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1 A Colaboração das Mídias Digitais para a Educação Patrimonial Salen Rodrigues Martins Filho 1 Denise Cristina Bueno 2 Resumo As mídias digitais atuais podem agregar valores positivos e servir de ponte entre a sociedade atual a fim de despertar a importância de uma educação patrimonial através das mídias. A arqueologia tem por base o estudo dos materiais para o entendimento das diversas sociedades que muito contribuíram para o acúmulo do conhecimento humano, possa ser resguardado em tempos onde a tecnologia assume nossa identidade social. Nesse contexto podemos utilizar tais ferramentas tecnológicas em benefício da História e da preservação patrimonial e com isso ajudar a perpetuar a memória material. Palavras-chave: Educação patrimonial, internet, redes sociais. Abstract The current digital media can add positive values and serve as a bridge between the current society in order to awaken the importance of heritage education through the media. Archaeology is based on the study of materials for understanding the various companies that have contributed to the accumulation of human knowledge, can be safeguarded in times where technology takes our social identity. In this context we use these technological tools for the benefit of history and heritage preservation and thus help perpetuate the memory stuff. Keywords: Patrimonial education, internet, social web. 1 Bacharel e Licenciado em História pela PUC-GO, Especialista em Meio Ambiente, Patrimônio Cultural, e Turismo pela UEG e Pós Graduando em Informática aplicada à Educação pela UFG. 2 Graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Goiás (1998). Graduando Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás. Especialista em Informática Educacional (1999) e especialista em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade Salgado de Oliveira (2002). Especialista pela FGV no Curso de Formação do Grupo de Multiplicadores da Cultura Gerencial do Prounico-PNAGE - GO.

A Colaboração das Mídias Digitais para a Educação Patrimonial

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A Colaboração das Mídias Digitais para a Educação Patrimonial

Salen Rodrigues Martins Filho1

Denise Cristina Bueno 2

Resumo

As mídias digitais atuais podem agregar valores positivos e servir de ponte entre

a sociedade atual a fim de despertar a importância de uma educação patrimonial através

das mídias. A arqueologia tem por base o estudo dos materiais para o entendimento das

diversas sociedades que muito contribuíram para o acúmulo do conhecimento humano,

possa ser resguardado em tempos onde a tecnologia assume nossa identidade social.

Nesse contexto podemos utilizar tais ferramentas tecnológicas em benefício da História

e da preservação patrimonial e com isso ajudar a perpetuar a memória material.

Palavras-chave: Educação patrimonial, internet, redes sociais.

Abstract

The current digital media can add positive values and serve as a bridge between the

current society in order to awaken the importance of heritage education through the

media. Archaeology is based on the study of materials for understanding the various

companies that have contributed to the accumulation of human knowledge, can be

safeguarded in times where technology takes our social identity. In this context we use

these technological tools for the benefit of history and heritage preservation and thus

help perpetuate the memory stuff.

Keywords: Patrimonial education, internet, social web.

1 Bacharel e Licenciado em História pela PUC-GO, Especialista em Meio Ambiente, Patrimônio Cultural,

e Turismo pela UEG e Pós Graduando em Informática aplicada à Educação pela UFG.

2 Graduada em Pedagogia pela Universidade Católica de Goiás (1998). Graduando Artes Visuais pela

Universidade Federal de Goiás. Especialista em Informática Educacional (1999) e especialista em

Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade Salgado de Oliveira (2002). Especialista pela FGV no

Curso de Formação do Grupo de Multiplicadores da Cultura Gerencial do Prounico-PNAGE - GO.

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Introdução

Nos dias de hoje deve-se pensar em novas perspectivas de proteção do

patrimônio cultural, pensar uma educação patrimonial que esteja sendo respaldada

também pelas novas tecnologias que podem beneficiar as pessoas que queiram proteger

o patrimônio e sua divulgação de maneira global, enquanto patrimônio edificado ou

não.

As redes sociais, os blogs3, os vlogs

4e os sites de notícias, bombardeiam com os

mais diversos tipos de informação diariamente. As novas mídias permitem uma

interação social a nível mundial com um feedback instantâneo e essa velocidade no

transcorrer da informação é a marca dessa geração. A utilização desse tipo de mídia

pode auxiliar de forma a proporcionar a preservação do patrimônio arqueológico

começando a partir do sistema educacional.

O patrimônio cultural é todo aspecto de produtividade intelectual, material e

emocional de toda humanidade além de permitir que o homem conheça a si mesmo e o

meio ambiente em que vive. Esse legado deve ser passado para as novas gerações que,

em muitas vezes, ignoram e desafiam as autoridades com demonstração de completo

desinteresse sobre o patrimônio, depredando o mesmo.

A solução para esses problemas depende do comprometimento do poder público

em conjunto com a comunidade escolar e com a sociedade local. Observamos que as

esferas públicas vêm demonstrando desinteresse em todo o processo de concepção de

uma educação patrimonial de qualidade.

Portanto, pensar de forma multidisciplinar a arqueologia nos dias de hoje

principalmente envolvendo as áreas de Tecnologia da Informação (TI), onde existem

infinitas possibilidades, tanto para uma educação patrimonial quanto de divulgação e

preservação. Porque não utilizar essa dinamização da TI para a preservação

arqueológica?

3 Blog é um diário de rede onde são expostos assuntos específicos, cuja a estrutura permite uma

atualização rápida do mesmo. (Fonte: Wikipédia) 4 Vlog ou Videoblog é uma variante dos blogs cujo o conteúdo principal consiste em vídeos. (Fonte:

Wikipédia)

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A educação patrimonial pode vir ao encontro da interação social e se apropriar

dos meios atuais de comunicação e dispositivos como: tablets, smarthphones,

notebooks, desktop e outros. Agregando uma certa e associabilidade entre preservação e

conscientização, por meio da educação patrimonial sustentada pelas redes sociais.

A depredação de um bem mundial em nossa comunidade

Figura 1 – Mapa da Cidade de Goiás

Fonte: (Raphael Lorenzeto de Abreu, 2006)

Os dados deste artigo foram obtidos na Cidade de Goiás-GO e tem como

objetivo demonstrar que o nosso patrimônio mundial vem sendo vandalizado e o

principal ponto negativo é que nenhuma política de proteção vem sendo implementada,

principalmente pelo poder público, e esse descaso contra o patrimônio acaba caindo

sobre os pais e posterirormente sobre os professores como os principais responsáveis

pela educação familiar e escolar.

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Na adolescência os jovens tem uma obsessão de querer ser visto pelos

companheiros e reconhecido por ser uma pessoa enturmada ou para ser apenas popular.

Nessa questão não se diferencia sexo feminino de masculino, mas sim a intenção de

deixar a sua marca para que os outros do mesmo grupo a enalteçam e as de grupos rivais

a respeitem, mas isso quem paga são os prédios, as fachadas de casas, comércios,

museus e igrejas. Afirma Dandra:

O picho envolve o rabisco, a garatuja, a escrita rápida não autorizada, que

suja, transgride, polui, marca a posse, deliberadamente perturba a ordem

estabelecida. Envolve, também, o posicionamento social e político dos seus

autores e a sua expressão de protesto perante a sociedade capitalista e o seu

modo de vida consumista. Mesmo o ato de rabiscar, sujar ou marcar não é

gratuito, mas carregado de significados. A assinatura marca, além da

rebeldia, a posse. A posse de determinado espaço ou equipamento urbano, a

territorialidade demarcada em relação a um grupo rival, ao proprietário de tal

espaço ou ao poder instituído (DANDRA, 2006, pg.2).

Imagem Fotografada 1 – Portal Vandalizado

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A imagem 1 foi fotografada no centro histórico da Cidade de Goiás-GO, onde

demonstra o portal vandalizado. Em um primeiro momento são inscrições e nomes

possivelmente de crianças e adolescentes. Essa depredação muitas vezes ocorre por falta

de informação e interesse de quem comete, demonstrando um profundo desrespeito e

não apropriação do patrimônio cultural.

Para Ataídes, Machado, Souza, (1997) preservar o patrimônio cultural é uma

obrigação de todos, pois, pela apresentação, estamos guardando a identidade cultural e a

memória de um povo. Não só os governos federal, estadual e municipal devem

preocupar-se com a preservação do patrimônio. A comunidade precisa e deve participar.

Ela mais do que ninguém, conhece os bens culturais e objetos que a representam.

Muitos jovens desprovidos de consciência patrimonial proporcionam atos que

parecem pequenos a olho nu, mas tem um grande impacto sobre os olhos do visitante

que tem a Cidade de Goiás-GO como refúgio turístico e presencia essa poluição visual.

O turista sai da cidade com uma percepção e até questionamentos de como uma cidade

que é tombada pela (UNESCO) não possui em sua grade curricular pelo menos noções

de preservação patrimonial.

Este patrimônio a partir de fotos postadas em redes sociais, também pode ser

valorizado ou desvalorizado no mundo virtual, dependendo do seu estado de

preservação. Abaixo Ignarra aborda a importância do patrimônio edificado que é um

atrativo turístico:

A arquitetura local é outro elemento de grande atração para os turistas,

compreendendo os materiais utilizados, o estilo arquitetônico, as cores

utilizadas etc.; o paisagismo das praças, vias de circulação e das casas pode

se constituir em um atrativo turístico (IGNARRA,2003, pg.179).

A não punição dos envolvidos acarreta em ações que denigrem a imagem do

centro histórico da Cidade de Goiás e contribui para o aumento significativo do ato

criminoso. Isso poderia ser diminuído com a implementação de penas alternativas ou de

trabalhos comunitários, por exemplo pintar o portão da escola da foto 3. Abaixo

algumas fotos de edificações que sofreram atos ilícitos:

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Imagem Fotografada 2: Museu da Boa Morte

Imagem Fotografada 3: Chafariz no centro histórico

Em algumas partes da cidade principalmente no Centro Histórico existem

lugares específicos para a prática desses atos, em suma, não é a cidade toda que sofre

desse mal que por mais que as pessoas as vezes depredam sempre o mesmo lugar como

aquele portal da Imagem Fotografada 1.

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Imagem Fotografada 4: Escola localizada no Centro Histórico

Existem lugares que são livres de atos de vandalismo e isso é fato de se

comemorar, porém a maioria dos casos computados são cometidos por alunos (crianças

e adolescentes) das escolas locais e isso é desconfortante, pois esse é o ambiente natural

de aprendizagem e deveria ser de preservação total por toda comunidade.

O que pensam os autores ao utilizar as mídias digitais na educação.

Quando fala-se de internet presume conexão de seres humanos com seres

humanos e essa interação está muito presente dentro de casa, de corporações, empresas,

comércio, universidades etc.

A World Wide Web, Web ou www é definida pelo seu idealizador, o físico

inglês Tim Berners-Lee (1996), como o universo da informação acessível na

rede global. Ela é um espaço abstrato povoado, principalmente, por páginas

interconectadas de texto, imagens e animações, com ocasionais sons, mundos

tridimensionais e vídeos com os quais os usuários podem interagir

(ARAYA,2010, pg.26).

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Internet é a praticidade de pesquisa instantânea, conferências, conversas,

compras, pagamentos, etc. Neste espaço as pessoas podem fazer quase tudo, e essa é

uma ferramenta muito interessante a ser aplicada de forma mais incisiva na educação.

Figura 2: Interação do professor e aluno com os dispositivos móveis

A estrutura escolar passa por uma grande transformação nos dias de hoje e pode

ser levada tanto para o lado bom quanto para o lado ruim e quem pode guiar o aluno

para um caminho produtivo e aproveitável é o professor.

Um grande exemplo é a grande quantidade de celulares dentro da sala de aula,

esses aparelhos que se tratam de poderosos computadores de mão, hoje até equipados

com 8 núcleos de processamento, são endeusados e objetos de fascínio e desejo de

crianças, jovens e adultos.

A facilidade de comunicação possibilitada pelo celular móvel mudou a

própria comunicação, como mudou a forma de se relacionar socialmente e

profissionalmente, e tenta mudar a educação e a escola. A aceitação deste

tipo de comunicação é tanta que muitos alunos entendem que ela pode ser

continuada na sala de aula, mesmo durante as explanações do professor. A

“mão coça” para dar um „toque‟ ao colega, à namorada, aos pais. Ou seja,

esta forma nova de comunicação já entrou nas escolas e nas salas de aula

(MIRZA,2011, pg.2).

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Com a popularização das novas tecnologias é impossível o embate, pois o

proibitivo para a criança e o adolescente tem por natureza a desobediência e a rebeldia,

nesse contexto a proibição de celulares em sala de aula seria apenas mais uma

normativa a ser desrespeitada, então, porque não trazer essa voracidade em dar uma

“olhadinha no face” em uma pesquisa em sites que tenham relação com o conteúdo

ministrado pelo professor?

Figura 3: Dispositivos móveis retirados dos alunos durante a aula

Os smarthphones ou telefones inteligentes são terminantemente proibidos em

algumas escolas pois podem distrair a atenção dos alunos os aparelhos então são retidos

antes do começo da aula, como pode ser observado na Figura 3.

Em contrapartida na Figura 2, vemos um professor e aluno interagindo com o

mesmo dispositivo e a pergunta que fica é a seguinte: Qual a melhor forma de utilizar o

celular em sala de aula? Esse dispositivo pode realmente ser descartado completamente

como forma de ensino?

Mendonça (2009) faz referência a seguinte questão discutida por Paulo Freire:

(…) a minha questão não é acabar com a escola, é mudá-la completamente, é

radicalmente fazer que nasça dela um novo ser tão atual quanto a tecnologia.

Eu continuo lutando no sentido de pôr a escola à altura do seu tempo. E pôr a

escola à altura do seu tempo não é soterrá-la, mas refazê-la (Freire, 1961).

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O impressionante neste texto é a data, em 1961 não existia qualquer

possibilidade de prever como seria o futuro da própria internet, e nem o mais otimista

estudioso poderia prever o “boom” que é hoje a internet, onde muitas escolas estão se

informatizando e mudando o seu modo de pensar em relação às mídias digitais

implementando a utilização de notebooks, celulares, tablets dentro de sala de aula.

Figura 4: Aluno pesquisa no Google® sobre a matéria em questão

A humanidade está cada vez mais conectada e isso é explicado abaixo por Schwengber:

Um mundo marcado por mudanças nas relações humanas e sociais tende a

exigir novas demandas para atender uma sociedade mais plural e

democrática. A revolução nas tecnologias de informação nas últimas décadas

tem alterado profundamente o modo como as pessoas se comunicam e como

difundem as informações. A integração entre a informática e as

telecomunicações construíram demandas para a difusão de informações em

tempo real, em mídias tradicionais ou em redes sociais, twitter e demais

ambientes virtuais (Schwengber, 2011, pg.121).

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E isso reflete nas escolas modernas:

Figura 5: Matéria da veja online sobre tablets na sala de aula

Na figura acima, retirada do site da revista veja, demonstra que aos poucos o

tablets estão entrando na sala de aula, porém o fato negativo é que os alunos em questão

são considerados uma minoria privilegiada.

A grande maioria não tem acesso a essas tecnologias porque a desigualdade no

país ainda permanece. A matéria também chama a atenção para a reciclagem que os

professores devem fazer para acompanhar os avanços no mundo digital, pois não

adianta nada ter um laboratório de última geração e não saber usufruir de toda essa

tecnologia.

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Utilizando as mídias digitais na educação patrimonial

A Cidade de Goiás com toda a sua história merecia uma segurança maior no que

diz respeito a proteção patrimonial. Antes de ser tombada, a Cidade de Goiás

comumente conhecida como Vila Boa, recebeu algumas negativas em torno do

tombamento pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência

e Cultura).

Em 2001 foi contemplada com o título de Patrimônio Histórico da Humanidade,

desde esse momento a cidade recebe incentivo não somente nacional, mas também

internacional.

Com a massificação da internet no mundo aumentou a demanda e procura por

conteúdo e a interação entre as pessoas se tornou cada vez mais próxima, ainda mais

com as redes sociais que tornaram a exposição da vida cotidiana muito comum. Porém

para entendermos as redes sociais temos que entender o meio social que foi explicado

abaixo:

A forma social, como unidade que possibilita a apreensão conceitual da

sociedade, consiste na captação da interação social em termos de movimentos

que mobilizam os indivíduos a conviver entre si, numa ação conjunta de

influências. No entanto, os conteúdos de socialização, as diferentes pulsões,

de caráter cooperativo ou conflitivo que levam os indivíduos a estabelecer

relações entre si não são algo social (MONTARDO,2004, pg.2).

Partindo do raciocínio acima podemos afirmar que as interações de indivíduos

de forma conjunta e a sua convivência mútua define a vida social e isso se reflete

bastante nas redes sociais primeiramente com o Orkut que mesmo tendo um início

estrondoso com suas comunidades, nos dias de hoje essa rede social foi basicamente

deixada de lado para dar lugar ao facebook que assimilou boa parte dos usuários.

A proposta deste projeto é que a partir dos dados de depredação levantados,

possa ser realizada a criação de um grupo em uma rede social onde os alunos de

escolas/faculdades possam postar fotos da cidade e também servir como protetores do

patrimônio, quando ele for depredado. A forma de utilização fica a cargo do professor e

a maneira de avaliação das atividades também.

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A escola tem papel importante nesse resgate de consciência de proteção do

patrimônio cultural e com a utilização das mídias digitais criarem uma interação e

interesse dos alunos em respeitar essa chama cultural.

A utilização de fóruns sociais e de discussão com material da cidade local e seus

valores a serem atribuídos é uma etapa do projeto em questão que apesar de ser

experimental tem tudo para atrair os estudantes a se interessarem em vez de serem

vilões do seu patrimônio.

Utilizando tecnologias modernas como celulares e ou máquinas fotográficas

digitais os próprios alunos serão defensores do patrimônio edificado como detetives ou

autoridades de proteção que funcionam de maneira imediata.

O projeto se resume em um grupo de discussão criado a partir de uma rede social

e apresentado em uma escola da cidade de Goiás, com o intuito de identificar o interesse

dos alunos sobre o tema.

Necessidade de monitores com os alunos para a segurança dos mesmos, pelo

menos 1 monitor a cada 2 grupos de 5 alunos, isto é 1 monitor a cada 10 alunos. Em um

grupo de 20 alunos por exemplo vão ser 2 monitores mais o professor.

O esquema de atividades a serem efetuadas foi desenvolvido no intuito de

auxiliar o professor nas atividades desenvolvidas com o objetivo da construção do

grupo na rede social onde o educador vai necessitar de 2 dias.

No primeiro dia para a realização das atividades os alunos vão coletar o maior

número de fotos possível para escolher as melhores e descrever um texto sobre a foto

escolhida.

No segundo dia as aulas vão ser em laboratório onde os alunos vão acessar o

grupo no facebook denominado de Educação Patrimonial Digital e postar as fotos

colhidas em campo.

Cada grupo vai ter que postar uma foto de patrimônio preservado e uma de

patrimônio vandalizado e escrever um texto livre sobre as fotos escolhidas, como

demonstra a Figura 6 abaixo.

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Figura 6: onde o grupo pode postar imagens gerar discussão em sala de aula seja para enaltecer o

patrimonio ou seja para denunciar crimes contra o mesmo

Os textos descritos em sala de aula devem gerar uma discussão entre os grupos.

Os dados coletados, deverão ser enviados para as autoridades de proteção patrimonial,

neste caso o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que tem o

poder e dever de vistoriar e punir quem descumpre as regras de proteção estabelecidas.

A ideia é de manter um grupo aberto nas redes sociais onde a comunidade possa ver em

tempo real o que está sendo feito pelos alunos de escolas locais.

Abaixo exemplo de foto de patrimônio preservado:

Imagem Fotografada 5: Rua do centro histórico

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Imagem Fotografada 6: Museu das Bandeiras

Imagem Fotografada 7: Teatro São Joaquim

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Considerações Finais

Os problemas levantados podem ter grandes avanços se houver políticas

públicas que envolva todo um trabalho coletivo de toda comunidade escolar

(professores, alunos e familiares). Além de profissionais da área de TI. O que deve ser

levado em consideração é como esse trabalho pode ser desenvolvido junto à

comunidade e qual o papel das escolas nas etapas de implementação dessa metodologia.

O que se espera é que o professor esteja preparado para aplicar essa metodologia

onde a conscientização, que é tão importante, traga benefício para a cidade no que diz

respeito a proteção patrimonial e dos bens culturais.

As ferramentas e conceitos citados no artigo são base fundamental para a

obtenção de respostas acerca da utilização de mídias digitais, internet e redes sociais

como itens que agregam valor e dão apoio a essa proposta.

A potencialidade das redes sociais principalmente do facebook pode ser notada

pela sua popularidade, porém essa ferramenta pode ser utilizada tanto para o bem

quanto para o mal. O aspecto negativo está a utilização dessa rede no crime organizado,

na extorsão, na pedofilia, na prostituição, no estelionato, na exposição da intimidade

sem autorização e tantos outros crimes que estão deveras migrando para esse meio

digital, pois seu alcance mundial é imensurável.

Esse artigo vem portanto trazer esse aglomerado de pessoas para fazer algo de

útil onde a mesma rede social, ou dispositivos tecnológicos que servem para o crime e

outras modalidades sem retorno social, possa concentrar, informar, educar, gerir,

identificar e demonstrar o que pode e deve ser feito em benefício e proteção do

patrimônio cultural que hoje em dia se encontra esquecido pelos próprios habitantes

locais.

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Fotos capturadas na Cidade de Goiás Por Salen Rodrigues Martins Filho com aparelho celular.