O que ns nem como literatura queremosser
a pergunta vermelhaE nas Escrituras do ser, vocs aceitariam?
- Um animal uma falta de tudoO vento: o Vento repeteUm animal Seu eco vermelho ressoa
E toda aquele areia, que se agita ao redordaquele omem,
e nele.
Mas no em ns?Nem s em hipteses de inscries humanas, e
diz-se disso: Escrituras?Uma outra areia mais fina, aps a areia grossa daLiteratura
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E Oniro e Orino havendo chegado ali, ento, no
ArealooOniroorinoum vinha na frente, pois mais queria doar a
outros o que sabia. Aviva o fogo. Adivinhas qual?Perguntando o homem que contando ao outro ao
redor do fogo a histria de OniroOrino,
deixem que eu, Vicente, isso lhes diga
Escritura convergente,como tu a todos tudos tens Em ti
Eles estariam vindo, vocs sabem, dos sonhos dalua,
a branca que alucina nos dias, a amarela quealucina nas noites, tendo deixado para trs as seivas dafloresta
E agora teriam chegado nesse Areal, onde,ao sol, s uns gros secos, de sonhos umanos,os ressequidos
- Ei, tu.Diria Oniro ao chegar, fazendo sombra sobre
Orino que viria atrsoo?- Ei, tu, diria Oniro, ao se aproximarem atravs
da areia daquele outro no ArealEsse outro, porm, se s ouvindo o vento no oouvia
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E nele nem um gesto, um levemente, pois neletodo o lodo abolido
E furiosamente s a areia ali se agitando,aquela pele de areia,
ento, eis: um gro de areia, arrancado pelovento, estaria saltando do omem de areia
e viria, esse gro, se cravar no olho de Orino.Que animal, e ainda um homem em si
e diz-se disso: um animal em si, fora de sichutaria aquele monte de areia, aquela forma j
umana de areia, e a desfaria. Vermelho ahhh
Poderia esse encontro,ainda que seja s um encontro do humano com
um omem de areia,se desfazer assim?Sim.Pois sendo um homem s um montinho de p
que um outro homem com um sopro desfaz, e semternura
A Pergunta Rubraento, para que contar histrias? E desse omemde areia
Fim, ento. E se diz: fim da Literatura
Mas no sendo mais isto Literatura, ossos de
palavras, Escritura
e Oniro no querendo que isso fosse assim,
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epara ter a quem doar lies
sobre a Espessa em tudo, em nssob a lua amarela, sob a lua branca, e ainda que
doadas a ouvidos onde o lodo se acumula,ou para um omem de areia,e ainda que asas negras, asas brancas,mais adiante vocs vero, mas s mais tarde,
quantas pginas adiante ainda no sei
no as quisessem aceitar,
pois saibam: Asas negras, Asas brancas aindaviro voar sobre vs, terrveis, quantas pginas ladiante no direi,
disse e calasse a voz vermelha
Oniro, ento, no querendo que isso fosse assimjuntaria minuciosamente, gro a gro, aquele ex-homem,
o desfeito, do cho. E, tendo o cuidado de nemrespirar,
no soprasse sem querer, e espalhasse aquelesgros no p o que sempre ns espreita,
refaria minuciosamente, gro a gro, aquela ex-carnee,homem sem sequer brisas em si,sem soprar,e at fazendo do seu corpo um escudo contra o
vento que por ali continuava a soprar furioso e dizendo,
insistindo- Um animal uma falta de tudo para sempreuma falta de tudo para sempre. Eco vermelho
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e at mesmo obrigando Orino oo unido a si afazer de seu corpo o Mesmo escudo
e ento, eis: o omem de areia abriria os olhos,e diria:- oiEsse pequeno som vindo dele.De criana, renascendo
E para que?
Ainda para esse sonho de existirmosDe carne. Ou areia.
ah, no importa, no importa
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Da voz de gua rpida:
k, me diz
Pede a voz vermelha
k: aqueles vinte e quatro que Susssssssurrandonas Trevas, tambm eles no querem a pedrinha branca, k?
Eu lhes daria a pedrinha branca, k
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Da voz de Areia Lenta:
Depois,
o vento havendo cessado, O ido dali
- Um animal uma falta
ele dissera ainda uma vez, e cessaraum animal uma falta. Simeco vermelho
agora Oniro e Orino estariam sentados ao ladodaquele montinho umano de areia, sacudindo gros, selimpando, e distrados nisso
nem notassem que faltava meio rosto no omemde areia
pois a ternura em Oniro,a
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