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SALVADOR TERÇA-FEIRA 18/1/2011 OPINIÃO A3

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F ico me perguntando, seriamente intri-gado, qual o verdadeiro mistério que en-volve a educação no Brasil. Ou, se não há

mistério algum, e tal questão se evidencia pelosimples fato de que “conhecimento é poder”e quem o detém, em qualquer época, não querdividi-lo com ninguém. A bandeira “ensinopúblico de qualidade” pode soar muito sim-pática a alguns ouvidos; a outros, torna-seperigosa senha revolucionária. Costumo dizerque o real inimigo do sistema opressor –qualquer um deles – não é o militante ex-tremado: é o educador, sobretudo apaixonado,que encarna em si o mito de Prometeu.

Propostas para melhorar o ensino no Paísexistem aos montes. Umas, que apontam parao médio prazo, considerando que reformas nes-sa área é tarefa que só ecoa uma geração depois.Está aí o novo Plano Nacional de Educação,muito mais enxuto e racionalizado em seus 20pontos, que traz no seu bojo uma proposta deLei de Responsabilidade Educacional, verdadeirabomba sobre a cabeça de gestores irrespon-sáveis. Se for aprovado pelo Congresso, esta-remos daqui aplaudindo de pé.

Por outro lado, o senador Cristóvam Buar-que, o incansável Cristóvam, tem-nos apre-sentado propostas com possíveis resultados decurto ou curtíssimo prazo. A primeira, queobrigaria a qualquer detentor de cargo público– de vereador a presidente da República – amatricular os seus filhos na rede pública deeducação. Que tal? Já imaginaram a corridadessa gente para resolver o que postergarama vida toda? E olhe que tal determinação sóentraria em vigor daqui a sete anos!

A outra proposta do grande SenEducador é,simplesmente, federalizar o ensino públicobrasileiro, com nossos professores tendo omesmo tratamento que funcionários do Ban-co do Brasil, da Caixa, Petrobras e outras “joiasda coroa” que costumam chegar à excelênciaprofissional. E salarial.

Imaginem um país de brancosnegrosmestiçospensantes, bem informados politicamente e bemremunerados em suas profissões, escolhendo porsi mesmos o que é melhor para suas vidas.Enquanto isso, 20 mil torcedores histéricos re-ceberam Ronaldinho na Gávea; o BBB 11 estreoucom poderosa audiência; e a região serrana doRio quase desaparece sob os temporais.

Jorge PortugalEducador e poeta

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Sujesuas mãos

T empo de férias para a meninada. As fa-mílias mais pobres aproveitam para in-corporar toda a turma à labuta para uma

graninha extra. Aquelas em melhores condi-ções financeiras ficam a buscar o que fazer comos que não estão na escola.

O livro de Matthew Crawford sobre a im-portância de se trabalhar com as mãos nomundo contemporâneo foi inspirador destetexto. Assim como ele, também percebo oquanto deixamos de lado os trabalhos ma-nuais. Nossa vida está repleta de equipa-mentos, todos eles enlatados, hermetica-mente fechados, de tal forma que não nosresta alterativa a não ser trocar tudo quan-do algum desses aparelhos quebra. Não ex-perimentamos futucar nada!

Bom exemplo disso são os carros, hoje quasetodos computadorizados. Alguns modelos jánem vêm com aquela varetinha para controledo nível óleo. Tudo está num painel infor-matizado. Muitos jovens já adquirem os seusprimeiros carros com ar-condicionado e, fe-chados nestes e com um som nas alturas, nemouvem o barulho do motor, o que não permiteao motorista-aprendiz “sentir” o ruído do carroe, assim, compreender melhor como ele fun-ciona. Nada disso importa, basta rodar. Que-brando, trocam-se as peças por inteiro. Isso valepara carros, geladeiras, liquidificadores, sonsqualquer coisa.

Também nossas escolas pouco valorizam ostrabalhos manuais ao longo do ano. É sempremuito aula-conteúdo! Hoje, muitas criançastêm até nojo de pegar em barro, não gostamde se melar, não caminham descalças, nãosabem apertar um parafuso, não observam alua e as estrelas, não trepam mais em árvores– verdade que estas cada vez mais raras!

Experimentar essas sensações é algo quenos dá outra dimensão da vida e possibilitaoutra relação com os saberes e conheci-mentos. Fazer experimentos científicoscom coisas simples, construir bugigangascom sucatas, montar um radinho de galena(será que você sabe o que é isso?!) e tantasoutras pequenas coisinhas vão possibili-tando uma formação científica mais ampla,uma relação mais direta com a natureza ecom o ambiente e, desse modo, uma for-

Nelson PrettoProfessor associado da Faculdade de Educação/Ufba

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EDITORIAL

Lei existepara todosO direito de todos os brasileiros a uma vidadigna é inalienável e, por isso mesmo, cons-ta da Carta Magna. Mas também na Cons-tituição está escrito que a ninguém é dado odireito de desconhecer e descumprir as leis,fato que vem acontecendo na Bahia, com aconivência e até participação de autori-dades constituídas, em relação às ocupa-ções de fazendas, por parte de grupos doMovimento dos Trabalhadores RuraisSem-Terra (MST), quando estes resistem asair da área invadida.

Uma situação já complicada agravou-secom a solução adotada pelo governo es-tadual logo após a ocorrência de um con-flito envolvendo integrantes do MST e po-liciais militares, quando estes cumpriamuma ordem da Justiça para a reintegraçãode posse em uma fazenda no município deItapitanga, no sul da Bahia, em 2007. Apartir de então, sem que tenha havido umaordem escrita ou uma portaria oficial, aPolíciaMilitarrecebeuorientaçãoparaque,antes de cumprir o mandado de reinte-gração, submeta o assunto à apreciação daCasa Militar do governo.

O que de fato passou a acontecer foi aprotelação das determinações judiciais, sob oargumento oficial de que seria necessárioplanejar as operações de forma que se evi-tassem conflitos. A questão é que, em algunscasos, conforme levantamento feito pelas su-cursais de A TARDE no interior do Estado, asocupações já duram dois anos apesar de aJustiça ter determinado a reintegração deposse logo após a invasão das propriedades.

Além de prejuízos financeiros e econô-micosdosproprietáriosseprolongaremesetornarem irrecuperáveis, resta o fato de quea desobediência de uma autoridade, nocaso a PM, às decisões da Justiça configurauma situação de Estado anárquico, o quepode estimular a ação de grupos bando-leiros, interessados somente em saquearfazendas, manchando e deturpando asações daqueles que realmente lutam pelodireito de trabalhar na terra.

O estado de direito é uma conquista im-prescindível da sociedade humana, mas,para que subsista, é essencial que a lei, alémde respeitada, seja por todos cumprida.

“Vamos apoiar a reforma agrária, masnão vamos tolerar a invasão de terras”GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DE SÃO PAULO, defendendo que cabe ao Estadooferecer terras devolutas para a criação de assentamentos rurais

mação mais sólida em todos os campos.Mas não tenhamos saudosismo dessas

atividades manuais em contraposição aosavanços tecnológicos, principalmente dascomunicações, com destaque para a inter-net. Resgatar essas práticas manuais é ab-solutamente compatível com uma plenaimersão no universo da cibercultura. Na-vegue pela internet e encontre pistas de“Como as Coisas Funcionam”, descubra o talradinho de galena e tente fazer um, passeiepelos sites em busca de experiências e téc-nicas para consertar as coisas.

Uma forte articulação entre educação,cultura, ciência e tecnologia pode contri-buir para que suas férias sejam mais ba-canas, além de contribuir para pensar emescolas que se constituam em ricos espaçosformativos dessa juventude, que é estimu-lada a fazer poucos trabalhos manuais e apouco criar. Uma juventude que, na pri-meira necessidade, compra tudo pronto!

Nestas férias, role no chão, trepe em ár-vore e, se possível, participe de colônias deférias, mas escolha as mais rústicas – nãopense em hotel cinco estrelas, com tudo àmão –, privilegie a experiência de viver ocoletivo, em situações mais próximas darealidade de boa parte da população bra-sileira. Futuque um jardim ou a horta dacomunidade. Pegue um aparelho velho,quebrado e desmonte-o, olhe as peças, tentedar outra utilidade para elas. Faça expe-rimentos, faça arte. Dispa-se das resistên-cias e aproveite a vida simples, com as mãosmeladas de barro ou de graxa.

Hoje, muitas criançastêm até nojo de pegarem barro, não gostam dese melar, não caminhamdescalças, não sabemapertar um parafuso (...)

Educação, mistériose tragédias

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