1ª edição, São Paulo, Brasil, 2013Concepção e textoDoris Bicudo
Fotogra as deAndré SchiliróDaniel AratangyDebby GramFelipe MoroziniGuilherme LicurgoHanna VadazsIsabel GarciaMariana MaltoniMauricio NahasPaulo BegaThomas BaccaroVania Toledo
Umolhar
sobreelas
3
Carta do Patrocinador
Um Olhar sobre Elas funde imagens e textos que retratam o
universo feminino e expressam a visão única de cada artista
sobre as mulheres de nosso tempo. Foi também compreen-
dendo o que as mulheres pensam e buscam que a Renner cres-
ceu e tornou-se a segunda maior varejista de moda no Brasil em
faturamento, com uma trajetória de pioneirismo e expansão.
Por isso é muito gratificante para a Renner apoiar iniciativas
como esta, que reúne a discussão visual de 12 renomados fotó-
grafos com o talento e a criatividade de Doris Bicudo para tradu-
zir as diferentes mulheres que completam a alma feminina.
A visão contemporânea sobre as diferentes personalidades e
estados de espírito que permeiam o gênero feminino traduzem
o que a Renner acredita: cada mulher tem um universo particu-
lar de emoções e elas se expressam por meio de suas atitudes,
comportamento, hábitos e interesses. E foi por reconhecer essas
diferenças que, em 2002, a empresa passou a desenvolver suas
coleções a partir do conceito de Estilos de Vida.
Cumplicidade. É dessa forma que nos relacionamos com as
nossas clientes.
Uma ótima leitura!
Luciane Franciscone
Gerente Geral de Marketing Corporativo
M u l h e r l u x o 5 4 A n d r é S c h i l i r ó
Coberta de bens materiais? Isso é passado. Já tenho todos os
ícones de consumo. E, sinceramente, nem recordo onde
eles estão. O luxo para mim é outro. Uma casinha simples
em algum lugar do planeta, com o staff do Plaza Athénée ao
meu dispor? Nada mal, mas ainda não é por aí. Receber flores
e joias de um admirador secreto? Credo, que cafonice. Então
vamos pensar juntos: o mundo anda mais acelerado. Sim. E
por estas e outras ter um tempo livre é um luxo para poucos.
Certo? Errado. Cada minuto da minha vida é luxuoso e coberto
de pompas. Acho que, agora, pensando juntos, chegamos a um
lugar-comum. O verdadeiro luxo é dividir ideias, dúvidas e
agregar um pouco de tudo. Até certas manias. Se blindar e ir à
luta. A vida passa em um instante para aqueles que não sabem
aproveitar. Ócio é um luxo, correr atrás também pode ser. Luxo
é plantar e ver crescer. Ok, ainda não chegamos lá. A pergunta
não teve resposta. Vocês querem saber a definição exata de
uma mulher luxuosa. Acho mesmo que nós, mulheres, somos
mais bem retratadas por palavras concisas e imagens.
Mulher luxoAndré Schiliró
M u l h e r l u x o 7 6 A n d r é S c h i l i r ó
M u l h e r l u x o 9 8 A n d r é S c h i l i r ó
M u l h e r l u x o 1 1 1 0 A n d r é S c h i l i r ó
M u l h e r s o l i d ã o 1 3 1 2 T h o m a s B a c c a r o
A imagem do estar só é sempre muito forte. Sentir-se só
não é necessariamente estar abandonada. O abandono
dói. A solidão, muitas vezes, é reconfortante. Numa
metrópole em que olhar nos olhos do outro é proibido –
quase uma heresia – estar só, garanto, torna-se sinônimo de
abandono. O frio castiga, a idade pesa. Os preconceitos esta-
belecidos precisam ser rompidos. E nós, onde ficamos diante
de todos esses fatores? Estáticas, perplexas. Ou não. Apenas
na posição de observadoras da vida. E, por falar em espreitar
o próximo, reza a lenda que invadir a privacidade do outro
é pecado. Sim, e de longa data. Estava escrito no Talmude. E
quando o assunto passa pela alma, então a discussão é pesada.
Se meu corpo masculino abriga uma alma feminina, estamos
mais confortadas já que o caminho é de mão dupla? Na lógica,
a afirmativa poderia ser verdadeira. Mas, no dia a dia, a coisa é
bem diferente. Nossas duas almas, tão frágeis, precisam, sim,
de um acolhimento. A solidão passa a ser um abandono. E o
isolamento do estar só pode até machucar. Lá no fundo. No
ponto em que custa a cicatrizar a ferida. Mas sempre há um
remédio para as dores. Será mesmo?
Mulher solidãoThomas Baccaro
M u l h e r s o l i d ã o 1 5 1 4 T h o m a s B a c c a r o
M u l h e r s o l i d ã o 1 7 1 6 T h o m a s B a c c a r o
M u l h e r s o l i d ã o 1 9 1 8 T h o m a s B a c c a r o
M u l h e r s o l i d ã o 2 1 2 0 T h o m a s B a c c a r o
M u l h e r s o l i d ã o 2 3 2 2 T h o m a s B a c c a r o
M u l h e r m o v i m e n t o 2 5 2 4 G u i l h e r m e L i c u r g o
Posso me definir sensível como a sutileza de um piscar
de olhos. Ou, quem sabe, com a rapidez do coelho da
Alice. De um momento para o outro tudo pode mudar.
E muda mesmo. O que é bom pode se transformar em ruim, ou
vice-versa. Por outro lado, tem gente que espera por uma vida
inteira para que algo se movimente. A eles falta o primeiro
passo, o segundo, o terceiro. Uma coisa é certa: não dá para
ficar parado. Na incerteza, dê uma piscada. Dependendo do
momento, pode ser o pulo do gato. A grande reviravolta. Um
estalar de dedos pode ser mais eficaz do que uma corrida exaus-
tiva. E por falar em pressa, ela não é sinônimo de movimento,
tenha certeza. Do mesmo modo daqueles que ficam estáticos,
existe aqueles que correm sem sair do lugar. Pronto, lá vem o
tal do bom senso falando mais alto. Fazer o quê? A Terra gira
em torno do Sol. A Lua em torno da Terra, o cachorro corre
atrás do seu próprio rabo. E você, está procurando o quê? Não
sabe? Nem eu. Quem encontrar primeiro a resposta avisa, ok?
Mulher movimentoGuilherme Licurgo
M u l h e r m o v i m e n t o 2 7 2 6 G u i l h e r m e L i c u r g o
M u l h e r m o v i m e n t o 2 9 2 8 G u i l h e r m e L i c u r g o
M u l h e r m o v i m e n t o 3 1 3 0 G u i l h e r m e L i c u r g o
M u l h e r m o v i m e n t o 3 3 3 2 G u i l h e r m e L i c u r g o
M u l h e r e t n i a 3 5 3 4 M a u r i c i o N a h a s
Pode ter certeza que não me enquadro em grupos mino-
ritários. Se pareço um tipo estranho, meio fora dos
padrões, da minha parte digo-lhe o mesmo. Não me inte-
ressa quem você é, porque, afinal, ainda nem descobri quem
sou e o que busco neste planeta tão grande e completamente
esquisito. Estou inserida no meu espaço, que, para mim, parece
enorme. Já no seu quadrado, pareço uma estranha. E devo ser
mesmo. Mais uma vez a recíproca é verdadeira. Uma pena,
não? No lugar de tentar descobrir as nossas diferenças, pode-
ríamos estar caminhando juntos. Trocando experiências, vida.
Mas as regras são rígidas – assim como os sentimentos que
nutrimos um pelo outro – e quem somos nós para mudá-las?
Vez ou outra, alguém tenta transgredir, mas nem sempre se dá
bem. Será que somos movidos a medo? Pode ser, fomos ensi-
nados assim. Nunca solte o freio de mão e não confie no sinal
verde: ele pode mudar de cor a qualquer momento. Na dúvida,
é melhor ficar como está. E assim continuamos por mais algu-
mas vidas. Você lá e eu cá. Por aqui, seja muito bem-vindo.
Entre e sinta-se à vontade.
Mulher etniaMauricio Nahas
M u l h e r e t n i a 3 7 3 6 M a u r i c i o N a h a s
M u l h e r e t n i a 3 9 3 8 M a u r i c i o N a h a s
M u l h e r e t n i a 4 1 4 0 M a u r i c i o N a h a s M u l h e r e t n i a 4 1
M u l h e r e t n i a 4 3 4 2 M a u r i c i o N a h a s
M u l h e r e t n i a 4 5 4 4 M a u r i c i o N a h a s
M u l h e r v o y e u r 4 7 4 6 I s a b e l G a r c i a
Ei, você que está parado de olho na gente. Está gostando
do espetáculo? Imagino que sim. Fique à vontade e tenha
certeza que seu prazer é o nosso prazer. Gostou da produ-
ção? E da atitude? Incrível, não? Daqui, do outro lado do buraco
da fechadura, a coisa não está nada fácil. Haja imaginação
para tanto. Vou confessar uma coisa: às vezes tenho vontade
de saber para quem me empenho tanto em fazer o espetáculo
acontecer. Pensando bem, acho melhor deixar como está. Sei
lá, somos meio seletivas. Dá de... Vai saber. Se já me apaixonei?
Sim, esse é meu estado comum. Por quem? Por mim, é claro.
Nem sei quem está do outro lado e nem quero ninguém ao meu
lado. Mesmo com essas afirmativas sei que você continua por
aí. De olho em mim. Ótimo, é disso que me alimento. Da sua
gula. Logo mais, o show vai terminar e tudo vai voltar a ser
como antes. Você de um lado, eu do outro. Poderemos até nos
esbarrar um dia, mas sei que não vamos nos encarar. Não vai
ter a menor graça. Afinal, nossa relação só vinga por ser assim,
às avessas. Não conheço o outro lado, mas há quem diga que
tem modo melhor de se relacionar. Eu duvido.
Mulher voyeurIsabel Garcia
4 8 I s a b e l G a r c i a M u l h e r v o y e u r 4 9
M u l h e r v o y e u r 5 1 5 0 I s a b e l G a r c i a
M u l h e r v o y e u r 5 3 5 2 I s a b e l G a r c i a
5 4 I s a b e l G a r c i a M u l h e r v o y e u r 5 5
M u l h e r f r a g m e n t o 5 7 5 6 M a r i a n a M a l t o n i
A metade de mim sou eu mesma. Mas o inteiro não
garanto: muitas vezes ele está em cacos, que precisam ser
colados. Um a um. Com muito cuidado. Ser pela metade
parece – e é – mais simples. O lado oculto fica mais protegido
das interferências externas. O inteiro significa o verdadeiro
soco no estômago, a angústia do se expor. A vontade de agra-
dar, se desagradando. Tem gente que já nasce pela metade. Isso
não é bom e pode ser considerado como defeito de fabricação.
O bom é achar o centro e se dividir ao meio ao longo da vida.
De forma milimétrica. E ter a noção de expor a metade certa,
na hora certa. Difícil para alguns e tão simples para nós que
temos esse poder. Quer saber quem somos? Junte os pedaços e
monte o quebra-cabeça. Se conseguir... bingo! Está aceito nesse
seleto grupo de pessoas tão especiais, do qual, modestamente,
faço parte. Tão fragmentada e dividida para alguns. E completa
para poucos. Agora, se ficar juntando os seus próprios caqui-
nhos, tenha certeza que fica mais difícil se tornar inteiro. E
mais ainda de encontrar a sua metade. Aquela que só pertence
a cada um de nós. Captou?
Mulher fragmentoMariana Maltoni
M u l h e r f r a g m e n t o 5 9 5 8 M a r i a n a M a l t o n i
M u l h e r f r a g m e n t o 6 1 6 0 M a r i a n a M a l t o n i
M u l h e r f r a g m e n t o 6 3 6 2 M a r i a n a M a l t o n i
M u l h e r f r a g m e n t o 6 5 6 4 M a r i a n a M a l t o n i
M u l h e r f r a g m e n t o 6 7 6 6 M a r i a n a M a l t o n i
M u l h e r s e d u ç ã o 6 9 6 8 D e b b y G r a m
Vou confessar uma coisa, tenho o dom de hipnotizar as
pessoas, sem grandes artifícios. Basta um olhar para trans-
formar qualquer um – incluindo você – numa serpente
amestrada. Esse é o meu poder. Calmo, silencioso. Mas extrema-
mente eficaz. E olha que não estou falando apenas da sedução
entre quatro paredes. Essa tiro de letra. Vou além, consigo arran-
car o segredo mais bem guardado, convencer os incrédulos,
chefes de Estados e por aí vai. Mas, quer saber mesmo? Sou do
bem. Vejo cada coisa que acontece na minha tribo que nem sei...
Além de encantar, tenho o dom de ser encantada. Se sou mate-
rialista? Na medida, como qualquer mulher. Para mim, é real-
mente estranha essa associação entre seduzir para conseguir
status. No meu caso, faço uso mais amplo dos meus poderes.
Mas, como toda estrategista, não divulgo as minhas técnicas.
Não queira trocar de lado comigo que me transformo na ninja,
naquela que dá o bote. Acho que está claro quem é que define
as regras da sedução. Ou, mesmo assim, ainda quer encarar?
Mulher seduçãoDebby Gram
M u l h e r s e d u ç ã o 7 1 7 0 D e b b y G r a m
M u l h e r s e d u ç ã o 7 3 7 2 D e b b y G r a m
7 4 D e b b y G r a m M u l h e r s e d u ç ã o 7 5
M u l h e r s e d u ç ã o 7 7 7 6 D e b b y G r a m
7 8 F e l i p e M o r o z i n i
Quando pensamos em uma mulher selvagem, logo vem
a imagem de uma linda espécie correndo pelos campos.
Na verdade, é um pouco isso mesmo. Acho que tudo
começou na vastidão de um campo com uma de nós, de pele
bronzeada, usando um vestido à la Veruska, galopando feito
um puro-sangue. Quem quiser nos acompanhar tem de ter
fôlego. Mascaradas, nós? Sim, e daí? Delícia é escolher a fera
que queremos ser no momento que preferimos. E valem as
máscaras de todos os bichos e tipos. Tentando filosofar um
pouco, imagine se colocar atrás de um espelho para que esse
reflita a imagem de quem olha para você? Belo exercício para
derrubar as máscaras, não é mesmo? Os filmes nos retratam
como mulheres impossíveis, desejadas por todos. Na vida real
a coisa muda. Somos desejadas por todos, mas mais flexíveis. E
só pensamos em correr pelos verdes campos na hora em que
estamos caindo fora. E que ninguém tente nos alcançar. Nesse
momento nos tornamos feras. Como todo animal não domes-
ticado, temos horror a jaulas. Por isso, nem tente nos prender.
Nosso uso inadequado pode causar graves efeitos colaterais.
E garanto a vocês: não adianta consultar os médicos. Nem
mesmo os oráculos.
Mulher selvagemFelipe Morozini
M u l h e r S e l v a g e m 7 9
8 0 F e l i p e M o r o z i n i M u l h e r S e l v a g e m 8 1
8 2 F e l i p e M o r o z i n i
M u l h e r S e l v a g e m 8 5 8 4 F e l i p e M o r o z i n i
M u l h e r S e l v a g e m 8 7 8 6 F e l i p e M o r o z i n i
M u l h e r e x p l o s ã o 8 9 8 8 D a n i e l A r a t a n g y
De repente a coisa vai indo, vai indo até não termos
mais o controle da situação. A que poderíamos atribuir
esse furor que vem de dentro e que mexe tanto assim
com o outro lado? Quem sabe, a um excesso de hormônios
em ebulição, às ondas supersônicas que causam as explosões.
Pode ser. Podemos explodir de várias maneiras. Desde as mais
banais – para alguns, é claro – como subir numa balança, uma
birra infantil. Também engana-se quem pensa que usamos da
nossa sensualidade para chegar a todos os pontos. Coisa antiga,
démodé, que não combina com a gente, nós – as mulheres do
século 21. Ok, chegamos ao ponto. Somos, sim, mulheres capa-
zes de explodir a qualquer momento, mas de liberdade, alegria,
inteligência. O pavio é curto, que bom. O tempo também é. E
não estamos aqui a passeio. Em contrapartida, também gosta-
mos de tudo na medida certa. Dos pontos nos “is”. Preparamos
o terreno para dar o bote na hora exata. Estamos sempre de
olho na presa. Deve ser por isso que somos tão temidas. O que
para muitos pode parecer um desvio de conduta, para nós é
um predicado. Nossa arma, nosso escudo. E nesse lugar seguro,
onde estamos protegidas, garanto que sempre cabe mais um.
Mulher explosãoDaniel Aratangy
M u l h e r e x p l o s ã o 9 1 9 0 D a n i e l A r a t a n g y
9 2 D a n i e l A r a t a n g y M u l h e r e x p l o s ã o 9 3
M u l h e r e x p l o s ã o 9 5 9 4 D a n i e l A r a t a n g y
M u l h e r e x p l o s ã o 9 7 9 6 D a n i e l A r a t a n g y
M u l h e r m i s t é r i o 9 9 9 8 H a n n a Va d a s z
Então fica combinado assim: as coisas vão rolar daquela
forma mesmo. Sem plano b, c ou d. Não se fala nada, os
envolvidos – no caso, nós dois – devem estar no lugar e
hora marcados. Depois da pequena cerimônia, damos início
aos trabalhos. A pauta do dia será definida de acordo com
as regras estabelecidas e que nunca foram cumpridas. Sem
suspense, mas mantemos a fantasia. Não olhe para o lado e
não faça gestos bruscos. Eles podem atrapalhar a concentra-
ção. Tudo deve caminhar de forma normal, dentro do possível.
Note, a câmera vai estar montada bem a sua frente. E esse é o
único diálogo permitido durante a sessão. Quando tudo acabar,
de forma discreta, saia pela porta da frente e não olhe para os
lados. Não se preocupe, estarei atrás de você. Como sempre,
te protegendo. Continue calado até receber novas instruções.
Qualquer gesto pode reverter contra nós. Todo o cuidado é
pouco. Se as palavras têm poder, nosso silêncio tem a sabedo-
ria. Qual seria o grande mistério de tudo isso? Ninguém sabe
responder. Muito menos você e eu. Não é mesmo?
Mulher mistérioHanna Vadasz
M u l h e r m i s t é r i o 1 0 1 1 0 0 H a n n a Va d a s z
M u l h e r m i s t é r i o 1 0 3 1 0 2 H a n n a Va d a s z
M u l h e r m i s t é r i o 1 0 5 1 0 4 H a n n a Va d a s z
M u l h e r f e t i c h e 1 0 7 1 0 6 Pa u l o B e g a
Não é nada fácil usar de nosso poder de sedução de
maneira mágica. Mas, quando conseguimos, posso
garantir que o sabor da vitória é outro. Mais saboroso.
Olha, não estou falando da conquista que chega por meio dos
nossos atributos femininos para alcançar o sexo oposto – ou
não, para ser politicamente engajada. Falo de outra sedução.
Aquela menos visceral. Sem conotação sadomasoquista. Nada
contra, mas seduzir com nossas ideias e ideais é mais contem-
porâneo. O chicotinho é a nossa bagagem de vida. A máscara
deixamos em casa. E a cinta-liga. Bem, essa pode ser colocada
no lugar certo. Na hora certa. Afinal, a função da mulher é ser
feminina. E a da mulher fetiche é criar o clima. Por falar em
clima, essa é outra batalha. Imagine você com seu look terni-
nho preto, numa sala de luz fria, sentada em uma cadeira de
rodinhas – com aquele pano horrível – à frente de seu inter-
locutor. Tudo ficaria bem mais fácil com a cruzada de pernas
de Sharon Stone. Mas nem sempre – ou quase nunca – isso é
possível. Ainda mais se não temos os atributos necessários.
Cada uma tem seu objeto de desejo, assim como cada uma de
nós deve saber manejar seu chicotinho.
Mulher fetichePaulo Bega
M u l h e r f e t i c h e 1 0 9 1 0 8 Pa u l o B e g a
M u l h e r f e t i c h e 1 1 1 1 1 0 Pa u l o B e g a
M u l h e r f e t i c h e 1 1 3 1 1 2 Pa u l o B e g a
M u l h e r e s p e t á c u l o 1 1 5 1 1 4 Va n i a To l e d o
Mulher espetáculoLuz, câmera, ação! O que eu quero mesmo é entrar em
cena. Fugir do lugar-comum. Pode ligar os flashes que
eu encaro, assim como encaro uma plateia lotada, um
palco só para mim, uma passarela. O que vale é o personagem,
o momento. Depois disso, apertem os cintos que estou caindo
fora. E não adianta me seguir. A hora agora é de reflexão. De
criar um novo personagem, uma nova história. De me escon-
der atrás da cortina. E só me abrir para quem interessa. Poucos,
muito poucos. O mundo pode parecer enorme para alguns,
mas para quem está em cena ele gira em torno de nós, mulhe-
res que fazem a diferença. Que alimentam a roda dos sonhos.
Que criam suas histórias dentro do faz de conta. Alimentamos
vocês de ilusões, de sonhos bem sonhados. Em contrapartida,
um simples balançar de cabeça de sua parte, ou mesmo uma
piscada, pode nos abastecer de uma forma absurda. E, se vem
com aplauso, então meu mundo fica mais divertido e cor-de-
-rosa – quem sabe seja essa a cor da alma feminina. Afinal,
alegrias e tristezas nos levam para o mesmo lugar, para dentro
da gente. Quem quiser me acompanhar que venha. Tenho
certeza que vai se divertir muito e se conhecer melhor. Topa?
Vania Toledo
1 1 6 Va n i a To l e d o M u l h e r e s p e t á c u l o 1 1 7
1 1 8 Va n i a To l e d o M u l h e r e s p e t á c u l o 1 1 9
M u l h e r e s p e t á c u l o 1 2 1 1 2 0 Va n i a To l e d o
1 2 2 Va n i a To l e d o M u l h e r e s p e t á c u l o 1 2 3
M u l h e r e s p e t á c u l o 1 2 5 1 2 4 Va n i a To l e d o
1 2 7 1 2 6
André SchiliróInteressou-se pela fotografia durante uma aula de desenho e é hoje
um dos nomes mais requisitados por atrizes e modelos, entre elas a
top Gisele Bündchen. Premiado como melhor fotógrafo de moda pela
Abit, assina capas e editoriais para as maiores revistas do mercado.
Pág. 7 Juliana Imai, novembro 2011
Vestido Roberto Cavalli, scarpin Louboutin
Pág. 8 Juliana Imai, novembro 2011
Hot paint Água de Coco e sutiã do acervo
Pág. 9 Juliana Imai, novembro 2011
Jean Paul Goutier, braceletes Lázara Designer,
scarpin Louboutin
Pág. 10 Paula Zago, fevereiro 2013
Maiô Adriana Degreas e botas Tufi Duek
Pág. 11 Paula Zago, fevereiro 2013
Saia Vitorino campos
Pág. 12 Annelise Schoemberger, setembro 2012
Casaco Fendi, sandálias Roberto Cavalli,
sutiã e calcinha Wolford
Thomas BaccaroFilho de artista plástica e marchand, cresceu entre quadros, gravuras, fotos,
livros, galerias, museus e artistas. Trabalhou em vários estúdios, sendo
assistente de importantes fotógrafos no Brasil, como Mario Cravo Neto,
Claudio Edinger e Thomas Susemihl e para as melhores agências de publi-
cidade. Acumula mais de 20 exibições em seu histórico profissional.
Pág. 15
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Fotografias realizadas nas ruas da cidade de Nova York, entre os anos 2010
e 2011, captadas por câmera antiga (1960 ) Rolleiflex formato 6x6, filme
KODAK 120mm
Índice Guilherme LicurgoMesmo fazendo produção para teatro e formado em direito, foi quando
conheceu Terry Richardson que descobriu sua paixão pela fotografia. Daí
foi um pulo para dividir o set com Steve Klein, fotografar os bailarinos de
Martha Graham e as imagens para um livro de uma marca italiana.
Pág. 27 Black Swan, 2010
Paola Orleans
Make, Henrique Martins
Styling Higor Vaz
Pág. 28 L F Monteiro, 2010
Pág. 29 Desert Flower, 2011 Blakeley McGuire
Lago di Como
Pág. 30 Brenda, 2011
Pág. 31 Flash Savage, 2009
Pág. 32 Flash Savage, 2009
Pág. 33 Samira Carvalho, 2009
Pág. 34 Celina, 2009
Pág. 35 Karol Buss, 2009
Mauricio NahasComeçou a fotografar depois de três anos na Faculdade de Medicina. Com
trabalhos de nu artístico, moda e publicidade é singular a forma que mani-
pula a luz, com sombras marcantes e contrastes bem definidos. Ganhou
dois Leões de Prata e um de Bronze em Cannes e o prêmio principal no
“Conrado Wessel” de fotografia.
Pág. 37 Cuba
Pág. 38 Cuba
Pág. 39 China
Pág. 40 China
Pág. 41 China
Pág. 42 China
Pág. 43 China
Pág. 44 Rússia
Pág. 45 China
Pág. 46 China
Pág. 47 China
1 2 8 1 2 9
Isabel GarciaCarioca formada em cinema trabalhou como fotojornalista para a Bloch
Editores e com estúdio próprio publicou em revistas de moda e fotografou
para campanhas publicitárias no Brasil, na França e em NY. Com Menção
Honrosa no Nikon Photo Contest e Premio Abril de Jornalismo em Foto
Externa, atualmente trabalha em São Paulo.
Pág. 49 No sofa da Dolce Vita uma siberiana
e uma brasileira
NY / NY
Pág. 50 Pela janela uma haitiana
NY / NY.
Pág. 51 Pela janela uma haitiana
NY / NY
Pág. 52 Afternoon in Staten Island with a
British girl
NY / NY.
Pág. 54 Only on Tuesday’s -Hotel Seventeen
and a Dutch girl
NY / NY
Pág. 55 Only on Tuesday’s - Hotel Seventeen
and a Dutch girl
NY / NY
Pág. 56 A brasileira Dercy Gonçalves no apogeu dos
seus 100 anos
Rio de Janeiro.
Pág. 57 A brasileira Dercy Gonçalves no apogeu dos
seus 100 anos
Rio de Janeiro.
Mariana MaltoniNascida no Rio, foi apresentada à moda por Lilian Pacce. Trabalhou em
vários projetos e bastante para a RG Vogue. Com suas lentes e visão única,
apaixonada por tudo e por nada, sua especialidade é testar novas luzes.
Seus hobbies são: garimpar bandas novas, colecionar postais de amigos e
os desenhos de seu afilhado.
Pág. 59 O que o tempo me trouxe
Pág. 60 O que o tempo me trouxe
Pág. 62 O que o tempo me trouxe
Pág. 64 O que o tempo me trouxe
Pág. 66 O que o tempo me trouxe
Pág. 68 O que o tempo me trouxe
Pág. 69 O que o tempo me trouxe
Debby GramFoi com Giovanni Frasson que aprendeu a olhar a moda de uma maneira
mais apurada, fotografando as roupas e valorizando mais a fotografia de
moda e o próprio conceito. Na verdade os trabalhos a escolhem pelo seu
estilo, pelo seu olhar e pelo modo de trabalho.
Pág. 71 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella.
Pág. 72 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella.
Pág. 73 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella.
Pág. 74 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella.
Pág. 75 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella
Pág. 76 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella.
Pág. 77 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella.
Pág. 78 Vanessa Rozan, 2012
Beauty, Vito Mariella.
Pág. 79 Gilda Midani, 2012
Felipe MoroziniBacharel de direito e invasor, admite a parceria com o acaso na construção
de suas fotografias. Trabalha como artista e espectador de sua obra. Clica
intencionalmente e depois amplia o que não foi intencional. Talvez seja
essa a fórmula da beleza convulsiva de suas fotografias.
Pág. 81 Ana Vaz, 2007
Pág. 82 Marcella Boneder, 2007
Pág. 83 Lara Gerin, 2008
Pág. 84 Camila Soares, 2011
Pág. 85 Camila Soares, 2011
Pág. 86 Paloma de Sá, 2009
Pág. 87 Raquil Lange, 2004
Pág. 88 Marina Moraes, 2010
1 3 1 1 3 0
Daniel AratangyÉ o caso clássico do hobby que vira profissão. Fez um curso de fotogra-
fia aos 10 anos e começou a gostar de clicar pessoas. Com as mulheres,
gosta de inventar situações, poses e personagens bem diferentes, mas
com muita sensibilidade.
Pág. 91 Lavínia Vlasak, 08/04/2011
Edição de moda, Denise Dahdah. Styling, Letí-
cia Toniazzo. Beleza, Rita Sousa.
Pág. 92 Pitty, 23/06/2010
Styling: Manu Carvalho - Beleza: Eliezer
Lopes
Pág. 93 Harley Vieira-Newton, 17/07/2009
Styling, Laura Ancona Lopez.
Maquiagem, Nico Guilis. Cabelo, Rutger.
Pág. 94 Deborah Secco, 15/01/2011
styling: Manuela Fiães - beleza: Marcos Proen-
ça
Pág. 95 Yasmin Brunet, 15/09/2010
styling: Rodrigo Polack - beleza: Fernando
Torquatto
Pág. 96 Diana Balsini, 26/04/2011
Styling, Cynthia Silva. Beleza, Junior Mendes
Pág. 97 Mariana Lima, 22/02/2010
Styling, Manuela Fiães. Beleza, Carlos
Cesário
Pág. 98 Andy Nakamura, 22/12/2011
Styling, Camila Nuñez. Beleza,
Vanessa
Hanna VadazsPaulistana, estudou no Colégio Dante Alighieri e é freelancer fotogra-
fando moda, estrelas das artes plásticas e da TV, cenas da cidade e ensaios
sensuais . Tem carro mas recorre a moto em dias de pouco tempo e muitas
pautas.
Pág. 101 Simone spaladoro, 2010
Pág. 102 Mariana Ximenez, 2007
Pág. 103 Alice Braga, 2011
Pág. 104 Mia Melo, 2010
Pág. 105 Anônima, 2006
Pág. 106 Juliana Didone, 2011
Paulo BegaPaulistano, estudou música, produção e tecnologia, foi modelo e fotogra-
fou com Steve Meisel, Sophie Delaporte e Mario Testino. Morou quatro
anos em Paris e já expos seu trabalho de fotografia no Rio e em São Paulo.
Com a voz doce de Geanine Marques e desempenhando nos sintetizadores
e na guitarra, forma o Stop Play Moon, banda com som trip-hop, compa-
rada ao Portishead.
Pág. 109 Revista Elle Ella
Karina Gomes
Styling Aline Prado
Pág. 110 Revista Vogue RG
Paula Weinfeld
Direçao de arte Rodrigo Edelstein
Foto Paulo Bega e Marcelo Stefanovicz
Pág. 111 Tokyo, 2004/2005
Expo Casa Carolina Jabor, Rio de Janeiro
Pág. 112 Sem título, 2010
Expo Jack Vartanian / NK store
Pág. 113 Sem título, 2010
Expo Jack Vartanian / NK store
Pág. 114 Revista Elle Ella
Karina Gomes
Styling Aline Prado
Pág. 115 Revista QUEM Especial Natal.
Luciana Curtis, Ana Claudia Michels,
Carolina Bittencourt, Daniela Haisel e
Carolina Ribeiro
Styling e direçao de arte, Marcelo Sommer
Vania ToledoEstudou ciências sócias na usp e trabalhou no Departamento de Educa-
ção e Pesquisas Especiais da Editora Abril, antes de começar sua carreira
fotográfica no jornal Aqui São Paulo, aonde chegou a editora de fotografia.
Destacou-se fotografando as estreias no teatro e como retratista publicou
dois livros. Com a exposição do livro Personagens Femininas ganhou o
prêmio como melhor exposição da apca.
Pág. 116 Leila Diniz, 1971
Pág. 118 Clô Orozco, 2001
Pág. 119 Zezé Mota, anos 1980
Pág. 120 Giulia Gam, 1992
Pág. 121 Patrícia Pillar, 1998
Pág. 122 Virginia Punko
Pág. 124 Ângela Roro, 1983
Pág. 125 Glória Coelho, 2010
Pág. 126 Danusa Leão, anos 80
1 3 3 1 3 2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Bicudo, Doris Um olhar sobre elas / concepção e texto Doris Bicudo. -- 1. ed. -- São Paulo : Luste Editores, 2013.
Vários fotógrafos.
1. Mulheres 2. Mulheres - Fotografias I. Título.
13-04864 CDD-779.2409
Índices para catálogo sistemático:
1. Fotografias : Mulheres 779.2409 2. Mulheres : Fotografias 779.2409
Um olhar sobre elas
Editor
Marcel Mariano
Editores convidados
Alice Penna e Costa
Ayrton Luiz Bicudo
Concepção e Textos
Doris Bicudo
Fotogra as de
Andre Schiliró
Daniel Aratangy
Debby Gram
Felipe Morozini
Guilherme Licurgo
Hanna Vadazs
Isabel Garcia
Mariana Maltoni
Mauricio Nahas
Paulo Bega
Thomas Baccaro
Vânia Toledo
Direção de Arte
Iaara Rosenthal
Coordenação Gráfica
Marcos Lara
Revisão de Textos
Inácio Silva
Tratamento de Imagens
Just Layout
Impressão
Prol Gráfica
Tiragem
3.000. 1º edição 2013
Agradecemos especialmente a:
Lu Franciscone
Fabi Londero
Joice Trindade
Todos os fotógrafos que cederam imagens e
todos os modelos, artistas e personalidades
que autorizaram a publicação de suas
imagens. Agradecemos também aos
fotografados que tentamos encontrar, mas,
por algum motivo alheio à nossa vontade,
não conseguimos localizar.
Os editores
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Todos os direitos reservados - All rights reserved
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