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Anais do 19° Seminário Mineiro de Plantas Medicinais 2013
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Anais
Anais
Presidente da República
Dilma Vana Rousseff
Ministro da Educação
Aloizio Mercadante Oliva
Secretário da Educação Superior
Amaro Henrique Pessoa Lins
Reitora
Valéria Heloísa Kemp
Vice-Reitor
Sérgio Augusto Araújo da Gama Cerqueira
Pró-Reitor de Administração: José Tarcísio Assunção
Pró-Reitor de Ensino de Graduação: Marcelo Pereira de Andrade
Pró-Reitor Adjunto de Ensino de Graduação: Márcio Falcão Santos Barroso
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: André Luiz Mota
Pró-Reitor Adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação: Afonso de Alencastro Graça Filho
Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários: Paulo Henrique Caetano
Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Cláudio Sérgio Teixeira de Souza
Pró-Reitora de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas: Adriana Amorim da Silva
Pró-Reitor de Assuntos Estudantis: Dimas José de Resende
Comissão Organizadora do 19º Seminário Mineiro de Plantas Medicinais
Organização Geral e Tesouraria
Profa. Dra. Ana Hortência Fonseca Castro (Curso de Farmácia e Programas de Pós Graduação
em Ciências Farmacêuticas e Biotecnologia)
Comitê Científico
Profa. M.Sc. Ana Gabriela Reis Solano (Curso de Farmácia)
Logística
Profa. Dra. Adriana Cristina Soares (Curso de Farmácia e Programa de Pós Graduação em
Ciências Farmacêuticas)
Secretaria do Evento
Profa. Dra. Luciana Alves Rodrigues dos S. Lima (Curso de Farmácia, Programas de Pós
Graduação em Ciências Farmacêuticas e Biotecnologia)
Prof. Dr. Joaquim Maurício Duarte-Almeida (Curso de Farmácia e Programa de Pós Graduação
em Ciências Farmacêuticas)
Arte e Divulgação
M.Sc. Mairon César Coimbra (Técnico do Laboratório de Farmacobotânica e Plantas
Medicinais/CCO e Mestre em Biotecnologia)
Revisores ad hoc dos Trabalhos Científicos Submetidos
Dra. Ana Cardoso Clemente Filha Ferreira de Paula (IFMG – BAMBUÍ)
M.Sc. Ana Gabriela Reis Solano (UFSJ)
M.Sc. Julino Assunção Rodrigues Soares Neto (UNIFESP)
M.Sc. Fernanda Fonseca (PUC – MG)
Dra. Elzíria de Aguiar Nunan (UFMG)
Dra. Viviane Martins Rebello dos Santos (UFOP)
Dra. Roberta Carvalho de Figueiredo (UFMG)
Dr. Rupert Barros de Freitas (FUNCESI)
Dr. Geraldo Alves da Silva (UNIFAL – MG)
Dra. Fernanda Carlota Nery (UFSJ)
M.Sc. Mairon Cesar Coimbra (UFSJ)
Dr. Marcelo Aparecido da Silva (UNIFAL – MG)
M.Sc. Andréia Fonseca Silva (EPAMIG)
Dra. Jaqueline Maria Siqueira Ferreira (UFSJ)
Dra. Vânia Helena Techio (UFLA)
19º Seminário Mineiro de Plantas Medicinais – Anais
É uma publicação da Comissão Organizadora do 19º Seminário Mineiro de Plantas Medicinais
Universidade Federal de São João del-Rei
Campus Centro-Oeste Dona Lindu
Av. Sebastião Gonçalves Coelho, 400 – Chanadour
Divinópolis – MG
CEP: 35501296
Internet: www.smpm.com.br E-mail: [email protected]
Anais do 19º Seminário Mineiro de Plantas Medicinais
Organização/ Ana Hortência Fonsêca Castro; autores TORTELOTE, A.C.;
TEIXEIRA ,T.R...[et al.]. Universidade Federal de São João del Rei – Campus
Centro Oeste – Dona LIndu. Divinópolis, 2013.
81p.
1. Resumos de Trabalhos Científicos. I Título.
Apresentação
O 19º Seminário Mineiro de Plantas Medicinais é um evento anual e itinerante, idealizado
na Universidade Federal de Viçosa. Em edições anteriores foi realizado em universidades como
Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Lavras, Universidade Federal de Ouro
Preto, Universidade de Alfenas, Universidade Federal de Juiz de Fora, Universidade Federal de
Minas Gerais, Universidade Federal de São João del-Rei, Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri, Universidade do Estado de Minas Gerais, campus Ituiutaba, Instituto
Federal de Minas Gerais, campus Bambuí, entre outras.
O evento apresenta significante relevância para o Estado de Minas Gerais e em sua 19ª
edição permitirá a atualização do conhecimento técnico-científico, o resgate do conhecimento
popular sobre plantas medicinais e a integração de pesquisadores, estudantes (graduação e pós-
graduação) e profissionais das áreas de Saúde, Ciências Biológicas e Ciências Agrárias, raizeiros,
produtores rurais e agentes de movimentos pastorais e de ONGs envolvidos com a prática do uso
de plantas medicinais. O evento, de caráter pedagógico, científico e cultural será constituído por
palestras, minicursos e mesas redondas, direcionadas a dois segmentos específicos: científico e
técnico, visando à discussão de temas relevantes para o aprimoramento dos profissionais das
áreas de saúde, biológicas e agrárias. O seminário contará ainda com a apresentação de
trabalhos científicos e com a presença de palestrantes da UNIFESP, UFMG, UFV, UFLA, UFSJ e
EPAMIG.
Realização:
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS - UFSJ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA - UFSJ
GRUPO DE ATUAÇÃO DOCENTE – PRODUTOS NATURAIS - UFSJ
Apoio:
PROGRAMAÇÃO - 1ª OPÇÃO
Dia 29/11/2013 – Sexta-feira
14h00min – 16h00min: Recepção dos participantes e entrega de material (Área de Convivência -
CCO)
16h00min – 17h30min: Palestra: Fitoterapia – Prof. Dr. Ricardo Tabach (CEBRID/UNIFESP/SP)
– Anfiteatro CCO
17h30min – 18h00min: Sessão cultural (Área de Convivência - CCO)
18h00min – 18h30min: Lanche (Coffee break)
18h30min – 19h00min: Abertura oficial do evento (Anfiteatro CCO).
19h00min – 20h30min: Conferência Magna: As dez plantas medicinais mais utilizadas na
medicina – Prof. Dr. Elisaldo Luiz de Araujo Carlini (CEBRID/UNIFESP/SP) – Anfiteatro CCO
Dia 30/11/2013 – Sábado
08h00min – 12h00min: Minicursos:
09h30min – 10h00min: Lanche (Coffee break)
10h00min - 12h00min: Continuação Minicursos.
12h00min – 14h00min: Almoço.
13h30min – 15h30min: Mesa redonda: Tema: Atualidades e perspectivas em pesquisas com
produtos naturais – Anfiteatro CCO
Prof. Dr. Steiner de Franca Côrtes (UFMG) Desenvolvimento de novas drogas no sistema
cardiovascular derivadas de produtos naturais;
Prof. Dr. João Paulo Viana Leite (UFV) Bioprospecção de produtos naturais bioativos da Mata
Atlântica;
Prof. Dr. Thiago Roberto Lima Romero (UFMG) Desenvolvimento de novas drogas analgésicas
derivadas de produtos naturais.
16h00min – 17h00min: Sessão de pôsteres/apresentação de trabalhos (Área de Convivência -
CCO)
17h00min – 18h00min: Encerramento e entrega de certificados de menção honrosa (Área de
Convivência - CCO)
PROGRAMAÇÃO - 2ª OPÇÃO
Dia 29/11/2013 – Sexta feira
14h00min – 16h00min: Recepção dos participantes e entrega de material (Área de Convivência -
CCO)
16h00min – 17h30min: Palestra 3: Etnobotânica como ferramenta para a busca de novos
medicamentos de origem natural – Pesquisadora M.Sc. Andréia Fonseca Silva (EPAMIG) – sala
201A
17h30min – 18h00min Sessão cultural (Área de Convivência - CCO)
18h00min – 18h30min: Lanche (Coffee break)
18h30min – 19h00min Abertura oficial do evento (Anfiteatro CCO).
19h00min – 20h30min: Conferência Magna: As dez plantas medicinais mais utilizadas na
medicina – Prof. Dr. Elisaldo Luiz de Araujo Carlini (CEBRID/UNIFESP/SP) – Anfiteatro CCO
Dia 30/11/2013 – Sábado
08h00min – 12h00min: Minicursos
09h30min – 10h00min: Lanche (Coffee break)
10h00min - 12h00min: Continuação Minicursos
12h00min – 14h00min: Almoço
13h30min – 15h30min: Palestra: Metabolômica: Uma ferramenta para a busca de novos
fármacos a partir de produtos naturais – Profa. Dra. Lúcia Pinheiro Santos Pimenta (UFMG) – Sala
201A
16h00min – 17h00min: Sessão de pôsteres/apresentação de trabalhos (Área de Convivência -
CCO)
17h00min – 18h00min: Encerramento e entrega de certificados de menção honrosa (Área de
Convivência - CCO)
PROGRAMAÇÃO - 3ª OPÇÃO
Dia 29/11/2013 – Sexta feira
14h00min – 16h00min: Recepção dos participantes e entrega de material (Área de Convivência -
CCO)
16h00min – 17h30min: Palestra: Farmácia Caseira / Preparo de Plantas Medicinais – Profa. Dra.
Suzan Kelly Vilela Bertolucci (UFLA) – Sala 301A
17h30min – 18h00min: Sessão cultural (Área de Convivência - CCO)
18h00min – 18h30min: Lanche (Coffee break)
18h30min – 19h00min: Abertura oficial do evento (Anfiteatro CCO).
19h00min – 20h30min: Conferência Magna: As dez plantas medicinais mais utilizadas na
medicina – Prof. Dr. Elisaldo Luiz de Araujo Carlini (CEBRID/UNIFESP/SP) – Anfiteatro CCO
Dia 30/11/2013 – Sábado
08h00min – 12h00min: Minicursos
09h30min – 10h00min: Lanche (Coffee break)
10h00min - 12h00min: Continuação Minicursos
12h00min – 14h00min: Almoço
13h30min – 15h30min: Palestra: Prof. Dr. João Máximo de Siqueira (UFSJ) – Medicamentos
fitoterápicos: alerta sobre adulterações e cuidados na utilização – Sala 301A
16h00min – 17h00min: Sessão de pôsteres/apresentação de trabalhos (Área de Convivência -
CCO)
17h00min – 18h00min: Encerramento e entrega de certificados de menção honrosa (Área de
Convivência - CCO)
Minicursos:
Minicurso 1: Plantas medicinais brasileiras: identificação e utilização – Pesquisadora M.Sc.
Andréia Fonseca Silva (EPAMIG) – Sala 201A;
Minicurso 2: Avaliação da qualidade de plantas medicinais e fitoterápicos - Prof. Dr. João Paulo
Viana Leite (UFV) – Sala 202A;
Minicurso 3: Estratégias para o isolamento de produtos naturais – Profa. Dra. Lúcia Pinheiro
Santos Pimenta (UFMG) – Sala 203A;
Minicurso 4: Fitocosméticos – Profa. Dra. Ana Júlia Pereira Santinho Gomes (UFSJ) – Sala
204A;
Minicurso 5: Avaliação da atividade antitumoral de plantas medicinais – Profa. Dra. Flávia Carmo
Horta Pinto (UFSJ) – Sala 301A;
Minicurso 6: Avaliação da atividade farmacológica de produtos naturais – Prof. Dr. Ricardo
Tabach (CEBRID/UNIFESP/SP) – Sala 302A.
SUMÁRIO
ÍNDICE E DENSIDADE DE ESTÔMATOS EM FOLHAS DE Byrsonima intermedia A. Juss.
(MALPIGHIACEAE) ...................................................................................................................... 18
GERMINAÇÃO IN VITRO DE Bauhinia holophylla (Bong.) Steud. (FABACEAE: CERCIDEAE) ... 19
CALOGÊNESE EM SEGMENTOS CAULINARES DE Handroanthus serratifolius CULTIVADOS IN
VITRO ........................................................................................................................................... 20
CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DAS FOLHAS DE Astronium fraxinifolium Schott. ex Spreng
(Anacardiaceae) ........................................................................................................................... 21
EFEITO DO NITRATO DE PRATA NO CRESCIMENTO IN VITRO DE BROTAÇÕES DE
BARBATIMÃO .............................................................................................................................. 22
EFEITO DO NITRATO DE PRATA NA INIBIÇÃO IN VITRO DE CALOS EM EXPLANTES
CAULINARES DE BARBATIMÃO ................................................................................................. 23
ESTUDO FARMACOBOTÂNICO DAS FOLHAS DE Serjania marginata Casar (CIPÓ-UVA) ....... 24
INIBIÇÃO DA AÇÃO DO ETILENO NO ENRAIZAMENTO IN VITRO DE BARBATIMÃO
(Stryphnodendron adstringens) ..................................................................................................... 25
EFEITOS DO 2,4-D E BAP NA INDUÇÃO DE CALOS EM Bauhinia holophylla (Bong.) Steud.
(FABACEAE: CERCIDEAE) .......................................................................................................... 26
AVALIAÇÃO DE MUTAGENICIDADE DE DUAS PLANTAS MEDICINAIS DO CERRADO
MINEIRO ...................................................................................................................................... 28
AVALIAÇÃO ANTIMICOBACTERIANA, ANTIFÚNGICA, ANTILEISHMANIA E DETERMINAÇÃO
DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DE Talinum patens (L.) WILL (TALINACEAE)......... 29
AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE E ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO E DAS
FRAÇÕES OBTIDAS DO FRUTO MADURO DE Solanum sp. ..................................................... 30
ESTUDO FARMACOGNÓSTICO DE Talinum patens (L.) WILLD (TALINACEAE): ATIVIDADE
ANTIBACTERIANA DE EXTRATOS E FRAÇÕES PROVENIENTES DAS FOLHAS .................... 31
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE PLANTAS CULTIVADAS NO
BRASIL ......................................................................................................................................... 32
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE EXTRATOS DE Ocotea odorifera
(VELLOZO) ROHWER .................................................................................................................. 33
AÇÃO DAS FRAÇÕES CLOROFÓRMICA DA PLANTA DO GÊNERO Andira NA ATIVIDADE
GELATINOLÍTICA DE METALOPROTEINASES .......................................................................... 34
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) DE EXTRATOS DE Litchi
chinensis Sonn. (Sapindaceae) ..................................................................................................... 35
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS EXTRATOS DE Raphanus sativus L. var.
oleiferus Metzg (Brassicaceae) ..................................................................................................... 36
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANALGÉSICA DOS EXTRATOS HIDROETANÓLICO DE Raphanus
sativus var. oleifera Metzg. ........................................................................................................... 37
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DOS EXTRATOS HIDROETANÓLICO DE
Raphanus sativus var. oleifera Metzg. .......................................................................................... 38
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DO TUMOR SÓLIDO DE EHRLICH EM ANIMAIS TRATADOS
COM EXTRATO DE Nasturtium officinale ..................................................................................... 39
ÓLEO ESSENCIAL DE Ageratum fastigiatum REDUZ, IN VITRO, A EXPRESSÃO DA CITOCINA
PRÓ-INFLAMATÓRIA TNF-ALFA EM LINFÓCITOS ATIVADOS ................................................. 40
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÚNGICA E CITOTOXICIDADE DOS EXTRATOS
HIDROETANÓLICOS DAS FOLHAS E RAÍZES DE Leonotis nepetifolia (L.) BR.......................... 41
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO BRUTO DE FOLHAS E RAÍZES DE BRAÚNA
(Schinopsis brasiliensis Engl.) ....................................................................................................... 42
EXTRATO EM ACETATO DE ETILA DE Cordia verbenacea REDUZ A EXPRESSÃO DA
CITOCINA PRÓ-INFLAMATÓRIA IFN-γ E A PROLIFERAÇÃO DE LINFÓCITOS, IN VITRO ....... 43
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE INIBIDORES DE PROTEASE DE
SEMENTES DE Chenopodium quinoa .......................................................................................... 44
INFLUÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO ORAL DE EXTRATO ETANÓLICO DE FLORES DE
Pyrostegia venusta NO CRESCIMENTO DO TUMOR SÓLIDO DE EHRLICH ............................. 45
EFEITO DO EXTRATO ETANÓLICO DE PARTES AÉREAS DE Pseudobrickellia brasiliensis
(SPRENG) R. M. KING & H. ROB. SOBRE A PRODUÇÃO DE CITOCINAS, IN VITRO .............. 46
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DO TUMOR SÓLIDO DE EHRLICH EM ANIMAIS TRATADOS
COM EXTRATO DE Rosmarinus officinalis .................................................................................. 47
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE "PHOLIA NEGRA": FÓRMULA MAGISTRAL
EMAGRECEDORA A BASE DE ERVA-MATE (Ilex paraguariensis A. St. Hil.) ............................. 49
PADRONIZAÇÃO DA DROGA VEGETAL DAS FOLHAS DE Raphanus sativus var. oleiferus
Metzg. (NABO FORRAGEIRO) ..................................................................................................... 50
LEVANTAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS POR RAIZEIROS DO
MERCADO MUNICIPAL CENTRAL DE MONTES CLAROS, MG ................................................. 52
TOXICIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR USUÁRIOS DAS UNIDADES DE
SAÚDE DO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS- MG .......................................................................... 53
DESAFIOS NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: UMA REFLEXÃO SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS BIOTECNOLÓGICAS A PARTIR DE PLANTAS
MEDICINAIS ................................................................................................................................. 54
IDENTIFICAÇÃO E PLANTIO DE PLANTAS MEDICINAIS NA HORTA URBANA DA COHAB EM
LAVRAS, MINAS GERAIS ............................................................................................................ 55
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR PACIENTES DIABÉTICOS NA POPULAÇÃO DE
DIVINÓPOLIS/MG ........................................................................................................................ 56
PLANTAS MEDICINAIS EMPREGADAS NO TRATAMENTO DE CÓLICAS INFANTIS E SUAS
RESTRIÇÕES .............................................................................................................................. 57
AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS PARA O TRATAMENTO DE GRIPE E
RESFRIADO POR USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE
DIVINÓPOLIS/MG ........................................................................................................................ 58
ERVAS CIDREIRAS: É FÁCIL DIFERENCIAR? ........................................................................... 59
AVALIAÇÃO DO USO RACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS COM EFEITO CALMANTE PELA
POPULAÇÃO DE DIVINÓPOLIS-MG ........................................................................................... 60
AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR GESTANTES CADASTRADAS
EM UNIDADES DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS-MG ............................................ 61
AVALIAÇÃO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS COM PROPRIEDADES ANTI-
INFLAMATÓRIAS NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS - MG ......................................................... 62
AVALIAÇÃO DE FENOIS, FLAVONOIDES E TANINOS TOTAIS EM Cordiera sessilis (Vell.)
Kuntze (RUBIACEAE) ................................................................................................................... 64
TRIAGEM VIRTUAL INVERSA DE COMPOSTOS NATURAIS UTILIZANDO O OUR OWN
MOLECULAR TARGETS DATA BANK (OOMT) ........................................................................... 65
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO E DAS FRAÇÕES
OBTIDAS DO FRUTO MADURO DE Solanum sp ........................................................................ 66
TRIAGEM FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO
ETANÓLICO DE Tibouchina granulosa ........................................................................................ 67
ALCALÓIDE TROPÂNICO EM Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. (ERYTHROXYLACEAE) ...... 68
ISOLAMENTO DE ALCALÓIDES APORFÍNICOS DE Duguetia furfuraceae E TENTATVA DE
COMPLEXAÇÃO COM COBRE ................................................................................................... 69
TRIAGEM FITOQUÍMICA PRELIMINAR E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN
VITRO DE EXTRATOS DE Costus spicatus ................................................................................. 70
EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DA CITRONELA (Cymbopogon cf. winterianus G.) E
PREPARO DE REPELENTES ...................................................................................................... 71
ESTUDO DO EXTRATO E ÓLEO ESSENCIAL DO TOMILHO (Thymus cf. vulgaris L.) E
PREPARO DE TALCO MEDICINAL ............................................................................................. 72
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS E FLAVONOIDES EM EXTRATOS DE Litchi
chinensis Sonn. (SAPINDACEAE) ................................................................................................ 73
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO E DAS FRAÇÕES
OBTIDAS DAS FOLHAS DE Solanum lycocarpum ....................................................................... 74
DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE FLAVONOIDES TOTAIS NO EXTRATO ETANÓLICO E
NAS FRAÇÕES OBTIDAS DAS FOLHAS DE Solanum lycocarpum............................................. 75
TRIAGEM FITOQUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO HEXÂNICO DOS
FRUTOS VERDES DE Solanum lycocarpum A. St. Hil. (SOLANACEAE) ..................................... 76
FENÓIS TOTAIS, FLAVONOIDES TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE Raphanus sativus
L. var. oleiferus Metzg (Brassicaceae) .......................................................................................... 77
MODELAGEM MOLECULAR E ANÁLISE QUIMIOMÉTRICA DE ACETOGENINAS DE Annona
cornifolia COM ATIVIDADE ANTIOXIDANTE ............................................................................... 78
QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE FLAVONOIDES, FENÓIS TOTAIS E CORRELAÇÃO COM
ATIVIDADE ANTIRRADICALAR DOS EXTRATOS DAS FOLHAS E RAÍZES DE Leonotis
nepetifolia (L) ................................................................................................................................ 79
VARIAÇÃO QUANTITATIVA SAZONAL DE CONSTITUINTES DO ÓLEO ESSENCIAL DE
Pseudobrickellia brasiliensis (ASTERACEAE) .............................................................................. 80
ANÁLISES FITOQUÍMICAS E ATIVIDADE CAPTORA DE RADICAIS LIVRES EM Pyrostegia
venusta (Bignoniaceae) ................................................................................................................ 81
AVALIAÇÃO IN SILICO DE ALCALÓIDES OBTIDOS POR TRIAGEM VIRTUAL CONTRA A NS5
MTASE DO VÍRUS DA DENGUE ................................................................................................. 82
Resumos
Anatomia, Morfologia,
Sistemática e Fisiologia Vegetal
18
ÍNDICE E DENSIDADE DE ESTÔMATOS EM FOLHAS DE Byrsonima intermedia A. Juss.
(MALPIGHIACEAE)
Ariana Campos Tortelote1*; Thaiz Rodrigues Teixeira1; Mairon César Coimbra1; Ana Hortência
Fonseca Castro1
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: B. intermedia, Planta medicinal, Estômatos.
RESUMO
Os estômatos são anexos epidérmicos importantes para a fotossíntese, pois regulam os
processos de trocas gasosas. O murici pequeno (B. intermedia) é um arbusto ramificado nativo do
Cerrado brasileiro, que apresenta propriedades nutritivas e medicinais, sendo suas folhas
utilizadas no tratamento de úlceras, infecções de pele, como diurético e antiasmático e a casca do
caule é utilizada como adstringente em diarréias e disenterias e no tratamento de feridas e
infecções de pele. Este trabalho teve como objetivo avaliar o diâmetro, índice e densidade de
estômatos nas diferentes regiões da folha de B. intermedia. Folhas completamente expandidas
foram coletadas, fixadas em FAA (formaldeído: álcool etílico: ácido acético) e empregadas na
obtenção dos cortes anatômicos à mão livre. O total de 50 folhas foram utilizadas na confecção
dos cortes, sendo separadas em 5 indivíduos cada um contendo 10 folhas. Para a determinação
do índice e densidade de estômatos 30 campos de cada região (ápice, meio e base) foram
utilizados, totalizando 450 campos. Dessa forma, para medir os diâmetros foi escolhido um
estômato de cada campo, resultando em 450 estômatos. Por meio de secções paradérmicas
avaliou-se o tipo, o diâmetro e a quantidade de estômatos no ápice, meio e base da folha. A partir
dos dados obtidos calculou-se o índice (I) e a densidade (D) de estômatos pelas seguintes
expressões: I(%)=ES/(ES+CE)x100 e D(est./mm2)=ES/A, respectivamente, onde ES representa o
número de estômatos, CE o número de celular epidérmicas e A a área da foto em mm2. Através
das observações das secções paradérmicas verificou-se que a folha é hipostomática, com
estômatos do tipo paracítico. Não houve diferença significativa entre a densidade estomática,
diâmetros equatorial e polar dos estômatos entre as diferentes regiões da folha (p>0,05). Os
estômatos apresentaram diâmetro polar e equatorial médios de 30 µm e 26 µm, respectivamente.
Em relação ao índice estomático, valores mais elevados foram encontrados na região mediana
(18,85 ± 0,71 %, p <0,05), com diferença significativa entre a região do ápice (16,63 ± 1,05 %),
porém sem diferença significativa entre a região da base (17,68 ± 1,25 %). Os resultados obtidos
poderão auxiliar na elucidação futura da relação entre as trocas gasosas e a estrutura foliar de B.
intermedia.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
19
GERMINAÇÃO IN VITRO DE Bauhinia holophylla (Bong.) Steud. (FABACEAE: CERCIDEAE)
Myriam Almeida Barbosa¹*; Ana Hortência Fonseca Castro¹; Matheus Reis Martins¹; Andréia
Fonseca Silva²; Mairon César Coimbra¹.
¹Universidade Federal de São João del-Rei; ²Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
(EPAMIG).
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Bauhinia holophylla, Germinação in vitro, Explantes, Meios MS e WPM, Mudas
assépticas.
RESUMO
Bauhinia L. é um gênero pantropical, com aproximadamente 300 espécies. Bauhinia holophylla ou
unha-de-vaca é uma espécie arbustiva, que ocorre em matas de galeria e ciliares e no Cerrado,
sendo muito utilizada na medicina popular. Sua propagação ocorre por meio de sementes, que
apresentam dormência tegumentar. A cultura de células e tecidos vegetais é uma técnica útil para
produção de mudas assépticas, que podem ser utilizadas como fontes de explantes para a
produção de agregados celulares (calos) e metabólitos bioativos. Esse trabalho teve como
objetivo estabelecer uma metodologia para a produção de plântulas de B. holophylla a partir da
germinação in vitro de sementes em diferentes meios de cultivo e diferentes concentrações de
sais. Frutos foram coletados em Ijaci (MG), em maio de 2013. As sementes foram tratadas com
Captan 5%, por dez minutos e armazenadas em câmera fria a 4 ºC. As sementes foram tratadas
com hipoclorito de sódio 25% (v/v), por dez minutos, lavadas em água destilada autoclavada, em
câmara de fluxo laminar. As sementes foram inoculadas em 10 mL dos meios MS e WPM
completos e com a metade da concentração de sais, contendo 100 mL L-1 de Derosal 500 SC,
suplementados com 30 g L-1 de sacarose e solidificados com ágar, na proporção de 7 g L-1, sendo
o pH ajustado para 5,7±0,1. A incubação ocorreu em sala de crescimento, à temperatura de 27±2
ºC, fotoperíodo de 16 horas e radiação de 40 mmol m-2s-1. Após vinte e um dias, avaliou-se as
porcentagem de germinação, contaminação e oxidação, desenvolvimento da parte aérea, número
de folíolos e valores de matéria fresca e seca dos folíolos. Os resultados demonstram que a
contaminação média ficou em torno de 12% e não houve oxidação das sementes e dos meios.
Maiores porcentagens de germinação ocorreram nos meios MS completo e com a metade da
concentração de sais, as quais ficaram em torno de 94%, e nos meios WPM a porcentagem média
foi de 76%. Plântulas crescidas em meios MS e WPM com a metade da concentração de sais
apresentaram maior comprimento da parte aérea. Maior número de folíolos (3,7 folíolos em média)
ocorreu em meio MS, independente da concentração de sais. Maiores valores de matéria fresca
de folhas foram observadas em meio MS completo.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
20
CALOGÊNESE EM SEGMENTOS CAULINARES DE Handroanthus serratifolius CULTIVADOS
IN VITRO
Ana Cristina de Souza1*; Renato Paiva1; Luciano Coutinho Silva1; Paulo Augusto Almeida Santos1;
Camila Vitória Nunes de Faria1.
1Universidade Federal de Lavras.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Ipê-amarelo, Espécie nativa, Segmento nodal, Cultivo in vitro, Espécie
medicinal.
RESUMO
Handroanthus serratifolius, conhecida como ipê-amarelo, pertence à família Bignoniaceae. Possui
interesse econômico madeireiro, ornamental e medicinal. O uso das cascas dessas plantas na
medicina popular é sob a forma de chá, com ação antinfecciosa, antifúngica, diurética,
adstringente e no tratamento contra alguns tipos câncer, de lúpus, doença de Parkinson, psoríase
e alergias. Os resultados de análise fitoquímica registram como, componentes da madeira
naftoquinonas, principalmente o lapachol, o lapachenol, a quercetina e ácido hidroxibenzóico. A
cultura de tecidos é uma eficiente alternativa para a propagação de plantas nativas medicinais e a
calogênese pode ser induzida a partir de segmentos foliares, caulinares, raízes, entre outros,
podendo visar à produção de metabólitos secundários para fins farmacêuticos. O presente
trabalho teve como objetivo estudar a influência da citocinina 6-benzilaminopurina (BAP) na
calogênese em segmentos caulinares de ipê-amarelo. Plantas oriundas da germinação in
vitro foram utilizadas como fonte de explantes. Em câmara de fluxo laminar, segmentos nodais de
brotações já estabelecidas in vitro foram inoculados na posição vertical em meio WPM contendo
0,09 M de sacarose, 0,6% de ágar e diferentes concentrações de BAP (0, 2, 4 e 8 µM). O pH do
meio foi ajustado para 5,8 antes da esterilização. Após a inoculação os explantes foram mantidos
em sala de crescimento em fotoperíodo de 16h e temperatura de 25 ± 2 °C. Após 30 dias de
cultivo, a porcentagem de calos foi avaliada e os dados submetidos à ANAVA. Foram observadas
diferenças significativas para a porcentagem de calos com média geral de 79%. O uso de 2 e 4
µM de BAP promoveu a formação de calos em 100% das brotações de Handroanthus
serratifolius. O uso da citocinina BAP é essencial para a formação de calos em segmentos
caulinares de ipê amarelo.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
21
CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DAS FOLHAS DE Astronium fraxinifolium Schott. ex
Spreng (Anacardiaceae)
Vinícius de Carvalho Oliveira¹*; Ana Flávia da Silva¹; Elson Rogério Tavares Filho¹; Geraldo Alves
da Silva¹; Marcelo Aparecido da Silva¹.
¹Universidade Federal de Alfenas.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Astronium fraxinifolium, Anacardiaceae, Anatomia vegetal.
RESUMO
Astronium fraxinifolium, é uma espécie pertencente à família Anacardiaceae, conhecida
comumente como Gonçalo-Alves. Suas folhas, quando maceradas manualmente, exalam o cheiro
característico de manga verde e quando as árvores estão floridas, perdem todas as suas folhas. A
espécie é uma árvore rústica de médio porte, nativa do cerrado brasileiro. As folhas assumem
coloração diferente ao longo do ano e são usadas na medicina popular para o tratamento de
diarréias e de inflamações gástricas e vaginais. O presente trabalho trata à obtenção de
informação anatômica da folha da espécie vegetal que possuem importância tanto botânica
quanto farmacêutica. A caracterização anatômica consistiu na análise microscópica da região da
nervura central e do mesofilo foliar, visando à observação dos principais tecidos vegetais. Foram
confeccionadas lâminas permanentes com cortes histológicos do material inclusos em blocos de
resina, obtidos em micrótomo de mesa, fixadas e coradas com toluidina e safranina. As folhas são
compostas pinadas, imparipenadas de 7 a 13 folíolos, dispostas nos ramos de forma alternada
espiralada. A nervura marginal inconspícua, sem nervura intramarginal. Na análise microscópica o
mesofilo é do tipo heterogêneo assimétrico ou bifacial, constituído de uma camada de parênquima
paliçádico ocupando de 50 a 60% do mesofilo. Presença de tricomas unicelulares, presença de
feixes marginais e inclusões de oxalato de cálcio do tipo cristal prismático. Na nervura principal
observa-se a epiderme, parênquima fundamental e colênquima anelar. Há presença de cristais
prismáticos e 5 a 7 feixes vasculares, sendo um maior na região abaxial e outro mediano na
região adaxial. Os feixes são constituídos de xilema e floema com presença de drusas e cristais
prismáticos e grandes cavidades secretoras. Os feixes vasculares apresentam fibras
perivasculares. Assim, o estudo anatômico de Astronium fraxinifolium fornece subsídios que
contribuem para sua identificação e avaliação taxonômica, permitindo a diferenciação inclusive
entre espécies botanicamente próximas. Portanto, os parâmetros anatômicos possibilitam o
controle botânico de qualidade dos insumos farmacêuticos auxiliando a autenticidade das plantas
medicinais e de seus adulterantes..
Apoio Financeiro: Fapemig, CNPq. UNIFAL-MG e Biota-Fapesp .
22
EFEITO DO NITRATO DE PRATA NO CRESCIMENTO IN VITRO DE BROTAÇÕES DE
BARBATIMÃO
Mayara Caroline Carvalho Pinto1*, Renato Paiva1, Luciano Coutinho Silva1, Cibele Merched Gallo1,
Camila Vitória Nunes de Faria1
1Universidade Federal de Lavras.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Etileno, Micropropagação, Espécie nativa, Espécie medicinal.
RESUMO
O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é uma espécie arbórea que ocorre com frequência
no Cerrado e apresenta propriedades medicinais. O extrativismo predatório desta espécie
contribui significativamente para a diminuição das populações naturais, fato agravado pela
irregularidade no processo de germinação devido à dormência tegumentar de suas sementes e
pelo lento desenvolvimento das mudas no campo. O etileno é um hormônio que pode exercer forte
influência no crescimento das brotações e substâncias como a prata exerce uma atividade
específica na inibição da ação deste hormônio. O objetivo deste trabalho foi testar o efeito do
nitrato de prata (AgNO3) no crescimento de explantes de barbatimão. Em câmara de fluxo laminar,
explantes com 4-5 cm de comprimento e contendo três gemas laterais foram inoculados em meio
MS suplementado com 0,09 M de sacarose, 0,55% de agar, 5 μM de ácido indol acético (AIA) e
contendo diferentes concentrações de AgNO3 (0; 0,1; 1 e 10 μM). O pH do meio foi ajustado para
5,8 antes da esterilização. Para cada tratamento foram utilizadas cinco repetições, sendo cada
repetição composta por cinco tubos de ensaio, onde cada tubo continha uma única brotação. Os
explantes foram mantidos por 21 dias em sala de crescimento, sendo a primeira semana no
escuro e as outras duas com fotoperíodo de 16 h e temperatura de 25±2 °C. Após esse período
foram analisados a porcentagem de crescimento das brotações e o aumento do número de
gemas. Os resultados foram submetidos a ANOVA e foi realizada o teste de regressão. A inibição
da ação do etileno pelo AgNO3 promoveu um efeito positivo significativo com relação ao
crescimento (p=0,0013) e número de gemas (p=0,0044). A maior porcentagem de crescimento
das brotações (42,6%) foi obtida na concentração de 10 μM de AgNO3 e maior indução de gemas
(1,4) na concentração de 1 μM de AgNO3. A inibição da ação do etileno exerce efeito positivo no
crescimento in vitro de brotações.
Apoio Financeiro: CAPES, FAPEMIG e CNPq.
23
EFEITO DO NITRATO DE PRATA NA INIBIÇÃO IN VITRO DE CALOS EM EXPLANTES
CAULINARES DE BARBATIMÃO
Mayara Caroline Carvalho Pinto1; Renato Paiva1; Luciano Coutinho Silva1; Cibele Merched Gallo1*;
Camila Vitória Nunes de Faria1.
1 Universidade Federal de Lavras.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Etileno, Calogênese, Micropropagação, Espécie nativa, Espécie medicinal.
RESUMO
O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é uma espécie típica do Cerrado brasileiro e
apresenta propriedades medicinais. O extrativismo predatório desta espécie aumenta a cada ano
e as populações naturais estão em constante diminuição, sendo este fato agravado pela
irregularidade no processo natural de germinação e pelo lento desenvolvimento das mudas no
campo. O etileno é um hormônio gasoso que pode provocar distúrbios celulares desencadeando
uma proliferação indesejada de células promovendo a calogênese. Por outro lado, a prata é uma
substância que atua especificamente na inibição da ação deste hormônio por se ligar no sítio ativo
da proteína a qual se liga o etileno. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi testar o efeito do
nitrato de prata (AgNO3) na inibição da formação de calos em explantes caulinares de barbatimão.
Em câmara de fluxo laminar, brotações de barbatimão estabelecidos in vitro com comprimento de
2-3 cm, foram inoculados em meio MS suplementado com 0,09 M de sacarose, 0,55% de agar, 5
μM de ácido indol acético (AIA) e contendo diferentes concentrações de AgNO3 (0; 0,1; 1 e 10
μM). O pH do meio foi ajustado para 5,8 antes da esterilização. Para cada tratamento foram
utilizadas cinco repetições, sendo cada repetição composta por cinco tubos de ensaio, onde cada
tubo continha uma única brotação. Após a inoculação os explantes foram mantidos por 20 dias em
sala de crescimento, sendo a primeira semana no escuro e as outras duas em fotoperíodo de 16 h
e temperatura de 25±2 °C. Após esse período foi avaliado o efeito do nitrato de prata na inibição
da calogênese na base dos explantes. Os dados foram submetidos à ANOVA e análise de
regressão. Foi observada uma diferença significativa (p<0,0001) com relação à inibição da
calogênese em função das concentrações de AgNO3. Na ausência de AgNO3 foi observada a
formação de calos em 95% dos explantes e na concentração de 10 µM de AgNO3 a total inibição
da calogênese. Desta forma, foi confirmada a ação do etileno na calogênese em brotações de
barbatimão. O uso de AgNO3 é eficiente para inibição do etileno e consequentemente da
formação de calos em explantes de barbatimão..
Apoio Financeiro: CAPES, FAPEMIG e CNPq.
24
ESTUDO FARMACOBOTÂNICO DAS FOLHAS DE Serjania marginata Casar (CIPÓ-UVA)
Elson Rogerio Tavares Filho1*; Lucas Batista Souza1; Marcelo Aparecido da Silva1; Geraldo Alves
da Silva1; Ana Flávia da Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Serjania marginata Casar, Cipó-uva, Estudo farmacobotânico, Planta medicinal.
RESUMO
O Ministério da Saúde divulgou recentemente uma lista contendo 71 plantas medicinais que
poderão ser usadas como medicamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foram
selecionadas plantas com potencial para serem usadas contra diabetes, dor, artrites, úlceras,
hipertensão, inflamações entre outras patologias. Entretanto, sabe-se que a qualidade das plantas
medicinais e aromáticas é condicionada a todo o processo produtivo, desde a identificação
botânica, os tratos culturais, a relação planta-solo-clima (edafoclimáticas), a colheita e pós-
colheita. O trabalho tem como objetivo apresentar características anatômicas e estruturais em
folhas de Serjania marginata. As folhas de S. marginata foram coletadas de uma população
mínima de cinco indivíduos. Obtiveram-se cerca de vinte folhas, saudáveis, adultas e inteiras. O
armazenamento imediato das amostras após a coleta foi feito por meio de frascos contento o
fixador FAA70, depois de transcorrido o período de fixação, o material vegetal foi armazenado em
etanol 70%. As folhas foram, então, incluídas em blocos de historesina (glicolmetacrilato) LEICA®,
e seccionadas com auxílio de micrótomo rotatório, produzindo-se lâminas com cortes de 8 µm
corados com azul de toluidina 1% observadas em microscópio óptico. A caracterização anatômica
consistiu na análise microscópica da região da nervura central e do mesófilo foliar, visando a
observação dos principais tecidos vegetais. Foi analisado mesófilo do tipo heterogêneo
assimétrico ou bifacial com epiderme unisseriada, recoberta por cutícula tanto na face abaxial
quanto adaxial. Na face adaxial foi observada a presença de parênquima paliçádico
(correspondente a cerca de 30%~40% do mesófilo foliar) uni ou bisseriado, com a presença de
idioblastos. Na face abaxial foi observado parênquima lacunoso, e a presença de anexos do tipo
tricomas multicelulares na epiderme abaxial. Na região da nervura central observou-se epiderme
uniseriada, colênquima anelar apresentando de três a cinco camadas na face abaxial e
parênquima fundamental com inclusões de oxalato de cálcio do tipo drusas. Possui cerca de oito
feixes vasculares colaterais próximos e aparentando se tratar apenas dois feixes (abaxial e
adaxial), porém preenchidos com parênquima, porém os feixes vasculares da face abaxial
apresentam-se maiores que os adaxiais, as fibras perivasculares se mostram continuas
contornando os feixes vasculares. O floema apresenta inclusões de oxalato de cálcio do tipo
drusas e cristais prismáticos. Os resultados obtidos conferem novas informações á respeito da
caracterização farmacobotânica das folhas de S. Marginata Casar.
Apoio Financeiro: FAPEMIG/UNIFAL/BIOTA-FAPESP/CNPQ.
25
INIBIÇÃO DA AÇÃO DO ETILENO NO ENRAIZAMENTO IN VITRO DE BARBATIMÃO
(Stryphnodendron adstringens)
Mayara Caroline Carvalho Pinto1*; Renato Paiva1; Luciano Coutinho Silva1; Camila Vitória Nunes
de Faria1; Rodrigo Therezan de Freitas1.
1Universidade Federal de Lavras.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Hormônio vegetal, Rizogênese, Micropropagação, Espécie nativa, Espécie
medicinal.
RESUMO
O barbatimão (Stryphnodendron adstringens) é uma espécie arbórea, de ocorrência no Cerrado
brasileiro e apresenta grande valor medicinal. O chá das cascas desta espécie tem propriedades
adstringentes. A espécie apresenta irregularidade no processo de germinação devido à dormência
tegumentar e lento desenvolvimento de mudas em campo. O etileno é um hormônio gasoso que
pode influenciar o processo de enraizamento adventício. Já o íon prata (Ag+), é um elemento que
atua especificamente na inibição da ação deste hormônio por se ligar no sítio ativo da proteína a
qual se liga o etileno. O objetivo deste trabalho foi testar o efeito do nitrato de prata (AgNO3),
como sendo um composto doador do íon Ag+, no enraizamento in vitro de explantes de
barbatimão. Em câmara de fluxo laminar, explantes com 3-4 cm de comprimento e contendo a
gema apical foram inoculados em meio MS suplementado com 0,09 M de sacarose, 0,55% de
ágar, 5 μM de ácido indol acético (AIA) e contendo diferentes concentrações de AgNO3 (0; 0,1; 1 e
10 μM). O pH do meio foi ajustado para 5,8 antes da esterilização. Para cada tratamento foram
utilizadas cinco repetições, sendo cada repetição composta de cinco tubos de ensaio, onde cada
tubo continha uma única brotação. Após a inoculação, os explantes foram mantidos em sala de
crescimento, sendo a primeira semana no escuro e as outras duas com fotoperíodo de 16 h e
temperatura de 25±2 °C e após 21 dias foi analisado o número e o comprimento das raízes. Os
resultados foram submetidos à ANAVA e as médias analisadas por regressão. A inibição da ação
do etileno influenciou o crescimento das raízes. Foi observada uma diferença significativa
(p=0,0017) com relação ao tamanho das raízes em função das concentrações de AgNO3. Quanto
ao número de raízes, não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos. Os explantes
tratados com 10 μM de AgNO3 apresentaram as maiores raízes (1,2 cm). O hormônio etileno
influencia negativamente no crescimento de raízes adventícias de barbatimão.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPEMIG.
26
EFEITOS DO 2,4-D E BAP NA INDUÇÃO DE CALOS EM Bauhinia holophylla (Bong.) Steud.
(FABACEAE: CERCIDEAE)
Sarah Ribeiro Furtado Pereira1*; Fernanda Marinez De Sousa1; Matheus Reis Martins1; Andréia
Fonseca Silva2; Ana Hortência Fonseca Castro1.
1Universidade Federal de São João del-Rei; 2 Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas
Gerais (EPAMIG).
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Bauhinia holophylla, Calogênese, 2,4-D, BAP.
RESUMO
A obtenção de metabólitos secundários a partir de culturas de calos e de células em suspensão
constitui uma importante estratégia biotecnológica. Plantas do gênero Bauhinia, também
conhecidas como pata-de-vaca são muito usadas na medicina popular, devido à presença de
lactonas, flavonoides, terpenoides, esteroides, triterpenos, taninos e quinonas. Com o objetivo de
avaliar o efeito de diferentes concentrações de 2,4-D e BAP na indução de calos em Bauhinia
holophylla, segmentos foliares obtidos de plântulas germinadas in vitro foram inoculados em meio
MS, suplementado com 30 g L-1 de sacarose e pH 5,8, solidificado com 7 g L-1 de agar, acrescidos
de 2,4-D (0; 4,52; 9,05; 18,10 μM) e BAP (0; 4,44; 8,88; 17,75 μM) e incubados na presença e
ausência de luz. Aos 21 dias após a inoculação, avaliou-se o número de calos e a percentagem
da área do explante coberta por calo. Os resultados evidenciaram que não houve a indução de
calos na ausência dos reguladores empregados. A calogênese ocorreu onze dias após a
inoculação, em meios com diferentes concentrações de 2,4-D, na ausência de luz e de BAP, na
presença e ausência de luz. Na presença de luz e BAP houve um aumento do número de calos,
com o aumento das concentrações do regulador, os quais ocuparam 50% da área do explante. Na
ausência de luz e presença de 2,4-D observou-se a formação de calos em todas as
concentrações testadas, sendo que em 9,05 μM e 18,10 μM de 2,4-D, a área do explante ocupada
por calo foi de 75% e 100%, respectivamente. Nos tratamentos com BAP e ausência de luz houve
considerável redução na quantidade de calos, com o aumento das concentrações testadas, onde
os explantes apresentaram 100% de sua área ocupada por calos com 4,44 μM de BAP no meio.
Apoio Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).
Atividade Biológica de Plantas
Medicinais
28
AVALIAÇÃO DE MUTAGENICIDADE DE DUAS PLANTAS MEDICINAIS DO CERRADO
MINEIRO
Nathália Maria de Oliveira Rosa¹*; Thaís Paiva Porto¹; Kamilla Monteiro Santos¹; Rosy Iara Maciel
de Azambuja Ribeiro¹; Fábio Vieira dos Santos¹.
1Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave:Mutagenicidade, Teste de Ames,Plantas medicinais.
RESUMO
A utilização das plantas como medicamento provavelmente é uma prática tão antiga quanto o
aparecimento das sociedades humanas, sendo essa forma de tratamento muito importante em
muitas regiões, inclusive no Brasil. Porém, o risco associado à utilização dessas plantas como
medicamentos não são bem compreendidos. Astronium fraxinifolium (Gonçalo Alves) é utilizada
na medicina popular como cicatrizante e anti-inflamatório, enquanto Vernonia polyanthes (Assa-
peixe) como diurético e expectorante. Este estudo teve como objetivo avaliar e identificar agentes
capazes de induzir mutações gênicas pontuais de duas espécies do bioma cerrado popularmente
utilizadas na medicina tradicional. Para a análise da mutagenicidade foi realizado o teste de Ames
por incorporação direta em placa por 48 horas a 37 °C utilizando linhagens TA98 e TA100
de Salmonella typhimurium na ausência e presença de ativação metabólica. Para a realização dos
testes foram utilizadas diferentes concentrações dos extratos hidroalcoólicos das espécies A.
fraxinifolium (1,39 mg; 2,9 mg; 5,81 mg; 8,72 mg; 11,63 mg) e V. polyanthes (0,6 mg; 1,25 mg;
2,51 mg; 3,76 mg; 5,02 mg). O extrato hidroalcoólico de A. fraxinifolium apresentou indícios de
mutagenicidade (Razão de mutagenicidade = 1,63) na linhagem TA98 sem ativação metabólica e
foi mutagênico na mesma linhagem, porém com ativação metabólica. Na linhagem TA100, este
extrato não apresentou nenhum indício de mutagenicidade. Nos estudos com o extrato da
espécie V. polyanthes na linhagem TA98 sem ativação metabólica verificou-se ação mutagênica.
Porém, com a ativação metabólica foram observados somente indícios de mutagenicidade (Razão
de mutagenicidade = 1,85). Na linhagem TA100, o extrato teve ação mutagênica somente com a
ativação metabólica. Os dados aqui apresentados sugerem que essas espécies de plantas podem
apresentar compostos capazes de induzir danos diretos e indiretos no DNA, podendo levar a
adição ou deleção de nucleotídeos e substituição de pares de bases, o que pode vir a representar
riscos aos usuários de tais espécies em tratamentos medicinais.
Apoio Financeiro:CNPq e FAPEMIG.
29
AVALIAÇÃO ANTIMICOBACTERIANA, ANTIFÚNGICA, ANTILEISHMANIA E DETERMINAÇÃO
DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA DE Talinum patens (L.) WILL (TALINACEAE)
Luis Felipe Cunha dos Reis1*; Cláudio Daniel Cerdeira1; Mario Henrique Souza Simões1; Jeferson
Junior da Silva1; Geraldo Alves da Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Talinum patens, Mycobacterium tuberculosis, Atividade antifúngica.
RESUMO
Talinum patens (L.) Willd é uma planta encontrada no Brasil, pertencente à família Talinaceae.
Apesar da complexidade, a triagem de produtos naturais é essencial para a descoberta de novos
fármacos, e a bioprospecção de plantas vem crescendo no campo medicinal. Isto se torna
evidente especialmente na busca de novos antimicrobianos, seja para superar a multi-resistência
dos microorganismos ou melhorar o tratamento de doenças infecciosas que mostram limitada
alternativa terapêutica como, por exemplo, Mycobacterium tuberculosis - agente causal da
tuberculose, Candida albicans – patógeno nosocomial oportunista – e Leishmania spp. - agentes
causadores da Leishmaniose. Em face desta ameaça à saúde pública, o objetivo desta pesquisa
foi avaliar a bioatividade in vitro de T. patens contra L. amazonensis; M. tuberculosis ATCC 27294
- cepa H37Ra – e Mycobacterium bovis ATCC 27289 - cepa BCG -; e C. albicans ATCC 10231. O
extrato hidroalcoólico a partir das folhas de T. patens foi obtido através de percolação com etanol
70%. Em seguida, este foi sucessivamente fracionado pelos seguintes solventes: hexano, acetato
de etila e n-BuOH, rendendo respectivamente as frações HX, AE, e BuOH. A atividade
antimicobacteriana foi avaliada de acordo com o documento M24A2 (CLSI, 2008) e a atividade
antifúngica de acordo com os documentos M44A2 (CLSI, 2009) e M27A3 (CLSI, 2008). Os
extratos das folhas de T. patens não apresentaram atividade inibitória contra o M. tuberculosis, M.
bovis e L. amazonensis. As frações HX e AE apresentaram atividade contra C. albicans com a
Concentração Inibitória Mínima (CIM) de 31,2 e 130 µg/mL respectivamente. Além disso, foram
identificadas por triagem fitoquímica esteróides na fração HX e esteróides e saponinas na fração
AE. Portanto, as frações HX e AE das folhas de T. patens mostraram uma boa atividade
antifúngica, o que deve orientar estudos posteriores na busca de possíveis compostos efetivos na
terapêutica de doenças causadas por C. albicans.
Apoio Financeiro: CAPES.
30
AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE E ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO E DAS
FRAÇÕES OBTIDAS DO FRUTO MADURO DE Solanum sp.
Melissa Grazielle Morais1*; Guilherme Augusto Ferreira da Costa1; Álan Alex Aleixo1; Jaqueline
Maria Siqueira Ferreira1; Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Lysteria monocytogenes, Solanum, citotoxicidade, antimicrobiana.
RESUMO
O Brasil apresenta uma rica biodiversidade, onde diversas espécies vegetais são alvos de
constantes pesquisas, quanto à citotoxicidade sobre células eucariontes, bem quanto às
propriedades antimicrobianas. Deste modo, o presente trabalho visa avaliar a citotoxicidade do
extrato etanólico e das frações obtidas dos frutos maduros de Solanum sp. sobre a linhagem
celular de fibroblastos de rim de macaco (LLC-MK2), bem como a atividade antimicrobiana frente
à bactéria Gram-positiva Lysteria monocytogenes (ATCC 15315). Os frutos maduros de Solanum
sp. foram coletados, secados, triturados em moinho de facas, extraídos por percolação em etanol
PA. e o extrato etanólico foi fracionado por partição, obtendo-se as frações hexânica,
diclorometânica, acetatoetílica e hidroetanólica. A citotoxicidade do extrato etanólico e frações
sobre a linhagem celular LLC-MK2, foi determinada pelo ensaio colorimétrico do MTT (brometo de
3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólio) e determinada a concentração efetiva capaz de
reduzir 50% da viabilidade celular (CC50). A atividade antimicrobiana do extrato etanólico e das
frações foi determinada pela atividade bacteriostática que caracteriza-se como a concentração
inibitória mínima (CIM) utilizando-se o método microdiluição em caldo e a atividade bactericida de
acordo com a concentração bactericida mínima (CBM) por microdiluição em ágar. Dentre as
amostras avaliadas, a fração hexânica apresentou menor citotoxicidade com CC50 maior que 400
mg/ml e as frações diclorometânica e acetatoetílica, baixa citotoxicidade com CC50 de 161 e 190
mg/ml respectivamente, enquanto o extrato etanólico e fração hidroetanólica moderada
citotoxicidade, com CC50 de 59 e 51 mg/ml respectivamente. A bactéria Listeria monocytogenes foi
sensível ao extrato etanólico e frações, especialmente em relação à fração diclorometânica que
apresentou CIM de 31 mg/ml e CBM de 250 mg/ml. O extrato etanólico apresentou CIM e CBM de
250 mg/ml, e a fração hexânica de 1000 mg/ml. Os resultados mostram que os frutos
de Solanum sp. são fonte de substâncias antimicrobianas que podem ser futuramente isoladas e
utilizadas como protótipos na síntese de novos antibióticos, tendo em vista maior especificidade
sobre células procariontes e menores efeitos tóxicos sobre às células eucariontes.
Apoio Financeiro: FAPEMIG/UFSJ e CNPq.
31
ESTUDO FARMACOGNÓSTICO DE Talinum patens (L.) WILLD (TALINACEAE): ATIVIDADE
ANTIBACTERIANA DE EXTRATOS E FRAÇÕES PROVENIENTES DAS FOLHAS
Luis Felipe Cunha dos Reis1*; Cláudio Daniel Cerdeira1; Bruno Faria de Paula1; Jorge Kleber
Chavasco1; Geraldo Alves da Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Talinum patens, Atividade antibacteriana, CIM.
RESUMO
O uso indiscriminado de antimicrobianos tem permitido a seleção de microrganismos resistentes,
além da escassez de novos antimicrobianos implementados de forma efetiva na prática clínica.
Isto se reflete em doenças infecciosas por bactérias que têm como desfecho altas taxas de
morbidade e mortalidade em todo mundo. Os produtos naturais têm sido uma valiosa fonte de
novos compostos com possíveis alvos originais de ação antimicrobiana, na corrida para superar a
resistência cruzada de microorganismos e encontrar alternativas terapêuticas. Entre os patógenos
que mostram grande problema para a saúde pública estão Staphylococcus aureus, Escherichia
coli, Serratia marcescens, Pseudomonas aeruginosa e Proteus mirabilis e, adicionalmente, estes
micro-organismos têm preocupado devido à resistência aos antimicrobianos em uso. Diante deste
problema, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antibacteriana in vitro de Talinum patens
(L.) Willd (Talinaceae) do Brasil. Extratos hidroalcoólicos das folhas foram obtidos através de
percolação com etanol 70%, em seguida, as frações foram obtidas por meio de extração com
hexano, acetato de etila, e n-Butanol, originando, respectivamente, as frações: HX, AE, e BuOH. A
atividade antibacteriana contra as cepas padrões de S. aureus ATCC 6538, E. coli ATCC 25922,
S. marcescens (LMI – UNIFAL), P. aeruginosa ATCC 27853, P. mirabilis ATCC 25922 e
Enterobacter aerogenes (LMI - UNIFAL) foi avaliada através da determinação da concentração
inibitória mínima (CIM), pelo método de microdiluição em caldo, de acordo com o documento M7-
A6 (CLSI, 2003). Além disso, a triagem fitoquímica de T. patens foi avaliada. O extrato bruto das
folhas inibiu in vitro o crescimento de S. marcescens com CIM de 250 µg/ml. As frações HX e AE
foram ativas contra S. aureus, E. coli, S. marcescens, P. aeruginosa, P. mirabilis, e E. aerogenes
com valores de CIM variando de 31,2 a 500 µg/ml. Entretanto, a fração BuOH não apresentou
atividade. Quanto aos fitoconstituintes, o extrato bruto mostrou a presença de esteroides,
saponinas e taninos. Além disso, foi verificada a presença de esteroides na fração HX e
esteróides e saponinas na fração AE. Portanto, o extrato bruto da folha contra S. marcescens, e
as frações HX e AE mostraram uma boa atividade antibacteriana in vitro e novos estudos devem
ser realizados para a busca de novos antimicrobianos.
Apoio Financeiro: CAPES.
32
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE ÓLEOS ESSENCIAIS DE PLANTAS CULTIVADAS NO
BRASIL
Matheus Coutinho Costa Ferreira1*; Raquel Maria Lima Lemes1; Juliana de Freitas Teixeira1;
Mariana de Sousa Alvarenga1
1Universidade Federal de Alfenas.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Óleos essenciais, Atividade antimicrobiana, Concentração inibitória mínima.
RESUMO
Países com grande biodiversidade como o Brasil possuem muitas plantas usadas popularmente,
tendo muitas dessas um potencial antimicrobiano ainda não pesquisado. A busca de novos
produtos que atuem sobre bactérias e fungos tornou-se importante devido à crescente resistência
aos antimicrobianos clássicos. Portanto, pesquisou-se a atividade antimicrobiana dos óleos
essenciais de Ocimum basilicum (manjericão), Origanum vulgare (orégano), Citrus aurantifolia
(limão tahiti), Myristica fragrans (noz-moscada), Mentha piperita (hortelã-pimenta) e Eucalyptus
globulus (eucalipto), obtidos de Ferquima Ltda. Usaram-se oito micro-organismos padrão (Proteus
mirabilis ATCC-25933, Trichosporon asahii CBS-2479, Bacillus cereus ATCC-11778, Geotrichum
candidum NRRL-Y-552, Micrococcus luteus ATCC-10240, Staphylococcus aureus ATCC-6538,
Salmonella typhimurium ATCC-14028 e Candida albicans ATCC-10231) para essa avaliação. A
concentração inibitória mínima (CIM) foi definida pela técnica de microdiluição, seguindo a
metodologia CLSI, com algumas adaptações. Os micro-organismos, previamente mantidos em
Ágar Nutriente, foram usados para preparo do inóculo em salina estéril, em escala 0,5 de
McFarland e posteriormente diluídos a 104 UFC.mL-1. Prepararam-se soluções-mãe dos óleos
essenciais com dimetilsulfóxido (4 mg/mL), diluídas posteriormente em caldo Roswell Park
Memorial Institute 1640 (RPMI-1640) obtendo concentrações finais entre 1,0 e 0,0156 mg/mL.
Poços contendo dimetilsulfóxido, RPMI e RPMI mais micro-organismos foram empregados como
controle de ausência de interferência, controle negativo e positivo, respectivamente. Incubaram-se
as placas a 35 oC por até 48h. Definiu-se a CIM como a menor concentração de óleo que inibiu a
turbidez visível a olho nu, em leituras de 24 e 48h. Os principais resultados obtidos foram: CIM de
0,25 mg/mL (24h) e 0,5 mg/mL (48h) para B. cereus e 0,25 mg/mL (24h) e 1,0 mg/mL (48h) para
S. aureus com o óleo essencial de limão; CIM de 0,250 mg/mL (24/48h) para P. mirabilis e S.
typhimurium com o óleo de noz-moscada; CIM de 0,125 mg/mL (24/48h) para P. mirabilis com o
óleo de manjericão; CIM de 0,125 mg/mL (24/48h) para B. cereus e G. candidum com o óleo de
orégano; CIM de 0,125 mg/mL (24/48h) para C. albicans com óleo de hortelã-pimenta; CIM de
0,25 mg/mL (24/48h) para S. typhimurium com o óleo de eucalipto. Observa-se que plantas
cultivadas no Brasil, como as testadas, têm diferentes espectros de ação antimicrobiana.
33
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DE EXTRATOS DE Ocotea odorifera
(VELLOZO) ROHWER
Júlia Moraes Rogatto1*; Matheus Coutinho Costa Ferreira1; Rafaela Mayumi Ono1; Daniela Cristina
de Macedo Vieira2. Jorge Kleber Chavasco1
1Universidade Federal de Alfenas; 2Faculdade Pitágoras.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Ocotea odorifera, Sassafrás, Atividade antibacteriana.
RESUMO
O Brasil possui uma alta biodiversidade, tanto de ecossistemas como de espécies. Várias
espécies vegetais são utilizadas na medicina popular, porém, pouco se conhece sobre seu
potencial medicamentoso. Sabendo-se que a resistência dos micro-organismos aos
antimicrobianos está crescendo e a descoberta de novos agentes terapêuticos é limitada, torna-se
importante a busca por novos medicamentos originados de plantas nativas como Ocotea odorifera
(sassafrás). Neste trabalho, realizou-se a avaliação da atividade antibacteriana de extratos de
caule, folha e casca do caule dessa espécie, usando-se etanol a 70% como liquido extrator. Após
fragmentação das partes da planta, fez-se a extração por maceração com agitação diária por sete
dias. O extrato foi concentrado em rotaevaporador e liofilizado. A concentração foi ajustada em 50
mg/mL. A avaliação da atividade antibacteriana e a determinação da concentração inibitória
mínima (CIM) foram realizadas por meio das técnicas de difusão em ágar e microdiluição em
caldo, respectivamente. Os micro-organismos testados foram Bacillus subtilis ATCC 6633,
Micrococcus luteus ATCC 9341, Staphylococcus aureus ATCC 6538, Enterococcus faecalis LMI
(UNIFAL), Escherichia coli ATCC 25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853. Após
inoculação da suspensão bacteriana no Ágar Mueller Hinton, adicionou-se nos poços, 40 μL do
extrato da folha, caule e casca do caule de Ocotea odorifera. Após incubação de 24h, em estufa
bacteriológica a 37 ºC, mediu-se o halo de inibição do crescimento bacteriano em volta dos poços
contendo os extratos. Observou-se a formação de halos de inibição para as bactérias Gram-
positivas com exceção do E. faecalis, que não apresentou halos assim como as bactérias Gram
negativas. O tamanho dos halos para as bactérias Gram positivas variou de 10 mm para B. subtilis
a 20 mm de diâmetro para Micrococcus luteus. Na determinação da CIM, verificou-se que para S.
aureus os valores de CIM variaram de 0,781 a 3,125 mg/mL; para B. subtilis a CIM variou de
1,563 a 6,250 mg/mL e para Micrococcus luteus os valores variaram de 0,100 a 6,250 mg/mL. Nas
concentrações utilizadas não foram detectados valores de CIM para as bactérias Gram negativas.
Os resultados das duas técnicas foram semelhantes, com exceção de E. faecalis que apresentou
valores de CIM de 1,563 a 6,250 mg/mL e mostrou-se resistente ao teste de difusão em ágar. O
extrato da casca do caule foi o mais efetivo. Os resultados obtidos permitem concluir que os
extratos testados apresentam-se promissores para a obtenção de novas substâncias com
atividade antimicrobiana, principalmente sobre bactérias Gram positivas.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
34
AÇÃO DAS FRAÇÕES CLOROFÓRMICA DA PLANTA DO GÊNERO Andira NA ATIVIDADE
GELATINOLÍTICA DE METALOPROTEINASES
Leonardo Gomes Matos1*.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Metaloproteinases, Andira, neoplasias.
RESUMO
As metaloproteinases de matriz (MMPs) são expressas em tecidos normais, tendo como principal
função a degradação da matriz extracelular, degradando diretamente as proteínas dessa matriz.
As MMPs 2 e 9 (gelatinases) tem como substrato preferencial o colágeno, constituinte da
membrana basal e da matriz extracelular (MEC) participando também de processos patológicos,
como a carcinogênese. Assim, a busca por substâncias que inibem as MMPs pode ter aplicação
terapêutica. O presente estudo teve com objetivo testar o efeito das 50 frações clorofórmica da
planta do gênero Andira na inibição das gelatinases. A ação inibitória das frações clorofórmica da
planta Andira sp sobre a atividade das gelatinases foram avaliadas em ensaios zimográficos.
Cada poço do gel foi carregado com 3,5 μg/mL de proteína salivar e 5 μg/mL da fração do extrato.
Os géis foram lavados em 2.5% Triton X-100 (v/v) e incubados a 37 ºC durante 12 horas em
tampão contendo 10 mM CaCl2, 0.15 M NaCl, e 50 mM Tris (pH 7.5). A atividade proteolítica foi
estimulada por incubação no tampão de ativação (TA), enquanto que a capacidade inibitória dos
extratos foi mensurada com a incubação do gel em cada extrato (0.01g) junto com o TA e a
saliva. Após a corrida, os géis foram subseqüentemente corados (0.25% Comassie blue G-250,
30% etanol, e 10% acido acético, por 1 h, sob suave agitação) e descorados (30% etanol, 10%
ácido acético, por 2 horas). Imagens digitais dos géis foram obtidas pelo programa Image Lpix®
(Loccus Biotecnologia®). As bandas de degradação das gelatinases foram detectadas por uma
zona clara, contra o fundo azul escuro. O tamanho e a intensidade de cor observada em cada
banda comparando com o padrão foram utilizados como base para predizer o efeito inibitório. A
partir da análise do gel foi possível observar que as frações que promoveram maior inibição
destas enzimas foram às frações 35 e 44/46. Os constituintes presentes nas frações 35 e 44/46
da partição clorofórmica são potencialmente efetivas na inibição da atividade gelatinolítica, sendo
necessários outros testes para a identificação das substâncias presentes nestas frações, que
promovem o efeito inibitório das gelatinases.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
35
DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (CIM) DE EXTRATOS DE Litchi
chinensis Sonn. (Sapindaceae)
Marisa de Oliveira Lopes1*; Ana Flávia da Silva1; Diego Pinto de Oliveira1; Bruno Faria de Paula1;
Geraldo Alves-da-Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Lichia, Atividade antimicrobiana, Concentração inibitória mínima, Plantas
medicinais.
RESUMO
A necessidade de estudos à procura de novos medicamentos através das plantas medicinais é tão
relevante quanto à preocupação com a resistência dos microrganismos ao arsenal de fármacos
atuais. A espécie Litchi chinensis Sonn., popularmente conhecida como lichieira, é originária da
China, sendo considerada uma espécie medicinal em muitos países, em especial, pela medicina
tradicional chinesa. No Brasil é conhecida por seu fruto, a lichia. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a atividade antimicrobiana de extratos secos de raiz, caule e folhas desta espécie. Esta
atividade foi testada contra fungos e bactérias mantidos no Laboratório de Microbiologia e
Imunologia Básicas da Universidade Federal de Alfenas, pelo método da microdiluição em caldo,
seguindo a metodologia proposta no documento M27-A3 (Clinical and Laboratory Standards
Institute). Os extratos secos foram obtidos no Laboratório de Plantas Medicinais da Universidade
Federal de Alfenas, através de material vegetal colhido no município de Alfenas-MG. Após
separação, os órgãos vegetais foram secos em estufa com circulação de ar a 45 ºC e
pulverizados em moinho de facas. Foi então realizada a extração por meio de percolação simples
utilizando mistura hidroetanólica 70%. Os extratos foram reduzidos através de rotaevaporação e
secos por liofilização. As microplacas foram preparadas utilizando caldo Mueller-Hinton (100 µL)
para bactérias e caldo Mueller-Hinton adicionado de 2% de glicose para as leveduras. Uma
alíquota 100 µL das soluções dos extratos (25 mg/mL) foi adicionada ao primeiro poço e a partir
deste, foram realizadas diluições de modo a obter as concentrações de 12,5 mg/mL até 0,025
mg/mL. A suspensão de microrganismos, preparadas de acordo com a turvação correspondente
ao tubo 0,5 da Escala MacFarland foi inoculada nos poços. Após as placas serem incubadas a
37°C por 24 horas para as bactérias e 48 horas para as leveduras, foram realizadas as leituras,
sendo que a CIM foi determinada como a menor concentração na qual não houve turvação. Foi
observado que o extrato de folhas apresentou a melhor atividade antimicrobiana, demonstrado
pelos menores valores de CIM. Sendo que, para as bactérias Gram-positivas (Bacillus subtilis,
Bacillus cereus, Micrococcus luteus, Enterococcus faecalis e Staphylococcus aureus) os
resultados variaram entre 0,025 mg/mL e 0,4 mg/mL e para a bactéria Gram-negativa Proteus
mirabilis a concentração foi de 0,05 mg/mL. Não foi observada atividade contra as duas leveduras
testadas: Candida albicans e Sacharomyces cerevisae. Os resultados obtidos neste estudo
sugerem que a espécie Litchi chinensis Sonn. contém compostos bioativos com potencial
atividade antimicrobiana.
Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG.
36
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DOS EXTRATOS DE Raphanus sativus L.
var. oleiferus Metzg (Brassicaceae)
Ana Flávia da Silva1*, Marisa de Oliveira Lopes1, Diego Pinto de Oliveira1, Bruno Faria de Paula1,
Geraldo Alves da Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Nabo forrageiro, Propriedades medicinais, Baccilus subtilis, Bacillus cereus.
RESUMO
A necessidade de se encontrar novos compostos que possam combater microrganismos
patogênicos tem incentivado a busca de novos fármacos. Como os vegetais são uma excelente
fonte para a busca de novas drogas, as plantas têm se tornado objeto de estudo no que concerne
às suas propriedades medicinais. Raphanus sativus L. var. oleiferus (nabo forrageiro) é uma
variedade do rabanete pouco estudada, porém estudos relacionados à família e à espécie da
planta indicam a possibilidade de importantes atividades biológicas. Diferentes partes do rabanete
comum (folhas, sementes e raízes) são utilizadas por curadores tradicionais do sul da Ásia para o
tratamento de desordens gastrointestinal, biliar, hepática, urinária, respiratória e cardiovascular. O
presente trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antimicrobiana pelo método de difusão
em ágar dos extratos do nabo forrageiro. Folhas, caules e raízes de Raphanus sativus L. var.
oleifera foram coletados no município de Alfenas-MG, submetidos à secagem e pulverizados.
Foram obtidos extratos hidroetanólicos 70% v/v, que foram concentrados em rotavapor e a água
foi retirada por liofilização, obtendo-se os extratos secos. A partir destes, foram preparadas
soluções aquosas na concentração de 50 mg/mL para realização dos testes. Foram utilizados dois
fungos (Candida albicans e Saccharomyces cerevisae), cinco bactérias Gram-positivas
(Staphylococcus aureus, Micrococcus luteus, Enterococcus faecalis, Bacillus cereus, Bacillus
subtilis), cinco bactérias Gram-negativas (Escherichia coli, Salmonella tiphymurium, Proteus
mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Serratia marcescens). Foram preparadas suspensões
microbianas em soro fisiológico com turvação correspondente ao tubo 0,5 da Escala de Mac
Farland. Estas suspensões foram inoculadas na superfície do ágar e os extratos foram colocados
em poços previamente feitos com um tubo de metal. Utilizou-se como controle positivo o
antibiótico cloranfenicol e como controle negativo a água destilada. O extrato das folhas na
concentração de 50 mg/mL revelou atividade antimicrobiana contra Micrococcus luteus,
Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Bacillus subtilis e Bacillus cereus. Os extratos das
folhas, caule e raiz nas concentrações de 50 mg/mL não foram ativos contra as bactérias Gram-
negativas e os fungos. O estudo antimicrobiano revelou importante atividade antimicrobiana do
extrato das folhas do nabo forrageiro contra as bactérias Gram-positivas. A ausência de atividade
antimicrobiana dos extratos contra bactérias Gram-negativas e fungos, provavelmente, deve-se a
atuação de compostos bioativos dos extratos na parede dos microrganismos. A parede celular dos
microrganismos Gram-positivos é uma estrutura relativamente simples, enquanto que as bactérias
Gram-negativas e os fungos possuem parede celular mais complexa, razão pela qual
apresentarem maior resistência aos antibióticos.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG e CAPES.
37
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANALGÉSICA DOS EXTRATOS HIDROETANÓLICO DE
Raphanus sativus var. oleifera Metzg.
Bruno Faria de Paula*; Ana Flavia da Silva; Marisa de Oliveira Lopes; Luis Felipe Cunha dos Reis;
Geraldo Alves da Silva.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Nabo forrageiro, Raphanus sativus var. Oleifera, atividade analgésica.
RESUMO
O nabo forrageiro (Raphanus sativus var. oleiferus Metzg.), pertencente à família Brassicaceae, é
uma planta anual, herbácea, ereta, muito ramificada e que pode atingir de 100 a 180 cm de altura.
A maioria dos estudos é relacionada ao rabanete (Raphanus sativus L.). Na medicina tradicional,
os rabanetes são usados para tratar a tosse, o câncer, a coqueluche, o desconforto gástrico, a
dispepsia, a artrite, os cálculos biliares e as pedras nos rins. O presente trabalho teve o objetivo
de avaliar o potencial fitoterápico dos extratos hidroetanólico das folhas do nabo forrageiro na
nocicepção. A indução da dor foi realizada de acordo com o método de Hunskaar et al. (1985).
Foram utilizados seis grupos de camundongos (n=8). Estes foram tratados com indometacina (10
mg/Kg, v.o) e morfina (10 mg/kg, i.p.), como fármacos de referência. Foram administrados via oral
os extratos nas doses de 30, 100 e 300 mg/Kg, 1 hora antes da injeção de formalina (20 µL), o
agente inflamatório, a qual será aplicada na região plantar da pata direita traseira dos
camundongos. Os animais controle receberam Carboximetilcelulose (CMC) 10 mL/kg por via oral.
Imediatamente a aplicação da formalina, os animais foram colocados em observação e o tempo
despendido lambendo a pata foi cronometrado durante os 5 minutos iniciais (1° fase) e no
intervalo de 20-30 minutos (2° fase). A análise estatística foi realizada pelo método ANOVA
seguida pelo pós-teste Newman-Kells. A atividade do extrato na 1ª fase abaixou o tempo de
lambida de 46,33±8,5 segundos no grupo controle para 16,25±4,7 segundos no grupo tratado com
a dose de 300 mg/Kg (p<0.05). Na 2º fase, o extrato reduziu de 144,22±14,1 segundos para
62±6,65 e 70,88±11,6 segundos nas doses de 100 e 300 mg/Kg (p<0.001) respectivamente,
quando comparados com o grupo controle. A ação da morfina se faz tanto na 1° e 2° fase devido
a sua ação no sistema nervoso central. No entanto, a 2ª fase é caracterizada pelo surgimento de
um processo inflamatório local, onde são produzidos mediadores da inflamação. Estes são
inibidos por fármacos anti-inflamatórios como a indometacina. Provavelmente, a diminuição do
tempo da lambida da pata induzida pela formalina deve-se à inibição da biossíntese de
mediadores da inflamação como a ciclooxigenase e consequentemente das prostaglandinas.
Verificou-se que o extrato possui componentes que podem estar relacionados ao efeito analgésico
(1° fase) e anti-inflamatório (2° fase) nas diferentes concentrações do extrato, podendo constituir
um potencial agente fitoterapêutico.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG.
38
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTI-INFLAMATÓRIA DOS EXTRATOS HIDROETANÓLICO DE
Raphanus sativus var. oleifera Metzg.
Bruno Faria de Paula*; Lidiane Orlandi; Luis Felipe Cunha dos Reis; Laís Caliman Mattedi;
Geraldo Alves da Silva.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Nabo forrageiro, Raphanus sativus var. Oleifera, atividade anti-inflamatória.
RESUMO
O nabo forrageiro (Raphanus sativus var. oleiferus Metzg.), pertencente à família Brassicaceae, é
uma planta anual, alógama, herbácea, ereta, muito ramificada e que pode atingir de 100 a 180 cm
de altura. A maioria dos estudos é relacionada ao rabanete (Raphanus sativus L.). Na medicina
tradicional, os rabanetes são usados para tratar a tosse, o câncer, a coqueluche, o desconforto
gástrico, as doenças do fígado, a obstipação, a dispepsia, as doenças da vesícula biliar, a artrite,
os cálculos biliares e as pedras nos rins. O presente trabalho teve o objetivo de avaliar o potencial
do extrato das folhas do nabo forrageiro (Raphanus sativus var. oleifera) na atividade anti-
inflamatória. O edema de pata foi induzido pela injeção de carragenina (2% p/v) em salina estéril e
administrada na região subplantar da pata direita de camundongos (n = 8). Os camundongos
foram tratados oralmente com indometacina 10 mg/Kg (fármaco de referência) e extrato nas doses
de 30, 100 e 300 mg/kg. Transcorrido 60 minutos da administração, foi induzido o edema pela
injeção de carragenina (40 µL), aplicada na região plantar da pata direita dos camundongos.
Como controle, foi usada salina estéril aplicada na pata direita. Após uma, duas, três e quatro
horas da administração da carragenina e do controle, cada pata do animal foi imersa até a região
tíbio-társica com o uso do pletismógrafo. A medida do edema foi feita pela diferença entre o
volume deslocado da pata direita e o volume basal. A técnica foi baseada no método descrito por
Carvalho (1998). A análise estatística foi realizada pelo método ANOVA seguida pelo pós-teste
Newman-Kells. O aumento do volume do edema foi verificado no decorrer das quatro horas, com
relação aos tratamentos salina x carragenina. Foi observado que após 4 horas da injeção de
carragenina houve uma diminuição do edema nos animais pré-tratados com extrato (0,014 ± 0,003
mL, p<0,001; 0,021 ± 0,01 mL, p<0,01; e 0,013 ± 0,003 mL, p<0,001, respectivamente, para as
doses de 30, 100 e 300 mg/kg), quando comparados ao grupo controle (0,05 ± 0,01 mL). A
inflamação deve-se ao deslocamento de mediadores inflamatórios para o local da agressão. Foi
observado que a atividade antiedematogênica do extrato testado parece ser dependente da dose.
Assim, o extrato mostrou possuir componentes com ação antiinflamatória, como foi demonstrado
no método empregado, podendo constituir um potencial agente fitoterapêutico.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG.
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AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DO TUMOR SÓLIDO DE EHRLICH EM ANIMAIS TRATADOS
COM EXTRATO DE Nasturtium officinale
Aline Aparecida Saldanha1*; Débora Aparecida Souza1; Gisele Rodrigues da Silva1; Rosy Iara
Maciel de Azambuja Ribeiro1; Flávia Carmo Horta Pinto1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Tumor de Ehrlich, Nasturtium officinale, agrião.
RESUMO
Nas últimas décadas ocorreu um grande aumento no número de estudos relacionados com a
atividade biológica de substâncias naturais derivadas de plantas medicinais. Em particular, a
descoberta de produtos naturais com ação específica para certos tipos de tumores seria útil na
quimioprevenção e na quimioterapia do câncer. Nasturtium officinale, conhecida popularmente
como agrião, é um vegetal crucífero que apresenta uma alta concentração de compostos com
reconhecida capacidade antitumoral em diversas linhagens de cânceres. O objetivo do presente
estudo foi avaliar os efeitos da administração oral de Nasturtium officinale no crescimento e
desenvolvimento tumoral in vivo. Camundongos Swiss foram separados em três grupos, A, B e C
(n=6). Os animais do grupo A ingeriram água, durante todo o experimento, sendo, portanto o
grupo controle. Os animais do grupo B, a partir do 1º dia, receberam diariamente, por gavagem,
0,05 ml de solução aquosa de Nasturtium officinale (25 mg/ml), durante todo o experimento. Os
animais do grupo C, no 21º dia, iniciaram a ingestão diária, por gavagem, de 0,05 ml da dessa
solução de Nasturtium officinale (25 mg/ml), até o final do experimento. Após 21 dias, todos os
camundongos foram inoculados subcutaneamente no coxim plantar esquerdo com 2x106 células
do tumor de Ehrlich (0,05 ml). O desenvolvimento tumoral foi avaliado pela mensuração da
espessura das patas, com auxílio de um paquímetro digital, em três tempos por semana, até o 42º
dia, quando os animais foram sacrificados e suas patas retiradas para análise histopatológica. A
partir do 10º dia após a inoculação do tumor, os animais dos grupos B e C mostraram uma
supressão do crescimento tumoral em relação aos animais do grupo A (ANOVA, p<0,05). Nas
análises histopatológicas, o grupo A apresentou extensas áreas homogêneas e eosinofilicas de
necrose, enquanto que os animais dos grupos B e C apresentaram menor área de necrose,
localizadas preferencialmente na derme profunda. Não foram observadas diferenças na
morfologia das células tumorais entre os grupos, sendo visualizado estroma delicado, grande
pleomorfismo, alto grau de anaplasia e nucléolos evidentes. Os efeitos encontrados na ingestão
de agrião se devem possivelmente a presença de compostos como isotiocianatos, vitamina A,
beta-carotenóides e fibras, os quais atuando em conjunto, apresentaram um potencial antitumoral.
Esses resultados, em particular, reforçam que a ingestão de vegetais crucíferos pode estar
associada à supressão do crescimento tumoral.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
40
ÓLEO ESSENCIAL DE Ageratum fastigiatum REDUZ, IN VITRO, A EXPRESSÃO DA
CITOCINA PRÓ-INFLAMATÓRIA TNF-ALFA EM LINFÓCITOS ATIVADOS
Bethânia Alves de Avelar-Freitas1*; Josué Augusto Teodoro dos Santos1; Cristiane Fernanda
Fuzer Grael1; Luiz Elídio Gregório1; Gustavo Eustáquio Alvim Brito-Melo1.
1Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Ageratum fastigiatum, Anti-inflamatório, Citocinas.
RESUMO
Ageratum fastigiatum (Gardner) R. M. King & H. Rob, conhecida popularmente como "matapasto",
pertencente à família Asteraceae é utilizada na medicina popular como anti-inflamatório e
analgésico. Apesar disso, pouco se sabe sobre seu potencial em alterar parâmetros do processo
inflamatório. O objetivo deste estudo foi caracterizar quimicamente as substâncias presentes no
óleo essencial de A. fastigiatum (OEAF) e avaliar a freqüência de células produtoras de TNF-alfa,
IFN-gama e IL-10 em linfócitos do sangue periférico humano tratados com OEAF estimulados e
não estimulados com PMA (acetato de forbol miristato). As concentrações não tóxicas de OEAF
foram avaliadas nos leucócitos do sangue periférico e pela técnica de exclusão com azul de tripan.
Para avaliação da atividade anti-inflamatória in vitro foram realizadas culturas celulares do sangue
periférico estimuladas e não estimuladas com PMA na presença e na ausência do extrato. Após 4
horas de incubação, as células foram marcadas com anticorpos monoclonais específicos para as
citocinas anti-inflamatórias IFN-γ, TNF-α e IL-10 seguida de avaliação por citometria de fluxo. A
análise química foi realizada por cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas
CG-EM. A análise por CG-EM revelou que os compostos majoritários do OEAF foram α-pineno
(7,51%), limoneno (5,9%), trans-cariofileno (2,04%), α-humoleno (3,52%), óxido de cariofileno
(13,59%), 1,2 epóxido humuleno (8,41%) e 1,6-humulanodien-3-ol (17,71%). De acordo com os
resultados, OEAF nas concentrações 5x10-3 e 1x10-2 μL/mL não alteraram a viabilidade dos
leucócitos quando comparados ao grupo controle. Ambas as concentrações reduziram o
percentual de linfócitos que produziram TNF-alfa. O TNF-alfa é uma citocina que ativa o endotélio,
favorecendo a migração de leucócitos para o sítio da inflamação. Não foram observadas
alterações quanto ao percentual de linfócitos positivos para IFN-gama e IL-10. Os resultados
sugerem que parte da atividade anti-inflamatória atribuída à A. fastigiatum é devida ação dos
constituintes presentes na planta que reduzem a citocina pró-inflamatória TNF-alfa.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE FÚNGICA E CITOTOXICIDADE DOS EXTRATOS
HIDROETANÓLICOS DAS FOLHAS E RAÍZES DE Leonotis nepetifolia (L.) BR
Diego Pinto de Oliveira1*; Marisa de Oliveira Lopes1; Roberta Ribeiro de Carvalho1; Amanda
Latércia Dias Tranches1; Marcelo Aparecido da Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Leonotis nepetifolia, Candida sp., Citotoxicidade, Plantas medicinais
RESUMO
A terapia antifúngica encontra cada vez mais dificuldades de ser executada com êxito, devido a
fatores que envolvem a resistência dos fungos. Sendo que a descoberta de novos medicamentos
ocorre em menor tempo do que o desenvolvimento de resistência por parte desses. O que leva a
necessidade de pesquisa de moléculas com atividades promissoras frente a cepas cada vez mais
resistentes aos antifúngicos existentes, onde se enquadram os produtos naturais. A espécie
Leonotis nepetifolia, conhecida popularmente como cordão-de-frade é amplamente distribuída no
território nacional e utilizada com diversas finalidades terapêuticas, estudos a cerda de sua
atividade biológica demonstram potencial antimicrobiano como antifúngico. O presente estudo visa
avaliar a atividade antifúngica dos extratos hidroetanólicos das folhas e raízes de L. nepetifolia e
sua citotoxicidade. O material vegetal foi obtido na região de Gaspar Lopes, distrito de Alfenas.
Foram separadas as folhas e raízes da planta e as mesmas foram secadas, trituradas, percoladas
e liofilizadas. A avaliação antifúngica foi realizada pelo teste de microdiluição em placa de acordo
com o CLSI (2008) para Candida: Candida albicans ATCC 10231, Candida krusei ATCC 6258,
Candida glabrata ATCC 90030, Candida parapsilosis ATCC 22019, Candida tropicalis ATCC 750.
A citotoxicidade foi avaliada por modelo murino em macrófagos de camundongos. Os extratos
foram capazes de inibir o crescimento de 50% e 100% da população de fungos sendo a IC50
variou de 80 a 125 µg/mL para o extrato das folhas e de 5 a 500 µg/mL para os extratos das
raízes, essa variação ocorreu de acordo com a cepa testada. A concentração citotóxica foi de
161,03 µg/mL para o extrato das folhas e de 99,02 µg/mL para o extrato das raízes. O extrato das
folhas foi ativo em concentrações mais seguras quando comparado ao extrato das raízes, uma
vez que a IC50 foi menor que a CC50 para todas as cepas, fato não observado no extrato das
raízes. Além disso, verificou-se atividade relevante dos extratos dependente da concentração.
Frente a estes resultados, verifica-se que ambos os extratos apresentaram expressiva atividade
perante aos fungos avaliados, e que o extrato da folha mostrou ser menos citotóxico que o extrato
das raízes.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG.
42
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO BRUTO DE FOLHAS E RAÍZES DE BRAÚNA
(Schinopsis brasiliensis Engl.)
Daniela Martins Neves1; Ramon Costa Rocha1; Guilherme Araújo Lacerda1,2*; Priscila Maria
Andrade de Prince1.
1Faculdades Integradas do Norte de Minas; 2Universidade Estadual de Montes Claros.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Plantas medicinais; Cerrado; Terapêutica.
RESUMO
No decorrer das últimas décadas, o desenvolvimento de fármacos eficientes no combate a
infecções bacterianas revolucionou o tratamento médico, ocasionando a redução drástica da
mortalidade causada por doenças microbianas. Por outro lado, a disseminação do uso de
antibióticos, lamentavelmente, fez com que as bactérias também desenvolvessem defesas
relativas aos agentes antibacterianos, com o consequente aparecimento de resistência. O
presente estudo teve como objetivo verificar se os extratos brutos metanólicos obtidos das folhas
e raiz de Schinopsis brasiliensis Engl. contém propriedades capazes de inibir o crescimento de
bactérias Gram-positivas como Staphylococcus aureus, Enterococos durans e Gram-negativas
como Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa, assim como determinar a CIM dos mesmos a
partir da utilização da técnica do REMA. Foram preparadas suspensões bacterianas compatíveis
com a escala 0,5 de MacFarland, resultando em uma suspensão de 1-2 x 108 UFC/mL. Da escala
0,5 de MacFarland, foi realizada uma diluição de 1:100 em caldo BHI. O extrato obtido das folhas
da S. brasiliensis Engl. apresentou CIM maior que 250 μg/mL, demonstrando, dessa forma,
atividade antibacteriana contra o S. aureus, E. coli, P. aeruginosa e E. durans. Por outro lado, o
extrato da raiz de S. brasiliensis Engl. apresentou CIM igual a 250 μg/mL para S. aureus,
demonstrando atividade antibacteriana moderada (CIM de 100 a 500μg/mL). Os resultados
obtidos nesse trabalho permitem concluir que independente se da raiz ou do caule o extrato
metanólico da Braúna possui atividade antibacteriana principalmente para S. aureus.
Apoio Financeiro: SOEBRAS - Sociedade Educativa do Brasil.
43
EXTRATO EM ACETATO DE ETILA DE Cordia verbenacea REDUZ A EXPRESSÃO DA
CITOCINA PRÓ-INFLAMATÓRIA IFN-γ E A PROLIFERAÇÃO DE LINFÓCITOS, IN VITRO
Michaelle Geralda dos Santos1*; Lucas de Abreu Costa1; Luiz Elídio Gregório1; Cristiane F. Fuzer
Grael1; Gustavo E. Brito Alvim de Melo1.
1Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Cordia verbenacea, Citocinas, Proliferação.
RESUMO
A Cordia verbenacea é uma planta nativa brasileira utilizada popularmente como anti-inflamatória.
Embora essa atividade tenha sido demonstrada previamente, os mecanismos moleculares ainda
não estão completamente compreendidos. De maneira semelhante, poucos estudos relataram o
potencial citotóxico dessa planta. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar a toxicidade do
extrato em acetato de etila de C. verbenácea (ACECV) sobre hemácias e células mononucleares
do sangue periférico (PBMC) humano como etapa inicial do estudo da atividade anti-inflamatória,
seguido da avaliação do seu potencial imunomodulador sobre citocinas pró-inflamatórias e sobre a
proliferação de linfócitos, in vitro. A atividade hemolítica foi avaliada por espectrofotometria e a
viabilidade de PBMC na presença do extrato ACECV foi avaliada pelo método de exclusão com
Azul de Tripan após culturas de 24 horas e de cinco dias. Além disso, concentrações não tóxicas
do extrato ACECV foram adicionadas a culturas estimuladas com miristato acetato de forbol
(PMA) para a análise da inibição de citocinas pró-inflamatórias e analisadas por citometria de
fluxo. Para avaliar o efeito do extrato ACECV sobre a proliferação de linfócitos, concentrações não
tóxicas do extrato foram adicionadas a PBMC estimuladas com o mitógeno fitohemaglutinina
(PHA) e analisadas também por citometria de fluxo. De acordo com os resultados, o extrato
ACECV não apresentou atividade hemolítica nas concentrações iguais ou menores que 50 μg/mL
e a toxicidade sobre PBMC foi demonstrada na concentração de 100 μg/mL para a cultura de 24
horas, sendo que após cinco dias de cultura, o extrato foi tóxico em concentrações iguais ou
maiores que 25 μg/mL, quando comparadas às culturas controle. O extrato na concentração de 50
μg/ml também reduziu o percentual de linfócitos IFN-γ+ quando comparado às culturas celulares
submetidas a adição de PMA isoladamente. Além disso, o extrato inibiu a proliferação de linfócitos
nas concentrações de 12,5; 6,25 e 3,125 μg/ml, quando comparado às culturas estimuladas
somente com PHA. Os dados apresentados aqui sugerem que o efeito anti-inflamatorio observado
no uso de Cordia verbenacea pode ser, em parte, explicado pelo efeito inibidor das citocinas do
tipo 1 e sobre a resposta proliferativa de linfócitos.
Apoio Financeiro: Fapemig, Capes.
44
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE INIBIDORES DE PROTEASE DE
SEMENTES DE Chenopodium quinoa
Michel Alves Amaral*1; Davia Guimarães Pompeu1; Paulo Afonso Granjeiro1; José Antônio da
Silva1; Juliana Teixeira de Magalhães1.
1Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Chenopodium quinoa, Atividade microbiana, Inibidores de protease.
RESUMO
A planta Chenopodium quinoa é originária da Cordilheira dos Andes. Trabalhos vêm
demonstrando o êxito de sua introdução no cerrado brasileiro. Os inibidores de protease,
presentes geralmente como proteínas de reserva em sementes, alteram a conformação das
enzimas proteolíticas, ocasionando a inibição de suas atividades. Apesar da importância em tentar
elucidar o papel fisiológico dos inibidores de protease nas plantas, o interesse maior está na sua
aplicabilidade na saúde e na indústria, uma vez que vários estudos têm demonstrado a sua
atividade edematogênica, antitumoral e antimicrobiana. Desta forma, este trabalho teve como
objetivo avaliar o potencial antimicrobiano dos inibidores de protease da Chenopodium
quinoa contra bactérias Gram positivas, negativas e leveduras. As sementes de Chenopodium
quinoa foram trituradas e sua farinha submetida à agitação em NaCl 0,1 M para extração de suas
proteínas. O sobrenadante resultante da extração foi submetido a duas etapas de cromatografia
líquida. O primeiro, Cromatografia Líquida de Exclusão Molecular, usando Bicarbonato de Amônio
0,2 M como fase móvel e o segundo, Cromatografia Líquida de Troca Iônica, tendo como tampão
de equilíbrio Tris-HCl 20 mM pH 8,0 e como tampão de eluição Tris-HCl 20 mM pH 8,0 mais NaCl
500 mM. As frações obtidas em cada etapa foram testadas pelo teste de hemoaglutinação, e, as
que apresentaram atividade hemoaglutinante foram liofilizadas e submetidas à etapa seguinte.
Concomitantemente, foram realizados procedimentos eletroforéticos (SDS PAGE e Eletroforese
Nativa), a fim de determinar o grau de pureza após cada etapa. Três concentrações do inibidor de
protease, lectina, foram testadas (100, 250 e 500 μg/ml) sobre os microorganismos Escherichia
coli ATCC 11229, Pseudomonas aeruginosa ATCC 25619, Proteus vulgaris ATCC
13315, Salmonella enterica ATCC 10708, Staphylococcus aureus ATCC 29213, Enterococcus
faecallis ATCC 19433, Candida albicans ATCC 14053, Candida glabrata ATCC 2001, Candida
krusei ATCC 34135 e Candida tropicalis ATCC 28707. Como controle negativo utilizou-se o
tampão (Tris-HCl). Os microorganismos foram preparados para uma concentração de 105 células
segundo a escala de MacFarland e, em seguida, inoculados com um swab em placas de Petri
contendo Ágar Mueller-Hinton e Ágar yeast malt para bactérias e leveduras, respectivamente.
Cerca de10 μl dos inibidores de proteases foram adicionados na superfície do ágar. As placas
ficaram incubadas por 24 horas a 37°C. Halos de inibição foram observados somente para as
bactérias Escherichia coli ATCC 11229, Pseudomonas aeruginosa ATCC 25619 e Salmonella
enterica ATCC 10708. Este é um estudo inicial, cujos resultados são promissores para futuros
estudos da eficiência inibitória em modelos biológicos.
Apoio Financeiro: CNPQ, FAPEMIG, UFSJ.
45
INFLUÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO ORAL DE EXTRATO ETANÓLICO DE FLORES DE
Pyrostegia venusta NO CRESCIMENTO DO TUMOR SÓLIDO DE EHRLICH
Phelipe Gabriel dos Santos Santana¹*; Poliane Moreira Costa¹; Luciana Alves Rodrigues dos
Santos Lima1; Ana Hortência Castro¹; Gisele Rodrigues da Silva1; Flávia Carmo Horta Pinto¹.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Tumor de Ehrlich, Pyrostegia venusta, histopatologia.
RESUMO
Pyrostegia venusta é uma espécie pertencente à família Bignoniaceae, nativa do cerrado
brasileiro e popularmente conhecida como “cipó-de-são-joão”. Embora ornamentais, essas
espécies têm algumas propriedades medicinais, com evidências de seu potencial anti-
carcinogênico. O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito do extrato etanólico obtido de flores da
P. venusta no crescimento do tumor sólido de Ehrlich. Um total de 18 camundongos fêmeas
Swiss, com dois meses de idade, foram divididos em 3 grupos de 6 animais cada: grupos A, B e
C. Os animais do grupo A receberam água purificada (grupo controle). A partir do primeiro dia, os
animais do grupo B receberam uma dose diária de 100 mg/kg do extrato etanólico de P. venusta
por gavagem. A partir do 30º dia, os animais do grupo C passaram a receber, por gavagem, dose
diária de 100 mg/kg do mesmo extrato etanólico. Além disso, no 30º dia foram inoculadas no
coxim plantar de todos os camundongos, por via subcutânea, 2x106 células tumorais de Ehrlich
(0,05 mL). O crescimento tumoral foi avaliado por medição da espessura da pata, por meio de um
paquímetro digital. No 60º dia, os animais foram sacrificados; as patas e os linfonodos poplíteos
foram recolhidos para análise histológica. A partir do 16º dia após a inoculação do tumor, os
animais do grupo B (preventivo), que iniciaram a ingestão do extrato antes da inoculação do
tumor, apresentaram uma supressão do crescimento tumoral em relação aos animais dos grupos
A e C (ANOVA, p<0,05). Os animais do grupo C, que iniciaram a ingestão do extrato depois da
inoculação do tumor, apresentaram, a partir da primeira semana, um acentuado crescimento
tumoral. A análise histopatológica da pata dos camundongos do grupo A, B e C mostrou células
tumorais com estroma delicado, pleomorfismo, nucléolos evidentes e citoplasma escasso. Houve
metástase nos linfonodos poplíteos de todos os animais. A ingestão do extrato de P. venusta
antes da inoculação do tumor mostrou uma capacidade quimiopreventiva, onde o crescimento do
tumor foi, possivelmente, controlado pela maioria dos compostos presentes no extrato (alantoína,
β-sitosterol e hesperidina), o que pode estar relacionado à atividade antitumoral, com destaque ao
potencial antigenotóxico e antioxidante.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
46
EFEITO DO EXTRATO ETANÓLICO DE PARTES AÉREAS DE Pseudobrickellia brasiliensis
(SPRENG) R. M. KING & H. ROB. SOBRE A PRODUÇÃO DE CITOCINAS, IN VITRO
Valéria Gomes de Almeida1*; Lucas de Abreu Costa1; Luíz Elídio Gregório1; Cristiane Fernanda
Fuzer Grael1; Gustavo Eustáquio Brito Alvim de Melo1.
1Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucurí
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Pseudobrickellia brasiliensis, Anti-inflamatório, Citocinas, Citometria de fluxo.
RESUMO
A Pseudobrickellia brasiliensis (Asteraceae), conhecida como arnica-do-campo ou arnica-do-mato
é uma espécie nativa da flora brasileira. A preparação alcoólica dessa espécie tem sido utilizada
de forma tópica como anti-inflamatório na medicina popular, porém os mecanismos biológicos
envolvidos nessa atividadada ainda não foram elucidados. Esse trabalho teve como objetivo
avaliar, in vitro, o efeito do extrato etanólico de partes aéreas de P. brasiliensis sobre a produção
de citocinas por linfócitos humanos. Foi utilizado o extrato etanólico de partes aéreas de P.
brasiliensis (EEPB) obtido após maceração sequencial com n-hexano, acetato de etila e etanol.
Para avaliar o efeito indutor do EEPB sobre a produção de citocinas anti-inflamatórias, alíquotas
de 500µL de sangue total de 7 indivíduos saudáveis foram incubadas em meio de cultura RPMI na
ausência (CON) ou presença de EEPB a 25µg/mL (EEPB). Para avaliar o efeito inibitório do EEPB
sobre a produção de citocinas pró-inflamatórias, as culturas celulares foram estimuladas com PMA
e ionomicina na ausência (PMA) ou presença de EEPB a 25µg/mL (EEPB+PMA). À todas as
culturas foi adicionada Brefeldina-A. Após 4h de incubação a 37ºC e 5% de CO2, as hemácias
foram lisadas e os leucócitos permeabilizados e incubados com anticorpos específicos para as
citocinas IL-5, IL-10, IFN-γ e TNF-α marcados com fluorocromos para análise por citometria de
fluxo. O tratamento com EEPB não alterou os parâmetros de tamanho e granulosidade celulares,
quando comparado às culturas não tratadas (CON), demonstrando que o EEPB, na concentração
utilizada, não foi tóxico para os leucócitos do sangue periférico humano. O EEPB não estimulou a
expressão das citocinas IL-10 e IL-5 em linfócitos, quando comparado às culturas não tratadas
(CON). Nas culturas estimuladas com PMA e ionomicina, o tratamento com EEPB reduziu 16
vezes a expressão de IFN-γ (23,66 ± 3,67) quando comparado às culturas PMA (386,40 ± 58,02),
medido pela intensidade média de fluorescência (IMF). De forma semelhante, a expressão de
TNF-α apresentou-se 3,9 vezes menor na cultura EEPB+PMA (60,92 ± 11,59) quando comparado
à cultura PMA (237,7 ± 55,58). Além disso, o EEPB inibiu 2 vezes o percentual de linfócitos
positivos para a citocina IFN-g (19,49 ± 3,41 %) quando comparado às culturas PMA (43,32 ± 4,56
%). Estes achados sugerem que o efeito anti-inflamatório atribuído à P. brasiliensis na medicina
popular pode, pelo menos em parte, ser devido à inibição da produção de citocinas pró-
inflamatórias por linfócitos.
Apoio Financeiro: CAPES e FAPEMIG.
47
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DO TUMOR SÓLIDO DE EHRLICH EM ANIMAIS TRATADOS
COM EXTRATO DE Rosmarinus officinalis
Nathália Vital Guilarducci1*; Adriana de Fátima Pereira1; Luciana Alves Rodrigues dos Santos
Lima1; Gisele Rodrigues da Silva1; Flávia Carmo Horta Pinto1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Tumor de Ehrlich, Rosmarinus officinalis, Histopatologia, Camundongo.
RESUMO
A descoberta de produtos naturais com ação específica para certos tipos de tumores seria útil na
quimioprevenção e na quimioterapia do câncer. Rosmarinus officinalis, conhecida popularmente
como alecrim, pertencente à família Lamiaceae, é uma planta aromática cultivada em ambientes
domésticos em muitas partes do mundo. Estudos experimentais, in vivo e in vitro, com extratos de
alecrim, sugerem uma variedade de atividades farmacológicas para quimioprevenção e tratamento
do câncer. O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da administração de extratos de
Rosmarinus officinalis no crescimento e desenvolvimento tumoral in vivo. Camundongos Balb/C
foram separados em três grupos, A, B e C (n=6). Os animais do grupo A ingeriram água, durante
todo o experimento, sendo, portanto o grupo controle. Os animais do grupo B, a partir do 1º dia,
receberam diariamente, por gavagem, uma concentração de 100 mg/kg do extrato de R.
officinalis, durante todo o experimento. Os animais do grupo C, no 21º dia, iniciaram a ingestão
diária, por gavagem, uma concentração de 100 mg/kg do extrato de R. officinalis, durante todo o
experimento. Após 21 dias, todos os camundongos foram inoculados subcutaneamente no coxim
plantar esquerdo com 2x106 células do tumor de Ehrlich (0,05 ml). O desenvolvimento tumoral foi
avaliado pela mensuração da espessura das patas, com auxílio de um paquímetro digital, em três
tempos por semana, até o 42º dia, quando os animais foram sacrificados, suas patas e linfonodos
poplíteos foram retirados para análise histopatológica. Os animais do grupo C apresentaram maior
crescimento tumoral em relação aos animais dos outros grupos (p=0,01). Nas análises
histopatológicas do coxim plantar, não foram observadas diferenças na morfologia das células
tumorais entre os grupos, sendo visualizado estroma delicado, grande pleomorfismo, alto grau de
anaplasia e núcleos evidentes. Em relação ao peso corporal durante todo o experimento, não
houve diferença entre os animais de todos os grupos. Não foi observada a presença de metástase
nos órgãos linfóides analisados. A ingestão de extrato de alecrim, após a inoculação do tumor,
potencializou e acelerou o crescimento tumoral. Estudos futuros devem ser feitos para avaliação
dos princípios ativos presentes no Rosmarinus officinalis responsáveis por exacerbar o
crescimento tumoral.
Apoio Financeiro: Fapemig/UFSJ.
Desenvolvimento e Controle de
Qualidade de Formulações
Farmacêuticas
49
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE "PHOLIA NEGRA": FÓRMULA MAGISTRAL
EMAGRECEDORA A BASE DE ERVA-MATE (Ilex paraguariensis A. St. Hil.)
Cássia Rodrigues Ferreira*1; Mairon C. Coimbra1; João M. de Siqueira1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Pholia Negra, Avaliação da qualidade, Erva-mate,
RESUMO
A erva-mate (Ilex paraguariensis) é uma planta perene, de porte arbóreo a grande, pertencente à
família Aquifoliaceae, é originária do Sul do Brasil, nordeste da Argentina e leste do Paraguai.
Tanto as folhas como os ramos jovens são usados no preparo de uma bebida que recebe nomes
de acordo com a forma de preparo e da região onde é consumida. É uma planta de composição
química complexa, por isso tem sido alvo constante de estudos. Atualmente, sabe-se que a planta
contém derivados metilxantinas (cafeína e teobromina), derivados fenólicos (flavonoides e
taninos), saponinas triterpênicas e vitaminas. Tradicionalmente, a espécie é considerada um
estimulante físico e mental, apresenta propriedades diuréticas, além de recentes pesquisas
constatarem seu efeito antioxidante, bem como sua indicação como coadjuvante em tratamentos
para redução de peso. O objetivo deste trabalho foi analisar a “Pholia negra”, uma formulação
magistral que tem como seu constituinte a erva-mate, indicada como emagrecedora. Para tanto,
realizou-se análises químicas, macro e microscópicas no produto comercializado. As amostras
foram adquiridas em duas farmácias distintas na cidade de Divinópolis-MG e analisadas com vista
desarmada e lupa, a fim de verificar a homogeneidade e os aspectos organolépticos da mesma.
Posteriormente, as amostras foram submetidas à avaliação por cromatografia em camada delgada
(CCD), visando à averiguação de seu perfil cromatográfico e a detecção do marcador químico
para erva-mate (cafeína). Observaram-se diferenças tanto na cor, quanto na textura das amostras.
As análises farmacobotânicas revelaram que uma das amostras adquiridas tratava-se de material
vegetal pulverizado, que continha fragmentos de tecido vegetal (fibras esclerenquimáticas e
elementos de tubo crivado). O perfil obtido por CCD apresentou a predominância de cafeína em
uma das amostras, enquanto que na outra, esse marcador químico não foi detectado na
concentração testada. Estes resultados alertam para a necessidade de uma fiscalização mais
rigorosa na comercialização de produtos farmacêuticos à base de plantas medicinais e de drogas
vegetais, além de contribuir para o esclarecimento da população quanto à qualidade destes
produtos, pois os mesmos devem apresentar qualidade adequada ao uso, uma vez que visam à
eficácia e segurança para a terapia indicada.
Apoio Financeiro: UFSJ e Fapemig.
50
PADRONIZAÇÃO DA DROGA VEGETAL DAS FOLHAS DE Raphanus sativus var. oleiferus
Metzg. (NABO FORRAGEIRO)
Elson Rogerio Tavares Filho1*; Lucas Batista Souza1; Vinícius de Carvalho Oliveira1; Geraldo
Alves da Silva1; Ana Flávia da Silva1
1Universidade Federal de Alfenas
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Raphanus sativus, nabo forrageiro, padronização, droga vegetal.
RESUMO
O aumento do consumo de fitomedicamentos pode ser associado ao fato de que as populações
questionam os perigos do uso irracional dos medicamentos alopáticos associados aos seus
custos muitas vezes dispendiosos e procuram substituí-los pelo uso de plantas medicinais. Como
a padronização é a garantia da qualidade de um fitomedicamento, a exata validação dos
processos analíticos devem garantir, experimentalmente, que o método atenda às normas
vigentes para os devidos fins. Nesse âmbito, a Farmacopeia Brasileira regulamenta os ensaios
físicos, químicos, físico-químicos, biológicos e microbiológicos que devem ser seguidos visando à
completa parametrização das drogas vegetais. Sobretudo, o presente trabalho tem como
finalidade prever uma padronização da droga vegetal proveniente das folhas de Raphanus sativus
var. oleiferus Metzg. (nabo forrageiro) em termos dos ensaios físico-químicos a fim de garantir a
confiabilidade do produto e como conseqüência, a sua eficácia e segurança do uso dentro das
normas vigentes. Logo, o nabo forrageiro coletado no perímetro urbano de Alfenas – MG teve
suas folhas e caules separados. Em seguida, realizaram-se os ensaios farmacopeicos de
padronização físico-química e controle de qualidade. Foram realizadas as determinações de:
perda por secagem; pH; densidade; perda por dessecação; cinzas totais; cinzas insolúveis em
ácido; e teor de extrativos em solução hidroetanólica 70%. Os valores obtidos para as amostras
de caule/folhas foram, respectivamente: perda por secagem 14,6/14%; pH 5,71/5,46; densidade
0,198/0,340 g.mL-1; perda por dessecação 7,7/6,5%; cinzas totais 15,15/18,04%; cinzas insolúveis
em ácido 0,02/0,32% e teor de extrativos 172,3/309,0 mg.g-1. Os resultados obtidos neste trabalho
estão de acordo com as recomendações para drogas vegetais e podem ser utilizados como
referência em estudos futuros como garantia da qualidade deste insumo fitoterápico.
Apoio Financeiro: UNIFAL-MG.
Etnobotânica
52
LEVANTAMENTO DE PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS POR RAIZEIROS DO
MERCADO MUNICIPAL CENTRAL DE MONTES CLAROS, MG
Anderson Afonso Mattos1; Renam Barros de Morais1; Guilherme Araújo Lacerda1,2*; Darlê Martins
Barros Ramos1.
1Faculdades Integradas do Norte de Minas; 2Universidade Estadual de Montes Claros.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Plantas medicinais, Raizeiros, Etnofarmacologia.
RESUMO
A utilização de plantas medicinais é vasta entre a população brasileira e representa uma
alternativa ao alto custo dos medicamentos industrializados. As plantas medicinais continuam
ocupando um lugar de destaque na medicina alternativa. Avaliou-se o conhecimento popular
sobre o uso de plantas medicinais, a forma correta de preparo, a parte botânica utilizada e as
indicações das plantas medicinais comercializadas por raizeiros do Mercado Municipal Central de
Montes Claros, MG. Para tal foram utilizados, a entrevista semiestruturada e o termo de
consentimento e esclarecido que foram aplicados a três raizeiros. O projeto foi apreciado,
analisado e aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa Humana das Faculdades Integradas do
Norte de Minas sob o parecer 0310/09. Os raizeiros citaram 36 plantas, conhecidas pelos nomes
populares e utilizadas pela população regional do Norte de Minas Gerais como medicinais.
Destas, treze foram citadas por todos os entrevistados pelos nomes populares, sendo elas:
barbatimão, batata-de-purga, boldo, camomila, carqueja, catuaba, cavalinha, ipê–roxo, jatobá,
marapuama, mastruço, quebra-pedra e sucupira. Ocorreu maior prevalência de folhas (43%) como
parte botânica para a utilização medicinal. As demais partes foram casca (27%), raiz (16%), flor
(8%), caule (3%) e sementes (3%), sendo que algumas plantas possuem mais de uma parte
utilizada. Quanto ao modo de preparo prevalece a forma de chá através de infusão (46%), seguido
de decocção (40%) e maceração (14%). As espécies de plantas medicinais mais procuradas
estão relacionadas a problemas digestivos e renais, pois são de uso rotineiro, de fácil diagnóstico
e mais conhecidas pela população regional. O uso das plantas medicinais está relacionado ao
baixo custo das mesmas e a tradição familiar, onde os usuários recebem informações a respeito
sobre a eficácia em certas enfermidades. Os resultados demonstram um grande emprego de
plantas no tratamento de diversas doenças pela população regional, na maioria das vezes, as
indicações populares, o modo de utilização e a parte utilizada, foi coincidente com os registros da
literatura. Isso demonstra o conhecimento dos raizeiros sobre as espécies medicinais citadas e
seu poder curativo.
Apoio Financeiro: SOEBRAS - Sociedade Educativa do Brasil.
53
TOXICIDADE DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR USUÁRIOS DAS UNIDADES DE
SAÚDE DO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS- MG
Patrícia Martins de Andrade1*; Jéssica Cunha da Trindade1; Helenice Rita de Jesus Carvalho1;
Indira Rodrigues Oliveira Mattar1.
1Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Plantas medicinais, Toxicidade, Uso popular.
RESUMO
No Brasil, a utilização de plantas medicinais é amplamente difundida e na maioria dos casos, a
escolha de uma terapia baseada em plantas medicinais é sempre sem a orientação médica. Um
dos principais problemas da utilização destes produtos é a crença de que os produtos de origem
vegetal são isentos de reações adversas e de efeitos tóxicos. O objetivo desse trabalho foi buscar
dados na literatura sobre a toxicidade de algumas plantas medicinais utilizadas comumente por
usuários de unidades básicas de saúde do município de Divinópolis (MG) e informá-los sobre a
segurança no uso de plantas medicinais. Os dados sobre o uso de plantas medicinais foram
obtidos no primeiro semestre de 2013, a partir de entrevistas realizadas com as famílias
cadastradas nas unidades básicas de saúde de “Morada Nova” e de “Santos Dumont”,
empregando-se questionários pré-formulados. A partir dos dados obtidos realizou–se exaustiva
revisão de literatura em diferentes bases de dados como Scielo, Pubmed, Scopus, Science Direct
e Reflora, buscando a comprovação científica a respeito da toxicidade das plantas citadas. De
todas as plantas utilizadas, encontraram-se relatos de toxicidade para a erva-de-santa-maria
(Chenopodium ambrosioides - Chenopodiaceae), o bálsamo (Sedum sp. - Crassulaceae), a arnica
(Solidago microglossa - Asteraceae) (Arnica) e o jambolão (Syzygium cumini - Myrtaceae). Não
foram encontrados na literatura os mecanismos relacionados a essa toxicidade. A toxicidade da
erva-de-santa-maria está presente no óleo volátil, com a constatação de óbito em doses de 10
mg. O bálsamo apresenta os alcalóides pirrolizidínicos que, em grandes quantidades, podem
causar problemas no fígado e nos rins. A arnica deve ser utilizada apenas por via tópica, pois o
uso interno ocasiona problemas no fígado, nos rins, no cérebro, no coração e nos pulmões. O
jambolão é tóxico quando utilizado por via intraperitoneal, porém não apresenta toxicidade quando
utilizado por via oral, podendo também ser utilizado no tratamento de diabéticos. Assim, conclui-se
que é necessário muito cuidado no momento da utilização de plantas medicinas sob a forma de
chás e de extratos, pois além de suas propriedades terapêuticas, várias apresentam também os
efeitos tóxicos.
54
DESAFIOS NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: UMA REFLEXÃO SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS BIOTECNOLÓGICAS A PARTIR DE PLANTAS
MEDICINAIS
Marina Mendes Oliveira1*; Bezamat de Souza Neto1.
1 Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Pesquisas em biotecnologia, Entraves burocráticos, Inovação.
RESUMO
Um obstáculo para o Brasil ser reconhecido mundialmente por suas pesquisas em biotecnologia,
incluindo a área de plantas medicinais, está na burocracia de processos para a aprovação de
licenças entre elas o acesso ao patrimônio genético nacional e os pedidos de patentes. O objetivo
desse trabalho é desenvolver um estudo acerca das implicações práticas do “engessamento de
ideias” na produção do conhecimento. No intuito de apontar e contribuir para uma reforma
administrativa a fim de acelerar a liberação dos processos enviados por pesquisadores. A partir de
uma pesquisa bibliográfica em marco regulatório e publicações científicas utilizou-se dados
secundários para embasar um estudo exploratório reflexivo sobre a produção de conhecimento
biotecnológico nacional. Devido ao excesso de responsabilidade dos órgãos responsáveis pelas
autorizações governamentais, existem pedidos e processos enviados a esses órgãos esperando
decisão há mais de quatro anos, sem nenhuma expectativa de se obter alguma resposta.
Contudo, a regularização governamental sobre a utilização da fauna e flora como também a
repartição de benefícios do conhecimento tradicional associado é essencial para a preservação da
biodiversidade do país, porém alguns entraves burocráticos caracterizados por um excesso de
protocolos administrativos, longo tempo de espera para os pesquisados como também algumas
taxas governamentais, podem vir a atrasar o desenvolvimento tecnológico nacional ao passo que
desmotiva os pesquisadores a iniciar um estudo empreendedor.
Apoio Financeiro: CAPES
55
IDENTIFICAÇÃO E PLANTIO DE PLANTAS MEDICINAIS NA HORTA URBANA DA COHAB
EM LAVRAS, MINAS GERAIS
Iberê Martí Moreira da Silva*1; Aline U. Negromonte Lima1; Luis Cláudio Silveira1.
1Universidade Federal de Lavras
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Plantas aromáticas e condimentares, Conhecimento popular, Farmácia verde,
Extensão.
RESUMO
No espaço urbano do bairro COHAB, localizado no município de Lavras, MG, os moradores
construíram uma horta comunitária, que é utilizada por 34 famílias residentes no bairro. No local,
produzem principalmente hortaliças como alface, couve, almeirão, entre outras, para consumo
próprio e para comercialização. Além disso, na horta, por razões culturais, existe a presença de
várias espécies de plantas medicinais, aromáticas ou condimentares, cultivadas em pequenas
quantidades pelos(as) agricultores(as). No levantamento foi possível identificar espécies dos
gêneros Mikania, Kalonchoe, Aloe, Cymbopogon, Stachys, Mentha, Ruta, Peresckia, Tropaeolum,
entre outros. Nesta perspectiva, foi elaborado um projeto de extensão, pelo núcleo de estudos em
agricultura orgânica (NEAGRO), denominado: “Implantação de canteiros de plantas medicinais,
aromáticas e condimentares na horta urbana da COHAB.” O objetivo do estudo é estabelecer um
diálogo permanente com moradores de forma participativa, com intuito de promover a troca de
saberes e experiências, entre o conhecimento cientifico e o popular. A identificação correta, o
cultivo, manejo, colheita, armazenamento e processamento são etapas essenciais para utilização
segura de plantas medicinais. Nesta perspectiva, foram elaboradas as atividades de identificação,
escolha, produção de mudas, plantio, manejo, colheita, armazenamento e processamento das
espécies medicinais, aromáticas e condimentares. A primeira etapa do projeto foi realizar um
diálogo com os moradores apresentando o objetivo do projeto, suas ações e respectivas etapas. A
segunda etapa foi uma visita dos agricultores ao horto medicinal UFLA, onde foram ensinadas as
formas de identificação e as indicações (usos) das espécies, e selecionadas as de interesses dos
agricultores. Em sequência, foram ensinadas técnicas de propagação de plantas medicinais,
sendo produzidas mudas de 16 espécies consideradas de maior interesse, como exemplo a
Melissa officinalis (Melissa), Tymus vulgare (Tomilho), Achillea milefolium (Nolvagina), Origanum
vulgare (Orégano), e outras. Dezesseis pessoas participaram desta atividade, entre crianças,
jovens, adultos e na melhor idade. A terceira etapa foi implantar os canteiros orgânicos, onde as
mudas foram plantadas de acordo com a necessidade de sol, ou compatibilidade entre as
espécies. O manejo, a colheita, secagem, armazenamento e processamento serão desenvolvidas
no decorrer do projeto. Entretanto, é possível identificar uma ampla aceitação deste projeto de
extensão junto aos agricultores e alunos envolvidos nas atividades, com vários relatos da troca de
experiências entre os horticultores e os estudantes da universidade. Iniciativas como esta são
fundamentais para consolidação da utilização de plantas medicinais pela comunidade, é de
interesse público, inclusive fomentado através de política pública de saúde comunitária, como as
farmácias verdes.
Apoio Financeiro: FAPEMIG e Capes.
56
PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR PACIENTES DIABÉTICOS NA POPULAÇÃO DE
DIVINÓPOLIS/MG
Flávia Caroline Silva Domingos¹*; Bianca Augusta Pereira de Paula¹; Camila Tavares de Sousa¹.
¹Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Diabetes, Bauhinia forficata, Syzygium jambolanum, Salvia officinalis.
RESUMO
Diabetes mellitus é uma doença caracterizada por um aumento anormal de glicose no sangue.
Para controlá-la, muitos pacientes utilizam de plantas medicinais, mesmo sem conhecimentos
necessários sobre sua ação. O seguinte trabalho teve como objetivo comprovar a eficácia das
plantas popularmente utilizadas para tal fim, bem como averiguar possíveis efeitos adversos e
interações. Foram realizadas entrevistas com pacientes diabéticos dos bairros Morada Nova e
Santos Dumont no município de Divinópolis para coletar informações de quais plantas medicinais
eram utilizadas pelos mesmos. Com os dados em mãos, foram realizadas pesquisas em base de
dados (Scielo, Pubmed, Scopus), livros e literaturas oficiais para verificar se as mesmas possuíam
atividades hipoglicemiantes. Nas visitas familiares, foram reportadas três plantas medicinais com
finalidade hipoglicemiante: pata de vaca (Bauhinia forficata), sálvia (Salvia officinalis) e jambolão
(Syzygium jambolanum), bem como sua posologia e preparação. Após essa etapa, averiguou-se
na literatura se o modo de utilização estava correto, se a planta possuía ação comprovada,
toxicidade e se há restrições para seu uso. Verificou-se que no caso do S. jambolanum, o
farmacógeno correto é a semente, pois ela que contém o princípio ativo e não as folhas, como
relatado. Observou-se também que a B. forficata apresenta interações com os antidiabéticos
convencionais e, a S. officinalis além de apresentar interações com esses, interage com
anticoncepcionais, anticonvulsivantes e sedativos. As três plantas são contraindicadas para
gestantes e lactantes, pois não existem estudos farmacológicos bem definidos para esses casos.
Com os dados em mãos, foram realizados retornos aos pacientes levando cartilhas educativas
com as informações corretas e necessárias para o melhor uso de tais plantas. Ao final do trabalho,
concluiu-se que as plantas relatadas possuem efetividade para o tratamento de Diabetes. Porém,
precisa-se tomar cuidado com os casos relatados de interação e o farmacógeno utilizado.
57
PLANTAS MEDICINAIS EMPREGADAS NO TRATAMENTO DE CÓLICAS INFANTIS E SUAS
RESTRIÇÕES
Jéssica Alves Fuzatto1*; Renata Michelle Silveira Silva1; Kelvem Wallace da Costa1; Maralice
Oliveira Bandeira1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Plantas Medicinais, Cólicas infantis.
RESUMO
Embora se pense que cólicas em bebês seja um sinal de dor causada por gases, nunca se
comprovou que crianças com cólicas tenham somente gases abdominais. Outras possíveis
causas são: o intestino não totalmente formado, tendo contrações e relaxamentos anormais e
intestino preso. Além disso, o estado psicológico, nutricional e a alimentação da mãe também
interferem na saúde do bebê. É reconhecida a utilização de chás e preparações fitoterápicas
obtidas a partir de plantas medicinais no tratamento de cólicas intestinais, porém, seus possíveis
efeitos adversos e suas posologias ainda não foram bem esclarecidos, podendo o uso constante
causar danos significativos à saúde do bebê. Para utilização dessas plantas é fundamental o
estabelecimento da segurança, eficácia e garantia da qualidade das preparações. Esse trabalho
teve como objetivo revisar em literatura científica, bibliografias, legislações e formulários oficiais os
aspectos químicos, farmacológicos e toxicológicos das espécies empregadas no tratamento de
cólicas infantis, por usuários das unidades de saúde de Divinópolis (MG). As informações foram
colhidas em outubro de 2012, a partir de entrevistas direcionadas, realizadas por aplicação de
questionários à famílias usuárias das unidades Santos Dumont e Serra Verde. Entre as plantas
citadas e mais utilizadas destacaram-se alfavaca, erva-doce, funcho e tansagem. As folhas e
sumidades floridas da alfavaca (Ocimum sp.) devem ser preparadas por infusão e utilizadas
principalmente para alívio de gases. Deve-se ter cuidado, pois a planta é muito confundida com o
manjericão, que pode apresentar alguns efeitos tóxicos. Chás de sementes de tansagem
(Plantago sp.) auxiliam no alívio da prisão de ventre, devido às mucilagens, responsáveis pelo
efeito laxativo. Estudos comprovam sua utilização na constipação intestinal. Porém, deve-se ter
cuidado, pois chás dessas plantas não devem ser administrados para crianças menores de dois
anos. Entretanto, as plantas mais utilizadas pelas mães quando seus filhos têm cólica são o
funcho (Foeniculum vulgare) e erva-doce (Pimpinella anisum). Tais plantas possuem efeitos
semelhantes e são indicadas para cólicas provocadas principalmente por acúmulo de gases
(possuem efeito carminativo). O uso do chá de funcho para crianças menores de dois anos e de
erva-doce para menores de doze anos não é recomendado, pois podem causar efeitos
indesejados. Além disso, o uso concomitante com alguns medicamentos pode anular o efeito de
antibióticos e/ou prolongar os efeitos de medicamentos usados para sistema nervoso. A partir da
consulta bibliográfica realizada, percebeu-se que poucos são os estudos clínicos direcionados
para a segurança do uso de plantas medicinais em crianças.
58
AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS PARA O TRATAMENTO DE GRIPE
E RESFRIADO POR USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE
DIVINÓPOLIS/MG
Raphael Marques Diniz¹*; Flávio Henrique Ribeiro Júnior¹; Thamyris Santos Silva¹; Leandro
Fonseca Lima¹.
¹Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Etnobotânico, Plantas medicinais.
RESUMO
O uso de plantas medicinais é uma das mais antigas intervenções terapêuticas conhecidas no
mundo, sendo uma cultura milenar, empregada até nos dias atuais. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a utilização de plantas medicinais no tratamento de gripes e resfriados por usuários das
unidades de saúde do município de Divinópolis/MG. Esse estudo iniciou-se nos meses de março e
abril de 2013, a partir de levantamento etnofarmacológico, realizado por meio de entrevistas a
famílias usuárias das unidades de saúde dos bairros Morada Nova e Santos Dummont,
empregando-se questionários previamente elaborados. Foram levantadas também informações
gerais sobre a saúde do paciente, desde a utilização de medicamentos até plantas, com o intuito
de verificar possíveis interações e, se necessário, realizar intervenções. A partir dos dados
obtidos, realizou-se exaustiva revisão em literatura especializada empregando-se bases de dados,
como PubMed, Web of Knowledge, Scopus, Science Direct, buscando comprovações científicas
para os relatos populares. As plantas empregadas pelos usuários das unidades de saúde para o
tratamento de gripes e resfriados foram o "Bactrim", a Malva, as Mentas e Salvia, que pela
descrição do material vegetal apresentado pelos pacientes se assemelham com Althernanthera
brasiliana (L.) Kuntze, Malva sylvestris L., Mentha piperita L., Mentha arvensis L. e Salvia
officinalis L., respectivamente. Entretanto, os dados científicos não comprovaram os efeitos
dessas plantas diretamente em enfermidades do trato respiratório, e sim, o seu efeito anti-
inflamatório sistêmico. Através do levantamento bibliográfico verificou-se também um intenso
efeito tóxico de espécies do gênero Mentha, como Mentha piperita, cujo óleo essencial em altas
concentrações pode causar lesões cerebrais, além de efeitos hepatotóxicos através de
degeneração hidrópica e M. arvensis que pode levar à infertilidade pelo uso contínuo.
59
ERVAS CIDREIRAS: É FÁCIL DIFERENCIAR?
Aline Melissa Alves Rodrigues da Silva*1; Juliana Godinho1; Layse Amaral1; Vanessa Viana1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Ervas cidreiras, Plantas medicinais, Atividade farmacológica.
RESUMO
O emprego correto de plantas para fins terapêuticos pela população requer o uso de plantas
medicinais selecionadas por sua eficácia e segurança terapêuticas, baseadas na tradição popular
ou cientificamente validadas como medicinais. Sabe-se que no Brasil são reconhecidos, ao
menos, três tipos diferentes de ervas cidreiras. Neste trabalho, objetivou-se diferenciar os três
principais tipos de ervas-cidreiras com base na literatura: Lippia alba, Cymbopogon citratus e
Melissa officinalis, e informar a população sobre seus usos corretos. A erva cidreira oficial
denominada M. officinalis apresenta porte herbáceo, com folhas ovais, rugosas e com bordas
serrilhadas, suas flores variam do branco ao amarelo e rosa. O capim limão (C. citratus) é
reconhecido por suas folhas finas, compridas e cortantes, que crescem, formando moita. A L. alba
por ter uma aparência igual a erva cidreira verdadeira, é também conhecida como erva cidreira
falsa, é um subarbusto de morfologia variável, alcançando até um metro e meio de altura,
raramente dois metros, nativa de quase todo o território brasileiro. A partir de visitas realizadas na
Unidade de Saúde do Bairro Santos Dumont (Estratégia Saúde da Família - ESF) em março de
2013 foram analisados prontuários da unidade e selecionadas famílias para serem visitadas pelos
alunos da Universidade Federal de São João del-Rei, na disciplina de Estágio III. Foram coletados
dados sobre o uso de plantas medicinais por diferentes famílias e para diversos fins, através de
questionário. As informações obtidas foram confrontadas com dados da literatura disponíveis em
bases de dados usuais como o Scielo, Farmacopeia Brasileira 5ª ed., Anvisa, dentre outros. Na
revisão da literatura verificou-se que M. officinalis tem como principais constituintes químicos o
citronelal, neral e geranial. L. alba possui citral, linalol e carvona, e C. citratus, citral e mirceno.
Entre os efeitos farmacológicos e indicações das ervas cidreiras, destacam-se: L. alba - ação
antiespasmódica, moluscicida, calmante, digestiva, estomáquica, carminativa, relaxante, anti-
hipertensiva; C. citratus - atividade germicida, repelentes de insetos, estomáquica, antifebril,
analgésica, antigripal, antiespasmódica, calmante, sedativa, sudorífera, carminativa, diurética e
antirreumática; M. officinalis - atividade antiviral (uso tópico), antiespasmódica, sedativa, calmante
e digestiva. Conclui-se que as três espécies possuem alguns constituintes químicos e efeitos
farmacológicos comuns, porém devem ser utilizadas com precaução e devem ser evitadas por
hipotensos.
60
AVALIAÇÃO DO USO RACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS COM EFEITO CALMANTE
PELA POPULAÇÃO DE DIVINÓPOLIS-MG
Thaís Resende Batista¹; Thaiane Pinto Moreira*¹; Flávia Vieira Maciel¹; Gabrielle Kéfrem¹
¹Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Ansiedade, Citral, Depressão, Apigenina, Uso racional.
RESUMO
O uso de plantas medicinais é uma prática antiga que abrange o tratamento de diversas
enfermidades. Este trabalho teve como objetivo buscar na literatura dados que comprovem as
propriedades químicas e farmacológicas de plantas medicinais utilizadas devido às suas ações no
sistema nervoso central (SNC) por moradores de Divinópolis-MG e, posteriormente, realizar uma
devolutiva a essa população. Através de visitas realizadas em duas Unidades de Estratégia da
Família, Santos Dumont e Nossa Senhora das Graças, em Divinópolis, percebeu-se a
necessidade de estudar as características químicas, farmacológicas, bem como os riscos de
toxicidade associados às plantas medicinais empregadas para tratar distúrbios, como ansiedade e
depressão, em usuários destas Unidades. De acordo com a prevalência de uso na região, as
seguintes espécies foram definidas para estudo: Cymbopogon citratus, Melissa officinalis, Lippia
Alba, Matricaria recutita, Ocimum gratissimum e Ocimum basilicum. De posse das espécies, foram
utilizadas como bases de dados Scielo, Pubmed e Google Acadêmico. Das plantas estudadas,
foram identificadas em quatro delas propriedades que confirmam suas ações no SNC. Nas
espécies C. citratus, M. officinalis e L. Alba, o composto responsável pela ação calmante é o citral,
que age deprimindo o SNC através dos receptores benzodiazepínicos. Entretanto, o uso do chá
de folhas de C. citratus é contraindicado para gestantes, pois estimula contrações uterinas, o que
lhe confere potencial abortivo. O. basilicum, por sua vez, também apresenta o citral em sua
constituição, porém não há comprovações científicas para este efeito terapêutico, além de
existirem relatos de toxicidade quando usado oralmente. Quanto à M. recutita, possui a apigenina
(flavonóide) como composto ativo, a qual apresenta um mecanismo de ação semelhante ao do
citral. Por fim, para O. gratissimum não foram encontrados relatos de compostos ativos que
confirmem estes efeitos terapêuticos. Como resultado, foi possível concluir que há necessidade de
direcionar informações de qualidade para a população em questão, pois apesar de algumas
espécies de plantas medicinais confirmarem o seu uso etnobotânico, outras podem ser tóxicas e
contraindicadas para certos indivíduos ou nem mesmo possuírem propriedades farmacológicas
para as quais estão sendo utilizadas. Assim, para um maior discernimento quanto à utilização
correta destas plantas no tratamento de doenças, justifica-se a montagem de boletins informativos
sobre as mesmas, os quais serão divulgados e entregues aos usuários das Unidades em pauta.
61
AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR GESTANTES CADASTRADAS
EM UNIDADES DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS-MG
Alexandra Rodrigues Alves1*; Sarah Elisa de Morais1; Fernanda Luisa da Silva Faleiro1; Lívia
Aparecida Lopes Tarôco1
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Plantas Medicinais, Etnobotânica, Gestantes.
RESUMO
Grande parte da população encontra nas plantas medicinais uma importante fonte de recurso
terapêutico, devido à facilidade para aquisição e um baixo custo operacional. Entretanto, o uso de
plantas medicinais por gestantes é um problema de saúde pública, uma vez que as gestantes
fazem o uso de plantas sem saber os possíveis efeitos causados por esse tipo de terapia. Vale
ressaltar, que este período na vida da mulher exige cuidados especiais, principalmente no
primeiro trimestre de gestação. Este trabalho teve como objetivo realizar levantamento
etnobotânico junto a gestantes cadastradas em unidades de Estratégia da Saúde da Família
(ESF) em Divinópolis – MG, no período de setembro a novembro de 2012. A partir dos dados
coletados realizou-se levantamento em bases de dados para buscar comprovação científica
relacionada ao uso das espécies utilizadas. As espécies citadas foram o capim-santo
(Cymbopogon citratus - Poaceae), erva-doce (Pimpinella anisum - Apiaceae.), guaco (Mikania sp.
- Asteraceae) e hortelã (Mentha sp. - Lamiaceae). O capim santo possui propriedades
antiespasmódica, analgésica, e é utilizada para o alívio de cólicas uterinas e intestinais. No óleo
essencial encontra-se o citral com propriedades antimicrobianas, podendo contribuir para a
melhora das patologias no organismo do hospedeiro. Esta planta é contra-indicada durante a
gravidez, pois, estimula o útero e o fluxo menstrual. No que diz respeito a erva-doce, suas
principais ações farmacológicas se encontram no aparelho digestivo e respiratório devido aos
efeitos carminativos e expectorante. Apesar de suas ações farmacológicas, não há estudos
toxicológicos que garantam a sua utilização de forma segura e eficaz. É considerada abortiva e
galactagoga, devido à presença do anetol e pode provocar dermatite de contato em pessoas
hipersensíveis. O guaco possui propriedade broncodilatadora e expectorante, devido à presença
de cumarinas. Segundo dados da literatura, esta planta é contra indicada para pacientes com
distúrbios de coagulação sanguínea e doenças crônicas do fígado por interagir com
antiinflamatórios não-esteroidais, interferindo na coagulação sanguínea. Com relação a hortelã,
dentre as suas propriedades terapêuticas destacam-se a ação vermífuga, antiespasmódica e
antiinflamatória, devido à presença do mentol presente no óleo essencial. Segundo estudos
clínicos, a hortelã é contra-indicada na gestação, por ser teratogênica e emenagoga e durante a
lactação, pois, pode causar dispnéia e asfixia. É importante ressaltar que as plantas mencionadas
possuem princípios ativos característicos, os quais levam a sua utilização para o tratamento de
determinadas enfermidades, porém devem ser utilizadas com cautela por gestantes, por
possuírem propriedades emenagogas, abortivas e hemorrágicas.
62
AVALIAÇÃO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS COM PROPRIEDADES ANTI-
INFLAMATÓRIAS NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS - MG
Vanessa Rabello Lovissi Sousa Oliveira1; Thais Gallo Villar1*; Fernanda Marinez de Sousa1;
William Gustavo de Lima1
1 Universidade Federal de São João Del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Etnobotânica, Plantas anti-inflamatórias, Erva-de-santa-maria, Malva, Arnica.
RESUMO
Diversas espécies de plantas são utilizadas com o objetivo de promover a melhora do perfil
inflamatório, que se caracteriza por respostas imunológicas lesivas e patológicas. O presente
trabalho buscou descrever as propriedades farmacodinâmicas que medeiam à atividade
antiinflamatória das principais espécies de plantas utilizadas para este fim no município de
Divinópolis, bem como elucidar possíveis efeitos adversos relacionados à toxicidade destas
plantas medicinais, e correlacionar o uso popular com o reportado na literatura. A coleta dos
dados foi realizada através de visitas domiciliares em dez famílias usuárias das unidades de
saúde dos bairros Morada Nova e Santos Dumont, em Divinópolis. Após estas visitas foram
coletados os dados etnobotânicos de plantas utilizadas por estes pacientes contra processos
inflamatórios. Com os dados coletados, foi realizada uma exaustiva revisão literária com o objetivo
de verificar as propriedades farmacodinâmicas que validassem o uso destas plantas como anti-
inflamatórias, a possível toxicidade e a correta via de administração prevista nas resoluções
vigentes. As informações coletadas na revisão foram confrontadas com as descritas pelo paciente
a fim de analisar a compatibilidade entre o uso popular e os relatos científicos. Das dez famílias
visitadas, quatro faziam o uso de plantas medicinais com o objetivo de tratar processos
inflamatórios. As espécies citadas foram a erva-de-santa-maria (Chenopodium ambrosioides),
arnica (Solidago chilensis) e malva (Malva sylvestris). Foi observado que o uso popular estava
correto conforme a literatura. Entretanto, verificou-se que a arnica (Solidago chilensis) e a erva-de-
santa-maria (Chenopodium ambrosioides) possuem uma forte toxicidade quando usadas
oralmente, sendo, por isto, contra-indicadas nesta forma de administração. Os pacientes, que
utilizavam estas plantas, as administravam topicamente, demonstrando o conhecimento destas
propriedades. As atividades anti-inflamatórias destas espécies estão relacionadas a redução da
produção de mediadores pró-inflamatórios, ao aumento da síntese de mediadores anti-
inflamatórios, na redução da migração leucocitária e na inibição de enzimas que participam do
processo inflamatório, comprovando assim a atividade anti-inflamatória de todas as espécies
citadas. Concluiu-se que a população que utiliza erva-de-santa-maria (Chenopodium
ambrosioides), arnica (Solidago chilensis) e malva (Malva sylvestris) com finalidade anti-
inflamatória, por via tópica, utiliza por tradição. Entretanto, mesmo inconsciente da toxicidade
destas espécies, a forma de utilização está correta. As atividades anti-inflamatórias das plantas
medicinais citadas no presente estudo foram confirmadas a partir de relatos científicos
etnofarmacológicos.
Farmacognosia, Fitoquímica e
Química Medicinal
64
AVALIAÇÃO DE FENOIS, FLAVONOIDES E TANINOS TOTAIS EM Cordiera sessilis (Vell.)
Kuntze (RUBIACEAE)
Thaiz Rodrigues Teixeira1*; Ana Hortência Fonseca Castro1; Ariana Campos Tortelote1; Mairon
César Coimbra1
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: C. sessilis, marmelinho, compostos fenólicos.
RESUMO
Marmelinho ou Cordiera sessilis é um arbusto ramificado que apresenta propriedades nutritivas e
medicinais, suas folhas e ramos são empregados em afecções da pele. Este trabalho teve como
objetivo determinar os teores de compostos fenólicos, em folhas coletadas nas estações seca e
chuvosa. Aproximadamente 200mg das amostras secas e trituradas foram extraídas com 10 mL
de uma mistura de metanol:água (1:1), sob maceração a frio, com agitação constante por 4 horas.
O extrato obtido foi empregado na determinação dos teores de fenois, taninos e flavonoides totais
a partir dos métodos de Folin-Denis, Difusão radial e Stahl e Schild, respectivamente. Uma
alíquota de 50 μL do extrato foi utilizada para a determinação dos teores de fenois totais e o
resultado expresso em porcentagem de ácido tânico, por g de matéria seca. Para o doseamento
de taninos, 5 mL do extrato foi concentrado e posteriormente retomado com metanol:água (1:1).
Uma alíquota de 15 μL foi utilizada na determinação e o resultado foi expresso em porcentagem
de tanino, por g de matéria seca. Para flavonoides, uma alíquota de 500 μL do extrato
previamente preparado foi utilizada, sendo o resultado expresso em percentagem de flavonoide,
por g de matéria seca. Os resultados obtidos mostraram que as folhas apresentam teores de
fenois e flavonoides totais maiores na estação seca (2,73 ± 0,52 e 1,79 ± 0,30%,
respectivamente), verificando-se diferença significativa entre as estações (p<0,05). Não se
verificou taninos totais nas amostras testadas. Os consideráveis teores de metabólitos de
natureza fenólica presentes no marmelinho, responsáveis por suas atividades farmacológicas nos
levam a considerar as folhas de C. sessilis como uma fonte sustentável e renovável que podem
ser utilizadas para fins medicinais.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
65
TRIAGEM VIRTUAL INVERSA DE COMPOSTOS NATURAIS UTILIZANDO O OUR OWN
MOLECULAR TARGETS DATA BANK (OOMT)
Flávia Vieira Maciel¹*; Ana Paula Carregal¹; Alex Gutterres Taranto¹; Moacyr Comar Júnior¹.
¹Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Triagem virtual inversa, OOMT.
RESUMO
As plantas constituem uma fonte abundante de compostos protótipos para o desenvolvimento de
novos fármacos. Estima-se que existem 250.000 espécies de plantas, 85% das quais ainda não
foram investigadas. Apesar de o Brasil ter uma flora abundante e variada, o desenvolvimento de
fármacos no país está restrito a realização de ensaios pré-clínicos para predição da atividade
biológica destes compostos. A quimioinformática é uma metodologia que pode contribuir para o
estudo destes compostos predizendo suas propriedades farmacológicas. Consequentemente, o
número de ensaios biológicos a serem realizados passa a ser menor. Métodos de
quimioinformática podem ser usados para predizer os alvos moleculares por triagem virtual. Esta
metodologia é denominada de Triagem Virtual Inversa (TVI). O objetivo deste trabalho é realizar
estudos de TVI utilizando o Our Own Molecular Targets Data Bank (OOMT) a fim de sugerir
possíveis compostos protótipos para específicos alvos moleculares, facilitando o processo de
descoberta de novos fármacos. Cento e cinquenta compostos naturais, previamente depositados
no banco de dados ZINC fornecidos pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS),
foram gerados e submetidos à otimização de geometria pelo método universal force field (UFF).
Em seguida, os compostos foram submetidos ao cálculo de ancoragem molecular usando o
programa AutodockVina. Os compostos foram ancorados contra 36 alvos moleculares presentes
no OOMT, os quais foram determinados as respectivas energias de ligação. A seguir, a equação δ
= Energia de Ligação compostos/Energia de Ligação do ligante cristalográfico (determinada
previamente) foi aplicada para cada simulação. Os compostos que apresentaram δ ≥ 1 foram
selecionados para posterior ensaio biológico. Como resultado, dentre os 150 compostos
simulados, 143 obtiveram valor de δ ≥ 1, sugerindo o respectivo alvo molecular. Adicionalmente,
os alvos mais promissores para os 143 compostos foram apenas 03 - PDB: 1W6M, 1GKC e
1DDX. Estes alvos moleculares estão envolvidos na fisiopatologia do câncer e no metabolismo de
ácido aracdônico (processo inflamatório). Esta metodologia sugere que estes compostos devam
ser submetidos aos ensaios aplicados a estas patologias. A realização de 150 ensaios biológicos
demandaria muito tempo e recursos, os quais não estão disponíveis no presente momento. Dessa
forma, o processo de TVI aplicado ao OOMT foi capaz de reduzir de 5.400 para 429 ensaios
experimentais a serem realizados para a busca de um novo composto protótipo a partir de fontes
naturais.
66
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO E DAS FRAÇÕES
OBTIDAS DO FRUTO MADURO DE Solanum sp
Melissa Grazielle Morais1*; Guilherme Augusto Ferreira da Costa1; Jaqueline Maria Siqueira
Ferreira1; Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Extrato, Frações, Radicais livres, Antioxidante.
RESUMO
As oxidações de moléculas biológicas geram a formação de radicais livres que podem ser fatores
indutores ou agravantes de doenças degenerativas e acelerar o envelhecimento. Assim, o objetivo
deste trabalho foi avaliar a atividade antioxidante do extrato etanólico e das frações obtidos dos
frutos maduros de Solanum sp., baseando-se na capacidade de capturar radicais livres de DPPH
(1,1-difenil-2-picril-hidrazila). O fruto maduro foi coletado, secado em estufa, triturado em moinho
de facas e extraído por percolação com etanol P.A., obtendo-se o extrato etanólico. Este foi
fracionado por partição com solventes de polaridades crescentes, obtendo-se as frações
hexânica, diclorometânica, acetoetílica de etila e hidroetanólica. A atividade antioxidante do
extrato etanólico e frações em capturar radicais livres de DPPH foi determinada por método
quantitativo espectrofotômetro em placa de 96 poços, utilizando-se as amostras nas diluições 500,
250, 100, 10 e 1 mg/ml, e BHT (2,6-di-tert-butil-4-metilfenol) como composto de referência, com as
mesmas concentrações. Foi determinado o percentual de radicais livres capturados e também a
concentração efetiva capaz de capturar 50% dos radicais livres de DPPH (CE50). Nas
concentrações de 1 e 10 mg/ml, o extrato etanólico e todas as frações apresentaram maior
atividade antioxidante do que o BHT. O extrato etanólico e as frações diclorometânica e
acetoetílica também foram mais efetivos que o padrão BHT, nas concentrações de 100, 250 e 500
mg/ml. As frações diclorometânica e acetoetílica apresentaram menores CE50 do que o padrão
BHT, sendo esses valores de 2,96 e 8,38 mg/ml, respectivamente, enquanto do BHT foi de 16,36
mg/ml. Os resultados mostram que os frutos maduros de Solanum sp. representam uma fonte de
substâncias antioxidantes que podem ser futuramente isoladas e utilizadas na síntese de
cosméticos, fármacos, alimentos e produtos nutracêuticos, contribuindo na prevenção de doenças
degenerativas e o envelhecimento.
Apoio Financeiro: FAPEMIG/UFSJ e CNPq.
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TRIAGEM FITOQUÍMICA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO
ETANÓLICO DE Tibouchina granulosa
Lorena Sales Ferreira1*; Aline Guerra Lacerda1; Thaís Paiva Porto1; Aline Rocha Melo1; Amanda
de Sousa Ramos1.
1 Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Tibouchina granulosa, Análise fitoquímica, Atividade antioxidante
RESUMO
Tibouchina granulosa, popularmente conhecida como quaresmeira ou quaresmeira-roxa, é uma
planta originária do Brasil e pertencente à família Melastomataceae. É encontrada principalmente
na região Sul e Sudeste, sendo perenifólia, apresentando belas floradas e muito utilizada como
planta ornamental. Na medicina popular é conhecida sua utilização no tratamento de inchaços,
doenças de pele e tosses, entretanto existem poucos estudos fitoquímicos sobre a espécie.
Assim, o objetivo do presente trabalho foi a triagem fitoquímica para os principais grupos de
metabólitos secundários (flavonóides, taninos, saponinas, alcalóides e cumarinas) presentes no
extrato etanólico das folhas de T. granulosa e posterior avaliação da sua atividade antioxidante. O
material foi coletado e secado por sete dias, em estufa a 40 ºC. Posteriormente, o material seco
foi macerado com etanol 70%. Após esse período, o material foi filtrado e o solvente foi retirado
em rotavapor. A caracterização dos principais grupos de metabólitos secundários foi feita por
reações químicas que resultam no desenvolvimento de coloração e/ou precipitação
características. A atividade antioxidante foi determinada através da capacidade dos antioxidantes
presentes nas amostras em seqüestrar o radical estável DPPH. Durante a secagem a planta
perdeu 62,49% do peso, correspondente à água presente nas folhas. Pela análise dos metabolitos
secundários foi detectada a presença de flavonóides, taninos, saponinas, alcalóides e cumarinas.
O extrato etanólico apresentou atividade antioxidante de 86,30% e esta boa atividade pode ser
devido à presença de compostos fenólicos, como taninos e flavonóides. Pelos resultados obtidos,
pode-se sugerir que a planta possui um grande potencial de utilização na medicina terapêutica,
indicando que estudos posteriores devem ser realizados para uma melhor caracterização da
mesma.
Apoio Financeiro: Os autores agradecem a Universidade Federal de São João del-Rei pelo
suporte na realização dos experimentos.
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ALCALÓIDE TROPÂNICO EM Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. (ERYTHROXYLACEAE)
Fernanda de Fátima Souza de Oliveira1*; Cristiane Fernanda Fuzer Grael1; Maria das Graças Lins
Brandão2
1Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 2Universidade Federal de Minas
Gerais.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: E. suberosum, Alcaloides, CG/EM.
RESUMO
A espécie Erythroxylum suberosum, de ocorrência comum no Cerrado brasileiro, é conhecida
popularmente como galinha-choca e mercúrio-do-campo. Usada na medicina popular como
anestésico, antirreumático e contra má digestão, esta espécie foi descrita por naturalistas
europeus que viajaram pelo Brasil no século XIX. O francês Auguste de Saint-Hilaire, em sua obra
Plantas Usuais dos Brasileiros, relata a utilização da espécie para obtenção de um pigmento
castanho-avermelhado. O gênero Erythroxylum é caracterizado pela presença de alcalóides
tropânicos, como a cocaína (produzida em grande quantidade nas folhas de E. coca e
E.novogranatense), tropacocaína, metilecgonidina, tropinona e outros. Pesquisa fitoquímica
anterior do extrato etanólico de E. suberosum revelou por Cromatografia em Camada Delgada
(CCD) a presença de flavonóides, triterpenos, esteróides, taninos, heterosídeos cardiotônicos,
saponinas, proantocianidinas e alcalóides. O objetivo deste trabalho foi verificar a presença de
alcalóides tropânicos nas folhas de E. suberosum. As folhas de E. suberosum foram coletadas em
Diamantina, Minas Gerais (S18°13.890’, W 043°35.282’). Uma exsicata foi depositada no Herbário
Dendrológico Jeanine Felfili (UFVJM), sob o número de registro 1189. As folhas foram
dessecadas em estufa de ar circulante a 35 °C e, posteriormente, pulverizadas em moinho de
facas. O material pulverizado (240g) foi extraído pelo Método Stas-Otto (Extração Ácido-Base).
Este extrato foi analisado por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas
(CG/EM). A análise foi realizada em coluna capilar de sílica fundida DB5-ms (30m × 0,25 mm x
0,25 μm). O hélio foi usado como gás de arraste a uma vazão de 1,2 mL/min. As temperaturas do
injetor e do detector foram 260°C e 300°C, respectivamente. Utilizou-se para análise a
temperatura 60°C por 2 min, 60-120°C (30°C/min), 120-220°C (10°C/min), 220-300°C (5°C/min),
300°C por 20 min. O extrato preparado pelo Método Stas-Otto apresentou massa de 27 mg,
obtendo-se um rendimento de 0,011%. A análise em CG/EM possibilitou a identificação dos
triterpenos β-sitosterol (5,13%) e lupeol (1,46%). Detectou-se também a presença do alcalóide
tropânico tropacocaína (0,76%). Esta substância já foi identificada em outras espécies do gênero
Erythroxylum, porém, é a primeira vez que é encontrada em E. suberosum. Esta espécie
necessita de mais estudos sobre sua composição química, além de pesquisas farmacológicas e
toxicológicas, uma vez que é usada na medicina tradicional a mais de 200 anos, conforme
descrição de naturalistas europeus (Século XIX). Estudos realizados com plantas brasileiras são
importantes na valorização da flora nativa de nosso país.
Apoio Financeiro: CNPq.
69
ISOLAMENTO DE ALCALÓIDES APORFÍNICOS DE Duguetia furfuraceae E TENTATVA DE
COMPLEXAÇÃO COM COBRE
Sara Batista do Nascimento1*; Isabela Cristina Nunes e Sá1; Rafael César Russo Chagas1; Luis
Fernando Soares1; João Máximo de Siqueira1.
1Universidade Federal de São João del-Rei
.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Alcalóide aporfínico, Duguetia furfuraceae, Complexação com cobre.
RESUMO
Duguetia furfuraceae é um arbusto, típico do cerrado seco da região central do Brasil, pertencente
à família Annonaceae. A classe de compostos químicos mais comuns nessa família são os
alcalóides com predominância do tipo aporfínico e oxaporfinico. São conhecidas atividades
biológicas e farmacológicas desses alcalóides: citotóxica, antimicrobiana, antibacteriana e
antifúngica, antileishimaniose O objetivo do presente estudo é o isolamento de alcaloides
de Duguetia furfuraceae, e tentativa de complexação com metal Cobre. Obtenção do extrato
alcaloídico, submetendo-se a casca do caule de Duguetia Furfuracea à marcha química para
alcalóides. Realização de coluna cromatográfica com o extrato obtido na marcha química, e a
coleta feita a com acompanhamento de luz ultravioleta. A fração 2 (F2) que obteve perfil semi-
purificado, e maior concentração de alcaloides (visualização por Cromatografia em Camada
Delgada) foi submetida a análise no Espectro de Massas, para a qual preparou-se soluções na
concentração de aproximadamente 0,7 µg/ml em metanol. Para verificar a complexação da
Fração 2 com Sulfato de Cobre, realizou-se a varredura da fração em espectrofotômetro, em
seguida foi adicionado concentrações crescentes de sulfato de cobre CuSO4.5H2O. Realizou-se a
varredura da solução amostra + sulfato de cobre para posterior comparação dos perfis obtidos. A
presença de alcalóides no extrato da casca do caule de Duguetia furfuracea, resultante da marcha
química para alcalóides, foi comprovada por CCD, utilizando revelador Dragendorff, que revela
alcalóides. Ao se comparar o espectro da amostra original, com espectro da solução
amostra+CuSO4 em concentrações crescentes de cobre, foi possível observar que não ocorreu a
complexação, uma vez que não se observou um deslocamento no perfil da amostra com a adição
do cobre. A análise por espectrometria de massas mostrou que a F2 (não totalmente pura)
apresenta picos de íons de massa que podem corresponder aos picos [M+H] típico de alcalóide
aporfinico. Não houve complexação do alcalóide contido na F2 com o metal Cobre. Na análise dos
espectros de UV da amostra original com os dados do espectro de massas observa-se o perfil do
espetro no UV semelhante à aporfínico. O espectro de massas também apresenta o pico quasi-
molar [M+H] consistente com aporfínico.
Apoio Financeiro: FAPEMIG, CNPq.
70
TRIAGEM FITOQUÍMICA PRELIMINAR E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN
VITRO DE EXTRATOS DE Costus spicatus
Aline Aparecida Saldanha1*; Marcela Ísis Morais1; Sara Campos Gonçalves1; Ana Paula de
Oliveira1; Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Triagem fitoquímica preliminar, Antioxidante, Costus spicatus.
RESUMO
Costus spicatus (Costaceae), conhecida popularmente como cana-de-macaco, é uma planta
vigorosa e florífera. Informações etnobotânicas mostram que as raízes e os rizomas desta planta
são empregados como diurético, tônico, emenagogo e diaforético. O suco da haste fresca é
utilizado no tratamento da gonorréia, sífilis, nefrite, picadas de insetos e diabetes. O objetivo
desse trabalho foi realizar a triagem fitoquímica preliminar e avaliar a atividade antioxidante in vitro
do extrato etanólico e das frações obtidos das folhas de Costus spicatus. As folhas frescas de
Costus spicatus foram coletadas, rasuradas e submetidas à maceração com etanol por sete dias.
O extrato etanólico obtido foi submetido à partição por solventes obtendo-se as frações hexânica,
diclorometânica, acetoetílica e hidroetanólica. Para a triagem fitoquímica, foram utilizadas a
reação de Lieberman-Burchard (esteroides/triterpenos), reação com ácido sulfúrico concentrado
(flavonoides), reação com cloreto férrico (taninos), reação com Drangendorff (alcaloides), reação
com solução alcalina (cumarinas) e o teste de espuma persistente (saponinas). A avaliação da
atividade antioxidante in vitro foi realizada pelo método de descoloração do radical livre DPPH
empregando as frações e o extrato na concentração de 200 µg/mL. A triagem fitoquímica
preliminar revelou a presença de esteroides/triterpenos no extrato etanólico e na fração
hidroetanólica. Na fração acetoetílica foi observada a presença de flavonoides, taninos e
cumarinas. A fração diclorometânica apresentou resultado positivo para cumarinas. Nenhuma das
amostras apresentou resultado positivo para a presença de saponinas e alcaloides. A atividade
antioxidante das frações acetoetílica e hidroetanólica foi significativa, sendo a porcentagem de
inibição do DPPH de ambas superior a 90% (97,68% e 97,44%, respectivamente). Esta ação,
possivelmente, deve-se a presença de compostos como os triterpenos, flavonoides, taninos e
cumarinas, evidenciados pela triagem fitoquímica preliminar. A menor atividade antioxidante
observada foi a do extrato etanólico, com 56,38% de inibição. Já a porcentagem de inibição de
DPPH pelas frações hexânica e diclorometânica foi de 64,45% e 70,83%, respectivamente. A
fração acetoetílica obtida das folhas de Costus spicatus apresentou a presença de flavonoides,
taninos e cumarinas e melhor atividade antioxidante in vitro de 97,68%, sendo essa devido à
presença de compostos fenólicos, possivelmente.
71
EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DA CITRONELA (Cymbopogon cf. winterianus G.) E
PREPARO DE REPELENTES
Roziane Pereira Paiva1*; Débora S. B. de Castro1; Ana J. P. S. Gomes1; Mairon C. Coimbra1;
Débora S. Silva2; Mônica S. Antunes2; João M. de Siqueira1
1Universidade Federal de São João del-Rei; 2Centro Sócio Educativo de Divinópolis.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Óleo; Citronela; Hidrodestilação; Repelente.
RESUMO
A citronela (Cymbopogon cf. winterianus) é uma planta perene da família Poaceae. Possui um
óleo volátil nas folhas que é repelente de mosquitos, e em sua constituição química encontra-se o
citronelal ou citronela que é citada como a substância responsável pela atividade. Os óleos
essenciais são lipofílicos, voláteis, o que confere odor característico a planta, constituindo-se fonte
importante de aromatizantes em perfumaria e especiarias. Além disso, são bastante utilizados em
ambientes domésticos devido a volatilidade, através de difusores elétricos ou velas aromáticas,
podendo ainda serem incorporados em cremes. Os objetivos deste trabalho foram realizar a
extração do óleo essencial das folhas de citronela, e a sua incorporação em velas e cremes de
uso tópico para uso como repelentes. A planta foi coletada no Centro Sócio Educativo de
Divinópolis-MG. Para a produção do óleo, 50 g de folhas frescas foram adicionadas a 300 mL de
água destilada e extraídas por hidrodestilação, em aparelho tipo Clevenger, durante 6 horas. Os
constituintes do óleo essencial foram visualizados por cromatografia em camada delgada (CCD)
em placas de sílica-gel 10 x 10 cm, eluídas em cuba contendo Tolueno/Acetato de Etila (93:7 v/v).
Revelou-se as placas borrifando vanilina/H2SO4, seguida de aquecimento até o aparecimento de
manchas. O óleo volátil obtido apresentou em CCD uma predominância de citronelal. Diante desta
detecção, foram preparadas as velas de citronela p/p a 1%, na proporção de 200 g de grânulos de
parafina para 2 g do óleo. O banho foi aquecido a 70°C, e a parafina derretida no almofariz para
manutenção da temperatura. O molde da vela com o pavio foi previamente posicionado, e o óleo
acrescido à medida que a parafina se fundia. O molde, então, foi preenchido com a solução e
deixado em repouso para fixação. Para o desenvolvimento da formulação do creme experimental
com citronela, foi utilizado o óleo essencial v/p a 1%, antioxidante BHT a 0,05% e creme polawax
como base, na quantidade suficiente para 50 g. A metodologia empregada para extração de óleo
essencial contendo citronela demonstrou eficácia para a preparação de produtos aromáticos. A
expectativa do projeto de extensão é produzir tais formulações caseiras para uso dos internos do
Centro Sócio Educativo desta cidade, assim como conduzir atividades de geração de
conhecimento e futura aplicabilidade em maior escala.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG e UFSJ.
72
ESTUDO DO EXTRATO E ÓLEO ESSENCIAL DO TOMILHO (Thymus cf. vulgaris L.) E
PREPARO DE TALCO MEDICINAL
Roziane Pereira Paiva1*;Débora S. B. de Castro1;Ana J.P.S.Gomes1;Mairon C.Coimbra1;Débora
S.Silva2; Mônica S. Antunes2;João M. de Siqueira1
1Universidade Federal de São João del-Rei; 2Centro Sócio Educativo de Divinópolis.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Óleo; Tomilho; Hidrodestilação; Extração.
RESUMO
O Thymus,conhecido como tomilho,é uma planta da família Lamiaceae,nativa da região do
Mediterrâneo, introduzida no Brasil devido seu uso como planta condimentar. Outras espécies
dessa família têm o mesmo fim, como a sálvia, manjericão e orégano. O tomilho é fonte do óleo
essencial rico em timol. Este óleo essencial possui atividades antimicrobiana, carminativa e
expectorante atribuídas, principalmente, ao timol e ao seu isômero, carvacrol. Os óleos essenciais
são utilizados em diversos setores da indústria, podendo ser derivados de diferentes partes da
planta e de variadas espécies vegetais aromáticas, além de ter uma constituição bem diversificada
formada de derivados terpenoides e fenilpropanoides. O presente trabalho teve como objetivos a
extração das folhas do tomilho através de solvente usual (álcool etílico) e por hidrodestilação, para
obtenção de extrato e óleo essencial, respectivamente, a fim de se observar a autenticidade do
material adquirido, que futuramente será empregado em formulações magistrais por internos de
um programa sócio-educativo. Essas extrações foram submetidas à avaliação qualitativa por
cromatografia em camada delgada (CCD), visando detectar o seu principal constituinte, o timol. A
espécie foi coletada no cultivar do Centro Sócio Educativo de Divinópolis-MG. Para a obtenção do
extrato, 20 g de folhas secas e trituradas foram acondicionadas em cartucho de papel absorvente,
sendo adicionado ao sistema extrativo 150 mL de álcool etílico durante 4 horas. Para a extração
do óleo volátil, 50 g de folhas frescas foram adicionadas a 300 mL de água destilada e extraídas
em aparelho tipo Clevenger, durante 6 horas. O extrato etanólico e o óleo essencial obtidos foram
submetidos a cromatografia em camada delgada (CCD) em placas de sílica-gel 10x10 cm, eluídas
em cuba contendo Tolueno/Acetato de Etila (93:7 v/v) .Revelou-se as placas borrifando
vanilina/H2SO4,seguida de aquecimento até o aparecimento de manchas. O óleo obtido por
hidrodestilação apresentou em CCD uma mancha de coloração vermelho violáceo e fator de
retenção (Rf) igual a 0,5, sendo todo o seu perfil semelhante ao documentado para a
espécie Thymi herba, tendo o timol este Rf e coloração. Quando comparadas as duas
metodologias, a de hidrodestilação se mostrou mais efetiva na extração do timol. A perspectiva do
estudo abrange além de extrações de óleos essenciais, a avaliação cromatográfica e a
incorporação destes a um veículo para uso caseiro, a partir das propriedades biológicas atribuídas
à planta medicinal cultivada.
Apoio Financeiro:CNPq,FAPEMIG e UFSJ.
73
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS E FLAVONOIDES EM EXTRATOS DE Litchi
chinensis Sonn. (SAPINDACEAE)
Marisa de Oliveira Lopes1*; Ana Flávia da Silva1; Diego Pinto de Oliveira1; Marcelo Aparecido da
Silva1; Geraldo Alves-da-Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Lichia, Compostos fenólicos, Flavonoides, Plantas medicinais.
RESUMO
Litchi chinensis Sonn. é uma espécie frutífera originária da China e conhecida popularmente no
Brasil como lichieira. É considerada uma espécie medicinal em muitos países, em especial pela
medicina tradicional chinesa, porém, no Brasil os estudos desta espécie são restritos. O
doseamento dos metabólitos secundários presentes em uma espécie vegetal é de grande
importância, principalmente dos compostos fenólicos e flavonoides, pois estes compostos estão
envolvidos na adequação da planta ao seu meio, através de diferentes funções, tais como: defesa
contra herbívoros, proteção contra raios UV, atração de polinizadores e atividade antimicrobiana.
Objetivou-se então, com este trabalho, quantificar o teor de fenóis totais e flavonoides presentes
na raiz, no caule e nas folhas desta espécie. Os órgãos da espécie vegetal foram coletados no
município de Alfenas-MG, divididos e submetidos à secagem em estufa com circulação de ar a 45
ºC até a completa secagem e pulverizados em moinho de facas. Os extratos foram obtidos pelo
método de extração exaustiva através de percolação simples utilizando como líquido extrator a
mistura hidroetanólica a 70%. Posteriormente, os extratos foram reduzidos pelo processo de
rotaevaporação e, finalmente, secos por liofilização. Amostras dos extratos foram então avaliadas
quantitativamente, em triplicata, pelo método de Folin-Ciocalteau para fenóis totais, utilizando o
ácido gálico como padrão. Os flavonoides foram dosados pelo método colorimétrico da quelação
com alumínio por espectrometria no UV, utilizando a quercetina como padrão. Observa-se, com os
dados da dosagem quantitativa, que os compostos fenólicos presentes na espécie L. chinensis
encontram-se distribuídos uniformemente entre a raiz, o caule e as folhas, com teores que
variaram de 384,62 ± 5,7 mg EAG/g de extrato (Extrato de caule) a 393,14 ± 6,6 mg EAG/g de
extrato (Extrato de folhas). O teor de flavonoides encontrados neste estudo variou de 2,81 ± 0,2
mg EQ/g de extrato (Extrato de raiz) a 19,99 ± 0,6 mg EQ/g de extrato (Extrato de folhas). Conclui-
se que esta é uma espécie rica em compostos fenólicos e estudos mais detalhados acerca destes
metabólitos continuam sendo realizados, como a identificação química destes compostos através
de espectrometria de massas e a análise do poder antirradicalar apresentados por estes extratos.
Apoio financeiro: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG.
74
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO ETANÓLICO E DAS FRAÇÕES
OBTIDAS DAS FOLHAS DE Solanum lycocarpum
Guilherme Augusto Ferreira da Costa*1; Melissa Grazielle Morais1; Viviane de Cássia Bicalho
Silva1; Maria Eduarda Amaral Pinto1; Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Solanum lycocarpum, Extrato, Frações, Radicais livres, Antioxidante.
RESUMO
A oxidação é um processo metabólico que leva à produção de energia necessária para as
atividades essenciais das células. Entretanto, o metabolismo do oxigênio nas células vivas
também leva à produção de radicais livres. Antioxidantes são compostos que atuam inibindo ou
diminuindo os efeitos desencadeados pelos radicais livres e compostos oxidantes. Estes podem
ser fatores indutores ou agravantes de doenças degenerativas e acelerar o envelhecimento.
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antioxidante do extrato etanólico e das
frações baseando-se na capacidade de capturar radicais livres de 1,1-difenil-2-picril-
hidrazila (DPPH). As folhas de Solanum sp. foram coletadas, secadas em estufa, trituradas em
moinho de facas e extraídas por percolação exaustiva com etanol P.A., obtendo-se o extrato
etanólico. Este foi fracionado por partição com solventes de polaridades crescentes, obtendo-se
as frações hexânica, diclorometânica, acetoetílica e hidroetanólica. A avaliação da atividade
antioxidante do extrato etanólico e frações em capturar radicais livres de DPPH foi determinada
por método quantitativo espectrofotométrico em placa de 96 poços efetuado pelo leitor de ELISA.
utilizando-se as amostras nas concentrações de 500, 250, 100, 10 e 1 mg/ml e 2,6-di-tert-butil-4-
metilfenol (BHT) como composto de referência. A atividade antioxidante foi determinada como a
concentração efetiva capaz de capturar 50% dos radicais livres de DPPH (CE50). Nas
concentrações de 1 e 10 mg/ml, o extrato etanólico e todas as frações apresentaram maior
atividade antioxidante do que o BHT. O extrato etanólico e a fração hidroetanólica também foram
mais efetivos que o padrão BHT nas concentrações de 100, 250 e 500 mg/ml. As frações
acetoetílica, hidroetanólica e diclorometânica se destacaram, tendo em vista maior atividade
antioxidante, com menor CE50 do que o padrão BHT, com valores de 1,82, 3,46 e 4,00 mg/ml,
respectivamente, enquanto do BHT foi de 16,36 mg/ml. Os resultados mostram que as folhas
de Solanum sp. representam uma fonte de substâncias antioxidantes, que podem ser futuramente
isoladas e utilizadas na síntese de cosméticos, fármacos, alimentos e produtos nutracêuticos,
contribuindo na prevenção de doenças degenerativas e o envelhecimento.
Apoio Financeiro: FAPEMIG/UFSJ e CNPq.
75
DETERMINAÇÃO DOS TEORES DE FLAVONOIDES TOTAIS NO EXTRATO ETANÓLICO E
NAS FRAÇÕES OBTIDAS DAS FOLHAS DE Solanum lycocarpum
Guilherme Augusto Ferreira da Costa*1; Melissa Grazielle Morais1; Thamer Pereira Matias1;
Jéssica Pereira Bahia1; Luciana Alves Rodrigues dos Santos Lima1.
1Universidade Federal de São João del-Rei.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Solanum lycocarpum, Folhas, Extrato, Frações, Flavonoides.
RESUMO
Os flavonoides compõem uma ampla classe de substâncias de origem natural, cuja síntese não
ocorre na espécie humana. Entretanto, tais compostos possuem uma série de atividades
farmacológicas fazendo-os atuar nos sistemas biológicos do corpo. Consequentemente, muitas
dessas espécies atuam de forma benéfica na saúde humana, como agentes protetores ou
reparadores de doenças degenerativas e de desordens fisiológicas. Assim, o objetivo deste
trabalho foi determinar os teores de flavonoides no extrato etanólico e nas frações obtidas das
folhas de Solanum sp. As folhas de Solanum lycocarpum foram coletadas na cidade de
Divinópolis, no bairro Chanadour e identificadas de acordo com a literatura, secadas em estufa,
trituradas em moinho de facas e extraídas por percolação exaustiva com etanol P.A., obtendo-se o
extrato etanólico. Este foi fracionado por partição com solventes de polaridades crescentes,
obtendo-se as frações hexânica, diclorometânica, acetoetílica e hidroetanólica. O teor de
flavonoides totais foi estimado de acordo com o método Dowd. Exatamente 2 mL de solução
metanólica de AlCl3 a 2% foi adicionado ao mesmo volume da solução do extrato etanólico ou das
frações, na concentração de 1 mg/mL. Após 10 min, a absorbância foi medida a 415 nm em
espectrofotômetro, sendo o branco da amostra uma mistura de 2 mL da solução do extrato
etanólico ou das frações com 2 mL de metanol sem AlCl3. A rutina foi utilizada como composto de
referência e o teor de flavonoides totais foi expresso como mg de equivalentes de rutina/mg do
extrato ou da fração. As frações diclorometânica, acetoetílica e hidroetanólica apresentaram
maior teor de flavonoides totais de 168, 184 e 105 mg de equivalentes de rutina/mg fração. O
extrato etanólico e a fração hexânica apresentaram menor teor de flavonoides totais com 8,41 e
3,40 mg de equivalentes de rutina/mg do extrato ou fração. Os resultados mostram que as folhas
de Solanum sp. são ricas em flavonoides, que possuem atividades biológicas como antioxidante e
anti-inflamatória, que podem trazer benefícios à saúde humana, com ampla aplicação na indústria
farmacêutica, alimentícia e cosmética.
Apoio Financeiro: FAPEMIG/UFSJ e CNPq.
76
TRIAGEM FITOQUÍMICA E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO HEXÂNICO DOS
FRUTOS VERDES DE Solanum lycocarpum A. St. Hil. (SOLANACEAE)
Izabela Caputo Assis Silva1*; Álan Alex Aleixo1; Mairon César Coimbra1; Luciana Alves Rodrigues
dos Santos Lima1.
1Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Solanum lycocarpum, Frutos verdes, Extrato hexânico, Triagem fitoquímica,
Atividade antioxidante.
RESUMO
Os vegetais apresentam em sua constituição, vários compostos com ação antioxidante. A
quantidade e o perfil variam em função do tipo, variedade e grau de maturação do vegetal e das
condições climáticas e edáficas do cultivo. Para avaliar a capacidade antioxidante é necessária a
extração desses compostos, os quais apresentam polaridades diferenciadas. A espécie vegetal
Solanum lycocarpum A. St. Hil., da família Solanaceae, popularmente conhecida como lobeira,
cresce e se desenvolve em condições ambientais desfavoráveis, tais como terras ácidas e pobres
em nutrientes. É capaz de suportar um clima árido e períodos de seca prolongados, resistindo
ainda a ciclos anuais de queimadas feitas pelo homem. Este trabalho teve com objetivo triagem
fitoquímica e avaliação da capacidade de capturadora de radicais livres DPPH pelos frutos verdes
da lobeira. Os frutos de Solanum lycocarpum A.St. Hil. foram coletados, triturados manualmente e
submetidos à extração em aparelho de Soxhlet com hexano. O extrato hexânico obtido foi
submetido a testes para detecção dos principais constituintes químicos e também foi avaliada a
atividade antioxidante. Para a triagem fitoquímica, foram utilizadas a reação de Lieberman-
Burchard (esteróides/triterpenos), reação com ácido sulfúrico concentrado (flavonóides), reação
com cloreto férrico (taninos), reação com Drangendorff (alcalóides), reação com solução alcalina
(cumarinas) e o teste de espuma persistente (saponinas). Para avaliação da atividade antioxidante
foi utilizado o método do DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazil) que se baseia na captura de radicais
livres DPPH por antioxidantes. Após 30 minutos, a leitura da absorbância foi realizada em
espectrofotômetro a 517 nm. O percentual de inibição do DPPH (ou a % da atividade antioxidante)
foi calculado pela seguinte equação: % de inibição do DPPH = [1 – (Aa / Ab)] x 100, onde Aa =
absorbância da amostra e Ab = absorbância da solução de DPPH. Na análise fitoquímica
preliminar foi detectado apenas os alcalóides, pelo teste com reagentes de Dragendorff. O extrato
hexânico apresentou uma porcentagem de inibição do DPPH de 32,33%, o que representa baixo
resultado e isso devido à baixa polaridade do solvente e demais compostos afins. O extrato
hexânico obtido do fruto verde de Solanum lycocarpum A. St. Hil. apresentou apenas alcaloides
em sua constituição e baixa atividade antioxidante, uma vez que devido à baixa polaridade do
solvente utilizado, garante afinidade apenas com compostos que possuem baixa quantidade de
hidroxilas em sua constituição.
Apoio Financeiro: PIBIC/CNPq e UFSJ.
77
FENÓIS TOTAIS, FLAVONOIDES TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE Raphanus
sativus L. var. oleiferus Metzg (Brassicaceae)
Ana Flávia da Silva1*; Marisa de Oliveira Lopes1; Lucas Batista de Souza1; Vinicius de Carvalho de
Oliveira1; Geraldo Alves da Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Fenólicos totais, Atividade antioxidante, Nabo forrageiro.
RESUMO
Nos últimos anos, várias evidências têm indicado o papel chave dos radicais livres e outros
oxidantes como grandes responsáveis pelo envelhecimento e pelas doenças degenerativas
associadas ao envelhecimento, como câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do
sistema imune e disfunções cerebrais. Estudos demonstram que o consumo de brassicas, por
exemplo, brócolis, repolho, couve, mostarda, couve de bruxelas e couve-flor reduz o risco de
vários tipos de doenças, devido às potentes propriedades antioxidantes dos fitoquímicos
encontrados na família Brassicaceae. O nabo forrageiro (Raphanus sativus L. var. oleiferus)
pertence à família Brassicaceae e é considerado uma planta daninha, encontrada em diversas
partes do mundo, trata-se de uma variedade do rabanete pouco estudada do ponto de vista
químico e biológico. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo quantificar o teor de
fenóis e de flavonoides e avaliar a atividade antioxidante in vitro dos extratos das folhas e do caule
de Raphanus sativus L. var. oleifera. A planta foi coletada no município de Alfenas-MG, as folhas
e o caule foram separados manualmente, submetidos à secagem a 40° C em estufa de ar
circulante e pulverizados em moinho de facas. Os extratos foram obtidos por percolação da droga,
utilizando etanol 70% como líquido extrator. O extrato hidroetanólico foi concentrado em
rotaevaporador e a água foi retirada por liofilização, obtendo-se os extratos secos. Os testes foram
realizados por espectrofometria na região do ultravioleta-visível (UV-Vis), utilizando os método de
Folin-Ciocalteu para determinar o conteúdo de fenóis totais, o método colorimétrico com cloreto de
alumínio (AlCl3) para de terminar o teor de flavonoides totais e método do sequestro do radical
DPPH para avaliar a atividade antioxidante in vitro. O conteúdo de fenólicos totais foi de 47,02 ±
0,6 e 30,46 ± 0,3 mg equivalente de ácido gálico/g para os extratos das folhas e do caule
respectivamente e o teor de flavonoides totais foi de 20,36 ± 0,6 e 8,23 ± 0,4 mg equivalente de
quercetina/g para os extratos para os extratos das folhas e do caule respectivamente. O extrato
das folhas apresentou atividade antioxidante mais efetiva com um valor de IC50 de 387,61 μg/mL.
A maior atividade antirradicalar mostrou forte correlação com o teor de fenóis e flavonoides
encontrados, o que demonstra que esses compostos são os principais responsáveis pela
atividade antioxidante in vitro.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG e CAPES.
78
MODELAGEM MOLECULAR E ANÁLISE QUIMIOMÉTRICA DE ACETOGENINAS DE Annona
cornifolia COM ATIVIDADE ANTIOXIDANTE
Beatriz Alves Ferreira1*; Patrícia Heleno Cota1; Lucas Ferreira Alves1; Luciana A.R. Santos Lima1;
Maria Amélia D. Boaventura2.
1Universidade Federal de São João del-Rei; 2Universidade Federal Minas Gerais.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Acetogeninas, Antioxidante, Modelagem Molecular, Quimiometria.
RESUMO
As acetogeninas representam uma classe de substâncias naturais bioativas, isoladas a partir de
plantas pertencentes à família Annonaceae. Elas exibem uma ampla série de propriedades
farmacológicas, tais como atividade antitumoral, antiparasitária, citotóxica, pesticida e atividades
imunossupressoras. O presente trabalho teve como proposta geral a utilização de metodologias
teóricas e análise quimiométrica para caracterizar estruturalmente doze acetogeninas isoladas de
Annona cornifolia, potencialmente antioxidantes (9-hidroxifolianina, esquamocina L, folianina A,
folianina B, 4-desoxilongimicina B, annofolina, esquamocina M, isolongimicina B, bulatacina,
asimicina, cornifolina, annotacina) e os padrões antioxidantes (ácido ascórbico e butenolídeo) para
comparação das suas propriedades com as acetogeninas. Mecânica Clássica (Mecânica e
Dinâmica Molecular, campo de força AMBER, 298 K, vácuo) para a obtenção preliminar de
estruturas otimizadas das acetogeninas e dos compostos de referência; Mecânica Quântica (PM3,
vácuo, 298 K) para a obtenção das propriedades físico-químicas de interesse (descritores). Todos
os cálculos foram realizados no programa Hyperchem 7.5. A análise quimiométrica foi realizada
no programa MINITAB 15. Os seguintes descritores foram determinados: entalpia de formação
Hf, diferença de energia entre os orbitais de fronteira HOMO (Highest Occupied Molecular
Orbital) e LUMO (Lowest Unoccupied Molecular Orbital), E(HOMO-LUMO), momento de dipolo μ,
polarizabilidade, volume, área superficial acessível ao solvente (SA) e o parâmetro de lipofilicidade
log P. Os descritores e os valores de atividade (log(1/a)) foram submetidos à análise
quimiométrica via Análise por Agrupamento Hierárquico/HCA e Análise por Componentes
Principais/PCA. O dendograma correlacionado a atividade com os descritores revelou que a maior
correlação ocorre com log P, polarizabilidade, volume e SA (70,96%), seguida pelo momento de
dipolo (67,94%) e, por último (50,07%) com Hf e E(HOMO-LUMO). A comparação das propriedades
das acetogeninas através da análise HCA, mostrou a alta similaridade com ambos padrões:
98,55% com ácido ascórbico e 99,62% com o butenolídeo. A partir dos resultados pode-se
concluir que existe uma grande similaridade entre as propriedades físico-químicas das
acetogeninas, e que os descritores que possuem maior influência na atividade antioxidante
exibida são parâmetros estruturais: log P, polarizabilidade, volume e SA. Além disso, pode-se
afirmar que o padrão butenolídeo possui influência ligeiramente maior na atividade das
acetogeninas em relação ao ácido ascórbico, embora ambos apresentem elevada similaridade
com os compostos avaliados.
79
QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE FLAVONOIDES, FENÓIS TOTAIS E CORRELAÇÃO COM
ATIVIDADE ANTIRRADICALAR DOS EXTRATOS DAS FOLHAS E RAÍZES DE Leonotis
nepetifolia (L)
Diego Pinto de Oliveira1*, Marisa de Oliveira Lopes1, Ana Flávia da Silva1, Gabriela dos Santos
Lopes1, Marcelo Aparecido da Silva1.
1Universidade Federal de Alfenas
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Leonotis nepetifolia, Flavonoides, Compostos fenólicos, Plantas medicinais.
RESUMO
A espécie Leonotis nepetifolia é conhecida popularmente como cordão-de-frade, originária da
África e da Índia Oriental e naturalizada em todo o Brasil. A espécie é utilizada pela população
com diversas finalidades terapêuticas. Estudos a cerca de sua atividade biológica relatam
atividade antimicrobiana e anti-inflamatória. Quanto a sua composição química, a literatura relata
principalmente a presença de compostos fenólicos e terpenoides. O Objetivo desse estudo é
quantificar o teor de compostos fenólicos e flavonoides, presentes nos extratos hidroetanólicos
das folhas e raízes de Leonotis nepetifolia e correlacionar o teor destes com a atividade
antirradicalar dos extratos. O material vegetal foi obtido na região de Gaspar Lopes, município de
Alfenas. Foram separadas as folhas e raízes da planta e as mesmas foram secadas, trituradas,
percoladas e liofilizadas. A quantificação de fenóis totais e flavonoides foi realizada por testes
espectrofotométricos com reagente de Folin-Ciocalteu e cloreto férrico e a atividade antirradicalar
avaliada pelo teste de DPPH. O extrato das folhas apresentaram 160,5 ± 6,53 mg de EAG/g
(equivalentes de ácido gálico por grama de extrato) e 86,71 ± 4,13 mg de EQ/g (equivalentes de
quercetina por grama de extrato). A concentração de IC50 para a atividade antirradicalar foi de
34,98 ± 1,75 mg/g, enquanto o extrato das raízes apresentou 52,4 ± 3,27 mg de EAG/g, 21,44 ±
1,87 mg de EQ/g e IC50 de 187,14 ± 7,96 mg/g. Perante os extratos se observa um maior teor de
compostos fenólicos e flavonoides no extrato das folhas do que no extrato das raízes, já a
concentração capaz de sequestrar 50% dos radicais DPPH˙ foi menor no extrato das folhas do
que das raízes o que denota uma correlação entre a presença destes compostos e a atividade
relatada. A literatura relata que devido a própria estrutura química destes compostos, os mesmos
tem capacidade de captação de radicais livres, tendo em vista estes fatores, se sugere que a
maior atividade do extrato está correlacionada com os teores de compostos fenólicos e
flavonoides presentes nos mesmos.
Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG, CAPES, UNIFAL-MG.
80
VARIAÇÃO QUANTITATIVA SAZONAL DE CONSTITUINTES DO ÓLEO ESSENCIAL DE
Pseudobrickellia brasiliensis (ASTERACEAE)
Bárbara Jansen Veloso1*; Letícia Figueiredo Cunha1; Vivianne Mara Ferreira Silva1; Izabel Cristina
Casanova Turatti2; Cristiane Fernanda Fuzer Grael1.
1Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri; 2Universidade de São Paulo.
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Pseudobrickellia brasiliensis, Óleo essencial, Sazonalidade.
RESUMO
O teor e a composição química dos óleos essenciais são determinados por características
genéticas e de desenvolvimento- e alguns fatores ambientais podem acarretar alterações
significativas na produção dos metabólitos secundários. A Pseudobrickellia brasiliensis,
pertencente à família Asteraceae é conhecida como "falsa arnica" ou "arnica do campo", produz
óleo essencial em suas partes aéreas e é largamente utilizada na medicina tradicional como
analgésico e anti-inflamatório. Objetivou-se avaliar a variação qualitativa sazonal da composição
química do óleo essencial da P. brasiliensis. As coletas das partes aéreas das plantas foram
realizadas no Campus JK/UFVJM-Diamantina (MG), em triplicatas nos meses de Outubro e
Novembro de 2012 e em Fevereiro e Maio de 2013. O óleo essencial foi obtido a partir das folhas
frescas, por hidrodestilação, em aparato de Clevenger. As análises das amostras foram feitas por
cromatografia gasosa-espectrometria de massas (CG-EM), utilizando um aparelho Shimadzu GC-
MS-QP2010, com uma coluna capilar DB-5-MS Agilent J&W (30mm x 0,25mm x0,25mm). O hélio
foi usado como gás de arraste a uma pressão de 57,5 kPa, com fluxo de 1,0 mL/min. A
temperatura do injetor foi de 240 ºC e a temperatura do forno progrediu de 60 até 240 ºC, a 3
ºC/min. O modo de ionização utilizado foi o impacto eletrônico a 70 eV. Sob as mesmas condições
experimentais, foi injetada uma série homóloga de hidrocarbonetos lineares (C9- C24)-Alltech para
os cálculos dos índices de retenção relativa (IRR) de cada componente das amostras. A
identificação dos componentes das amostras foi realizada pela análise dos espectros de massas e
por comparação dos IRR calculados com os relatados na literatura. A porcentagem de cada um
dos compostos das amostras foi obtida através das áreas relativa dos picos dos cromatogramas,
sem padronização. Foram identificados cerca de 31 componentes de cada amostra de óleo
essencial. Os terpenos, α-tujeno (18,85 ± 2,12 %), α-pineno (36,87 ± 4,31 %), β-pineno (8,71 ±
0,88%), β-ocimeno (4,77 ± 2,38%), sabineno (4,9 ± 0,5%) e limoneno (3,9 ± 1,16%) estiveram
presentes em todas as amostras, com porcentagens elevadas e aproximadas. Outros constituintes
apresentaram porcentagens inferiores a 1% ou não estiveram presentes em todas as amostras.
Apesar das amostras terem sido obtidas em períodos diferentes (primavera e verão) houve uma
constância na presença dos principais constituintes das amostras de óleo essencial. Sendo
possível, portanto, que esses constituintes sejam marcadores químicos da espécie.
Apoio Financeiro: CNPq e FAPEMIG.
81
ANÁLISES FITOQUÍMICAS E ATIVIDADE CAPTORA DE RADICAIS LIVRES EM Pyrostegia
venusta (Bignoniaceae)
Mairon Cesar Coimbra1*; Joaquim Mauricio Duarte-Almeida1; Marina Goulart Da Silva1; Ana
Hortência Fonsêca Castro1.
1 Universidade Federal de São João del-Rei
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Cipó-de-São-João, Fenólicos Totais, Flavonoides Totais, DPPH
RESUMO
Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers (Bignoniaceae), conhecida como flor ou cipó-de-São-João é
uma trepadeira lenhosa, de folhas opostas, que possui gavinhas trifurcadas com finos acúleos no
ápice. Suas flores são vistosas e de cor alaranjada. Na medicina tradicional suas partes aéreas
são muito utilizadas, na forma de infusão ou decocção, para o tratamento de tosses, bronquite,
vitiligo e diarreia. Estudos recentes apontam para atividades relacionadas à melhora dos sintomas
da gripe e antinociceptiva. O objetivo deste trabalho foi analisar os teores de fenóis e flavonoides
totais, além de avaliar a atividade sequestrante de radicais livres em extratos etanólicos de raiz,
caule, folha e flor de P. venusta. Os órgãos vegetais analisados foram coletados em Divinópolis –
MG e levados à estufa de secagem a 40ºC, onde permaneceram até atingirem peso constante. O
material desidratado foi pulverizado em moinho de facas e deixado sob maceração em etanol
70%, por sete dias, ao abrigo da luz. Os testes foram realizados em espectrofotômetro UV-Vis,
utilizando os métodos de Folin-Dennis do cloreto de alumínio (AlCl3), para determinação dos
teores de fenóis e flavonoides totais, respectivamente. A atividade antioxidante foi determinada
através da capacidade dos antioxidantes presentes nas amostras e suas diluições em sequestrar
o radical estável DPPH•, realizado em microplacas de poliestireno com 96 cavidades. Observou-
se diferença significativa entre os teores de fenóis e flavonoides totais entre os órgãos analisados,
destacando-se as folhas e flores. Os maiores teores de fenóis e flavonoides totais foram
encontrados no extrato etanólico de flores de P. venusta sendo da ordem de 32,32 ± 0,60 µg de
equivalentes de ácido tânico por mg de droga vegetal (µg ETA mg-1 DV) e 9,28 ± 0,35 µg de
equivalentes de rutina por mg de droga vegetal (µg ER mg-1 DV), respectivamente. Os extratos
etanólicos das flores, nas concentrações de 10% e 5%, apresentaram atividade antioxidante
superior à rutina na concentração de 100 µg/mL. Os resultados observados evidenciam que flores
de P. venusta representam uma considerável fonte de compostos fenólicos e substâncias
antioxidantes, o que ressalta ainda mais suas propriedades medicinais e seu potencial para
aplicação na indústria farmacêutica.
Apoio Financeiro: FAPEMIG.
82
AVALIAÇÃO IN SILICO DE ALCALÓIDES OBTIDOS POR TRIAGEM VIRTUAL CONTRA A
NS5 MTASE DO VÍRUS DA DENGUE
William Gustavo de Lima 1*; Isabella Piassi Godói1; Moacyr Comar Junior1; Cassia S. Mizuno2;
Alex Gutteres Taranto1
1Universidade Federal de São João Del-Rei; 2University of New England
*autor correspondente: [email protected]
Palavras-chave: Dengue, NS5 MTAse, Modelagem molecular, Ancoragem molecular, Química
farmacêutica.
RESUMO
A dengue é a Arbovirose mais prevalente no mundo. O vírus infecta anualmente cerca de 50 a
100 milhões de pessoas, das quais 20000 morrem vitimadas pela dengue hemorrágica. Esta
infecção se caracteriza por extravasamento do conteúdo vascular e choque hipovolêmico. Não
existe vacina licenciado ou terapia antiviral específica e a doença é considerada negligenciada
pela ONU. Na tentativa de se desenvolver estratégias terapêuticas a NS5 metiltransferase (NS5
MTase) converge como um potencial alvo farmacológico, uma vez que ela essencial para a
replicação viral na célula hospedeira. Para a avaliação de compostos contra este alvo molecular
pode-se utilizar de estratégias da modelagem molecular, que auxiliam na predição da atividade
destas estruturas e de técnicas da triagem virtual que ajudam na busca de potenciais compostos
bioativos. O objetivo do presente trabalho é avaliar a afinidade de alcalóides, obtidos por triagem
virtual, contra este alvo farmacológico por meio de metodologias in silico da modelagem
molecular. Os alcalóides foram obtidos por triagem virtual utilizando o banco de produtos naturais
da Universidade Estadual de Feira de Santana, depositado no ZINC database. Os 35 compostos
obtidos foram refinados pelo método semiempírico AM1 no softaware Gaussian, com objetivo de
torná-los estruturalmente mais estáveis. Posteriormente, estes compostos foram ancoradas ao
sítio ativo da NS5 MTase, cuja estrutura cristalográfica se encontrava depositado no Protein Data
Bank (PDB) sob o código 1R6A, usando o software AutoDock Vina 1.5.4. Os resultados da
ancoragem molecular foram avaliados através de mapas farmacofóricos gerados no software
Discovery Studio Visualizer 2.5, com o objetivo de se analisar a interação ligante-receptor. Os
valores de energia de ligação dos alcalóides obtidos por triagem virtual no sítio ativo da NS5
MTase, variaram entre -10,60 kcal/mol e -5,50 kcal/mol. Ao se analisar as interações ligante-
receptor, foi possível verificar que os três compostos que mais se destacaram energeticamente –
Código ZINC: 470 (-10,60 kcal/mol), 159 (-10,60 kcal/mol) e 393 (-10,00 kcal/mol) - interagiram
com o resíduo de aminoácido Asp146, que quando mutado em estudos de caracterização
bioquímica, reduziu a zero a taxa de replicação viral em células permissíveis a infecção.
Concluímos com base nas energias de ligações e interações concretizadas pelas estruturas, que
os alcalóides obtidos por triagem virtual podem agir como potenciais inibidores competitivos para
a NS5 MTase do vírus da dengue, sendo por isto considerados potenciais agentes terapêuticos
contra esta arbovirose emergente, em substituição as medidas paliativas usadas atualmente, que
apenas contornam a sintomatologia da doença.