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A CRIANÇA ATUAL FRENTE AS TELINHAS AS MIDIAS E O MUNDO VIRTUAL A terceira onda de informações de Alvin TOFFLER

A criança atual frente as telinhas resumo

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A CRIANÇA ATUAL FRENTE AS

TELINHAS

AS MIDIAS E O MUNDO VIRTUAL

A terceira onda de informações de Alvin TOFFLER

A criança do século atual considera muito importante as seguintes fontes de informações, segundo pesquisa DATAFOLHA (2000): de um lado, a televisão (75%), os jornais (55%), as revistas (52%) e a Internet (50%). Do outro lado, a família (77%), os educadores (67%) e os amigos (55%).

COM A TV / INTERNET

O sujeito está sozinho frente ao

processo de transmissão e

produção/reprodução das

informações que cada vez mais

apresentam um fluxo avassalador

e ininterrupto.

.A CRIANÇA TEM APRESENTADO MAIOR CAPACIDADE

DE COLHER INFORMAÇÕES E AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTOS

Os educadores e os pais precisam estar

atentos ao crescimento das crianças e

ao seu mundo diante das telinhas da TV

ou computador a que tem acesso em seu

quarto ou na sala de casa, ou que

carregam consigo como as novas

gerações de Ipod, Iphone, Laptops,

Tablets, MP3, MP4, e também vídeo

games portáteis, ou até mesmo celulares

de última geração.

É A TV O ELEFANTE BRANCO EM NOSSA

SALA?

Diante do monitor, a criança permanece inteiramente receptiva, sem condições de interagir com o filme ou o desenho animado, que seriam dirigidos para a infância. De certa forma, a TV “rouba” a capacidade de fantasiar dela, como se sonhasse por ela.

O IBGE REVELOU EM 2010 OS DADOS

SOBRE O EXAGERO DAS HORAS DIANTE DA TELINHA:

Chama atenção o fato de 58,2% das

crianças de até 9 anos e 58,8% dos jovens

entre 10 e 17 anos passarem mais de três

horas assistindo televisão.

O canal de televisão “Discovery Kids”, cuja

audiência é quase inteira infantil, realizou

em maio de 2010 o concurso “O Discovery

Kids procura Apresentadores”. Para

participar da promoção, os pequenos

deveriam assistir à programação da rede 6

horas por dia. (168 horas de programação)

A PESQUISA NO LIVRO THE ELEPHANT IN THE

LIVING ROOM (DIMITRI CHRISTAKIS 2004) CONCLUI:

A quantidade de tempo gasta diante da telinha, como também o tipo de desenhos violentos e maniqueístas a que a criança tem acesso, sem muita supervisão, desde os tres anos, provoca por volta da idade de sete anos distúrbios de atenção e hiperatividade, como também atrasos na linguagem.

Pode causar também ansiedade e depressão, com distúrbios do sono e conduta agressiva.

Por outro lado, numa perspectiva mais positiva a TV pode educar e inspirar as crianças, por exemplo, com os documentários de alta qualidade que oferecem insights sobre a história, a vida animal, a natureza, a cultura, etc. que nenhum livro pode igualar.

Esses programas nos levam a lugares que nenhum de nós poderá jamais visitar como os habitat nativos de certos animais e mesmo as diferentes culturas e civilizações humanas.

A CRIANÇA HOJE EM DIA:

Vive a grande dificuldade de ter pouco

contato com os pais como modelos

identificatórios e se referencia pouco neles

como figuras de segurança que lhe dão a

estabilidade necessária para viver e curtir a

vida!

Fica perdida diante dos modelos às vezes

contraditórios dos pais e da avalanche de

dados dos desenhos animados e do mundo

de fantasia a que assiste, desde as faixas

etárias mais novas.

O MUNDO DIGITAL

O computador está aí! É um “amigão” das crianças.

Ele existe, está em nossa casa, no seio de nossa família e tem um elemento influenciador a mais do que a televisão: ele é interativo.

Os conhecidos online parecem reais, apesar de encontrados na virtualidade e, às vezes, adotam personagens e perfis virtuais que não se pautam pela sinceridade e verdade, o que pode ser bastante preocupante.

A VIOLÊNCIA SOCIAL E A CRIMINALIDADE:

São oriundas da não aceitação de faltas, de

baixa resistência a frustrações, de não acatar

os limites e de querer transgredir as regras

sociais.

A lei do mais forte, do tirar o máximo possível

de vantagem das situações impera.

Esse mundo de violência e de fantasias, de

prazer, a todo custo, penetra no espaço

virtual e é a ele que os pais devem estar

atentos quando seus filhos conectam-se na

Internet.

COMO PODEMOS IDENTIFICAR QUE O USO DA

INTERNET COMEÇOU A SE TORNAR ABUSIVO?

Aparecem “sintomas” em uma criança

fanática pela Internet.

Eles se revelam através alterações de

comportamento e conduta - hábitos

alimentares, sono, socialização, respeito a

regras, etc.

O interesse e curiosidade por jogos e

brincadeiras que envolvem aspectos

corporais e de grupo acabam sendo

prejudicados.

HÁ UM PERFIL DO INTERNAUTA PROBLEMA?

O que se evidencia são o isolamento da realidade

social, as condutas do tipo aditivo e a prevalência

da imagem sobre os símbolos como causas

possíveis que contribuiriam para o uso excessivo

da internet.

A questão da prevalência do narcisismo e da

atração da imagem como sintoma mostra uma

dinâmica de personalidade bem diferente das

antigas neuroses e isso fica claro no uso excessivo

da internet.

E OS JOGOS ONLINE?

Érica Silva Fróis (2010) diz em sua tese de

mestrado ( PUC MG):

“Os jogos analógicos e concretos implicam o

corpo em movimento na relação com os

outros e situam-se num espaço delineado:

as brincadeiras de faz de conta, o fantasiar-

se, o jogo com regras, os jogos de tabuleiro

e pedagógicos.

Os jogos de computadores, dos

celulares e de consoles fazem

parte desses jogos virtuais.

Os jogos eletrônicos off-line são

também uma realidade da

dimensão digital.

“NA ERA DOS VÍDEOGAMES¨, PRODUZIDO POR

DISCOVERY CHANNEL BRASIL (2010)

O brincar virtual não pode ser acusado

dos males e da violência atual: ele é

reflexo da sociedade e é o uso que o

indivíduo faz dele que se torna

problema.

“O foco não está no game em si, mas

em algo do próprio individuo. O game

pode ser uma alavanca, mas não é o

causador.” (Erica, 2010)

Com a evolução tecnológica e os estudos sobre

os jogos virtuais percebeu-se

que, realmente, havia um excesso de jogos

violentos, sobretudo os mais antigos, e os

programadores constataram que podiam mudar

o conteúdo dos jogos, promovendo uma maior

interatividade e criatividade, e inauguraram uma

nova possibilidade para brincar digitalmente.

Os novos jogos ampliaram a capacidade de criar dando ao jogador possibilidades inimagináveis na vida real. A criança pode criar cidades, ir às compras para vestir personagens criados por ela, ou os já pertencentes ao mundo da fantasia infantil como a boneca Barbie. Ela passa a utilizar sua liberdade de escolha para jogar.

Mesmo nos jogos mais violentos, ainda produzidos, é o jogador que define qual fim dará ao jogo e não o programador.

NOVAS BABÁS ELETRÔNICAS?

Os Games prendem a atenção das crianças por

um tempo notável. Também aí é necessária a

supervisão dos pais para que a criança não se

torne prisioneira deles.

Os pais exercem uma “vigilância” que não é

persecutória, mas sim pautada sobre o diálogo,

sobre o uso que seus filhos fazem dos games,

chats, etc. e o período de tempo que podem estar

diante da telinha.

Instituir combinados com os filhos, como se faz na escola desde o infantil.

Quais sites que os seus filhos podem visitar e o que podem fazer nesses sites.

Como proteger informações pessoais online.

Como ter atenção a questões de segurança em ambientes interativos. Conhecer os vírus e estar atento para as mensagens contendo cavalos de tróia.

Como adotar um comportamento eticamente correto e responsável enquanto se está online.

Como utilizar salas de chat, newsgroups e serviços de mensagens instantâneas.

QUE REGRAS UTILIZAR?

O QUE FAZER SE O FILHO FOR ASSEDIADO

ONLINE?

Para se defender do cyberbullying, o pai pode bloquear a pessoa que envia as mensagens, usando as opções de bloqueio que fazem parte de muitos programas de correio eletrônico e mensagens instantâneas.

Pode guardar todos estes e-mails e os reenviar para o seu fornecedor de internet. A maioria dos fornecedores tem políticas de utilização adequada que proíbem o assédio.

O OVERBOOKING DAS AGENDAS DAS

CRIANÇAS

Para evitar a violência a casa torna-se para a criança quase uma prisão de onde se escapa diante das telinhas!

Para que a criança não seja um prisioneiro do lar, será que ela não está sendo aprisionada por uma agenda de atividades extra-escolares quase semelhante à de executivos?

É um exagero crianças normais terem todos os dias ocupados, sem momentos de lazer em casa.

As vantagens das atividades extracurriculares são de socialização, de encontro com outras crianças fora do âmbito familiar, de autonomia pessoal, mas devem ser dosadas e, sobretudo, deve haver espaço para a criatividade da criança e não apenas para treinamento em esportes ou outras atividades acadêmicas.

É importante que a criança exerça sua

possibilidade de desejar e de escolher,

portanto, qualquer atividade extra-escola

deve motivá-la e ela deve participar da

decisão de qual freqüentar.

Os pais devem ser gerenciadores de

qualidade lidando com a agenda do filho,

mostram os prós e contras de determinada

escolha.

O excesso de atividades que não

deixa momentos de intimidade e

individualidade em casa. A criança

precisa também ter a capacidade de

viver momentos de estar só, segundo

Winnicott, para exercer o brincar

criativo que a ajuda a aceder ao

simbólico.

Se os pais têm disponibilidade de alternar

levando seu filho a essas atividades

realmente estamos diante de um cuidado

atento na relação com ele.

Terceirizar o filho para motoristas e babás ou

conduções especiais não é o melhor a se

fazer.

Pelo menos esporadicamente os pais devem

ir ao espaço de atividades escolhido pelo

filho.

A PARTICIPAÇÃO DOS PAIS:

O BRINCAR É CARACTERÍSTICO DA SAÚDE! POR

SI SÓ O BRINCAR É UMA TERAPIA!

Se a agenda com overbooking começa a

trazer problemas, muitas vezes levando ao

aparecimento de sonolência, sinais de

desânimo, dores ou mal estar na hora de ir

para as atividades, estamos diante de uma

ocupação abusiva do tempo da criança, não

lhe permitindo exercer seu direito e sua

ocupação principal que é o brincar.

A PSICOMOTRICIDADE EM AÇÃO

As crianças na psicomotricidade encontram o

espaço de jogo analógico que lhes falta em casa

e que existe em poucos momentos na escola.

Seu corpo está presente no jogo, como também o

do terapeuta, como parceiro simbólico, o que

permite criar cenas que vão ajudar a superar

suas dificuldades através do jogo espontâneo

simbólico.

O JOGO PSICOMOTOR

Na educação busca-se manter o jogo em um nível simbólico, sem dar ensejo aos fantasmas para se expressarem, ou seja, buscando um re-arranjo pré-consciente dos fantasmas expressos simbolicamente.

Na psicoterapia permitiremos que o inconsciente e os fantasmas corporais e relacionais se expressem mais próximos de seus significantes iniciais icônico-indiciais para retraduzi-los.

O PSICOTERAPEUTA PSICOMOTOR

Permite o fluir do jogo, com regressões simbólicas, terá

uma atitude de contenção e não julgamento de todos os

fantasmas que emergirem na tradução lúdica.

Faz a complementação simbólica do jogo e adota o tônus

e posturas pertinentes a uma vivência mais fantasmática.

Utiliza pontuações não-verbais e verbais sobre o material

vivido e, inclusive, interpretações dos significantes

lúdicos.

O setting da psicoterapia que a

Psicomotricidade utiliza, tem uma

clara especificidade, mas o que se

busca é a tradução do

inconsciente, buscando liberar os

significantes de suas marcas de

conflito e angústia, como nas demais

psicoterapias direcionadas à criança.

A vida atual leva muitas vezes a

criança a vivenciar conflitos na vida

diária nessa sociedade em plena crise

e além da terapia, a possibilidade de

um espaço de jogos psicomotores

como prevenção na escola seria uma

das conquistas para a promoção do

sujeito e cidadão.