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Apostila controladoria 9

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Controladoria II  Prof. Moreira 

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CUSTOS (Parte 1)

1) INTRODUÇÃO  

Por que devemos conhecer custos? Pelo fato de ser de vital importância para as organizações, 

pois esse conhecimento permite‐lhes: 

 

• Apurar o custo e a rentabilidade dos produtos, dos serviços e dos departamentos; 

• Atribuir responsabilidades entre os diversos executivos e departamentos; 

• Analisar o desempenho dos diversos executivos e departamentos; 

• Melhorar os processos e eliminar desperdícios; 

• Auxiliar na tomada de decisões gerenciais; 

• Subsidiar o estabelecimento do preço de venda etc. 

 

O objetivo principal de qualquer sistema de custeio é determinar o custo incorrido no processo 

de produção de bens ou de prestação de serviços. 

 

Muitas são as possibilidades de a contabilidade de custos auxiliar na tomada de decisões geren‐

ciais. Entre as mais comuns, pode‐se citar a fixação de preço de venda, o cálculo da lucrativida‐

de de produtos, a seleção do mix de produtos, a decisão entre comprar ou fabricar etc.  

 

2) CONCEITOS  • Gasto (ou dispêndio): obtenção de bens ou serviços com pagamento no ato (desembolso) 

ou no futuro (cria‐se uma dívida). Assim, a empresa tem um gasto na compra de bens (imo‐

bilizado), matéria‐prima, na produção etc. 

• Desembolso: é todo esforço financeiro associado ao pagamento (saída de dinheiro do caixa 

ou das contas bancárias), normalmente resultante da aquisição de um bem ou serviço. Em 

relação ao momento da  contabilização dos gastos, os desembolsos podem ocorrer antes 

(pagamento  antecipado),  no momento  (pagamento  à  vista)  ou  depois  da  ocorrência  dos 

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gastos (pagamento a prazo). Todo gasto, mais cedo ou mais tarde, se transformará num de‐

sembolso.  

• Custo: quando a matéria‐prima é adquirida, denominamos este primeiro estágio de Gasto; 

em seguida, ela é estocada no Ativo  (ativada). No  instante em que a matéria‐prima entra 

em produção  (produção em andamento), associando‐se a outros gastos de  fabricação, re‐

conhecemos a matéria‐prima e os outros gastos como Custo. Portanto, todos os gastos rela‐

tivos aos bens e serviços (recursos) consumidos na produção de outros bens são classifica‐

dos  como  custo: mão‐de‐obra,  energia  elétrica,  desgaste  das máquinas  utilizadas  para  a 

produção, embalagem etc. Assim, numa indústria, classifica‐se como custo todo o gasto de 

dentro da  fábrica, seja ele: matéria‐prima, mão‐de‐obra, desgaste de máquina, aluguel da 

fábrica, imposto predial da fábrica, salários e encargos dos vigilantes da fábrica etc. 

• Perda: é um gasto  involuntário, anormal ou extraordinário que não gera um novo bem ou 

serviço e tampouco geram receitas e são apropriados diretamente no resultado do período 

em que ocorrerem. Esses gastos não mantêm nenhuma relação com a operação da empre‐

sa e geralmente ocorrem de fatos não previstos. Exemplos: vazamento de materiais líquidos 

ou gasosos, material com prazo de validade vencido, enchentes,  inundações, sinistros,  in‐

cêndio, desfalque no caixa.  

• Despesa: é todo gasto relativo a bem ou serviço consumido direta ou  indiretamente para 

obtenção de receitas, manutenção da empresa e remuneração de capital de terceiros. É e‐

xatamente aqui que despesa se diferencia de perda, pois enquanto a primeira (despesa) re‐

presenta sacrifícios no sentido de obter receita, a segunda (perda) não gera receita. Por e‐

xemplo, no momento em que é gerada uma despesa de comissão de vendedores, há tam‐

bém uma receita, ou seja, venda de bens ou serviços resultante do trabalho dos vendedo‐

res. Uma perda com desfalque no caixa não provocou nenhuma receita, só subtração. 

• Investimento: é o gasto ativado em função de sua vida útil (máquinas, por exemplo) ou de 

benefícios atribuíveis a períodos futuros (impostos a recuperar). 

• Insumo:  é  uma  terminologia  específica  para  o  setor  produtivo  ou  industrial.  Significa  a 

combinação de fatores de produção (matérias‐primas, mão‐de‐obra, gastos gerais, energia, 

depreciação) necessários para a produção de determinada quantidade de bem ou serviço. 

• Centro de Custos: representa a menor unidade do processo produtivo de uma organização 

para a qual os custos são orçados ou apropriados e que tem características semelhantes pa‐

ra medição de desempenho e atribuição de responsabilidades. Um centro de custos pode 

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consistir de um ou mais  centros,  células ou estações de  trabalho,  tais  como: montagem, 

pintura, cromagem etc. 

• Centros de Despesas:  representam a menor unidade de acumulação de despesas,  sendo 

representada por homens, máquinas e equipamentos, de características semelhantes, que 

desenvolvem atividades homogêneas relacionadas com as atividades administrativas, finan‐

ceiras e comerciais: contabilidade, departamento de pessoal,  tesouraria,  faturamento, co‐

brança, vendas contas a receber etc. 

 

3) DIFERENÇA ENTRE DESPESA E ATIVO  

Quando ocorre um gasto que trará benefícios futuros para a empresa, denominamos este gasto 

de Ativo.  

Despesa é exatamente o contrário. Depois da sua ocorrência, não traz mais benefícios futuros 

para a empresa. A despesa com comissão de vendedores provocou uma receita, mas não trará 

mais benefício para a empresa. Daí afirmar‐se que despesa é um bem ou  serviço consumido 

para a obtenção de receita. 

Imagine uma senhora que vai num supermercado fazer compras de alimentos (Gasto). Chegan‐

do em sua casa, guarda essa compra na dispensa (Ativo). Quando ela prepara o alimento e a‐

pronta a mesa, ainda é Ativo, pois vai proporcionar benefícios futuros. Após ingerir o alimento, 

inicia‐se o processo de transformação de Ativo em Despesa nos estômagos de sua família. 

Assim, todas as vezes que um Ativo perde seu potencial de trazer benefícios futuros, seu valor é 

tirado do Ativo (baixado) e lançado como Despesa. 

 

4) DIFERENÇA ENTRE ATIVO E CUSTO  

Custo é a utilização de bens ou serviços na produção de outros bens ou serviços. Por exemplo, 

na  fabricação de uma cadeira, utilizam‐se vários bens que a empresa possui em seu estoque 

(madeira, prego, parafusos etc.) e serviços (mão‐de‐obra, serviços de terceiros etc.). 

No final, a cadeira está pronta para ser vendida, para trazer benefícios futuros, e por esse moti‐

vo deve ainda permanecer no Ativo. O termo custo é um gasto reconhecido só no momento do 

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uso dos fatores de produção (material, mão‐de‐obra etc.) para a fabricação de um produto ou 

serviço. 

Dessa forma, quando a empresa compra madeira, pregos etc., tem um gasto. Como este gasto 

ainda trará benefícios futuros é contabilizado no Ativo como Estoque de Material. No momento 

da fabricação da cadeira, os materiais são tirados do estoque e levados para a produção. Con‐

tabilmente, o valor dos materiais são tirados da conta Estoques e lançados num novo controle 

com o título de Custo de Produção. Aí começam entrar em cena os Custos: somamos ao valor 

do material a mão‐de‐obra, a depreciação das máquinas utilizadas na produção da cadeira, a 

energia elétrica consumida pelas máquinas, a manutenção das máquinas, enfim todos os gastos 

de produção. Se estivéssemos num final de mês e a mesa não estivesse pronta, o custo acumu‐

lado até o momento apareceria no Ativo como Estoque de Produtos em Andamento (em Elabo‐

ração). Ao  terminar a cadeira,  somam‐se  todos os custos de produção e contabiliza‐se como 

Estoque de Produtos Acabados no Ativo. 

Portanto, numa indústria, Custo é o gasto para se produzir um bem que contabilmente perma‐

nece no Ativo da empresa até sua venda. 

 5) CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS COM RELAÇÃO AOS PRODUTOS  Quanto à  forma de distribuição e apropriação aos produtos e  serviços, os gastos podem  ser 

classificados em Diretos ou Indiretos. 

 

5.1) Custos Diretos  

São aqueles que podem ser quantificados e identificados aos produtos ou serviços e valorizados 

com relativa facilidade. Dessa forma, não precisam de critérios de rateio para serem alocados 

aos produtos  fabricados ou serviços prestados,  já que são  facilmente  identificados. Os custos 

diretos, na grande maioria das indústrias, compõem‐se de materiais e mão‐de‐obra, conforme 

a seguir definido: 

• Materiais Diretos: matérias‐primas, materiais de embalagem, componentes e outros mate‐

riais necessários à produção, ao acabamento e à apresentação  final do produto acabado. 

No  caso de uma  fábrica de móveis, os materiais diretos  são, basicamente, a madeira, as 

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chapas de compensado, o couro etc., utilizados em cada um dos produtos fabricados, que 

podem ser sofás, cadeiras, mesas etc. 

• Mão‐de‐obra Direta: é o trabalho aplicado diretamente na confecção do produto, de suas 

partes ou seus componentes, ou na prestação de serviços. Nas empresas  industriais, esse 

tipo de  custo  está  sendo  gradativamente  substituído por máquinas. O  custo da mão‐de‐

obra compõe‐se dos salários, encargos sociais e provisões de férias e décimo terceiro salá‐

rio. No caso de uma fábrica de sapatos a mão‐de‐obra direta é composta dos gastos incorri‐

dos com salários e encargos dos funcionários que atuam diretamente no processo produti‐

vo e são responsáveis pelo corte do couro, pela montagem, pela costura e pelo acabamento 

de sapatos. 

Os custos diretos geralmente são facilmente identificados com os produtos. Os materiais dire‐

tos, por exemplo, são normalmente requisitados com a  identificação prévia de sua utilização. 

Em outras palavras, em geral, ao emitir a requisição do material para o almoxarifado, o respon‐

sável pela produção nela  já aponta o destino do material, ou seja, para qual produto acabado 

será utilizado, o que facilita sobremaneira a posterior apropriação do custo à produção especí‐

fica.  Além  disso,  o material  direto  geralmente  pode  ser  identificado  no  produto  acabado  e 

quantificado com precisão. 

A mão‐de‐obra direta, por  sua vez, pode  ser  identificada, por apontamentos, com o produto 

que está sendo fabricado, restando apenas à contabilidade de custos, de posse das informações 

relacionadas com a folha de pagamento e demais relatórios do departamento de pessoal, efe‐

tuar as devidas apropriações às diversas unidades produtivas. 

 5.2) Despesas Diretas  

Analogamente aos custos diretos, as despesas diretas são aquelas que podem ser quantificadas 

e apropriadas às receitas de vendas. Para cada bem vendido é possível identificar o custo incor‐

rido em sua aquisição ou produção, as comissões dos vendedores, as despesas de frete e segu‐

ro de transporte etc. 

 

5.3) Custos Indiretos  

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São aqueles que, por não perfeitamente identificados nos produtos ou serviços, não podem ser 

apropriados de forma direta para as unidades específicas, ordens de serviço ou produto, servi‐

ços executados etc. Necessitam, portanto, da utilização de algum critério para rateio para sua 

alocação. Exemplos de custos  indiretos: mão‐de‐obra  indireta, materiais  indiretos, outros cus‐

tos indiretos. 

 • Mão‐de‐obra  Indireta: é representada pelo trabalho realizado nos departamentos auxilia‐

res das  indústrias ou prestadoras de serviços e que não são mensuráveis em nenhum pro‐

duto  ou  serviço  executado.  Exemplos:  gastos  com  pessoal  responsável  pela manutenção 

dos equipamentos, pelo planejamento e controle da produção, pela supervisão da produ‐

ção dos diversos produtos etc. 

• Materiais  Indiretos:  são materiais  empregados  nas  atividades  auxiliares  de  produção  ou 

cujo relacionamento com o produto é  irrelevante. Exemplos: graxas e  lubrificantes utiliza‐

dos na manutenção e limpeza de máquinas, lixas e parafusos de pequenos valores utilizados 

na produção de móveis etc. 

• Outros Custos Indiretos: são aqueles que dizem respeito à existência do setor fabril, como 

depreciação das máquinas e dos equipamentos, valor dos materiais consumidos nas manu‐

tenções, seguro contra incêndio, transporte e refeições da mão‐de‐obra etc. 

 

5.4)  Despesas Indiretas  

São  aqueles  gastos que não podem  ser  identificados  com precisão  com  as  receitas  geradas. 

Geralmente  são  considerados  como despesas do período  e não  são distribuídos por  tipo de 

receita. Por exemplo, despesas administrativas, despesas  financeiras e despesas com  imposto 

de renda e contribuição social 

 

6) CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS COM RELAÇÃO AO VOLUME DE PRO‐DUÇÃO 

 Quanto ao comportamento dos gastos em relação às variações no volume da produção e das 

vendas, os gastos classificam‐se em: custos e despesas fixos, custos e despesas variáveis. 

 

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6.1) Custos Fixos  São aqueles que permanecem constantes dentro de determinada capacidade  instalada,  inde‐

pendentemente do volume de produção. Em outras palavras, uma alteração no volume de pro‐

dução para mais ou para menos não altera o valor total dos custos  fixos. Exemplos de custos 

fixos: 

 

• Salários e encargos sociais das chefias dos departamentos e setores produtivos: normal‐

mente, existe determinado número de chefes e encarregados da produção que se mantém 

inalterado independentemente do volume de unidades produzidas no período. 

• Salários e encargos  sociais do pessoal da  segurança: as  fábricas  contratam pessoal para 

exercer as atividades de segurança dos ativos da empresa e das pessoas envolvidas nos di‐

versos processos  industriais. Normalmente, tais funcionários exercem suas funções 24 ho‐

ras por dia, incluindo feriados e finais de semana, principalmente nos locais mais sujeitos a 

acidentes. Tais gastos com segurança também independem do volume de produção. 

• Aluguel do prédio e/ou das máquinas produtivas: o montante dos  gastos  com  aluguem 

geralmente  é  fixo,  por mês.  Portanto,  havendo  ou  não  produção  no  período,  o mesmo 

montante será pago para aluguel do ativo utilizado na atividade produtiva. 

• Depreciação do prédio e/ou das máquinas: os ativos de propriedade da empresa perdem 

valor ao  longo do tempo. Essa perda de valor é chamada de depreciação, que é o registro 

contábil do desgaste das máquinas e dos demais bens do ativo utilizados na produção. A 

depreciação é custo fixo quando apropriada pelo método linear. 

 Os custos fixos têm as seguintes principais características: 

 • O valor total permanece constante dentro de determinado  intervalo de volume de produ‐

ção; 

• O valor por unidade produzida varia à medida que ocorre variação no volume de produção, 

por se tratar de um valor fixo total diluído por uma quantidade maior ou menor de produ‐

ção; 

• Sua alocação para os departamentos ou centros de custos necessita, na maioria das vezes, 

de critérios de rateios determinados pela administração; 

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Exemplos de custos fixos totais e unitários em determinado mês: 

 Custos fixos de um período – total 

Volume hipotético de produção 

Custos fixos por unidade 

R$ 120.000  12.000 unidades  R$ 10 R$ 120.000  15.000 unidades  R$   8 R$ 120.000  20.000 unidades  R$   6 

 Para os economistas, esse decréscimo no  custo  fixo unitário,  com o aumento do  volume de 

produção, é conhecido como “economia de escala”, um conceito muito  importante para a ad‐

ministração das empresas. 

 

Produzindo em grande escala, podem aproveitar ao máximo a capacidade instalada da fábrica e 

reduzir os custos de produção, conforme gráfico a seguir: 

 

 

Os custos fixos estão relacionados com os custos indiretos por não guardarem proporção com 

as quantidades dos produtos fabricados. 

 

6.2) Despesas Fixas  

São aquelas que permanecem constantes dentro de determinada faixa de atividades geradoras 

de receitas, independentemente do volume de vendas ou de prestação de serviços. Dessa ma‐

neira, uma alteração no volume de receitas para mais ou para menos não altera o valor total da 

despesa, como, por exemplo: honorários,  salários e encargos  sociais dos diretores,  salários e 

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encargos sociais dos funcionários administrativos, despesas financeiras, despesas com aluguéis, 

seguros etc. 

 As despesas  fixas  têm características semelhantes às apresentadas anteriormente em relação 

aos custos fixos. 

 6.3) Custos Variáveis   São aqueles que mantêm uma relação direta com o volume de produção ou serviço e, conse‐

qüentemente, podem ser identificados com os produtos. Dessa maneira, o total dos custos va‐

riáveis cresce à medida que o volume de atividades da empresa aumenta. Na maioria das vezes, 

esse crescimento no total evolui na mesma proporção do acréscimo no volume produzido. Por 

exemplo:  

 • Matéria‐prima: em muitas empresas, a matéria‐prima é o único componente de custo que 

varia proporcionalmente ao volume de produção. Por exemplo, se uma  indústria consome 

um metro quadrado de couro para produzir um par de sapatos, teremos o seguinte custo 

de material direto: 

 Produção  do período 

Consumo de couro por unidade 

Consumo total de Couro 

1.000 pares  1 metro  1.000 metros 1.200 pares  1 metro  1.200 metros 1.500 pares  1 metro  1.500 metros 

 • Mão‐de‐obra Direta: essa é a mão‐de‐obra do pessoal que trabalha diretamente no proces‐

so produtivo. Por exemplo, numa fábrica de sapatos, o tempo de processamento das várias 

fases produtivas, como corte de couro, montagem do sapato, costura, acabamento etc. será 

o mesmo por unidade e, no total, variará de acordo com o volume de produção. 

 Os custos variáveis têm as seguintes características: 

 • Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção; 

• O valor é constante por unidade, independentemente da quantidade produzida; 

• A alocação aos produtos ou centros de custos é normalmente  feita de  forma direta, sem 

necessidade de utilização de critérios de rateios. 

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Os custos variáveis podem ser representados graficamente como segue: 

 

 

 Os Custos Variáveis possuem relação com os Custos Diretos. 

 6.4) Despesas Variáveis   Analogamente aos  custos variáveis, as despesas variáveis  são aquelas que variam proporcio‐

nalmente às variações no volume de receitas. Exemplos: as comissões dos vendedores sobre as 

vendas e os serviços, os gastos com os  fretes para entrega dos produtos vendidos, os gastos 

com o faturamento e as cobranças das vendas a prazo. 

 

Essas despesas podem ser  identificadas com as receitas geradoras e facilmente quantificadas. 

As despesas variáveis têm as mesmas características dos custos variáveis. 

 

7) CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS COM RELAÇÃO À OCORRÊNCIA  7.1) Custos Básicos (CB)  Custos Básicos (ou custo primário) de um objeto de custeio são os custos que estão relaciona‐dos exclusivamente com o consumo de matérias‐primas  (MP) ou dos  insumos. Considerando uma empresa cuja principal atividade seja a fabricação de produtos industrializados (indústria), a matéria‐prima corresponde ao custo básico, porque se não houver matéria‐prima a ser trans‐formada, não haverá produto acabado.   

Algebricamente, CB = EIMP + Compras – EFMP 

 

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Controladoria II  Prof. Moreira 

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Em que EIMP = estoque inicial de matéria‐prima e EFMP = estoque final de matéria‐prima. 

 Estoque de  

Matéria‐prima   Estoque de  

Produtos em Processo EI MP      EI PP   

MP Comprada  MP Consumida    MP Consumida   

EF MP      MOD   

  

  GGF Produtos  Fabricados 

      EF PP   

7.2) Custos de Transformação (CTr)  Custos de Transformação (CTr) de um objeto de custeio são os custos relacionados à fabricação, exceto custos de matéria‐prima. É tudo aquilo em que a indústria incorre na transformação da matéria‐prima em produto acabado. São exemplos a mão‐de‐obra direta e os gastos gerais de fabricação (gastos indiretos) tais como: aluguel do parque fabril, energia, mão‐de‐obra indireta etc. 

Algebricamente, CTr = MOD + GGF  

Em que MOD = mão‐de‐obra direta e GGF = gastos gerais de fabricação 

Estoque de  Produtos em Processo 

EI PP   MP Consumida   

MOD   

GGF  Produtos Fabricados

EF PP   

 7.3) Custo Fabril (CFa)  Custos de Fabricação ou Custo Fabril (CFa) correspondem ao somatório de todos os custos  in‐corridos pela indústria em um dado período, isto é, o somatório dos custos básicos com os cus‐tos de transformação. Em outras palavras, é o somatório dos gastos relativos à matéria‐prima consumida, à mão‐de‐obra direta e aos gastos gerais de fabricação incorridos no período, inde‐pendentemente da variação de estoque de produtos acabados. 

Algebricamente, CFa = CB + CTr  

Requisição pelo Parque Fabril

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Estoque de  

Produtos em Processo EI PP   

MP Consumida   

MOD   

GGF  Produtos Fabricados

EF PP     7.4) Custo dos Produtos Fabricados (CPF)  Custo dos produtos  fabricados  correspondem ao  custo  fabril  (CFa) ajustado pela variação de estoque de produtos em elaboração. É o custo alocado aos produtos que foram terminados no período, independentemente de terem sido iniciados em outro período.  Desta forma, o custo dos produtos fabricados (CPF) é o custo fabril (CFa) mais o estoque inicial de produtos em processo (EIPP), menos o estoque final de produtos em processo (EFPP), ou seja, corresponde ao valor dos produtos que ficaram prontos no período e disponíveis para comerci‐alização ou para armazenamento e posterior venda.  

Algebricamente, CPF = EIPP + CFa – EFPP   Em que EIPP = estoque  inicial de produtos em processo e EFPP = estoque final de produtos em processo.   

Estoque de  Produtos em Processo 

 Estoque de  

Produtos Acabados EI PP      EI PA   

MP Consumida  Produtos  Fabricados 

  Produtos  Fabricados 

CPV MOD     

GGF    EF PA   

EF PP          7.5) Custo dos Produtos Vendidos (CPV)  Custo dos Produtos Vendidos corresponde aos custos dos produtos que foram vendidos no pe‐ríodo, ou  seja,  correspondem aos  custos dos produtos  fabricados ajustados pela variação de estoque de produtos acabados. É o custo dos produtos fabricados (CPF) mais o estoque inicial de produtos acabados (EIPA), menos o estoque final de produtos acabados (EFPA). Corresponde ao valor da baixa pela transferência da propriedade dos produtos que foram vendidos no perí‐odo (valor da despesa que será confrontado com a receita de vendas para se calcular o Lucro Bruto). 

Envio ao Setor de Expedição

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Algebricamente, CPV = EIPA + CPF – EFPA   

Estoque de  Produtos Acabados 

EI PA   Produtos Fabricados  CPV 

EF PA   

 8) MÉTODOS DE CUSTEIO  Existem dois principais métodos de custeio da produção de bens e serviços. Tais métodos ou critérios para apropriação dos diversos custos aos bens e serviços são:  

• Custeio por Absorção • Custeio Variável 

 8.1) Método do Custeio por Absorção  Também denominado de custeio funcional ou custeio tradicional ou full cost, é o critério utili‐zado para fins de evidenciação  legal do resultado,  isto é, utilizado para fins societários (pagar dividendos) e  fiscais  (pagar  imposto de  renda e contribuição  social). É adotado para  tais  fins pois  elimina  grande  parte  da  discricionariedade  do  gestor  na  composição  da  informação  de custo, aumentando o controle dos agentes externos à firma sobre o impacto da informação de custo nos resultados contábeis. Possui as seguintes características:  a) Atende às exigências societárias e fiscais, além de estar de acordo com os princípios e nor‐

mas de contabilidade e com as normas da legislação tributária; b) Consiste em alocar aos produtos todos os custos  incorridos no processo de fabricação, se‐

jam eles diretos ou indiretos, fixos ou variáveis; c) As despesas de vendas – administrativas e outras – não  incorporam o  custo do produto, 

sendo registradas diretamente no resultado do período; d) Todos os  custos  são alocados aos produtos,  sendo apropriados ao  resultado  somente no 

momento da venda dos respectivos produtos; e) A apuração do custo de produção deve dar‐se somente após rateio dos custos indiretos; f) Os custos fixos totais independem de oscilações do volume fabricado   “No custeio por absorção, todos os custos de produção são alocados aos bens ou serviços 

produzidos, o que compreende todos os custos variáveis, fixos, diretos ou indiretos. Os custos diretos, por meio da apropriação direta, enquanto os custos indiretos, por meio de sua atri‐

buição com base em critérios de rateio.”

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8.2) Método do Custeio Variável  Pela própria natureza dos custos fixos (invariabilidade no todo e variação por unidade), e por proporcionar valores de lucro não muito úteis para fins decisórios, criou‐se um critério alterna‐tivo ao custeio por absorção. Trata‐se do custeio variável, também denominado custeio geren‐cial e custeio por contribuição, no qual  só  são agregados aos produtos  seus custos variáveis, considerando‐se os custos fixos como se fossem despesas, imediatamente no resultado.  Nas demonstrações contábeis à base do custeio variável, obtém‐se um lucro (Margem de Con‐tribuição) que acompanha sempre a direção das vendas, o que não ocorre com o custeio por absorção. Por contrariar os princípios de reconhecimento da receita e da confrontação de des‐pesas (regime de competência), o custeio variável não é válido para demonstrações contábeis de uso externo, deixando de ser aceito tanto pela Auditoria Externa quando pelo Fisco.   Desvantagens do custeio por absorção que justificam a adoção do custeio variável:  

• Custos indiretos e fixos dificultam a tomada de decisões; • Custos indiretos e fixos são apropriados aos produtos por meio de um critério de rateio 

arbitrariamente; 

Receita 

( – ) CPV 

Lucro Bruto 

( – ) Despesas Operacionais 

Lucro Operacional 

CUSTOS DOS RECURSOS (Materiais, Salários, Encar-gos, Energia, Depreciação)

CUSTOS INDIRETOS (Supervisão, Aluguel, Mate-riais Auxiliares, Energia, Depreciação)

CUSTOS DIRETOS (Materiais Diretos, Mão-de-obra Direta)

OBJETOS DE CUSTEIO (Bens e Serviços)

Critérios de Rateio 

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• Difícil utilização em projeções orçamentárias e análises de viabilidade de projetos.  Vantagens do Custeio Variável:  

• Os custos dos produtos são mensuráveis objetivamente, pois não sofrerão processos ar‐bitrários ou subjetivos de distribuição dos custos fixos; 

• O  lucro  líquido não é afetado por mudanças de  incremento ou diminuição de  inventá‐rios; 

• Os dados necessários para a análise das  relações custo‐volume‐lucro são  rapidamente obtidos do sistema de informação contábil, baseado no custeio variável; 

• O custeio variável possibilita mais clareza no planejamento do lucro e na tomada de de‐cisões. 

 Desvantagens do Custeio Variável:  

• A exclusão dos custos fixos para valorização dos estoques causa sua subavaliação, fere os princípios contábeis e altera o resultado do período; 

• Na prática a separação entre custos fixos e variáveis não é tão clara como parece, pois existem custos híbridos (semivariáveis e semifixos), podendo o custeio variável incorrer em problemas semelhantes de identificação dos elementos de custeio; 

• Custeio variável é um conceito de custeamento e análise de custos para decisões de cur‐to prazo, mas subestima os custos fixos, que são ligados à capacidade de produção e de planejamento de  longo prazo, podendo  trazer problemas de continuidade para a em‐presa. 

 

      

Receita ( – ) Custos Variáveis dos Produtos Vendidos 

( – ) Despesas Variáveis 

Margem de Contribuição 

( – ) Custos Fixos do Período 

( – ) Despesas Fixas 

Lucro Operacional 

CUSTOS DOS RECURSOS (Materiais, Salários, Encar-gos, Energia, Depreciação)

CUSTOS FIXOS (Supervisão, Aluguel, Mate-riais Auxiliares, Energia, Depreciação)

CUSTOS VARIÁVEIS (Materiais Diretos, Mão-de-obra Direta)