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Apresentação para décimo ano de 2011 2, aula 8

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a ante após até

com conforme contra de

desde durante em entre

excepto mediante para perante

por salvo segundo sem

sob sobre trás

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Preposições que podem aparecer em contracção

a

de

em

por

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25 de Abril — FERIADO!A setora de Português mandou-nos

fazer entrevistas a gente da nossa idade sobre o que foi o 25 de Abril. Instalei-me com a Cátia e o Miguel junto à paragem das camionetas. Quase toda a malta jovem ia para a praia.

À nossa pergunta respondiam:— Uma coisa histórica.— Atiraram abaixo com um

presidente chamado Salazar.

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— Qual quê! O homem caiu de uma cadeira e morreu.

— Foi uma revolução qualquer, há muito tempo, antes de eu nascer.

— É um feriado. E basta.Todos bateram palmas.Pois em minha casa logo pela

manhã a mãe espeta um cravo vermelho numa jarrinha. Dantes punha-o ao peito. E faz rodar um disco antigo do Zeca Afonso, que por acaso até é giro.

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O meu pai levanta-se tarde, veste-se à balda para o almoço de confraternização com os seus companheiros do 25 de Abril. A uns arrancaram unhas, outro tem marcas de pontas de cigarro pelo corpo. A Maria das Dores esteve a fazer de estátua, que não é propriamente posar para um escultor mas estar de pé dias e noites com uma luz virada para os olhos. O meu pai não sofreu nada. A prisão deve ter sido a grande aventura

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da vida dele — esteve com assaltantes a quartéis, participou em fugas, trocava mensagens por pancadinhas na parede. Foi até na prisão que se casou.

Do seu tempo de revolucionário ficou esta sardinhada anual, regada a vinho tinto.

Pois vivam as revoluções que dão feriado! Infelizmente são só três: o 5 de Outubro, o 1.º de Dezembro e o 25 de Abril.

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25 de Abril — FERIADO!A setora de Português mandou-nos

fazer entrevistas a gente da nossa idade sobre o que foi o 25 de Abril. Instalei-me com a Cátia e o Miguel junto à paragem das camionetas. Quase toda a malta jovem ia para a praia.

À nossa pergunta respondiam:— Uma coisa histórica.— Atiraram abaixo com um

presidente chamado Salazar.

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— Qual quê! O homem caiu de uma cadeira e morreu.

— Foi uma revolução qualquer, há muito tempo, antes de eu nascer.

— É um feriado. E basta.Todos bateram palmas.Pois em minha casa logo pela

manhã a mãe espeta um cravo vermelho numa jarrinha. Dantes punha-o ao peito. E faz rodar um disco antigo do Zeca Afonso, que por acaso até é giro.

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O meu pai levanta-se tarde, veste-se à balda para o almoço de confraternização com os seus companheiros do 25 de Abril. A uns arrancaram unhas, outro tem marcas de pontas de cigarro pelo corpo. A Maria das Dores esteve a fazer de estátua, que não é propriamente posar para um escultor mas estar de pé dias e noites com uma luz virada para os olhos. O meu pai não sofreu nada. A prisão deve ter sido a grande aventura

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da vida dele — esteve com assaltantes a quartéis, participou em fugas, trocava mensagens por pancadinhas na parede. Foi até na prisão que se casou.

Do seu tempo de revolucionário ficou esta sardinhada anual, regada a vinho tinto.

Pois vivam as revoluções que dão feriado! Infelizmente são só três: o 5 de Outubro, o 1.º de Dezembro e o 25 de Abril.

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a à | ao

ante

após

até

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com

conforme

contra

de do | da | das

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desde

durante

em na | numa

entre

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excepto

mediante

para

perante

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por pelo | pelasalvosegundosemsobsobretrás________________________________antes dejunto a junto à

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Vou dar um trevo ao elefante.

Complemento indirecto

a

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Vi o programa do Bruno Aleixo.

Modificador restritivo (do nome)

de

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Nos próximos minutos, assistiremos a um sketch pornográfico.

Modificador (do grupo verbal)

em

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O Busto foi desmentido pelo Bruno.

Complemento agente da passiva

por

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O Bruno desmentiu o Busto. sujeito complemento directo

O Busto foi desmentido pelo Bruno. sujeito agente da passiva

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A primeira consiste em usar-se a preposição, omitindo o restante grupo preposicional. Talvez porque, dado o contexto, fique muito implícito o que se quer dizer, o locutor pode dar-se ao luxo de suspender a frase logo depois de pronunciar a preposição.

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Ora realística ora caricaturalmente, o professor Adolfo Coelho (nota que o nome corresponde, efectivamente, àquele que se pode considerar o primeiro linguista português — contemporâneo, por exemplo, de Eça de Queirós) ou o apresentador dizem «Podemos não chegado a»; «Mas estamos a caminhar para»; «Fiz uma tentativa de»; «Esperamos estar cá para».

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A segunda é começar frases por infinitivos, quando se esperaria o uso de outro tempo, com pessoa: «Em primeiro lugar, dizer que [...]»; «Antes de continuarmos, aplaudir [...]»; «Antes de mais, registar [...]».

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(Um pouco à margem deste tique, repara que nas frases fica claro um dos papéis que podem ter os grupos preposicionais, o de conectores: é o caso de «Em primeiro lugar», «Antes de continuarmos», «Antes de mais». Outras classes gramaticais que cumprem frequentemente esse papel de estabelecer relações entre segmentos textuais são a conjunção, o próprio advérbio.)

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Os dois fenómenos caricaturados (suspensão da frase na preposição; começo da frase por um infinitivo) são talvez evoluções em curso na língua portuguesa, relativas a mudanças de ordem sintática.

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Isto parece-se com

Prefiro este àquele

Ficou sob a jurisdição de

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Tem a ver com (Tem que ver com)

Onde moras?

Dá-me com força

Tenho de ir

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Compara esta folha com aquela

O gelado de que gosto mais

As pessoas com que falei

Hás de vir

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Na última linha, o erro não resulta propriamente de má escolha da preposição, mas de se flexionar mal a forma verbal. Como se faz uma analogia com outras segundas pessoas do singular, que terminam em –s, cria-se uma forma terminada em –s, amalgamando a preposição. É o mesmo processo que leva a que, por vezes, se use, para a terceira pessoa do plural, «hadem» (em vez da forma correcta «hão de»).

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Foi o facto de ele ter mentido que me agradou.

Apesar de ela ser bonita, é muito feia.

Diz ao polícia que morri.

Gostava de os avisar de que a lontra adoeceu.

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Miguel Esteves Cardoso escreve diariamente uma mini-crónica no Público, com o nome genérico «Ainda ontem». Muitos destes seus textos têm sido declarações de felicidade e de amor pela mulher. A do dia 2 de outubro versou «Um dia bem passado».

Ainda que com menos extensão (talvez com cerca de cento e cinquenta palavras), escreve uma nota de recordação de um dia, um momento, bem passado. Assume que o texto é de «ainda ontem».

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TPC — Recorrendo, ou não, a um dicionário, encontra um verbo interessante (pouco usual, complicado, engraçado na sua sonoridade, extenso, etc. — enfim, um verbo que, por algum motivo, consideres simpático ou original). Escreve toda a sua flexão, incluindo tempos simples e compostos. Aproveita para veres bem a folha com um modelo de flexão («Fazer») dada na aula 6 e para te ires familiarizando com a conjugação dos verbos. Transcreve também o essencial do verbete do dicionário relativo ao verbo escolhido.