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1 SANEAMENTO AMBIENTAL Curso de Técnico Segurança do Trabalho Saneamento Ambiental PROFª. ELEONORA FARINA SARTORI

Apostila minha saneamento ambiental atualizada

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1 SANEAMENTO AMBIENTAL

Curso de Técnico Segurança do Trabalho

Saneamento Ambiental

PROFª. ELEONORA FARINA SARTORI

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ÍNDICE 1. Introdução ao Saneamento Ambiente ---------------------------------------------------- 05 1.1 - Saúde Pública e Saneamento Ambiental ---------------------------------------------- 05 1.2- Introdução ao Saneamento Ambiental ------------------------------------------------ 05 1.3 Criação da lei Nacional de Saneamento no Brasil ------------------------------------- 06 1.4 Saúde e Saneamento Básico -------------------------------------------------------------- 06 1.5 Saneamento Básico: Cenário Brasileiro ------------------------------------------------- 07 1.6 Efeitos Positivos do saneamento Básico ------------------------------------------------ 07 1.7 Saúde, Saneamento e o Meio Ambiente------------------------------------------------ 08 1.8 Conceitos ------------------------------------------------------------------------------------ 09 1.8.1 Saneamento ambiental ----------------------------------------------------------------- 09 1.8.2 Salubridade ambiental ------------------------------------------------------------------ 09 1.8.3 Educação ambiental ---------------------------------------------------------------------- 09 1.8.4 Gestão ambiental------------------------------------------------------------------------- 10 1.8.5 Lei de crimes ambientais ---------------------------------------------------------------- 10 2.0 Introdução a Gestão Ambiental ---------------------------------------------------------- 11 2.1Um Enfoque sobre Gestão Ambiental---------------------------------------------------- 11 2.2 Desenvolvimento em relação ao Meio Ambiente ------------------------------------- 12 2.3 Os Dez passos necessários para a excelência ambiental ----------------------------- 13 2.4 Benefícios da Gestão ambiental ---------------------------------------------------------- 14 2.5 Gestão ambiental- O Novo paradigma -------------------------------------------------- 14 3. Conceitos de Ecologia ----------------------------------------------------------------------- 15 3.1 Os componentes estruturais de um ecossistema ------------------------------------- 15 3.2 Ecologia Humana --------------------------------------------------------------------------- 16 3.3 Unidades Ecológicas ----------------------------------------------------------------------- 16 4. Poluição Ambiental ------------------------------------------------------------------------- 17 4.1 Definições ----------------------------------------------------------------------------------- 17 4.1.1 Perspectiva ecológica ------------------------------------------------------------------- 17 4.1.2 CONAMA ---------------------------------------------------------------------------------- 17 4.3 Contaminação ------------------------------------------------------------------------------ 18 5. Água de Abastecimento Humano --------------------------------------------------------- 18 5.1 Ciclo Hidrológico --------------------------------------------------------------------------- 18 5.2 Qualidade da água ------------------------------------------------------------------------- 20 5.3 Propriedades e Características da Água ------------------------------------------------- 20 5.4 Abastecimento de água ------------------------------------------------------------------- 21 5.5 Um sistema de abastecimento de água é composto das seguintes unidades: --- 22 5.5 Importância sanitária e social ------------------------------------------------------------ 23 5.6 Importância econômica ------------------------------------------------------------------- 23 5.7 Doenças relacionadas com a água ------------------------------------------------------- 23 5.8 Padrões de potabilidade ------------------------------------------------------------------ 23 5.9 Classificação das Águas -------------------------------------------------------------------- 25 5.10 Classificação Das Águas Naturais Segundo Sua Qualidade ------------------------- 27 5.11 Usos da água ------------------------------------------------------------------------------- 28 5.12 Fontes de Poluição ----------------------------------------------------------------------- 28 5.13 Técnicas de Controle de Poluição ------------------------------------------------------ 28 5.14 Tratamento de Água para Abastecimento -------------------------------------------- 28 6. Esgoto Sanitário ------------------------------------------------------------------------------ 29 6.1 Importância sanitária ---------------------------------------------------------------------- 30 6.2 Importância econômica ------------------------------------------------------------------- 30 6.3 Esgotos domésticos ------------------------------------------------------------------------ 30 6.4 Características das Excretas --------------------------------------------------------------- 30

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6.5 Características dos esgotos --------------------------------------------------------------- 31 6.5.1 Características físicas -------------------------------------------------------------------- 31 6.5.2 Características químicas ----------------------------------------------------------------- 31 6.5.3 Características biológicas --------------------------------------------------------------- 32 6.6 Doenças relacionadas com os esgotos -------------------------------------------------- 32 6.7 Modos de transmissão -------------------------------------------------------------------- 32 6.8 Geração de Esgoto ------------------------------------------------------------------------- 33 6.9 Tipos De Processos De Tratamentos ---------------------------------------------------- 33 6.9.1 Processos Físicos ------------------------------------------------------------------------- 34 6.9.2 Processos Químicos ---------------------------------------------------------------------- 36 6.9.3 Processos Biológicos -------------------------------------------------------------------- 36 6.10 Classificação Dos Sistemas De Tratamento ------------------------------------------- 37 6.11 Benefícios do Tratamento de Esgoto --------------------------------------------------- 38 7. Gestão de Resíduos Sólidos ---------------------------------------------------------------- 38 7.1 Classificação dos Resíduos Sólidos, quanto à sua origem: --------------------------- 38 7.2- ABTN ----------------------------------------------------------------------------------------- 39 7.3 Classificação quanto à composição química -------------------------------------------- 39 7.4 Classificação quanto a Umidade --------------------------------------------------------- 39 7.5 Características físicas ---------------------------------------------------------------------- 39 7.6 Características químicas ------------------------------------------------------------------- 40 7.7 Características biológicas ----------------------------------------------------------------- 40 7.8 Importância sanitária dos resíduos sólidos --------------------------------------------- 40 7.9 Importância econômica dos resíduos sólidos ------------------------------------------ 41 7.10 Fatores que influenciam a produção de Lixo------------------------------------------ 41 7.11 Acondicionamento, Coleta e Transporte dos Resíduos Sólidos ------------------- 41 7.11.1 Acondicionamento nas fontes produtoras ----------------------------------------- 41 7.11.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos ------------------------------------------ 42 7.11.3 Equipamentos de coleta e transporte ----------------------------------------------- 43 7.12 Limpeza pública --------------------------------------------------------------------------- 43 7.13 Capinagem --------------------------------------------------------------------------------- 43 7.14 Redução, Reutilização e Reciclagem --------------------------------------------------- 43 7.15 Coleta seletiva ---------------------------------------------------------------------------- 44 7.17 Tratamento e Disposição final de Resíduos Sólidos --------------------------------- 44 8. O Ar e A Atmosfera -------------------------------------------------------------------------- 45 8.1 Níveis de Referência de Poluentes na Atmosfera ------------------------------------ 46 8.2 Poluição do ar e suas fontes -------------------------------------------------------------- 46 8.3 Classificação dos poluentes -------------------------------------------------------------- 49 8.4 Poluição do ar em diferentes escalas espaciais --------------------------------------- 49 8.5 Poluição local ------------------------------------------------------------------------------- 50 8.6 Medidas de Controle da Poluição do Ar ------------------------------------------------ 52 8.7 Classificação dos Equipamentos de Controle de Poluição do Ar -------------------- 53 9. O Solo ------------------------------------------------------------------------------------------ 53 9.1 Propriedades e características do solo -------------------------------------------------- 54 9.2 Os componentes do solo ------------------------------------------------------------------ 54 9.3 Poluição do Solo ---------------------------------------------------------------------------- 54 9.4 Poluição do solo rural --------------------------------------------------------------------- 55 9.5 Poluição do solo urbano ------------------------------------------------------------------ 56 9.6 Mecanismos de Controle da Poluição do Solo ----------------------------------------- 56 10. Agrotóxicos e Fertilizantes --------------------------------------------------------------- 56 10.2 Agrotóxicos -------------------------------------------------------------------------------- 56 10.2.1 Impactos do Uso de Agrotóxicos à Saúde do Trabalhador e Suas Causas -------------------------------------------------------------------------------------------- 56

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10.2.2 Medidas de controle e níveis de intervenção -------------------------------------- 57 11. Biologia e Controle de Artrópodes ------------------------------------------------------ 58 11.1. Importância sanitária -------------------------------------------------------------------- 58 11.2 Importância econômica ------------------------------------------------------------------ 58 11.3 insetos de interesse sanitário ---------------------------------------------------------- 58 11.4 Doenças Transmitidas por Insetos ----------------------------------------------------- 58 11.5 Medidas de Controle de Insetos ------------------------------------------------------- 58 12. Manejo integrado de roedores urbanos ------------------------------------------------ 59 12.1 Técnicas de Controle de Roedores ----------------------------------------------------- 60 13. ISO 14000 ------------------------------------------------------------------------------------ 60 14. ISO 18000 ------------------------------------------------------------------------------------ 60

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1. Introdução ao Saneamento Ambiental 1.1 - Saúde Pública e Saneamento Ambiental De acordo com a OMS, Saúde Pública é a arte de evitar doenças, prolongando a vida e promovendo a saúde e eficiência através de esforços promovidos pela comunidade. O conceito de Saúde está diretamente relacionado ao conceito de Vida e indiretamente ao de Doença. A doença, do ponto de vista do saneamento ambiental, é o resultado de um desajustamento que surge quando não há uma adaptação do indivíduo ao ambiente. A prática da Saúde Pública e do Saneamento Ambiental deve envolver um grande número de profissionais de diferentes áreas do conhecimento atuando tanto de forma coletiva como individual: a primeira relaciona-se com o ambiente físico e com a comunidade, consistindo no controle de doenças epidêmicas e na higiene sanitária das comunidades; a segunda tem como objeto o indivíduo e se faz através da medicina preventiva, campanhas publicitárias de informação de informação e prevenção de meios e métodos de prevenção de enfermidade s, campanhas de vacinação, medicina familiar, etc.

1.2 - Introdução ao Saneamento Ambiental Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento pode ser entendido como o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. Neste enfoque, o saneamento tem por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que interferem na saúde da população, pode -se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental. Também é fator essencial para saúde, e conomia e produção de um país. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas - ONU (2008), A população mundial ultrapassa a marca impressionante de mais de 6 bilhões de habitantes. Destes, 2,6 bilhões, ou seja, 40% não têm acesso à rede de coleta de tratamento de esgotos. São 200 milhões de toneladas de dejetos humanos lançados anualmente em nossos rios e lagos. Como consequência, a cada 20 segundos uma criança morre em função de doenças como (diarreia, cólera, tifo, etc.). Isto significa 1,5 milhões de mortes de crianças a cada ano. O saneamento básico, considerado uma das mais importantes Metas do Milênio, ainda inexiste para uma parcela significativa da população mundial. No caso específico do Brasil, país de destaque no cenário econômico mundi al ainda não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir saneamento básico a sua população. Hoje de acordo com os dados da Fundação Getúlio Vargas 53% dos brasileiros não tem acesso á rede geral de esgoto. Isso possibilita afirmar que apesar de ter evoluído muito nos últimos anos, o país ainda tem sérios problemas de saúde pública em virtude da falta de saneamento. Crianças morrem, e muitas são hospitalizadas com doenças ocasionadas pela falta desse recurso. Neste aspecto, permite-se assegurar que a questão do saneamento básico é uma problemática urbana e ambiental, como um dos piores serviços públicos no País. Somente 20% dos esgotos produzidos no Brasil são tratados, o que significa que os demais 80% vão parar em rios, lagos, mares e mananciais. Além disso, só um em cada três brasileiros, conta com coleta e tratamento de esgoto simultaneamente. A partir desse contexto, saneamento no Brasil é um problema de saúde pública de grande destaque para a população e que na maioria das vezes

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não é dada a real importância e passa, por consequência, despercebido, apesar da sua relevância para a saúde do homem e do meio ambiente.

1.3 CRIAÇÃO DA LEI NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL

No Brasil, o saneamento básico ingressou efetivamente na agenda de preferência dentre as políticas públicas do país. A ampliação da oferta de recursos para investimentos e a criação de um ambiente legal e jurídico para o setor asseguram este novo ciclo. Os últimos anos assinalaram aumento significativo dos recursos para investimentos em saneamento básico. A Lei 11.445 vem preencher uma lacuna na legislação específica para o setor. Sancionada em 5 de janeiro de 2007, estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. Com a finalidade de atrair mais investimentos públicos e privados, e acelerar o acesso à água e à coleta de esgoto no país, a Lei nº. 11.445/07 é definida como o marco regulatório do Saneamento Básico no Brasil; estabelece a universalização dos serviços de abastecimento de água, rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, além da coleta de lixo para garantir a saúde da população brasileira.

1.4 SAÚDE E SANEAMENTO BÁSICO

O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte do pressuposto de que um dos mais importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais. O conceito de saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não restringe ao problema sanitário ao âmbito das doenças. Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É este o propósito da promoção da saúde, que constitui o elemento principal da proposta da Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Dados divulgados recentemente pela ONG Planeta Sustentável (2008) afirma que: 80% de todas as moléstias e mais de um terço dos óbitos dos países em desenvolvimento sejam causados pelo consumo de água contaminada e, em média, até um décimo do tempo produtivo de cada pessoa se perde devido a doenças relacionadas à água, especialmente, em virtude da falta de saneamento básico. E que as doenças relacionadas à água estão entre as causas mais comuns de morte no mundo e afetam, especialmente, países em desenvolvimento. O saneamento básico é um dos principais indicadores da qualidade de vida e do desenvolvimento econômico e social de uma cidade. Todas as esferas, são responsáveis pelo saneamento, são ações essenciais para o bem-estar da população e têm forte impacto sobre a vida do ser humano. As doenças oriundas da falta de saneamento básico são decorrentes tanto da quantidade como da qualidade das águas de abastecimento, do afastamento e destinação adequada dos esgotos sanitários, do afastamento e destinação adequada dos resíduos sólidos, da ausência de uma drenagem adequada para as água pluviais e principalmente pela falta de uma educação sanitária. Para que a educação sanitária seja efetiva é necessário que o indivíduo aceite a informação e o conhecimento e integre este conhecimento em sua vida.

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O objetivo da educação em saúde é ajudar as pessoas na preservação e promoção de saúde através de medidas pessoais e coletivas, desenvolvendo hábitos saudáveis quando a higiene, habitação, alimentação, prática desportiva, ao trabalho, ao lazer, postura e exercício, permitindo-lhes a sua utilização imediata e futura no sentido de preservar a saúde de todos, desenvolvendo também no individuo a atitude correta quanto as suas responsabilidades na conservação da própria saúde, da sua família e da comunidade em que vive.

1.5 - SANEAMENTO BÁSICO: CENÁRIO BRASILEIRO Na recente pesquisa divulgada pelo IBGE (2008) afirmou-se que o saneamento básico melhorou nos últimos anos, mas que, 1 em cada 4 domicílios ainda não tem rede de esgoto.

Cerca de 230 mil pessoas morrem todo ano no Brasil por exposição a fatores de risco ambiental, como poluição, água não tratada e grandes estruturas urbanas. Neste enfoque, Significa dizer que 19% de todas as mortes no país poderiam ser evitadas se fossem adotadas políticas públicas eficientes na área de saneamento básico. A falta de saneamento básico é uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil causado por doenças parasitárias, e doenças infecciosas. Males que geralmente se proliferam em áreas sem coleta e tratamento de esgoto. No que se refere ao sistema de saúde pública, em torno de 700 mil internações anuais foram causadas por doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento básico somente na última década. Conforme dados da ONU (2006) entre 2000 e 2004 no Brasil, morreram por diarreia aproximadamente 26 mil pessoas, principalmente crianças entre zero e cinco anos. O simples ato de lavar as mãos reduz a incidência de diarreia e de infecções hospitalares. No entanto, é difícil manter as mãos limpas se a casa sequer dispõe de uma torneira com água limpa.

1.6 EFEITOS POSITIVOS DO SANEAMENTO BÁSICO

Melhoria da Saúde da População e redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças, uma vez que grande parte delas está relacionada com a falta de uma solução adequada de esgoto sanitário;

Diminuição dos custos de tratamento da água para abastecimento (que seriam ocasionados pela poluição dos mananciais);

Melhoria do potencial produtivo das pessoas;

Dinamização da economia e geração de empregos;

Eliminação da poluição estético-visual e desenvolvimento do turismo; Eliminação de barreiras não-tarifárias para os produtos exportáveis das empresas

locais;

Conservação ambiental;

Melhoria da imagem institucional; Valorização dos imóveis residenciais e comerciais;

Viabilização da “abertura” de novos negócios nos bairros beneficiados, que passam a reunir requisitos básicos para certos tipos de empreendimento;

Crescimento de negócios já instalados; Crescimento da atividade de construção civil para atender ao aumento da procura por

imóveis residenciais e comerciais num bairro mais “saudável”;

Criação de novos empregos a partir da dinamização da construção civil, da abertura de novos negócios ou do crescimento daqueles já existentes;

Aumento da arrecadação municipal de tributos

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1.7 - Saúde, Saneamento e o Meio Ambiente

O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das ações de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte-se do pressuposto de que um dos mais importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais. O conceito de saúde deve ser entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não restringe o problema sanitário ao âmbito das doenças. Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É este o propósito da promoção da saúde, que constitui o elemento principal das propostas da Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde pressupõe a superação dos entraves tecnológicos políticos e gerenciais que têm dificultado a extensão dos benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e localidades de pequeno porte. As maiorias dos problemas sanitários que afetam a população mundial estão intrinsecamente relacionadas com o meio ambiente. Um exemplo disso é a diarréia que com mais de quatro bilhões de casos por ano, é a doença que aflige a humanidade. Entre as causas dessa doença destacam-se as condições inadequadas de saneamento. Mais de um bilhão dos habitantes da Terra não têm acesso a habitação segura e a serviços básicos, embora todo ser humano tenha direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza. No Brasil as doenças resultantes da falta ou inadequação de saneamento, especialmente em áreas pobres, têm agravado o quadro epidemiológico. Males como cólera, dengue, esquistossomose e leptospirose são exemplos disso. Atualmente, cerca de 90% da população urbana brasileira é atendida com água potável e 60% com redes coletoras de esgotos. O déficit, ainda existente, está localizado, basicamente, nos bolsões de pobreza, ou seja, nas favelas, nas periferias das cidades, na zona rural e no interior. Investir em saneamento é a única forma de se reverter o quadro existente.Dados divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que para cada R$1,00 (hum real) investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) na área de medicina curativa. Entretanto, é preciso que se veja o outro lado da moeda, pois o homem não pode ver a natureza como uma fonte inesgotável de recursos, que pode ser predada em ritmo ascendente para bancar necessidades de consumo que poderiam ser atendidas de maneira racional, evitando a devastação da fauna, da flora, da água e de fontes preciosas de matérias-primas. Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu hábitat numa relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a todos sem transformar as áreas agricultáveis em futuros desertos. Para isso é necessário que se construa um novo modelo de desenvolvimento em que se harmonizem a melhoria da qualidade de vida das suas populações, a preservação do meio ambiente e a busca de soluções criativas para atender aos anseios de seus cidadãos de ter acesso a certos confortos da sociedade moderna.

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Meio Ambiente É o conjunto de condições, leis, influências, alterações e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (art. 3º, inciso I, da Lei nº 6.938/81). Partindo-se deste conceito, pode-se dividir o meio ambiente em (art. 200, VIII, da CF):

Meio ambiente natural: Água; Ar; Solo; Fauna; e Flora. Meio ambiente artificial – integra os edifícios, equipamentos urbanos, comunitários,

arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca e instalação científica ou similar;

Meio ambiente do trabalho – integra a proteção do trabalhador em seu local de trabalho e dentro das normas de segurança, bem como fornecendo-lhe uma qualidade de vida digna.

1.8 CONCEITOS 1.8.1 Saneamento ambiental É o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar Salubridade Ambiental, por meio de abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e demais serviços e obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural. 1.8.2 Salubridade ambiental É o estado de higidez em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculada pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições mesológicas favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar. 1.8.3 Educação ambiental A Conferência de Estocolmo – 1972 levou a UNESCO e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) a criarem, no ano de 1975 em Belgrado, o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA). Em cumprimento à Recomendação 96 dessa Conferência realizou-se, em 1977, em Tbilisi - Georgia/CEI (antiga URSS), a primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental. Nessa Conferência consolidou-se o PIEA, tendo sido definidas as finalidades, objetivos, princípios orientadores e estratégias para o desenvolvimento da Educação Ambiental. O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, de caráter não oficial, celebrado por diversas Organizações da Sociedade Civil, por ocasião da Conferência do Rio, reconhece a educação como um processo dinâmico em permanente construção. Deve, portanto, propiciar a reflexão, o debate e a autotransformação das pessoas. Reconhece, ainda, que a: “Educação Ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida”. A Lei que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei no 6.938/1981) consagra a educação ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Na verdade, a Constituição Federal é explícita ao definir a promoção da Educação Ambiental como responsabilidade do Poder Público.

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1.8.4 Gestão ambiental O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) deliberou, com fundamento na Lei no 6.938/1981 (Art. 8o, I e II), tornar obrigatório o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para certas atividades (Resolução no 1/1986). A resolução prevê, também, o conteúdo e o procedimento de elaboração desse instrumento da política ambiental brasileira. Por intermédio do Decreto no 88.351/1983 o CONAMA ficou com a função de fixar os critérios básicos para a exigência do EIA. O Estudo de Impacto Ambiental é um procedimento administrativo de prevenção e de monitoramento dos danos ambientais e foi introduzido no Brasil pela Lei no 6.803/80 (lei de zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição), que apresenta duas grandes orientações: deve oferecer alternativas e deve apontar as razões de confiabilidade da solução a ser adotada. A introdução desse Estudo e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) em projetos que modifiquem o meio ambiente significou uma consi derável conquista para o sistema ambiental, atualizando a legislação e tirando o país do atraso em que se encontrava no setor. A Resolução no 1/1986, no seu artigo 1o, define impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

A saúde, a segurança e o bem-estar da população;

As atividades sociais e econômicas;

A biota; As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

A qualidade dos recursos ambientais. O Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório não pode ser elaborado por uma só pessoa e sim por uma equipe e de forma alguma qualquer integrante dessa equipe pode estar ligada ao proponente do projeto. O estudo não se destina somente a alicerçar a decisão administrativa, mas também, como prevê a resolução, ser acessível ao público, tanto na parte final, como na etapa de elaboração. A Lei no 6.938/1981 já houvera previsto o direito da população ser informada quanto ao licenciamento ambiental, antes deste ser concedido pela administração. Para que o procedimento de elaboração do EIA possa ser válido é preciso que estejam presentes quatro partes:

Equipe multidisciplinar; Proponentes do projeto;

Administração ambiental;

População da área de influência do projeto. 1.8.5 Lei de crimes ambientais Em março de 1998 foi criada a Lei no 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais – que prevê punição civil, administrativa e criminal contra os crimes ambientais. As penas criminais mais duras estão em vigor, prevendo até seis anos de prisão para os agressores. As multas mais pesadas são aplicadas para punir o desmatamento em zona de preservação permanente. Mas também há multa onerosa para o derramamento de óleo, poluição com resíduos perigosos,

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utilização irregular de agrotóxico e produção, exportação e importação de produtos que causam problemas à camada de ozônio. A lei é rigorosa com as pessoas jurídicas acusadas de crime ambiental, prevendo, além da multa, suspensão parcial ou total das atividades, interdição temporária do estabelecimento, obra ou atividade, e a proibição de fazer empréstimos e contratos com o poder público. Por outro lado, o texto suprimiu da legislação anterior o trecho que previa a figura do crime inafiançável para o abate de animais silvestres: um veto presidencial definiu que não será punido quem matar para saciar a fome.

2. INTRODUÇÃO A GESTÃO AMBIENTAL 2.1 - UM ENFOQUE SOBRE GESTÃO AMBIENTAL A gestão ambiental não é um conceito novo nem mesmo uma necessidade nova. O homem sempre teve de interagir responsavelmente com o meio ambiente. Nos casos em que tal não ocorreu, o homem teve de enfrentar as consequências nefastas da sua atuação. A acumulação indiscriminada de resíduos que se verificou na Idade Média, com a consequente poluição da água e do ar, resultou em gravíssimos problemas de saúde pública. A

industrialização veio agravar este problema ao contribuir de forma bastante acentuada para a poluição do meio ambiente.

Desde a 1.ª Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente Humano (Conferência de Estocolmo) em 1972, o ambiente, e especialmente a relação entre ambiente e empresas, transformou-se num tema cada vez mais importante de política pública e de estratégia de negócios. Como resultado direto desta conferência, foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. Praticamente em simultâneo com a Conferência de Estocolmo, grande parte dos países industrializados criou ministérios, secretarias e

agências ambientais. A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente publicou em 1987 um relatório intitulado Our Common Future, também conhecido por Relatório Brundtland, nome da então primeira-ministra da Noruega e presidente da Comissão. Este relatório é um marco na história da gestão ambiental, consagrando o conceito de desenvolvimento sustentável e estabelecendo com muita clareza o importante papel que as empresas devem ter na gestão ambiental. Este relatório foi também o principal

responsável pela agenda da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que teve lugar no Rio de Janeiro em 1992 e que ficou, por isso,

conhecida por Cimeira do Rio. Nesta conferência foi reconhecida a importância da gestão ambiental a nível intergovernamental.

Até ao final da década de oitenta e início da década de noventa, a gestão ambiental

era em grande parte tratada caso a caso, como resultado da pressão popular ou de algumas medidas legislativas. O ambiente era tratado caso a caso por equipas técnicas

e jurídicas, responsáveis pelas questões reguladoras.

Durante a última década surgiram diversas normas e regulamentos relativos à implementação de sistemas de gestão ambiental, salientando-se a mundialmente a

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Norma ISO 14001:1996 e o EMAS – Eco-Management and Audit Scheme no nível europeu.

A incorporação da variável ambiental dentro da gestão empresarial se tem convertido

em uma necessidade inexplicável para aquelas empresas que não queriam atuar e cumprir com as obrigações perante a sociedade.

Esta incorporação se desenvolve eficientemente mediante a inclusão junto ao sistema de gestão geral da empresa, conhecida como Sistema de Gestão Ambiental, que deve instrumentar-se mediante os meios e estruturas necessárias para que não fique só como uma mera declaração de intenções.

2.2 - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO EM RELAÇÃO AO MEIO AMBIENTE Os avanços ocorridos na área ambiental quanto aos instrumentos técnicos, políticos e legais principais atributos para a construção da estrutura de uma política de meio ambiente, são inegáveis e inquestionáveis. Nos últimos anos, saltos quantitativos foram dados, em especial no que se refere à consolidação de práticas e formulação de diretrizes que tratam a questão ambiental de forma sistêmica e integrada. Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovação dos países em desenvolvimento, e o programa será atendido como fruto de maior riqueza, maior

benefício social equitativo e equilíbrio ecológico.

Assume-se que as reservas naturais são finitas, e que as soluções ocorrem através de tecnologias mais adequadas ao meio ambiente. Deve-se atender às necessidades

básicas usando o princípio da reciclagem. Parte-se do pressuposto de que haverá uma maior descentralização, que a pequena escala será prioritária, que haverá uma maior

participação dos segmentos sociais envolvidos, e que haverá prevalescência de estruturas democráticas. A forma de viabilizar com equilíbrio todas essas

características é o grande desafio a enfrentar nestes tempos.

Os processos de produção de conhecimento têm oportunizado o desabrochar de práticas positivas e pró-ativas, que sinalizam o desabrochar de métodos e de

experiências que comprovam, mesmo que em um nível ainda pouco disseminado, a possibilidade de fazer acontecer e tornar real o novo, necessário e irreversível,

caminho de mudanças. As estratégias de marketing ecológico, adotadas pela maioria das empresas, visam à melhoria de imagem tanto da empresa quanto de seus produtos, através da criação de novos produtos verdes e de ações voltadas pela proteção ambiental. Desse modo, o gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratégico que a alta

administração das organizações deve analisar.

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Neste contexto, as organizações deverão incorporar a variável ambiental no aspecto

de seus cenários e na tomada de decisão, mantendo com isso uma postura responsável de respeito à questão ambiental.

Empresas experientes identificam resultados econômicos e resultados estratégicos do engajamento da organização na causa ambiental. Estes resultados não se viabilizam de

imediato, há necessidade de que sejam corretamente planejados e organizados todos os passos para a interiorização da variável ambiental na organização para que ela possa atingir o conceito de excelência ambiental, trazendo com isso vantagem competitiva. 2.2 - OS DEZ PASSOS NECESSÁRIOS PARA A EXCELÊNCIA AMBIENTAL Segundo Elkington & Burke, apud Donaire (1999), os dez passos necessários para a

excelência ambiental em uma empresa, são os seguintes:

Desenvolva e publique uma política ambiental. Estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos.

Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas e do pessoal administrativo (linha de assessoria).

Divulgue interna e externamente a política, os objetivos e metas e as

responsabilidades. Obtenha recursos adequados. Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade. Acompanhe a situação ambiental da empresa e faça auditorias e relatórios.

Acompanhe a evolução da discussão sobre a questão ambiental. Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e

desenvolvimento aplicados à área ambiental. “Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos:

empresa, consumidores, comunidade, acionistas etc.” A primeira dúvida que surge quando considerarmos a questão ambiental do ponto de vista empresarial é sobre o aspecto econômico. Qualquer providência que venha a ser

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14 SANEAMENTO AMBIENTAL

tomada em relação à variável ambiental, a ideia é de que aumenta as despesas e o consequente acréscimo dos custos do processo produtivo.

Donaire (1999) refere que "algumas empresas, porém, têm demonstrado que é possível ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente mesmo não sendo uma

organização que atua no chamado 'mercado verde', desde que as empresas possuam certa dose de criatividade e condições internas que possam transformar as restrições e

ameaças ambientais em oportunidades de negócios .” 2.3 - BENEFÍCIOS DA GESTÃO AMBIENTAL A gestão ambiental facilita o processo de gerenciamento, proporcionando

vários benefícios às organizações. North apud Cagnin (2000) enumera os benefícios da gestão ambiental, que estão discriminados abaixo:

2.4 - GESTÃO AMBIENTAL – O NOVO PARADIGMA

Gestão ambiental é um aspecto funcional da gestão de uma empresa, que desenvolve

e implanta as políticas e estratégias ambientais.

Diversas organizações empresariais estão cada vez mais preocupadas em atingir e

demonstrar um desempenho mais satisfatório em relação ao meio ambiente. Neste sentido, a gestão ambiental tem se configurado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento. Além dessa ferramenta, a problemática ambiental envolve também o gerenciamento dos assuntos pertinentes

1.1 BENEFÍCIOS ECONÔMICOS

2 Economia de Custos

Redução do consumo de água, energia e outros insumos. Reciclagem venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes.

Redução de multas e penalidades por poluição. 3 Incremento de Receita

Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes”, que podem ser vendidos a preços mais altos.

Aumento da participação no mercado, devido à inovação dos produtos e à menor concorrência.

Linhas de novos produtos para novos mercados. Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição. 3.1 BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS

Melhoria da imagem institucional.

Renovação da carteira de produtos. Aumento da produtividade.

Alto comprometimento do pessoal.

Melhoria nas relações de trabalho.

Melhoria da criatividade para novos desafios.

Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas.

Acesso assegurado ao mercado externo.

Melhor adequação aos padrões ambientais.

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15 SANEAMENTO AMBIENTAL

ao meio ambiente, por meio de sistemas de gestão ambiental, da busca pelo desenvolvimento sustentável, da análise do ciclo de vida dos produtos e da questão

dos passivos ambientais.

Para Meyer (2000), a gestão ambiental é apresentada da seguinte forma: Objeto de manter o meio ambiente saudável (à medida do possível), para atender

as necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras.

Meio de atuar sobre as modificações causadas no meio ambiente pelo uso e/ou descarte dos bens e detritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de ação viável, técnica e economicamente, com prioridades perfeitamente definidas.

Instrumentos de monitoramentos, controles, taxações, imposições, subsídios, divulgação, obras e ações mitigadoras, além de treinamento e conscientização.

Base de atuação de diagnósticos (cenários) ambientais da área de atuação, a partir de estudos e pesquisas dirigidos em busca de soluções para os problemas que forem detectados. Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gestão ambiental deve, inevitavelmente, passar por uma mudança em sua cultura empresarial; por uma revisão de seus paradigmas. Neste sentido, a gestão ambiental tem se configurado

com uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento.

2.5 3.0 - ECOLOGIA 3.1 Conceitos de Ecologia A palavra ecologia foi empregada pela primeira vez pelo biólogo alemão E. Haeckel em 1866 em sua obra Generelle Morphologie der Organismen . Ecologia vem de duas palavras gregas : Oikós que quer dizer casa , e logos que significa estudo .Ecologia significa , literalmente a Ciência do Habitat . É a ciência que estuda as condições de existência dos seres vivos e as interações , de qualquer natureza , existentes entre

esses seres vivos e seu meio .

3.2 - Os componentes estruturais de um ecossistema Os ecossistemas são constituídos, essencialmente, por três componentes:

Abióticos - que em conjunto constituem o biótopo : ambiente físico e fatores químicos e físicos . A radiação solar é um dos principais fatores físicos dos ecossistemas terrestres, pois é através dela que as plantas realizam

fotossíntese , liberando oxigênio para a atmosfera e transformando a energia luminoso em química.

Bióticos - representados pelos seres vivos que compõem a comunidade biótica ou biocenoses. Compreendendo os organismos heterótrofos dependentes da

matéria orgânica e os autotróficos responsáveis pela produção primária, ou

seja, a fixação do CO2.

Energia – caracterizada pela força motriz que aporta nos diversos ambientes e garante as condições necessárias para a produção primária em um ambiente,

ou seja, a produção de biomassa a partir de componentes inorgânicos.

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16 SANEAMENTO AMBIENTAL

Todos os animais são consumidores. Os animais que se alimentam de produtores são chamados consumidores primários. Os herbívoros, animais que se alimentam de

plantas, são, portanto, consumidores primários. Os animais que se alimentam de herbívoros são consumidores secundários, os que se alimentam dos consumidores

secundários são consumidores terciários e assim por diante; Decompositores, Organismos heterótrofos que degradam a matéria orgânica contida em produtores e

em consumidores, utilizando alguns produtos da decomposição como o alimento e liberando para o meio ambiente, minerais e outras substâncias, que podem ser novamente utilizados pelos produtores. A ecologia é uma ciência multidisciplinar, que envolve biologia vegetal e animal, taxonomia, fisiologia, genética, comportamento, meteorologia, pedologia, geologia, sociologia, antropologia, física, química, matemática e eletrônica. Quase sempre se torna difícil delinear a fronteira entre a ecologia e qualquer dessas ciências, pois todas têm influência sobre ela. Na compreensão das interações entre o organismo e o meio ambiente ou entre organismos, é quase sempre difícil separar comportamento de dinâmica populacional, comportamento de fisiologia, adaptação de evolução e genética, e ecologia animal de

ecologia vegetal.

Distinguimos em ecologia três grandes subdivisões: a autoecologia, a dinâmica das populações e a sinecologia. Estas distinções são um pouco arbitrárias, mas têm a

vantagem de ser cômodas para uma exposição introdutória. 3.3 - Ecologia Humana

Este ramo da ecologia estuda as relações existentes entre os indivíduos e entre as

diferentes comunidades da espécie humana, bem como as suas interações com o ambiente em que vivem a nível fisiográfico, ecológico e social. Descreve a forma como

o homem se adapta ao ambiente nos diferentes locais do planeta, como obtém alimento, abrigo e água. Tende a encarar o ser humano do ponto de vista biológico e ecológico, uma espécie animal adaptada para viver nos mais diversos ambientes. 3.4 - Unidades Ecológicas

Assim, como em qualquer outra área, em ecologia são definidas unidades de estudo, as quais são fundamentais para melhor compreensão desta ciência.

ESPÉCIE - é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens.

POPULAÇÃO - é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área e num determinado período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando amigdalite

por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc.

COMUNIDADE OU BIOCENOSE - é o conjunto de populações de diversas espécies que habita uma mesma região num determinado período. Ex.: seres

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17 SANEAMENTO AMBIENTAL

de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos oceanos, etc.

ECOSSISTEMA OU SISTEMA ECOLÓGICO - é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO (formado por fatores abióticos - sem vida - como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes bióticos -

seres vivos) que com o meio se relaciona.

BIOSFERA - Toda vida, seja ela animal ou vegetal, ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte da atmosfera. E a vida é só possível nessa faixa porque aí se

encontram os gases necessários para as espécies terrestre e aquáticas: oxigênio e nitrogênio.

HABITAT - é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o

habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas africanas, etc. NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha no ecossistema,

isto é, a "PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. 0 nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc.

Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador devorando grandes

herbívoros, como zebras e antílopes.

4.0 - Poluição Ambiental A poluição do meio ambiente é assunto de interesse público em todas as partes do mundo. Não apenas os países desenvolvidos vêm sendo afetados pelos problemas ambientais, como também os países em desenvolvimento. Isso decorre de um rápido crescimento econômico associado à exploração de recursos naturais. 4.1 Definições:

Perspectiva ecológica

Qualquer alteração de um determinado meio ou "ambiente", tornando-o prejudicial ao homem e a outras formas de vida que nele existem.

Qualquer alteração ambiental, resultante da introdução de produtos poluentes, na forma de matéria ou energia, passível de causar prejuízos ao homem ou a

outras formas de vida. É a introdução no meio ambiente de qualquer matéria ou energia que venha a

alterar as propriedades físicas, químicas ou biológicas desse meio, afetando, ou podendo afetar, a "saúde“ das espécies animais ou vegetais que dependem ou

tenham contato com ele, ou que nele venham a provocar modificações físico-químicas nas espécies minerais presentes.

Qualquer alteração de um determinado meio ou "ambiente", tornando-o prejudicial ao homem e a outras formas de vida que nele existem.

CONAMA

A Resolução no 1/1986, no seu artigo 1o, define impacto ambiental como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada

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18 SANEAMENTO AMBIENTAL

por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente:

Prejudiquem a saúde e bem-estar da população;

Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; Alterem desfavoravelmente a biota;

Prejudiquem as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente natural e artificial;

A qualidade dos recursos ambientais.

Contaminação É a presença, num ambiente, de seres patogênicos, que provocam doenças, ou

substâncias, em concentração nociva ao ser humano.

5. Água de Abastecimento Humano

Todas as reações nos seres vivos necessitam de um veículo que as facilite e que sirva para regular a temperatura em virtude do grande desprendimento de calorias

resultante da oxidação da matéria orgânica.

A água que é fundamental à vida, satisfaz completamente a estas exigências e se encontra presente em proporções elevadas na constituição de todos os seres vivos,

inclusive no homem, onde atinge cerca de 75% de seu peso. Sua influência foi primordial na formação das aglomerações humanas.

O homem sempre se preocupou com o problema da obtenção da qualidade da água e

em quantidade suficiente ao seu consumo e desde muito cedo, embora sem grandes conhecimentos, soube distinguir uma água limpa, sem cor e odor, de outra que não possuísse estas propriedades atrativas. 5.1 Ciclo Hidrológico O ciclo hidrológico é o contínuo movimento da água em nosso planeta. É a

representação do comportamento da água no globo terrestre, incluindo ocorrência, transformação, movimentação e relações com a vida humana. É um verdadeiro retrato

dos vários caminhos da água em interação com os demais recursos naturais.

A água existe em forma de vapor, na atmosfera, e é proveniente da evaporação de todas as superfícies líquidas (oceanos, mares, rios, lagos, lagoas) ou das superfícies

umedecidas com água, como a superfície dos solos. Parte da água que se encontra na atmosfera, resulta de fenômenos hidrológicos e também de fenômenos vitais, como a

respiração e transpiração.

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19 SANEAMENTO AMBIENTAL

Figura – Ciclo Hidrológico

Precipitação – A precipitação compreende toda a água que cai da atmosfera na superfície da terra. A umidade atmosférica provém da evaporação da água das camadas líquidas superficiais, por efeito da ação térmica das radiações solares. O resfriamento desses vapores condensados, em formas de nuvens, leva à precipitação pluvial, sobre a superfície do solo e dos oceanos. A parcela da água precipitada sobre a superfície sólida pode seguir duas vias distintas que são: escoamento superficial e infiltração. As principais formas de precipitação são: chuva, granizo, orvalho ou neve. Escoamento superficial – É a água de chuva que, atingindo o solo, corre sobre as superfícies do terreno, preenche as depressões, fica retida em obstáculos e, finalmente, atinge os córregos, rios, lagos e oceanos. Na grande superfície exposta dos oceanos ela entra em processo de evaporação e condensação, formando as nuvens que voltam a precipitar sobre o solo. Infiltração – É por meio da infiltração que a água de chuva penetra por gravidade nos

interstícios do solo, chegando até as camadas de saturação, constituindo assim os aquíferos subterrâneos, ou lençol freático. Estes depósitos são provedores de água

para consumo humano e também para a vegetação terrestre. Dependendo do modo como esteja confinada, essa água pode afluir em certos pontos em forma de

nascentes. A água acumulada pela infiltração é devolvida à atmosfera, por meio da evaporação direta do próprio solo e pela transpiração dos vegetais pelas folhas. A este

conjunto de evaporação e transpiração, chamamos evapotranspiração.

Evaporação – A água superficial passa do estado líquido para o gasoso. Esse mecanismo sofre a interferência da temperatura e umidade relativa do ar.

Transpiração (evapotranspiração) – A água é retirada do solo pelas raízes, transferida

para as folhas e então evapora. É um mecanismo importante, se considerarmos que em uma área com presença de cobertura vegetal a superfície de exposição das folhas

para a evaporação é muito grande.

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20 SANEAMENTO AMBIENTAL

5.2 - Qualidade da água

A água não é encontrada pura na natureza. Ao cair em forma de chuva, já carreia impurezas do próprio ar. Ao atingir o solo seu grande poder de dissolver e carrear

substâncias altera ainda mais suas qualidades.

Entre o material dissolvido encontram-se as mais variadas substâncias como, por exemplo, substâncias calcárias e magnesianas que tornam a água dura; substâncias ferruginosas que dão cor e sabor diferentes à mesma e substâncias resultantes das atividades humanas, tais como produtos industriais, que a tornam imprópria ao consumo. Por sua vez, a água pode carrear substâncias em suspensão, tais como partículas finas dos terrenos por onde passa e que dão turbidez à mesma; pode também carrear organismos, como algas que modificam o seu odor e gosto, além de liberar toxinas, ex. cianobactérias, ou ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos à atividade humana, pode levar em suspensão microrganismos patogênicos. Controle da qualidade da água para consumo humano é o conjunto de atividades, exercidas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água

fornecida à população é potável, assegurando a manutenção desta condição.

5.3 Propriedades e Características da Água

Ao se abordar a questão da qualidade da água, é fundamental ter em mente que a água, como meio líquido apresenta duas características marcantes, que condicionam

de maneira absoluta a conformação desta qualidade: Capacidade de dissolução;

Capacidade de transporte.

A descrição e o estudo dos diversos processos utilizados no tratamento das águas residuárias estão amplamente divulgados em centenas de bibliografias técnicas,

específicas sobre cada um. a) Características Físicas: estão relacionadas, principalmente, com o aspecto estético

da água. Fazem parte dessas características: Cor;

Turbidez;

Sabor e odor; Temperatura;

Condutividade elétrica;

b) Características Químicas: entre as características químicas, merecem ser destacadas: Matéria Orgânica: (Oxigênio dissolvido, Demanda química do oxigênio (DQO)e

Demanda Bioquímica do oxigênio (DBO);

pH;

Dureza: (cálcio e magnésio); Alcalinidade e Acidez;

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21 SANEAMENTO AMBIENTAL

Outros: (detergentes, pesticidas, sulfatos, ferro, manganês, substâncias radioativas, etc.).

c) Características Biológicas: o meio aquático é habitado por um grande número de formas vivas, vegetais e animais:

Bactérias;

Vírus; Protozoários;

Fungos;

Devido à grande variedade de micro organismos patogênicos podem estar contidos na água, dificultando, portanto, a sua determinação, a sua existência é mostrada através

de indicadores da presença de matéria fecal no líquido.

As bactérias usadas como indicadores de poluição da água por matéria fecal são os coliformes, os quais vivem normalmente no organismo humano, existindo em grande

quantidade nas fezes. Embora sendo, de um modo geral, patogênicos, a presença de bactérias do grupo coliformes na água indica que a mesma recebeu matéria fecal e

pode, portanto, conter micro organismos patogênicos.

5.4 - Abastecimento de água

Como definição o Sistema de Abastecimento Público de Água (coletivo e individual) constitui-se no conjunto de obras, instalações e serviços, destinados a produzir e

distribuir água a uma comunidade, em quantidade e qualidade compatíveis com as necessidades da população, para fins de consumo doméstico, serviços públicos,

consumo industrial e outros usos. A água constitui elemento essencial à vida vegetal e animal. O homem necessita de água de qualidade adequada e em quantidade suficiente para atender suas necessidades, para proteção de sua saúde e para propiciar o desenvolvimento econômico. Sob o ponto de vista sanitário, a solução coletiva é a mais interessante por diversos

aspectos como:

Mais fácil proteger o manancial;

Mais fácil supervisionar o sistema do que fazer supervisão de grande número de mananciais e sistemas;

Mais fácil controlar a qualidade da água consumida; Redução de recursos humanos e financeiros (economia de escala).

Os sistemas individuais são soluções precárias para os centros urbanos, embora indicados para as áreas rurais onde a população é dispersa e, também, para as áreas periféricas de centros urbanos, para comunidades urbanas com características rurais ou, ainda, para as áreas urbanas, como solução provisória, enquanto se aguardam

soluções mais adequadas. Mesmo para pequenas comunidades e para áreas

periféricas, a solução coletiva é, atualmente, possível e economicamente interessante, desde que se adotem projetos adequados.

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22 SANEAMENTO AMBIENTAL

5.5 Um sistema de abastecimento de água é composto das seguintes unidades:

Manancial;

Captação; Adução;

Tratamento; Reservação;

Manancial – É a fonte de onde se retira a água com condições sanitárias adequadas e vazão suficiente para atender à demanda.

Captação – É o conjunto de equipamentos e instalações utilizados para a tomada de

água do manancial, com a finalidade de lançá-la no sistema de abastecimento. Adução – é o conjunto de tubulações, peças especiais e obras de arte, dispostas entre:

Captação e a Estação de Tratamento de Água (ETA); Captação e o reservatório de distribuição;

Captação e a rede de distribuição; ETA e o reservatório de distribuição;

ETA e a rede de distribuição.

Tratamento – A qualidade físico-química e bacteriológica da água obtida no manancial

definirá o método de tratamento necessário para atender aos padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde.

Rede de distribuição de água – É o conjunto de tubulações, conexões, registros e peças especiais, destinados a distribuir a água de forma contínua, a todos os usuários do sistema.

Estações elevatórias – São instalações destinadas a transportar e elevar a água. Podem apresentar em sua forma, dependendo de seu objetivo e importância, variações as mais diversas.

Figura – Unidades de um sistema de abastecimento de água

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23 SANEAMENTO AMBIENTAL

5.5 Importância sanitária e social

Sob o aspecto sanitário e social, o abastecimento de água visa, fundamentalmente, a: Controlar e prevenir doenças;

Implantar hábitos higiênicos na população como, por exemplo, a lavagem das

mãos, o banho e a limpeza de utensílios e higiene do ambiente; Facilitar a limpeza pública;

Facilitar as práticas desportivas; Propiciar conforto, bem-estar e segurança;

Aumentar a esperança de vida da população. 5.6 Importância econômica Sob o aspecto econômico, o abastecimento de água visa, em primeiro lugar, a:

Aumentar a vida média pela redução da mortalidade;

Aumentar a vida produtiva do indivíduo, quer pelo aumento da vida média quer pela redução do tempo perdido com doença;

Facilitar a instalação de indústrias, inclusive a de turismo, e consequentemente ao maior progresso das comunidades;

Facilitar o combate a incêndios.

5.7 Doenças relacionadas com a água De várias maneiras a água pode afetar a saúde do homem: pela ingestão direta, na preparação de alimentos; na higiene pessoal, na agricultura, na higiene do ambiente, nos processos industriais ou nas atividades de lazer.

Os riscos para a saúde relacionados com a água podem ser distribuídos em duas categorias:

Riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes biológicos (bactérias, vírus, e parasitos), pelo contato direto, ou por meio de

insetos vetores que necessitam da água em seu ciclo biológico; Riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente efluentes de

esgotos industriais, ou causados por acidentes ambientais.

Os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são as bactérias patogênicas, os vírus e os parasitos. As bactérias patogênicas encontradas na água

e/ou alimentos constituem uma das principais fontes de morbidade e mortalidade em nosso meio. São responsáveis por numerosos casos de enterites, diarreias infantis e

doenças endêmicas/ epidêmicas (como a cólera e a febre tifoide), que podem resultar em casos letais.

5.8 Padrões de potabilidade

Água Potável é a água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e que não ofereça riscos à saúde.

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24 SANEAMENTO AMBIENTAL

A água própria para o consumo humano, ou água potável, deve obedecer a certos requisitos de ordem:

De aceitação para consumo humano: não possuir gosto e odor objetáveis; não conter cor e turbidez acima dos limites estabelecidos pelo padrão de potabilidade, conforme Portaria nº 518/2004;

Química: não conter substâncias nocivas ou tóxicas acima dos limites estabelecidos no padrão de potabilidade;

Biológica: não conter microrganismos patogênicos; Radioativa: não ultrapassar o valor de referência previsto na Portaria nº 518, do

Ministério da Saúde (MS), de 2004;

Segundo recomendações da Portaria nº 1.469/2000 do MS, o pH deverá ficar situado no intervalo de 6,0 a 9,5 e a concentração mínima de cloro residual livre em qualquer

ponto da rede de distribuição, deverá ser de 0,2mg/l.

As exigências humanas quanto à qualidade da água crescem com o progresso humano e o da técnica. Justamente para evitar os perigos decorrentes da má qualidade da

água, são estabelecidos padrões de potabilidade. Estes apresentam os Valores Máximos Permissíveis (VMP) com que elementos nocivos ou características

desagradáveis podem estar presentes na água, sem que esta se torne inconveniente para o consumo humano.

a) características de aceitação para consumo humano:

A água deve ter aspecto agradável. A medida é pessoal; Deve ter gosto agradável ou ausência de gosto objetável. A medida do gosto é

pessoal; Não deve ter odores desagradáveis ou não ter odor objetável. A medida do

odor é também pessoal; A cor é determinada pela presença de substâncias em dissolução na água e não

afeta sua transparência;

A turbidez é devida a matéria em suspensão na água (argila, silte, matéria orgânica, etc.) e altera sua transparência.

b) características químicas: São fixados limites de concentração por motivos de ordens sanitária e econômica.

Substâncias causadoras de dureza, como os cloretos, sulfatos e bicarbonatos de cálcio e magnésio. As águas mais duras consomem mais sabão e, além disso, são inconvenientes para a indústria, pois incrustam-se nas caldeiras e podem causar danos e explosões.

A água de baixo pH, isto é, ácida, é corrosiva. Águas de pH elevado, isto é, alcalinas, são incrustativas. Alcalinidade e dureza são expressas em mg/L de CaCO3.

Compostos nitrogenados: nitrogênio amoniacal, nitritos e nitratos. Os

compostos de nitrogênio provêm de matéria orgânica e sua presença indica poluição recente ou remota. Quanto mais oxidados são os compostos de nitrogênio, tanto mais remota é a poluição. Assim, o nitrogênio amoniacal

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25 SANEAMENTO AMBIENTAL

indica poluição recente e os nitratos indicam que a poluição ocorreu há mais tempo;

Oxigênio consumido: a água possui normalmente oxigênio dissolvido em quantidade variável conforme a temperatura e a pressão. A matéria orgânica em decomposição exige oxigênio para sua estabilização; consequentemente,

uma vez lançada na água, consome o oxigênio nela dissolvido. Assim, quanto maior for o consumo de oxigênio, mais próxima e maior terá sido a poluição;

Cloretos: os cloretos existem normalmente nos dejetos animais.

c) Características Biológicas A água é normalmente habitada por vários tipos de microrganismos de vida livre e não

parasitária, que dela extraem os elementos indispensáveis à sua subsistência. Ocasionalmente, são aí introduzidos organismos parasitários e/ou patogênicos que, utilizando a água como veículo, podem causar doenças, constituindo, portanto, um perigo sanitário potencial. Entre os principais tipos de organismos patogênicos que podem encontrar-se na água, estão as bactérias, cianobactérias, vírus, protozoários e helmintos. Em virtude de grande dificuldade para identificação dos vários organismos patogênicos encontrados na água, dá-se preferência, para isso, a métodos que permitam a identificação de bactérias do “grupo coliforme” que, por serem habitantes normais do intestino humano, existem, obrigatoriamente, em águas poluídas por matéria fecal. As bactérias coliformes são normalmente eliminadas com a matéria fecal, à razão de 50 a 400 bilhões de organismos por pessoa por dia. Dado o grande número de coliformes existentes na matéria fecal (até 300 milhões por grama de fezes), os testes

de avaliação qualitativa desses organismos na água têm uma precisão ou sensibilidade muito maior do que a de qualquer outro teste.

Observação: “No Brasil os padrões de potabilidade da água para o consumo humano são

estabelecidos pelo Ministério da Saúde” e atualmente encontra-se em vigor a Portaria MS nº 518/2004.

6.9 - Classificações das Águas

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), através da Resolução nº 20 de

1986, definiu 9 classes, segundo os usos preponderantes a que as águas se destinam.

CLASSIFICAÇÃO DE ÁGUA DE ACORDO COM CONAMA, 1986. Águas Doces Classe Especial - Águas destinadas a:

a) Abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção; b) Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas;

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26 SANEAMENTO AMBIENTAL

Classe 1 – Águas destinadas a:

a) Abastecimento doméstico após tratamento simplificado; b) Proteção das comunidades aquáticas

c) Recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam

rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de películas; e) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. Classe 2 – Águas destinadas a: a) Abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) Proteção das comunidades aquáticas; c) Recreação de contato primário (natação, esqui e mergulho); d) Irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; e) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. Classe 3 – Águas destinadas a:

a) Abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;

c) Dessedentação de animais.

Classe 4 – Águas destinadas a: a) Navegação

b) Harmonia paisagística c) Usos menos exigentes.

Águas Salinas

Classe 5 – Águas destinadas a:

a) Recreação de contato primário; b) Proteção das comunidades aquáticas;

c) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. Classe 6 – Águas destinadas a: a) Navegação comercial b) Harmonia paisagística c) Recreação de contato secundário

Águas Salobras Classe 7 – Águas destinadas a:

a) Recreação de contato primário;

b) Proteção das comunidades aquáticas;

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27 SANEAMENTO AMBIENTAL

c) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.

Classe 8 – Águas destinadas a:

a) Navegação comercial

b) Harmonia paisagística 5.10 - Classificação Das Águas Naturais Segundo Sua Qualidade Para caracterizar uma água natural segundo os seus eventuais constituintes vários termos são usados, dentre os quais se destacam os seguintes: Água potável – é aquela inofensiva à saúde, agradável aos sentidos e adequada aos usos domésticos. Água dura – é a água que possui dureza, isto é, teor acentuado de sais de cálcio e magnésio, sob forma de bicarbonato, sulfatos, cloretos e nitratos, os quais lhe proporcionam mau gosto característico e outros inconvenientes para o consumo

doméstico e industrial.

Água branda ou mole – é aquela com baixo teor de dureza. Salgada – é a água encontrada nos oceanos e mares com elevado teor de cloreto de

sódio (sal de cozinha).

Mineral – é a água que provém do interior da crosta terrestre contendo quantidade acentuada de substância em solução que lhe dão valor terapêutico, tais como gás

carbônico, bicarbonato de sódio, gás sulfídrico, sulfato solúvel, sais de ferro e sais neutros de magnésio, potássio e sódio, estes, geralmente, sob forma de cloretos,

brometos, iodetos e sulfato.

Termal – é a água mineral originada de camadas profundas da crosta e que atinge a superfície com temperatura elevada.

Radioativa – é a água mineral ou termal possuidora de radioatividade. Doce – é a água que, por exclusão, não é salgada, nem excessivamente dura, mineral ou radioativa. Ácida – é a água que possui teor acentuado de gás carbônico, ácidos minerais e orgânicos e certos sais como os sulfatos de ferro e de alumínio. Corrosiva – é a água que pode atacar as tubulações metálicas devido à presença de teor elevado de gás carbônico dissolvido.

Alcalina – é a que contém quantidade elevada quer de bicarbonatos de cálcio e

magnésio, quer de carbonatos ou hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e magnésio.

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28 SANEAMENTO AMBIENTAL

Poluída – é a água que sofreu alterações de suas características físicas, químicas e biológicas, de modo a torná-la imprópria aos seres que a utilizam.

Contaminada – é a água que hospeda organismo patogênico e/ou contém substâncias tóxicas que a tornam nociva à saúde humana.

5.11 Usos da água

A água é utilizada tanto para as necessidades do homem como para preservação da vida, e podemos separar o seu uso em:

Abastecimento Público;

Abastecimento Industrial; Atividades Agropastoris;

Preservação da Fauna e da Flora; Recreação;

Geração de Energia Elétrica; Navegação;

Diluição e Transporte de Efluentes; 5.12 Fontes de Poluição As fontes de poluição das águas, pelos seus mais diversos usos, podem ser agrupadas como segue:

Poluição Natural;

Poluição causada por esgotos domésticos;

Poluição causada por efluentes industriais;

Poluição causada por drenagem de áreas agrícolas e urbanas. 5.13 Técnicas de Controle de Poluição No planejamento das atividades, visando a estratégias de controle da poluição da

água, é fundamental que se considere a bacia hidrográfica como um todo a fim de se

obter uma maior eficiência na realização dessas atividades. Entre as principais técnicas encontradas podemos citar:

Implantação de sistemas de coleta e tratamento de esgotos sanitários e industriais;

Controle de focos de erosão; Recuperação de rios objetivando o retorno ao seu equilíbrio dinâmico, pela

restauração de suas condições naturais (do sedimento, do escoamento, da geometria do canal, da vegetação ciliar e da biota nativa);

Recuperação de lagos e represas, por meio de processos mecânicos, químicos ou biológicos;

5.14 Tratamento de Água para Abastecimento A água quimicamente pura não existe à superfície da terra. A expressão água pura é usada como sinônimo de água potável, para exprimir que uma água tem qualidade satisfatória para o uso doméstico.

As substâncias, que pelas suas características próprias, ou pelos elevados teores, causam a poluição da água são chamadas “impurezas da água”. Obviamente, o

conceito de “impurezas da água”, tem significado muito relativo.

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29 SANEAMENTO AMBIENTAL

Dependendo inteiramente das características próprias da substância poluidora e do seu teor face ao uso específico para o qual a água se destina.

O tratamento da água tem por objetivo melhorar a sua qualidade sob os seguintes

aspectos fundamentais:

Higiênicos: eliminação ou redução de bactérias, substâncias venenosas, mineralização excessiva, teor excessivo de matéria orgânica, algas, protozoários e outros micro organismos;

Estético: remoção ou redução de cor, turbidez, odor e sabor;

Econômico: remoção ou redução de corrosibilidade, dureza, cor, turbidez, manganês, odor, sabor, etc.

Observação importante:

As tecnologias de tratamento de água podem apresentar diversos processos e operações unitárias responsáveis pela adequação da água bruta ao padrão de

potabilidade. Os principais objetivos do tratamento da água são:

Clarificação da água – significa a remoção dos sólidos em suspensão, coloidais ou dissolvidos, voláteis ou fixos, sedimentáveis ou não. As partículas de maiores diâmetros bactérias, protozoários, algas, matéria orgânica particulada,

grãos de areia, entre outras – encontram-se geralmente suspensas no meio líquido em razão simplesmente de correntes de arraste e outras forças físicas

preponderantes;

Desinfecção da água – constitui a etapa do tratamento cuja função precípua consiste na inativação dos microrganismos patogênicos, realizada por intermédio de agentes físicos e/ou químicos.

6. Esgoto Sanitário Os dejetos humanos podem ser veículos de germes patogênicos de várias doenças, entre as quais febre tifóide e paratifóide, diarreias infecciosas, amebíase, ancilostomíase, esquistossomose, teníase, ascaridíase, etc. Por isso, torna-se indispensável afastar as possibilidades de seu contato com:

Homem; Águas de abastecimento;

Vetores (moscas, baratas);

Alimentos. Observa-se que, em virtude da falta de medidas práticas de saneamento e de educação sanitária, grande parte da população tende a lançar os dejetos diretamente sobre o solo, criando, desse modo, situações favoráveis a transmissão de doenças. A solução recomendada é a construção de privadas com veiculação hídrica, ligadas a um sistema público de esgotos, com adequado destino final. Essa solução é, contudo, impraticável no meio rural e às vezes difícil, por razões principalmente econômicas, em

muitas comunidades urbanas e suburbanas. Nesses casos são indicadas soluções

individuais para cada domicílio.

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30 SANEAMENTO AMBIENTAL

6.1 Importância sanitária Sob o aspecto sanitário, o destino adequado dos dejetos humanos visa,

fundamentalmente, ao controle e à prevenção de doenças a eles relacionadas. As soluções a serem adotadas terão os seguintes objetivos:

Evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água;

Evitar o contato de vetores com as fezes; Propiciar a promoção de novos hábitos higiênicos na população;

Promover o conforto e atender ao senso estético.

6.2 Importância econômica A ocorrência de doenças, principalmente as doenças infecciosas e parasitárias

ocasionadas pela falta de condições adequadas de destino dos dejetos, podem levar o homem a inatividade ou reduzir sua potencialidade para o trabalho.

Assim sendo, são considerados os seguintes aspectos: Aumento da vida média do homem, pela redução da mortalidade em

consequência da redução dos casos de doenças; Diminuição das despesas com o tratamento de doenças evitáveis;

Redução do custo do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição dos mananciais;

promover o turismo;

Preservação da fauna aquática, especialmente os criadouros de peixes. 6.3 Esgotos domésticos O esgoto doméstico é aquele que provem principalmente de residências, estabelecimentos comerciais, instituições ou quaisquer edificações que dispõe de instalações de banheiros, lavanderias e cozinhas. Compõem-se essencialmente da água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, sabão, detergentes e águas de lavagem.

6.4 Características das Excretas

As fezes humanas compõem-se de restos alimentares ou dos próprios alimentos não transformados pela digestão, integrando-se as albuminas, as gorduras, os hidratos de

carbono e as proteínas. Os sais e uma infinidade de microrganismos também estão presentes.

Na urina são eliminadas algumas substâncias, como a uréia, resultantes das transformações químicas (metabolismo) de compostos nitrogenados proteínas.

As fezes e principalmente a urina contêm grande percentagem de água, além de matéria orgânica e inorgânica. Nas fezes está cerca de 20% de matéria orgânica,

enquanto na urina 2,5%.

Os microrganismos eliminados nas fezes humanas são de diversos tipos, sendo que os coliformes (Escherichia coli, Aerobacter aerogenes e o Aerobacter cloacae) estão

presentes em grande quantidade, podendo atingir um bilhão por grama de fezes.

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31 SANEAMENTO AMBIENTAL

6.5 Características dos esgotos

6.5.1 Características físicas As principais características físicas ligadas aos esgotos domésticos são: matéria sólida,

temperatura, odor, cor e turbidez e variação de vazão.

Matéria Sólida: os esgotos domésticos contêm aproximadamente 99,9% de água, e apenas 0,1% de sólidos. É devido a esse percentual de 0,1% de sólidos que ocorrem os problemas de poluição das águas, trazendo a necessidade de se tratar os esgotos;

Temperatura: a temperatura do esgoto é, em geral, pouco superior à das águas de abastecimento. A velocidade de decomposição do esgoto é proporcional ao aumento da temperatura;

Odor: os odores característicos do esgoto são causados pelos gases formados no processo de decomposição, assim o odor de mofo, típico do esgoto fresco é razoavelmente suportável e o odor de ovo podre, insuportável, é típico do esgoto velho ou séptico, em virtude da presença de gás sulfídrico;

Cor e turbidez: a cor e turbidez indicam de imediato o estado de decomposição do esgoto. A tonalidade acinzentada acompanhada de alguma turbidez é típica do esgoto fresco e a cor preta é típica do esgoto velho;

doméstico é em função dos costumes dos habitantes. A vazão doméstica do

esgoto é calculada em função do consumo médio diário de água de um indivíduo. Estima-se que para cada 100 litros de água consumida, são lançados

aproximadamente 80 litros de esgoto na rede coletora, ou seja, 80%. 6.5.2 Características químicas As principais características químicas dos esgotos domésticos s ão: matéria orgânica e matéria inorgânica. Matéria Orgânica: cerca de 70% dos sólidos no esgoto são de origem orgânica,

geralmente esses compostos orgânicos são uma combinação de carbono, hidrogênio e oxigênio, e algumas vezes com nitrogênio.

Os grupos de substâncias orgânicas nos esgotos são constituídos por: - compostos de:

proteínas (40% a 60%), carboidratos (25% a 50%), gorduras e óleos (10%) e uréia, sulfatans, fenóis, etc.

As proteínas: são produtoras de nitrogênio e contêm carbono, hidrogênio, oxigênio,

algumas vezes fósforos, enxofre e ferro. As proteínas são o principal constituinte de organismo animal, mas ocorrem também em plantas. O gás sulfídrico presente nos esgotos é proveniente do enxofre fornecido pelas proteínas;

Os Carboidratos: contêm carbono, hidrogênio e oxigênio. São as principais substâncias a serem destruídas pelas bactérias, com a produção de ácidos orgânicos, (por esta razão os esgotos velhos apresentam maior acidez);

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32 SANEAMENTO AMBIENTAL

Gordura: é o mesmo que matéria graxa e óleos, provem geralmente do esgoto doméstico graças ao uso de manteiga, óleos vegetais, da carne, etc.;

Os sulfatans; são constituídos por moléculas orgânicas com a propriedade de formar

espuma no corpo receptor ou na estação de tratamento de esgoto;

Os Fenóis: são compostos orgânicos originados em despejos industriais. Matéria Inorgânica: Nos esgotos é formada principalmente pela presença de areia e de substâncias minerais dissolvidas. 6.5.3 Características biológicas As principais características biológicas do esgoto doméstico são: microrganismos de águas residuais e indicadores de poluição. Microrganismos de águas residuais – Os principais organismos encontrados nos esgotos são: as bactérias, os fungos, os protozoários, os vírus e as algas. Deste grupo as bactérias são as mais importantes, pois são responsáveis pela decomposição e estabilização da matéria orgânica, tanto na natureza como nas estações de

tratamento.

Indicadores de poluição – Há vários organismos cuja presença num corpo d’água indica uma forma qualquer de poluição. Para indicar, no entanto a poluição de origem

humana usa-se adotar os organismos do grupo coliforme como indicadores.

As bactérias coliformes são típicas do intestino do homem e de outros animais de sangue quente (mamíferos) e por estarem presentes nas fezes humanas (100 a 400

bilhões de coliformes/hab.dia) e de simples determinação, são adotadas como referência para indicar e medir a grandeza da poluição. Seria por demais trabalhoso e

antieconômico se realizar análises para determinar a presença de patogênicos no esgoto; ao invés disto se determina a presença de coliformes e, por segurança, se age

como se os patogênicos também estivessem presentes.

6.6 Doenças relacionadas com os esgotos É grande o número de doenças cujo controle está relacionado com o destino inadequado dos dejetos humanos. Citaremos entre as principais: ancilostomíase, ascaridíase, amebíase, cólera, diarreia infecciosa, disenteria bacilar, esquistossomose, estrongiloidíase, febre tifóide, febre paratifóide, salmonelose, teníase e cisticercose. 6.7 Modos de transmissão Pelo contato direto da pele com o solo contaminado por larvas de helmintos, provenientes de fezes de portadores de parasitoses: as fezes do homem doente,

portador de ancilostomose e estrongiloidose contêm ovos dos parasitas que, uma vez no solo, eclodem, libertando as larvas; estas aguardam a oportunidade de penetrar na

pele de outra pessoa, vindo localizar-se no seu intestino depois de longo trajeto por vários órgãos;

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33 SANEAMENTO AMBIENTAL

Medidas de controle: Uso de privadas evitando a contaminação da superfície do solo.

Pelo contato direto da pele com coleções de água contaminada por cercarias:

Medidas de controle: Uso de privada evitando a contaminação das águas de superfície (lagoas, córregos,

etc.). Evitar o banho em córregos e lagos, nas regiões onde houver prevalência de esquistossomose; Pela ingestão de alimentos e água contaminados diretamente pelos dejetos: é o modo de transmissão da ascaridíase, da amebíase, das febres tifoide e paratifoide e de outras doenças. Medidas de controle: Lavar frutas e verduras em água potável; Evitar a contaminação por fezes das águas de irrigação; Desinfecção da água para consumo humano; Proteger mananciais e fontes de água destinadas ao consumo humano; Pela ingestão de alimentos contaminados por vetores: entre as doenças veiculadas pelos vetores, citam-se: diarreias infecciosas, febre tifoide e paratifóide.

Medidas de controle:

Proteger os alimentos e eliminar os focos de proliferação de vetores; Pela ingestão de alimentos diretamente contaminados pela mão de homem, por falta

de higiene pessoal: é o principal modo de transmissão das diarreias infecciosas, que são as grandes responsáveis pela alta mortalidade infantil.

Medida de controle:

Lavar as mãos, após o uso da privada e troca de fraldas das crianças, antes de lidar com alimentos e antes das refeições;

6.8 Geração de Esgoto

Com a utilização da água para abastecimento (doméstico e industrial), como consequência há a geração de esgotos. Se a destinação deste esgoto não for

adequada, acabam contaminando as águas superficiais e subterrâneas, solo, e quase que na maioria dos municípios brasileiros. Com a construção de um sistema de esgotos sanitários em uma comunidade procura-se atingir os objetivos:

Afastamento seguro e rápido dos esgotos;

Coleta dos esgotos individual ou coletiva (fossas ou rede coletora);

Tratamento e disposição adequada dos esgotos tratados. 6.9 Tipos De Processos De Tratamentos

As características de uma água residuária, correlacionadas com as exigências legais, definem o sistema de tratamento mais adequado para sua depuração. Obviamente juntam-se a elas os fatores área e custo. Um sistema de tratamento de águas residuárias é constituído por uma série de operações e processos que são empregados

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34 SANEAMENTO AMBIENTAL

para a remoção de substâncias indesejáveis de água ou para transformação em outras de forma aceitáveis.

Um sistema de tratamento de águas residuárias é constituído por uma série de

operações e processos que são empregados para a remoção de substâncias indesejáveis de água ou para transformação em outras de forma aceitáveis.

Os processos de tratamento são reunidos em grupos distintos, a saber:

Processos físicos;

Processos químicos;

Processos biológicos

A remoção de substâncias indesejáveis de uma água residuária envolve a alteração de suas características físicas, químicas e/ou biológicas. A utilização de qualquer um dos

processos acima poderá concorrer para essas alterações. Um caso típico está na alteração das características químicas, físicas e biológicas, ao submeter-se o esgoto

sanitário a um processo físico de sedimentação de sólidos. 6.9.1 Processos Físicos Os processos físicos são assim definidos devido aos fenômenos físicos que ocorrem na remoção ou transformação de poluentes das águas residuárias. Basicamente os

processos físicos são utilizados para separar sólidos em suspensão nas águas residuárias, mas também podem ser utilizadas para equalizar e homogeneizar um efluente. Nesses casos estão incluídos:

Remoção de sólidos grosseiros;

Remoções de sólidos sedimentavam;

Remoção de sólidos flutuantes; Remoção da umidade do lodo;

Homogeneização e equalização de efluentes;

Diluição de águas residuárias. Os processos físicos utilizados para as finalidades acima envolvem dispositivos ou unidades de tratamento como:

Grades de limpeza manual ou mecanizada;

Peneiras estáticas, vibratórias ou rotativas;

Caixas de areia simples ou aeradas; Tanques de retenção de materiais flutuantes;

Decantadores; Flotadores a ar dissolvido;

Leitos de secagem de lodo;

Filtros prensa e a vácuo;

Centrífugas;

Filtros de areia;

Adsorção em carvão ativado.

As grades e as peneiras de um modo geral são utilizadas para remoção de sólidos grosseiros e tem como função básica a proteção de equipamentos, tubulações e das

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35 SANEAMENTO AMBIENTAL

unidades do sistema de tratamento. Os tipos de grades e peneiras são estabelecidos em função das características dos sólidos a serem removidos e das unidades

subsequentes do sistema. Em muitos casos as peneiras, por apresentarem aberturas muito pequenas, em torno de 0,25 a 1,0 mm, são substituídas em unidades de

decantação.

As caixas de areia são utilizadas para a remoção de partículas de areia, com dimensões maiores que 0,2 mm de diâmetro, e tem como função básica, também, a proteção de equipamentos e tubulações contra abrasão e unidades do sistema contra assoreamento. Os tanques de retenção de materiais flutuantes, quando necessários, são utilizados para a remoção de gorduras, óleos e graxas e outras substâncias com densidade menor que a da água. Da mesma forma que as grades e peneiras, por removerem materiais grosseiros, têm a função de proteger as unidades subsequentes, neste caso, contra entupimentos de tubulações em paredes de tanques, formação de espumas, etc. Os Decantadores tem como finalidade a remoção de sólidos sedimentáveis em

suspensão na água residuária. Pode ser utilizado no início do sistema ou como unidade de depuração final, após processos físico-químicos ou biológicos. Os sólidos removidos

podem ser de natureza orgânica ou inorgânica e dependendo de sua função no processo pode ser denominado de primário, secundário ou até, terciário. Os

decantadores podem ser quadrados, retangulares e circulares, com remoção do lodo por meios mecânicos e hidráulicos.

Os Flotadores a ar dissolvidos requerem a pressurização prévia dos efluentes ou de

parte dele e a dissolução de ar em quantidade proporcional à concentração de sólidos em suspensão nos efluentes. Com a despressurização do líquido no flotador, as

microbolhas de ar formadas, arrastam para a superfície os sólidos em suspensão.

Esse tipo de processo é utilizado quando os sólidos a serem removidos possuem densidades muito próximas a da água, que impedem sua remoção por sedimentação

simples, ou ainda quando se necessita utilizar ou se dispõe de pouca área. Os leitos de secagem de lodo são unidades de desidratação parcial do lodo, ao ar livre e às vezes coberto, utilizado para pequenos volumes e, no caso de lodo biológico, digerido aeróbica ou anaerobicamente. Quando se tem grandes volumes de lodo, a utilização de equipamentos mecânicos como filtros prensa, à vácuo e centrífuga é recomendada. Os filtros de areia são pouco utilizados em tratamento de águas residuárias, mas

podem eventualmente servir para uma remoção de sólidos em suspensão, em baixas concentrações, antes do lançamento num corpo receptor.

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36 SANEAMENTO AMBIENTAL

A adsorção em carvão ativado costuma ser utilizada para a remoção de sólidos dissolvidos nas águas residuárias, que é de natureza orgânica, que causam cor, como

de natureza inorgânica, como os metais pesados. Finalmente, os tanques de equalização de vazão e/ou de homogeneização são

utilizados com finalidade de facilitar o tratamento das águas residuárias, diminuindo a capacidade de bombas, as dimensões de tanques e evitando choques de cargas nas

unidades. 6.9.2 Processos Químicos São os processos onde a utilização de produtos químicos é necessária para aumentar a eficiência de remoção de um elemento ou substância, modificar seu estado ou estrutura, simplesmente alterar suas características químicas. A utilização do alumínio como núcleo de coagulação e floculação, a acidificação de um efluente visando a quebra de emulsão de certos óleos e graxas e o ajuste de pH de uma solução para a precipitação de metais na forma de óxido e hidróxidos, são exemplos de processos químicos de tratamento de águas residuárias. Quase sempre são utilizados conjugados a processos físicos e algumas vezes a processos biológicos. Os principais são:

Coagulação- Floculação; Precipitação química;

Oxidação;

Cloração;

Neutralização ou correção do pH.

Esses processos são utilizados para a remoção de sólidos em suspensão coloidal ou mesmo dissolvidos, substâncias que causam cor e turbidez, odoríferas, metais pesados e óleos emulsionados. Outros exemplos da utilização de processos químicos, mesmo que conjugados a processos físicos e biológicos são:

Ajuste do pH para condicionar um efluente para o tratamento biológico;

Coloração para eliminação de organismos patogênicos;

Adição de polieletrólitos como auxiliar de floculação;

Oxidação de sulfetos com O2 ou H2O2;

Neutralização e acerto do pH.

6.9.3 Processos Biológicos São considerados como processos biológicos de tratamento de águas residuárias aqueles que dependem da ação de microrganismos aeróbios ou anaeróbios. Os

fenômenos inerentes à respiração e à alimentação desses microrganismos são predominantes na transformação da matéria orgânica, sob a forma de sólidos dissolvidos e em suspensão, em compostos simples como sais minerais, gás carbônico, água e outros.

Os processos biológicos procuram reproduzir, em dispositivos racionalmente projetados, os fenômenos biológicos observados na natureza, condicionando-os em

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37 SANEAMENTO AMBIENTAL

área e tempo economicamente justificáveis. Os processos biológicos dividem-se em aeróbios e anaeróbios.

Os processos biológicos usuais são:

Lodos ativados e suas variações

Filtro biológico anaeróbio ou aeróbio;

Lagoas aeradas; Lagoas de estabilização facultativas e anaeróbias;

Digestores anaeróbios de fluxo ascendente.

6.10 Classificação Dos Sistemas De Tratamento Os sistemas de tratamento de águas residuárias, englobando um ou mais processos

descritos, são classificados em função do tipo de material a ser removido e da eficiência de sua remoção em:

a) tratamento preliminar – tem a finalidade de remover sólidos grosseiros e é aplicado

normalmente a qualquer tipo de água residuária. Consiste de grade, peneiras, caixas de areia, caixas de retenção de óleos e graxas.

b) Tratamento primário – Recebe essa denominação nos sistemas de tratamento de

águas residuárias de natureza orgânica, muito embora seja utilizado para qualquer tipo de despejo. Tem a finalidade de remover resíduos finos dos efluentes. Consiste de

tanque de flotação, decantadores, fossas sépticas, floculação/decantação.

c) Tratamento secundário – É utilizado para a depuração de águas residuárias através de processos biológicos e tem a finalidade de reduzir o teor de matéria orgânica solúvel nos despejos. Consiste de lodos ativados e suas variações, filtros biológicos, lagoas aeradas, lagoas de estabilização, digestor anaeróbio de fluxo ascendente e sistemas de disposição no solo. d) Tratamento Terciário – É um estágio avançado de tratamento de águas residuárias e

visa a remoção de substâncias não eliminadas a níveis desejados nos tratamentos anteriores como nutrientes, microrganismos patogênicos, substâncias que causam cor

nas águas, etc. Consiste de lagoas de maturação, cloração, ozonização, filtros de carvão ativo, precipitação química em alguns casos.

e) Tratamento de lodo – Utilizado para todos os tipos de lodos, visa a sua desidratação

ou adequação para disposição final. Consiste de leitos de secagem, centrífugas, filtros prensa, filtros a vácuo, digestão aeróbia ou anaeróbia, incineração, disposição no solo.

f) Tratamento físico - químico Basicamente utilizado para águas residuárias de natureza inorgânica visa à remoção de sólidos em todas as formas e a alteração das

características físicos químicas das águas residuárias. Também utilizado para remoção de sólidos em suspensão de efluentes de natureza orgânica. Consiste em coagulação/floculação, precipitação química, oxidação, neutralização.

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38 SANEAMENTO AMBIENTAL

Da mesma forma que um sistema de tratamento engloba vários processos também são constituídos de tratamentos de diversos níveis como os descritos.

6.11 Benefícios do Tratamento de Esgoto

Conservação dos recursos naturais;

Melhoria das condições sanitárias locais;

Eliminação de focos de contaminação e poluição; Eliminação de problemas estéticos desagradáveis;

Redução das doenças ocasionadas pela água contaminada; Redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças;

Diminuição dos custos no tratamento de água para abastecimento.

7. Gestão de Resíduos sólidos Os resíduos sólidos são materiais heterogêneos, (inertes, minerais e orgânicos)

resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública e economia de

recursos naturais.

De acordo com ABNT, os Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços

e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de

poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso

soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitário, econômico e principalmente

estético.

De modo geral, os resíduos sólidos são constituídos de substâncias:

Facilmente degradáveis (FD): restos de comida, sobras de cozinha, folhas, capim, cascas de frutas, animais mortos e excrementos;

Moderadamente degradáveis (MD): papel, papelão e outros produtos celulósicos;

Dificilmente degradáveis (DD): trapo, couro, pano, madeira, borracha, cabelo, pena de galinha, osso, plástico;

Não degradáveis (ND): metal não ferroso, vidro, pedras, cinzas, terra, areia, cerâmica.

Sua composição varia de comunidade para comunidade, de acordo com os hábitos e costumes da população, número de habitantes do local, poder aquisitivo, variações sazonais, clima, desenvolvimento, nível educacional, variando ainda para a mesma comunidade com as estações do ano.

7.1 Classificação dos Resíduos Sólidos, quanto à sua origem:

Domiciliar;

Comercial;

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39 SANEAMENTO AMBIENTAL

Industrial;

Serviços de saúde;

Portos, aeroportos, terminais ferroviários e terminais rodoviários;

Agrícola; Construção civil;

Limpeza pública (logradouros, praias, feiras, eventos, etc.);

Abatedouros de aves;

Matadouro;

Estábulo. 7.2 Classificação de Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

Em função da periculosidade oferecida por alguns resíduos sólidos a ABNT os dividem em três classes: Resíduos perigosos (classe I) – aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica; Exemplos: óleo lubrificante usado ou contaminado; óleo de corte e usinagem usado; equipamentos descartados contaminados com óleo; lodos de galvanoplastia; lodos gerados no tratamento de efluentes líquidos de pintura industrial; efluentes líquidos ou resíduos originados do processo de preservação da madeira; acumuladores elétricos a base de chumbo (baterias); lâmpada com vapor de mercúrio após o uso (fluorescentes). Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.

Exemplos: o lixo comum gerado em qualquer unidade industrial (proveniente de restaurantes, escritórios, banheiros etc.). 7.3 Classificação quanto à composição química Orgânico: papel, papelão, jornal, revistas, plásticos, embalagens, borrachas, pneus, luvas, remédios, restos de alimentos, restos de colheitas, etc. Inorgânicos: metais, vidros, cerâmicas, areia, pedras, etc. 7.4 Classificação quanto a Umidade

Seco: aparentemente sem umidade;

Úmido: visivelmente molhado 7.5 Características físicas Compressividade: é a redução do volume dos resíduos sólidos quando submetidos a

uma pressão (compactação); Teor de umidade: compreende a quantidade de água existente na massa dos resíduos sólidos;

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40 SANEAMENTO AMBIENTAL

Composição gravimétrica: determina a porcentagem de cada constituinte da massa de resíduos sólidos, proporcionalmente ao seu peso;

Per capita: é a massa de resíduos sólidos produzida por uma pessoa em um dia (kg/hab/dia);

Peso específico: é o peso dos resíduos sólidos em relação ao seu volume.

7.6 Características químicas Poder calorífico: indica a quantidade de calor desprendida durante a combustão de um quilo de resíduos sólidos; Teores de matéria orgânica: é o percentual de cada constituinte da matéria orgânica (cinzas, gorduras, macronutrientes, micronutrientes, resíduos minerais, etc); Relação carbono/nitrogênio (C/N): determina o grau de degradação da matéria orgânica; Potencial de hidrogênio (pH): é o teor de alcalinidade ou acidez da massa de resíduos.

7.7 Características biológicas Na massa dos resíduos sólidos apresentam-se agentes patogênicos e microrganismos,

prejudiciais à saúde humana.

7.8 Importância sanitária dos resíduos sólidos Os resíduos sólidos constituem problema sanitário de importância, quando não recebe

os cuidados convenientes.

As medidas tomadas para a solução adequada do problema dos resíduos sólidos têm, sob o aspecto sanitário, objetivo comum a outras medidas de saneamento: de prevenir

e controlar doenças a eles relacionadas.

Além desse objetivo, visa-se ao efeito psicológico que uma comunidade limpa exerce sobre os hábitos da população em geral, facilitando a instituição de hábitos correlatos.

Obviamente, os resíduos sólidos constituem problema sanitário porque favorecem a proliferação de vetores e roedores. Podem ser vetores mecânicos de agentes etiológicos causadores de doenças, tais como: diarréias infecciosas, amebíase, salmoneloses, helmintoses como ascaridíase, teníase e outras parasitoses, bouba, difteria, tracoma. Serve, ainda, de criadouro e esconderijo de ratos, animais esses envolvidos na transmissão da peste bubônica, leptospirose e tifo murino. As baratas que pousam e vivem nos resíduos sólidos onde encontram líquidos fermentáveis, têm importância sanitária muito relativa na transmissão de doenças gastrointestinais, por meio de transporte mecânico de bactérias e parasitas das imundícies para os alimentos

e pela eliminação de fezes infectadas. Podem, ainda, transmitir doenças do trato respiratório e outras de contágio direto, pelo mesmo processo.

É de notar-se também a possibilidade de contaminação do homem pelo contato direto

com os resíduos sólidos ou pela massa de água por estes poluídas. Por serem fontes

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contínuas de microrganismos patogênicos, tornam-se uma ameaça real à sobrevivência do catador de resíduos sólidos.

Os resíduos sólidos, por disporem água e alimento, são pontos de alimentação para animais, como cães, aves, suínos, equinos e bovinos.

Prestam-se ainda os resíduos sólidos à perpetuação de certas parasitoses, como as

triquinoses, quando se faz o aproveitamento de restos de cozinha (carnes contaminadas) para a alimentação de porcos. Possibilita, ainda, a proliferação de mosquitos que se desenvolvem em pequenas quantidades de água acumuladas em latas, vidros e outros recipientes abertos, comumente encontrados nos monturos. 7.9 - Importância econômica dos resíduos sólidos As vantagens econômicas da solução adequada para o problema dos resíduos sólidos podem ser encaradas como decorrência da solução dos problemas de ordem sanitária, qual seja, o aumento da vida média efetiva do homem, quer pela redução da mortalidade, quer pela redução de doenças. Quando os resíduos sólidos são dispostos de maneira inadequada, favorecem a proliferação de ratos que, além de serem transmissores de doenças e de destruírem

gêneros alimentícios e utensílios, podem causar incêndios provocados por danos às instalações elétricas.

A solução do problema constitui ganho para a comunidade. Eis, porque projetos e

programas são desenvolvidos no sentido da recuperação econômica de materiais recicláveis e orgânicos, encontrados nos resíduos sólidos.

7.10 - Fatores que influenciam a produção de Lixo:

Variações da economia; Aspectos sazonais;

Aspectos climáticos; Influências regionais;

Migrações; Turismo;

Peso dos resíduos em função de seu volume ocupado - kg/m³ 7.11 - Acondicionamento, coleta e transporte dos resíduos sólidos 7.11.1 Acondicionamento nas fontes produtoras Existem várias maneiras de acondicionar os resíduos sólidos, conforme descrição abaixo: a) resíduos domiciliares/comerciais:

• recipientes rígidos; • recipientes herméticos;

• sacos plásticos descartáveis ; • contêiner coletor ou intercambiável;

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42 SANEAMENTO AMBIENTAL

b) resíduos de varrição: • sacos plásticos descartáveis; apropriados;

• contêiner coletor ou intercambiável; • caixas subterrâneas;

• recipientes basculantes – cestos; • contêineres estacionários;

c) feiras livres e eventos: • recipientes basculantes – cestos; • contêineres estacionários; • tambores de 100/200l; • cestos coletores de calçadas. d) entulhos: • contêineres estacionários; e) podas: • contêineres estacionários;

f) resíduos dos serviços de saúde: • sacos plásticos confeccionados com material incinerável para os resíduos comuns;

• recipientes feitos com material incinerável como polietileno rígido, papelão ondulado ou outro material com as mesmas características, para acondicionamento

dos resíduos infectantes.

g) outros (matadouros e estábulos): estes são coletados e transportados para o destino final, ou acondicionados em contêineres estacionários.

Para o acondicionamento dos resíduos sólidos nas fontes produtoras é necessário prestar esclarecimentos à comunidade quanto aos seguintes aspectos:

Modo mais adequado de acondicionar os resíduos sólidos para coleta;

Características do recipiente; Localização do recipiente;

Serviço de coleta: o recipiente deve estar, na hora da coleta, no local previamente estabelecido nas leis orgânicas municipais, que comumente é a calçada da frente da residência;

Perigos decorrentes de mau acondicionamento, dando lugar a criadouro de moscas, baratas, mosquitos e ratos e de suas consequências;

Higienização dos locais de acondicionamento;

Aspectos visados: controle de vetores, redução de odores e estética.

7.11.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos

Nos municípios brasileiros, a prática da coleta regular unificada é utilizada para os resíduos domiciliares e comerciais. Os diversos tipos de serviços de coleta de resíduos

sólidos são classificados da seguinte forma: Coleta domiciliar compreende a coleta dos resíduos sólidos domiciliares e

estabelecimentos comerciais;

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Coleta de feiras livres, praias, calçadas e estabelecimentos públicos;

Coleta de resíduos de serviços de saúde;

Coleta especial contempla os resíduos não recolhidos pela coleta regular;

Coleta seletiva visa a recolher os resíduos segregados na fonte. Esse tipo de coleta está relacionado com a reciclagem e executado por um plano específico;

Coleta dos estabelecimentos industriais deve ser diferenciada da regular e especial.

Sob o ponto de vista sanitário, a eficiência da coleta reduz os perigos decorrentes de

mau acondicionamento na fonte. O sistema de coleta deve ser bem organizado a fim de produzir o maior rendimento possível e servir, pela sua pontualidade, de estímulo e

exemplo para que a comunidade colabore. Esta participação é importante para a solução do problema e consiste, principalmente, no adequado acondicionamento dos

resíduos sólidos e na colocação dos recipientes em locais preestabelecidos.

7.11.3 Equipamentos de coleta e transporte No que se refere à coleta e ao transporte dos resíduos sólidos, usa-se vários tipos de

veículos como o tipo lutocar, carroça de tração animal, caçamba convencional do tipo prefeitura, caçamba do tipo basculante e caminhão com e sem compactação, etc.

7.12 - Limpeza pública

Varrição ou varredura é a principal atividade de limpeza de logradouros públicos. Esta pode ser realizada manual e mecanicamente. Cada tipo é indicado para uma situação

específica. A varrição manual é a mais utilizada na maioria das cidades brasileiras;

A varrição mecanizada é indicada para ruas com asfalto, concreto e para locais de grandes tráfegos.

7.13 - Capinagem

O objetivo da capina de logradouros públicos é mantê-los livres de mato e ervas daninhas, de modo que apresentem bom aspecto estético.

7.14 - Redução, Reutilização e Reciclagem 7.14.1 - Reduzir Todo o cidadão, quando possível, deve aprender a reduzir a quantidade dos resíduos

sólidos que gera. Deve entender que redução não implica padrão de vida menos

agradável. É simplesmente uma questão de reordenar os materiais que usamos no dia-a-dia.

Uma das formas de se tentar reduzir a quantidade dos resíduos sólidos gerada é

combatendo o desperdício de produtos e alimentos consumidos.

7.14.2 Reutilizar Existem inúmeras formas de reutilizar os objetos, até por motivos econômicos:

escrever nos dois lados da folha de papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins são apenas alguns exemplos.

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44 SANEAMENTO AMBIENTAL

7.14.3 - Reciclar

É uma série de atividades e processos, industriais ou não, que permitem separar, recuperar e transformar os materiais recicláveis componentes dos resíduos sólidos

urbanos. Essas atividades levam a ação de reintroduzir os resíduos no cic lo produtivo. 7.14.3.1 - Etapas da reciclagem dos resíduos sólidos a) separação e classificação dos diversos tipos de materiais (vidro, papéis, plástico, metais); b) processamento para obtenção de:

fardos;

materiais triturados;

e/ou produtos que receberam algum tipo de beneficiamento; c) comercialização dos materiais na forma triturada, prensada ou produtos obtidos dos processos de reciclagem; d) reutilização dos produtos e reaproveitamento em processos industriais, como matérias-primas.

7.15 Coleta seletiva A coleta seletiva é um sistema de recolhimento dos resíduos recicláveis inertes (papéis, plásticos, vidros e metais) e orgânicos (sobras de alimentos, frutas e verduras), previamente separados nas próprias fontes geradoras, com a finalidade de reaproveitamento e reintrodução no ciclo produtivo. Este sistema pode ser implantado em municípios, bairros residenciais, vilas, comunidades, escolas, escritórios, centros comerciais ou outros locais que facilite a

coleta dos materiais recicláveis. 7.15.1 Principais vantagens: • economia de matéria-prima; • economia de energia;

• combate ao desperdício; • redução da poluição ambiental;

• potencial econômico pela comercialização dos recicláveis.

7.16 Medidas de segurança para pessoas que trabalha com resíduos sólidos

Usar luvas ao manusear;

Evitar quebrar e danificar as baterias, pois seu conteúdo pode ser perigoso;

Evitar contato com olhos e pele.

7.17 Tratamento e Disposição final de Resíduos Sólidos Em muitos casos, os resíduos requerem algum tipo de pré-tratamento antes do seu

encaminhamento. Por exemplo, latas de alumínio para reciclagem precisam ser prensadas antes do transporte para redução de volume.

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45 SANEAMENTO AMBIENTAL

A destinação final escolhida dependerá de cada tipo de resíduo. Deverá ser realizada uma análise de custo/benefício dentro de todas as possibilidades viáveis, de acordo

com as técnicas todos descritos abaixo:

LIXÃO: Vantagens: Custo baixo; Ausência de técnica especial

Desvantagens: Contaminação da água;

Reação negativa da população;

Focos de vetores e doenças; Falta de legislação municipal;

Acesso dos catadores

ATERRO CONTROLADO Vantagens: Maior simplicidade técnica; Menor custo que o aterro sanitário

Desvantagens; Contaminação da água; Focos de vetores e doenças; Falta de legislação municipal

ATERRO SANITÁRIO

Vantagens: Ausência de contaminação, Possibilidade de reurbanização do local, Geração de biogás.

Desvantagens - Custo de transporte RECICLAGEM Vantagens: Despoluição ambiental; Reposição parcial da matéria-prima; Possibilidade de criação de mão-de-obra; Redução de material enviado para aterro. Desvantagens: Grande volume de estoque de resíduos; de saúde aos catadores; COMPOSTAGENS Vantagens: Obtenção de adubo orgânico; Eliminação do refugo orgânico; Desvantagens - Eventual contaminação com metais pesados; qualidade do adubo; PROCESSOS TÉRMICOS (Incineração, Co-processamento, Pirólise, Plasma) Vantagens: Redução do volume do resíduo; Eliminação de microrganismos Desvantagens: Corrosão de equipamentos; Alto custo no tratamento; Produção de

compostos químicos mais tóxicos (dioxinas) 8. O Ar e A Atmosfera O ar é um elemento essencial para o ser humano, do qual não se pode prescindir por mais de alguns poucos minutos, utilizando-o como fonte do oxigênio (O2) para troca térmica e como receptor dos gases da respiração, principalmente o gás carbônico, da transpiração, de gases corporais em geral, de gases e partículas de suas atividades

diárias, como o cozimento de alimentos ou o tabagismo. A atmosfera é a massa gasosa que envolve o planeta. Consiste de diversas camadas superpostas, que se distinguem pela pressão, temperatura, composição química, etc.

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Uma classificação moderna, que leva em conta conhecimentos obtido pela tecnologia espacial, divide a atmosfera em quatro (4) camadas:

Troposfera – camada que fica em contato com a superfície terrestre, variando de 8 km nos polos e 20 km ao nível do Equador. A temperatura varia de 20°C até 55°C;

Estratosfera – camada que se estende da troposfera, 20 km de altitude ao nível do mar, até cerca de 70 km. O ar é rarefeito. A temperatura varia de 50°C à 0°C;

Mesosfera – camada que vai de 70 km a 100 km de altitude. A temperatura varia 0°C à -7°C; Termosfera – é a última camada da atmosfera, tem início a 100 km de altitude atingindo mais de 500 km de espessura. A temperatura começa próximo de -7°C e sobe vertiginosamente com a altitude, atingindo 1.500°C. 8.1 Níveis de Referência de Poluentes na Atmosfera O conceito de ar limpo é relativo, considerando que os seres vivos já estão acostumados com concentrações normas de substâncias na atmosfera. No entanto, quando ocorrem alterações nesses níveis, alguns efeitos poderão ser observados, tanto em relação ao ser humano quanto a outras formas de vida, e mesmo a materiais inertes. O nível de referência deveria ser o nível máximo de poluentes na atmosfera que não ocasionasse efeitos indesejáveis. Em geral, esses níveis são estabelecidos a

partir de dados científicos de dose-resposta, obtidos por estudos toxicológicos e/ou epidemiológicos, ou mesmo por estudo de efeitos em vegetais e materiais inertes e

também por informações de episódios ocorridos em diversas regiões do globo. Tabela – Níveis máximos de poluentes recomendados pela OMS.

INDICADOR CONCENTRAÇÃO MÁXIMA RECOMENDADA ΜG/M3

TEMPO DE EXPOSIÇÃO

Dióxido de enxofre (SO3) 500 10 min

125 24 horas

50 Anual

Dióxido de nitrogênio (NO2)

200 1 hora

40 Anual Monóxido de carbono (CO) 10.000 8 horas

Ozônio (O3) 120 8 horas

Material particulado Não estipulado -

8.2 Poluição do ar e suas fontes

É possível à poluição do ar ter origem química, biológica e física, desde que o agente apresente-se em concentrações suficientes para causar danos em seres humanos, em

animais, em vegetais ou ainda em materiais. Como exemplo de poluição de origem química destaca-se a liberação de gás metano; de origem biológica, a presença do

vírus da gripe; e de origem física, a presença de ruído ou radiação UV.

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47 SANEAMENTO AMBIENTAL

TABELA – PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS E SUAS FONTES

POLUENTES DO AR FONTES

Monóxido de carbono (CO)

Esse composto é gerado nos processos de combustão incompleta de combustíveis fósseis e

outros materiais que contenham carbono em sua composição.

Dióxido de carbono (CO2)

O dióxido de carbono é o principal composto resultante da combustão completa de combustíveis fósseis e de outros materiais combustíveis que contenham carbono, além de ser gerado no processo de respiração aeróbia dos seres vivos, que utilizam o oxigênio para poder liberar a energia presente nos alimentos ingeridos.

Óxidos de enxofre (SO2 e SO3)

Os óxidos de enxofre são produzidos pela queima de combustíveis (geralmente combustíveis fósseis, como carvão, gasolina, óleo diesel) que

contenham enxofre em sua composição. Também são gerados em processos biogênicos naturais, tanto no solo quanto na água.

Óxidos de nitrogênio (NOx)

Esses compostos são gerados na maior parte dos processos de combustão. Ocorre no próprio ar, devido à presença de oxigênio e nitrogênio. Poderão ser gerados também por processos de descargas elétricas na atmosfera.

Hidrocarbonetos

Os hidrocarbonetos são resultantes da

evaporação de combustíveis e de muitos outros materiais derivados do petróleo, como os

solventes orgânicos, as tintas. Os hidrocarbonetos também podem ser resultantes da queima

incompleta dos combustíveis.

Oxidantes fotoquímicos

Os oxidantes fotoquímicos são compostos gerados a partir de outros poluentes (hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio), que foram lançados à atmosfera por meio da reação química entre esses compostos, catalisada pela radiação solar. Dentre os principais oxidantes fotoquímicos destacam-se o ozônio e o peróxi-acetil-nitrato (PAN).

Material particulado (MP)

No caso da poluição atmosférica, entende-se por

material particulado as partículas de material sólido e líquido capazes de permanecer em suspensão, como é o caso da poeira, da fuligem (C) e das partículas de óleo, além do pólen. Esses

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48 SANEAMENTO AMBIENTAL

contaminantes podem ter origem nos processos de combustão (fuligem e partículas de óleo) ou, então, ocorrem em consequência dos fenômenos naturais, como é o caso da dispersão do pólen ou da suspensão de material particulado em razão

da ação do vento.

Asbestos (amianto)

Esse material está cada vez menos em uso, pois

que produz graves problemas de saúde associados à sua presença na atmosfera, sendo

principalmente gerado durante a etapa de mineração do amianto ou, então, nos processos

de beneficiamento desse material.

Metais

Os metais também são um tipo de material particulado, associados aos processos de mineração, na construção civil, combustão de carvão e processos siderúrgicos.

Gás fluorídrico (HF)

Compostos gerados nos processos de produção de alumínio e fertilizantes, bem como em refinarias de petróleo. Normalmente são gerados em processos que operam a altas temperaturas e

nos quais são utilizadas matérias-primas que contenham flúor na sua composição.

Amônia (NH3)

As principais fontes de geração de amônia são as

indústrias químicas e de fertilizantes, principalmente aquelas à base de nitrogênio, além dos processos biogênicos naturais que ocorrem na água ou no solo.

Gás sulfídrico (H2S)

O gás sulfídrico é um subproduto gerado nos processos desenvolvidos em refinarias de

petróleo, indústria química e indústria de celulose e papel, em virtude da presença de enxofre na

matéria-prima processada ou, então, nos compostos utilizados durante esse

processamento. O gás sulfídrico também é

produzido por processos biogênicos naturais.

Pesticidas e herbicidas

São compostos químicos (organoclorados, organofosforados e carbamatos) utilizados principalmente na agricultura para o controle de plantas daninhas e de pragas. As principais fontes desses tipos de contaminantes atmosféricos são as indústrias que os produzem, bem como os agricultores que fazem uso deles, pelos processos de pulverização nas plantações e no solo.

Substâncias radioativas

As principais fontes de substâncias radioativas para a atmosfera são os depósitos naturais (minérios), as usinas nucleares, os testes de armamento nuclear e a queima de carvão. As

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substâncias radioativas são materiais que possuem algum elemento químico capaz de emitir radiação. Em alguns casos, a energia emitida por essas substâncias é suficiente para causar danos aos seres vivos e aos materiais.

Calor

O calor é uma forma de poluição atmosférica por condução, radiação e convecção que ocorre

principalmente por causa da emissão de gases a alta temperatura para o meio ambiente,

geralmente nos processos de combustão.

Ruído

A poluição sonora se caracteriza pela emissão de ondas de som no ambiente, com intensidade capaz de prejudicar os seres humanos e outros seres vivos. Os ruídos não significativos, isto é, aqueles que não têm conteúdo informativo, podem provocar um distúrbio, um incômodo. Esses efeitos têm relação com a intensidade do ruído, mas outros fatores podem neles atuar: o caráter inesperado, quando se trata de ruídos

breves, aleatórios no tempo, que perturbarão uma tarefa que exija atenção; e os ruídos

contínuos, que perturbam a execução de tarefas mentais complexas (LAVILLE, 1977). O problema

de poluição sonora está diretamente associado aos grandes centros.

8.3 Classificação dos poluentes

Os poluentes são classificados em primários e secundários.

Os primários – são aqueles lançados diretamente no ar. São exemplos desse tipo de poluente o dióxido de enxofre (SO2), os óxidos de nitrogênio (NOx), o monóxido de

carbono (CO) e alguns particulados, como a poeira.

Os secundários – formam-se na atmosfera por meio de reações que ocorrem em razão da presença de certas substancias química e de determinadas condições físicas. Por

exemplo: o SO3 (reação química entre SO2 e O2) reage com o vapor de água (H2O) para produzir o acido sulfúrico (H2SO4), que precipita originando a chamada chuva

ácida.

Como você estudou, e possível a poluição do ar ter origem química, biológica e física, desde que o agente apresente-se em concentrações suficientes para causar danos ao meio ambiente e ao homem.

8.4 Poluição do ar em diferentes escalas espaciais

Do ponto de vista espacial, as fontes de poluição podem ser classificadas em móveis (exemplo: veículos, pois emitem os poluentes de modo disperso) e estacionárias

(exemplo: chaminés de indústrias, por emitirem poluentes). As fontes estacionárias

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produzem cargas pontuais de poluentes, enquanto que as fontes móveis produzem as cargas difusas.

Com relação ao controle da poluição, a distinção entre as fontes e fundamental, uma vez que o enfoque de tratamento do problema difere para cada caso.

Os problemas de poluição do ar, de acordo com a dimensão da área atingida, podem ser classificados em:

Poluição Local - refere-se a poluição em uma região relativamente pequena, como um bairro, uma cidade; Poluição Global - envolve toda a ecosfera, exigindo, portanto, o esforço mundial para enfrenta-la e controla-la. Podemos citar o efeito estufa adicional, a destruição da camada de ozônio na estratosfera e a chuva ácida como exemplos de problemas globais de poluição do ar. Conheça mais detalhes sobre esses fenômenos relacionados com a poluição global. 8.4.1 Efeito estufa adicional O efeito estufa e responsável por manter a temperatura media do planeta próximo dos 15°C, o necessário para a sobrevivência humana.

Como ocorre o efeito estufa adicional?

A emissão dos chamados gases estufa (dióxido de carbono - CO2, metano – CH4, oxido

nitroso – N2O e clorofluorcarbono – CFCs) aumenta a quantidade de energia que e mantida na atmosfera em decorrência da absorção do calor refletido ou emitido pela

superfície do planeta, o que provoca a elevação da temperatura.

Esse efeito, além de provocar modificações climáticas, pode provocar direta ou indiretamente a elevação do nível dos oceanos, ter impactos na agricultura e na

silvicultura, afetando todas as formas de vida do planeta.

Estima-se que o aumento absoluto de CO2, desde a Revolução Industrial ate o presente momento, seja de aproximadamente 25%. Foi constatado que esse

acréscimo de CO2 e superior no hemisfério norte, por causa da maior queima de combustível fóssil nessa região (BRAGA et al., 2005). 8.4.2 Destruição da camada de ozônio A destruição da camada de ozônio é outro problema ambiental extremamente serio e bastante discutido na comunidade cientifica. A camada de ozônio esta situada na estratosfera, entre 15 km e 50 km de altitude. Ela tem a capacidade de bloquear as radiações solares, principalmente a radiação ultravioleta (UVA, UVB e UVC), impedindo que níveis excessivos atinjam a superfície.

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51 SANEAMENTO AMBIENTAL

TIPO DE RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA

COMPRIMENTO DE ONDA CARACTERÍSTICO (NM)

OBSERVAÇÕES

UV - A 320 - 400

Radiação com comprimento de onda próximo da luz visível (violeta), não é

absorvida pela camada de ozônio.

UV – B 280 - 320

Apresenta vários efeitos prejudiciais, particularmente efetivos para causar danos ao DNA, sendo a causa do melanona e de outros tipos de câncer de pele, além de ser apontada como um dos fatores responsáveis por danos em materiais e em plantações. A camada de

ozônio protege a Terra da maior parte da radiação

UVB.

UV - C < 280

É extremamente prejudicial, mas é completamente absorvida pela camada de ozônio e pelo oxigênio presente na atmosfera.

Os efeitos adversos causados pela radiação ultravioleta podem causar queimaduras solares, fotoenvelhecimento, fitofotodermatite, pterígio, pindecula e câncer de pele, e ainda reduzir as safras agrícolas, destruir e inibir o crescimento de espécies vegetais. Os efeitos da radiação UV podem afetar todo o ecossistema terrestre, além de causar danos aos materiais, principalmente aos plásticos. O ozônio presente na estratosfera funciona como um atenuador da radiação ultravioleta, utilizando a energia desse tipo de radiação nas reações químicas

associadas aos processos de formação e de destruição dele mesmo.

8.4.3 - Chuva ácida Outro problema que atinge a ecosfera é a chamada chuva acida. Os gases NOx e SOx, produzidos por uma serie de atividades da sociedade, principalmente as ligadas a combustão, reagem com o vapor de água (H2O) na atmosfera produzindo ácidos: acido nítrico (HNO3), acido sulfuroso (H2SO3) e acido sulfúrico (H2SO4).

Os problemas causados pela chuva acida são muitos e levam prejuízos para o meio ambiente. Podem ser observados problemas na agricultura, provenientes da

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52 SANEAMENTO AMBIENTAL

acidificação de solos. A lixiviação dos nutrientes e a eliminação de organismos que contribuem para o desenvolvimento do solo são algumas das consequências.

Outro dano ao meio ambiente e a acidificação da água, principalmente em lagos de reservatórios voltados para abastecimento e produção de energia elétrica. A agua

acida pode provocar o desgaste no concreto, nas tubulações, nas turbinas e nas bombas. Além disso, a acidez pode matar uma grande variedade de peixes. Outro dano

extremamente seria provocado pela ‘chuva acida’ e a destruição de obras civis e monumentos. 8.5 - Poluição local Como destacado no inicio desta seção, a poluição local se refere à poluição que ocorre em uma região relativamente pequena, como um bairro ou uma cidade. Existem, então, nessa perspectiva, dois fenômenos bem conhecidos: smog industrial e smog fotoquímico. 8.5.1 - Smog industrial Esse problema predomina em regiões industriais e em regiões onde e intensa a queima de carvão ou óleo para aquecimento domestico ou para geração de energia elétrica (usinas termoelétricas).

Seus principais componentes são o dióxido de enxofre (SO2) e o material particulado

(MP). Esses dois compostos podem provocar serias lesões respiratórias e todos os danos provocados pelo SO2 na atmosfera.

8.5.2 - Smog fotoquímico

Esse problema predomina em centros urbanos, sendo o agente poluidor os veículos. Esse tipo de smog e típico de cidades ensolaradas, quentes e de clima seco. Além

disso, os picos de poluição ocorrem em dias quentes, com muito sol.

Os gases formados do smog fotoquímico são NOx, CO2 e hidrocarbonetos. Esses gases sofrem varias reações na atmosfera por feito da radiação solar, gerando novos

poluentes. Dai o termo ‘fotoquímico’. Destacam-se como principais poluentes os óxidos de nitrogênio, os radicais orgânicos PAN (peroxi-acetil-nitrato – CH3CO2ONO2),

o ozônio e aldeídos. O smog industrial e o smog fotoquímico podem ocorrer simultaneamente ou separadamente em determinadas estacoes do ano; como e o caso de São Paulo, onde e difícil distinguir a predominância de um determinado tipo de smog. 8.6 Medidas de Controle da Poluição do Ar O controle da poluição do ar envolve desde o planejamento do assentamento de núcleos urbanos e industriais e do sistema viário, até a ação direta sobre a fonte de emissão. As medidas usualmente utilizadas para controlar este tipo de poluição são:

a) Medidas Indiretas – Ações que visam à eliminação, redução, diluição, segregação ou

afastamento dos poluentes. Planejamento Urbano e Medidas Correlatas;

Diluição através de Chaminés altas;

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53 SANEAMENTO AMBIENTAL

Medidas para Impedir a Geração do Poluente;

Medidas para Reduzir a Geração de Poluentes;

b) Medidas Diretas – Ações que visam reduzir a qualidade de poluentes descarregada na atmosfera, através da instalação de equipamentos de controle (“Filtros de Ar”).

Retenção dos Poluentes Após Geração utilizando equipamentos específicos;

8.7 Classificação dos Equipamentos de Controle de Poluição do Ar Os equipamentos de controle são classificados primeiramente em função do estado

físico de poluente a ser considerado. Em seguida a classificação envolve diversos parâmetros como mecanismo de controle, uso ou não de água ou outro líquido, etc. A

seguinte classificação é usual: a) Equipamentos de controle de material particulado:

Coletores secos; Coletores úmidos;

b) Equipamentos de controle de gases e vapores:

Condensadores; Absorvedores;

Absorvedores; Incineradores com chama direta;

Incineradores catalíticos;

Processos especiais. Tabela – Equipamentos de controle da poluição do ar

9. O Solo A utilização do solo ocorre desde os primórdios da historia da humanidade. Os homens

alimentavam-se da flora e da fauna disponível e transportavam-se de um lugar para outro utilizando o solo como suporte. Com o passar do tempo, o homem passou a

semear e a desenvolver alimentos, surgindo a agricultura. Em busca de melhores condições para o cultivo, o homem deixa de ser nômade, para se alojar em um

determinado local.

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54 SANEAMENTO AMBIENTAL

O uso do solo cultivado pelo homem foi se expandindo com o crescimento

populacional e facilitado através do uso de utensílios para manejo do solo pelo homem e por animais domesticados. O desenvolvimento busca formas de energia (fogo e

queimada), criando, como consequência, problemas de fertilidade do solo de modo que a produtividade natural dos solos foi reduzindo-se.

9.1 - Propriedades e características do solo Conhecer as propriedades do solo e importante para que a partir deste conhecimento, seja possível utiliza-lo no atendimento das necessidades humanas e, isso, sem degradar o ambiente. Mas afinal, o que e o solo? O solo pode ser representado como um ciclo natural em que participam fragmentos de rocha, minerais, água, ar, seres vivos e seus detritos em decomposição. Estes fragmentos são resultantes de fatores climáticos do decorrer do tempo e da atividade combinada de microrganismos decompondo restos de animais/vegetais, respectivamente.

O conceito de solo pode ser diferente de acordo com o objetivo mais imediato de sua

utilização. Para o agricultor e o agrônomo, por exemplo, esse conceito destacara suas características de suporte da produção agrícola. Já para o engenheiro civil, o solo e

importante por sua capacidade de suportar cargas ou de se transformar em material de construção. Para o engenheiro de minas, o solo e importante como jazida mineral

ou como o material solto que cobre e dificulta a exploração dessa jazida. Para o economista, o solo e um fator de produção. Já o ecologista vê o solo como o

componente da biosfera no qual se dão os processos de produção e decomposição que reciclam a matéria, mantendo o ecossistema em equilíbrio, e assim por diante.

9.2 - Os componentes do solo

Em termos médios de ordem de grandeza, os componentes do solo podem ser encontrados na seguinte proporção:

45% de elementos minerais; 20 à 30% de ar;

20 à 30% de água;

5% de matéria orgânica. A proporção de cada um dos componentes pode variar de um solo para outro. Mesmo em um solo de determinado local, as proporções de agua e ar variam sazonalmente, com os períodos de maior ou menor precipitação. 9.3 - Poluição do Solo

A poluição do solo é a alteração prejudicial de suas características naturais, com eventuais mudanças na estrutura física, resultado de fenômenos naturais e antrópicas: Naturais:

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55 SANEAMENTO AMBIENTAL

Terremotos, vendavais e inundações, etc.

Atividades humanas:

Disposição de resíduos sólidos e líquidos;

Urbanização e ocupação do solo; Atividades agropecuárias e extrativas;

Acidentes no transporte de cargas.

9.4 Poluição do solo rural Atualmente, e comum, em áreas rurais, o emprego de substancias químicas no solo em

busca de fertilização ou para evitar o ataque de pragas e também o efeito de salinização devido ao mau uso da pratica de irrigação do solo.

O emprego de fertilizantes sintéticos e defensivos e que leva a alguns impactos

ambientais imediatos e bem conhecidos e a outros, que dependem de anos ou décadas para se manifestar e ser avaliadas as suas consequências finais.

Devemos pensar com respeito aos riscos do uso desses ferti lizantes. Se não e possível

abolir o uso desses fertilizantes em curto prazo, então, e preciso limitar seu uso ao estritamente indispensável, cortando os desperdícios geradores de resíduos

poluidores, usando técnicas de preparo, controlando o descarte de embalagens e frascos, restringindo o emprego dos defensivos aos ambientalmente mais seguros e empregando técnicas de aplicação que reduzam os acúmulos e propagação pela cadeia alimentar. Quais as práticas e agentes que interferem na qualidade do solo? Fertilizantes sintéticos: A adição de fertilizantes ao solo visa atender a demanda de nutrientes das culturas. Os macronutrientes principais são: o nitrogênio, fósforo e potássio. Em seguida, estão os macronutrientes secundários: o cálcio, magnésio e enxofre. Por fim, os micronutrientes como o ferro, manganês, cobre, zinco, boro, molibdênio e cloro. Os fertilizantes que atingem os corpos de água poderão elevar os teores com que naturalmente se apresentam nas águas, ocasionando diferentes formas de poluição,

que são: contaminação e eutrofização. (BRAGA et al,2005). Defensivos agrícolas; Os principais grupos de defensivos agrícolas sintéticos são:

Inseticidas;

Fungicidas;

Herbicidas;

Rodenticidas

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56 SANEAMENTO AMBIENTAL

As concentrações elevadas são de defensivos agrícolas no meio ambiente causam as consequências do que se denomina de biomagnificação ou amplificação biológica.

A biomagnificação ocorre quando substâncias persistentes ou cumulativas, como os compostos organoclorados, migram do mecanismo da nutrição de um organismo para

os seguintes da cadeia alimentar.

Salinização A salinização pode ser dependente da natureza do material de origem, seja pela maior aridez do clima ou pelas condições do relevo local. Ha, porem, uma salinização que pode ocorrer pela ação do homem quando a exploração agrícola e feita com o auxilio de irrigação. (BRAGA et al, 2005). 9.5 Poluição do solo urbano A poluição do solo urbano e proveniente de resíduos diversificados, todos gerados pelas atividades típicas das cidades, como a indústria, o comercio, a residencial e os serviços. Os resíduos urbanos ao serem lançados ou dispostos nos limites do território urbano, não só acentuam os problemas de poluição do solo, como causam o empobrecimento

nas áreas de onde provem a matéria e a energia que, apos a utilização no meio urbano, transformam-se em resíduos.

O mau uso do solo e o principal motivo de solos inférteis. Por este motivo, se afirma

que, na Química Ambiental, o solo (meio terrestre) esta em equilíbrio tanto com o meio aquático quanto com o atmosférico.

9.6 Mecanismos de Controle da Poluição do Solo

Manutenção da cobertura vegetal; Evitar as queimadas;

Técnicas de aração e plantio em curvas de nível; Sistemas de drenagem adequada;

Gerenciamento de resíduos;

Tratamento de efluentes; Uso de adubo orgânico;

10. Fertilizantes e Agrotóxicos

10.1 Fertilizantes 10.2 Agrotóxicos

Impactos do Uso de Agrotóxicos à Saúde do Trabalhador e Suas Causas

A Organização Mundial da Saúde (OMS), estimava em 1990, que o uso de agrotóxicos no mundo era da ordem de 3 milhões de toneladas/ano, expondo, através do trabalho

agrícola, mais de 500 milhões de pessoas. Também estimava que os casos anuais de intoxicações agudas não intencionais fossem de 1 milhão, com 20 mil mortes, sendo a

exposição ocupacional responsável por 70% desses casos de intoxicação.

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57 SANEAMENTO AMBIENTAL

O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos. O país possui um grande número de trabalhadores rurais potencialmente expostos a quantidades bastante

significativas e, portanto, sujeitos aos problemas anteriormente referidos. Estima-se que 15 milhões de pessoas são expostas pelo trabalho rural e que ocorram

de 150 mil a 200 mil intoxicações agudas por ano.

É comum ouvir que os problemas relacionados aos agrotóxicos são decorrentes do uso inadequado desses produtos. Tais argumentações baseiam-se, sobretudo nos seguintes pontos:

Não observação das orientações e instruções transmitidas pelo empregador;

Não observação das orientações e instruções contidas em rótulos e bulas dos produtos;

Ausência dos cuidados necessários para manuseio e aplicação do produto; Não utilização dos equipamentos de proteção individual necessários para o

trabalho.

A solução para esses problemas seria a “educação” do usuário dos agrotóxicos utilizando “treinamentos para o uso adequado” ou para “o uso correto e seguro”.

A complexidade dos aspectos envolvidos na determinação dos impactos negativos

relacionados ao uso de agrotóxicos pode ser observada na Figura abaixo:

10.2.2 - Medidas de controle e níveis de intervenção

O princípio básico do controle de riscos no trabalho é controlar a exposição dos trabalhadores, de preferência eliminando-a ou, se não for possível, mantendo-a abaixo de limites considerados aceitáveis.

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58 SANEAMENTO AMBIENTAL

Os métodos de controle podem ser implantados por medidas de engenharia, administrativas e, também, por medidas individuais de controle.

11. Biologia e Controle de Controle de Artrópodes O Filo Arthropoda, ou simplesmente artrópodos, contém a maioria dos animais

conhecidos, aproximadamente 1.000.000 de espécies, sendo algumas delas abundantes em número de indivíduos. Os grupos de maior interesse sanitário pertencem à Classe Insecta (insetos) e Arachinida (aranhas, escorpiões, etc.). 11.1. Importância sanitária Em Saúde Pública é dada maior importância aos vetores, isto é, aos artrópodes capazes de transmitir agentes infecciosos. O combate a esse grupo de artrópodes visa, fundamentalmente, a prevenir a transmissão de doenças a eles relacionadas. 11.2 Importância econômica Incluem-se como de importância econômica todas as medidas de ordem sanitária

porque as mesmas oferecem proteção ao homem e resguardam sua capacidade de produção.

Em alguns casos, o controle reveste-se de caráter especial, como, por exemplo, proteção a trabalhadores em estradas de penetração e em grandes obras de

engenharia, como as hidrelétricas.

11.3 insetos de interesse sanitário Moscas. Exemplo: Musca domestica (Diptera: Muscidae);

Mosquitos. Exemplo: Aedes aegypti, Aedes albopictus, Culex quinquefasciatus, Anopheles darlingi e Anopheles albitarsis (Diptera: Culicidae);

Borrachudos. Exemplo: Simulium metallicum (Diptera: Simuliidae); Pulgas. Exemplo: Pulex irritans, Xenopsylla pestis (Siphonaptera: Pulicidae);

Piolhos. Exemplo: Pediculus humanus (Anoplura: Pediculidae);

Barbeiros. Exemplo: Triatoma infestans (Hemiptera: Reduviidae); Percevejos. Exemplo: Cimex lectularius (Hemiptera: Cimicidae);

Baratas. Exemplo: Periplaneta americana, Blatta orientalis 11.4 Doenças Transmitidas por Insetos Febre tifoide e diarreias infecciosas: pelas moscas e baratas, as quais transportam os germes da doença em suas patas, depositando-os em alimentos, utensílios, etc; Peste bubônica: por pulgas, pela regurgitação sobre a pele em seguida às picadas;

Tifo murino: por pulgas infectadas; defecação sobre a pele em seguida à picada; Malária: por mosquito do gênero Anopheles infectado;

Filariose: por mosquitos do gênero Culex, por deposição da filária sobre a pele, em seguida à picada;

Doença de Chagas: pelo barbeiro infectado; defecação na pele, em seguida à picada que provoca prurido;

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59 SANEAMENTO AMBIENTAL

11.5 Medidas de Controle de Insetos As medidas de controle baseiam-se na biologia do inseto, nos seus hábitos, nas suas

características, na ecologia local, na conscientização, na cooperação das populações frente aos problemas causados para a saúde humana e animais domésticos. Neste

capítulo, serão descritos os hábitos e os meios de controle das moscas e dos mosquitos; os demais insetos serão vistos em linhas gerais.

12. Manejo integrado de roedores urbanos Os roedores pertencem à ordem Rodentia, cujo nome deriva da palavra latina rodere que significa roer. A principal característica que os une é a presença de dentes incisivos proeminentes que crescem continuamente. Existem cerca de 2.000 espécies de roedores no mundo, representando ao redor de 40% de todas as espécies de mamíferos existentes. Os roedores vivem em qualquer ambiente terrestre que lhes dê condições de sobrevivência. O combate aos roedores sinantrópicos repousa hoje, e cada vez mais, sobre o conhecimento de sua biologia, de seus hábitos comportamentais, suas habilidades e

capacidades físicas.

O manejo integrado dos roedores pressupõe uma série sucessiva de cinco fases distintas:

Inspeção;

Identificação;

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60 SANEAMENTO AMBIENTAL

Medidas corretivas e preventivas (antiratização);

Desratização,

Avaliação e monitoramento.

12.1 Técnicas de Controle de Roedores

12.1.1 Métodos mecânicos e físicos: As armadilhas;

O ultrassom; Os aparelhos eletromagnéticos;

12.1.2 O controle biológico; 12.1.3 O controle químico (raticidas); 13. ISO 14000 ISO 14000 é uma série de normas desenvolvidas pela International Organization for

Standardization – ISO e que estabelecem diretrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas.

A série de normas ISO 14000 está estruturada em dois sub-grupos básicos:

Normas que tratam da organização e processo produtivo; Normas que tratam dos produtos.

14. ISO 18000 - OHSAS 18000 (Ocupattional Health and Safety Assessment Series)

Há algumas décadas vem sendo discutida a necessidade de elaboração de uma série de normas ISO que trate especificamente das questões de Higiene, Saúde e Segurança no

Trabalho, e que tenha interface com as demais normas de gestão.

As normas da série OHSAS 18000 são, assim, um guia para implantação de sistemas de gestão de segurança e higiene ocupacional. Diferente das Diretrizes da OIT, cuja

aplicação não exige certificação, a OHSAS prevê a certificação por uma terceira parte. É importante salientar-se que o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho compartilha os mesmos princípios gerais que os demais Sistemas de Gestão (Qualidade

- ISO 9000 e Ambiental - ISO 14000), o que facilita às empresas a implantação de um Sistema Integrado de Gestão em sua forma total ou parcial, na busca da melhoria

contínua das organizações.

A certificação pela OHSAS 18000 acentua a abordagem pela minimização do risco, procurando reduzir, com sua implementação, os acidentes e as doenças do trabalho,

os tempos de paragem por estes motivos e, consequentemente, os custos econômicos e, sobretudo humanos. Identificam-se ainda como possíveis benefícios da

implementação de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho os itens a seguir relacionados:

Integração das responsabilidades de Higiene, Segurança e Saúde Ocupacional

em todas as atividades da organização; Adoção de boas práticas em Saúde e Segurança do Trabalho;

Manutenção de um meio ambiente de trabalho seguro;

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61 SANEAMENTO AMBIENTAL

Redução dos riscos de acidentes e incidentes nas operações;

Evidenciar o funcionamento da saúde e segurança na empresa;

Permitir a existência de um sistema de gestão integrado;

Promover a melhoria da eficiência nas organizações; Evitar multas e demais sanções ou ações judiciais motivadas por temas desta

ordem, por implementar o cumprimento dos requisitos legais, contratuais e sociais;

Detectar oportunidades de melhoria no desempenho global da empresa;

Possibilidade de redução de custos com seguros;

Responder às demandas de clientes e acionistas;

Melhora da imagem da empresa;

Motivação do pessoal.