Upload
adriano-j-p-nascimento
View
416
Download
50
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
NELSON POERSCHKE
Física Experimental I
Força elástica
Relatório
Boa Vista
2013
2
INTRODUÇÃO
Em 1660 o físico inglês R. Hooke observando o comportamento mecânico de uma mola, descobriu que as deformações elásticas obedecem a uma lei muito simples. Hooke descobriu que quanto maior fosse o peso de um corpo suspenso a uma das extremidades de uma mola (cuja outra extremidade era presa a um suporte fixo) maior era a deformação sofrida pela mola. Analisando outros sistemas elásticos, Hooke verificou que existia sempre proporcionalidade entre força deformantes e deformação elástica produzida. Pôde então enunciar o resultado das suas observações sob forma de uma lei geral. Tal lei, que é conhecida atualmente como lei de Hooke, e que foi publicada por Hooke em 1676, é a seguinte:
“As forças deformantes são proporcionais às deformações elásticas produzidas.”
Considerando uma mola suspensa na vertical e suspendendo um corpo na extremidade livre, a mola fica com um comprimento maior.
Se esse corpo que foi suspenso na mola não causa deformação permanente na mola, ao retirá-lo a mola volta a sua configuração original. Isto é, cessada a força deformadora, a mola volta à posição inicial. Dizemos, então, que a mola possui uma força restauradora, chamada de força elástica.
Vamos estudar essa força nesta atividade experimental.
3
ATIVIDADE EXPERIMENTAL
Este experimento visou:
- determinar a constante elástica de uma mola através de observações da elongação sofrida com a
ação da força peso;
- traçar o gráfico da força elástica em função da elongação;
- interpretar o significado da área hachurada do gráfico da força em função da elongação;
- verificar a associação de molas em série; e
- verificar a associação de molas em paralelo.
Para os cálculos parti das seguintes premissas:
P = m . g - peso é igual a massa vezes a gravidade, adotando g = 9,81m/s²)
Fel = k . x - força elástica é igual à constante elástica vezes a deformação da mola (x = |xf – x0|).
Para realizar as medições para a realização do cálculo foi disponibilizado no laboratório os
seguintes equipamentos:
- duas molas;
- 3 corpos de chumbo;
- régua para medir a elongação da mola;
- uma régua;
- um suporte; e
- uma balança.
4
Medição das massas e cálculo da força peso em cada situação:
Tabela 01 – Massa da haste e dos corpos de prova.
Haste e corpos de prova Massa (kg)
Haste - H 0,01950
Corpo de prova 01 – C1 0,04985
Corpo de prova 02 – C2 0,05010
Corpo de prova 03 – C3 0,04960
Cálculo da força peso:
Peso 1 - P1
푃 = 푚.푔 푚푎푠 푚 = 푚 + 푚
푃 = 푚 + 푚 .푔
푃 = (0,01950 푘푔 + 0,04985 푘푔). 9,81 푚/푠
푃 = 0,06935 푘푔. 9,81 푚/푠
푃 = 0,6803 푁
Peso 2 – P2
푃 = 푚.푔 푚푎푠 푚 = 푚 + 푚 + 푚
푃 = 푚 + 푚 + 푚 .푔
푃 = (0,01950 푘푔+ 0,04985 푘푔 + 0,05010 kg). 9,81 푚/푠
푃 = 0,11945 푘푔. 9,81 푚/푠
푃 = 1,1718 푁
Peso 3 – P3
푃 = 푚.푔 푚푎푠 푚 = 푚 + 푚 + 푚 + 푚
푃 = 푚 + 푚 + 푚 + 푚 .푔
5
푃 = (0,01950 푘푔 + 0,04985 푘푔 + 0,05010 kg + 0,04960). 9,81 푚/푠
푃 = 0,16905 푘푔. 9,81 푚/푠
푃 = 1,6584 푁
2. Suspenda com a mola uma massa e anote na tabela abaixo o valor suspenso do peso P e a
correspondente deformação de X. Repita esse procedimento para três massas diferentes.
Inicialmente medi o comprimento das molas sem a ação de nenhuma força, as quais
apresentaram um comprimento de 10,8 cm.
A seguir, suspendi as massas presas pela haste a uma das molas, primeiramente o corpo C1,
depois C1+C2 e, por último, C1+C2+C3, obtendo as seguintes medidas de comprimento da mola:
Tabela 02 – Comprimento da mola sob a ação da força peso que atua nos corpos de prova.
Corpos suspensos Comprimento da
mola distendida (m) Comprimento da
mola relaxada (m) ∆푥 (m)
Haste + C1 0,145
0,108
0,037
Haste+C1+C2 0,170 0,062
Haste+C1+C2+C3 0,196 0,088
De posse dos dados acima, determinei a constante elástica média.
Como a 퐹 á = −푘푥, 푘 =
Tabela 03 – Determinação da constante elástica
Corpos suspensos F peso (N) ∆푥 (m) k (N/m)
Haste + C1 0,6803 0,037 18,3865
Haste+C1+C2 1,1718 0,062 18,9000
Haste+C1+C2+C3 1,6584 0,088 18,8455
Constante elástica média:
푘 =18,3865 + 18,9000 + 18,8455
3 = 18,7107 푁/푚
6
3. Faça um gráfico de F em função de X, e determine, a partir do gráfico, qual o valor da constante
elástica da mola.
Determinação das escalas do gráfico.
Como queremos um gráfico da força em função da elongação, teremos como variável
dependente a força e como variável independente a elongação:
Escolho, assim, o eixo x do gráfico para expressar a elongação (x) e o eixo y do gráfico para
expressar a força (F).
Como a maior grandeza da força (1,6584) é maior que a maior grandeza da elongação (0,088),
escolho o lado maior do gráfico, na posição vertical, para representar o eixo y.
Cálculo da escala do gráfico:
Variável independente, elongação, (eixo x).
, ( )
=
⇒ 푥 = , .
⇒ 푥 = 0,00489 푚/푐푚
Assim, 0,00489 푚 na Tabela 3, é representado por 1,0 cm no eixo x do gráfico.
Variável dependente, força, (eixo y).
, ( )
=
⇒ 푦 = , .
⇒ 푦 = 0,0638 푁/푐푚
Assim, 0,0638 푁 na Tabela 1, é representado por 1,0 cm no eixo y do gráfico.
Tabela 04 – Conversão das medidas para confecção do gráfico
∆푥 (m) Eixo x (cm) F peso (N) Eixo y (cm)
0,037 7,55 0,6803 10,65
0,062 12,70 1,1718 18,35
0,088 18,00 1,6584 26,00
Gráfico consta no Anexo I.
7
Examinando o gráfico verificamos que:
A tangente do ângulo formado pela reta da função linear F(x) com o eixo x é igual a:
푡푔 휃 =퐹⃗
|푥⃗|
Mas a força em função da elongação é igual à constante elástica, logo:
푡푔 휃 = 푘
Então, as coordenadas cartesianas (x , y) de qualquer ponto da reta podem ser utilizadas para
encontrar a constante elástica da mola.
Por exemplo, utilizando os valores máximos da força e da elongação (0,088 ; 1,6584), temos:
k =1,65840,088 = 18,845
Repetindo o procedimento para vários pontos da reta, poderemos encontrar 푘 bastante
aproximado do resultado obtido nos cálculos.
4. Calcule a área do gráfico sob a reta e explique o que essa área significa.
Cálculo da área do triângulo sob a reta da função linear F(x).
퐴 =푏푎푠푒 × 푎푙푡푢푟푎
2
Mas a base é a elongação (x) e a altura é a força (F), que por sua vez, é a constante elástica (k)
multiplicada pela elongação (x).
Então:
퐴 =푥.푘푥
2 퐴 =푘푥
2 퐴 =12푘푥
Mas,
12 푘푥 = 푈푒
Logo, a área sob a reta da função linear F(x) é a Energia Potencial Elástica (Ue).
8
푈푒 =12 푘푥
푈푒 =12
(18,845 푁/푚)(0,088 푚) = 0,07297 퐽
5. Repita o experimento, mas agora junte duas molas (associação em série).
Realizei as medidas dos comprimentos das molas associadas e, desconsiderando a massa das
molas e descartando o comprimento do engate entre as duas molas, obtive:
Tabela 05 – Comprimento das molas sob a ação da força peso que atua nos corpos de prova.
Corpos suspensos Comprimento das
molas distendidas (m) Comprimento das
molas relaxadas (m) ∆푥 (m)
Haste + C1 0,289
0,217
0,072
Haste+C1+C2 0,344 0,127
Haste+C1+C2+C3 0,389 0,172
De posse dos dados acima, determinei a constante elástica média.
Como possuo o valor da força peso e da elongação das molas, determinei a força elástica da
associação da seguinte forma:
퐹 á = −푘푥, 푘 =퐹푥
Tabela 06 – Determinação da constante elástica
Corpos suspensos F peso (N) ∆푥 (m) k (N/m)
Haste + C1 0,6803 0,072 9,449
Haste+C1+C2 1,1718 0,127 9,202
Haste+C1+C2+C3 1,6584 0,172 9,645
Constante elástica média:
푘 =9,449 + 9,202 + 9,645
3 = 9,432 푁/푚
9
6. Qual a relação entre os valores de k obtidos no primeiro experimento e no segundo experimento?
Quando as molas estão associadas em série, a força que atua sobre elas é a mesma, porém cada
mola possui sua constante elástica, resultando em uma elongação distinta para cada mola.
퐹 = 퐹 = 퐹 porém, 푥 = 푥 + 푥
Mas,
푥 =퐹푘 푒 푥 =
퐹푘
e
푘 =퐹푥 ⇒ 푘 =
퐹퐹푘 + 퐹
푘
Mas 퐹 = 퐹 = 퐹 , logo:
푘 =퐹
퐹푘 +
퐹푘
⇒ 1푘 =
퐹푘 +
퐹푘
퐹
1푘 =
1푘 +
1푘
Desta forma, é possível concluir que, na associação em série, o inverso da constante elástica da
mola equivalente é igual à soma dos inversos das constantes elásticas das duas molas componentes da
associação em série.
Como já havia calculado a constante elástica da 1ª mola e, também da associação das duas molas
em série, posso, assim, substituindo os valores, calcular a constante elástica da 2ª mola.
1푘 =
1푘 +
1푘
10
19,432 =
118,8901 +
1푘
19,432 =
1푘 + 18,890118,8901푘
18,8901푘 − 9,432푘 = 154,7175
9,458 푘 = 154,7175
푘 =154,7175
9,458 = 16,358
푘 = 16,358 푁/푚
7 Repita o experimento 5, mas agora coloque as duas molas juntas com auxílio de um suporte
(associação em paralelo).
Realizei as medidas dos comprimentos das molas associadas em paralelo e, desconsiderando a
massa das molas, obtive:
Tabela 07 – Comprimento das molas sob a ação da força peso que atua nos corpos de prova.
Corpos suspensos Comprimento das
molas distendidas (m) Comprimento das
molas relaxadas (m) ∆푥 (m)
Haste + C1 0,127
0,108
0,019
Haste+C1+C2 0,141 0,033
Haste+C1+C2+C3 0,154 0,046
De posse dos dados acima, determinei a constante elástica média.
Como possuo o valor da força peso e da elongação das molas, determinei a força elástica da
associação da seguinte forma:
퐹 á = −푘푥, 푘 =퐹푥
11
Tabela 08 – Determinação da constante elástica
Corpos suspensos F peso (N) ∆푥 (m) k (N/m)
Haste + C1 0,6808 0,019 35,8315
Haste+C1+C2 1,1723 0,033 35,5242
Haste+C1+C2+C3 1,6589 0,046 36,0630
Constante elástica média:
푘 =35,8315 + 35,5242 + 36,0630
3 = 35,8062 푁/푚
8. Qual a relação entre os valores de k obtidos no primeiro experimento e no terceiro experimento?
Quando as molas estão associadas em paralelo, a força aplicada ao conjunto é dividida entre as
duas molas, porém, diferentemente da associação em série, a elongação é a mesma para as duas.
푥 = 푥 = 푥 푒 퐹 = 퐹 + 퐹
Como
퐹 = 푘 .푥 푒 퐹 = 푘 .푥
Teremos
푘 =퐹푥 =
[(푘 .푥 ) + (푘 . 푥 )]푥
푘 =푥 (푘 + 푘 )
푥
푘 = 푘 + 푘
Desta forma, é possível concluir que, na associação em paralelo, a constante elástica da mola
equivalente é igual à soma das constantes elásticas das duas molas componentes da associação.
12
Como já havia calculado a constante elástica da 1ª mola e, também da associação das duas molas
em paralelo, posso, assim, substituindo os valores, calcular a constante elástica da 2ª mola.
푘 = 푘 + 푘
푘 = 푘 − 푘
푘 = 35,8062 푁/푚 − 18,8901 푁/푚 = 16,9161푁/푚
CONCLUSÃO
Observei que medida que se aumenta a força, a elongação da mola aumenta proporcionalmente a
força aplicada.
Verifiquei ainda, que na associação em série, a mola equivalente apresenta uma constante
elástica menor que a constante elástica apresentada pelas molas individualmente cuja demonstração no
item 6 deixou perfeitamente claro.
No caso da associação em paralelo, pude comprovar, no item 8, que a constante elástica da mola
equivalente é a soma das constantes elásticas de cada mola que compõe o conjunto.
Atribuo as pequenas diferenças encontradas nos resultados aos erros ocasionados pela baixa
precisão da régua milimetrada utilizada. Caso fosse possível realizar o experimento utilizando o
paquímetro para realizar as medidas das molas, provavelmente os resultados experimentais coincidiriam
com a fundamentação teórica.