77
Página 1 de 77 Aplicação de check list para a análise de riscos industriais Antonio Fernando Navarro 1 Introdução Sob o título de formulários adotados em seguros especiais, incluímos um modelo muito empregado no gerenciamento de riscos de máquinas e equipamentos, usualmente utilizado nas vistorias prévias para a contratação de seguros de Riscos Operacionais. As técnicas de análise dos riscos para fins de aceitação e de emissão de apólices de seguros são iguais às técnicas de avaliação para estudos de confiabilidade de processos, segurança de processos, segurança industrial e segurança do trabalho. O que para um segurador pode ser um elemento que venha a provocar um sinistro, para o engenheiro de produção pode ser a causa de uma falha que inviabilize as atividades industriais. Os conceitos de riscos e falhas são análogos. Ambos são eventos que podem causar perdas e ou danos. Ambos são situações que podem vir a ser avaliadas precocemente, para fins de correção e mesmo de mitigação dos eventos ou de atenuação. Atualmente essas análises passam a ser simples na medida em que há inúmeros programas de computação onde são inseridas informações elementares, e no “clicar” do botão já vem uma informação, sob a forma gráfica ou numérica. Todavia, essa aparente simplicidade de análise não dispensa a presença de um Engenheiro de Riscos, que ao preencher os dados a serem inseridos em um programa computacional precisam ser aprimorados com a visão do profissional, que, capacitado, enxerga resultados muitas vezes não inseridos nos programas. Afora isso, a quantidade de variáveis, por mais simples que seja a análise, é muito grande. Ao enfileirarmos os Dominós (representando os riscos ou as falhas) se esquecermos de um dado importante poderemos não ter a noção do resultado final. O formulário proposto é subdividido em três módulos. No primeiro, são indicados os prováveis riscos incidentes nas instalações industriais, a fim de que se possa comentar à respeito 1 Antonio Fernando Navarro é Físico, Matemático, Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Mestre em Saúde e Meio Ambiente, tendo atuado em atividades de Gerenciamento de Riscos industriais por mais de 30 anos. Também é professor do curso de Ciências Atuariais da Universidade Federal Fluminense – UFF.

Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Heath, safety and environment, SMS, Avaliação de conformidade, aplicação de Lista de Verificação

Citation preview

Page 1: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 1 de 77

Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Antonio Fernando Navarro1

Introdução

Sob o título de formulários adotados em seguros especiais, incluímos um

modelo muito empregado no gerenciamento de riscos de máquinas e equipamentos, usualmente

utilizado nas vistorias prévias para a contratação de seguros de Riscos Operacionais. As técnicas

de análise dos riscos para fins de aceitação e de emissão de apólices de seguros são iguais às

técnicas de avaliação para estudos de confiabilidade de processos, segurança de processos,

segurança industrial e segurança do trabalho. O que para um segurador pode ser um elemento que

venha a provocar um sinistro, para o engenheiro de produção pode ser a causa de uma falha que

inviabilize as atividades industriais. Os conceitos de riscos e falhas são análogos. Ambos são

eventos que podem causar perdas e ou danos. Ambos são situações que podem vir a ser avaliadas

precocemente, para fins de correção e mesmo de mitigação dos eventos ou de atenuação.

Atualmente essas análises passam a ser simples na medida em que há inúmeros programas de

computação onde são inseridas informações elementares, e no “clicar” do botão já vem uma

informação, sob a forma gráfica ou numérica.

Todavia, essa aparente simplicidade de análise não dispensa a presença de um

Engenheiro de Riscos, que ao preencher os dados a serem inseridos em um programa computacional

precisam ser aprimorados com a visão do profissional, que, capacitado, enxerga resultados muitas

vezes não inseridos nos programas. Afora isso, a quantidade de variáveis, por mais simples que seja

a análise, é muito grande. Ao enfileirarmos os Dominós (representando os riscos ou as falhas) se

esquecermos de um dado importante poderemos não ter a noção do resultado final.

O formulário proposto é subdividido em três módulos. No primeiro, são indicados

os prováveis riscos incidentes nas instalações industriais, a fim de que se possa comentar à respeito

1 Antonio Fernando Navarro é Físico, Matemático, Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Mestre

em Saúde e Meio Ambiente, tendo atuado em atividades de Gerenciamento de Riscos industriais por mais de 30 anos.

Também é professor do curso de Ciências Atuariais da Universidade Federal Fluminense – UFF.

Page 2: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 2 de 77

da potencialidade das perdas geradas por esses eventos. Para tanto, existem 4 colunas, com os

seguintes títulos: DMP (Dano Máximo Provável), PNE (Perda Normal Esperada), PMA (Perda

Máxima Admissível) e Afetando Terceiros (quando há possibilidade de gerar um acidente de

grandes proporções e de responsabilidade civil).

No segundo módulo avaliam-se os eventos críticos, devendo ser preenchida uma

folha para cada local ou equipamento inspecionado. O último módulo é uma análise individualizada

de cada um dos equipamentos relevantes, existentes na empresa. Também aqui deverá ser

preenchida uma folha para cada equipamento inspecionado. Nessas análises devem ser consideradas

todas as hipóteses de falhas, ou modos de falha, não só as que afetem o equipamento, instalação ou

edificação, como também as que tenham a capacidade de propagar-se para outros ambientes.

a) DMP - Dano Máximo Provável

É o maior dano que poderá ocorrer em um bem segurado, supondo que entre o

momento do surgimento do evento e a sua completa extinção ou debelação, haverá um socorro

interno ou externo, ou um processo interno ou externo de interrupção das perdas.

Por exemplo, consideremos o evento incêndio, afetando as mercadorias dispostas

no interior de um depósito ou almoxarifado. Caso o fogo se inicie e seja detectado pelos

funcionários da empresa, através da fumaça produzida pela combustão, certamente deverão estar

previstas algumas providências procedimentadas pela empresa, como o alarme geral, convocação da

brigada de incêndio, atuação dos equipamentos fixos ou móveis de combate a incêndios,

desocupação do ambiente, entre outras. Desta maneira, o DMP é o dano avaliado e quantificado

desde o surgimento do incêndio até a sua completa extinção, pelos funcionários da empresa, ou por

equipamentos automáticos de detecção e combate a incêndios. Se o tempo de atendimento ao evento

for de 5 minutos, o DMP será o que for consumido pelo fogo nesses 5 minutos. Não se pode deixar

de lado as paralisações de produção, as mercadorias que mesmo não afetadas pelo o fogo o foram

pela fumaça, pelas mercadorias afetadas pela água, pó ou espuma empregada no combate a

incêndios.

Page 3: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 3 de 77

b) PNE - Perda Normal Esperada

É a perda que ocorre normalmente nos processos industriais. É comum o

surgimento de determinadas perdas, em face de ajustes de equipamentos, a retrabalhos devido a

falta de treinamento de funcionários, à queima de fusíveis e queima de pequenos motores, etc. A

troca periódica de gaxetas de válvulas, em função da utilização da mesma, é uma Perda Normal

Esperada, da mesma forma que a substituição de um elemento sensor ao final de sua vida útil..

A Perda Normal Esperada pode ser traduzida como a média das perdas que

costumam ocorrer com uma maior freqüência, produto da própria atividade da empresa ou dos

equipamentos ou instalações nela contidos. A PNE não é uma perda média, e sim, a média das

perdas mais freqüentes. Diferencia-se a perda do dano porque, na maioria das vezes o que se dá é a

substituição de peças que por suas características precisam ser substituídas periodicamente. Em

outro exemplo, após os ajustes dos equipamentos passa a ser normal que no reinício das atividades

surjam produtos defeituosos, que serão eliminados com os reajustes ou a revisão geral.

Usualmente determina-se a PNE, para que se possa fixar os valores sob a

responsabilidade da própria empresa, e que não podem ser repassados a Seguradoras, já que, por se

tratarem de perdas ditas operacionais, são eventos perfeitamente previsíveis de ocorrerem. Assim,

quando uma perda ou um dano é previsível e há um momento ou período em que ocorra, já não se

tem as características básicas para se segurar um bem: eventos possíveis, futuros, independente da

vontade das partes, capaz de gerar uma perda ou um dano e que seja mensurável.

Exemplificando, uma lâmpada queima o filamento com o uso. A queima desse

filamento é uma Perda Normal Esperada. Uma engrenagem desgasta-se com o uso. Os danos

provocados pelo desgaste da engrenagem, limitados ou não à própria engrenagem também podem

ser considerados como perdas normais. Assim, todos os componentes de equipamentos ou de

instalações que sofrem desgaste contínuo e/ou tem limitação de vida útil, estão propensos a gerar

Perdas Normais Esperadas. Entretanto, se a correia de uma polia vier a sofrer danos ou desgastes

prematuros e mesmo acidentais, não será uma perda normal esperada.

Page 4: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 4 de 77

Como se observa, a prevenção para as perdas normais esperadas é um programa

de manutenção eficiente, conjugado com uma supervisão compatível com a atividade desenvolvida.

Se o operário, ao perceber o desgaste da correia da polia não a troca no tempo certo, estará

colaborando para o surgimento de um sinistro, o qual assumirá proporções muito maiores das que

usualmente poderia se esperar.

c) PMA - Perda Máxima Admissível

A Perda Máxima Admissível é a maior perda que pode ocorrer em um ambiente,

considerando-se que todos os equipamentos e sistemas de prevenção de perdas venham a falhar, e

que não haja o atendimento externo, ou o socorro externo. A PMA também poderá vir a receber a

denominação de Perda Catastrófica, visto que se espera danos muito maiores dos que os que

normalmente poderiam ocorrer.

Para o dimensionamento da Perda Máxima Admissível, leva-se em consideração

não só os materiais e produtos acondicionados no local, como também a forma de

acondicionamento e o volume desses, as características dos processos, os níveis de manutenção e

supervisão, as características dos equipamentos, entre outras avaliações.

d) Danos afetando a terceiros

A última coluna é a que menciona se os danos podem vir ou não a afetar a

terceiros. A preocupação com os terceiros é devido à responsabilidade civil que as empresas têm,

onde muitas vezes as ações interpostas por terceiros, por danos a eles causados tendem a ser bem

maiores do que as perdas a eles geradas. Também se considera que em perdas catastróficas há risco

de acidentes maiores envolvendo o Ambiente Natural (Meio Ambiente)

O formulário é constituído de 3 quadros, a saber:

• quadro resumo dos riscos incidentes;

• quadro resumo dos eventos críticos;

• equipamentos relevantes - análise individualizada.

Page 5: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 5 de 77

Resumidamente, tem-se:

⇒ a PNE é a perda comum, contra a qual, em princípio, nada se pode fazer. Existem mecanismos

que reduzem as Perdas Normais Esperadas, como por exemplo, programas de manutenção

preditiva;

⇒ o DMP é a perda que pode vir a ser controlada externamente. Quanto melhor forem os meios de

controle menor será a perda;

⇒ a PMA é a perda contra a qual, pelo menos em princípio, nada se pode fazer. Pode ser também

conhecida como a perda catastrófica.

Existem métodos já descritos no livro Gerenciamento de Riscos Industriais2,

que possibilitam a redução das Perdas Máximas Admissíveis, as que tendem a causar eventos

catastróficos.

O evento pode ser definido como catastrófico quando atinge a empresa de modo

irrecuperável, tendendo a atingir as edificações adjacentes. Não há um critério para se enquadrar o

evento, mas pode ser dito que esse atinge as instalações de maneira que essa não tenha outra forma

de se recuperar que não seja a substituição de todo o parque fabril.

Uma das maneiras mais fáceis e práticas de se avaliar as condições dos riscos é

através da aplicação de questionários específicos. De posse das informações contidas no relatório o

Gerente de Riscos pode estabelecer critérios específicos para a mensuração das perdas.

2 Navarro, A.F., Gestão de Riscos Industriais, registrado na Biblioteca Nacional sob nº 123.087/1996

Navarro, A.F., Ferramentas Empregadas na Gestão de Riscos Industriais – registrado na Biblioteca Nacional sob nº

128.681/1996

Page 6: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 6 de 77

Formulários adotados em riscos industriais

Elaborado por: ______________________________________________________________

Em :

Page 7: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 7 de 77

1) Quadro resumo dos Riscos Incidentes

Riscos Incidentes DMP (%) PNE (%) PMA (%)

(%)

Afetando

Terceiros

L N G C L N G C L N G C Sim Não

Incêndio

Explosão química

Explosão física

Danos elétricos

Queda de raios

Descarga elétrica

Arco voltaico

Alagamento

Vendaval/Tornado

Granizo

Tumultos/Motins

Desabamento

Erosão

Corrosão

Sabotagem

Recalques de terreno

Queda de barreiras

Impacto de veículos

Impacto de aeronaves

Vazamento de produtos

Contaminação ambiental

Içamento de cargas

Umidade

Quebra de máquinas

Quebras por defeitos de

material

Page 8: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 8 de 77

Quebras por falhas de

montagem

Quebras por falhas de

operação

Roubo de bens

Roubo de tecnologia

Inundação

Desmoronamento

Geada

Impacto com bens

transportados

Sabotagens

Perda de dados dos

sistemas

Falta ou falha de

suprimentos de gás, água,

energia, telefonia, dados

Outros (relacionar)

DMP = Dano Máximo Provável

PNE = Perda Normal Esperada

PMA = Perda Máxima Admissível

L = Risco Leve (perda estimada em relação ao valor de avaliação dos bens compreendida entre

0,1% a 2,0%)

N = Risco Normal (perda estimada em relação ao valor de avaliação dos bens compreendida

entre 2,1% a 50,0%)

G = Risco Grave (perda estimada em relação ao valor de avaliação dos bens compreendida

entre 50,1% a 80,0%)

C = Risco Catastrófico (perda estimada em relação ao valor de avaliação dos bens

compreendida entre 80,1% a 100,0%)

Page 9: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 9 de 77

2) Quadro resumo dos eventos críticos

Evento Objeto DMP

(%)

PNE

(%)

PMA

(%)

Danos

Materiais

(US$)

Nº de dias

reposição

ou reparos

% Valor de

Produção

Page 10: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 10 de 77

3) Equipamentos Relevantes - Análise Individualizada

Características Operacionais do Equipamento (usar uma ficha para cada equipamento)

Característica:

Fabricante: Ano de fabricação:

nº de identificação:

Potência: Rotação: Amperagem:

Voltagem: Modelo: nº de série:

Emprego/utilização:

Acionamento:

Localização:

Custo atual (US$): Custo de novo (US$):

Possibilidade de reposição ���� imediata ���� curto prazo ���� longo prazo

Necessidade de manutenção ���� imediata ���� curto prazo ���� longo prazo

Necessidade de reparos ���� imediata ���� curto prazo ���� longo prazo

Observações durante a inspeção:

Page 11: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 11 de 77

Considerações gerais acerca do preenchimento do formulário

1) Quadro Resumo dos Riscos Incidentes

O quadro apresenta um grupamento de riscos ou de eventos que podem vir a

incidir sobre os bens ou instalações da empresa, isoladamente ou não. Para cada um deles devem ser

informadas as conseqüências advindas, no tocante às perdas que possam vir a se manifestar, bem

como a possibilidade desses danos virem a ser agravados com o alastramento das consequências

para outros locais. Para a verificação da possibilidade de alastramento das perdas a melhor

ferramenta de análise é através do lay out posicional dos equipamentos e o estudo do processo de

produção, dando-se ênfase às energias perigosas (calor, vapor, gás, energia elétrica, energia

mecânica, etc..)

Por exemplo, supondo que se esteja analisando um galpão industrial, construído à

beira de uma encosta, em cujo interior há um almoxarifado de materiais diversos. Pode sem se ter

outras informações que não essas, arbitrar, ou projetar uma série de eventos que poderão vir a ser

causadores de danos ao imóvel e/ou a seu conteúdo. Dentre esses danos citamos:

• deslizamento da encosta;

• danos por água, já que o galpão está à beira da encosta;

• danos por desabamento;

• danos por desmoronamento, e

• danos por incêndio (queda de equipamentos ou de paredes sobre painéis ou circuitos

energizados).

Poderá ocorrer o fato de que a encosta não seja do jeito que a estamos

imaginando. Poderá não ser tão íngreme; poderá estar coberta de vegetação, pode ser que haja uma

eficiente drenagem, enfim, pode não ser que tudo aquilo o quanto imaginamos não seja real, caso as

decisões surjam apenas da interpretação dos elementos informados no relatório. Porém, sempre

existirão riscos potenciais.

A partir do momento em que os eventos causadores de danos já foram

identificados, resta-nos estimar ou dimensionar as perdas, ou os danos daí derivados, classificando-

Page 12: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 12 de 77

os como risco leve, risco normal, risco grave ou risco catastrófico, bem como informando se esses

danos podem ser enquadrados dentro de uma das categorias já citadas anteriormente.

Um dano por água de chuva não deve ser enquadrável como uma Perda Normal

Esperada, porque se assim o fosse, a empresa não estaria protegendo adequadamente os seus bens.

Também não deve ser um Dano Máximo Provável, porque a empresa não pode disponibilizar

recursos para, a cada chuva que ocorra proteger mais os bens, evitando um prejuízo maior. Esse

dano somente pode ser enquadrado como uma Perda Máxima Admissível. A perda poderá ser

devida ao encharcamento das mercadorias estocadas pela água que penetrou pelos telhados, ou pela

água empoçada no piso, que não foi adequadamente drenada para fora do prédio. A partir daí, fica

mais fácil classificar o tipo de dano como: risco leve, normal, grave ou catastrófico. Um risco

catastrófico é aquele que tende a gerar uma perda total, ou uma perda na qual a quantidade de bens

não afetados é quase nenhuma. Esse dano por água de chuva pode ser causado pela incidência de

fortes ventos que causem danos nos telhados.

Como se observa, o enquadramento dos riscos não é uma operação tão complexa

quanto possa parecer à primeira vista. O Gerente de Riscos deve ter o bom senso para enquadrar

corretamente as conseqüências dos riscos. Porém, o dimensionamento das perdas requer um

embasamento técnico profundo.

Quando se pretende praticar o auto-seguro, uma operação discutida em nosso livro

Gerenciamento de Riscos Industriais deve-se ter em mente que uma das informações primordiais é a

da definição da extensão das perdas, como uma maneira de estimar o prejuízo financeiro

diretamente daí decorrente. A empresa deve ter instrumentos em mãos que a permitam tomar essa

decisão, embasada em critérios técnicos. O auto-seguro ocorre quando o segurado (empresa) assume

intencionalmente ou não a responsabilidade pelos prejuízos que possa ter com a ocorrência de

eventos danosos.

Page 13: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 13 de 77

2) Quadro Resumo dos eventos críticos

Eventos críticos são todos aqueles que representam um potencial maior de perda

para a empresa. Há uma tendência de esses eventos críticos ficarem restritos a determinado

equipamento ou sistema, ou a determinada edificação.

Por exemplo, quando estamos analisando uma caldeira, um evento crítico é a da

explosão do equipamento, apesar de existirem outros eventos que podem ocorrer no mesmo

equipamento. A caldeira pode estar sujeita a um dano elétrico, que venha a danificar ou paralisar os

motores elétricos dos ventiladores ou insufladores. Da mesma forma que pode estar sujeita a um

dano mecânico, e etc. A explosão, mencionada como o evento crítico, tem uma propensão de

danificar não só a caldeira, onde foi originada, como também os equipamentos, instalações e

edificações ao redor da mesma. Tivemos a oportunidade de atuar enquanto peritos em um evento

em uma caldeira aquatubular. O vazamento de água em um dos tubos atingiu o smelt e provocou

enorme explosão, pois a água, ao vaporizar-se aumenta seu volume em 1.800 vezes em um tempo

bem curto. O vazamento poderia ter sido evitado se a empresa tivesse realizado a manutenção dos

tubos. Como ficaram faltando alguns no almoxarifado não foram todos substituídos. Em um desses

ocorreu o vazamento em um trecho com corrosão. Tratava-se de uma indústria de produção de

celulose e as perdas chegaram a mais de dez milhões de dólares, no início dos anos oitenta.

Havendo o dano crítico esse deverá ser classificado como DMP, PNE ou PMA,

preferencialmente, informando-se:

• qual o percentual do equipamento foi atingido ou danificado pelo evento?

• quais foram os valores correspondentes aos danos materiais?

• quantos serão os dias necessários à reposição do bem atingido ou a seu reparo?

• qual será o percentual do valor da produção total da empresa que ficará reduzido, com a perda ou

a paralisação do equipamento?

• qual o impacto que esse acidente poderá causar no suprimento de bens para os clientes?

Trata-se de informações bastante difíceis de serem conseguidas, sendo, porém, de

importância para um bom gerenciamento de riscos. O Gerente de Riscos deve estar preparado para

Page 14: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 14 de 77

buscar esses dados. Nem sempre os operadores dos equipamentos ou os usuários das instalações

estão preparados para dar uma resposta satisfatória aos questionamentos formulados pelo inspetor.

Exemplificando: em uma subestação elétrica o principal equipamento é o

transformador, abaixador ou elevador de tensão. Em certas ocasiões, até mesmo em função da idade

do projeto, já não existirão mais transformadores similares. E, os que podem vir a ser empregados

em substituição ao equipamento danificado, poderão necessitar de adaptações em todo o sistema de

interligação. Qual o tempo disponível para a adaptação do equipamento? É difícil se precisar, já que

a quantidade de parâmetros que conduzirão a esta resposta são vários, tais como:

• existência de pessoal disponível para a realização da adaptação e da substituição do equipamento

danificado;

• existência de espaço físico para a instalação do novo equipamento;

• existência de equipamentos para serem instalados;

• existência de condições para o transporte e instalação do equipamento, etc.

3) Equipamentos relevantes - Análise individualizada

Neste campo de informações pretende-se obter dados acerca dos equipamentos

relevantes ao processo, ou à empresa, com algumas indicações técnicas. No campo destacamos os

quesitos que mencionam:

• possibilidade de reposição;

• condições para a manutenção;

• meios para os reparos.

Cabe ser destacado que todos esses serviços deverão ser avaliados de sorte que a

implantação e a implementação possa se dar: imediatamente, a curto ou a longo prazo. Essas

informações permitirão se avaliar as reais condições de operação dos equipamentos, e o estado em

que se encontram os mesmos.

Um equipamento é considerado como relevante, se a atividade da empresa estiver

conjugada a existência do mesmo. Uma bomba d’água pode não ser um equipamento relevante.

Porém, se essa bomba for empregada para o abastecimento de uma caixa d’água, passa a ser

Page 15: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 15 de 77

relevante. O reservatório de água só tem finalidade se existir água em seu interior, o que somente

poderá ser conseguido com uma bomba. A bomba pode estar conjugada ao sistema de refrigeração

de uma máquina de grande porte. Se o bombeio for interrompido a máquina não terá condições de

funcionar.

Um sistema de ar condicionado é um equipamento relevante em uma sala de um

centro de processamento de dados, não sendo tão relevante assim em uma escola ou em um

escritório. Nesses locais é um equipamento gerador de conforto, mas não um equipamento

relevante.

Relatório de Avaliação de Riscos

O Relatório de Avaliação de Riscos é outra ferramenta bastante empregada na

análise e no gerenciamento de riscos.

Trata-se de um formulário de caraterísticas simples, usualmente adotado para

inspeções menos elaboradas, ou para aquelas onde não há uma necessidade de precisão de dados,

seja porque se tratam de riscos previamente conhecidos, seja porque já existe um conceito prévio

acerca deles.

Todo formulário simplificado, com campos de preenchimento tem uma

característica básica, que é a do preenchimento rápido. Porém, essa rapidez no preenchimento não

deverá prejudicar, de forma alguma, a qualidade da informação prestada. Por essa razão, sempre

existirão campos, ao final de cada tópico, onde o inspetor poderá apresentar o seu parecer acerca dos

itens analisados. Por exemplo, saber se há um transformador instalado no local é importante. Porém,

mais relevante é saber-se como esse transformador está instalado e como opera.

Difere dos demais por definir uma linha de questionamentos, mais rápidos e

objetivos. Não permite, entretanto, obter dados para a mensuração matemática dos riscos. Os

quadros contidos no formulário são os seguintes:

1. Análise do Risco;

2. Características físicas do Risco;

3. Equipamentos de segurança contra incêndio;

Page 16: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 16 de 77

4. Principais equipamentos existentes no risco;

5. Características físicas do Risco;

6. Análise quanto à exposição a Riscos;

7. Análise quanto ao risco de Alagamento/Inundação;

8. Análise quanto ao risco de Desabamento/Desmoronamento;

9. Análise quanto ao risco de Vendaval/Tornado/Granizo;

10. Análise quanto ao risco de Explosão de Aparelhos e de Substâncias;

11. Análise quanto ao risco de Incêndio;

12. Análise quanto ao risco de Danos Elétricos;

13. Análise quanto aos demais riscos.

Page 17: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 17 de 77

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCOS

Elaborado por: _____________________________________________________________

Em :

Page 18: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 18 de 77

Relatório de Avaliação de Riscos Relatório nº

Segurado: CGC:

Unidade: Município:

Endereço: Estado:

Atividade Principal: « » Comercial « » Industrial « » Residencial « » Outra

1 - Análise do Risco

Item

Planta

Atividade

desenvolvida

Enquadramento

Tarifário.

Acabamento

construtivo

Área

Constr.

(m2)

$/ m2 de

Reposi-

ção

Importânci

a Segurada

2 - Condições dos Riscos

Itens Bom Regular Ruim

Para a evacuação do Risco

Dos equipamentos e instalações

Das tomadas/quadros/interruptores/painéis elétricos

Dos equipamentos de combate a incêndios

Dos sistemas de segurança locais

Da limpeza operacional

Das portas/janelas/basculantes – condições de segurança

Estado de conservação dos prédios

Distribuição dos equipamentos de incêndio

Aspecto do layout interno

Operacionalidade dos equipamentos e máquinas

Oerdas de equipamentos e processos

Rotinas de treinamento de funcionários

Turn over dos funcionários

Aspecto de segurança contra os demais riscos que não incêndio

Comentários gerais:

Page 19: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 19 de 77

3 - Equipamentos de segurança contra incêndio

Equipamentos Bem

posicionados

Recarrega

dos

Sinaliza

dos Obstruídos

Extintores � � � �

Hidrantes � � � �

Mangotinhos � � � �

Detectores � � � �

Moto-bombas � � � �

Sprinklers � � � �

Sistemas de gases � � � �

Outros dispositivos � � � �

Comentários gerais:

4 - Principais equipamentos existentes no Risco

Elevadores � sim � não

Geradores elétricos � sim � não

Caldeiras � sim � não

Subestações elétricas � sim � não

Compressores de ar � sim � não

Vasos de pressão � sim � não

Tancagem de produtos perigosos � sim � não

Turbinas elétricas � sim � não

Transformadores � sim � não

Ar Condicionado Central � sim � não

Escadas rolantes � sim � não

Antenas coletivas � sim � não

Incineradores � sim � não

Page 20: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 20 de 77

Painéis de propaganda � sim � não

Centrais telefônicas � sim � não

Centros de Processamento de Dados � sim � não

Comentários:

5 - Características físicas do risco

Área construída: m2

Área ocupada: m2

Estado geral da construção � bom � regular � deficiente

Estado geral das instalações � bom � regular � deficiente

Aspecto de limpeza e conservação � bom � regular � deficiente

Terrenos baldios adjacentes � sim � sim

Estações ferroviárias/ metrô próximas � sim � sim

Quartel nas proximidades � sim � sim

Delegacias policiais nas proximidades � sim � sim

Comentários gerais:

6 - Análise quanto à exposição a Riscos

Incêndios � sim � não

Queda de raios � sim � não

Explosão química � sim � não

Explosão física � sim � não

Vendaval/tornado � sim � não

Alagamento/inundação � sim � não

Granizo � sim � não

Queda de aeronaves � sim � não

Impacto de veículos � sim � não

Page 21: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 21 de 77

Danos a terceiros � sim � não

Danos elétricos � sim � não

Desabamento/desmoronamento � sim � não

Outros � sim � não

Ocorrências anteriores � sim � não

Comentários:

7 - Análise quanto ao risco de Alagamento/Inundação

Rios, lagos e canais nas proximidades? � sim � não

Proximidade: m

Existência de drenos e galerias? � sim � não

Desobstruídos? � sim � não

Terreno com: � drenagem rápida � drenagem lenta � alagadiço

Nível do piso nas edificações: � maior que o terreno � menor que o terreno

Proteção contra a entrada de água? � sim � não

Adequadas? � sim � não

Ocorrências anteriores? � sim � não

Existência de subsolos? � sim � não

Sujeitos a riscos? � sim � não

Comentários:

8 - Análise quanto ao risco de Desabamento/Desmoronamento

Existência de aclives e declives? � sim � não

Trincas na construção � sim � não

Relevantes? � sim � não

Terreno com: � drenagem rápida � drenagem lenta � alagadiço

Erosão no terreno? � sim � não

Page 22: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 22 de 77

Proteção de encostas? � sim � não

Adequadas? � sim � não

Ocorrências anteriores? � sim � não

Existência de subsolos? � sim � não

Sujeitos a riscos? � sim � não

Comentários:

9 - Análise quanto ao risco de Vendaval/Tornado/Granizo

Características das construções:

Características dos ventos dominantes:

Proteções especiais adotadas:

Características dos telhados:

Ocorrências anteriores? � sim � não Relatar

Comentários:

10 - Análise quanto ao risco de explosão de aparelhos e de substâncias

� �Existência de caldeiras e de vasos de pressão? (Comentar) sim não

Page 23: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 23 de 77

Existência de substâncias explosivas ou inflamáveis? (Comentar, inclusive acerca dos cuidados

quanto ao risco de explosão:

Informar as caraterísticas dos depósitos de combustíveis:

Descrever o estado geral das redes de ar comprimido, vapor e de gases:

Informar quais as proteções adotadas para a proteção das caldeiras:

Ocorrências anteriores? � sim � não Relatar

Comentários:

11 - Análise quanto ao risco de Incêndio

Há equipamentos de proteção suficientes para a proteção

do risco?

� sim � não

Os agentes extintores são compatíveis com a classe de

risco incêndio?

� sim � não

Há brigada de incêndio? � sim � não

Há CIPA? � sim � não

Há controles sobre as áreas de riscos?

Os controles são adequados?

� sim

� sim

� não

� não

Há um ordenamento e limpeza compatível com o grau

de risco?

� sim � não

Há presença de substâncias com risco de reatividade

com a água?

� sim � não

Há compartimentação de áreas, para evitar o � sim � não

Page 24: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 24 de 77

alastramento do incêndio?

Há possibilidade de haver alastramento do incêndio para

outros riscos?

� sim � não

Ocorrências anteriores? � sim � não Relatar

Comentários:

12 - Análise quanto ao risco de Danos Elétricos

Os circuitos elétricos são identificados de acordo com as áreas supridas? � sim � não

Há painéis elétricos para a proteção das redes de distribuição? � sim � não

Os circuitos são adequadamente protegidos? � sim � não

Há circuitos sobrecarregados? � sim � não

Há emendas de condutores sem a adequada proteção? � sim � não

Há aterramento elétrico? � sim � não

Há circuitos elétricos em áreas de risco?

Os circuitos são blindados e à prova de explosão?

� sim

� sim

� não

� não

Há circuitos instalados aparentemente? � sim � não

Ocorrências anteriores? � sim � não Relatar

Comentários:

13 - Análise quanto ao risco de ...................................

Ocorrências anteriores? � sim � não Relatar

Comentários:

Page 25: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 25 de 77

Page 26: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 26 de 77

Considerações gerais acerca do preenchimento do formulário

1 - Análise do Risco

O primeiro item do relatório destina-se à classificação dos itens e plantas

seguráveis, como previsto em tarifas de seguros. Acrescentamos ao campo colunas referentes à:

• informações acerca do tipo de acabamento construtivo das edificações;

• área construída, preferencialmente de cada pavimento ou andar do prédio analisado;

• custo de reposição para a edificação, preferencialmente extraído de publicações especializadas, e

não de tabelas de Seguradoras;

• importância segurada total da planta, no que diz respeito ao valor da edificação. Esse total é

obtido multiplicando-se o custo de reposição por metro quadrado de construção vezes a área

construída total.

2 - Condições dos riscos

Riscos aqui significam eventos ou itens que devem ser avaliados. A avaliação

proposta é expedita, enquadrando-se como bom, regular ou ruim.

Um enquadramento regular ensejará o acréscimo de uma recomendação para a

melhoria daquela situação. Um enquadramento ruim poderá significar a recusa, em todo ou em parte

do risco, ou a inclusão de algum tipo de sanção punitiva, ou de uma participação obrigatória da

empresa em cada evento que venha a ocorrer.

Há uma miscelânea de informações, algumas relativas a segurança patrimonial,

outras à segurança contra incêndio, outras relativas a aspectos de conservação. Os grupamentos

avaliados no presente campo de informações são os seguintes:

a) Segurança contra incêndio

• Condições para a desocupação do risco;

• Condições dos equipamentos de combate a incêndios;

Page 27: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 27 de 77

• Eficiência e adequação dos equipamentos em relação aos processos e sistemas/equipamentos;

• Capacitação de pessoal;

• Equipamentos ou instalações que possuam meios próprios de controle de velocidade, pessão,

temperatura, sobre corrente, sobre tensão;

• Distribuição dos equipamentos de incêndio.

b) Segurança Operacional

• Controle do turn over dos funcionários;

• Rotinas de treinamento de funcionários;

• Controles de perdas de equipamentos e processos;

• Condições de operacionalidade dos equipamentos e máquinas;

• Condições de conservação e manutenção dos equipamentos e instalações.

c) Segurança Patrimonial

• Conservação das tomadas, quadros, interruptores e painéis elétricos;

• Condições dos sistemas de segurança locais;

• Aspecto da limpeza operacional;

• Conservação das portas, janelas e basculantes;

• Estado de conservação dos prédios;

• Aspecto do layout interno.

3 - Equipamentos de Segurança contra Incêndio

Neste campo do formulário são solicitadas informações sobre os equipamentos de

segurança contra incêndio, no que diz respeito aos quesitos de posicionamento, recarga, sinalização,

obstrução, adequação eficiência, manutenção, funcionamento, adequação às normas, etc.. Para

alguns, a informação referente a recarga de um extintor, carreta ou sistema fixo de pó ou espuma

mecânica fica prejudicada, como por exemplo, quando se tratam de sistemas hidráulicos, sprinklers,

sistemas mulsifyre, protector spray. Pode-se informar, com ressalvas em campo próprio, se esses

equipamentos possuem água em quantidade suficiente para o combate ao incêndio.

Page 28: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 28 de 77

Uma legislação de um município de Santa Catarina já apresentava uma

preocupação quanto aos sistemas de proteção, concedendo descontos para instalações existentes em

condições de utilização imediata, como:

Lei Complementar 207/98 | Lei Complementar nº 207 de 22 de dezembro de 1998 de Blumenau

Altera dispositivos da Lei Nº 4.451, de 21 de dezembro de 1994. Décio Nery de Lima, Prefeito Municipal de Blumenau.

Faço saber a todos os habitantes deste Município que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a

seguinte Lei Complementar:

Art. 1º - Ficam incluídos o parágrafo único ao artigo 8º e os §§ 7º e 8º ao artigo 11, ambos da Lei nº 4.451, de 21 de

dezembro de 1994, alterada pela Lei nº 4.595, de 22 de dezembro de 1995, com a seguinte redação:

"Art. 8º - .......

Parágrafo único - Mensalmente serão prestadas contas da movimentação financeira do FUNREBOMPOM."

"Art. 11 - .......

§ 7º - A taxa de vistoria prevista no inciso II do § 2º deste artigo será cobrada:

I - com desconto de 50% (cinqüenta por cento), quando a edificação estiver com todos os sistemas preventivos de

incêndio rigorosamente instalados e em perfeito estado de funcionamento, consoante as Normas de Segurança Contra

Incêndio;

II - com desconto escalonado de até 50% (cinqüenta por cento), por sistema preventivo de incêndio rigorosamente

instalado e em perfeito estado de funcionamento, consoante as Normas de Segurança Contra Incêndio, na forma que

segue:

a) Sistema de Proteção por Extintor (SPE) 2,0%

b) Sistema Hidráulico Preventivo (SHP) 5,0%

c) Instalação de Gás Combustível (IGC) 5,0%

d) Saídas de Emergência (SE) 6,0%

e) Dispositivo para Ancoragem de Cabos 2,0%

f) Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPCDA) 5,0%

g) Iluminação de Emergência (IE) 5,0%

h) Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio (SADI) 5,0%

i) Sistema de Chuveiros Automáticos (Sprinklers) 5,0%

j) Sistema Fixo de Gás Carbônico 5,0%

k) Sistema Água Nebulizada de Alta Velocidade (Sistemas Mulsifyre) 5,0%

§ 8º - Para as edificações com área acima de 1.500 m², a taxa de vistoria prevista no inciso II, do § 2º, deste artigo

poderá ser paga em até 04 (quatro) parcelas mensais, iguais e sucessivas."

Art. 2º - O artigo 9º da Lei nº 4.451 de 21 de dezembro de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 9º - A infringência às Normas de Segurança Contra Incêndio implicará, isolada ou cumulativamente, além das

responsabilidades legais específicas, nas seguintes sanções administrativas:

I - notificação;

II - multa de 30,33 a 909,90 Unidades Fiscais de Referência - UFIR`s, na forma do Anexo IV desta Lei;

III - suspensão, impedimento ou interdição do estabelecimento, prédio ou locação;

IV - denegação ou cancelamento do Alvará de Localização e Funcionamento ou "Habite-se.

Page 29: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 29 de 77

Parágrafo único - Precedentemente à aplicação das sanções previstas nos incisos II, III e IV deste artigo, será

concedido, na primeira vistoria, prazo para regularização da respectiva infringência, na forma do Anexo V desta Lei".

Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Prefeitura Municipal de Blumenau, em 22 de dezembro de 1998.

Décio Nery de Lima

Prefeito Municipal

Anexo IV

Sistemas Preventivos Nº UFIR`s

1. (SPE) Sistema de proteção por extintor 60,64

2. (SHP) Sistema hidráulico preventivo

Por reservatório superior 454,86

Por reservatório inferior 758,11

Por castelo d`água 606,49

3. (IGC) Instalação de gás combustível

Cabine de proteção para cilindro até 90Kg 303,24

Central de gás (centralizado) 606,49

4. (SF) Saídas de emergência

Portinhola 90,97

Local para resgate aéreo 758,11

Escada comum 121,29

Escada protegida 181,94

Escada enclausurada 303,24

Escada a prova de fumaça 545,84

Elevador de emergência 454,86

Passarela 303,24

5. Porta corta fogo 181,94

6. Parede corta fogo 363,89

7. Dispositivo para ancoragem de cabos 212,27

8. (SPCDA) Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas 576,16

9. (IE) Iluminação de emergência

Conjunto de blocos autônomos 151,62

Sistema central por acumuladores 545,94

Grupo moto gerador 818,76

10. (SADI) Sistema de Alarme e Detecção de Incêndio 242,59

11. Sistema de chuveiros automáticos (Sprinklers) 363,89

12. Sistema fixo de gás carbônico 454,86

13. Sistema água nebulizada de alta velocidade (Sistema Mulsifyre) 303,24

14. Centro de processamento de dados 303,24

15. Instalações industriais de líquidos inflamáveis 606,49

Page 30: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 30 de 77

16. Instalações para reabastecimento de líquidos inflamáveis (postos de gasolina) 909,73

17. Armazenamento de líquidos inflamáveis em recipientes no interior de edifícios 606,49

18. Depósito, manuseio e armazenamento de explosivos (fogos de artifício) 900,73

Depósito de distribuidoras 909,73

Postos de revenda 606,49

20. Caldeiras estacionárias a vapor 454,86

21. Hidrantes urbanos 151,62

22. Proteção florestal de matas nativas e reflorestamento 909,73

Obs. O número mínimo de UFIR`S não será cumulativo. Caso a mesma edificação e/ou projeto necessite de instalação

de mais de um sistema preventivo, a multa será devida pelo sistema preventivo de maior número de UFIR`S.

Anexo V

Sistemas preventivos Prazos

1) Sistema preventivo por extintores 15 a 30 dias

2) Sistema hidráulico preventivo 180 a 360 dias

3) Instalação de gás centralizado 120 a 180 dias

4) Instalação de abrigo para gás 15 a 60 dias

5) Dispositivo para ancoragem de cabos 15 a 60 dias

6) Sistema de proteção contra descargas atmosféricas 120 a 180 dias

7) Iluminação de emergência - blocos autônomos 15 a 60 dias

- Acumulador centra 60 a 120 dias

8) Sistema de alarme e detector de incêndio 60 a 120 dias

9) Sinalização para abandono de local 15 a 60 dias

10) Saída de emergência - portinhola 15 a 60 dias

- Escada comum 180 a 360 dias

- Escada protegida 180 a 360 dias

- Escada enclausurada 180 a 360 dias

- Escada a prova de fumaça 180 a 360 dias

- Porta corta fogo 180 a 360 dias

- Passarela 180 a 360 dias

- Elevador de emergência 180 a 360 dias

11) Outros sistemas e/ou exigências 15 a 150 dias

OBS. O prazo total compreende o somatório dos prazos de cada sistema de segurança, incluindo-se a apresentação

dos projetos preventivos de incêndio e a instalação dos sistemas.

A relevância em se apresentar uma legislação específica se deve à cultura

prevencionistas do Município, com residências e edificações em madeira ou enxaimel. O Enxaimel,

ou Fachwerk (originário de "Fach" assim denominavam o espaço preenchido com material

entrelaçado de uma parede feita de caibros), é uma técnica de construção que consiste em paredes

montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou

Page 31: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 31 de 77

inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos. Os tirantes de madeira

dão estilo e beleza às construções do gênero, produzindo um caráter estético privilegiado. Outras

características são a robustez e a grande inclinação dos telhados. Na adaptação do enxaimel às

características climáticas da região, foi necessária a implantação, por conta da elevada umidade

local, de uma estrutura feita de pedra que sustenta as construções evitando que a madeira se molhe.3

Graças a essa preocupação dos governantes conseguiu-se preservar as casas que poderiam ser

facilmente destruídas por um incêndio.

Deve ser levado em consideração que os equipamentos portáteis são eficientes

somente para o combate a princípios de incêndio. Empregar-se um extintor para combater um

incêndio, com uma carga térmica razoável, além de perigoso para o operador, não possibilita o

decréscimo das chamas, já que o volume de agente extintor disponível é insuficiente para tal

empreitada.

4 - Principais equipamentos existentes no risco

Pretende-se obter a informação de quais são os equipamentos empregados nas

atividades industriais, dentre os listados, que existem no local inspecionado. Alguns desses

representam riscos para a própria empresa, para terceiros (responsabilidade civil), e outros são

necessários para o funcionamento com segurança, das instalações. Em uma fábrica de móveis pode

existir lixadeiras planas. O equipamento, mesmo com coifa, libera pó de madeira e esse pode entrar

em combustão rapidamente. Desta maneira, a empresa tem que investir em equipamentos acessórios

ou outros dispositivos, como, por exemplo, o confinamento do equipamento e sistemas de filtragem

eficientes, que possibilitem a coleta do pó:

a) Danos contra terceiros

• Elevadores;

• Escadas rolantes;

• Painéis de propaganda;

• Antenas coletivas.

3 http://pt.wikipedia.org/wiki/Enxaimel

Page 32: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 32 de 77

b) Danos contra as próprias instalações

• Compressores de ar;

• Bombas;

• Circuitos de circulação de flúidos;

• Sistemas elétricos;

• Transformadores, painéis e chaves seccionadoras;

• Caldeiras.

c) Danos ambientais

• Incineradores de Lixo;

• Depósito de coleta de materiais;

• Áreas de segregação de resíduos;

• Incompatibilidade das barreiras de contenção para a contenção de fluidos do processo;

• Geração de vapor e poeiras.

d) Danos adicionais aos próprios equipamentos

• Turbinas elétricas;

• Transformadores;

• Ar condicionado central;

• Centros de Processamento de Dados;

• Geradores elétricos;

• Subestações elétricas;

• Centrais telefônicas.

Alguns equipamentos são relevantes para a atividade avaliada. A relevância está

associada à dependência da instalação e processo daquele equipamento específico, como por

exemplo:

⇒ Geradores autônomos para um hospital;

⇒ ar condicionado central para uma instalação de computação;

⇒ compressores de ar para oficinas mecânicas, etc.

Page 33: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 33 de 77

Existirão campos próprios, mais adiante, onde poder-se-á comentar a respeito de

determinados riscos. Dentre os riscos habitualmente presentes em quase todas as empresas, poder-

se-á ter:

• o risco de explosão gerado por caldeiras e compressores, bem como por todos os equipamentos

que trabalhem em regime de vaso de pressão fechado, com pressão interna maior do que a

externa;

• o risco de danos elétricos, produzidos por transformadores e subestações elétricas, como também

pelas instalações que alimentam circuitos de luz e de força;

• o risco de responsabilidade civil, por danos contra terceiros, provocado pelos painéis de

propaganda externos e pelas antenas coletivas, como também por componentes da edificação que

possam vir a ser deslocados por ventos fortes.

Determinados itens segurados possuem taxas de risco especiais, como a existência

de incineradores, de elevadores, de antenas coletivas e de escadas rolantes.

5 - Características físicas do risco

Inicialmente é importante se informar que em alguns segmentos, como o de

seguros, o risco não é só o evento possível de ocorrer. Também representa aquilo que se pretende

segurar através de uma apólice de seguros.

O propósito dos questionamentos é o da obtenção de informações que possibilitem

uma avaliação a mais próxima da realidade das edificações, espaços e áreas, que decontrole ou

mitigação dos riscos. Dentre as caraterísticas mencionadas encontram-se:

a) Área construída e ocupada

Trata-se de informação que permite verificar se os valores atribuídos às

edificações se encontram dentro das margens definidas pelos avaliadores patrimoniais. Através da

verificação das ocupações de espaços pode se avaliar não só o fluxo de produção como também o

layout, que contemple a segregação das atividades mais críticas. Para isso é necessária a existência

de amplos espaços físicos. Nessa atividade de avaliação dos riscos deve ser avaliada também a

Page 34: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 34 de 77

conexão ou interligação das edificações. Por medida de cautela e prevenção, as edificações que

representam maiores riscos possuem proteções mais específicas e dispositivos de prevenção e

controle mais eficientes.

b) Estado geral da construção e das instalações

Informações que permitem avaliar se os programas de manutenção existentes na

empresa são adequados ou não, bem como, se os valores pretendidos para se obter as indenizações

nos casos de sinistros são compatíveis com o estado em que se encontram os prédios e as

instalações, e se foram fixados de acordo com as avaliações patrimoniais.

c) Aspecto de limpeza e conservação

Informação que permite avaliar o grau de conscientização da empresa para

programas de segurança e qualidade. Sabe-se da influência da organização e limpeza

comportamento da força de trabalho. O empregado sente-se muito mais a vontade em manter sua

área de trabalho desorganizada quando percebe que na empresa não há preocupações para com isso.

Os padrões de organização e limpeza contribuem para que a empresa não gaste desnecessariamente

os materiais e insumos. Em uma construção civil, com baixos padrões de organização e limpeza, se

um operário precisar de uma ripa para fixar uma forma, é bem capaz de inutilizar uma prancha de

madeira nova do que procurar nos materiais organizados e destinados ao reuso. Com a evolução das

ações de desenvolvimento sustentável, as atividades de organização e limpeza passam a ser cada vez

mais necessárias, inclusive porque é essa a imagem que transmitem para seus clientes e

consumidores.

d) Terrenos baldios adjacentes

Dado relevante para avaliação da segurança patrimonial da empresa, bem como

por se tratar de elemento balizador de taxa de risco relacionado a assaltos, roubos, sabotagens,

sequestros e ações assemelhadas, inclusive com os terrenos baldios sendo ocupados por traficantes e

ou usuários de drogas. Não se deve esquecer que a existência de um terreno baldio ao lado da

empresa, além de ser um local onde poderá se assentar uma futura favela, pode vir a ser foco de

Page 35: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 35 de 77

incêndio, se alguém, intencionalmente ou não, provocar incêndio em lixo acumulado ou no mato

seco. Também é relevante se levar em consideração que a insegurança existente pode prejudicar o

vai e vem dos empregados e de fornecedores, receosos em serem afetados pela presença de

comunidades e traficantes.

e) Estações ferroviárias e de metrô nas proximidades, Quartel nas proximidades e Delegacias

Policiais nas proximidades

Essas informações permitem avalia se o risco de tumultos ou de motins é

relevante, bem como saber se para outros riscos poder-se-á contar com o apoio externo no controle

dos incidentes ou acidentes. Locais com grande aglomeração de pessoas é sempre um risco

adicional para as empresas que se situam nas proximidades.

6 - Análise do grau de exposição a riscos

São apresentados alguns riscos que poderão afetar as instalações seguradas, e

avaliado se há possibilidade desses ocorreram. Se por acaso for respondida que já houve ocorrência

anterior, será muito importante a complementação da resposta nos comentários que deverão se

seguir. Aqui entra a análise estatística, tão importante para a determinação das taxas de riscos.

7 - Análise do risco de Alagamento/Inundação

A partir de então passarão a aparecer campos relativos a análises de riscos de uma

série de eventos. A primeira análise refere-se aos riscos de Alagamento e de Inundação.

Basicamente, as perguntas formuladas permitirão saber se há possibilidade de empoçamento de

água, se já ocorreram eventos anteriormente, se há subsolos, e se há proteção contra a entrada de

água. A água poderá atingir o interior da edificação vindo de um telhado mal projetado ou

danificado, da existência de varandas ou marquises que possuam infiltrações por não terem uma

adequada manutenção preventiva e corretiva, do aumento do nível no piso externo deixando o piso

interno mais baixo, e sem se acrescentar uma calha no desnível para o escoamento da água, e pelo

entupimento das valas de drenagem e das galerias de escoamento. O alagamento é um risco

proveniente do excesso de águas de chuva. A inundação é proveniente do transbordamento do leito

Page 36: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 36 de 77

de rios e canais. Há que se levar em consideração também que em muitas empresas o mesmo

sistema de drenagem que escoa os óleos e lubrificantes dos equipamentos, e mesmo os provenientes

de vazamentos de tanques, que podem conter produtos perigosos, também se destina ao escoamento

das águas de chuva, sem que se tenha acrescentado ao sistema separadores de água e óleo e estações

de tratamento de resíduos perigosos, principalmente quanto a neutralização dos mesmos (correção

do PH, remoção de fenóis, e outras substancias.

8 - Análise do risco de Desabamento/Desmoronamento

De forma idêntica ao campo anterior, pretende-se avaliar as possibilidades de

ocorrência dos riscos de Desabamento e de Desmoronamento, através das respostas a algumas

perguntas, consideradas relevantes. O desabamento é uma ocorrência que se verifica com o prédio.

O desmoronamento é um evento que ocorre com encostas. Uma das perguntas que chamamos a

atenção é para a existência de trincas nas construções, que sejam ativas, ou seja, estejam

aumentando, e para a existência de erosão no terreno. A erosão em um terreno pode afetar

seriamente as fundações de uma edificação ou ser um ponto de fragilidade de uma encosta.

9 - Análise do risco de Vendaval/Tornado/Granizo

Os riscos elencados referem-se às forças da natureza provenientes de ventos

fortes, com características distintas. Para tanto, especial atenção deve ser dada ao formato e

dimensões da edificação, a posição dessa quanto a direção dos ventos dominantes, e as proteções

adotadas nos telhados, clarabóias, portas, janelas e elementos utilizados para exaustão nos telhados.

10 - Análise do risco de explosão de aparelhos e de substâncias

O risco de explosão pode ser devido ao aumento do volume interno de recipientes,

ou a uma reação química descontrolada. Assim, poder-se-á ter o risco envolvendo somente

equipamentos, como no caso de caldeiras, compressores, tanques fechados de armazenamento de

produtos, ou envolver substâncias, sem que essas estejam necessariamente armazenadas em

recipientes sob pressão.

Page 37: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 37 de 77

11 - Análise do risco de Incêndio

A avaliação do risco de incêndio não deve se prender somente a aspectos da

existência de equipamentos de detecção e combate às chamas, mas também a aspectos operacionais

e de atendimento a situações que exijam rapidez, mobilidade, disponibilidade de equipamentos e

agentes extintores. Chamamos a atenção para perguntas do tipo:

• Há presença de substâncias com risco de explosão ou de reatividade em presença de água?

• Há possibilidade de haver alastramento do incêndio para outros riscos?

• As áreas de maior risco são compartimentadas, a fim de se evitar o alastramento do incêndio?

12 - Análise do risco de Danos Elétricos

Danos elétricos são, com certeza, os eventos que incidem com maior freqüência

em uma instalação industrial. Podem não ser danos que apresentem maior severidade de perdas.

Porém, se computarmos o tempo despendido com a substituição dos equipamentos danificados e

com a paralisação das atividades, esses danos poderão ser bem mais graves pelos impactos

financeiros causados. Em algumas situações o custo de reparação dos danos diretos chega a 1/10 do

custo total devido a paralização. Se o dano vier a ocorrer em um equipamento crítico ao processo,

como misturadores de produtos químicos em processo de batelada, painéis de controle de bombas

para fornecimento de produtos através de linhas de dutos, a relação pode chegar a 1/100.000. Por

essa razão deve-se ter uma atenção especial à proteção dos circuitos e dos equipamentos contra

sobrecargas elétricas e do aterramento elétrico. Em algumas análises de risco percebeu-se que falhas

de conexão ou de execução dos serviços fizeram com que o “neutro” do circuito e o “terra”

encontravam-se conectados à fase do circuito. Ao se desligar o sistema para a substituição de

componentes danificados ocorreram acidentes, causando incêndios e eletrocussão dos trabalhadores.

13 - Análise quanto ao risco de ..................

Deixamos este campo para análise de outros riscos que não sejam os já

comentados anteriormente. Como exemplo, há o risco de perda de receita ou de interrupção de

produção, também dito risco de Lucros Cessantes, que preocupa muita gente. Neste caso, as

perguntas a serem formuladas deverão estar voltadas para aspectos operacionais da empresa,

Page 38: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 38 de 77

aspectos de manutenção das instalações, possibilidade de reposição imediata dos equipamentos

danificados, etc.. Nesses casos deseja-se saber se quando ocorrer a paralisação do processo de

fabricação por um acidente, quanto tempo se gastará para se reiniciar as atividades normais?

Page 39: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 39 de 77

VIII - Roteiro de inspeção para Riscos Nomeados

Denomina-se Risco Nomeado (named perils) a um conjunto de riscos assegurados

através de uma única apólice (umbrella assurance). Trata-se de seguros especiais, mas que

possibilitam à indústria um maior nível de coberturas. Os meios de contratação não serão objeto

deste artigo, mas podem variar de seguradora para seguradora, se a valor único, se a valores

individualizados, se a primeiro risco, entre outros aspectos. Nesse tipo de cobertura a indústria

participa sempre com uma parte da indenização, assim, fica definido que a seguradora indenizará

uma parcela dos prejuízos e a empresa segurada o restante, semelhante a uma franquia dos seguros

de automóvel.

O roteiro que será apresentado a seguir é um dos inúmeros empregados na análise

de instalações, com vistas à montagem de uma apólice de Riscos Nomeados.

Riscos Nomeados é uma cobertura de seguros especialmente desenvolvida para

empreendimentos, industriais, comerciais ou residenciais, que apresentam a possibilidade de vir a

ser atingidos, isoladamente ou em conjunto, por uma série de eventos. A cobertura tem esse nome

porque nomeia-se o tipo de risco para o qual se quer obter cobertura de seguros. No World Trade

Center o choque de uma aeronave provocou o vazamento de combustível que causou um incêndio,

reduzindo a capacidade de suportação da estrutura metálica do prédio, que por sua vez culminou

com o desabamento do prédio e a morte de milhares de pessoas. Um dano elétrico em um painel no

interior de uma sala onde se está manuseando produtos perigosos, pode terminar em um incêndio. A

extensão do incêndio dependerá da quantidade de materiais combustíveis e ou inflamáveis que

estejam nas proximidades bem como na ineficácia dos dispositivos de proteção contra incêndios.

Pela amplitude da cobertura, são formuladas inúmeras perguntas, todas com o

objetivo de obter subsídios para a taxação dos vários riscos elencados. Por essa razão, o

preenchimento do formulário deve ser feito com extremo rigor, sempre se buscando a máxima

qualidade de informações, de sorte que as taxas que virão a ser adotadas exprimam os verdadeiros

riscos existentes, sejam eles emergenciais ou latentes.

Page 40: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 40 de 77

O Gerente de Riscos pode vir a adotar várias outras perguntas, sempre visando

ilustrar melhor os riscos existentes. Também deve ser realçado que quanto melhor é o conhecimento

acerca dos riscos que envolvem a empresa, melhor será o trabalho de gerenciamento de riscos. O

formulário é dividido nos seguintes tópicos:

1) Informações Gerais;

2) Condições geotopomórficas;

3) Produção;

4) Central de energia;

5) Manutenção;

6) Segurança contra incêndio;

7) Segurança Patrimonial;

8) Comunicação;

9) Controle de qualidade/estoque;

10) Parecer do Engenheiro acerca dos pontos para a melhoria do risco;

11) Parecer do Engenheiro acerca da aceitação do risco;

12) Comentários Gerais;

13) Critérios para a taxação do risco.

Page 41: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 41 de 77

ROTEIRO DE INSPEÇÃO PARA RISCOS NOMEADOS

Elaborado por :

Em :

Acompanhantes :

Solicitante :

Page 42: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 42 de 77

1) Informações Gerais

a. Razão social:

b. Endereço:

c. Ramo de atividade:

d. Início de operações:

e. Grupo econômico:

f. Área construída: m2 f.1. Área terreno: m2

f.2. Área ocupada: m2 f.3. Área para ampliações: m2

g. nº de funcionários da administração: g.1. nº de funcionários da produção:

g.2. nº de funcionários da manutenção: g.3. nº de funcionários da segurança:

h. jornada de trabalho:

i. Ordem geral/Limpeza (comentários):

j. Arruamento/acessos (comentários):

k. Proibição ao fumo:

l. Sinalizações:

m. Isolamentos:

n. Inspeções do Ressegurador, Processos de Tarifação (informar existência e fornecer cópia):

Page 43: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 43 de 77

o. Avaliações patrimoniais (informar existência e data base):

p. Grau de informatização (descrever localização, atividades informatizadas, medidas de proteção,

planos de contingência e dependência):

Considerações gerais:

2) Condições Geotopomórficas

a. Características do terreno:

b. Sistemas de drenagem:

c. Cortes e taludes existentes:

d. Ventos: d.1. Ocorrências anteriores:

d.2. Freqüência com velocidade > 15 m/s: d.3. Ocorrências anteriores:

d.4. Velocidade máxima: d.5. Medidas de proteção:

d.6. Direção predominante: d.7. Existência de biruta:

e. Raios - e.1. Ocorrências anteriores:

e.2. Sistema de proteção e sua localização: e.3. Aterramento elétrico adotado:

e.4. quantidade: e.5. prédio:

f. Acidente Hidrográfico: f.1. Distância altimétrica:

f.2. Tipo: f.3. Ocorrências de inundação:

f.4. Distância planimétrica: f.5. Medidas de proteção:

g. Vias de acesso principais:

Page 44: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 44 de 77

Comentários gerais:

3) Produção

a. Anexar fluxograma de processo:

b. Descrição do processo:

c. Principais equipamentos (anexar layout):

c.1. tipo: c.2. marca:

c.3. ano: c.4. capacidade:

d. Nome dos produtos finais e intermediários:

d.1. Utilização dos produtos e substâncias:

d.2. Características físico-químicas dos produtos e substâncias empregados e ou produzidos:

d.3. Volume de produção por ano:

d.4. Grupo químico a que pertencem os principais produtos:

d.5. Estoques mínimos por produtos:

Na utilização identificar o ramo de atividade a qual se destina o produto ou se for produto

Page 45: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 45 de 77

intermediário para qual outra produção ele é enviado servindo de matéria prima para que produto.

d.6. Capacidade instalada e capacidade média utilizada no último triênio:

d.7. Capacidade instalada: d.8. Capacidade média:

e. Estocagem de produtos (anexar relação):

e.1. tipo de produto: e.2. localização:

e.3. Tipo de material: e.4. capacidade de estocagem:

f. Bacias de contenção: sim não

g. Sistema de drenagem: sim não

h. Caixa de coleta: sim não

i. Aterramentos (bombas e tanques): sim não

j. Proteção contra descargas atmosféricas: sim não

k. Bloqueio automático de enchimento por falta do

aterramento:

sim não

l. Medidores de nível com bloqueio automático: sim não

m. Sinalização: sim não

n. Teto flutuante/válvula de alívio/corta chamas: sim não

o. Característica dos arruamentos em relação às edificações e ao terreno:

p1. Temperaturas de processo: p2. Pressões de processo:

q. Utilização de catalisadores?: sim não

r. vida útil/tempo de reposição dos catalisadores:

s. Segurança de processo (detectar existência de processo contínuo que não pode ser interrompido):

t. Identificar os equipamentos que configuram gargalos na produção:

Page 46: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 46 de 77

t.1. Equipamento:

t.2. Marca:

t.3. Capacidade nominal:

t.4. Ano de fabricação:

t.5. Opção de reposição:

t.6. Tempo de reposição:

u. Identificar opções de produção / compra do produto no mercado nacional ou importação:

u.1. Opção de produto:

u.2. Opção de compra:

u.3. Fabricação nacional:

u.4. Produto importado:

Page 47: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 47 de 77

v. Matérias primas (principais):

v.1. Produto:

v.2. Matéria prima:

v.3. Composição percentual das matérias primas e grau de risco de compatibilidade e sinergia:

x. Estocagem matérias primas:

x.1. Tipo de estocagem:

x.2. Matéria prima:

x.3. Denominação do material:

x.4. Localização da empresa:

x.5. Capacidade de estocagem considerando estocagem intermediária e final nos ambientes internos

e externos:

x.6. Relação de produtos estocados e das fichas FISPQ:

Page 48: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 48 de 77

Bacias de contenção? sim não

As bacias de contenção contém todos os tanques: sim não

Sistema de drenagem? sim não

Há sistemas de filtragem dos efluentes? sim não

Caixas de coleta? sim não

Aterramentos (bombas e tanques): sim não

Proteção contra descargas atmosféricas? sim não

Bloqueio automático de enchimento por falta do aterramento? sim não

Medidores de nível com bloqueio automático? sim não

Sinalização? sim não

Teto flutuante/válvula de alívio / corta chamas? sim não

Existem eventos que paralisam a produção por mais de 15 dias? sim não

Características construturais dos prédios de processo:

O prédio foi adaptado para a produção ou projetado especificamente

para tal?

sim não

Foi previsto no projeto condições para a expansão de gases de

explosão de substâncias?

sim não

Condições das instalações elétricas (descrever):

Existência de detectores? sim não

Existência de alarmes? sim não

Características dos pisos e dos riscos que eles representam:

Apresentar um quadro sinóptico do processo:

Utiliza alguma utilidade em circuito fechado? sim não

Page 49: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 49 de 77

Recebe as utilidades através de linhas de dutos? aérea enterrada

As linhas de dutos são provenientes de instalações externas? aérea enterrada

Relacionar as utilidades adotadas na unidade:

Equipamentos ao ar livre (relacionar):

Limpeza e arrumação (comentar):

Comentários gerais:

4) Central de utilidades

Tensão máxima: Tensão de serviço: Tensão mínima:

Concessionária:

Forma de distribuição da rede até a subestação elétrica principal:

Formas de distribuição no interior da fábrica:

Geradores de emergência? sim não

Marca: Tipo:

Modelo: Acionamento:

Setores que alimenta: Combustível empregado:

Volume de combustível disponível: Freqüência de manutenção:

Estação de transformação, prédios que alimenta:

Page 50: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 50 de 77

Ocorrências de interrupções: Motivos:

Existência de rede de vapor? sim não

Características da geração: Pressão máxima da linha:

Pressão mínima da linha: Setores atendidos:

Consumo mínimo e máximo: Ocorrências de falhas (comentar):

Vapor supersaturado? sim não

Vapor superaquecido? sim não

Existência de rede de ar comprimido? sim não

Características da geração: Pressão máxima da linha:

Pressão mínima da linha: Setores atendidos:

Consumo mínimo e máximo: Ocorrências de falhas (comentar):

Comentários:

Existência de tanques pulmão? sim não

Volume de ar dos tanques:

Descrição dos tanques de ar:

Localização dos tanques de ar:

Descrever as caraterísticas do sistema de água industrial:

Ponto de captação: Características do abastecimento:

Existência de Bombas? sim não

Tipo de bombas: Marca:

Capacidade das bombas: Tipo de acionamento:

Combustível dos motores: Setores atendidos:

Tratamento de água? sim não

Page 51: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 51 de 77

Descrever o sistema de tratamento de água utilizado, e os equipamentos empregados:

Descrever os volumes de água armazenados, informando a destinação final, volumes, caraterísticas

dos reservatórios, elevações, localização, bombeamentos, ocorrências de falhas e os motivos, etc.:

Descrever os sistemas de resfriamento de água industrial, informando os setores atendidos, a

destinação final, volumes resfriados, caraterísticas dos reservatórios, elevações, localização,

bombeamentos, caraterísticas dos circuitos, ocorrências de falhas e os motivos, etc.:

Descrever os sistemas de tratamento de efluentes industriais, tanto sólidos, líquidos quanto gasosos,

informando os setores atendidos, a destinação final, volumes tratados, caraterísticas dos reservatórios

empregados como locais de despejos temporários ou finais, localização das estações, bombeamentos,

caraterísticas dos circuitos, ocorrências de falhas e os motivos, formas de controle empreendidas,

formas de monitoramento e supervisão, existência de planos de emergência e de contingência, etc.:

Há eventos no tratamento de efluentes que paralisam a

produção?

sim não

Descrever os eventos (Informar onde se poderia dar a paralisação):

Informar o tempo de paralisação: Descrever as medidas adotadas para a prevenção

dos riscos:

São empregadas demais utilidades no processo industrial? sim não

Nitrogênio: Locais atendidos:

Vácuo: Locais atendidos:

Hidrogênio: Locais atendidos:

Page 52: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 52 de 77

Oxigênio: Locais atendidos:

Gases Nobres: Locais atendidos:

Comentários gerais:

5) Manutenção de equipamentos e instalações

Descrever os procedimentos de manutenção adotados:

São empregados processos de manutenção corretiva? sim não

São empregados processos de manutenção preventiva? sim não

São empregados processos de manutenção preditiva? sim não

A manutenção adotada é central? sim não

Os serviços de manutenção são terceirizados sim não

Existem registros de manutenção? sim não

Informar o quadro de funcionários à serviço exclusivo da manutenção da empresa, com

treinamentos, especializações profissionais, caraterísticas da supervisão adotada, etc.:

Informar as oficinas que realizam serviços de reparos e de manutenção, esclarecendo se as mesmas

são próprias ou de terceiros, se os funcionários são da própria empresa ou são de empresas

contratadas, as caraterísticas do ambiente quanto a limpeza e higiene, quanto a disponibilidade de

equipamentos, formação profissional do responsável pelas mesmas, relação dos equipamentos e

principais ferramentas existentes, tipos de serviços executados e serviços repassados a terceiros,

existência de almoxarifados, caraterísticas das peças e componentes sobressalentes estocados,

componentes mais substituídos, controles dos serviços executados, estatísticas adotadas, testes

realizados, planos de emergência adotados, testes e ensaios destrutivos e não destrutivos,

manutenção de supervisores da empresa, certificações recebidas e mantidas atualizadas, etc.:

Page 53: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 53 de 77

6) Segurança contra incêndio

Organograma (fornecer)

Nº brigadistas / turno:

Bombeiros profissionais por turno:

Treinamento, descrição:

Equipamentos disponíveis:

Viaturas? sim não

Bombas móveis? sim não

Extintores? sim não

Tipos: Marcas:

Capacidades: Qde de reserva:

Hidrantes? sim não

Características do projeto, informando: quantidade de pontos, quantidade de saídas, diâmetros das

canalizações, pressões mínimas e máximas, caraterísticas técnicas das bombas, reservatórios,

manutenção, etc.:

Corpo de bombeiros próprio? sim não

Informar o efetivo da brigada de incêndio e da equipe de bombeiros, esclarecendo se é composta por

funcionários ou por pessoal contratado, descrevendo equipamentos disponíveis para situações

emergentes, viaturas à disposição, tipo e periodicidade dos treinamentos, responsável pela equipe,

locais de reuniões, forma de acionamento das equipes, procedimentos adotados em casos de

emergência, tempo para a reunião da equipe em situações emergenciais, planos de auxílio mútuo e

com quais empresas, distância do corpo de bombeiros militar mais próximo, existência de relatórios

de controle dos serviços, estatísticas empregadas, etc.

Page 54: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 54 de 77

Empresa encarregada da recarga e dos testes:

Programação / controle:

Desenho da rede:

Reservatórios:

Alarmes / quadro sinóptico (dos hidrantes):

Sinalização / arrumação / acesso:

Sistemas fixos de incêndio? sim não

Tipo: Localização:

Acionamento: Capacidade:

Descreva procedimento desencadeado:

Inspeções de segurança Responsável:

Inspeções equipamentos de segurança Responsável:

Análise de Risco Responsável:

Plano de emergência Responsável

CIPA Responsável:

Brigada de Incêndio Responsável:

Registro de ocorrências nos últimos 5 anos (data, bens atingidos, causa provável, valor) (requisitar

com valores em US$):

Normas elaboradas para o manuseio e utilização de serviços e substâncias perigosos:

Page 55: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 55 de 77

Comentários gerais:

7) Segurança patrimonial

Quantidade e localização de portarias:

Tipos de proteções periféricas adotadas:

Quantidade de vigilantes por turno (informando o quantitativo da equipe em ronda e em postos

fixos):

Descrever os equipamentos em poder de cada vigilante, inclusive os de comunicação:

Informar as caraterísticas do controle e da supervisão da equipe de segurança patrimonial:

Informar os procedimentos adotados pela equipe de segurança para o controle do fluxo interno de

funcionários, de pessoal contratado, de vigilantes, de mercadorias e de veículos:

8) Comunicação

Central telefônica? sim não

nº ramais: nº troncos:

Linhas diretas? sim não

nº de linhas: utilização:

Fax? sim não

nº de aparelhos: locais onde estão localizados:

Comentários gerais:

Page 56: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 56 de 77

9) Controle de qualidade / estoques

Existe um programa de qualidade total? descrever? sim não

Há controle de qualidade produtos acabados? sim não

Descrever os almoxarifados, suas localizações, grau de arrumação, etc.

10) Parecer do Engenheiro acerca de pontos para a melhoria do risco

11) Parecer do Engenheiro acerca da aceitação do risco

12) Comentários gerais

13) Critérios para a taxação do risco

Page 57: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 57 de 77

VIII.I - Considerações gerais acerca do preenchimento do formulário

1 - Análise do Risco

O formulário é uma das muitas ferramentas empregadas no gerenciamento de

riscos de empresas, com vistas à identificação dos riscos e a viabilização para que se obtenha

cobertura de seguros com múltiplas coberturas, especificamente o de riscos nomeados, razão pela

qual se estende em vários assuntos. A proposta leva em consideração a segregação das análises por

temas específicos, o que facilita a análise global. O primeiro campo, de Informações Gerais, trata de

assuntos de caráter genérico abrangendo a empresa, compreendendo:

• identificação da empresa;

• aspectos gerais sobre a ordem e limpeza;

• formas de acesso às instalações da mesma (deslocamento de pessoas, equipamentos e veículos);

• medidas primárias de segurança contra incêndio, do tipo proibição ao fumo e sinalizações;

• isolamento dos riscos para evitar o alastramento dos eventos, através de dispositivos de proteção

e ou de segregação das atividades perigosas em edificações específicas;

• avaliações patrimoniais;

• grau de informatização (para avaliação do controle patrimonial e contábil), e

• comentários gerais.

Neste primeiro campo o Engenheiro descreve a empresa de modo superficial, e a

situa de maneira que possa ter conhecimento de como essa se encontra, no que diz respeito à

proteções, informatização e isolamentos.

2 - Condições Geotopomórficas

Condições geotopomórficas são todas aquelas que envolvem a geologia, a

topologia e a morfologia do ambiente onde está situada a empresa. Dizem respeito às condições da

natureza, às condições ambientais ao redor da empresa, a existência de elevações ou depressões do

terreno, presença de rios ou lagos, característica do solo, entre outras informações.

Page 58: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 58 de 77

Assim, neste campo, procura-se saber à respeito do solo, dos ventos, da topologia

da área da incidência de raios, da existência de rios, lagos ou canais, bem como de todos os fatores

ambientais que possam vir a trazer riscos para a empresa segurada. Especial atenção devem ser

dadas a:

• terrenos constituídos de aterros, em função de problemas que normalmente ocorrem com a

compactação desses mesmos aterros;

• terrenos à margem de rios ou canais, pela possibilidade de virem a ser atingidos pelo

espraiamento da água, durante chuvas fortes;

• terrenos à beira de encostas, com aclives ou declives, pelo potencial risco de deslizamentos de

encostas;

• terrenos erodidos, por já apresentarem riscos de desmoronamento, principalmente se em

encostas;

• terrenos com solos impermeáveis, pelo fato de haver dificuldade da drenagem de águas de

chuvas;

• terrenos alagadiços ou com o nível do lençol freático próximo à superfície;

• locais onde os ventos incidentes tendam a atingir velocidades acima de 30 km/h. Na

classificação de vendaval a velocidade mínima dos ventos é de 54 km/h;

• acidentes hidrográficos a menos de 200 metros dos prédios da empresa;

• terrenos situados em relevos baixos, por haver possibilidade dos mesmos virem a receber águas

de chuvas e não terem capacidade de drenagem compatível com esse volume de água;

• locais onde no subsolo haja uma transição de rochas, etc.

3 - Produção

O tópico relativo à produção é um dos mais extensos do formulário, já que se

procura obter informações abrangendo os riscos inerentes ao processamento. A área de processo é

uma das que concentra os principais riscos da empresa, além de ser também aquela em que uma

ocorrência, de qualquer tipo de evento, poderá prejudicar ou mesmo paralisar a produção. O cuidado

deverá ser redobrado se as áreas de estocagem de matérias primas e de produtos acabados estiverem

junto ao processo industrial. Pela sua relevância, comentaremos os principais itens:

Page 59: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 59 de 77

a) Fluxograma do Processo

A leitura do fluxograma do processo possibilita que seja traçada uma avaliação

dos possíveis pontos de estrangulamento da produção, dos momentos em que há desvios para outras

linhas, dos pontos de duplicidade, etc.. O fluxograma é uma peça importante quando se deseja

elaborar um trabalho mais técnico, que envolva a Análise de Árvore de Falhas, a Análise dos Modos

de Falha e Efeitos, bem como de outras ferramentas adotadas no gerenciamento de riscos,

comentadas nos capítulos do livro Gerenciamento de Riscos Industriais.

b) Descrição do processo

A descrição do processo abrange não só os comentários de como se dá o processo

produtivo, ou a cadeia produtiva, como também menciona os produtos ou matérias primas

empregadas, e os produtos derivados, as pressões e temperaturas de cada uma das fases, e outras

informações adicionais. A descrição do processo deve ser a mais clara e concisa possível, com o

foco da análise voltado para possíveis pontos onde possam surgir eventos danosos, ou lugares mais

suscetíveis de serem atingidos por esses mesmos eventos danosos.

c) Principais equipamentos

A descrição e relação dos principais equipamentos empregados no processo é

relevante para a análise do potencial de risco. Entretanto, de nada adianta saber-se que existe um

determinado equipamento e que esse, individualmente apresenta um certo risco, se a avaliação não é

feita em conjunto com a análise do fluxo de produção e do layout da planta. É importante também

que se analise as possibilidades de atenuação ou eliminação das eventuais perdas, como por

exemplo a inserção de válvulas de alívio, a transferência para outras linhas de transporte, ou para

um tanque pulmão, a instalação de válvulas de controle de fluxo ou de pressão, entre tantas outras

medidas de controle. Enfim, o que se espera de um processo industrial é que haja controles e que

esses sejam eficientes e possibilitem que se possa mantê-los em arquivo.

Page 60: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 60 de 77

d) Produtos finais e produtos intermediários

A descrição dos produtos é importante para avaliar corretamente os riscos que

esses representam. Dentre esses, citamos: toxidez, reatividade, inflamabilidade, corrosividade,

explosividade. Para facilidade de análise deve ser informado o grupamento químico a que

pertencem e os estoques mínimos por produto. Se houver mistura de substâncias de ser avaliado se

essas passam a representar uma substância perigosa.

e) Estocagem dos produtos

A estocagem é outro ponto de risco relevante, porque representa uma agravação

das condições de armazenamento e um acumulo de “risco”. Na estocagem a ocorrência de

determinado risco pode por a perder o trabalho de dias ou semanas. Há produtos que são sensíveis à

fumaça, ao calor, à luminosidade, que se degradam em função do longo tempo de armazenagem, e

outros que, devido a normas de segurança somente poderão ser estocados de determinada maneira

ou volume. Deve-se considerar também os aspectos relativos à forma de armazenagem, ao local

onde são armazenadas as mercadorias e os procedimentos de segurança adotados para se evitar que

os bens estocados venham a sofrer danos.

f) Arruamentos

As vias de circulação interna possibilitam o livre trânsito de pessoas e de veículos,

bem como o escoamento da produção. Por essa razão, devem ser projetadas de sorte que não

venham a ocorrer impedimentos ao livre trânsito. Deve-se avaliar, inclusive, se os maiores veículos

de combate a incêndios têm livre acesso a todos os prédios da planta segurada. Em indústrias de alto

risco, seja de incêndio ou de explosão, deverão existir áreas de refúgio ou abrigo de pessoas e áreas

para onde poderão ser desviados os equipamentos móveis e os veículos.

Page 61: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 61 de 77

g) Segurança do processo

A avaliação da segurança do processo compreende a análise de todos os

procedimentos adotados para se evitar que ocorra o descontrole, seja do próprio processo, seja do

fluxo de produção. A segurança do processo pode compreender a instalação de dispositivos, na

linha de produção, que permitirão aliviar a pressão interna da rede, ou reduzir uma temperatura

crítica. Essa segurança pode ser conseguida via substâncias catalisadoras ou sistemas de drenagem

da rede, com o direcionamento do fluxo de produtos para tanques pulmão. Um ponto importante é o

que se refere aos gargalos ou áreas de estrangulamento da produção. Quando esses pontos estão

centrados sobre determinado equipamento, a análise de riscos abrangerá um minucioso exame desse

equipamento, com vistas a obter informações referentes a:

• tipo de equipamento;

• marca e modelo;

• capacidade nominal ou instalada;

• ano de fabricação;

• opção de reposição;

• tempo necessário para a reposição;

• eventos mais comuns;

• freqüência e severidade das perdas;

• formas de operação;

• tipo de controles efetuados;

• mecanismos de segurança adotados.

Quanto aos produtos ou às substâncias deve-se verificar:

⇒ alternativas de produção, face a eventos ou falhas ocorridos, objetivando determinar o tempo

médio de retorno à atividade pela empresa;

⇒ possibilidade de compra de produtos de terceiros, bem como a determinação do tempo para que

isso venha a ocorrer. Também deve ser verificada a quantidade de opções de compra;

⇒ opção de produtos fabricados e que possam vir a ser adquiridos de terceiros, caso ocorra algo

com os equipamentos de produção da empresa;

⇒ opção de compras de produtos, bens e insumos para a produção;

Page 62: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 62 de 77

⇒ tempo necessário para a reposição da linha de produção afetada, informando as implicações que

essa paralisação poderá gerar para as outras linhas;

⇒ tempo necessário para por em prática as alternativas mais viáveis.

Outro item diz respeito às formas e aos procedimentos de estocagem adotados na

produção. A avaliação deverá compreender os seguintes pontos:

♦ tipo de estocagem;

♦ matérias primas e produtos estocados;

♦ denominação dos materiais estocados;

♦ localização dos pontos de estocagem;

♦ capacidade de estocagem;

♦ rodízio adotado no estoque;

♦ relação dos produtos estocados;

♦ procedimentos de segurança adotados no manuseio dos produtos;

♦ procedimentos de segurança existentes para a preservação dos bens estocados.

h) Análise das condições de segurança dos edifícios

Essa análise compreenderá a verificação dos itens que compõem a segurança das

instalações, contra uma série de eventos que as possam atingir. Dentre esses eventos, os mais

comuns são: incêndio, queda de raios, ventos fortes, água de chuvas. São considerados itens de

segurança, o layout interno, a arrumação e a limpeza, as circulações internas, a iluminação e a

aeração, etc..

4 - Central de Utilidades empregadas na indústria

No tópico pretende-se observar os itens referentes à produção de energia, aqui

entendida como força. A avaliação envolve:

• energia elétrica, recepção, transformação, distribuição e consumo, bem como a forma de

distribuição dos circuitos;

• vapor, geração, distribuição e setores atendidos, como também o processo de proteção dos

dispositivos e dutos, principalmente quanto ao isolamento térmico;

Page 63: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 63 de 77

• ar comprimido, geração, distribuição e setores atendidos, e as pressões mínimas e máximas das

linhas. É interessante que se saiba se, havendo problemas em uma das linhas, o setor afetado

pode ser atendido alternativamente por alguma outra linha;

• água industrial e potável, recepção, tratamento, estocagem, distribuição, setores atingidos e

consumo;

• tratamento de efluentes;

• demais utilidades do processo.

5 - Manutenção de equipamentos e instalações

A incidência de danos em instalações e equipamentos depende diretamente da

qualidade dos serviços de manutenção adotados pela empresa. Já está provado que empresas que

trabalham exclusivamente com manutenção corretiva estão muito mais sujeitas a danos expressivos,

isto porque, somente se corrige o que está errado. Não se parte para uma linha preventiva.

As empresas que possuem certificação de qualidade, trabalham com manutenção

preditiva, e no máximo preventiva. Por isso estão sempre se adiantando à ocorrência de acidentes

em suas instalações. Se o motor de um equipamento está apresentando uma vibração anormal, é

muito melhor saber-se o que está ocorrendo do que se esperar que ele pare de vez.

Pergunta-se também neste capítulo, se a manutenção é feita pela própria empresa

ou terceirizada, se existe controle formal dos serviços executados, qual o quadro de funcionários

que trabalha exclusivamente com manutenção e sua especialização, e dados relativos às oficinas de

manutenção e de reparos.

Há uma tendência de se criticar a manutenção terceirizada. Porém, com adequada

supervisão, um bom contrato e severas sanções, pode-se ter maior e melhor controle nesses serviços.

Também uma idéia que tem sido mudada é a da manutenção feita por equipe disponível

exclusivamente para tal serviço. Em empresas que praticam os conceitos de Just in Time, os

próprios operadores dos equipamentos são os responsáveis pela manutenção. São eles que acendem

a luz amarela para a equipe que irá realizar os serviços de maior envergadura.

Page 64: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 64 de 77

6 - Segurança contra incêndio

O capítulo destina-se a colher informações à respeito dos equipamentos,

dispositivos e sistemas empregados na segurança contra incêndio. Nunca é demais chamar a atenção

do inspetor, que mais importante do que existir o equipamento de segurança é esse estar em

condições imediatas de uso. Deve-se verificar a adequação entre os agentes extintores empregados e

os bens que estarão sob a área de cobertura desses mesmos dispositivos.

7 - Segurança Patrimonial

À exemplo do capítulo anterior, aqui se pretende validar os conceitos de segurança

patrimonial empregados pela empresa. Esses conceitos passam necessariamente pelos seguintes

pontos:

• segurança dos processos;

• segurança das instalações;

• segurança das edificações;

• segurança das pessoas;

• segurança das informações;

• segurança dos bens.

A Segurança Patrimonial possibilita que a empresa atue com menos riscos,

provocados por sabotagens, por atos criminosos, por ações isoladas objetivando o roubo ou o furto

de bens e valores, por ações que buscam a espionagem industrial. Com a sofisticação dos meios de

informação e dos processos de transferência de dados, hoje praticamente através de redes de

informática, a segurança patrimonial tem evoluído para atingir o nível de sofisticação requerido.

8 - Comunicação

Os meios e formas de comunicação são importantes, não só para o relacionamento

externo da empresa, como também para comunicação interna e pelos meios de transferência de

informações e de dados. Antigamente, um telefone era um equipamento de segurança contra

incêndio, já que permitia uma comunicação mais rápida com o quartel do Corpo de Bombeiros, da

Page 65: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 65 de 77

mesma forma que era um dispositivo de segurança patrimonial, já que possibilitava um acesso

rápido às Delegacias Policiais. Hoje os conceitos são mais abrangentes.

9 - Controle de Qualidade/Estoques

O controle de qualidade e o controle de estoques, neste capítulo avaliados em

conjunto, são determinísticos na verificação de pontos da segurança da empresa. Um bom controle

certamente irá prever planos de contingência e planos de emergência, para implementar-se

alternativas de produção, se essa vier a ser afetada por alguma falha ou evento. Essas mesmas

políticas também se preocupam com:

• processos de fabricação;

• perdas oriundas da fabricação;

• procedimentos de fornecimento dos bens;

• formas de estocagem, etc.

Caberá ao Gerente de Riscos, avaliar e validar os procedimentos adotados,

tecendo as considerações necessárias.

10 - Parecer do Engenheiro acerca de pontos para a melhoria do Risco

Neste capítulo e Engenheiro irá comentar sobre o que viu que possa se constituir

em um entrave para a aceitação do risco, e o que poderá vir a ser feito para a melhoria desses pontos

de risco. É muito importante que em seus comentários, as sugestões tenham um endereço certo, ou

seja, “encontramos uma instalação elétrica desprotegida e sem aterramento, no setor X, atendendo

aos equipamentos Y”. Outra sugestão que fazemos é que os comentários sejam grupados de acordo

com a sua importância, em itens que devam ser implementados a curto prazo, itens a médio prazo, e

itens a longo prazo. Para a aceitação do risco, os pontos de implementação a curto e a médio prazo

são os mais relevantes.

Por exemplo, suponhamos que estamos analisando uma instalação com vistas ao

risco de roubo ou de furto. A colocação de uma grade em uma janela com toda a certeza não deverá

ser um item de implementação a longo prazo. A instalação de um sistema de alarme poderá ser uma

Page 66: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 66 de 77

medida a ser implementada a médio prazo. A substituição das portas por portas metálicas pode ser

enquadrada como uma medida a longo prazo.

11 - Parecer do Engenheiro acerca da aceitação do Risco

No tópico o Engenheiro deverá dar o seu parecer acerca da aceitação do risco, de

como essa deve se dar, se haverá algum tipo de agravação de taxas, ou a concessão de algum tipo de

benefício pela existência de dispositivos que venham a reduzir a freqüência de ocorrências ou

diminuir a extensão das perdas. Os riscos poderão vir a ser aceitos com agravação, sem agravação, e

com desconto ou com a inclusão de uma condição especial.

12 - Comentários Gerais

O campo de comentários gerais deve ser o mais amplo possível, no tocante a

sugestões, críticas e comentários que sejam pertinentes. O campo pode vir a ser empregado também

como um espaço complementar, quando os campos específicos não forem suficientes para tal.

13 - Critérios para a taxação do Risco

O campo pode vir a ser preenchido ou não, dependendo das qualificações

profissionais do Engenheiro de Riscos. Normalmente essa seria uma tarefa de um underwriter, ou

de um atuário, já que envolve um grande conhecimento acerca das técnicas de mensuração do risco.

A taxação do risco é matematização da freqüência com que o risco se manifesta e da severidade das

perdas. A multiplicação da freqüência pela severidade das perdas conduz ao custo do risco, ou ao

custo que se deve cobrar ou reservar, durante um determinado período, para fazer face a eventuais

perdas que se verifiquem com os bens assegurados. Quando o risco é transferido para uma

Seguradora, por intermédio da contratação de uma apólice de seguros, os procedimentos para se

calcular o quanto deverá ser cobrado para se garantir os eventos relacionados, são os mesmos do

que em um processo de auto gestão do risco.

Page 67: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 67 de 77

IX - Relatório de inspeção para Riscos Diversos

O relatório que iremos apresentar a seguir é muito empregado no gerenciamento

de riscos de alagamento e de desmoronamento.

Esses riscos poderão ser avaliados em conjunto ou isoladamente, dependendo da

necessidade da empresa. Tratam-se de dois riscos com caraterísticas bastante distintas. O primeiro,

refere-se aos danos provocados pelo empoçamento de água de chuva. O segundo, trata dos danos

que podem afetar as encostas próximas das edificações ou de suas partes.

Pelas caraterísticas dos riscos, são formuladas inúmeras perguntas, à exemplo do

questionário de Check List, todas com o objetivo de obter subsídios para a taxação das coberturas.

Por essa razão, o preenchimento do questionário deve ser feito com extremo rigor, sempre

buscando-se a máxima qualidade de informações, de sorte que as taxas que serão adotadas

exprimam os verdadeiros riscos existentes, sejam eles emergenciais ou latentes. O formulário é

dividido nos seguintes tópicos:

1) Informações Gerais;

2) Informações sobre o imóvel inspecionado;

3) Informações sobre as condições do terreno;

4) Informações sobre curso d’água ou adutora nas proximidades;

5) Informações sobre ocorrências anteriores de alagamento;

6) Informações sobre as condições externas - risco de desmoronamento;

7) Conclusão acerca do risco;

8) Observações gerais;

Page 68: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 68 de 77

ROTEIRO DE INSPEÇÃO PARA RISCOS DIVERSOS

Elaborado por :

Em :

Acompanhantes :

Solicitante :

Page 69: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 69 de 77

1) Informações Gerais

Cobertura pretendida � ���� Alagamento ���� Desmoronamento

Segurado:

Endereço:

Atividade desenvolvida nas edificações:

Valores Pretendidos Para os prédios Para os conteúdos Para Maquinismos

R$ R$ R$

Comentários:

2) Informações sobre o imóvel inspecionado

Atividade Principal:

� Residencial � Comercial � Industrial � Mista

Qualidade da construção:

� Ótima � Boa � Regular � Péssima

Tipo de Construção de acordo com a Tarifa de Incêndio (TSIB):

� Superior � Sólida � Mista � Aberta

Estado de conservação do imóvel:

� Ótimo � Bom � Regular � Péssimo

Lesões estruturais aparentemente estabilizadas:

� Recentes � Antigas � Poucas � Muitas

Lesões estruturais de estabilidade duvidosa:

� Recentes � Antigas � Poucas � Muitas

número de pavimentos: (acima e abaixo do solo)

área construída ou ocupada (m2):

idade aparente do imóvel (em anos):

Valor do imóvel, não considerando o valor do terreno e incluindo as benfeitorias:

Valor atual: R$ Valor de novo: R$

Notas:

1) Em se tratando de edifício em condomínio, indicar no campo de observações a área total

Page 70: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 70 de 77

construída e a área ocupada por cada pavimento, destacando-se a área do maior pavimento, a área

do pavimento tipo e a área do menor pavimento.

2) Se o bem segurável ou os seus conteúdos estiverem sujeitos apenas a danos parciais, o inspetor

deverá indicar, percentualmente o valor total segurável, ou indicar o valor aproximado, a parcela

correspondente a esses bens que poderão vir a ser atingidos.

Observações:

3) Informações sobre as condições do terreno

Aspectos quanto a natureza do terreno

� favorável � desfavorável � muito desfavorável

Aspectos quanto a topografia do terreno

� favorável � desfavorável � muito desfavorável

Observações:

4) Informações sobre curso d’água ou adutora nas proximidades

Curso d’água/adutora � sim � não

Nome:

Distância aproximada do risco:

________________________________metros

Diferença de nível em relação ao risco:

___________________________metros

Estado de conservação aparente do sistema de escoamento de água:

� bom � regular � deficiente � não existente

Observações:

5) Informações sobre ocorrências anteriores de Alagamento

Data do último Alagamento:

____/____/______

Nível atingido no interior do prédio:

_________________metros

Nível atingido na rua:

_____________metros

Causa provável:

Freqüência anual do evento:

Número de ocorrências nos últimos

5 anos:

Page 71: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 71 de 77

Responsável pela informação:

Número de anos de experiência do informante no local:

Proteções especiais adotadas para a prevenção de danos causados pelo evento:

� sim � não Tipo de proteção adotada:

Condições especiais existentes para a prevenção do risco:

� portas � vãos abertos � outros tipos

O telhado abrange todo o risco? � sim � não

Existe terraço? � sim � não

Existe tanque, piscina ou

jardim?

� sim � não

Há probabilidade do risco vir a

ser atingido?

� sim � não

Observações:

6) Informações sobre as condições externas - Risco de Desmoronamento

Existe terreno baldio adjacente ao risco?

� sim � não � circundando o risco

Existe barreira e/ou pedreira que ameace o imóvel com deslizamento/escorregamento?

� sim � não � ameaça parcial

Distância do prédio ao ponto que constitui ameaça:

________________________________metros

Ângulo da encosta ou do talude:

___________________________graus

Desnível entre o topo da encosta e o imóvel: ___________________________metros

Existem blocos rochosos desagregados nas encostas próximas?

� sim � não �em pequena quantidade � em grande quantidade

O imóvel situa-se próximo a aeroporto?

� sim � não Distância: __________ metros

O imóvel situa-se à margem de sistema viário?

� sim � não � com danos ao imóvel � sem danos ao imóvel

Observações:

Page 72: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 72 de 77

7) Conclusão acerca do risco

Sobre o Risco de Desmoronamento: � bom � regular � ruim

Sobre a aceitação do risco: � sem agravação � com agravação de _____%

Sobre o Risco de Alagamento: � bom � regular � ruim

Sobre a aceitação do risco: � sem agravação � com agravação de _____%

Prazo de validade da vistoria: � 1 ano � 2 anos � 3 anos

8) Observações gerais

Observações:

Local:

Data:

Engenheiro vistoriador:

Page 73: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 73 de 77

IX.I - Considerações gerais acerca do preenchimento do formulário

Como já dito anteriormente, essa ferramenta de estudo dos riscos de Alagamento e

de Desmoronamento, é muito empregada para análise da forma como prescrita nas Tarifas de

Riscos. As informações contidas no formulário destinam-se a determinar as taxas e condições.

Existem outras informações também importantes, só que não são avaliadas adequadamente, as quais

comentaremos nos momentos oportunos.

1 - Informações gerais

O capítulo de informações gerais abrange exclusivamente os dados de

identificação da empresa, que serão transcritos por quando da emissão da cobertura de seguros.

Recomendamos que quando se fizer menção a valores seguráveis sejam esclarecidas as origens de

tais valores. O Gerente de Riscos poderá também comparar os valores informados pelo Segurado

com os constantes de revistas especializadas no assunto, ou seja os dados constantes de Laudos

Avaliatórios, elaborados por empresas especializadas.

2 - Informações sobre o imóvel inspecionado

As informações sobre o imóvel inspecionado compreendem a descrição dos

seguintes tópicos:

• caracterização da ocupação ou da atividade principal;

• característica construtiva do mesmo, de acordo com os padrões de classificação da Tarifa de

Seguro Incêndio do Brasil;

• informações quanto a qualidade da construção, em seus aspectos gerais e do estado de

conservação em que se encontra;

• informações quanto a área total construída ou ocupada, não só por todo o imóvel, como também

por cada um dos pavimentos do mesmo, acima e abaixo do solo;

• idade aparente do prédio, informação essa que deverá ser confrontada posteriormente com os

tópicos referentes a lesões estruturais a qualidade da construção;

• valor do imóvel, preferencialmente extraído de publicações especializadas;

• perda máxima admissível, decorrente do evento analisado.

No tópico de Observações deverá ser destacado tudo aquilo que possa parecer

contrário às boas normas de aceitação do risco. É muito importante que o Inspetor que inspecionou

Page 74: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 74 de 77

o imóvel não seja o mesmo funcionário que venha a aceitar o risco, razão pela qual, deverá fazer

constar do formulário todos os aspectos que lhe pareceram favoráveis e desfavoráveis. Somente a

título de lembrança, a perda máxima admissível é a maior perda a que estará sujeito o bem

segurável, caso venha a ocorrer um sinistro, ou um evento danoso, afetando parcialmente ou à

totalidade desse bem.

Assim, um imóvel pode vir a ter partes de sua área afetada por um alagamento.

Isso deverá ocorrer nas partes mais baixas do mesmo. Se existir um subsolo, e se a entrada da água

for facilitada, pela ausência de proteções adequadas, com toda a certeza a água irá penetrar em seu

interior. Resta-nos saber, se isso vier a ocorrer, qual será o dano considerado. Se, por exemplo,

existir um sistema de drenagem eficiente, pode ser que a água não venha a atingir uma altura

elevada, ficando a poucos centímetros do chão.

Todas as hipóteses deverão ser investigadas, de sorte que a análise espelhe a

realidade presumível e possibilite a determinação de uma taxa a mais próxima do risco potencial.

3 - Informações sobre as condições do terreno

O terreno onde está assente o imóvel analisado poderá vir a contribuir ou não para

uma ampliação dos riscos avaliados. Se, por exemplo, o terreno for bastante permeável, haverá

pouca possibilidade da água das chuvas vir a empoçar-se. Por outro lado, se o terreno for compacto,

com toda a certeza as chances de ocorrer um recalque do terreno serão menores, e com isso, as

chances de haverem lesões estruturais serão bem pequenas. Uma encosta com pedras fraturadas

pode vir a representar um risco bem maior do que a mesma encosta com pedras sem fraturas. Ainda

considerando a encosta, como exemplo, influenciam bastante na análise do risco:

• tipo de cobertura vegetal, se gramíneas ou árvores;

• inclinação da encosta e o relevo;

• existência de descontinuidades do relevo;

• caraterísticas do solo;

• existência de erosão;

• existência de construções por sobre o imóvel vistoriado;

• regime de chuvas e dos ventos, etc.

Page 75: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 75 de 77

Existe um tipo de solo que, em encostas, pode deslocar-se a uma velocidade de

alguns centímetros por ano. Nas encostas da Serra do Mar há trechos com esse tipo de solo (Tallus).

O tópico aborda a natureza e a topografia no tocante ao aspecto de riscos. Quando indicamos que a

natureza é favorável, estamos informando que é favorável ao seguro, isto é, apresenta pouco risco de

vir a causar danos. Da mesma forma no que diz respeito à topografia. Para o evento

Desmoronamento, uma topografia plana é favorável ao seguro, já que não apresenta encostas que

possam vir a representar riscos adicionais.

4 - Informações sobre curso d’água ou adutora nas proximidades

O tópico confronta a existência de cursos d’água ou adutoras nas proximidades do

imóvel, com o estado de conservação aparente do sistema de escoamento de água. Existem adutoras,

principalmente as de grande vazão, que ficam costeando as encostas, aparentes. De vez em quando,

as adutoras, principalmente as de concreto, rompem-se, fazendo jorrar um grande volume de água,

não só na própria encosta como também nos edifícios que encontram-se nas proximidades. Nesses

casos, por mais eficiente que seja o sistema de drenagem ele será insuficiente para dar vazão a tão

grande volume de água.

De quando em vez lemos nos jornais que o rompimento de uma adutora

subterrânea, além de abrir uma cratera na rua, alagou os imóveis da redondeza. Os danos tendem

sempre a ser severos. O importante é que uma adutora dessa não se rompe à toa. Normalmente, o

rompimento se dá pelo estado de tensão dos materiais, por pressões excessivas, ou pelo excesso de

carga, gerada pelo trânsito de caminhões na rua, sobre a adutora. Muitas vezes há um pequeno furo

no conduto da adutora, que vai, gradualmente, carreando materiais que envolvem a tubulação,

descalçando-a, e conduzindo ao seu rompimento.

5 - Informações sobre ocorrências anteriores de alagamento

Dando continuidade ao assunto tratado no tópico anterior, procura-se obter

informações que possibilitem se saber o que ocorreu durante o último alagamento. Assim, pergunta-

se:

• data do último alagamento;

• nível atingido pela água no interior do imóvel e na rua;

Page 76: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 76 de 77

• causa presumível do evento, se decorrente de excesso de água de chuvas, se em função do

rompimento de adutoras, se provocado por vazamento de piscina no terraço do imóvel, se gerada

pela existência de jardins ou terraços na parte superior do edifício, se em decorrência da ausência

de telhado em parte da edificação.

Também se questionam as proteções contra a entrada das águas, se existentes,

como reagem, bem como as condições especiais adotadas para evitar perdas geradas por esses

eventos. É muito importante que as informações anteriores sejam dadas por pessoas que trabalham

ou habitam nesses imóveis, razão pela qual anotam-se o nome dessas e o tempo de experiência ou

de domicílio no local. O capítulo é encerrado com um campo de observações, que deverá ser sempre

preenchido, com dados relevantes e que aumentem a compreensão do risco avaliado.

6 - Informações sobre as condições externas - risco de desmoronamento

O desmoronamento é normalmente confundido com o desabamento. São eventos

bem diferentes. No Desmoronamento há o rompimento da estabilidade de encostas, com a rolagem

de pedras ou de terra, atingindo edificações ou arruamentos/estradas. O evento de Desabamento está

restrito ao colapso de estruturas de edificações, com a queda de paredes, lajes, marquises e do

próprio prédio. O Desabamento poderá estar associado a um Desmoronamento. Por isso, há uma

série de questionamentos, envolvendo dados relativos a presença de encostas nas proximidades dos

prédios e outras perguntas do tipo, como veremos a seguir:

• existência de terreno baldio adjacente à edificação, que possibilite o desmoronamento, pela

presença de lixo nas encostas, pela remoção da vegetação, ou pelo não escoramento de pedras

que ameacem rolar;

• existência de barreiras e/ou pedreiras, que possam vir a ameaçar o imóvel, com deslizamento,

escorregamento ou desmoronamento;

• informações sobre a distância do prédio ao ponto da encosta que possa se constituir em ameaça, e

o ângulo que a encosta tem, avaliado pelo plano onde está assentado o prédio;

• desnível existente entre o topo da encosta e o imóvel inspecionado;

• existência de blocos rochosos desagregados. Os blocos rochosos desagregados são os que estão

apenas apoiados na superfície da encosta, sem qualquer tipo de apoio. Existem também os blocos

que afloram na superfície, e a uma chuva mais forte ficam expostos, podendo rolar encosta

abaixo.

Page 77: Aplicação de check list para a análise de riscos industriais

Página 77 de 77

O capítulo é completado com perguntas à respeito da proximidade do imóvel com

sistemas viários e da proximidade de aeroportos. No campo referente a informações deve-se

comentar se tanto o sistema viário quanto o aeroporto poderão vir a trazer danos adicionais ao

imóvel.

7 – Conclusão do relatório

O penúltimo capítulo aborda os conceitos do Engenheiro de Riscos sobre o risco

avaliado. Esse deverá ser avaliado pelas suas caraterísticas quanto à exposição em: bom, regular ou

ruim. Normalmente um risco ruim deve ser recusado, de imediato. Um risco bom pode vir a ser

aceito, com algum tipo de ressalva (exclusão de cobertura), ou com alguma agravação de taxa. Um

risco regular deve sempre ser tratado com uma agravação de taxas. Para a aceitação do risco poder-

se-á aplicar:

• restrição de cobertura;

• exclusão de cobertura, com a supressão de bens que não serão incluídos no seguro;

• agravação de taxas;

• inclusão de franquias;

• adição de participações obrigatórias, em caso de sinistro, complementarmente à adoção de

franquias;

• a simples recusa da cobertura.

Ao indicar que o risco deva vir a ser agravado, o Engenheiro de Riscos deve

informar que forma isso poderá vir a se dar, conforme exposto acima.

8 - Informações sobre o imóvel inspecionado

O capítulo é o do encerramento. Nele deverão ser escritas todas as informações

obtidas, que sejam relevantes à análise do risco, bem como sejam indicados parâmetros que

possibilitem se ter uma idéia completa do tipo de risco, bem como dos valores que poderão estar

envolvidos, em caso da ocorrência de sinistros.