CASO CLÍNICO- PATOLOGIA GÁSTRICA -
Faculdade de Medicina de LisboaMecanismos da Doença
3.º ano MedicinaProf. Doutor Mário Mascarenhas
TP 8
Carolina CorreiaFernando AzevedoTelma CaladoVânia Caldeira
CASO CLÍNICO
• Sr. Alfredo B.• 65 A• Pedreiro
• História pregressa:– Último ano - episódios de epigastralgias, sem calendário
nem horário, acompanhados de sensação de enfartamento– Factor de alívio inconstante - ingestão de alimentos
• Antecedentes pessoais:– Gonartrose bilateral há 3 anos medicado com
nimesulide– Hábitos tabágicos (1 maço/dia)– Hábitos etílicos (30 g etanol/dia)
• Motivo da consulta: aumento da frequência dos episódios dolorosos
• Foram pedidos: EDA e análises
CASO CLÍNICO
- Exames complementares de diagnóstico -
• Análises sanguíneas:– Glóbulos vermelhos: 4,8 x 1012/L (4,5 - 5,9)
– Hemoglobina: 14 g/dL (16 ± 2)
– Hematócrito: 45 % (47 ± 6)
– Leucócitos: 4,9 x 109/L (4 - 10)
– Plaquetas: 250 x 109/L (150 - 400)
CASO CLÍNICO
• Endoscopia digestiva alta:– Úlcera gástrica no antro (pequena curvatura), sobre
mucosa hiperemiada, comcerca de 8 mm de diâmetro,bordos regulares e fundonacarado
– Biopsados: bordos e fundoda úlcera, corpo e antro
CASO CLÍNICO- Exames complementares de diagnóstico -
Fig. 1 - Úlcera gástrica benigna
• Resultado histológico:– Em 2 dos fragmentos - mucosa
gástrica com processo inflamatório e aspectos hiperplásicos epiteliais regenerativos, fibrina e tecido de granulação
– Em 4 dos fragmentos - gastrite crónica activa intensa, com atrofia moderada, metaplasia intestinal completa multifocal e grande quantidade de bacilos H. pylori
CASO CLÍNICO- Exames complementares de diagnóstico -
Fig. 2 - Metaplasia intestinal gástrica
Fig. 3 - H. pylori
ÚLCERA PÉPTICAE
GASTRITE CRÓNICA
COM INFECÇÃO PORH. PYLORI
DIAGNÓSTICO
• Terapêutica:– Omeprazol– Claritromicina– Amoxicilina
• Doente assintomático em 5 dias
• 2 meses depois - nova EDA• Revelou pequena cicatriz da úlcera• Estudo histológico - gastrite crónica
- menor infiltrado inflamatório - sem H. pylori
CASO CLÍNICO
ANATOMIA DO ESÓFAGO
Fig. 4
DEGLUTIÇÃO:- Fase oral- Fase faríngea- Fase esofágica
FISIOLOGIA DO ESÓFAGO
Movimentos peristálticos: Progressão do bolo alimentar
ao longo do esófago Fig. 6 - Manometria intraluminal
Fig. 5
ANATOMIA DO ESTÔMAGO
Fig. 7
FISIOLOGIA DO ESTÔMAGO
• Funções: Armazenamento Fragmentação Mistura dos alimentos
Relaxamento Movimentos lentos Movimentos fortes
Esvaziamento
FISIOLOGIA DA SECREÇÃO GÁSTRICA
• Suco gástrico: Muco Bicarbonato Pepsinogénio Pepsina HCl Factor intrínseco de Castle Gastrina (prod. células G do antro)
Lipase gástrica Amilase salivar Água Electrólitos
Fig. 8 - Glândula gástrica
ou oxíticas
ou pépticas
SECREÇÃO DE HCl• Funções do HCl:
Efeito directo Activação do
pepsinogénio pH ácido
Fig. 9 e 10
Bomba de protões
H+/K+ ATPase
FISIOLOGIA DA SECREÇÃO GÁSTRICA
Fig. 11 e 12
FISIOLOGIA DA SECREÇÃO GÁSTRICA
AGONISTAS- Ach- Histamina- Gastrina
ANTAGONISTAS- SNS- Somatostatina- Secretina- Prostaglandinas- Factor de crescimento- VIP
FASES DA SECREÇÃO GÁSTRICA• Fase cefálica (30 %)
– Estimulada pela visão, odor, paladar do alimento, pensamento
• Fase gástrica (50 %)– Entrada do bolo alimentar no estômago– Estimulado pela - distensão do estômago
- contacto directo dos alimentos
• Fase intestinal (5 %)– Passagem do quimo pelo duodeno
• Fase interdigestiva (15 %)– Secreção ácida durante o resto do dia
PROTECÇÃO DA MUCOSA GÁSTRICA
• Muco• Bicarbonato
• Potencial eléctrico (40 mV)
• Aderência• Renovação celular• Prostaglandinas E
PGs
Fig. 13
• Bastonete gram – curvo• Altamente móvel• Humanos constituem o
principal reservatório• Transmissão pessoa-
pessoa (oral-fecal)• Distribuição universal
HELICOBACTER PYLORI
Fig. 14
Factores de virulência Função
Urease
Neutraliza ác. gástricos
Estimula a quimiotaxia de monócitos e neutrófilos
Estimula a produção de citocinasHspB Amplifica a produção de urease
Proteina inibidora de ácidos Induz a hipocloridria durante a infecção aguda por bloquear a secreção ácida
Flagelos Permite a penetração para o interior da camada de muco e protecção contra o ambiente ácido
Adesinas Medeia a ligação a células do hospedeiro
Mucinase Degrada o muco gástrico
Fosfolipases Degrada o muco gástrico
Superóxido dismutase Impede a destruição fagocítica por neutralizar metabolitos do O2
Catalase Impede a destruição fagocítica por neutralizar peróxidos
Citotoxina vacuolizanteInduz a vacuolização em células epiteliais
Estimula a migração de neutrófilos para a mucosa
Outros
Estimula a secreção de IL-8 pelas células epiteliais – recrutam a activam neutrófilos
Estimula as células ma mucosa a produzir factor activador de plaquetas – estimula a secreção de ácidos gástricos
Induz a NO sintase em células epiteliais – medeia a lesão tecidual
Tabela 1
• A eliminação do organismo → cura das úlceras e ↓ taxa de recorrência
HELICOBACTER PYLORI
Fig. 15
Fig. 16 - Acção do H. pylori
DIAGNÓSTICO:• Microscopia • Teste da urease• Teste de antigénios• Cultura• Sorologia
TRATAMENTO:• Inibidor da bomba de protões - Omeprazol
• Antibióticos – tetraciclina, amoxicilina
• Vacina
HELICOBACTER PYLORI
AINEs
Fig. 17 - Efeitos gástricos provocados pelos AINEs
Lesões crónicas, geralmente solitárias, que ocorrem em qualquer local do tracto GI que esteja exposto à acção agressiva dos sucos
pépticos ácidos.
• > 5mm de diâmetro• Interrupções da mucosa → submucosa• Duodeno e estômago• Lesões recorrentes• > 40 anos
ÚLCERA PÉPTICA
Fig. 18
ÚLCERA PÉPTICA
Fig. 19
• Redonda ou ovalada• Bem delimitada• Paredes lisas• Margens não são elevadas• Profundidade variável• Base da úlcera – lisa e limpa• Mucosa circundante - edemaciada
ÚLCERA PÉPTICA - MORFOLOGIA
Fig. 20
• Desconforto epigástrico• Dor • Naúseas e vómitos• Perda de peso• Complicações:
– Hemorragia GI– Perfuração– Obstrução gástrica
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ÚLCERA PÉPTICA
Fig. 21 – Úlcera gástrica profunda.
Fig. 22 – Úlcera gástrica benigna, no antro.
DOR NA ÚLCERA PÉPTICAArdor, dor contínua, em queimação
Presente em UG e UD
Sensação de fome
Piora à noite
Úlceras penetrantes
DOR ÚLCERA GÁSTRICA DOR ÚLCERA DUODENALPode ser precipitada pela comida 90min – 3h após refeição
Mais frequente: náuseas e perda de peso Melhora com comida e anti-ácidos
Fig. 23 – Anti-ácido.
Tabela 2 – Dor na úlcera péptica.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA ÚLCERA PÉPTICA
COMPLICAÇÕES DA ÚLCERA PÉPTICAHEMORRAGIA GI PERFURAÇÃO OBSTRUÇÃO GÁSTRICA
Mais frequente 2ª mais frequente Menos frequente
1º indício Raramente 1º indício 1-2% doentes
15-20% doentes 6-7% doentes Pode ter obstrução relativa
> 60 anos Incidência idosos - ↑ AINEs Cicatrização pode resolver
Incidência idosos – AINEs Ocorrência penetração Secundária à cicatrização
20% doentes sem sintomas ⅔ óbitos Intervenção ED ou cirúrgica
Risco de vida __________________ Dor abdominal pós-prandial, cólicas, náuseas, vómitos, perda de peso
25% óbitos ___________________ Raramente obstrução total
Fig. 24 – Hemorragia GI. Fig. 25 – Úlcera perfurada.
Fig. 26 – Obstrução gástrica e colocação de stent.
• Várias causas que imitam sintomas• O mais frequente:
– Dispepsia funcional ou dispepsia essencial
• Outros:– Tumores GI– RGE– Pancreatite crónica e cólicas biliares– Doença de Crohn
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Dor - baixo valor preditivo• Documentar presença úlcera
– Estudo contraste radiológico: Ba– Procedimento endoscópico
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
• Sensibilidade contraste Ba em UD - 80%; se duplo contraste – 90%
• 8% UG benignas radiologicamente → malignas ED
• ED - documentação fotográfica e biopsias
Fig. 27 – Endoscopia digestiva alta.
Fig. 28 – RX estômago com contraste.
GASTRITEInflamação da mucosa gástrica. É um diagnóstico histológico, podendo ser
aguda – presença de inflitrado neutrofílico – ou crónica – infiltrado linfocítico e plasmocítico, com metaplasia intestinal e atrofia gástrica. Pode também ser
classificada com base na distribuição anatómica e mecanismo patogénico.
GASTRITE AGUDA GASTRITE CRÓNICA OUTRAS FORMAS DE GASTRITE
Infecção aguda Helicobacter pylori
Tipo A: predominante no corpo; auto-imune
Linfocítica
Outras infecções:1. Bacterianas2. Virais3. Parasitarias4. Fúngicas
Tipo B: predominante no antro; relacionada com a presença de Helicobacter pylori
Eosinofílica
--------------------------------- Tipo C: indeterminada Doença de Crohn
--------------------------------- --------------------------------- Sarcoidose
Tabela 3 – Vários tipos de gastrite.
• Processo inflamatório transitório• hemorragia + erosão mucosa• Associada a:
– AINEs– Infecções– Álcool e tabaco– Quimioterapia– Stress intenso– Causas iatrogénicas
• Infecção aguda pelo H. pylori – se não tratada: gastrite crónica• Manifestações clínicas:
– Assintomática– Dor epigástrica variável– Náuseas, vómitos– Hemorragia, hematemeses, melenas
GASTRITE AGUDA
Fig. 29 – Gastrite Aguda.
• Infiltrado inflamatório de linfócitos e plasmócitos
• Atrofia mucosa e metaplasia intestinal → displasia: base para carcinoma
GASTRITE CRÓNICA
1ª FASE – GASTRITE SUPERFICIAL
2ª FASE – GASTRITE ATRÓFICA
3ª FASE – ATROFIA GÁSTRICA
Alterações lâmina própria Atinge mais profundamente a mucosa
Mucosa fina, vasos visíveis
Edema e infiltrados celulares
Infiltrado inflamatório extende-se
Sem infiltrado inflamatório
Glândulas intactas Destruição glândulas Perda estruturas glandulares
Tabela 4 – Fases da Gastrite Crónica.
• 85 – 100% doentes UD• 65% doentes UG• Permanece após cicatrização úlcera• Infecção pelo H. pylori – demonstrável• Tipo A e tipo B
• Manifestações clínicas:– Poucos sintomas– Náuseas, vómitos– desconforto epigástrico– Hipocloridria
GASTRITE CRÓNICA
Fig. 30 – Gastrite Crónica erosiva.
• Menos comum• Predominante no fundo e corpo• Associada à anemia perniciosa• Presença de anticorpos contra células
parietais – gastrite auto-imune
50% doentes com gastrite
GASTRITE CRÓNICA – TIPO A
AcloridriaDeficiência vit. B12Gastrinémia
Fig. 31 – Gastrite crónica.
• Predominante no antro – 90% doentes• Infecção pelo Helicobacter pylori• Maioria assintomática• Maior risco úlcera péptica e cancro gástrico• 2 padrões:
– Predominantemente antral– Pangastrite + atrofia multifocal
GASTRITE CRÓNICA – TIPO B
Fig. 32 – Gastrite crónica com sinais de metaplasia intestinal.
• Antibioterapia• Níveis colonização ↑ com idade • H. pylori – encontra-se:
– Camada de muco superficial e entre as microvilosidades
– Distribuição focal e irregular• Histologia melhora após erradicação• nº ↓↓↓ com progressão para atrofia gástrica• Factor risco cancro gástrico - 3 a 6 vezes superior
INFECÇÃO PELO H. PYLORI E GASTRITE CRÓNICA
Fig. 33 – Helicobacter pylori.
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
• Introdução: gastrite atróficaColonização persistente úlcera pépticapor Helicobacter pylori carcinoma gástrico
• Objectivo: Genótipos Infecção pela Helicobacter bactéria e suas pylori complicações
Factores do hospedeiro e do
patogénio
?
ARTIGO 1
• Genes estudados:– vacA – citotoxina de vacuolização lesão tecido epitelial
• 2 constituintes: região s e região m• alelos: s1/s2 e m1/m2
– cagA – gene de associação à citotoxina; marcador de patogenicidade gastrite atrófica e carcinoma gástrico• alelos: cagA+ e cagA-
– iceA – gene induzido pelo contacto com o epitélio úlcera péptica (?)• alelos: iceA1 e iceA2
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
• Materiais e Métodos– População em estudo
• 370 pacientes infectados com Helicobacter pylori– 192 portugueses– 178 colombianos
• Endoscopia • Biópsia tecido gástrico
– 2 amostras antro (A1 e A2)– 1 amostra corpo (B1)
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
– Tratamento Histopatológico– Preparações das amostras biopsadas:
» Formalina, parafina, H&E, ácido azul periódico de Schiff, Giemsa modificado
– Patologistas sem informação clínica dos doentes
– Parâmetros Avaliados• Densidade Helicobacter pylori• Inflamação crónica• Actividade polimorfonuclear• Atrofia glandular• Metaplasia intestinal• Lesão epitelial
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
• Resultadosa) Densidade de Hp
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
Gráfico 1Tabela 5
b) Inflamação Crónica / c) Actividade Neutrofílica / d) Atrofia Glandular
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
Gráfico 2 Gráfico 3
e) Metaplasia Intestinal f) Lesão Epitelial
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
Gráfico 4 Gráfico 5
Parâmetros Portugueses Colombianos
Antro Corpo Antro Corpo
Densidade Hp ---------vacA s1cagA+iceA1
vacA s1vacA m1 ---------
Inflamação Crónica
vacA s1 e m1cagA+
vacA s1 e m1cagA+iceA1
---------vacA s1 e m1
cagA+
Actividade Neutrofílica
vacA s1 e m1cagA+
vacA s1 e m1cagA+
vacA s1 e m1cagA+
vacA s1 e m1cagA+
Atrofia Glandular vacA s1 e m1cagA+
--------- vacA s1 e m1cagA+
cagA+
Metaplasia Intestinal
vacA s1 e m1cagA+
--------- --------- ---------
Lesão EpitelialvacA s1 e m1
cagA+iceA1
vacA s1 e m1cagA+iceA1
--------- vacA s1 e m1cagA+
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
Tabela 6
• Discussão / Conclusão– Infecção por Hp causa gastrite crónica e está associada ao desenvolvimento de
úlcera péptica e carcinoma gástrico– Nem todos os indivíduos infectados, desenvolvem patologia gástrica severa– Factores do hospedeiro e do patogénio têm papel nesta infecção– Confirmação importância vacA s1 (estudos anteriores)– Nova implicação: vacA m1 lesão epitelial, actividade neutrofílica, gastrite atrófica,
metaplasia intestinal– iceA sem grandes associações neste estudo (excepto portugueses)– Distribuição geográfica desigual dos alelos e das complicações associadas aos
mesmos– Maior prevalência de cancro gástrico na Europa (Portugal, Áustria, Itália, Espanha)
versus maior prevalência infecção por Hp (África, Índia)???– Diferentes genótipos de Hp estão associados a complicações clínicas diferentes na
patologia gástrica
Nogueira et al; “Helicobacter pylori genotypes may determine gastric histopathology”;
in American Journal of Pathology; 2001
• Introdução:Mucinas – principal componente da camada mucosa que protege a
maioria das superfícies epiteliais- 12 genes MUC mucinas epiteliais secretadas ou associadas à
membrana- Sequência gene MUC1 totalmente conhecida - Grande variedade alélica 25-125 repetições na região VNTR
gene MUC1Lesões precursoras Carcinoma Gástrico
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
Factores do hospedeiro (genéticos/ambientais)
ARTIGO 2
• Objectivo:
Lesões precursoras Polimorfismo carcinoma gástrico:Gene MUC1 - gastrite atrófica crónica
- metaplasia intestinal
?
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
• Materiais e Métodos– População em estudo
• 174 pacientes com gastrite crónica– portugueses (Viana Castelo)– Idade: 43,8 ± 9 Sexo: 9,2 : 1♂ ♀
– 49 pacientes com atrofia glandular (CAG)– 48 com metaplasia intestinal (IM)
• Análises sanguíneas• Biópsia tecido gástrico
– População controlo– 323 dadores de sangue– 159 doentes com carcinoma gástrico
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
– Análise polimorfismos– Isolamento DNA e digestão com EcoRI– Electroforese e Southern blotting
MUC1 “large” (L) – alelos 1-5– Alelos
MUC1 “small” (S) – alelos 6-15
LL – Genótipos Het
SS
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
– Tratamento Histopatológico– Preparações das amostras biopsadas:
» -80ºC, formalina, parafina
– Parâmetros Avaliados
– Gastrite Crónica Atrófica Não Atrófica
– Metaplasia Intestinal Completa Incompleta
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
• Resultados
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
Gráfico 6
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
Gráfico 7
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
Tabela 7
GastriteCrónica
Gastrite Crónica Não-Atrófica
Gastrite Crónica Atrófica
Metaplasia Intestinal
Incompleta
Metaplasia Intestinal Completa
Sem Metaplasia Intestinal
Het
LL/SS
SS
LL
Het
CarcinomaGástrico SS
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
• Discussão / Conclusão
– Doentes com gastrite crónica apresentaram frequências alélicas do gene MUC1 diferentes dos grupos de controlo
– Apenas um pequena população dos doentes com gastrite crónica tem risco acrescido de desenvolver cancro (alelo 10)
– Atrofia glandular é uma lesão frequente em doentes com gastrite crónica, sendo mais frequente nos homozigóticos (LL e SS)
– A heterozigotia parece ter um efeito protector para a susceptibilidade à atrofia glandular
– Genótipos MUC1 também se reflectem no risco de desenvolvimento de metaplasia intestinal (incompleta – SS / completa – LL)
– Confirmação de estudos anteriores: genótipo SS do gene MUC1 condiciona um risco aumentado de carcinoma gástrico
Silva et al; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway”;
in European Journal of Human Genetics; 2001
• Introdução:- CG é uma das patologias malignas GI mais comuns- É a 2ª causa de morte por cancro (600.000 mortes/ano)- Vários factores condicionam o desenvolvimento de CG num indivíduo
infectado por Helicobacter pylori
polimorfismos genéticos(genes das citocinas) risco de CG- IL-1B e IL-1RN -
Maior virulência Hp+ maior susceptibilidade risco aumentado de CGhospedeiro (polimorfismos)
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
ARTIGO 3
• Objectivos: Genótipos Risco de Gastrite Atrófica
Crónica TNF α (GAC) e Carcinoma Gástrico (CG)
Combinação polimorfismos Risco de GAC e CG pró-inflamatórios
Combinação genótipos TNF α Risco de CG e genótipos bacterianos
?
??
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
• Genes / Polimorfismos estudados:– IL-1B citocina IL-1β pró-inflamatória
• IL-1B-511• alelos: C e T
– IL-1RN citocina IL-1ra (antagonista receptor IL-1β) anti-inflamatória• IL-1RN VNTR• alelos: S (alelo 2) e L (alelos 1, 3, 4, 5)
– TNFα citocina TNFα pró-inflamatória• TNFα-308• alelos: G e A
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
• Materiais e Métodos– População em estudo
• 814 pacientes (Norte Portugal)– 306 controlos– 221 com gastrite crónica (GAC/GNAC)– 287 com carcinoma gástrico
• Endoscopia • Biópsia tecido gástrico• Avaliação da infecção por Hp
– Pacientes c/ GC (98,6%)– Pacientes c/ CG (61,3%)
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
– Tratamento Histopatológico– Preparações das amostras biopsadas:
» Formalina, parafina, H&E, ácido azul periódico de Schiff, Giemsa modificado
– Patologistas sem informação clínica dos doentes– Tipos de CG (Lauren):
» Intestinal (n=128)» Difuso (n=90)» Atípico (n=69)
– Genotipagem• Polimorfismos genéticos IL-1B, IL-1RN e TNFα• Indivíduos infectados por Hp: genes vacA e cagA
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
Polimorfismo Controlo GNAC GAC
IL-1B-511*T 55,2% 55,1% 68,2%
IL-1RN *2/*2 9,2% 8,1% 16,5%
TNFα-308*A 24% 30,1% 27%
Polimorfismo Controlo CG
IL-1B-511*T 55,2% 68,7%
IL-1RN *2/*2 9,2% 18,8%
TNFα-308*A 24% 37,6%
• Resultados a) Polimorfismos e patologia gástrica
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
Tabela 8
b) Polimorfismos tipos histológicos e localização anatómica CG
c) Combinação polimorfismos genéticos
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
Tabela 9
Tabela 10
d) Combinação genótipos Hp e TNFα-308
Genótipo GNAC CG
vacA s1 28,9% 80,1%
vacA m1 20% 62,2%
cagA+ 40% 91,5%
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
Tabela 11
• Discussão / Conclusão– A infecção por Hp leva à activação de células do SI, entre as quais, citocinas pró-
inflamatórias (IL-1β e TNFα) e de moléculas reguladoras (IL-1ra)– Alelos IL-1B-511*T e IL-1RN*2 ↑ produção IL-1β– Alelo TNFα-308*A ↑ produção TNFα– Polimorfismos genéticos associados ao risco de CG e GAC– Diferenças na frequência genotípica entre indivíduos com GAC e CG não foram
significativas– s/ associação com o tipo histológico ou localização tumoral– Combinação polimorfismos ↑ risco de GAC e CG– Combinação genótipos de Hp e TNFα não significativos– Um perfil genético pró-inflamatório aumenta o risco de GAC e CG– Genotipagem do hospedeiro e da estirpe de Hp parece importante para a
identificação de pacientes com alto risco para CG
Machado et al; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma”;
in American Gastroenterological Association; 2003
Bibliografia• Formenti, A., Brambilla ,S., Manifestações faringolaríngeas da
doença de refluxo, PressCare, 2008• Kasper, D. et al: Harrison’s Principles of Internal Medicine 17th
edition; McGraw-Hill Companies Inc., 2008, EUA• Kumar, V. et al: Robbins and Cotran Pathologic Basis of Disease 7th
edition; Elsevier Sauders, 2005, Filadélfia, EUA• McPhee, S.J., Ganong, W.F.: Pathophysiology of Disease – An
Introduction to Clinical Medicine 5th edition; McGraw-Hill Companies Inc., 2006, EUA
• Nogueira, C.; Figueiredo, C.; Carneiro, F.; Gomes, A.T.; Barreira, R.; Figueira, P.; Salgado, C.; Belo, L.; Peixoto, A.; Bravo, J.; Bravo, L.; Realpe, J.; Plaisier, A.; Quint, W.G.; Ruiz, B.; Correa, P.; Doorn, L.; “Helicobacter pylori genotypes mau determine gastric histopathology” in American Journal of Pathology; 2001
• Silva, F; Carvalho, F.; Peixoto, A.; Seixas, M.; Almeida, R.; Carneiro, F.; Mesquita, P.; Figueiredo, C.; Nogueira, C.; Swallow, D.; Amorim, A.; David, L.; “MUC1 gene polymorphism in the gastric carcinogenesis pathway” in European Journal of Human Genetics; 2001
• Machado, J.C.; Figueiredo, C.; Canedo, P.; Pharoah, P.; Carvalho, R.; Nabais, S.; Alves, C.C.; Campos, M.L.; Doorn, L.V.; Caldas, C.; Seruca, R.; Carneiro, F.; Sobrinho-Simões, M.; “A Proinflammatory Genetic Profile Increases the Risk for Chronic Atrophic Gastritis and Gastric Carcinoma” in American Gastroenterological Association; 2003
Bibliografia - Artigos