UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CÂMPUS DOIS VIZINHOS
CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA
MAICKEL MARTINS DANIELCE
BOVINOCULTURA DE CORTE: INTERMEDIAÇÃO NA COMPRA
DE BOI GORDO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
DOIS VIZINHOS
2012
MAICKEL MARTINS DANIELCE
BOVINOCULTURA DE CORTE: INTERMEDIAÇÃO NA COMPRA
DE BOI GORDO
Relatório de estágio, apresentado ao
curso de Bacharelado em Zootecnia, da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná, Câmpus Dois Vizinhos, como
requisito parcial para conclusão da
disciplina de Estágio Obrigatório.
Orientador: Prof. Dr. Luis
Fernando Glasenapp de Menezes
DOIS VIZINHOS
2012
TERMO DE APROVAÇÃO
MAICKEL MARTINS DANIELCE
BOVINOCULTURA DE CORTE: INTERMEDIAÇÃO NA COMPRA
DE BOI GORDO
Relatório Final de Estágio Supervisionado aprovado como requisito parcial para
obtenção do Título de Zootecnista da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Dois Vizinhos, pela seguinte Banca Examinadora:
____________________________________________
Prof. Dr. Luis Fernando Glasenapp de Menezes
Orientador
____________________________________________
Prof. Dr. Valter Oshiro Vilela
Primeiro Membro
Dois Vizinhos, 9 de abril de 2012.
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 5
2 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 5
3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ...................................................................................... 7
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ............................................................................. 8
4.1 Transações .............................................................................................................. 9
4.2 Intermédio das Negociações ................................................................................. 10
4.3 Pós Venda – Romaneio ........................................................................................ 11
4.3.1 Programa de Bonificação .................................................................................. 11
5 ANÁLISE CRÍTICA DAS FACILIDADES E DIFICULDADES ENCONTRADAS14
6 ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO COM O CURSO ........................................................ 15
7 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 16
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 18
ANEXOS ........................................................................................................................ 19
Anexos não obrigatórios: ............................................................................................ 19
Anexos obrigatórios: .................................................................................................. 21
1 APRESENTAÇÃO
* Nome do Estagiário: Maickel Martins Danielce
* Registro Acadêmico: 1024140
* Instituição de Ensino: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
* Curso: Bacharelado em Zootecnia Período: 9° Período
* Título do Relatório: BOVINOCULTURA DE CORTE: INTERMEDIAÇÃO NA
COMPRA DE BOI GORDO
* Local de realização do estágio: Pampa Negro Agência de Agronegócios, Santa Vitória
do Palmar - RS
* Início do Estágio: 08/01/2013 Término do Estágio: 15/03/2013
* Duração (horas) total do período: 360 horas
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2 INTRODUÇÃO
O Brasil ocupa posição de destaque com condições extremamente favoráveis ao
desenvolvimento da pecuária de corte. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2011), aponta que o efetivo rebanho bovino nacional é 212,8 milhões de
animais, onde na região sul encontram-se 13,1% deste total. Segundo Vieira Filho et al.
(2011), a área destinada às pastagens cultivadas e nativas situa-se entre 44% e 50% da
área agricultável utilizada, e estimativas apontam que o país tem cerca de 388 milhões
de hectares (ha) agricultáveis. Porém, 90 milhões ainda não são exploradas. A
diminuição da área de pastagens para entorno de 150 milhões de ha, deve-se ao aumento
da produtividade da pecuária. Segundo ABIEC (2011), foram abatidos 39,5 milhões de
animais, chegando à taxa de desfrute nacional de 18,9%.
A partir da década de 90, com a implantação do plano real, a estabilização
econômica e a globalização da economia mundial, o setor pecuário brasileiro passou a
sofrer com a diminuição da margem de lucro, perda nos ganhos especulativos e aumento
das exigências por produtos de qualidade. Logo, os custos de produção deveriam
diminuir e o ciclo produtivo encurtar, não deixando espaço para a pecuária de ciclo
longo e de baixa produtividade (OIAGEN et al., 2008).
A alternativa para quem se manteve na atividade foi encurtar o ciclo de
produção, investir em gestão de recursos e tomar decisões cautelosas. Para tal, novas
tecnologias de produção foram adotadas, como a suplementação, o confinamento, o
cultivo de pastagens e as práticas de cruzamentos, além da gestão atrelada aos custos e
margens lucrativas cada vez menores (BARCELLOS et al., 2004).
Contrariando as expectativas do USDA (2012), o Brasil exportou além dos 1.394
mil toneladas de carne, conseguindo manter-se em primeiro lugar no ranking de
exportação mundial. O Brasil atende aproximadamente 87 países com exportações in
natura, 108 com industrializadas, e 62 com miúdos e outros, com seu produto, entre
eles, a Rússia, Alemanha, Chile, Egito e Itália (ABIEC, 2011).
Com a retomada das exportações da Austrália e sendo seguido de perto pelas
exportações da Índia, os exportadores brasileiros precisam trabalhar sobre questões de
marketing para aumentar, ou até mesmo manter o nível de volume exportado, afinal, o
mercado consumidor, que agrega maior valor a carne, não importa o produto brasileiro
(USDA, 2012; LUCHIARI FILHO, 2006).
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Este relatório tem como objetivo geral, identificar os enlaces adjacentes da
negociação entre o frigorífico e o produtor de boi gordo. Para atingir o objetivo geral,
serão descritas as formas de intermediações realizadas pela Agência de Agronegócios
Pampa Negro.
7
3 DESCRIÇÃO DA EMPRESA
A Pampa Negro Agência de Agronegócios, é uma empresa atuante desde 2007,
dentro do mercado de intermediações na compra de boi gordo. Situada na cidade de
Santa Vitória do Palmar – RS, é uma das 30 empresas autorizadas pelo Frigorífico
Silva. A Pampa Negro, trabalha intermediando negociações diretamente com o produtor
de boi gordo, com o propósito de abater os animais na central de abate do Frigorífico
Silva, situada no município de Santa Maria – RS.
8
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
A Pampa Negro Agência de Agronegócios possui um vínculo de representação
autorizada com o Frigorífico Silva – Best Beef. Em decorrência da posição geográfica
favorável da empresa, situada em Santa Vitória do Palmar, extremo sul brasileiro, existe
uma facilidade em encontrar o produto requerido pelo frigorífico. As condições
climáticas e o relevo asseguram o potencial produtivo do rebanho de sangue britânico –
Aberdeen Angus e Hereford (Imagem 1).
Imagem 1: Caracterização dos animais comercializados.
Fonte: Imagem do arquivo de estágio Maickel Martins.
Durante o período de estágio, eu acompanhei o Médico Veterinário, José Rafael
Nunes, na intermediação das negociações. O serviço assistido ao produtor, ocorre desde
o momento do primeiro contato, que pode ser via telefone, estendendo-se a visita na
propriedade para conferência dos animais, acompanhamento do embarque e
detalhamento pós venda através do romaneio.
O Frigorífico Silva trabalha com programas de carne de qualidade (Figura, 1), de
acordo com as associações das raças Angus e Hereford. A bonificação pode chegar a
10% e fêmeas jovens são remuneradas no valor de machos. Se enquadram no programa,
machos e fêmeas com até 3/8 de sangue zebu e 1/2 de sangue de outras raças européias,
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que possuam acabamento de gordura de 3 a 5 mm, peso mínimo de carcaça de 165 kg e
no máximo quatro dentes. Se tratando de animais Hereford definidos, a bonificação se
estende até seis dentes.
Figura 1 – Bonificação por raça e qualidade
Fonte: Adaptado de Frigorífico Silva
4.1 Transações
Segundo Williamson (1985), citado por Machado Filho (1999), os atributos
relevantes das transações são a especificidade dos ativos, frequência e incerteza. A
especificidade dos ativos comercializados refere-se à dedução característica do item
negociado. Referente à frequência, o autor cita que, a interação recursiva entre
comprador e vendedor é fator importante para reduzir comportamentos oportunistas.
Tratando-se da incerteza, as colocações de Machado Filho (1999), apontam as dúvidas
quanto aos potenciais retornos provenientes da aquisição, é prática comum das
transações a incerteza contingencial inerente à comercialização de animais.
O trabalho de Batalha et al. (2007), diz que, a análise de filières, ou cadeias
agroindustriais de produção, é uma das principais ferramentas na economia industrial
francesa. Ainda vaga quanto sua definição, pode ser dividida em três macrossegmentos,
a comercialização, a industrialização e a produção de matérias-primas. Este último, é o
segmento que envolve as firmas que fornecem matéria prima para o processamento, no
caso, a produção de boi gordo na pecuária de corte.
De forma geral, o altruísmo a cadeia produtiva, vêm gerando um
desenvolvimento de políticas setoriais públicas e privadas, aonde a competitividade de
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uma empresa depende do âmbito em que esta inserida. Em controvérsia, a dificuldade
encontrada no sistema, está em apontar ferramentas de gerenciamento, que permitam
operacionalizar e organizar a cadeia produtiva (BATALHA et al., 2007). A gestão
empresarial é pouco explorada como ferramenta nesse sistema, uma vez que, as
operações do agronegócio devem funcionar de forma sistêmica, para o completo
sucesso da atividade, é importante a exploração desse aspecto para atingir a eficiência.
4.2 Intermédio das Negociações
Engajada no exercício de auxiliar o pecuarista, a Pampa Negro Agência de
Agronegócios, trabalha fazendo a intermediação nas negociações entre o Frigorífico
Silva e o produtor de boi gordo. O serviço prestado pela empresa está em negociar o
melhor preço junto ao frigorífico, analisar os animais prontos para o abate, agenciar os
carregamentos e acompanhar o embarque dos animais (Imagem 2), para isso uma taxa
de 2%, é cobrada do valor total da negociação.
Imagem 2: Embarque dos animais, preenchimento do pré-romaneio e pesagem do caminhão.
Fonte: Imagem do arquivo de estágio Maickel Martins.
É prática comum o pecuarista procurar o escritório para intermediar suas vendas,
uma vez que os preços conseguidos são mais elevados, em virtude do poder de barganha
atrelado ao grande número de animais.
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O serviço de campo é prestado pelo Médico Veterinário José Rafael Nunes, o
qual, foi meu supervisor durante o período de estágio. A consultoria prestada indica ao
produtor quais os animais estão preparados para o abate. Durante a visita, o veterinário
analisa fenotipicamente os animais, faz a contagem daqueles que apresentam
acabamento de gordura satisfatório, a classificação quanto ao sexo e a avaliação do
provável peso da carcaça. Em seguida repassa os dados para o escritório, aonde são
agendados os carregamentos junto ao frigorífico.
4.3 Pós Venda – Romaneio
O bom administrador deve saber utilizar as ferramentas disponíveis. No
momento que os animais são embarcados no caminhão, é possível calcular seu peso
vivo médio, representado no romaneio por peso médio vivo da propriedade, este, pode
ser confrontado com o peso vivo do frigorífico, assim como, o rendimento de carcaça da
propriedade e o rendimento do frigorífico.
O romaneio (Anexo A e B), é uma descrição do que fora abatido. Identificado
individualmente, através do nome do produtor, da procedência, da data do abate, do
preço estabelecido por quilograma, da categoria (se macho ou fêmea) e da quantidade
de animais. Constam nessa planilha de avaliação, informações individuais dos animais
abatidos. Sendo elas: a sequência numérica do lote, a sequência do abate diário, o peso
da carcaça fria, o número de dentes, a cobertura de gordura, a conformação da carcaça,
a classificação racial, o programa de bonificação e o preço por quilograma, já calculado
de acordo com essas características.
É necessária essa assistência pós venda através do romaneio, pois o produtor,
no momento do embarque dos animais, disponibiliza apenas de informações visuais
sobre o seu lote, e algumas vezes, ocorrem surpresas quanto à remuneração esperada,
em especial, tratando-se de vendas a rendimento de carcaça.
4.3.1 Programa de Bonificação
O programa de bonificação enquadra animais Aberdeen Angus e Hereford, e
seus cruzamentos, com peso mínimo de carcaça de 165 kg, com acabamento de gordura
de 3 mm a 5 mm e número de até 4 e 6 dentes respectivamente.
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Na tabela 1 é possível observar a adaptação de um romaneio de abate. Nota-se
que, todos os animais possuem peso superior de carcaça aos 165 kg e apresentam
acabamento de gordura satisfatório entre 3 mm e 5 mm. Nesta negociação, o preço
estabelecido por quilograma, foi de R$ 6,75 + a bonificação adequada para cada animal.
Observando a sequência de abates do lote (primeira coluna), o animal 1
apresentou 230,69 kg de carcaça fria, com 2 dentes e sendo caracterizado como Angus,
enquadrou-se no Programa Angus de bonificação, e com isso obteve 7% de acréscimo
sob os R$ 6,75 pagos por quilograma. O preço definido por quilograma para o animal 1,
foi de R$ 7,22 reais. Já o animal 3, com peso de carcaça inferior ao animal 1, atingiu 8%
de bonificação, isso aconteceu devido ao animal 3, ser considerado dente de leite.
Na sequência do lote, o animal 7, conseguiu atingir a bonificação máxima
estabelecida pelo Programa Angus. Com 266,56 kg de carcaça fria, 2 dentes e
acabamento de gordura de 4 mm, foram pagos R$ 7,43 reais por quilograma de carcaça.
Já o animal 24, com 262,25 kg de carcaça e caracterizado como Angus, não se
enquadrou no programa de bonificação, devido a sua idade, confirmada pelos 6 dentes.
Outra forma de não ser bonificado é o caso do animal 34, que não caracterizou-se como
Angus.
Tabela 1- Romaneio de abate Programa Aberdeen Angus, preço por quilograma R$ 6,75 + bonificação.
SEQ
LOTE
SEQ
ABAT
PESO C/
FRIA
Nº
DENTE
COB
GORD
CONF
CARC
CARC
RAST
DEST
CARC
PREÇO
R$ RAÇA
PROG
ANIM
1 408 230,69 2 3 RET N CA 7,22 ANG PROG
ANG
3 410 224,03 1 3 RET N CA 7,29 ANG PROG
ANG
7 414 266,56 2 4 RET N CA 7,43 ANG PROG
ANG
13 420 225,4 4 3 RET N CA 6,95 ANG PROG
ANG
24 431 262,25 6 3 RET N CA 6,75 ANG -
34 441 228,44 2 3 RET N CA 6,75 - -
36 443 271,17 2 3 RET N CA 7,43 ANG PROG
ANG
Fonte: Adaptado de romaneio de abate do Frigorífico Silva
O Frigorífico Silva, possui um programa de bonificação para animais da raça
Hereford e seus cruzamentos. Na tabela 2, é apresentada uma adaptação de romaneio de
abate para o Programa Hereford.
Seguindo a sequência de abate do lote, notamos que o animal 1, com 210,5 kg de
carcaça fria, cobertura de gordura de 4 mm e caracterizado como Braford, atingiu 7% de
13
bonificação dentro do Programa Hereford, conseguindo além dos R$ 6,75 pré-
estabelecidos na negociação, mais R$ 0,47 reais por quilograma. Quando observamos o
animal 2, com características bastante similares, notamos que o preço pago por
quilograma é superior ao animal 1, esses 8% de bonificação, conseguidos pelo animal 2,
são em virtude ao seu peso de carcaça ser 243,14 kg.
O animal 45, foi bonificado em 10%, chegando ao valor de R$ 7,43 reais por
quilograma. Sendo um Braford, com peso de carcaça fria de 264,99 kg, com apenas 2
dentes e a cobertura de gordura de 4 mm, este animal obteve bonificação máxima dentro
do Programa Hereford. Já o Braford 48, foi bonificado em apenas 3%, devido ao peso
de sua carcaça associado aos seus 4 dentes.
Tabela 2 - Romaneio de abate Programa Hereford, preço por quilograma R$ 6,75 + bonificação.
SEQ
LOTE
SEQ
ABAT
PESO
C/ FRIA
Nº
DENTE
COB
GORD
CONF
CARC
CARC
RAST
DEST
CARC
PREÇO
R$ RAÇA
PROG
ANIM
1 334 210,5 2 4 RET N CA 7,22 BRAFORD PROG
HER
2 335 243,14 2 3 RET N CA 7,29 BRAFORD PROG
HER
12 345 226,58 1 3 RET N CA 7,29 BRAFORD PROG
HER
40 373 246,47 4 3 RET N CA 7,22 HEREFORD PROG
HER
45 378 264,99 2 4 RET N IF 7,43 BRAFORD PROG
HER
48 381 222,07 4 3 RET N CA 6,95 BRAFORD PROG
HER
Fonte: Adaptado de romaneio de abate do Frigorífico Silva
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5 ANÁLISE CRÍTICA DAS FACILIDADES E DIFICULDADES
ENCONTRADAS
É importante salientar, que todas atividades apresentam suas dificuldades e
facilidades, a variação de grau, é definida de acordo com a pessoa que executa a tarefa.
Durante o estágio, não encontrei dificuldades relevantes, os maiores empecilhos,
estavam na locomoção até o local aonde encontrava o supervisor.
Quanto às facilidades, posso citar o fato de conhecer a cidade aonde estava
realizando estágio, ser amigo de longa data do supervisor, conhecer o vocabulário
próprio da fronteira rio-grandense e ter uma grande proximidade com a bovinocultura
de corte.
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6 ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO COM O CURSO
A opção de realizar o estágio na área de bovinocultura de corte, se deu em
função da afinidade com a atividade. O curso de graduação, oferece uma grade
curricular voltada para o desempenho funcional de atividades com ruminantes.
Ao longo do período de estágio, foi possível observar a importância de
disciplinas ministradas na área, de gestão econômica, de extensão rural, de
melhoramento genético, de nutrição de ruminantes e com certeza, de bovinocultura de
corte.
Com a conclusão desta experiência, ficou um interesse acentuado em seguir
explorando de forma acadêmica, o agronegócio da bovinocultura de corte. Para atingir o
meu objetivo, irei ingressar no Programa de Mestrado em Zootecnia, da Universidade
Tecnológica federal do Paraná.
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7 CONCLUSÃO
Um estágio não se resume em uma breve experiência curricular, vivenciar esse
período em uma empresa de agronegócios por algumas semanas é tornar-se parte de um
vínculo maior com a cadeia de produção. No município de Santa vitória do Palmar as
atividades agropecuárias ainda são muito pouco tecnificadas, salvo a produção de arroz
irrigado, atividade que representa uma grande parcela da receita municipal.
Dentro do setor pecuário é possível notar uma falta de maleabilidade quanto à
aceitação de novas tecnologias, encontramos animais sendo abatidos com mais de cinco
anos de idade, produções extremamente extensivas à base de pastagens nativas, falta de
suplementação, despreocupação com o vazio forrageiro, relutância em ofertar sal
mineral e dificilmente ocorre implantação de pastagens cultivadas.
Por outro lado devo manifestar como estagiário que: O estágio é o momento de
colocarmos em prática as nossas teorias, é o momento intrínseco de reconhecimento do
nosso perfil profissional, das nossas opções de vida e aquelas relacionadas à
agropecuária. É em suma, um grande momento de autoconhecimento perante a futura
profissão, onde testamos nossos valores morais e éticos, nossa personalidade e nossos
sentimentos.
As experiências obtidas no estágio sempre serão proveitosas, ora positivas ou
negativas, a prática de um bom estágio sempre trará boas referências futuras. No
momento que colocamos em prática aquilo que foi aprendido em sala de aula podemos
ter uma noção real do quanto é abrangente a zootecnia. As disciplinas abordadas pelos
professores foram ótima base para a graduação, pode-se comprovar na prática aquilo
que fora estudado.
Durante as 360 horas que trabalhei na empresa, recebi uma gama de informações
que serão proveitosas ao longo de minha carreira profissional, eu que buscarei ingressar
na carreira acadêmica, como mestrando em produção animal, na área de bovinocultura
de corte, tenho a certeza que essa breve experiência me trará em um futuro próximo
uma notável clareza de funcionamento prático do agronegócio pecuário.
O período de estágio torna-se mais favorável quando a empresa demonstra
interesse nas atividades do estagiário, felizmente fui agraciado ao receber essa
demonstração de interesse. Sempre mantive um contato direto com o campo, isso
facilitou o cumprimento das minhas atividades. A princípio não encontrei dificuldades
relevantes e aquelas que naturalmente surgiram consegui superar, além disso, a certeza
17
que restou com a conclusão do meu estágio, de que escolhi uma área de atuação
perfeita, afinal a pecuária brasileira esta em uma constante mudança, se tornando cada
dia mais competitiva e indispensável às prateleiras de todo o mundo, é o que me
fortalece para seguir na luta e alcançar os meus objetivos.
18
REFERÊNCIAS
BARCELLOS, J.O.J.; SUÑE, Y.B.P.; SEMMELMANN, C.E.N. et al. A bovinocultura de
corte frente à agriculturização no sul do Brasil. Lages, SC: CAMEVUDESC, 27 p.,
2004.
BATALHA, O.B.; IANNONI, A.P.; SILVA, A.L. de. Gestão agroindustrial: GEPAI:
Grupo de estudos e pesquisas agroindustriais/ coordenador Mário Otávio Batalha – 3. ed. –
São Paulo, SP, 2007.
LUCHIARI FILHO, A. Produção de carne bovina no Brasil: Qualidade, quantidade ou
ambas? Brasília, DF: 10 p., 2006.
MACHADO FILHO, C. A. P.; ZYLBERSZTAJN, D. Os Leilões Sob a Ótica da
Economia Institucional. São Paulo, SP: FEA/USP. V. 6, n.3, p. 269 – 281, 1999.
OAIGEN, R.P.; BARCELLOS, J.O.J.; CHRISTOFARI, L.F. Melhoria organizacional na
produção de bezerros de corte a partir dos centros de custos. R. Bras. Zootec., v.37, n.3,
p.580-587, 2008.
PERFIL da pecuária brasileira 2011. ABIEC, Estatística. Disponível em:
http://www.abiec.com.br/texto.asp?id=9. Acesso em 24/10/2012
PIRES, A.V. Bovinocultura de Corte. Piracicaba, SP: FEALQ, v. I, 760 p., 2010.
PRODUÇÃO da Pecuária Municipal 2011. Disponível em: <http://www.ibge.
gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=2241&id_pagina=1
> Acesso em 24/10/2012.
USDA – UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Livestock and
Poultry: World Markets and Trade. Foreign Agricultural Service. Out., 2012. Disponível
em: < http://www.fas.usda.gov/psdonline/circulars/livestock_poultry.pdf>. Acesso em
24/10/2012.
VIEIRA FILHO, J.E.R.; GASQUES, J.G.; SOUSA, A.G. de. Agricultura e crescimento:
cenários e projeções. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília, DF: 38 p., 2011.
21
Anexos obrigatórios:
TERMO DE ACORDO
Eu, José Rafael Nunes, supervisor de estágio, estou de pleno acordo com as
atividades desenvolvidas e descritas neste relatório, pelo estagiário Maickel Martins
Danielce, na função de intermediação na compra de boi gordo, no período de 08/01 a
15/03, na Pampa Negro Consultoria e Intermediação de Agronegócios Ltda.