Informativo Científico da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas de São Caetano do Sul - Ano XIV - nº 82 - Novembro/Dezembro de 2010
EDITORDR. FRANCISCO GOUVEIA
CONSULTORES CIENTÍFICOSDENTÍSTICA E LASERPROF. DR. JOSÉ EDUARDO PELIZON PELINO
ENDODONTIAPROF. CELSO LUIS CALDEIRA
PROF. LUCIANO NATIVIDADE CARDOSO
ODONTOLOGIA ESPORTIVAPROF. ALEXANDRE BARBERINI
ODONTOLOGIA DO TRABALHOPROFA. DRA. DAGMAR DE PAULA QUELUZ
ODONTOPEDIATRIAPROFA. DRA. LOURDES A. MARTINS DOS
SANTOS PINTO
ORTODONTIAPROF. DR. ARY DOS SANTOS PINTO
PROFA. DRA. CRISTINA ORTOLANI
PATOLOGIA BUCAL E SEMIOLOGIAPROF. DR. WALTER NICCOLI FILHO
PROFA. DRA. FRANCINE CRISTINA SILVA ROSA
PROF. CAETANO BAPTISTA
PERIODONTIAPROFA. DRA. FABÍOLA LEITE
PROF. DR. PAULO MAZZINI
PROF. DR. RENATO JOIAS
RADIOLOGIA ODONTOLOGIA E IMAGINOLOGIAPROF. DR. EDUARDO KAZUO SANNOMIYA
PROF. DR. LUCIANO PEREIRA ROSA
Ao Leitor Nosso Editorial
Expediente
Corpo Editorial
ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CIRURGIÕESDENTISTAS DE SÃO CAETANO DO SUL
AV. TIETÊ, 281, BAIRRO NOVA GERTE, CEP: 09572-000 -TELS: 4232.8333 E 4238.6761
SITE: www.apcdscs.com.br -
Presidência - Dr. Antonio Francisco David - 1º Vice-Presidente- Dr. Djalma Faria Maccheronio Junior - 2ºVice-Presidente - Dr. Agostinho F. S. Pedrosa - Secre-tária - Dra. Semyra Giovannini Maccheronio - Tesou-reiro - Dr. Miguel Damiani Neto - Patrimônio - Dr. Al-cione Nelli Beluzzo - Diretor de Comunicações - DrFrancisco Candido Gouveia - Social - Dra. Leila Mar-chetti Belluzzo - Ação Social - Dra. Ladisleine QuagliaPedrosa - Representante junto ao CORE - Dr. DiomarGonçales Castanheira e Dr. Lázaro de Paula - EAP - Dr.José Giovannini - Biblioteca - Dra Lilian Vieira RochaGouveia - Informática/Marketing: Dr Alfredo HolzerJunior.Jornalista Responsável: Humberto Domingos Pastore(Mtb 13.382) - Design Gráfico: Rubens Justo.As informações e opiniões emitidas em artigos assina-dos e em publicidade são de inteira responsabilidadedo (s) autor (es).
Distribuição Gratuita - Periodicidade Bimensal -Tiragem 8.500 exemplares.
Caros colegas, cirurgiões dentistas.Tenho visto uma enxurra-
da de propagandas na mídiasobre milagrosos cremes den-tais para o combate da sensi-bilidade dental. Acho muitopreocupante a idéia de queum creme dental resolva oproblema de hipersensibili-dade dentinária.
Fazendo um paralelo com a medici-na, para mim, é a mesma coisa que umapessoa apresentando sintoma de dorde cabeça, por estar com a pressão arte-rial aumentada receber como trata-mento um analgésico. Ela vai se livrardo sintoma, a dor de cabeça, mas per-manece a causa, o aumento da pressãoarterial e o risco da hipertensão evoluirpara uma doença mais séria, como porexemplo, um acidente vascular cerebral.
Voltando para odontologia, uma sen-sibilidade dental exagerada é sinal deque algo está errado, e precisamos diag-nosticar a causa e tratá-la antes que oproblema evolua para uma doençamais grave.
A evolução da sensibilidade pode sernecrose pulpar ou calcificações pulpa-res sem causa aparente, abrasão dental,migrações ou mobilidade dental, fratu-
ras, retrações gengivais, abfrações cervi-cais, escurecimento dental eoutras.
As causas da sensibilidadeexagerada podem ser varias,algumas óbvias como cárie,hiperemia pulpar, pulpiteaguda, interferência oclusalpor excesso de restauração,movimentação ortodôntica
recente e outras mais difíceis de diag-nosticar, como as interferêcias oclusaisnos movimentos articulares como to-ques em balanceio, toques em trabalho,apertamentos dentários e bruxismo.
Sem deixar de reconhecer o valor daindústria de produtos odontológicos,que presta serviços relevantes à odon-tologia tanto no desenvolvimento deprodutos, quanto na publicidade pres-tada aos cirurgiões dentistas, devemosobservar que sensibilidade exageradasem causa aparente, retração gengival eabfração na cervical de dentes isoladosou em grupo, provavelmente vem dedistúrbios oclusais e, portanto devemosestar preparados para identificar e tra-tar estes distúrbios e não procurar umasolução paliativa como a prescrição decremes dentais.
Dr. Francisco Candido Gouveia
Sensibilidade Dental
Acessem o nosso site: www.apcdscs.com.br
Revista Espelho Clínico 2 Novembro/Dezembro
www.apcdscs.com.br 3 Revista Espelho Clínico
Ana Vitória IMBRONITO Coordenadora do curso de especialização em
Periodontia da APCD – SCS)
Anelyse PAVANELLI Grazielle Ito VERONESI Fábio KOGUTI Nívea Maria de FREITAS Thaís GONÇALVES
SINOPSE:O Diabetes Mellitus (DM) e a doença periodontal
(DP) são doenças de alta incidência na população
mundial e apresentam aspectos comuns em relação à
resposta inflamatória.Evidências mostram que o DM é
um fator de risco para a DP. O presente trabalho tem
por objetivo demonstrar as alterações periodontais
em pacientes com DM,abordando suas características
clínicas, imunológicas e fisiológicas,além da influência
do tratamento periodontal no controle glicêmico e
vice-versa.
Unitermos: Periodontite, Diabetes Mellitus, Saúde Bucal.
ABSTRACT:The Diabetes Mellitus (DM) and periodontal disease
(PD) are diseases of high incidence in the world popula-
tion and have common features in relation to inflamma-
tory response.Evidences show that the DM is a risk factor
for PD. This study aims to demonstrate the changes in
periodontal patients with diabetes, addressing their cli-
nical, immunological and physiological, as well as the
influence of periodontal treatment on glycemic control
and vice versa.
Uniterms: Periodontitis, Diabetes Mellitus, Oral Health.
INTRODUÇÃO:A doença periodontal (DP) é um problema multifa-
torial iniciado e mantido por bactérias, mas possui
fatores de risco pré-estabelecidos. Os fatores modifi-
cadores sistêmicos de maior importância são: fumo,
diabetes mellitus e o marcador genético. Esses fatores
modificam o curso da DP, principalmente através do
efeito na resposta imunológica e inflamatória.
O diabetes é caracterizado pela desregulação do
metabolismo principalmente de carboidratos, mas
também de lipídios e proteínas que provoca elevação
de glicose no sangue (hiperglicemia).
Atualmente, a população de pacientes diabéticos é
alta e a DP também se mostra em números elevados.
Portanto, o objetivo do presente trabalho é mostrar as
alterações periodontais em pacientes com diabetes
mellitus (DM) e a influência da patologia periodontal
no controle glicêmico.
DIABETES MELLITUS:É um grupo de desordens heterogêneas com alte-
ração da tolerância de glicose ou diminuição do meta-
bolismo de carboidratos, lipídios e também de proteí-
nas. Seu desenvolvimento ocorre pela diminuição na
utilização de insulina ou pela deficiência da produção
desta. O DM pode ser dividido em:
Tipo 1 (DM T1): Insulino dependente. Também cha-
mada de diabetes juvenil ou diabetes de inicio juvenil.
É caracterizado pela falta absoluta de insulina, é instá-
vel, de difícil controle e com marcada tendência para
cetose e coma. Não é precedido por obesidade, mas
necessita de insulina injetável para ser controlada.
Aproximadamente 90% dos casos são diagnosticados
antes dos 21 anos.
Tipo 2 (DM T2): Não-insulino dependente. É o tipo
adulto, tem início, geralmente, após os 45 anos. É pre-
cedido pela síndrome metabólica, que também é um
fator de risco para aterosclerose e futuros eventos car-
diovasculares. A síndrome metabólica geralmente
acomete adultos com idade entre 35 e 74 anos. Eles
possuem altos níveis de proteínas C reativa (CRP) e
concentração de fibrinogênio.
A terceira categoria do DM é uma doença secundá-
ria ou associada a outras condições como diabetes
gestacional (AAP-2000)1.
relação entre diabetes mellitus e doença periodontal
Revista Espelho Clínico 4 Novembro/Dezembro
MANIFESTAÇÕES BUCAIS DO DM:De acordo com LAMSTER et al. (2008)4, uma série
de doenças orais têm sido associadas com DM, princi-
palmente as DP (gengivite e periodontite).
1. Cárie:A ocorrência de cárie dentária em pacientes com
DM tem sido estudada, mas nenhuma associação
específica foi identificada. Em crianças e adultos com
DM T2, que frequentemente está associada à obesida-
de e alta ingestão de calorias e carboidratos, pode-se
esperar uma maior exposição à alimentos cariogêni-
cos. Além disso, a redução do fluxo salivar tem sido
relatada em pessoas com DM e isso é um fator de risco
para cárie dentária.
2. Disfunção Salivar:A xerostomia tem sido relatada em portadores de
DM. O fluxo salivar pode ser afetado por uma varieda-
de de condições incluindo o uso de medicamentos
prescritos (antiglicêmicos orais) e aumento da idade.
3. Doenças da mucosa oral e infecções orais:Alguns tipos de lesões da mucosa oral, incluindo
líquen plano e estomatite aftosa recorrente, foram
notificados em pessoas com diabetes.Mas,nem todos
os resultados de estudos mostram essa associação.
Mas, a candidíase oral foi um achado mais consistente
em pacientes com diabetes.
4. Distúrbios Neurossensorias:Pacientes diabéticos com comprometimento renal
que recebem hemodiálise relatam alteração do sabor,
que pode ocorrer pela redução do fluxo salivar.
5. Doença Periodontal (DP):A DP é uma complicação reconhecida e bem docu-
mentada do DM.
Há um aumento na prevalência, severidade e
extensão da periodontite em diabéticos com fraco
controle sistêmico da glicemia, além do aumento no
acúmulo de cálculos. 11, com aumento na profundi-
dade de sondagem e na perda óssea alveolar em dia-
béticos insulino-dependentes7 e não insulino depen-
dentes. 10
MECANISMOS DE INTERAÇÃO ENTRE DM E DP:Conforme descrito por LOPES et al. (2003)5, a com-
posição da microbiota periodontal em sítios com DP
de pacientes com DM T2 parece ser similar à encon-
trada em periodontite do adulto em pacientes não
diabéticos, assim como na microbiota subgengival
entre crianças com DM T1 e não diabéticas.
A diferença na incidência de gengivite e perio-
dontite em pacientes diabéticos mal controlados e
pacientes não diabéticos podem ser devido à
microangiopatia e à alteração na quimiotaxia dos
leucócitos (PMN). A microangiopatia, a resposta
imune deficiente, a diferença no metabolismo do
colágeno estão envolvidos na patogênese da DP em
diabéticos.
Um aumento na produção de citocinas por monó-
citos e macrófagos também é descrito.Segundo SALVI
et al. (1997)8, o diabetes provoca uma sobrerregula-
ção na secreção de TNF-alfa pelos monócitos na pre-
sença de bactérias gram-negativas, que resulta na
expressão da DP mais severa.
STEIN et al. (1997)9, mostraram que os diabéticos
apresentam uma intensa resposta a lipopolissacarí-
deos gram-negativos através da IL-10, o que pode
predispor ao desenvolvimento de DP através do
mecanismo autoimune.
NISHIMURA et al. (1998)7,afirmam que a hiperglice-
mia glicolisa, gradativamente, as proteínas do corpo,
formando produtos finais da glicosilação (AGE). Esses
AGEs estimulam os fagócitos a liberar citocinas infla-
matórias como TNF-alfa e IL-6. Assim, a hiperglicemia
pode, indiretamente, exacerbar a destruição tecidual
inflamatória através do sistema contra AGE.
A formação de AGEs possui um importante papel
sobre a regulação de monócitos e macrófagos. O acú-
mulo de AGEs no periodonto estimula o influxo de
monócitos. Uma vez nos tecidos, ocorre interação
entre AGEs e RAGEs (receptor de AGE) na superfície
celular dos monócitos. A interação AGE-RAGE aumen-
ta significativamente a produção de citocinas inflama-
Fig.1: Periodontite Cronica Generalizada:
hiperplasia gengival, alteração de cor e
textura gengival.
www.apcdscs.com.br 5 Revista Espelho Clínico
tórias. Por esse motivo, nota-se no fluido gengival de
diabéticos um aumento de TNF-alfa, PGE-2 e IL-1 Beta.
EFEITOS SOBRE A CICATRIZAÇÃO E RESPOSTA AO TRATAMENTO:Conforme descrito por MEALEY; OATES (2006)6 a
cicatrização de feridas é prejudicada devido aos efei-
tos cumulativos sobre as funções celulares.
Esses fatores incluem: a diminuição da síntese do
colágeno pelos fibroblastos, o aumento da degrada-
ção pela colagenase, a glicosilação do colágeno exis-
tente nas margens da ferida e o defeito de remodela-
ção e rápida degradação do colágeno recém- sinteti-
zado.
EFEITOS SOBRE A CICATRIZAÇÃO ERESPOSTA AO TRATAMENTO:Conforme descrito por MEALEY;
OATES (2006)6 a cicatrização de feridas
é prejudicada devido aos efeitos cumu-
lativos sobre as funções celulares.
Esses fatores incluem:a diminuição da
síntese do colágeno pelos fibroblastos,
o aumento da degradação pela colage-
nase,a glicosilação do colágeno existen-
te nas margens da ferida e o defeito de
remodelação e rápida degradação do
colágeno recém- sintetizado.
TRATAMENTO PERIODONTAL:De acordo com CARRANZA et al.
(1996)2, o tratamento periodontal para
pacientes diabéticos deve ser dividido
em:
1. Suspeita de paciente diabético não controla-do:
Primeiramente deve-se consultar o médico. Em
seguida, deve-se realizar análise de testes laborato-
riais: glicemia de jejum, glicemia pós-prandial, hemo-
globina glicosilada, testes de tolerância à glicose e gli-
cosúria.
Eliminar infecção orofacial aguda ou infecção
odontológica grave é uma fase importante e somente
antibiótico e analgésico podem ser administrados até
se obter um completo exame físico e controle do DM.
Sempre monitorar os sinais vitais atentamente (so-
bretudo a pressão sanguínea).
Fig.2: Perda óssea decorrente
de doença periodontal em paciente diabético.
Fig.3: Periodontite Cronica Generalizada
em paciente diabético.
TESTE VALORESGlicemia de jejum 50-100 mg/100 ml normal
>100 mg/100 ml sugestivo>130 mg/100 ml diagnóstico
Glicemia 1 ou 2 hrs <170 mg/100 ml 1hr carga de carboidrato oralpós-prandial <120 mg/100 ml 2 hr carga de carboidrato oral
Teste de tolerância de glicose Carga de glicose0 hora 100 mg/100 ml 1/2 hora 170 mg/100 ml1 hora 170 mg/100 ml2 horas 120 mg/100 ml 3 horas 110 mg/100 ml
Hemoglobina Glicosilada % total de hemoglobina(Eletroforese) 4-8 = adulto normal
<7,5 = bom controle7,6 – 8,9 = controle médio9-20 = controle pobre
Tab. I: Testes laboratoriais para diabetes
Revista Espelho Clínico 6 Novembro/Dezembro
2. Paciente diabético lábil:Para pacientes diabéticos, ter saúde periodontal é
uma necessidade, pois o tratamento pode reduzir as
necessidades da insulina.
Os níveis de glicose devem ser monitorados conti-
nuamente, e o tratamento periodontal deve ser feito
quando o paciente estiver bem controlado.
O teste de hemoglobina glicosilada revela os níveis
de glicose num período de 6-8 semanas e dá informa-
ção sobre o grau de controle do DM.
3. Pacientes diabéticos controlados:O tratamento para esse tipo de paciente, na maio-
ria das vezes, é igual ao tratamento para paciente não
diabético, seguindo o roteiro:
a) O cirurgião-dentista deve ter certeza da última
insulina administrada e o paciente deve estar alimen-
tado.
b) Os tecidos devem ser manuseados no menor
tempo possível (menos que 2 horas) de maneira a
provocar o menor trauma.
c) Deve-se recomendar uma dieta que permita ao
paciente, manter o equilíbrio da glicose.
d) Deve ser enfatizada a necessidade de consultas fre-
qüentes de controle e de cuidados rigorosos em casa.
GROSSI et al. (1997)3, realizaram tratamento perio-
dontal (Raspagem e alisamento coronário e radicular
e antibioticoterapia) em diabéticos não-insulino
dependente. Após o tratamento, todos os pacientes
apresentaram melhora clínica e microbiana. Dessa
maneira,notaram que a redução da inflamação gengi-
val estava associada com a redução no nível de hemo-
globina glicosilada. Portanto, o controle da infecção
periodontal pode representar um importante fator no
controle do DM e um acompanhamento periodontal
se faz necessário.
CONCLUSÃO:De acordo com o descrito, pode-se concluir que o
cirurgião-dentista possui um papel importante no
diagnóstico do DM.
Os pacientes diabéticos tendem a apresentar risco
mais elevado à DP e os pacientes com fraco controle
glicêmico apresentam alterações clínicas, imunológi-
cas e fisiológicas da DP com maior intensidade.
A resposta do hospedeiro parece desempenhar um
papel fundamental na evolução da DP em pacientes
diabéticos.
A DP pode ser um fator de risco para o fraco contro-
le glicêmico e vice-versa. Portanto, o controle e manu-
tenção da DP resulta em controle dos níveis de glico-
se sanguínea, assim como o controle do DM propicia
uma melhor saúde bucal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:1. AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY. Dia-
betes and periodontal diseases. J. Periodontol., v. 71,
n.4, p. 664-678, 2000.
2. CARRANZA F.A.; NEWMAN M.G. Periodontia Clínica.
8ª ed.São Paulo:Guanabara Koogan,1996.p.439-440.
3. GROSSI, S.G. et al. Treatment of periodontal disease
in diabetics reduces glycated hemoglobin. J. Perio-
dontol., v.68, p.713-719, 1997.
4. LAMSTER I.B. et al. The relationship between oral
health and diabetes mellitus. J. Am. Dent. Assoc.,
v.139, p.19s-24s, 2008.
5. LOPES F.F. et al. Aspectos clínicos, microbiológicos,
imunológicos e fisiológicos da doença periodontal
em diabéticos. R. Periodontia, v.13, n. 7, p. 9-18, 2003.
6. MEALEY B.L., OATES T.W. Periodontal disease and
diabetes: a two-way street. J. Am. Dent. Assoc., v.137,
p. 26s-31s, 2006.
7. NISHIMURA F. et al. Periodontal disease as a compli-
cation of diabetes mellitus. Ann. Periodontol., v.3,
n.1, p.20-29, 1998.
8. SALVI G.E. et al. Monocytic TNF alpha in IDDM pa-
tients with periodontal diseases. J. Clin. Periodontol.,
v.24, n.1, p.8-16, 1997.
9. STEIN S.H. et al. Interleukin-10 promotes anti cola-
gen antibody production in type I diabetic periphe-
ral B limphocytes. J. Periodontol., v.32, n.1-2, p.189-
195, 1997.
10.TAYLOR G.W. et al. Non-insulin dependent diabetes
mellitus and alveolar boné loss progression over 2
years. J. Periodontol., v.69, p.76-83, 1998.
11.TERVONEN T.; OLIVER R.C. Long-term control of dia-
betes mellitus and periodontitis. J.Clin.Periodontol.,
v.20, n.6, p.431-435, 1993.
www.apcdscs.com.br 7 Revista Espelho Clínico
1. Frederico de Sáes TRIBONIProfessor do curso de Especialização em Implanto-
dontia FUNORTE/SOEBRAS-Campinas
2. Rodrigo de Almeida RIOSCirurgião Dentista
3. Pedro Carvalho FEITOSADoutorando em Periodontia
3. Alexandre Pinheiro da SILVAMestre em Implantodontia
4. Rogério de Lima ROMEIRODoutor em Implantodontia - SLMandic
Utilização de osso Homógeno na reabilitaçãode maxilas atróficasUse of allogenic bone in the rehabilitation ofatrophic maxillae
RESUMOA regeneração óssea é um processo complexo e
contínuo e a função dos biomateriais é promover a
formação de um novo tecido ósseo de característi-
cas iguais às do leito receptor e, preferencialmente,
de maneira rápida. O presente trabalho relata um
caso clínico de reconstrução de maxila atrófica com
enxerto homógeno e utilização de prototipagem.
Palavras Chave: Transplante ósseo, Remodelação
óssea, Implantes
ABSTRACTBone regeneration is a complex and continuous pro-
cess and function of biomaterials is to promote the for-
mation of new bone tissue of the same characteristics
as the recipient bed, and preferably quickly. This paper
reports a case of reconstruction of the atrophic maxilla
with allogenic graft and use of prototyping.
Key words: Bone transplantation, Bone remodeling,
Implants
INTRODUÇÃONos últimos anos, os avanços nas técnicas cirúrgi-
cas implantodônticas revolucionaram a forma de
abordagem e planejamento das reabilitações orais.
Entretanto, defeitos estruturais no arcabouço ósseo
impossibilitam, em primeira instância, a instalação
adequada de implantes dentários.
Em busca de uma reabilitação de excelência, a
Implantodontia trouxe consigo a necessidade da uti-
lização de técnicas de aumento dos rebordos ósseos
maxilares através de procedimentos para sua expan-
são e/ou enxertos ósseos (FONTANA et al., 20089;
ALBERT et al., 20062).
Sob o ponto de vista da aceitação biológica, em
função da superior compatibilidade tecidual, o me-
lhor material de enxerto é o autógeno (ALAM et al.,
20071; CYPHER & GROSSMAN, 19964; DE RIU et al.,
20076). Para tal, contudo, existe a necessidade de ato
cirúrgico adicional para remoção do material, crian-
do uma ferida cirúrgica cujo pós-operatório pode ser
mais desconfortável ao paciente do que a interven-
ção cirúrgica para correção da deformidade (KEITH
et al., 200611).
A necessidade de procedimento cruento na área
doadora no momento da utilização do osso autóge-
no, levando, assim, ao aumento no período de conva-
lescença, a susceptibilidade a infecções (D'ALOJA et
al., 20085), o risco de reabsorções ósseas progressi-
vas e a morbidade (DE RIU et al., 20076) estimularam
também a procura de outros materiais de enxertos
para serem usados em substituição ao autógeno.
Sendo assim, o osso condutor homógeno (osso hu-
mano, fresco e congelado), vem sendo uma alterna-
tiva viável para ser utilizado em reconstruções de
maxilares atróficos (FEITOSA et al., 20077).
A utilização de osso homógeno tem-se mostrado
eficaz em inúmeras situações cuja enxertia para a
reparação óssea é considerada extensa, principal-
mente na ortopedia e na implantodontia (MUNHOZ
et al.,200712).
PROPOSIÇÃOO propósito deste trabalho foi demonstrar um
caso clínico de utilização de osso homógeno para a
reabilitação de maxila atrófica cuja reabilitação oral
elencava a instalação de implantes dentários.
RELATO DO CASO CLÍNICOPaciente A. B. F., 68 anos, apresentou-se à clínica da
EAP-APCD de São Caetano com extensa perda óssea
Utilização de osso Homógeno na reabilitação de maxilas atróficas
Revista Espelho Clínico 8 Novembro/Dezembro
em região de maxila,
com histórico de uso de
prótese total superior à
50 anos. Essa perda
apresentava-se em
espessura comprome-
tendo a função masti-
gatória (Figura 1). Em
virtude da extensão do
defeito, foi optado pela reconstrução da área com
enxerto Banco de Tecidos Músculo Esqueléticos.
Previamente foi solicitada uma Tomografia Com-
putadorizada Cone Beam (Figura 2) , além de hemo-
grama, coagulograma, glicemia, cálcio, fosfatase alca-
lina, creatinina e urina tipo I e confecção de um pro-
tótipo esteriolitográfico da maxila da paciente.
Após o planejamento, verificou-se a necessidade
da utilização de um anel de tibia, que foi provenien-
te do Banco de Tecidos Músculo Esqueléticos da
Santa Casa e Misericórdia de São Paulo. Antes do iní-
cio da cirurgia, o protótipo foi desinfetado com PVPI
e o bloco de tecido ósseo foi preparado e adaptado
sobre sua superfície (Figura 3).
Durante a cirurgia o defeito foi preenchido com 4
blocos cortico-esponjosos, já previamente prepara-
dos. Os blocos foram fixados com 5 parafusos de 1,6
/ 12 mm da empresa Dentoflex (Figura 4 e 5). O res-
tante do osso foi triturado para preencher os espa-
ços entre os blocos e em seguida, realizada a sutura
(Figura 6). Paciente foi medicado com Clavulim
500mg por 7 dias e Cetoprofeno 100mg por 4 dias.
Após 15 dias foram removidas as suturas. Foi realiza-
da uma radiografia panorâmica de controle 30 dias
após o procedimento. Após sete meses da cirurgia
de enxerto foi realizada a cirurgia para remoção dos
parafusos de fixação do enxerto e colocação dos
implantes. Foram instalados dos 7 implantes de
3,75X13mm Dentoflex (São Paulo-Brasil) com auxílio
de um guia cirúrgico. .
DISCUSSÃOEm busca de uma reabilitação de excelência, a
Implantodontia trouxe consigo a necessidade da uti-
lização de técnicas de aumento dos rebordos ósseos
maxilares, através de procedimentos para sua expan-
são e/ou enxertos ósseos.
Dentro dessa realidade, o osso autógeno é consi-
derado padrão ouro por reunir a maioria dessas ca-
racterísticas necessárias (FELICE et al., 20108; DE RIU
et al., 20076). No entanto, por questões como morbi-
dade para a sua remoção, riscos de parestesia, maior
tempo cirúrgico, possibilidade de reabsorção do
enxerto, maior sangramento, quantidade disponível
reduzida, e ainda, a necessidade em casos extremos
de leito hospitalar para se completar uma cirurgia
oral, como nos casos de remoção de blocos ósseos
oriundos da tíbia, do ilíaco, ou calota craniana, indu-
zem aos receios para a sua utilização (BENNETON et
al., 20073; ROCHA et al., 200614).
Portanto, na existência de desvantagens para a uti-
lização de osso autógeno, o osso proveniente de
banco de tecidos surge como uma alternativa viável
nas reconstruções ósseas maxilo-mandibulares (GO-
MES et al., 200810). O osso homógeno pode ser utili-
zado em algumas situações que impossibilite obter
uma quantidade necessária de osso autógeno, requi-
sitado pelo leito receptor, ou quando este induz aos
procedimentos com grande morbidade, onde exista a
negativa do paciente em se submeter a um segundo
sítio cirúrgico.Há também,ainda,aquelas situações de
condições sistêmicas e/ou locais que contra-indicam
o procedimento de
retirada do osso
autógeno, principal-
mente nos casos de
recorrência de pro-
cedimentos(ROCHA
et al., 200614; RESEN-
DE et al., 201013).
Com suas propriedades osteocondutoras e osteo-
indutoras, os enxertos homógenos servem como um
arcabouço onde ocorre formação óssea após reab-
sorção parcial e remodelação do material enxertado
(GOMES et al., 200810).
A utilização da prototipagem permite que nós
realizemos o preparo prévio dos blocos a serem
enxertados, tornando a cirurgia mais rápida, previsí-
Figura 1 – Aspecto clínico inicial.
Figura 2 – Vista Panorâmica da Tomografia Computadorizada.
Figura 3 – Blocos de ossos preparadossobre o protótipo.
www.apcdscs.com.br 9 Revista Espelho Clínico
vel e com um grau de morbidade
menor quando comparado a utilização
de osso autógeno, fato comprovado
durante a execução deste caso clínico.
Porém, mesmo com toda a previsibi-
lidade de sucesso e utilização dos bio-
materiais alógenos, alguns trabalhos
apontam que a capacidade de revascu-
larização é mais lenta e a união entre o
leito receptor e o enxerto é obtida de
forma não uniforme, quando compara-
dos os enxertos homógeno aos autó-
genos (BENNETON et al., 20073; ROCHA
et al., 200614; RESENDE et al., 201013).
No caso clínico mostrado neste arti-
go, foi observado, clinicamente, uma
boa adaptação do enxerto no momen-
to da instalação do Implante.
Entretanto, é importante que novos
trabalhos venham a ser realizados a fim
de esclarecer inúmeras incógnitas que
acercam os resultados a longo prazo dos enxertos
homógenos, tendo em vista a necessidade de tais
reconstruções ósseas maxilo-mandibulares absorve-
rem todo o estresse físico e as particularidades bio-
lógicas dos implantes dentais em suas funções esto-
matognática ao longo dos anos.
CONCLUSÃOA utilização de osso humano fresco e congelado
se mostrou de extrema eficácia e previsibilidade na
utilização como biomaterial para reconstrução óssea
da maxila.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1 - Aalam AA, Nowzari H. Mandibular cortical bone grafts part 1:
anatomy, healing process, and influencing factors. Compend
Contin Educ Dent 2007;28(4):206-12.
2 - Albert A, Leemrijse T, Druez V, Delloye C, Cornu O. Are bone
autografts still necessary in 2006? A three-year retrospective
study of bone grafting. Acta Orthop Belg 2006;72(6):734-40.
3 - Benetton AA, Borges LFA, Marques C. Reconstrução de maxila
atrófica com osso homólogo fresco e congelado e reabilita-
ção protética com implantes com carga imediata. Im-
plantNews 2007;4(5):529-34.
4 - Cypher TJ, Grossman JP. Biological principles of bone graft
healing. J Foot Ankle Surg 1996;35(5):413-7.
5 - D'Aloja E, Santi E, Aprili G, Franchini M. Fresh
frozen homologous bone in oral surgery:
case reports. Cell Tissue Bank 2008;9(1):41-6.
6 - De Riu G, De Riu N, Spano G, Pizzigallo A,
Petrone G, Tullio A. Histology and stability
study of cortical bone graft influence on
titanium implants. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol Oral Radiol Endod 2007;103(4):1-7.
7 - Feitosa SA, Monteiro ASF, Santos CA, Ma-
cedo NL, Macedo LGS. Osso humano fresco
congelado em reconstruções ósseas: estudo
retrospectivo e relato de casos. Braz Oral Res
2007;21(1):159.
8 - Felice P, Iezzi G, Lizio G, Piattelli A, Marchetti
C. Reconstruction of atrophied posterior
mandible with inlay technique and mandi-
bular ramus block graft for implant prosthe-
tic rehabilitation. J Oral Maxillofac Surg
2009;67(2):372-80.
9 - Fontana F, Santoro F, Maiorana C, Iezzi G, Piattelli A, Simion M.
Clinical and histologic evaluation of allogeneic bone matrix
versus autogenous bone chips associated with titanium-rein-
forced e-PTFE membrane for vertical ridge augmentation: a
prospective pilot study. Int J Oral Maxillofac Implants
2008;23(6):1003-12.
10 - Gomes KU, Carlini JL, Biron C, Rapoport A, Dedivitis RA. Use
of allogeneic bone graft in maxillary reconstruction for instal-
lation of dental implants. J Oral Maxillofac Surg
2008;66(11):2335-8.
11 - Keith JDJR et al. Clinical and histologic evaluation of a mine-
ralized block allograft: results from the development period
(2001-2004). Int. J Periodontics Restorative Dent
2006;26(4):321-7.
12 - Munhoz FC, Trento CL, Louzada MJQ, Coclete GA, CASTRO
AL. Densitometria óssea em mandíbula de suínos submetidos
a enxerto ósseo autógeno, homógeno e heterógeno. Braz
Oral Res 2007;21(1):272.
13 - Resende LM, Gonçalves AO, Vieira BJ, Romeiro RL. Utilização
de osso Homógeno na reabilitação de maxilas atróficas.
ImplantNews 2010:7(1)69-70.
14 - Rocha LRS, Rocha FA, Moraes JR. Homoenxerto ósseo conge-
lado: relatos de casos clínicos. ImplantNews 2006;3(6):45-9.
Figura 4 – Instalação dos Blocos –Lado direito.
Figura 5 – Instalação dos Blocos –Lado esquerdo.
Figura 6 – Sutura.
Revista Espelho Clínico 10 Novembro/Dezembro
Avaliação das ATMs pela Utilização deultrassonografia realizada por Doppler
AVALIAÇÃO DAS ATMS PELA UTILIZAÇÃO DEULTRASSONOGRAFIA REALIZADA POR DOPPLEREVALUATION OF THE TMJ THROUGH ULTRASONO-GRAPHY REALIZED BY DOPPLER
AUTOR: JOÃO PAULO COLESANTI TANGANELITITULAÇÃO: MESTRE EM MORFOLOGIA PELA
UNIFESP; ESPECIALISTA EM DTM-DOR OROFACIAL;
COORDENADOR DA ESPECIALIZAÇÃO EM
DTM/DOF DA APCDSCS
SINOPSE:A sonografia por Doppler vascular tem sido utili-
zada no diagnóstico das disfunções temporomandi-
bulares, permitindo não só a identificação de patolo-
gias intra-articulares, mas realizando o registro gráfi-
co e a gravação dos ruídos. Assim, este recurso pode
ser empregado para diagnosticar patologias das
ATMs previamente a tratamentos ortodônticos ou
reabilitadores, sendo um exame não-invasivo e sem
radiação.
Unitermos: ATM, DTM, Doppler, Ultrassonografia.
ABSTRACT:The sonography realized by vascular Doppler has
been used for the diagnostic of the temporomandibu-
lar disorders, allowing the identification of the patholo-
gies of these joints, registering through graphics and
the record of the noises. Therefore, this technique can
be useful for the pathologies diagnostic before ortho-
dontics and rehabilitation treatments, once is a non-
invasive and radiation free exam.
Uniterms: TMJ, TMD, Doppler, Ultrasonography.
INTRODUÇÃOUma das maiores preocupações antes de se reali-
zar um tratamento odontológico de grande porte e
de caráter irreversível, como a Ortodontia/Ortope-
dia, Reabilitação Protética, etc. refere-se as condições
das ATMs. Entretanto, registrar estas condições atra-
vés de exames de alto custo, desconfortáveis, invasi-
vos ou que empregam radiação, nem sempre são
bem aceitos por pacientes e profissionais.
Sem dúvida, o emprego de recursos como os Cri-
térios de Pesquisa e Diagnóstico para a identificação
clínica de patologias das ATMs são imperiosos. En-
tretanto, é cada vez mais comum a ocorrência de lití-
gios entre pacientes e profissionais que devem as-
sim proteger-se através de registros por imagens ou,
no caso das ATMs, pela gravação dos ruídos presen-
tes, mesmo sendo estes considerados sinais e não
sintomas de disfunção temporomandibular.
Segundo a literatura atual, cerca de 30 a 40% da
população adulta apresenta deslocamento de disco
com redução, assintomático. A ocorrência de sinto-
mas após a realização de tratamentos odontológi-
cos, mesmo sem relação de causa direta, pode levar
o paciente a correlacionar o surgimento destes sin-
tomas com o tratamento realizado. A demonstração
de que já havia algum distúrbio intra-articular pre-
viamente pode ser de grande valia.
A utilização da gravação de ruídos e registro gráfi-
co das condições das ATMs pela utilização de Dop-
pler ultrassonográfico vascular tem sido largamente
empregada, especialmente na América do Norte.
Assim, este trabalho pretende, através de uma
revisão da literatura acerca do tema, demonstrar a
eficácia deste recurso, tornando sua utilização cienti-
ficamente embasada.
REVISÃO DA LITERATURAEm uma comparação entre os resultados obtidos
pela sonografia por Doppler e imagens por resso-
nância magnética, identificando deslocamento de
disco, Puri ET al1 concluíram que a utilização do
Ilustração 1-Doppler vascular portátil,marca MedMega, modelo DV 610
www.apcdscs.com.br 11 Revista Espelho Clínico
Doppler é eficaz, especialmente em pacientes sinto-
máticos, com boa sensitividade. Bade, Jones e
Lovasko2 realizaram uma comparação entre emissão
nuclear por fótons, tomografia computadorizada e
Doppler, em pacientes que sofreram trauma. Gatti
Colangelo, Festa e Mandolesi3,4 realizaram dois es-
tudos, sendo o primeiro com uma Macaca Fascicu-
laris, da qual foi
mantida uma ATM
intacta e removi-
do o disco da
outra articulação,
comprovando ser
a sonografia um
bom registro dos
movimentos con-
dilares e do disco.
No segundo es-
tudo, afirmam
que para todas as
patologias dis-
funcionais o registro por Doppler é preciso. Mohl et
al.5 afirmam que, embora os sons identificáveis pelo
Doppler ou pela auscultação sejam semelhantes, o
primeiro permite o registro gráfico e de gravação.
Davidson6já em 1988 afirmava que a utilização do
Doppler é bastante vantajosa, por ser um exame não
invasivo, imediato, portátil e preciso. Estudando os
sons articulares, Motoyoshi et al. 7 afirmam que o
Doppler pode ser útil para o registro dos movimen-
tos do côndilo com precisão.
CONCLUSÃOCom base na literatura, a utilização do Doppler
vascular para o diagnóstico de distúrbios das ATMs
bem como seu registro por gravação de ruídos e
impressão gráfica é eficaz. Trata-se de um exame de
baixo custo, não invasivo e sem radiação, mas que
deve ser realizado por profissional treinado. Permite
um registro bastante aceitável das condições das
ATMs antes de tratamentos odontológicos irreversí-
veis.
Ressalte-se que, para o diagnóstico e tratamento
das DTMs o exame clínico é imperioso e que, se ne-
cessários, exames por imagem como tomografias e
ressonância magnética são os de escolha.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASß 1- Puri P, Kambylafkas P, Kyrkanides S, Tallents RH.
Comparison of Doppler sonography to magne-
tic imaging and clinical examination for disc dis-
placement. Angle Orthod.2006;76(5): 824-9.
ß 2 - Bade DM, Jones TD, Lovasko JH. Clinical compa-
rison of magnetic resonance imaging and nu-
clear emission in cervical-facial trauma patients.
J Indiana Dent Assoc. 1997;76(1): 39-40, 42-43.
ß 3 - Gatti Colangelo G, Festa F, Mandolesi S. Role of
Doppler velocimetry in diagnosis of TMJ
dysfunction.1. Experimentation on macaca fas-
cicularis. Mondo Ortod. 1990; 15(1):105-8.
ß 4 - Gatti Colangelo G, Festa F, Mandolesi S. Role of
Doppler velocimetry in diagnosis of TMJ
dysfunction.2. Clinical evaluation. Mondo Ortod.
1990;15(1): 109-13.
ß 5 - Mohl ND, Lund JP, Widmer CG, McCall WD.
Devices for the diagnosis and treatment of tem-
poromandibular disorders. Part II: electromyo-
graphy and sonography. J Prosthet Dent.
1990;63(3): 332-6.
ß 6 - Davidson SL. Doppler auscultation: an aid in
temporomandibular joint diagnosis. J Cranio-
mandib Disord. 1988; 2(3): 128-32.
ß 7 - Motoyoshi M, Hayashi A, Arimoto M, Ohnuma M,
Namura S. Studies of temporomandibular joint
sounds Part 3: the clinical usefulness of TMJ
Doppler.J Nihon Univ Sch Dent.1995;37(4):209-13.
ß 8 - Piper, MA – Piper’s Classification for TMD-
www.tmjsurgery.com
Ilustração 3- Registro gráfico dos ruídos da ATM utilizando-se o software EXP Studio/Audio TM.
Ilustração 2-Classificação Piper,MA para DTMs utilizando-se doppler
Revista Espelho Clínico 12 Novembro/Dezembro
CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM CIRURGIATRAUMATOLOGIA BUCO-MAXILO-FACIAIS
Coordenador: Prof. Caio Marco PereiraBerzaghiEquipe: Dr. Prisco de Bortholi Santos e Dr. Ruben Enrique RubiniakSeleção: IMEDIATO Duração: 24 mesesCarga Horária: 2.120 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico-laboratorial-Clínico com residência hospitalar no H.G. de Taipas.Valor: 24 x R$ 1.230,00APENAS 3 VAGAS REMANESCENTES.
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DENTÍSTICA
Coordenador: Prof. Dr. Alexandre Francisco CésarEquipe: Profa. Ms. Maria Lúcia Siqueira FrançaLeme e Prof. Ms. Denis de OliveiraInício: Abril de 2011Dia da Semana: Sextas e Sábados (quinzenal-mente)Horário: Das 8h às 18hDuração: 24 mesesCarga Horária: 828 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico – Laboratorial – ClínicoValor: 24 x R$ 600,00
ESPECIALIZAÇÃO EM ENDODONTIA
Coordenador: Prof. Dr. Igor ProkopowitschEquipe: Dr. Celso Ubirajara de Oliveira CarlosFilho,Dra. Andréa Kanako Yamazaki, Dra. BrigidaMônica Kleine.
Inicio: Abril de 2011Dia da Semana: Quinta Feira, Sexta Feira eSábadoHorário: Quinta Feira (8h às 18h) Sexta Feira(8h às 21h ) e de Sábado (8h ás 18h)Mensalmente Duração: 24 mesesCarga Horária: 1.254 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico- Clínico Valor: 24 x R$ 1.100,00
ESPECIALIZAÇÃO EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA E IMAGINOLOGIA
Coordenador: Prof. Dr. Antonio Francisco DavidEquipe: Profa Dra. Sandra Maria Nobre,Dr. Agostinho Francisco Simões Pedrosa,Dra. Claudia Cristina C. Bellini,Início: imediatoDias da Semana: terça-feira, quarta-feira,quinta-feira e sexta-feira (mensalmente).Duração: 24 meses Carga Horária: 722 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico- ClínicoValor: 24 x R$ 650,00
ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTAL
Professores da USPCoordenador: Dr. Gerson Arruda CorreaEquipe: Prof. Titular Carlos Gil, Prof. Dr. MarcioMukai, Prof. Dr. Cláudio A. Yamaguchi, Profa. Ms.Ana Patrícia Carneiro G. Bezerra, Profa. Ms.Prisicla Pitta Penna.Início: Abril de 2011Dia da semana: Terças-feiras das 8h às 12h edas 14h às 18he Sábados das 8h às 12h (quin-zenalmente)Duração: 24 mesesNatureza: Teórico-laboratorial-clínicoValor: 24 x R$ 850,00
EAP - Escola de Aperfei
www.apcdscs.com.br 13 Revista Espelho Clínico
www.radiograff.com.br Rua Pernambuco, 425 - cj 12 - Centro - São Caetano do Sul - SP
ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA
Coordenadora: Profa. Dra. Ana VitóriaImbronitoProfessores Assistentes: Profa. Dra. NíveaMaria de Freitas, Dr. Fabio S. Koguti, Profa. ThaisGonçalvesDia da Semana: Segundas-feirasInício: Abril de 2011Duração: 24 mesesHorário: das 8h às 18hNatureza do Curso: Teórico-laboratorial-ClínicoValor: 24 x R$ 750,00
ESPECIALIZAÇÃO EM ORTODONTIA
Coordenador: Prof. Dra. Priscila Domingues deAlmeida e equipeInício: 28 de Abril de 2011Dia da Semana: Quintas-feiras e sextas-feiras(quinzenalmente)Horário: das 8h às 12h e das 14h às 18hDuração: 36 mesesCarga Horária: 1.200 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico-laboratorial-Clínico.Valor: 36 x R$ 1.600,00
ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIACoordenador: Prof. Dr. Ruy Machado LimaJunior Especialista e Mestre em Prótese Dentalpela Universidade de São Paulo-USP. E EQUIPE.Início: Abril de 2011Dia da Semana: Segunda-feira, Terça-feira,Quarta-feira e Quinta-feira 1 vez por mês.Horário: das 8h às 12h e das 14h às 18h Duração: 24 mesesCarga Horária: 1.116 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico-Laboratorial eClínicoValor: 24 x R$ 1.000,00
ESPECIALIZAÇÃO EM DTM DOR OROFACIAL
Coordenador: Profº. João Paulo TanganelliEquipe: Profº. Dr. Antonio Francisco David, Dra.Gisele Valério Bianco Rego, Dr. Adilson GeraldoBergantin e Dr. Artur Adolfo Rosa dos Santos.Início: Abril de 2011Dia da Semana: Quintas-feiras e sextas-feiras-das 8h30 às 18h30. Sábados das 8h30 às 12h30(mensal)Duração: 24 mesesCarga Horária: 603 hsNatureza do Curso: Teórico-laboratorial-ClínicoValor: 24 x R$ 620,00
çoamento Profissional
Revista Espelho Clínico 14 Novembro/Dezembro
CURSOS DE ATUALIZAÇÃO EAPERFEIÇOAMENTO
APERFEIÇOAMENTO EM SAÚDE BUCAL NOPROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Coordenador: Anderson Gomes Mota.Equipe: Edna Alves, Kátia E. Andrade, RogérioEspínola e Daniela Trindade.Início: Abril de 2011Dia da semana: quartas-feiras Horário: 19h às 22hDuração: 10 mesesNatureza do Curso: TeóricoValor: 10 x R$ 230,00
CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA
Coordenadores: Prof. Ms. Ruy Machado Lima Jre EquipeInício: CONTINUODia da Semana: Segundas-feiras (quinzenal-mente)Horário: das 8h às 18hDuração: 5 mesesCarga Horária: 80 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico-laboratorial-clínicoValor: 5 x R$ 350,00Os motores, kits cirúrgicos e protéticos serão
fornecidos pelo curso, os alunos deverão adqui-rir apenas contra ângulo redutor, materiais einstrumentais usados nas cirurgias e prótese.
PRÓTESE SOBRE IMPLANTE
Coordenador: Prof. Ruy Machado Lima Jr eequipeInício: Abril de 2011Dia da Semana : terça -feiras (quinzenalmente)Horário: das 9h às 13hDuração: 5 meses Carga Horária: 64 horas / alunoNatureza: Teórico – Clínico – LaboratorialValor: 5 x R$ 350,00
CURSO DE APERFEIÇOAMENTO EM IMPLANTODONTIA – MÓDULO PROTÉTICO E CIRÚRGICO
Coordenador: Dr. Cristiano Schroeder Equipe: Dr. Carlos Barros e Dr. Renato Tioso Início: Março de 2011Dia da Semana: quinta-feira - semanalHorário: das 19h as 22hDuração: 12 meses - Vagas: 24Natureza do Curso: Prático – Teórico -Laboratorial para profissionais que necessitemde soluções para reabilitar seus pacientes deforma rápida e eficaz.Valor: 12 x R$ 300,00Apenas mais 6 vagas.
EAP - Escola de Aperfei
www.apcdscs.com.br 15 Revista Espelho Clínico
AUXILIAR EM SAÚDE BUCAL COM CRO
Coordenador: Dr Julio Augusto Ruegger Início: Março de 2011 Dias da Semana: Quintas-feiras das 9h às 13h e Quintas-feiras das 19h às 22hCarga horária: 314 horas/ aluno Natureza: Teórico – Prático Valor: 7 x R$ 200,00
CIRURGIA AMBULATORIAL
Coordenador: Dr. Otavio Luiz FerrazINÍCIO: CONTÍNUORealização: Terças-feirasHorário: das 19h às 22hDuração: 12 mesesCarga Horária: 100 horas/alunoNatureza do Curso: Teórico-ClínicoValor: 12 x R$ 300,00
ENDODONTIA PASSO A PASSO
Coordenador: Prof. Igor ProkopowitschEquipe: Dra. Andréa Kanako Yamazaki, Dr. CelsoUbirajara de Oliveira Carlos Filho, Dr. RicardoCabrales, Dra. Brígida Monica Kleine, , Dr.Thomas de Albuquerque DamianiInício: CONTÍNUODia da Semana: Sextas–feirasHorário: das 8h30 às 12h30Duração: 10 meses - Carga Horária: 140Horas/ AlunoNatureza: Teórico, Clinico e LaboratorialValor: 10 x R$ 300,00
çoamento Profissional
Consultem outras formas de pagamento:
tel. 4232.8333
www.apcdscs.com.br 17 Revista Espelho Clínico
Revista Espelho Clínico 18 Novembro/Dezembro
Normas de publicaçãoNormas de publicação
www.apcdscs.com.br 19 Revista Espelho Clínico
CIRURGIA
Dr. Paulo Sérgio PerucciCRO 33.369
Professor Assistente doCurso de Cirurgia da APCD -
SCSRua Martim Francisco, 315- Bairro Santa Paula - S. C.do Sul - Fone: 4224.2903
Dr. Adriano LucatoCRO 44.753
*Cirurgião Buco-Maxilo-Facial*Implante Dentário*Enxertos Ósseos
*Distração Osteogênica*Cirurgia Ortognática
*Fazemos sedação comÓxido Nitroso
Rua Manoel Coelho, 437 -Sl 03 - Centro - S. C. do Sul
- Fone: 4228.2087
ENDODONTIA
Dr. Massaru KoharaCRO 20.789
Rua Amazonas, 746 - BairroSanto Antonio - S. C do Sul
- 4224.5989
ODONTOPEDIATRIA
Dra. Siomara Greco LauroCRO 37.016
OdontopediatriaOdontologia para bebês
OrtodontiaR. Joaquim Nabuco, 316 -Sl. 23 - B. Sto Antonio - S.C. do Sul - Tel: 4224.6132
/ 4221.9710
PERIODONTIA
Dr. Maurício J. de CarvalhoCRO 20.144
Rua Manoel Coelho, 500 -8º and. - Sl 805 - Centro -
S. C. do Sul - Fone:4229.7041
Dra. Ana Vitoria ImbronitoCRO 47.578
Mestre e Doutora emPeriodontia pela USPRua Rafael Correia
Sampaio, 1463 - Centro -S. C. do Sul - Fone:
4224.4693
Dr. Wilson FacureCRO 14.522
Anestesista do HCTambém fazemos atendi-
mento com anestesia geralRua Manoel Coelho, 362 -
Centro - S. C. do Sul - Fone:4221.5550
SANTO ANDRÉ
DTM E DOR OROFACIAL
Dr. Fernando FalchiCRO 49.868
Especialista e Professor emDTM e Dor Orofacial
Membro do grupo de DorFacial da Santa Helena
Assistência MédicaRua Caminho do Pilar, 606- Bairro Boa Vista - SantoAndré - Fone: 4990.2598
IMPLANTES
Dr. Cristiano SchroederCRO 58.107
Exclusivamente ImplantesAvenida Dom Pedro II, nº1709 - Campestre - SantoAndré - Fone: 4991.8721
Indicador Profissional
Visão antiga da entrada de SãoCaetano do Sul)
Vista panorâmica do Centro deSanto André
SÃO CAETANO DO SUL
ORTODONTIA
Dr. Elysio P. Amaral NetoCRO 13.800
Rua Amazonas, 521 -Conj.84 - Centro - S. C. do
Sul - Fone: 4228.3842
Dr. Nelson SagaraCRO 26.477
Av. Senador RobertoSimonsen, 717 - Centro -
S. C. do Sul - Fone:4229.0800
Dra. Mara Cristina P.Santos
CRO 22.333Mestra em Ortodontia
*Ortodontia Exclusivamente*Atendemos ConvênioRua Amazonas, 2120 -Centro - S. C. do Sul -Fones: 4232.5779 /
4232.5739
SEMIOLOGIA
Dra. Andréa R. DavanzoCRO 49.032
Diagnóstico bucalAtendimento
a pacientes especiaisRua Rio de Janeiro, 516 -Bairro Santa Paula - S. C.do Sul - Fone: 4229.5804
Visão do Museu do Ipiranga.Ponto turístico de São Paulo
SÃO PAULO
ORTODONTIA
Dra. Sandra TibérioCROSP 22.543
Professora de OrtodontiaRua Sabaúna, 143 -Pompéia - SP - Fone:
3865.0892
SÃO BERNARDO DO CAMPO
ORTODONTIA
Profa. Dra. Sandra Maria Nobre
Especialista Mestre emOrtodontia e Doutora emRadiologia Odontológica
Av. Dr. Rudge Ramos, 637 -Rudge Ramos - S. Bernardodo Campo - Fone: 4368.8288
Casa de Pedra – Ponto Turísti-co de São Bernardo do Campo
IMPRESSO
APCD São Caetano do Sul: Av: Tietê, 281 - Bairro Nova Gerte - CEP 09572-400